Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

O que dizer? Um dos maiores filmes que vi e uma das melhores trilhas sonoras já compostas? Sim, é bom começo, é sincero. É um filme onde Juliette Binoche depara-se com toda a liberdade possível. Ela faz o papel de Julie, mulher de um importante compositor e regente francês que morre num acidente de carro. Com ele, morre também a única filha do casal. É uma liberdade de luto — incômoda, deprimente, indesejável, horrível. Junto a um amigo do casal, ela tenta finalizar uma composição para coro e orquestra que havia sido encomendada ao marido, a Canção pela Unificação da Europa, descobrirá detalhes da vida do marido e seguirá sua vida. Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul), de 1993, é um filme belíssimo e importante do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, o primeiro da Trilogia das Cores.

Zbigniew Preisner foi digno do filme. Deve ter trabalhado muito com Kieslowski, pois a música adapta-se ao filme — ou o filme a ela — de modo realmente arrepiante. Eu não consigo desgrudar o filme do CD da trilha sonora. A trilha faz parte do filme e gosto demais de ouvi-la para lembrar dele.

Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

1. Song for the Unification of Europe (Patrice’s version) 5:17
2. Van Den Budenmayer – Funeral music (winds) 2:05
3. Julie – Glimpses of Burial 0:32
4. Reprise – First appearance 0:34
5. The Battle of Carnival and Lent 0:59
6. Reprise – Julie with Olivier 0:51
7. Ellipsis 1 0:23
8. First flute 0:52
9. Julie – in her new apartment
10. Reprise – Julie on the stairs
11. Second flute 1:18
12. Ellipsis 2 0:23
13. Van Den Budenmayer – Funeral music (organ) 1:59
14. Van Den Budenmayer – Funeral music (full orchestra) 1:49
15. The Battle of Carnival and Lent II 0:44
16. Reprise – flute (closing credits version) 2:21
17. Ellipsis 3 0:25
19. Olivier and Julie – Trial composition 2:01
20. Olivier’s theme – finale 1:40
21. Bolero – Trailer for “Red” film 1:11
22. Song for the Unification of Europe (Julie’s version) 6:50
23. Closing credits 2:06
24. Reprise – organ 1:15
25. Bolero – “Red” film

Flute – Jacek Ostaszewski
Music By – Zbigniew Preisner
Piano – Konrad Mastylo*
Recorded By – Sinfonia Varsovia
Soprano Vocals – Elzbieta Towarnicka*
Vocals [Soloist] – Beata Rybotycka

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Uma tremendo filme com Juliette Binoche
Uma tremendo filme com Juliette Binoche

PQP

.: trilha sonora :. Frankenstein – Patrick Doyle (1953)

.: trilha sonora :. Frankenstein – Patrick Doyle (1953)

Hoje vamos trazer aos amigos do blog mais um grande compositor de trilhas sonoras: Patrick Doyle, ele nasceu em 6 de abril de 1953 em Uddingston , South Lanarkshire , Escócia . É um compositor com formação clássica que estudou na Royal Scottish Academy of Music e um colaborador de longa data do ator-diretor Kenneth Branagh.

Para começar: como uma trilha sonora como esta fica meio assim que desconhecida. Seria por causa do filme que ele não é “adequado para as massas” em termos de entretenimento? É certo que não é uma degustação leve, difícil de digerir e certamente não é adequado como um álibi de fundo para casais que querem se presentear com uma “aconchegante noite de cinema” como me arriscarei a comentar abaixo. Na opinião deste nulo admirador esta trilha sonora é apenas maravilhosa. Tá certo que estou caindo na mesmice, tudo é maravilhoso e lindo, mas esta…. putz sim é, e muito. Certa vez estava eu ouvindo no rádio a faixa “The Wedding Night” (faixa 21 do CD) e gostei tanto da peça que no fim de semana seguinte fui atrás de comprar a trilha. Não sei como achei o CD e lá estava ele com a capinha rachada no meio daqueles baldes de CDs encalhados em promoção que tinha nas lojas do centro de Sampa. Ouvi diversas vezes o CD nos dias seguintes. Que ma-ra-vi-lha !

Helena Carter e Kenneth Branagh na cena “The Wedding Night”

O tema de ” The Wedding Night” é o tema romântico e muito tocante de Elizabeth (Helena Bonham Carter), ele percorre toda a trilha sonora e é repetidamente interrompido por inserções enormes, e é executado integralmente na faixa 22 “Elizabeth”. Este único tema suave e pausado e o contraste violento também mostram o confronto entre Elizabeth e seu amante, Victor Frankenstein (Kenneth Branagh). Outra grande parte é “The Creation” (faixa 9), uma explosão com cerca de um minuto de instrumentos enfurecidos acompanhada por uma série de batidas consistentes dos tímpanos. As trombetas fazem você estremecer de deleite, e a imagem de Victor correndo pelo sótão, em formato de catedral, com o manto longo e esvoaçante torna-se cristalina. A impressão geral da trilha sonora parecia confusa e pouco clara após a primeira audição. Isso é causado pela orquestra enorme e densa (uma orquestra completa foi necessária para a gravação!). As faixas são vibrantes, Doyle não se preocupou em dar “prazer de audição agradável e variada”, mas sim esta é uma obra orquestral baseada e classicamente estruturada em “leitmotif”. As nuances e ideias sutis do compositor tornam-se claras (às vezes você também pode ouvir ecos respeitosos ao estilo do compositor Vaughn-Williams, esta referência veio ao escrever estas mal traçadas linhas enquanto ouço novamente a trilha), e quanto mais vezes você ouve a trilha sonora, mais há para descobrir ! Eu posso comparar (posso estar errado) à um poema sinfônico. Esta obra é acima de tudo uma experiência de audição mais complexa, mas nunca entediante.

Os amantes da música densa de Wagner, talvez gostariam do seu design sinfônico – como um tipo especial de música para cinema. O uso de muitos instrumentos ao mesmo tempo para criar uma sensação de tensão é surpreendente e, combinado com o movimento ininterrupto da câmera, mantém a ação em movimento. É uma ótima trilha sonora que sincroniza totalmente com os visuais que foi planejada. Boyle incluiu momentos suaves que refletem os interesses amorosos de Victor Frankenstein e vai para uma música poderosa enquanto cria um monstro que ele não pode mais controlar. A música de encerramento do filme é uma das melhores músicas que já ouvi de Doyle, tão poderosa quanto a música que ele compôs para o filme Henrique V.

Quando assisti ao filme, praticamente sabia as sequencias da trilha de cor, e foi uma experiência diferente, arrepiante, estupenda. Me levou para o verdadeiro poder emocional do filme, permitindo experimentar os sentimentos dos personagens, bem como o horror da própria história. Recomendo fortemente que os amigos do blog, que gostam de música descritiva, baixem esta incrível obra. Totalmente comovente e muito contundente, intensa e poderosa, chocante, violento e às vezes perturbador, que é o que eu gosto mesmo na música para cinema e, acredito, um CD obrigatório para a coleção de qualquer fã de trilha sonora, bem como para os fãs do filme de Kenneth Branagh e do Robert de Niro (a criatura).

Patrick Doyle

No encarte do CD Patrick Doyle nos conta: “Antes do início das filmagens, Ken me pediu para escrever uma melodia para um do poema de Byron, já que o plano inicial era ter uma música apresentada durante a cena do salão de baile. A ideia acabou sendo descartada, mas o tema permaneceu é o tema do amor, apresentado integralmente na cena “The Wedding Night”. O filme Frankestein tem inúmeras referências religiosas a Deus, à imoralidade e a criação da vida. Este foi um elemento crucial para eleborar e fica mais aparente quando Victor está se afastando do monstro, que está suspenso como o Cristo na Cruz nas vigas da magnífica “catedral” de Victor – o sótão (projetado por Tim Harvey). Havia muitos outros elementos dramáticos a serem abordados. A sensação subjacente de mau presságio, a obsessão de Victor em criar vida, a história de amor e as jornadas épicas, literal e figurativo, de Victor e sua criação. “The Creation” e “Elizabeth” foram dois grandes momentos orquestrais desafiadores, enquanto outras cenas mais íntimas, como ” She-s Beautiful” e ” Yes I Speak”, pediram uma menor força orquestral. O álbum é dedicado à memória do meu velho amigo, Denis Clarke, que morreu enquanto eu escrevia esta partitura.
Patrick Doyle, setembro de 1994.”

O Filme
Existe uma infinidade de adaptações para a obra de Mary Shelley, poucas são dignas de nota, e a maioria são deturpações que ridicularizam a criatura. Vou dar um “spoilerzinho” só: o principal aspecto desta versão reside em sua discussão moral que pode ser resumida em uma única pergunta: quem é, afinal, o “monstro” da história: a criatura sem nome (é comum, o equívoco de se referir a ela como “Frankenstein”) ou o homem que a concebeu ? Ou ainda a própria Humanidade, que aqui é sempre retratada como uma turba violenta e irracional disposta ao linchamento e a expulsar aqueles a quem julga estranhos ? Um belo exemplo é a maravilhosa cena na caverna de gelo, quando a Criatura indaga: “- Eu tenho uma alma ? Ou você se esqueceu desta parte? Quem eram estas pessoas das quais fui constituído? Pessoas boas? Pessoas más? (…) Sabia que eu sei tocar (flauta)? Em que parte de mim residia este conhecimento? Nestas mãos? Nesta mente? Neste coração? E ler? E conversar? Não foram coisas aprendidas, mas… lembradas. (…) Alguma vez você ponderou as conseqüências dos seus atos? (…) Quem sou eu?”

De Niro

E a resposta de um Victor Frankenstein exausto e derrotado? “Eu não sei.” – um momento-chave do filme que leva o “monstro”, num reconhecimento irrefutável do caráter falho de seu criador, a dizer: “E você pensa que eu sou mau”….. Seja como for, mais importante do que a tecnofobia da narrativa é sua mensagem humanista – e, mais uma vez, é admirável que esta seja representada justamente por um dos “monstros” mais famosos do Cinema. E se antes a criatura era vista como um ser relativamente irracional e quase sempre estúpido, aqui se torna motivo de lágrimas vê-la exibir uma postura comovente de Fé na Humanidade ao dizer: “Pela compaixão de um único ser vivo eu faria as pazes com todos” – o que, por contraste, acaba ressaltando a mágoa contida em sua última frase no filme: “Estou farto do Homem”. Uma performance impecável do Robert de Niro como “a criatura”. (texto baseado na publicação de Pablo Villaça).

A belíssima trilha sonora conectadíssima com as cenas teremos o imenso prazer de compartilhar com os amigos do blog, trilha densa e dramática, sobretudo belíssima orquestração do Patrick Doyle !

Frankestein – Patrick Doyle

01 To Think Of A Story
02 What-s Out There_
03 There-s An Answer
04 I Won-t If You Won-t
05 A Perilous Direction
06 A Risk Worth Taking
07 Victor Begins
08 Even If You Die
09 The Creation
10 Evil Stitched To Evil
11 The Escape
12 The Reunion
13 The Journal
14 Friendless
15 William!
16 Death Of Justine _ Sea Of Ice
17 Yes I Speak
18 God Forgive Me
19 Please Wait
20 The Honeymoon
21 The Wedding Night
22 Elizabeth
23 She-s Beautiful
24 He Was My Father

Music Composed by Patrick Doyle
Music Conductor: David Snell
Orchestra Assembled by Tonia Davall

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Mary Shelley – “Contemplei o coitado… o desgraçado monstro que eu havia criado”

Ammiratore

.: trilha sonora :. Legends of the Fall – James Horner (1953-2015)

.: trilha sonora :. Legends of the Fall – James Horner (1953-2015)

Hoje vamos trazer aos amigos do blog mais uma grande trilha sonora, “Legends of the Fall” (Lendas da Paixão – 1994), do compositor, regente e orquestrador americano, com mais de 100 trilhas sonoras no curriculum, James Roy Horner (14 de agosto de 1953 – 22 de junho de 2015). O compositor tinha um talento especial para a trilha sonora de dramas históricos, as trilhas para “Braveheart”, “Titanic”, “Mask of Zorro”, “Enemy at the Gates” e “Troy” são belíssimas e demonstram sua habilidade de capturar o clima da época envolvida na película. “Legends of the Fall” representa alguns dos melhores trabalhos de James Horner do que eu considero como sua “era de ouro”, começando com “The Wrath of Khan” em 1982 e terminando com Titanic em 1997.

Horner ganhou dois Oscars de “Melhor Trilha Sonora Original” ( Titanic ) e “Melhor Canção Original” (” My Heart Will Go On “) em 1998, e foi indicado a mais oito Oscars. Todas as três partituras que regeu para James Cameron (Aliens (1986), Titanic (1997) e Avatar (2009)) foram indicadas para Melhor Trilha Sonora Original. O cara era fera mesmo ! Infelizmente ele morreu cedo em um acidente de avião em 22 de junho de 2015, aos 61 anos de idade, enquanto pilotava sozinho seu avião Tucano em manobras acrobáticas de baixa altitude em Quatal Canyon, Califórnia.

Para quem ainda não assistiu “Legends of the Fall” o filme conta uma saga familiar ambientada em uma bela e gloriosa Montana na época da Primeira Guerra Mundial. Exigiu uma trilha profundamente romântica e dramática, entregue aqui com verdadeiro talento e comprometimento pela Orquestra Sinfônica de Londres. Este é realmente um trabalho lindamente expressivo, diferente das trilhas sonoras comuns aonde o foco está em enfatizar as perseguições, os clichês, clímax, ou ainda para suavizar os cortes em suaves transições, este trabalho é diferente. Em cada pequena história está um som tão profundo que ressoa harmonizando com os personagens da cena, é esse sentimento que o compositor busca fazer ouvir, James soube dar uma vida interior à música lhe dando uma alma que faz parte dos personagens ao mesmo tempo taciturna e exuberante, com cheiro de amor e perda, evocando imagens magníficas do oeste americano, planícies e pradarias abertas, coiotes, lobos e falcões, misturado ao poder arrebatador do romance.

