“Se você não gostar disso, vou parar de escrever música”
Antonio Vivaldi
Quando Vivaldi nasceu, Veneza já era uma cidade muito velha. Sua fundação datava de 421 e a construção de um de seus prédios mais famosos, a Basílica de São Marcos, era de 1063. Na verdade, sua construção começou originalmente como uma extensão do palácio do doge, em 830, mais ou menos, para abrigar o corpo (as relíquias) do evangelista e padroeiro da cidade.
Vivaldi não teve vida fácil, mas certamente deve ter tido seus bons momentos. Nascido em família pobre, entre a espada e a batina escolheu a última, mas não exerceu a profissão por muito tempo. Seus talentos como violinista e compositor eram por demais evidentes e ele tornou-se professo de música das órfãs que viviam abrigadas no Ospedale della Pietà.
Seu primeiro grande sucesso e reconhecimento por toda a Europa ocorreu com a publicação em 1711 de seu opus 3, L’estro armonico, uma coleção de 12 magníficos concertos diverso, dois dos quais aparecem no disco desta postagem. Em 1723 foi a vez do opus 8, Il cimento dell’armonia e dell’inventione, coleção que abriga As Quatro Estações, protagonistas do renascimento do barroco, pelas cordas do I Musici, assim como nós conhecemos hoje. No disco você poderá ouvir o Concerto No. 11 desta coleção, que não é o verão que está a nos matar de calor, nem outra das estações, mas é muito do bom…
O padre teve seus oponentes, tanto na nobreza quanto no clero, mas andava às voltas com companhias de óperas e suas lindas cantoras. No entanto, as mudanças dos gostos musicais prejudicaram os negócios do compositor-empresário (como são volúveis as plateias!) o que acabou levando o padre a tentar a sorte em Viena, onde morreu na pobreza, mas na companhia da cantora Anna Girò.
Escolhi este disco por achar que seu repertório ilustra a imensa criatividade e verve de Vivaldi, e pelo grupo musical que o apresenta. A Berlin Barock Soloists foi formada em 1995 por músicos da poderosa Berliner Philharmoniker com o objetivo de interpretar música dos séculos 17 e 18 com instrumentos modernos, mas com práticas historicamente informadas. Rainer Kussmaul foi um dos seus formadores e foi o mestre de concerto do conjunto até 2010, quando se aposentou. Esse disco é de 2007. Desde 2018 o diretor artístico do grupo tem sido o Reinhard Goebel, pioneiro do movimento HIP. O início dessa colaboração foi uma apresentação dos Concertos Brandeburgueses, que resultou em um álbum.
Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Concerto No. 11 in D Minor for 2 Violins, Cello and Strings, Op. 3, RV 565
- Allegro
- Largo e spiccato
- Allegro
Concerto in G minor for Two Cellos, RV531
- Allegro
- Largo
- Allegro
Concerto for 4 Violins and Strings in B-Flat Major, RV 553
- Allegro
- Largo
- Allegro
Concerto, Op. 3 No. 8 ‘Con due Violini obligati’, RV 522
- Allegro
- Larghetto e spirituoso
- Allegro
Concerto for Cello and Strings in G Major, RV 413
- Allegro
- Largo
- Allegro
Concerto, Op. 3 No. 10 ‘Con quattro Violini e Violoncello obligato’, RV 580
- Allegro
- Largo, Larghetto, Adagio, Largo
- Allegro
Concerto RV 156 in G minor
- Allegro
- Adagio
- Allegro
Kristin von der Goltz, Georg Faust, violoncelos (RV 531)
Rainer Kußmaul, Bernhard Forck, Kristin von der Goltz (RV 522)
Rainer Kußmaul, Bernhard Forck, Sebastian Heesch, Christoph Streuli, violinos (RV 533)
Rainer Kußmaul, Raimar Orlovsky, Rüdiger Liebermann, Bernhard Forck, violinos (RV 580)
Georg Faust, violoncelo (RV 413)
Berlin Barock Solisten
Rainer Kußmaul, direção
Recorded: 2007
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MP3 | 320 KBPS | 138 MB
Vivaldi favourites delightfully delivered by Berliners taking a Baroque holiday. — Gramophone Magazine, June 2008
Aproveite!
René Denon