Maurice Ravel (1875-1937): Bolero, Rapsodie Espagnole, La Valse, Ma Mère l’Oye Suite, Pavane (Munch, Boston)

Ravel com um de seus principais intérpretes, Charles Munch. Sou suspeito para falar da relação desse excepcional regente com a obra de seus conterrâneos franceses. Parecia ter um toque de midas. A delicadeza com que Munch explora as sutilezas da obra é o grande diferencial.

Munch não joga leve não, mas por incrível que possa parecer, em momento algum sua mão é pesada. A suavidade das passagens que precisam ser suaves, as nuances das cordas, o empenho dos sopros, não há como não se transportar no tempo e se imaginar nos campos gregos, vendo os faunos e as ninfas descansando ao sol, na beira de rios, o soprar de uma leve brisa… insuperável, em minha opinião.

Maurice Ravel (1875-1937) – Bolero, Rapsodie Espagnole, La Valse, Ma Mère l’Oye Suite, Pavane (Munch, Boston)

01 – Bolero
02 – Rapsodie Espagnole I. Prelude à la nuit
03 – Rapsodie Espagnole II. Malaguena
04 – Rapsodie Espagnole III. Habanera
05 – Rapsodie Espagnole IV. Feria
06 – Pavan for a Dead Princess
07 – La Valse
08 – Mother Goose I. Pavan of the Sleeping Beauty
09 – Mother Goose II. Hop-o-My-Thumb
10 – Mother Goose III. Laideronette, Epress of the Pagodas
11 – Mother Goose IV. Beauty and the Beast Converse
12 – Mother Goose V. The Fairy Garden

Boston Symphony Orchestra
Charles Munch – Conductor

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Charles Munch (1891-1968)

FDP Bach (2010)

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Bach Arias – Ophélie Gaillard, Sandrine Piau, Christophe Dumaux, Emiliano Gonzales Toro, Pulcinella

GaillardAproveitando esta verdadeira overdose de Bach que nosso querido mentor PQPBach está nos trazendo com a integral da obra de nosso Pai musical, trago uma jóia de CD de Ophélie Gaillard. É daqueles cds para serem apreciados aos poucos, pois ele traz tantas belas passagens, que fica até difícil conseguir absorver tudo de uma vez.
A violoncelista francesa é acompanhada pelo conjunto “Pulcinella” e por um trio excepcional de cantores. São árias de cantatas de Bach, interpretadas em um instrumento chamado violoncello piccolo, que tem 3/4 do tamanho do violoncelo barroco tradicional. Consegui informações adicionais sobre esse instrumento no site de Josephine van Lier . 

01 Mein glaubiges Herze, BWV 68
02 Choral Schubler, BWV 645 No. 1
03 Woferne du den edlen Frieden, BWV 41
04 Ich, dein betrubtes Kind, BWV 199
05 Jesus ist ein guter Hirt, BWV 85
06 Ach bleib bei uns, Herr Jesu Christ, BWV 649
07 Ich bin herrlich, ich bin schon, BWV 49
08 Es dunket mich, ich seh dich kommen, BWV 175
09 Choral Schubler, BWV 650 No. 6
10 Bete aber auch dabei, BWV 115
11 Ich furchte nicht des Todes Schrecken, BWV 183
12 Es ist vollbracht, BWV 159
13 Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ, BWV 639
14 Schalge doch, gewunschte Stunde, BWV 53

Sandrine Piau – Soprano
Christophe Dumaux – Alto
Emiliano Gonzales Toro – Tenor
Pulcinella
Ophélie Gaillard – Violoncelle piccolo e Direction Musicale

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Ophélie Gaillard – Lembrem desse nome, queridos. Vou trazer outras gravações dela.

Jean Sibelius – Symphonies, Orchestral Works – CD 2 de 5 – Hallé Orchestra, Barbirolli

frontA música de Sibelius, principalmente suas sinfonias, nunca foram minha praia, por assim dizer. E sou obrigado a reconhecer que faltava alguém para me mostrar as qualidades efetivas destas obras. E o maestro inglês Sir John Barbirolli, já adiantado em idade, e um pouco antes de sua morte, realizou essas incríveis leituras destas obras e mostrou efetivamente a beleza de suas melodias e a riqueza de suas orquestrações.

A partir deste segundo CD temos as sinfonias, e começamos muito bem, com Sir John Barbirolli arrebatador com a Hallé Orchestra. Música de gente grande tocada por quem sabe o que está fazendo. Vale cada minuto de sua audição.

01. Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39 I. Andante
02. Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39 II. Andante
03. Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39 III. Scherzo
04. Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39 IV. Finale
05. Symphony No. 4 in A Minor, Op. 63 I. Tempo molto moderato
06. Symphony No. 4 in A Minor, Op. 63 II. Allegro
07. Symphony No. 4 in A Minor, Op. 63 III. Tempo largo
08. Symphony No. 4 in A Minor, Op. 63 IV. Allegro

Hallé Orchestra
Sir John Barbirolli – Conductor

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Barbirolli
Sir John Barbirolli (1899-1970)

.:interlúdio:. Hiromi Uehara – Solo Live at Blue Note New York

FrontÉ um assombro o que essa japonesinha faz quando senta na frente de um piano. Vira uma gigante, o piano fica pequeno para ela.
Essas faixas que vos trago foram extraidas de um DVD gravado ao vivo em um templo sagrado do jazz em New York, a Blue Note.  São quase cem minutos de puro virtuosismo, técnica, emoção, feeling, enfim, o que mais os senhores conseguirem captar desta performance. Suas influências estão bem claras, a menina ouviu muito Keith Jarrett, Chick Corea, entre outros tantos gigantes do piano no jazz.  Impossível ficar indiferente.
Novamente gostaria de agradecer ao PQPBach por me ter apresentado essa moça.

01 – BQE
02 – Sicilian Blue
03 – Choux A La Cremea
04 – Green Tea Farm
05 – Capecod Chips
06 – Old Castle, By the River, In the Middle of a Forest
07 – Pachelbel’s Canon
08 – Show City, Show Girl
09 – Daytime in Las Vegas
10 – The Gambler
11 – Place to Be

Hiromi Uehara – Piano

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Não se deixe enganar com este rostinho angelical. Hiromi Uehara se transforma em um leão quando senta no piano.

Jean Sibelius – The Sibelius Edition – CD 1 de 7 – Finlandia – Symphonic Poema, op. 26, Karelia Suite – op. 11, Pohjola´s Daughter – Symphonic Fantasia op. 49, Valse Triste (from Kuolema – Incidental Music op. 44, Lemminkainnen´s Suite

frontDia destes recebi um email de nosso mentor, PQPBach, comentando que neste ano de 2015 comemora-se o aniversário de 150 anos de Jean Sibelius e de Carl Nielsen. Nos pediu então para postarmos obras do dito cujo, pouco presente aqui no blog, diga-se de passagem. Não tenho muita intimidade com sua obra, mas sou apaixonado por seu Concerto para Violino, uma verdadeira obra prima e talvez sua obra mais conhecida. Fui então fuçar meu acervo e encontrei essa integral das sinfonias, além de algumas outras obras orquestrais. O regente é Sir John Barbirolli, um dos maiores regentes ingleses do século XX, à frente da excelente Hallé Orchestra. Como a data de aniversário de Sibelius é dia 8 de dezembro, aos poucos vou trazendo um volume desta bela integral, além de outros cds que possuo com obras do finlandês. Neste primeiro cd temos o famoso poema sinfônico “Finlandia” e a também bem conhecida “Karelia Suite”. Belíssimas obras, que mostram um compositor centrado em sua terra natal, evocando com sua música as paisagens finlandesas e temas folclóricos locais.

1 Finlandia – Symphonic Poema, op. 26
2 Karelia Suite – op. 11 1. Intermezzo
3 2. Ballade
4 3. Alla Marcia
5 Pohjola´s Daughter – Symphonic Fantasia op. 49
6 Valse Triste (from Kuolema – Incidental Music op. 44
7 Lemminkainnen´s Suite – 2. The Swan of Tuonela
8 4 Lemminkainnen´s Return

Hallé Orchestra
Sir John Barbirolli – Conductor

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.: interlúdio :. The No Smoking Orchestra / Time of the Gypsies 2007 (Punk Opera)

.: interlúdio :. The No Smoking Orchestra / Time of the Gypsies 2007 (Punk Opera)


Gosto muito da música popular dos Bálcãs. Conheço pouco, como vocês logo saberão. Tudo começou enquanto via os filmes do grande Emir Kusturica — Tempo de Ciganos, Underground, Quando papai saiu em viagem de negócios, Black cat white cat, A vida é um milagre e outros. Ali, conheci o excelente Goran Bregovic, músico, band leader e compositor responsável pelas trilhas. Depois, Bregovic e Kusturica brigaram e o próprio Kusturica fundou a No Smoking Orchestra, parceira habitual da Garbage Serbian Philharmonia.

Na verdade, conheço apenas esses dois, mas já gostei de quase todos os outros. Ah, pois é, apaixono-me facilmente. A música dos Bálcãs é informada — pois é muito bem escrita e tocada — e é UMA FESTA SÓ. Este Time of the Gypsies é das coisas mais tranquilas que tenho ouvido, mas há os bons músicos e cantores, além da alegria, mesmo que mezzo contida. Já a ironia e o deboche são o subtexto desta música.