Neste trabalho James lança mão da instrumentação tradicional de “cowboy” (guitarras, banjos, ukuleles) em favor de uma orquestra completa e abrangente composta por cordas, sopros, metais e percussão. Movimentos de cordas agitados combinam com solo de flauta japonesa (o mestre Kazu Matsui, talvez o melhor intérprete do mundo da flauta de madeira japonesa, o shakuhachi ) tenro e assustador com o piano brilhante em quase todas as faixas do CD. Os vocais sem palavras de Maggie Boyle se juntam a tambores trovejantes que galopam como batidas de cascos em faixas como “To the Boys” (para mim um primor de composição, lindimaiz) e “Farewell_ Descent into Madness”. Os assobios agudos do sopro japonês e os rosnados baixos e roucos se fundem perfeitamente com a orquestra. “Alfred, Tristin, The Colonel, The Legend” contém efeitos rítmicos de respiração, “Revenge” (mais tarde retrabalhado em “Coração Valente”) apresenta gritos de falcão, enquanto “Samuel’s Death” oferece uivos de lobo e lamentos prolongados. O filme é embalado do começo ao fim com música que pode ser grandiosa e arrebatadora, luxuriante e romântica e dolorosamente sentimental. Dado o drama, a aventura e a tragédia da história, este é um exemplo em que a trilha sonora quase converte o filme em uma ópera, com a música fazendo tanto para avançar a história quanto a dinâmica do filme. Existem muitos trabalhos da telona que são elevados a outro nível pela pontuação, este sempre vem à minha mente como um excelente exemplo. Na minha nula opinião acho que “Legends of the Fall” às vezes é classificado como um simples melodrama romântico, em parte devido à forma como foi comercializado na época, e também ao subsequente lançamento de Brad Pitt como um “destruidor de corações” … mas esta música é um maravilhoso trabalho que não pode ser enquadrado no rótulo que o filme ficou conhecido. A trilha de “Legends of the Fall” quebra as convenções do gênero ocidental ao trocar instrumentos estereotipados do “velho oeste” por uma abordagem orquestral nova. Romântica no sentido mais profundo mais marcante, tão requintada e refinada como uma taça de vinho, mas tão selvagem e indomada quanto a própria história da fronteira americana, a pontuação de James Horner supera em muito a atuação sem brilho de Hopkins e Pitt.

A primeira faixa, assim como as 3 seguintes, são simplesmente magníficas. Portanto, sentem-se com um bom par de fones de ouvido e viaje para o oeste americano. Vale a pena a audição !

Legends of the Fall – James Horner
01 Legends of the Fall
02 The Ludlows
03 Off to War
04 To the Boys
05 Samuel-s Death
06 Alfred Moves to Helena
07 Farewell_Descent Into Madness
08 The Changing Seasons, Wild Horses
09 The Wedding
10 Isabel-s Murder, Recollections of
11 Revenge
12 Goodbyes
13 Alfred, Tristan, The Colonel, The

Kazu Matsui, shakuhachi
Maggie Boyle, vocal
Música composta, regida e produzida por James Horner
Executado pela London Symphny Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

James acertando a partitura no piano do PQPBach Institute

Restaurado – Ennio Morricone (1928-2020): A Missão / The Mission – trilha sonora (1986)

Postado originalmente em 6.10.2016

O filme de Roland Joffé A Missão explora um momento fascinante e polêmico da história da América do Sul: as missões jesuíticas entre os guaranis, cuja rede formou uma espécie de Estado autônomo por 158 anos – o qual, entre outras coisas, exportava violinos para a Europa.

Alguns, como o cineasta Silvio Back, tendem a ver as Missões (que deram nome à província argentina de Misiones) apenas como uma forma especialmente refinada da opressão dos ameríndios pelos colonizadores europeus. Outros, como o padre e historiador suíço Clóvis Lugon, as veem como o que houve de mais próximo da realização da Utopia.

Neste filme de 1986 Roland Joffé se alinhou com Lugon não porque quisesse tomar partido em uma polêmica sobre fatos acontecidos de dois a três séculos antes: seu filme é sobretudo um libelo em favor da prática política da Teologia da Libertação latino-americana no final do século XX –

… o que pode gerar uma polêmica adicional na qual não pretendo entrar: o que me interessa aqui é que A Missão é cinema do grande – e a marcante trilha de Ennio Morricone é um dos fatores que contribuem para isso.

Com, vocês, portanto, a trilha de A Missão:

01 On Earth As It Is In Heaven 3:50
02 Falls 1:55
03 Gabriel’s Oboe 2:14
04 Ave Maria Guarani 2:51
05 Brothers 1:32
06 Carlotta 1:21
07 Vita Nostra 1:54
08 Climb 1:37
09 Remorse 2:46
10 Penance 4:03
11 The Mission 2:49
12 River 1:59
13 Gabriel’s Oboe 2:40
14 Te Deum Guarani 0:48
15 Refusal 3:30
16 Asuncion 1:27
17 Alone 4:25
18 Guarani 3:56
19 The Sword 2:00
20 Miserere 1:00

.  .  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here

Comente! Os comentários dos leitores são
o combustível da nossa loucura compartilhatória!

Ranulfus

[restaurado por Vassily em 10/7/2020]

Ennio Morricone (1928-2020): Era uma Vez no Oeste (Once Upon a Time in The West)

Ennio Morricone (1928-2020): Era uma Vez no Oeste (Once Upon a Time in The West)

Ennio Morricone nasceu em Roma a 10 de novembro de 1928 falecendo na data de hoje. Nós, do PQPBach, vamos prestar as devidas homenagens a este grande compositor contemporâneo. Ele foi um compositor, arranjador e maestro italiano que escreveu músicas em diversos estilos. Morricone compôs mais de 400 partituras para cinema e televisão, além de mais de 100 obras clássicas.

Sua trilha sonora para The Good, the Bad and the Ugly (1966) é considerada uma das trilhas sonoras mais influentes da história e foi introduzida no Grammy Hall of Fame. Sua filmografia inclui mais de 70 filmes premiados, todos os filmes de Sergio Leone desde A Fistful of Dollars, e do o filme de Giuseppe Tornatore Cinema Paradiso, além de The Mission, The Untouchables, Mission to MarsThe Hateful Eight, o qual ganhou um Oscar.

Começou a carreira tocando trompete em bandas de jazz na década de 1940, tornou-se arranjador de estúdio para a RCA Victor e, em 1955, começou a escrever trilhas para cinema e teatro. Ao longo de sua carreira, compôs músicas para artistas como Paul Anka, Mina, Milva, Zucchero e Andrea Bocelli. De 1960 a 1975, Morricone ganhou fama internacional por compor músicas para Westerns e — com uma estimativa de 10 milhões de cópias vendidas — “Era uma vez no Oeste” é uma das partituras mais vendidas em todo o mundo. A música de Morricone foi reutilizada em séries de televisão, incluindo The Simpsons e The Sopranos, e em muitos filmes, incluindo Inglourious Basterds e Django Unchained. Sua aclamada trilha sonora de The Mission (1986) foi certificada em ouro nos Estados Unidos. O álbum Yo-Yo Ma Plays Ennio Morricone ficou 105 semanas nos álbuns clássicos da Billboard e o mestre Aviccena já postou AQUI. (Wikipedia)

Jill

Era uma Vez no Oeste é uma p…. trilha sonora composta em 1968, dirigido por Sergio Leone, lançado em 1972. Alguma música de filme refletiu mais perfeitamente o conceito de “inimigo” do que o impressionante e ameaçador tema de “Man With A Harmonica” ? Enquanto o vingativo e solitário personagem de Charles Bronson persegue o assassino Frank na obra-prima de Sergio Leone em 1968, o trabalho explosivo e poderoso do compositor transmite a emoção solene de alguém prestes a distribuir justiça sangrenta – e o medo assustador de um vilão cujo passado violento está finalmente encontrando vingança. É, em suma, a personificação sonora de um acerto de contas.

L’Uomo Dell Armonica

A trilha sonora apresenta temas que se relacionam com cada um dos personagens principais do filme (cada um com sua própria música tema), bem como com o espírito do oeste americano. O belo tema principal de Morricone para Once Upon a Time in The West, que toca pela primeira vez quando Jill, interpretada pela bela Claudia Cardinale, chega sozinha à estação de trem, os vocais operísticos assombrosos de Edda Dell’Orso, acompanhados de sinos e cordas, são tristes e comoventes. Eles evocam uma sensação de perda e desejo sem limites. Mas então a orquestra constrói um floreio triunfante quando a câmera se eleva para nos mostrar a agitação crescente da atividade e a ascensão da civilização, contra o deslumbrante cenário expansivo do Velho Oeste. O casamento da música e do visual reflete o espírito pioneiro da paisagem instável e a esperança de Jill por uma vida melhor, mas também a brutalidade e o desespero que a “civilização” está trazendo consigo. A ferrovia que se aproxima literalmente envia a morte para a fronteira, na forma do implacável executor de Henry Fonda, Frank, que mata o novo marido de Jill e sua família em uma tentativa de garantir sua terra. Contra essa dicotomia, a música é indescritivelmente emocionante. Imortal trilha !

Chayenne

Quanto à peça de gaita do personagem de Bronson é um contrapeso visceral e empolgante para o crescente tema principal. Este tema vem quase sempre acompanhado de derramamento de sangue iminente ou – pelo menos – a ameaça dele. Integrando de maneira inteligente a interpretação do próprio personagem na trilha sonora, ele confunde as linhas entre o som da realidade do filme e o nosso. E não vamos esquecer o maravilhoso tema do Chayenne, bandido engenhoso interpretado por Jason Robards. Como os outros temas, ele captura uma gama de emoções; quando ele é apresentado pela primeira vez, há um elemento de mistério e perigo para se adequar à sua entrada ambígua, mas também resume habilmente a brincadeira e o charme desonesto do personagem. Quase todos os personagens principais do filme são trágicos de alguma forma, e a pontuação de Morricone reflete isso.

Era o desejo de Leone ter a música disponível e tocada durante as filmagens. Leone mandou Morricone compor a trilha antes do início das filmagens e tocaria a música de fundo para os atores no set. E tocou a música durante as filmagens para inspirar seu elenco – que inspiração esses atores devem ter recebido.

Franck

Uma partitura que inspirou um filme. O filme é sem dúvida o maior dos “westerns spaghetti” de Sergio Leone: profundo, emocional e tematicamente rico, além de ser atmosférico, cativante de visão e, acima de tudo, majestoso da música. É o ponto culminante da imersão de Leone na violência e maravilha do oeste americano e da imaginação musical de Morricone desse cenário.

Descanse mestre, obrigado pelas suas lindas músicas !

Ennio Morricone (1928-2020): Era uma Vez no Oeste (Once Upon a Time in The West)

Once Upon A Time In The West – 01 – CEra Una Volta Il West
Once Upon A Time In The West – 02 – L-Uomo (Ennio Morricone)
Once Upon A Time In The West – 03 – Il Grande Massacro
Once Upon A Time In The West – 04 – Arrivo Alla Stazione
Once Upon A Time In The West – 05 – LOrchestraccia
Once Upon A Time In The West – 06 – L-America Di Jill
Once Upon A Time In The West – 07 – Armonica (by Ennio Morricone)
Once Upon A Time In The West – 08 – La Posada N1
Once Upon A Time In The West – 09 – Un Letto Troppo Grande
Once Upon A Time In The West – 10 – Jill
Once Upon A Time In The West – 11 – Frank
Once Upon A Time In The West – 12 – Cheyenne
Once Upon A Time In The West – 13 – La Posada N2
Once Upon A Time In The West – 14 – La Posada N3
Once Upon A Time In The West – 15 – Epilogo
Once Upon A Time In The West – 16 – Sul Tetto Del Treno
Once Upon A Time In The West – 17 – LUomo Dell Armonica
Once Upon A Time In The West – 18 – In Una Stanza Con Paca Luce
Once Upon A Time In The West – 19 – L-Attentato
Once Upon A Time In The West – 20 – Ritorno Al Treno
Once Upon A Time In The West – 22 – Come Una Sentenza
Once Upon A Time In The West – 23 – Duello Finale
Once Upon A Time In The West – 24 – L-Ultimo Rantolo
Once Upon A Time In The West – 25 – Nascita Di Una Citta-
Once Upon A Time In The West – 26 – Addio A Chayenne
Once Upon A Time In The West – 27 – Finale

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Ennio Morricone (1928-2020)

Ammiratore

.: interlúdio :. Goran Bregovic – Black Cat White Cat (Soundtrack) (2000)

.: interlúdio :. Goran Bregovic – Black Cat White Cat (Soundtrack) (2000)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

À exceção de West Side Story, não creio que exista uma trilha sonora de qualidade tão alta quanto Black Cat White Cat. Então… Vamos nos divertir de um jeito diferente hoje. A música popular dos Balcãs é uma coisa de louco. E Goran Bregovic é um dos principais artistas da região. Já tocou muitas vezes no Brasil, inclusive fez duas apresentações em Porto Alegre. Compositor, instrumentista, cantor e extraordinário arranjador, seus discos nunca são esquecíveis. Black Cat White Cat é a trilha sonora do filme homônimo de Emir Kusturica. Depois de vários trabalhos juntos a dupla se desentendeu.

Este CD dá uma mostra de quem é Bregovic. Não há economia, nem de alegria ou de criatividade, e muito menos de recursos. Há cantores, flautistas, cordas, organistas, grupos peruanos, de salsa e muita mas, muita música da Bósnia e da Sérvia com seus metais, metais, metais. O que há de tubas, trombones, trompetes e trompas é um absurdo. Além disso, há um grupo de rock que chega a cantar I want to break free em ritmo marcial… E cada um dos 30 temas têm arranjos inteiramente diferentes, cada um com personalidade própria. Há um compositor alucinado e um arranjador do tamanho de George Martin dentro de Bregovic.

Goran ...
Goran …

Goran Bregovic considera-se iugoslavo e os itálicos a seguir copio uma entrevista que ele concedeu ao El País espanhol em 2009, época do espetacular CD Alkohol:

Si tu país desaparece, descubres que no era algo político ni geográfico, sino emocional. No me siento represente de una nación o un Estado. Sólo represento ese territorio emocional que no tiene nada que ver con la política.

O que diz sobre os criminosos de guerra:

Creo que conozco a casi todos los criminales de guerra. Conozco a Radovan Karadzic, que antes de la guerra era poeta. Algunos de mis profesores de la Facultad de Filosofía están en La Haya. Eran políticos pequeños que creyeron interpretar personajes históricos. Los seres humanos están condicionados. Si les dejas la oportunidad de convertirse en animales se convertirán en animales. La cultura no nos protege.

Sobre o poder da arte mudar as pessoas:

A los artistas occidentales les gusta decir grandes cosas, como que la música puede cambiar el mundo. Vengo de un país comunista y sé dónde está el poder. Aunque trabajo con la misma temperatura que los artistas occidentales, sé que hay un largo camino hasta ser iluminado. Las luces pequeñas ayudan, pero en el fondo no cambian nada.

Sobre uma destas pequenas luzes, ele narra um acontecimento quando de seu primeiro concerto em Buenos Aires:

Al llegar al hotel me dieron un sobre que me habían dejado de parte de Ernesto Sábato. Contenía un libro, Sobre héroes y tumbas, y una carta en la que me pedía disculpas por no acudir al concierto. Me explicaba que mi música le había salvado en momentos de depresión. Lo curioso es que cuando hice el servicio militar en Nis, en la época comunista, robé de la biblioteca del cuartel un ejemplar de ese libro. Lo tuve en mi casa de Sarajevo durante años y lo perdí. Con la guerra perdí todo, también mi biblioteca. Puedes empezar dos veces tu vida, pero no puedes empezar dos veces una biblioteca. Todas las cosas grandes que me han pasado están guiadas por cosas pequeñas que se vuelven grandes, como el libro de Sábato.

Ele surpreende ao falar sobre algumas acusações de plágio:

Me llaman compositor porque compongo lo que ya existe. Así ha sido siempre, desde Stravinski, Gershwin, Bono, Lennon… Se trata de un viejo método: tomas algo de tu tradición, robas y dejas atrás cosas para que otros con talento roben también. La cultura es eso, una transformación continua.

