Antonin Dvorak – Violin Concerto, Romance for Violin & Orchestra, Humoureske – Dami Kim, SPO

NOVO LINK !!! 

Este belo concerto para violino e orquestra de Dvorák acabou ficando ofuscando pelo Concerto para Violoncelo, e foi meio que relegado a segundo plano, o que é uma pena. É muito bonito, tem belas passagens, não sou músico mas não consigo identificar passagens muito técnicas ou difíceis, se estiver errado por favor me corrijam. Reza a lenda que em um primeiro momento, o compositor pensou em dedicar a obra a Joseph Joachim, que conhecera alguns anos antes, o grande virtuose da época, e grande amigo de Brahms, mas o violinista se mostrou cético com a obra, e teceu alguns comentários críticos, o que magoou Dvorák, que no final das contas, não lhe fez a dedicatória. O CD ainda traz dois momentos muito delicados, com o Romance para Violino e Orquestra e a conhecidíssima “Humouresque”.
Uma curiosidade: a jovem violinista sul coreana Dami Kim em 2012 ganhou o prestigioso Concurso Joseph Joachim em Hanover, entre diversos outros prêmios em outras competições. Neste CD ela enfrenta a obra com louvor, mostrando uma segurança muito grande e uma técnica muito apurada, mesmo nos momentos mais técnicos. No Romance, por exemplo, não se deixa cair nas armadilhas sentimentais da obra.
Vale a pena ouvir, ainda mais nestes tempos de isolamento, quando estamos em casa, longe do convívio social. Ah, quem não lembra do “Humouresque, nº 7, op. 101, última faixa do CD? Está sempre naquelas coletâneas de música clássica. Claro que isso não lhe tira a qualidade e a beleza da peça.

01. Violin Concerto in A Minor, Op. 53, I Allegro ma non troppo
02. Violin Concerto in A Minor, Op. 53, II Adagio ma non troppo
03. Violin Concerto in A Minor, Op. 53, III Finale Allegro giocoso, ma non troppo
04. Romance for Violin and Orchestra in F Minor, Op. 11
05. Humoresque, Op. 101, No. 7

Dami Kim – Violin
Slovak Philharmonic Orchestra
Damian Iorio

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O Mestre Esquecido, capítulo X (Beethoven – Sonata para violino e piano, Op. 24 – Brahms – Sonata para violino e piano no. 3 – Wanda Wiłkomirska e Antônio Guedes Barbosa) #BTHVN250

Claro que jamais esqueceríamos o Mestre por tanto tempo esquecido, e precisamente por isso resolvemos interromper nossa excursão pela obra completa de Lud Van para trazer uma das lamentavelmente poucas contribuições de Antonio Guedes Barbosa à discografia beethoveniana (a outra, com as sonatas Opp. 53 e 109, já foi publicada nessa série).

Este registro da sonata Op. 24, “Primavera”, ao lado de sua habitual parceira de recitais, a violinista polonesa Wanda Wiłkomirska (1929-2018), felizmente permite-nos escutar Barbosa em ação em partes mais significativas que o mero acompanhamento naquelas obras bonitinhas, mas pianisticamente catatônicas do álbum de Kreisler. Essa sonata preza exatamente pelo equilíbrio que Beethoven atribuiu às partes dos instrumentos, que aqui estão em pé de igualdade, num prenúncio do que ele mostraria ao mundo com sua fantástica sonata “Kreutzer”. Infelizmente (e percebam que eu muito uso este advérbio para comentar o exíguo legado fonográfico de Antonio), a gravação privilegia talvez um tanto demais o violino em detrimento do piano no primeiro movimento, de modo que acabamos escutando o mestre bem menos do que gostaríamos. As coisas melhoram nos movimentos seguintes, principalmente no finale. Pena que não tiveram com a sonata de Beethoven o mesmo cuidado que prestaram à sonata de Brahms que abre a gravação, com a gravação mais equilibrada para uma leitura muito robusta em que, admitamos, Barbosa e Wiłkomirska estão bem mais em sua praia.

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Sonata para violino e piano no. 3 em Ré menor, Op. 108
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Un poco presto e con sentimento
4- Presto agitato

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para violino e piano no. 5 em Fá maior, Op. 24, “Primavera”
5 – Allegro
6 – Adagio molto espressivo
7 – Scherzo: Allegro molto
8 – Rondo: Allegro ma non troppo

Wanda Wiłkomirska, violino
Antonio Guedes Barbosa, piano
Lançado em LP pela Connoisseur Society (Estados Unidos) em 1975
Nunca lançado em CD
Jamais lançado no Brasil

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Antonio Guedes Barbosa, em imagem do acervo do precioso Instituto Piano Brasileiro, que segue com seu incansável trabalho de preservação e divulgação do legado impresso e fonográfico dos grandes nomes do piano no Brasil – como o próprio Antonio, que sempre é lembrado por lá como um dos maiores de todos nossos compatriotas. Clique na imagem e visite o site do Instituto, e também suas páginas nas redes sociais – o Facebook e o YouTube são especialmente ricos. Mais ainda: se puder, contribua com ele. É fácil, rápido e imensamente gratificante.

Vassily [revalidado em 17/1/2021]

Mozart (1756-1791): Le Nozze di Figaro – Carlo Maria Giulini

Mozart (1756-1791): Le Nozze di Figaro – Carlo Maria Giulini

Mozart – Le Nozze di Figaro

G. Taddei – A. Moffo – E. Wächter

E. Schwarzkopf – F. Cossoto

Philharmonia Orquestra

Carlo Maria Giulini

 

‘Até hoje não faço ideia de que falavam as duas senhorinhas italianas naquela canção. Prefiro imaginar que elas cantavam uma coisa tão bonita que não se pode colocar em palavras e até faz seu coração doer’. É assim que Red, personagem do clássico ‘Um Sonho de Liberdade’ (‘The Shawshank Redemption’), descreve o dueto cantado pela Contessa d’Almaviva e Susanna, personagens de uma das mais belas óperas de Mozart – Le Nozze di Figaro.

Eu adoro quando há este tipo de conexão de música com as outras mais mundanas artes. Foi assim que decidi por esta postagem, assistindo a um pedaço deste espetacular filme. Nosso estúdio de audição aqui no PQP Bach corp.  estava interditado para dedetização e precisei passar umas boas horas no lounge de nossa corporação, que tem uma TV com exibição contínua de filmes clássicos.

Andy e seu sidekick Red

É claro, ‘Um Sonho de Liberdade’ contem vários elementos que o tornam de certa forma atemporal, característica necessária para um clássico e você terá que descobrir tudo por si mesmo. Mas o personagem principal, Andy Dufresne, é um prisioneiro que não se submete ao sistema, não se ‘institucionaliza’. Em um de seus atos de rebeldia usa o sistema de comunicação da penitenciária para fazer soar em cada centímetro cúbico das instalações o dueto ‘Canzonetta sull’aria’, que dura perto de três minutos. Você poderá ver a cena aqui, se quiser. O custo da traquinagem não é pequeno, duas semanas na solitária. Andy explica aos camaradas depois do castigo – ‘O senhor Mozart me fez companhia’. É claro, não havia toca-discos na solitária. Segundo ele, a música estava em sua cabeça e em seu coração. E ele ainda acrescenta: ‘Esta é a beleza da música. Eles não podem tirá-la de você’.

Pois assim que pude voltar ao nosso estúdio de audição, comecei a ouvir minhas gravações de ‘As Bodas de Figaro’. Como a inspiração da postagem veio de filme clássico, vamos também de gravação clássica – elenco estelar, Orchestra Philharmonia regida por Carlo Maria Giulini, e tudo sob o olhar atento do lendário produtor Walter Legge, marido da prima-dona Elisabeth Schwarzkopf.

La Schwarzkopf

A ópera é a primeira da milagrosa colaboração de Mozart com o libretista Lorenzo Da Ponte. As outras são Don Giovanni (1787) e Così fan tutte (1790). O libreto de Da Ponte é um primor baseado na comédia de Pierre Beaumarchais, estreada em 1784. Esta peça é uma sequência de um sucesso anterior, ‘O Barbeiro de Sevilha’, que seria colocada em ópera posteriormente pelo grande Rossini.

Eberhard Wächter
Giuseppe Taddei

O enredo coloca dois casais no centro da peça, os nobres D’Almaviva e os simples mortais noivos Susanna e Figaro. É claro, o conde está de olho na noivinha e todos se reúnem em uma trama para desmascará-lo. Seria inimaginável pensar que a nobreza fosse colocada em tal mundana exposição poucos anos antes e isto faz da peça de Beaumarchais e da ópera de Mozart obras verdadeiramente inovadoras. Imagino o prazer que sentiu Wolfgang, que tanto insurgiu contra os mandos do Arcebispo Colloredo, ao escrever tão linda música.

Anna Moffo

A ópera é linda não só pelas suas árias, mas por seus muitos números em conjunto, como o já mencionado dueto. Além disso, os recitativos e a coesão do enredo, com suas inúmeras peripécias, são perfeitamente integrados num fluxo de prazer que vai da primeira nota da abertura até o número final.

Há uma pletora de personagens que só são menores comparados aos quatro principais, como o apaixonado Cherubino, Bartolo, Don Basilio, Barbarina e o jardineiro Antonio, todos com suas participações de destaque.

Você poderá encontrar mais informações sobre esta obra prima no artigo que também menciona a conexão com o filme neste link, inclusive algumas dicas sobre o enredo. Um artigo que fala como a música pode ser libertadora pode ser lido aqui.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Le Nozze di Figaro

Ópera Cômica em Quatro Atos com libreto de Lorenzo da Ponte
Figaro – Giuseppe Taddei, barítono
Susanna – Anna Moffo, soprano
Il Conte d’Almaviva – Eberhard Wächter, barítono
La Contessa d’Almaviva – Elisabeth Schwarzkopf, soprano
Cherubino – Fiorenza Cosstto, mezzo-soprano
Bartolo – Ivo Vinco, baixo
Marcellina – Dora Gatta, soprano
Don Basilio/Don Curzio – Renato Ercolani, tenor
Barbarina – Elisabetta Fusco, soprano
Antonio – Piero Cappuccilli, baixo

Philharmonia Orchestra e Coro

Carlo Maria Giulini

Gravação de 1959, no Kingsway Hall, Londres

Produção de Walter Legge

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FLAC | 609 MB

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MP3 | 320 KBPS | 352 MB

Apenas duas vezes o Conde D’Almaviva pronuncia o primeiro nome de sua ‘moglie’… Se você descobrir onde isto ocorre, mande uma mensagem e ganhará 25 downloads grátis de nossos discos mais queridos! (O libreto pode ser lido aqui.)

Aproveite esta ‘maraviglia’ de ópera! Mozart no que ele tem de melhor!

RD

Igor Stravinsky – The Rite of Spring, Concerto for two piano solos, etc. – Leif Ove Andsnes, Marc-André Hamelin

A obra prima de Stravinsky dispensa apresentações. A novidade aqui é esta fantástica versão para dois pianos, com arranjo do próprio compositor, que, segundo seus biógrafos, primeiro escrevia as peças para o piano e depois a transcrevia para a orquestra. O piano era seu principal instrumento de trabalho. Ah, creio que tanto o Concerto para dois piano solos quanto as outras obras estão estreando aqui no PQPBach.
Dois grandes pianistas da atualidade se encarregam de interpretá-las nesta gravação, Leif Ove Andsnes, norueguês, e o canadense Marc-André Hamelin, que conhecemos por suas incursões na obra de Haydn e de Mozart. Com certeza, dois dos maiores pianistas da atualidade, músicos experientes, pois esta empreitada é para poucos. O criterioso trabalho de produção do excelente selo Hyperion torna tudo ainda mais especial.
Sim, eu sinto falta do barulho da orquestra, dos efeitos especiais, daquele caos sonoro. Mas lembro os senhores que o arranjo é do próprio compositor. Ouçam com atenção, e depois podem fazer as devidas comparações com sua versão orquestral favorita. A ‘Sagração da Primavera’ é uma das maiores composições do século XX, e vale a pena conhecer todas as possibilidades de interpretação. Lembro de ter trazido para os senhores a impressionante transcrição que o músico de jazz Larry Coryell fez para violão com cordas de aço. Quando puder, reposto este CD.