Ah, importante: nunca percam um show desses caras. Vi a No Smoking na Inglaterra e Bregovic com sua Wedding and Funeral Band em Porto Alegre. Suas músicas e festas são um arraso.

Ouça porque vale a pena! Um pouco de álcool no sangue não fará nada mal para acompanhar as canções.

The No Smoking Orchestra / Time of the Gypsies 2007 (Punk Opera)

1. Efta Purane Ikone (Seven Old Icons)
2. Djilaben Promalen (Sing People Sing)
3. San Francisco (San Francisco)
4. O Chaveja (Oh, My Children)
5. Hederlezi (St. George Day)
6. Cik Cik Pogodi (Guess Guess Who Is Coming)
7. Crazy About Money (Crazy About Money)
8. Del Dija (Lord Gave Us)
9. Kana O del Baravel (When Lord Gives)
10. Evropa (Europe)
11. Pharimasa Va Inzares (The Beggars)
12. Perhan Sovel (Perhan Is Dreaming)
13. Lorenzzo (Lorenzzo)
14. Sas Jekh Len (There Was a River Once)

Music by Emir Kusturica, Dejan Sparavalo, Nenad Jankovic and Stribor.
With the participation of the No Smoking Orchestra and of the Garbage Serbian Philharmonia.

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Emir Kusturica e a No Smoking Orchestra
Emir Kusturica e a No Smoking Orchestra: eles são assim

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concerto nº 5 in E Flat major, op. 73 – Emperor

71p4KBXsj5L._SX425_Recém postei o mesmo Concerto “Imperador” de Beethoven com outro Arthur, só que o Rubinstein. E agora o italiano Arturo Benedetti Michelangeli mostra a que veio ao mundo, e nos traz uma versão quase que imbatível do mesmo concerto, completando o ciclo das gravações dos concertos de Beethoven que realizou com o Giulini:

Here three Titian’s- Arturo Benedetti Michelangeli, Carlo Maria Giulini, and the Vienna Symphony Orchestra unite in one of the greatest performances of Beethoven’s Emperor Concerto available. Michelangeli’s unparalleled precision aided by Giulini and the Vienna forces lush support particularly in the outer movements is particularly astounding. Deutsche Grammophon’s sound slightly favors the soloist though otherwise fully captures this extraordinary event famously.

Ludwig would be proud”
An “Emperor” that ennobles the listener
“Aristocratic pianism!”

O primeiro comentário acima é dos editorialistas da amazon, que colocam esta gravação como uma das maiores gravações de todos os tempos deste concerto. Os outros três comentários são de clientes da mesma amazon. E lhes garanto que neste caso aqui a unanimidade não é burra, como apregoava Nelson Rodrigues. Ah, esta gravação foi realizada ao vivo, com direito a palmas e tudo. Preparem seus corações, seu cálice e seu vinho favoritos e sentem-se em suas poltronas favoritas para melhor poderem apreciar, e claro, para serem transportados ao Éden, ao Valhala, ou sei lá qual paraíso que escolherem.

01. Konzert für Klavier und Orchester Nr. 5 Es-Dur, op. 73 I. Allegro
02. Konzert für Klavier und Orchester Nr. 5 Es-Dur, op. 73 II. Adagio un poco mosso –
03. Konzert für Klavier und Orchester Nr. 5 Es-Dur, op. 73 III. Rondo. Allegro

Arturo Benedetti Michelangeli – Piano
Wiener Symphoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor

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Michelangeli-Arturo-Benedetti-02
Então, Carlo, vamos botar pra quebrar de novo?

.: interlúdio :. Larry Coryell with Paul Wertico & Marc Egan – Tricycles

FrontCerta vez tive a raríssima oportunidade de assistir a um show de Larry Coryell. Raríssima oportunidade pelo simples fato de ele ter ido tocar em Florianópolis, isso ainda no meio dos anos 90. Foi uma experiência única ter tido a oportunidade de ver ao vivo um de meus guitarristas de jazz favoritos. Desfilou um repertório eclético, indo do fusion ao clássico sem maiores preocupações ou dificuldades. Na época tocava direto em uma determinada rádio FM da cidade sua leitura para o “Bolero” de Ravel. E claro que alguém na platéia solicitou e ele, educadíssimo, acatou a sugestão, nos proporcionando a possibilidade de ouvir uma versão única em violão acústico, sem acompanhamento. E claro que a sua leitura naquele momento era totalmente diferente da versão da rádio, pois era tudo improviso. Foi aplaudido exaustivamente, e lembro de estar em uma das primeiras filas, e ver seu olhar fascinado e intrigado e muito satisfeito, como quem diz, de onde diabos esses caras me conhecem e sabem que gravei o “Bolero” ? Era acompanhado por um trio de jazz baiano, sim, sim, baiano, músicos altamente tarimbados e competentes, mas cientes de que estavam acompanhando uma lenda viva do jazz. Outro momento emocionante foi sua versão, também sem acompanhamento, do clássico “Round´ Midnight” de Thelonius Monk, em sua indefectível guitarra Ibanez semi-acústica.