E este filho de pai sérvio e mãe croata, casado com uma muçulmana, finaliza:

La guerra no es sólo matar gente, quemar casas, la guerra mata una infraestructura cultural, edificada por los hombres con gran dificultad durante mucho tiempo.

É uma boa entrevista. O que me emocionou foi a referência que ele fez a sua biblioteca perdida:

Com a guerra perdi tudo e também minha biblioteca. Podes começar tua vida duas vezes, mas não podes começar duas vezes uma biblioteca.

... Bregovic
… Bregovic

Eu nunca tinha pensado nisso. Uma biblioteca pessoal é algo que não se recomeça. Ou ela é inteira ou é um amontoado. Uma biblioteca sem as tantas bobagens lidas durante a adolescência, sem as anotações que não consigo deixar de fazer nos livros e sem as anotações dos amigos, deixaria de contar à sua maneira minha história e a de meu tempo. Eu não iria morrer sem esses 3000 ou mais paralelepípedos cheios de pó mal organizados às minhas costas. Mas perderia o meu mais importante meio de recordações, pois só consigo chegar ao PQP de 15 anos quando abro O Lobo da Estepe e constato o quanto amei e manuseei aquele exato livro que hoje leria com enfado. E quando abro Baía dos Tigres sei onde estava e o que pensava enquanto o lia e o mesmo ocorre com quase todos os outros. Sei lá por quê, minha vida tem largos períodos sem fotos e minha memória associa-se sempre aos livros. Não sei se esta é uma sensação comum às pessoas que leem permanentemente. Não sei mesmo. Aliás, antes do dia de hoje nem sabia que uma biblioteca não se recomeçava…

Goran Bregovic – Black Cat White Cat (Soundtrack) (2000)

01. Intro (El Pasa)
02. El Bubamara Pasa
03. Black Cat White Cat
04. Daddy Dance
05. The Szombathely Jiga (Ashik Cygan)
06. Bubamara (Main Version)
07. Daddy’s gone
08. Czardsz (Ashik Cygan)
09. Dejo dance
10. Lies
11. Flor De Venganza
12. Duj Sandale
13. Hunting
14. Bubamara (Spij Kochanie)
15. Spij Kochanie, Spij (Kayah)
16. Vivaldi (Bubamara Version)
17. Jek Di Tharin
18. Long Vehicle
19. Pit bull (Mixed by Pink Evolution)
20. Ja volim te jos – Meine Stadt
21. Bulgarian dance
22. Bubamara (Sunflower)
23. To Nie Ptak (Kayah)
24. Railway Station
25. Jek Di Tharin II (New Version)
26. Daddy, don’t ever die on a friday
27. 100 Lat Mlodej Parze (Kayah)
28. Bubamara (Tree Stump)
29. Prawy Do Lewego (Kayah)
30. Bubamara (Final)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Bregovic + Kusturica: músicos por todo lado
Bregovic + Kusturica: músicos por todo lado

PQP

.: interlúdio :. Alex North (1910-1991): Spartacus (1960)

.: interlúdio :. Alex North (1910-1991): Spartacus (1960)

O talentoso compositor americano Alex North (1910 – 1991) trabalhou em obras de Jazz, músicas da Broadway e trilhas de filmes onde integrou sua técnica modernista à estrutura típica de leitmotiv da música cinematográfica, rica em temas. Nomeado para quinze Oscars, não levou nenhuma estatueta. Porém foi o primeiro compositor a receber o Oscar Honorário. Embora North seja mais conhecido por seu trabalho em Hollywood, ele passou anos em Nova York escrevendo músicas para o palco, suas obras clássicas incluem duas sinfonias e uma rapsódia para piano, trompete obbligato e orquestra.

Começou a trabalhar em Hollywood na década de 1950. North foi um dos vários compositores que trouxe a influência da música contemporânea para o cinema, em parte marcada por um aumento no uso de dissonância e ritmos complexos. Mas há também uma qualidade lírica em grande parte de seu trabalho, que pode estar relacionada à influência de Aaron Copland, com quem ele estudou.

Uma ótima trilha sonora para um ótimo filme é o que trazemos hoje aos amigos do blog. A foto da capa é do LP que comprei na década de 80 em uma das lojas mais conceituadas de Sampa. Confesso que comprei o álbum principalmente por causa do ‘tema do amor’ faixa 05 CD1, que continua sendo um destaque, mas o álbum inteiro é excelente para ouvi-lo mais de uma vez, confirmando o quão bem ele fez ao ser parte integrante do filme – como de fato a música cinematográfica deveria fazer. Há dinamismo e profundidade nos temas.

Este conjunto com 3 CDs de “Spartacus” (1960) é essencial para os amantes de filmes! É um dos raros produtos que cobre toda a música do filme do início ao fim. A percussão estrondosa do tema do título principal (CD1 faixa2), o tema do amor de Spartacus, a canção de Antoninus (CD1 faixa 19) ou ainda uma dança posterior que precede a batalha final (CD2 faixa 06) e a música triste, mas esperançosa, do final que ressalta a morte de Spartacus na cruz e o sentimento de triunfo de Varinia enquanto ela segura seu filho recém-nascido enquanto proclamando sua liberdade antes de sua partida final (CD2 faixa 17), são sem dúvida os destaques musicais desta gravação.

A música de “Spartacus” é um complemento digno da coleção de qualquer amante de trilhas sonoras e este simples admirador acha altamente recomendável. Não deve ser comparado especialmente a trilha de “Ben-Hur”, que é como comparar banana com laranja. A música de Alex North é perfeita para Spartacus, evocando não apenas as paixões dos personagens, mas também um sentimento pelo final do primeiro século da nossa era.

Embora a qualidade do som na minha opinião não seja tão boa nesta cópia, parece que o som stereo foi gravado diretamente no CD sem remasterização, vale a pena. Se você é um fã da trilha sonora como eu, é uma adição decente à sua biblioteca.

O Filme
Spartacus (Kirk Douglas), um homem que nasceu escravo, labuta para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão. Apesar de não ter muito com o que sonhar, pois foi condenado morte por morder um guarda em uma mina na Líbia. Só que seu destino é mudado por um lanista (negociante e treinador de gladiadores), que o compra para ser treinado nas artes de combate e se tornar um gladiador. Até que um dia, dois poderosos patrícios chegam de Roma com suas esposas, que pedem para serem entretidas com dois combates até morte e Spartacus é escolhido para enfrentar um gladiador negro, que vence a luta mas se recusa a matar seu opositor, atirando seu tridente contra a tribuna onde estavam os romanos. Este nobre gesto custa a vida do gladiador negro e enfurece Spartacus de tal maneira que ele acaba liderando uma revolta de escravos, que atinge metade da Itália do século primeiro. Inicialmente as legiões romanas subestimaram seus adversários e foram todas massacradas, por homens que não queriam nada de Roma, além de sua própria liberdade. Até que, quando o Senado Romano toma consciência da gravidade da situação, decide reagir com todo o seu poderio militar.

Kirk (1916-2020)

O filme venceu o Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Peter Ustinov), melhor direção de arte, melhor fotografia e melhor figurino e ainda foi indicado nas categorias de melhor edição e melhor trilha sonora. Diretor: Stanley Kubrick. Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Tony Curtis e Peter Ustinov.

 

Os CDs 1 e 2 fazem parte da sequência lógica das cenas do filme. O CD 3 é um bônus.

Recomendo, incondicionalmente, a todos os amantes da música. Divirtam-se !

Spartacus by Alex North
CD1
01 – OVERTURE
02 – MAIN TITLE
03 – THE MINES
04 – SLAVE SHIP
05 – I’M NOT AN ANIMAL
06 – TRAINING – MARCELLUS PAINT – DIFFERENT CELL
07 – DID THEY HURT YOU
08 – CRASSUS ARRIVES
09 – THE ROMANS
10 – CHOOSING THE GLADIATORS
11 – CRASSUS MEETS VARINIA
12 – GLADIATORS FIGHT TO THE DEATH – DRABBAS DEATH
13 – MARCELLUS SOUP – REVOLT – ROME
14 – CRASSUS VILLA
15 – LOOTING – DESERTED SCHOOL
16 – ARMY OF GLADIATORS – REUNION WITH VARINIA
17 – OYSTERS AND SNAILS
18 – VESUVIUS CAMP – VOLUNTEERS – GRACHUS DRUNKEN MARCH
19 – ANTONINUS SONG – BLUE SHADOWS AND PURPLE HILLS
20 – GLABRUS SIGHTED – BURNING CAMP
21 – FINALE – ACT ONE

CD2
01 – INTERMISSION MUSIC
02 – CROSSING THE ALPS – DEAD BABY – BY THE POOL
03 – METAPONTUM
04 – BATH HOUSE
05 – THE SEA
06 – CELEBRATION
07 – THE PEOPLE ASSEMBLE
08 – THE TWO ARMIES MARCH
09 – NIGHT BEFORE THE BATTLE
10 – THE BATTLE
11 – FIELD OF BODIES – VARINIA’S BABY
12 – I AM SPARTACUS – CRASSUS FINDS VARINIA IN THE FIELD
13 – SLAVE LINE – MASS CRUCIFIXION
14 – NIGHT CRUCIFIXIONS
15 – CRASSUS AND VARINIA
16 – FEAR OF DEATH – CRASSUS SLAP – ANTONINUS DEATH
17 – GOODBYE MY LIFE, MY LOVE
18 – EXIT MUSIC

Music Composed and Conducted by Alex North
Orchestra from the Universal Studios

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Alex North dando uma palhinha no piano do PQPBach exatamente às 13:02.

.: interlúdio :. Miklós Rózsa (1907-1995): Ben-Hur (1959)

.: interlúdio :. Miklós Rózsa (1907-1995): Ben-Hur (1959)

Nascido em Budapeste o compositor Miklós Rózsa (1907-1995) foi um ponto de referência para muitos compositores, mais lembrado pelas composições em filmes épicos e religiosos do que pelas composições iniciais de sua carreira, obras neoclássicas, além de balés e sinfonias. Seu trabalho de concerto foi promovido por artistas como o violinista Jascha Heifetz.

O mestre húngaro começou a trabalhar em filmes no final da década de 30. Em 1949 foi contratado pelos estúdios da MGM e participou da fase das grandes produções épicas. A obra que ora trago aos amigos do blog é a sensacional composição do incrível clássico “Ben-Hur” (1959) um marco memorável na carreira de Miklós e que ainda lhe renderia um Oscar da Academia. Eu sempre gostei muito do filme “Ben Hur” e algumas das músicas nele contida são incríveis, um verdadeiro “poema sinfônico”. Rózsa teve o extraordinário luxo de dispor quase um ano inteiro para escrever a trilha sonora do filme de três horas e meia. Esta trilha influenciou outros filmes épicos por mais de quinze anos. A sequência das faixas dos dois CDs é a mesma sequência que as músicas apareceram no filme e nos permite ouvir e imaginar as cenas, um exemplo bem marcante é a faixa 14 do CD1 ”The Rowing of the Galley Slaves” onde Ben-Hur está condenado nas galés, a tensão entre os condenados do navio de guerra vai crescendo a medida que a música vai acelerando ao ritmo da batalha. O resultado é uma trilha sonora totalmente envolvente, a faixa 02 do CD 1 “Overture” explode como um trovão melodioso do passado, e a faixa 06 do CD 1 “Title Music” soa como se a orquestra estivesse cercando o ouvinte. A música se mantém excepcionalmente envolvente, proporcionando assim cerca de duas horas de audição.

O filme

O filme lançado em 1959 tem como diretor o William Wyler e o elenco com figuras carimbadas como Charlton Heston, Jack Hawkins, Haya Harareet. Teve doze indicações ao Oscar e acabou levando onze estatuetas para casa, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator além da composição de Miklós.

O enredo se passa em Jerusalém, no início do século I, vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, há entre os dois um desentendimento devido a visões políticas divergentes e faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar. Ao voltar sua família fora destruída então ele jura vingança contra Messala, porém, seu caminho é cruzado por um misterioso homem de Nazaré. Tal encontro faz Judah se questionar se vale a pena viver com ódio. Uma das cenas mais icônicas, a corrida de bigas, é lembrada como um dos momentos mais marcantes da história do cinema. Foram necessários três meses de filmagens e um total de 15 mil figurantes para realizar a cena. De fato, Ben-Hur é uma verdadeira obra prima da sétima arte, um grandioso clássico.

Miklós Rózsa conduziu uma pesquisa sobre a música grega e romana do século primeiro para dar à partitura um som autêntico enquanto moderno. O próprio Rózsa dirigiu a MGM Symphony Orchestra de 100 peças durante as 12 sessões de gravação, que se estenderam por 72 horas. Considerada a melhor obra de sua carreira. Um dos maiores compositores de trilhas de todos os tempos, permaneceu profundamente influente em meados da década de 1970, particularmente nas trilhas épicas e atrevidas do jovem John Williams.

O som da gravação é excelente, assim como a execução da orquestra. Excelente música para um dos melhores filmes de todos os tempos ! Esta trilha sonora composta é impactante e emocionante, um verdadeiro espetáculo. Divirtam-se !

Ben-Hur by Miklós Rózsa

CD1
01 – Miklos Rozsa – Prologue
02 – Miklos Rozsa – Overture
03 – Miklos Rozsa – Prelude
04 – Miklos Rozsa – Star of Bethlehem
05 – Miklos Rozsa – Adoration of the Magi
06 – Miklos Rozsa – Title Music
07 – Miklos Rozsa – Roman March
08 – Miklos Rozsa – Friendship
09 – Miklos Rozsa – The House of Hur
10 – Miklos Rozsa – Love Theme
11 – Miklos Rozsa – Gratus’ Entry into Jerusalem
12 – Miklos Rozsa – Messala’s Revenge
13 – Miklos Rozsa – The Burning Desert
14 – Miklos Rozsa – The Rowing of the Galley Slaves
15 – Miklos Rozsa – Naval Battle

CD2
01 – Miklos Rozsa – Victor Parade
02 – Miklos Rozsa – Fertility Dance
03 – Miklos Rozsa – Arrius Party
04 – Miklos Rozsa – Farewell to Rome
05 – Miklos Rozsa – Return to Judea
06 – Miklos Rozsa – Memories
07 – Miklos Rozsa – The Mother’s Love
08 – Miklos Rozsa – Intermission Entr’acte Music
09 – Miklos Rozsa – Bread and Circus March
10 – Miklos Rozsa – Parade of the Charioteers
11 – Miklos Rozsa – Death of Messala
12 – Miklos Rozsa – Sermon on the Mount
13 – Miklos Rozsa – Valley of the Dead
14 – Miklos Rozsa – The Lepers search for the Christ
15 – Miklos Rozsa – Procession to Calvary
16 – Miklos Rozsa – Golgotha
17 – Miklos Rozsa – Christ Theme
18 – Miklos Rozsa – The Miracle and Finale

Miklós Rózsa e Carlo Savina – Regentes
The National Philharmonic Orchestra and Chorus

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Miklós Rózsa no pier a espera do SS PQPBach

Ammiratore

.: interlúdio :. Elmer Bernstein (1922-2004): The Ten Commandments (1956)

.: interlúdio :. Elmer Bernstein (1922-2004): The Ten Commandments (1956)

Elmer Bernstein (1922 – 2004) nasceu nos Estados Unidos, nasceu para Hollywood, nasceu para musicar a sétima arte. Tendo feito cerca de incríveis 150 trilhas sonoras originais, além de quase 80 produções televisivas, Musicais da Broadway, trabalhou também na década de 80 no famoso videoclipe da música “Thriller”, de Michael Jackson. O cara era f…., ao longo de sua carreira Bernstein emplacou um Oscar dos 14 que concorrera no total.

