Um disco quase todo russo! Rimsky-Korsakov faz as honras da composição contribuindo com três obras largamente conhecidas: o Capricho Espanhol, a Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’ e a suíte orquestral ‘Scheherazade’. O regente também é russo – Vasily Petrenko. Bom, pelo menos nascido, que agora o cara anda lá pela Inglaterra e outras paragens também. Tem sido diretor da orquestra da gravação, a Oslo Philharmonic Orchestra, até este difícil ano de 2020. A orquestra não é russa, é norueguesa, mas tornou-se uma das melhores do mundo pelas mãos do grande Mariss Jansons. Assim, é norueguesa, mas sabe falar russo também.
Prepare-se para um disco com sonoridades exóticas e maravilhosas, que Rimsky-Korsakov era o cara da orquestração. Fez escola e entre seus alunos mais ilustres ninguém menos do que Igor Stravinsky. Rimsky-Korsakov dedicou seis anos de sua vida à Marinha Russa, como cadete naval. Três destes anos passou viajando e visitando os portos do mundo afora. Mas já sabia que dedicar-se-ia à música. Assim, depois disto, retornou à Mãe-Rússia para não sair mais.
Eu adoro estas peças, especialmente o Capricho e a Abertura. Esta última está entre uma das primeiras peças musicais que ouvi. Vejam o disco aí, numa foto gentilmente cedida pelo nosso colaborador Ammiratore. Grazie mille, commendatore!!
Portanto, aproveitem para mergulhar neste mundo de contos de fadas, de encantamentos sonoros, com lindos solos de violino, belíssimas melodias. Este disco é para quem gosta de música e não tem vergonha de ser feliz!!
Nikolay Rimsky-Korsakov (1844 – 1908)
Capricho Espanhol
Alborada
Variazioni
Alborada
Scena e canto gitano. Allegretto & Fandango asturiano
Vejam como são lisonjeiras as palavras desta crítica sobre o álbum da postagem: ‘The playing from the Oslo Philharmonic is flawless. All the solos are played with sophisticated levels of expression; phrasing throughout is architectural, but not predictable. String tones are varied and percussion timbres are nicely chosen, adding something distinctive to Petrenko’s vision‘.
Desde a primeira vez em que escutei os Concertos de Brandenburg de Bach, chamou-me a atenção aquele violininho serelepe e pungente a buscar espaço com valentia em meio aos tantos sopros do Concerto no. 1:
Nunca mais ouvi falar do tal violino piccolo, de tamanho a um violino 3/4 para jovens, com algumas diferenças de construção e que soa uma terça acima dos violinos convencionais, até encontrar alguns vídeos do ucraniano Grigoriy Sedukh tocando o que chamava de piccolo em peças convencionais do repertório violinístico.
Sem ler muito as letras miúdas, comprei seu CD (lançado pelo pitorescamente batizado selo “The Catgut Acoustic Society Co.”) para só depois descobrir – mais surpreso, talvez, que decepcionado – aquela história do gato comprado por lebre.
Pois aqui Sedukh não toca exatamente o instrumento de que Bach lançara mão, mas sim num chamado “violino sopranino”, que soa uma oitava acima do violino convencional e que tem, guardadas as proporções, as mesmas proporções deste. A gravação inclui somente uma faixa com um instrumento semelhante ao piccolo barroco, o “Adagio” de Grazioli, executado num violino dito “soprano” (uma quarta acima do convencional, mais ou menos como o piccolo), além de uma peça num “mezzo” (afinado exatamente como o convencional).
O repertório é um balaio de gatos que, obviamente, não tem razão outra de ser que não a de exibir as qualidades dos instrumentos e do intérprete. Eu acho estranho abrir uma gravação com a Polonaise de Bach, que é uma obra que parece já começar no meio, mas depois as coisas melhoram bastante. Sedukh é bom violinista e, neste pequeníssimo nicho musical, mostra-nos um bom cartão de visitas.
GRIGORYI SEDUKH – VIOLIN SOLOIST
Johann Sebastian BACH (1685-1750) Suíte Orquestral no. 2 em Si menor, BWV 1067
01 – Polonaise
02 – Badinerie
Giovanni Battista GRAZIOLI (1756-1820) 03 – Adagio*
Niccoló PAGANINI(1782-1840) 04 – Sonatina no. 1 para violino e violão
05 – Sonatina no. 3 para violino e violão
Joseph Joachim RAFF (1822-1882)
06 – Cavatina, Op. 85 no. 3
Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893) 07 – O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Entrée et Adagio
08 – Álbum para a Infância, Op. 39 – no. 22: Canção da Cotovia
09 – O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Adagio †
10 – O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Dança Russa
Há histórias tão improváveis que são indeglutíveis.
E há a história de Muçaperê e Erundi, ou de Natalício e Antenor Lima, ou – como o mundo todo viria a conhecê-los – dos Índios Tabajaras.
ooOoo
Eles eram, de fato, indígenas, nascidos da nação Tabajara, na serra de Ibiapaba, perto da divisa entre o Ceará e o Piauí. Receberam seus nomes nativos porque eram o terceiro (“muçaperê”) e quarto (“erundi”) filhos de seu pai. Sua trajetória do sertão até o sucesso mundial é tão inacreditável que minha prosa não tem asas para contá-la: deixo o próprio Natalício fazê-lo, neste longo, fascinante depoimento.
Resumo da epopeia: um primeiro contato com militares (e com o violão) no sertão; um tenente os apadrinha, e adotam “nomes de branco”; a fome move a família para o Rio de Janeiro, a pé e em pau-de-arara, ao longo de três anos, durante os quais se familiarizam com a viola brasileira e o violão; primeiras aparições no rádio e em teatros da Capital Federal e em São Paulo, anunciados como “bugres que sabem tocar”; sem serem levados muito a sério, fazem suas primeiras gravações; saem em turnê pela América Latina; chegam ao México, onde são apresentados por Ricardo Montalbán como “analfabetos musicais”; o constrangimento leva-os a terem aulas de música em Caracas e Buenos Aires; excursão pelos Estados Unidos, onde gravam várias músicas do repertório easy listening, incluindo o fox “Maria Elena”; retorno desiludido ao Brasil e busca de uma nova carreira; no meio-tempo, o compacto de “Maria Elena” transforma-se num imenso sucesso retardado, com mais de um milhão de vendas; os irmãos são catapultados de volta aos Estados Unidos, onde, entre idas e vindas, se radicam e vivem até suas mortes.
A acreditar em tudo o que se conta deles, temos a mais fantástica trajetória artística que ainda não virou livro ou filme. Mas não é ela, claro, que nos interessa, pois isso aqui, afinal de contas, é o PQP Bach e quem me lê não quer saber de histórias fabulosas: quer música, e muita, e da muito boa.
Surge, pois, a minha deixa para apresentar-lhes esta gravação.