Esse cd que ora vos trago é bem interessante e curioso pela formação. Paul Wertico e Marc Egan tocaram muito tempo com Pat Metheny, ou seja, são músicos muito experientes.  Ele desfile releituras de obras próprias, como “Dragon Gate” e “Space Revisited”, de sua época eletrificada, e novamente nos brinda com uma leitura absolutamente estonteante e surpreendente de “Round´Midnight”, desta vez contando com a cumplicidade de Egan e Wertico. Ah, e concluem o cd com Beatles. Versátil o rapaz, não acham?

Em outras palavras, um CD “IM-PER-DÍ-VEL !!!” para os fãs do guitarrista e da boa música. Papa finíssima, diria um amigo meu.

01 – Immer Geradeaus
02 – Dragon Gate
03 – Good Citizen Swallow
04 – Tricycles
05 – Stable Fantasy
06 – Spaces Revisited
07 – Round Midnight
08 – Three Way Split
09 – Well You Needn’t
10 – She’s Leaving Home


Larry Coryell – Guitar
Marc Egan – Bass
Paul Wertico – Drums

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Larry Coryell

 

 

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Na minha opinião, Paul Hindemith é uma espécie de rei de um gênero raro — o música de câmara moderna contrapontística. Guardadas as proporções, é um barroco no século XX. Adoro suas composições, cada vez mais gravadas e presentes no repertório da música erudita do hemisfério norte. Ele escreveu sete Quartetos de Cordas, os quais refletem a experiência e a segurança prática de um grande violinista e, mais tarde, violista. Coisa ainda mais rara, ele encarou a viola não como um castigo. O Quarteto No 2 foi escrito em 1918, enquanto ele era um soldado na ativa. Sim, participou da 1ª Guerra Mundial. É uma música dinâmica e enérgica, com uma engenhosa série de variações que parodiam os excessos românticos. Claro, tem um final virtuosístico. O Quarteto No 3 é de 1920 e foi muito bem sucedido quando de seu lançamento. É um exemplo emocionante da imaginação concisa de Hindemith. Este quarteto apaixonado, com seu riquíssimo material, é uma das suas obras-primas de sua música de câmara.

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

String Quartet No. 2 in F Minor, Op. 10
1. I. Sehr lebhaft, straff im Rhythmus 00:06:15
2. II. Thema mit Variationen: Gemachlich 00:10:32
3. III. Finale: Sehr lebhaft 00:16:26

String Quartet No. 3 in C Major, Op. 16
4. I. Lebhaft und sehr energisch 00:10:28
5. II. Sehr langsam – Ausserst ruhige Viertel 00:13:09
6. III. Finale: Ausserst lebhaft 00:07:49

Amar Quartet

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Outra raridade: uma foto de Hindemith com cabelo, em 1923, aos 28 anos.
Outra raridade: uma foto de Hindemith com cabelo, em 1923, aos 28 anos.

PQP

Cesar Franck – Symphony in D, Symphonic Variations – Giulini, Paul Crossley, Wiener Philharmoniker

61PT6A3AV6LEssa belíssima sinfonia apareceu muito pouco aqui no PQPBach. Na verdade, nem lembro se já a postei, ou se algum outro colega o tenha feito. Estive ouvindo essa sinfonia nesta tarde chuvosa em uma gravação antiga de Pierre Monteux, realizada ainda nos anos 40, mas a qualidade da gravação era muito ruim, por isso então resolvi trazer outra leitura mais moderna, novamente com o italiano Carlo Maria Giulini regendo a Filarmônica de Viena.
Nesta obra Cesar Franck não nega sua influência wagneriana. A abertura da obra, um movimento lento belíssimo, poderia perfeitamente abrir alguma ópera de Wagner. Mas a obra logo adquire personalidade própria dando voz a Franck. Lindas passagens, românticas, densas, outras mais leves. E como não poderia deixar de ser, novamente Giulini deixa a sua marca, realizando umas das melhores gravações desta sinfonia nos últimos anos. Lembram dos Bruckner que eu trouxe há algum tempo atrás com esse mesmo maestro? Pois então, estas gravações foram realizadas neste mesmo período final da vida do maestro.
Paul Crossley fecha o cd com chave de ouro sentado ao piano, tocando as Variações Sinfônicas para Piano e Orquestra, sempre acompanhado por essa fenomenal orquestra dirigida por um dos grandes nomes da regência do século XX.