Em sua juventude tocou algumas de suas improvisações para o compositor Aaron Copland, que empolgado com o garoto o aceitou como aluno de composição. Bernstein também atuou como pianista de concertos entre 1939 e 1950 e escreveu numerosas composições clássicas, incluindo três suítes de orquestra, dois ciclos de canções, várias composições para viola e piano e para piano solo, quarteto de cordas e um concerto para guitarra. Na Segunda guerra mundial Elmer foi convocado para a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos, onde escreveu músicas para a Rádio das Forças Armadas.

Na década de 50 um executivo de música de estúdio apresentou-o a Cecil B. De Mille, que estava gravando “Os Dez Mandamentos” e que precisava de música com som de época. O compositor Victor Young – que originalmente fora contratado para escrever a música dramática – desistiu por motivos de saúde, e DeMille substituiu o compositor doente pelo jovem promissor. Elmer Bernstein se lembra de seu primeiro encontro com Cecil B. DeMille e sua grande chance em “Os Dez Mandamentos”: “‘Senhor. Bernstein “, disse DeMille em grande voz,” você acha que pode fazer pela música egípcia antiga o que Puccini fez pela música japonesa em “Madame Butterfly?” Ele trabalhou na composição por um ano e meio. Criando uma das maiores trilhas já feitas para o cinema. Se os amigos do blog se interessarem pela brilhante carreira do Elmer segue o link de sua página (https://elmerbernstein.com), vale a pena conhecer as grandes obras deste mestre do século XX.

Ao contrário da suposição popular, ele não era parente do célebre compositor e maestro Leonard Bernstein, mas os dois homens eram amigos.No mundo da música profissional, eles se distinguiram pelo uso dos apelidos Bernstein West (Elmer) e Bernstein East (Leonard). Eles também pronunciaram seus sobrenomes de maneira diferente. Elmer pronunciou seu “BERN-steen”, e Leonard usou “BERN-stine”.

Hoje tenho a alegria de poder compartilhar com os amigos do blog uma das maiores páginas musicais já escritas para o cinema: “The Ten Commandments” do compositor Elmer Bernstein. Eu amo essa composição. Adorei quando criança, adorei quando tocava o LP (aliás a foto da capa é do LP que comprei na década de 80 em uma das lojas mais conceituadas de Sampa) e continuo adorando agora aos cinquenta. Espero que outros possam apreciar o trabalho do Bernstein. Na minha opinião de admirador, essa composição conta a história de Moisés tão bem quanto Charleton Heston e o resto do elenco. Acredito que sem esta ótima composição o filme não seria o mesmo. John Williams utilizou a faixa 19 como base para o final do Star Wars Episode IV. Poderoso, épico e clássico ouçam a magistral página que é a faixa 23! Todo o CD é soberbo !

O filme
Considerado como o maior épico bíblico já feito, “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille, é uma obra-prima. O elenco é incrível e apresenta Charlton Heston, Yul Brynner, Anne Baxter e Edward G. Robinson em performances inesquecíveis. Heston, em particular, apresenta uma performance icônica; como se ele tivesse nascido para brincar de Moisés. Os cenários e figurinos são especialmente ambiciosos e são feitos em uma escala notável. Além disso, DeMille traz uma perspectiva interessante ao material e o enquadra como uma luta entre liberdade e tirania. Os Dez Mandamentos é uma peça extraordinária de cinema e um clássico amado. “Então, deixe que seja escrito, que seja feito”. Baseado nas Escrituras Sagradas, com diálogos adicionais de várias outras mãos, “Os Dez Mandamentos” foi o último filme dirigido por Cecil B. DeMille. A história relata a vida de Moisés, desde o momento em que ele foi descoberto nos juncos quando criança pela filha do faraó, a sua longa e difícil luta para libertar os hebreus da escravidão pelas mãos dos egípcios. Moises (Charlton Heston) começa seguro como o filho adotivo de Faraó (e um gênio em projetar pirâmides, dando conselhos no local de construção), mas quando descobre sua verdadeira herança hebraica, ele tenta: tornar a vida mais fácil para o seu povo. Banido por seu meio-irmão ciumento Ramsés (Yul Brynner), Moisés retorna totalmente barbado à corte do Faraó, avisando que recebeu uma mensagem de Deus e que os egípcios devem libertar os hebreus imediatamente. Somente depois que as pragas mortais dizimaram o Egito, Ramsés cedeu. Quando os hebreus alcançam o Mar Vermelho, eles descobrem que Ramsés voltou à sua palavra e planeja matá-los todos. Mas Moisés resgata seu povo com um pouco de domínio divino, separando os mares. Mais tarde, Moisés é novamente confrontado por Deus no Monte. Sinai, que lhe entrega os Dez Mandamentos.

Os Dez Mandamentos de DeMille pode não ser o entretenimento mais sutil e sofisticado já inventado, mas conta sua história com uma clareza e vitalidade que poucos estudiosos da Bíblia jamais foram capazes de fazer. Com um tempo de execução de quase quatro horas, o último longa-metragem de Cecil B. De Mille não é chato nem por um minuto. O que faz esse filme funcionar – algo que os filmes religiosos recentemente perderam completamente o fio – é que não é um sermão. É atraente, apesar de suas alianças religiosas.

Mesmo para quem não conhece, ainda, o filme muitos temas são familiares. Uma das minhas composições preferidas do século XX. Uma composição refinada e tremenda. Divirtam-se com mais este tesouro da música!

The Ten Commandments by Elmer Bernstein
Ten Commandments -01- Overture
Ten Commandments -02- Main title
Ten Commandments -03- Murder Firstborn, Moses conqueror&cour
Ten Commandments -04- Foods from the Gods
Ten Commandments -05- Treasure City, Erecting monolith
Ten Commandments -06- A city of sethi’s glory
Ten Commandments -07- Hard bondaje
Ten Commandments -08- Nefretiris’ barge
Ten Commandments -09- You are the reedemeri, Lilia begs
Ten Commandments -10- Into blistering wilderness of Shur
Ten Commandments -11- Well of Midiam, Stranger in wise, Stro
Ten Commandments -12- Moses questions Sephora about
Ten Commandments -13- Moses and Sephora to be his wife
Ten Commandments -14- Royal falcon is flown sun, Lilia
Ten Commandments -15- Plague of blood
Ten Commandments -16- Green cloud descends
Ten Commandments -17- Death of Pharaohs son
Ten Commandments -18- I set you free
Ten Commandments -19- A new Day, Exodus
Ten Commandments -20- Ride of the chariots
Ten Commandments -21- And the sea covered him
Ten Commandments -22- His God, Is God, Mount Sinai
Ten Commandments -23- Commandments. Golden Calf
Ten Commandments -24- Wrath of God, Law is restored
Ten Commandments -25- Exit music

Composed & Conducted by Elmer Bernstein
Paramount Pictures Studio Orchestra

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Elmer ensaiando com os egípcios no hall do Grande Salão PQPBach

Ammiratore

Howard Shore (1946) – Lord of the Rings Symphony – 21º Century Symphony Orchestra & Chorus, Ludwig Wicki

Este CD é para aqueles que como eu cresceram lendo ‘O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, e que mais tarde ficaram fascinados pela exuberante e tremendamente bem produzida versão cinematográfica da Saga dos Hobbits. Pela primeira vez na minha vida fui assistir a um filme em Pré -Estréia. Como comentei acima, li toda a saga até mesmo antes de ser traduzida para o português do Brasil, em uma edição portuguesa cara, e para piorar, publicada em papel jornal, horrível de se ler, mas era o que tinhamos para o momento.

Deve ter sido muito difícil transpor toda a mitologia criada por Tolkien para o cinema, e mais difícil ainda compor uma trilha sonora para aquele universo. Por isso minha admiração pelo diretor Peter Jackson, e pelo compositor Howard Shore, que encarou o desafio. Quem assistiu aos filmes vai reconhecer a música. Não sou muito fã de trilhas sonoras, mas tenho de reconhecer a qualidade dessa aqui.

Ela foi composta para uma orquestra completa com coro. Na verdade, segundo o texto do booklet, esta orquestra, 21 º Century Symphony Orchestra & Chorus foi montada a dedo, cada um dos músicos foi escolhido pessoalmente pelo compositor. É um trabalho grandioso, com muitos elementos envolvidos.

Então vamos ao que viemos. Espero que apreciem.

Disc One 

Movement One ´The Fellowship of the Ring

The Prophecy – Concerning Hobbits – The Shadow of the Past – A Short Cut to Mushrooms – The Old Forrest – A Knife in the Dark

Movement Two 

Many Meetings – The Ring Goes South – A Journey in the Dark – The Bridge of Khazad-dûm – Lothlórien – Gandalf´s Lament – Farewell to Lórien – The Great River – The Breaking of the Fellowship

Disc Two – the Two Towers

Movement Three

Foundation of Stone – The Taming of Sméagol – The Riders of Rohan – The Black Gate is Closed – Evenstar – The Wide Rider – Treebeard – The Forbidden Pool

Movement Four 

The Hornburg – Forth Eorlingas – Isengard Unleashed – Gollum´s Song

The Return of the King

Movement Five

Hope and Memory – The White Tree – The Steward of Gondor – Cirith Ungol – Andúril

Composed by Howard Shore
21º Century Symphony Orchestra & Chorus
Kaitlyn Lusk – Soloist
Ludwig Wicki – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Harald Bergmann (1963): Trilha sonora de Scardanelli

Harald Bergmann (1963): Trilha sonora de Scardanelli

Scardanelli, com textos e músicas do aclamado filme homônimo de Harald Bergmann, é apresentado aqui como um “áudio-livro” em língua alemã, sobre os últimos anos da vida do poeta Friedrich Hölderlin. Mas não sem enganem, é um CD da ECM da mais alta qualidade; o que me interessou mesmo no CD foram as intervenções musicais de conhecidas obras explodindo aqui e ali.

Bergmann parece observar Hölderlin que, na segunda metade de sua vida, passou 36 anos aos cuidados do carpinteiro Zimmer em sua torre de Tübingen a escrever poemas, desenhar e tocar piano. Chamou-se “Scardanelli” e este era o nome com que assinava os poemas que dava aos visitantes. O ator Walter Schmidinger, conhecido por seus papéis com Ingmar Bergmann (“Da Vida das Marionetes” e “O Ovo da Serpente” é muito convincente no papel-título, trazendo tons de perturbação, irritabilidade e de sofrimento para a leitura dos poemas. A música? Bem, há um pouco de cada coisa aí, mas principalmente Schubert.

Gostei muito de ouvir, apesar de minha compreensão bem capenga sobre o que é dito.

Harald Bergmann: Trilha sonora de Scardanelli

1. Ich Heibe Scardanelli !
2. Der Frühling (Wenn neu das Licht…)
3. Der Mame ist gefälscht
4. Vorgeschichte
5. An Zimmern
6. Walzer
7. Zeugenberichte
8. Das Angenehme dieser Welt
9. Der Frühling (Der Mensch vergibt die Sorgen…)
10. Der Frühling (Die Sonne kehrt zu neuen Freudem…)
11. Die Aussicht (Der off’ne Tag…)
12. Der Herbst (Die Sagen, die der Erde…)
13. Der Winter (Wenn sich das Jahr geändert…)
14. Der Winter (Wenn sich der Tag des Jahres…)
15. Larghetto
16. Lieber Bellarmin !
17. Aber dreifach fühlt’ich ihn
18. Besuch Christoph Schwab
19. Seine unheimlich langen Fingernägel
20. In lieblicher Bläue I
21. In lieblicher Bläue II
22. In lieblicher Bläue III
23. Seit derer Nacht
24. Dr. Gmelins Sektionsbericht
25. Der Herbst (das Glänzen der Natur…)
26. Liebste Mutter !
27. Die Aussicht (Wenn in die Ferne…)
28. Schlubszene
29. Lottes Todesbericht
30. Epilog

Harald Bergmann: Konzeption und Montage

Walter Schmidinger: Scardanelli-Gedichte
Peter Schneider: Scardanelli-klavier
Noel Lee, Christian Ivaldi: Klavier
Heinrich Schiff: Cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Harald Bergmann

PQP

Yo-Yo Ma plays Ennio Morricone

Captura de Tela 2017-10-08 às 20.20.23Yo-Yo Ma (1955) é um músico norte-americano nascido na França, de origem chinesa, considerado um dos melhores violoncelistas da história.

Yo-Yo Ma nasceu na França numa família de origem chinesa com forte influência musical. Sua mãe, Marina Lu, era cantora, e seu pai, Hiao-Tsiun Ma, era maestro e compositor. Yo-Yo Ma começou estudando violino e depois viola, antes de se interessar pelo violoncelo, instrumento que começou a manipular aos quatro anos de idade, com seu pai. Depois de um primeiro concerto em Paris, aos seis anos de idade, a família de Yo-Yo Ma se muda para Nova York.

Yo-Yo Ma era uma criança prodígio, tendo aparecido na televisão norte-americanda com oito anos de idade, em um concerto conduzido por Leonard Bernstein. Ele entrou para a Juilliard School (na qual tinha aulas com Leonard Rose), e passou um semestre estudando na Universidade de Columbia antes de se matricular na Universidade de Harvard, mas se questionava sobre se valeria a pena continuar a estudar até que, nos anos 70, o estilo de Pablo Casals o inspirou. Retorna à França para tocar com a Orquestra Nacional da França e com a Orquestra de Paris, sob a direção de Myung-Whun Chung.

Já desde sua infância e adolescência, Yo-Yo Ma possuia uma fama bastante estável e havia tocado com algumas das melhores orquestras do mundo. Suas gravações e interpretações das Suites para violoncelo solo de Johann Sebastian Bach são particularmente aclamadas. Em 1978, Yo-Yo Ma se casou com a violinista Jill Hornor. Eles tem dois filhos, Nicholas e Emily. Sua irmã mais velha, Yeou-Cheng Ma, também nascida em Paris, é violinista e junto com Yo-Yo coordena um projeto chamado Children’s Orchestra Society (COS) em Long Island, nos EUA.

