Johann Sebastian Bach (1685-1750): Clavichord — Capriccio Sopra La Lontananza Del Fratello Dilettissimo / 15 Invenções / 4 Duetos / 15 Sinfonias / Ricercare a 3 da Oferenda Musical / Fantasia e Fuga Cromática (András Schiff, Clavicórdio)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Clavichord — Capriccio Sopra La Lontananza Del Fratello Dilettissimo / 15 Invenções / 4 Duetos / 15 Sinfonias / Ricercare a 3 da Oferenda Musical / Fantasia e Fuga Cromática (András Schiff, Clavicórdio)

Opa, postei sem texto (obs. de 17/05, 19h49). Vou escrever agora, vamos lá!

IM-PER-DÍ-VEL !!!

András Schiff é um cara curioso. Não consigo imaginar nenhum outro pianista de seu calibre indo em direção a um clavicórdio, apenas se por brincadeira. Mas Schiff é diferente. Ele disse que costuma iniciar seu dia tocando Bach num clavicórdio… Bem, e aqui temos este grande artista tocando esplendorosamente o pequeno teclado que precede o pianão. Eu gostei muito do que eu ouvi. A face historicamente informada de Schiff é autêntica e muito bonita. Fiquei muito feliz de ouvir. Como explica o longo artigo do livreto, o clavicórdio era o instrumento favorito de Bach, que supostamente achava que permitia capacidades expressivas não oferecidas pelo cravo. De fato, como Schiff exemplifica nesta gravação, o clavicórdio oferece ao executante tanto sutis mudanças dinâmicas quanto delicado vibrato, feito ao mover a tecla depois de tocada. Schiff toca uma réplica de um clavicórdio Specken de 1743, construído por Joris Potvlieghe em 2003. Se no piano moderno Schiff nos traz Bach em toda a sua majestade, no clavicórdio ele convida o público a escutar o próprio Bach, como se estivesse sentado na mesma sala, ou ‘num oásis tranquilo’, como Schiff coloca em suas anotações. Minha única reclamação é a de que ele torna difícil para mim voltar a ouvir essas obras no piano moderno, ou pelo menos no piano, com qualquer outro músico.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Clavichord — Capriccio Sopra La Lontananza Del Fratello Dilettissimo / 15 Invenções / 4 Duetos / 15 Sinfonias / Ricercare a 3 da Oferenda Musical / Fantasia e Fuga Cromática (András Schiff, Clavicórdio)

Capriccio Sopra La Lontananza Del Fratello Dilettissimo BWV 992
1-1 Arioso. Adagio – Ist Eine Schmeichelung Der Freunde, Um Denselben Von Der Reise Abzuhalten. = Is A Cajoling By His Friends To Deter Him From His Journey. 1:31
1-2 Ist Eine Vorstellung Unterschiedlicher Casuum, Die Ihm In Der Fremde Könnten Vorfallen. = Is A Representation Of Various Calamities That Might Befall Him In Foreign Parts. 1:12
1-3 Adagiosissimo – Ist Ein Allgemeines Lamento Der Freunde. = Is A General Lament Of His Friends. 2:05
1-4 Allhier Kommen Die Freunde (Weil Sie Doch Sehen, Dass Es Anders Nicht Sein Kann) Und Nehmen Abschied. = Here Come The Friends (As They See That It Cannot Be Otherwise) And Say Farewell To Him. 0:36
1-5 Aria Di Postiglione. Adagio Poco 1:36
1-6 Fuga All’ Imitatione Di Posta 2:27

Inventions BWV 772‎ – 786
1-7 No. 1 In C Major 1:28
1-8 No. 2 In c Minor 1:50
1-9 No. 3 In D Major 1:14
1-10 No. 4 In d Minor 0:45
1-11 No. 5 In E-flat Major 1:24
1-12 No. 6 In E Major 3:24
1-13 No. 7 In e Minor 1:41
1-14 No. 8 In F Major 0:56
1-15 No. 9 In f Minor 1:45
1-16 No. 10 In G Major 0:58
1-17 No. 11 In g Minor 0:59
1-18 No. 12 In A Major 1:12
1-19 No. 13 In a Minor 1:22
1-20 No. 14 In B-flat Major 1:20
1-21 No. 15 In b Minor 1:10

Four Duets BWV 802 ‎– 805
1-22 No. 1 In e Minor 3:02
1-23 No. 2 In F Major 2:58
1-24 No. 3 In G Major 3:08
1-25 No. 4 In a Minor 2:10

1-26 Ricercar À 3 From “Das Musikalische Opfer” BWV 1079 5:50

Sinfonias BWV 787 ‎– 801
2-1 No. 1 In C Major 1:08
2-2 No. 2 In c Minor 2:07
2-3 No. 3 In D Major 1:13
2-4 No. 4 In d Minor 1:45
2-5 No. 5 In E-flat Major 2:07
2-6 No. 6 In E Major 1:20
2-7 No. 7 In e Minor 2:06
2-8 No. 8 In F Major 0:59
2-9 No. 9 In f Minor 3:03
2-10 No. 10 In G Major 1:05
2-11 No. 11 In g Minor 1:55
2-12 No. 12 In A Major 1:29
2-13 No. 13 In a Minor 1:41
2-14 No. 14 In B-flat Major 1:18
2-15 No. 15 In b Minor 1:29

Chromatic Fantasia And Fugue BWV 903
2-16 Fantasia 5:43
2-17 Fugue 5:01

András Schiff, Clavicórdio

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Schiff levando a sério seu belo brinquedinho

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concerto Italiano / Abertura Francesa / Duetos / Caprichos (Esfahani)

Mahan Esfahani é um esplêndido e original cravista. Ele não se preocupa em ser o perfeitinho limpinho engomadinho, mas tem uma percepção musical toda própria. Às vezes parece atropelado ou atabalhoado. Em suas declarações públicas, e talvez um pouco mais moderadamente em suas apresentações reais, Esfahani declarou independência de qualquer aplicação puritana ou dogmática da prática histórica da performance. Nesta gravação, dedicada às duas obras-chave do Clavierübung II de Bach – o Concerto Italiano e a Abertura em Estilo Francês – ele explicita ainda mais essa independência, ampliando sobremaneira a capacidade dinâmica e expressiva do cravo. Seu instrumento particular foi feito em 2018 na oficina de Jukka Ollikka em Praga, uma peça de mão dupla com registros de 16 pés e 4 pés para cores extras, bem como uma placa de ressonância composta de fibra de carbono. Produz sonoridades de órgão, especialmente em seus alcances mais baixos, e Esfahani explora toda a sua variedade, incluindo algumas escolhas de registro curiosas e até excêntricas. A faixa dinâmica expandida do instrumento é particularmente bem-vinda nos contrastes solo-conjunto do Concerto italiano e é particularmente eficaz na ilusão de um instrumento de sopro solo do segundo movimento. As possibilidades coloridas expandidas são melhor ouvidas na ampla coleção de danças da Abertura, que explora uma gama de escolhas de registro eficazes. Mas Esfahani não está apenas exibindo um instrumento. Sua ornamentação e articulação são inventivas e envolventes, e enviarão os ouvintes atentos a suas memórias de outros executantes, enquanto o ouvido tenta descobrir exatamente o que ele está fazendo. Esfahani tem um toque nervoso e hiperatento, com figuras rítmicas afiadas e precisas. Pode ser exaustivo, mas o álbum é melhor ouvido trabalho por trabalho, e não como um todo. Mas certifique-se de reservar atenção especial para o Capriccio em si bemol ‘na partida de seu amado irmão’, um trabalho inicial e às vezes descartado como ingênuo e não do melhor Bach. Esfahani o leva a sério. A fuga final é a pièce de résistance, transformando a despedida em uma selvagem declaração de independência de tal forma que a própria gravação se torna não apenas uma coleção de obras de Bach, mas um manifesto do intérprete.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concerto Italiano / Abertura Francesa / Duetos / Caprichos (Esfahani)

Concerto nach Italienischen Gusto ‘Italian Concerto’ BWV971[12’42]
1 [untitled][4’05]
2 Andante[5’01]
3 Presto[3’36]

Ouvertüre nach Französischer Art ‘French Overture’ BWV831[33’44]
4 Ouverture[12’53]
5 Courante[2’06]
6 Gavotte I[1’15]
7 Gavotte II[1’13]
8 Gavotte I da capo[0’42]
9 Passepied I[1’02]
10 Passepied II[0’47]
11 Passepied I da capo[0’35]
12 Sarabande[3’55]
13 Bourrée I[1’07]
14 Bourrée II[1’23]
15 Bourrée I da capo[0’45]
16 Gigue[3’01]
17 Echo[3’00]

18 Duet in E minor BWV802[2’43]

19 Duet in F major BWV803[3’04]

20 Duet in G major BWV804[2’37]

21 Duet in A minor BWV805[2’38]

Capriccio in B flat major ‘on the departure of his beloved brother’ BWV992[10’09]
22 Ist eine Schmeichelung der Freunde, um denselben von seiner Reise abzuhalten: Arioso (Adagio)[2’08]
23 Ist eine Vorstellung unterschiedlicher Casuum, die ihm in der Fremde könnten vorfallen[1’23]
24 Ist ein allgemeines Lamento der Freunde: Adagissimo[2’26]
25 Allhier kommen die Freunde (weil sie doch sehen, dass es anders nicht sein kann) und nehmen Abschied[0’42]
26 Aria di postiglione: Allegro poco[1’03]
27 Fuga all’imitazione della cornetta di postiglione[2’27]

28 Capriccio in E major ‘in honorem Johann Christoph Bachii Ohrdrufiensis’ BWV993[6’07]

Mahan Esfahani, cravo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esfahani dando um rolê pelo centro de Morungava

PQP

Marc-André Hamelin interpreta pianistas-compositores (Alkan, Busoni, Feinberg, Godowsky, Hamelin, Medtner, Rachmaninov, Scriabin, Sorabji)

Marc-André Hamelin interpreta pianistas-compositores (Alkan, Busoni, Feinberg, Godowsky, Hamelin, Medtner, Rachmaninov, Scriabin, Sorabji)

Neste interessante CD, Marc-André Hamelin interpreta gente como ele, ou seja, compositores-pianistas. OK, quase todos são, mas Hamelin se dedica aos grandíssimos virtuoses que, de vez em quando, achatam suas bundas numa cadeira para compor. O resultado é uma série de obras onde, em sua maioria, são exigidas habilidades demoníacas dos pianistas, o que não é problema para Hamelin, um pianista que parece ter e controlar uns 36 dedos sem se confundir. Há umas coisas decididamente bobas, outras lindas e outras em que a gente fica pensando: como ele consegue tocar essa coisa? Bem coloquemos as coisas em seus devidos lugares: o pianista canadense Marc-Andre Hamelin é um fenômeno, tendo uma série de gravações de tirar o fôlego. Ele se estabeleceu mais ou menos como o maior virtuose do planeta, e este disco só irá aumentar essa reputação — isto não significa que ele seja o melhor, claro. Hamelin faz parte de uma longa linhagem de compositores-pianistas. Alguns compuseram obras de dificuldade sobre-humana para exibir suas próprias proezas e fazer seus colegas se acovardarem, outros o fizeram para se apresentaram em público, ou seja, por razões financeiras (Rachmaninov e Medtner são bons exemplos). Este disco contém uma amostra representativa destes trabalhos, muitos dos quais não foram gravados anteriormente ou pelo menos são difíceis de encontrar. O CD também traz músicas de dois “gênios reclusos”: Charles-Valentin Alkan e Kaikhosru Shapurji Sorabji, ambos homens que produziram obras de desafios técnicos diabólicos enquanto se isolavam de quase todo contato humano e musical.

Marc-André Hamelin interpreta pianistas-compositores (Alkan, Busoni, Feinberg, Godowsky, Hamelin, Medtner, Rachmaninov, Scriabin, Sorabji)

1 Toccata In G Flat Major Op 13
Composed By – Leopold Godowsky
3:18

2 Poème Tragique Op 34
Composed By – Alexander Scriabin*
3:13

3 Etude No 9 (D’après Rossini)
Composed By – Marc-André Hamelin
3:48

4 Etude No 10 (D’après Chopin) (‘Pour Les Idées Noires’) 2:01

5 Schübler Chorale No 6 (transcription)
Composed By – Bach*
Transcription By – Samuel Feinberg*
3:29

6 Andante From Symphony No 94 (transcription)
Composed By – Haydn*
Transcription By – Charles-Valentin Alkan
5:48
Esquisses Op 63
Composed By – Charles-Valentin Alkan
7 No 46: Le Premier Billet Doux 1:05
8 No 47: Scherzetto 2:11

9 Fantasia Nach J S Bach
Composed By – Ferruccio Busoni
13:37

10 Moment Musical In E Flat Minor Op 16 No 2 (Revised Version 1940)
Composed By – Sergei Rachmaninov*
2:45

11 Etude-Tableau In E Flat Op 33 No 4 (Originally No 7)
Composed By – Sergei Rachmaninov*
1:37
Deux Poèmes Op 71
Composed By – Alexander Scriabin*
12 No 1: Fantastique 1:18
13 No 2: En Rêvant, Avec Une Grande Douceur 1:51

14 Berceuse Op 19a
Composed By – Samuel Feinberg*
4:53

15 Improvisation No 1 In B Flat Minor Op 31 No 1
Composed By – Nikolai Medtner
7:02

16 Pastiche On The Hindu Merchant’s Song From ‘Sadko’ By Rimsky-Korsakov
Composed By – Kaikhosru Shapurji Sorabji
4:05

17 Prelude And Fugue (Etude No 12)
Composed By – Marc-André Hamelin

Marc-André Hamelin, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Hamelin aqui na Livraria Bamboletras. Quem dera…

PQP

Bach (1685 – 1750): Matthäus Passion – Ensemble Pygmalion & Raphaël Pichon ֎

Bach (1685 – 1750): Matthäus Passion – Ensemble Pygmalion & Raphaël Pichon ֎

BACH

Paixão Segundo Mateus

Julian Prégardien

Matrîse de Radio France

Ensemble Pygmalion

Raphaël Pichon – Regente

 

Soli Deo Glori – era isso o que Bach escrevia ao fim de cada uma de suas partituras, fosse a música sacra ou não. Fé e religiosidade permeia toda a sua obra e isso transparece para nós todos, mesmo aqueles entre nós que não professam alguma tipo de crença.