01 The Rite of Spring – Part 1, Introduction
02 The Rite of Spring – Part 1, Augurs of Spring (Dances of the Young Girls)
03 The Rite of Spring – Part 1, Game of Abduction
04 The Rite of Spring – Part 1, Spring Rounds
05 The Rite of Spring – Part 1, Game of the Two Rival Tribes
06 The Rite of Spring – Part 1, Procession of the Oldest and Wisest One
07 The Rite of Spring – Part 1, The Kiss of the Earth
08 The Rite of Spring – Part 1, Dancing Out of the Earth
09 The Rite of Spring – Part 2, Introduction
10 The Rite of Spring – Part 2, Mystic Circle of the Young Girls
11 The Rite of Spring – Part 2, Glorification of the Chosen One
12 The Rite of Spring – Part 2, Evocation of the Ancestors
13 The Rite of Spring – Part 2, Ritual Action of the Ancestors
14 The Rite of Spring – Part 2, Sacrificial Dance
15 Concerto for Two Solo Pianos – Con moto
16 Concerto for Two Solo Pianos – Notturno. Adagietto
17 Concerto for Two Solo Pianos – Quattro variazioni
18 Concerto for Two Solo Pianos – Preludio e fuga
19 Madrid
20 Tango
21 Circus Polka

Leif Ove Andnes, Marc-André Hamelin – Pianos

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MP3 | 320 KBPS | 189 MB

Link renovado por RD em 27/11/2025

Aproveite!

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para violino e piano, Opp. 23 & 24 – Kavakos – Pace

Depois de muito piano, o violino tenta voltar a esta série – e, como foi e será para as sonatas que lhe escreveu o mestre de Bonn, aqui ele soará com o mais belo dos timbres da atualidade, o de Leonidas Kavakos.

Acompanhado pelo riminese Enrico Pace, o ateniense aqui nos oferece as sonatas Opp. 23 e 24, compostas simultaneamente e só não publicadas juntas porque, pelo que consta, um mundano problema com o PAPEL disponível na gráfica obrigou o editor a dá-las à prensa em separado. Ainda que se lhes destinasse um só número de Opus, elas, como gêmeas bivitelinas, não poderiam ser mais diferentes. Dispensarei comentários à Op. 24, já por demais conhecida, e talvez aquela entre as composições de Beethoven que mais mereça o título primaveril e apócrifo que lhe colocaram. Permitam-me, pois, direcionar o facho para a Op. 23, uma composição num ácido lá menor, muitas vezes obtusa, e que o grego – sempre atento ao detalhe – despacha até com garbo e brilho, e não só no maroto Andante scherzoso em maior. Muito bem recebida pelos contemporâneos de Beethoven, acho inexplicável – ou, talvez, só compreensível à luz da imensa popularidade de sua gêmea mais querida – que ela não seja tão apreciada em nossos dias, enquanto espero que essa tremenda leitura de Kavakos e Pace corrija essa injustiça.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata em Lá menor para violino e piano, Op. 23
Composta em 1800
Publicada em 1801
Dedicada ao conde Moritz von Fries

1 – Presto
2 – Andante scherzoso, più allegretto
3 – Allegro molto

Sonata em Fá maior para violino e piano, Op. 24, “Primavera”
Composta entre 1800-01
Publicada em 1801
Dedicada ao conde Moritz von Fries

4 – Allegro
5 – Adagio molto espressivo
6 – Scherzo: Allegro molto
7 – Rondo: Allegro ma non troppo

Leonidas Kavakos, violino
Enrico Pace, piano

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Como adoramos Kavakos e queremos muito ser amigos dele, vamos fazendo aquilo que só os bons amigos fazem – divulgar suas melhores fotos.

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Boccherini (1743-1805): Música de Câmara – Cuarteto Casals

Boccherini (1743-1805): Música de Câmara – Cuarteto Casals

Boccherini

La musica notturna delle strade di Madrid

Cuarteto Casals

Eckart Runge

Carles Trepat

 

O disfarce precisava ser perfeito. Fazer com que um navio de guerra fique parecido a um navio de pesca de baleia não é fácil, mas tudo funciona, afinal, estamos em um grande filme. A batalha segue sangrenta até que o Capitão Aubrey e a sua turma tomam o invencível Acheron. Mais tarde, festejando a vitória com Maturin, médico-cirurgião e cientista do navio, o capitão descobre que o filme ainda não acabou e deve seguir um pouquinho mais. Sim, estou sendo vago pois não sou de dar spoiler. Se bem que o filme, O Mestre dos Mares, é um clássico. E os heróis continuam sua comemoração tocando música, Aubrey ao violino e seu amigo Stephen Maturin, ao violoncelo. Foi aí que eu falei alto e todo mundo no cinema olhou para mim: Boccherini!!! A música serve a cena como uma luva na mão! Como é linda esta música.

O’Brien em seu disfarce de agente secreto…

O filme é imperdível, um clássico dirigido por Peter Weier em 2003 e a história é um resumo dos muitos livros escritos por Patrick O’Brian tendo a dupla de amigos Jack Aubrey e Stephen Maturin como principais personagens. Claro que os dois são também músicos. Pois se você ainda não viu o filme, não se faça de rogado e ande logo, pegue a pipoca e boa diversão. Eu sai do lounge do PQP Bach corp. em busca de uma boa versão da música daquelas cenas finais.

Foi assim que cheguei a este espetacular disco com peças de câmera de Luigi Boccherini. A peça mais conhecida deste compositor é um justamente famoso minueto e o quinteto que abre este disco e teve algumas de suas partes tocadas pelo Capitão Aubrey e seu amigo Stephen Maturin.

Boccerini nasceu na Itália, mas passou a maior parte de sua vida na Espanha, a serviço de nobres espanhóis. No quadro de Goya ele é retratado usando libré. Ele é contemporâneo de Haydn e Mozart e a sua música é melodiosa e tem grande influência da cultura espanhola. Seu instrumento mais proeminente é o violoncelo e ele deixou lindos concertos para este instrumento. Mas não o dispensem como compositor de algumas peças bonitinhas. Boccherini foi quem mostrou o caminho, se não estabelecendo a forma de quartetos de cordas, honra esta que cabe a Haydn, mas dando ao violoncelo seu papel de igual nesta formação, livrando-o definitivamente do ranço do baixo contínuo. Além disso, seus quintetos de cordas tinham formação diferente daquela usada por Mozart em seus quintetos, trocando a segunda viola pelo segundo violoncelo. Aliás, esta formação adotada por Boccherini é a que Schubert usou em seu Quinteto em dó maior, certamente uma obra maximal.

Luigi, segundo Goya…

A música de Boccherini foi acusada melodiosa e simples, com boas pitadas de nostalgia, mas devemos lembrar que ele viveu tempos de transição de estilos e foi submetido às intempéries criadas pelo que, na falta de palavra mais adequada, chamaremos destino. Para sobreviver, especialmente em seus últimos anos, teve que produzir peças que serviam aos gostos de editores de música, especialmente Pleyel (ah, Pleyel…), de Paris. Mas tudo agora é história e podemos escolher entre suas obras e ouvir e celebrar este original compositor.

A justamente famosa ‘La musica notturna delle strade di Madrid’ é quase um acidente. A vida na corte espanhola não era fácil, a intriga corria solta. O vilão era o violinista real, o italiano Brunetti (ah, Brunetti…). Luigi encontrou guarida servindo o infante espanhol, Don Luis, irmão do rei, Carlos III. Mas a vida não era, definitivamente, fácil.

Doña María Teresa de Vallabriga y Rozas, segundo Goya

O infante casou-se com María Teresa de Vallabriga y Rozas Español y Drummond, uma aristocrata aragonesa. Aristocrata, mas o casamento foi considerado morganático e o infante foi viver longe de Madrid, em Arenas de San Pedro, próximo a Ávila. Boccherini aí viveu servindo ao príncipe por nove (tranquilos) anos. Mas a saudades (ah, a saudade mata a gente…) batiam lá de vez em quando. Saudades, é claro, de Madrid e seus encantos. Assim foi que surgiu inspiração para o quinteto que Luigi chamou ‘La musica notturna delle strade di Madrid’ e quase não o publicou, um de seus maiores sucessos até hoje. Isto porque a teoria musical vigente era que música deveria ser nada além de ‘forma sonora em movimento’ (‘töned bewegten Formen’). Mas um editor, especialmente aquele que busca o vil metal, sabe farejar o que ‘o povo gosta’. E lá se foi o quinteto a encantar mais gentes além da pequena corte do infante, que certamente deve ter soltado longos suspiros ao ouvir a peça. Esta começa evocando os sinos anunciando a Ave Maria, segue por soar de tambores, pelo minueto dos cegos, que antes dos telejornais, tinham o papel de comentar os escândalos do dia, sempre cantando e tocando suas guitarras.

É por isso que nesta parte os violoncelistas devem colocar seus instrumentos sobre seus joelhões e tocá-lo como se fosse uma guitarra, bem como podemos ver na cena do filme. E o cortejo segue maravilhoso, chegando a passacalle dos cantores de rua – Los Manolos – a parte que eu desavergonhadamente mais gosto. Você poderá ler tudo como é o resto, pois Boccherini ele mesmo deixou claras instruções e está lá no livreto, junto com os arquivos do álbum.

Mas Luigi é cheio de surpresas, se você ainda não o conhece. O disco tem ainda um quinteto com uma guitarra cujo último movimento é um fandango! Veja o completo repertório do álbum.

Luigi Boccherini (1743 – 1805)

Quinteto de cordas em dó maior, G. 324, Op. 30, 6 ‘La musica notturna delle strade di Madrid’
  1. Il campane quando suonano l’Ave Maria; II. Il tamburo del quartier dei soldati; III. Minuetto dei ciechi
  2. Il rosário: Largo assai – Allegro
  3. ‘Los Manolos’, Modo di suono, e canto – VI. Allegro vivo
  4. Ritirata – Maestoso
Quinteto de cordas N. 6 em mi maior, G. 275, Op. 11, 5
  1. Amoroso
  2. Allegro con spirito
  3. Minuetto – Trio
  4. Andante
Quarteto de cordas em sol menor, G. 205, Op. 32, 5
  1. Allegro comodo
  2. Andantino
  3. Menuetto con moto – Trio
  4. Allegro giusto
Quinteto com guitarra N. 6 em ré maior, G. 448
  1. Pastorale
  2. Allegro majestoso
  3. Grave assai – IV. Fandango

Cuarteto Casals

Abel Tomàs Realp, violino
Vera Martínez Mehner, violino
Jonathan Brown, viola
Arnau Tomàs Realp, violoncelo

Eckart Runge, violoncelo

Charles Trepat, guitarra

Com Daniel Tummes, castanholas

Produção: Martin Sauer

Gravado em abril de 2010 no Teldex Studio, Berlim

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FLAC | 366 MB

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MP3 | 320 KBPS | 182 MB

Boccherini saiu muito jovem de Lucca, sua cidade natal, e viveu em vários grandes centros musicais, como Roma e Paris, antes de mudar-se para a Espanha. Em uma certa fase de sua vida, juntamente com Filippo Manfredi, Pietro Nardini e Giuseppe Cambini, formaram o primeiro quarteto para apresentações regulares de que se tem notícia. Bem na tradição quarteto italiano. Os membros do quarteto estão neste quadro retratando a corte do infante, pelo espetacular Goya, que também aparece no quadro.

