La Belle Époque: Música Francesa Para Duo de Pianos – Karin Lechner & Sergio Tiempo ֍

La Belle Époque: Música Francesa Para Duo de Pianos – Karin Lechner & Sergio Tiempo ֍

Milhaud: Scaramouche

Ravel: Daphnis et Chloé & La Valse

Fauré: Dolly Suíte

Debussy: Nuages & Fètes

Karin Lechner & Sergio Tiempo

 

Aqui em casa gostamos de comida chinesa e pedimos pelo aplicativo – eu adoro frango xadrez. Mas, gostamos mesmo é dos biscoitos da sorte. Adoramos essas frases minúsculas de ‘sabedoria chinesa’, como a maravilhosa: O segredo da longevidade é comer a metade, andar o dobro e rir o triplo’!

Se está ali, escrito, não é segredo, mas chegou apenas no seu biscoito da sorte. Parece algo que foi feito só para você. Ah, depois dessa, só pedimos meias-porções, andamos até a entrada do condomínio para buscar a comida e rimos à beça, especialmente de nós mesmos.

Bom, alegria mesmo nos deu foi esse álbum da postagem, música da Belle Époque, cheia de charme e elegância, de virtuosismo e melodias inesquecíveis. Os compositores franceses desse período, início do século 20, escreveram ou transcreveram muita música linda para duo de pianos ou piano a quatro mãos. Eu adoro esse tipo de repertório e já andei postando alguns discos dessa estirpe por aqui. Esse é de 2010, mas só agora cruzou comigo. Eu já conhecia os intérpretes, que são irmãos, mas não os havia ouvido como um duo.

Karin Lechner nasceu em Buenos Aires, Argentina. Ela passou a maior parte de sua juventude em Caracas, Venezuela, onde começou seus estudos musicais com sua mãe, Lyl Tiempo. Ela fez sua primeira aparição pública aos cinco anos de idade, e sua estreia com orquestra quando tinha 11 anos.

Mudou-se para a Europa e continuou seus estudos de piano com Maria Curcio e Pierre Sancan e também recebeu conselhos musicais de Martha Argerich, Nelson Freire, Daniel Barenboim, Nikita Magaloff e Rafael Orozco.

Sergio Tiempo fez sua estreia profissional no Amsterdam Concertgebouw aos quatorze anos, e logo se tornou internacionalmente conhecido por sua energia bruta e versatilidade musical, de Brahms a Villa-Lobos e Ginastera.

Nascido em Caracas, Venezuela, Sergio Tiempo iniciou seus estudos de piano com sua mãe, Lyl Tiempo. Enquanto esteve na Fondazione per il Pianoforte em Como, Itália, trabalhou com Dimitri Bashkirov, Fou Tsong, Murray Perahia e Dietrich Fischer-Dieskau. Ele recebeu orientação musical frequente, assim como conselhos de Martha Argerich e Nelson Freire e se apresenta regularmente com o conterrâneo e amigo Gustavo Dudamel.

O repertório do disco é ótimo. Scaramuche é uma suíte escrita por Darius Milhaud, que andou pelo Brasil como adido cultural da Embaixada Francesa, e essa experiência pode ser ouvida no terceiro e último movimento da suíte.

Depois temos transcrições da Segunda Suíte do balé Daphnis et Chloé, de Maurice Ravel, feitas por Lucien Garban, que era editor de música na editora Durand e foi amigo de Ravel por toda a vida.

No centro do disco uma peça para piano a quatro mãos, a Suíte Dolly, de Gabriel Fauré, famosa por sua inspiração no universo das crianças e que termina em um tour de force, Le pas espagnol, um enorme sucesso aqui em casa.

Depois dois noturnos de Debussy – Nuages e Fètes – transcritos para duo de pianos por Ravel. E para completar esse lindo disco, La valse, também de Ravel, em uma transcrição para duo de pianos pelo próprio compositor.

Darius Milhaud (1892 – 1974)

Scaramouche

  1. Vif
  2. Modéré
  3. Braziliera

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Daphnis et Chloé

  1. Lever du Jour
  2. Pantomime & Danse Générale

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly Suite, Op. 56

  1. Berceuse
  2. Mi-a-ou
  3. Le jardin de Dolly
  4. Kitty-valse
  5. Tendresse
  6. Le pas espagnol

Claude Debussy (1862 – 1918)

Trois Nocturnes

  1. Nuages
  2. Fètes

Maurice Ravel

La Valse

  1. La Valse

Karin Lechner & Sergio Tiempo, piano(s)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 162 MB

Seção “The Book is on the Table”: …without doubt one of the most electrifying recordings of four-hand piano music I have ever heard. Fauré’s Dolly is invested with a subtly expressive detail that makes you listen with fresh ears to this well-worn favourite… La valse is a thrilling tour de force. Gramophone Magazine January 2010

Do site da gravadora: It is always a musical highlight when both brother and sister join forces to offer us a truly virtuosic but also highly inspired moment of music. Their first album for avanticlassic focuses on one of the most interesting musical periods in France history: La Belle Époque. With Scaramouche from Darius Milhaud, Daphnis and Chloé by Maurice Ravel, Dolly by Gabriel Fauré, two Nocturnes from Debussy and a haunting la Valse from Maurice Ravel, they chose an inspired program displaying the intimacy, the magic, but also the fascinating musical concepts arising from this culturally rich era.

Sergio e Karin

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Darius Milhaud (1892-1974) · ∞ · Música para dois pianistas · ∞ · Stephen Coombs & Artur Pizarro ֍

O pessoal do PQP Bach marcou uma entrevista com o duo de pianistas do disco e disse para o pessoal da imprensa que eles eram irmãos. Pois o departamento de artes foi logo tascando uma foto do arquivo….

Aproveite!

René Denon

PS: Darius fez essa cara quando lhe explicamos o ocorrido…

A frase que estava no biscoito da sorte dele foi: Quem está feliz, faz os outros felizes!

Milhaud (1892-1974), Poulenc (1899-1963), Honegger (1892-1955): Le Boeuf sur le toit, Les Biches, Pacific 231 – Paris, 1920 (Bychkov)

No mesmo período em que o jovem Milhaud vivia no Rio de Janeiro (1917-1919), servindo de secretário para o embaixador da França e aproveitando para escapar da terrível guerra, a primeira sociedade voltada para a proteção de direitos autorais de compositores era fundada na mesma cidade, muito por iniciativa da compositora homenageada aqui no último dia 8 de março:

“Chiquinha Gonzaga sofreu exploração abusiva de seu trabalho, o que fez com que tomasse a iniciativa de fundar, em 1917, a primeira sociedade protetora e arrecadadora de direitos autorais do país, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.” (Edinha Diniz)

Milhaud e muitos outros espertos – a julgar pela citação acima – roubaram melodias de Gonzaga, de Nazareth e de outros brasileiros sem citar os autores, o que realmente depõe contra seu caráter. Fica parecendo que ele colheu suas flores num campo de melodias populares e folclóricas, mas o fato é que a maioria das obras tinha autor conhecido e estava publicada em casas de edição de partituras.

Será que é assim que os povos indígenas se sentem ao verem fotos de Sebastião Salgado mostrando indivíduos genéricos e sem nome? Em ouvintes acostumados com uma certa sonoridade brasileira – e sobretudo carioca, pois não estamos falando de sanfonas do sertão nordestino nem de viola caipira – a música “brasileira” de Milhaud causa um verdadeiro estranhamento antropológico. A orquestração inclui um animado reco-reco, um pandeiro, mas tudo tocado de forma excessivamente parisiense, fica faltando uma pitada de malandragem.

Se faltava a Milhaud a humildade para citar suas fontes, se falta aos músicos de orquestra a síncope perfeita no reco-reco, isso não significa que não valha a pena ouvir a música. Não sei vocês, mas eu não faço questão de ouvir música só de gente sem defeitos e pecados. As contradições que abundam na música de Milhaud, presentes em outros aspectos também no ballet de Poulenc e na música futurista de Honegger, são contradições da mesma ordem daquelas que encontra qualquer um que pisar nas ruas.

Milhaud (1892-1974), Poulenc (1899-1963), Honegger (1892-1955):
1-9. Francis Poulenc – Les Biches (1923-24)
10. Darius Milhaud – Le boeuf sur le toit (1919-1920)
11. Arthur Honegger – Pacific 231 (1923-24)

Orchestre de Paris & Choeur de l’Orchestre de Paris
Semyon Bychkov
Philips 432 993-2 (1993)

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Rua do Ouvidor: o Rio de Janeiro mais ou menos na época em que Milhaud esteve ali

Pleyel

Stravinsky / Milhaud / Khachaturian / Menotti: Música do Século XX para Trio de Clarinete, Violino e Piano

Um disco que poderia ser melhor. O Stravinsky e o Khachaturian poderiam render mais, penso. Não é uma first choice, mas esta é apenas minha opinião, confira você! Conheço muito bem as obras citadas acima e já as ouvi em melhores versões vindas da parte mais oriental da Europa. Juntar violino, clarinete e piano é obter grande variedade timbrística. Fica bonito. São três instrumentos muito diferentes a cooperar entre si, três instrumentos com origens, timbres e técnicas completamente diversas. O violino é o mais antigo dos três, conquistou sua forma definitiva já no período barroco, embora pequenas modificações continuem sendo feitas. Tanto o clarinete quanto o piano, ao contrário, derivam de protótipos extremamente antigos, mas encontraram sua forma definitiva em uma data muito posterior. A verdadeira ascensão desses dois instrumentos ocorreu apenas no século XVIII, e eles atingiram todo o potencial de suas qualidades virtuosas no século XIX. Ouçam e tenham suas próprias opiniões.

Stravinsky / Milhaud / Khachaturian / Menotti: Música do Século XX para Trio de Clarinete, Violino e Piano

Stravinsky
01. Suite from “L’Histoire du Soldat”: I. I. Marche du soldat (For Clarinet, Violin and Piano)
02. Suite from “L’Histoire du Soldat”: II. Le violon du soldat (For Clarinet, Violin and Piano)
03. Suite from “L’Histoire du Soldat”: III. Petit concert (For Clarinet, Violin and Piano)
04. Suite from “L’Histoire du Soldat”: IV. Tango-Valse-Rag (For Clarinet, Violin and Piano)
05. Suite from “L’Histoire du Soldat”: V. Danse du diable (For Clarinet, Violin and Piano)

Milhaud
06. Suite, Op. 157b: I. Ouverture (For Clarinet, Violin and Piano)
07. Suite, Op. 157b: II. Divertissement (For Clarinet, Violin and Piano)
08. Suite, Op. 157b: III. Jeu (For Clarinet, Violin and Piano)
09. Suite, Op. 157b: IV. Introduction et Final (For Clarinet, Violin and Piano)

Khachaturian
10. Trio: I. Andante con dolore, con molto espressione (For Clarinet, Violin and Piano)
11. Trio: II. Allegro (For Clarinet, Violin and Piano)
12. Trio: III. Moderato (For Clarinet, Violin and Piano)

Menotti
13. Trio: I. Capriccio (For Clarinet, Violin and Piano)
14. Trio: II. Romanza (For Clarinet, Violin and Piano)
15. Trio: III. Envoi (For Clarinet, Violin and Piano)

Trio Manfredi

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Fiquem tranquilos, não se joguem!

PQP

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Sem dúvida, as duas obras mais interessantes deste LP/CD são Contrastes, de Béla Bartók e o Trio de Khachaturian. A extraordinária Contrastes é uma composição de 1938 baseada em melodias de dança húngaras e romenas. Bartók escreveu a obra em resposta a uma encomenda do clarinetista Benny Goodman. Na época, o compositor já residia nos EUA, fugido do nazismo. Aram Khachaturian é geralmente celebrado como o principal compositor armênio do século XX, fazendo a junção da música clássica européia com elementos marcantes da música folclórica de seu país. Excelente maestro e professor, Khachaturian é lembrado hoje principalmente por sua música orquestral que compreende sinfonias, concertos, música para balé e filmes. Ele nasceu e foi criado em Tbilisi, Geórgia (então parte do império russo). Aos dezessete anos mudou-se para Moscou para buscar uma educação superior, primeiro em biologia, depois em performance de violoncelo e finalmente composição. Após anos de estudo e prática, Khachaturian alcançaria uma reputação internacional atraindo elogios de Prokofiev e Shostakovich, que, como o próprio Khachturian, ganhou prêmios e censuras fulminantes do estado soviético. Embora tenha escrito pouca música de câmara, em 1932 Khachaturian compôs um maravilhoso trio em três movimentos para clarinete, violino e piano. Este é magistral e único, uma mostra perfeita da mistura de elementos folclóricos clássicos e exóticos de Khachaturian, particularmente enfatizados pela instrumentação colorida. O primeiro movimento cujo título é Andante con dolore, con molto espressione, imediatamente evoca um novo mundo sonoro. Aqui e ao longo do trio, você ouve melodias ondulantes que evocam cantos emotivos e improvisados. O segundo movimento celebra a dança. O final mais moderado é um tema e variações baseadas em uma melodia folclórica uzbeque.

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Contrasts, For Violin, Clarinet & Piano
Composed By – Bartók
1st Movement: Verbunkos (Recruiting Dance) – Moderato, Ben Ritmato
2nd Movement: Pihenö (Relaxation) – Lento
3rd Movement: Sebes (Fast Dance) – Allegro Vivace

Suite For Violin, Clarinet & Piano
Composed By – Milhaud
1st Movement: Ouverture
2nd Movement: Divertissement
3rd Movement: Jeu
4th Movement: Introduction Et Final

Trio For Clarinet, Violin & Piano
Composed By – Khachaturian
1st Movement: Andante Con Dolore, Con Molto Espressione
2nd Movement: Allegro
3rd Movement: Moderato

Overture On Hebrew Themes, Op. 34 For Clarintet, 2 Violins, Viola, ‘Cello & Piano
Composed By – Prokofiev

Cello – Terence Weil
Clarinet – Gervase de Peyer
Ensemble – Members Of The Melos Ensemble Of London
Piano – Lamar Crowson
Viola – Cecil Aronowitz
Violin – Emanuel Hurwitz, Ivor McMahon

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Um sofá de peso: Prokofiev, Shostakovich e Khachaturian de papo em 1945

PQP

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Retrospectiva

2022

Mais uma vez a Terra está a completar uma volta em sua órbita celeste e nos aproximamos do fim deste peculiar ano de 2022. Alguns ciclos se completam, outros estão a vir, já anunciados. É um bom momento para, como Janus, olharmos para trás, considerando o que foi feito e desejarmos o que está chegando. Eu estou tentando criar espaço no presente para receber o que o futuro trará.