01. Symphony in D – I. Lento – Allegro non troppo
02. Symphony in D – II. Allegretto – attacca
03. Symphony in D – III. Allegro non troppo
04. Symphonic Variations

Paul Crossley – Piano
Wiener Philharmoniker
Carlo Maria Giulini – Conductor

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Zoltán Kodály (1882-1967): Quartets No 1 & 2 + Intermezzo & Gavotte

Zoltán Kodály (1882-1967): Quartets No 1 & 2 + Intermezzo & Gavotte

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um grande CD que cobre um repertório meio raro. Quando se fala em música húngara para quarteto de cordas, logo se pensa nos geniais quartetos de Bartók, mas há seu colega de trabalho e amigo Zoltán Kodály! E não pensem em Kodály como um ser humano muito menor do que Bartók. O talento de Kodály — grande na música — expandiu-se também para outras áreas: ele era etnomusicólogo, educador, pedagogo, linguista e filósofo. Sua música e estes quartetos merecem ser conhecidos por todo pequepiano culto. Há canções folclóricas, profundidade de sentimento, diversão, alegria, tristeza, festa e ironia. A interpretação do Dante é notável.

Zoltán Kodály (1882-1967): Quartets No 1 & 2 + Intermezzo & Gavotte

1. String Quartet No 1 Op 2 | Andante poco rubato Allegro [11’54]
2. String Quartet No 1 Op 2 | Lento assai, tranquillo [12’52]
3. String Quartet No 1 Op 2 | Presto [4’05]
4. String Quartet No 1 Op 2 | Allegro [12’27]

5. Intermezzo [5’10]

6. Gavotte [2’35]

7. String Quartet No 2 Op 10 | Allegro [6’00]
8. String Quartet No 2 Op 10 | Andante, quasi recit. [4’52]
9. String Quartet No 2 Op 10 | Allegro giocoso [6’39]

Dante Quartet

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Kodály em 1932
Kodály em 1932

PQP

José Siqueira (1907-85): ópera A Compadecida [Acervo PQPBach] [link atualizado 2017]

SEN-SA-CIO-NAL !!! 

2015: 30 anos sem José Siqueira

Queridos ouvintes, quero muito e posso afirmar de boca cheia: que DELÍCIA de obra é essa!
Primeiro: para o bairrista aqui, é brasileiríssima: obra do paraibano Ariano Suassuna (1927-2014) musicada pelo também paraibano José Siqueira (1907-1985). Segundo: é obra leve, divertida, cômica. Ao ouvir, vocês verão que ao público é dada a liberdade de aplaudir no meio, de gargalhar nas falas mais engraçadas: ora, e não é para ser assim numa ópera cômica? Ou pelo menos não deveria ser assim, sem aqueles sorrisos fracos e amarelecidos por um humor contido e sem-graça? Então, aqui não é assim. A Compadecida é obra realmente descontraída e os diálogos inteligentes de João Grilo, Chicó, Padre João e outros bons personagens tão bem escritos por Suassuna ficam ótimos tematizados na música de Siqueira.

E se tem uma coisa que é extremamente agradável e apaixonante nas grandes peças de José Siqueira, é a sua versatilidade em misturar, como pouquíssimos, formas musicais diversas e conformar um todo coeso e coerente. N’A Compadecida, que segundo ele, não é uma ópera, mas uma comédia musicada, o compositor faz-se valer de personagens que apenas declamam o texto (o Palhaço e o cangaceiro Severino), outros que tem seus temas mais recitativos (caso do Padeiro, do Bispo e do Diabo) e outros que têm belas melodias (Jesus Cristo e Maria, a Compadecida). Ao ouvir, repare que José Siqueira teve o trabalho de fazer com que, quanto mais bom e justo o personagem, mais melodioso é seu tema.

O legal é que temos uma dissertação de mestrado, de 2013, de Luiz Kleber Lira de Queiroz (da UFPB) (aqui) que faz uma completa análise d’A Compadecida, com uma biografia de José Siqueira e ainda um catálogo atualizado de onde estão as partituras vocais dele (veja a tabela nas páginas 213 a 217).

Quanto mais eu leio e me intero da vida e da obra de José Siqueira, mais o admiro. Para além de seu papel importantíssimo de criar orquestras e associações de músicos, ele foi um grande divulgador da música de sua terra. Enquanto vemos trabalhos de maior vulto de Villa-Lobos dedicados à música indígena, Siqueira, não deixando de compor algumas peças com influência dos padrões nativos, dedicou-se primordialmente em duas linhas: a da música negra/escrava e a da música nordestina. Por isso fez obras como Candomblé (aqui) e Xangô (aqui) subirem ao palco, sem deixar por menos para o folclore de sua região natal, com obras como a Toada (aqui), a Suíte Sertaneja (aqui), as Festas Natalinas no Nordeste (aqui) e esta A Compadecida, imensa de tamanho, beleza e significados, com mais de três horas de música, que hoje vos apresentamos!

