Avicenna foi ouvir os anjinhos in loco…

É muito difícil fazer uma nota como esta…
Hoje mais um membro deste irretocável blog infelizmente nos deixou. O Mestre Avicenna já tinha uma saúde bastante debilitada e não vinha postando há uns anos por conta até mesmo da própria dificuldade em fazê-lo.
Achava o Mestre que escrevia mal, e preferia transcrever o texto dos álbuns que postava. Isso fazia aos usuários-ouvintes do PQPBach imaginarem que era sério. Ah! Pura fachada! Eu (Bisnaga) o conheci pessoalmente em São Paulo e posso dizer que era uma das pessoas mais divertidas, irradiantes e inabaláveis com quem topei na minha vida. Não havia tempo ruim para ele.
Era absolutamente apaixonado pela Música Colonial e Imperial Brasileira – até criou essa categoria aqui – e postou quase tudo dessa linha, que o PQPBach hoje orgulhosamente ostenta como o maior acervo de música colonial do Brasil.  Tenho a total certeza que muitas pesquisas sobre esse tema nasceram aqui no blog e, para mim, o Mestre Avis tem um pezinho em todas elas.

Salve, véio! Vai fazer falta, viu…

Bisnaga e os amigos da equipe do PQPBach

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Ofício Fúnebre a Oito Vozes + Missa de Réquiem (1809) – Coro da OSESP

Pe. José Maurício Nunes Garcia
1767-1830, Rio de Janeiro, RJ

Coro da OSESP
dir. Carlos Alberto Figueiredo
Alessandro Santoro, órgão
Marialbi Trisolio, violoncelo

Ofício Fúnebre a Oito Vozes
Missa de Réquiem 1809
Abertura em Ré

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP, lançou o CD acima em 2017, para comemorar o 250º aniversário do nascimento do Padre José Maurício.

A gravação foi realizada somente com o Coro da OSESP sob a direção do maestro Carlos Alberto Figueiredo, autoridade em música sacra colonial brasileira, e apresenta a pouco conhecida Missa de Réquiem na versão 1809, pela primeira vez. A versão conhecida é a de 1816.

Uma novidade é o Selo Digital OSESP que “oferece música clássica para ouvir e baixar gratuitamente”, segundo o próprio site da OSESP, AQUI.

José Maurício 250
01. Abertura em Ré
02. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório I. – Credo Quod Redemptor Meus Vivit
03. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório II. – Qui Lazarum Resuscitasti
04. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório III. – Domine Quando Veneris
05. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório IV. – Memento Mei Deus
06. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório V. – Hei Mihi Domine
07. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VI. – Ne Recorderis Peccata Mea
08. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VII. – Peccantem Me Quotidie
09. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório VIII. – Domine Secundum Actum Meum
10. Ofício Fúnebre a Oito Vozes – Responsório IX. – Libera Me Domine
11. Missa de Réquiem (1809) – I. Introit and Kyrie
12. Missa de Réquiem (1809) – II. Gradual
13. Missa de Réquiem (1809) – III. Offertory
14. Missa de Réquiem (1809) – VI. Sanctus
15. Missa de Réquiem (1809) – V. Agnus Dei
16. Missa de Réquiem (1809) – VI. Communion

José Maurício 250
Pe. José Maurício Nunes Garcia
Coro da OSESP
dir. Carlos Alberto Figueiredo
Alessandro Santoro, órgão
Marialbi Trisolio, violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (link disponível)
MP3 | 256 KBPS | 126 MB

powered by iTunes 12.8.2 | 1 h 09 min

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Alma Latina: Les Routes de l’Esclavage – Hespèrion XXI, Savall

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Repostagem com novos links, agregando no arquivo o encarte completo (540 páginas), compartilhado pelo ilustre João Ferreira. Valeu, João!

Postagem marcando o retorno do Bisnaga, depois de quase dois anos sem postar

Eita! Jordi Savall e seu toque de Midas…
E como fazer de uma longa história de opressão e sofrimento uma coisa bela?

Savall já vem há alguns anos trabalhando com temas de música mais antiga e mais periférica para os domínios europeus: música cipriota, música armênia… Aqui o maestro e violista catalão avança pelo universo da África e o que a une à Europa e à América: infelizmente, a escravidão… Seguindo o rastro da maior imigração forçada da história, coleta aqui e ali relatos, leis, decretos, mostrando a visão oficial, e canções, ritmos e danças, apresentando o outro lado, o da resistência dos negros levados às colônias de todo o continente americano, episódio terrível da nossa história e da história de tantos povos desses três continentes ligados pela escravidão…

De um lado, o álbum trata dos horrores da escravidão:

Uma das grandes coisas que se vêm hoje no mundo, e nós pelo costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África continuamente estão passando a esta América. (…) Já se, depois de chegados, olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores, o que se viu nos dois estados de Jó é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os, como deuses; os senhores em pé, apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás, como imagens vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria. Oh! Deus! quantas graças devemos à fé que nos destes, porque ela só nos cativa o entendimento, para que à vista destas desigualdades, reconheçamos, contudo, vossa justiça e providência. Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem, como os nossos? Não respiram com o mesmo ar? Não os cobre o mesmo céu? Não os aquenta o mesmo sol? Que estrela é logo aquela que os domina, tão triste, tão inimiga, tão cruel? (Padre Antonio Vieira – Sermão Vigésimo Sétimo – trecho que é recitado, reduzido, na faixa 10)

… Do outro, a beleza que reside justamente na resistência (e talvez aqui esteja uma parte da resposta), na insistência dos povos africanos transplantados para as Américas e aqui misturados em suas etnias e credos, de celebrar a vida, de zombar dos patrões, de cantar a sua crença ou as crenças que forçosamente aprendeu. O álbum então se enche das misturas, das festas e das danças dos negros que chegaram aqui e dos que ficaram no continente natal, num envolvente colorido musical, tão bem lapidado e acabado, como era de se esperar das produções dirigidas pelo velho Savall.

É uma produção de vulto, patrocinada pela UNESCO: um verdadeiro livro multilígue de 540 páginas em francês, inglês, castelhano, catalão, alemão e italiano (eu escaneei os dados gerais e a parte em castelhano para vocês, já que não há texto em português, por ser a língua mais próxima da nossa e a Espanha ser o segundo país que mais acessa o PQPBach – ainda assim, deu 105 páginas!). Possui um DVD com filmagem do concerto e 2 CDs com os mesmos áudios (disponibilizo aqui os CDs). O encarte ainda traz, além das letras das músicas, pequenos artigos sobre o trabalho forçado escritos por antropólogos e sociólogos, uma cronologia do trabalho escravo no mundo e um Índice Global da Escravidão em 2016 da UNESCO. Informações ricas, importantes e chocantes sobre a realidade da servidão.

O resultado é grande, abrangente e muito equilibrado, com pesquisadores, musicólogos e músicos de França, Mali, Madagascar, México, Colômbia, Brasil (uhú!), Argentina, Venezuela e Espanha. O som é riquíssimo, como é a cultura africana, redondo: há um discurso muito bem alinhavado e coerente de cada récita para cada música. Enfim, um material de grandissíssima qualidade, que leva inexoravelmente o selo de IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ouça! Ouça ! Deleite-se!

Um teaser do álbum, pra vocês terem uma ideia:

Les Routes de l’Esclavage
As Rotas da Escravidão

Aristóteles (Estagira, Grécia, 384 a.C. – Cálcis, Grécia, 322 a.C.)
01. Recitado: 400 a.C. L’humanité est divisée en deux: Les maîtres et les esclaves.
Anônimo (Portugal)
02. Recitado: 1444. La 1ère cargaison africaine, avec 235 esclaves, arrive à l’Algarve
Tradicional (Mali)
03. Djonya (Introduction) Kassé Mady Diabaté voix
Mateo Flecha, el Viejo (Prades, Espanha, 1481 – Poblet, Espanha, 1553) / Tradicional (México), Son jarocho
04. La Negrina / Gugurumbé
Tradicional (Brasil – rec. por Lazir Sinval)
05. Vida ao Jongo (Jongo da Serrinha)
Fernando II de Aragão (Aragão, 1452 – Granada, 1516)
06. Recitado: 1505. Le roi Ferdinand le Catholique écrit une lettre à Nicolas de Ovando
Juan Gutierrez de Padilla (Málaga, Espanha, 1590 – Puebla, México, 1665)
07. Tambalagumbá (Negrilla à 6 v. et bc.)
Tradicional (Colômbia)
08. Velo que bonito (ou San Antonio)
Tradicional (Mali), canto griote
09. Manden Mandinkadenou
Padre Antônio Vieira (Lisboa, Portugal, 1608 – Salvador, BA – 1697)
10. Recitado: 1620. Les premiers esclaves africains arrivent dans les colonies anglaises. Sermões, 1661.
Tradicional (Brasil – rec. por Erivan Araújo)
11. Canto de Guerreiro (Caboclinho paraibano)
Tradicional (Mali)
12. Kouroukanfouga (instr.)
Richard Ligon (1585?-1662)
13. Recitado: 1657. Les musiques des esclaves. Histoire…de l’Île de la Barbade
Tradicional (México)
14. Son de la Tirana: Mariquita, María
Frei Felipe da Madre de Deus (Lisboa, Portugal, c.1630 – c.1690)
15. Antoniya, Flaciquia, Gasipà (Negro à 5)
Hans Sloane (Killyleagh, Irlanda, 1660 – Londres, 1753)
16. Recitado: 1661. Les Châtiments des esclaves. A voyage to the islands
Tradicional (Mali), canto griote
17. Sinanon Saran
Luís XIV (Saint-Germain-en-Laye, França, 1638 – Versalhes, França 1715)
18. Recitado: 1685. Le “Code Noir” promulgué par Louis XIV s’est imposé jusqu’à 1848
Roque Jacinto de Chavarría (Bolívia, 1688-1719)
19. Los Indios: ¡Fuera, fuera! ¡Háganles lugar!
Tradicional (ciranda – Brasil)
20. Saí da casa
Montesquieu (Brède, França, 1689 – PArias, França, 1755)
21. Recitado: 1748. De l’Esprit des lois. XV, 5: “De l’esclavage des nègres
Tradicional (Madagascar)
22. Véro (instrumental)
Tradicional (Colômbia)
23. El Torbellino
Juan de Araujo (Villafranca, Espanha, 1646 – Lima, Peru, 1712)
24. Gulumbé: Los coflades de la estleya
Escrava Belinda (Estado Unidos)
25. Recitado: 1782. Requête de l’esclave Belinda, devant le Congrès du Massachusetts
Tradicional (Mali), canto griote
26. Simbo
Tradicional (México), Son jarocho
27. La Iguana
Parlamento Francês
28. Recitado: 1848. Décret sur abolition de l’esclavage, dans toutes les colonies françaises
Anônimo (Codex Trujillo, Peru, século XVIII)
29. Tonada El Congo: A la mar me llevan
Tradicional (Brasil – rec. por Paolo Ró & Águia Mendes), maracatu e samba
30. Bom de Briga
Martin Luther King (Atlanta, Estados Unidos, 1929 – Memphis, Estados Unidos, 1968)
31. Recitado: 1963. “Pourquoi nous ne pouvons pas attendre
Tradicional (Mali), canto griote
32. Touramakan
Juan García de Céspedes/Zéspedes (Puebla, México, 1619 – 1678)
32. Guaracha: Ay que me abraso

França
Bakary Sangaré, voz (recitativos)
Mali
3MA
Kassé Mady Diabaté, voz
Ballaké Sissoko, kora
Mamami Keita, voz (coro)
Nana Kouyaté, voz (coro)
Tanti Kouiaté, voz (coro)
Madagascar
Rajery, valiha
Marrocos
Driss El Maloumi, alaúde
México / Colômbia
Tembembe Ensamble Continuo
Ada Coronel, vihuela, wasá e voz
Leopoldo Novoa, marimbol, marimba de chonta, triple colombiano e voz
Enrique Barona, vihuela, leona, jarana, quijada de caballo e voz
Ulisses Matínez, violon, vihuela, leona e voz
Brasil
Maria Juliana Linhares, voz
Zé Luís Nascimento, percussão
Argentina
Adriana Fernández, soprano
Venezuela
Iván García, voz
Espanha
   La Capella Reial de Catalunya
David Sagastume, contratenor
Víctor Sordo, tenor
Lluís Villamajó, tenor
Daniele Carnovich, baixo
   Hespèrion XXI
Pierre Hamon, flautas
Jean-Pierre Canihac, corneto
Béatrice Delpierre, chalémie
Daniel Lassalle, sacqueboute
Josep Borràs, dulciana
Jordi Savall, violas
Phillippe Pierlot, baixo de viola
Xavier Puertas, violon
Xavier Díaz-Latorre, teorba, guitarra romanesca e vihuela de mão
Andrew Lawrence-King, harpa barroco espanhola
Pedro Estevan, percussão
Jordi Savall, direção

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (FLAC) – (904Mb)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (MP3) – (530Mb)

Dança de escravos – Johann Moritz Rugendas (1802-1858)

Bisnaga

Revista Digital de Música Sacra Brasileira – RDMUSB

Captura de Tela 2018-03-06 às 22.21.28

A Revista Digital de Música Sacra Brasileira – RDMUSB é um periódico online e completamente gratuito que busca divulgar e promover o uso do rico e significativo repertório composto no Brasil para uso na liturgia da Igreja Católica Romana.