Mas tudo isto são histórias, não deixe de baixar o disco e ouvir tudo, que foi muito bem gravado. Aproveite!

René Denon

Pergolesi: Stabat Mater – Sandrine Piau • Christopher Lowrey • Les Talens Lyriques, Christophe Rousset

Pergolesi: Stabat Mater – Sandrine Piau • Christopher Lowrey • Les Talens Lyriques, Christophe Rousset


Pergolesi: Stabat Mater

Sandrine Piau, Christopher Lowrey

Les Talens Lyriques, Christophe Rousset

2020

 

Volto a postar em grande estilo: Sandrine Piau embalada pelos Les Talens Lyriques! Excelente CD que ressalta a evidente cumplicidade de Sandrine com Les Talens Lyriques. C’est fantastique !

Parceiros de longa data, Sandrine Piau e Christophe Rousset têm interpretado com frequência o Stabat Mater, uma obra emblemática do repertório napolitano do século XVIII, tanto juntos quanto com outros músicos. Foi, portanto, um passo natural para eles gravar esta obra-prima suprema da música sacra. Eles se juntam aqui por um parente recém-chegado a Les Talens Lyriques, que também se tornou um parceiro regular do grupo, o contratenor americano Christopher Lowrey (já ouvido em um disco Alpha dedicado a Monteverdi, Alpha 216).

O programa é completado por um Beatus vir de Leonardo Leo (1694-1744), cantado por Sandrine Piau, e um Salve Regina para alto de Nicola Porpora (1686-1768), duas obras totalmente desconhecidas de dois compositores que, no entanto, eram muito famosos na época – Porpora, por exemplo, era o professor de canto de Farinelli e mentor do jovem Haydn.

Christophe Rousset encontra nessa música ‘uma expressão de piedade muito mediterrânea e com muito sabor, na qual a pessoa passa das lágrimas ao riso rapidamente’. Sandrine Piau vê em Leo “uma elegância de estilo, uma certa distância na tristeza”. (extraído da internet)

Giovanni Battista Pergolesi (Itália 1710 – 1736)
01. Stabat Mater in F Minor, P. 77: I. Stabat Mater dolorosa
02. Stabat Mater in F Minor, P. 77: II. Cujus animam gementem
03. Stabat Mater in F Minor, P. 77: III. O quam tristis et dolebat
04. Stabat Mater in F Minor, P. 77: IV. Quae moerebat et dolebat
05. Stabat Mater in F Minor, P. 77: V. Quis est homo qui non fleret
06. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VI. Vidit suum dulcem natum
07. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VII. Eia Mater fons amoris
08. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VIII. Fac ut ardeat cor meum
09. Stabat Mater in F Minor, P. 77: IX. Sancta Mater istud agas
10. Stabat Mater in F Minor, P. 77: X. Fac ut portem Christi mortem
11. Stabat Mater in F Minor, P. 77: XI. Inflammatus et accensus
12. Stabat Mater in F Minor, P. 77: XII. Quando corpus morietur

Nicola Porpora (Itália, 1686-1768)
13. Salve Regina in G Major: I. Salve Regina
14. Salve Regina in G Major: II. Ad te clamamus
15. Salve Regina in G Major: III. Ad te suspiramus
16. Salve Regina in G Major: IV.Eia ergo
17. Salve Regina in G Major: V. Et Jesum
18. Salve Regina in G Major: VI. O clemens

Leonardo Ortensio Salvatore de Leo (Itália, 1694 – 1744)
19. Beatus vir qui timet in F Major: I. Beatus vir
20. Beatus vir qui timet in F Major: II. Exortum est
21. Beatus vir qui timet in F Major: III. Misericors
22. Beatus vir qui timet in F Major: IV. Iucundus homo
23. Beatus vir qui timet in F Major: V. Dispersit
24. Beatus vir qui timet in F Major: VI. Gloria
25. Beatus vir qui timet in F Major: VII. Sicut era

Pergolesi: Stabat Mater – 2020
Les Talens Lyriques, Christophe Rousset
Sandrine Piau & Christopher Lowrey

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Saudades de minha pombinha!

 

 

 

 

 

 

 

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

 

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para piano Opp. 22, 31 no. 3 & 101 – Hewitt

Uma ilustre quase desconhecida, exceto aos mais atentos ludovicômanos, a sonata Op. 22 é muito bonita e elegantemente acabada, sem as explosões de temperamento a que Beethoven nos acostumara em tantas sonatas anteriores. Os temas são muito bem desenvolvidos e lindamente ornamentados, e não somente no movimento lento, que, noutra praxe do mestre, é o coração da obra.

A intérprete, Angela Hewitt, confessou que às vezes olha de soslaio para o público sempre que inicia a Op. 22, e invariavelmente encontra olhares em branco. Lamentável, pois trata-se duma peça que merece ser mais conhecida, nem que fosse pelo fato do próprio Beethoven, notoriamente reticente acerca de seu taco, não só a ter intitulado “Grande” (como fizera com a Op. 7) como também tê-la apresentado ao seu editor com um mui assertivo “essa sonata é uma obra extraordinária”.

Apreciando-a no seu contexto, da transição entre as sonatas do início da carreira e aquele grupo robusto das sonatas dos Opp. 26-28, eu tendo a concordar com o mestre. Quanto aos que a tentam vincular às supracitadas, eu tenho minhas ressalvas, uma vez que me a Op. 22 me soa muito mais afim às três sonatas dedicadas a Haydn do que a qualquer outra de suas comparativamente radicais irmãs mais velhas.

Completam a gravação uma vigorosa leitura sonata Op. 31 no. 3 e uma de minhas favoritas entre todas as gravações da extraordinária Op. 101, em que Hewitt usa toda sua experiência com Bach para iluminar o rico contraponto do movimento final – e ambas, claro, serão abordadas em postagens posteriores nesta série.

Ludwig van BEETHOVEN
 (1770-1827)

Grande Sonata para piano em Si bemol maior, Op. 22
Composta em 1800
Publicada em 1802
Dedicada ao conde Johann Georg von Browne

1 – Allegro con brio
2 – Adagio con molta espressione
3 – Menuetto
4 – Rondo: Allegretto

Das Três sonatas para piano, Op. 31:
No. 3 em Mi bemol maior
Composta em 1802
Publicada em 1804

5 – Allegro
6 – Scherzo. Allegretto vivace
7 – Menuetto. Moderato e grazioso
8 – Presto con fuoco

Sonata para piano em Lá maior, Op. 101
Composta em 1816
Publicada em 1817
Dedicada à baronesa Dorothea Ertmann

9 – Etwas lebhaft, und mit der innigsten Empfindung
10 – Lebhaft, marschmäßig
11 – Langsam und sehnsuchtsvoll
12 – Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit

Angela Hewitt, piano

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“Aff, esses bocas-moles que não conhecem a Op. 22!”
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Bach (1685-1750): Música para Alaúde – Stephan Schmidt

Bach (1685-1750): Música para Alaúde – Stephan Schmidt

J. S. Bach

Música para Alaúde

Stephan Schmidt

 

Confesso nunca ter tido muito entusiasmo com a ‘música para alaúde’ de Bach. Esta é uma área um pouco difusa, quero dizer no que concerne ao uso do instrumento adequado para o qual a música foi composta. Mais uma vez, transcrições e adaptações. O fato é que as gravações que ouvi destas peças nunca realmente me entusiasmaram. Mesmo nas mãos dos mais eminentes instrumentistas, tais como Julian Bream ou John Williams. O que chegou mais perto foi Eduardo Fernandez e ouvi muito falar de Paul Galbraith, mas alas, nossos caminhos ainda não se cruzaram. Você deve estar estranhando, pois tenho falado em música para alaúde, mas o pessoal que estou mencionando toca o que nestas mal traçadas vamos chamar de guitarra. É verdade que o Bream também toca alaúde. Nem estou pensando na turma mais ‘vegana’, que toca alaúde mesmo, como os afamados Hopkinson Smith, Jakob Lindberg, Paul O’Dette e Nigel North. Estes só visito quando o assunto é Dowland.

Nossas imagens são apenas ilustrativas…

Pois então, a relutância toda foi embora assim que deitei ouvidos neste álbum espetacular. Stephan Schmidt toca aqui o conjunto de peças aglomeradas sob o rótulo ‘Música para Alaúde’, usando uma guitarra de dez (10!) cordas. O ponto de exclamação é só ponto de exclamação. Se fosse fatorial não haveria dedos neste mundo para tocar tantas cordas…

O crítico da revista Gramaphone que assinou a resenha deste álbum explica: ‘A típica guitarra de seis cordas (normalmente usada para este repertório) é um instrumento barítono, mas seu registro mais baixo não tem extensão suficiente para evitar a necessidade de ajustes. Guitarras com maior número de cordas (acrescentadas na região do baixo) têm sido usadas ultimamente. Agora Schmidt usando uma guitarra de dez cordas estabelece uma nova referência com este magnífico álbum’. Realmente, é necessário ouvir para crer.

S. L. Weiss

O repertório que se considera música para alaúde de Bach se agrupa sob a classificação de BWV 995 até BWV 1000, mais a Suíte BWV 1006a e a maioria destas obras estão relacionadas com a música escrita para violino ou violoncelo solo. O fato é que Bach conheceu e conviveu com grandes alaudistas, apesar de que em seus dias, o instrumento já estava caindo em desuso. O mais famoso e prolífico deles foi Silvius Leopold Weiss, praticamente de mesma idade de Bach. Eles teriam se conhecido através de Wilhelm Friedmann, o filho mais velho de Bach. Outros dois compositores e alaudistas desta época são Johann Kropfgang e Ernest Gottlieb Baron. Além destes compositores, Bach teve dois alunos que dominavam o alaúde (e tudo indica que o próprio Bach sabia como fazer soar a tal coisa, desde que esta estivesse afinada). Estes alunos eram Rudolf Straube e Johann Ludwig Krebs. Bach tinha Krebs em alta estima. Como era chegado a um trocadilho, Bach dizia que Johann era o único caranguejo (Krebs) em seu ribeirão (Bach). Eu sei que é difícil acreditar, mas todo mundo naquela época morria de rir sempre que ele dizia isto. Vocês sabem, humor depende da época e da cultura…

Krebs achando o máximo as brincadeiras com seu sobrenome…

O que temos aqui? Bom, muita música excelente. O disco começa com a Suíte em mi maior, BWV 1006a, que como a numeração já indica, é uma adaptação da Partita para Violino em mi maior, BWV 1006. Esta foi fácil. Depois a Suíte em dó menor, BWV 997 e a Suíte em mi bemol maior, BWV 998 – que tem apenas três movimentos: prelúdio, fuga e allegro.

Chegamos então ao que eu considero a parte mais bonita do álbum, a Suíte em sol menor, BWV 995 – a peça que mais se beneficia das extras cordas da guitarra, pois esta é uma adaptação da Suíte para Violoncelo em dó menor, BWV 1011.

Ah, ia quase me esquecendo, tem mais uma Suíte em mi menor, BWV 996. A principal fonte desta peça é uma cópia feita por Johann Gottfried Walther e que foi encontrada em uma coleção de manuscritos pertencente a Johann Ludwig Krebs, depois de sua morte. Walther era um primo de Bach e a sua letra deixa dúvida sobre o instrumento para o qual a peça foi escrita. No título lê-se o que poderia ser aufs Lauten Werck ou Lautenwerck.

Para arrematar, fechando o cortejo, temos duas peças avulsas, uma fuga e um prelúdio.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Suíte para alaúde em mi maior, BWV 1006a

  1. Preludio
  2. Loure
  3. Gavotte em rondeau
  4. Menuet I – II
  5. Bourre
  6. Gigue

Partita para alaúde em dó menor, BWV 997

  1. Preludio
  2. Fugue
  3. Sarabande
  4. Gigue
  5. Double

Prelúdio, Fuga e Allegro para alaúde em mi bemol maior, BWV 998

  1. Preludio
  2. Fugue
  3. Allegro

Suíte para alaúde em sol menor, BWV 995

  1. Preludio
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavotte I – II – Rondeau
  6. Gigue

Suíte para alaúde em mi menor, BWV 996

  1. Preludio
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourree
  6. Gigue

Fuga para alaúde em sol meno, BWV 996

  1. Fugue

Prelúdio para alaúde em sol menor, BWV 1000

  1. Preludio

Stephan Schmidt, guitarra de dez cordas

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MP3 | 320 KBPS | 235 MB

Stephan Schmidt e sua viola de dez cordas…

Se você não tiver muito tempo, ouça pelo menos a suíte em sol menor, BWV 995. Mas, se tiver menos tempo ainda, pode avaliar o todo pelas duas lindas peças que fecham o álbum – uma Fuga em sol menor, BWV 1000 e o lindíssimo Prelúdio em dó menor, BWV 999. Se seu coração não se derreter, então…

René Denon

Ferramentas em uma luteria…

Franz Liszt (1811-1886) – Orchesterwerke – Werk für Klavier & Orchester – CD 7 de 7 – Kurt Masur, Michel Béroff, Gewandhausorchester Leipzig

A magistral ‘Totendanz” encerra essa série dedicada a Franz Liszt com chave de ouro, com uma interpretação segura e extremamente virtuosística de Michel Béroff.
Além dessa obra, o CD traz outras transcrições de Liszt, baseadas ou em sua própria obra, ou então de Beethoven e de Berlioz. Aliás, dentro desta série dedicada a este compositor, pretendo repostar as incríveis transcrições para piano das sinfonias de Beethoven.
Fico entre cético e maravilhado com a capacidade criativa deste compositor único. Venerado por muitos, provavelmente o maior pianista do século XIX, segundo relatos, dedicou sua vida a explorar todas as possibilidades do instrumento. Como comentei anteriormente, existe uma coleção do selo inglês Hyperion, que tem 99 CDs com sua obra pianística! É algo impressionante. Talvez apenas C.P.E. Bach tenha se dedicado tanto a este instrumento anteriormente.
Vamos então encerrar mais uma coleção?

01. Fantasie uber ungarische Volksmelodien
02. Fantasie uber Motiven aus Beethovens Ruinen von Athen
03. Grande Fantaisie symphonique uber Themen aus Berlioz’s Lelio
04. Malediction
05. Totentanz

Michel Béroff – Piano
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur – Conductor

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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia no. 1 em Dó maior, Op. 21 – Chailly – Furtwängler – Gardiner – Haitink – Huggett – Jansons – Karajan – Rattle – Reiner – Solti – Toscanini – Wand

Retorno após breve hiato, e não sem despertar questionamentos sobre se eu tomara chá de sumiço, ou se faria um prolongado retiro no Hades no feitio daquele que fez as senhoras e senhores terem um refresco de mim por quase quatro anos. Agradeço a preocupação e, talvez decepcionando aqueles que esperavam postais do Hades, esclareço que estava em férias em lugar bem distante e numa cicloviagem um pouco exigente demais para meus jamones, de tal maneira que, ao encerrar cada dia, quase nada restava de meus miolos, fritos pelo sol do trópico de Câncer, além duma pasta molenga e pouco apropriada a escrever sobre Beethoven.

Confesso, entretanto, que houve outro motivo, que me deixou talvez tão hesitante quanto ficou Beethoven em estrear sua primeira sinfonia: eu não tinha A MENOR IDEIA de como abordar uma postagem sobre uma sinfonia de Beethoven, fosse esta ou qualquer outra, na integral que lhes prometemos ao longo deste ano da Peste e do #BTHVN250.

Explico:

Tomemos como exemplo as trinta e duas sonatas para piano: há várias integrais, muitas das quais já publicadas neste blogue, e também sonatas gravadas em pequenos lotes, ou integrais inacabadas (os “torsos de integrais”, nas palavras do querido René Denon). Ainda que muitos pianistas as incluam avulsamente em seus recitais e gravações, são relativamente poucos os que se dedicam a tocar ou gravar o conjunto completo, certamente porque seu escopo – tanto de duração quanto de exigências técnicas e expressivas – é grande demais para caber num punhado de discos e ou de apresentações. Assim, e dentro da proposta de lhes trazer nesta série somente gravações inéditas no PQP Bach, não tive dificuldades de achar muito material, e abundante, para contemplar as sonatas para piano nesta celebração do BTHVN250.

As sinfonias são um caso muito diferente. Todo regente que se preza deseja registrar o seu ciclo completo, o que leva a uma abundância discográfica das nove meninas. Mais que isso, há encarniçadas e provavelmente insolúveis discussões sobre qual a melhor gravação do ciclo, muito mais do que as trinta e duas sonatas sonhariam em suscitar. Adicionando a este bolo de discórdia algumas camadas extras de complicação, menciono as várias edições das sinfonias, que tentam destrinchar as muitas correções que Beethoven – sempre o autocrítico implacável e procrastinador desorganizado – lhes incorporou ainda em vida, e via de regra com caligrafia medonha, e as incontáveis vertentes de tradição interpretativa que incidem sobre essas obras essenciais. A todas as camadas do bolo, enfim, somo a minha cobertura: eu gosto demais de vários ciclos, mas nunca algum deles me satisfez completamente, de maneira que qualquer escolha minha para oferecer-lhes seria, de antemão, insatisfatória.

A solução a que cheguei certamente não agradará a todos, e com ainda mais certeza revoltará aqueles que apreciam o cuidadoso rabalho de curadoria. Ainda assim, aqui vai ela: em vez de um ciclo, oferecer-lhes-ei doze, gravados em diferentes épocas, por renomados regentes imbuídos de diversas tradições interpretativas.

Pensei inicialmente em publicar um ciclo antigo, outro contemporâneo, e mais outro em instrumentos originais. Entre os antigos, Wilhelm Furtwängler esteve desde sempre firme em meus planos, e não demorou que eu me perguntasse se não valeria a pena também incluir o ciclo de seu contemporâneo Arturo Toscanini, outro virtuose da batuta, ao qual era inevitavelmente comparado, obra a obra. Falar deles lembrou-me do venerando Günter Wand que, perguntado se regeria a Nona Sinfonia como Furtwängler ou como Toscanini, respondeu nos rins: “como Beethoven”. Heribert von Karajan (sim, Heribert: googleiem para conferir) não estava em meus planos, mas inevitavelmente perguntariam – quiçá brandindo-me ancinhos e tochas – sobre ele. Em reconhecimento à sua enorme importância para a indústria discográfica, que incluiu vários registros completos do ciclo, praticamente uma a cada grande revolução nas técnicas de gravação (e também, claro, porque aqueles Porsches todos não saíam de graça), resolvi incluir aquele que considero o melhor, feito nos anos 60 com seus inseparáveis Berliners. Lembrei também dos brilhantes magiares que levaram as orquestras dos Estados Unidos a seus pináculos e incluí integrais de Fritz Reiner e Georg Solti, e que jamais – nunca, em hipótese alguma – deveria esquecer do maior regente vivo, Bernard Haitink, e de sua inseparável orquestra do Concertgebouw. Tampouco deixaria de lado duas gravações recentes das quais muito gosto – a de Riccardo Chailly com a orquestra do Gewandhaus de Leipzig, talvez o conjunto que responda mais instintivamente ao seu regente entre todas em atividade, e aquela de Simon Rattle, praticamente na saideira de sua era como diretor dos Berliners. Na turma da interpretação historicamente informada, nunca tive dúvidas de que o excelente ciclo de John Eliot Gardiner estaria neste rol, e achei por bem oferecer também uma outra integral menos conhecida e bastante estimulante, a da Hanover Band dirigida alternadamente por Roy Goodman e Monica Huggett. Por fim, e já aflito porque as doze poderiam facilmente chegar a vinte, lembrei que o patrão PQP Bach tinha botado tudo para quebrar ao postar a  m a r a v i l h o s a integral de Andris Nelsons com a Wiener Philarmoniker, a melhor gravação do ciclo nos últimos anos, e aí me dei conta de que outro letão, o imenso Mariss Jansons, recentemente desaparecido, também tinha deixado sua série, que aqui está numa sentida homenagem ao suave mestre.

Contaram doze? Pois bem, aqui vão elas. Claro que, por ter ouvido todas, adoraria para comentá-las uma a uma, e mesmo compará-las. Nossa travessia beethoveniana, entretanto, é ainda muito longa, e o tempo de que disponho, bastante curto. Prometo-lhes que, depois de 17 de dezembro, quando a série estiver completa, voltarei às postagens das sinfonias para, quem sabe, transformá-las em guias de gravações comparadas tão bom quanto aqueles que o colega Das Chucruten já publicou, inclusive da Pastoral. Por ora, escolham as que mais apetecerem, comparem-nas, e deixem-me saber o que pensaram delas nos comentários.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sinfonia no. 1 em Dó maior, Op. 21
Composta entre 1795-1800
Publicada em 1801
Dedicada ao barão Gottfried van Zwieten

1 – Adagio molto – Allegro con brio
2 – Andante cantabile con moto
3 – Menuetto: Allegro molto e vivace
4 – Adagio – Allegro molto e vivace

Wiener Philarmoniker
Wilhelm Furtwängler
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NBC Symphony Orchestra
Arturo Toscanini
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Chicago Symphony Orchestra
Fritz Reiner
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Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
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Chicago Symphony Orchestra
Sir Georg Solti
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Sinfonieorchester des Norddeutschen Rundfunks
Günter Wand
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Koninklijk Concertgebouworkest
Bernard Haitink
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The Hanover Band
Monica Huggett
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Orchestre Révolutionnaire et Romantique
John Eliot Gardiner
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Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons
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Gewandhausorchester Leipzig
Riccardo Chailly
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Berliner Philharmoniker
Sir Simon Rattle
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Ah – quase me esqueci de comentar a obra. Gestada ao longo de cinco anos, e certamente com muita preocupação por conta da sombra esmagadora das sinfonias de Mozart e Haydn (que ainda vivia), a Primeira é calcada firmemente nos modelos dos mestres mais velhos, com toques claramente beethovenianos como o uso dos sopros, frequentemente formando corais independentes das cordas, e os repetidos sforzandi. Há alguns truques interessantes, como o de “esconder” a tonalidade no movimento inicial, em vez de começar com uma afirmação estrondosa da mesma (como aqueles dois portentosos acordes que abrem a Eroica), embora não houvesse audácias tonais capazes de chocar o mui conservador público do Burgtheater, no qual “Le Nozze de Figaro” e “Così fan tutte” tinham vindo à luz e onde Beethoven estrearia várias de suas obras mais importantes. Meu movimento favorito é o faceiríssimo Menuetto, que é um scherzo em tudo, menos no título. O finale, que começa com uma escala marota que se desenrola lentamente, mantém a mesma verve do minueto e leva a uma conclusão muito efusiva uma obra que, se não se pode chamar de revolucionária, certamente mostrou a Viena que a voz do renano era diferente de todas outras.

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

 

Rachmaninov (1873-1943): Concertos para Piano Nos. 3 e 4 – Leif Ove Andsnes – 2 de 2

Rachmaninov (1873-1943): Concertos para Piano Nos. 3 e 4 – Leif Ove Andsnes – 2 de 2

Sergei Rachmaninov

Concertos para Piano Nos. 3 e 4

Leif Ove Andsnes, piano

London Symphony Orchestra

Antonio Pappano

 

Fazendo palavras cruzadas…

Na outra postagem mencionei como dramaticamente mudou a situação social e política do mundo durante a vida de Rachmaninov. A partir de 1918 ele passou a viver nos Estados Unidos e esta mudança demandou que o compositor desse lugar ao intérprete. Ele já tinha composto três concertos para piano, comporia apenas mais seis obras de vulto.