Passei em revista minha atividade no blog, entre 1 de dezembro de 2021 e 30 de novembro de 2022. Este ano não tive energia para verificar todas as publicações e limitei às que resultaram de meus próprios esforços. Estas postagens refletem meu envolvimento com música, que posso observar, é grande. Algumas delas foram fáceis de preparar, vindas de alguma boa inspiração, outras demandaram mais estudo e dedicação, mas todas me deram bastante prazer, ao longo do caminho. Prazer em ouvir a música, de eventualmente comparar com outras interpretações ou de seguir as direções que ela me apontava. Prazer também em burilar o texto, em catar as ilustrações e depois esperar que elas surgissem, no blog. Esperar os aguardados comentários, estes mais parcos do que eu gostaria. De qualquer forma, os que recebi ao longo deste período me pareceram sinceros e foi gratificante lê-los.

Olhar estas postagens mais uma vez me fez pensar o quanto é importante valorizar o tempo, que ouvir música demanda tempo. Talvez seja por isso que alguns de nós se agarre a um repertório mais restrito, voltando sempre aos mesmos intérpretes. Eu sou por demais curioso para isso, o que me força a constantemente abrir mão desse tipo de segurança, abrindo espaço para as novidades.

Neste período fiz 64 postagens e acabei selecionando uma playlist entre as peças que considerei representativas do total. Caso você tenha o tempo de ouvir, poderá se interessar em visitar a correspondente postagem e descobrir algumas outras novidades.

Três dessas postagens selecionadas são de nosso padroeiro, São Sebastião Ribeiro. Uma gravação estalando de nova das seis sonatas para cravo e violino, com o violinista Andoni Mercero e o cravista Alfonso Sebastián; um disco com cantatas para baixo interpretadas pelo (jovem) David Greco, acompanhado pelo Luthers Bach Ensemble, sob a direção de Tymen Jan Bronda; uma outra gravação (plena de reflexões feitas durante o afastamento social resultado da pandemia) das seis (maravilhosas) suítes para violoncelo pelo jovem e talentoso Bruno Philippe.

Duas postagens refletem essa minha busca por novidades. Assim, na minha playlist de Retrospectiva 2022 há duas peças que conheci este ano e que me impressionaram: num deles, o Concerto para Piano de Sir Michael Tippett, interpretado pelo veterano pianista Howard Shelley, com a Bournemouth Symphony Orchestra, regida pelo (late) Richard Hickox, num disco do selo Chandos, inglês em todas as instâncias; no outro, o Cantus Articus do compositor finlandês Einojuhani Rautavaara. A peça Cantus Articus foi a que me motivou investigar a música de Rautavaara e o disco também traz a sua Sinfonia No. 7 e o Concerto para flautas.

O repertório de música francesa dos séculos 19 e 20 aparece sempre nas minhas postagens e um exemplo é este disco de músicos poloneses (ótimos) tocando lindas peças de câmara com instrumentos de sopros, o Gruppo di Tempera. Veja o discreto charme deste La chaminée du roi René, de Darius Milhaud.

Outro exemplo é o disco Exotisme, sonorités pittoresques, com peças para piano solo ou a quatro mãos, interpretadas pelos ótimos Ludmilla Guilmaut e Jean-Noël Dubois. Uma mescla de música de compositores mais conhecidos com música de compositores que recebem menos exposição e que merecem maior divulgação. Muita alegria, charme e beleza, como num lindo buque de flores.

Cantores também me interessam muito e adorei ter conhecido o trabalho da mezzo-soprano Elisabeth Kulman cantando algumas canções de Mahler, acompanhada por um pequeno conjunto de músicos com o sugestivo nome Amarcord Wien.

Muito trabalho me deu a postagem das 40 árias, que passou incólume pelos nossos leitores. Muito trabalho, uma vez que ópera é um gênero musical que eu conheço pouco, mas muito prazer também em descobrir um pouco o sentido de tão belos momentos musicais. Para esta Retrospectiva 2022 escolhi algumas das árias que considerei mais emblemáticas. Entre elas Casta Diva, da ópera Norma, composta por Bellini, e Vissi d’arte, de Tosca, composta por Puccini.

Uma grata surpresa neste ano foi a descoberta da música para piano de Radamés Gnattali, num disco primoroso. O intérprete Luís Rabello é sobrinho do violonista Raphael Rabello e ótimo pianista.

Para completar essa retrospectiva, não poderia deixar de mencionar mais música barroca. Escolhi algumas sonatas de Scarlatti, parte da postagem de um disco da espetacular pianista Zhu Xiao-Mei e uma postagem dedicada ao Opus 3 de Vivaldi, pelo Concerto Italiano, sob a direção de Rinaldo Alessandrini. Esta coleção tem de especial o fato de que os concertos de Vivaldi estarem entremeados com algumas das suas transcrições feitas por Bach.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonata No. 6 em sol maior, BWV1019
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Adagio
  5. Allegro

Andoni Mercero, violino

Alfonso Sebastián, cravo

Cantata BWV 82 ‘Ich habe genug’
  1. Ich habe genug
  2. Ich habe genug! Mein Trost ist nur allein
  3. Schlummert ein, ihr matten Augen
  4. Mein Gott! Wann kömmt das schöne
  5. Ich freue mich auf meinen Tod

David Greco, baixo

Joanna Huszcza, violino

Amy Power, oboé

Luthers Bach Ensemble

Tymem Jan Bronda

Suíte para Violoncelo No. 6 in D major, BWV1012
  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavottes I & II
  6. Gigue

Bruno Philippe, violoncelo

Michael Tippett (1905 – 1998)

Concerto para Piano e Orchestra
  1. I Allegro non troppo
  2. II Molto lento e tranquilo
  3. III Vivace

Howard Shelley, piano

Bournemouth Symphony Orchestra

Richard Hickox

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205
  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano
Agata Igras-Sawicka, flauta
Sebastian Aleksandrowicz, oboé
Adrian Janda, clarinete
Artur Kasperek, fagote
Tomasz Bińkowski, trompa

Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Ging heut morger übers Feld – Mahler (Lieder eines fahrenden Gesellen)
  2. Ich atmet’ einen linden Duft – Rückert-Lieder
  3. Blicke mir nicht in die Lieder – Rückert-Lieder
  4. Liebst du um Schönheit – Rückert-Lieder
  5. Adagietto – 4 movimento da Quinta Sinfonia

Elisabeth Kulman, mezzo-soprano

Amarcord Wien:

Tommaso Huber, acordeão

Sebastian Gürtler, violino

Michael Williams, violoncelo

Gerhard Muthspiel, contrabaixo

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016)

Cantus Arcticus, Op. 61 (Concerto para Pássaros e Orquestra)
  1. Suo (Pântano)
  2. Melankolia
  3. Joutsenet muuttavat (Cisnes migrando)

Sinfonia Lahti

Osmo Vänskä

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

40 Best Arias

  1. Bellini- Norma – Casta Diva – Maria Callas
  2. Verdi- Rigoletto – La Donna E Mobile – Richard Leech
  3. Bizet- Carmen – Habanera – ‘L’amour Est Un Oiseau Rebelle – Julia Migenes
  4. Bizet- Carmen – Flower Song – Placido Domingo
  5. Offenbach- Les Contes d’Hoffmann – Barcarolle – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  6. Mozart- Don Giovanni – Dalla Sua Pace – [Don Ottavio] – Hans-Peter Blochwitz
  7. Delibes- Lakme – Flower Duet – [Lakme, Mallika]) – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  8. Verdi- La Traviata – Brindisi- Libiamo Ne’Lieti Calici – Neil Schicoff & Edita Gruberova
  9. Puccini- La Boheme – Che Gelida Manina [Rodolfo]) – Jose Carreras
  10. Puccini- La Boheme – Si. Mi Chiamano Mimi – Barbara Hendricks
  11. Puccini- Tosca – Vissi D’arte’ [Tosca] – Kiri Te Kanawa
  12. Puccini- Tosca – E Lucevan Le Stelle [Cavaradossi] – Placido Domingo
  13. Gluck- Orphee Et Eurydice – J’ai Perdu Mon Eurydice – Susan Graham
  14. Rossini- La Cenerentola – Non Piu Mesta [Angiolina] – Jennifer Larmore

Radamés Gnattali (1906 – 1988)

  1. Rapsódia Brasileira
  2. Poema de Fim de Tarde
  3. Manhosamente
  4. Uma rosa para o Pixinguinha

Luís Rabello, piano

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em mi maior, K. 531 (L. 430)
  2. Sonata em si menor, K. 87 (L. 33)
  3. Sonata lá maior, K. 533 (L. 395)
  4. Sonata em ré menor, K. 32 (L. 423)
  5. Sonata em lá maior, K. 39 (L. 391)

Zhu Xiao-Mei, piano

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 8 for 2 Violins in A Minor, Op. 3, RV 522
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for organ after RV 522 in A Minor, BWV 593
  1. [Allegro]
  2. Adagio
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 10 for 4 Violins in B Minor, Op. 3, RV 580
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for 4 Harpsichords after RV 580 in A Minor, BWV 1065
  1. [Allegro]
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto Italiano

Rinaldo Alessandrini, cravo e regência

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MP3 | 320 KBPS | 681 MB

Assim, mantendo ainda viva a memória da música que nos alegrou no ano que passou, voltamos os planos e as expectativas para este ano novo.

Aproveite!

René Denon

Ernesto Nazareth (1863-1934) & Darius Milhaud (1892-1974): Brasil (Bratke)

Ernesto Nazareth (1863-1934) & Darius Milhaud (1892-1974): Brasil (Bratke)

Ernesto Nazareth foi um pianista e compositor brasileiro, considerado um dos grandes nomes do “tango brasileiro” ou, simplesmente, choro. Influenciou muitos compositores, do popular ao erudito. Milhaud é um dos muitos compositores influenciados pela música de Nazareth.

Os quase dois anos de residência de Milhaud no Brasil (1917-1918) foram de extrema importância para sua música. Milhaud escreveu o seguinte sobre seu encontro com a música brasileira:

Os ritmos dessa música popular me intrigavam e me fascinavam. Havia uma suspensão imperceptível nas síncopes, uma respiração despreocupada, uma pausa leve que achei muito difícil de dominar. Comprei então uma quantidade de maxixes e de tangos; fiz um esforço para tocá-los em seus ritmos sincopados que passam de uma mão para a outra. Meus esforços foram recompensados e eu podia finalmente expressar e analisar esse “pequeno nada” tão tipicamente brasileiro. Um dos melhores compositores desse gênero musical, Nazareth, costumava tocar piano na frente da porta de um cinema na Avenida Rio Branco. Sua maneira fluida, impalpável e triste de tocar também me ajudou a conhecer melhor a alma brasileira.

Em 1918, enquanto Milhaud estava no Rio, Ernesto Nazareth tocava no Cinema Odeon, para o qual ele dedicara seu mais famoso tango. Milhaud não foi o único europeu a ouvir Nazareth e se maravilhar com suas criações. O pianista Artur Rubinstein visitou o Brasil no mesmo ano, e ficou igualmente impressionado.

Mesmo assim, quando Milhaud mencionou as fontes de Le Boeuf sur le Toit, não houve nenhuma palavra sobre Nazareth e seus tangos, usados pelo compositor francês em sua peça mais conhecida.

Fonte: Crônicas Bovinas
Uma análise detalhada sobre a obra Le Boeuf Sur Le Toit e as
melodias brasileiras usadas na música mais popular de Milhaud.
Pesquisa feita por Daniella Thompson – Extremamente interessante

.oOo.

Nazareth & Milhaud – Brasil

Nazareth – Tangos

01 Brejeiro (2:15)
02 Ameno Resedá (2:55)
03 Tenebroso (3:52)
04 Travesso (3:06)
05 Fon-Fon (2:57)
06 Batuque (4:18)
07 Cubanos (2:31)
08 Sarambeque (3:02)
09 Apanhei-te Cavaquinho (2:09)
10 Odeon (3:01)

Milhaud – Saudades do Brasil

11 Sorocaba (1:37)
12 Botafogo (1:56)
13 Leme (2:21)
14 Copacabana (2:31)
15 Ipanema (1:40)
16 Gávea (1:23)
17 Corcovado (1:58)
18 Tijuca (2:02)
19 Sumaré (1:50)
20 Paineiras (1:14)
21 Laranjeiras (1:06)
22 Paissandu (1:39)

Marcelo Bratke, piano

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Marcelo Bratke

Strava

Satie (1866-1925) / Milhaud (1892-1974) / Auric (1892-1983) / Françaix (1912) / Fetler (1920): Dorati Conducts…

Satie (1866-1925) / Milhaud (1892-1974) / Auric (1892-1983) / Françaix (1912) / Fetler (1920): Dorati Conducts…

Este é um dos cds que mais tenho ouvido nos últimos dois anos, não entendo porque demorei tanto a compartilhá-lo com os amigos. Trata-se de um álbum com obras de compositores franceses compostas nos extremos do século XX, ou seja, início, com os Les Six Satie, Milhaud e Auric e final do século com Françaix e Fetler. Satie nos presenteia com seu balé Parade, música que mais tenho escutado já há um bom tempo. De Milhaud temos a polêmica e empolgante Le Boeuf Sur Le Toit, pantomima baseada em canções brasileiras. A alegre, ritmada e cheias de emoções Ouverture é uma das poucas peças de Auric que tive a oportunidade de ouvir. Completam o álbum dois compositores que eu nunca tinha ouvido falar, mas que me empolgaram bastante, Jean Françaix nos brinda com seu despretensioso e singelo, mas muito bonito Concertino para Piano e Orquestra e Paul Fetler com os Contrasts para Orquestra, obra que me surpreendeu bastante, com passagens rápidas e ritmadas, bem ao meu gosto. Enfim, um álbum que vale a pena ouvir.

Uma ótima audição!

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Satie (1866-1925) / Milhaud (1892-1974) / Auric (1892-1983) / Françaix (1912) / Fetler (1920): Dorati Conducts…

Parade (Ballet Realiste On A Theme Of Jean Cocteau)
Composed By – Erik Satie
Orchestra – London Symphony Orchestra*
(14:27)
1.1 Choral – Prelude de Rideau Rouge – Prestidigitateur Chinois 5:16
1.2 Petite Fille Americaine 3:51
1.3 Acrobates 2:56
1.4 Final – Suite au “Prelude du Rideau Rouge” 2:24

2 Le Boeuf Sur le Toit (Ballet, After Jean Cocteau)
Composed By – Darius Milhaud
Orchestra – London Symphony Orchestra*
18:35

3 Ouverture
Composed By – Georges Auric
Orchestra – London Symphony Orchestra*
7:51

Concertino For Piano And Orchestra
Composed By, Piano – Jean Françaix
Orchestra – London Symphony Orchestra*
4 1. Presto Leggiero 1:51
5 2. Lent 1:44
6 3. Allegretto; Rondeau 4:15

Contrasts For Orchestra
Composed By – Paul Fetler
Orchestra – Minneapolis Symphony Orchestra
7 1. Allegro Con Forza 4:03
8 2. Adagio 5:24
9 3. Scherzo: Allegro Ma Non Troppo 3:52
10 4. Allegro Marciale – Presto 4:58

Regente: Antal Dorati, com as orquestras acima citadas.