Se a maior parte do repertório da dupla consistiu em músicas melosas, feitas para pagar as contas e destinadas invariavelmente aos almoços de família e às salas de espera de consultórios de dentista, os largamente autodidatas Muçaperê e Erundi eram entusiastas da música clássica europeia e, sempre que podiam, incluíam suas peças em seus recitais. Em muitos deles, tocavam música de elevador vestidos em trajes, ahn, “indígenas” (daqueles para inglês ver) para, depois do intervalo e de smoking, tocarem as transcrições de obras de concerto habilmente feitas por Muçaperê.
Este álbum, Casually Classic, inclui algumas delas, com solos de Muçaperê, e acompanhamentos de Erundi.
Talvez alguns torçam o nariz para a transcrição de Recuerdos de la Alhambra para dois violões, em vez da difícil superposição entre melodia em tremolo e acompanhamento em arpejos com o polegar da versão solo. Eu a acho esplêndida e muito mais evocativa que o original. Os excertos orquestrais são cheios de verve, e a fuga de Bach – uma estranha no ninho entre as seleções – é deliciosamente trigueira. O ponto alto, para mim, é a Fantasia-Improviso de Chopin, transcrita e interpretada de uma maneira tão linda que me é até mais convincente que o original pianístico.
Se a muitos será uma surpresa a revelação de que houve um grande duo de violonistas brasileiros antes dos irmãos Assad conquistarem o planeta, espero que ela, ao escutarem esta gravação, seja muito grata.
OS ÍNDIOS TABAJARAS – CASUALLY CLASSIC (1966)
Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
01 – Valsa em Dó sustenido menor, Op. 64 no. 2
Pyotr IlyichTCHAIKOVSKY (1840-1893)
02 – O Quebra-Nozes, Op. 71: Valsa das Flores
Francisco de Asis TÁRREGA y Eixea (1852-1909)
03 – Recuerdos de la Alhambra
Nikolay AndreyevichRIMSKY-KORSAKOV (1844-1908)
04 – A Lenda do Czar Saltan – Ato III, Interlúdio: O Voo do Zangão
Fryderyk FranciszekCHOPIN
05 – Valsa em Ré bemol maior, Op. 64 no. 1
Johann SebastianBACH (1685-1750)
06 – O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Dó sustenido maior, BWV 848: Fuga
Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)
07 – El Amor Brujo: Dança Ritual do Fogo
Fryderyk FranciszekCHOPIN
08 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66
Muçaperê (Natalício Moreira Lima) e Erundi (Antenor Moreira Lima), violões Transcrições de Muçaperê
Um arrasa-quarteirão essa gravação da magnífica obra de Rimski-Korsákov, ‘Sheherazade’. Contando com o talento do então líder dos violinos da própria Filarmônica de Berlim, Michel Schwalbé, Karajan nos traz uma leitura altamente expressiva, explorando com maestria as nuances exóticas da obra. Tem uma orquestra quase perfeita em suas mãos, que não teme se expor. Foi este disco que me apresentou esta obra tão ímpar, tão impactante e tão emotiva. ainda lá pela década de 1970, quando tocava nas principais rádios especializadas em música clássica no Brasil. o locutor da rádio fazia questão de ressaltar os nome de Karajan, e Schwalbé, que eu considerava único. O violino de Schwalbé nos traz uma brilhante coleção de cores, tons e ritmos, muitas vezes temos vontade de sair dançando, graças à riqueza e beleza de suas melodias e harmonias.
Um grande registro, sem dúvida alguma. Espero que apreciem. Trata-se de um CD de curta duração, meros 35 minutos, mas vale cada minuto de sua audição.
01 Shéhérazade, op. 35- 1. Largo e maestoso – Allegro non troppo
02 Shéhérazade, op. 35- 2. Lento – Andantino – Allegro molto – Vivace scherzando
03 Shéhérazade, op. 35- 3. Andantino quasi allegretto. The Young Prince and the Young Princess
04 Shéhérazade, op. 35- 4. Allegro molto e frenetico – Vivo – Allegro non troppo e maestoso
Michel Schwalbé – Solo Violin
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan – Conductor
Este disco é um ultraje! TRANSCRIÇÕES – TRAIÇÕES? – TRADIÇÕES!!
É um disco para quem ama o som do piano, do grande, enorme instrumento que se tornou o piano.
Os principais personagens deste disco são Arcadi Volodos e Thomas Frost. O nome do primeiro está na capa e o do segundo, na contracapa.
Volodos, retrato do artista quando jovem!
Arcadi Volodos gravou este disco em 1996, o primeiro resultado de seu (exclusivo) contrato com a Sony Classical. Thomas Frost é um veterano produtor de discos que trabalhou com artistas como Horowitz, Eugene Ormandy, George Szell e Rudolf Serkin e produziu este disco.
Por que o disco é um ultraje? Ora, um disco que tem faixas como O Voo do Besouro e A Marcha Turca (de Mozart) tem uma grande chance de fazer torcer os narizes e de fazer franzir os cenhos de ouvintes mais puristas (digamos). Mas acreditem, esse disco vai além disso.
Transcrições soam como violações das sacrossantas vontades dos compositores e expressões hifenadas como Bach-Busoni, Bach-Siloti, Schubert-Liszt geram em certos setores grandes desconfianças. Mas as transcrições estão há muito enraizadas na cultura musical. Basta lembrar que Bach transcreveu música de Vivaldi, de Alessandro Marcelo, de Albinoni e até dele mesmo. Mozart arranjou umas fugas de Bach para trio de cordas, transcreveu sonatas de Johann Christian Bach para piano e orquestra. Mozart até reorquestrou o Messias de Handel.
Mas o que está mais próximo do que temos neste disco são as transcrições e arranjos feitos pelos virtuoses de piano e de violino para suas próprias apresentações. Liszt foi um precursor. Peças de Bach originalmente para órgão, Lieder de Schubert, óperas da época – tudo para piano. Inclusive as Sinfonias de Beethoven! Fritz Kreisler, compositor e violinista chegou a escrever música original, peças de encore, que atribuiu a outros compositores como se fossem transcrições, verdadeiros pastiches.
Assim, prepare-se para um programa repleto de excelente música, bastante diversificado, maravilhosamente executado e gravado! IM-PRE-NA-BLE! Um MUST!
A primeira peça, Carmen Variations, é um arranjo de Horowitz sobre o tema da ópera de Bizet. Conta o livreto que Volodos teve que tirar de ouvido a peça gravado em 1968 por Volodya.
Rachmaninov escreveu algumas canções e ele mesmo transcreveu duas delas para piano solo: Lilacs e Daisies. As faixas 2 e 3 são transcrições feitas para piano solo de outras duas canções de Rachmaninov – Utro (Manhã) e Melodiya (Melodia) – pelo próprio Volodos, tomando as transcrições já existentes como modelos. Rachmaninov, que além de compositor ganhava a vida como pianista, fez várias transcrições. Dia destes postaremos um lindo disco com algumas delas.
Nas faixas de 5 a 7 temos três transcrições feitas por Liszt de canções de Schubert: Litanei, Aufenthalt e Liebesbotschaft. O desafio é tocar não só o acompanhamento da canção original para piano, mas também a parte do cantor.