Nesses dias que antecedem a Semana Santa temos uma oportunidade de experimentar algum tipo de exercício de espiritualidade, de nos aproximarmos um pouco deste lado mais misterioso da vida, pois que nem só de pão vive o homem.

Julian Prégardien, o evangelista

Eu gosto desse período e faço isso de algumas formas e ouvir esse tipo de música me leva a isso, a acreditar que podemos ainda nos elevar. Este ano estou um pouco mais animado e sinto tanto no trabalho como em minhas outras realizações algumas boas razões para agradecer ao Bom Deus, mesmo que sempre haja pelo que implorar.

O mistério da Paixão de Cristo é grande, mas a música de Bach nos ajuda a alguns vislumbres. A mensagem hoje é de esperança, pois que depois do sacrifício há a ressurreição. Ainda mais sendo a música assim tão boa, como a da gravação.

O grupo francês Pygmalion e seu jovem regente Raphaël Pichon tem mostrado como ainda há o que dizer sobre estas obras usando o estilo de instrumentos e práticas de época, como mostram seus inúmeros prêmios e excelentes críticas. Tudo é excelente, como no caso de Evangelista Julian Prégardien, filho de outro Prégardien, que cantou em tantas outras memoráveis gravações. Sinal de renovação e que você também tenha a oportunidade de ouvir tantas belezas e refletir sobre o que é menos óbvio na vida.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Paixão Segundo Mateus

Julian Prégardien, Evangelista

Stéphane Degout, baixo (Jesus)

Sabine Devieilhe, soprano

Lucile Richardot, contralto

Reinoud Van Mechelen, tenor

Hana Blažiková, soprano

Maîtrise de Radio France

Ensemble Pygmalion

Raphaël Pichon

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 748 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 413 MB

Raphaël Pichon

The breath of the spiritʼ Bach and Pygmalion: the story of a passion, linking the genius of the Thomaskantor to a reflection on inner drama and constantly renewed vocality. This Matthäus Passion marks a major stage in this fifteen-year companionship and testifies to the culmination of their work on Bach, characterised by its precision and humility. Read through the prism of a tragedy in five acts, at once intimate and theatrical, human and metaphysical, the Passion is revealed here in a new light: as a deeply moving and universal epic. Harmonia Mundi

With its glowing inner vitality and penetrating observations, this is a Passion that makes a very definite statement about what this work can communicate in our times. Gramophone, abril de 2022

Traduzi um pedaço de uma resposta dada por Raphaël Pichon em uma entrevista que consta no libreto: A história da Paixão de Cristo se apresenta até hoje como um drama vivo e um dilema moral de relevância universal, no qual — qualquer que seja nossa espiritualidade ou cultura — todos nós somos confrontados com a nossa própria mortalidade, nossa própria busca por respostas. Todos nós compartilhamos sua humanidade. A imensa genialidade de Bach foi sair completamente da liturgia formal, colocando-nos bem dentro do drama: nos tornamos atores, fazemos parte da ação, a sentimos tanto em nossa sensibilidade quanto fisicamente.  Nós atravessamos um drama que é acima de tudo humano: injustiça, traição, amor, sacrifício, perdão, remorso, compaixão, pena… De maneira sem precedentes, Bach comunica e nos faz sentir a fragilidade e as falhas da humanidade e descreve um mundo cheio de erros, onde amor e fé são as únicas respostas. Na busca de desafiar e consolar a consciência humana, ele nos oferece um genuíno ‘bálsamo para a alma”, unversal e atemporal.

Reflita e aproveite!
René Denon

Carlo Crivelli (c. 1487)

Egon Petri (1881-1962) – His Recordings 1929-42, vol. 3– Chopin, Busoni, Franck, Schubert, Bach, Gluck (2 CDs)

Egon Petri (1881-1962) – His Recordings 1929-42, vol. 3– Chopin, Busoni, Franck, Schubert, Bach, Gluck (2 CDs)

Egon Petri (1881-1962) foi um pianista de cidadania holandesa nascido na Alemanha. Dono de uma técnica refinada, é alguém ainda por ser propriamente redescoberto pelos ouvintes do século XXI. Seu nome não é lembrado e louvado com a atenção que merece, talvez justamente por encarnar uma espécie de forma de tocar que tem algo de arcaica, com raízes profundas no século XIX.

Petri foi um dos discípulos mais dedicados do lendário pianista, compositor e professor italiano Ferruccio Busoni (1866-1924), e um ardoroso defensor de sua música, por toda a vida. Petri acompanhou Busoni à Suíça durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente seguiu o mestre para Berlim, onde também deu aulas. Entre seus alunos estavam Vitya Vronsky (do duo Vronsky & Babin), Gunnar Johansen e o comediante e pianista dinamarquês Victor Borge.

Em 1927 ele se estabeleceu em Zakopane, na Polônia, dedicando-se ao ensino e a gravações. Ele viveu lá até 1939, quando escapou às pressas literalmente na véspera da invasão alemã, em setembro daquele ano. Petri então passou a dar aulas na Cornell University, em Ithaca, e mais tarde no Mills College, em Oakland. Ele se naturalizaria americano nos anos 50, e teve entre seus pupilos em solo americano o brilhante pianista inglês John Ogdon (1937-89), aquele que dividiu o primeiro lugar do Concurso Tchaikovsky com Vladimir Ashkenazy em 1962 (as finais deste concurso foram lançadas em disco e logo mais vão pintar aqui no PQP).

As gravações presentes neste disco duplo são deste trágico período, em que Petri teve que cruzar um oceano para sobreviver, realizadas entre 1938 e 1942. São testemunhos sonoros de uma época e de uma filosofia musical e pianística.

Duas curiosidades desimportantes sobre Busoni. A primeira é que o nome completo dele é, no mínimo, pomposo: Dante Michelangelo Benvenuto Ferruccio Busoni. A segunda é que ele está enterrado no Friedhof Schöneberg III, também conhecido como Friedhof Stubenrauchstraße, mesmo endereço em que também desfrutam o repouso eterno a atriz Marlene Dietrich e o fotógrafo Helmut Newton.

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

CD 1

1 – SCHUBERT-TAUSIG: Andante & Variations
2 a 25 – CHOPIN: Preludes, op. 28
26 a 28 – FRANCK: Prélude, choral et fugue

CD 2

1 – GLUCK-SGAMBATI: Mélodie
2 – J. S. BACH-PETRI: Menuet
3 – J. S. BACH-BUSONI: Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ
4 – J. S. BACH-BUSONI: In dir ist Freude
5 – J. S. BACH-BUSONI: Wachet auf, ruft uns die Stimme
6 – J. S. BACH-BUSONI: Nun freut euch, lieben Christen gemein
7 – BUSONI: Fantasia after J. S. Bach
8 – BUSONI: Serenade (Mozart, Don Giovanni)
9 – BUSONI: An die Jugend, no. 3
10 – BUSONI: Sonatina no. 3
11 – BUSONI: Sonatina no. 6
12 – BUSONI: Indianisches Tagebuch
13 – BUSONI: Albumblatt no. 3
14 – BUSONI: Elegie no. 2

Karlheinz

J. S. Bach (1685-1750): Concertos para 2, 3 e 4 pianos (Eschenbach, Oppitz, Frantz, Schmidt)

J. S. Bach (1685-1750): Concertos para 2, 3 e 4 pianos (Eschenbach, Oppitz, Frantz, Schmidt)

338 ANOS DE PAPAI BACH!!

Como perguntou o querido René Denon aos demais pqpianos hoje: Deus faz aniversário? Uma boa questão, e a resposta varia de acordo com a religião de cada um. Para nós, que somos devotos de Johann Sebastian Bach, a resposta é sim, e é justamente hoje, 21 de março, que comemoramos a chegada do filho mais notório de Eisenach neste planetinha azul…

Dando prosseguimento às comemorações aqui no blog, um disquinho algo curioso: os concertos para 2, 3 e 4 pianos de Bach tocado por três grandes nomes da música alemã – Christoph Eschenbach (que também rege a Filarmônica de Hamburgo), Justus Frantz e o jovem talento Gerhard Oppitz – e um, digamos, pianista bissexto. Mas não um qualquer! Trata-se de Helmut Schmidt, que, na época dessas gravações (fevereiro de 1985), era “apenas” membro do parlamento e ex-chanceler da Alemanha, sucedendo ninguém menos do que Willy Brandt.

E a verdade é que Schmidt não faz feio (reforçando uma opinião já esboçada quando de sua gravação dos concertos de Mozart, ao lado de parte da turma desse disco). São gravações simpáticas, leves, que jogam luz sobre um repertório que não está entre os mais tocados do velho mestre. Um disco despretensioso, que não decepciona.

O encarte traz um trecho de um discurso proferido por Schmidt em Hamburgo por ocasião do 300º aniversário de Bach:

“Há dez anos, durante uma visita à Feira de Leipzig, nós escutamos uma cantata de Bach executada na Thomaskirche. A igreja estava lotada até o último assento. Nós ficamos calmamente observando aquele lugar. Nosso olhar caiu então sobre uma longa rosa vermelha caída sobre o chão. Um exame mais detido mostrou que ela repousava sobre uma placa memorial. Sua simplicidade, sem adornos, trazia o nome e as datas de Johann Sebastian Bach. Eu fui tomado por uma indescritível sensação. Ali em sua Thomaskirche, ouvindo sua música, eu tomei consciência de tudo que, ao longo de toda minha vida, me fez ser grato pela música de Bach.

A música é um fenômeno cultural internacional, trans-nacional. Viver sem música – esse poderia ser o destino de uma geração que afunda em meio a um mar de ruídos. A cultura musical é algo que deve ser sempre preservado e recriado. Devemos, por isso, assegurar que se cante e que se toque música em nossos lares e escolas, para que as novas gerações aprendam a encontrar a alegria que a música oferece a elas.”

Alles Gute zum Geburtstag, Herr Bach!

Karlheinz

Helmut Schmidt e sua esposa Loki visitando Justus Frantz

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Concerto para 4 pianos e cordas em lá menor, BWV 1065
1. I – (sem indicação de tempo)
2. II – Largo
3. III – Allegro

Solistas: Christoph Eschenbach, Justus Frantz, Gerhard Oppitz, Helmut Schmidt

Concerto para 2 pianos e cordas em dó maior, BWV 1061
4. I – (sem indicação de tempo)
5. II – Adagio ovvero Largo
6. III – Fuga

Solistas: Christoph Eschenbach, Justus Frantz

Concerto para 2 pianos e cordas em dó menor, BWV 1060
7. I – Allegro
8. II – Adagio
9. III – Allegro

Solistas: Justus Frantz, Christoph Eschenbach

Concerto para 3 pianos e cordas em ré menor, BWV 1063
10. I – (sem indicação de tempo)
11. II – Alla Siciliana
12. III – Allegro

Solistas: Christoph Eschenbach, Gerhard Oppitz, Justus Frantz

Orquestra Filarmônica de Hamburgo
Christoph Eschenbach, regência

J. S. Bach (1685-1750): Suítes Francesas completas e mais (Hewitt)

J. S. Bach (1685-1750): Suítes Francesas completas e mais (Hewitt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

338 ANOS DE PAPAI BACH !!!

Este é um disco também muito bom — é outro dos que me foram enviados por FDP Bach, mas que confusão fez a grande, enorme, imensa e admirável Hyperion? Que mistureca foi essa de enfiar Pequenos Prelúdios, Sonatas e outras coisas antes, entre e depois das verdadeiras estrelas dos CDs, as Suítes Francesas? Não creio que alguém possa me explicar o motivo desta bisonha opção. Os CDs? Bá, a interpretação é excelente. Baixe logo. Tá esperando o quê?

Em comentário à potagem anterior desta série, Barto Lima resumiu tudo e disse mais:

Muito bem PQP! Essa Pianista é realmente estrondosa, estupenda! Técnica perfeita e “muitíssimo” musical. Ela consegue realçar motivos, partes do fraseado ou notinhas que a maioria deixa “prá lá”, dando um equilíbrio musical maravilhoso por onde ela mexe. É precisão rítmica, sentido dos andamentos, dinâmica tocante, deixa a gente todo “embasbacado”, mas feliz!
E quanto a essa questão de pronúncia… Tudo bem, já que ela é canadense! Mas na Alemanha qualquer um dirá “Ânguela Hê-Vit” e nem por isto ela deixa de “ficar” também por lá. Certas “preciosidades” com o inglês… será que valem a pena? Em outras línguas, que não a nativa, se pronuncia, por aqui e por toda parte, quase tudo “errado” (sobretudo os americanos!). E aí?

J. S. Bach (1685-1750): Suítes Francesas completas e mais (Hewitt)

Disc: 1
1. Sonata In D Minor, BWV964: Adagio
2. Sonata In D Minor, BWV964: Fuga: Allegro
3. Sonata In D Minor, BWV964: Andante
4. Sonata In D Minor, BWV964: Allegro

5. French Suite No. 1 In D Minor, BWV812: Allemande
6. French Suite No 1 In D Minor, BWV812: Courante
7. French Suite No. 1 In D Minor, BWV812: Sarabande
8. French Suite No. 1 In D Minor, BWV812: Menuet I And II
9. French Suite No. 1 In D Minor, BWV812: Gigue

10. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Allemande
11. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Courante
12. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Sarabande
13. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Air
14. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Menuet I And II
15. French Suite No. 2 In C Minor, BWV813: Gigue

16. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Allemande
17. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Courante
18. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Sarabande
19. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Anglaise
20. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Menuet And Trio
21. French Suite No. 3 In B Minor, BWV814: Gigue

22. Six Little Preludes: Prelude In C Major, BWV 924
23. Six Little Preludes: Prelude In G Minor, BWV 930
24. Six Little Preludes: Prelude In D Major, BWV 925
25. Six Little Preludes: Prelude In D Minor, BWV 926
26. Six Little Preludes: Prelude In F Major, BWV 927
27. Six Little Preludes: Prelude In F Major, BWV 928

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Disc: 2
1. Six Little Preludes: Prelude In C Major, BWV 933
2. Six Little Preludes: Prelude In C Minor, BWV 934
3. Six Little Preludes: Prelude In D Minor, BWV 935
4. Six Little Preludes: Prelude In D Major, BWV 936
5. Six Little Preludes: Prelude In E Major, BWV 937
6. Six Little Preludes: Prelude In E Minor, BWV 938

7. Six Little Preludes: Prelude In C Major, BWV 939
8. Six Little Preludes: Prelude In D Minor, BWV 940
9. Six Little Preludes: Prelude In E Minor, BWV 941
10. Six Little Preludes: Prelude In A Minor, BWV 942
11. Six Little Preludes: Prelude In C Major, BWV 943
12. Six Little Preludes: Prelude In C Minor, BWV 999

13. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Praeludium
14. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Allemande
15. French Suite No. 4 In E Flat Majoe, BWV815: Courante
16. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Sarabande
17. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Gavotte I
18. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Gavotte II
19. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Menuet
20. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Air
21. French Suite No. 4 In E Flat Major, BWV815: Gigue

22. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Allemande
23. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Courante
24. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Sarabande
25. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Gavotte
26. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Bourree
27. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Loure
28. French Suite No. 5 In G Major, BWV816: Gigue

29. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Allemande
30. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Courante
31. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Sarabande
32. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Gavotte
33. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Polonaise
34. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Bourree
35. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Menuet
36. French Suite No. 6 In E Major, BWV817: Gigue

37. Prelude And Fugue In A Minor, BWV894: Prelude
38. Prelude And Fugue In A Minor, BWV894: Fugue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Angela Hewitt, piano

Angie, sempre à vontade em nosso blog.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga, BWV 1080 (Emerson String Quartet)

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga, BWV 1080 (Emerson String Quartet)

ABSOLUTAMENTE IM-PER-DÍ-VEL !!!

338 ANOS DE PAPAI BACH !!!

Faz uns três ou quatro meses que o blog recebeu este presente. Como sou muito sacana, demorei a entregá-lo para vocês… Não, não é bem assim: na verdade achei tão extraordinário o CD, uma realização artística tão impressionante do Emerson String Quartet, que o reservei para uma data especial, um aniversário de Johann Sebastian ou… ou… a ocasião da centésima postagem de Bach em nosso blog. Sim, se você for na coluna da direita onde está a lista de compositores postados, você deverá encontrar um “Bach, J.S. (100)”. Cem CDs de papai num blog que se aproxima dos 1000 CDs!

(Esta postagem é antiga. Hoje temos 778 posts de J. S. Bach, 7479 publicações e muito mais CDs do que isto).

Ouso dizer que o P.Q.P. Bach, fundado por mim numa feia manhã de sábado para substituir os e-mails que enviava a amigos que precisavam de uma ou outra obra — pois sempre achei obsceno alguém possuir uma vasta biblioteca ou cedeteca se não fosse para emprestar, distribuir, divulgar ou, como dizemos em nosso “editorial”, polinizar –, hoje tem um acervo respeitável e variado. Orgulho-me muito deste blog que se tornou coletivo após duas semanas de existência, com o ingresso do mano F.D.P., e que depois recebeu outros colaboradores, um melhor que o outro.

Mas voltemos a esta versão da Arte da Fuga: imaginem que, dos 28 ouvintes que escreveram a respeito deste CD para a Amazon, 25 deram-lhe 5 estrelas — a pontuação máxima — e 3 deram 4.

Vou copiar aqui os dois primeiros parágrafos do capítulo sobre A Arte da Fuga do livro 48 variações sobre Bach de Franz Rueb:

Muitos músicos confessam que a Arte da Fuga é uma daquelas obras da arte universal, diante da qual só é possível calar. A obra seria o somatório da profissão de fé musical de Bach, e seu conteúdo metafísico a colocaria no limiar de outro mundo. Ela seria “a abstração na música”, “a forma pura”, “um sopro de ar claro e gelado”, “uma caixa fria” repleta de invenções melódicas cheias de vida. (…) Wolfgang Rihm escreveu: O único espaço sonoro para a realização dessa música continua sendo aquele reservado ao pensamento, situado debaixo da caixa craniana. Esse espaço, porém, é o mais amplo de todos, desde que se possa conceber em pensamento tal realidade sonora.”

Adorno chamou a Arte da Fuga de economia de motivos. Para ele, o tema é esgotado até me seus mínimos componentes e disso resulta algo perfeito. A obra seria a arte da dissecação. O resultado é uma forma de quase insuperável precisão: a fuga. O cruzamento magistral da grande e da pequena ordem, das grandes e das pequenas formas. Com a Arte da Fuga, Bach teria se voltado para o passado e para o futuro. Nela, porém, o mais importante não seria a técnica, nem as leis do ofício da música, mas expressão musical.

Bom, o que o Emerson consegue aqui… Nem vou começar a enfileirar elogios. Só vou repetir:

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Bach – A Arte da Fuga

1. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus I 3:04
2. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 2 2:44
3. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 3 2:31
4. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 4 3:30
5. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 5 2:32
6. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 6 4:10
7. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 7 3:07
8. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 8 Eugene Drucker 4:54
9. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 9 2:13
10. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 10 3:02
11. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 11 4:43
12. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 14a: Canon per Augmentationem in contrario motu Eugene Drucker 5:18
13. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 12a 1:49 $0.45
14. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 12b 1:53 $0.45
15. The Art of Fugue, BWV 1080 – Canon alla Ottava Lawrence Dutton 4:02
16. The Art of Fugue, BWV 1080 – Canona alla Decima, in Contrapunto alla Terza Eugene Drucker 3:42
17. The Art of Fugue, BWV 1080 – Canon alla Duodecima in Contrapunto alla Quinta Philip Setzer 4:12
18. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 13a Philip Setzer 2:06
19. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 13b Eugene Drucker 2:09
20. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 14: Canon per Augmentationem in contrario motu Philip Setzer 6:53
21. The Art of Fugue, BWV 1080 – Contrapunctus 14(18): Fuga a 3 Soggetti 8:06
22. The Art of Fugue, BWV 1080 – Chorale: Wenn wir in höchsten Nöten sein 3:16

Emerson String Quartet
Eugene Drucker, violin
Philip Setzer, violin
Lawrence Dutton, viola
David Finckel, cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


PQP

J. S. Bach / Brahms / Chopin / Rachmaninov / Domenico Scarlatti / Schubert / Schumann: Yara Bernette – Encores – Semana do Dia Internacional da Mulher

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio com obras do gênio brasileiro, pelos motivos expostos AQUI


Uma semana de celebrações por conta do Dia da Mulher não poderia deixar de prestar reverência a um território específico de excelência no nosso panorama musical: o piano. A galeria de pianistas brasileiras é uma verdadeira constelação que atravessa gerações: Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Cristina Ortiz, Eliane Rodrigues, Erika Ribeiro, Diana Kacso, Linda Bustani, Clara Sverner, Menininha Lobo, Mariinha Fleury, Anna Stella Chic, Eudóxia de Barros, Felicja Blumental (nascida na Polônia, naturalizada brasileira), Rosana Martins…

Entre elas, uma estrela brilha com particular intensidade, por conta de sua sonoridade singular: estamos falando de Yara Bernette (1920-2002), uma artista de carreira tão impecável quanto longeva: foram mais de 4.000 concertos e recitais, ao longo de quase sete décadas. Uma vida inteira dedicada ao instrumento.

O verbete dedicado a ela na Enciclopédia do Instituto do Piano Brasileiro, escrito por Marcia Pozzani, está bem completo e rico em informações – vale a leitura. Para atiçar um pouco a curiosidade, no entanto, deixo um trecho de uma crônica escrita por Tarsila do Amaral (recolhida no livro Tarsila Cronista, organizado por Aracy Amaral e publicado pela Edusp em 2001). Ela relata uma história contada para ela pela própria Yara, quando se vira em apuros ao estar sem uma partitura para um concerto no Canadá. É um delicioso relato do frisson causado pela pianista, que a levaria inclusive até a glória de ter o selo dourado da Deutsche Grammophon estampado na capa de seus discos:

       ” (…) Nisso bate alguém na porta. Aparece um velhinho simpático – o maior crítico musical do Canadá – com uma música na mão e diz: “Miss Bernette, desculpe incomodá-la justamente agora, mas estou curioso por saber se a ‘Chaconne’ que a senhora vai tocar é desta edição”. Yara Bernette diz ao anjo que os céus lhe enviaram: “Peço-lhe deixar aqui a música. No primeiro intervalo conversaremos”. Deu-se o milagre. E o mais interessante é que o crítico não costumava levar música aos concertos. Apenas abriu a primeira página, foi chamada para o palco. Nunca tocou tão bem como naquela noite. O crítico musical, A. A. Alldrick, que a salvara sem o saber, dedicou-lhe excepcionalmente dois artigos ao invés de um, como de costume, afirmando no Winnipeg Free Press: “O recital de Yara Bernette foi um acontecimento fascinante… Yara Bernette é obviamente uma artista do calibre de ‘uma entre mil’. 
       Ao terminar a narrativa a grande pianista me diz: “Desde então, sinto que existe na minha carreira artística uma proteção divina”.
       Mais tarde num de seus inúmeros concertos, dizia o crítico Irving Kolodin no New York Sun: “Miss Bernette, prendendo a atenção dos ouvintes, fez com que a versão da ‘Chaconne’ de Bach  por Busoni valesse a pena de ser ouvida. Isso acontece uma vez por temporada e essa vez coube a Miss Bernette na sua execução definitiva”.
       Na sua tournée pelo México, disse o crítico musical do Excelsior: “Há muito não ouvíamos uma pianista do seu calibre, e também há muito tempo nenhum outro pianista havia interessado tanto os críticos nem obtido tantos elogios”.
       O New York Post exclama: “Tirem os chapéus, senhores! Miss Bernette é a última e irresistível palavra”, enquanto o New York Sun comenta: “Talentos pianísticos deste calibre têm raros similares”. (…)”

Flavio de Carvalho, “Retrato de Yara Bernette”, óleo sobre tela, 1951

O disco que apresento nesse post – gravado em 1995, já nos últimos anos de vida de Yara, no auge de sua maturidade – evoca essas antigas turnês, já que reúne uma série de peças que ela costumava tocar como bis (ou encore, em francês) em seus concertos e recitais. São peças emblemáticas do repertório pianístico, que refletem as preferências da artista. As interpretações são puro deleite; é um disco a que retorno, de tempos em tempos, há muitos anos.

Lançado em comemoração pelos 75 anos da pianista, o álbum foi gravado em fevereiro de 1995 no Teatro Cultura Artística, no centro de São Paulo, em um dos Steinways que faziam parte do acervo da casa. Tragicamente, o piano queimou junto com o teatro no dantesco incêndio que o consumiu em 17 de agosto de 2008. São, portanto, memórias fonográficas de um tempo que um universo que já nos deixou.

Áudio da apresentação de Yara Bernette na TV Excelsior, em 1961, tocando Debussy e Chopin. Créditos, como de praxe, para o espetacular Instituto Piano Brasileiro

Viva Yara Bernette!

Karlheinz

 

1. Domenico Scarlatti (transcr. Carl Tausig) – Pastorale
2. Domenico Paradies – Sonata em Lá – Tocata
3. J. S. Bach (transcr. W. Kempff) – Sonata BWV 1.031 – Siciliano
4. Felix Mendelssohn – Rondó Capriccioso, op. 14
5. Felix Mendelssohn – Scherzo, op. 16 no. 2
6. Robert Schumann – Cenas Infantis, op. 15 no. 7 – Rêverie
7. Robert Schumann – Cenas da Floresta, op. 82 no. 7 – O pássaro profeta
8. Johannes Brahms – Intermezzo, op. 117 no. 2
9. Frederic Chopin – Mazurka, op. 7 no. 3
10. Frederic Chopin – Mazurka, op. 17 no. 4
11. Frederic Chopin – Mazurka, op. 24 no. 4
12. Frederic Chopin – Estudo póstumo no. 1
13. Frederic Chopin – Noturno, op. 48 no. 1
14. Frederic Chopin (transcr. Franz Liszt) – Canção polonesa, op. 74 no. 5 – Minhas alegrias
15. Claude Debussy – Segundo Caderno – Prelúdio no. 7 – La Terrasse des Audiences du Clair de Lune
16. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 5
17. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 10
18. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 12
19. Heitor Villa-Lobos – Suíte Prole do Bebê no. 1 – O Polichinelo

Yara Bernette, piano

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Guiomar Novaes: transcrições & miniaturas, de Bach e Gluck a Villa-Lobos (+ a Fantasia Triunfal de Gottschalk)

Nossa homenagem ao saudoso Ranulfus continuará, também, através da republicação de suas preciosas contribuições ao nosso blog – como esta, que veio à luz em 11/5/2010.

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio com obras do gênio brasileiro, pelos motivos expostos AQUI


À medida em que avança a aventura de redescoberta de Guiomar Novaes, iniciada aqui há duas semanas, começo a ter a impressão de que seu legado de gravações é um tanto desigual: algumas são realizações gigantescas, cuja importância se percebe com absoluta certeza de modo intuitivo, mas alcança tão longe que temos dificuldade de explicar em palavras (do que ouvi até agora, é o caso das suas realizações de Chopin, especialmente os Noturnos); já outras são, digamos, meramente grandes…

Temos aqui as 7 peças curtas retiradas do CD Beethoven-Klemperer postado há alguns dias, mais o disco só de peças brasileiras (com certo desconto para Gottschalk) lançado em 1974 pela Fermata – creio que o seu último.

As primeiras parecem ter se firmado em sua carreira como standards no tempo dos discos de 78 rotações, que só comportavam peças curtas. Hoje qualquer pianista “sério” franziria o nariz pra esse repertório: “transcrições de concerto” de um prelúdio para órgão de Bach e de trechos orquestrais de Gluck e Beethoven. Ao que parece, no começo do século XX o fato de serem coisas agradáveis de ouvir ainda era tido como justificativa bastante para tocá-las.

Mas o que mais me surpreendeu foi à abordagem às 3 peças originais de Brahms: nada da solenidade que se costuma associar a esse nome; sem-cerimônia pura! Como também nos movimentos rápidos do Concerto de Beethoven com Klemperer, tenho a impressão de ver uma “moleca” divertindo-se a valer, e me pergunto se não é verdade o que encontrei em uma ou duas fontes: que a menina Guiomar teria sido vizinha de Monteiro Lobato, e este teria criado a personagem Narizinho inspirado nela!

Também me chamou atenção que Guiomar declarasse que sua mãe, que só tocava em casa, teria sido melhor pianista que ela mesma, e que tenha escolhido por marido um engenheiro que também tocava piano e compunha pequenas peças: Otávio Pinto. Casaram-se em 1922, ano de sua participação na Semana de Arte Moderna, ela com 27, ele com 32. Guiomar nunca deixou de tocar peças do marido em recitais mundo afora – nada de excepcional, mas também não inferiores a tantos standards do repertório europeu – e ainda no disco lançado aos 79 anos encontramos as Cenas Infantis do marido, além de uma peça do cunhado Arnaldo (Pregão).

Dados sem importância? Não me parece. Parecem apontar para que a própria Guiomar visse as raízes últimas da sua arte não no mundo acadêmico, “conservatorial”, e sim numa tradição brasileira hoje extinta: a (como dizem os alemães) Hausmusik praticada nas casas senhoriais e pequeno-senhoriais, paralela à arte mais de rua dos chorões, mas não sem interações com esta. Aliás, podem me chamar de maluco, mas juro que tive a impressão de ouvir evocações de festa do interior brasileiro – até de sanfona! – tanto no Capricho de Saint-Saëns sobre “árias de balé” de Gluck quanto no Capricho de Brahms.

Será, então, que podemos entender Guiomar como uma espécie de apoteose (= elevação ao nível divino) da tradição das “sinhazinhas pianeiras”? Terá ela querido conscientemente levar ao mundo clássico um jeito brasileiro de abordar a música?

E terá sido ao mesmo tempo um “canto de cisne” dessa tradição, ou terá tido algum tipo de herdeiro? Não sei, mas se alguém me vem à cabeça na esteira dessa hipótese, certamente não é o fino Nelson Freire e sim o controverso João Carlos Martins!

Para terminar: a vida inteira Guiomar insistiu em terminar programas com a ‘famigerada’ Fantasia Triunfal de Gottschalk sobre o Hino Brasileiro, que, honestamente, não chega a ser grande música. Acontece que, segundo uma das biografias, logo ao chegar a Paris, com 15 anos, Guiomar teria sido chamada pela exilada Princesa Isabel – ela mesma pianista – e teria recebido dela o pedido de que mantivesse essa peça sempre no seu repertório. E, curioso, ainda ontem o Avicenna postava aqui duas peças de Gottschalk como músico da corte de D. Pedro II (veja AQUI).

Será que isso traz água ao moinho da hipótese de Guiomar como apoteose e canto-de-cisne de um determinado Brasil? Bom, vamos ouvir música, e depois vocês contam as suas impressões!

Pasta 1: faixas adicionais do CD “Guiomar-Beethoven-Klemperer”
04 J. S. Bach (arr. Silotti) – Prelúdio para Órgão em Sol m, BWV 535
05 C. W. Gluck (arr. Sgambati e Friedman) – Danças dos Espíritos Bem-Aventurados, de “Orfeo”
06 C. Saint-Saëns: Caprice sur des airs de ballet de “Alceste”, de Gluck
07 J. Brahms – Intermezzo op.117 nº 2
08 J. Brahms – Capriccio op.76 nº 2
09 J. Brahms – Valsa em La bemol, op.39 nº 15
10 L. van Beethoven (arr. Anton Rubinstein) – Marcha Turca das “Ruínas de Atenas”

. . . . BAIXE AQUI – download here 

Pasta 2: disco “Guiomar Novaes”, Fermata, 1974
a1 Francisco Mignone – Velho Tema (dos Estudos Transcedentais)
a2 Otávio Pinto – Cenas Infantis
a3 Marlos Nobre – Samba Matuto (do Ciclo Nordestino)
a4 Arnaldo Ribeiro Pinto – Pregão (de Imagens Perdidas)
a5 J. Souza Lima – Improvisação
a6 M. Camargo Guarnieri – Ponteio
b1 H. Villa-Lobos – Da Prole do Bebê: Branquinha, Moreninha
b2 H. Villa-Lobos – O Ginete do Pierrozinho (do Carnaval das Criancas)
b3 H. Villa-Lobos – Do Guia Prático: Manda Tiro, Tiro, Lá; Pirulito; Rosa Amarela; Garibaldi foi a Missa
b4 L. M. Gottschalk – Grande Fantasie Triomphale sur l’Hymne National Brésilien Op. 69

. . . . BAIXE AQUI – download here 

Ranulfus

[restaurado com reverência e saudade por seu amigo Vassily em 4/3/2023]

Nelson com Guiomar Novaes. Foto do acervo particular de Nelson Freire, publicada pelo sensacional Instituto Piano Brasileiro

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Two-Part Inventions and Three-Part Sinfonias (Inventions) – BWV 772-801 – LINK RESTAURADO

LINK REATIVADO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO !!! MAIS UMA GRAVAÇÃO COM O SELO IMPERDÍVEL DE QUALIDADE DO PQPBACH !! 

No dia de seu aniversário, FDPBach lembra um de seus ídolos em se tratando de Bach, o imenso Glenn Gould. Uma gravação incrível, que, mesmo depois de sessenta anos de seu lançamento, mantém sua atualidade e reforça ainda mais a importância deste incrível pianista.

Em outra postagem, já discorremos sobre Glenn Gould, com direito a um belo artigo de Milton Ribeiro para ilustrar. Nossa querida Clara Schumann também já fez sua postagem deste genial pianista canadense.

FDP Bach então, resolveu cumprir sua parte. E ela será em duas etapas. Nesta primeira, serão as gravações das Invenções para duas e três vozes, além das sinfonias para duas e três vozes. Trata-se de obra fundamental no repertório de nosso pai, e nas mãos de um de seus principais intérpretes, Glenn Gould. Trata-se de obra densa, de extrema complexidade, porém extremamente rica em suas possibilidades, e executada com maestria, e com a competência única e habitual do genial Gould.

Two-Part Inventions and Three-Part Sinfonias (Inventions) BWV 772-801

01 – Inventio 1 in C Major (BWV 772)
02 – Sinfonia 1 in C Major (BWV 787)
03 – Inventio 2 in C Minor (BWV 773)
04 – Sinfonia 2 in C Minor (BWV 788)
05 – Inventio 5 in E-flat Major (BWV 776)
06 – Sinfonia 5 in E-flat Major (BWV 791)
07 – Inventio 14 in B-flat Major (BWV 785)
08 – Sinfonia 14 in B-flat Major (BWV 800)
09 – Inventio 11 in G Minor (BWV 782)
10 – Sinfonia 11 in G Minor (BWV 797)
11 – Inventio 10 in G Major (BWV 781)
12 – Sinfonia 10 in G Major (BWV 796)
13 – Inventio 15 in B Minor (BWV 786)
14 – Sinfonia 15 in B Minor (BWV 801)
15 – Inventio 7 in E Minor (BWV 778)
16 – Sinfonia 7 in E Minor (BWV 793)
17 – Inventio 6 in E Major (BWV 777)
18 – Sinfonia 6 in E Major (BWV 792)
19 – Inventio 13 in A Minor (BWV 784)
20 – Sinfonia 13 in A Minor (BWV 799)
21 – Inventio 12 in A Major (BWV 783)
22 – Sinfonia 12 in A Major (BWV 798)
23 – Inventio 3 in D Major (BWV 774)
24 – Sinfonia 3 in D Major (BWV 789)
25 – Inventio 4 in D Minor (BWV 775)
26 – Sinfonia 4 in D Minor (BWV 790)
27 – Inventio 8 in F Major (BWV 779)
28 – Sinfonia 8 in F Major (BWV 794)
29 – Inventio 9 in F Minor (BWV 780)
30 – Sinfonia 9 in F Minor (BWV 795)

Glenn Gould – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP

Bach (1685 – 1750): Algumas Partitas; Beethoven (1770 – 1827): Concerto para Piano No. 4 – Claudio Arrau, piano – OSRB & Leonard Bernstein ֎

Bach (1685 – 1750): Algumas Partitas; Beethoven (1770 – 1827): Concerto para Piano No. 4 – Claudio Arrau, piano – OSRB & Leonard Bernstein ֎

Bach: Partitas 

Beethoven: Concerto para Piano No. 4

Claudio Arrau, piano

Orquestra da Rádio Bávara

Leonard Bernstein

Claudio Arrau (1903 – 1991)

(Homenagem pelos 120 Anos de Nascimento)

O olhar que ele me lançou quando cheguei (atrasado) para a entrevista com o pessoal do PQP Bach

Esta postagem é uma homenagem a Claudio Arrau, que nasceu há 120 anos, no dia 7 de fevereiro de 1903. Entre os muitos espetaculares pianistas do século passado, Claudio Arrau destaca-se pela maneira como colocou totalmente à disposição da música toda sua imensa habilidade, todo seu virtuosismo. Era possuidor de uma técnica monumental que nunca usava para exibir-se, uma memória extraordinária, que lhe permitiu apresentar obras completas de grandes mestres em poucos recitais, concentrados em curtos períodos.

Mesmo assim era modesto e preocupava-se constantemente em aprimorar sua arte. Particularmente reveladora é a história contada por Alain Lompech, jornalista e crítico de música francês. Arrau, já com quase 90 anos, visitava Paris e pediu a Lompech que arranjasse um encontro com o pianista Vlado Perlemuter. Arrau deveria gravar a suíte Miroir, de Ravel, e gostaria de tocá-la para Perlemuter e trabalhar um pouco com ele, pois ouvira a sua interpretação dessa obra em Londres e ficara muitíssimo impressionado.

Fantasiado de Mandrake

Claudio Arrau deixou um imenso legado de gravações e para nossa sorte, muitas em excelente qualidade, como as que fez para a Philips. Essa quantidade de opções na verdade tornou minha tarefa de escolher algo representativo, porém não tão óbvio (como as muitas peças de Liszt e Chopin) relativamente difícil.

A minha primeira escolha caiu nos dois primeiros discos de uma coleção lançada pela Philips, chamada ‘The Final Sessions’. Com o advento da tecnologia digital, a gravadora estava fazendo novas gravações com o pianista, escolhendo peças de seu vasto repertório. Essa particular coleção reuniu o que se imagina que foram seus últimos esforços. Nela temos quatro das seis Partitas que Bach escreveu para teclado, mais peças de Beethoven, Schubert e Debussy. Escolhi as peças de Bach por serem as que tenho visto com menos frequência entre as suas gravações disponíveis. Além disso, há notícias de que na década de 1930 ele teria tocado em 12 concertos toda a obra para teclado de Bach.

A cara que ele fez quando tocamos na história do Glenn Gould…

Arrau foi também um intérprete por excelência da obra para piano de Beethoven, com destaque especial para o Concerto para piano No. 4. Há duas gravações em estúdio, para a Philips, de todos os concertos para piano de Beethoven, mas pensando neste momento especial, escolhi uma gravação feita ao vivo, no Deutsches Museum, em Munique, em 1976. Nesta gravação, Arrau foi acompanhado pela Orquestra da Rádio Bávara, regida por Leonard Bernstein. Além do concerto, o disco trás em sua primeira faixa a Abertura Leonora No. 3. Esta gravação já estava comigo há algum tempo, recebida que foi do generoso e sempre solícito Conde Vassily…

Como Claudio Arrau quase se tornou Glenn Gould!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

CD1

Partita No. 2 em dó menor, BWV826

  1. Sinfonia (Grave adagio – Andante)
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Rondeaux
  6. Capriccio

Partita No. 1 em si bemol maior, BWV825

  1. Praeludium
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Menuet I & II
  6. Giga

CD2

Partita No. 5 em sol maior, BWV829

  1. Praeambulum
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Tempo di minuetto
  6. Passepied
  7. Gigue

Partita No. 3 em lá maior, BWV827

  1. Fantasia
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Burlesca
  6. Scherzo
  7. Gigue

Claudio Arrau, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 257 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 211 MB

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Abertura ‘Leonora No. 3’, op. 72a

  1. Abertura

Concerto para Piano No. 4 em sol maior, Op. 58

  1. Allegro moderato – Cadenza: Ludwig van Beethoven
  2. Andante con moto
  3. Rondo (Vivace) – Cadenza: Ludwig van Beethoven

Claudio Arrau, piano

Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks

Leonard Bernstein

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 200 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 116 MB

Lenny até deixou a barba crescer para a ocasião

 

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

 

Time Traveler’s Suite

Inon Barnatan

 

 

 

Este interessantíssimo disco para piano solo é interpretado pelo estreante aqui no blog (pelo menos como solista) – Inon Barnatan – distingue-se por seu programa não usual.

Sala de gravação do disco…

O título, Time Traveler’s Suite (Suíte do Viajante do Tempo), indica que teremos uma sequência de peças – talvez inspiradas em danças – mas que foram colecionadas ao longo de uma jornada, não linear, no tempo.

Pode parecer estranho, peças de períodos diferentes e compositores diferentes, colocadas uma depois da outra, mas o resultado é surpreendente, gostei de ouvir todo o disco. A viagem começa na geração dos compositores que nasceram em 1685 com uma das Toccatas de Bach, seguida de uma deliciosa Allemande da Quinta Suíte de Handel. A próxima parada da nave-ampulheta de Inon é em Paris, com o ponteiro ainda marcando um passado mais distante. Duas peças dos grandes compositores franceses para teclado – uma Courante de Rameau e de François Couperin a peça chamada Atalanta.

Depois desses mestres do barroco, Barnatan regula seu ponteiro para avançar até o século XX, chegando a uma das composições de Ravel – o Rigaudon da sua suíte Tombeau de Couperin, que ele escreveu durante a Primeira Guerra tanto para reverenciar o seu colega antecessor como para homenagear os amigos cujas vidas foram perdidas na guerra.

Inon avistou de sua escotilha a TARDIS, do Dr. Who…

A viagem segue e a próxima parada é na Londres de nossos dias – composição de Thomas Adès, Blanca Variations, uma espetacular peça para piano de uns seis minutos que é a um tempo inovadora, com sonoridades belíssimas, mas que também tem um olhar voltado para a música do passado. E depois disso, vamos com o pianista até a Hungria da metade do século XX, agora com duas peças de um conjunto composto por György Ligeti, chamado Musica Ricercata. Aqui ouvimos as Décima e Décima Primeira peças, mas em ordem retrógrada. Essa diversidade toda evidencia a técnica e as habilidades ao piano de Inon Barnatan. E como a última peça de Ligeti é compatível com a próxima parada, agora a Fuga composta como último movimento da Sonata para Piano que Samuel Barber compôs para o pedido de Volodya Horowitz, o mais virtuoso dos pianistas.

Para terminar a viagem e o programa, o pianista escolheu a integral das Variações Handel, de Brahms, outro compositor que reverenciava a música do passado.

O disco é recente e a produção é excelente!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata in E minor, BWV914
  1. Toccata

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Suite em mi maior, HWV 430 – ‘The Harmonious Blacksmith’
  1. Allemande

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

Suíte em lá menor das “Nouvelles suites de pièces de clavecin (c1729–30)”
  1. Courante

François Couperin (1668 – 1733)

Pièces de clavecin II: Ordre 12ème em mi maior
  1. L’Atalante

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Le Tombeau de Couperin
  1. Rigaudon. Assez vif “Piere & Pascal Gaudin”

Thomas Adès (nascido em 1971)

Blanca Variations
  1. Variações

György Ligeti (1923 – 2006)

Musica Ricercata
  1. 11, Andante misurato e tranquillo “Girolamo Frescobaldi”
  2. 10, Vivace. Capriccioso

Samuel Barber (1910 – 1981)

Sonata para Piano, Op. 26
  1. Fuga. Allegro con spirito

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Variações e Fuga sobre um tema de Handel, Op. 24
  1. Variações e Fuga

Inon Barnatan, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 194 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Inon Barnatan

On his third PENTATONE album Time Traveler’s Suite, pianist Inon Barnatan redefines our notions of the suite by taking us on a journey through time and space, from Baroque pieces by Bach, Handel, Rameau and Couperin to more recent works by Ravel, Barber, Adès and Ligeti. The program culminates in Brahms’s ingenious Variations and Fugue on a Theme by Handel. Inon Barnatan is one of the most admired pianists of his generation (New York Times). His complete recordings of Beethoven’s piano concertos together with the Academy of St Martin in the Fields and Alan Gilbert were released on PENTATONE in 2019 and 2020.

Barnatan plays with delightful alertness of phrasing and his ornamentation is sublimely executed. Some musical transitions work better than others, and I did wonder whether all of the Baroque works needed to be bunched at the start…Still, I love the concept, and anything that can so effectively and seamlessly bring old and new together is very welcome. BBC Music Magazine

Barnatan is palpably in his element [in the Barber], with a real clarity to his thinking and a whole range of colours and shadings from the most delicate pianissimos to stomping fortissimos…Barnatan is utterly at home in the midst of counterpoint. He’s beautifully recorded too. A winner! Gramophone

Aproveite!

René Denon

Inon chegando para mais uma seção de gravação…

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Retrospectiva

2022

Mais uma vez a Terra está a completar uma volta em sua órbita celeste e nos aproximamos do fim deste peculiar ano de 2022. Alguns ciclos se completam, outros estão a vir, já anunciados. É um bom momento para, como Janus, olharmos para trás, considerando o que foi feito e desejarmos o que está chegando. Eu estou tentando criar espaço no presente para receber o que o futuro trará.

Passei em revista minha atividade no blog, entre 1 de dezembro de 2021 e 30 de novembro de 2022. Este ano não tive energia para verificar todas as publicações e limitei às que resultaram de meus próprios esforços. Estas postagens refletem meu envolvimento com música, que posso observar, é grande. Algumas delas foram fáceis de preparar, vindas de alguma boa inspiração, outras demandaram mais estudo e dedicação, mas todas me deram bastante prazer, ao longo do caminho. Prazer em ouvir a música, de eventualmente comparar com outras interpretações ou de seguir as direções que ela me apontava. Prazer também em burilar o texto, em catar as ilustrações e depois esperar que elas surgissem, no blog. Esperar os aguardados comentários, estes mais parcos do que eu gostaria. De qualquer forma, os que recebi ao longo deste período me pareceram sinceros e foi gratificante lê-los.

Olhar estas postagens mais uma vez me fez pensar o quanto é importante valorizar o tempo, que ouvir música demanda tempo. Talvez seja por isso que alguns de nós se agarre a um repertório mais restrito, voltando sempre aos mesmos intérpretes. Eu sou por demais curioso para isso, o que me força a constantemente abrir mão desse tipo de segurança, abrindo espaço para as novidades.

Neste período fiz 64 postagens e acabei selecionando uma playlist entre as peças que considerei representativas do total. Caso você tenha o tempo de ouvir, poderá se interessar em visitar a correspondente postagem e descobrir algumas outras novidades.

Três dessas postagens selecionadas são de nosso padroeiro, São Sebastião Ribeiro. Uma gravação estalando de nova das seis sonatas para cravo e violino, com o violinista Andoni Mercero e o cravista Alfonso Sebastián; um disco com cantatas para baixo interpretadas pelo (jovem) David Greco, acompanhado pelo Luthers Bach Ensemble, sob a direção de Tymen Jan Bronda; uma outra gravação (plena de reflexões feitas durante o afastamento social resultado da pandemia) das seis (maravilhosas) suítes para violoncelo pelo jovem e talentoso Bruno Philippe.

Duas postagens refletem essa minha busca por novidades. Assim, na minha playlist de Retrospectiva 2022 há duas peças que conheci este ano e que me impressionaram: num deles, o Concerto para Piano de Sir Michael Tippett, interpretado pelo veterano pianista Howard Shelley, com a Bournemouth Symphony Orchestra, regida pelo (late) Richard Hickox, num disco do selo Chandos, inglês em todas as instâncias; no outro, o Cantus Articus do compositor finlandês Einojuhani Rautavaara. A peça Cantus Articus foi a que me motivou investigar a música de Rautavaara e o disco também traz a sua Sinfonia No. 7 e o Concerto para flautas.

O repertório de música francesa dos séculos 19 e 20 aparece sempre nas minhas postagens e um exemplo é este disco de músicos poloneses (ótimos) tocando lindas peças de câmara com instrumentos de sopros, o Gruppo di Tempera. Veja o discreto charme deste La chaminée du roi René, de Darius Milhaud.

Outro exemplo é o disco Exotisme, sonorités pittoresques, com peças para piano solo ou a quatro mãos, interpretadas pelos ótimos Ludmilla Guilmaut e Jean-Noël Dubois. Uma mescla de música de compositores mais conhecidos com música de compositores que recebem menos exposição e que merecem maior divulgação. Muita alegria, charme e beleza, como num lindo buque de flores.

Cantores também me interessam muito e adorei ter conhecido o trabalho da mezzo-soprano Elisabeth Kulman cantando algumas canções de Mahler, acompanhada por um pequeno conjunto de músicos com o sugestivo nome Amarcord Wien.

Muito trabalho me deu a postagem das 40 árias, que passou incólume pelos nossos leitores. Muito trabalho, uma vez que ópera é um gênero musical que eu conheço pouco, mas muito prazer também em descobrir um pouco o sentido de tão belos momentos musicais. Para esta Retrospectiva 2022 escolhi algumas das árias que considerei mais emblemáticas. Entre elas Casta Diva, da ópera Norma, composta por Bellini, e Vissi d’arte, de Tosca, composta por Puccini.

Uma grata surpresa neste ano foi a descoberta da música para piano de Radamés Gnattali, num disco primoroso. O intérprete Luís Rabello é sobrinho do violonista Raphael Rabello e ótimo pianista.

Para completar essa retrospectiva, não poderia deixar de mencionar mais música barroca. Escolhi algumas sonatas de Scarlatti, parte da postagem de um disco da espetacular pianista Zhu Xiao-Mei e uma postagem dedicada ao Opus 3 de Vivaldi, pelo Concerto Italiano, sob a direção de Rinaldo Alessandrini. Esta coleção tem de especial o fato de que os concertos de Vivaldi estarem entremeados com algumas das suas transcrições feitas por Bach.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonata No. 6 em sol maior, BWV1019
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Adagio
  5. Allegro

Andoni Mercero, violino

Alfonso Sebastián, cravo

Cantata BWV 82 ‘Ich habe genug’
  1. Ich habe genug
  2. Ich habe genug! Mein Trost ist nur allein
  3. Schlummert ein, ihr matten Augen
  4. Mein Gott! Wann kömmt das schöne
  5. Ich freue mich auf meinen Tod

David Greco, baixo

Joanna Huszcza, violino

Amy Power, oboé

Luthers Bach Ensemble

Tymem Jan Bronda

Suíte para Violoncelo No. 6 in D major, BWV1012
  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavottes I & II
  6. Gigue

Bruno Philippe, violoncelo

Michael Tippett (1905 – 1998)

Concerto para Piano e Orchestra
  1. I Allegro non troppo
  2. II Molto lento e tranquilo
  3. III Vivace

Howard Shelley, piano

Bournemouth Symphony Orchestra

Richard Hickox

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205
  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano
Agata Igras-Sawicka, flauta
Sebastian Aleksandrowicz, oboé
Adrian Janda, clarinete
Artur Kasperek, fagote
Tomasz Bińkowski, trompa

Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Ging heut morger übers Feld – Mahler (Lieder eines fahrenden Gesellen)
  2. Ich atmet’ einen linden Duft – Rückert-Lieder
  3. Blicke mir nicht in die Lieder – Rückert-Lieder
  4. Liebst du um Schönheit – Rückert-Lieder
  5. Adagietto – 4 movimento da Quinta Sinfonia

Elisabeth Kulman, mezzo-soprano

Amarcord Wien:

Tommaso Huber, acordeão

Sebastian Gürtler, violino

Michael Williams, violoncelo

Gerhard Muthspiel, contrabaixo

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016)

Cantus Arcticus, Op. 61 (Concerto para Pássaros e Orquestra)
  1. Suo (Pântano)
  2. Melankolia
  3. Joutsenet muuttavat (Cisnes migrando)

Sinfonia Lahti

Osmo Vänskä

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

40 Best Arias

  1. Bellini- Norma – Casta Diva – Maria Callas
  2. Verdi- Rigoletto – La Donna E Mobile – Richard Leech
  3. Bizet- Carmen – Habanera – ‘L’amour Est Un Oiseau Rebelle – Julia Migenes
  4. Bizet- Carmen – Flower Song – Placido Domingo
  5. Offenbach- Les Contes d’Hoffmann – Barcarolle – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  6. Mozart- Don Giovanni – Dalla Sua Pace – [Don Ottavio] – Hans-Peter Blochwitz
  7. Delibes- Lakme – Flower Duet – [Lakme, Mallika]) – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  8. Verdi- La Traviata – Brindisi- Libiamo Ne’Lieti Calici – Neil Schicoff & Edita Gruberova
  9. Puccini- La Boheme – Che Gelida Manina [Rodolfo]) – Jose Carreras
  10. Puccini- La Boheme – Si. Mi Chiamano Mimi – Barbara Hendricks
  11. Puccini- Tosca – Vissi D’arte’ [Tosca] – Kiri Te Kanawa
  12. Puccini- Tosca – E Lucevan Le Stelle [Cavaradossi] – Placido Domingo
  13. Gluck- Orphee Et Eurydice – J’ai Perdu Mon Eurydice – Susan Graham
  14. Rossini- La Cenerentola – Non Piu Mesta [Angiolina] – Jennifer Larmore

Radamés Gnattali (1906 – 1988)

  1. Rapsódia Brasileira
  2. Poema de Fim de Tarde
  3. Manhosamente
  4. Uma rosa para o Pixinguinha

Luís Rabello, piano

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em mi maior, K. 531 (L. 430)
  2. Sonata em si menor, K. 87 (L. 33)
  3. Sonata lá maior, K. 533 (L. 395)
  4. Sonata em ré menor, K. 32 (L. 423)
  5. Sonata em lá maior, K. 39 (L. 391)

Zhu Xiao-Mei, piano

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 8 for 2 Violins in A Minor, Op. 3, RV 522
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for organ after RV 522 in A Minor, BWV 593
  1. [Allegro]
  2. Adagio
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 10 for 4 Violins in B Minor, Op. 3, RV 580
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for 4 Harpsichords after RV 580 in A Minor, BWV 1065
  1. [Allegro]
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto Italiano

Rinaldo Alessandrini, cravo e regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 681 MB

Assim, mantendo ainda viva a memória da música que nos alegrou no ano que passou, voltamos os planos e as expectativas para este ano novo.

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Das wohltemperierte Klavier, livro I – Pierre Hantaï [O Teclado bem Temperado, 300 anos] #WTC300

Das Wohltemperirte Clavier
oder
Præludia, und
Fugen durch alle Tone und Semitonia,
so wohl tertiam majorem oder Ut Re Mi anlan-gend, als auch tertiam minorem oder Re
Mi Fa betreffend. Zum
Nutzen und Gebrauch der Lehrbegierigen
Musicalischen Jugend, als auch derer in diesem stu-
dio schon habil seyenden besonderem
Zeitvertreib auffgesetzet
und verfertiget von
Johann Sebastian Bach.
p.t. Hochfürstlich
Anhalt-Cöthenischen Capel-
Meistern und Di-
rectore derer Camer Mu-
siquen
Anno 1722. 
ooOoo


[“O Teclado bem Temperado, ou Prelúdios e fugas através de todos os tons e semitons, tanto sobre terças maiores ou Dó Ré Mi, quanto sobre terças menores ou Ré Mi Fá. Idealizado e preparado para o benefício e uso da juventude musical ávida por aprender, bem como para o passatempo dos já qualificados neste estudo, por Johann Sebastian Bach, pro tempore Mestre de Capela da Corte Principesca de Anhalt-Cöthen e Diretor de sua Música de Câmara. Ano 1722″]


Em 1722, o príncipe Leopold de Anhalt-Cöthen, patrão de Bach e melômano inveterado, casou-se com uma senhora pouquíssimo afeita às artes, e o Demiurgo da Música, talvez já ouvindo chiar a banha em que seria frito, resolveu buscar novos rumos para si e sua já numerosa prole. Seu próximo emprego, como sabemos,  seria o de Thomaskantor em Leipzig e o último de sua vida, e enquanto iniciava as tratativas para a mudança e lidava com a ocupadíssima rotina de compor e ensaiar música instrumental para o recém-casado empregador, nosso incansável herói achou tempo para trazer a público uma coleção de vinte e quatro prelúdios e fugas, em todas tonalidades maiores e menores, muitos dos quais composições anteriores retrabalhadas, transportas e expandidas, sob o título que todos já conhecemos, e que doravante preferirei, de maneira talvez antipática, provavelmente purista, mas sem dúvidas atenta ao original, chamar de “O Teclado bem Temperado”, ou TbT (e notem que, se daqui por diante eu usarei o termo “publicação”, esta foi tão só no sentido de torná-la pública, pois a obra seria conhecida somente por manuscritos, entusiasticamente copiados e compartilhados tanto por diletantes quanto por mestres, até seu encontro com a prensa, mais de meio século depois).

2022, por sua vez, e entre tantas outras coisas, marca tanto o tricentenário da publicação do primeiro volume d’O TbT quanto meu descalabro em deixar para o apagar das luzes do ano minha postagem alusiva à efeméride. Poderia alegar, como contribuinte cada vez mais bissexto deste blog, a estafa decorrente da devoção à mais sensacional das octogenárias – ou, como todo brasileiro, os paraefeitos do tremendo moedor de carne que se tornou respirar neste covidári…, er, atribulado país. Mas, nah: ninguém ligará para isso, muito menos para mim, e quiçá ninguém mesmo me lerá antes de 2023 – nem eu próprio, elevado que estarei à mesosfera pelo simples fato de despertar num Brasil em que ser boçal, racista e misógino (para deixar por pouco) não será mais política de Estado. Assim, enquanto os deixo na companhia de Pierre Hantaï, esse Midas do cravo que parece saído duma pintura de El Greco e cujo som maravilhoso conjura truques e feitiços de que ninguém mais parecer capaz em seu instrumento, faço-lhes a frouxa, inda que sincera, promessa de inaugurar com essa postagem uma série dedicada ao que de mais melífluo e significativo a discografia d’O TbT trouxe aos embrutecidos ouvidos do homem – e tão genuína quanto será minha alegria por encontrar, vivo, a primeira luz de 2023.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Das wohltemperierte Klavier (O Teclado Bem Temperado), Prelúdios e Fugas sobre todas as tonalidades maiores e menores, Primeiro Livro, BWV 846-869

01-02 – Prelúdio e Fuga em Dó maior, BWV 846
03-04 – Prelúdio e Fuga em Dó menor, BWV 847
05-06 – Prelúdio e Fuga em Dó sustenido maior, BWV 848
07-08 – Prelúdio e Fuga em Dó sustenido menor, BWV 849
09-10 – Prelúdio e Fuga em Ré maior, BWV 850
11-12 – Prelúdio e Fuga em Ré menor, BWV 851
13-14 – Prelúdio e Fuga em Mi bemol maior, BWV 852
15-16 – Prelúdio e Fuga em Mi bemol menor, BWV 853
17-18 – Prelúdio e Fuga em Mi maior, BWV 854
19-20 – Prelúdio e Fuga em Mi menor, BWV 855
21-22 – Prelúdio e Fuga em Fá maior, BWV 856
23-24 – Prelúdio e Fuga em Fá menor, BWV 857
25-26 – Prelúdio e Fuga em Fá sustenido maior, BWV 858
27-28 – Prelúdio e Fuga em Fá sustenido menor, BWV 859
29-30 – Prelúdio e Fuga em Sol maior, BWV 860
31-32 – Prelúdio e Fuga em Sol menor, BWV 861
33-34 – Prelúdio e Fuga em Lá bemol maior, BWV 862
35-36 – Prelúdio e Fuga em Sol sustenido menor, BWV 863
37-38 – Prelúdio e Fuga em Lá maior, BWV 864
39-40 – Prelúdio e Fuga em Lá menor, BWV 865
41-42 – Prelúdio e Fuga em Si bemol maior, BWV 866
43-44 – Prelúdio e Fuga em Si bemol menor, BWV 867
45-46 – Prelúdio e Fuga em Si maior, BWV 868
47-48 – Prelúdio e Fuga em Si menor, BWV 869

Pierre Hantaï, cravo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Vassily

J. S. Bach (1685-1750) / Sofia Gubaidulina (1931): Violin Concertos / In Tempus Praesens (Mutter)

J. S. Bach (1685-1750) / Sofia Gubaidulina (1931): Violin Concertos / In Tempus Praesens (Mutter)

Não há lei que obrigue os “historicamente desinformados” a serem ruins. Este disco, todo com instrumentos atuais, me causou enorme prazer por ser diferente, original e bom. Fiquei impressionado com a abertura dele. A execução de dois famosos e muito interpretados concertos de Bach foi uma lufada de ar fresco. A unidade entre solista e conjunto mostra uma precisão sem esforço e uma alma real. OK, é um romantismo pré-romântico, mas Mutter tem rara sensibilidade. A música canta. O Concerto de Gubaidulina é envolvente, tem lindos momentos e poderá fascinar muitos daqueles que não têm amor à “nova música erudita”. Ela mostra um enorme acervo de timbres que são explorados ao longo dos 32 minutos do concerto, dividido em cinco movimentos sem pausa. Partindo do violino solo, com pequenas intervenções orquestrais, a música vai se abrindo em leque, cada vez com mais instrumentos. Tudo termina de novo na solista, desaparecendo sozinha num agudíssimo. Excelente disco!

J. S. Bach (1685-1750) / Sofia Gubaidulina (1931): Violin Concertos / In Tempus Praesens (Mutter)

Concerto For Violin, Strings And Continuo In A Minor, BWV 1041
Composed By – Johann Sebastian Bach
Orchestra – Trondheim Soloists*
Producer – Reinhild Schmidt
Soloist, Violin, Conductor – Anne-Sophie Mutter
(13:28)
1 – 1. (Allegro Moderato) 3:36
2 – 2. Andante 6:41
3 – 3. Allegro Assai 3:11

Concerto For Violin, Strings And Continuo In E Major, BWV 1042
Composed By – Johann Sebastian Bach
Orchestra – Trondheim Soloists*
Producer – Reinhild Schmidt
Soloist, Violin, Conductor – Anne-Sophie Mutter
(17:25)
4 – 1. Allegro 7:44
5 – 2. Adagio 7:11
6 – 3. Allegro Assai 2:30

In Tempus Praesens (2006/07)
7 Concerto For Violin And Orchestra
Composed By – Sofia Gubaidulina
Soloist, Violin – Anne-Sophie Mutter
Orchestra – London Symphony Orchestra*
Conductor – Valery Gergiev
Producer – Sid McLauchlan

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Quem não gosta de Anne-Sophie Mutter é mulher do padre, evidentemente.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Missa em Si Menor (Hengelbrock / Freiburger)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Missa em Si Menor (Hengelbrock / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande amigo, infelizmente já falecido, considerava esta obra de Bach como a maior realização do ser humano. Curiosamente esse amigo era ateu, não era ligado a nenhuma religião.  Era uma pessoa extremamente bondosa, e desconheço alguém que tenha feito alguma reclamação a seu respeito. Era admirado por todos. Tratava-se de pessoa cordata, sábia e que tinha uma grande bondade no coração, desconhecia a maldade. E um grande intelectual, extremamente culto e um dos maiores conhecedores da obra de Machado de Assis que tive a oportunidade de conhecer. Mas um belo dia um AVC o levou. Como morava sozinho, nunca casou, só foi encontrado dois dias depois dentro de seu apartamento.

Por que me lembrei dele? Porque mais ou menos nessa época, não sei precisar o dia, há seis anos, ele nos deixou. Uma legião de amigos ainda não se conforma. Para mim, ele viajou para o seu amado Rio Grande do Sul, para ficar novamente entre sua tão querida família e pode aparecer a qualquer momento. E ele amava essa Missa de Bach. No meio da bagunça dos  milhares de LPs, fitas cassetes e livros em que ele vivia, estava sempre em destaque o LP da gravação do Gardiner. Dizia que tinha de ouvi-lo ao menos uma vez por mês, pois aquela música como que o purificava, sentia-se mais leve, como se estivesse indo ao confessionário.  Se a ouvia num final de semana, sua semana começava melhor ainda. Curioso, né? O efeito que uma música pode ter sobre uma pessoa…  enfim, a vida da gente é um nada no mundo, como dizia o poeta. Mas temos de aproveitá-la da melhor forma possível, para não nos arrependermos depois de nossas escolhas.

Ouvindo essa gravação do Thomas Hengelbrock sinto-me como o meu amigo se sentia. Livre e leve. Poderia voltar á rotina estafante do serviço com um sorriso no rosto. Mas hoje é sábado, e não trabalho, nem amanhã. Portanto, vamos aproveitar o dia.

Voltando a falar dessa gravação, diria que está no mesmo nível da de Gardiner, para muitos a melhor já realizada. Mas a música de Bach está além de conceitos e gostos. Ela transcende e atinge a todos com tal força que ficamos como que paralisados. E creio que o mesmo ocorra com os intérpretes dessa gravação: foram como que possuídos pela força que ela emana e realizaram um trabalho notável. Não saberia dizer se é a melhor gravação da atualidade, afinal existem dezenas de gravações dela, mas com certeza está na minha lista das melhores.  O jovem Thomas Hengelbrock já realizou excelentes gravações em sua curta carreira e tem um futuro promissor pela frente.

Meu falecido amigo haveria de concordar comigo. Não preciso dizer que esta postagem é uma homenagem à ele, né?

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Missa em Si Menor (Hengelbrock / Freiburger)

CD1

1 Ester Teil. KYRIE. Chorus_ Kyrie eleison
2 Duetto (Soprano I & II)_ Christe eleison
3 Chorus_ Kyrie eleison
4 GLORIA. Chorus_ Gloria in excelsis Deo
5 Chorus_ Et in terra pax
6 Aria (Soprano)_ Laudamus te
7 Chorus_ Gratias agimus tibi
8 Duetto (Soprano & Tenor)_ Domine Deus
9 Chorus_ Qui tollis peccata mundi
10 Aria (Altus)_ Qui sedes ad dexteram patris
11 Aria (Basso)_ Quoniam tu solus Sanctus
12 Chorus_ Cum Sancto Spiritu

CD2

1 Zweiter Teil. CREDO. Chorus_ Credo in unum Deum
2 Chorus_ Patrem omnipotentem
3 Duetto (Soprano & Altus)_ Et in unum Deum
4 Chorus_ Et incarnatus est
5 Chorus_ Crucifixus
6 Chorus_ Et resurrexit
7 Aria (Basso)_ Et in Spiritum Sanctum
8 Chorus_ Confiteor
9 Chorus_ Et expecto
10 SANCTUS. Chorus_ Sanctus
11 Aria (Tenor)_ Benedictus
12 Doppel-Chorus_ Osanna
13 AGNUS DEI. Aria (Altus)_ Agnus Dei
14 Chorus_ Dona nobis pacem

Solistas do Balthasar-Neuman-Choir
Balthasar-Neumann-Choir
Freiburger Barockorchester
Thomas Hengelbrock – Conductor

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Thomas Hengelbrock explicando sua baita parceria com os Freiburger

FDPBach

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo / Concerto Triplo / Concerto para Órgão BWV 1059 (Koopman / ABO)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo / Concerto Triplo / Concerto para Órgão BWV 1059 (Koopman / ABO)

Em homenagem ao dia natalício de Johann Sebastian Bach! (Postagem original de 21 de março de 2012)
Os Concertos de Brandenburgo são uma das páginas mais famosas e importantes da música barroca, além do que é uma da obras mais populares do vasto material de Johann Sebastian Bach. Estes concertos foram compostos no período que vai de 1718 a 1721 e ficaram esquecidos após o ano de 1734. Somente no século XIX é que voltaram a ser explorados e tocados. São uma das obras mais belas de todos os tempos. Vale a pena ouvir e se entusiasmar. Existe várias outras gravações aqui no blog. Dessa vez, vamos com o holandês ton Koopman, um especialista em Bach. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos de Brandenburgo / Concerto Triplo / Concerto para Órgão BWV 1059 (Koopman / ABO)

CD1

Brandenburg concerto No. 1 in F major, BWV 1046
01. 1 (Without tempo indication)
02. 2 Adagio
03. 3. Allegro
04. 4. Menuetto – Trio I – Polacca – Trio II

Brandenburg concerto No. 3 in G major, BWV 1048
05. 1. (Without tempo indication)
06. 2. Adagio
07. 3. Allegro

Brandenburg concerto No. 2 in F major, BWV 1047
08. 1. (Without tempo indication)
09. 2. Andante
10. 3. Allegro assai

Triple Concerto, BWV 1044
11. I. Allegro
12. II. Adagio ma non tanto e dolce
13. III. Alla breve

CD2

Brandenburg concerto No. 4 in G major, BWV 1049
01. 1. Allegro
02. 2. Andante
03. 3. Presto

Brandenburg concerto No. 5 in D major, BWV 1050
04. 1. Allegro
05. 2. Affetuoso
06. 3. Allegro

Brandenburg concerto No. 6 in B flat major, BWV 1051
07. 1. (Without tempo indication)
08. 2. Adagio ma non tanto
09. 3. Allegro

Organ Concerto No. 8 in D minor, BWV 1059
10. I. Sinfonia
11. II. Aria
12. III. Sinfonia, presto

The Amsterdam Baroque Orchestra
Ton Koopman, condutor

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Koopman na época da gravação destes Brandenburgos.

Carlinus

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

Não foi com Bach que Anne Sofie von Otter fez suas primeiras aparições solo, mas ela tinha grande vivência com o compositor por ter participado, quando jovem, do Coro Bach de Estocolmo. “O maestro do Coro Bach naquela época era muito dinâmico e entusiasmado por Bach. Em seguida, surgiu Nikolaus Harnoncourt para nos conduzir nos motetos de Bach e também foi uma experiência maravilhosa. Foi um momento emocionante para os jovens como eu, que já se reuniam em torno do toca-discos para escutar suas novas gravações de Monteverdi, Bach e Mozart. Harnoncourt realmente foi a minha principal influência de Bach.”

“Depois de alguns anos, voltei a cantar bastante Bach, até participando de gravações com John Elliot Gardiner”, acrescenta, “mas depois eu coloquei de propósito sua música de lado, porque havia muito a explorar, principalmente na ópera. Portanto, este disco não chega a ser uma surpresa. Eu ouvi todas as Cantatas, Oratórios e Paixões e anotava aquilo que achava mais adequado à minha voz. Foi maravilhoso descobrir novas árias, mas ao invés de apenas solos vocais, decidi dividi-lo com movimentos puramente instrumentais. Quando o Concerto Copenhague apareceu no horizonte, comecei também a me aconselhar com Lars Ulrik, que acrescentou novas ideias”.

J. S. Bach (1685-1750): Árias com Anne Sofie von Otter

Cantata No.54: “Widerstehe doch der Sünde”, BWV54
1) Widerstehe doch der Sünde [6:17]

Cantata, BWV 197 “Gott ist unsere Zuversicht”
2 Aria: Schläfert aller Sorgen Kummer [7:54]

Cantata, BWV99
3) 5. Aria-Duet: Wenn des Kreuzes Bitterkeiten [2:50]

St. Matthew Passion, BWV 244
4) No.47 Aria (Alto): “Erbarme dich, mein Gott” [6:17]
Cantata No.30 “Freue dich, erlöste Schar”, BWV 30
5) 5. Aria: Kommt, ihr angefocht’nen Sünder [4:12]

Cantata No.35 “Geist und Seele wird verwirret”, BWV 35
6) 1. Sinfonia [5:17]

Cantata: “Wer mich liebet, der wird mein Wort halten” BWV 74
7) 7. Aria: Nichts kann mich erretten [5:30]

Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen Cantata, BWV 12
8. Sinfonia [2:19]

Mass in B minor, BWV 232
9) Agnus Dei [5:33]

Magnificat in D Major, BWV 243
10) Aria (Duet): “Et misericordia” [3:28]

Cantata, BWV 60 “O Ewigkeit, du Donnerwort”
11) 1. Duett: O Ewigkeit, du Donnerwort / Herr, ich warte [4:05]

Cantata, BWV117
12) 1. Sei Lob und Ehr dem höchsten Gut [3:20]

Anne Sofie von Otter
Baroque Concerto Copenhagen
Lars Ulrik Mortensen

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Partitas (Hewitt)

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Partitas (Hewitt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Angela Hewitt regravou estas obras de Bach. A nova gravação está AQUI. Divirtam-se neste e naquele post!

Esta postagem é de 2012… Devia estar totalmente sem tempo, porque apenas grudei abaixo um texto da Wikipedia.

As Partitas, BWV 825–830, são um conjunto de seis suítes de cravo escritas por Johann Sebastian Bach, e publicadas entre 1726 e 1730, em Leipzig, sob o título da primeira parte dos trabalhos publicados durante a sua vida, e que se chamaram: Clavierübung. Elas foram as últimas das suas suites compostas para teclado as outras sendo, as Seis Suites Inglesas, BWV 806-811 e as Seis Suites Francesas, BWV 812-817.

As partitas, que foram publicadas na primeira parte da publicação de quatro partes total do Clavierübung, durante a vida de Bach, são consideradas o sumo do exercício da técnica extrema da composição de Bach para o teclado.

Exatamente como as outras duas suites prévias, as francesas e as inglesas, todas as “Seis Partitas” seguem o esquema básico da suíte: “allemande-courantesarabanda e giga“. Neste esqueleto (cada uma possui variedade em seu próprio formato), primeiramente, colocando um movimento de abertura distinto (um prelúdio, uma sinfonia ou fantasia, ou mesmo uma abertura) que determinaria a cor e o temperamento de cada suite e, em seguida, pelas galantarias—danças opcionais—que ele adicionava opcionalmente nos finais das suítes. A variedade sempre aumenta mais em não colocar peças especificamente para danças, como um rondeau e burlesca, o que contribuiu muito para a continuidade da música e caráteres em cada suíte. Na “Partita nº2”, Bach escolheu um capríccio para colocar no final da giga.

Bach mistura, o que parece ser aleatoriamente, as tonalidades para cada grupo de partita, sendo elas “Si bemol Maior; do menor; lá menor; Ré Maior; Sol Maior; e mi menor.” Pelo menos assim parece ao primeiro olhar. Mas, olhando mais profundamente, a gente vê que Bach tem um esquema muito complexo, e ele escolhe expandir os intervalos para cima e para baixo, assim: 2ª (para cima), 3ª (para baixo), 4ª (cima), 5º (baixo), 6ª (cima) (isto é: de Sib a do menor é o intervalo de 2ª para cima; de do a lá menor, é o intervalo de 3ª para baixo; de lá a Ré, é 4ª (cima), assim por diante dando um caráter híbrido (crescendo) de dupla dimensão.

Bach, obviamente gostou desta experiência toda, pois nos próximos dez anos ele compôs e publicou em prestações, mais 3 coletâneas do Clavierübung (“livro para o cravo”)—o mais completo estudo explorando a arte dos instrumentos de teclado que já foi publicado dos compositores barrocos alemães.

J. S. Bach (1685-1750): As 6 Partitas

Disc: 1
1. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Praeludium
2. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Allemande
3. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Corrente
4. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Sarabande
5. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Menuet I – Menuet II – Menuet I da capo
6. Partita No. 1 In B Flat Major, BWV 825: Giga

7. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Sinfonia: Grave adagio – Andante – Allegro
8. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Allemande
9. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Courante
10. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Sarabande
11. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Rondeaux
12. Partita No. 2 In C Minor, BWV 826: Capriccio

13. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Ouverture – Allegro
14. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Allemande
15. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Courante
16. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Aria
17. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Sarabande
18. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Menuet
19. Partita No. 4 In D Major, BWV 828: Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Disc: 2
1. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Fantasia
2. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Allemande
3. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Corrente
4. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Sarabande
5. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Burlesca
6. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Scherzo
7. Partita No. 3 in A Minor BWV 827: Gigue

8. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Praeambulum
9. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Allemande
10. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Corrente
11. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Sarabande
12. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Tempo di Minuetta
13. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Passepied
14. Partita No. 5 in G Major BWV 829: Gigue

15. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Toccata – (Fugue)
16. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Allemande
17. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Corrente
18. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Air
19. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Sarabande
20. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Tempo di Gavotta
21. Partita No. 6 in E Minor BWV 830: Gigue

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Angela Hewitt, piano

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos para Violino (Podger)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Concertos para Violino (Podger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aí alguém se importa se for postada mais uma versão desses monumentos da literatura violinística? Ainda mais com uma grande especialista no repertório, Rachel Podger? E gravação esta que procurei como um alucinado quando soube de seu lançamento?

Os nossos mais fiéis e antigos leitores / ouvintes devem se lembrar de uma gravação dos concertos para cravo que postei há algum tempo atrás com o Pierre Hantaï, que me deixou maravilhado. Reconheço que o impacto desta gravação da Podger não foi tão grande num primeiro momento quanto aquela gravação do Hantaï. Mas temos de tirar o chapéu para esta excepcional instrumentista e pesquisadora do barroco. Ela arrisca e se dá muito bem. Começando pelo reduzido número de instrumentistas que a acompanham:apenas sete músicos, mas sete músicos especialistas neste repertório, e que Podger dirige com competência e talento.

Em tempo: Mestre Avicenna assoprou velinhas nessa última semana. Apesar de estar afastado do blog por motivos particulares, mantemos contato direto. Há algum tempo atrás ele se deu ao trabalho de mandar para alguns membros do blog cópias de um excepcional filme, ou mini-série se preferirem, do Fassbinder, e não nos cobrou nada por isso.

Dedico então esta postagem à sabedoria e generosidade deste grande intelectual com quem tenho o prazer de compartilhar este espaço.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Violin Concertos – Podger

01. Concerto in A Minor, BWV 1041 – 1. Allegro
02. 2. Andante
03. 3. Allegro Assai

04. Concerto in E Major, BWV 1042 – 1. Allegro
05. 2. Adagio
06. 3. Allegro Assai

07. Concerto in G Minor After BWV 1056 – 1. Allegro
08. 2. Largo
09. 3. Presto

10. Concerto in A Major After BWV 1055 – 1. Allegro
11. 2. Larguetto
12. 3. Allegro Ma Non Tanto

Brecon Baroque
Rachel Podger – Violin & Director

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Rachel Podger: mestra, mas uma mestra mesmo!
Rachel Podger: mestra, mas uma mestra mesmo!

FDP

JS Bach (1685 – 1750): Concerto Italiano e outras peças para teclado – Rafał Blechacz, piano ֎

JS Bach (1685 – 1750): Concerto Italiano e outras peças para teclado – Rafał Blechacz, piano ֎

JS BACH

Concerto Italiano BWV 971
Partita No. 1 BWV 825
Quatro Duetos BWV 802 – 805
Fantasia e Fuga BWV 944
Partita No. 3 BWV 827
Jesus, Alegria dos Homens (de) BWV 147

Rafał Blechacz, piano

Há já um bom tempo não tenho visto no blog um disco do tipo deste – a excelente música para teclado de nosso compositor mor interpretada em um grand piano!

Pois que num domingo pela manhã é esse tipo de música que vai bem, especialmente naqueles ensolarados.

Rafal explicando para o pessoal do PQP Bach que ainda gosta muito de tocar órgão…

Rafał Blechacz é mais conhecido como intérprete de Chopin, pois quando um polonês ganha o Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin, isso é o que ele faz de melhor. Ele foi o vencedor em 2005, mas está absolutamente à vontade neste repertório, pois que técnica não lhe falta e ele iniciou sua carreira musical interessado em órgão, instrumento que tocou por algum tempo. Sendo assim, quando passou a dedicar-se ao piano, levou junto o amor pela música de Bach.

O programa é ótimo, começando com o Concerto Italiano, sublimação das transposições para instrumentos de tecla dos concertos de Vivaldi que Bach tanto praticou. As Partitas são importantes na obra de Bach, fazendo parte de suas primeiras publicações. Intercaladas uma Fantasia e os Quatro Duetos. Para completar, a título de bis, a transcrição feita para piano por Dame Myra Hess do belíssimo coral que é cantado duas vezes na Cantata Herz und Mund und Tat und Leben.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto Italiano, BWV971

  1. (Allegro)
  2. Andante
  3. Presto

Partita No. 1 em si bemol maior, BWV825

  1. Prelude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Menuet I & II
  6. Gigue

Duetos Nos. 1-4, BWV802-805

  1. Dueto 1 em mi menor, BWV 802
  2. Dueto 2, em fá maior, BWV 803
  3. Dueto 3, em sol maior, BWV 804
  4. Dueto 4, em lá menor, BWV 805

Fantasia e Fuga em lá menor, BWV944

  1. Fantasia
  2. Fugue

Partita No. 3 em lá menor, BWV827

  1. Fantasia
  2. Allemande
  3. Corrente
  4. Sarabande
  5. Burlesca
  6. Scherzo
  7. Gigue

Cantata BWV147 ‘Herz und Mund und Tat und Leben’

  1. Jesus, Alegria dos Homens (Arr. Myra Hess para Piano)

Rafał Blechacz, piano

Gravado: 2016

Local da Gravação: Meistersaal, Berlin

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 215 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 154 MB

Blechacz is a superlative pianist – BBC Music Magazine

Celebrated by his Chopin awarded recordings and cited by critics as one of those talents that only come along every few decades – has now turned to Bach. The now 31-year-old winner of the 2005 International Chopin Piano Competition, has been immersed in Bach since his childhood and has cultivated a strikingly natural eloquence in his mature interpretations of the composer’s keyboard works.

Um lindo disco para manhãs de domingo, mas pode ser ouvido com muito prazer em outras ocasiões.

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Orquestrais (Dunedin Consort, John Butt)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Orquestrais (Dunedin Consort, John Butt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Por incrível que possa parecer, essas Suites Orquestrais de Bach pouco apareceram aqui no PQPBach. Estranho, não acham? Talvez pelo fato da obra de nosso pai musical ser tão extensa, e ficarmos focados por vezes apenas nas obras para teclado nos esqueçamos dessas imensas peças, verdadeiros monumentos da criação humana.

Essa gravação que ora vos trago é recente, 2022 mesmo, e é mais uma amostra da qualidade de interpretação do incrível conjunto ‘Dunedin Consort’, conjunto especializado em interpretações historicamente informadas, que é dirigido pelo ótimo John Butt. Tudo o que esses caras tocam vira ouro, e aqui não é diferente.

Nada de arroubos xiitas, como nosso saudoso Avicenna reclamava citando alguns grupos que não vem ao caso nomear, não, tudo aqui é devidamente pensado, analisado, estudado. Butt é uma fera nesse repertório, seja em suas gravações da obra coral, seja nas especificamente orquestrais. Fazia tempo que eu não ouvia a Ária da Quarta corda tão belamente interpretada, sem aqueles arroubos românticos que encontramos em algumas gravações.

Qual o poder da música de Bach que nos envolve com tanta força e energia? Cada novo disco que ouvimos com sua obra nos mostra o quão versáteis essas obras são. É um poço sem fundo, quanto mais escavamos mais possibilidades encontramos.

Mais um CD com o selo de qualidade ‘IM-PER-DÍ-VEL’ do PQPBach.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Suítes Orquestrais (Dunedin Consort, John Butt)

CD 1
01. Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 I. Ouverture
02. Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 II. Air
03. Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 III. Gavotte I – Gavotte II
04. Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 IV. Bourrée
05. Orchestral Suite No. 3 in D Major, BWV 1068 V. Gigue

06. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 I. Ouverture
07. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 II. Courante
08. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 III. Gavotte I – Gavotte II
09. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 IV. Forlane
10. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 V. Menuet I – Menuet II
11. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 VI. Bourrée I – Bourrée II
12. Orchestral Suite No. 1 in C Major, BWV 1066 VII. Passepied I – Passepied II

CD 2

01. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 I. Ouverture
02. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 II. Rondeau
03. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 III. Sarabande
04. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 IV. Bourrée I – Bourrée II
05. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 V. Polonaise & Double
06. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 VI. Menuet
07. Orchestral Suite No. 2 in B minor, BWV 1067 VII. Badinerie

08. Orchestral Suite No. 4 in D Major, BWV 1069 I. Ouverture
09. Orchestral Suite No. 4 in D Major, BWV 1069 II. Bourrée I – Bourrée II
10. Orchestral Suite No. 4 in D Major, BWV 1069 III. Gavotte
11. Orchestral Suite No. 4 in D Major, BWV 1069 IV. Menuet I – Menuet II
12. Orchestral Suite No. 4 in D Major, BWV 1069 V. Réjouissance

Dunedin Consort
John Butt – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

LINK ALTERNATIVO

John Butt, um cara legal

FDP

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para violino e cravo, BWV 1014 – 1019 – Andoni Mercero & Alfonso Sebastián ֎

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para violino e cravo, BWV 1014 – 1019  –  Andoni Mercero & Alfonso Sebastián ֎

J.S. Bach

Sonatas BWV 1014 – 1019

Andoni Mercero, violino

Alfonso Sebastián, cravo

 

Vinte quatro anos depois da morte de Johann Sebastian, CPE Bach escreveu: Os Trios com Teclado estão entre as melhores obras do meu querido falecido pai. Eles ainda soam muito bem e me dão muito prazer, mesmo tendo sido compostos há mais de cinquenta anos. Eles têm um número de adágios que não poderiam ter sido escritos de maneira tão cantante, caso tivessem sido compostas hoje.

Qual é o segredo destas maravilhosas peças, escritas por Bach há mais de trezentos anos? O (ótimo) livreto desta nova (e excelente) gravação dá uma boa pista: A escrita densa em estrito contraponto apresentada por estas sonatas está dentro da grande tradição alemã, mas a vitalidade, flexibilidade e o sentimento cantabile de suas linhas melódicas mostram a inconfundível estampa italiana. A genialidade de Bach estava em amalgamar o melhor de cada uma dessas diferentes abordagens musicais, talvez.

A história das Sonatas para cravo e violino remonta aos anos 1719 quando Bach trabalhava para o Príncipe Leopoldo na Corte de Cöthen e envolve a compra de um magnífico cravo. Mas a cópia mais antiga destas composições data de 1725 e foi feita pelo sobrinho de Bach, Johann Heirich, que era aluno de St. Thomas em Leipzig. A letra de Bach irrompe no manuscrito nos três últimos movimentos da Sexta Sonata, indicando que poderiam ter sido compostos neste período.

As peças foram revisadas em um outro manuscrito feito por Johann Friedrich Agricola, de 1741, e novamente, em 1750, agora num manuscrito feito pelo genro de Bach, Johann Christoph Altnickol, quando o título passou a ser Sechs Trios für Clavier und Violine.

Eu simplesmente adoro essas peças e não canso de ouvi-las. Já fiz algumas postagens com interpretações bastante diferentes delas aqui no blog e quando ouvi essa gravação, não tive dúvidas em fazer mais uma postagem.

Andoni Mercero e Alfonso Sebastián

Os nomes Andoni Mercero, Alfonso Sebastián e Eudora podem não ser muito conhecidos, mas deveriam, pois, tudo aqui é excelente. Mercero estudou violino em vários importantes centros musicais em Madri, Toronto, Berlim, Amsterdam. Atuou como membro e como solista nos principais grupos e orquestras especializados em práticas de época. Foi membro do Cuarteto Casals até pouco tempo e até toca viola… Alfonso Sebastián estudou piano e cravo inicialmente na Espanha e em Paris, com Patrick Cohen. Aperfeiçou-se também com grandes nomes como Gustav Leonhardt e Lars-Ulrik Mortensen. O selo independente Eudora tem sede em Madri e foi fundado pelo produtor e engenheiro de gravações Gonzalo Noqué, com o objetivo de capturar as melhores performances musicais com a melhor qualidade sonora possível. Se tomarmos este disco, que foi gravado na Igreja de San Miguel, em Doroca, Zaragoza, como amostra, podemos acreditar que eles são realmente excelentes.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonatas para Cravo e Violino, BWV 1014 – 1019

Sonata No. 1 em si menor, BWV1014

  1. Adagio; 2. Allegro; 3. Andante; 4. Allegro

Sonata No. 2 em lá maior, BWV1015

  1. Dolce; 6. Allegro; 7. Andante un poco; 8. Presto

Sonata No. 3 em mi maior, BWV1016

  1. Adagio; 10. Allegro; 11. Adagio ma non tanto; 12. Allegro

Sonata No. 4 em dó menor, BWV1017

  1. Largo; 2. Allegro; 3. Adagio; 4. Allegro

Sonata No. 5 em fá menor, BWV1018

  1. [sem indicação]; 6. Allegro; 7. Adagio; 8. Vivace

Sonata No. 6 em sol maior, BWV1019

  1. Allegro; 10. Largo; 11. Allegro; 12. Adagio; 13. Allegro

Andoni Mercero, violino

Alfonso Sebastián, cravo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 563 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 221 MB

Andoni Marcero

Aproveite!
René Denon

Bach (1685-1750): Pure Bach – Sonatas para violino e cravo – Rahel Maria Rilling & Johannes Roloff ֎

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para violino e cravo obbligato, BWV 1014-1019 – Chiara Banchini & Jörg-Andreas Bötticher

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para órgão (Szathmáry)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para órgão (Szathmáry)

Quem tem vivência com a vasta discografia de J. S. Bach, sabe que este é um disco que se repete. Ele inicia com a Tocata e Fuga BWV 565 e segue com alguns dos melhores lances do imenso órgão de papai Bach. No PQP, devemos ter mais de dez discos com este formato, mas como cansar deles? Este é mais um — é excelente! — e vem do charmoso húngaro Zsigmond Szathmáry. Provavelmente, a Tocata e Fuga em ré menor, BWV 565, foi composta aos 19 anos por Bach, em 1704. O mesmo vale para a Passacaglia, que deve ter sido escrita ente 1706 e 1713. Já a Fantasia e Fuga, BWV 542, pode ter sido composta separadamente durante o tempo de Bach em Köthen (1717-1723). Ou seja, todas estas obras não são do Bach velho e sim do jovem e já perfeitamente maduro. Um bom disco.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Peças para órgão (Szathmáry)

1 Toccata und Fuge d-moll, BWV565 8:51
2 Passacaglia und Fuge c-moll, BWV582 13:38
3 Fuge g-moll, BWV578 3:45
4 Phantasie und Fuge g-moll, BWV542 12:08

Drei Schübler-Choräle
5 ‘Wachet auf,ruft uns die Stimme’ BWV645 4:36
6 ‘Wo soll ich fliehen hin’ BWV646 1:53
7 ‘Wer nur den lieben Gott lässt walten’ BWV647 3:19

Zsigmond Szathmáry, Schnitger-Organ

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O indiscutível charme de Zsigmond Szathmáry

PQP