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Dorati: de anta não tinha nada

Marcelo Stravinsky

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc • Ibert

Milhaud • Françaix

Música para Conjunto de Sopros

Gruppo di Tempera

 

im-PER-DÍ-VEL

Mais um destes discos que poderia passar por baixo do radar, especialmente se você está em busca de discos com selos de renome, música sinfônica ou intérpretes com nomes arrasa-quarteirão, os blockbusters!

Este aqui foi produzido pelo selo DUX e gravado no Krzysztof Penderecki European Music Center, em Lusławice, sob o apadrinhamento do diretor do Centro, Adam Balas.

O pessoal do Gruppo di Tempera dando uma palhinha no Festival PQP Bach de Música de Vento, em Pelotas

O Gruppo di Tempera é formado por músicos poloneses com o propósito de interpretar as lindas peças para conjuntos de sopros, eventualmente acrescido de um piano. Você pode saber mais sobre eles acessando a página do conjunto no facebook ou aqui.

Pois nada mais adequado do que um programa com música francesa – com muita tradição neste gênero. Os quatro compositores são praticamente contemporâneos e o disco todo é muito bom. Eu ouvi diversas vezes, mas esta manhã de domingo combinou especialmente bem com essa música. Não está muito quente e a preguiça permitiu ouvir sem pressa cada pedacinho, uma boa surpresa depois da outra.

Um gigante, o Francis…

O Sexteto do Poulenc é bem conhecido, mas os outros compositores são menos divulgados. As três peças de Jacques Ibert são deliciosas e eu adorei o nome da suíte do Darius Milhaud: Le cheminée du Roi René. Estas duas peças são típicas do que se chama neoclassicismo. Da música de Ibert o libreto menciona que reúne uma mistura de racionalismo, humor, perspicácia, extravagância e refinamento! A suíte de Milhaud é um arranjo de música escrita para um filme de Raymond Bernard, Cavalcade d’amour, para o qual também contribuíram outros compositores. Os nomes dos movimentos são uma alusão à um período antigo. Para completar o disco, a peça de Françaix, L’heure du berger é um pouco programática – com muito humor descreve personagens típicos de um café parisiense. Começando com Les vieux beaux, envelhecidos dândis presos ao passado, passando para as Pin-up girls, mulheres de posters dos anos 1940, com largos sorrisos e poucas roupas, sedutoras. Termina com Les petits nerveux, um rondó que acaba abruptamente.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sexteto para flauta, oboé, clarinete, trompa, fagote e piano, Op. 100

  1. Allegro vivace: Tres vite et emporte
  2. Divertissement: Andantino
  3. Finale: Prestissimo

Jacques Ibert (1890 – 1962)

Três peças breves para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote

  1. 1. Allegro
  2. 2. Andante
  3. 3. Assai lent – Allegro scherzando

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205

  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Jean Françaix (1912 – 1997)

L’heure du berger

  1. Les Vieux Beaux
  2. La belle Otero
  3. Les Petits Nerveux

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano

Agata Igras-Sawicka, flauta

Sebastian Aleksandrowicz, oboé

Adrian Janda, clarinete

Artur Kasperek, fagote

Tomasz Bińkowski, trompa

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Como ficou o pessoal do GT quando soube o número de acessos ao blog desde que a postagem foi ao ar…

Darius explicando calmamente para a banda formada pelo pessoal do PQP Bach que eles precisam ensaiar um pouco mais…

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Oitava Década (2011-2020) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Oitava Década (2011-2020) [Martha Argerich, 80 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Se a década pré-pandêmica de nossa Rainha consolidou práticas das anteriores – raras gravações em estúdio, pouquíssimas aparições solo, prolífico camerismo e generoso incentivo a jovens talentos -, os anos 10 também a viram explorar repertório novo e desempenhar papéis inéditos, alguns ligados a suas raízes bonaerenses, tais como tangueira e Luthier, e outros ainda mais insuspeitos, como acompanhista em Lieder e em cancioneiro iídiche. Notem que essa discografia argerichiana que ora concluímos, e que supomos tão completa quanto a pudemos deixar, não inclui a importante coleção de registros de Marthinha no Festival de Lugano, que nosso colega FDP Bach está a nos trazer aos poucos.


Exceto por uma já tradicional vinda a Buenos Aires na metade do ano, quando dá a seus conterrâneos o privilegiado ar de sua graça, Martha não é lá muito afeita a explorar seu continente. Uma exceção notável foi a turnê por várias capitais do Brasil em 2004, certamente instigada pelo amado amigo Nelson Freire, com quem tocou em duo e autografou um LP do patrão PQP e um CD meu lá em nossa Dogville natal. Outra foi essa breve residência na província de Santa Fe, para a qual foi persuadida por outro amigo, Daniel Rivera, um pianista nascido em Rosario e radicado na Itália há muitas décadas. Cada disco registra a íntegra de uma das noites de Martha no festival, o que explica a repetição de algumas peças. Destaco a interpretação de Scaramouche, cujo movimento Brazileira cita (e, para muitos, plagia) Ernesto Nazareth, marcando, ainda que tangencialmente, uma das muito poucas vezes que a música brasileira passou pelos dedos de nossa deusa (outra delas está aqui). Digna de nota, também, é a substancial participação no repertório de compositores argentinos contemporâneos, especialmente na última noite, na qual a Rainha fez parte dum mui hábil conjunto de tango que incluiu sua primogênita, Lyda, a tocar viola.

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381
1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto

Johannes BRAHMS (1833-1897)
Variações sobre um tema de Joseph Haydn, para dois pianos, Op. 56b
4 – Thema: Andante
5 – Poco più animato
6 – Più vivace
7 – Con moto
8 – Andante con moto
9 – Vivace
10 – Vivace
11 – Grazioso
12 – Presto non troppo
13 – Finale: Andante

Franz LISZT (1811-1886)
Les Préludes, poema sinfônico, S. 97
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
14 – Andante maestoso

Daniel Rivera, piano II

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Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94

1 – Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto

Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
2 – Introduction
3 – Valse
4 – Romance
5 – Tarantella

Darius MILHAUD (1892-1974)
Scaramouche, suíte para dois pianos, Op. 165b
6 – Vif
7 – Modéré
8 – Brazileira

Luis Enríquez BACALOV (1933-2017)
9 – Astoreando, para dois pianos

Daniel Rivera, piano II

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Johannes BRAHMS
1-8 – Variações sobre um tema de Joseph Haydn, para dois pianos, Op. 56b

Sergei RACHMANINOFF
9-12 – Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17

Franz LISZT
13 – Les Préludes, poema sinfônico, S. 97
Transcrição para dois pianos do próprio compositor

Johannes BRAHMS (1833-1897)
De Souvenir de Russie, para piano a quatro mãos, Anh. 4/6:
14 – No. 3: Romance de Warlamoff. Con moto (vídeo)

Daniel Rivera, piano II

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Luis BACALOV
1 – “Astoreando”, para dois pianos

Ástor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
2 – “Milonga Del Angel”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón

Aníbal Carmelo TROILO (1914-1975)
3 – “Sur” y “La Última Curda”, para bandoneón

Néstor Eude MARCONI (1942)
e Daniel MARCONI
(1970)
4 – “Gris Se Ausencia” y “Robustango”, para bandoneón

Ástor PIAZZOLLA
5 – “Oblivión” del “Concierto Aconcagua” – “Tema de María” – “Verano Porteño” – Cadencia del “Concierto Aconcagua”-  “La Muerte del Angel” – “Lo Que Vendrá” – “Decarísimo”, para bandoneón

Néstor MARCONI
6 – “Para El Recorrido”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón
7 – “Moda Tango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón

Ástor PIAZZOLLA
8 – “Libertango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneó
9 – “Tres Minutos Con La Realidad”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón

Néstor Marconi, bandoneón (faixas 3-9)
Enrique Fagone, contrabaixo (faixas 6-9)
Daniel Rivera, piano (faixas 1, 2 e 9)
Gabriele Baldocci, piano (faixa 6)
Martha Argerich (faixas 1, 2, 7-9)
Lyda Chen, viola (faixas 2, 6-9)

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Gravado ao vivo em Rosario, Argentina, entre 19 e 25 de outubro de 2012


Se Martha também é María, e Argerich pela família catalã do pai, ela também é Heller por sua mãe Juanita, filha de judeus russos estabelecidos na província de Entre Ríos. E, se não lhes posso afirmar que o iídiche fez parte de sua infância, não tenho muitas dúvidas de que ele ajudou a aproximá-la de Ver bin Ikh! (“Quem sou eu!”), projeto da atriz e cantora Myriam Fuks. Nascida em Tel Aviv e radicada em Bruxelas, Myriam aqui resgata, com sua profunda voz de contralto, diversas canções judaicas centro-europeias, acompanhada dum prodigioso conjunto de amigos, que inclui o demoníaco Roby Lakatos, Mischa e Lily Maisky, o brilhante Evgeny Kissin (que desenvolve uma belíssima carreira paralela na composição e declamação de poemas em iídiche) e, claro, nossa Rainha, a quem cabe a honra de encerrar o álbum com a parte de piano de Der Rebe Menachem (“O Rabino Menahem”).

VER BIN IKH! – MYRIAM FUKS

1 – Vi Ahin Zol Ikh Geyn (S. Korn-Teuer [Igor S. Korntayer]/O. Strokh)
Evgeny Kissin, piano

02 – Far Dir Mayne Tayer Hanele/Klezmer Csardas de “Klezmer Karma” (R. Lakatos/M. Fuks)
Alissa Margulis, violino
Nathan Braude, viola
Polina Leschenko, piano

3 – Malkele, Schloimele (J. Rumshinsky)
Sarina Cohn, voz
Philip Catherine, guitarra
Oscar Németh, baixo

4 – Deim Fidele (B. Witler)
Lola Fuks, voz
Michael Guttman, violino

5 – Yetz Darf Men Leiben (B. Witler)
Paul Ambach, voz

6 – Greene Bletter (M. Oiysher)
Roby Lakatos, violino

7 – Die Saposhkeler’ (D. Meyerowitz)

8 – Pintele Yid (L. Gilrot/A. Perlmutter-H. Wohl)
Zahava Seewald, voz

9 – ls In Einem Is Nicht Dou Ba Keiner (B. Witler)

10 – Dous Gezang Fin Mayne Hartz (B. Witler)
Myriam Lakatos, voz

11 – Schlemazel (B. Witler)
Édouard Baer, voz

12 – Nem Der Nisht Tsim Hartz (B. Witler)

13 – Hit Oup Dous Bisele Koyer’ (B. Witler)
Michel Jonasz, voz

14 – Schmiele (G. Ulmer)
Mona Miodezky, voz
Roby Lakatos, violino

15 – Ziben Gite Youren (D. Meyerowitz)

16 – Bublitchki (Beygeleich) (Tradicional)
Alexander Gurning, piano

17 – Ver Bin Ikh? (B. Witler)
Mischa Maisky, violoncelo
Lily Maisky, piano

18 – Der Rebe Menachem (A. Gurning/M. Fuks-M. Rubinstein)
Martha Argerich, piano

Myriam Fuks, voz
Aldo Granato, acordeão
Klaudia Balógh, violino
Lászlo Balógh, guitarra
Christel Borghlevens, clarinete
Oscar Németh, contrabaixo

Gravado em Bruxelas, Bélgica, maio de 2014

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Martha sempre teve o costume de acolher, tanto em sua vida pessoal quanto sob as suas protetoras asas artísticas, artistas mais jovens, e um seu modus operandi bem típico nas últimas décadas tem sido o das participações, por óbvio muito especiais, em álbuns de colegas que admira. O pianista russo-alemão Jura Margulis teve o privilégio de ter a Rainha a seu lado para encerrar este volume de suas próprias transcrições para piano, tocando a dois pianos a Noite no Monte Calvo, de Mussorgsky. Eu, que adoro Modest quase tanto quanto amo Marthinha, não só fiquei entusiasmado ao finalmente ouvi-la tocar uma de suas obras, como também passei a sonhar com o dia em que a escutaria a tocar os Quadros de uma Exposição, que certamente ficariam supimpas sob suas mãos. Pode parecer um pedido exagerado a quem já tem oitenta anos e um tremendo repertório, mas não perdi minhas esperanças; muito pelo contrário, eu as vi renovadas quando Martha, em 2020, aprendeu e tocou as partes de piano da maravilhosa Der Hirt auf dem Felsen de Schubert e, para minha maior alegria, de duas das Canções e Danças da Morte de Mussorgsky. Sonhar, enfim, nada custa – ainda.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Matthäus-Passion, BWV 244
1 – Wir setzen uns mit Tränen nieder

Wolfgang Amadeus MOZART
Do Requiem em Ré menor, K. 626
2 – Confutatis maledictis
3 – Lacrimosa

Giacomo PUCCINI (1858-1924)
4 – Crisantemi, SC 65

Franz LISZT
5 – Mephisto-Walzer

Robert SCHUMANN
De Dichterliebe, Op. 48:
6 – No. 4: Wenn ich in deine Augen seh’

Dmitri SHOSTAKOVICH
Da Sinfonia no. 8 em Dó menor, Op. 65
7 – Toccata
8 – Passacaglia

Sayat NOVA (1712-1795)
Transcrição de Arno Babadjanian (1921-1983)
9 – Melodie – Elegie

Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)
10 – Noch′ na lysoy gore (“Noite no Monte Calvo”), para dois pianos

Jura Margulis, piano (1-10) e transcrições (exceto faixa 9)
Martha Argerich, piano II (faixa 10)

“Noite no Monte Calvo” gravada em Lugano, Suíça, junho de 2014

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Uma overdose de genialidade portenha, e praticamente um esculacho de Buenos Aires para com cidades menos dotadas de talentos (i.e., quase todas as outras), foi aquela noite de agosto de 2014 em que Les Luthiers encontraram Daniel Barenboim e Martha Argerich no sacrossanto palco do Teatro Colón. Depois da habitual dose de obras do imerecidamente obscuro Johann Sebastian Mastropiero, o genial quinteto juntou-se a Barenboim para narrar A História do Soldado de Stravinsky, e os seis se somariam a Martha para o Carnaval dos Animais de Saint-Saëns. Nem o vídeo, nem o áudio do memorável encontro foram lançados comercialmente – o que nos obriga a nos contentarmos com o ensaio geral, feito na manhã do concerto, com a plateia repleta de fãs que não tinham conseguido ingressos para a noite:


Martha e Daniel voltariam a se encontrar no Colón no ano seguinte, sem Les Luthiers, para um programa de formato mais familiar a eles. À rara audição dos estudos canônicos de Schumann no arranjo improvável de Debussy, eles fizeram seguir uma obra do próprio Claude-Achille e a irresistível sonata com percussão de Bartók: repertório incomum e – em que pese a ausência de J. S. Mastropiero – nada menos que tremendo.