Chegamos na faixa 8, talvez a peça mais transcrita de todas: The Flight of the Bumblebee – O Vôo do Besouro. A peça original escrita por Rimsky-Korsakoff para orquestra (o cara era um bamba em orquestração, foi professor de Stravinsky…) teve versões para piano e violino, guitarra, flauta e acho que até para ukulele. A transcrição deste disco foi feita por um pianista húngaro, aluno de aluno de Liszt, que demanda maior investigação, George Cziffra.
As faixas 9, 10 e 11 são transcrições autênticas. Prokofiev arranjou para piano música de seus balés e de peças orquestrais. Fez muito sucesso dez dos números de Romeu e Julieta transcritas para piano e ele repetiu a dose com música do balé Cinderela. Aqui temos uma Gavota, uma Dança Oriental e uma Valsa. Qualquer dia destes, postaremos um lindo disco com essas peças do balé Romeu e Julieta.
Feinberg pensando: Quando esses caras do PQP vão postar uns disquinhos meus?
Samuel Feinberg foi um grande virtuose de piano que viveu atrás da chamada Cortina de Ferro e temos poucas gravações suas. Mas podemos avaliar seu calibre pelas transcrições que deixou, por exemplo, das Sinfonias Nos. 4, 5 e 6 de Tchaikovsky. A faixa 12 deste disco traz o Scherzo, o terceiro movimento da Sinfonia No. 6, a Patética. A interpretação do Volodos faz justiça tanto a Tchaikovsky quanto a Feinberg. Esta faixa é a minha escolha de cereja do bolo!
A última faixa é mais uma transcrição de Volodos, agora da Marcha Turca, o último movimento da Sonata para piano No. 11, em lá maior, K. 331. A sonata é uma das mais bonitas de Mozart. O primeiro movimento é um lindíssimo tema com variações, o segundo movimento é um Menuetto. O terceiro movimento, no entanto, é irresistível, uma marcha turca. Viena tinha uma queda pela chamada música turca e O Rapto do Serralho vai nessa onda. Até Beethoven tem uma Marcha Turca. Bom, aqui temos para fechar o disco uma Marcha Turca de Mozart-Volodos. Faz sucesso. Já ouvi essa peça interpretada por outra virtuose do piano.
Piano Transcriptions
Georges Bizet (1838 – 1875) – Vladimir Horowitz (1903 – 1989)
Assim é o universo deste ótimo disco: exibição de virtuosismo que torna o piano em um emulador de outras combinações de instrumentos e vozes, até mesmo da orquestra. Aproveite!!
Sharon Bezaly é um dos grandes nomes da flauta na atualidade. É jovem (ou ao menos aparenta, já que nasceu em 1972), ou seja, tem muito a contribuir ainda, muito versátil, e encara com tranquilidade petardos como este Concerto de Nielsen que temos neste CD, e o de Kachaturian, que pretendo trazer amanhã, ou depois de amanhã. Destaque especial para o arranjo que Kalevi Aho fez em 2008 do “Vôo do Besouro” de Korsákov e lhe dedicou e que fecha este CD.
Aqui nesta gravação ela é acompanhada pelo experiente maestro Neeme Järvi, que conduz a Residentie Orkest den Haag.
P.S. O booklet com maiores informações está anexo ao arquivo compactado.
NIELSEN, Carl (1865–1931) Concerto for Flute and Orchestra, FS119 (1926)
I. Allegro moderato
II. Allegretto, un poco – Adagio ma non troppo – Allegretto – Poco Adagio – Tempo di Marcia
GRIFFES, Charles Tomlinson (1884–1920) Poem for Flute and Orchestra(1918)
Andantino
REINECKE, Carl (1824–1910) Concerto for Flute and Orchestra in D major Op.283 (1908)
I. Allegro molto moderato 7’02
II. Lento e mesto 4’44
III. Finale. Moderato 6’08
CHAMINADE, Cécile (1857–1944) Concertino for Flute and Orchestra (Enoch & Cie) Op.107 (1902)
Moderato
TCHAIKOVSKY, Pyotr Ilyich (1840–93) adapted by Ernest Sauter
Largo and Allegro for two flutes and strings (1863–64) Version for solo flute and strings (Verlag Walter Wollenweber)
POULENC, Francis (1899–1963) orch. Lennox Berkeley Flute Sonata (1956–57) (Chester Music) 11’27
I. Allegro malinconico 4’22
II. Cantilena. Assez lent 3’32
III. Presto giocoso 3’21
RIMSKY-KORSAKOV, Nikolai (1844–1908) arr. Kalevi Aho 2008 –dedicated to Sharon Bezaly The Flight of the Bumblebee (1899–1900) (Fennica Gehrman)
Presto
Sharon Bezaly flute
Residentie Orkest Den Haag
Neeme Järvi conductor
Aqui é outra história. Um excelente disco. Um supremo esforço de Glinka produziu um Sexteto bem aceitável e Rimsky-Korsakov — bem, o Quinteto tem luz própria — retorna gloriosamente a nosso blog. Este Quinteto para Piano e Sopros foi a música inaugural, a obra-prima que abriu este blog. Disco para baixar já! Então a gente usa de indulgência esperando o longo e até bom Glinka acabar e depois degusta o Korsakov, combinado?
Glinka: Grande Sexteto / Rimsky-Korsakov: Quinteto para Piano e Sopros
Glinka:
1. Gran sestetto originale, for piano & string quintet in E flat major, G. iv81: Allegro – Maestoso
2. Gran sestetto originale, for piano & string quintet in E flat major, G. iv81: Andante
3. Gran sestetto originale, for piano & string quintet in E flat major, G. iv81: Allegro con spirito
Rimsky-Korsakov:
4. Quintet, for flute, clarinet, horn, basson & piano in B flat major: Allegro con brio
5. Quintet, for flute, clarinet, horn, basson & piano in B flat major: Andante
6. Quintet, for flute, clarinet, horn, basson & piano in B flat major: Rondo (Allegretto)
Ainda dia destes pensava em postar alguma coisa de Rimsky-Korsákov que não fosse ‘Sherazade’ ou o ‘Capricho Espanhol’. Eis que fuçando meus HDs externos encontro esta bela caixa de três CDs, onde o incansável maestro Neeme Järvi nos traz diversas aberturas e suítes de óperas do russo, gravadas com a excelente Scottish National Orchestra. Opa, é isso aí, pensei. Vamos apresentar algo diferente, que seja inédito por aqui. Falar em inédito talvez seja exagero, mas creio que algumas destas peças sejam realmente inéditas por aqui.
Então vamos ao que viemos.