Consegui também encontrar o resumo da peça, para que vocês possam acompanhá-la quando a ouvirem (vai num arquivo formato doc junto com os áudios). Coloquei após cada descrição do ato, uma faixa de cada. Atentem-se que esta é uma gravação de 1961, ao vivo, da estreia da ópera e tem os inconvenientes de ser ao vivo, de ser antiga (captação ruim) e de ser possível ouvir o rapaz que faz o ponto (!!!) para os personagens… Mas ainda assim, a obra é fantástica e merece o download!

1º ato – Cena: Pátio de uma igreja de vila do interior.

Depois da saída do Palhaço, que anuncia o julgamento de “alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um Padre, um sacristão e um Bispo para exercício da moralidade”, Chicó explica a João Grilo a situação, da Mulher do padeiro, que ameaça largar o marido, se o seu cachorro de estimação, que está doente, vier a morrer. O médico já foi chamado e não sabe o que o bicho tem. Agora só resta apelar para o Padre. O Padre se recusa a benzer o animal. Depois doa argumentos de João Grilo que relembra a bênção do motor novo do Major Antônio Morais, o que, certamente, causará briga entre o casal de padeiros e o vigário, caso os primeiros venham a saber desse pormenor, uma vez que “cachorro é muito melhor que motor”… O Padre se decide a benzer o bichinho. O Major entra em cena à procura, igualmente, do reverendo para abençoar… o filho que esta doente. João Grilo tece uma intriga entre o Padre e Antônio Morais dizendo a este que o vigário estava doido, com mania de benzer tudo, e que havia falado mal do Major e do reverendo, que Antônio Movais também tinha um cachorro doente para ser abençoado. Arma um quiproquó enorme, e Antônio Morais se retira prometendo se queixar ao Bispo. Depois da saída do Major, Grilo finge-se amigo do Padre e promete ir aos Angicos, fazenda de Antônio Morais, para resolver tudo.

A esta altura irrompem no pátio da igreja, o Padeiro sua Mulher, com o cachorro doente. O Padre se apavora, pois pensa que Antônio Morais também viera pedir para benzer o cachorro, o que, então, perfazia dois. Recusa-se. A esta altura das discussões, o cachorro da Mulher do Padeiro morre em cena, o que é descoberto pelo sacristão. A Mulher do Padeiro quer, então, já que o cachorro está morto, um enterro em latim. João Grilo, conhecendo a avareza do Padre e do Sacristão, inventa que o cachorro deixou em testamento, dez contos para o Padre e três para o Sacristão. Com tais argumentos, depois de diversas tentativas de resolver o problema agradando a ambas as partes, resolve o Sacristão, fazer ele mesmo, com o consentimento do Padre, o enterro do bicho em latim, no que a Mulher e o Padeiro concordaram. Realiza-se o enterro do cachorro Xaréu… em latim.

A discussão de João Grilo e o Padre sobre o testamento de Xeréu:

Entra em cena o Palhaço para contar o que está acontecendo na vila, enquanto Xaréu se enterra em latim. Antônio Morais foi se queixar ao Bispo. O Bispo, atendendo à queixa do dono de todas as minas da região, “homem poderoso, que enriqueceu fortemente o patrimônio que herdou, durante a guerra em que o comércio de minérios esteve no auge”, vai procurar o Padre João. Do encontro dos dois, Bispo e Padre, fica sabendo o último, que fora enredado numa confusão dos diabos pelo “amarelinho” João Grilo, que chegou a dizer no seu engano que a Mulher de Antônio Morais era um animal. João Grilo, sem se aperceber que seu enredo já havia sido descoberto, entra em cena contente. Ao deparar-se com o Padre João é por este advertido severamente do mal feito. João Grilo ameaça contar… e conta ao Bispo que um cachorro se enterrara em latim. O Bispo se revolta contra o Padre e ameaça suspendê-lo, bem como demitir o Sacristão, não sem antes prometer um bom castigo para João Grilo. O “amarelinho” tem então a feliz ideia de modificar ali, na hora, o testamento do cachorro. E a doação e pagamento que a dona fará pelo enterro em latim, na importância de 13 contos ficará assim distribuída: três para o Sacristão, quatro para a paróquia e seis para a diocese. O Bispo, simoníaco, hesita ante a possibilidade do ganho Inesperado. Resolve reunir-se secretamente com o Padre e o Frade que o acompanham. Entram na Igreja.
A esta altura, João Grilo explica a Chicó que retirara do cachorro morto a bexiga e manda que Chicó a encha de sangue e coloque no peito, por baixo da camisa. Depois conta-lhe que “vai entrar no testamento do cachorro”, pois como fraco da Mulher do Padeiro “é dinheiro e bicho”, ele arranjara para tomar o “lugar do Xeréu” um gato que “descome dinheiro”. Ante a incredulidade de Chicó, ele explica o processo, que, certamente, iludirá a futura dona do gato. O gato é trazido à cena, com a entrada da Mulher do Padeiro que vem, mesmo a contragosto, mas como pessoa honesta, pagar os funerais do cachorro em latim. A transação é feita, pela importância de quinhentos mil réis. Vai-se a Mulher satisfeita com a compra, pois segundo ela, o gatinho é lindo e vai tirar com o “novo filho” o prejuízo do gasto no enterro de Xeréu. Saem do Concílio o Bispo, o Padre, o Frade, o Sacristão. João Grilo efetua o pagamento a todos, conforme dissera, segundo “a vontade do morto”. Enquanto o dinheiro é contado e repartido, o Padeiro e a Mulher descobrem que o nato não descome dinheiro coisa nenhuma. “Descome o que todo gato descome”. Entra o Padeiro furioso. Atraca-se com Grilo. É contido pelo Padre, pelo Sacristão e pelo Bispo. Todos temem que o negócio seja desfeito. E, nesta altura, entra debaixo de tiros a Mulher do Padeiro, apavorada, para anunciar que Severino do Aracaju invadiu a cidade e vem se dirigindo para a igreja. Todos aguardam a chegada do famoso “Capitão”. Severino entra em cena. Toma de todos o dinheiro distribuído pelo Grilo, e, com exceção do Frade, mata um por um dos presentes. Chicó também consegue salvar-se, pois a abala “pegou de raspão”. O cabra de Severino executa a chacina. Ao chegar a vez de João morrer, ele pede a Severino para aceitar de presente “uma gaitinha que Padre Cícero tinha lhe dado antes de morrer” para ser entregue a Severino, que era seu afilhado. A gaita, segundo João, tinha o poder de devolver a vida a quem morresse de tiro ou tacada. Para provar a “verdade” João dá uma facada na barriga de Chicó, no local onde antes havia sido colocada a bexiga do cachorro cheia de sangue. Severino vê o sangue, Chicó finge-se de morto. O “Capitão” acredita, mas quer ver é o Grilo ressuscitar o homem. João toca na gaita. Chicó levanta-se fingindo ressuscitar e inventa a história de ter visto no céu Podre Cícero rodeado de anjinhos. Severino se entusiasma. Manda o cabra atirar, não sem antes ter tido o cuidado de tomar a gaita de João e dá-la ao cabra para ser tocada depois de sua morte. Resultado: o cabra mata Severino. Logo depois. João mata o cabra, que, mesmo agonizando, .atira em João Grilo quando vai caindo. Resta apenas Chicó, que encerra o segundo ato com a lamentação pela morte do amigo, “o Grilo mais inteligente do mundo”.

O Coro “Mulher Rendeira” que os cangaceiros cantam quando chegam à cidade. José Siqueira introduz música de domínio popular em sua obra:

3.° ato – O tribunal para Julgamento dos mortos (Lugar entre o Céu e o Inferno).

O palhaço explica à plateia todo o processo de julgamento, bem como o fato de irem ver dois demônios vestidos de vaqueiros, pois “isso decorre de uma crença comum no sertão do Nordeste”. Todos os mortos acordam e tomam conhecimento do seu estado de mortos. Com a chegada do demônio e do Encourado são todos ameaçados de serem levados diretamente para o interno. Mais uma vez João Grilo inteligentemente argumenta que ninguém pode ser condenado sem ser ouvido e apela para Nosso Senhor Jesus Cristo, no que é acompanhado por todos. Aparece então Jesus… negro. Isso causa um certo espanto em João Grilo. Jesus Cristo explica a João Grilo que veio assim de propósito porque sabia que ia despertar comentários. Ele, Jesus, nascera branco e quisera nascer judeu como poderia ter nascido preto… Inicia-se o Julgamento, mas a certa altura João percebe que só há um Juiz, mesmo infinitamente justo, e o promotor que no caso é o Encourado (o Diabo) e apela para a sua advogada, a mãe da misericórdia, que se compadece dos pecados dos homens. E a invoca com duas estrofes do cancioneiro do cancioneiro nordestino, criadas pelo cantador Canário Pardo. Nossa Senhora atende ao chamado de João Grilo e vem em seu socorro. A advogada, depois de todas as marchas e contra-marchas do julgamento, consegue mandar não para o inferno e sim para o purgatório o Bispo, o Padre, o Sacristão, o Padeiro e a Mulher. Severino e o Cabra são inocentados pelo próprio Coleta e vão para o céu sob a alegação de que o Diabo não entende nada dos planos de Deus. Severino e o Cangaceiro dele foram meros instrumentos de sua cólera. Enlouqueceram ambos depois que a polícia matou a família deles e não eram responsáveis pelos seus atos. E chegamos, finalmente, ao julgamento de João Grilo. Cristo quer manda-lo para o Purgatório. João pede a Nossa Senhora que advogue a sua causa de forma a não deixar que ele vá para o Purgatório. Maria acha uma solução: João voltará à Terra. Ele fica satisfeito porque “de cá para lá tomará cuidado para na hora de morrer não passar pelo Purgatório para não dar gosto ao Cão”. Mas esta solução só será aceita pelo Cristo se João fizer uma pergunta que Jesus não possa responder. Ardilosamente João Grilo pergunta a Jesus: “em que dia vai acontecer sua segunda ida ao mundo?” Jesus Cristo lhe responde que isso é um grande mistério, e não lhe poderá responder, pois João vai voltar, e o conhecimento dessas coisas faz parte da vida íntima do Pai Eterno. A brincadeira de Jesus com João Grilo antecede, imediatamente, o fim da representação musicada da COMPADECIDA, que termina com a descida de João Grilo à terra, com as despedidas de Jesus e Maria, e suas recomendações para ser bom e tomar cuidado com o resto de vida que ainda lhe foi concedida.