Atualmente, Yo-Yo Ma toca com o Silk Road Project, que visa juntar músicos de vários lugares do mundo de países pelos quais passava a histórica Rota da Seda. Conforme anúncio do secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em janeiro de 2006, Yo-Yo Ma se uniu à lista dos embaixadores da paz da ONU, a exemplo de vários outros músicos, como o tenor Luciano Pavarotti e o jazzista Wynton Marsalis, entre outros.

Ennio Morricone (Roma, 10 de Novembro de 1928), é um compositor, arranjador e maestro italiano. Ao longo da sua carreira foi responsável pela composição e arranjo de mais de 500 filmes e programas de televisão.

Morricone escreveu algumas das trilhas sonoras mais conhecidas dos western spaghetti do cineasta Sergio Leone: Per un pugno di dollari (br: Por um Punhado de Dólares), de 1964, Per qualche dollaro in più (br: Por Uns Dólares a Mais), de 1965, Il buono, il brutto, il cattivo (br: Três Homens em Conflito), de 1966, e Once Upon a Time in the West (br: Era uma Vez no Oeste), de 1968. Suas composições mais recentes incluem as bandas sonoras de Once Upon a Time in America (br: Era uma vez na América), de 1984, The Mission (br/pt: A Missão), de 1986, The Untouchables (br/pt: Os Intocáveis), de 1987, Nuovo cinema Paradiso (br: Cinema Paradiso), de 1988, Lolita, de 1997, Malèna, de 2000, e Inglourious Basterds (br: Bastardos Inglórios), de 2009.

Entre 1953 a 2011, tem sido o autor consagrado de trilhas sonoras para 503 filmes, seriados, mini-séries e documentários para a televisão (2 trilhas ainda estão em fase final). Desses, foi também o arranjador e/ou maestro de 112 títulos. Recebeu 6 Oscar e mais de uma centena de prêmios internacionais.
(Avicenna, da internet)

Palhinha: ouça The Lady Caliph 18 • Dinner & 19 • Nocturne

.
The Mission
01 • Gabriel’s Oboe
02 • The Falls

Giuseppe Tornatore Suite
03 • The Legend of 1900: Playing Love
04 • Cinema Paradiso: Nostalgia
05 • Cinema Paradiso: Looking for You
06 • Malèna: Main Theme
07 • A Pure Formality: Main Theme

Sergio Leone Suite
08 • Once Upon a Time in America: Deborah’s Theme
09 • Once Upon a Time in America: Cockeye’s Song
10 • Once Upon a Time in America: Main Theme
11 • Once Upon a Time in the West: Main Theme
12 • The Good, the Bad, and the Ugly: Ecstasy of Gold

Brian De Palma Suite
13 • Casualties of War: Main Theme
14 • The Untouchables: Death Theme

Moses and Marco Polo Suite
15 • Moses: Journey
16 • Moses: Main Theme
17 • Marco Polo: Main Theme

The Lady Caliph
18 • Dinner
19 • Nocturne

Bonus tracks
20 • Legend of 1900 – Playing Love (Cello & Piano)
21 • The Mission: Gabriel’s Oboe (Cello & Piano)

Yo-Yo Ma Plays Ennio Morricone – 2004
Yo-Yo Ma (cello) & Roma Sinfonietta Orchestra
Yo-Yo Ma & Gilda Buttà on piano (tracks 20 & 21)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 192 kbps – 88,5 MB – 1,0 h
powered by iTunes 10.4.1

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Boa audição!

pia-quebrada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

TUCA: Morte e Vida Severina – Nancy, 50 anos

CapaMorte e Vida Severina
TUCATeatro da Universidade Católica de São Paulo
1965

João Cabral de Melo Neto
Poema

Chico Buarque de Hollanda
Música

Em abril de 1965, cartazes espalhados pelo campus da PUC anunciavam: “O TUCA vem aí”. E a idéia de teatro universitário com função conscientizadora foi assumida pelo Departamento Cultural do Diretório Central dos Estudantes, que fez três contratações: Roberto Freire seria o diretor-geral do grupo de teatro, Silnei Siqueira, vindo da Record, seria diretor de atores e José Armando Ferrara responderia pela cenografia.

Depois de um contrato de liberação de verba com a Secretaria de Estado, estava formado o Teatro dos Universitários da Católica. Foram feitos testes para a seleção de atores e o texto “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, foi escolhido. Ele reunia muitas razões a seu favor: seu autor era brasileiro, tratava de um tema da realidade social, ia ao encontro da ideologia estudantil e poderia congregar um grande número de atores.

A montagem da peça envolveu vários setores da universidade. Alunos de Geografia, Direito, Letras e Psicologia, por exemplo, contribuíram substancialmente com seus conhecimentos em cada uma das áreas. O espetáculo foi musicado por Chico Buarque, que na época era estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e participava com freqüência dos ensaios do TUCA.

No dia 11 de setembro de 1965, o Auditório Tibiriçá foi inaugurado com a estréia de “Morte e Vida Severina”. Aplaudido de pé durante 10 minutos, reverenciado pelo público e pela crítica especializada, seria o grupo que emprestaria, a partir de então, seu nome ao teatro.

“Morte e Vida Severina” é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Escrito pelo grande poeta pernambucano “João Cabral de Melo Neto” em 1955, o livro sempre foi uma das maiores obras da literatura nacional. Em 1965, com todo o sucesso do livro, “Morte e Vida Severina” teve sua estréia nos palcos do TUCA (Teatro da Universidade Católica) e foi dirigido por Silnei Siqueira. A peça fez um imenso sucesso no Brasil e no exterior, chegando a receber o prêmio de crítica e público no IV Festival de Teatro Universitário de Nancy, França, em 1966. Chico participou dessa apresentação em Nancy como violonista do espetáculo, pois o violonista original não pode viajar para esse festival.

No enredo da obra de João Cabral, o retirante Severino desce aberando o rio Capibaribe em direção do mar e da cidade do Recife encontrando em seu percurso diversas paisagens marcadas pela morte e pela miséria do semi árido, velórios, enterros, animais mortos, além de ver a morte com emprego, tamanha a sua incidência. Ao chegar à cidade, nos manguezais periféricos, assiste a um parto, onde a vizinhança traz seus presentes ao bebê, novas demonstrações da pobreza, rebatida pelo pai da criança com a única esperança: o próprio ato de nascer um novo ser humano.

O TUCA tem sua fachada principal e implantação volumétrica tombadas pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo desde 1998. O grande significado de acontecimentos artísticos, atos públicos e cerimônias promovidos no local o transformaram em referência para setores organizados da sociedade que resistiram à ditadura, o que justifica o tombamento do teatro.
(http://www.teatrotuca.com.br/noticias/exposicao_cdm_tuca.html)

Morte e Vida Severina – as músicas
01. Introdução
02. A quem estais carregando
03. Incelença
04. Essa vida por aqui
05. Funeral de um lavrador
06. Todo céu e a Terra
07. De sua formosura
08. Fala do mestre Carpina

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 105,7 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps | 52,6 MB

Powered by iTunes 12.3.2 | 24 min

Morte e Vida Severina – a peça integral
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 178,6 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps | 91,5 MB

Powered by iTunes 12.3.2 | 48 min

Ficha Técnica – Montagem de 1965
Autoria: João Cabral de Melo Neto
Cenografia: José Armando Ferrara
Direção: Silnei Siqueira
Direção musical: Zuinglio Faustini
Elenco/Personagem: Adolfo Musolino, Afonso Coaracy, Ana Lia Fernandes, Ana Lúcia Rodrigues, Ana Maria A. Ferreira, Andiara A. de Oliveira, Antônio Mercado, César Falcão, Clarizia de S. Prado, Dálcio Caron, Daniela Diez, Elizabeth Nazar, Evandro F. Pimentel, Iacov Hillel, Ignes Porto, José Roberto H. Maluf, Lamartino Leite Filho, Leticia Leite, Magaly Toledo Canto, Manoel Domingos, Marcos M. Gonçalves, Maria Cristina da Silva Martins, Maria da Penha Fernandes, Maria Helena Motta Julião, Marina Sprogis, Melchiades Cunha Júnior, Moema L. Teixeira, Moisés B. Agreste, Sandra Di Grazia, Sergio Davanzzo, Vera Lucia Muniz.
Figurino: José Armando Ferrara
Iluminação: Sandro Polloni
Produção: TUCA
Trilha sonora: Chico Buarque
Gravado ao vivo no Teatro da Universidade Católica de S. Paulo, em 1965

LP de 1966 digitalizado por Avicenna

Boas emoções!

Contra-capa
Contra-capa do LP

Avicenna

Amadeus: The Complete Original Soundtrack Recording

30ua3yu

Amadeus: A trilha sonora do filme atingiu a 56ª posição na parada de álbuns da revista americana Billboard, tornando-o uma das gravações mais populares de música clássica de todos os tempos!

REPOSTAGEM

.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
01. Symphony No. 25 in G minor, K. 183 (K. 173dB) 1st movement
02. Serenade No. 13 for strings in G major (“Eine kleine Nachtmusik”), K. 525 1st movement

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736)
03. Stabat mater, for soprano, alto, strings & organ in F major Quando Corpus Morietur and Amen
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
04. Salieri’s March into Mozart’s Non più andrai, for piano (as used in the film, Amadeus) & Alfred Brendel
05. Serenade No. 10 for winds in B flat major (“Gran Partita”), K. 361 (K. 370a) 3rd movement
06. Die Entführung aus dem Serail (The Abduction from the Seraglio), opera, K. 384 Chorus of the Janissaries
07. Piano Concerto No. 20 in D minor, K. 466 2nd movement (Romanza) & Imogen Cooper
08. Die Entführung aus dem Serail (The Abduction from the Seraglio), opera, K. 384 Turkish Finale & Suzanne Murphy
09. Mass No. 17 for soloists, chorus & orchestra in C minor (fragment, “Great Mass”), K. 427 (K. 417a) Kyrie & Felicity Lott
10. Concerto for flute, harp & orchestra in C major, K. 299 (K. 297c) 2nd movement & Osian Ellis, William Bennett
11. Symphony No. 29 in A major, K. 201 (K. 186a) 1st movement, allegro moderato
12. Adagio and Rondo for glass harmonica, flute, oboe, viola & cello in C minor, K. 617 Adagio
13. Concerto for 2 pianos & orchestra in E flat major (“Concerto No. 10”), K. 365 (K. 316a) 3rd movement & Anne Queffelec, Imogen Cooper
14. Sinfonia concertante for violin, viola & orchestra in E flat major, K. 364 (K. 320d) 1st movement & Levon Chilingirian, Csaba Erdelyi
15. Zaide, opera, K. 344 (K. 336b) Ruhe sanft, mein holdes Leben & Felicity Lott
Giuseppe Giordani (1751-1798)
16. Caro Mio Ben for voice & piano (or orchestra) & Michele Esposito
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
17. Piano Concerto No. 22 in E flat major, K. 482 3rd movement & Ivan Moravec
18. Le nozze di Figaro (The Marriage of Figaro), opera, K. 492 Act 3, Ecco la Marcia *
19. Le nozze di Figaro (The Marriage of Figaro), opera, K. 492 Act 4, Ah Tutti Contenti *

Early 18th Century Gypsy Music
20. Bubak And Hungaricus & Alfred Brendel
Antonio Salieri (1750-1825)
21. Axur, Re D’ormus, opera Finale
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
22. Don Giovanni, opera, K. 527 Act 2, Commendatore scene & Richard Stilwell, John Tomlinson, Willard White
23. Piano Concerto No. 20 in D minor, K. 466 1st Movement & Christian Zacharias
24. Die Zauberflöte (The Magic Flute), opera, K. 620 Overture
25. Die Zauberflöte (The Magic Flute), opera, K. 620 Aria, “Queen of the Night” & Louisa Kennedy
26. Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 1. Introitus
27. Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 2. Dies Irae
28. Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 3. Rex Tremendae Majestatis
29. Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 4. Confutatis
30. Requiem for soloists, chorus, and orchestra, K. 626 5. Lacrimosa

* track 18: Felicity Lott, Richard Stilwell, Samuel Ramey, Isobel Buchanan, Willard White
* track 19: Richard Stilwell, John Tomlinson, Willard White, Robin Leggate, Anne Howells, Felicity Lott,
Alexander Oliver, Deborah Rees, Samuel Ramey, Patricia Payne

Amadeus: The Complete Original Soundtrack Recording – 1984
Neville Marriner (dir) & Academy of St. Martin-in-the-Fields
Marc Grauwels (dir) & Brussels Virtuosi & Thomas Bloch (track 12)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 366,3 MB – 2,6 h
powered by iTunes 10.4.1

Boa audição.

 

2rrw7rk

 

 

 

 

.

Avicenna

.: Interlúdio :. Daft Punk & Outros – Tron Legacy Reconfigured

.: Interlúdio :. Daft Punk & Outros – Tron Legacy Reconfigured

– Repost de 10 de Novembro de 2015 –

Vamos lá, a bastante conhecida “música eletrônica” de hoje teve origem lá nos idos dos anos 60, com Karlheinz Stockhausen e seus “amigos” que na época tinham como principal obsessão a vanguarda, ou seja, a inovação e encabeçamento de uma revolução na música. Na época, a coisa não vigorou muito na música erudita, mas na música popular ela encontrou um espaço mais receptivo e além de nos dar a guitarra e o baixo elétricos, ainda nos trouxe outros brinquedinhos que reunidos criariam obras que, em minha opinião, são marcos na historia da música, como Whole Lotta Love do Led Zeppelin.

Além dos instrumentos elétricos acústicos houve também uma apropriação das técnicas de produção de música puramente eletrônica, ou seja, música feita inteiramente no computador. Pelo fato de os computadores não serem tão acessíveis nos anos 70 e 80, que foi a época dessa apropriação por parte da música popular da eletroacústica, ela só seria devidamente explorada a partir dos anos 90, e só floresceria na primeira década do século XXI.

Hoje, 10 de novembro de 2015, a bastante conhecida “música eletrônica”, possui diversos gêneros e ramificações na música popular: House, Techno, Acid, Disco, Dub, Trance, etc. Gêneros e ramificações que se fragmentam e se entrelaçam mas que não passam de herdeiros da música eletroacústica dos anos 60. Não digo isso tentando diminuir nenhum gênero, apenas estou traçando uma árvore para facilitar a compreensão.

Esse álbum que posto hoje é um remix (estilo de improvisação e edição por parte de um DJ sobre uma ou mais músicas) daquele álbum que postei com a trilha sonora de Tron: Legacy. Foram diversos artistas que remixaram as músicas, e o gênero, acredito eu já denunciado pela cor da tipografia da capa, se aproxima mais do Acid. Não sei se os senhores apreciarão (eu aprecio bastante), mas já serve para abrir a discussão sobre a música eletroacústica, discussão essa que pretendo continuar com uma abordagem erudita, sendo essa que posto hoje uma abordagem popular.