Robert SCHUMANN

Seis estudos em forma canônica, para piano, Op. 56
Transcrição para dois pianos de Claude Debussy (1862-1918)
1 -Nicht zu schnell
2 – Mit innigem Ausdruck
3 – Andantino
4 – Innig
5 – Nicht zu schnell
6 -Adagio

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
En Blanc et Noir, suíte para dois pianos, L. 134
7 – Avec Emportement (À Mon Ami A. Koussevitzky)
8 – Lent. Sombre (Au Lieutenant Jacques Charlot Tué a l’ennemi en 1915, le 3 Mars)
9 – Scherzando (À Mon Ami Igor Stravinsky)

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para dois pianos e percussão, Sz. 110
10 – Assai lento – Allegro molto
11 – Lento, ma non troppo
12 – Allegro non troppo

Daniel Barenboim, piano II
Lev Loftus e Pedro Manuel Torrejón González, percussão (faixas 10-12)

Gravado ao vivo em Buenos Aires, Argentina, agosto de 2015

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Dezoito anos depois de sua primeira gravação juntos, Martha e Itzhak Perlman reecontraram-se em Paris para novas sessões em estúdio – as primeiras de Martha na década para o repertório de concerto. Às Fantasiestücke de Schumann e a sonata no. 4 de Bach, eles somaram a fatia brahmsiana da sonata F-A-E, completando o álbum com uma sonata de Schumann gravada em 1998 e ainda mantida inédita por falta de pareamento.

“Trabalhar com Martha”, disse Itzhak, “foi uma experiência única para mim… seu brilho e as cores que ela usa quando toca são reconhecíveis tão longo você as escuta – é ela, ninguém mais soa assim… Estou muito feliz com que pudemos de fato gravar novamente… quando surgiu a possibilidade de que ela tivesse um punhado de dias livres para gravar eu disse ‘eu irei a qualquer lugar!!!'”. A julgar pela cumplicidade com que tocaram e pelo olhar curioso de Martha para o bonachão Itzhak na capa do álbum, tenho certeza de que a viagem valeu a pena.

Robert SCHUMANN
Sonata para violino e piano no. 1 em Lá menor, Op. 105
1 – Mit leidenschaftlichem Ausdruck
2 – Allegretto
3 – Lebhaft

Fantasiestücke, para violino e piano, Op. 73
4 – Zart und mit Ausdruck
5 – Lebhaft, leicht
6 – Rasch und mit Feuer

Johannes BRAHMS
Scherzo para violino e piano, WoO 2 (da sonata “F-A-E”, composta em colaboração com Robert Schumann e Albert Dietrich)
7 – Allegro

Johann Sebastian BACH
Sonata para violino e teclado no. 4 em Dó menor, BWV 1017
8 – Siciliano. Largo
9 – Allegro
10 – Adagio
11 – Allegro

Itzhak Perlman, violino

Gravado em Saratoga, Estados Unidos, julho de 1998 (1-3) e Paris, França, março de 2016 (4-11)

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Ainda que a gravação anterior de Martha para o Carnaval dos Animais – aquela com Gidon Kremer – seja mais famosa, eu prefiro essa, com Antonio Pappano no duplo papel de pianista e regente e Annie, filha de Martha com Charles Dutoit, a narrar. Se aquela com Les Luthiers é melhor que essa, jamais saberemos enquanto os detentores da preciosa gravação no Colón não a trouxerem a público. O que sabemos é que Johann Sebastian Mastropiero é um compositor muitíssimo superior a Saint-Saëns e que, por isso, nossa Rainha deveria tocá-lo mais. Fica a dica, Marthinha.

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)

Sinfonia no. 3 em Dó menor, Op. 78, “com Órgão”
1 – Adagio – Allegro moderato
2 – Poco Adagio
3 – Allegro moderato – Presto
4 – Maestoso – Allegro

Daniele Rossi, órgão

Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique
5 – Introduction et Marche Royale du Lion
6 – Poules et Coqs
7 – Hémiones
8 – Tortues
9 – L’Éléphant
10 – Kangourous
11 – Aquarium
12 – Personnages à Longues Oreilles
13 – Le Coucou au Fond des Bois
14 – Volière
15 – Pianistes
16 – Fossiles
17 – Le Cygne
18 – Finale

Annie Dutoit, narração
Gabriele Geminiani, violoncelo
Libero Lanzilotta, contrabaixo
Antonio Pappano, piano II e regência

Gravado em Roma, Itália, novembro de 2016

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Enquanto se desligava aos poucos do festival centrado sobre si em Lugano, Martha passou a visitar Hamburgo com cada vez mais frequência, até ver um novo festival em torno de si, realizado no mês de junho na soberba Laeiszhalle daquela cidade em que mais chove em toda Alemanha. Este Rendez-vous with Martha Argerich é o tributo fonográfico do impressionante programa do festival em 2018, reunindo um elenco cheio de figuras estelares da galáxia da Rainha – incluindo algumas literalmente familiares, como suas filhas Lyda e Annie e o ex-companheiro Kovacevich. Gosto de todos os discos, repletos que são do elã característico de Marthinha, mesmo quando ela não está de fato a tocar. Meu xodó, no entanto, é o último, com um delicioso Carnaval dos Animais narrado por Annie e uma não menos saborosa seleção de repertório ibérico e latino-americano que se encerra com uma versão tanguera de Eine kleine Nachtmusik que certamente faria Amadeus gargalhar em dois por quatro.

Claude DEBUSSY
De Nocturnes, L. 91
1 – Fêtes (arranjo para dois pianos de Maurice Ravel)

Anton Gerzenberg, piano II

Sonata em Sol menor para violino e piano, L. 140
2 – Allegro vivo
3 – Intermède. Fantasque et léger
4 – Finale. Très animé

Géza Hosszu-Legocky, violino
Evgeni Bozhanov, piano

5 – Prélude à l’après-midi d’un faune, L. 86
(arranjo para dois pianos do próprio compositor)

Stephen Kovacevich, piano I

Sonata em Ré menor para violoncelo e piano, L. 135
6 – Prologue: Lent, sostenuto e molto risoluto
7 – Sérénade: Modérément animé
8 – Finale: Animé, léger et nerveux

Mischa Maisky, violoncelo

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
9 – La Valse, poème choreographique (arranjo para dois pianos do próprio compositor)

Nicholas Angelich, piano II

Sonata em Ré menor para violino e violoncelo, M. 73
10 – Allegro
11 – Très vif
12 – Lent
13 – Vif, avec entrain

Alexandra Conunova, violino
Edgar Moreau, violoncelo

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Sinfonia no. 1 em Ré maior, Op. 25, “Clássica”
Transcrição para dois pianos de Rikuya Terashima
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Gavotta: Non troppo allegro
4 – Finale: Molto vivace

Evgeni Bozhanov e Akane Sakai, pianos

5 – Abertura sobre temas hebraicos, para piano, clarinete, dois violinos, viola e violoncelo, Op. 34

Pablo Barragán, clarinete
Akiko Suwanai e Alexandra Conunova, violinos
Lyda Chen, viola
Edgar Moreau, violoncelo

Suíte de Cinderella (Zolushka), balé em três atos, Op. 87
Arranjo para dois pianos de Mikhail Vasilyevich Pletnev (1957)
6 – Introduction: Andante dolce
7 – Querelle: Allegretto
8 – L’Hiver: Adagio – Allegro moderato
9 – Le Printemps: Vivace con brio – Moderato – Presto
10 – Valse de Cendrillon: Andante – Allegretto – Poco più animato – Più animato – Meno mosso

Akane Sakai e Alexander Mogilevsky, pianos

11 – Gavotte: Allegretto
12 – Gallop: Presto – Andantino – Presto
13 – Valse Lente: Adagio – Poco più animato – Assai più mosso – Poco più animato – Meno mosso (più animato dell’adagio
14 – Finale: Allegro moderato – Allegro espressivo – Presto – Allegro moderato – Andante

Evgeni Bozhanov e Kasparas Uinskas, pianos

Sonata em Dó maior para dois violinos, Op. 56
15 – Andante cantabile
16 – Allegro
17 – Commodo (quasi allegretto)
18 – Allegro con brio

Tedi Papavrami e Akiko Suwanai, violinos

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Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio

Sergei Nakariakov, trompete
Symphoniker Hamburg

Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Mi menor, Op. 67
5 – Andante – Moderato – Poco più mosso
6 – Allegro con brio
7 – Largo
8 – Allegretto – Adagio

Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein
, violoncelo

Zoltán KODÁLY (1882-1967)
Duo para violino e violoncelo, Op. 7
9 – Allegro serioso, non troppo
10 – Adagio – Andante
11 – Maestoso e largamente, ma non troppo lento – Presto

Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein, violoncelo

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Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)

Trio para violino, violoncelo e piano no. 1 em Ré menor, Op. 49 (transcrição para flauta, violoncelo e piano)
1 – Molto allegro ed agitato
2 – Andante con moto tranquillo
3 – Scherzo
4 – Finale

Susanne Barner, flauta
Gabriele Geminiani, violoncelo

Ludwig van BEETHOVEN
Concerto em Dó maior para violino, violoncelo e piano, Op. 56
5 – Allegro
6 – Largo – attacca:
7 – Rondo alla polacca

Tedi Papavrami, violino
Mischa Maisky, violoncelo
Symphoniker Hamburg
Ion Marin, regência

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Robert SCHUMANN
Fantasiestücke
para violoncelo e piano, Op. 73
1 – Zart und mit Ausdruck
2 – Lebhaft, leicht
3 – Rasch und mit Feuer

Mischa Maisky, violoncelo

04-23 – Dichterliebe, ciclo de canções sobre textos do Lyrisches Intermezzo de Das Buch der Lieder de Heinrich Heine, Op. 48 (edição original de 1840)

Thomas Hampson, barítono

 

Johannes BRAHMS
Sonata para piano e violino no. 2 em Lá maior, Op. 100
1 – Allegro amabile
2 – Andante tranquillo — Vivace — Andante — Vivace di più — Andante — Vivace
3 – Allegretto grazioso (quasi andante)

Akiko Suwanai, violino
Nicholas Angelich, piano

Sergey RACHMANINOV
Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 19
4 – Lento. Allegro moderato
5 – Allegro scherzando
6 – Andante
7 – Allegro mosso

Jing Zhao, violoncelo
Lilya Zilberstein, piano

Camille SAINT-SAËNS
1-30 – Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique

Annie Dutoit
, narração
Jing Zhao, violoncelo
Lilya Zilberstein e Martha Argerich, pianos
Symphoniker Hamburg
Ion Marin, regência

Ernesto Sixto de la Asunción LECUONA Casado (1895-1963)
Quatro danças cubanas, para piano
31 – A la antigua
32 – Al fin te ví
33 – No hables más!
34 – En tres por cuatro

Três danças afro-cubanas, para piano
35 – La Conga de Medianoche
36 – La Comparsa
37 – Danza de los Ñañigos

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
Arranjo de Mauricio Vallina (1970)
Da Suíte España, Op. 165
38 – No. 2: Tango

Ángel Gregorio VILLOLDO Arroyo (1861- 1919)
Arranjo de Lea Petra
39 –
El Choclo

Mauricio Vallina, piano

Eduardo Oscar ROVIRA (1925- 1980)
40 – A Evaristo Carriego

Ástor PIAZZOLLA
41 – Triunfal
42 – Adiós Nonino

Wolfgang Amadeus MOZART
43 – Musiquita Noturna (arranjo do Allegro da Eine Kleine Nachtmusik, K. 525)

Jing Zhao, violoncelo (faixa 40)
The Guttman Tango Quartet:
Michael Guttman, violino
Lysandre Denoso, bandoneón
Chloe Pfeiffer, piano
Ariel Eberstein, contrabaixo

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Gravado em Hamburgo, Alemanha, junho de 2018


Entre os protegidos de Martha Argerich, o sul-coreano Dong Hyek Lim é um dos meus favoritos: não são muitos os jovens pianistas que conseguem, na falta de melhor definição, dizer a música sem firulas egocêntricas, nem aparentar qualquer esforço, mesmo nas passagens mais cabeludas do repertório. Aqui ele doma o monstruoso Rach 2 com um som apropriadamente grande e muita precisão, para depois encarar as Danças Sinfônicas de Sergey em companhia de Sua Majestade, que lhe concede o privilégio da especialíssima participação em seu álbum: uma moral e tanto para o pibe.

Sergey RACHMANINOV
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Dó menor, Op. 18
1 – Moderato
2 – Adagio sostenuto – Più animato – Tempo I
3 -Allegro scherzando

Dong Hyek Lim, piano
BBC Symphony Orchestra
Alexander Vedernikov

Gravado em Londres, Reino Unido, setembro de 2018

Danças sinfônicas para orquestra, Op. 45
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
4 – Non allegro
5 – Andante con moto
6 – Lento assai – Allegro vivace – Lento assai. Come prima – Allegro vivace

Dong Hyek Lim, piano I

Gravado em Berlim, Alemanha, dezembro de 2018

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Mais um Rendez-vous com Martha em Hamburgo, desta vez em 2019, com resultados muito bons, ainda que tão entusiasmantes quanto os do ano anterior. Jamais escreveria isso num tom de queixume, mas a Rainha legou-nos tantas interpretações memoráveis que as revisitas aos itens de seu repertório despertam comparações com as legendárias versões anteriores, num curioso efeito colateral dos setenta anos de carreira e duma magnífica discografia. Refiro-me, principalmente, à gravação do concerto de Tchaikovsky, em que ela brilha como sempre, mas a Sinfônica de Hamburgo não tanto quanto a Royal Philharmonic sob a mesma batuta de Charles Dutoit, décadas antes. E teria havido, enfim, menos elã no notável elenco de intérpretes do que no ano anterior, ou estarei eu tão só blasé depois de tanto escutar gravações antológicas de Marthinha para lhes apresentar sua discografia integral? Só vocês me poderão dizer.