Estruturada em quatro publicações anuais, com temática variável conforme o tempo e o ano litúrgico, cada volume da RDMUSB apresenta cerca de cinco partituras, escolhidas entre arranjos e composições originais de autores brasileiros, e um artigo científico versando sobre temas afetos à música sacra.

Desta forma, a RDMUSB não só pretende suprir uma lacuna de publicações dedicadas à música sacra brasileira como também almeja fornecer um suplemento próprio para o seu vivo emprego na liturgia católica.

Captura de Tela 2018-03-06 às 22.35.25

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Rafael Carvalho de Fassio

COMISSÃO EDITORIAL

ÁREA CIENTÍFICA
Paulo Castagna (coord.)
Fernando Lacerda Simões Duarte

ÁREA MUSICAL
Roberto Rodrigues (coord.)
Bruno Tadeu Rodrigues Gomes
Diego Muniz Costa
Felipe Bernardo
Rafael Carvalho de Fassio

Captura de Tela 2018-03-06 às 22.16.44

EDIÇõES

A Revista Digital de Música Sacra Brasileira – RDMUSB é publicada quatro vezes ao ano, com volumes temáticos dedicados ao repertório de Advento e Natal, Quaresma e Páscoa, Tempo Comum e Solenidades e Festas de Nossa Senhora.

Além de opções para o próprio de cada tempo, os volumes reúnem também motetos eucarísticos, salmos e peças que podem ser aplicadas em vários momentos da liturgia ao longo do ano.

Na seção científica, cada exemplar contempla um breve artigo versando sobre temas afetos à música sacra. 

Captura de Tela 2018-03-06 às 22.21.50

Não perca! Já saiu o nº 1 e o nº 2! Vá visitar: https://www.rdmusb.org

Avicenna

Do Tempo do Império – Collegium Musicum da Rádio do MEC – 1968 (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2018-01-25 às 20.07.59

Do Tempo do Império

Collegium Musicum da Rádio do MEC

Maestro George Kiszely

1968

Fundado em dezembro de 1961 na Rádio M.E.C., o Collegium Musicum, a exemplo das entidades congêneres da Europa, constitui uma equipe de artistas destinada à prática  e à divulgação da música pura, consagrando-se de preferência aos autores da Renascença e do Barroco … bem, esse texto retirado parcialmente da capa do LP nos remete aos bons tempos em que no Brasil tentava-se ainda fazer algo em prol da Cultura. Caramba, o M.E.C. mantinha uma rádio que por sua vez mantinha uma orquestra e coro !!! 

Do Tempo do Império
Anônimo
01. Boleros – dança de origem espanhola do séc. XIX
Januário da Silva Arvelos (Rio de Janeiro, c. 1790 – c. 1844)
02. Donzela por piedade não pertubes
Anônimo
03. Si te adoro
04. Montenera
Padre Telles (Bahia, c.1800 – Rio de Janeiro, c.1860)
05. Eu não gosto de outro amor – lundú baiano
Anônimo
06. Gavotte
07. Caxuxa e Miudinho
Colhida em S. Paulo por Spix e Martius. Texto: Tomaz Antônio Gonzaga
08. Acaso são estes
Anônimo
09. Vem a meus braços
10. Sorongo – dança brasileira de salão, séc. XIX
Januário da Silva Arvelos (Rio de Janeiro, c. 1790 – c. 1844)
11. Que noites eu passo
Padre Telles (Bahia, c.1800 – Rio de Janeiro, c.1860)
12. Eu tenho no peito
Anônimo
13. Lundum

Do Tempo do Império – 1968
Collegium Musicum da Rádio do MEC
Maestro George Kiszely

soprano Priscilla Rocha Ferreira
flautista Lenir Siqueira
violoncelista Antonio de Pádua Guerra Vicente
cravista Clélia T. Ognibene

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 193 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 79 MB

powered by iTunes 12.7.2 | 30 min

LP digitalizado por Avicenna
LP cedido pelo monge Ranulfus. Não tem preço!!!!

.

Boa audição.

Avicenna
PS – Adendo do nosso leitor Nilton Maia: Só para relembrar, além do presente grupo (Collegium Musicum) e do coro e orquestra, que você com muita propriedade citou, a rádio possuía um conjunto que foi um dos precursores da Música Antiga no Brasil: o Conjunto de Música Antiga da Rádio MEC, liderado pelo violista (se não me engano, búlgaro) Borislav Tchorbov, e que tocou muitos anos na Orquestra Sinfônica Brasileira, Boris, como era carinhosamente chamado, era autoridade em Música Antiga e, no conjunto, tocava viola d’amore.
Pelo conjunto, que teve várias formações, passaram músicos de muita qualidade e, neste, praticamente começaram suas carreiras Helder Parente e Rui Wanderley. A primeira flautista foi uma das mestras mais eminentes da flauta doce no Brasil: a austríaca Helle Tirler.
Captura de Tela 2018-02-12 às 17.39.14

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

A gente tinha tudo para dar certo!

Avicenna

Orquestra Ribeiro Bastos: Festa de Passos + Encomendação das Almas (Acervo PQPBach)

bastos-v

Orquestra Ribeiro Bastos 

Festa de Passos 

Encomendação das Almas

 1984
Natural de São João Del Rei (MG), nasceu em 1834. Martiniano Ribeiro Bastos, violinista, foi discípulo e sucessor do Mestre Francisco José das Chagas, diretor do conjunto musical que atuava na Igreja de São Francisco de Assis.
.
Bastos assumiu a direção do conjunto musical da orquestra em 1859 e permaneceu à frente da corporação até o ano de seu falecimento. Como afirmou José Maria Neves em sua tese, “merece destaque sua extraordinária capacidade de trabalho e de liderança, tendo sido o responsável direto pela estruturação da corporação musical que dirigiu”. O atual diretor de patrimônio da Orquestra Ribeiro Bastos, o senhor Gabriel Ribeiro, em entrevista ao jornal local Gazeta de São João del Rey em 8 de dezembro de 2012, menciona o dado histórico de que a corporação era apelidada de Coalhada, pois: “somente pessoas de uma classe social melhor e de pele clara podiam fazer parte da orquestra”.
Como menciona os escritores Marília Scalzo e Celso Nucci, em seu livro Uma História de Amor à Musica – São João Del Rei – Prados – Tiradentes, durante os 52 anos à frente da orquestra que depois, em justa homenagem, receberia seu nome, Ribeiro Bastos organizou o grupo, ampliou sua área de atuação – não só com as cerimônias religiosas mas, também, com a participação em concertos e em espetáculos teatrais – e fez de sua casa uma escola de música. Entre seus muitos discípulos, destacam-se os irmãos compositores Firmino e Presciliano Silva, o violinista Jafé Maria da Conceição e os dois maestros que o sucederam na direção da Ribeiro Bastos, João Evangelista Pequeno (1867-1949) e Telêmaco Neves (1898-1950), este último pai da maestrina Maria Stella Neves Valle (1928-2013) e de José Maria Neves (1943-2002). 
.

Adotava como método o “aprender fazendo” dentro da orquestra, em que os mais velhos ensinavam aos mais novos – e que se mantém até hoje -, ele acolheu quem não podia estudar em escolas formais, fez de sua casa quase um abrigo para músicos, desenvolveu talentos e manteve a orquestra sempre cheia.Deve-se ao Mestre Ribeiro Bastos, o restauro e a preservação da memória musical do século XVIII dos arquivos musicais da cidade, através do seu incansável trabalho de copista de manuscritos antigos. Bastos organizou a coleção de manuscritos musicais da corporação, que reunia, além das obras ligadas às celebrações religiosas, partituras de músicas de salão do final do século XIX e início do XX, que seus músicos utilizavam para acompanhar as sessões de cinema mudo.

Nessa época, a orquestra começou a atuar com frequência em espetáculos teatrais, cinema e concertos. A prática deu origem ao Clube Ribeiro Bastos, que promoveu apresentações com repertório sinfônico e de câmara até a década de 1930. Sabe-se que até a primeira metade do século XX, a Orquestra Ribeiro Bastos tinha uma banda para atender às procissões e festas profanas, mas uma desavença entre os músicos fez o grupo se dividir e daí nasceu a Banda Theodoro de Faria, que assumiu esse tipo de compromisso.Além da atividade musical, Martiniano Ribeiro Bastos exerceu várias outras funções: foi vereador, presidente da Câmara Municipal, Juiz de Paz, professor e Diretor da Escola Normal de São João Del Rei.Dentre suas obras destacam-se a coleção de Motetos de Passos, executados, ainda hoje, na Quaresma e Semana Santa de São João Del Rei.

Após sua morte, em 8 de dezembro de 1912, o conjunto musical que liderou por cerca de 52 anos adotou seu nome, a atual Orquestra Ribeiro Bastos.
(http://acervocompositores.art.br/compositor/8)

Martiniano Ribeiro Bastos (São João del Rey, 1834 – 1912)
1. Motetos de Passos
2. Senhor Deus
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
3. Miserere
Pe. José Maria Xavier (São João del Rey, 1819-1887)
4. Adoramus te Christe
João Francisco da Matta (São João del Rey, Séc. XIX)
5. Stabat Mater
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
6. Encomendação de almas

Festa de Passos + Encomendação das Almas – 1984
Orquestra Ribeiro Bastos
Maestro José Maria Neves

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 169 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 70 MB

powered by iTunes 12.7.2 | 31 min

LP digitalizado por Avicenna

.

Boa audição.

Avicenna

Francisco Manoel da Silva (1795-1865): Missa em Mi bemol – Orquestra Ribeiro Bastos (Acervo PQPBach)

finalll

Francisco Manoel da Silva 

Missa em Mi bemol 

Orquestra Ribeiro Bastos

Foi aluno do padre José Maurício Nunes Garcia, talvez o maior nome da música colonial brasileira, e de Sigismund von Neukomm, aprendendo violino, violoncelo, órgão, piano e composição. Ainda bem jovem escreveu um Te Deum para o então príncipe Dom Pedro, que lhe prometeu financiar seu aperfeiçoamento na Europa, mas não chegou a cumprir a promessa. Em vez disso, nomeou-o para a Capela Real, onde foi bastante ativo como diretor musical.

Em 1833 fundou a Sociedade Beneficente Musical, que teve um papel importante na época e funcionou até 1890. Contando com a simpatia do novo imperador Dom Pedro II, foi nomeado para o posto de compositor da Imperial Câmara em 1841 e no ano seguinte assumiu como mestre-de-capela. Talvez seu maior mérito seja a fundação do Conservatório do Rio de Janeiro, a origem da atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também foi regente do Teatro Lírico Fluminense, depois transformado na Ópera Nacional.

Sua obra de composição não é considerada de grande originalidade, embora sejam interessantes a Missa Ferial e a Missa em mi bemol, mas foi o autor de uma única peça que se tornou célebre, a melodia do atual Hino Nacional Brasileiro.