Aproveitem. (ou não)

Daft Punk & vários artistas: Tron Legacy Reconfigured

01 Derezzed (The Glitch Mob remix) (4:22)
02 Fall (M83 vs. Big Black Delta remix) (3:55)
03 The Grid (The Crystal Method remix) (4:28)
04 Adagio for TRON (Teddybears remix) (5:34)
05 The Son of Flynn (Ki:Theory remix) (4:51)
06 C.L.U. (Paul Oakenfold remix) (4:35)
07 The Son of Flynn (Moby remix) (6:32)
08 End of Line (Boys Noize remix) (5:40)
09 Rinzler (Kaskade remix) (6:52)
10 Encom, Part II (Com Truise remix) (4:52)
11 End of Line (Photek remix) (5:19)
12 Arena (The Japanese Popstars remix) (6:08)
13 Derezzed (Avicii remix) (5:04)
14 Solar Sailer (Pretty Lights remix) (4:33)
15 TRON Legacy (End Titles)(Sander Kleinenberg Remix) (3:18)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Devemos agradecer à ele (e ao contexto social de sua época) pelos "puts puts" de hoje que minha mãe não gosta.
Devemos agradecer à ele (e ao contexto social de sua época) pelos “puts puts” de hoje que minha mãe tanto reclama.

Luke

.:Interlúdio:. DAFT PUNK: Tron Legacy Soundtrack

.:Interlúdio:. DAFT PUNK: Tron Legacy Soundtrack

– Repost de 2 de Novembro de 2015 –

Nos últimos dias, além de estar tentando recuperar os atrasos na academia estive aproveitando a 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que estava saturada de coisas boas. E é justamente sobre o cinema que é feita a postagem de hoje.

Não sei quanto a vocês, mas pra mim uma boa trilha sonora pode fazer que o filme valha muito mais a pena do que se fosse uma mera história contada sem nenhuma música. Quando eu estava nos meus 15 anos, pra mim a principal função da música era servir de trilha sonora para minha vida. Hoje eu já não penso assim, mas penso que no mundo do cinema a música deve exercer uma função semelhante, mas não tão subalterna, a música deve de preferência fazer o espectador sentir o mundo que ele observa no filme, e nos fazer sentir a alegria, a tristeza ou a saudade daquilo que vemos na tela.

Apesar de haver tido uma diminuição do interesse público pelas salas de ópera e de concerto no último século, existe um grande interesse público pelo cinema, e é ai que muitos compositores conseguem ganhar a vida, substituindo assim a antiga função que tinham nos séculos passados de musicar as histórias contadas nos teatros. Ou melhor, transformando, já que a função é análoga. E mais ou menos o contrário também acontece. Muitas orquestras profissionais das últimas décadas se estagnaram em um repertório dos períodos barroco, clássico e romântico e mal absorveram as transformações da música no século XX, que não só eram esteticamente menos populares como também possuíam arranjos para sua execução muitas vezes pouco convencionais. Agora no século XXI esse conservadorismo continua, embora com menos força, tanto é que não só os compositores de música erudita estão trabalhando muito com trilhas sonoras, como também algumas orquestras profissionais renomadas estão começando a abrir mais espaço para a apresentação em suas salas de concerto para obras que originalmente foram compostas para o cinema.

Esse álbum que posto aqui foi composto por Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo, os caras por trás dos capacetes da dupla Daft Punk, para o filme Tron: O Legado, na sua tradução no Brasil. Este filme é uma sequência para o filme de 1982 com o mesmo título. Thomas Bangalter já havia composto para um filme, Guy-Manuel não, mas essa é a primeira vez que a dupla compõe como Daft Punk para um filme. O filme por si só acredito não ser o tipo de filme que os leitores deste blog mais apreciem, mas a trilha sonora consegue criar um ambiente para o filme que, a meu ver, o torna espetacular. E independentemente de ver o filme, ou não, acredito que para aqueles que curtem o mínimo de música eletroacústica (ou não têm medo de experimentá-la), vale a pena ouvir um pouco dessa “mescla de temas de música orquestral clássica com eletrônica minimalista”, como diz Joseph Kosinski sobre a ideia por trás da produção dessa trilha sonora.

O interessante é que eles não compuseram a música como estamos acostumados de nossos compositores favoritos da música erudita, ou seja, com um piano e um score, mas com um sintetizador e um PC. Eu conheço só mais um compositor que faz isso e obtém um resultado tão bom (ou até melhor) quanto o dessa dupla, mas essa história meus caros, é uma outra história e deve ser contada em um outro momento.

Daft Punk: Tron Legacy Soundtrack

1. Overture
2. The Grid
3. The Son of Flynn
4. Recognizer
5. Armory
6. Arena
7. Rinzler
8. The Game Has Changed
9. Outlands
10. Adagio for TRON
11. Nocturne
12. End of Line
13. Derezzed
14. Fall
15. Solar Sailer
16. Rectifier
17. Disc Wars
18. C.L.U.
19. Arrival
20. Flynn Lives
21. TRON Legacy (End Titles)
22. Finale

Bônus:

Encom Part I
Encom Part II
Round One
Castor
Reflections
Father and Son
Outlands Part II
Sea of Simulation
Sunrise Prelude

Joseph Trapanese, arranjos e orquestração
London Orchestra
Gavin Greenaway, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Na wikipedia diz que Guy-Manuel (a direita da primeira foto) possui descendência portuguesa, e que seu verdadeiro nome seria Guillaume Emmanuel Paul de Homem-Christo, ou seja, mais difícil e estranho do que já é a adaptação.
Na wikipedia diz que Guy-Manuel (a direita da primeira foto) possui descendência portuguesa, e que seu verdadeiro nome seria Guillaume Emmanuel Paul de Homem-Christo, ou seja, mais difícil e estranho do que já é a adaptação.

Luke

Wendy Carlos (1939): música para The Clockwork Orange (versão completa)

Wendy Carlos's Clockwork Orange - vinil coverDizem que a primeira engenhoca eletrônica produtora de sons para fins musicais a usar o nome “sintetizador” foi a criada pela RCA em 1957 – mas foi Robert Moog, em 1964, quem criou o primeiro sintetizador utilizável de modo relativamente prático. E a primeira pessoa a gravar um disco de sucesso executado inteiramente com o Moog foi Wendy Carlos, com seu Switched-on Bach, em 1968.

Foi um trabalho de estúdio exaustivo: embora sintetizasse timbres nunca antes imaginados, o aparelho o fazia para uma nota de cada vez. Quer dizer: Wendy gravou voz por voz, separadamente, suas espantosas interpretações de Bach.

O outro pioneiro no uso do Moog foi o tecladista Keith Emerson, que se foi agora em 2016: em 1970 a banda Emerson, Lake and Palmer começou a levar o Moog para o palco, e em 1973 estrearia o Moog polifônico em Brain Salad Surgery.

Ao mesmo tempo (1970), Wendy propunha a Stanley Kubrick o uso de sua composição original Timesteps na trilha do filme A Laranja Mecânica, e saía feliz da vida com a encomenda de produzir toda a trilha do filme, inclusive recriações eletrônicas de Beethoven, Rossini e Purcell.

Não foi pequena, então, a decepção de Wendy em 1971: Kubrick havia usado no filme apenas fragmentos do seu trabalho, junto com versões orquestrais convencionais das obras de Beethoven e Rossini – e o LP oficial da trilha também continha só esses fragmentos.

P da vida – se me permitem -, em 1972 Wendy lançou outro disco, com a íntegra da sua produção destinada ao filme – ou quase a íntegra: as faixas 08 e 09 que vocês ouvirão só foram lançadas em 2000, na versão em CD.

Mais uma vez pioneira, o que Wendy introduziu desta vez foi o vocorder – simulador eletrônico de sons vocais – e o fez em nada menos que diversos solos e trechos corais da Nona de Beethoven (faixa 02), além de citações do hino gregoriano Dies Irae e de Singin’ in the Rain em sua própria composição Country Lane (faixa 10 – minha preferida).

Nos anos 70 este disco esteve entre os mais queridos do monge Ranulfus – mas só hoje, em 2016, graças ao trabalho de garimpagem de seu amigo Daniel the Prophet, o monge veio a ouvir as faixas 08 e 09. Notou sem surpresa que a última (Biblical Daydreams) parece construída a partir de hinos protestantes estadunidenses, mas na anterior (Orange Minuet) teve uma surpresa curiosa: o monge tem certeza de ter ouvido na obra do brasileiro Elomar Figueira de Melo a melodia usada na parte central do tal minueto! Terá Wendy ouvido Elomar, ou terão os dois se baseado em alguma fonte anterior, quer no próprio Nordeste brasileiro, quer no campo ibérico-provençal?

Termino confessando que muitas vezes pensei que o trabalho de Wendy Carlos ficaria pra trás como uma curiosidade datada – mas passado quase meio século a impressão se inverte: começo a pensar que a criatividade, sensibilidade e ousadia dessa mulher poderão ficar na história como emblemáticas do último terço do século XX – na história tanto da música quanto geral, pela ousadia, paralela à musical, de ter-se assumido como a mulher que desde a primeira infância sentia ser, mesmo pondo em risco a fama mundial já conquistada sob o nome masculino com que havia sido registrada ao nascer.

WendyCarlos_19891-768x565

WENDY CARLOS’S CLOCKWORK ORANGE (1972)
Gravações de estúdio de Wendy Carlos com o sintetizador Moog (1972)
Versão em CD lançada em 2000

  • 01 Timesteps – 13:47 (W.Carlos – na integra)
  • 02 March from A Clockwork Orange
    (Beethoven: Nona Sinfonia: Quarto Movimento, condensado) – 7:02
  • 03 Title Music from A Clockwork Orange
    (da Music for the Funeral of Queen Mary, de Purcell) – 2:23
  • 04 La Gazza Ladra ouverture (Rossini, condensado) – 6:00
  • 05 Theme from A Clockwork Orange
    (‘Beethoviana’, variação sobre 03) – 1:48
  • 06 Nona Sinfonia: Segundo Movimento: Scherzo (Beethoven) – 4:52
  • 07 William Tell ouverture (Rossini, condensado) – 1:18
  • 08 Orange Minuet (W.Carlos) – 2:35
  • 09 Biblical Daydreams (W.Carlos) – 2:06
  • 10 Country Lane (W.Carlos – versão aperfeiçoada) – 4:56
    (citações: Dies Irae; Singing in the Rain)

.  .  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here

Ranulfus (com a colaboração de Daniel the Prophet)

Mighty Aphrodite – music from the motion picture

Mighty Aphrodite – music from the motion picture

Não vou contar o filme. Se o fizesse seria um infame, um vilão. Poderosa Afrodite é uma das obras mais deliciosas do cinema e uma das melhores e imaginativas criações de Woody Allen. Como poderia estragar o prazer de quem ainda não o viu? Além disso, é um filme fácil de se encontrar, felizmente está ao alcance de todos. Sua trilha é mais uma galeria de delícias de diversos autores. O disco, assim como o filme, abre ao som do Bouzouki – tradicional cordofone grego. Duas faixas bonitas, com a intensidade e a expressividade da música das plagas de Alexis Zorba. A segunda peça traz a assinatura de um mestre no gênero, George Zambetas. Sendo um filme de Woody Allen é natural que logo surja um jazz das antigas, na faixa 3, com o trombonista Wilbur de Paris – que não era parisiense, era sobrenome mesmo, tocando ‘I’ve found a new baby’. Benny Goodman, sem dúvida um dos ídolos do também clarinetista Woody Allen, aparece na faixa 4, com a famosa Whispering. Goodman que foi aclamado o Rei do Swing, mais tarde sabiamente penduraria as chuteiras com a derrocada do estilo big-band, indo tocar música erudita, a exemplo do concerto de Mozart, mais Bartok, Copland, Bernstein, Stravinsky… Na faixa 5, a joia de Rodgers & Hart: Manhattan, numa daquelas raras gravações que Allen costuma exumar para os seus filmes, uma versão de Carmen Cavallaro – embora de nome feminino, foi um famoso pianista em sua época. A faixa 7 é um dos ápices do disco. Li’l Darlin’, tema de Neal Hefti, com Count Basie e Orquestra. Apesar de Duke Ellington, como sabemos, ser o rei da elegância no jazz, nesse momento o duque tira a sua coroa para o conde. Uma das gravações mais bonitas e perfeitas do jazz. Ouvimos o lacônico piano de Basie, característica desenvolvida, segundo ele, devido ao fato de ter que revezar sua mão direita entre o teclado, o charuto, o copo de whisky e a mão direita dos que vinham cumprimentá-lo enquanto ele tocava nas noites de Kansas City e NY. Um absoluto primor. A faixa seguinte, de número 8, Errol Garner interpreta Penthouse Serenade, tema ‘utilizado’ pelo Djavan, que, até onde eu saiba, não foi devidamente creditado a Jackson & Burton – ilustres menos conhecidos. Garner também aparece na faixa seguinte de número 9 e na 10 o Ramsey Lewis Trio sacode os esqueletos com uma peça gravada nos anos 60, com um jazz já metamorfoseado em soul music – The ‘in’ crowd. As faixas 11 e 12 são verdadeiras delícias: o Dick Hyman Chorus com dois clássicos, primeiro o standard de Cole Porter, ‘You do something to me’ (que está num dos mais belos momentos do filme de Allen); e ‘When you’re smiling’, tema imortalizado por Billie Holiday e Louis Armstrong. A última faixa de número 13, é uma peça que apesar de constar no encarte do disco não consta no mesmo, talvez devido a algum problema com os direitos autorais, mas dei um jeito de constar e aqui temos o famosíssimo Take Five de Paul Desmond, naturalmente na sua versão consagrada, com o Dave Brubeck Quartet; destaque para o antológico solo de bateria do grande Joe Morello, eu diria, só ombreado pelo percussionista à caixa clara da Banda de Pífanos de Caruaru na faixa A Briga do Cachorro com a Onça – raridade que em breve estará também no PQP. Deliciem-se com esta maravilhosa trilha sonora. Dedico esta postagem tão saborosa ao nosso patriarca Mr. Avicena, com o abraço de todos nós.

Mighty Aphrodite – music from the motion picture

1 Neo Minore – Vassilis Tsitsanis in bouzouky solo
2 Horos Tou Sakena – George Zambetas in bouzouky solo
3 I’ve found a new baby – Wilbur de Paris
4 Whispering – Benny Goodman
5 Manhattan – Carmen Cavallaro
6 When your love has gone – Bert Ambrose Orchestra
7 Li’l Darlin’ – Count Basie Orchestra
8 Penthouse Serenade – Errol Garner
9 I handnt anyone till you – Errol Garner
10 The ‘in’ crowd – Ramsey Lewis Trio
11 You do something to me – Dick Hyman Chorus
12 When you’re smiling – Dick Hyman Chorus
13 Take Five – The Dave Brubeck Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Trilha sonora deliciosa de um filme impagável.
Trilha sonora deliciosa de um filme impagável.