CD 1
01. May Night – Overture. Rimsky-Korsakov
02. The Snow Maiden- I – Beautiful Spring. Rimsky-Korsakov
03. The Snow Maiden- II – Dance of the Birds. Rimsky-Korsakov
04. The Snow Maiden- III – The Procession of Tsar Berendey. Rimsky-Korsakov
05. The Snow Maiden- IV – Dance of the Tumblers. Rimsky-Korsakov
06. Christmas Eve. Rimsky-Korsakov
CD 2
01. Mlada- I – Introduction. Rimsky-Korsakov
02. Mlada- II – Redowa- A Bohemian Dance. Rimsky-Korsakov
03. Mlada- III – Lithuanian Dance. Rimsky-Korsakov
04. Mlada- IV – Indian Dance. Rimsky-Korsakov
05. Mlada- V – Procession of the Nobles. Rimsky-Korsakov
06. The Invisible City of Kitezh- I – Prelude- A Hymn to Nature. Rimsky-Korsakov
07. The Invisible City of Kitezh- II – Wedding Procession. Rimsky-Korsakov
08. The Invisible City of Kitezh- III – Tartar invasion and Battle of Kerzhenets. Rimsky-Korsakov
09. The Invisible City of Kitezh- IV – Death of Fevroniya and apotheosis of the Invisible City. Rimsky-Korsakov
CD 3
01. The Golden Cockerel (Le Coq d’Or)- I – Introduction and Dodon’s sleep. Rimsky-Korsakov
02. The Golden Cockerel- II – King Dodon on the battlefield. Rimsky-Korsakov
03. The Golden Cockerel- III – Queen of Shemakha’s Dance; King Dodon’s Dance. Rimsky-Korsakov
04. The Golden Cockerel- IV – Wedding Feast; Death of King Dodon; Finale. Rimsky-Korsakov
05. The Tale of Tsar Saltan- I – Tsar’s departure and farewell. Rimsky-Korsakov
06. The Tale of Tsar Saltan- II – Tsarina adrift at sea in a barrel. Rimsky-Korsakov
07. The Tale of Tsar Saltan- III – The three wonders. Rimsky-Korsakov
08. The Flight of the Bumble Bee (from The Tale of Tsar Saltan). Rimsky-Korsakov
National Scottisch Orchestra
Neeme Järvi – Conductor
Obras sacras de Rachmaninoff, Rimsky-Korsakov, Soghomonyan, Gunnar Eriksson, Taneyev e Ketchakhmadze.
A delicadeza e as filigranas dos corais da Igreja Ortodoxa Russa, sustentadas por um baixo profundo, conforme acentuado pelo nosso ouvinte Vanderson, são de arrepiar a alma de qualquer um!!
не пропустите !!! …….
Palhinha 1: ouça 01. Allelulia, Behold the Bridegroom – from the Russian Easter Liturgy
Palhinha 2: ouça 06. Serenade
Sacred Treasures III – Choral Masterworks from Russia and Beyond
Anonymous (c. XVIII cent.) 01. Allelulia, Behold the Bridegroom – from the Russian Easter Liturgy
Soghomon Gevorgi Soghomonyan, commonly known as Komitas Vardapet, also Gomidas Vartabed or simply Komitas (Gomidas) (Kütahya, Ottoman Empire, 1869 – Paris, France, 1935) 02. Sourp Sourp (Holy Holy) – Divine Liturgy
Rachmaninoff, Sergei Vasilievich (Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943) 03. Liturgy of St John Chrysostom, for chorus, Op. 31 – Lord Have Mercy 04. Liturgy of St John Chrysostom, for chorus, Op. 31 – The Mercy of Peace (excerpts)
Gunnar Eriksson (after J.S. Bach) 05. Komm Susser Tod
Taneyev, Sergei Ivanovich (Rússia, 1856-1915) 06. Serenade
Rachmaninoff, Sergei Vasilievich (Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943) 07. Liturgy of St John Chrysostom, for chorus, Op. 31 – Grant Us This O Lord
Rimsky-Korsakov, Nikolai Andreyevich (Rússia, 1844-1908) 08. Our Father
Rachmaninoff, Sergei Vasilievich (Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943) 09. Gloria (excerpt) – All-Night Virgil (Vespers) 10. Peaceful Light (Kiev Chant) – All-Night Virgil (Vespers) 11. Praise the Lord O My Soul (Greek Chant) – All-Night Virgil (Vespers)
Anonymous 12. Blessed Art Thou O Lord (Kiev Chant) – Ancient tune from the Requiem Liturgy
Josef Ketchakhmadze (Georgia, 1939) 13. Chorale
Rachmaninoff, Sergei Vasilievich (Rússia, 1873 – Estados Unidos, 1943) 14. Liturgy of St John Chrysostom, for chorus, Op. 31 – Amen, Allelulia
Sacred Treasures III – Choral Masterworks from Russia and Beyond – 2000
The Erik Westberg Vocal Ensemble. Maestro Erik Westberg – faixa 5
Irina Arkhipova & USSR Ministry of Culture Chamber Choir. Maestro Valery Polyansky – faixa 11
Lege Artis Chamber Choir. Maestro Boris Abalian – faixa 6
The Russian State Symphony Cappella. Maestro Valery Polyansky – faixas 3, 4 e 7
St Petersburg Chamber Choir. Maestro Nikolai Korniev – faixas 1, 2, 8 e 13
State Symphony Cappella. Maestro Valery Polyansky – faixa 14
Trinity-Saint Sergius Lavra Choir. Maestro Archimandrite Matfei Mormyl – faixa 12
USSR Ministry of Culture Chamber Choir. Maestro Valery Polyansky – faixas 9 e 10
Geralmente posto aquilo que ouço. E desde que este CD me chegou às mãos eu não cesso de ouvi-lo. São obras bastantes conhecidas. Mas identifiquei nele três questões: (1) ele é “todo russo” – orquestra e regente; obras e compositores, (2) ele possui peças que ao meu modo de ver são sublimes como, por exemplo, Nas Estepes da Ásia Central de Borodin, O Capricho Espanhol de Korsakov e a Abertura da ópera Kovantchina de Mussorgsky e (3) todos são compositores russos a que muito admiro. Em suma: o conjunto é maravilhoso e deve ser essa unidade que me cativou. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!
Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Overture Ruslan and Ludmilla
01. Overture Ruslan and Ludmilla
Aleksandr Porfirevich Borodin (1833-1887) – Danças Polovtsianas da ópera Príncipe Igor – Ato 2
02. Danças Polovtsianas da ópera Príncipe Igor – Ato 2
Nas Estepes da Ásia Central
03. Nas Estepes da Ásia Central
A pianista inglesa Margaret Fingerhut apresenta um interessante repertório do Grupo dos Cinco nacionalistas russos. São eles Mily Balakirev, Cesar Cui, Alexander Borodin, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky-Korsakov. Sua música, tão russa, aqui nos chega com um sotaque perfeitamente britânico. É um bom disco para se conhecer história da música, pois o nacionalismo musical fez muita coisa boa antes e depois da virada do século XIX para o XX. Mas Fingerhut tenta transformar esses russos crassos em algo próximo de Beethoven e aí não funciona tão bem quanto deveria. Mas vale muito a audição. Eu curti.