Faleceu com 70 anos de idade, cercado da admiração e respeito gerais. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro. (Wikipedia)

Francisco Manoel da Silva (Rio de Janeiro, 1795-1865)
1. Missa em Mi bemol – I. Kyrie
2. Missa em Mi bemol – II. Gloria
3. Missa em Mi bemol – III. Laudamus
4. Missa em Mi bemol – IV. Gratias
5. Missa em Mi bemol – V. Domine Deus
6. Missa em Mi bemol – VI. Qui tollis
7. Missa em Mi bemol – VII. Qui sedes
8. Missa em Mi bemol – VIII. Cum Sancto Spiritu
9. Responsório 2

Missa em Mi bemol – 1991
Francisco Manoel da Silva (Rio de Janeiro, 1795-1865)
Orquestra Ribeiro Bastos
Maestro José Maria Neves

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 197 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 81 MB – 40 min

powered by iTunes 12.7.2

LP digitalizado por Avicenna

.

Boa audição.

Avicenna

Missa em si bemol maior – Pe. José Maurício Nunes Garcia: Orquestra e Coral da Universidade Rural do Rio de Janeiro (Acervo PQPBach)

festivaMissa festiva em si bemol maior

Pe. José Maurício Nunes Garcia

Orquestra e Coral da Universidade Rural do Rio de Janeiro

Maestro Nilo Hack

c.1965

 

Segundo consta da contra-capa deste disco, “a música desta missa deixa entrever e sentir claramente o caráter festivo e majestoso.”

Jóia Musical do Barroco Brasileiro
1. Missa festiva em si bemol maior – I. Kyrie
2. Missa festiva em si bemol maior – II. Gloria
3. Missa festiva em si bemol maior – III. Laudamus
4. Missa festiva em si bemol maior – IV. Gratias
5. Missa festiva em si bemol maior – V. Domine Deus
6. Missa festiva em si bemol maior – VI. Qui tollis
7. Missa festiva em si bemol maior – VII. Cum Sancto Spiritu
8. Missa festiva em si bemol maior – VIII. Amem

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC – 153 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 67 MB – 40 min

powered by iTunes 12.7.2

LP digitalizado por Avicenna

 

Boa audição!

Avicenna

Modinhas fora de moda – Lenita Bruno & Orquestra Leo Peracchi (Acervo PQPBach)

LENITA-BRUNO---MODINHAS-FORA-DE-MODAModinhas fora de moda
Lenita Bruno
Orquestra Leo Peracchi
1960

Segundo a contra-capa, “este LP é o resultado de um trabalho de equipe, com honesto objetivo artístico: 1) O Maestro que orientou e presidiu à gravação teve a mais ampla liberdade; 2) A Intérprete opinou sempre com severo espírito crítico; 3) A técnica foi segura e sem concessões e 4) A prensagem, de alta qualidade. Irineu Garcia, Festa Discos.”

01. Cantigas (Alberto Nepomuceno/Branca Colaço)
02. Casinha pequenina (Domínio Popular-Arr. Léo Peracchi)
03. Se os meus suspiros pudessem (Arr. Batista Siqueira)
04. Hei de amar-te até morrer Anônimo (Arr. Mario de Andrade)
05. Canção da felicidade (Barroso Neto/Nosor Sanchez)
06. Lundu da Marquesa de Santos (Villa-Lobos/Viriato Correia)
07. Conselhos (Carlos Gomes/Doutor Velho Experiente)
08. Foi numa noite calmosa (Arr. Luciano Gallet)
09. Cantiga (Barroso Neto/Luis Guimarães)
10. Róseas flores da alvorada (Domínio popular-Arr. Mario de Andrade)
11.Modinha (Jaime Ovalle/Manuel Bandeira)
12. 1ª Trova (Alberto Nepomuceno/Osório Duque Estrada)
13. 2ª Trova (Alberto Nepomuceno/Magalhães Azeredo)

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 212 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 84 MB – 40 min

powered by iTunes 12.7.2

LP digitalizado por Avicenna

.

Boa audição.

Avicenna

Modinhas do Brazil (Acervo PQPBach)

finalModinhas do Brazil
século XVIII 

Viviane Freitas & Sandra Lobato, sopranos
Rosane Almeida, cravo
Nicolas de Souza Barros, violão

1984

Vinil de 1984 produzido por alunos e professores da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO), integrantes do Curso de Música do Centro de Letras e Artes da Universidade, registra os melhores momentos de dois importantes manuscritos de modinhas setecentistas brasileiras, desaparecidas do Brasil e conservadas no acervo da Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa.

.
Modinhas do Brazil
Autor anônimo do século XVIII
Viviane Freitas & Sandra Lobato, sopranos; Rosane Almeida, cravo
01. Junto do monte
02. Corilia quem deixara
03. Quem me vir andar brincando
04. De vivas penas cercado
05. Eu ja me sinto morrer
06. O Marcia bela
07. Quando de Anarda o rosto vejo
08. Tu mesma com os teus olhos
09. Fingiu-me Anarda
10. Formosa Anarda
11. Nel cor piu non me sento (Paisiello)
12. Antes quisera que a morte
 .
Viviane Freitas e Sandra Lobato, sopranos; Nicolas de Souza Barros, violão
13. Voce se esquiva de mim
14. Os me deixas que tu das 
15. Eu nasci sem coração
16. Ganinha, minha Ganinha
17. Os desprezos do meu bem
18. Se fores ao fim do mundo
19. A saudade que no meu peito
20. Eu estando bem juntinho
21. Da minha constante fe
22. Minha mana, estou gostando
23. Homens errados e loucos
 .

memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 280 MB 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 132 MB – 40,8 min

powered by iTunes 12.7.2

LP digitalizado por Avicenna

.

Boa audição.

Avicenna

Orquestra Ribeiro Bastos: Antônio dos Santos Cunha (17xx? – 18xx?) – Missa a 5 Vozes

fotototototoPostado originalmente em 10.12.07 pelo PQPBach. 

.
Nossos amigos que têm blogs sobre música são de extrema gentileza. O Heitor, do desNorte, por exemplo, é um gentleman, e o Fulano Sicrano, do Um que tenha, nem se fala. Pois um belo dia o Fulano, que tem um tesouro imensurável sobre música popular brasileira, mandou-me um presente. Era, na verdade, um repasse de um e-mail que ele tinha recebido:

Prezado Fulano,

Envio-lhe as minhas “Jóias da Coroa”, desencravadas de uma coleção de LPs já um tanto esquecida em um escritório!

Trata-se do LP da Orquestra Ribeiro Bastos interpretando a Missa A 5 Vozes, composta por Antônio dos Santos Cunha (17xx? – 18xx?), e distribuído a muito poucas pessoas. Não foi comercializado.

LP catalogado pela Tapecar Gravações S.A. com o número T 004, produzido sob o patrocínio da Xerox, da Fundação Roberto Marinho e da Funarte, resultado do projeto “Música Sacra no Campo das Vertentes”, foi gravado ao vivo em 21 de abril de 1981, em Ouro Preto, MG, quando esta cidade recebia o título de Monumento Mundial, numa apresentação em homenagem a Amadou-Mahtar M’Bow, Diretor Geral da UNESCO. Regência de José Maria Neves.

Os integrantes da Orquestra e Coral Ribeiro Bastos, desde sua fundação em 1790 aproximadamente, sempre foram moradores de São João del-Rey e cidades vizinhas, cada um com sua profissão, que se reúnem com missão de cultivar e preservar o “Barroco Mineiro”. Para esta apresentação foram convidados o soprano Marly Spiller, o contralto Maria Antonieta Andrade, o tenor Ricardo Tuttman e o barítono Ataíde Beck.

Os 84 integrantes desta apresentação memorável são alfaiates, comerciantes, ferroviários, estudantes, industriários, do lar, advogados, militares, funcionários públicos, professores, contabilistas, músicos militares, bancários, tipógrafos, pintores, bombeiros hidráulicos, datilógrafos, costureiras, gráficos, operários, enfermeiras, modistas, hoteleiros, secretárias, pedreiros e cabeleireiros, como se pode ver nas imagens que anexo, escaneadas do LP.

Gostaria de compartilhar com você e com os usuários do seu blog esta autêntica prova de quantos tesouros e potenciais desconhecidos tem o nosso tão vilipendiado Brasil!

Permita-me a liberdade de sugerir a faixa 5, Cum Sancto Spiritu, como a música “o que tem”.

Abraços.

Não tenho autorização para declinar nomes e nem o Fulano sabe ainda desta postagem. Mas, vamos adiante. Um registro raríssimo, sem dúvida. A interpretação desta orquestra amadora é comovente com seus erros e intervenções muitas vezes desafinadas.

A seguir, o histórico da Orquestra Ribeiro Bastos conforme informa seu site :

Data de início das atividades: Século XVIII

Histórico da instituição: Já é quase habitual associar-se a música colonial mineira ao nome da Orquestra Ribeiro Bastos, em razão das inúmeras apresentações do repertório desta época realizadas por este grupo nos quatro cantos do país e pela divulgação trazida pela difusão de seus discos. Mas isto não represente a verdade, ainda existem e atuam em Minas Gerais outras corporações musicais antigas, que prolongam a antiga tradição musical da região e preservam documentos trazidos de outros pontos do Brasil.

Sabe-se que a vida musical nas Minas Gerais e no Brasil no século XVIII era rica e intensa, em grande parte por causa das necessidades da liturgia católica. Cada vila pouco mais importante tinha seus compositores e suas corporações que reuniam cantores e instrumentistas. Mas a diminuição das riquezas, durante o século XIX, foi fatal para estas vilas e corporações: as vilas ficaram estagnadas em sua vida passada, quando não regrediram até o desaparecimento, e as corporações, por perderem sua função religiosa e social, deixaram de existir. A perda desta função causou o desaparecimento de antigas corporações também em vilas que tiveram um certo grau de crescimento material, mas onde a preocupação com o fato cultural tornou-se secundária.

Hoje, graças a estudos musicológicos mais aprofundados, pode-se aquilatar o que foi este momento musical e sabe-se o valor de compositores como Emerico João de Deus, Manoel Dias, Gerônimo de Souza Lobo, Santos Cunha e muitos outros.

São João Del-Rei foi caso raro: os dois grupos tradicionais da cidade mantiveram-se vivos e atuantes até hoje, através da atividade de amadores que, no correr dos anos, tiveram consciência da importância da herança que recebiam de seus antepassados musicais (estes, profissionais) e lutaram para preservá-la. Em todos os dias do ano, as missas principais são acompanhadas por uma das duas orquestras, que mantém os antigos contratos assinados com as irmandades religiosas. No que se refere à Orquestra Ribeiro Bastos ela está presente em duas missas semanais na Matriz do Pilar (da Irmandade do Santíssimo e da Irmandade de Passos) e na grande missa dominical da Ordem Terceira de São Francisco, além de responsabilizar-se pelo serviço musical de diversas novenas (Carmo, São Francisco, Cinco Chagas, Conceição) e de todos os ofícios da Festa de Passos e da Semana Santa. Esta é, sem dúvida, a época mais rica do calendário musical da cidade, uma vez que até hoje são cantadas não só as Missas Solenes, mas também cada Via Sacra, o Ofício de Ramos, os Três Ofícios de Trevas, as Paixões, o Ofício de Páscoa, as procissões, perfazendo algumas centenas de obras e enorme tempo dedicado com amor à música sacra.

A Orquestra Ribeiro Bastos é, antes de tudo, uma função: ela deixaria de existir se não estivesse respondendo à uma necessidade religiosa e cultural. Seus membros, todos amadores, dedicam seus dias às mais diversas ocupações e guardam seu tempo livre para ensaios e participação em cerimônias religiosas. Por isso mesmo, nem em São João Del-Rei nem em lugares onde vá, esta corporação não pode ser ouvida como uma orquestra de concertos. É parte da vida e da cultura daquela cidade e de Minas. Hoje como há duzentos anos atrás. É grupo que se esforça por manter viva a tradição, que busca construir repertório recuperando esta mesma tradição, que se preocupa em manter viva a chama e que, vez por outra, sai de sua cidade para dar a conhecer a maior número de pessoas algumas das preciosidades de seu acervo. Preservando não apenas papéis, mas também uma tradição interpretativa, certamente bem próxima da maneira como seu repertório era tocado no passado.

