Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é o volume 1 da coleção cuja capa está ao lado. Viktor Tretiakov (1946) é um daqueles gênios violinistas russos da estirpe de Jascha Heifetz, David Oistrakh, Leonid Kogan e Oleg Kagan. O Concerto de Boris (diz-se Barís) Tchaikovsky é colocado como aperitivo do Shostakovitch Nº 1. Boris não tem o caráter único de Shosta, mas é certamente uma peça que deveria ser executada com mais frequência. Ele é muito bom compositor, sem relação com o famoso Tchaikovsky. Aparentemente compôs muita música, era bem visto na União Soviética e teve a coragem de recusar ceder à pressão do governo para denunciar alguns colegas músicos. É um concerto um tanto sombrio, mas que impressiona pela alta qualidade, valorizada pelo grande Tretiakov.

Por ter ouvido tantas gravações do Concerto Nº 1 para Violino e Orquestra de Shostakovich, estou em boa posição para julgá-la. Acredito que esta apresentação ao vivo por Tretiakov é inigualável. O coração desta peça é a Passacaglia do terceiro movimento (depois da introdução orquestral e antes da cadência). Além de ser potente e comovente, como é Shostakovich em grande parte, é das músicas mais belas que o compositor escreveu, e alcança aquela união misteriosa e milagrosa do trágico e do sublime tão bem… Essas qualidades são tão bem expressas aqui por Tretiakov, em parte devido à sua habilidade de criar um som quase vocal com seu instrumento. Ouve-se um verdadeiro arco narrativo, uma história. É uma performance surpreendente e de cair o queixo. As outras gravações do Nº 1 que valem muito a pena ouvir são, na ordem, Oistrakh / Mravinsky, Kogan / Svetlanov, Oistrakh / Mitropoulos e Kogan / Kondrashin.

Boris Tchaikovsky (1925-1996): Concerto para Violino / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto Nº 1 para Violino (Viktor Tretiakov)

Violin Concerto
Composed By – Boris Tchaikovsky
1-1 Andante 14:33
1-2 Allegro 21:46

Violin Concerto No: 1 In A Minor, Op. 99
Composed By – Dmitri Shostakovich
1-3 Nocturne: Moderato 10:31
1-4 Scherzo: Allegro 6:19
1-5 Passacaglia: Andante Cadenza 14:06
1-6 Burlesque: Allegro Con Brio 5:02

Viktor Tretiakov, violin

Arnold Katz (tracks 1 to 2)
Russian State Symphony Orchestra (tracks 1 to 2)

Vladimir Fedoseyev (tracks 3 to 5)
Grand Symphony Orchestra (tracks: CD 1 (3 to 5)

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Tretiakov tocando com sua esposa, a violinista Natalia Likhopoi.

PQP

Del barroco y del romanticismo ao siglo XXI (Carlos Prieto / Edison Quintana / Juan Luis Prieto)

Del barroco y del romanticismo ao siglo XXI (Carlos Prieto / Edison Quintana / Juan Luis Prieto)

Faz muito tempo que não é postado um CD com obras para violoncelo e piano aqui no blog. Aí vai um, com o maior violoncelista mexicano da atualidade, Carlos Prieto. Algumas dentre as primeiras peças são transcrições, mas a maioria é original. O cello de Prieto tá meio fraquinho (detesto cello que canta “pra dentro”), porém, assim como no post da semana passada, vale pela peça de Marlos Nobre – e também pela de Ernst Mahle, pela de Mignone, pela do mexicano Eugenio Toussaint e pela do americano Lukas Foss.

***

Del barroco y del romanticismo ao siglo XXI (Carlos Prieto / Edison Quintana / Juan Luis Prieto)

1 Passacaglla (para violín y violonchelo)
Adapted By – Johan Halvorsen
Composed By – Georg Friedrich Händel
7:09
2 Pezzo capriccioso Op. 62 (para violonchelo y piano)
Composed By – Pyotr Ilyich Tchaikovsky
6:09
3 Vocalise, op. 34, Nº 14 (para violonchelo y piano)
Composed By – Sergei Vasilyevich Rachmaninoff
5:52
4 Introduction et Polonaise Brillante Op. 3 (para violonchelo y piano)
Adapted By – Emanuel Feuermann
Composed By – Frédéric Chopin
8:40
5 Capriccio (para violonchelo y piano)
Composed By – Lukas Foss
6:05
6 Modinha (para violonchelo y piano)
Composed By – Francisco Mignone
3:38
7 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 1. Allegro alla marcia. Lidio – menor
Composed By – Ernst Mahle
2:29
8 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 2. Moderato. Lidio – mixolidio
Composed By – Ernst Mahle
2:29
9 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 3. Allegro moderato. Frigio – dórico
Composed By – Ernst Mahle
1:22
10 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 4. Un poco vivo. Tonos enteros
Composed By – Ernst Mahle
1:37
11 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 5. Allegro. Lidio – gitano
Composed By – Ernst Mahle
2:07
12 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 6. Con moto. Tono octotónico
Composed By – Ernst Mahle
2:12
13 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 7. Andante. Frigio – mayor
Composed By – Ernst Mahle
1:59
14 Ocho Duos Modales (para dos violonchelos). 8. Andantino. Frigio – gitano
Composed By – Ernst Mahle
2:27
15 Partita Latina (2001 – Estreno mundial, para violonchelo y piano). I. Lento. Estático
Composed By – Marlos Nobre
6:14
16 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). II. Appassionato
Composed By – Marlos Nobre
1:03
17 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). III. Scherzando (Poco Vivo)
Composed By – Marlos Nobre
1:56
18 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). IV. Calmo
Composed By – Marlos Nobre
2:34
19 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). V. Profundo. Molto Lento
Composed By – Marlos Nobre
2:46
20 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). VI. Vivo
Composed By – Marlos Nobre
1:10
21 Partita Latina (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano). VII. Grave
Composed By – Marlos Nobre
2:51
22 Pour Les Enfants (2001 – Estreno Mundial, Para Violonchelo y Piano)
Composed By – Eugenio Toussaint
6:46

Piano – Edison Quintana (tracks: 2, 3, 4, 5, 6,15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22)
Violin – Juan Luis Prieto (tracks: 1)
Violoncello – Carlos Prieto, Juan Hermida (3) (tracks: 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14)

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Carlos Brianco

CVL

Gustav Mahler (1860 – 1911): Mahler para Milhões – Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera & Rafael Kubelik ֍

Gustav Mahler (1860 – 1911): Mahler para Milhões – Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera & Rafael Kubelik ֍

MAHLER

Movimentos de Sinfonias

OS da Rádio da Baviera

Rafael Kubelik

 

No início da década de 1970 chegaram às lojas de discos alguns LPs com títulos do tipo ‘Mozart para Milhões’, ‘Schubert para Milhões’… Era uma série que buscava conquistar um maior público para a música clássica, na linha da série ‘Concertos para Milhões’ e a famosa coleção dos LPs com capas ilustradas com gatinhos. Nesta série o foco era o compositor e foi o LP ‘Mahler para Milhões’ meu primeiro contato com a música de Gustav Mahler e isso abriu uma nova dimensão em meu universo musical.

Eu nunca ouvira algo mais pungente quanto o Adagietto da Quinta Sinfonia – faixa que abre o lado A do disco. E considerem que a minha vitrola de então era parte de um três-em-um da Sharp, não exatamente um Hi-Fi. Essa peça se tornou mais popular após o filme ‘Morte em Veneza’, de Luchino Visconti, do livro de Thomas Mann.

A segunda faixa não poderia ser mais contrastante da primeira – um scherzo que inicia nas cordas graves, asperamente, o segundo movimento da Primeira Sinfonia. No trio experimentamos a forma como Mahler faz essa imensa orquestra tocar como se fosse uma orquestra de câmara.

Em seguida um enorme Lied com acompanhamento de orquestra, outra especialidade mahleriana. Urlicht – Luz Primordial – tem como base um poema da coleção Des Knaben Wunderhorn e acabou se tornando a abertura do último movimento da Segunda Sinfonia, a ‘Ressurreição’.

As portas do céu se abriram na quarta faixa e os anjos cantaram ‘Bim, bam, bim, bam […]’ o curto quinto movimento da Terceira Sinfonia. Esse movimento é descrito assim pelo site da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais: Sem interrupção, o movimento seguinte, embora breve, emprega, além da voz solista, um coro feminino e um coro de vozes de crianças. Este evoca sons de sinos que, ao lado da vivacidade rítmica da orquestra e da leveza do coro feminino, tem algo de primavera, respondendo ao verão do movimento inicial. Seguindo o sentido do texto, a atmosfera da seção central é contrastante, antes de uma conclusão surpreendente.

No lado B do disco fazemos contato com o aspecto monumental, gigante das obras de Mahler – a metade final da chamada Segunda Parte da Oitava Sinfonia, conhecida como a Sinfonia dos Mil, uma referência ao números de músicos e cantores necessários para a sua realização. Um certo exagero, é claro, mas nem tanto. A segunda parte dessa sinfonia tem como ‘script’ um símbolo da literatura germânica, o “Fausto” de Goethe, em sua cena final. Para ter uma ideia das forças envolvidas nessa tarefa, veja os créditos na sequência da postagem.

Todas as peças do LP foram tiradas de um dos ciclos pioneiros das Sinfonias de Mahler, gravadas pela Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera sob a regência de Rafael Kubelik.

Este ciclo é o primeiro item da lista das melhores gravações das obras de Mahler da revista Gramophone e realmente é uma excelente introdução. Se você já conhece a música de Mahler poderá desfrutar da música dessa postagem como uma coleção de lindos highlights que lhe estimularão a ouvir as obras completas de onde os movimentos foram retirados. Se você ainda não se aventurou por essas águas, esse disco lhe oferecerá uma ótima porta de entrada. De qualquer forma, simplesmente aproveite essa oportunidade.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Lado 1

Sinfonia No. 5 em dó sustenido menor

  1. Movimento – Adagietto

Sinfonia No. 1 em ré maior – ‘Titã’

  1. Movimento

Sinfonia No. 2 em dó menor – ‘Ressurreição’

  1. Movimento – Urlicht (de Des Knaben Wunderhorn)

Sinfonia No. 3 em ré menor

  1. Movimento – ‘Lustig im Tempo und keck im Ausdruck: Bimm bamm!’

Lado 2

Sinfonia No. 8 em mi bemol maior

  1. Final

Norma Procter, contralto [Faixa 3]

Coro Toelzer de meninos [Faixa 4]

Coros das Rádios da Baviera, do Norte da Alemanha e do Oeste da Alemanha; Coro de meninos da Catedral de Regensburg; Coro feminino do Coro de Motetos de Munique [Faixa 5]

Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera

Rafael Kubelik

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MP3 | 320 KBPS | 94 MB

When it comes to Mahler’s 10 symphonies (or nine and a half, given that only the Adagio of No 10 is played), Kubelík vies with the best of his rivals, offering us Mahler as pantheist, nature lover, humanist and only reluctant neurotic. Rob Cowan, da Gramophone

FDP Bach postou o ciclo completo nestas páginas. Se você quiser preencher os ‘espaços’ entre os movimentos desta postagem, pode começar a busca, agora.

Aproveite, você que é um dos milhões de seguidores do blog…

René Denon

PQP Bach Quizz: Para que serve a máquina que aparece estilizada na capa do LP?

a) Misturador de acordes

b) Máquina de fazer sorvete na região de Munique

c) Moedor de carne para fazer Salsichas Frankfurter

d) Moedor de Café do English Garten, de Munique

e) NRA

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

Minha mulher perguntou se isso era um arranjo ou se apenas era uma gravação antiquada e romântica de Bach. Respondi: segunda opção. Mas eu não ousaria falar mal deste disco. E ele é bom. Numa época em que eu tinha condições de comprar apenas um ou dois discos por mês, adquiri esta Oferenda. Não sei como o vinil não furou. Devo ter ouvido esta gravação centenas de vezes e a Oferenda tornou-se uma de minhas obras prediletas. É até hoje. Não me importa que a orquestra pareça ser movida a energia atômica, tal sua potência; aqui, o que me importa são as lembranças de um adolescente que estava tendo seus primeiros contatos com Bach. CD sensacional. Sem discussões! :¬)))

J.S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Münchinger / Orq de Câmara de Stuttgart)

4. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 3 Karl Münchinger 7:25
5. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus a 2 Karl Münchinger 1:34
6. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 violini in unisono Karl Münchinger 0:47
7. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per motum contrarium Karl Münchinger 0:50
8. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per augmentationem, contrario motu Karl Münchinger 2:19
9. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 0:46
10. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 1:56
11. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per tonos Karl Münchinger 2:24
12. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus contrario motu Karl Münchinger 1:20
13. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 4 Karl Münchinger 5:10
14. Musical Offering, BWV 1079 – Fuga canonica Karl Münchinger 1:56
15. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – I Largo Karl Münchinger 4:55
16. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – II Allegro Karl Münchinger 6:16
17. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – III Andante Karl Münchinger 2:55
18. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – IV Allegro Karl Münchinger 3:13
19. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 6 Karl Münchinger 9:12

Karl Münchinger
Orquestra de Câmara de Stuttgart

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As the Old Sing, So Pipe the Young, by Jan Steen, c. 1688-70, via Mauritshuis Museum, The Hague

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano Nº 1 e 2 (Freire / Chailly)

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano Nº 1 e 2 (Freire / Chailly)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Nossa leitora/ouvinte Lais Vogel gentilmente nos enviou o texto que segue abaixo. Achei interessante postá-lo. O texto sintetiza muito bem o que deve ser dito a respeito desta gravação.

“Gente, olha que noticia boa e interessante:

“O Brahms que todos aguardavam”, diz a Gramophone.

“Saiu hoje no site da revista inglesa Gramophone a resenha do CD com os dois concertos de Brahms tocados pelo Nelson. O (temido) crítico Jed Distler inicia a avaliação dizendo: “Esta é a gravação dos concertos para piano de Brahms que todos nós esperávamos”.

“O álbum duplo (lançado este ano pela Decca, no Brasil inclusive) já tinha sido muito elogiado pelo site americano Classics Today (www.classicstoday.com) e por jornais brasileiros. Agora foi coroado com a crítica da Gramophone. Vale a pena adquiri-lo, e não por motivos patrióticos. As interpretações de ambos os concertos são realmente primorosas. Eu as comparei com o registro clássico de Gilels/Jochum (que considero a ‘versão padrão’ dessas obras) e, para minha própria surpresa, gostei mais da do Freire com o maestro Chailly. Os tempi são mais fluentes que os de Jochum e, ainda assim, a clareza orquestral não é sacrificada. Ao contrário: Chailly (e os técnicos da Decca) nos faz(em) ouvir coisas que passam despercebidas em outras gravações. Freire está endiabrado e prova que é um pianista de primeira linha, pois dá conta do recado sem fazer a orquestra pisar no freio e sem embolar as notas. Ele usa, sim, mais pedal do que Gilels, tendo assim mais legato no seu som. Mas não usa esse recurso para esconder imperfeições técnicas. É questão de estilo… e Brahms permite isso (muito mais que Mozart ou Bach). Enfim, quem for fã do Nelson ou desses concerti de Brahms, pode comprar o CD sem medo. Ah, eu não sou funcionária da Decca, nem vendedora de CDs. Sou apenas uma admiradora do Nelson e de Brahms.”

Confesso que estou ouvindo a gravação pela primeira vez, e já fazem umas duas semanas que baixei esse material. Já postei anteriormente estes mesmos concertos com o Pollini, e futuramente, a pedidos de nossa querida Clara Schumann irei postá-los com o seu Brendelzinho (Brendelzão, eu diria). E também confesso que estou adorando. A Orquestra do Gewandhaus de Leipzig é fantástica, e o Freire está no apogeu de sua forma.

Também volto a reiterar que sou apaixonado por estes concertos, principalmente pelo segundo, o qual embalou minhas paixões adolescentes, como já salientei.

Mas vamos ao que interessa…

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano Nº 1 e 2 (Freire / Chailly)

Piano Concerto No.1 In D Minor / D-moll / En Ré Mineur, Op. 15 (46:34)
I Maestoso
II Adagio
III Rondo: Allegro Non Troppo

Piano Concerto No.2 In B-Flat Major / B-dur / En Sí Bémol Major, Op. 83 (48:53)
I Allegro Non Troppo
II Allegro Appassionato
III Andante
IV Allegretto Grazioso

Nelson Freire – Piano
Gewandhausorchester
Riccardo Chailly – Director

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Quem seriam, né?

FDP

Poulenc (1899-1963): Peças para piano – Eric Le Sage ֍

Poulenc (1899-1963): Peças para piano – Eric Le Sage ֍

Francis Poulenc

Mouvements perpétuels

Novelettes . Impromptus

Noturnes e outras

Eric Le Sage, piano

Além de compositor, Francis Poulenc era pianista. Assim, não é surpreendente que o piano tenha papel importante em grande parte de sua obra.

Nesta coleção de peças curtas, agrupadas em conjuntos de três ou mais, temos um painel bastante representativo e um programa ótimo para uma tarde.

O intérprete é Eric Le Sage, que atraiu minha atenção primeiro pelo nome, e depois se tornou uma constante nas minhas escolhas entre os pianistas devido a sua técnica, sensibilidade e também pela escolha de repertório. Tenho ouvido esta seleção ao longo de uma tarde bastante mais cinzenta do que o habitual aqui, na qual meu coração esteve bem atribulado. Que a música de Poulenc, pela interpretação cuidadosa e sensível de Eric Le Sage, lhe chegue ao coração.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

CD1

[1] Presto in B flat major

[2-4] Trois Mouvements perpétuels

[5] Mélancolie

[6-16] Les Soirées de Nazelles

[17] Humoresque, FP 72: “Prestissimo molto staccato”

[18] Française d’après Claude Gervaise, FP 103 Modéré

[19-25] Suite Française pour piano d’après Claude Gervaise, FP 80

[26] Pastourelle, FP 45: Modéré

[27] Intermède en ré mineur, FP 60.II

[28-30] Trois novelettes, FP 47

[31 -33] Trois Mouvements perpétuels

[34] Bourrée, au Pavillon d’Auvergne

[35] Valse, FP 17: Assez vif

CD2

[1-15] Quinze improvisations pour piano, FP 63 / 113 / 170 / 176

[16-18]  Trois intermezzo, FP 71 / 118

[19] Badinage, FP 73: “Assez animé”

[20] Valse. Improvisation sur le nom de Bach, FP 62

[21-23] Napoli – suite for piano

[24-28] Cinq Impromptus

[29-31] Suite pour piano, FP 19

[32-39] 8 Nocturnes

Eric Le Sage (piano)

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FLAC | 523 MB

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MP3 | 320 KBPS | 353 MB

O sábio Eric

“Le Sage’s ample arsenal of touch and release strategies and his infinitely calibrated dynamic spectrum reveal nuances of textural richness inherent in this intimate repertory” [“O amplo arsenal de estratégias de toque e liberação de Le Sage e seu espectro dinâmico infinitamente calibrado revelam nuances de riqueza textural inerentes a este repertório íntimo”]

Born in Aix en Provence, Eric Le Sage was the winner of major international competitions such as Porto in 1985 and the Robert Schumann competition in Zwickau, in 1989. He was also a prize-winner at Leeds International competition the same year, which allowed him to perform under the baton of Sir Simon Rattle. [Natural de Aix en Provence, Eric Le Sage foi vencedor de grandes competições internacionais como o Porto em 1985 e o concurso Robert Schumann em Zwickau, em 1989. Foi também premiado no concurso internacional de Leeds no mesmo ano, o que lhe permitiu para se apresentar sob a batuta de Sir Simon Rattle.]

Aproveite!

René Denon

Não deixe de visitar as postagens a seguir:

Francis Poulenc (1899-1963): Melodias para Piano – Gabriel Tacchino ֎

Poulenc (1899-1963) – Música para Piano – Charles Owen ֎

Francis Poulenc (1899-1963): Peças para Piano – Gen Tomuro

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orq. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orq. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orq. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orq. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

A orquestração de Arnold Schoenberg do Quarteto para Piano Nº 1 de Johannes Brahms estreou em 1937. Numa série de palestras de 1947 intituladas “Brahms, o Progressista”, Arnold Schoenberg relata um exemplo de Brahms lidando com um de seus fãs. “Os contemporâneos encontraram várias maneiras de irritá-lo”, escreve Schoenberg sobre Brahms. “Um músico ou um amante da música pode tentar demonstrar sua grande compreensão, bom julgamento musical e conhecimento de Brahms ousando dizer havia observado que a Primeira Sonata para Piano era muito semelhante à Sonata ‘Hammerklavier’ de Beethoven. Não admira que Brahms, com sua maneira direta, tivesse respondido: ‘Todo idiota percebe isso!’”

Você não precisa conhecer nenhum dos compositores ou suas obras para entender por que Brahms ficava irritado com tal comentário. Ele passou grande parte de sua vida tendo seu lugar na história da música alemã ocupado por outros. Sua Primeira Sinfonia foi chamada de “Décima de Beethoven”. Para os detratores de Wagner, Brahms representava tudo o que havia de bom na música alemã e para os fãs de Wagner, tudo o que havia de ruim nela. É fácil apontar os pontos em comum entre Brahms e as gerações que o precederam; Encontrar o que faz dele uma força única na música alemã exige um pouco mais de esforço, e esse foi o objetivo das palestras de Schoenberg e, em certo sentido, da sua orquestração de uma das obras-primas de câmara de Brahms.

O Quarteto de Brahms estreou em Hamburgo em 1861; Schoenberg orquestrou a obra em 1937, e ela foi estreada pela Filarmônica de Los Angeles sob a batuta do então Diretor Musical Otto Klemperer em um dos Concertos de Sábado à Noite da Orquestra. Schoenberg explicou a lógica por trás de sua orquestração em uma carta a Alfred Frankenstein, o crítico musical do San Francisco Chronicle, quase um ano após a estreia:

“1. Gosto da peça;
2. Raramente é tocada;
3. É sempre muito mal tocado, porque quanto melhor o pianista, mais alto ele toca e não se ouve nada nas cordas. Queria uma vez ouvir tudo e consegui.”

Schoenberg gostou da peça como um grande exemplo de “desenvolvimento de variação”, uma inovação de Brahms que ele discutiu em suas palestras sobre “Brahms, o Progressista”. A ideia é realmente muito simples: Brahms submeteria seu material temático a variações e transformações assim que as introduzisse, em vez de esperar até a seção de desenvolvimento de um movimento em forma de sonata. Isso lhe permitiu criar estruturas maiores a partir desses materiais em constante desenvolvimento.

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Quartet, Op. 25 (Orch. Schoenberg) / Variations And Fugue On A Theme By Handel, Op. 24 (Orch. Rubbra) (LSO, Neeme Järvi)

Piano Quartet In G Minor Op. 25
Orchestrated By – Arnold Schoenberg
(45:41)
1 I Allegro 15:10
2 II Intermezzo: Allegro Ma Non Troppo 9:11
3 III Andante Con Moto 11:54
4 IV Rondo Alla Zingarese: Presto 9:25

Variations And Fugue On A Theme By Handel Op. 24
Orchestrated By – Edmund Rubbra
(25:35)
5 Aria 0:55
6 Variations I 0:52
7 II Animato 0:45
8 III L’istesso Tempo 0:42
9 IV 0:45
10 V 0:57
11 VI 0:51
12 VII Con Vivacità 0:30
13 VIII 0:33
14 IX Poco Sostenuto 0:50
15 X Energico (Vivace) 0:36
16 XI Con Moto 0:55
17 XII 0:51
18 XIII Largamente, Ma Non Troppo 1:03
19 XIV Impetuoso 0:37
20 XV 0:35
21 XVI 0:30
22 XVII Più Mosso 0:31
23 XVIII 1:04
24 XIX Leggiero Vivace 0:50
25 XX 0:53
26 XXL 1:03
27 XXII 0:45
28 XXIII Vivace 0:37
29 XXIV 0:40
30 XXV 0:46
31 Finale 5:40

Composed By – Johannes Brahms
Conductor – Neeme Järvi
Orchestra – London Symphony Orchestra

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PQP

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Como eu estava sendo ameaçado fisicamente por não revalidar este link, aqui vai ele. A Sinfonia Nº 1 de Bernstein, baseada no profeta Jeremias, fala, segundo o próprio Bernstein, a respeito da crise de sua fé, simbolizada pela destruição do Templo de Jerusalém. Jeremiah é conhecido pela alcunha de “O Profeta Chorão”. O Concerto para Orquestra foi composto em 1986 e bastante ampliado em 1989. É muito curiosa esta abordagem ao modelo de “Concerto para Orquestra”, criado por Bartók. Como já publicamos antes os Concertos para Orquestra de Bartók e Lutoslawski — duas obras-primas! –, finalizamos por ora a série dedicada aos Concertos para Orquestra. Gostei bastante do disco, tanto que o ouvi 3 vezes de enfiada. Apenas estranhei a Lamentação de Jeremias ser cantada por uma mulher. Mas, enfim, o que interessa é o texto, né? E talvez seja uma mulher falando do Jerê, não examinei o texto…

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 1 “Jeremiah” / Concerto for Orchestra “Jubilee Games” (Judd)

Symphony No. 1 ‘Jeremiah’ (25:06)
1 Prophecy 7:43
2 Profanation 6:29
3 Lamentation 10:54

Concerto For Orchestra ‘Jubilee Games’ (29:58)
4 I Free-Style Events: Allegro Con Brio, Giocoso 7:27
5 II Mixed Doubles: Theme 1:26
6 Variation 1 1:01
7 Variation 2 0:26
8 Variation 3 0:39
9 Variation 4 1:17
10 Variation 5 0:33
11 Variation 6 2:18
12 Variation 7 1:15
13 Coda 1:45
14 III Diaspora Dances: Vivace 5:37
15 IV Benediction: Moderato, Invocando 6:13

Baritone Vocals – Nathan Gunn (tracks: 15)
Conductor – James Judd
Mezzo-soprano Vocals – Helen Medlyn (tracks: 3)
Orchestra – New Zealand Symphony Orchestra

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O Jeremiah de Michelangelo (detalhe do teto da Capela Sistina)

PQP

W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

W. A. Mozart(1756-1791): Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para esta postagem, fiz questão de fotografar e recortar a capa do meu CD. Observem bem o número de prêmios que o Talich recebeu por esta gravação. A gente nem consegue ver direito o quadro reproduzido na capa. Parece que os tchecos acertaram mesmo! Desnecessário dizer que esta é uma gravação maravilhosa dos grandes Quintetos de Cordas K. 515 e K. 516 de Mozart, interpretada pelo Quarteto Talich com Karel Řehák no violoncelo a mais. Aqui, podemos ouvir muita e sólida cultura musical. É um CD de 1990 com excelente som. Comprei-o lá pelos anos 90. Havia algum tempo que me contentava com a excelente versão do Alban Berg Quartet (1986), mas sempre achei que esta era muito suave para obter explorar a profundidade dessas duas grandes obras. Há maior drama e intensidade nos Talichs, um maior senso de urgência que me agrada. O som é próximo, claro e muito envolvente. Pode-se ouvir todos os instrumentos individualmente e eles estão muito bem equilibrados como grupo. São performances poderosas dessas grandes obras e tenho o prazer de recomendá-las.

W. A. Mozart: Quintetos K. 515 & 516 (Talich)

Quintette À Cordes En Sol Mineur K. 516 (34:01)
1 Allegro 10:27
2 Menuetto 5:05
3 Adagio Ma Non Troppo 8:34
4 Adagio. Allegro 9:43

Quintette À Cordes En Ut Majeur K. 515 (36:10)
5 Allegro 13:16
6 Menuetto Allegretto 5:17
7 Andante 9:53
8 Allegro 7:34

Cello – Evžen Rattay, Karel Řehák
Ensemble – Le Quatuor Talich*
Viola – Jan Talich
Violin – Jan Kvapil, Petr Messiereur

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O Quarteto Talich durante um inquérito interno.

PQP

Edward Elgar (1857-1934): Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Edward Elgar (1857-1934): Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Belo CD da jovem Hilary Hahn, que, por sinal, esteve se apresentando aqui no Brasil há alguns meses. O Concerto para Violino de Elgar é muito bonito, apesar de pouco gravado, e Hahn, apesar da precocidade quando da gravação desse CD, nos emociona com sua interpretação. Este foi um de seus primeiros CDs pelo selo alemão Deutsche Grammophon, e ela aqui está muito bem acompanhada pelo incansável Colin Davis, que rege a Sinfônica de Londres. Não sou muito fã dos compositores ingleses, mas não há como não se render ao “The Lark Ascending” de Vaughan Williams. Já ouvi diversas outras interpretações para essa obra, entre as quais poderia destacar a do maluquinho Nigel Kennedy, e pode-se ver que Hahn fez, e ainda faz, as lições de casa direitinho. Os comentaristas da Amazon deram 4 estrelas e meia para este CD. Concordo. O conjunto da obra é altamente recomendável e delicado. Ótimo para se ouvir num dia de chuva, claro que sempre acompanhado por um bom vinho.

Edward Elgar (1857-1934) – Violin Concerto / Ralph Vaughan Williams (1872-1958): The Lark Ascending (Hahn / Davis)

Edward Elgar – Violin Concerto in B minor, Op. 61
1 – Allegro 17min59
2 – Andante 12min18
3 – Allegro molto 19min26

Ralph Vaugham Williams
4 – The Lark Ascending, romance for violin & orchestra 16min21

Hilary Hahn – Violin
London Symphony Orchestra
Sir Colins Davis – Conductor

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A jovem Hilary Hahn durante visita à Livraria Bamboletras.

FDP

F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 “do Adeus” • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 “Palíndromo” (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

A capa ao lado quase corresponde ao CD postado…

A Sinfonia n.º 45 de Joseph Haydn, também intitulada de “Sinfonia do Adeus”, é música de protesto, um elegante protesto que pretendia convencer o príncipe Nikolaus a não obrigar a orquestra a permanecer mais tempo no Palácio de Esterházy, em 1772, uma estadia que já se prolongava por longos meses e mantinha afastados os músicos das suas famílias. Haydn consentiu em traduzir em música essa insatisfação. No decorrer do último andamento, os músicos terminam sucessivamente as suas partes e retiram-se do palco. No final, não resta ninguém no palco.

Muitas das sinfonias de Haydn contêm “surpresas mais surpreendentes” do que aquela conhecida por “Sinfonia Surpresa”. A surpresa na Sinfonia º 46 aqui vem no movimento final. A abertura é um tema forte que é rapidamente retomado e desenvolvido, com destaque para as trompas. A música avança apenas para parar repentinamente, interrompida por uma passagem final do minueto. As trompas então explodem novamente com o tema principal, mas logo desapareceram e a música quase para. Então as cordas levam o movimento e a sinfonia a um encerramento rápido e abrupto. Embora não se saiba se ele estava familiarizado com esta sinfonia, Ludwig van Beethoven faria mais tarde a mesma coisa no final de sua Quinta Sinfonia, interrompendo o tema com uma reprise do material do movimento anterior antes de retornar.

Por que a Sinfona Nº 47 é chamada de “O Palíndromo”? O “Minuetto al Roverso” é a razão: a segunda parte do Minueto é igual à primeira, mas ao contrário.

F. J. Haydn (1732-1809): Symphonie Nr. 45 • Symphonie Nr. 46 • Symphonie Nr. 47 (English Chamber Orchestra, Daniel Barenboim)

Symphonie Nr. 45 F Sharp Minor (Hob. I: 45) “Sinfonia do Adeus”
Allegro Assai 5:36
Adagio 7:32
Menuet 4:02
Finale. Presto Adagio 7:46

Symphonie Nr. 46 H-Dur (Hob. I: 46)
1. Vivace 5:43
2. Poco Adagio 4:00
3. Menuet. Allegretto 3:02
4. Finale. Presto E Scherzando 4:30

Symphonie Nr. 47 G-Dur (Hob. I: 47) “O Palíndromo”
1. (Allegro) 5:52
2. Un Poco Adagio, Cantabile 8:11
3. Menuet Al Roverso 2:27
4. Finale. Presto Assai 4:38

English Chamber Orchestra
Daniel Barenboim

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Sim, o pessoal queria sair deste palácio.

PQP

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

O americano Elliott Carter é o decano dos compositores. Também é o compositor que mais viveu. Ganhou de Schütz, Haydn, Stravinsky, Sibelius e, penso, de qualquer outro. Ainda estreia várias peças todos os anos e o 11 de dezembro de 2008 será comemorado em várias cidades. Este é o segundo CD de Carter que publico no PQP. Infelizmente, não tenho outros, pois sou um admirador recente deste compositor de absurda complexidade. A estreia desta Sinfonia ocorreu em 17 de fevereiro de 1977 e é a música mais inadequada para um aniversário, mais parecendo uma longa descida ao inferno. Mas… o que fazer? É o que tenho. Imaginem que Carter foi aluno de Nadia Boulanger em Paris, no ano de 1930… Após a fase neoclássica regulamentar, ele passou a escrever música atonal, de notável complexidade rítmica. Compõe música orquestral e de câmara, assim como obras para instrumentos solo e vocal. Ao completar 99 anos, estreou sua única ópera, chamada What Next? (post de 2008, claro).

Elliott Carter (1908-2012) / Edgar Varèse (1883-1965): Obras Orquestrais (Boulez / NYP / InterContemporain Ensemble)

1 A Symphony of Three Orchestras
Composed by Elliott Carter
Performed by New York Philharmonic
Conducted by Pierre Boulez

2 Déserts for brass, percussion, piano & tape
Composed by Edgard Varèse
with InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

3 Ecuatorial, for bass, chorus, brass, piano, organ, 2 ondes martenots & percussion
Composed by Edgard Varèse
with Choers de Radio-France + InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

4 Hyperprisme, for winds and percussion
Composed by Edgard Varèse
with InterContemporain Ensemble
Conducted by Pierre Boulez

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Carter na Biblioteca da PQP Bach Corp em NYC

PQP

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD entrou merecidamente na Coleção “The Originals” das melhores gravações da DG e Archiv. Trata-se de uma joia. O comando de Trevor Pinnock da Water Music e do Royal Fireworks, ambos ouvidas completas, são instantaneamente recomendáveis. A pompa e a cerimónia são captadas de forma brilhante, assim como a graça e leveza dos vários movimentos de dança, especialmente na Música Aquática, embora em nenhum momento Pinnock nos deixe esquecer que esta também é uma música de grande ousadia e originalidade. Uma das qualidades mais memoráveis ​​da sua abordagem é que ela realmente nos permite ouvir a música num ambiente instrumental que certamente teria sido familiar ao próprio compositor. Na grandiloquente Música para os Reais de Fogos de Artifício, duvido que as concessões de escala — não imagino que Pinnock tenha usado os 24 oboés, as dúzias de fagotes e os incontáveis metais que Handel tinha à sua disposição em 1748! — influam muito, dada a espontaneidade e o perfeição dessas interpretações.

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Música Aquática / Música para os Reais Fogos de Artifício (Pinnock)

Water Music Suite In F Major HWV 348
1. Ouverture (Largo – Allegro) 3:19
2. Adagio E Staccato 2:14
3. (Allegro) – Andante – (Allegro Da Capo) 7:49
4. (Menuet) 3:14
5. Air 3:02
6. Menuet 3:24
7. Bourrée 2:08
8. Hornpipe 2:38
9. (Andante) 3:07

Water Music Suite In D/G Major HWV 349/350
10. (Ouverture) 2:08
11. Alla Hornpipe 4:16
12. (Menuet) 2:54
14. Rigaudon 2:45
14. Lentement 2:03
15. Bourrée 1:21
16. Menuet 1:07
17.(Andante) 1:39
18. (Country Dance I/II) 1:29
19. Menuet 3:26

Music For The Royal Fireworks HWV 351
1. Ouverture (Adagio – Allegro – Lentement – Allegro) 7:21
2. Bourrée 1:37
3. La Paix 4:11
4. La Réjouissance 2:09
5. Menuet I 1:29 / Menuet II 1:37

The English Concert
Trevor Pinnock

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O grande Pinóquio.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

O Beethoven de Harnoncourt sempre é considerado uma experiência emocionante, polêmica e distinta — e este conjunto de aberturas não é diferente. Isto é pura excitação com uma execução verdadeiramente fora deste mundo, especialmente nas transições da “escuridão para a luz” das aberturas Leonora e do maravilhoso “Egmont”, sempre um dos meus favoritos. “As Criaturas de Prometeus” também é muito interessante porque incorpora algumas músicas do próprio balé, enquanto “Coriolano” está repleto de tanto drama e tensão quanto se poderia esperar do mestre austríaco. Porém, na abertura campeã “Coriolano”, Carlos Kleiber permanece imbatível no pódio. Essas gravações estão disponíveis de uma forma ou de outra há vários anos, então, há várias capas para o mesmo disco.

Harnoncourt: é isso aí, o negócio é espremer os músicos até sair algo que preste
Harnoncourt: é isso aí, o negócio é espremer os músicos até sair algo que preste

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Aberturas (Harnoncourt / Chamber Orchestra Of Europe)

Coriolan Op. 62 (8:11)
1 Allegro Con Brio 8:11

Die Geschöpfe Des Prometheus Op. 43 (7:16)
2 Adagio ∙ Allegro Molto Con Brio Introduction: Allegro Non Troppo La Tempesta 7:16

Die Ruinen Von Athen Op. 113 (5:53)
3 Andante Con Moto ∙ Allegro, Ma Non Troppo 5:53

Fidelio Op. 72 (7:27)
4 Allegro 7:27

Leonore I Op. 138 (10:18)
5 Andante Con Moto ∙ Allegro Con Brio 10:18

Leonore II Op. 72 (13:40)
6 Adagio ∙ Allegro 13:40

Leonore III Op. 72 (14:00)
7 Adagio ∙ Allegro 14:00

Egmont Op. 84 (8:13)
8 Sostenuto Ma Non Troppo ∙ Allegro 8:13

Composed By – Ludwig van Beethoven
Conductor – Nikolaus Harnoncourt
Orchestra – Chamber Orchestra Of Europe

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Beethoven de perfil

PQP

Homenagem a Byron Janis (Haydn, Schumann, Chopin, Liszt, Tchaikovsky, Moussorgsky & Janis)

Homenagem a Byron Janis (Haydn, Schumann, Chopin, Liszt, Tchaikovsky, Moussorgsky & Janis)
Byron Janis e esposa, artista plástica Maria Cooper Janis.

Disse Maria Cooper Janis, esposa do grande pianista: “Fui abençoada com este privilégio, ao longo de 58 anos, de amar e ser amada, não apenas por um dos maiores artistas do século XX, mas por um ser humano excepcional, que elevou à plenitude seu talento”…

Nascido em Mackeesport, Pensilvânia, USA, 1928, Byron Janis estreou no “Carnegie Music Hall”, de Pittsburgh, aos 9 anos. Então, seu professor, Abraham Litow, o levou à New York, onde passou a estudar com Rosina e Josef Lhévine; depois, com Adele Marcus – três renomados mestres…

E aos 16 anos, impressionou Vladimir Horowitz, em performance do “2° concerto para piano”, de Rachmaninoff, tornando-se 1° aluno do célebre pianista, que o orientou até estreia no “Carnegie Hall”, de New York, aos 20 anos…

Byron Janis c/ Vladimir Horowitz e Adele Marcus.

Horowitz sugeria:Você brinca um pouco com aquarela, mas poderia brincar mais com óleo…” Aconselhando o jovem a buscar maiores densidade e desenvoltura de concertista

Assim, o talentoso e promissor Byron Janis era recebido e orientado por elite musical americana, tornando-se solista da “Orquestra NBC”, dirigida por Arturo Toscanini, e artista mais jovem da gravadora “RCA Victor”, aos 18 anos…

Músico versátil, também experimentou-se como compositor, em trilhas sonoras e musicais; além de parcerias com o amigo e premiado jazzista, Cy Coleman. E escreveu música para o documentário “The true Gen”, da amizade do sogro e ator, Gary Cooper, com o escritor Ernst Hemingway… Na vida pessoal, Janis casou-se duas vezes: teve um filho com a 1ª esposa, June Wright; e divorciado, 1966, casou-se com a artista plástica, Maria Cooper…

“Cooper & Hemingway: The true Gen”.

Então, acidentalmente, descobriu manuscritos de Chopin, embora, de obras publicadas pelo músico polonês, mas que lhe trouxeram notoriedade – duas valsas para piano: “op. 18 e op. 70 n° 1”, num velho baú, no castelo de Thoiry, França; e passados 6 anos, duas outras versões, coincidentemente, das mesmas valsas, na biblioteca da “Univesidade de Yale”, USA…

As versões de “Yale” traziam referência à Chopin, mas não se imaginava, tratarem-se de originais do compositor, então, identificados por Janis – documentos musicais que permitiam comparar diferentes revisões do autor, publicadas em “The most dramatic musical discovery of the Age”…

E durante a “guerra fria” – conflito USA versus URSS – séc. XX, Byron Janis foi convidado para intercâmbio cultural, criado em 1960, após os êxitos do canadense Glenn Gould, em 1957, que surpreendeu público soviético nas interpretações de JS Bach; e do carismático texano Van Cliburn, que venceu “1º Concurso Tchaikovsky”, de Moscou, 1958, tornando-se seu presidente de honra… Todos, jovens artistas, transpondo barreiras culturais e, por fim, calorosamente acolhidos pelo público sovíético…

Da viagem à URSS: “Foi importante porque, para os russos em geral, a ‘América’ só produzia automóveis; e a propaganda local era de sermos totalmente incultos”, disse Janis, no popular “The Ed Sullivan Show”, 1965… E o intercâmbio trazia à New York, o célebre ucraniano, Sviatoslav Richter…

Van Cliburn, em Moscou; Glenn Gould; e Byron Janis, em Leningrado (atual São Petersburgo).

Após atuação e significado, cultural e diplomático, da turnê, agenda de Janis intensificou-se. Fase em que exibia plenamente seus repertório, domínio técnico e expressividade; e sensibilizava, músicos e apreciadores… Então, carreira foi impactada, aos 45 anos – 1973, pelo desenvolvimento de “artrite psoriática”, nas mãos e nos pulsos, o que lhe trouxe sofrimento e apreensão, mas não impedia apresentações. E Janis preferiu manter discrição, a tornar público o problema…

Inevitavelmente, além das limitações físicas, o distúrbio o atingia emocionalmente, tanto pela perspectiva profissional, quanto pela perda de algo que muito amava, em nível artístico tão elevado… De outro, doença lhe inspirou reação em defesa de maiores atenção e estudos sobre a enfermidade…

Byron Janis, em recital na “Casa Branca”, 1985.

Então, decidiu tornar público e compartilhar empatia e esperança com outros pacientes. E após 12 anos, entre cuidados e tratamentos, aceitou missão de embaixador nacional da “Arthritis Foundation” – 1985, formalizada em recital na “Casa Branca”, convite de Nancy Reagan, 1ª dama – USA, 1981/89…

E com o tempo, lamentavelmente, enfermidade agravou-se e procedimento cirúrgico, em 1990, deixou seu polegar esquerdo mais curto, impedindo de retomar as obras românticas que o consagraram – “assim que tiraram os curativos, achei que nunca mais tocaria; tentava pensar positivamente, mas não conseguia”, disse ao “Times”, 1997….

“… um piano” – esboço de Maria Cooper Janis .

Da artrite: “inflamação ocasionando dores e rigidez nas articulações, que se acentuam com a idade; alguns tipos levam à deformações e atrofia dos membros”…

Em depressão, Janis retirou-se e passou a escrever canções, tal como em sua juventude… E com apoio da amiga e cantora, Juddy Collins, foi contratado pela “Warner Chappell”, para compor 22 canções do musical “Corcunda de Notre-Dame”, estreado em 1993….

E durante tratamento, incerto e pouco alentador, gradualmente, retomou apresentações, dividindo o palco em recitais beneficentes e, depois, em recital solo, no “Alice Tully Hall”, New York, 1998, com relativa mobilidade… Atento e disciplinado, cultivava equilibrio e paciência; também, movia-se por obstinação e paixão, pela música e pela vida…

Casal Maria e Byron Janis.

E disse, a esposa: “apesar das adversidades, ao longo da carreira, Janis reagiu e as superou, sem deixar esmorecer seu talento artístico!” E música, desde sempre, foi sua escolha e ofício…

Por outro lado, mais de 300 mil jovens americanos apresentavam algum tipo de “artrite”. E o músico, sensibilizado e solidário, passava a trabalhar em programas de apoio, convertendo suas dores pessoais, ou parte delas, em generosidade e empatia… Então, em 2012, aos 83 anos, foi homenageado pelo conjunto da obra – por suas trajetória artística e ativismo na área de saúde…

Sobre a discografia

A discografia de Byron Janis tem sido frequentemente relançada. Assim, seus registros, desde a época do vinil, até recentemente, seguem disponibilizados, individualmente ou em coleções – tal como box lançado pela “Mercury records”, atraindo novos apreciadores. Seu afeto pela obra e vida de Frédéric Chopin foi notável; também os registros de Beethoven, nas sonatas “Aurora”, “Tempestade” e op. 109…

Maestro Fritz Reiner e pianista Byron Janis.

Mas, especial destaque ganharam as gravações com orquestra, em autores clássicos, como WA Mozart, ou nos românticos, Schumann, Liszt e Tchaikovsky… Também revelou versatilidade, ao abordar obras de Moussorgsky e de autores do século XX, como Gershwin e Prokofiev; além de registros antológicos dos concertos de Rachmaninoff – “trata-se, portanto, de ‘jurássico autêntico’, diriam os colegas do blog”, quando nos referimos à grandes músicos do passado…

E Janis gravou com renomadas orquestras, entre as sinfônicas de “Chicago”, “Minneapolis”, “Boston”, “Philadelphia” e “London”; também, com as filarmônicas de “New York” e “Moscow”; além de notáveis regentes, como Fritz Reiner, Charles Munch, Antal Dorati, Kyril Kondrashin e outros…

Sobre o solista, Will Crutchfield, do “New York Times” – 1985, escreveu: “de estilo peculiar, Mr. Janis alterna movimentos nervosos, golpes repentinos e saltos; com toques frágeis e carícias hesitantes… E assim a música emerge, por vezes, desconcertante, mas, em geral, envolvente…”

“CD Mercury” – Byron Janis e Antal Dorati.

.Registros para download

CD “Mercury records” com suíte “Quadros de uma Exposição”, de Modest Moussorgsky, na versão original, para piano solo; e na versão orquestral, de Maurice Ravel, com a “Minneapolis Symphony”, direção de Antal Dorati:

  • Movimentos: ”Promenade” (Passeio) – Introdução; ”Gnomus”; ”Promenade”; “Il Vecchio Castello”; “Promenade”; ”Tuileries”; ”Bydlo” (‘Carro de Bois’);  ”Promenade”; ”Ballet des petits poussins dans leurs Coques” (‘Balé dos pintinhos nas cascas de Ovos’); ”Samuel Goldenberg et Schmuyle”; ”Promenade”; “Limoges, Le Marché” (‘Mercado, em Limoges’); ”Catacombae, Sepulcrum Romanum”; “Cum mortuis in língua Mortua” (‘Com os mortos em língua Morta’); ”La Cabane de Baba-Yaga sur de pattes de Poule” (‘Cabana de Baba-Yaga sobre patas de Galinha’); ”La Grande porte de Kiev”.

Download aqui

CD “Mercury records” – Concerto de Tchaikovsky.

CD “Mercury records”, com o “Concerto n° 1, em si bemol menor, op. 23”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky, com “London Symphony”, direção de Herbert Menges:

  • Movimentos: 1. “Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito”; 2. “Semplice andantino – Prestissimo – Tempo I”; 3. “Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo”.

Download aqui

CD “Mercury records” – Concerto de Schumann.

CD “Mercury records” com o “Concerto para piano e orquestra, em lá menor, op. 54”, de Robert Schumann, com “Minneapolis Symphony”, direção de Stanislaw Skrowaczewski; e duas peças para piano solo:

  • “Concerto para piano e orquestra, op. 54”: 1. “Allegro afetuoso”; 2. “Intermezzo – Andantino grazioso”; 3. “Allegro vivace”;
  • “Arabeske, op. 18”, para piano solo;
  • “Quase variações s/Andantino de Clara Wieck”  – “3° mov. da sonata, op. 14” (“Concert sans orchestre”), para piano solo. 

Download aqui

CD “Live from Leningrad 1960″ – Ilustração de Maria Cooper Janis.

Registros inéditos – 2018

Da turnê na ex-URSS, 1960, John von Rhein, do “Chicago Tribune”, revelou “surpreendente gravação encontrada na caixa de correio do eng. de som de Byron Janis, enviada por fonte anônima, que resgatava, de disco vinil, performances ‘ao vivo’ – da sonata ‘Marcia funebre’, de Chopin, e outras, capturando reações da plateia russa”…

As gravações, com mais de 50 anos, foram lançadas em 2018, no CD “Live from Leningrad 1960″… As interpretações de Byron Janis, por vezes, livres e originais, são intensas e belas referências; e as décadas de 1950/60 marcaram auge da carreira…

Segue, áudio youtube da sonata “Marcia funebre”, de Chopin – CD “Live from Leningrad 1960″. (Clique aqui)

Cidade de Havana, Cuba.

Novo intercâmbio cultural – Cuba

“Não toco para governos, toco para pessoas”, disse Byron Janis, quando de sua viagem à Cuba….

E tornou-se primeiro artista americano autorizado a visitar o país caribenho, a convite do governo cubano, 1999; e cerca de 40 anos após turnê, de 1958 – entre os últimos músicos americanos a apresentarem-se na ilha, antes da revolução… Convite ocorreu após prolongado tratamento e parcial retomada da carreira…

Byron Janis – masterclass em Cuba, 1999.

Acompanhado da esposa, visita permitiu rever o país, trocar impressões com músicos e professores, realizar “master-classes”, recitais e concertos; também, interagir com a cultura local e acolhedora população. Além de ser homenageado em original montagem do musical “Corcunda de Notre Dame”…

“In music they will find their freedom”, slogan que abre o documentário da turnê… 

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Finalmente, com a esposa e artista plástica, Maria Cooper Janis, filha do laureado ator, Gary Cooper, escreveram uma autobiografia, intitulada “Chopin and Beyond: My Extraordinary Life in Music and the Paranormal”, lançada em 2010; e produziram o documentário: “A Voyage with Byron Janis”, que aborda aspectos da vida e obra de Chopin…

Byron Janis c/ “Orchestre Philarmonique de L`ORTF”, direção Louis de Froment – Paris, 1968.

Entre os grandes pianistas de sua geração, quem sabe, do século XX, e deixando expressivo legado, humano e artístico, Byron Janis faleceu em Manhattan, New York, 14/03/2024, aos 95 anos…

Segue, áudio youtube da “Ballada n° 1, op. 23”, de Chopin, registro de 1952. (Clique aqui)
Segue, vídeo youtube da “Rapsodia s/ tema de Paganini”, de Sergey Rachmaninoff, com “Orchestre Philarmonique de L’ORTF”, direção Louis de Froment – Paris, 1968. (Clique aqui)

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Autobiografia de Byron Janis, 2010.

Honrarias e documentários

– “Légion d’Honneur – Ordre des Arts et des Lettres – Commandeur”, do Ministério da Cultura, França;
– “Stanford Fellowship”, mais alta honraria da “Universidade de Yale”, USA;
– “Distinguished Pennsylvania Artist Award”, USA;
– “Embaixador Nacional das Artes”, pela “Arthritis Foundation”, USA, 1985;
– “Medalha de Ouro – da Sociedade Francesa pelo Incentivo ao Progresso”, 1° músico a receber a comenda;
Homenagem do “Congresso, USA”: “um músico, um diplomata, uma inspiração”;
– “Artista da Yamanha” e 1° conselheiro da “Yamanha Music and Wellness Institut”; 
– “The Byron Janis Story”, documentário da PBS – direção de Peter Rosen, sobre resiliência e superação, na doença que podia limitá-lo severamente, até interromper carreira…

“Concerto”, por Maria Cooper Janis.

Conselhos didáticos e vivências

Da livre didática de Janis: “Se algumas de minhas soluções interpretativas não lhes parecer corretas, desconsidere-as”, dizia aos alunos… Pois, o ensino passa por fio tênue, entre o conhecimento e a liberdade interpretativa; entre o que ensinar e o que não ensinar, considerando a identidade artística a ser desenvolvida…

Byron Janis, pianista americano (1928-2024).

“Por vezes, peço aos alunos cantarem uma melodia e, invariavelmente, realizam em andamento mais calmo, do que a executam no piano. Assim deveriam abordar o teclado, tal como os cantores o fazem”; ou como recomendava Chopin – “não pratique tanto, mas ouça grandes cantores… Vá à ópera e aprenderá a frasear uma melodia!”

Conselhos técnicos: “Estabeleça metas de estudo e utilize tempos lentos e repetição, para obter aprimoramento efetivo. Mantenha concentração e agenda consistente de treinos – observe a qualidade, no lugar da quantidade!”

Das aulas com Horowitz: dizia o mestre, “algo não está certo…  pense nisto, experimente e traga novamente” – uma orientação vaga, não específica, a induzir reflexão e senso crítico, que instigava soluções próprias, auto confiança e estilo; e recomendava, “seja o 1° Janis, busque sua identidade e supere-se, no lugar de ser um 2° Horowitz”… E após estreia, aos 20 anos, no “Carnegie Hall”, Horowitz o liberou: “agora, você deve seguir. E seus erros e acertos serão seus…”

Josef e Rosina Lhévine, pianistas.

Da experiência com Rosina e Josef Lhévine:Certa ocasião, sr. Lhévine discordara de uma interpretação, que acabará de aprender com sra. Lhévine. Foi difícil lidar com opiniões divergentes, no entanto, descobri que sempre existirão outras leituras possíveis, pois havia apreciado ambas… Assim, não havia o certo ou o errado, apenas o diverso…”

Da amizade com Jascha Heifetz:  Por um tempo, Janis morou com a família Heifetz e tocou informalmente com o grande violinista. Mal-entendidos empresariais, no entanto, impediram projeto de música de câmara, desejado por Heifetz… E certa ocasião, Byron indagou à Frank Sinatra segredo do belo “cantabile”, ao que o cantor respondeu: “eu ouço Jascha Heifetz!”

Capa CD “Mercury records” – Byron Janis “live on tour”.

.Para download, CD “Live on Tour” – box da “Mercury records”, produzido, inicialmente, pela “Janis Eleven Enterprises Ltda”, incluindo diversos autores, entre Haydn, Chopin e Liszt; além de peças do próprio Byron Janis. E lembramos, que algumas das ilustrações de “capa”, da discografia, são criações da esposa, Maria Cooper Janis:

  • Conteúdo: Haydn – “Sonata em mi bemol maior”, Hob. XVI.49 (‘Allegro’, ‘Adagio cantabile’, ‘tempo di minuet’); Chopin – “Polonaise em si bemol maior” (ed. póstuma); “Mazurca em fá menor” (ed. póstuma); “Noturno”, op. 27 n° 2; “Valsa”, op. 34  n° 1; “Largo” (3° mov. da sonata op. 58); “Valsa em sol bemol maior” (ed. póstuma); “Valsa”, op. 70 n° 1; Liszt – “Sonetti del Petrarca n° 104”, S. 270 b; “Paraphase s/ Rigoletto, de Verdi“, S. 434; Byron Janis – “You are more”; “David’s star”; “Like any man”; “By and Cy – more Paganini variations” (c/ Cy Coleman).  

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Sobre Byron Janis, da esposa: “música era sua alma, não um ingresso para o estrelato”… “era paixão e amor, que o alimentou em 95 anos de vida”… Requisitos essenciais para quaisquer atividades artísticas; do aprimoramento e dedicação incessantes – entenda-se, “talento e muito suor”, impossíveis sem amor ou paixão…

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“Um brinde à magia da colaboração criativa e ao vínculo compartilhado e duradouro entre artistas!” (Maria Cooper Janis)

“Maria & Byron Janis”

Alex DeLarge

Alfredo Rugeles (1949): Mutaciones a través del tiempo

Alfredo Rugeles (1949): Mutaciones a través del tiempo

Fora compositores brasileiros, o único latino-americano que postei até aqui (e já faz um bom tempo) foi Piazzolla. Agora começo a variar e apresento um venezuelano contemporâneo e desconhecido no Brasil: Alfredo Rugeles, filho de diplomata, nascido em Washington DC, e exemplo de como os compositores latino-americanos se deixaram permear em demasia pela vanguarda europeia, esquecendo-se das raízes da música popular e folclórica de seus países. Nesta coletânea de obras sinfônicas e de câmara das décadas de 70 e 80 de Rugeles,  há influência de tudo, menos da música venezuelana – pelo menos o compositor é bastante competente… São obras que não me despertaram nada especial (exceto O ocaso do herói, sobre os últimos anos de Simón Bolívar), porque nada há de novo nelas – e se é para ouvir algo já feito, que se vá às fontes originais – mas tais obras podem suscitar algo em vocês.

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Mutaciones a través del tiempo

1. Mutaciones (1974), para noneto ou orquestra de cordas (4, 2, 2, 1) – Orquestra de Câmara de Caracas, regida por Yannis Loannidis em maio de 1974
2. Polución (1975), para violino, viola, cello e piano – Cordas do Quarteto Humboldt e Marianela Arocha (piano), gravado ao vivo em 23 de novembro de 2002
3. Puntos y líneas (1977), para 15 solistas, incluindo dois percussionistas – Orquestra Sinfônica da Universidade Eafit de Medellín, regida pelo compositor, gravado ao vivo em 21 de maio de 2004
4. Somosnueve (1978-79), para conjunto de câmara – Ensemble de Música Contemporânea da Orquestra Nacional Juvenil da Venezuela, regida pelo compositor, gravado em 21 de março de 1982
5. El ocaso del héroe (1982), para recitador, como misto e orquestra de câmara – Poema de Manuel Felipe Rugeles recitado por Víctor González. Orfeão Universitário Simón Bolívar, Schola Cantorum de Caracas e Cantoría Alberto Grau. Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, regida pelo compositor, gravado ao vivo de 30 de abril de 2004
6. Sinfonola (1988), para orquestra de câmara – Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, regida pelo compositor, gravado ao vivo em 15 de novembro de 1993

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CVL

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado I (Maurizio Pollini)

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado I (Maurizio Pollini)

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P. Bach sempre defendeu a tese — que hoje é opinião geral — de que os maiores gênios da humanidade foram William Shakespeare, Johann Sebastian Bach, Ludwig van, Charles Darwin, Karl Marx, Sigmund Freud, James Joyce e Maurizio Pollini. O resto está sob o topo daquilo que de mais alto o ser humano alcançou. Humano?, eu disse humano? Pois quando soube que Pollini lançara o Volume I do CBT, achei que ele estava fazendo o que não precisava. Claro que a gravação é excelente e dá importante contribuição à farta discografia bachiana. E oh, OK, ele está ficando velho e quis meter sua colher em Bach, quis deixar sua visão de uma obra fundamental para a arte pianística? Sem dúvida, eu o compreendo perfeitamente e só o lado técnico da interpretação já justifica tudo, mas o CBT não é o topo de Pollini como pianista, é apenas uma das melhores gravações em piano que ouvi de uma obra que prefiro ouvir no cravo. Pollini novamente não se deixa dominar por sua assombrosa técnica e insiste em fazer música. É uma gravação para rivalizar com Gould, mas nunca de forma hostil. Em alguma fugas, ouve-se não apenas a respiração como alguns gemidos a la Gould. Pollini não é um pianista vaidoso e bobo como tantos, é um intelectual ao qual se poderia atribuir a frase de Newton “Se eu vi mais longe, foi por estar em pé sobre ombros de gigantes”, ou seja, em sua gravação há ênfases de Gould, fraseados de Leonhardt e surpresas típicas de Pollini, como o súbita agressividade demonstrada no Prelúdio BWV 855, tudo dentro do maior equilíbrio e bom gosto. Mas ainda que, apesar de toda a qualidade do pianista e de seu direito de criar uma interpretação do século XXI para a obra (pós-Gould e até pós-Schiff em termos de concepção), acho que a contribuição maior de Pollini está lá adiante, a partir de Beethoven. Não fiquei decepcionado, até pelo contrário, mas prefiro os cravistas e, na verdade, lá no fundo, acho que as incensadas gravações de Bach realizadas por Gould são expressões importantes e ultra-elaboradas de uma “arte menor”, pois ele senta frente a um piano. Um purista? Talvez. Sei que estou sendo polêmico onde talvez não devesse, mas meus ouvidos há anos dizem que Leonhardt e Hantaï, em Bach, dão de dez em Gould e, agora, em Pollini.

Mas é uma tremendo CD e você deve ouvi-lo.

Johann Sebastian Bach: Das Wohltemperierte Klavier: Book 1, BWV 846-869

CD 1:
1) Prelude in C major BWV 846 [1:52]
2) Fugue in C major BWV 846 [1:56]
3) Prelude in C minor BWV 847 [1:30]
4) Fugue in C minor BWV 847 [1:40]
5) Prelude in C sharp major BWV 848 [1:13]
6) Fugue in C sharp major BWV 848 [2:14]
7) Prelude in C sharp minor BWV 849 [2:43]
8 ) Fugue in C sharp minor BWV 849 [4:47]
9) Prelude in D major BWV 850 [1:11]
10) Fugue in D major BWV 850 [1:47]
11) Prelude in D minor BWV 851 [1:25]
12) Fugue in D minor BWV 851 [1:58]
13) Prelude in E flat major BWV 852 [3:58]
14) Fugue in E flat major BWV 852 [1:39]
15) Prelude in D sharp minor/E flat minor BWV 853 [3:24]
16) Fugue in D sharp minor/E flat minor, BWV 853 [5:59]
17) Prelude in E major BWV 854 [1:23]
18) Fugue in E major BWV 854 [1:11]
19) Prelude in E minor BWV 855 [2:18]
20) Fugue in E minor BWV 855 [1:10]
21) Prelude in F major BWV 856 [0:54]
22) Fugue in F major BWV 856 [1:14]
23) Prelude in F minor BWV 857 [2:02]
24) Fugue in F minor BWV 857 [3:57]

CD 2:
1) Prelude in F sharp major BWV 858 [1:15]
2) Fugue in F sharp major BWV 858 [1:52]
3) Prelude in F sharp minor BWV 859 [1:03]
4) Fugue in F sharp minor BWV 859 [3:28]
5) Prelude in G major BWV 860 [0:56]
6) Fugue in G major BWV 860 [2:52]
7) Prelude in G minor BWV 861 [2:00]
8 ) Fugue in G minor BWV 861 [2:19]
9) Prelude in A flat major BWV 862 [1:33]
10) Fugue in A flat major BWV 862 [2:21]
11) Prelude in A flat minor/G sharp minor BWV 863 [1:33]
12) Fugue in A flat minor/G sharp minor BWV 863 [2:36]
13) Prelude in A major BWV 864 [1:14]
14) Fugue in A major BWV 864 [2:18]
15) Prelude in A minor BWV 865 [1:02]
16) Fugue in A minor BWV 865 [3:47]
17) Prelude in B flat major BWV 866 [1:11]
18) Fugue in B flat major BWV 866 [1:32]
19) Prelude in B flat minor BWV 867 [3:00]
20) Fugue in B flat minor BWV 867 [3:33]
21) Prelude in B major BWV 868 [1:19]
22) Fugue in B major BWV 868 [2:05]
23) Prelude in B minor BWV 869 [5:08]
24) Fugue in B minor BWV 869 [7:03]

Maurizio Pollini, piano

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Maurizio Pollini
Maurizio Pollini

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Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

E este é o final de mais uma integral que publicamos no blog. A caixinha da EMI termina com uma gravação mais antiga (de 1981, quando Rattle tinha 26 anos) da Sinfonia Nro. 5. É um CD bônus cuja existência me parece justificada, pois há boa diferença entre este e o outro registro, realizado apenas seis anos depois.

Jean Sibelius (1865-1957): Integral das Sinfonias (CD 5 de 5) (CBSO / Rattle)

Disc: 5

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso, Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Sibelius, por Adam Ford. Acho que esse Adam tava de sacanagem, né?

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Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Les Luthiers foi um hilariante grupo argentino de humor, popularíssimo em países de língua espanhola, que utiliza a música como um elemento fundamental de suas atuações, com instrumentos informais criados a partir de materiais improvisados, além de “instrumentos normais”. Os caras tocam muito bem e ainda enfrentam “instrumentos informais”. Desta característica provêm seu nome, luthier, que em francês significa “criador ou técnico de instrumentos musicais”. O conjunto foi originalmente composto por quatro membros: Daniel Rabinovich, Marcos Mundstock, Jorge Maronna e Gerardo Masana, até chegar a sete, e começou sua trajetória na segunda metade dos anos 60 na cidade de Buenos Aires. Foi fundado por Gerardo Masana em 1967, durante um período de grande auge da música universitária na Argentina. O grupo foi indicado ao Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes em 2011, o maior prêmio internacional concedido às atividades culturais, científicas e humanitárias em todo o âmbito hispano. No ano 2012, o Reino da Espanha concedeu-lhes a cidadania espanhola por carta de natureza, uma concessão especial a pessoas de méritos especiais.

Diz-se que sua obra foi todo composta por Johann Sebastian Mastropiero. Este CD possui uma piada decididamente racista típica de 1971 na faixa La Bossa Nostra, ano da produção deste incrível disco. Para compensar (uma ova!), há fartas piadas contra milicos.

Suspeita-se que Mastropiero tenha nascido no dia 7 de fevereiro, sem sabermos ano, século ou mesmo local. Vários países contestam a sua nacionalidade e até agora nenhum deles concordou em aceitá-lo. Seu nome de batismo, Johann Sebastian, é motivo de controvérsia, pois também era conhecido por outros nomes: Peter Illich, Wolfgang Amadeus, Etcétera (por exemplo, assinou sua terceira sinfonia como “Etcétera Mastropiero”). Sabe-se que ele nasceu de mãe italiana e que tinha um irmão gêmeo mafioso, chamado Harold Mastropiero, residente nos Estados Unidos .

A vida de Johann Sebastian Mastropiero nunca foi documentada com rigor. Seus dados biográficos são dispersos e cheios de lacunas e inconsistências, tornam muito difícil escrever uma biografia minimamente completa. Porém, são conhecidas muitas vicissitudes sobre acontecimentos muito específicos da vida do Mestre, normalmente relacionados com a composição de algumas de suas obras. Como exemplo, devemos lembrar quando ele executou o Tangum Gloria de Mastropiero no Vaticano. Uma Glória que teve que compor às pressas a partir das partituras de um de seus tangos. Ele organizou o texto em latim da melhor maneira que pôde e deu a cada músico sua parte. Quando o trabalho foi realizado antes do Sínodo, a surpresa foi enorme. Os bispos ficaram impressionados e indignados. Mastropiero foi imediatamente excomungado e a Guarda Suíça jogou os instrumentos, as partituras e Mastropiero pela janela.

Apesar de seus múltiplos casos amorosos, ele teve um relacionamento estável com a Condessa de Shortshot por um tempo. Com ela teve vários filhos, cujos sobrenomes significam o mesmo da mãe em diferentes idiomas.

A sua reputação como autor musical é essencialmente má, como apresenta o grupo que o interpreta na seguinte citação: “Todas as vezes — por necessidades económicas — Mastropiero foi obrigado a compor música por encomenda, produziu obras medíocres e inexpressivas. Pelo contrário, quando apenas obedeceu à sua inspiração, nunca escreveu uma nota.” Na verdade, a única coisa que se sabe com certeza sobre Mastropiero é que na Sexta-Feira Santa de 1729, a Catedral de Leipzig assistiu à estreia de uma Paixão de São Mateus que definitivamente não lhe pertence.

Ele teve uma vida amorosa muito ativa. Isso fica demonstrado no período cigano de Mastropiero, com Azucena, que mais tarde adotaria o filho, cortejando Gundula mesmo sabendo que ela tinha marido. Ele conheceu a Condessa de Shortshot com quem teve um relacionamento duradouro. E ele escreveu uma opereta para Elizabeth, que posteriormente o trocou por outra. Sua morte não é conhecida, diz-se que ele morreu nas mãos de seu irmão Harold quando descobriu que estava fingindo ser ele para frequentar a esposa de Harold, Margaret, e o matou a tiros quando o surpreendeu. O outro boato é que ele cometeu suicídio ao terminar de compor a opereta para Elizabeth. Porém, sabe-se que em 1999 compôs um hino exorcista a pedido da “Ordem de Nostradamus”, para impedir o nascimento do anticristo. Também no espetáculo “Lutherapia” na parte final é mencionado que ele era amante de Satanás, disfarçado de mulher, e aparente pai de Daniel Rabinovich e do anticristo.

Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)

Side one
1 “Voglio entrare per la finestra” (lyrics: Marcos Mundstock; music & conduction: Carlos López Puccio)
2 “Miss Lilly Higgins sings shimmy in Mississippi’s spring” (lyrics: Marcos Mundstock; music: Ernesto Acher)
3 “Ya el sol se asomaba en el poniente” (lyrics: Les Luthiers; music: Gerardo Masana & Jorge Maronna)

Side two
4 “La Bossa Nostra” (lyrics: Agustín Cuzzani; music: Ernesto Acher, Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
5 “Romanza escocesa sin palabras” (music: Carlos Núñez Cortés)
6 “Suite de los noticieros cinematográficos” (libretto: Marcos Mundstock; music: Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
7 “Fe de erratas”

Arranged By – Les Luthiers
Directed By – Les Luthiers
Performer – Carlos López Puccio, Carlos Núñez Cortés, Daniel Rabinovich, Ernesto Acher, Gerardo Masana, Jorge Maronna, Marcos Mundstock
Written-By – Les Luthiers

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Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

Ah, adorável Purcell! King Arthur (ou The British Worthy, Z. 628), é uma ópera em cinco atos com música de Henry Purcell e libreto de John Dryden. Foi apresentada pela primeira vez no Queen’s Theatre, Dorset Garden, Londres, no final de maio ou início de junho de 1691. O enredo é baseado nas batalhas entre os bretões do Rei Arthur e os saxões, e não nas lendas de Camelot (embora Merlin apareça). Também não foi baseado na fundamental obra do Monty Python. Trata-se de uma obra mais sobrenatural, incluindo personagens como Cupido e Vênus, além de referências aos deuses germânicos dos saxões, Woden, Thor e Freya. A história centra-se nos esforços de Arthur para recuperar a sua noiva, a cega princesa Emmeline da Cornualha, que foi raptada pelo seu arquiinimigo, o rei saxão Osvaldo de Kent. Lembrei do Monty Python novamente… Rei Arthur é uma “ópera dramática” ou uma “semi-ópera”: os personagens principais não cantam. Personagens secundários cantam por eles. É uma diegese muito bem escrita — sim, pode ir ao dicionário. Os protagonistas normalmente são atores. Esta era uma prática normal na ópera inglesa do século XVII. Mas, hoje, Arthur é sempre apresentado por cantores. Eu amo especialmente a ária que ficou famosa como The Cold Song.

Henry Purcell (1659-1695): King Arthur (Gardiner)

1-1 Overture 1:46
1-2 Air 1:29
1-3 Overture 1:16

First Act
1-4 “Woden, First To Thee” / “The White Horse Neigh’d Aloud” / “To Woden Thanks We Render” 3:40
1-5 “The Lot Is Cast” 0:33
1-6 “Brave Souls” 2:20
1-7 “I Call You All To Woden’s Hall” 2:01
1-8 Symphony / “Come If You Dare” 3:41

Second Act
1-9 “Hither, This Way” 2:12
1-10 “Let Not A Moonborn Elf” / Ritornello 1:15
1-11 “Hither, This Way” 0:37
1-12 “Come, Follow Me” / Ritornello 2:25
1-13 [Song Tune] “How Blest Are Shepherds” 6:37
1-14 Symphony / “Shepherd, Leave Decoying” 2:10
1-15 Hornpipe / “Come, Shepherds” 1:37
1-16 Second Act Tune: Air 0:55

Third Act
1-17 (The Frost Scene) Prelude / “What Ho! Thou Genius Of This Isle” 1:20
1-18 Prelude While Cold Genius Rises / “What Power Art Thou” (AKA The Cold song) 2:51
1-19 “Thou Doting Fool” 1:03
1-20 “Great Love” 0:54
1-21 “No Part Of My Dominion” 0:55
1-22 Prelude / “See, See, We Assemble” / Dance 3:26
1-23 “Tis I That Have Warm’d Ye” / Ritornello / “Tis Love That Has Warm’d Us” 2:01
1-24 “Sound A Parley” / Ritornello 3:44
1-25 Third Act Tune: Hornpipe 0:38

Fourth Act
2-1 “Two Daughters Of This Aged Stream” 2:39
2-2 Passacaglia / “How Happy The Lover” / Ritornello / “For Love Ev’ry Creature” 6:09
2-3 Fourth Act Tune: Air 0:51

Fifth Act
2-4 Trumpet Tune 0:45
2-5 “Ye Blust’ring Brethren” 2:43
2-6 Symphony 1:39
2-7 Song Tune / “Round Thy Coast” 3:17
2-8 “For Folded Flocks” 2:42
2-9 Ritornello / “Your Hay It Is Mow’d” / Ritornello 2:59
2-10 “Fairest Isle” 4:06
2-11 “You Say ‘Tis Love” 5:24
2-12 Trumpet Tune [Warlike Consort] 0:35
2-13 “St George” / “Our Natives Not Alone Appear” 1:59
2-14 Chaconne 3:24

Recorded At – St Giles’ Cripplegate
Alto Vocals – Ashley Stafford
Baritone Vocals – Stephen Varcoe
Composed By – Henry Purcell
Conductor – John Eliot Gardiner
Libretto By – John Dryden
Soprano Vocals – Elisabeth Priday, Gill Ross, Gillian Fisher, Jennifer Smith (3)
Tenor Vocals – Paul Elliott

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Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Um bom CD, principalmente pelo Britten inicial e o Walton final. Não sei se estou certo ao dizer que a “Sonata” de Walton é uma transcrição de um quarteto seu, mas me parece que sim. Tenho quase certeza. O Guildhall é um conjunto estupendo e convincente, com um maravilhoso som. A Sinfonia Simples, Op. 4, de Britten, é uma obra para orquestra ou quarteto de cordas. Foi escrita finalizada quando o compositor tinha 20 anos, em 1933, mas seus temas foram escritos entre 1923 e 1926, quando Britten era criança. Recebeu sua primeira apresentação em 1934 no Stuart Hall em Norwich, com Britten conduzindo uma orquestra amadora. A peça é dedicada a Audrey Alston, professora de viola de infância de Britten. Bem no início, parece um tango; o segundo movimento é um pizzicato lindo; o terceiro é sentimental, mas muito digno; e o que dizer do último movimento lá do Walton?

Britten / Tippett / Walton: Obras para Orquestra de Cordas (Guildhall / Salter)

Simple Symphony
Composed By – Britten
(15:56)
1 Boisterous Bourée 2:49
2 Playful Pizzicato 3:09
3 Sentimental Saraband 7:01
4 Frolicsome Finale 2:49

Little Music
Composed By – Tippett
(10:27)
5 Prelude 1:16
6 Fugue 3:35
7 Air 3:35
8 Finale 1:56

Variations On An Elizabethan Theme (Sellenger’s Round) (15:53)
9 Theme 1:17
10 Variation I
Composed By – Oldham*
0:52
11 Variation II
Composed By – Tippett*
5:09
12 Variation III
Composed By – Berkeley*
1:05
13 Variation IV
Composed By – Britten*
1:44
14 Variation V
Composed By – Searle*
2:37
15 Variation VI
Composed By – Walton*
3:00

Sonata For String Orchestra
Composed By – Walton
(26:30)
16 Allegro 7:57
17 Presto 4:23
18 Lento 9:38
19 Allegro Molto 4:21

Leader [Leader/Director] – Robert Salter
Performer – Guildhall String Ensemble

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Você ouve o CD e os ingleses parecem muito limpinhos. Só que eles comem isso aí no café da manhã.

PQP

.: interlúdio :. Chico Buarque – Ópera do Malandro (1979)

É hoje! 80 velinhas no bolo do Chico (nasc. 19/jun/1944)

Com uma carreira tão longa e diversificada – cantor, compositor, escritor – é claro que alguns de nossos leitores-ouvintes vão discordar, mas para mim o ponto mais alto de Chico Buarque foi quando, no fim da década de 1970, ele voltou ao teatro – após Morte e vida severina, Roda Viva, Gota d’água, Os Saltimbancos, Calabar.

Aqui ele reúne seus talentos já à época bem conhecidos de autor de sambas e de canções de amor, e sobretudo o seu grande assunto: olhar para a classe social que ele conhecia bem e de dentro, as elites brasileiras que se dizem muito cristãs mas adoram jogar pedra na Geni e em quem mais aparecer. Esse olhar cuidadoso voltado para aqueles que há tempos querem evitar ver pobre na praia (proposta legislativa dos nossos malandros federais de 2024) é uma das marcas do Chico, aparecendo no seu disco Caravanas (2017) e nos seus recentes romances Leite derramado (2009) e Essa gente (2019).

Estreada em 1978, a Ópera do Malandro supostamente se passa na década de 1940 em um Rio de Janeiro que ainda era capital da República – artifício para escapar da censura do regime dos generais – mas as situações retratadas são até hoje atuais, o que no fundo é uma péssima constatação. A ópera foi lançada em disco em 1979 e depois seria reencenada várias vezes com ligeiras modificações, uma canção a mais, outra a menos, por exemplo no filme de 1985. A montagem de 2003 na Praça Tiradentes (outro reduto imorrível da boemia carioca), lançada em CD pela Biscoito Fino (aqui nas plataformas de streaming), é igualmente excelente.

A “Ópera do Malandro” é baseada na “Ópera dos Mendigos” (1728), de John Gay, e na “Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht e Kurt Weil. O espetáculo estreou no Rio de Janeiro, em julho de 1978, e foi recriado em São Paulo, em outubro de 1979, sempre sob a direção de Luiz Antonio Martinez Correa. Este disco contém as canções de ambas as montagens.

Estamos no Rio de janeiro dos anos 1940. O comerciante Fernandes de Duran e sua mulher, Vitória Régia, exploram uma cadeia de bordéis na Lapa, empregando centenas de mulheres. O casal tem uma filha, Teresinha de Jesus, que é criada e envernizada com todos os requisitos para arranjar um casamento vantajoso.

O chefe de polícia controla a moral e os bons costumes da cidade e, por coincidência, aceita presentes e gratificações de Duran. E o contrabandista Max Overseas chefia uma quadrilha que age por aí, sem maiores embaraços, até que essas figuras se cruzam e a historinha dá no que dá.

Antes de abrir o pano, o produtor do espetáculo apresenta ao público o autor desta ópera, um malandro chamado João Alegre.
(Do encarte do álbum)

Chico Buarque: Ópera do Malandro
MPB4: O Malandro (adaptado de Die Moritat von Mackie Messer – B. Brecht, K. Weill)
Chico Buarque e A Cor do Som: Hino De Duran
Marlene: Viver de Amor
Chico Buarque e Marlene: Uma Canção Desnaturada
MPB4: Tango do Covil
Chico Buarque e Moreira Da Silva: Doze Anos
Chico Buarque e Alcione: O Casamento dos Pequenos Burgueses
Zizi Possi: Terezinha
Moreira Da Silva: Homenagem ao Malandro
Nara Leão: Folhetim
Frenéticas: Ai, se eles me pegam agora
Marieta Severo e Elba Ramalho: O Meu Amor
Turma do Funil: Se eu fosse o teu patrão
Chico Buarque: Geni e o Zepelim
Gal Costa e Francis Hime: Pedaço de mim
Cantores Líricos: Ópera
João Nogueira: O Malandro nº 2 (adaptado de Die Moritat von Mackie Messer – B. Brecht, K. Weill)

Produzido e dirigido por Sérgio de Carvalho
Arranjos e regência por Francis Hime

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P.S.: Devo admitir, contudo, que a gravação de uma das canções mais famosas desse ciclo, a “Homenagem ao Malandro”, não me parece tão boa nessa gravação aqui. É claro que Moreira da Silva tinha um longo currículo de malandragem, mas simplesmente não combinou tanto com a melodia e letra de Chico quanto a interpretação do autor, no LP de 1978, ou ainda esta aqui de um outro malandro de longa folha-corrida:

Pleyel

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

Mais duas maravilhosas sinfonias de Haydn, desta vez à cargo do grande George Szell à frente da Orquestra de Cleveland. Mais uma dupla incrível, que realizou gravações maravilhosas ainda nos anos 60.

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Londrinas Nº 95 e 97 (Szell)

1 Symphonie in C Minor nº 95 – Allegro
2 Symphonie in C Minor nº 95 – Andante
7 Symphonie in C Minor nº 95 – Menueto
8 Symphonie in C Minor nº 95 – Finale- Vivace

9 Symphonie in C Major nº 97 – adagio – Vivace
10 Symphonie in C Major nº 97 – Adagio ma non troppo
11 Symphonie in C Major nº 97 – Menuetto – Allegretto
12 Symphonie in C Major nº 97 – Finale – Spirituoso

Cleveland Orchestra
George Szell – Conductor

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Szell apreciava a regência, mas preferiria ter sido guarda de trânsito

FDP

R. Strauss (1864-1949): Burleske / Beethoven (1770-1827): Sinfonia nº 7 (Gulda, Böhm)

R. Strauss (1864-1949): Burleske / Beethoven (1770-1827): Sinfonia nº 7 (Gulda, Böhm)

Meine Damen und Herren, apertem os cintos pois vamos fazer uma breve viagem no tempo. O destino: Salzburgo, Áustria, 25 de agosto de 1957. Um encontro de gigantes deu-se no palco do Altes Festspielhaus naquela noite, no 9º concerto sinfônico da programação do Festival de Salzburgo. À frente da Orquestra Filarmônica de Viena estava Karl Böhm, que regeu no festival por mais de quatro décadas, com recém-completados 61 anos. Ao piano, ainda sem os chapeuzinhos que virariam uma de suas marcas registradas, o compatriota vienense Friedrich Gulda. Era sua segunda aparição no festival, seis anos após o recital que catapultou seu nome para as estrelas, em 1951.

No programa, dois dos grandes amores de Böhm: Richard Strauss, seu grande amigo e de quem regeu a estreia de diversas obras, e Ludwig van Beethoven. Uma combinação muito interessante, com a Burleske para piano e orquestra e a eterna, mítica Sétima Sinfonia, Op. 92, do velho Ludovico. Foi um concerto que marcou época, em um ano profundamente simbólico para o panorama cultural austríaco: foi em 1957 que um certo Herbert von Karajan assumiu tanto a direção do Festival de Salzburgo como da Ópera Estatal de Viena, sucedendo o próprio Böhm, que deixara o posto no ano anterior. As gerações estavam mudando no coração musical da Europa.

Com a palavra, Harald Hermann, em sua crítica sobre o concerto no Neues Österreich:

“A Áustria possui um número grande de jovens pianistas altamente qualificados e reconhecidos internacionalmente, mas tem só um Friedrich Gulda. Estrelas deste brilho aparecem no céu noturno apenas uma vez a cada cinquenta anos ou algo assim. O tocar de Gulda combina um conhecimento de professor que conhece os segredos mais íntimos da técnica pianística com a força deslumbrante de sua personalidade artística, uma personalidade que tem a capacidade de julgar a quantidade apropriada de conteúdo emocional para cada mundo estilístico. Gulda não é um modernista, um artista determinado a ser “objetivo” a qualquer custo. Ele não insiste em princípios imutáveis. Naturalmente, ele ataca a Burleske de Strauss do único ângulo apropriado, que é o aspecto de romantismo tardio da obra, e ele interpreta o feliz segundo terma — o sincero encontro de amantes entre Crysothemis e Guntram no jardim de Brahms — com toda a exuberância de uma adolescência dotada de criatividade, uma exuberância que Strauss capturou em sua música de uma forma que foi tanto imediata quanto essencialmente pessoal.”

Gulda: “Que foi, nunca me viu sem chapéu?”

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Richard Strauss (1864-1959)
1. Burleske para piano e orquestra em ré menor

Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Sinfonia nº 7 em lá maior, Op. 92
2. Poco Sostenuto – Vivace
3. Allegretto
4. Presto
5. Allegro con Brio

Friedrich Gulda, piano
Orquestra Filarmônica de Viena
Karl Böhn, regente

Gravado ao vivo no Altes Festpielhaus, durante o Festival de Salzburgo, em 25 de agosto de 1957.

O maestro em Salzburgo, 1963. Esse cara era Böhm demais!

Karlheinz

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

Se houve alguém “inventou” Bach, este foi Buxtehude. Leiam a seguir o texto que a Sociedade Bach do Brasil publicou nesta página. As intervenções entre parênteses são minhas.

Prolongando sua licença.

No outono de 1705 (papai tinha apenas 20 anos) Bach pediu uma licença para ausentar-se até Lübeck, lar do brilhante organista Dietrich Buxtehude. Tendo sido concedida uma licença de quatro semanas, Bach foi para Lübeck, percorrendo mais de 400 km em 10 dias. Quando chegou a hora de retornar a Arnstadt, Bach prolongou por mais três meses inteiros sua licença sem comunicar seus empregadores (ele era um grande criador de casos, mas deixem-no porque sabemos como valeu a pena). É possível que Bach haja partido de Arnstadt pensando em prolongar sua licença para que então pudesse assistir a apresentação de Buxtehude na Abendmusiken, um evento renomado no nordeste da Alemanha em comemoração ao Advento.

Uma oferta que ele poderia recusar.

O cargo do velho Buxtehude chamava a atenção de jovens músicos como Bach. Mas a prática era, que se após a morte de um Diretor Musical, este deixasse alguma filha não casada, o novo Diretor deveria tomá-la como esposa. Uma tradição que foi responsável pelo casamento de Buxtehude. Em 1703 Handel e Mattheson foram a Lübeck, oficialmente para assistir a Abendmusiken, e não oficialmente para verificar a filha solteira de 30 anos de Buxtehude (30 anos?, uma velha para a época! O fato é que ambos recusaram a moça).  Aparentemente Bach também não gostou do que viu, pois retornou a Arnstadt e logo depois se casou com a sua prima Maria Bárbara (sempre as primas…). Mesmo depois de dois anos passados da morte de Buxtehude sua infeliz filha permanecia solteira (coitada).

Ouçam como a música para órgão de Bach deve a tio Bux. Ouçam como a estética de papai é semelhante à do pai do canhão. Obviamente que Bach subiu a alturas que nenhum Bux sequer sonhou, mas foi nos ombros dele que papai ergueu-se para o primeiro salto.

Um grande CD!

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Obras para Órgão (Koopman)

1 Präludium Und Ciacona C-dur Bux WV 137 / Prelude And Ciacona In C Major / Prélude Et Chaconne En Ut Majeur 4:47
2 Eine Feste Burg Ist Unser Gott. Bux WV 184 4:13
3 Passacaglia D-moll Bux WV 161 6:28
4 Nun Komm, Der Heiden Heiland. Bux WV 211 2:30
5 In Dulci Jubilo Bux WV 197 2:15
6 Fugue C-dur / Fuga In C Major / Fugue En Ut Majeur Bux WV 174 3:39
7 Puer Natus In Bethlehem. Bux WV 217 1:05
8 Präludium D-dur / Prelude In D Major / Prélude En Ré Majeur Bux WV 139 5:38
9 Nun Lob, Mein Seel, Den Herren. Bux WV 212 4:15
10 Präludium G-moll / Prelude G Minor / Prélude En Sol Mineur Bux WV 163 7:41
11 Wie Schön Leuchtet Der Morgenstern. Bux WV 223 7:19
12 Präludium G-moll / Prelude In G Minor / Prélude En Ré Mineur Bux WV 149 7:22

Ton Koopman, órgão

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Isso já é muita maldade.

PQP