Balakarev / Borodin / Cui / Mussorgsky / Rimsky-Korsakov: Música Russa para Piano
Balakirev
01 Toccata in C sharp minor
02 In the Garden
03 Polka in F sharp minor Mussorgsky
04 A Teardrop
05 A Children’s Prank
06 In the Village
07 Nanny and I
08 First Punishment Cui
09 No 9 in E major
10 No 10 in G sharp minor
11 No 2 in E minor
12 No 8 in C sharp minor Rimsky-Korsakov
13 Sherzino Op 11 No 3
14 A Little Song
15 Novellette Op 11 No 2 Borodin
16 In the Monastery
17 Scherzo in A flat major
18 Nocturne
Em meados do século XX, este tipo de música era considerada “ligeira”, algo para concertos ao ar livre, para o grande público tomar seu primeiro contato com os clássicos. Hoje parece apenas música erudita em disco de gatinhos. O que houve conosco?
Em 1881, Henry Lee Higginson, o fundador da Orquestra Sinfônica de Boston, escreveu sobre seu desejo de apresentar em Boston “concertos de um tipo leve de música”. Então a Boston Pops foi fundada para apresentar este tipo de música ao público, com o primeiro concerto realizado em 1885. Chamado de “Concerto de Passeio” eles duraram até 1900, eram performances de música clássica “leve”.
A Orquestra não tinha um maestro próprio até o ano de 1930, quando Arthur Fiedler começou seu mandato. Fiedler trouxe aclamação mundial à orquestra. Ele sempre foi infeliz com a reputação de que a música erudita era para a elite aristocrática, e sempre fez esforços para levar os eruditos a um público vasto. Sempre promoveu concertos gratuitos em Boston, assim aos poucos foi popularizando a música clássica na região.
Sob sua direção a orquestra fez inúmeras gravações campeãs de vendas, arrecadando um total superior a US$ 50 milhões. As primeiras gravações da orquestra foram feitas em julho de 1935 para a RCA Victor, incluindo a primeira gravação completa da Rhapsody in Blue de Gershwin.
Fiedler também é lembrado por ter começado a tradição anual da orquestra se apresentar no 4 de julho (Independência dos Estados Unidos) na praça da Esplanada, uma das celebrações mais aclamadas, que contava com um público entre 200 e 500 mil pessoas.
Após a morde de Fiedler, em 1979, John Williams tomou o cargo, em 1980. Williams continuou com a tradição de levar a música clássica ao público mais vasto. Ele ficou no cargo até 1994, quando passou para Keith Lockhart em 1995. Lockhart segua à frente da Pops, acrescentando um toque de extravagância e um dom para o drama. Williams continua sendo maestro laureado e realiza uma semana de concertos por ano.
Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Suíte de O Galo de Ouro – Le Coq’or – Suíte, Rossini (1792-1868) – William Tell Overture, Tchaikovsky (1840-1893) – Marcha Eslava, Chabrier (1841-1894) – España e Franz Liszt (1811-1886) – Rapsódia Húngara No. 2 e Rakoczy March
Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Suíte de O Galo de Ouro – Le Coq’or – Suíte
01. King Dodom in his Palace
02. King Dodom on the Battlefield
03. King Dodom with the Queen of Shemakha
04. March
Gioachino Rossini (1792-1868) – William Tell Overture
05. William Tell Overture
Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) – Marcha Eslava
06. Marcha Eslava
Emmanuel Chabrier (1841-1894) – España
07. España
Franz Liszt (1811-1886) – Rapsódia Húngara No. 2 e
08. Rapsódia Húngara No. 2
Em março de 2009, um crítico da grande, excelente e normalmente irônica e contida revista londrina Gramophone parece ter enlouquecido:
… quando ouço Anna Netrebko cantar, viver , eu não quero que ela pare… Lembro-me das ovações arrebatadoras , quando as pessoas estavam realmente enlouquecendo pelo som de uma voz. Esse é o tipo de voz Netrebko tem… Ela também é um animal do palco… Ela é alimentada por puro talento e instinto… Eu prefiro Netrebko acima de qualquer outra pessoa, a qualquer hora.
Bem, OK, não preciso dizer mais nada. Ou talvez deva reforçar que a dupla Netrebko e Barenboim é mesmo espetacular?
Rimsky-Korsakov / Tchaikovsky / Dvorák / Richard Strauss: In the still of night (Canções Russas)
Nicolai Rimsky-Korsakov (1844 – 1908)
Four Songs, Op.40
1) No.3 O chem v tishi nochey [2:28]
Four Songs, Op.27
2) No.4 Prosti! Ne pomni dney naden’ya [1:29]
Vesnoy, Op.43
3) No.2 Ne veter, veya s vïsotï [2:14]
4 No.1 Zvonche zhavoronka pen’ye [1:16]
Four Songs, Op.3
5) No.4 Na kholmakh Gruzii [2:31]
Six Songs, Op.8
6) No.5 V tsarstvo rozï i vina [2:46]
Four Songs, Op.6
7) No.4 Pesnya Zyuleyki [1:56]
Four Songs, Op.2
8) No.2 Plenivshis’ rozoy, solovey [3:09]
Four Songs, Op.42
9) No.3 Redeyet obklakov letuchaya gryada [3:26]
Two Songs, Op.56
10) No.1 Nimfa [3:25]
11) No.2 Son v letnyuyu noch’ [5:25]
Peter Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893)
Shest’ romansov (Six Romances), Op.57
12) No.1 Skazhi, o chom v teni vetvey [3:44]
13) Zabït tak skoro (1870) [2:56]
Dvenadtsat’ romansov (Twelve Romances), Op.60
14) No.6 Nochy bezumnïye [2:52]
Shest’ romansov (Six Romances), Op.6
15) No.5 Otchevo? [3:09]
Shest’ romansov (Six Romances), Op.63
16) No.6 Serenada [3:42]
Shest’ romansov (Six Romances), Op.16
17) No.1 Kolïbel’naya pesnaya [4:26]
Sem’ romansov (Seven Romances), Op.47
18) No.7 Ya li v pole da ne travushka bïla [6:05]
Shest’ romansov (Six Romances), Op. 73
19) No.5 Sred mrachnïkh dnei [1:51]
Sem’ romansov (Seven Romances), Op.47
20) No.6 Den li tsarit? [3:49]
Antonín Dvorák (1841 – 1904)
Ciganské melodie (Gypsy Melodies), Op.55
21) 4. Als die alte Mutter [3:46]
Richard Strauss (1864 – 1949)
Vier Lieder, Op.27
22) 2. Cäcilie [2:31]
A obra prima ‘Sheherazade’ do compositor russo Rimsky-Korsakov nas mãos de Ansermet torna-se algo ainda mais espetacular. Desde os primeiros acordes já entendemos o que virá pela frente. Confesso que minha versão favorita é a que Herr Karajan gravou nos anos 60, ou 70, não tenho certeza, mas esta aqui não fica atrás. Não é tão espetaculosa quanto a do Kaiser, mas Ansermet soube destacar as nuances e detalhes da obra com a maestria de sempre.
O CD se completa com a Sinfônica Nº 2 ‘Antar’. Em poucas palavras, um CD para se ouvir à exaustão, para ser apreciado sem moderação.
Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sheherazade, Antar (Ansermet)
1 Scheherazade, Op.35 – The Sea and Sinbad’s Ship 10:11
2 Scheherazade, Op.35 – The Story of the Calender Prince 11:15
3 Scheherazade, Op.35 – The Young Prince and the Young Princess 9:39
4 Scheherazade, Op.35 – Festival at Bagdad – The Sea – The Shipwreck against a rock surmounted by a bronze warrior (The Shipwreck) 12:27
5 Symphony No.2, Op.9 “Antar” – 1. Largo – Allegro giocoso – Adagio – Largo – (Tempo I) – Allegretto Vivace – Largo (Tempo I) 11:55
6 Symphony No.2, Op.9 “Antar” – 2. Allegro – Molto allegro – Meno mosso, allargando – Allegro (Tempo I) 5:11
7 Symphony No.2, Op.9 “Antar” – 3. Allegro risoluto alla marcia 5:42
8 Symphony No.2, Op.9 “Antar” – 4. Allegretto vivace – Andante amoroso – Animato assai – Tempo I 8:29
L´Orchestre de La Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor
Mussorgsky foi militar, Korsakov também. Os milicos do PQP Bach são melhores que os milicos dos outros, claro. Eu gosto de Sherazade, gosto mais ainda de A Grande Páscoa Russa e a gravação deste Temirkanov é uma joia indiscutível. Complicado arranjar um registro mais perfeito e compreensivo destas obras que não podem faltar em nenhuma discoteca básica. Excelente performance e alta temperatura emocional. Temo que seja…
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sherazade e A Grande Páscoa Russa
1. Scheherazade, Op. 35: The Sea and Sinbad’s Ship 11:06
2. Scheherazade, Op. 35: The Story of the Kalender Prince 13:10
3. Scheherazade, Op. 35: The Young Prince and the Young Princess 11:10
4. Scheherazade, Op. 35: Festival in Bagdad 12:26
Glenn Dicterow, violin
Inspirado pela postagem do mano PQPBach, resolvi trazer estas obras pouco conhecidas e executadas de Rimsky-Korsakov. Gosto muito desse compositor, desde a primeira vez em que ouvi seu Capricho Espanhol, e lá se vão mais de três décadas. Na verdade, sou fá da música russa, então Tchaikovsky, Korsakov, entre outros são compositores russos que sempre estiveram entre meus favoritos.
Não tenho lembranças de quando nem como consegui este belo CD duplo da DG que traz as sinfonias (para mim até então desconhecidas) do russo. Já devo tê-lo há pelo menos uns dois ou três anos. E ainda mais com um de meus regentes favoritos da atualidade, Neeme Järvi. O bom e prolífico velhinho gravou excelentes CDs com esta orquestra sueca, a Gothenburg Symphony Orchestra.
Tudo bem, suas sinfonias não tem o mesmo impacto das sinfonias de Tchaikovsky, seu contemporâneo e amigo, mas são bem escritas e a orquestração é bem trabalhada. Järvi, na verdade, em alguns momentos consegue tirar leite de pedra, e o que poderia soar tedioso, graças à sua regência segura, consegue me satisfazer. Enfim, não sejamos tão críticos. Respeitemos o compositor da genial “Sherazade” e do fantástico “Vôo do Besouro”.
O CD se completa com a conhecidíssima Abertura do Festival da Páscoa, e talvez sua obra mais conhecida, o Capriccio Espagnol.
Um belo CD, sem dúvida, e raro. Desconheço outras gravações destas sinfonias, devem até existir, mas fica o mérito do grande Järvi trazer a tona obras tão pouco interpretadas.
Logo trago outro CD de Järvi regendo o mesmo Korsakov.
CD 1
01. Symphony no.1 in E minor op.1 I. Largo assai – Allegro
02. Symphony no.1 in E minor op.1 II. Andante tranquillo
03. Symphony no.1 in E minor op.1 III. Scherzo. Vivace – Trio
04. Symphony no.1 in E minor op.1 IV. Allegro assai
05. Symphony no.2 op.9 (Antar) I. Largo – Allegro – Largo – Allegretto – Adagio
06. Symphony no.2 op.9 (Antar) II. Allegro
07. Symphony no.2 op.9 (Antar) III. Allegro risoluto
08. Symphony no.2 op.9 (Antar) IV. Adagio
CD 2
01. Symphony no.3 in C major, op.32 I. Moderato assai – Allegro
02. Symphony no.3 in C major, op.32 II. Scherzo. Vivo – Moderato – Tempo I
03. Symphony no.3 in C major, op.32 III. Andante – Animato assai – Tempo I – att
04. Symphony no.3 in C major, op.32 IV. Allegro con spirito – Animato
05. Russian Easter Festival Overture, op.36
06. Capriccio Espagnol, op.34 Alborada. Vivo e strepitoso – attacca
07. Capriccio Espagnol, op.34 Variazioni. Andante con moto – attacca
08. Capriccio Espagnol, op.34 Alborada. Vivo e strepitoso – attacca
09. Capriccio Espagnol, op.34 Scena e canto gitano. Allegretto – attacca
10. Capriccio Espagnol, op.34 Fandango asturiano
Gothenburg Symphony Orchestra
Neeme Järvi – Conductor
Pois é. Gostei mais das interpretações deste Kitajenko, nascido em Leningrado, para obras de Rimsky-Korsakov, do que das de Karajan recém postadas. Bergen, Berlin; Berlim, Bergen. Bergen é humilde perto de Berlim — a qual pulsa cultura por todos os seus poros (pulsa pelos poros, francamente…). Segunda maior cidade da Noruega, Bergen abriga 250 mil almas congeladas. É uma belíssima cidade litorânea e deve ter inspirado a luminosa gravação da Grande Páscoa Russa, obra da absoluta preferência deste que vos escreve. O Concerto para Piano em um movimento também é bastante bom. Um disco bem legal com peças raramente gravadas.
Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sinfonia Nº 3 / Concerto para piano, Op. 30 / Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’
1. Russian Easter Overture: Lento Mistico – Andante Lugubre, Sempre Alla Breve
2. Sadko, Op.5: Moderato Assai – Allegro Molto – Allegretto – Poco Piu Vivo – Moderato Assai
3. Piano Concerto in C Sharp Minor, Op.30: Moderato – Allegretto Quasi Polacca – Andante Mosso – Allegro
Sinfonia Nº 3
4. I. Moderato Assai – Allegro
5. II. Scherzo. Vivo – Trio. Moderato
6. III. Andante
7. IV. Allegro Con Spirito
Geoffrey Tozer, piano
Bergen Philharmonic Orchestra
Dmitri Kitajenko
Eu gosto muito de Sherazade, a princesa que precisava divertir para não morrer, mas não apenas pelas 1001 noites, também pela música de Rimsky-Korsakov. O russo era um grande compositor e arranjador. E von Karajan faz-lhe justiça. Talvez alguns achem os andamentos um pouco arrastados — eu mesmo acho — , mas é indiscutível a qualidade e a grandiosidade da regência. E os solos de violino são belíssimos! Ele e sua modesta Filarmônica também vão bem no Capricho Italiano, cujo final parece ter uma mola que nos obriga a aplaudi-lo mesmo sozinho em casa.