Wellbach

Mark Isham & Charlélie Couture: The Moderns – original soundtrack

Mark Isham & Charlélie Couture: The Moderns – original soundtrack

Pense no seu prato favorito, aquele com o qual você sonha, dormindo e desperto. Esta trilha é tão deliciosa quanto um prato favorito. Temos aqui uma Nouvelle Cuisine, à qual se aplicaria perfeitamente a velha sentença dos pequenos frascos com os melhores perfumes, pois que é uma trilha breve, porém rica e deliciosa; de um filme hoje infelizmente raro: The Moderns, de Alan Rudolph, 1988. Existiu em VHS, que eu saiba jamais saiu em DVD e se alguém souber, por caridade, me avise. O filme se passa na Paris de 1926, após a primeira catástrofe mundial, numa pausa entre as duas tempestades. Artistas plásticos, literatos e poetas, desocupados – flâneurs; damas do dia e da noite, modelos, provocadores dadaísta, nouveau riches, nobres arruinados e embusteiros; punguistas, pianistas e pianeiros, amontoados nos cafés toldados pela fumaça dos cigarros, cachimbos e charutos. As estéticas em metamorfose, à maneira de um magnífico piano Art Nouveau arremessado abaixo numa escadaria cubista.

2jbp0s4Um filme raro com raros artistas. Keith Carradine (irmão de David – Kung Fu e Bill de Tarantino – ambos filhos do prístino vampirão John Carradine). Talvez alguns lembrem dele em Os amores de Maria, o violeiro que seduz a bela Natassja Kinski. Keith interpreta Nick Hart, um pintor e desenhista norte americano de seus quarante ans, flanando pelos cafés parisienses e compondo o quadro que tentei pintar acima. A bela do filme – e põe bela nisso – é Linda (linda) Fiorentino, antiga esposa de Hart, que sumira e agora aparece ao lado de um misterioso oriental de passado sombrio, milionário no comércio dos então modernos preservativos de borracha; aluno de Houdini em ‘artes de fuga’. Este oriental é vivido pelo também raro e ótimo ator John Lone – sim, Pu Yi, O Último Imperador; que ignora totalmente o passado de sua ‘propriedade’, digo, de sua amante. Sobre isso nem preciso dizer mais nada. Emoldurando estes protagonistas temos figuras fictícias, históricas e semi-históricas. No papel de fiel parceiro de Nick Hart temos o próprio Hemingway! Vivido por Kevin J. O’Connor. Hem, acorrentado ao balcão do bar e em constante banho maria etílico, mistura realidade com ficção, nomes reais com os de seus personagens. Em meio a esta glamourosa fauna transita a insuportável Gertrude Stein e sua escudeira, a não menos insuportável Alice B. Toklas. Em certo momento, numa festa de intelectuais, Miss Stein diz pra Hem: “Hemingway, lembre-se: o sol também se põe!”; ao que Hem responde: “Sim, bem sobre o seu grande traseiro”. Geraldine Chaplin interpreta uma ricaça espertinha, abandonada pelo marido que fugira com uma dançarina apache. Tenta passar a perna em Hart lhe encomendando três obras falsas – no que Hart é especialista – porém sem a menor intenção de pagar por elas. São elas um Matisse, um Modigliani e um Cezanne. Obras que emblematizariam a chamada modernidade. Em certo momento de fúria o truculento oriental irá destruir os originais pensando que são falsos. As cópias de Hart irão para os museus do mundo e serão aclamadas como obras únicas, inefáveis, irreproduzíveis! Mas estou falando demais do filme, que espero, todos possam algum dia conhecer. Falemos da música.

Apesar da trilha se configurar uma galeria de estilos, autores e intérpretes, quem a assina é o trompetista americano Mark Isham, que a divide com o cantor francês Charlélie Couture. E apesar de Isham ser trompetista, é o violino quem praticamente lidera a trilha, na participação do violinista americano Sid Page. Numa galeria de atmosferas, encontramos o grande Sidney Bechet na faixa 4 – Really the Blues, irresistível, com seu intenso vibrato e generosidade melódica. Quem viu a abertura do também delicioso ‘Meia noite em Paris’ de Woody Allen sabe do que estou falando. Esta presença de Bechet não somente é oportuna por enriquecer a trilha, como também está de acordo com a acolhida que a França deu ao jazz e aos jazzistas americanos no início do século XX. A faixa 7 traz a versão original da famosíssima canção francesa Parlez moi d’amour, com Lucienne Boyer, 1930; canção que, por incrível que pareça e por alguma razão, faltou no repertório da mais famosa das divas do canto francesas, Edith Piaf. A faixa de abertura com o tema chefe do filme, será, acredito, inesquecível. Quem não conheceu o filme ainda, poderia ouvi-la assistindo a antigas filmagens da Paris de princípios do século XX ou contemplando antigas fotografias daquele contexto. Quem o fizer se concederá, garanto, um grande prazer. A sexta faixa, cantada por Charlélie Couture que aparece no filme como pianista dos cafés e cabarés, é uma curiosa peça que sabe a dadaísmo, um toque de caricatura musical típica do grande Erik Satie – Dada Je suis

25jv51xSeparei este parágrafo para destacar a faixa 8, La Valse Moderne. É que da primeira vez que estive no MASP (que os céus protejam este lugar da barbárie que impera), estava precisamente a ouvir em um aparelhinho de mp3 essa faixa quando fiquei de frente com um dos mais encantadores modiglianis: Renée. A música naquele instante deu vida ao quadro e os olhos daquela musa de Modi brilharam de verdade. Fiquei longo tempo verdadeiramente apaixonado por Renée, que travou comigo o mais profundo e romântico diálogo tácito e estético. Quem baixar esta trilha e estiver em São Paulo tente o mesmo. Não terei ciúmes, juro.

A derradeira faixa e das mais deliciosas é uma versão ‘moderna’ do Parlez moi d’amour. Algo inebriante, muito bonito e de grande elegância. O trompetista introduz reflexos de Miles Davis em seu fraseado. Esta música acompanha os créditos do filme, nos quais se vêm cortinas de seda que esvoaçam suavemente. Uma imagem que deixo para os que ouvirem esta trilha, que casa elementos impressionistas e modernos com perfeição; num indubitável exemplo de finíssimo gosto musical.

Mark Isham & Charlélie Couture: The Moderns – original soundtrack

1 Les Modernes
2 Café Selavy
3 Paris La Nuit /Selavy
4 Really the Blues
5 Madame Valentin
6 Dada Je Suis
7 Parlez moi d’amour (Retro)
8 La Valse Moderne
9 Les Peintres
10 Death of Irving Fagelman
11 Je ne veux pas des tes chocolats
12 Parlez moi d’amour (Moderne)

L’Orchestre Moderne
Sid Page – violin
Peter Maunu – violin, mandolin, electric guitar
Ed Mann – vibraphone, marimba, snare drum
Dave Stone – acoustic bass
Charlélie Couture – piano, vocals
Rich Ruttenberg – piano
Patrick O’Hearn – electrid and acoustic bass
Michael Barsimanto – drum machine
Suzy Katayama – cello
Mark Isham – trumpet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

'Charlélie' Je Suis...
‘Charlélie’ Je Suis…

Wellbach

Fumio Hayasaka (1918-1955): The Seven Samurai Original Film Soundtrack

Fumio Hayasaka (1918-1955): The Seven Samurai Original Film Soundtrack

Quando no ano de 1953 o célebre diretor Akira Kurosawa encomendou ao seu jovem amigo o compositor Fumio Hayasaka a trilha sonora para o seu filme Os Sete Samurais, o compositor, diante de tão honorável solicitação, correu para o piano e dedilhou um breve tema, anotando-o ligeiramente num fragmento de pentagrama. Insatisfeito, amassou o papel e o atirou à cesta de lixo. Cerrando os olhos por trás dos seus possantes óculos, respirou fundo e se pôs a conceber uma sucessão de temas, até formar uma considerável pilha de papéis de música. Satisfeito, convocou Kurosawa para exibir a sua criação. O compositor tocou para ele um tema após o outro. Kurosawa, cabisbaixo, abanava a cabeça recusando cada um deles. O compositor, vendo a pilha de temas se extinguir sem qualquer resultado positivo, desesperadamente acorreu à cesta de lixo, catou no fundo o fragmento que lá havia atirado e tocou o que lá anotara. O ‘Shogun do Cinema’ ergueu a fronte, arregalou os olhos nipônicos e apontando imperativamente, grunhiu: “É isto!”. Era o icônico tema dos Sete Samurais, que pode ser ouvido a princípio na faixa 2, ressurgindo com diferentes arranjos.

7 samuraisCertos filmes revisito quase que religiosamente. Filmes como Todas as Manhãs do Mundo e O Sétimo Selo; outro é Os Sete Samurais (1954). A saga dos heroicos ronins que se sacrificam na defesa de uma pobre aldeia de camponeses. Com marcantes atuações, especialmente de Toshiro Mifune, no papel do espalhafatoso, histriônico e destemido Kikuchiyo. O filme, repleto de grandes e antológicos momentos, como a soberba batalha final, mescla a teatralidade típica do cinema japonês (cujas raízes remontam ao teatro tradicional) com elementos do cinema ocidental, o que é bastante típico na obra de Kurosawa. Esta mescla de elementos também caracteriza a obra musical de Fumio Hayasaka.

13240134_758234320981563_587649711151027007_nHayasaka nasceu em Sendai, ilha de Honshu, em 1918. Em 1918 sua família mudou-se para Sapporo, ilha de Hokkaido. Em 1933, junto com o também compositor Akira Ifukube (autor das trilhas de Godzilla), organizou festivais de música. Hayasaka recebeu diversos prêmios por seus trabalhos de caráter erudito. Em 1939 mudou-se para Tokyo para se dedicar às trilhas sonoras. No início da década de 40 era conhecido como um grande compositor japonês de cinema. Em 1950 fundaria a Associação de Música de Cinema e seria também o mentor de famosos nomes como Masaru Sato e Toru Takemitsu. Dos filmes de Kurosawa para os quais trabalhou, Rashomon (1950) teve especial significado. Foi premiado com o Leão de ouro de Veneza e foi o primeiro filme japonês a ser amplamente visto no ocidente. Para esta película, Hayasaka compôs algo inspirado no Bolero de Ravel. Em seus últimos anos, em plena atividade, trabalhou também para premiados títulos de Kenji Mizoguchi. Os Sete Samurais foi a maior produção cinematográfica em seu tempo no Japão e, dos filmes para os quais Hayasaka compôs, foi o que mais o notabilizou para a posteridade. Sobre sua relação para com a música em seus filmes e sobre o trabalho de Hayasaka, disse Kurosawa: “Eu mudei meu pensamento sobre o acompanhamento musical a partir do momento que Fumio Hayasaka começou a trabalhar comigo como compositor nas trilhas sonoras dos meus filmes. A música de cinema na época não era nada mais do que um acompanhamento – para uma cena triste, havia sempre música triste. Esta é a maneira que maioria das pessoas usam a música, e é ineficaz. Mas a partir do filme Drunken Angel em diante, eu usei música leve para algumas cenas tristes, e minha maneira de usar a música diferiu da norma; eu não a ponho da maneira que a maioria das pessoas fazem. Trabalhando com Hayasaka, comecei a pensar em termos de o contraponto de som e imagem, em oposição à união de som e imagem”.

7 sam 2 Infelizmente sua amizade com Kurosawa não foi mais duradoura devido a sua morte prematura em 1955, aos 41 anos, vitimado pela tuberculose. Sua morte afetou profundamente o diretor, lançando-o em um dos seus períodos de depressão, que mais tarde o levariam a tentativas de suicídio.  Ainda Kurosawa: “Ele era um bom homem. Nós trabalhamos tão bem juntos porque a nossa própria fraqueza era a força do outro. Era como se ele, com seus óculos, fosse cego; e como se eu fosse surdo. Nós estivemos juntos dez anos e depois ele morreu. Não foi só a minha perda. Foi uma perda da música também. Você não encontra uma pessoa como essa duas vezes em sua vida.”

7 sam 3 A qualidade sonora poderá desagradar a muitos, talvez a própria trilha também, por diversas razões. Talvez algumas trilhas que nos agradam estejam indissociavelmente ligadas ao nosso afeto pelos filmes e não sobreviveriam ao nosso gosto se deles estivessem dissociadas. Particularmente falando gosto muito de toda a trilha, especialmente da primeira faixa, de abertura do filme. Uma rústica peça para percussões tradicionais japonesas. Impressionante e ao meu ver – e ouvir – perfeita para o espetáculo que irá se desenrolar. Outra faixa genial é a 27 (Tryst). Um minuto e três segundos de pura beleza, uma peça para Koto e flauta que sem dúvida deixaria Debussy encantado. Gostaria de dedicar esta postagem à Sra. Taeko Kawamura, amante da música e amiga de facebook que há meses se ausentou de nossas páginas sem quaisquer notícias.

Fumio Hayasaka (1918-1955): The Seven Samurai Original Film Soundtrack

  • The seven samurai main title
  • To the little watermill
  • Samurai search
  • Kambei, Katsushiro, Kikuchiyo’s mambo
  • Rikichi’s tears white rice
  • Two search for samurai
  • Six samurai
  • Extraordinary man
  • Morning departure
  • Wild warrior’s coming
  • Seven man completed
  • Katsushiro & Shino
  • Katsushiro come back
  • In the forest of the water god
  • Wheat field
  • Interlude
  • Harvesting
  • Rikichi’s trouble
  • Heihachi & Rikichi
  • Farm village scenery
  • Weak insects into samurai ways
  • Foreboding of bandits
  • Flag from the seven samurai
  • Sudden confrontation
  • Magnificent samurai
  • Kikuchiyo’s rises to the occasion
  • Tryst
  • Manzo & Shino
  • Rice planting song
  • Seven samurai ending

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Legenda?
Los Harakiris, total sucesso nas paradas do Japão feudal

Wellbach

Wojciech Kilar (1932-2013): Bram Stoker’s Dracula: Original Motion Picture Soundtrack

Wojciech Kilar (1932-2013): Bram Stoker’s Dracula: Original Motion Picture Soundtrack

Gostaria de saber quem teria sugerido a Francis Ford Coppola o compositor para a sua bela versão da obra de Brahm Stoker, Drácula, de 1992. Quando vi o filme no cinema a trilha me marcou como toda boa trilha o faz conosco: como um personagem que é parte indissociável da película. Procurei saber do autor e encontrei o impronunciável prenome de ‘Wojciech’ Kilar. Curiosíssimo. Na época não havia internet e nunca ouvira qualquer comentário sobre este compositor, cuja figura singularíssima lembra ligeiramente o próprio Nosferatu de Murnau e cuja cabeleira diáfana e original talvez tenha inspirado a coisa mais esquisita do filme de Coppola: o penteado do protagonista em suas primeiras aparições em cena.

344qp03É tentador fazer comentários de natureza cinematográfica e mil piadas envolvendo Bela Lugosi, Christopher Lee, Ed Wood e até Chico Anísio com o seu impagável Bento Carneiro – ‘o vampiro brasileiro’, mas estamos aqui para falar da música. O Sr. Kilar foi um formidável compositor e ao que parece, desde a sua trilha para o filme de Coppola, veio sendo cada vez mais requisitado pelo cinema e correspondendo com seu ressaltado talento, como inspiradíssimo melodista e exímio orquestrador. Temos nesta trilha as provas disso. Seu domínio da paleta orquestral é soberano, digno herdeiro de Berlioz, Korsakov, Mussorgsky, Richard Strauss, Ravel… e após ouvi-lo em certas faixas como “Love Remembered” (número7) a sua catadura meio vampiresca se metamorfoseia aparecendo um afável compositor e maestro que gosta de gatos; além disso o Sr. Kilar possui enfim a pedra filosofal necessária a todo artista: uma imaginação maravilhosa.