“Missa A 5 Vozes”, de Antonio dos Santos Cunha (17xx? – 18xx?)

Gravado ao vivo em 21 de abril de 1981, em Ouro Preto, MG, quando esta cidade recebia o título de Monumento Mundial.

Apresentação em homenagem a Amadou-Mahtar M’Bow, Diretor Geral da UNESCO.
1. Kyrie
2. Gloria/Laudamus/ Gratia agimus
3. Domine Deus/Qui tolli
4. Qui sedes/Quoniam
5. Cum Sancto Spiritu

Orquestra Ribeiro Bastos – 1981
Regência de José Maria Neves

Esta gravação, nem o Heitor possui. Duvido.
memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC | 133,7 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 kbps | 81,8 MB

powered by iTunes 12.4 | 40 min

.

.

PQP Bach

Händel (1685-1759): DIXIT DOMINUS – Luis Álvares Pinto (Recife, 1719-1789): TE DEUM – Camerata Antiqua de Curitiba, 1995 (Acervo PQPBach)

Originalmente postado em 10 de dezembro de 2011 pelo monge Ranulfus e agora atualizado pelo Avicenna, com links atualizados.

Com esta, são CINCO as versões integrais do Te Deum de Luís Álvares Pinto postadas neste blog.

Exagero? Não acho não. “Mais gravações tivera, mais postara”, pois pra mim tanto a posição dessa peça na história da música brasileira quanto a sua pura qualidade musical justificariam plenamente conhecer mil versões. Aliás, basta vocês ouvirem como diferem estas cinco, às vezes a ponto de quase não se reconhecer que é a mesma peça, para perceber que estamos diante desse tipo de música que não esgota fácil as suas possibilidades!

“E para mais me espantar” (nossa, parece que a sombra de Camões encostou com tudo no monge Ranulfus esta noite!), três dessas cinco versões são da Camerata Antiqua de Curitiba: a de 2000, postada pelo Avicenna aqui há poucos dias, em 29/11; a de 1981, que eu mesmo postei em 26/05/2010; e agora esta de 1995, comemorativa dos 20 anos da Camerata. Sabem de qual eu gosto mais? Não? Coincidência, eu também não! Depende do dia, da hora…

Na postagem de 2010 eu incluí dados caprichosamente pesquisados sobre Álvares Pinto. Se quiserem, olhem lá: hoje eu vou logo desovando a música, que os tempos são outros, as pesquisas que a vida anda exigindo também!

Só observo ainda que aqui, como na gravação de 1981, o outro lado do vinil é ocupado por um Salmo musicado por Händel – mas são dois salmos diferentes: lá, um bonito Laudate Pueri; aqui um Dixt Dominus que não é só bonito, talvez possa ser chamado “monumental”, e é tremendamente desafiador para o coro.

Foi prudente para o conjunto encarar tamanho desafio àquela altura? Não sei. Sei que pessoalmente eu gosto do resultado; nem tudo é perfeito, mas as próprias imperfeições são de um tipo que eu chamaria “imperfeições inspiradas”, que não me tiram o prazer da audição, às vezes até aumentam, como se fossem um atestado de que essa música é uma realização humana, com embate & suor. É provável que nem todo mundo sinta o mesmo – e isso é ótimo, não?

Mas, seja como for, aposto que ninguém vai se arrepender de conhecer essa peça!

Palhinha: ouça a integral do Te Deum enquanto saboreia telas de artistas brasileiros contemporâneos.

Camerata Antiqua de Curitiba, 1995
Gravação comemorativa dos 20 anos do grupo

Regência: Roberto de Regina

Luis Álvares Pinto (Recife, 1719-1789): TE DEUM
(orquestração completada por Harry Crowl, 1995)
00:00 (1) Te Deum / Te Dominum
01:31 (2) Tibi Omnes
02:37 (3) Sanctus
04:20 (4) Te gloriosus
05:23 (5) Te martyrum
07:04 (6) Patrem imensae
09:07 (7) Sanctum quoque
11:39 (8) Tu Patris
13:40 (9) Tu devicto
15:31 (10) Judex crederis
18:41 (11) Salvum fac
20:23 (12) Per singulos dies
21:56 (13) Dignare
24:03 (14) Fiat misericordia
25:13 (15) In te Domine

Georg Friedrich Händel (1685-1759): DIXIT DOMINUS (Salmo 110 [109])
00:00 (1) Dixit Dominus
06:05 (2) Virgam virtutis
09:28 (3) Tecum principium
12:33 (4) Juravit Dominus
14:48 (5) Tu es sacerdos
16:24 (6) Dominus a dextris tuis
19:24 (6b) Ludicabit in nationibus
22:55 (7) De torrente in via bibet
27:00 (8) Gloria

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 315,9 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 kbps | 168,7 MB

powered by iTunes 12.3.2 | 59,6 min | Encarte: Português

TEXTO DO TE DEUM (latim/português)
http://www.osmc.com.br/secao.asp?i=34&c=791
TEXTO DO DIXIT DOMINUS (latim/inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Dixit_Dominus_(Handel)

Ofereço esta postagem de 10 de dezembro ao meu pai, que estaria fazendo 89 anos neste dia se não houvesse desembarcado do planeta 30 anos antes, e que com certeza adoraria cada minuto da música deste disco!

Ranulfus

Sigismund von Neukomm (1778-1858) – Neukomm no Brasil (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2018-01-15 às 03.17.23Postagem originalmente realizada pelo CVL e que agora apresenta novos links.

Com instrumentos de época. On period instruments.

Resultado de uma pesquisa de cinco anos em bibliotecas européias, a cravista Rosana Lanzelotte lança em novembro de 2008 o CD/DVD Neukomm no Brasil, ao lado de Ricardo Kanji (flauta). O programa inclui as primeiras obras de música de câmara escritas no país.

O compositor Sigismund Neukomm (1778 – 1858) o aluno predileto de Haydn, é quase um desconhecido, apesar da qualidade de sua música e do sucesso de que desfrutava na época.

Tornou-se Cavaleiro após ter recebido a comenda da Legião de Honra francesa por ter escrito a Missa de Réquiem em homenagem a Luís XVI. Ao mesmo tempo em que introduziu no Brasil o estilo vienense, com repertório de seus conterrâneos Mozart e Haydn, fez a ponte com a Europa, divulgando lá modinhas e lundus. Transcreveu a obra de Joaquim Manoel da Câmara, e escreveu textos elogiosos sobre o Padre José Mauricio. Neukomm inaugurou a prática que se tornou a marca registrada da produção musical brasileira: a mistura de gêneros clássicos e populares. Inspirou-se na modinha – “A Melancolia” – de Joaquim Manoel da Câmara para escrever L’Amoureux, e em um lundu, no caso de O Amor Brasileiro.

Desde 2003, Rosana Lanzelotte percorre as instituições onde se encontram os manuscritos do compositor, principalmente a Biblioteca Nacional da França, depositária de 2000 obras, e Biblioteca de Viena. O resultado da pesquisa foi registrado no CD/DVD, o primeiro com som surround dedicado à música clássica produzido no país. (extraído da internet)

PS. Nosso ouvinte Mário recomenda-nos o artigo sobre Neukomm no excelente site “Música Brasilis”, capitaneado pela Rosana Lanzelotte: está aqui!  E já que você vai passar por lá, não deixe de passear pelo site. Compensa conhecê-lo bem!!!!!!!

***

Neukomm no Brasil

1 – Sonata para fortepiano e flauta para S.A.R a condessa Maria Teresa (1849)
01 Allegro ma non troppo
02 Andante con moto
03 Allegro alla turca

2 – Lámoreux – Fantasia para fortepiano e flauta (1819)
04 Andante
05 Andantino Grazioso
06 Allegro

3 – Fantasia para flauta (1823)
07 Fantasia para flauta (1823)

4 – O Amor Brasileiro Capricho para fortepiano sobre lundu brasileiro (1819)
08 O Amor Brasileiro Capricho para fortepiano sobre lundu brasileiro (1819)

5 – Duo para flauta e fortepiano (1820)
09 Andante
10 Allegro agitato
11 Adagio
12 Allegrato

Neukomm no Brasil – 2008
Rosana Lanzelotte – pianoforte: Paul McNulty 2005, cópia Walter e Sohn (1805)
Ricardo Kanji – flauta R. Tutz, cópia de Grenser (1780)

.
memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 323,7 MB | HQ Scans 6,8 MB |

BAIXE AQUI– DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 147,5 + 6,8 MB – 1h 17 min
powered by iTunes 11.1.5

.

.

Boa audição.

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Te Deum & Requiem (Acervo PQPBach)

iejghyOriginalmente postado em maio de 2009 pelo CVL. Repostagem com novos e atualizados links pelo Avicenna.

Atendendo às solicitações dos internautas através do nosso SAC, Avicenna apresenta o Te Deum & Requiem do Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830).

Essas duas peças foram compostas com estado de espírito diametralmente opostos.

Te Deum das Matinas de São Pedro, CPM* 92, foi criado em 1809. Quatro anos antes o Pe. José Maurício fora nomeado Mestre de Capela da Catedral do Rio de Janeiro e, a partir de 1805, envolveu-se afetivamente com Severiana Rosa de Castro, com quem teve 6 filhos. Ao compor o Te Deum, tinha suas necessidades básicas satisfeitas: financeiramente ganhava bem, a ponto de manter uma escola de música gratuita em sua casa, profissionalmente era o Mestre de Capela da Catedral, o máximo que podia aspirar e, emocionalmente, amava e sentía-se amado. O Pe. José Maurício só podia agradecer ao Criador, louvando-o com um Te Deum. A força e a exuberância dos seus sentimentos podem ser sentidas na faixa 5: In Te, Domine, speravi: non confundar in æternum (Em Vós esperei, Senhor, jamais serei confundido). Vale a pena ouvir!

Recorro às palavras de André Cardoso, vencedor do Concurso Nacional para Regente Convidado da Orquestra Sinfônica Nacional em 1994, para comentar o momento da criação do Requiem: “As circunstâncias que envolvem a criação do Requiem CPM* 185 em 1816 reforçam a idéia de que se trata de uma obra especial. Em 20 de março de 1816, após um longo período de desequilíbrio mental, falece a mãe de D. João VI, a Rainha D. Maria I. No mesmo dia faleceu também a mãe de José Maurício. O compositor recebeu ordens para compor um Ofício e uma Missa de Requiem em homenagem à Rainha. Não há, entretanto, como não associar os sentimentos que perpassam musicalmente a obra ao falecimento de sua própria mãe. O luto imposto a toda a cidade pela morte da rainha, em José Maurício era real e profundo e seu drama pessoal vai estar presente em cada nota colocada na pauta. O Requiem fora escripto com lágrimas bem íntimas e sinceras, afirmaria anos mais tarde o Visconde de Taunay (1843-1899).”

CPM * – sigla para Catálogo Person de Mattos, musicóloga, professora e regente Cleofe Person de Mattos (1913-2002), das obras do Pe. José Maurício Nunes Garcia.

Te Deum & Requiem – Pe. José Maurício Nunes Garcia
01. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92: 1. Te Deum Laudamus
02. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92: 2. Te Ergo Quae Sumus
03. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92: 3. Æterna Fac
04. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92: 4. Dignare Domine
05. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92: 5. In Te Domine Speravi
06. Requiem CPM 185: 1. Introitus
07. Requiem CPM 185: 2. Kyrie
08. Requiem CPM 185: 3. Graduale
09. Requiem CPM 185: 4. Dies Iræ
10. Requiem CPM 185: 5. Ingemisco
11. Requiem CPM 185: 6. Inter Oves
12. Requiem CPM 185: 7. Offertorium
13. Requiem CPM 185: 8. Sanctus
14. Requiem CPM 185: 9. Benedictus
15. Requiem CPM 185: 10. Agnus Dei
16. Requiem CPM 185: 11. Communio

A música na corte de D. João VI
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Te Deus & Requiem – 2008
Coro e Orquestra Sinfônica da UFRJ. Regente: Ernani Aguiar.
.
acervo-1BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 420,5 MB | HQ Scans |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 KBPS | 118,2 MB | HQ Scans |

 

 

 

Boa audição!