Já na Abertura 1812, von Karajan parece ter enlouquecido. Tudo parece cortado a machado. É muito ruim. Gostei de ouvir a introdução coral aqui utilizada, mas o resto está fora do espírito da música. Os sons de canhão fizeram minha família rir no carro. Não sei que merda ele usou no lugar de canhões de verdade. Ouça por Sherazade e pelos italianos. E ria com 1812.
Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sherazade /
Tchaikovsky (1840-1893): Capricho Italiano e Abertura 1812
1. Scheherazade, Op.35 – 1. Largo e maestoso 10:02
2. Scheherazade, Op.35 – 2. Lento 12:50
3. Scheherazade, Op.35 – 3. Andantino quasi allegretto 10:40
4. Scheherazade, Op.35 – 4. Allegro molto 12:55
5. Capriccio italien, Op.45 – Andante un poco rubato 16:59
Editor`s Choice da Gramophone, bom regente, excelente orquestra, Taneyev e Rimsky-Korsakov fazem um CD que não poderia ser mais russo. Bom disco, de música séria e consistente. Como Taneyev é o mais desconhecido — ah, mais um compositor inédito no blog! — , copio aqui uma nota biográfica do moço retirada daqui:
Começando a estudar piano aos cinco anos de idade, Sergei Taneyev foi um dos primeiros músicos da sua geração a ingressar no recém criado Conservatório de Moscovo. Nesta instituição, foi aluno de Nikolai Hubert (teoria e contraponto), Eduard Langer e Nikolai Rubinstein (piano) e também daquele que seria seu amigo pessoal e grande mentor no domínio da composição, Piotr Ilitch Tchaikovsky. Em janeiro de 1875, Taneyev estreou-se como pianista, tocando o Concerto em Ré menor de Brahms, em Moscovo. A 3 de Dezembro do mesmo ano, tocou a parte do solista na estreia moscovita do Concerto para Piano Nº 1 de Tchaikovsky, vindo a apresentar subsequentemente todas as obras para piano e orquestra do compositor russo. Em 1878 sucedeu a Tchaikovsky como professor de harmonia e orquestração e em 1881 assumiu a direcção das classes de piano de Rubinstein, após a morte deste. Em 1883 sucedeu a Hubert como professor de composição, vindo igualmente a dirigir a instituição entre 1885 e 1889. Ao longo da sua actividade docente, que se estendeu até 1909, Taneyev foi responsável pela formação de alguns dos mais importantes expoentes da futura escola russa, como Scriabine, Rachmaninov e Liapounov. O interesse de Taneyev pelo contraponto vocal, cujas origens estudou intensivamente, reflectiu–se na publicação de uma obra fundamental da teoria musical russa deste período: o Contraponto invertível de estilo rigoroso(Leipzig e Moscovo, 1909).
Taneyev foi um pianista de primeiro plano, mas a sua situação como compositor é paradoxal; é uma das figuras mais respeitada da história da música russa, mas as suas obras são raramente interpretadas fora do seu país natal. Como compositor, deixou uma obra vasta que engloba a música sinfónica e de câmara, a música para piano, a canção para voz e piano e uma ópera, mas o fulcro da sua actividade criativa foi, sem dúvida, a música coral, domínio em que produziu, para além de uma enorme quantidade de peças para vozes a cappella, diversas cantatas com acompanhamento orquestral, das quais as mais importantes são a Cantata op.1, São João Damasceno, para coro e orquestra, e a monumental Cantata op.36, Após a leitura de um Salmo.
Sergei Taneyev: Suíte de Concerto e Nikolai Rimsky-Korsakov: Fantasia sobre temas russos
Rimsky-Korsakov – Fantasy on Russian Themes, Op. 33
1. Allegro moderato – Tranquillo
2. Lento
3. Allegro animato
Taneyev – Suite de Concert, Op. 28
4. I. Prelude. Grave
5. II. Gavotte. Allegro moderato
6. III. Fairy-tale. Andantino
7. IV. Theme with variations: Theme. Andantino
8. IV. Theme with variations: Variation 1. Allegro moderato
9. IV. Theme with variations: Variation 2. Allegro energico
10. IV. Theme with variations: Variation 3. Tempo di Valse
11. IV. Theme with variations: Variation 4. Fuga doppia
12. IV. Theme with variations: Variation 5. Presto scherzando
13. IV. Theme with variations: Variation 6. Tempo di Mazurka
14. IV. Theme with variations: Variatione finale e coda
15. V. Tarantella. Presto
Lydia Mordkovitch: violin
Royal Scottish National Orchestra
Neeme Järvi (cond.)
O século XX viu surgir regentes imortais, proeminentes, daqueles que colocam o nome na história. Estas figuras serão para sempre lembradas pelo trabalho fenomenal, dando vida à música dos grandes compositores. Assim, podemos citar alguns como Klemperer, Furtwängler, Mravinsky, Toscanini, Carlos Kleiber, entre tantos outros. Neste post que ora faço, surge um outro nome que figura de forma explícita na pequena lista que minha memória formulou. Refiro-me ao maestro suíço Ernest Ansermet, nascido em 1883 e morto no ano de 1969. Sua história é digna de ser conhecida (mais informações na WIKIPÉDIA). Neste post, Ansermet conduz Stravinsky, Korsakov, Debussy, Bartok, Rachmaninov, Ravel e Chabrier. No dizer de PQP: é algo IMPERDÍVEL! Não deixe de ouvir. Boa apreciação!
DISCO 01
Igor Stravinsky (1882-1971) – Chant du Rossignol, poème symphonique
01. Introduction
02. Marche chinoise
03. Chant du rossignol
04. Jeu du rossignol mecanique
Orchestre de la Suisse Romande
Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Scheherazade, op. 35
05. The Sea and Sindbad’s Ship
06. The Story of the Kalender Prince
07. The Young Prince and the Young Princess
08. Festival at Baghdad, The Sea, The Sh…
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire
Claude Debussy (1862-1918) – Prélude à l’après-midi d’un faune
09. Prelude a l’apres-midi d’un faune
Orchestre de la Suisse Romande
DISCO 02
Béla Bartók (1881-1945) – Concerto for Orchestra, Sz 116
01. Andante, non troppo
02. Allegro scherzando
03. Andante, non tropo
04. Allegretto
05. Pesante
Orchestre de la Suisse Romande
Sergei Rachmaninov (1873-1943) – The Isle of the Dead, op. 29
06. Isle of the Dead, Symphonic Poem
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire
Maurice Ravel (1875-1937) – La Valse
08. La Valse
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire
Emmanuel Chabrier (1841-1894) – Le Roi malgré lui: Fête polonaise
09. Le Roi malgre lui- Fete polonaise
Os dois compositores que aparecem nesta postagem são deveras importante para a música russa. Podemos chamar Mikhail Glinka de “grande pai”. Suas canções influenciaram os futuros compositores que surgiriam em seu país como, por exemplo, os membros do Grupo dos Cinco, composto por Mily Balakirev, César Cui, Modest Mussorgsky, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov. Este último também aparece na postagem. Os maiores êxitos de Korsakov se deram com as óperas que compôs – quinze ao todo. Mas penso que as obras mais imponentes do compositor são as composições orquestrais, principalmente o maravilhoso Capricho Espanhol, a abertura de A Grande Páscoa Russa e a extraordinária suíte sinfônica Scheherazade. Uma boa audição!
Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Grande Sexteto em Mi bemol maior
01. Allegro – Maestoso
02. Andante
03. Allegro con spirito
Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Quinteto em Si bemol maior
04. Allegro con brio
05. Andante
06. Rondo (Allegretto)
Capricorn Emsemble
Elizabeth Perry, violino———–Miles Golding, violino
Susie Mészáros, viola———-Timothy Mason, cello
Barry Guy, contrabaixo——–Philippa Davies, flute
Anthony Lamb, clarinete——-Jonathan Williams, horn
Felix Warnock, fagote———Julian Jacobson, piano
Vamos a mais dois CDs com esta série de 10 discos com Evgeny Mravinsky. Não sei se alguém lembra do último post que fiz com essa série. Todavia, vamos lá! Deixo transparecer todas as vezes que falo sobre Mravinsky, que ele foi o maior regente do século XX. Particularmente, a minha predileção pelo russo surge em decorrência de “um quê” de força e pujança que as peças regidas por ele possuem. É diferente ouvir Mravinsky. É sempre um evento grandioso, de elevação, robusteza e vigor. Nestes dois CDs ora postados, as peças são todas de compositores russos, o que constitui um evento particular. É imperativo ouvir. Boa apreciação!
Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Tale of the Invisible City of Kitezh
04. Prelude – Hymn to Nature
05. Bridal Procession
06. Tartar invasion and Battle of Kerzenets
07. Death of Frevronya and Apotheosis
Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Overture Ruslan and Ludmilla 08. Overture Ruslan and Ludmilla
Osseyevich Maximilian Steinberg (1883-1946) – Dance of the Buffoons
09. Dance of the Buffoons
Dance of Gillina
10. Dance of Gillina
DISCO 4
Vadim Nikolayevich Salmanov (1912-1978) – Sinfonia No. 2 em Sol Maior
01. The Song of the Forest
02. Call of Nature
03. At the Sunset
04. The Forest Is Singing
Aram Khachaturian (1903-1978) – Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)
05. Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)
Anatoly Konstantinovich Liadov (1855-1914) – Baba Yaga Op. 56
06. Baba Yaga Op. 56
Modest Mussorgsky (1839-1881) – Khovantchina – Dawn on Moskwa River 07. Khovantchina – Dawn on Moskwa River Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente
Sem planejamento nenhum, estou promovendo um verdadeiro Festival Russo no blog. Como disse, é casual; deve ser uma fase.
Na casa de meu pai, o toca-discos estava sempre ligado. Como mais ouvidos estavam Chopin, Concertos para Piano de Mozart, o Beethoven da middle age e duas músicas que meu amava loucamente: Quadros de uma Exposição e Scherazade. É absolutamente alto o número de vezes que ouvi esta obra do grande compositor e maior ainda orquestrador Rimsky-Korsakov em várias gravações, pois meu pai comprava discos como garrafas de leite. Por isso, talvez possa garantir que Ozawa trata muito bem uma das histórias da princesa que narrava para não morrer.
Lembrei que ainda não postei um disco espetacular de outro do Grupo dos Cinco: um de quartetos de Borodin. Os membros do nacionalista Grupo dos Cinco eram Rimsky-Korsakov, Mily Balakirev, Borodin, César Cui e Modest Mussorgsky. Acho que tanto Rimsky-Korsakov como Borodin era militares… É um mundo estranho e morto…
Grande CD!
Scheherazade, Op. 35
1. Rimsky-Korsakov – The sea and Sindbad’s ship (9:52)
2. Rimsky-Korsakov – The story of the Calendar Prince (11:34)
3. Rimsky-Korsakov – The young prince and the young priness (9:21)
4. Rimsky-Korsakov – Festival at Bagdad – The sea – The ship goes to pieces against a rock surmounted by a bronze warrior (The shipwreck) (12:33)
Russian Easter Festival Overture, Op. 36
5. Rimsky-Korsakov – Russion Easter, Op. 36 – Overture on sacred Russian themes (14:58)
Rainer Honeck, violin
Wiener Philharmoniker
Seiji Ozawa
Ausente por alguns dias do blog, devido a compromissos pessoais, FDP Bach está prestes a entrar em férias, mas antes estará disponibilizado mais algumas pérolas da música, escolhidas a dedo.
Esta minha postagem é uma espécie de contraposição à anterior feita pela minha colega Clara Schumann. Enquanto ela se dedica de corpo e alma à causa francesa, FDP continua envolvido com a alma russa. E esse cd que estou postando hoje é, como o de Clara, uma espécie de coletânea também, só que de música russa. Três grandes compositores que souberam captar a alma russa e transmiti-la para sua música. E os três pertencentes ao famoso “Grupo dos Cinco”, grupo de compositores russos nacionalistas, que procuravam produzir uma música especificamente russa.
Sou fã ardoroso de Mussorgsky, principalmente de seus “Quadros de uma Exposição”, já postada aqui em versão para piano, se não me engano. Pois nessa coletânea teremos “Uma Noite no Monte Calvo” (com o perdão da tradução tosca, mas foi a que me pareceu mais adequada). Quem não se lembra do clima sombrio capturado por Walt Disney em seu “Fantasia” ? Eu era um garoto quando assisti pela primeira vez à este clássico da animação, e confesso que fiquei com um certo temor, pela atmosfera conseguida pela interpretação de Stokowsky e as imagens de Disney: uma combinação genial.
Borodin comparece duas vezes, e Rimsky-Korsakov 3 vezes, com sua magnífica “Russian Easter Overture”, obra da qual PQP Bach já se declarou fã, a prova de fogo para qualquer instrumentista, “Flying of the Bumble Bee”, e claro, o indefectível “Capriccio Espanol”, sempre presente nessas coletâneas de música “ligeira”.
André Cluytens é um regente experiente, e consegue capturar e transmitir essa alma russa a que me referi no começo da postagem.
Enjoy it.
Alexander Borodin, Modest Mussorgsky, Rimsky Korsakov – Musique Russe
1 – Modest Mussorgsky: Night on the Bald Mountain
2 – Alexander Borodin: In the Steppes of Central Asia
3 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Capriccio Espagnol
Philharmonia Orchestra, André Cluytens (Rec. 1960)
4 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Russian Easter, Festival Overture
5 – Nikolai Rimsky-Korsakov: The Flight of the Bumble-Bee
6 – Alexander Borodin: Polovtsian Dances from ‘Prince Igor’
Société des Concerts du Conservatoire
Andre Cuytens – Director
Philharmonia Orchestra, André Cluytens
Société des Concerts du Conservatoire