Felix MENDELSSOHN
Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Dó menor, Op. 66
1 – Allegro energico e con fuoco
2 – Andante espressivo
3 – Scherzo
4 – Finale. Allegro appassionato

Renaud Capuçon, violino
Edgar Moreau, violoncelo

Johannes BRAHMS
Sonata para violino e piano no. 1 em Sol maior, Op. 78
5 – Vivace ma non troppo
6 – Adagio
7 – Allegro molto moderato

Renaud Capuçon, violino
Nicholas Angelich, piano

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Wolfgang Amadeus MOZART
Andante e variações em Sol maior para piano a quatro mãos, K. 501
1 – Thema – Variationen I-V

Stephen Kovacevich e Martha Argerich, piano

Ludwig van BEETHOVEN
Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
2 – Adagio sostenuto — Presto
3 – Andante con variazioni
4 – Finale. Presto

Tedi Papavrami, violino

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)
Fantasia em Fá menor para piano a quatro mãos, D. 940
5 – Allegro molto moderato
6 – Largo
7 – Scherzo. Allegro vivace
8 – Finale. Allegro molto moderato

Gabriela Montero e Martha Argerich, piano

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Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
1 – Allegro non troppo e molto maestoso
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
3 – Allegro con fuoco

Symphoniker Hamburg
Charles Dutoit, regência

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)
Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
4 – La tresse
5 – Chez le Marié
6 – Le Départ de la Mariée
7 – Le Repas de Noces

Nicholas Angelich, Gabriele Baldocci, Alexander Mogilevsky e Stepan Simonian, pianos
Europa Choir Akademie Görlitz
Charles Dutoit, regência

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Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonatas (Esercizi) para teclado:
1 – K. 495 em Mi maior
2 – K. 20 em Mi maior
3 – K. 109 em Lá menor
4 – K. 128 em Si bemol menor
5 – K. 55 em Sol maior
6 – K. 32 em Ré menor
7 – K. 455 em Sol maior

Evgeni Bozhanov, piano

Johann Sebastian BACH
Concerto em Lá menor para quatro pianos e orquestra de cordas, BWV 1065
8 – Allegro
9 – Largo
10 – Allegro

Martha Argerich, Dong Hyek Lim, Sophie Pacini e Mauricio Vallina, pianos
Symphoniker Hamburg
Adrian Iliescu, regência

Robert SCHUMANN
Kinderszenen
, para piano, Op. 15
11 – Von fremden Ländern und Menschen
12 – Kuriose Geschichte
13 – Hasche-Mann
14 – Bittendes Kind
15 – Glückes genug
16 – Wichtige Begebenheit
17 – Träumerei
18 – Am Kamin
19 – Ritter vom Steckenpferd
20 – Fast zu ernst
21 – Fürchtenmachen
22 – Kind im Einschlummern
23 – Der Dichter spricht

Martha Argerich, piano

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Introdução e Polonaise Brilhante em Dó maior, para violoncelo e piano, Op. 3
24 – Largo – Alla polacca

Mischa Maisky, violoncelo

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Sergey PROKOFIEV
Sonata para violino e piano no. 2 em Ré maior, Op. 94a
1 – Moderato
2 – Presto
3 – Andante
4 – Allegro con brio

Tedi Papavrami, violino

Concerto para piano e orquestra no. 3 em Dó maior, Op. 26
1 – Andante – Allegro
2 – Tema con variazioni
3 – Allegro ma non troppo

Symphoniker Hamburg
Sylvain Cambreling, regência

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Wolfgang Amadeus MOZART
Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381
1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto

Martha Argerich e Akane Sakai, piano

Claude DEBUSSY
Petite Suite, para piano a quatro mãos, L. 65
4 – En bateau
5 – Cortège
6 – Menuet
7 – Ballet

Sergei Babayan e Evgeni Bozhanov, piano

Enrique GRANADOS Campiña (1862-1916)
Transcrição para violino e piano de Fritz Kreisler (1875-1962)
Das Doze danças espanholas, Op. 37
8 – No. 5: Andaluza

Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
9 – Schön Rosmarin

Géza Hosszu-Legocky, violino
Sergei Babayan, piano

Francis Jean Marcel POULENC (1899-1963)
Sonata para dois pianos, FP 165
10 – Prologue
11 – Allegro molto
12 – Andante lyrico
13 – Epilogue

Witold Roman LUTOSŁAWSKI (1913-1994)
14 – Variações sobre um tema de Paganini, para dois pianos

Karin Lechner e Sergio Tiempo, pianos

Sergey RACHMANINOV
Das Seis peças para piano a quatro mãos, Op. 11
15 – No. 4: Valsa

Martha Argerich e Khatia Buniatishvili, piano

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Gravado em Hamburgo, Alemanha, junho de 2019


 

A gravação mais recente de Martha, já sob a égide da Covid-19, foi feita em duo com a pianista grega Theodosia Ntokou, outra de suas muito queridas protegidas. A escolha de uma transcrição da sinfonia “Pastoral” de Beethoven só não é mais curiosa do que a própria versão escolhida: em lugar da mais famosa e autoritativa, feita por Carl Czerny, aluno do próprio renano, elas escolheram o obscuro arranjo do ainda mais obscuro Selmar Bagge. A “Pastoral” foi-me uma grata surpresa, assim como lhes será a bonita leitura que Ntokou entrega da sonata “Tempestade”, depois de se despedir da Rainha. E, já que estamos a falar de despedidas, despeço-me eu aqui por terminar de oferecer-lhes, ao longo de oito capítulos e incontáveis adiamentos, a discografia completa da maior pianista de nosso tempo, num tributo aos seus oitenta anos que, concluído já no caminho de seus oitenta e dois, deseja-lhe a saúde e o fogo de sempre para oferecer ao público que tanto a ama o estupor com que ela o nutre há mais de sete décadas.

Ludwig van BEETHOVEN

Sinfonia no. 6 em Fá maior, Op. 68, “Pastoral”
Transcrição para dois pianos de Selmar Bagge (1823-1896)
1 – Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande. Allegro ma non troppo
2 – Szene am Bach. Andante molto moto
3 – Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro
4 – Gewitter. Sturm. Allegro
5 – Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm. Allegretto

Theodosia Ntokou, piano II

Gravado em Lugano, Suíça, julho de 2020

Das Três sonatas para piano, Op. 31:
No. 2 em Ré menor, “Tempestade”
6 – Largo
7 – Adagio
8 – Allegretto

Theodosia Ntokou, piano

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Desta década da discografia da Rainha vocês já encontravam aqui no PQP Bach as seguintes gravações:

W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concerto No.25 K.503 & Piano Concerto No.20 K.466

2013


A Quatro Mãos: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Franz Schubert (1797-1828) – Igor Stravinsky (1882-1971) – Duos para piano – Martha Argerich e Daniel Barenboim

2014

[Restaurado] Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Abertura de “Le Nozze di Figaro” – Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para piano e orquestra em Dó maior, Op. 15 – Maurice Ravel (1875-1937): Rapsodie Espagnole – Pavane pour une Infante Défunte – Alborada del Gracioso – Boléro – Argerich – Barenboim #BTHVN250

2014


Hiroshima, ano 77 [Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano no. 1, Op. 15 – Argerich / Dai Fujikura (1977): Concerto para piano no. 4, “Akiko’s Piano” – Hagiwara]

2015


[Restaurado] BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano e orquestra em Dó maior, Op. 15 – Sinfonia no. 1 em Dó maior, Op. 21 – Argerich – Ozawa

2017


[Restaurado] Sergey Prokofiev – Prokofiev for Two – Martha Argerich, Sergei Babayan

2017


Viva a Rainha! – Martha Argerich, 80 anos [Debussy: Fantasia para piano e orquestra]

2018


[Restaurado] BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 18 – Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Divertimento, K. 136 (excerto) – Edvard Grieg (1843-1907) – Suíte Holberg, Op. 40 – Argerich – Ozawa

2019



Nossa Rainha fala português [e que sdds, Nelson ♥♥♥]

Vassily

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sétima Década (2001-2010) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sétima Década (2001-2010) [Martha Argerich, 80 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Se o novo milênio da Rainha teve poucas gravações em estúdio, ele abundou em registros ao vivo. O Festival de Lugano, que aconteceu entre 2002 e 2016, garantiu pelo menos um álbum triplo anual à discografia de Martha, sempre em companhias por ela escolhidas, e com muitas obras novas em seu repertório. Passaremos ao largo do legado de Lugano, no entanto, pois o colega FDP Bach já vem publicando seus discos há algum tempo e pretende prosseguir sua série. Assim, hemos de lhes alcançar o que La Diosa gravou fora do Ticino, que também privilegia a colaboração com outros artistas, particularmente aqueles bem mais jovens que ela.


A primeira gravação de estúdio da década nada tem de jovem guarda: à  mui madura troika de Martha, Kremer e Maisky, veterana de tantas gravações importantes, soma-se a também calejada viola de Yuri Bashmet. O resultado, mais que a soma de solistas, é um conjunto afiado, especialmente no eletrizante Brahms que abre o disco, que desfaz os rumores não só de que Martha não gosta de Brahms, como também de que não o toca bem. Sobre o tópico, aliás, ela declarou ano passado: “quando eu toco [Brahms], eu amo, mas a música dele não é do tipo ao qual sou naturalmente inclinada. Eu estudei o concerto no. 2 com o Gulda [seu professor], mas nunca o toquei em concerto. Pode ser uma história de libido. Certas pianistas adoram sua música: Irene Russo, Hélène Grimaud, Karin Lechner… Elas são talvez mulheres atraídas por homens mais velhos. Esse nunca foi meu caso. Eu toquei sua sonata para piano no. 2 por um tempo porque ela é muito schumanniana (…) Eu gosto de Brahms. Era Gulda que não gostava muito dele”.

O álbum é encerrado pelas Fantasiestücke de Schumann para trio, que, ainda que executadas com muita competência (e talvez vibrato demais pelos cordistas), não deixam de soar um pouco frugais depois da tempestade brahmsiana daquele “Rondó à Moda Cigana” que encerra o quarteto.

Johannes BRAHMS (1833-1897)
Quarteto para piano, violino, viola e violoncelo em Sol menor, Op. 25
1 – Allegro
2 – Intermezzo: Allegro ma non troppo – Trio: Animato
3 – Andante con moto
4 – Rondo alla Zingarese

Gidon Kremer, violino
Yuri Bashmet, viola
Mischa Maisky, violoncelo

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Fantasiestücke para piano, violino e violoncelo, Op. 88
5 – Romanze: Nicht schnell, mit innigem Ausdruck
6 – Humoreske: Lebhaft
7 – Duett: Langsam und mit Ausdruck
8 – Finale: Im Marschtempo

Gidon Kremer, violino
Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Berlim, Alemanha, fevereiro de 2002

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Martha é uma pianista dos pianistas, e nos perderíamos facilmente na conta dos colegas que a admiram. Mikhail Pletnev, que foi por um tempo seu vizinho na Suíça, é um de seus maiores fãs, e pôs sua admiração à obra, dedicando à Rainha uma transcrição para dois pianos da “Cinderella” de Prokofiev, estreada e gravada por ambos em 2003. A gravação, à qual se segue uma charmosa “Mamãe Gansa” de Ravel, é um deleite, e nos permite saborear os contrastes entre o estilo único de Marthinha (no piano à esquerda em Prokofiev e sentada à esquerda no Ravel) com o clássico sonzão russo de Pletnev (sentado à direita nas duas gravações).

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Suíte de Cinderella (Zolushka), balé em três atos, Op. 87
Arranjo para dois pianos de Mikhail Vasilyevich Pletnev (1957)
1 – Introduction: Andante dolce
2 – Querelle: Allegretto
3 – L’Hiver: Adagio – Allegro moderato
4 – Le Printemps: Vivace con brio – Moderato – Presto
5 – Valse de Cendrillon: Andante – Allegretto – Poco più animato – Più animato – Meno mosso
6 – Gavotte: Allegretto
7 – Gallop: Presto – Andantino – Presto
8 – Valse Lente: Adagio – Poco più animato – Assai più mosso – Poco più animato – Meno mosso (più animato dell’adagio
9 – Finale: Allegro moderato – Allegro espressivo – Presto – Allegro moderato – Andante

Mikhail Pletnev, piano II

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Ma Mère l’Oye, suíte para piano a quatro mãos, M. 62
10 – Pavane de la Belle au Bois Dormant: Lent
11 – Petit Poucet: Très modéré
12 – Laideronnette, Impératrice des Pagodes: Mouvement de Marche
13 – Les Entretiens de la Belle et de la Bête: Mouvement de Valse très modéré
14 – Le Jardin Féerique: Lent et Grave

Martha Argerich e Mikhail Pletnev, piano

Gravado em Vevey, Suíça, agosto de 2003

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Apesar das muitas décadas morando na Europa, de ser cidadã suíça há mais de cinquenta anos, e de ter criado filhas francófonas, Martha nunca deixou de ser argentina, tanto no passaporte, quanto, principalmente, na identidade cultural. Em seus frequentes retornos a seu país, faz breves turnês por cidades do interior, de Rosario a Córdoba, e de Salta a Tucumán, e colabora, sempre que pode, com músicos argentinos.

A colaboração mais marcante, com sobras, foi aquela que aconteceu durante o Festival Argerich, em sua Buenos Aires natal, em setembro de 2003. Na ocasião, Martha e a Camerata Bariloche acompanharam a voz mítica de Mercedes Sosa (1935-2009), que, já abalada pelos problemas de saúde que a calariam alguns anos depois, não deixou de lotar o Teatro Colón e transformar a escadaria da avenida Libertad numa cachoeira de lágrimas. A colaboração foi proposta por Martha, para a completa incredulidade de Mercedes, tesouro nacional argentino e lenda viva da música do continente, que achou estar a receber um trote:

De repente eu peguei o telefone e ouvi ‘sou Martha Argerich’ e eu não entendi nada. Perguntei: ‘Martha, é você mesma?’ A minha surpresa foi tanta que só consegui convidá-la para comer empanadas. Mas ela me disse: ‘quero que você cante comigo no Colón’. Eu pensei que era uma piada. Nunca imaginei… Meus planos iam até cantar com Mina ou com Carlos Santana… E foi a Martha quem me ofereceu isso. Apesar de conhecê-la há muitos anos, nunca imaginei que ela me chamaria para fazer algo juntas. Nunca, nunca… Ela interpreta Prokofiev e nunca se apresentou com um cantor popular. Tenho toda a coleção de Chopin da Martha, comprada na França. Agora vamos fazer juntas obras como ‘A canção da árvore do esquecimento’, de Alberto Ginastera. Isso é um sonho.”

Sonho é uma boa palavra, que também descreve a vontade minha, tiete apaixonado das duas, de virar um besouro para me embrenhar nas coxias do Colón naquela noite portenha de inverno. Para minha, e por certo também nossa alegria, se o único encontro entre La Diosa e La Negra nunca foi lançado em álbum, alguma boa alma fez-nos o favor de colocá-lo no YouTube.



MERCEDES SOSA Y MARTHA ARGERICH EN VIVO EN EL TEATRO COLÓN

1 – La tempranera (León Benarós) 00:00
2 – Como pájaros en el aire (Peteco Carabajal) 05:12
3 – El alazán (Atahualpa Yupanqui – Pablo del Cerro) 08:32
4 – Doña Ubensa (Chacho Echeñique) 13:15
5 – Allá lejos y hace tiempo (A. Tejada Gómez – Ariel Ramírez)
16:33
6 – Canción del árbol del olvido (F. Silva Valdés – A. Ginastera) 21:27
7 – Las cartas de Guadalupe (Félix.Luna – Ariel Ramirez) 23:44
8 – El alazán (Atahualpa Yupanqui – Pablo del Cerro)
27:05
9 – Alfonsina y el mar (Félix Luna – Ariel Ramirez) 31:47

Gravado ao vivo no Teatro Colón em Buenos Aires, Argentina, em 8 de setembro de 2003


Um expediente recorrente de Martha no novo milênio passou a ser o de fazer participações especiais em álbuns de jovens colegas, seus protegidos. É o caso deste, da pianista petersburguense Polina Leschenko, com quem Martha divide a saborosa transcrição da por si só deliciosa “Sinfonia Clássica” de seu xodó Prokofiev. Leschenko prossegue com boas companhias, entre as quais o legendário violinista romani Roby Lakatos, que a despeito do shape de cantor de churrascaria e de flertar com ambiências semelhantes às de André Rieu, é um instrumentista e improvisador monstruoso, dos maiores que estão presentemente a respirar nesta mesma atmosfera. Prova disso é a “Dança do Sabre” de Khachaturian que surge como surpresa após o “Vocalise” de Rachmaninov extinguir-se: pura doideira!

Sergey PROKOFIEV

Sinfonia no. 1 em Ré maior, Op. 25, “Clássica”
Transcrição para dois pianos de Rikuya Terashima
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Gavotta: Non troppo allegro
4 – Finale: Molto vivace

Polina Leschenko, piano II

Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
5 – Allegro inquieto
6 – Andante caloroso
7 – Precipitato

Polina Leschenko, piano

Sonata em Dó maior para violoncelo e piano, Op. 119
8 – Andante grave
9 – Moderato
10 – Allegro ma non troppo

Christian Poltéra, violoncelo
Polina Leschenko, piano

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
De Souvenir d’un lieu cher, para violino e piano, Op. 42:
11 – No. 3: Mélodie

Sergey PROKOFIEV
De Lyubov k Tryom Apelsinam (“Amor das Três Laranjas”), Op. 33:
Arranjo para violino e piano de Jascha Heifetz (1901-1987)
12 – Marcha

Roby Lakatos, violino
Polina Leschenko, piano

Sergey Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Dos Quatorze Romances, Op. 34:
13 – No. 14: Vocalise (arranjo para piano, violino e violoncelo)

Polina Leschenko, piano
Roby Lakatos, violino
Christian Poltéra, violoncelo

BÔNUS – faixa oculta (após o Vocalise):

Aram KHACHATURIAN (1903-1978)
Arranjo para violino e piano de Roby Lakatos (1965)
Dança do Sabre, do balé Gayane

Roby Lakatos, violino
Polina Leschenko, piano

Gravado em Bruxelas, Bélgica, março a abril de 2005

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Da mesma maneira que colabora com jovens talentos, Martha empresta seu prestígio para impulsionar carreiras de contemporâneas sem muita projeção discográfica. Nascida no Uzbequistão soviético e educada no Conservatório de Moscou, Dora Schwarzberg imigrou para Israel para depois radicar-se em Nova York. Importante pedagoga, cuja aluna mais ilustre é a enfant terrible Patricia Kopatchinskaja, Dora começou a construir sua discografia depois que Martha colou nela e não mais a largou. Aqui, na estreia do duo em álbum próprio – pois já tinham gravado Schumann naquele pacotão que lhes alcancei na postagem passada – elas atravessam um repertório familiar a Martha, especialmente pela sonata de Franck, em que ela já acompanhou inúmeros pianistas, de Accardo a Perlman, passando por Gitlis e Kremer.

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Sol menor para violino e piano
5 – Allegro vivo
6 – Intermède. Fantasque et léger
7 – Finale. Très animé

Robert SCHUMANN
Fantasiestücke para violino e piano, Op. 73
8 – Zart und mit Ausdruck
9 – Lebhaft, leicht
10 – Rasch und mit Feuer

Dora Schwarzberg, violino

Gravado em Bruxelas, Bélgica, dezembro de 2005

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Martha dificilmente estará em território mais seguro que o de Schumann, seu grande amor de longuíssima data, e cujas composições seus dedos e temperamento tocam como ninguém. Poucas pessoas conseguem devorar o concerto de Robert como ela, que facilmente o toma como café da manhã, sem a menor taquicardia, nem derramar qualquer gotícula de suor. Martha, que o toca há setenta anos, nunca deixa de voltar a ele, como foi no caso da última vez que a ouvi ao vivo, ou como foi sob a batuta de outro grande schumanniano, Riccardo Chailly, na Gewandhaus da mesma Leipzig em que o compositor viveu tantos momentos fundamentais de sua breve existência. Esse registro é o meu preferido dela para essa obra, e recomendo fortemente aos que puderem assistir ao vídeo correspondente que observem o quão absoluto é o domínio de Martha sobre seu cavalo de batalha, e quão comovente é o contraste com o singelo bis (não incluso no CD) das Kinderszenen que ela toca no final.

Robert SCHUMANN

De Genoveva, ópera em quatro atos, Op. 81:
1 – Abertura

Concerto em Lá menor para piano e orquestra, Op. 54
2 – Allegro affettuoso
3 – Intermezzo: Andantino grazioso
4 – Allegro vivace

Sinfonia no. 4 em Ré menor, Op. 120
5 – Ziemlich langsam – Lebhaft
6 – Romanze: Ziemlich langsam
7 – Scherzo & Trio: Lebhaft
8 – Langsam – Lebhaft – Schneller – Presto

Gewandhausorchester
Riccardo Chailly, regência

Gravado ao vivo em Leipzig, Alemanha, junho de 2006

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Martha reencontra Rabinovitch, e ambos reencontram Varsóvia – e a Rainha presta uma homenagem a seu mestre, Friedrich Gulda, dividindo o palco com dois dos filhos dele no concerto para três pianos de Mozart. A noite seguiu com um ótimo No. 1 de Shostakovich, uma das peças favoritas de Martha (e o verdugo dos pobres trompetistas escalados para acompanhá-la), e concluiu com uma ótima leitura de Rabinovitch para a Nona de Dmitri. Por algum motivo, talvez contingências de espaço, o Mozart não coube no álbum oficial lançado pelo Instituto Nacional Chopin de Varsóvia, mas eu dei um jeito de consegui-lo e oferecê-lo em separado.

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto em Fá maior para três pianos e orquestra, K. 242, “Lodron”
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Rondo: Tempo di minuetto

Rico Gulda, piano II
Paul Gulda, piano III

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Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio
5 – Allegro con brio (bis)

Jakub Waszczeniuk, trompete

Sinfonia no. 9 em Mi bemol maior, Op. 70
6 – Allegro
7 – Moderato
8 – Presto
9 – Largo
10 – Allegretto — Allegro

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Sinfonia Varsovia
Alexandre Rabinovitch-Barakovsky, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, agosto de 2006


Nesta nova parceria com seu amigo letão menos hirsuto, gravada ao vivo na Grande Sala da Philharmonie de Berlim, Martha escolheu repertório familiar a ambos e, a partir dele, teceu um programa engenhoso. O álbum abre com a mais impetuosa das sonatas de Schumann, da qual o duo já nos legou uma das melhores gravações disponíveis, e prossegue com dois números solo. Com a cabeluda sonata para violino solo de Bartók, Kremer passa consideravelmente mais trabalho que Martha, que toca as Kinderszenen que já têm impregnadas no tálamo, e que são sua primeiríssima opção sempre que tem que – como sabemos, a contragosto – voltar sozinha ao palco. A dupla volta a reunir seus esforços para uma elétrica sonata no. 1 de Bartók, uma das especialidades de Gidon, após a qual surpreendentemente restam forças para oferecer os dois singelos bombons de Kreisler.

Robert SCHUMANN
Sonata para violino e piano no. 2 em Ré menor, Op. 121
1 – Ziemlich langsam – Lebhaft
2 – Sehr lebhaft
3 – Leise, einfach
4 – Bewegt

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para violino solo, Sz. 117, BB 124 (1943-44)
5 – Tempo di ciaccona
6 – Fuga. Risoluto, non troppo vivo
7 – Melodia. Adagio
8 – Presto

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Robert SCHUMANN
Kinderszenen
, para piano, Op. 15
1 – Von fremden Ländern und Menschen
2 – Kuriose Geschichte
3 – Hasche-Mann
4 – Bittendes Kind
5 – Glückes genug
6 – Wichtige Begebenheit
7 – Träumerei
8 – Am Kamin
9 – Ritter vom Steckenpferd
10 – Fast zu ernst
11 – Fürchtenmachen
12 – Kind im Einschlummern
13 – Der Dichter spricht

Béla BARTÓK
Sonata para violino e piano no. 1, Sz. 75
14 – Allegro appassionato
15 – Adagio
16 – Allegro

Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
17 – Liebesleid
18 – Schön Rosmarin

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Gidon Kremer, violino

Gravado ao vivo em Berlim, Alemanha, dezembro de 2006


O protagonista desde álbum, obviamente, é Vadim Repin e seu belo, nobre timbre que fazem do concerto de Beethoven uma delícia ainda maior de se ouvir, quanto mais sob a batuta de Riccardo Muti. Martha participa com uma de suas especialidades: ser a endiabrada pianista da “Kreutzer”, em contraste vivo com o som mais polido de Repin. O resultado – dir-se-ia um violino apolíneo e um teclado dionisíaco – é excelente e remete a gravações de outras duplas com o mesmo temperamento, como Oistrakh e Richter.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto em Ré maior para violino e orquestra, Op. 61
1 – Allegro ma non troppo
2 – Larghetto
3 – Rondo: Allegro

Vadim Repin, violino
Wiener Philharmoniker
Riccardo Muti, regência

Sonata para violino e piano em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
4 – Adagio sostenuto – Presto
5 – Andante con variazioni
6 – Presto

Dmitri SHOSTAKOVICH
Arranjo para violino e piano de Dmitri Tziganov (1903-1992)
Dos Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 34
7 – No. 10 em Dó sustenido menor

Vadim Repin, violino

Gravado em Viena, Áustria, fevereiro de 2007 (concerto) e ao vivo em Lugano, Suíça, junho de 2007

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Eis que Marthinha faz uma nova participação especial para dar novamente uma força (uma tremenda força) a um muito jovem colega. Pelo obscuro selo Dynamic, ela e o estiloso garoto Gabriele Baldocci – então com tenros dezoito anos – gravaram um recital de muito sumo e com repertório de vasto escopo, de Mozart a Shostakovich. Na Brazileira de Scaramouche, Milhaud cita (sem creditar) temas de Ernesto Nazareth, da mesma forma que fez, décadas antes, em Le Boeuf sur le Toit – também, avacalhadamente, sem crédito algum ao nosso gênio do Morro do Pinto.

Wolfgang Amadeus MOZART
Sonata para dois pianos em Ré maior, K.448 (375a)
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Allegro molto

Dmitri SHOSTAKOVICH
Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94

4 – Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto

Sergei RACHMANINOFF
Suíte para dois pianos no. 1 em Sol menor, “Fantaisie-Tableaux”, Op. 5
6 – Barcarolle
7 – La Nuit….L’Amour
8 – Les Larmes
9 – Pâques

Darius MILHAUD (1892-1974)
Scaramouche, suíte para dois pianos, Op. 165b
10 – Vif
11 – Modéré
12 – Brazileira

Maurice RAVEL
13 – La Valse, poema coreográfico

Gabriele Baldocci, piano II

Gravado ao vivo em Livorno, Itália, fevereiro de 2008

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O encerramento discográfico da década de Martha deu-se, como ocorrera na anterior, com Chopin. Num de seus muitos retornos a Varsóvia, ela apresentou a oferenda quase compulsória do concerto em Mi menor de Fryderyk, além de peças para violoncelo e piano na companhia de seu irmão quase siamês, Mischa Maisky. As gravações ao vivo resultantes foram realizadas no contexto do Festival “Chopin e sua Europa”, promovido pelo Instituto Nacional Fryderyk Chopin da capital polonesa, para o qual Marthinha e seus amiguinhos costumam ser arroz de festa.

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
1 – Allegro maestoso
2 – Romance. Larghetto
3 – Rondo. Vivace

Sinfonia Varsovia
Jacek Kaspszyk, regência

Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 65
4 – Allegro moderato
5 – Scherzo
6 – Largo in B-flat major
7 – Finale. Allegro

Introdução e Polonaise Brilhante em Dó maior, para violoncelo e piano, Op. 3
8 – Introduction: Lento – Alla polacca: Allegro con spirito

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Varsóvia, Polônia, agosto de 2010

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Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam no blog as seguintes gravações:

Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival

2002/2004


Stravinsky (1882-1971): Suite italienne / Prokofiev (1891-1953): Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119, Valsa do balé “Stone Flower” / Shostakovich (1906-1975) Sonata para Violoncelo e Piano, Op.40

2003


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival 2003

2003


Martha Argerich & Friends – Live in Lugano 2005 #BTHVN250

2005

Martha Argerich & Friends – Live in Lugano 2006

2006


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival – 2007 #BTHVN250

2007


¡Larga vida a la Reina! – Carte Blanche [Martha Argerich, 81 anos]

2007


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival – 2008

2008


Brahms, Rachmaninov, Schubert, Ravel: Martha Argerich & Nelson Freire — Salzburg

2009


Vassily

Música de Câmara com Clarinete – (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence – (2 de 5) ֍

Música de Câmara com Clarinete – (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence – (2 de 5) ֍

The Fibonacci Sequence

Clarinete

Brahms | Mendelssohn |

Baermann | Glinka | Milhaud

 

Um par de coelhos foi colocado em um pátio cercado por muros. Supondo que a cada mês, a partir do segundo mês de vida, cada casal de coelhos gera um novo casal de coelhos, quantos casais de coelhos povoarão o pátio ao fim de um ano?

Este problema aparece no capítulo 12 do Liber abaci, o livro escrito por Fibonacci em Pisa, após seu retorno da Argélia, onde viveu por um período e aprendeu o sistema numérico Hindu-Arábico entre muitas outras coisas que explica no livro.

O problema certamente era conhecido antes de Fibonacci colocá-lo no livro e faz parte de uma tradição entre os matemáticos que remonta aos tempos do Egito dos antigos faraós e dos povos mesopotâmicos – assírios, babilônios, que consiste em ensinar matemática através de bons e mesmo de rotineiros problemas. E o problema dos coelhos, enunciado por Fibonacci, é ótimo.

É claro, os detratores dos matemáticos vão logo atacar com comentários do tipo – o par de coelhos era formado por dois machos e nunca se reproduziram. Poderão reclamar dizendo que as condições como ‘nasce um par a cada mês’ e tal, sempre um macho e uma fêmea são inverossímeis. E eventuais problemas genéticos? Houve até uma ameaça de formação de um comitê que clamava – liberdade para os coelhos de Fibonacci…

Ora, os matemáticos nem ouvirão tais críticas e provocações, pois sabem que a historiazinha por trás do problema é apenas para torná-lo bonitinho. Se você realmente quer resolver o problema, concentre-se em entender as condições descritas e coloque a caraminhola para funcionar. Envolver-se com um problema, embebedar-se da vontade de resolvê-lo, mesmo que disponha de poucas ferramentas e que o problema pareça, à priori, inexpugnável, é a tarefa dos matemáticos. Esse élan, essa disposição é o que motiva os matemáticos e é o que impulsiona os avanços na Matemática. A curiosidade, dizem, matou o gato, mas no caso da Matemática, é o que lhe dá a vida. Ninguém é mais feliz do que um matemático realmente engajado na busca da solução de algum problema, mesmo que ele ou ela não admita.

A passagem dos meses serve para indicar os novos passos no desenvolvimento do processo descrito. Ao fim de cada mês, cada casal de coelhos amadurecido dará à luz a um novo casal. Assim, o problema será o de contar, ao fim de cada mês, quantos casais de coelhos povoam o pátio, levando em conta as condições do mês anterior. Pode-se agir como quiser, fazendo anotações, desenhando diagramas ou criando uma fórmula que esclareça a situação, levando em conta todas as hipóteses do enunciado.

Veja que diagramas e fórmulas são típicos objetos matemáticos, mas que demoraram séculos ou mesmo milênios para serem desenvolvidos e incorporados ao uso comum das pessoas. Mesmo o uso de um sistema numérico que emprestou agilidade e precisão aos cálculos só foi introduzido na cultura ocidental no século XIII e sofreu alguma resistência. Mas, chega de delongas e vamos ao problema.

Temos então as condições estabelecidas no problema: ao fim de cada mês, cada casal amadurecido dará à luz a um novo casal, que amadurecera ao fim do seu segundo mês de vida.

Portanto, começamos com um casal que amadurece ao fim do primeiro mês e dá à luz a um novo casal ao final do segundo mês. No fim do terceiro mês, o primeiro casal dá à luz a um novo casal e o segundo casal atinge a maturidade. Temos assim 1, 1, 2 e 3. Para o próximo mês, nascerão mais dois casais, pois um mês antes tínhamos dois casais de coelhos adultos e o terceiro casal chega à idade adulta. Resulta então em 3+2 = 5 casais de coelhos, dos quais 3 na idade adulta. Já dá para perceber o que acontecerá no fim do próximo mês: 5 + 3 = 8 casais, dos quais, 5 em idade adulta.

Esta sequência de números, criada a partir das condições estabelecidas no problema é chamada de Sequência de Fibonacci.

1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, …

Cada novo termo da sequência é o resultado da soma dos dois termos anteriores. Em matematiquês:

F(n+1) = F(n)+F(n-1)  e  F(1) = 1, F(2) = 1.

Há uma verdadeira enxurrada de informações sobre a Sequência de Fibonacci e suas manifestações na natureza. Assim, não vamos entrar nesta parte, mas se você teve sua curiosidade despertada, basta deixar o seu lado matemático revelar-se mais um pouco. E aí, quantos pares de coelhos no fim do ano?

Ah, a música! Algumas palavras sobre o programa do disco que tem um clarinete como destaque. Funcionando um pouco como âncora neste programa, temos o Trio com Clarinete de Brahms, que abre os trabalhos de maneira ótima. Em seguida uma peça de Mendelssohn, Konzertstück, uma peça de concerto. Esta composição é fruto da amizade entre o jovem Mendelssohn, Heinrich Baermann, o melhor clarinetista daquela época, e seu filho Carl. Eles se conheceram em Berlim em 1832 e as habilidades do instrumentista inspiraram o compositor, a maneira que ocorrera antes com Mozart e Stadler, assim como Brahms e Mühfeld. Após a peça de Mendelssohn, vem um adagio para clarinete e quinteto de cordas escrito pelo próprio Heinrich Baermann, que também tinha alguma habilidade como compositor.

Prosseguindo, no programa, temos um Trio com Clarinete escrito por Mikhail Glinka, que era russo e compositor nacionalista. Ficou famoso por suas óperas ‘A Vida pelo Czar’ e ‘Russlan e Ludmila’. Esta peça foi escrita quando Glinka estava na Itália, morrendo de saudades de casa e pela inscrição deixada na peça: ‘Eu só tenho conhecido o amor pelas misérias que ele causa’, curtindo uma decepção amorosa.

Completando o disco, à francesa, uma suíte de Milhaud, escrita sob inspiração da música de Michel Corrette. A música foi escrita inicialmente para uma produção em francês de Romeu e Julieta, de Shakespeare.

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Trio para clarinete, violoncelo e piano em lá menor, Op. 114
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Andante grazioso
  4. Allegro (ii)

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Peça de Concerto No. 2 em ré menor, para clarinete, corno de basseto e piano, Op. 114
  1. Presto
  2. Andante
  3. Allegro grazioso

Heinrich Baermann (1784 – 1847)

Adagio em ré bemol maior para clarinete, dois violinos, viola, violoncelo e contrabaixo
  1. Adagio

Mikhail Glinka (1804 – 1857)

Trio Pathétique, para clarinete, fagote e piano
  1. Allegro moderato
  2. Scherzo: vivacissimo
  3. Largo
  4. Allegro con spirito

Darius Milhaud (1892 – 1976)

Suite d’après Corrette, para oboé, clarinete e fagote
  1. Entrée et Rondeau
  2. Tambourin
  3. Musette
  4. Sérénade
  5. Fanfare
  6. Rondeau
  7. Menuets
  8. Le Coucou

The Fibonacci Sequence

Kenneth Sillitoe, violino
Helen Paterson, violino
Louise Williams, viola
Benjamin Hughes, violoncelo
Stephen Williams, contrabaixo
Christopher O’Neal, oboé
Nicholas Bucknall, corno de basseto
Richard Skinner, fagote
Kathron Sturrock, piano

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Em nossa próxima postagem falaremos do Número de Ouro!

Aproveite

René Denon

Darius Milhaud (1892-1974) · ∞ · Música para dois pianistas · ∞ · Stephen Coombs & Artur Pizarro ֍

Darius Milhaud (1892-1974) · ∞ · Música para dois pianistas · ∞ · Stephen Coombs & Artur Pizarro ֍

Darius Milhaud

Música para dois pianistas

Stephen Coombs

Artur Pizarro

 

Continuando a série – Gostei, Postei! – um disco ótimo para ser ouvido em movimento. Eu o tenho levado para ouvir durante as caminhadas. Ele também serve bem para ouvir enquanto você prepara o jantar. Será surpreendido com headphones mexendo a salada ou virando a omelete. Pura diversão!

Veja que não há contraindicações caso você queira ouvi-lo escarrapachado no sofá, naquele momento de paz em que o pessoal que trabalha no condomínio já foi embora, calando as malditas máquinas de lavar a jatos e os cortadores de grama, e os vizinhos ainda não ligaram as TVs para o jornal ou novela. Bem, agora as pessoas maratonam séries. Deste moderno hábito tenho conseguido seguir incólume, so far…

Mas, divago… Milhaud teve uma longa vida e compôs muita música. Tinha o que ocorre com alguns de seus conterrâneos, o bicho que os faz viajar. Rodou mundo e absorveu muita música em diferentes culturas. As suas conexões com o Brasil, onde passou um tempo a serviço do Ministro Plenipotenciário (adorei o título) Paul Claudel, dão um colorido delicioso ao disco. Estão presentes em duas peças – no último movimento da primeira – Brasileira (Mouvement de samba), em Scaramouche, e na última, o Boi no Telhado!

Veja aqui um texto do Caderno de Música da Rádio MEC:

Darius Milhaud nasceu em Marselha, em 1892, e é um dos integrantes do chamado “les Six”, um grupo de compositores franceses que se propunha a apresentar uma alternativa aos estilos wagneriano e ao impressionista. Entre 1916 e 1918, Milhaud trabalhou no Brasil a serviço da embaixada da França junto do adido cultural Paul Claudel. Neste período, teve intenso contato com a atmosfera da música popular urbana do Rio de Janeiro que serviu como fonte de inspiração para várias de suas obras, dentre elas “Scaramouche”, “Saudades do Brasil” e “O boi no telhado”.

Na sua música “Le Boeuf sur le toit” (ou “O boi no telhado”), Darius Milhaud faz uso de cerca de 28 melodias de músicas populares de compositores cariocas da época. Algumas dessas melodias são facilmente identificáveis, como “Corta-Jaca”, de Chiquinha Gonzaga, “Flor do Abacate”, de Álvaro Sandim, e “Apanhei-te, cavaquinho”, de Ernesto Nazareth, que era um dos compositores e instrumentistas mais admirados por Milhaud. O próprio título “O boi no telhado” também é de inspiração brasileira, pois faz referência a um tango de mesmo nome escrito em 1918 por José Monteiro, também conhecido como Zé Boiadeiro.

Outras partes das Américas estão no disco, como nas peças Kentuckiana e carnaval à la nouvelle-orléans.

O disco é magistralmente interpretado por Stephen Coombs, tarimbado na música para duo de pianos ou piano a quatro mãos, e o português Artur Pizarro, que tem uma carreira solo bastante distinta, mas aqui está em excelente sintonia com o outro músico. E o selo Hyperion nos dá um show de produção com um ótimo livreto.

Darius Milhaud (1892 – 1974)

Scaramouche Op. 165b

  1. I. Vif
  2. II. Modéré
  3. III. Brazileira: Mouvement de samba

Kentuckiana Op. 287

  1. Rondement

Le Bal Martiniquais Op. 249

  1. I. Chanson créole: Modéré
  2. II. Biguine: Vif

Les Songes Op. 237

  1. I. Scherzo: Très vif
  2. II. Valse: Modéré sans lenteur
  3. III. Polka: Animé

carnaval à la nouvelle-orléans Op. 275

  1. I. Mardi gras! Chic à la paille
  2. II. Domino noir de Cajan
  3. III. On danse chez monsieur Degas
  4. IV. Les mille cent coups

La Libertadora Op. 236a

  1. I. Vif
  2. II. Animé
  3. III. Modéré
  4. IV. Vif
  5. V. Animé

Le Bœuf sur le Toit Op 58a

  1. Animé

Stephen Coombs, piano

Artur Pizarro, piano

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Artur Pizarro, de boas…
Estevão Penteado

An entertaining and delightful issue which brings some high-spirited pianism from these fine players.

The Penguin Guide of Recorded Classical Music

2011 edition

Eu confesso não saber se há alguma relação entre O Boi no Telhado de José Monteiro (Zé Boiadeiro) – Darius Milhaud e a maravilhosa história de O Boi Voador de Maurício de Nassau. Se há, digam me vocês…

Aproveite!  Nem sempre se encontra um disco tão saboroso…

PS: Se você gostou deste disco, talvez se interesse por esta postagem:

Música Francesa para Piano a Quatro Mãos – Marylène Dosse e Annie Petit

O Mestre Esquecido, Capítulo III (Debussy: Prelúdios, livro II – Milhaud: Saudades do Brasil – Antonio Guedes Barbosa)

BarbosaPUBLICADA ORIGINALMENTE EM 17/8/2015

Os capítulos dessa curta novela sobre o MESTRE Antonio Guedes Barbosa começam a minguar.

O CD da Connoisseur Society está esgotadíssimo, e o link ao lado leva a um exemplar usado pela bagatela de cento e quatro doletas. Mais ainda: ele jamais teria sido lançado no Brasil, não fosse uma ação entre clientes da Ticket Restaurante.

Sim, foi a TICKET RESTAURANTE – fiel depositária de estipêndios pagadores de coxinhas, tubaínas e churrascos gregos Brasil afora – e não a vontade das gravadoras, nem o clamor do público, a responsável pela iniciativa de distribuir esta gravação do genial pianista pessoense em seu país natal.

Se acham isso lamentável, saibam que o maravilhoso álbum triplo de Barbosa tocando as mazurcas de Chopin só chegou às praias de Pindorama graças à BOLSA DE VALORES DO RIO DE JANEIRO, que o distribuiu entre sua rapaziada como presente de final de ano.

Mas, claro, nada é tão ruim que não possa ser pior: quando encontrei este CD perdido numa loja de usados do Rio no ano passado, ele estava entre CDs do NETINHO e da BANDA BEIJO.

PQP, vida.

PQP, mundo.

PQP, vocês.

ooOoo

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

Prelúdios para piano, Livro II

01 – No. 1, “Brouillards”
02 – No. 2, “Feuilles mortes”
03 – No. 3, “La Puerta del Vino”
04 – No. 4, “Les fées sont d’exquises danseuses”
05 – No. 5, “Bruyères”
06 – No. 6, “Général Lavine – eccentric”
07 – No. 7, “La terrasse des audiences du clair de lune”
08 – No. 8, “Ondine”
09 – No. 9, “Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C”
10 – No. 10, “Canope”
11 – No. 11, “Les tierces alternées”
12 – No. 12, “Feux d’artifice”

Darius MILHAUD (1892-1974)

Saudades do Brasil, Suíte para piano, Op. 67

13 – Parte 1, no. 1: “Sorocaba”
14 – Parte 1, no. 2: “Botafogo”
15 – Parte 1, no. 3: “Leme”
16 – Parte 1, no. 4: “Copacabana”
17 – Parte 1, no. 5: “Ipanema”
18 – Parte 1, no. 6: “Gávea”
19 – Parte 2, no. 7: “Corcovado”
20 – Parte 2, no. 8: “Tijuca”
21 – Parte 2, no. 9: “Paineras” (sic)
22 – Parte 2, no. 10: “Sumaré”
23 – Parte 2, no. 11, “Laranjeiras”
24 – Parte 2, no. 12, “Paysandu”

Antonio Guedes Barbosa, piano

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A julgar pelo gosto prevalente, Banda Beijo > Antônio Guedes Barbosa. Parabéns aos envolvidos.
A julgar pelo gosto prevalente, Banda Beijo > Antonio Guedes Barbosa.
Parabéns aos envolvidos.

Vassily Genrikhovich [revalidado em 15/1/2021]

 

Francis Poulenc / Darius Milhaud / Robert Casadesus: Concertos para 2 Pianos e Orquestra

Francis Poulenc / Darius Milhaud / Robert Casadesus: Concertos para 2 Pianos e Orquestra

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um belo disco de concertos alegres tocados pelos 20 dedos do Duo Genova e Dimitrov. Os compositores deste disco, cheios de um espírito audaciosamente inventivo em suas peças, fazem-nas transbordar de melodias cativantes e vividamente orquestradas. As obras são veículos notáveis ​​que todo duo de virtuoses de piano deveria explorar e Aglika Genova e Liuben Dimitrov fazem-no com todo o brilhantismo. O Concerto de Poulenc para dois pianos e orquestra é o mais conhecido dos três, um tour de force neoclássico que brilha com humor parisiense, mas evoca Mozart em muitas passagens, mais abertamente no Larghetto. O Concerto de Milhaud para dois pianos e orquestra é mais esquisito, com numerosas referências aos salões parisienses e às procissões de rua. Suas abundantes dissonâncias fazem dele a peça mais picante do disco. O Concerto para dois pianos e orquestra de Robert Casadesus é, sem surpresa, profundamente influenciado por Ravel em sua orquestração efervescente, mas a parte de piano solo tem algumas das mesmas inflexões populares encontradas em Milhaud. O SWR Rundfunkorchester Kaiserslautern, dirigido por Alun Francis, oferece um acompanhamento esplêndido. Genova e Dimitrov são excepcionalmente coordenados e expressivos. A CPO, como sempre, oferece excelente qualidade sonora.

Francis Poulenc / Darius Milhaud / Robert Casadesus: Concertos para 2 Pianos e Orquestra

Concerto For Two Pianos & Orchestra In D Minor
Composed By – Francis Poulenc
(17:14)
1 Allegro Ma Non Troppo 7:03
2 Larghetto 5:07
3 Finale 5:17

Concerto For Two Pianos & Orchestra
Composed By – Darius Milhaud
(17:03)
4 Animé 5:04
5 Funèbre 7:45
6 Vif Et Précis 4:25

Concerto For Two Pianos & Orchestra Op. 17
Composed By – Robert Casadesus
(19:25)
7 Allegro Giocoso 8:06
8 Allegretto – Intermezzo 4:59
9 Vivo Non Troppo 6:24

Piano Duo Genova & Dimitrov
SWR-Rundfunk-Orchester Kaiserslautern
Alun Francis

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O alegre duo Genova & Dimitrov.

PQP

Katia & Marielle Labèque – Sisters – CD 2 de 6

katia-marielle-labeque-sisters-2016O segundo CD do duo Labèque Sisters traz um repertório bem mais eclético, que vai de Tchaikovsky a Berio, passando por Brahms, Dvorák entre outros. Outro grande momento das irmãs, impecáveis em sua incrível capacidade de tocarem juntas como se fossem uma só.
Já trouxe em outra ocasião a gravação das Danças Húngaras de Brahms com essa dupla, mas já faz bastante tempo, então os links também já eram.

2.001. Tchaikovsky Swan Lake, Op.20, TH.12 – Arr. for piano duet – Russian dance
2.002. Brahms Hungarian Dance No.1 in G Minor, WoO 1 No.1 – for piano duet – Allegro molto
2.003. Brahms Hungarian Dance No.20 in E Minor, WoO 1, No.20 – Arr. for piano duet – Poco allegretto – Vivace
2.004. Brahms Hungarian Dance No.5 in G Minor, WoO 1 No.5 – for Piano Duet – Allegro – Vivace
2.005. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.72, B.147 – For Piano Duet – No.2 in E Minor (Allegretto grazioso)
2.006. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.46, B.83 – For Piano Duet – No.8 in G Minor (Presto)
2.007. Bizet Jeux d’enfants, Op.22 – 12 pieces for Piano duet – 11. Petit mari, petite femme
2.008. J. Strauss II Pizzicato Polka – for Piano Duet – Pizzicato Polka
2.009. J. Strauss II Auf der Jagd, Op.373 – for Piano Duet – Polka (Schnell)
2.010. Fauré Dolly Suite, Op.56 – for piano duet – 1. Berceuse
2.011. Poulenc L’Embarquement pour Cythère, valse-musette pour deux pianos FP 150
2.012. Milhaud Scaramouche – for 2 Pianos Op.165b – 3. Brazileira (Mouvement de samba)
2.013. Grainger Country Gardens (Handkerchief Dance) – Arr. for Piano Duet – Country Gardens (Handkerchief Dance)
2.014. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – I. Allegro ben ritmato e deciso, in B flat
2.015. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – II. Andante con moto e poco rubato, in C sharp minor
2.016. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – III. Allegro ben ritmato e deciso, in E flat minor
2.017. Stravinsky Three Easy Pieces (for Piano Four-Hands) – II. Waltz
2.018. Stravinsky 5 Easy Pieces for Piano Duet – 5. Galop
2.019. Lutoslawski Variations on a Theme of Paganini – Arr. for two pianos – Variations on a Theme of Paganini
2.020. Berio Polka, for piano quatre-mains

Katia & Marielle Labèque – Piano

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Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano

Este é um CD que vale pelos Contrastes de Bartók. A redução da História do Soldado é boa, mas a versão original goleia. Posso estar enganado, mas as outras peças não me falaram muito, não. Só que Contrastes — que é dedicada originalmente a Benny Goodman — é tão pouco tocada e Bartók é um compositor tão perfeito que a gente fica feliz de poder ouvir e reouvir a peça. Um prato servido à francesa com um belo filé ali no meio, olha bem.

Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano

Darius Milhaud (1892-1974) – Suite
01. Ouverture – Vif et gai
02. Divertissement – Animé
03. Jeu – Vif
04. Introduction et Final

Béla Bartók (1881-1945) – Contrasts
05. Verbunkos
06. Piheno
07. Sebes

Igor Stravinsky (1882-1971) – L’Histoire du Soldat, Suite
08. Marche du Soldat
09. Le violon du Soldat
10. Petit concert
11. Tango – Valse – Rag
12. Danse du Diable

Aram Khachaturian (1903-1978) – Trio
13. Andante con dolore
14. Allegro
15. Moderato

Michaela Paetsch Neftel, violin
Ralph Manno, clarinet
Liese Klahn, piano
(Ensemble Incanto)

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Retrato de um Bartók quando jovem: sempre bom pra cacete

PQP

Adams, Antheil, Bernstein, Gershwin, Hindemith, Milhaud, Stravinsky, Raskin: New World Jazz

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sim, sim, um disco extraordinário. Aqui, há várias lições: (1) John Adams ensina como o minimalismo pode ser mais legal sem vidro, (2) como uma orquestra formada por jovens jazzístas acompanhados por músicos eruditos rendem e exploram adequadamente a irreverência deste espetacular repertório, (3) como meu pai tinha razão ao dizer e repetir que da música do século XX, a mais ampla, ventilada, livre e bela fora o jazz e (4) como estão corretos aqueles músicos que olham para cá e para lá. Boa diversão!

Adams, Antheil, Bernstein, Gershwin, Hindemith, Milhaud, Stravinsky, Raskin:
New World Jazz

1. Adams · Lollapalooza 6:33
2. Gershwin · Rhapsodie in Blue 17:24 (Michael Tilson Thomas, piano)
3. Bernstein · Prelude, Fugue and Riffs 8:29
4. Milhaud · La creation du monde 17:54
5. Stravinsky · Ebony Concerto 9:32
6. Hindemith · Ragtime 3:22
7. Antheil · A Jazz Symphony 11:53
8. Raskin · The Bad and the Beautiful 3:47

New World Symphony
Michael Tilson Thomas

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John Adams: aula máxima de minimalismo

PQP

Sopros do Brasil: o Sexteto do Rio – obras de José Siqueira (1907-1985), Radamés Gnattali (1903-1988), Francisco Mignone (1897-1986), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Darius Milhaud (1892-1974), Francis Poulenc (1899-1963) e Gordon Jacob (1895-1984) [link atualizado 2017]

Nas minhas navegações – e derivas – em meio ao oceano da internet, em busca de mais algum halo, uma luzinha no horizonte que me apontasse para mais uma obra de José Siqueira, me deparei com este belo conjunto de peças executado pelo Sexteto do Rio. José Siqueira tem lá uma faixinha em meio a outras vinte e duas, mas não custa ver tudo…

E o álbum é bem legal, além da siqueirana Brincadeira a Cinco, uma das que mais me agradou, há obras muito boas para sexteto de sopros (aqui por vezes acompanhado pelo piano de Heitor Alimonda): La cheminée du Roi René, de Milhaud, e a Sonatina a Seis, de Gnattali, são especialmente jocosas, divertidas, muito agradáveis. O conjunto todo é bem descontraído e tem um aspecto de diversão, de brincadeira, de descontração. Os músicos do Sexteto do Rio estão, mais do que executando música, divertindo-se, compartilhando bons momentos. e essa descontração é transmitida ao ouvinte e é cativante! Conjunto leve, gostoso de ouvir.

Booooom, muito bom! Ouça, ouça!

Sexteto do Rio
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Ludwig van Beethoven (1770-1827)
01. Trio para Flauta, fagote e piano – I. Allegro
02. Trio para Flauta, fagote e piano – II. Adagio
Darius Milhaud (1892-1974)
03. La cheminée du Roi René – I. Cortège
04. La cheminée du Roi René – II. Aubade
05. La cheminée du Roi René – III. Jongleurs
06. La cheminée du Roi René – IV. Maosinglade
07. La cheminée du Roi René – V. Chasse au Valabre
08. La cheminée du Roi René – VI. Madrigal Nocturne
09. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – I. Tranquille
10. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – II. Joyeux
11. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – III. Emporté
12. Sonata para flauta, oboé, clarineta e piano – IV. Douloureux
Francis Poulenc (1899-1963)
13. Sextuor – I. Allegro Vivace
14. Sextuor – II. Allegro Vivace
15. Sextuor – III. Finale
Francisco Mignone (1897-1986)
16. Sexteto 1970
Gordon Jacob (1895-1984)
17. Elegiac e Scherzo – I. Elegiac
18. Elegiac e Scherzo – II. Scherzo
José Siqueira (1907-1985)
19. Brincadeira a Cinco
Radamés Gnattali (1903-1988)
21. Sonatina a seis – I. Allegro
22. Sonatina a seis – II. Saudoso
23. Sonatina a seis – III. Ritmado

Sexteto do Rio
Celso Woltzenlogel,flauta
Paolo Nardi, oboé
Kleber Veiga, oboé
José Cardoso Botelho, clarineta
Noel Devos, fagote
Zdenek Svab, trompa
Heitor Alimonda, piano

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Partituras e outros que tais? Clique aqui

…Mas comente… escreva-me umas linhas amigas…

Bisnaga

Darius Milhaud (1892 -1974): La création du monde, Le boeuf sur le toit

Conheço e gosto de Jazz. Não tanto quanto em outros tempos. Pois apreciava o gênero nos bares, com amigos e boas mulheres, com muita bebida e fumaça…Depois que esta bendita fase passou, sentar numa poltrona de vovô, com suco de laranja e canudo, está cada vez menos atraente, principalmente para a audição do bebop e suas ramificações. No entanto ainda aprecio muito o Jazz um pouco menos requintado, aquele anterior a formação camerística, das grandes orquestras e de maior alegria.

Dessa fase interessante do Jazz, o compositor francês Milhaud, nos anos de 1920, encontrou nos clubs noturnos do Harlem fonte riquíssima para sua mais importante e celebrada composição, La création de monde. Esta obra vai além do Ebony Concerto de Stravinsky na mistura desses dois mundos. Pois na obra pós-classicista do russo, só em poucos momentos, a música parece tangenciar o Jazz, já na Création do francês há núcleos de puro Jazz e alegria, como se a orquestra clássica fosse invadida por um grupo de arruaceiros que dão sentido a uma das mais tristes e tocantes aberturas da música clássica.

Depois dessa fascinante obra, encontramos Milhaud respirando o Brasil no seu Le bouef sur le toit. Essa música brasileiríssima dos maxixes do começo de século XX é um rondó dividido em 12 seções, cujos temas serão facilmente reconhecidos pelos ouvintes de outras épocas, de João Pernambuco, Catulo da Paixão Cearense,…Aliás quanto perdemos com a “sofisticação” da música popular brasileira. Nos 50 anos de Bossa Nova, o melhor resumo que encontrei para definir o que ela significa foi enviado por um primo por e-mail. Vejam se há melhor resumo da MPB do que esse ?

A gravação é excepcional (melhor que Bernstein) e as duas outras obras do disco que não comentei são também dignas de estarem aqui.

1. La Creation du monde, Op. 81
2. Le Boeuf sur le toit, Op. 58
3 – 10. Suite provencale, Op. 152b
11 – 18. L’Homme et son desir, Op. 48

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CDF

Sob a influência do jazz – Gershwin, Milhaud, Ravel, Stravinski e Weill regidos por Bernard Herrmann

O CD (ex-LP) Classic Jazz, de 1966, traz uma série de obras “eruditas” muito influenciadas pelo jazz. A seleção é notável e a interpretação é sempre adequada: divertida, alegre e espalhafatosa. Um grande disco, sem dúvida.

A idéia deste trabalho foi do imenso Bernard Herrmann (1911-1975), o maior compositor de músicas para o cinema. Parceiríssimo de Alfred Hitchcock, Herrmann escreveu a trilha sonora de oito filmes: O terceiro tiro (1955), O homem que sabia demais (1956), O homem errado (1957), Um corpo que cai – Vertigo (1959), Intriga internacional (1959), Psicose (1960) e Os pássaros (1963). Herrmann foi o consultor de som de Marnie, confissões uma ladra (1964). Na realidade, Cortina rasgada também teve uma trilha musical composta por Herrmann. No entanto, Hitchcock queria música pop e desistiu da partitura de Herrmann, o que gerou uma boa briga e rompimento definitivo de uma parceria que rendeu o reconhecimento de críticos e público.

Mas não foi só isso. É de Herrmann a trilha de Taxi Driver (Scorsese), de Cidadão Kane (Welles) e de Fahrenheit 451 (Truffaut). Não, não é mole.

Aqui, ele torna-se regente de interessantes obras que nasceram a partir do jazz. Destaque para Rhapsody in Blue, para o Ragtime de Stravinski, para Milhaud – que aparece pela primeira vez neste blog – e para a divertida brincadeira de Ravel. Ou seja, quase tudo!

P.Q.P. Bach.

Classic Jazz

1. Rhapsody In Blue
Composição de George Gershwin
London Festival Orchestra
Stanley Black, piano e regência

2. The Threepenny Opera: Mack the Knife / Instead-of Song / The Good Life (Foxtrot) / Polly’s Song / Tango / The Bis Shots: Charleston
Composição de Kurt Weill
London Festival Orchestra [members of]
Bernard Herrmann

3. Ragtime
Composição de Igor Stravinsky
London Festival Orchestra [members of]
Bernard Herrmann

4. La Création du Monde
Composição de Darius Milhaud
London Festival Orchestra [members of]
Bernard Herrmann

5. Five O’Clock Foxtrot (de L’enfant et les sortilèges)
Composição de Maurice Ravel
London Philharmonic Orchestra
Bernard Herrmann

6. Variations on ‘I got rhythm’ (para piano e orquestra)
Composição de George Gershwin
London Festival Orchestra [members of],
David Parkhouse, piano
Bernard Herrmann

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