Kilar 2Wojciech Kilar nasceu em 1932 em Lviv (também difícil de se pronunciar) – desde 1945 parte da Ucrânia. Seu pai era médico e sua mãe atriz. Passou a maior parte da vida em Katowice, Polônia; foi casado com uma pianista, Barbara Pomianowska. Kilar estudou nas melhores academias de música da Polônia, incluindo a escola do estado de Katowice, com a compositora e pianista Wladislawa Markiewiczówna (cruzes e alhos!), dentre outros grandes nomes da música erudita na Polônia em seu tempo; indo enfim aperfeiçoar a sua arte em Paris, sob a orientação da matriarca de inúmeros compositores do século XX, Nádia Boulanger. Kilar pertenceu, junto a nomes como Henryk Gorecki e Penderecki, ao movimento polonês de música avant-garde na década de 60. Exercendo por muitos anos a presidência da Associação de Compositores Poloneses. Sua associação com o cinema vem de muito antes do seu trabalho para Coppola, desde 1959, trabalhando para aclamados nomes como Andrzej Wajda e Krzystof Kieslowsky. Trabalhou para mais de uma centena de filmes em seu país, sendo o Drácula de Coppola seu primeiro trabalho para um filme de idioma inglês. Desde então, trabalhou para Roman Polansky em três filmes: Death and the Maiden (1994), The Night Gate (1999) e The Pianist (2002); mais Portrait of a Lady, de James Campion. A trilha do trailer de ‘Lista de Schindler’, é o seu Exodus. Paralelamente a essa produção, continuou a compor obras em diversos gêneros chamados eruditos, vocais, instrumentais e mistos; tendo por marcantes características em sua música um tocante melodismo, uma típica combinação dos timbres graves nos violoncelos e contrabaixos; mais elementos minimalistas associados às progressões harmônicas.

Kilar DraculaFazer música assustadora para as cenas de arrepiar não é tão difícil. Mesmo um amador, com certa atitude e um pouco de imaginação, percutindo um piano, por exemplo, pode conseguir certos resultados mais ou menos utilizáveis numa película de José Mojica Marins – nosso Zé do Caixão, Coffin Joe para os aficionados norte-americanos. O problema é ir além disso, trabalhar com sutilezas, pintar em sons certas atmosferas requeridas por um filme de qualidade. Isso o Sr. Kilar faz com perfeição – conhece os efeitos orquestrais como a palma da mão; nem é preciso entrar em detalhes sobre sua habilidade em desenvolver motivos rítmicos e melódicos – aprendeu bem com Beethoven e com Brahms. Uma das faixas mais belas e impressionantes é a de número 5, “Brides”, para a cena na qual – o avisado porém curioso – Jonathan Harker (Keanu Reeves) é seduzido e ‘mordiscado’ pelas três beldades vampiras noivas de Vlad. O portentoso, belo e inesquecível tema, a certa altura, ressurge em modulações inesperadas; desestabilizando o centro tonal, em verdadeiras ‘aparições’ sonoras. A faixa 4, “Lucy’s Party”, é composta com ‘ares amenos’ para uma cena menos terrificante e com toques cômicos. Contudo, logo o compositor descerra seus frasquinhos de sutis efeitos e os compassos aparentemente inocentes se veem invadidos por sombras que rondam, se insinuam, como um velho e exótico perfume que se imiscui por alguma janela. Instaurando uma atmosfera sombria, insana e ameaçadora. Na imagem acima, um autógrafo do compositor com a célula motívico-melódica principal da trilha sonora. Costumo pensar que a música chamada erudita do século XX encontrou generoso refúgio no cinema, basta pensar em nomes de gênios como Miklos Rozsa, Ennio Morricone, John Williams e tantos outros.

DraculaO compositor divide a trilha do Drácula de Coppola com a cancioneira e intérprete escocesa Annie Lennox (“Love Song for a Vampire”, faixa 16). Sendo um filme dos anos 90, mesmo com toda austeridade do personagem e romance ‘gótico’ do enredo, a produção não poderia deixar de exigir uma cantilena para tocar nas rádios e vender melhor o produto. Ora, não é das piores, não faria feio em nenhum comercial do Dia dos Namorados na Transilvânia. Na verdade, a canção ficou restrita aos créditos do filme e quem como eu tinha a mania de sair da sala de cinema por último, após a derradeira linha dos créditos, teve a oportunidade de ouvi-la na época (mania que adquiri após o filme O Enigma da Pirâmide, não vou revelar a razão mas deixo uma pista: Moriarty!). Sobre a dúvida com a qual abri o texto, possivelmente quem teria indicado Kilar para Coppola poderia ter sido seu tio maestro e compositor, Anton Coppola, que rege esta trilha sonora; à frente de uma orquestra que não está creditada neste disco.

dracula tom waitsNão poderia concluir sem falar do personagem que rouba a cena (ou todo filme) e que tem tudo a ver com música: Tom Waits no papel de Mr. Renfield – o servo do Conde, enclausurado no hospício do Dr. Seward, se deliciando com substancial dieta de insetos. Pena que não encarregaram Mr. Waits da canção romântica no lugar de Miss Lennox – mas assim talvez ficasse por demais ‘cult’ para os propósitos pecuniários da produção.

O Senhor Kilar se foi em 2013, porém faço votos que tenha sido mordido por uma das noivas de Vlad e que continue pelas noites a tecer a sua genial e bonita música, pelos séculos sem fim.

Wojciech Kilar (1932-2013): Bram Stoker’s Dracula: Original Motion Picture Soundtrack

1 Dracula – The Beginning
2 Vampire Hunters
3 Mina’s Photo
4 Lucy’s Party
5 The Brides
6 The Storm
7 Love Remembered
8 The Hunt Builds
9 The Hunters Prelude
10 The Green Mist
11 Mina & Dracula
12 The Ring of Fire
13 Love Eternal
14 Ascension
15 End Credits
16 Love Song for A vampire – Vocals, Written by Annie Lennox.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Kilar só tem o nome de loja de eletrodomésticos
Kilar só tem o nome de loja de eletrodomésticos

Wellbach

Leos Janácek (1854-1928): Pièces pour piano

Leos Janácek (1854-1928): Pièces pour piano

IM-PER-DÍ-VEL  !!!

A música para piano de Leos Janáček, quase toda ela composta nos primeiros anos do século XX, parece vir de Debussy, porém o filtro do nacionalismo tcheco e as águas do Danúbio transformaram aquela influência em algo mais direcionado, ou seja, de poesia não tão vaga. Nenhuma das três peças deste CD são esquecíveis. A Sonata 01/10/1905 é maravilhosa. Trata-se de uma homenagem — na verdade um lamento — dedicada a um jovem trabalhador assassinado por uma baioneta do exército durante uma manifestação em Brno, no dia  em 1º de outubro de 1905. Janáček estreou a sonata logo a seguir, em 1906. In the mists (Nas brumas) é belíssima e o ciclo de canções On the Overgrown Path é aquela música que está na trilha sonora de A Insustentável leveza do Ser, lembram? Parece um Schumann melhorado.

A leveza e a sensibilidade da pianista Hélène Couvert está perfeitamente adequada às peças. Sua interpretação tem notável senso de estilo. A poesia contida nas peças esconde grandes emoções e ela facilmente poderia escorregar para o vulgar, mas Couvert fica longe disso. A dignidade e sincera poesia das peças está preservada. Um disco absolutamente bom e que explora um repertório mais ou menos ignorado, ao menos no Ocidente. Gente, tá na hora de (re)ouvir Janáček.

Leos Janácek (1854-1928) – Pièces pour piano

01. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Nos Soirées
02. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Une feuille emportée
03. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Venez avec nous!
04. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: La vierge de Frydek
05. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Elles bavardaient en hirondelles
06. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: La parole manque!
07. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Bonne nuit!
08. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: Anxieté indicible
09. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: En Pleurs
10. On the Overgrown Path (Po zarostlém chodnícku), for piano, JW 8/17: La chevêche ne s’est pas envolée!

11. Piano Sonata (‘Zulice, 1.X.05,’ ‘From the Street, 1 October, 1905’), JW 8/19 (final movement lost): Le pressentiment
12. Piano Sonata (‘Zulice, 1.X.05,’ ‘From the Street, 1 October, 1905’), JW 8/19 (final movement lost): La mort

13. In the mists (V Mlhách), pieces (4) for piano, JW 8/22: Andante
14. In the mists (V Mlhách), pieces (4) for piano, JW 8/22: Molto adagio
15. In the mists (V Mlhách), pieces (4) for piano, JW 8/22: Andantino
16. In the mists (V Mlhách), pieces (4) for piano, JW 8/22: Presto

Hélène Couvert, piano

BAIXE  AQUI — DOWNLOAD HERE

Hélène Couvert, estão servidos?
Hélène Couvert, estão servidos?

PQP

Philip Glass (1937-) – As Horas (The Hours) – trilha sonora

O disco abaixo é bastante delicioso. É um registro instigante com Philip Glass. Na verdade, trata-se da trilha sonora do filme “As Horas” (2002) do diretor Stephen Daldry. A película em si é um belo poema de cunho existencial baseado no livro homônimo de Michael Cunninghan. Cunninghan, por sua vez, teve por motivo temático, o livro “Mrs. Dalloway” da escritora inglesa Virgínia Woolf . Já vi ao filme “As Horas” algumas vezes. Cada vez que o vejo, fico com aquela impressão de silêncio e embasbacamento. O filme conta a história de três mulheres separadas pelo tempo. Elas estão conectadas pelo livro Mrs. Dalloway. Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1951 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com AIDS e morrendo. Em suma: a ficção do livro é humanizado pelo drama existencial de cada um dos personagens. As três personagens vivem ao seu modo a angústia, o medo e o desalento das horas que passam a trazer revelações sobre o nada. A vida não é aquilo que se planejou, pois os momentos imparciais que passam trazem aquilo que não pode ser controlado. A música de Glass se encaixa com perfeição neste mosaico com três peças – a massa que liga os elementos do quebra-cabeças é o livro. A trilha sonora possui um tema básico, contínuo, que “caminha” à semelhança de rio. A música evoca a vida e a vida não é nada mais nada menos do que suceções de horas. É um filme muito bonito que deve ser visto e que possui uma trilha sonora muito bem elaborada pela competência de Philip Glass. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Philip Glass (1937-) – As Horas (The Hours) – trilha sonora

01. The Poet Acts
02. Morning Passages
03. Something She Has To Do
04. “For Your Own Benefit”
05. Vanessa And The Changelings
06. “I’n Going To Make a Cake”
07. An Unwelcome Friend
08. Dead Things
09. The Kiss
10. “Why Does Someone Have To Die?”
11. Tearing Herself Away
12. Escape!
13. Choosing Life
14. The Hours

Philip Glass, compositor

BAIXAR AQUI

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

Carlinus

Jaime Zenamon (1953) – O preço da paz

Quase ninguém conhece Jaime Zenamon, violonista e compositor boliviano naturalizado brasileiro que morou vários anos na Alemanha e vive numa granja nas imediações de Curitiba, quando não está em terras germânicas. Ninguém muito menos conhece o filme O preço da paz (2004), com Herson Capri, Giulia Gam, Danton Mello, Camila Pitanga, José de Abreu e Lima Duarte. Eu mesmo nem ouvi falar dessa película, centrada na história do Barão do Cerro Azul, figura de proa da história paranaense.

Mas, gostaria que vocês me dissessem se não estou certo em considerar a trilha de O preço da paz uma das belas do Brasil, nos últimos tempos. Se não de cabo a rabo, pelo menos nos momentos em que o compositor se permitiu elevar a música do mero patamar de plano de fundo sonoro. The end of a film e Sueño, p. ex., são daquelas músicas pra você fazer um apresentação de slides sem igual pra sua namorada. Experimente.

***

O preço da paz

1. The end of a film
2. Vivíssimo
3. Valsinha
4. O preço da paz
5. Marcha fúnebre
6. Ameaça
7. A fuga
8. Gumercindo
9. Passacaglia (Bach-Zenamon)
10. Anésia
11. Sueño
12. Pica-pau
13. Emboscada
14. Aprisionados
15. Catedral de Curityba
16. Maragatos
17. Malambo
18. The end of a film

Orquestra Sinfônica de Berlim, regida por Jaime Zenamon

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CVL

Eleni Karaindrou (1939- ) – A Eternidade e um Dia

As definições e fronteiras estão cada vez mais bobas, não? Acho que esta trilha sonora não é música erudita, apesar de a grega Eleni Karaindrou ser considerada uma compositora deste gênero. É que hoje revi o belo filme de Theo Angelopoulos e me deu vontade de postar a trilha sonora aqui. Talvez devesse ser um “.:interlúdio:.”, sei lá. Trata-se quase só de variações sobre um certo tema chamado por Karaindrou -Angelopoulos de Eternidade. Talvez a postagem não faça sentido sem o filme, muito alegórico e no qual presente e passado misturam-se todo o tempo.

Tinha uma anotação sobre Eleni em meu micro, certamente copiada de algum brumoso site português: Eleni Karaindrou, compositora grega, com formação em etnomusicologia, para além de história e arqueologia, compõe principalmente para cinema e teatro. A sua música é simples, harmoniosa, romântica, serena, mas ao mesmo tempo trágica, nostálgica… Lembra-nos paisagens ensombradas de neblina, com uma réstia de sol ao fundo. Lembra cores sombrias que se transformam em arco-íris brilhantes. Todos os adjectivos que possa encontrar para descrever a sua música parecerão pobres depois de se ouvir. Gravações da excelente etiqueta ECM, os seus discos são imperdíveis.

Imperdíveis? Tenho lá minhas dúvidas…

Netci691

Eleni Karaindrou – Trilha Sonora de “A Eternidade e um Dia”

1. Hearing The Time
2. By The Sea
3. Eternity Theme
4. Parting
5. Depart And Eternity Theme
6. Borders
7. Wedding Dance
8. Parting B
9. To A Dead Friend
10. Eternity Theme
11. Depart And Eternity Theme
12. Bus
13. Depart And Eternity Theme
14. Bus
15. Trio And Eternity Theme
16. Poet
17. Depart And Eternity Theme
18. Depart

Músicos: Eleni Karaindrou, Isabelle Renauld, Fabrizio Bentivoglio, Achileas Skevis, Alexandra Ladikou, Despina Bebedelli, Helene Gerasimidou, Iris Chatziantoniou, Nikos Kouros, Alekos Oudinotis, Nikos Kolovos, Efthimis Pappas, Vassilis Seimenis, Pemi Zouni, Michael Yannatos, Leonidas Vardaros, Petros Fyssoun, Yannis Mohlas, Andreas Chekouras, Petros Markaris.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE