Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral dos Quartetos de Cordas (Emerson String Quartet)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral dos Quartetos de Cordas (Emerson String Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Há muitos anos acredito que os 15 quartetos de Shostakovich rivalizam com suas 15 sinfonias em qualidade. Sinto-me instado a ouvi-los sempre com a mesma ou maior atenção que dou às sinfonias. São certamente obras mais íntimas, mas quem disse que o intimismo deva ser menos considerado que os grandes painéis?

Esta é a quinta série completa que conheço. Tenho as dos quartetos Fitzwilliam, Borodin, Shostakovich e Éder (Naxos) e, olha, somando e pesando as qualidades de todos, acho que ficou com o Emerson, apesar do fundamental 8º Quarteto não ser tão DEVASTADOR quanto eu gostaria. Mas a musicalidade do grupo e seu grande senso de estilo dão-lhe o título provisório de campeões. Abaixo, algumas anotações que fiz ao longo dos anos. Não comento todos os quartetos. Minha escolha não significa que goste mais dos que comentei e menos dos outros, é puramente casual.

Quarteto de Cordas Nº 2, Op. 68 (1944)

Este trabalho em quatro movimentos foi escrito em menos de três semanas. A abertura é uma melodia de inspiração folclórica, tipicamente russa. O grande destaque é o originalíssimo segundo movimento, Recitativo e Romance: Adagio. O primeiro violino canta (ou fala) seu recitativo enquanto o trio restante o acompanha como se estivessem numa ópera ou música sacra barroca. O Romance parece música árabe, mas não suficientemente fundamentalista a ponto que a Al Qaeda comemore. Segue-se uma pequena valsa no mesmo estilo. O quarto movimento é um Tema com variações que fecha brilhantemente o quarteto.

É curioso que neste quarteto, talvez por ter sido composto rapidamente, há uma musicalidade simples, leve e nada forçada. Talvez nem seja uma grande obra como os Quartetos Nros. 8 e 12, mas é dos que mais ouço. Afinal, esta é uma lista pessoal e as excentricidades valem, por que não?

Quarteto de Cordas Nº 6, Op. 101 (1956)

Talvez apenas aficionados possam gostar deste esquisito quarteto. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.

Quarteto de Cordas Nº 7, Op. 108 (1960)

Mais um quarteto de Shostakovich com um lindíssimo movimento lento, desta vez baseado no monólogo de Boris Godunov (ópera de Mussorgski baseada em Puchkin), e mais um finale construído em forma de fuga, utilizando temas do primeiro movimento. Uma pequena e curiosa jóia de onze minutos.

Quarteto de Cordas Nº 8, Op. 110 e Sinfonia de Câmara, Op. 110a – Arranjo de Rudolf Barshai (1960)

Na minha opinião, o melhor quarteto de cordas de Shostakovich. Não surpreende que tenha recebido versões orquestrais. Trata-se de uma obra bastante longa para os padrões shostakovichianos de quarteto; tem cinco movimentos, com a duração total ficando entre os 20 minutos (na versão para quarteto de cordas) e 26 (na versão orquestral). O quarteto abre com um comovente Largo de intenso lirismo, o qual é seguido por um agitado Allegro molto, de inspiração folclórica e que fica muito mais seco na versão para quarteto. O terceiro movimento (Allegretto) é uma surpreendente valsinha sinistra a qual é respondida por outra valsa, muito mais lenta e com um acompanhamento curiosamente desmaiado. O quarteto é finalizado por dois belos temas ; o primeiro sendo pontuado por agressivamente por um motivo curto de três notas e o segundo formado por mais uma fuga a quatro vozes utilizando temas dos movimentos anteriores.

Quarteto Nº 9, Op. 117 (1964),
Quarteto Nº 10, Op. 118 (1964) e
Quarteto Nº 11, Op. 122 (1966)

Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manterem por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um inusitado quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinatos, os quais são sempre no máximo belíssimos e no mínimo curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Certamente é uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinatos são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.

Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que os finais quietos, nada grandiosos, podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo.

(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.

Quarteto Nº 13, Op. 138 (1970)

Um pouco menos funéreo que a Sinfonia Nº 14, este quarteto foi escrito nos intervalos do tratamento ortopédico que conseguiu devolver-lhe do parte do movimento das mãos e antes do segundo ataque cardíaco. O décimo-terceiro quarteto é um longo e triste adágio de cerca de vinte minutos. O quarteto foi dedicado ao violista Vadim Borisovsky, do Quarteto Beethoven, e a viola não somente abre o quarteto como é seu instrumento principal. Trata-se de um belo quarteto cuja tranquilidade só é quebrada por um pequeno scherzando estranhamente aparentado do bebop (sim, isso mesmo).

Quarteto de Cordas Nº 14, Op. 142 (1972-73)

Este é quase um quarteto para violoncelo solo e trio de cordas, tal é a proeminência dada àquele instrumento. É um quarteto inspiradíssimo, escrito em três movimentos (Allegretto – Adagio – Allegretto), e que tem seu centro dramático em um dilacerante adagio de 9 minutos. Não consigo imaginar uma audição deste quarteto sem a audição em seqüência do Nº 15. Eles, que costumam aparecer juntos, seja em vinil ou em CD, formam, em minha imaginação, uma só música.

Quarteto de Cordas Nº 15, Op. 144 (1974)

Este trabalho, assim como a Sonata para Viola, são tidas como obras-primas e seriam os dois principais “réquiens privados” de Shostakovich. Concordo.

O que dizer de um obra escrita em seis movimentos, em que quatro deles são adagio e os outros dois são adagio molto, sendo que, destes dois últimos, um é uma marcha funeral e outro um epílogo…? Ora, no mínimo que é lenta. Porém, como estamos falando do Shostakovich final, estamos falando de uma obra que tem como fundo a morte. Há três movimentos realmente notáveis nesta música: a Serenata: Adagio, a Marcha Fúnebre – Adagio Molto e o musicalmente espetacular Epílogo – Adagio Molto. O Epílogo recebeu vários arranjos sinfônicos e costuma aparecer — separadamente ou não do resto do quarteto — em gravações orquestrais.

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975): Integral dos Quartetos de Cordas com o Emerson String Quartet

CD 1:
String Quartet No.1 in C major, Op.49
1. 1. Moderato [3:56]
2. 2. Moderato [3:59]
3. 3. Allegro molto [2:23]
4. 4. Allegro [3:44]
String Quartet No.2 in A major, Op.68
5. 1. Overture (Moderato con moto) [7:58]
6. 2. Recitative & Romance (Adagio) [9:05]
7. 3. Valse (Allegro) [5:29]
8. 4. Theme & Variations [10:44]
String Quartet No.3 in F major, Op.73
9. 1. Allegretto [6:52]
10. 2. Moderato con moto [4:22]
11. 3. Allegro non troppo [3:50]
12. 4. Adagio [4:44]
13. 5. Moderato [8:19]

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CD 2:
String Quartet No.4 in D major, Op.83
1. 1. Allegretto [3:51]
2. 2. Andantino [6:23]
3. 3. Allegretto [4:35]
4. 4. Allegretto [9:31]
String Quartet No.5 in B flat major, Op.92
5. 1. Allegro non troppo [11:19]
6. 2. Andante [8:29]
7. 3. Moderato [10:22]
String Quartet No.6 in G major op.101
8. 1. Allegretto [6:44]
9. 2. Moderato con moto [4:59]
10. 3. Lento – attacca: [3:58]
11. 4. Lento – Allegretto – Andante – Lento [6:33]

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CD 3:
String Quartet No.7 in F sharp minor, Op.108
1. 1. Allegretto [3:42]
2. 2. Lento [2:49]
3. 3. Allegro [5:06]
String Quartet No.8 in C minor, Op.110
4. 1. Largo [4:34]
5. 2. Allegro molto [2:38]
6. 3. Allegretto [4:05]
7. 4. Largo [4:46]
8. 5. Largo [3:34]
String Quartet No.9 in E flat major, Op.117
9. 1. Moderato con moto [4:24]
10. 2. Adagio [3:47]
11. 3. Allegretto [4:02]
12. 4. Adagio [3:00]
13. 5. Allegro [9:29]
String Quartet No.10 in A flat major, Op.118
14. 1. Andante con moto [4:13]
15. 2. Allegretto furioso [3:58]
16. 3. Adagio [4:49]
17. 4. Allegretto – Andante [8:41]

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CD 4:
1. Adagio (Elegy) for String Quartet [4:35]
2. Allegretto (Polka) for String Quartet [2:47]
String Quartet No.11 in F minor, Op.122
3. 1. Introduction: Andantino [2:12]
4. 2. Scherzo: Allegretto [2:42]
5. 3. Recitative: Adagio [1:08]
6. 4. Etude: Allegro [1:15]
7. 5. Humoresque: Allegro [1:02]
8. 6. Elegy: Adagio [4:12]
9. 7. Finale: Moderato [3:39]
String Quartet No.12 in D flat major, Op.133
10. 1. Moderato – Allegretto [6:29]
11. 2. Allegretto – Adagio – Moderato – Allegretto [19:24]
12. String Quartet No.13 in B flat minor, Op.138 [19:09]

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CD 5:
String Quartet No.14 in F sharp major Op.142
1. 1. Allegretto [8:14]
2. 2. Adagio [8:52]
3. 3. Allegretto [7:59]
String Quartet No.15 in E flat minor, Op.144
4. 1. Elegy [12:37]
5. 2. Serenade [5:47]
6. 3. Intermezzo [1:38]
7. 4. Nocturne [4:30]
8. 5. Funeral March [4:36]
9. 6. Epilogue [6:18]

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Emerson String Quartet

Shostakovich: no topo dos compositores

PQP

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

Não tenho conseguido parar de ouvir estes quartetos do compositor italiano Ferruccio Busoni. Ele apareceu pouco por aqui. Busoni era filho de músicos e possuía habilidades incomuns. Deu o seu primeiro concerto público aos sete anos de idade, o que o coloca na categoria de um Mozart ou de um Mendelssohn. Sua música é complexa. A wikipédia diz que a música de Busoni “é feita de diversas linhas melódicas entremeadas. Ainda que sua música não seja jamais de fa(c)to atonal no sentido schönbergiano do termo, suas obras tardias distinguem-se freqüentemente por uma tonalidade indeterminada, como as últimas de Franz Liszt. Nas notas de programa para sua Sonatina seconda de 1912, Busoni descreve sua peça como sendo senza tonalità (italiano para: sem tonalidade). Johann Sebastian Bach e Franz Liszt são regularmente citados como tendo tido uma influência decisiva sobre o compositor italiano, pois sua música contém elementos de neoclassicismo, e inclui melodias que se assemelham à aquelas de Wolfgang Amadeus Mozart. Busoni escreveu numerosas peças para piano”. Ouça e tire as suas conclusões. Uma boa experimentação.

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

String Quartet in C, Op.19
01. I. Allegro moderato, patetico
02. II. Andante
03. III. Menuetto
04. IV. Finale. Andante con moto, alla marcia

String Quartet in D, Op.26
05. I. Allegro energico
06. II. Andante con moto
07. III. Vivace assai
08. IV. Andantino – Allegro con brio

Pellegrini-Quartett
Antonio Pellegrini, violino
Thomas Hofer, violino
Charlotte Geselbracht, viola
Helmut Menzler, cello

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Carlinus

.: interlúdio :. Pat Metheny – Zero Tolerance for Silence (1992)

Se você não suporta o free jazz, a Segunda Escola de Viena e as liberalidades de uma forma geral, fuja deste disco. Não se engane, o brilhantíssimo guitarrista Pat Metheny tem outra criatura dentro dele, mas não como você, leitor que sexualiza tudo, pensou. Há Dr. Jeckyll: o Metheny doce, melódico, brando, que poderia criar um trabalho com o titulo de Zero Tolerance for Noise; e Mr. Hyde: o parceiro de Ornette Coleman de Song X e autor deste agressivíssimo Zero Tolerance for Silence.

“A gravação mais radical da década…”. “Um novo marco na música para guitarra elétrica…”. “O instrumento queima, voa, são fragmentos retorcidos da imaginação de um incendiário mestre do imprevisível, um desafio para aqueles que se aventuram…”. Estes foram alguns trechos escritos para Zero Tolerance for Silence pelo guitarrista do Sonic Youth, Thurston Moore, em sua crítica. E é difícil expressar melhor a sensação — porque trata-se disso, de sensação — de ouvi-lo.

Em dezembro de 1992, Pat entrou no New York Power Station armado apenas com uma guitarra elétrica, pôs nela toda a distorção possível e gravou as cinco partes que compõem este disco absolutamente selvagem. Nele, o caos impera de forma especialmente arbitrária: são acordes quebrados, métricas inviáveis, conversas entre duas guitarras que lembram Frank Zappa — mas sem suas confusas influências eruditas, porque aquilo são apenas influências — , escalas inexistentes e todo o arsenal que você pode imaginar para um processo rigoroso de desconstrução que deixaria o free jazz tonto. Muitos, virando-lhe as costas, chamariam o CD de vanguardista ou o acusaria de ter apenas ruído como conteúdo, mas, desculpem, o fato é que há uma lógica estrutural nesta estranha suíte. A “situação” da primeira parte (18 minutos) torna-se logo depois mais agradável e melódica — de uma forma canhestra pra caralho — na parte 2, trazendo de volta lembranças de uma outra composição, “Parallel Realities” (com Jack DeJohnette, 1990), não ortodoxa. Neste mundo cheio de referências é dífícil ser totalmente original e os acordes de Metheny passam a lembrar Jimi Hendrix. Depois, o tema cerne do CD está agonizando e as notas se parecem com o movimento das garras de um animal morrendo… A parte 4 recebe um toque decididamente roqueiro reforçado pela presença de um terceira guitarra largando seus acordes em meio ao desarticulado diálogo dos dois principais instrumentos.

Um CD absolutamente radical, indicado apenas àquelas pessoas que não nada de varizes e conservadorismo em seus ouvidos.

IM-PER-DÍ-VEL, mas, repito, só para radicais !!!

Pat Metheny – Zero Tolerance for Silence (1992)

1. Part 1
2. Part 2
3. Part 3
4. Part 4
5. Part 5

Pat Metheny, guitarras

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PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – "Heróica"

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Depois de uma semana de silêncio pleno, estou de volta com um baita CD, daqueles que fazem a gente perder a voz e ouvir com absurda devoção. Afinal, trata-se de Beethoven, do inominável Beethoven. Entre as sinfonias do alemão, a de número 3 é uma das minhas preferidas. Ela constitui uma plêiade de sentimentos morais. É um micro-mundo, uma representação da existencialidade complexa de Beethoven. O compositor era um campo de batalha. Este CD é um portento. Uma maravilha. É uma gravação realizada no ano de 1958 por Ferenc Fricsay à frente da Filarmônica de Berlim. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – “Heróica”
01. Allegro con brio
02. Marcia funebre: Adagio assai
03. Scherzo: Allegro vivace
04. Finale: Allegro molto

Berliner Philharmoniker
Ferenc Fricsay, regente

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 (CD 1 de 5)

Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2

String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro

String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai

Amadeus Quartet

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897): Obra Completa para Violino e Piano

Amanhã, exatamente às 8h14, o Carlinus publicará outro Brahms. Sim, obedecendo ao rigoroso planejamento do blog capitaneado por este que vos escreve, ele deixou agendado para este horário. Pois tudo aqui segue uma lógica implacável, todas as nossas ações são planeadas nos mínimos detalhes. Por exemplo, sabemos que os amantes de Brahms acordam entre às 8h15 e às 9h13 da manhã de domingo e que logo vão a seus computadores a fim de responder seus e-mails e procurarem postagens de seus autores preferidos.

Já eu, que funciono em outra faixa, programei meu Brahms para às 18h07 com a finalidade de iludi-los. Acho que eles apenas me descobrirão após verem a postagem do Carlinus e ficarão surpresos e felizes, sabendo que terão de baixar os dois arquivos, sendo um melhor do que o outro.

Pois eu me garanto por aqui. A versão de Steinbacher e Kulek para as IRRETOCÁVEIS e PERFEITAS Sonatas de Brahms é digna dos melhores elogios. Steinbacher é uma dessas mocinhas bonitinhas que agora fazem sucesso na música erudita, mas não posso fazer nada: as feias que nos perdoem, mas belez… Não, é que a Arabella tem um toque muito sutil, sonoro, eufônico, sexy. Boa demais, sabem? Já o Kulek, olha, o Kulek é bão demais!

(Por falar em sexo, se há um compositor consensual, além de J.S. Bach, aqui no PQP, é Brahms. Com ênfase no trio que segue: Carlinus é apaixonado, mas eu, PQP, e FDP somos devotos de primeira hora. Aliás, já disse e repito: meus 3 compositores preferidos são Bach, Brahms, Beethoven e Bartók).

Por isso, pela segunda vez no mesmo dia, somos obrigados a utilizar nosso exclusivo selo de qualidade: IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Johannes Brahms (1833-1897)

Violin Sonata No. 1 in G major, Op. 78
1)I. Vivace ma non troppo [11:04]
2)II. Adagio [8:55]
3)III. Allegro molto moderato [9:22]

Violin Sonata No. 2 in A major, Op. 100
4)I. Allegro amabile [8:26]
5)II. Andante tranquillo – Vivace [7:32]
6)III. Allegro grazioso (quasi andante) [5:43]

Violin Sonata No. 3 in D minor, Op. 108
7)I. Allegro [8:11]
8)II. Adagio [4:53]
9)III. Un poco presto e con sentimento [3:05]
10)IV. Presto agitato [5:54]

Violin Sonata in A minor, “F-A-E”: III. Scherzo in C minor, WoO 2
11) Allegro
12) Trio – Più moderato – In tempo ma marcato [5:50]

Arabella Steinbacher, violin
Robert Kulek, piano

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Antonio Vivaldi (1678-1741): Le Passioni dell'Uomo / Concertos para Violino

Esplêndido CD duplo da Deutsche Harmonia Mundi! Todos nós conhecemos e caracterizamos Totonho por seus concertos. Dos 241 concertos para violino que compôs, muitos deles têm títulos programáticos. O violinista barroco italiano Enrico Casazza, selecionou seis concertos cujos nomes referem-se às paixões humanas (L’Amoroso ou L’Inquietudine). O CD bônus inclui quatro concertos inicialmente compostos para outros instrumentos que não o violino. Estes trabalhos foram arranjados para violino e orquestra de cordas por Pablo Queipo de Llano. A orquestra de nome modestíssimo — La Magnifica Comunità — é, tá bom, bem boa mesmo.

Vivaldi (1678-1741): Le Passioni dell’Uomo / Concertos para Violino

Disco 1

01/03. Concerto for Violin in E minor, RV 277 “Il Favorito”
04/06. Concerto for Violin in D major, RV 234 “L’Inquietudine”
07/09. Concerto for Violin in E major, RV 271 “L’Amoroso”
10/12. Concerto for Violin in C minor, RV 199 “Il Sospetto”
13/15. Concerto for Violin in B minor, RV 387 “Per Signora Anna Maria”
16/18. Concerto for Violin in C minor, RV 761 “Amato bene”

Disco 2

01/03. Concerto for Violin in B minor, RV 378R
04/06. Concerto for Violin in G minor, RV 320
07/09. Concerto for Violin in B flat major, RV 432R (originally for Flute)
10/12. Concerto for Violin in G minor, RV 322 (reconstructed)

Enrico Casazza, Violino e regência
La Magnifica Comunità

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PQP

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) – Dixit Dominus – Confitebor tibi, Dominem – Chi non ode e chi non vede – Salve Regina in A minor – Abbado – Orchestra Mozart

Dando continuidade ao meu projeto de postar obras de Pergolesi, começo a postar a série de três CDs que Claudio Abbado gravou ente 2009 e 2010, com a excelente “Orchestra Mozart”, e neste cd, com o excelente “Coro della Radiotelevisione Svizzera”.
Adoro obras corais sacras. Claro que devido à clara influência de Bach e Handel, mas existem diversos outros compositores barrocos, contemporâneos de Bach, que também produziram magníficas obras, mas devido ao gigantismo de Johann e de Handel, ficaram um tanto quanto obscurecidos e esquecidos.  A índústria fonográfica vem tentando nos últimos tempos suprir estas carências e muitos músicos vêm se especializando nestes repertórios.
Desde a primeira vez que ouvi a voz celestial de Emma Kirkby cantando o “Stabat Mater” me apaixonei pela obra de Pergolesi. E nestes últimos anos venho procurando outras obras, mas trata-se de tarefa um tanto quanto difícil. Mas creio que com este projeto de Claudio Abbado, dedicando-se durante algum tempo ás obras principalmente sacras, um maior número de orquestras, ou músicos, venham a gravá-las. Inclusive, está sendo um sucesso a postagem da Anna Netrebko cantando o “Stabat Mater”, já são mais de 350 downloads em uma semana. Daí vemos o interesse de nossos leitores-ouvintes de terem acesso à estes cds, que de outra forma que não fosse esta, seria quase impossível adquirir. A não ser, é claro, que tenham cartão de crédito internacional, além de um bom saldo na conta corrente, e paciência para esperarem por até três meses para receber o produto.
Este CD que estou postando traz o magnífico “Dixit Dominus”,
Bem, problemas à parte, espero que apreciem a beleza destas obras. Em anexo, segue booklet com informações sobre as obras e as letras das mesmas.
1 – CONFITEBOR TIBI, DOMINE. I. Confitebor tibi, Domine
2 – II. Confessio et magnificentia opus eius
3 – III. Fidelia omnia mandata eius
4 – IV. Redemptionem misit populo suo
5 – V. Sanctum et terribile nomen eius
6 – VI. Gloria Patri
7 – VII. Sicut erat in principio

Julia Kleiter – Soprano
Rosa Bove – Contralto
Coro della Radiotelevisione Svizzera
Orchestra Mozart
Claudio Abbado – Conductor

8 – CHI NON ODE E CHI NON VEDE. I Aria_ Chi non ode e chi non vede
9 – II Recitativo_ Di costei parlo
10 – III – Largo_ Tu dovresti, Amor tiranno
11 – Recitativo_ Ma dove io mi rivolgo_
12 – Largo stentato_ Miseri affetti miei
13 – Aria. Presto_ Cadro contento

Rachel Harnisch – Soprano
Orchestra Mozat
Claudio Abbado

14 – SALVE REGINA a-moll. I. Salve Regina
15 – II. Ad te clamamus
16 – III. Eia ergo
17 – IV. O clemens, o pia

Julia Kleiter – Soprano
Orchestra Mozart
Claudio Abbado – Conductor

18 – DIXIT DOMINUS. I. Dixit Dominus
19 – II. Virgam virtutis
20 – III. Dominare
21 – IV. Tecum principium
22 – V. Juravit Dominus
23 – VI. Dominus a dextris tuis
24 – VII. Gloria Patri

Rachel Harnisch – Soprano
Lucio Gallo – Bass – Barítono
Coro dela Radiotelevisione Svizzera
Claudio Abbado – Conductor

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Coleção Grandes Compositores 15/33: Piotr Tchaikovsky (1840-1893) (2)

Queriam mais Tchaikovsky?! Pois bem, este é mais um daqueles raros compositores que mereceram bis nesta coleção. O repertório é semelhante ao volume anterior. Um concerto; desta vez temos o Concerto para Violino em Ré. Duas peças orquestrais avulsas; a Fantasia Romeu e Julieta e a Marcha Eslava. Uma suíte de balé; agora com O Quebra Nozes. Faltou uma sinfonia, mas temos a belíssima Serenata para Cordas em Dó para finalizar o álbum. Enfim, um excelente repertório e uma grande oportunidade para os iniciantes terem, um pouco mais, contato com as mais populares obras de um dos maiores compositores de todos os tempos.

Nascido de uma família russa de classe média, Tchaikovsky parecia destinado à carreira jurídica. Aos 19 anos, tendo completado seus estudos de direito, ele arranjou um emprego como funcionário do Ministério da Justiça. Mas a atração pela música, que ele sentia desde criança, demonstrou-se irresistível. Entrou para o conservatório musical de São Petersburgo e abandonou o emprego para dedicar-se inteiramente à arte.
Desde o início, ele foi uma voz musical forte e independente. Mantinha relações amistosas com Balakirev e Rimsky-Korsakov, compositores nacionalistas russos. Mas, ainda que com frequência Tchaikovsky buscasse inspiração nas canções folclóricas de sua terra, continuava a usar as formas e técnicas dos mestres clássicos de maneira absolutamente pessoal. Os primeiros anos que dedicou à música foram difíceis, mas trouxeram-lhe crescente reconhecimento. Apesar de inseguro sobre as suas habilidades e atormentado por sua homossexualidade, produziu uma série de composições famosas – óperas, sinfonias, balés e outras partituras -, que são o legado de sua genialidade.

Na última década do século XIX, Tchaikovsky já era reconhecido como o maior compositor russo. Fora condecorado pelo czar, suas obras eram aplaudidas por toda a Europa e até por plateias da América. O caminho para a fama e o sucesso, no entanto, havia sido tortuoso e marcado pelas angustiantes crises emocionais que continuariam a assombrar o compositor até o final de sua vida.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 15 – Piotr Tchaikovsky (2)

DISCO A

Violin Concert in D,Op. 35
01 Allegro moderato (17:51)
02 Canzonetta: Andante; Finale: Allegro vivacissimo (16:43)
Kyung Wha Chung, violin
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

Romeo and Juliet, Fantasy Overture
03 (19:36)
Cleveland Orchestra, Riccardo Chailly

Marche Slave, Op. 31
04 (10:46)
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

DISCO B

Nutcracker Suite, Op. 71a
01 Miniature overture; Characteristic dances (3:13)
02 March (2:23)
03 Dance of Sugar-Plum Fairy (1:44)
04 Russian Dance (1:08)
05 Arabian Dance (Coffee) (3:54)
06 Chinese Dance (Tea) (1:05)
07 Dance of the Reed-Pipes (2:26)
08 Waltz of the Flowers (6:40)

Serenade of Strings in C, Op. 48
09 Pezzo in forma di sonatina: Andante non troppo – Allegro moderato (8:52)
10 Waltz: Moderato (Tempo di valse) (3:37)
11 Elégie: Larghetto elegiaco (8:54)
12 Finale: (Tema Russo): Andante – Allegro con spirito (7:07)

Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

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Marcelo Stravinsky