CVL + Avicenna

Ecos da fé na Alma Brasileira

k06gkjTaí, um CD de música sacra de todos os períodos da história da música brasileira cantada por um dos poucos corais femininos do país: o Collegium Cantorum, de Curitiba. Pena ele não oferecer uma interpretação fervorosa neste disco, mas trata-se de uma gravação de referência, pelo ineditismo de algumas peças e pela proposta. Abaixo, uma notícia sobre o lançamento do álbum.

Coro feminino resgata composições sacras
Collegium Cantorum apresenta concerto de lançamento do disco Ecos da Alma, hoje na Oficina de Música

O coro feminino Collegium Cantorum, de Curitiba, lança hoje, na 26ª edição da Oficina de Música, o CD Ecos da fé na Alma Brasileira, na Igreja Presbiteriana. O projeto é o resultado de sete anos de pesquisa no intuito de fazer o resgate e o registro de composições sacras brasileiras. São 25 faixas inéditas gravadas em latim e em português, um retrato do Brasil desde a chegada da família real, há 200 anos. O coro é formado por 25 mulheres, mas nem todas estarão participando. “Muita gente que estava comigo desde o início acabou saindo, mas ainda assim todas quiseram gravar o cd”, conta a maestrina Helma Heller, idealizadora do coro, explicando que, por ser um projeto voluntário, muitas foram atrás de algo que trouxesse retorno financeiro. “Esse repertório foi feito para vozes femininas. Existem poucos coros femininos no Brasil e enfrentar um repertório diferenciado não é fácil”.

Desde 2000 Helma Haller se dedica ao coro, que faz a interpretação, pesquisa e divulgação da música de concerto paranaense e brasileira. O CD promove também o resgate de músicas de compositores paranaenses, como Brasílio Itiberê.

A obra central deste trabalho é a “Missa de Neukomm”, que faz um retrato das expressões musicais e religiosas do início do século 19. O austríaco Sigismund Neukomm viveu no Brasil durante cinco anos, e incorporou às suas composições a sonoridade brasileira. Outra faixa que merece destaque, observa Helma, é o “Pai Nosso”, que vem apresentado em três versões musicadas por diferentes compositores. Com orientação teológica e estética diferenciada, outras obras mais contemporâneas convidam a uma reflexão sobre o sagrado e sua repercussão atemporal na vida humana.

Do site Bem Paraná

***

Listagem de faixas disponibilizada pelo estimado Avicenna

Glauco Velásquez (1884-1914)
01. Padre Nosso
Helma Haller (1950- )
02. Pater Noster (1996)
Ernani Aguiar (1950- )
03. Três Motetinos 1. Pater Noster
04. Três Motetinos 2. Ego sum resurrectio et vita
05. Três Motetinos 3. Deo gratias

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
06. Moteto para a Procissão da Ressurreição
Sigismund Ritter von Neukomm (1778-1858)
07. Messe a Duabis Vocibus 1. Kyrie
08. Messe a Duabis Vocibus 2. Gloria
09. Messe a Duabis Vocibus 3. Credo
10. Messe a Duabis Vocibus 4. Sanctus
11. Messe a Duabis Vocibus 5. Benedictus
12. Messe a Duabis Vocibus 6. Agnus Dei

Henrique de Curitiba (1934- )
13. Suíte Coral Pro Pace 1. Oração pela Paz (1953, 2ª versão, 2003)
14. Suíte Coral Pro Pace 2. Parce Domine (1952)
15. Suíte Coral Pro Pace 3. Agnus Dei (1952)
16. Suíte Coral Pro Pace 4. Aleluia – Amen (2002)
17. Suíte Coral Pro Pace 5. Kyrie (1954)
18. Suíte Coral Pro Pace 6. Domine, non sum dignus (1954)
19. Suíte Coral Pro Pace 7. Dá-nos a Paz, Senhor (2003)

Brazílio Itiberê II (1896-1967)
20. Oração da Noite
Marcílio de Oliveira Filho (1947-2005)
21. O Salmo do Messias 1. Oração e testemunho sobre o Messias (Salmo 72.1-3)
22. O Salmo do Messias 2. Domínio do Messias (Salmo 72.8-11)
23. O Salmo do Messias 3. Ministério do Messias (Salmo 72.12-17)
24. O Salmo do Messias 4. Louvor ao Messias (Salmo 72.18, Salmo de uma nota só, processual)
25. O Salmo do Messias 5. O Reino do Messias (Salmo 72.19)

Tudo sobre o CD e o Collegium Cantorum AQUI.

Já para baixar o álbum, CLIQUE AQUI

como-estou-regendo

 

 

 

 

 

 

 

.

.

CVL – repostado pelo Avicenna

Collegium Musicum de Minas: Ninguém morra de ciúme – 1997 (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2018-01-14 às 01.57.27Perceber que as pessoas são capazes de superar o impacto proporcionado pelo uso de instrumentos e elementos de interpretação de época e estabelecer conosco uma identidade emocional estética, representa um poderoso estímulo para o aprofundamento e expansão dos conteúdos de nosso trabalho. Um rico mundo de vivências se descobre dentro de cada um de nós, se estende para além do indivíduo, unindo-se ao outro.

Desde 1993, o Collegium Musicum de Minas trabalha segundo os parâmetros da interpretação histórica, isto é, constrói sua linha de interpretação a partir da pesquisa de elementos musicais inerentes à temporabilidade das composições.

A universalização das emoções como elemento constituinte do universo de representação da música é para nós a percepção fundamental. Exercitamos conceitos que privilegiam o emocional, para além dos aspectos técnicos presentes em nossa abordagem.

Quando interpretamos a música colonial brasileira nosso trabalho é de reconstrução do passado, portanto, de construção da identidade que nele não se esgota.


Captura de Tela 2018-01-14 às 01.58.49Redescobrimos fragmentos de Minas, estilhaços de um Brasil Barroco, ecos de emoções exaltadas. Para nós, o passado está em aberto. Amor, ódio, fé, profanidade, dor e alegria, sentimentos conflitivos que ao serem revelados em experiência estética, funcionam como elos que universalizam contextos distintos. Entendemos no ciúme um sentimento comum, síntese emocional das relações sociais estabelecidas. Filho da convivência conflitiva entre branco e negro, do colonizado e do colonizador, relações que deram o tom ao barroco brasileiro, reveladas para nós em imagens microscósmicas, a Senhora que suplicava a negra que despertava desejos no Senhor.

Quando nos deparamos com a composição de Domingos Caldas Barbosa, percebemos que nela eram evidentes elementos de inquietação e originalidade estéticos, típicos da música colonial brasileira, que de outra maneira estavam colocados nas composições deste CD e nas palavras do próprio compositor. “Ninguém Morra de Ciúme”. (José Eduardo Costa Silva, 1997. Extraído do excelente encarte)

O Collegium Musicum de Minas foi um grupo de Belo Horizonte (Brasil) dedicado à pesquisa e à execução da música colonial brasileira. Criado em 1993, sob a coordenação musical e de pesquisa do musicólogo Domingos Sávio Lins Brandão, gravou três cds (“Ninguém morra de ciúme”, 1997; “Senhora del Mundo”, 1998 [postado aqui] ; “A origem”, 2000) . O Collegium Musicum encerrou suas atividades em 2003, deixando um legado de pessoas que se apaixonaram pela música histórica graças ao trabalho realizado pelo grupo. (ex-Facebook)

Palhinha: 01. Deus in Adjutorium


Ninguém morra de ciúme
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
01. Deus in Adjutorium
Anônimo Jesuítico (Sec. XVIII)
02. Domine, quinque talenta
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
03. Processione cum ramis benedictus
Anônimo (Séc. XIX)
04. Cego de amor
Anônimo (Séc. XVIII)
05. Sonata “Sabará” adágio
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
06. Solfejos
Anônimo (Séc. XVIII)
07. Marília tu não conheces
Anônimo (Séc. XIX)
08. Minha Lília
Thomaz Antonio Gonzaga (1744-1810) – atribuída
09. No ragaço da ventura
Anônimo (Séc. XIX)
10. Cego de Amor
11. Cachucha
Antônio José da Silva (Rio de Janeiro, 1705-Portugal, 1739)
12. De mim já não se lembra
Anônimo (Séc. XVII?)
13. Romance de Minervina
Domingos Caldas Barbosa (Rio de Janeiro, 1740 – Lisboa, 1800)
14. Ningúem morra de ciúme
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
15. Surrexit Dominus
Joze de Mesquita (Séc XVIII)
16. Já se quebrarão os laços

Ninguém morra de ciúme – 1997
Collegium Musicum de Minas

Áudios gentilmente cedidos pelo nosso amigo e ouvinte Maestro Rafael Arantes, do blog “Música Sacra e Profana Brasileira” , e o encarte, escaneado do arquivo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

.
memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 252,6 MB | HQ Scans 13,9 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE + encarte
MP3 320 kbps – 101.2 MB – 43.3 min
powered by iTunes 10.6.3

.
Partituras e outros que tais? Clique aqui

 

Boa audição.

Captura de Tela 2018-01-14 às 02.00.19

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Voz Ativa Madrigal: Pro Nobis (Acervo PQPBach)

qovs4nProdução independente do Voz Ativa Madrigal, gravado no ano de 2000, este CD é composto por músicas sacras de diversos períodos da história da música, desde o Barroco até o Contemporâneo.

Um dos objetivos deste disco foi o registro de peças da música brasileira, incluindo composições do período colonial de André da Silva Gomes e Manoel Dias de Oliveira. Destaque especial para Heitor Villa-Lobos de quem o grupo foi o primeiro a receber autorização para registro de Ave Maria. Também inclui uma peça escrita especialmente para compor o repertório deste trabalho, de Robson Cavalcante.
Este é o primeiro registro do PROMUSA – Projeto de Música Sacra, concebido e levado a efeito pelo Voz Ativa Madrigal.
(http://www.vozativamadrigal.com.br/vam05/discos.htm#PRONOBIS)

Giuseppe Antonio Pitoni (1675-1743)
01. Christus factus est
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
02. Ave verum corpus
03. Laudate Dominum
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
04. O vos omnes
Franz Schubert (1797-1828)
05. Chor der engel
Anton Bruckner (Austria, 1824-1896)
06. Ave Maria
07. Tota pulchra es Maria
Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
08. Ave Maria
09. Ave verum
Gyorgy Deak-Bardos (1905-1991)
10. Eli! Eli!
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
11. Surrexit Dominus (Moteto para procissão de Domingo de Páscoa)
Robson Barata Cavalcante (1962 – )
12. Ave Maris Stella

Pro Nobis – 2000
Voz Ativa Madrigal
Maestro Ricardo Barbosa

Este CD pertence ao acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
.
2jcbrls

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 197,9 MB | HQ Scans 10,5 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 129.0 MB – 39,2 min
powered by iTunes 10.6.3

.

 

Boa audição.

2uei2kk

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Americantiga: Concerto de Natal no Mosteiro de São Bento (Acervo PQPBach)

v8jzvtEsta rara e magnífica audição do Americantiga Coro e Orquestra de Câmara, numa noite de Natal no Convento de São Bento, em São Paulo, não foi comercializada.
.

Somente uns poucos privilegiados a tem, entre eles nós, ouvintes do PQPBach!
(A foto ao lado é uma parte da capa do convite.)


.
Com instrumentos de época. On period instruments.

Concerto de Natal no Mosteiro de São Bento
Giovanni Pierluigi da Palestrina (c.1525-1594)
01. Sicut cervus a 4 vozes
Giovanni Battista Bassani (1657-1716)
02. Missa Encarnación – 1. Kyrie
03. Missa Encarnación – 2. Christe eleison
04. Missa Encarnación – 3. Kyrie: Christe eleison
05. Missa Encarnación – 4. Glória
06. Missa Encarnación – 5. Gloria: Qui tollis
07. Missa Encarnación – 6. Gloria: Qui sedes
Francesco Durante (Itália, 1684-1755)
08. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 1. Magnificat anima mea
09. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 2. Et misericordia eius
10. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 3. De possuit potentes
11. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 4. Suscepti Israel
12. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 5. Sicut locutus est
13. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 6. Gloria
14. Magnificat em sí bemol a 4 vozes e baixo contínuo – 7. Sicut erat in principio
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
15. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 1. Te Deum laudamus
16. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 2. Te ergo quasumus
17. Te Deum laudamus (1801) a 4 vozes e órgão 3. Aeterna fac
José Totti (Itália, 1780 – Portugal, 1832)
18. Solitario bosco ombroso (duo de sopranos com teorba)
José Alves (Portugal, sec. XVIII)
19. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 1. Dixit Dominus
20. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 2. Donec ponam
21. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 3. Juravit Dominus
22. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 4. Tu es sacerdos
23. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 5. Gloria Patri
24. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 6. Sicut erat in principio I
25. Dixit Dominus a 8 vozes e baixo contínuo – 7. Sicut erat in principio II

Concerto de Natal no Mosteiro de São Bento – 2002
Americantiga Coro e Orquestra de Câmara
Regente Ricardo Bernardes

CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castanha (http://paulocastagna.com) – não tem preço!!
2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 235,1 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 106,7 MB – 44,3 min
powered by iTunes 10.6.3

Partituras e outros que tais? Clique aqui

.

A todos os amigos que nos acompanham nesta viagem, desejo um Feliz 2014 com muita Paz e Saúde.

Avicenna

Sonata 2ª (Sabará): Antonio Carlos de Magalhães, cravo (Acervo PQPBach)

307ssnqSonata 2ª – Sabará:
Antonio Carlos de Magalhães

Provém de Sabará a primeira informação sobre a presença de cravos e cravistas no Estado de Minas Gerais: em 1739, o músico José Soares tocou cravo na Matriz de Nossa Senhora da Conceição para festejar o dia de Nossa Senhora do Amparo. Não sabemos o que e como ele tocou, e muito menos a reação do público. Infelizmente, a escassez de informações desse tipo nos impede de reconstituir satisfatoriamente a trajetória dos instrumentos de teclado no Brasil Colonial, a fim de podermos avaliar o impacto de um repertório tecladístico na nascente musicalidade brasileira.

Cresce, assim, em importância o desvelamento de uma peça instrumental, única até o momento, de música colonial mineira, encontrada nos arquivos da Sociedade Musical Santa Cecília de Sabará. Trata-se da Sonata 2º para teclado, de autor anônimo, composta pelos seguintes movimentos: a) Allegro, com estrutura muito próxima dos esquemas da forma sonata bitemática, textura típica do classicismo musical do século XVIII; b) Adagio, com estrutura formal do lied instrumental, atendendo aos padrões de andamentos lentos do século XVIII; c) Rondó, com textura típica do estilo rococó cravístico.

A existência desta sonata nos conduz a uma série de exercícios analíticos, pelos quais tentamos, através de associações de ordem estilística, filosófica e sociológica, situá-la no tempo e no espaço. Acreditamos, no entanto, que tais exercícios seriam inúteis se faltasse à obra a oportunidade de ser em si mesma, isto é, realizar- se enquanto experiência musical. Surge, então, a figura do intérprete, que, com a dimensão transcendental de sua subjetividade, nos oferece o ser da obra.

Neste trabalho, o cravista Antonio Carlos de Magalhães cria um espaço possível de realização da Sonata 2ª – “Sabará”-, ao inseri-la em um universo que se caracteriza pela pluralidade de composições, no qual ocorrem relações de alteridade. Esse universo se constitui a partir de uma lógica historiográfica que nos permite supor, para a música colonial brasileira, vínculos com a música praticada por povos que de alguma forma participaram de nossa colonização. Atendendo a esta lógica, Antonio Carlos de Magalhães imagina o contexto sonoro daquele cravista do século XVIII e reúne em um só objeto peças de doze compositores – a saber: Frescobaldi, Cabezon, Sweelink, Couperin, Purcell, Zipolli, Scarlatti, Carlos Seixas, Rameau, Francisco Xavier Baptista, Padre José Maurício e o anônimo sabarense. Resulta disso que o CD Sabará foi concebido em duas dimensões – uma estética, quando ele exercita a ação reflexiva de nossos sentidos, e outra histórica, no momento em que ele presentifica a intuição de um passado.

Ressaltamos o belo jogo de cores a que Antonio Carlos de Magalhães procede ao alternar as sonoridades de dois cravos – o primeiro, um raro exemplar dobrável, que possui sons mais ásperos e rústicos, e o segundo, um Taskin, que produz sons mais aveludados. Esse procedimento revela urna sensibilidade fragmentadora, típica do fazer musical contemporâneo, que tensifica a sensibilidade unificadora característica das músicas do sistema tonal, realçada pelo respeito uniforme às convenções de dinâmica, agógica e ornamentação inerentes aos períodos de composição das peças.

(José Eduardo Costa Silva, extraído do encarte)

Girolamo Frescobaldi (Italy, 1583-1643)
01. Toccatta prima
Antonio de Cabezón (Spain, 1510-1566)
02. Diferencias cavallero
Jan Pieterszoon Sweelinck (Netherlands, 1562-1621)
03. More palatino
François Couperin (France, 1668-1733)
04. Quatrième prélude (L’art du toucher clavecin)
05. La superbe ou la Forqueray (Dixseptième ordre)
Henry Purcell (England, 1659-1695)
06. Ground (z.D221)
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
07. Corrente
Giuseppe Domenico Scarlatti (Italy, 1685-1757)
08. Sonata XXX
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
09. Sonata em Sol m
Jean-Philippe Rameau (France, 1683-1764)
10. Allemande (Pieces de clavecin, avec une table pour les agrémens)
Francisco Xavier Baptista (Portugal, ? – 1797)
11. Sonata IV – 1. Allegro
12. Sonata IV – 2. Allegro
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
13. Fantasia 6ª (Método do pianoforte)
Anônimo (Sabará, MG, final do séc. XVIII)
14. Sonata 2ª (Sabará) – 1. Allegro
15. Sonata 2ª (Sabará) – 2. Adágio
16. Sonata 2ª (Sabará) – 3. Rondó

Sabará – 1999
Antonio Carlos de Magalhães
2jcbrls

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 470,0 MB | HQ Scans 13,2 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbpm – 252,0 MB – 1,1 hr
powered by iTunes 10.7

.

.

Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.Avicenna

Brésil: Amérindiens d’Amazonie: Asurini et Araras (Acervo PQPBach)

eq71x4Mundos sonoros dos índios Asurinis: música da guerra, da aliança e dos espíritos.

Contactados em 1971 pelos karai (isto é, os brasileiros não-índios, os brancos), os Asurinis formam uma sociedade, ou antes, uma civilização, de cerca de 60 pessoas, localizada no estado do Pará, às margens do rio Xingu. São de língua tupi, como outros grupos ameríndios desta região isolada, onde os contatos pacíficos com os brancos foram tardios. Como a maior parte dos ameríndios da Amazônia, possuem uma economia baseada na agricultura (milho, mandioca, feijão), na caça e na pesca. Do ponto de vista sociológico, trata-se de uma sociedade sem instituições hierárquicas. O sistema de parentesco desempenha um papel central num jogo político complexo onde a prática musical aparece com frequência. Até o contato com os brancos, os Assurinis moravam em grupos separados, gozando de grande autonomia territorial; depois, foram agrupados numa só aldeia.

Desde então, dizimados pelas epidemias (gripe, tuberculose) que causaram sua fragilidade demográfica atual, os Asurinis reagiram incrementando suas práticas rituais tradicionais e em particular as xamânicas, e ao mesmo tempo integrando alguns artefatos dos brancos (utensílios, fuzis etc.) à sua cultura material. Cerca da metade dos homens adultos são puje (a palavra tupi de onde veio o português “pajé”) — isto é, curandeiros, mas também especialistas das dimensões cosmológicas da cultura asurini; os puje desempenham também com frequência papel político importante.

De maneira geral podemos dizer, como P. Menget no seu disco dedicado às músicas do Alto Xingu (Ocora C 580022), que nessas sociedades amazônicas a música não é autônoma: toca- se, canta-se e dança-se para organizar as interações sociais (evidenciando o importante papel político da prática musical), e/ou as interações entre homens e espíritos. A um tempo carregadas de sentido e cheias de humor, as práticas musicais coletivas, executadas muitas vezes entre os Asurinis sem nenhum espectador humano, constituem um elemento fundamental destas minúsculas civilizações.

Para os Asurinis, as produções musicais são centradas em três rituais principais : Inaraka, pajelança onde o canto desempenha um papel fundamental, tule, grande e complexo ritual centrado num conjunto de instrumentos do tipo do clarinete (cujo nome também é tule), e tiwagawa, dança cantada cujos temas são em parte ligados à guerra.

35c3q1dMundos sonoros dos índios Araras: músicas do ritual de retorno da caça.

Os Araras são um povo de língua caraíba que vive às margens do rio Iriri, afluente do Xingu, no estado do Pará. Em 1987, sua população era de 84 pessoas. A construção da rodovia Transamazônica (1970-71) e a chegada concomitante da “fronteira de expansão” da sociedade brasileira provovou uma dramática situação de guerra que iria durar dez anos. Esta se concluiu com a “pacificação”, pela FUNAI, da maioria dos Araras em 1981, 1984 e 1987. Como seus vizinhos, os Araras tem como atividades econômicas a caça, a pesca e a agricultura. A caça é extremamente valorizada entre os Araras, mesmo se sua importancia quantitativa na alimentação é menor que a dos vegetais. Como os Asurinis, estes formam uma sociedade sem instituições, onde o parentesco e os grupos residenciais organizam uma vida política complexa e movimentada ao sabor das alianças e querelas.

O ritual de volta da caça, do qual apresentamos aqui um “resumo sonoro”, participa deste jogo político, pois, como o tule assurini, opõe dois grupos : convidados e anfitriões. Os primeiros trazem a cerveja, os segundos a carne defumada, resultado de uma expedição de caça itinerante na floresta durante quinze dias. Uns e outros produzem músicas próprias, tocadas em instrumentos diferentes. Estes últimos são feitos de bambu, com a exceção dos tsingule, feitos de osso de aves.

Depois da preparação dos instrumentos na aldeia — fabricação dos tubos das erewepipo (flautas de Pã) e das palhetas dos tagat tagat (clarinetes), os participantes começam durante a tarde a primeira fase do ritual. As mulheres prepararam o pito (cerveja de mandioca doce) e os músicos começam a tocar tranquilamente alternando as pecas de tagat lagar (faixa 8), o consumo de pito e as peças de erewepipo (faixa 9). A noite chega e, pouco a pouco, homens, mulheres e crianças se reúnem em torno dos músicos, sem prestar real atenção à execução das peças – muito repetitivas, pois toca-se uma só forma de lagar togar e uma de erewepipo – mas aproveitando este momento de convívio para beber, rir e conversar. E a noite passa, com alguns momentos de repouso e um estado de ebriedade que não cessa de crescer…

De repente, exatamente ao nascer do sol, às últimas notas de uma peça de tagat tagat bem regada a pita, os caçadores invadem a aldeia, simulando um ataque e flechando as casas. A cena (faixa 10) é impressionante e muito rápida : os caçadores se reúnem na praça central e começam uma dança circular (fotografia da capa), gritando, batendo com os pés no chão e soprando seus tsingule (apitos). A gravação desta sequência se fêz inicialmente sem a presença do etnólogo, pois este, certo de que se tratava de um ataque real, dera com o pé na tábua, deixando atrás de si o gravador…

Um grande repasto coletivo, onde se consome a carne defumada trazida pelos caçadores, reúne em seguida o conjunto da aldeia, anfitriões e convidados. Aqueles executam em seguida suas músicas, com trompas tereret (faixa 12) e cantos aremule (faixa 11). O pita rola à vontade e o ritual termina pouco a pouco na tarde.

Amerindiens d’Amazonie
Índios Asurini do Xingu
01. Tiwamaraka
02. Tiwagawa – a dança do povo-onça
03. Ritual Tule 4. Kaui Tule
04. Ritual Tule 3. Itu Tule
05. Ritual Tule 2. Urukuku Tule
06. Ritual Tule 1. Warape Tule
Índios Asurini do Trocara
07. Musique Instrumentale
Índios Araras do Xingu
08. Música do ritual de retorno da caça 1. Tagat Tagat
09. Música do ritual de retorno da caça 2. Erewepipo
10. Música do ritual de retorno da caça 3. Arrivée des Chasseurs
11. Música do ritual de retorno da caça 4. Aremule
12. Música do ritual de retorno da caça 5. Tereret

Amerindiens d’Amazonie – 1990

CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

acervo-1BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 396,5 MB | HQ Scans 33,3 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 kbpm |192,6 MB – 1,1 h
powered by iTunes 10.7

Partituras e outros que tais? Clique aqui

.

Boa audição.

Avicenna

Alma Latina: Primer Festival de Música Barroca y Renacentista Americana, Misiones de Chiquitos – (Acervo PQPBach)

i5d7a1Primer Festival de Música Barroca y Renacentista Americana
Misiones de Chiquitos
1996

Reducciones Jesuíticas de Chiquitos

El actual territorio chiquitano fue incorporado al mundo moderno con el nombre de Provincia de Chiquitos, que fue el primer escenario del encuentro entre indios y españoles en el Oriente Boliviano.

Se trata de una extensa y bella región, verde esmeralda y salpicada de palmeras, que se ondula por efectos del Macizo chiquitano, que forma parte del Escudo brasileño. La Población indígena de Chiquitos puede ser clasificada en el grupo de los agricultores de las aldeas de los bosques tropicales. Se trata de diversos grupos: el más conocido es el chiquitano, y dentro de éstos los chiquitos propiamente dichos.

El período jesuítico les dio unidad a estas etinias dispersas, sobre todo al haber adoptado la lengua chiquita como general, lo que actuó como factor aglutinante. La Provincia de Chiquitos forma parte de la Gobernación de Santa Cruz de la Sierra, creada en 1560. La capital de esta gobernación, la ciudad de Santa Cruz de la Sierra, fue fundada en el corazón de Chiquitania (1561).

El traslado de esta ciudad – que estaba lejos de cualquier parte – a un punto más cercano del eje Charcas – Potosí, hizo que se abandonara a su suerte la Provincia de Chuiquitos.

A fines del siglo XVII una serie de circunstancias convergieron para hacer que la Compañía de Jesús se hiciera cargo de la evangelización de la Chiquitania. El 31 de diciembre de 1691 se fundaba San Francisco Javier, la primera reducción, a la que siguieron San Rafael, San José, San Juan Bautista, San Ignacio de Zamucos (de vida efímera), Concepción, San Miguel, San Ignacio (actual de Velasco), Santiago, Santa Ana y Santo Corazón.

Los jesuitas trajeron a Chuiquitos la experiencia de casi un siglo de funcionamiento en el Paraguay. La organización de Chiquitos siguió en términos generales lo sancionado por una larga y fructífera experiencia, y giró en torno a la reducción, que es algo más que un pueblo creado para la evangelización de los indios: representa la estructura espacial sobre la cual y en la cual se desenvuelve la cultura y el espíritu de una comunidad.

(Alcides Parejas Moreno, extraído parcialmente do encarte)

DISCO 1
Coral Nova y Orquesta de Camara de La Paz, dir. Ramiro Soriano Arce
Juan de Araujo (Villafranca, España, 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
01. ¡Silencio! ¡Pasito!
Anónimo
02. Tota Pulchra
Anónimo. Archivo Musical de Chiquitos
03. Credo (Misa Encarnación)
Lírica Colonial Boliviana, dir. Carlos Seoane
Anónimo
04. A Quien no mueve A Dolor
Anónimo. Archivo Musical de Chiquitos
05. Exurgens Joseph
Coro Polifónico Universitário, dir. Vito Modesto Guzmán
¿ M. Schimidt ? Archivo Musical de Chiquitos
06. Sanctus & Benedictus (Misa Mo Fiesta)
Gutierre Fernandez Hidalgo (b ?Talavera de la Reina, c1547; d La Plata [now Sucre], Bolivia, 1623)
07. Magnificat Quarti Toni
Coro Juvenil del Instituto de Bellas Artes y Orquesta de Cuerdas Santa Cruz, dir. Franz Terceros
Anónimo. Archivo Musical de Chiquitos
08. Agnus Dei (Misa Mo Fiesta)
Anónimo
09. Jessu Corona Virginum
Coro y Orquesta Juvenil Urubichá, dir. Rubén Dario-Arana
Anónimo. Archivo Musical de Chiquitos
10. Kyrie (Misa 1 Mo Sábado)
11. Sanctus & Benedictus (Misa 1 Mo Sábado)
Sociedad Coral Boliviana, dir. José Lanza Salazar
Barroco Boliviano, s.XVIII
12. Sub Tuum Presidium
13. O Vos Omnes
Fr. Juan Pérez de Bocanegra (Cusco, ca. 1631)


14. Hanac Pachap Cussi Cuinin (Himno procesional a la Virgen en lengua quechua)
Juan de Lienas (attivo c.1617-54)
15. Salve Regina
Coro Santa Cecilia, dir. Julio Barragan
Domenico Zipoli (Prato, Itália, 1688 – Córdoba, Argentina 1726). Archivo Musical de Chiquitos


16. Misa en Fa Mayor – 1. Gloria (Misa Zipoli 001)
17. Misa en Fa Mayor – 2. Credo (Misa Zipoli 001)
18. Misa en Fa Mayor – 3. Sanctus (Misa Zipoli 001)
19. Misa en Fa Mayor – 4. Benedictus (Misa Zipoli 001)

DISCO 2


De Profundis (Uruguay), dir. Cristina García Banegas
Gutierre Fernandez Hidalgo (b ?Talavera de la Reina, c1547; d La Plata [now Sucre], Bolivia, 1623)
01. Magnificat secundus tonus (1585)
Francisco Lópes Capillas (México, c1605-1674)
02. Alleluia, Alleluia, dic nobis Maria
Pro Música Colonial Brasileira, dir. André Luis Pires
Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
03. Antífona de Nossa Senhora
04. Credo – 4. Sanctus
05. Credo – 5. Benedictus
06. Credo – 6. Agnus Dei
Syntagma Musicum (Chile)
Anónimo, c. 1790
07. Sonata del Palomar


Juan Capistrano Coley (Chile), Libro de órgano de María Antonia Palacios c.1790
08. Divertimento VIII
Anónimo, Archivo Musical de Chiquitos, Bolivia
09. Beatus ille servus
10. Serve bone
Aqua Viva (Alemania), dir. Patricia Rojas-Schubert
Anónimo, Archivo Musical de Chiquitos, Bolivia
11. Dixit Dominus
Norberto Broggini (Argentina), clave
Manuscritos de San Rafael de Chiquitos,Bolivia, (D. Zipoli, M. Schmid, Anónimos)
12. Música para teclado 5to. tono (Alemanda I&II) – Al nacimiento del Archeduz
Ensamble Louis Berger (Argentina), dir. Ricarddo Massun
Tomás de Torrejón y Velasco (España 1664 – Perú 1728), Archido del Seminario San António Abad, Cuzco
13. A este Sol Peregrino, Bailete al Santissimo Sacramento
Anónimo, S. XVIII
14. Nisi Dominus
Ensamble Elyma (Argentina), dir. Gabriel Garrido
Juan de Araujo (Villafranca, España, 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
15. Aquí, aquí, valientes. Xacara para S. Francisco de Assis
Roque Ceruti (Milan, ca. 1685 – Lima, 1760)
16. En la rama frondosa

Primer Festival de Música Barroca y Renacentista Americana, Misiones de Chiquitos – 1996

DISCO 1
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 317,2 MB | HQ Scans 17,7 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 142,0 + 17,7 MB – 1 h 01 min
powered by iTunes 12.0.1

.DISCO 2
.
2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 334,9 MB | HQ Scans 17,7 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 152,0 + 17,7 MB – 1 h
powered by iTunes 12.0.1

..

.

Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Valeu !!!

Boa audição.

14nmyvd

 

 

 

 

 

 

..

.

.

Avicenna

Veneno de Agradar: Luiza Sawaya (soprano) & Achille Picchi (piano) (Acervo PQPBach)

Captura de Tela 2018-01-09 às 22.58.51“Já me vai calando nas veias
Teu veneno de agradar;
E gostando eu de morrer,
Vou morrendo devagar”

Domingos Caldas Barbosa, em “Vou morrendo devagar”
.
.

Ultrapassadas as vicissitudes da perda do domínio dos mares em favor dos holandeses e ingleses, e terminado o domínio espanhol, Portugal retomou definitivamente o seu equilíbrio, sob D. João V, nos cinquenta primeiros anos do século XVIII. Durante o seu reinado, empreendeu um vigoroso processo de modernização, abrangendo as áreas política, econômica e cultural. A descoberta do ouro nas Minas Gerais alavancou o extraordinário intercâmbio com a Colônia do Brasil que, captando as transformações por que passava a Metrópole, tornava-se alvo de interesses os mais diversos. A Música e seus intérpretes sempre estiveram na proa das muitas caravelas que, num incessante leva-e-traz transatlântico, determinou um incrível processo de mútua absorção de novidades.

Adepto da ostentação sacra do Barroco, D. João V trouxe do Vaticano artistas do porte de um Domenico Scarlatti, ao mesmo tempo em que promovia o aperfeiçoamento de músicos portugueses em Roma. Seu sucessor, D. José I, preferia a Ópera enquanto que, depois dele, D.Maria I recuperou o repertório litúrgico.

O Brasil sempre constituiu terreno fértil onde a semeadura de influências portuguesas e estrangeiras medraram em fartas colheitas. O substrato econômico-social de Minas Gerais, por exemplo, região de maior importância no século XVIII no Brasil, era formado por gente de diversos ofícios, membros do clero, escravos. Aí estavam incluídos também os músicos que vinham de outras regiões do Brasil e do exterior, sempre pisando os calcanhares dos mineradores desde os primeiros assentamentos de arraiais e vilas. Já existia nessa época, portanto, um ambiente bastante desenvolvido, irradiador de uma importante cultura musical para o restante do país. A grande maioria desses músicos era composta de mulatos, portanto, nativos, podendo-se afirmar que entre eles houve muitos músicos brasileiros.

A cidade do Rio de Janeiro passou a capital do país em 1763 em razão de estratégias de defesa territorial e econômica, por ser um porto mais acessível e mais seguro que o da baía de Todos os Santos (Bahia) para o escoamento do produto vindo das minas. Estes dois fatores estão na raiz do marcante desenvolvimento dessa cidade que chegou a ser o mais importante centro urbano do país.

Em 1763, aportou em Lisboa o mulato brasileiro Domingos Caldas Barbosa. Protegido pela aristocracia, Caldas Barbosa passou a frequentar a melhor sociedade da época, conquistando-a rapidamente graças à maneira particular de compor e de cantar seus versos. A isso acrescia não apenas o fato de cantar a solo, acompanhando- se à viola, mas também por dirigir seus versos diretamente às amadas com uma intimidade chocante para a sociedade pudica daquela época.

Caldas Barbosa constitui uma referência concreta dentro do ainda impreciso universo da canção do final do século XVIII, tanto no Brasil como em Portugal. São frequentes os testemunhos de seus contemporâneos sobre a maneira diferenciada com que cantava, em oposição ao que habitualmente se fazia em Portugal. Com Caldas Barbosa, virou moda cantar-se a “nova moda da modinha”.

Alexandre José Pires (1ª metade XIX)
01. Finalmente, as leis do fado (modinha)
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
02. Chula carioca (chula)
José Francisco Édolo (Porto, 1792 – ?)
03. Tranquiliza, doce amiga (modinha)
Antonio José do Rego (Lisboa, ? – c1822)
04. As paixões d’amor nascidas (modinha)
05. Frescas praias do barreiro (modinha)
Joze Mauricio (Coimbra, 1752- Figueira da Foz, 1815)
06. De que serve ter sem tí (modinha)
07. Mandei um terno suspiro (modinha)
Manuel Telles (? – ?) / Pedro Anselmo Marchal França, ? – ?)
08. Yayazinha, por que chora? (lundu)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
09. Raivas gostosas (modinha)
Cândido Ignácio da Silva (Rio de Janeiro, 1800-1838)
10. Quando as glórias que gozei (modinha)
11. Minha Marília (modinha)
Elias Álvares Lobo (Itú, SP, 1834 – S. Paulo, 1901)
12. Chá preto, Sinhá? (lundu)
Gabriel Fernandes da Trindade (Portugal ,c.1790-Rio de Janeiro, 1854)
13. Vai, terno suspiro meu (modinha)
José Francisco Leal (Rio de Janeiro, 1792 – 4 de julho de 1829)
14. Delírio e suspiro (modinha)
15. Esta noite (lundu)
Joseph Fachinetti (Itália c.1800 – c1880) / Pe. José M. F. Padilha (Recife, PE 1787 – 1849)
16. Já fui a Lisboa (lundu)
José Amat (Espanha, ?/viveu no Rio de Janeiro de 1848 a 1855) / Gonçalves Dias (Caxias, MA, 1823 – Maranhão, 1864)
17. A canção do exílio (canção)
18. Seus olhos (canção)
Padre Telles (Bahia, c.1800 – Rio de Janeiro, c.1860)
19. Eu tenho no peito (modinha)
20. Querem ver esta menina? (lundu)
Francisco Manuel da Silva (Rio de Janeiro, 1795-1865) / Dr. Antonio José de Araujo (? – ?)
21. Sou eu! (romance)
Francisco Manuel da Silva ( Rio de Janeiro, 1795-1865) / Francisco de Paula Brito (Rio de Janeiro, 1809 – 1861)
22. Lundu da marrequinha (lundu)

Veneno de Agradar – 1998
Luiza Sawaya, soprano
Achille Picchi, piano

Mais um CD gentilmente cedido pelo musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
.
memoriaBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 379,4 MB | HQ Scans 18,8 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 211,32 MB – 1,1 h
powered by iTunes 10.6.3

.

Boa audição.

Captura de Tela 2018-01-09 às 23.07.06

 

 

 

 

 

 

.

.

Avicenna

Atelier Vocal et Instrumental de Sarrebourg: Pe. José Maurício Nunes Garcia: Missa Pastoril + Matinas de Natal + Gradual para São Sebastião (Acervo PQPBach)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Missa Pastoril
Matinas de Natal
Gradual para São Sebastião

Atelier Vocal et Instrumental de Sarrebourg

1z4kbqs

dlgk0m

zyctf

 

 

 

 

2lwayjrJosé Maurício Nunes Garcia – 2001
Atelier Vocal et Instrumental de Sarrebourg
Regente: Jean-Franck Anselme
.
memoria

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 326,2 MB | HQ Scans 1,6 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 147,8 + 1,6 MB – 48,8 min
powered by iTunes 11.1.3

.

.

Boa audição.

2djw0ah

 

 

 

 

 

.

Avicenna

Música no tempo de Gregório de Mattos (1636-1696) – Música Ibérica e Afro-Brasileira na Bahia dos séculos XVII e XVIII (Acervo PQPBach)

3tumvO TRIÂNGULO ATLÂNTICO: SONS DA IBÉRIA, ÁFRICA E BRASIL DURANTE O PERÍODO COLONIAL

Porém, eu me persuado, que a maior parte destas modas lhes ensina o demônio: porque é ele grande poeta, contrapontista, músico e tocador de viola e sabe inventar modas profanas, para as ensinar àqueles que não temem a Deus. Nuno Marques Pereira (1652-1728)

Para o moralista Nuno Marques Pereira, boa parte dos males que afligiam a colônia portuguesa na América no início do século XVIII devia-se à proliferação das canções profanas no toque dos violeiros da época. A julgar pela temática de grande parte de sua obra literária, Gregório de Mattos e Guerra (1636-1696) encarnava os piores medos de Pereira. E se sua língua ferina granjeou-lhe inimigos e problemas no Brasil e em Portugal, ainda hoje suas profanidades e obscenidades escandalizam muita gente.

Retratando portugueses e baianos de todas as esferas, a obra poética de Gregório de Mattos é uma ótima fonte de informações sobre a música ouvida nas ruas, casas, conventos e bordéis do Brasil seiscentista. Além de comentar e criticar funções musicais e teatrais, de mencionar instrumentistas e cantores, de citar nomes de peças instrumentais e de descrever coreografias, Mattos usava romances e tonos espanhóis como base para novas composições. Cantava e variava também modas profanas em português, ou, no dizer dele próprio, canções que os “chulos” cantavam. Nuno Marques Pereira atribuía tais modas à invenção do demônio—ele próprio um exímio tocador de viola.

E o “Boca do Inferno” também tocava viola. O fato de ser instruído musicalmente dá mais peso aos seus comentários e descrições envolvendo tanto a música da elite quanto aquela que se ouvia nas festas populares e nos bordéis. Mattos ocupa-se também da música das ruas, dos mulatos e negros, a música dos calundus, cerimônias afro-brasileiras que tanto irritavam Pereira.

No século XVIII, outros poetas descreveram o ambiente musical brasileiro e as notáveis interações entre formas e práticas musicais portuguesas, africanas e brasileiras, alguns condenando, outros louvando. Nas Cartas Chilenas, Tomás Antonio Gonzaga descreve a “mulata em trajes de homem [que] dança o quente lundum e o vil batuque”, coreografias que apresentavam a “lasciva umbigada”. Na seqüência, Gonzaga narra como a dança passou das “humildes choupanas” para as “casas mais honestas e palácios”. Enquanto isso, no litoral do sul do Brasil, danças afro-brasileiras vinham interagindo com coreografias e toques de viola açorianos e portugueses, resultando numa mistura que passou a ser conhecida como fandango e que permanece viva em pontos remotos do litoral do Paraná e Santa Catarina.

Tais interações ocorriam também em Portugal. Roendo-se de inveja e em tom abertamente racista, Bocage satirizou em vários versos os modinheiros brasileiros Domingos Caldas Barbosa e Joaquim Manuel da Câmara, presenças constantes nos salões lisboetas. O talento deste último, famoso tocador de machete e compositor de modinhas, foi enfatizado em testemunhos imparciais, como os dos franceses Louis e Rose de Freycinet e do austríaco Sigismund Neukomm. Impressionado, Neukomm compôs variações para piano sobre um tema de Joaquim Manuel e intermediou em Paris a publicação de uma coleção de modinhas do macheteiro.

Grupo Banza

O Grupo Banza empresta o seu nome de um antigo instrumento musical africano bastante comum nas Américas durante o período colonial, o mbanza. Formado em 2003 e tendo sua base em Curitiba, o grupo interpreta a música antiga brasileira em instrumentos históricos e tradicionais da Europa, África Ocidental e Brasil.

O grupo explora as conexões entre a música européia praticada no período colonial e as interações e modificações sofridas no Brasil, que resultou no surgimento de uma verdadeira música popular brasileira em fins do século XVIII. Em seus projetos, o grupo tem trabalhado com o repertório contido em fontes musicais até agora pouco estudadas, tais como a música portuguesa para viola (guitarra barroca) do início do século XVIII e o códice para saltério de Paranaguá, do início do século XIX, sempre procurando equilibrar um forte conteúdo de pesquisa com uma postura interpretativa mais livre, derivada da tradição oral brasileira.

Desde 2003, o grupo tem se apresentado em vários estados brasileiros, com Ademir Mauricio (voz), Ana Paula Peters (flauta-doce e traverso), Orlando Fraga (teorba, bandurra, violas tradicionais e históricas), Paulo Demarchi (percussão, violas tradicionais), Roger Burmester (tiorba e bandurra), Rogerio Budasz (violas tradicionais e direção), e Sandro Romanelli (violino histórico e rabeca). (Extraído do encarte)

Iberian and African-Brazilian Music of the 17th Century
Gregório de Matos e Guerra (Salvador, 1636-Recife, 1695) arranjo de Rogerio Budasz
01. Cumbe Oitavo Tom
02. Marinícolas, Marisapoles Quarto Tom
03. Fantasia Quarto Tom Italiana
04. Pavana Primeiro Tom, Pavana Primeiro Tom Italiana
05. Gagliarda
06. Foi-se Brás da sua Aldeia
07. Tarantela
08. Arromba Quarto Tom
09. Gandum Sétimo Tom
10. Cãozinho de Sofala
11. Sarambeque Segundo Tom
12. Paracumbe Sétimo Tom
13. Cubanco Sétimo Tom
14. Ay Verdades Que En Amor
15. Saltarello
16. Rojão Segundo Tom, Rojão Primeiro Tom
17. Vacas Primeiro Tom
Gregório de Matos Guerra (Salvador, 1636-Recife, 1695) arranjo de Patxi Garcia Garmilla
18. Ay De Ti Pobre Cuidado
Gregório de Matos Guerra (Salvador, 1636-Recife, 1695) arranjo de Rogerio Budasz
19. Vilão Sétimo Tom
20. Canário

Iberian and African-Brazilian Music of the 17th Century – 2004
Banza Ensemble

Este CD pertence ao acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
.
2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 269,2 MB | HQ Scans 23,3 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 129,4 MB – 48,6 min
powered by iTunes 10.6.3

.

.

Boa audição.

plantando arvores

 

 

 

 

 

 

.

.

Avicenna

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830): Responsórios Fúnebres – Coral Porto Alegre e Orquestra: (Acervo PQPBach)

bjfy45 Responsórios Fúnebres

Pe. José Maurício Nunes Garcia 

Coral Porto Alegre e Orquestra

Determinadas obras só sobreviveram através das cópias. É o caso dos Responsórios Fúnebres (CPM 192). O único exemplar existente encontra-se no arquivo da Orquestra Ribeiro Bastos, na cidade de São João del-Rei,MG, em partes individuais manuscritas, de copista desconhecido e sem datação. Em razão do estado precário dos papéis, a musicóloga Cleofe Person de Mattos realizou o primeiro levantamento da partitura.

Para a presente gravação foi utilizada uma nova partitura, editorada e revista por Aluízio Viegas. Embora o manuscrito mineiro seja a única referência, não podemos deixar de reconhecer que a música e a orquestração são tipicamente mauricianas. O conjunto é formado pelo coro a quatro vozes, uma flauta, duas clarinetas, duas trompas e as cordas. José Maurício optou por não incluir solistas. O coro torna-se então o grande protagonista da obra.

O texto é o do Ofício dos Defuntos, para o qual, aparentemente, José Maurício não compôs música para o lnvitatório. Outra curiosidade está no 9° responsório: no Liber Usualis, consta o Libera me, Domine, de viis infernis. Na cópia manuscrita, encontramos o Libera me, Domine, de morte aeterna, comumente usado na missa de requiem.

Embora não conheçamos as circunstâncias de sua criação, podemos dizer que os Responsórios Fúnebres se apresentam hoje como uma das grandes obras de José Maurício.

(André Cardoso, diretor da Escola de Música da UFRJ. Extraído do encarte)

Palhinha: ouçam 9º Responsório: Libera me Domine

Responsórios Fúnebres
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
1º Responsório: Credo – et in carne – quem visurus – et in carne
2º Responsório: Qui Lazarum – tu, ei, Domine – qui ventures es – tu, eis Domine
3º Responsório: Domine, quando veneris – Quia peccavi – Comissa mea – Requiem aeternam – Quia peccavi
4º Responsório: Memento mei, Deus – nec aspiciat – De profundis – nec aspiciat
5º Responsório: Hei mihi – Miserere mei – Anima mea turbata – Miserere mei
6º Responsório: Ne Reccorderis – dum veneris – Dirige, Domine – Requiem aeternam dum veneris
7º Responsorio: Peccatem – quia in inferno – Deus, i nomine tuo – quia in inferno
8º Responsório: Domine, secundum – ut tu – Amplius – ut tu
9º Responsório: Libera me – Tremens – dum discussio – Dies illa – Requiem aetenam – Kyrie – Requiescat

Responsórios Fúnebres – 2013
Coral Porto Alegre e Orquestra
Maestro Ernani Aguiar

.

2jcbrlsBAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 263,8 MB | HQ Scans 1,0 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 123,2 + 1,0 MB – 51 min
powered by iTunes 11.1.3

.

.

.Boa audição.

Avicenna