Local da composição co RACH#3

O RACH #3 foi composto em 1910, ainda na mãe Rússia, durante sua estadia na idílica Ivanovka. Quem não comporia tão inspirado concerto em um lugar lindo como este? O Quarto Concerto é de 1926, mas passou por várias modificações.

Entre estas seis últimas obras, vale mencionar as (famosas) Variações  sobre um tema de Paganini, de 1934. Esta peça foi composta durante as férias de verão (do hemisfério norte), passadas na Suíça.

Rachmaninov era fisicamente muito alto e tinha mãos imensas. Certamente passava muito tempo ao piano e a carga de concertos e viagens custaram caro. O final de sua vida foi extenuante e buscando clima mais ameno a família mudou-se para Beverly Hills, na California. Morava próximo a Horowitz, que o visitava com frequência. Tocavam duetos…

As circunstâncias da vida devidamente influenciaram suas composições, que além de legiões de admiradores também atraíram ácidas críticas.

Camisa usada enquanto escrevia estas mal traçadas…

Em 1954, um famoso dicionário de música e músicos disse que sua música era ‘de textura monótona … consistindo principalmente de melodias artificiais e exageradas’, predizendo que seu sucesso seria efêmero. Para contrabalancear tal afirmação, Harold C. Schonberg escreveu em um de seus livros dizendo: “Esta é a mais ultrajante, esnobe e mesmo estúpida afirmação a ser encontrada em um trabalho que deveria ser uma referência objetiva”.

No entanto, o que importa é a música e isto temos de sobra no disco desta postagem. É claro, RACH #3 ofusca o irmão caçula, mas o mesmo tem muito a oferecer. Acredito que os concertos de Rachmaninov são mais vulneráveis a uma interpretação apenas mediana do que concertos de outros compositores (talvez por ele ter sido tão excelente intérprete). As gravações de Martha Argerich (ao vivo, acompanhada da Orquestra da Rádio de Berlim, regida por Riccardo Chailly) do RACH #3 e de Arturo Benedetti Michelangeli (acompanhado da Philharmonia Orchestra, regida por Ettore Gracis, em dobradinha com o Concerto em sol maior, de Ravel) do Quarto Concerto muito fizeram pela reputação destes concertos. Talvez a gravação de Arturo Benedetti Mochelangeli, do Quarto Concerto, tenha sido ainda mais importante, pois o RACH #3 tinha Horowitz e vários outros grandes intérpretes, incluindo (é claro) o próprio compositor.

Sergei Rachamninov (1873 – 1943)

Concerto para Piano No. 3 em ré menor, Op. 30

  1. Allegro ma non tanto
  2. Intermezzo (Adagio)
  3. Finale

Concerto para Piano No. 4 em sol menor, Op. 40

  1. Allegro vivace (alla breve)
  2. Largo
  3. Allegro vivace

Leif Ove Andsnes, piano

London Symphony Orchestra

Antonio Pappano

Gravações de 2009/2010, Abbey Road Studio 1, Londres

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MP3 | 320 KBPS | 175 MB

Leif contando para a turma do PQP Bach tudo sobre sua última pescaria nos fiordes noruegueses

Na minha opinião, um andamento fluente desde as primeiras notas é a chave para o sucesso da interpretação de concertos onde bravado e pirotecnia abundam. Isto não faltará a estas gravações. Digam-me vocês, depois…

René Denon

Valentin Silvestrov (1937): Fleeting Melodies (2008)

Valentin Silvestrov (1937): Fleeting Melodies (2008)

Busquei este CD num site russo. Continha um recado: rare digipack edition, out of print. Publisher: Rostok Records. Year: 2008. Mais recados:

… Um grande ciclo, composto por sete obras, que são executadas sem interrupção – como um texto longo. Neste trabalho, há certa analogia com o ciclo de Bach “A Arte da Fuga “. Na obra de Bach a ideia é didática. Aqui, eu poderia ter chamado meu ciclo de “A Arte da Melodia”, mas falta didática a meu ciclo, então pensei em chamá-lo de “Fleeting Melodies” ou “Melodias Passageiras”. São melodias que só existem na fronteira entre o seu aparecimento e desaparecimento…

Valentin Silvestrov

E tem razão. A música de Silvestrov canta — com ou sem componente vocal. “Ao ouvir, esta música deve soar leve e clara, distante”. A música de Silvestrov é delicada mas nada fácil de ignorar. É um sussurro muito instigante e contemporâneo. Os artistas deste disco — Bohdana Pivnenko (violino) e Valeriy Matiukhin (piano) — mostram grande compreensão do trabalho do compositor. Suas interpretações não poderias ser perfeitas e simples. E nem melhores.

A primeira e a última peça do CD são esplêndidas melodias. E as outras não são nada esquecíveis.

Valentin Silvestrov: Fleeting Melodies (2008)

1-5. Five pieces for Gidon Kremer
6-8. Three pieces for Anatoliy Bazhenov
9-11. Three pieces (2005) for Helle Mustonen
12-14. Fleeting Melodies for Olga Rexrot
15-16. Two Elegies to Eduard Edelchuk
17-19. In memory of Pyotr Tchaikovsky
20-22. Song without words to Bohdana Pivnenko

Bohdana Pivnenko, violin
Valeriy Matiukhin, piano

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O próprio Silvestrov

PQP

Franz Liszt (1811-1886) – Orchesterwerke – Werk für Klavier & Orchester – CD 6 de 7 – Kurt Masur, Michel Béroff, Gewandhausorchester Leipzig

Então encerramos esta coleção dedicada a Franz Liszt com as obras orquestrais, Poemas Sinfônicos e as duas Sinfonias. Nos dois últimos CDs traremos a obra composta para Piano e Orquestra. Antes que perguntem, as Rapsódias Hungaras já estão programadas, tanto a versão para piano quanto a versão para orquestra, mas com outra orquestra e outro maestro.

Liszt compôs apenas dois concertos para piano e orquestra, o que é interessante, considerando a monumental obra pianística do compositor. O pianista inglês Leslie Howard, associado ao selo inglês Hyperion, lançou 99 Cds com o que seria toda essa obra. Nosso colega Ammiratore tem esta coleção, e dise que quem sabe um dia, talvez, traga para os senhores. Eu diria que seria um projeto de aposentadoria do colega, pois atualmente ele se encontra totalmente atarefado com outros compromissos. Mas vamos aos Concertos.

O Concerto nº 1 tem meros 20  minutos de duração, mas é muito intenso e conciso, com temas bem desenvolvidos pelo solista e pela orquestra. Os rascunhos iniciais datam de 1830, porém ele só completou a obra em 1849, fez alguns ajustes em 1853 e finalmente a estreou em 1855, atuando como solista e tendo seu amigo Berlioz como regente. Bártok a descreveu como “a primeira realização perfeita da forma de sonata cíclica, com temas comuns sendo tratados com base no princípio da variação “.  Adoro o tema do Segundo Movimento, um “Quasi adagio” o considero uma das mais belas passagens da história da música. E que bela transição para o terceiro movimento, um “Alegretto vivace” !!! O Concerto termina em um Allegro marziale animato, onde alguns temas anteriores são repetidos com variações, até seu final. Um belíssimo concerto, sem dúvidas.

No Segundo Concerto Liszt nos traz novas idéias e possibilidades, e novamente dá muito trabalho ao solista, em uma obra que praticamente não tem intervalo entre seus seis movimentos. Aliás, nos rascunhos, o compositor dizia que se tratava de um “Concerto Sinfônico”. ele intercala movimentos lentos, líricos, delicados, para depois se tornar uma explosão de virtuosismo e técnica.  O grande pianista Alfred Brendel assim analisa a obra de Franz Liszt:

“Há algo fragmentário no trabalho de Liszt; seu argumento musical, talvez por sua natureza, muitas vezes não é levado a uma conclusão. Mas o fragmento não é a forma mais pura e legítima de romantismo? Quando a utopia se tornar o objetivo principal, quando for feita uma tentativa de conter o ilimitado, o formulário deverá permanecer “aberto” para que o ilimitado possa entrar. Cabe ao intérprete nos mostrar como uma pausa geral pode se conectar ao invés de separar dois parágrafos, como uma transição pode transformar misteriosamente o argumento musical. Esta é uma arte mágica. Por algum processo incompreensível para o intelecto, a unidade orgânica se estabelece, a “forma aberta” chega a suas conclusões no infinito.”

Os senhores conhecem a magnífica obra de Franz Schubert intitulada “Wanderer Fantasy”? Já a trouxemos aqui algumas vezes. Pois o inquieto Liszt transcreveu a obra para Piano e Orquestra. O resultado? Bem, os senhores julgam. Até adquirir esta coleção eu não fazia idéia que existisse tal obra.Outra novidade para mim foi outra transcrição, desta vez baseada na obra Carl Maria von Weber, a ‘Polonaise Brillante’.

Todos os grandes pianistas mais cedo ou mais tarde precisam encarar estes dois petardos. Os primeiros nomes que me vem a mente são os de Kristian Zimerman, que me apresentou estas obras há uns trinta anos, ao lado de Seiji Ozawa, Alfred Brendel, com certeza, na histórica gravação ao lado de Bernard Haitink frente a Filarmônica de Londres, Sviatoslav Richter com Kiril Kondrashin com a Sinfônica de Londres, Claudio Arrau com Colin Davis também frente a Sinfônica de Londres, e muitos outros. Algumas destas gravações já apareceram por aqui, mas não creio que ainda tenham seus links ativos.

Michel Béroff é um eximio pianista, com uma técnica apuradíssima e que não se deixa cair nas armadilhas destas obras, que são muitas. E conta com a cumplicidade de uma das principais orquestras alemãs, a do Gewandhaus de Leipzig, nos áureos tempos de Kurt Masur.

01. Piano Concerto No.1 in E flat major – I. Allegro maestoso
02. Piano Concerto No.1 in E flat major – II. Quasi adagio
03. Piano Concerto No.1 in E flat major – III. Allegretto vivace
04. Piano Concerto No.1 in E flat major – IV. Allegro marziale animato
05. Piano Concerto No.2 in A major – I. Adagio sostenuto assai
06. Piano Concerto No.2 in A major – II. Allegro agitato assai
07. Piano Concerto No.2 in A major – III. Allegro moderato
08. Piano Concerto No.2 in A major – IV. Allegro deciso
09. Piano Concerto No.2 in A major – V. Marziale un poco meno allegro
10. Piano Concerto No.2 in A major – VI. Allegro animato
11. Schubert. Wanderer Fantasy
12. Weber. Polonaise brillante

Michel Béroff – Piano
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur – Conductor

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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para violino, violoncelo e piano, Op. 56 – Sinfonia no. 7 – Mutter – Ma – Barenboim

Sim, esta postagem está queimando a ordem de publicação das obras de Lud Van, mas é por um excelente motivo: adorei esta gravação, e não queria que os leitores-ouvintes perdessem a oportunidade de ouvi-la o quanto antes.

É difícil de negar que este concerto triplo seja, talvez junto com o Op. 19 para piano (do qual o próprio Beethoven não gostava muito), a menos inspirada das obras concertísticas que o mestre publicou em vida. Não se sabe ao certo por que e para quem ele foi composto, embora o factotum Schindler, notório atochador, jurasse que a parte do piano tivesse em mente o arquiduque Rudolph, aluno e futuro patrono do compositor, o que explicaria sua relativa simplicidade. Como quase tudo o que vem de Schindler, no entanto, essa afirmação não se sustenta, uma vez que a obra já tinha sido iniciada em 1804, ano em que Rudolph, ainda adolescente, iniciou seus estudos de piano e composição. Ademais, quando de sua publicação, em 1808, o dedicatário foi outro patrono, o príncipe Lobkowitz – uma desfeita difícil de imaginar com o caçula da família real austríaca. O mais provável, assim, é que Beethoven a tenha escrito com virtuoses específicos em mente e que a parte para piano coubesse a ele próprio.

Nunca morri de amores por este concerto, especialmente pelo que percebo como prolixidade e previsibilidade do primeiro e do último movimentos. Por eliminação, conclui-se que o Largo central, muito bonito e conciso, seja meu preferido, muito pelo destaque dado ao violoncelo, que, aliás, abre os trabalhos solísticos em todos os movimentos. Beethoven, que já lhe escrevera duas revolucionárias sonatas, demonstra o quão bem sabia aproveitá-lo como protagonista – uma palhinha, acho, do que seria um seu concerto para violoncelo, numa época em que o gênero pouco tinha ido além daqueles dois de Haydn e dos tantos de Boccherini.

Embora uma obra concertística para piano, violino e violoncelo fosse totalmente sem precedentes, o concerto triplo está inscrito na tradição da sinfonia concertante iniciada na França e que ganhou voga em centros como Mannheim, o feudo dos Stamitz, e Bonn, cidade natal de Beethoven. Talvez por isso eu fique menos satisfeito com interpretações ao estilo “trio com piano vs. orquestra” do que com aquelas que exaltam as qualidades individuais dos solistas – exatamente o caso desta que agora lhes apresento, lançada no mês passado.

O destaque vai para Yo-Yo Ma, emprestando seu belíssimo timbre para as suculentas melodias que Ludwig dedicou ao violoncelo. Anne-Sophie Mutter, que é daquelas artistas das quais não se tem muito como falar de maus dias, estava num especialmente elétrico, e seu violino janta as partes com muito apetite. E Daniel Barenboim, no duplo papel de solista e regente, não só se sai bem na discreta parte para piano (o que é ótimo, considerando que a impressão de nós outros aqui no blogue é a de que ele não leve mais o piano tão a sério), como se permite algumas liberdades agógicas que Beethoven, um grande improvisador, provavelmente aprovaria. Além disso, conduz seu conjunto, a West-Eastern Divan Orchestra, com muita precisão e energia. O resultado é uma gravação que, mesmo com os precedentes da troika estelar (Oistrakh, Richter e Rostropovich sob Karajan em 1970, por ocasião do bicentenário de Beethoven) e dos próprios Ma e Mutter, ainda garotos (também sob Karajan e com o pianista moldavo-americano Mark Zeltser, em 1985), passou a ser minha preferida.

Completa o disco, com um destaque sacrilegamente minúsculo para obra tão maiúscula (olhem só o tamanho daquelas letrinhas na capa!), uma Sétima Sinfonia cheia de verve, muito melhor do que qualquer outra que Barenboim gravou.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Dó maior para violino, violoncelo, piano e orquestra, Op. 56
Composto entre 1803-05
Publicado em 1807
Dedicado a Joseph Franz Maximilian, príncipe Lobkowitz

1 – Allegro
2 – Largo (attacca)
3 – Rondo alla polacca

Anne-Sophie Mutter, violino
Yo-Yo Ma
, violoncelo
West-Eastern Divan Orchestra
Daniel Barenboim,
piano e regência

Sinfonia no. 7 em Lá maior, Op. 97
Composta entre 1811-12
Publicada em 1813
Dedicada ao conde Moritz von Fries

4 – Poco sostenuto – Vivace
5 – Allegretto
6 – Presto – Assai meno presto
7 – Allegro con brio

West-Eastern Divan Orchestra
Daniel Barenboim,
regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

O supertrio e a WEDO em ação em Berlim, outubro de 2019.

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concertos No. 12 & 19 (Pires)

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concertos No. 12 & 19 (Pires)

Nosso patriarca P.Q.P. tem estado ranzinza com tantos concertos de Rachmaninoff aqui no blog… Para dar um alento aos leitores/ouvintes que também sofrem de Rachfobia, hoje começo uma série de postgens dedicadas à pequena notável Maria João Pires, famosa por suas pequenas mãos e pela imensa sensibilidade de suas interpretações. Vamos ver se seu toque pianístico suave e poético, a escala reduzida da orquestra de câmara vão curar os ouvidos de P.Q.P. após esses excessos hiperromânticos…

Já tivemos aqui neste blog vários dos CDs de Maria João lançados desde os anos 90 pela Deutsche. Agora vamos nos dedicar à época em que a portuguesa, por volta dos 30 a 40 anos de idade, gravava pelo selo Erato. Esta gravadora francesa, comandada por entusiastas do barroco e do classicismo vienense, se encaixou perfeitamente com a figura de Maria João. Enquanto outras gravadoras (até hoje e cada vez mais!) carregam nos decotes de suas divas, Pires era a própria discrição. Mozart foi a escolha mais óbvia para suas primeiras gravações pela Erato, com um total de 12 concertos lançados em LPs, dos quais vamos ouvir dois hoje: no Concerto nº 19 – também dito “da Coroação”, assim como o nº 26, por terem sido usados em coroações dos imperadores Habsburgos – ela traz sutilezas que não aparecem em interpretações mais majestosas; no Concerto nº 12, temos um Mozart jovial e leve. A cereja do bolo é o Rondo em lá menor, que tem a seriedade e a invenção harmônica da última fase do compositor.

Nos momentos mais calmos dos concertos, alguns pássaros cantam, o que combina com a sonoridade de Maria João. Não estou falando de instrumentos imitando pássaros como o fazem Rameau e Messiaen! São aves mesmo (ouçam ao 1m40s, 3m07s da faixa 2) nos arredores do estúdio de gravação em Lausanne, pacata cidade situada no mesmo lago onde fica Genebra.

Em seguida na carreira de Maria João, viriam as gravações de Beethoven, Chopin, Schumann, com um romantismo elegante, intimista, bem diferente de pianistas eminentemente românticos como Argerich ou Horowitz (gentilmente apelidado por P.Q.P.: Horrorosowitz). São cenas dos próximos capítulos!

Do encarte do CD:

Quando Maria João Pires alcançou fama internacional em 1970, após vencer o concurso comemorativo dos 200 anos de Beethoven, ela pegou muitos melômanos de surpresa. O ciclone Argerich tinha acabado de passar, com sua técnica impressionante e dramáticas releituras do repertório, de Chopin a Prokofiev. Foi uma grande surpresa, então, aquela volta a uma arte que parecia vir e uma outra era – uma pianista simples, clara e sobretudo profundamente musical, parecendo desprezar qualquer demonstração de virtuosismo. Naquele ponto, os programas de Pires traziam Bach, Beethoven, Schubert e, especialmente, Mozart. Chopin viria depois.

Essa mulher baixa, de mãos pequenas e opiniões fortes, trazia à mente pianistas de tempos idos, particularmente, em termos de clareza sonora, figuras como Clara Haskil e Lili Kraus – duas outras grandes intérpretes de Mozart.

Wolfgang Amadeus Mozart
Piano Concerto No.19 in F major, K459
I. Allegro
II. Allegretto
III. Allegro assai

Piano Concerto No.12 in A major, K414
I. Allegro
II. Andante
III. Rondeau: Allegretto

Rondo in A minor, K511

Maria João Pires, piano
Orchestre de Chambre de Lausanne, Armin Jordan
Recording location: Radio Lausanne, December 1976 (Concertos), Teatro São Carlos, Lisboa, July 1973 (Rondo)

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BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – MP3 320kbps

O lado de trás do LP: retrato dos artistas quando jovens

Pleyel

Rachmaninov (1873-1943): Concertos para Piano Nos. 1 e 2 – Leif Ove Andsnes – 1 de 2

Rachmaninov (1873-1943): Concertos para Piano Nos. 1 e 2 – Leif Ove Andsnes – 1 de 2

Rachmaninov

Concertos para Piano Nos. 1 e 2

Leif Ove Andsnes, piano

Berliner Philharmoniker

Antonio Pappano

Concertos para piano são as peças que eu ouço com mais frequência e entre eles os famosos RACH #2 e RACH #3.

Era só uma questão de tempo e eu começaria a postar estas maravilhas. Esta é a primeira de uma série de duas postagens com os quatro concertos para piano do Sergei interpretados pelo espetacular Leif Ove Andsnes. Inicialmente os dois primeiros, onde ele é acompanhado pela estelar Berliner Philharmoniker regida por Antonio Pappano. Para dar uma extra dose de eletricidade ao disco, o RACH #2 foi gravado ao vivo!

Prepare então o pendrive e aumente o som, pois o romantismo tardio vai invadir a sua sala. Se depois de você ouvir esta gravação, assim, umas dezenove vezes e insistir que não gosta de Rachmaninov, então eu me rendo. Pode voltar para suas outras partituras.

Antes de falarmos um pouco sobre a música do disco, uma palavra sobre o compositor. Rachmaninov nasceu enquanto Brahms, Liszt e Wagner eram ainda vivos. Durante sua vida o mundo passou por duas guerras mundiais e seu país viveu a revolução de 1917. Menciono isto apenas para dizer o quanto o mundo mudou durante a sua vida. Ele mudou da Rússia para os Estados Unidos da América. Tchaikovosky aplaudiu sua primeira ópera e Copland dizia não suportar a sua música. E isso é para que possamos colocar a sua obra em perspectiva.

O que importa é a música e os concertos de Rachmaninov estão no repertório dos grandes pianistas.

O Primeiro Concerto nasceu como obra de juventude, quando Rachmaninov tinha ainda 17 anos. O primeiro movimento foi composto e apresentado acompanhado da orquestra do conservatório com grande êxito. Mas em 1917, para esquecer um pouco dos problemas do país, Rachmaninov fez uma grande revisão no concerto, inclusive compondo um novo final. Nesta forma o concerto foi apresentado novamente no dia 28 de janeiro de 1919, mas agora em Nova Iorque. O concerto é brilhante, ainda guarda o frescor da juventude com suas ousadias e tem um bom débito com o concerto de Grieg. É claro que este concerto, assim como o Quarto, é relativamente eclipsado pelos dois poderosos RACH #2 e #3, mas ambos têm muitos méritos, especialmente quando interpretados por artistas do calibre de Andsnes.

Há pelo menos mais duas gravações que considero excelentes deste primeiro concerto. Uma delas com o solista Krystian Zimerman, num disco de repertório exatamente igual a este. Outra é com Mikhail Pletnev, neste caso o disco é completado pelas Variações sobre um tema de Paganini.

A xícara onde tomava meu café enquanto escrevia estas mal traçadas…

No caso desta postagem, segue uma interpretação absolutamente vibrante do Rach # 2. Este concerto veio ao mundo a fórceps. Rachmaninov, entusiasmado com o sucesso de sua primeira ópera, Aleko, compôs sua Primeira Sinfonia, que foi (mal) apresentada por Glazunov, que não nutria grande simpatia pela sinfonia e (ah, as más línguas) estava embriagado durante a apresentação. O fiasco foi tamanho que Rachmaninov sofreu um processo depressivo que o manteve incapaz de compor por três anos. Finamente ele recorreu aos cuidados do Dr. Nikolai Dahl que lançou mão de hipnose para ajudar o compositor a vencer suas barreiras: ‘Você começará a escrever seu concerto… Você trabalhará com muita facilidade… o concerto será de excelente qualidade!’

Não é que funcionou? Aos 27 anos Rachmaninov estava de volta ao sucesso e agora retumbante e duradouro. Basta vocês ouvirem esta gravação até o fim e ouvir como o pessoal presente gostou e aplaudiu!

Rach #2 tem tudo que se precisa para um concerto para piano que seja um autêntico ‘cavalo de batalha’. Lindíssimas melodias, orquestração primorosa (escola russa…) e todos os truques técnicos para fazer brilhar o pianista virtuose.

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Concerto para Piano No. 1 em fá sustenido menor, Op. 1

  1. Vivace
  2. Andante
  3. Allegro vivace

Concerto para Piano No. 2 em dó menor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando

Leif Ove Andsnes, piano

Berliner Philharmoniker

Antonio Pappano

Gravações de 2005, RACH #2 ao vivo
Produção: John Fraser

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 215 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Leif indo ao encontro da turma do PQP Bach para um papo sobre o RACH #2

Uma das gravações mais famosas deste concerto é de Sviatoslav Richter, postada aqui há pouco tempo, em companhia do PRKFV #5. A interpretação do Andsnes é diferente, inicia em um andamento mais fluente, o que mostra outra possibilidade. Caso você tenha chegado até aqui e goste deste tipo de música, compare as duas gravações e depois me conte. Pode usar o link ‘LEAVE A COMMENT’. Ele fica no alto da página, logo abaixo do cabeçalho.

Aproveite

RD

PS: Concertos Nos. 3 e 4 em muito breve estará também disponível no seu distribuidor PQP-Bach mais próximo.

Franz Liszt (1811-1886) – Orchesterwerke – Werk für Klavier & Orchester – CD 5 de 7 – Kurt Masur, Gewandhausorchester Leipzig

Em Zwei Episoden Von Lenaus Faust Liszt retoma a clássica história imortalizada por Goethe. Os episódios intitulam-se “Der nächtliche Zug” e a famosa ‘Mephisto Waltz No.1’, uma das mais conhecidas obras de Listz. Posteriormente as duas obras seriam transcritas para piano.
Encontrei essa descrição para cada um dos movimentos:

“Der nächtliche Zug”
“É uma noite quente de primavera, escura e sombria, mas os rouxinóis estão cantando. Faust entra a cavalo, deixando o cavalo passear silenciosamente. Logo, luzes são vistas através das árvores, e uma procissão religiosa se aproxima, cantando … A procissão passa e Faust, deixado sozinho, chora amargamente na crina de seu cavalo.

“Mephisto Waltz No.1”
Fausto e Mefistófeles entram na estalagem em busca de prazer; os camponeses estão dançando, e Mephisto apreende o violino e intoxica a platéia com sua execução. Abandonam-se a fazer amor e, duas a duas, saem para a noite estrelada, Faust com uma das meninas; então o canto do rouxinol é ouvido através das portas abertas.

Em “Eine Sinfonie Zu Dantes Divina Commedia” (Uma Sinfonia sobre a Divina Comédia de Dante), como o próprio nome diz, Liszt novamente dá asas à sua imaginação para compor uma Sinfonia baseada em outra obra prima da literatura, A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Especialistas, entretanto, divergem sobre esta obra ser uma Sinfonia, dizem que na verdade tratam-se de dois Poemas Sinfônicos.  E como não poderia deixar de ser, seus dois movimentos se intitulam “Inferno” e “Purgatório”. Originalmente, Liszt compôs um movimento baseado no “Paraíso” mas foi desaconselhado pelo seu genro, Richard Wagner, vindo então a retirar o movimento da obra.

Uma interessante descrição, por sinal, desta Sinfonia pode ser encontrada na Wikipedia, com maiores detalhes.

01. Zwei Episoden Von Lenaus Faust – I. Der Nachtliche Zug
02. Zwei Episoden Von Lenaus Faust – II. Mephisto Waltz No.1
03. Eine Sinfonie Zu Dantes Divina Commedia – I. Inferno
04. Eine Sinfonie Zu Dantes Divina Commedia – II. Purgatorio

Volker Arndt – Knabenasoprano
Frauenchor des Thomanerchors Leipzig
Gewandshausorchester Leipzig
Kurt Masur – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Dante Alighieri

 

In memoriam Krzysztof Penderecki (1933-2020) – Hommage à Penderecki – Anne-Sophie Mutter – Lambert Orkis – Roman Patkoló – Krzysztof Penderecki

No último domingo, Krzysztof Penderecki deixou este mundo que já dizíamos distópico, embora agora estejamos a prantear aquele quase anteontem em que o podíamos chamar tão só assim.

Nossa homenagem a ele vai acompanhada de votos de melhoras a Anne-Sophie Mutter, a quem Penderecki dedicou as quatro obras que compõem este álbum duplo. Mutter, que contraiu o coronavírus e recupera-se em seu lar bávaro, tem mantido a bonita escrita de colaborar estreitamente com músicos veteranos numa postura de quase veneração, da qual o mais recente exemplo é o inspirado álbum com composições de John Williams. Aqui, soma-se a dois de seus colegas favoritos – o pianista Lambert Orkis, de quem é inseparável, quase seu gêmeo siamês, e o contrabaixista eslovaco Roman Patkoló – para interpretar obras de câmara, além do próprio Penderecki, que rege a London Symphony Orchestra no extraordinário “Metamorphosen”, seu segundo concerto para violino e orquestra. Notem que, como a gravação do concerto é a mesmíssima que já foi publicada aqui, preferi remetê-los à postagem do patrão PQP Bach, tanto para refazer meu filme com ele, depois de um breve sumiço, quanto porque “Metamorphosen”, que aqui está sozinho em seu disco, tem lá a eletrizante companhia de uma sonata de Bartók.

Krzysztof Eugeniusz PENDERECKI (1933-2020)

CD 1
La Follia, para violino solo (2013)

Encomendada por Anne-Sophie Mutter e a ela dedicada
01 – Andante
02 – Var. I. Tempo I
03 – Var. II. Allegro giocoso alla polacca
04 – Var. III. Adagio, ma non troppo
05 – Var. IV. Tempo I
06 – Var. V. Allegro con brio
07 – Var. VI. Tempo I
08 – Var. VII. Allegretto
09 – Var. VIII. Adagio tranquillo
10 – Var. IX. Tempo I – Più mosso – Poco pesante – Tempo I

Anne-Sophie Mutter, violino

Duo concertante para violino e contrabaixo (2010)
Encomendado pela Fundação Anne-Sophie Mutter e dedicado a Anne-Sophie Mutter e Roman Patkoló
11 – Andante, quasi una cadenza – Allegretto scherzando – Andante, quasi una cadenza

Anne-Sophie Mutter, violino
Roman Patkoló, contrabaixo

Sonata no. 2 para violino e piano (1999)
Encomendada por Anne-Sophie Mutter e a ela dedicada
12- Larghetto
13 – Allegretto scherzando
14 – Notturno. Adagio
15 – Allegro
16 – Andante

Anne-Sophie Mutter, violino
Lambert Orkis, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2
Metamorphosen – Concerto para violino e orquestra no. 2
(1992–95)
Dedicado a Anne-Sophie Mutter
1 – Allegro ma non troppo
2 – Allegretto
3 – Molto
4 – Vivace
5 – Scherzando
6 – Andante con moto

Anne-Sophie Mutter, violino
London Symphony Orchestra
Krzysztof Penderecki, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE, na postagem de PQP Bach


Vassily

Rachmaninov (1873-1943): Concerto para Piano No. 2 – Prokofiev (1891-1953): Concerto para Piano No. 5 – Sviatoslav Richter

Rachmaninov (1873-1943): Concerto para Piano No. 2 – Prokofiev (1891-1953): Concerto para Piano No. 5 – Sviatoslav Richter

Rachmaninov & Prokofiev

Concertos para Piano

Sviatoslav Richter

 

Uma grande xícara de café após um almoço de bolinhos de arroz e aipim frito certamente deixa qualquer um com enorme predisposição para música. No meu caso, música que envolva piano. Uma coisa leva a outra e lembrei-me de um dos ‘Meus CDs Mais Queridos’: Concertos para Piano de compositores russos interpretados por um dos mais famosos pianistas russos: Sviatoslav Richter. Ele foi um pianista fantástico, mas absolutamente não convencional. Tinha um repertório vastíssimo, mas não gostava de gravações em estúdios. Por isso, temos uma imensidão de gravações suas, mas muitas de sofrível qualidade.

Outro aspecto de sua arte é que ele não se interessava em gravar ciclos completos ou integrais disto ou daquilo. Eu tenho relativamente poucas gravações dele, mas esta certamente é especial.

O disco foi gravado em 1959/1960, provavelmente em Varsóvia, mas isto não está explicitamente escrito no libreto. No entanto, sabemos que é uma coprodução da DG com a Polskie Nagrania, a Orquestra é de Varsóvia e o nome dos regentes têm mais consoantes do que vogais.

Eu cheguei a este disco pelo Concerto de Rachmaninov, esta gravação é muito considerada pelos fãs do imenso compositor. Mas, com o passar das décadas, o concerto que ouço com mais frequência é exatamente o Quinto de Prokofiev. Richter foi quem estabeleceu este concerto como uma das obras primas do Século XX e manteve uma relação de amizade com Prokofiev por toda a vida. Conta-se que a tristeza que Richter demonstrou ao tocar piano durante o enterro de Stalin era por ter perdido o amigo Prokofiev, falecido no mesmo dia.

Há uma diferença imensa na concepção e no estilo destes dois concertos e só mesmo um músico genial conseguiria trazê-los à luz e com similar maestria.

Outras gravações do Rach#2 que gosto começam a um paço mais acelerado do que esta e somente um pianista do calibre de Richter é capaz de iniciar assim sem fazer com que a música toda desmorone.

O movimento lento é espetacularmente feito e o último movimento começa a com muita velocidade. Temos assim, muita dinâmica neste que talvez seja o mais romântico dos concertos românticos para piano.

O Quinto Concerto de Prokofiev tem aqui a sua melhor gravação. Ponto. Quer mais?

Sviatoslav Richter é um grande nome da música e é muito bom poder conhecer um pouco mais a pessoa que habitava a lenda. No final de sua vida ele protagonizou um documentário – L’Insoumis – The Enigma – feito por Bruno Monsaigeon, que também redigiu um livro sobre ele. Você poderá começar lendo dois artigos do jornalista Paul Moor que o conheceu e entrevistou algumas vezes, acessando este blog aqui e aqui.

Um interessante resumo sobre ele está na resenha escrita por Arnaldo Cohen, que você poderá ler aqui. De qualquer forma, baixe o disco e depois me escreva, usando o link ‘LEAVE A COMMENT’, que está logo abaixo do cabeçalho desta postagem, de qual dos concertos você gostou mais…

Chapéu 1

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Concerto para Piano No. 2 em dó menor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando
Chapéu 2

Serge Prokofiev (1891 – 1953)

Concerto para Piano No. 5 em sol maior, Op. 55

  1. Allegro con brio
  2. Moderato bem accentuato
  3. Toccata – Allegro com fuoco (più presto che la prima volta)
  4. Larghetto
  5. Vivo

Sviatoslav Richter, piano

Warsaw Philharmonic Orchestra

Stanislaw Wislocki (Rachamaninov)

Witold Rowicki (Prokofiev)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 228 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 131 MB

Richter era famoso por seus comentários (nem sempre lisonjeiros) sobre outras personalidades musicais. Sobre certo maestro-pianista argentino ele disse: ‘Um grande talento preocupado em parecer profundo. Acaba ficando chato’.

Baixe os arquivos e aproveite a música!

René Denon

Ah, ia já me esquecendo…

Franz Liszt (1811-1886) – Orchesterwerke – Werk für Klavier & Orchester – CD 4 de 7 – Kurt Masur, Gewandhausorchester Leipzig

“Von Der Wiege Bis Zum Grabe” é o último dos treze poemas sinfônicos de Liszt. De acordo com informações, foi livremente inspirado em um tríptico do pintor húngaro  Michaël Zichy.
Se compõe de três movimentos: O Berço (Die Wiege) , O Combate pela Existência (Der Kampf ums Dasein)  e Rumo ao Túmulo, Berço da Vida Futura (Zum Grabe, die Wiege des zukunftigen Lebens).
A segunda parte do CD traz a Sinfonia Fausto, uma leitura pessoal da obra prima de Goethe. Divide-se em três movimentos, cada um deles identificado com o nome de um personagem do livro: do próprio personagem que dá título a obra, Fausto, de sua amada Gretchen e Mephistopheles.

01. Von Der Wiege Bis Zum Grabe – I. Die Wiege
02. Von Der Wiege Bis Zum Grabe – II. Der Kampf Um’s Dasein
03. Von Der Wiege Bis Zum Grabe – III. Zum Grabe
04. Ein Faust-Sinfonie in Drei Charakterbildern – I. Faust
05. Ein Faust-Sinfonie in Drei Charakterbildern – II. Gretchen
06. Ein Faust-Sinfonie in Drei Charakterbildern – III. Mephistopheles

Klaus König – Tenor
Männerchor des Rundfunkchors Leipzig
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur

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Johann Wolfgang von Goethe

Johannes Brahms (1830-1897) – Sinfonia nº 2, in D, op. 73 – Carlos Kleiber, Wiener Philharmoniker.

Uma repostagem diferente, para nosso amigo Gerardo… não tenho mais esse CD, provavelmente está em um HD externo que está com defeito, não consigo acessá-lo. Mas como o Gerardo queria conhecer essa leitura, ofereço esse vídeo que está disponível no YOUTUBE, enquanto tento recuperar o HD. 

FDP Bach ficou muito satisfeito com a recepção ao cd do grande Carlos Kleiber que postou ontem. Foram 82 downloads em menos de 24 horas, um dos recordes do blog, se não estou enganado.

Por este motivo, então, tirarei de minha cartola outro momento glorioso deste grande regente, desta vez um registro ao vivo da Sinfonia nº 2 de Brahms, em minha modesta opinião, uma das mais sensíveis do mestre alemão. De um romantismo arrebatador, ela nos conquista pela beleza da melodia, e Kleiber já no primeiro movimento nos mostra a que veio.

Malcolm MacDonald, em sua biografia de Brahms, faz a seguinte colocação sobre esta sinfonia:

” Convencionalmente, ela (a segunda sinfonia) é considerada a mais luminosa e genial de Brahms, uma perspectiva cheia do mais tocante e sereno refrigério quando contrastada com o arrojo do dó menor da Primeira: de vez em quando ela tem sido apelidada sua “Pastoral”. (…) O op. 73, pelo menos em seus dois primeiros movimentos, sempre me tem parecido uma das mais escuras das sinfonias em tonalidade maior. Realmente, é uma escuridão rica e introspectiva (parcialmente produzida pela riqueza da harmonia, tingida de simbolismos da natureza, romântico), mas sua gravidade não é menor por isso. Os planos muito largos da Sinfonia, não obstante intrincadamente se bifurcando em caminhos de desenvolvimento, permitem um constante jogo de luz e sombra. E vislumbramos a luz como se do meio de uma floresta, onde forçosamente devemos nos perder em meio a algumas regiões muito tenebrosas.”

Bela descrição, e dificilmente alguém irá discordar dela. Ainda mais depois de ouvir esta interpretação de Carlos Kleiber.

Esta gravação foi extraída de um DVD.

Johannes Brahms (1830-1897) – Sinfonia nº 2, in D, op. 73

1 Symphony No.2 in D, Op.73 – 1. Allegro non troppo
2.Symphony No.2 in D, Op.73 – 2. Adagio non troppo – L’istesso tempo, ma grazioso
3.Symphony No.2 in D, Op.73 – 3. Allegretto grazioso ( Quasi andantino) – Presto ma non assai
4.Symphony No.2 in D, Op.73 – 4. Allegro con spirito

Wiener Philarmoniker

Carlos Kleiber – Conduktor

 

Debussy (1862-1918): Images e Estampes – Paul Jacobs

Debussy (1862-1918): Images e Estampes – Paul Jacobs

Images (1894)

Estampes

Images, Series I & II

PAUL JACOBS, piano

 

Um dos muitos talentos deste músico e pianista extraordinário que foi Paul Jacobs era a sua facilidade de escrever sobre a música que interpretava. Os textos dos livretos dos seus discos são escritos por ele. São textos claros e profundos e refletem seu amor pela música que interpretava. É um privilégio ter acesso a mais este legado.

No libreto do disco que já postamos, com os Études, ele explica a importância da música de Debussy e Schoenberg no cenário musical do início do Século XX. Esta importância reside na maneira inovadora como eles passaram a compor. Ouso traduzir um de seus parágrafos:

‘A complexidade estrutural da música de Debussy provem em grande parte do fato que, diferentemente da música germânica em particular, ela inerentemente não se baseia em desenvolvimentos, e não depende de transformações e expansões melódicas. Em vez disto, o papel da melodia é reduzido a uma função identificadora localizada, enquanto outros parâmetros de identificação – timbre, cor harmônica ou algum ‘objeto sonoro’, como uma nota ou um acorde – assumem maior importância. Ao ampliar sua paleta de cores musicais, Debussy esboçou livremente com ritmos de danças, estilo de cabaré e vários modos e escalas derivados da música oriental ou arcaica’.

Segundo Manuel Bandeira, Debussy é

Para cá, para lá . . .
Para cá, para lá . . .
Um novelozinho de linha . . .
Para cá, para lá . . .
Para cá, para lá . . .
Oscila no ar pela mão de uma criança
(Vem e vai . . .)
Que delicadamente e quase a adormecer o balança
— Psiu . . . —
Para cá, para lá . . .
Para cá e . . .
— O novelozinho caiu.

Paul Jacobs diz que as obras deste disco são as quatro mais importantes composições para piano da primeira metade da carreira de Debussy: Images [1894], Estampes [1903] e Images Series I e II [1905 e 1907]. Sendo que os Études, que você poderá ouvir se clicar aqui, e os Préludes, que em breve estarão disponíveis no seu fornecedor PQP Bach mais próximo, constituem os enormes monumentos produzidos na parte final de sua vida.

As Images [1894] não foram publicadas durante a vida do compositor e mostram um estágio inicial da maneira que Debussy passaria a compor. Mas são muito significativas. Nelas ele usa pela primeira vez a palavra Images, que lhe seria muito cara, além de apresentar o formato tripartido, onde as duas primeiras peças têm caráter mais introspectivo e a última é uma brilhante tocata.

Se você se dá ao trabalho de seguir minhas postagens, sabe o quanto este tipo de música é importante para mim. Postei há algum tempo um disco com um repertório bem próximo deste, o qual acho espetacular. O pianista lá é Ivan Moravec e o som, talvez, um pouco melhor. Mas com uma interpretação como esta, em segundos o ouvido se ajusta e o prazer não diminui.

Compare os discos, ambos são excelentes. Veja como crítico Terry Barfoot inicia sua resenha sobre o álbum desta postagem: ‘Algumas das melhores e mais sutis músicas para piano de Debussy estão reunidas aqui, numa performance que capta exatamente o tom correto. Paul Jacobs observa escrupulosamente as indicações da partitura de Debussy, e o resultado é particularmente agradável’

Já disse antes, mas não canso de repetir: prazer a mais encontrarás na poesia dos nomes das peças. Vale a pena conferir.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Images [1894]

  1. Lent (mélancolique et doux)
  2. Dans le mouvement d’une ‘Sarabande’…
  3. Quelques aspects de ‘Nous n’irons plus au bois’…

Estampes [1903]

  1. Pagodes
  2. La Soirée dans Grenade
  3. Jardins sous la pluie

Images, Serie I [1905]

  1. Reflets dans l’eau
  2. Hommage à Rameau
  3. Mouvement

Images, Serie II [1907]

  1. Cloches à travers les feuilles
  2. Et la lune descend sur le temple qui fût
  3. Poissons d’or

Paul Jacobs, piano

Gravação feita em Nova Iorque, 1978

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 155 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 131 MB

Paul Jacobs

Na minha opinião, MB compôs o poema ao ouvir ‘Et la lune descend sur le temple qui fût’. Por favor, leia o poema e ouça a peça. Depois, acione o link ‘LEAVE A COMMENT’, que se encontra escondido bem abaixo do cabeçalho da postagem e mande o seu pitaco.

René Denon

Franz Liszt (1811-1886) – Orchesterwerke – Werk für Klavier & Orchester – CD 3 de 7 – Kurt Masur, Gewandhausorchester Leipzig

Nestes tempos de pandemia, nada como a música para nos confortar e ajudar a preencher aquele tempo ocioso que o isolamento social provoca. E estes poemas sinfônicos se encaixam como luva, não acham?
Franz Liszt não frequenta muito o PQPBach. Recentemente o colega Ammiratore postou dois CDs do pianista Claudio Arrau dedicados ao compositor, mas reconheço que temos pouca coisa dele. A postagem desta série de Cds dedicados a sua obra orquestral ajuda a cobrir um pouco essa lacuna.
Este terceiro CD traz algumas peças não tão conhecidas, mas graças ao brilhantismo desta incrível Orquestra de Leipzig podemos conhece-las melhor. Talvez a mais conhecida seja ‘Hamlet’, baseado na peça homônima de Shakespeare.
Sem mais delongas, vamos ao que viemos.

01. Hungaria
02. Hamlet
03. Hunnenschlacht
04. Die Ideale

Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur – Conductor

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Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphony No.9 – Bruno Walter – Leslie Howard

61+AufDLfcLPUBLICADA ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 31/5/2014, RESTAURADO POR VASSILY EM 02/4/2020

Eis finalmente a nossa mui amada, salve, salve, Nona Sinfonia, in D Minor, de Beethoven, outro monumento da música ocidental, uma das mais importantes obras da criação humana. E mais não tenho o que dizer.
Confesso que fiquei um pouco decepcionado com a falta de comentários sobre esse projeto. Com raríssimas exceções, o silêncio dominou o campo dos comentários. Tivemos a grata satisfação de conhecermos o Beto, que nos deu uma verdadeira aula sobre as transcrições que Liszt realizou. frontAgradeço imensamente a ele, que mostrou como o PQPBach pode ser coletivo. Ninguém aqui é dono absoluto da razão, ou sabe tudo sobre tudo e todos.
Bruno Walter foi um dos maiores maestros do século XX, foi um regente que atravessou o século XX trazendo na bagagem uma vasta experiência nos palcos. Foi contemporâneo e amigo pessoal de Mahler, e só isso já seria um grande diferencial, mas sua arte ultrapassou barreiras. Beethoven, Brahms e Bruckner, sem contar obviamente Mahler, foram suas especialidades, mas também são memoráveis suas gravações das sinfonias de Mozart. Felizmente a tecnologia conseguiu nos trazer esses seus registros, que oferecemos aos senhores com o maior prazer, para mostrar os tesouros que existem no passado. E espero poder trazer mais dessas maravilhosas gravações.
Leslie Howard ainda frequenta os palcos. Esse excepcional pianista, talvez o maior especialista vivo em Liszt, com toda a sua versatilidade, nos mostrou um Beethoven diferente, sob a visão de um visionário, e não podemos negar que Liszt o fosse. Um compositor além de seu tempo, que mostrou um respeito muito grande pelo gênio de Bonn quando realizou essas transcrições.

01 – Symphony No.9 in D minor, Op. 125 ‘Choral’ – I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
02 – II. Molto vivace
03 – III. Adagio molto e cantabile
04 – IV. Presto
05 – Rezitativo O Fewunde, nicht diese Tone! Allegro assai

Leslie Howard – Piano
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Emilia Cundari – Soprano
Nell Rankin – Mezzo Soprano
Albert da Costa – Tenor
William Wildermann – Bass
Westminster Symphonic Choir
Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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FDPBach