A Ave Maria, cantada quando os presentes invocam à Compadecida como advogada de defesa:

José Siqueira (fodão) regendo a Orquestra de Câmara do Brasil, uma das tantas orquestras que plantou por este país

O cara tem um cabedal enorme de música de ótima qualidade. Mereceria gozar de maior reconhecimento e estar no panteão, entre nossos melhores compositores, ao lado de Camargo Guarnieri, Radamés Gnattali, Francisco Mignone e Guerra-Peixe (Villa-Lobos acima, claro!).

Ah, é IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma joalheria inteira! Ouça!  Ouça! Ouça!

 

José Siqueira (1907-1985)
A Compadecida, comédia musical em 3 atos (1959)
baseada na obra “o Auto da Compadecida“, de Ariano Suassuna

01 – 1º ato – Introdução – Declamação do Palhaço
02 – 1º ato – João Grilo e Chicó vão falar com o padre
03 – 1º ato – Pedido ao padre para benzer o cachorro
04 – 1º ato – Saída da igreja – Diálogo de João Grilo e Chicó
05 – 1º ato – O padre está doido – Encontro com Antônio Morais
06 – 1º ato – O Padre enfurece o Major
07 – 1º ato – Padre, Benze ou não benze o cachorro
08 – 1º ato – Discussão do Padre com os Padeiros
09 – 1º ato – A morte do cachorro
10 – 1º ato – O testamento do bichinho
11 – 1º ato – E o cachorro é enterrado… em latim
12 – 1º ato – Marcha Fúnebre
13 – 2º ato – Prelúdio do ato
14 – 2º ato – Declamação do Palhaço e entrada do Bispo
15 – 2º ato – O bispo pede explicações ao padre
16 – 2º ato – O bispo entra no testamento do cachorro
17 – 2º ato – O gato que descome dinheiro
18 – 2º ato – Os clérigos referendam o testamento
19 – 2º ato – O padeiro descobre o golpe do gato
20 – 2º ato – O bando de Severino invade a vila
21 – 2º ato – Coro – Mulher Rendeira
22 – 2º ato – Dança – Pagode
23 – 2º ato – Execução dos Clérigos e dos Padeiros
24 – 2º ato – A gaita que ressuscita – Morte de Severino
25 – 2º ato – Morte de João Grilo
26 – 2º ato – Lamento de Chicó
27 – 3º ato – Introdução ao 3º ato – Declamação do Palhaço
28 – 3º ato – Julgamento – O diabo quer levar a todos
29 – 3º ato – Os mortos apelam a Jesus Cristo
30 – 3º ato – Coro – Aleluia
31 – 3º ato – Cristo surge… negro
32 – 3º ato – Acusação dos clérigos e dos padeiros
33 – 3º ato – A promotoria acusa os cangaceiros
34 – 3º ato – Acusação de João Grilo
35 – 3º ato – João Grilo solicita defesa
36 – 3º ato – Invocação a Nossa Senhora, poema de Canário Pardo
37 – 3º ato – Vinda da Compadecida
38 – 3º ato – Ave Maria
39 – 3º ato – Defesa dos clérigos e dos padeiros
40 – 3º ato – Defesa dos cangaceiros
41 – 3º ato – Sentença
42 – 3º ato – Defesa de João Grilo
43 – 3º ato – Sentença de João Grilo
44 – 3º ato – Final – Declamação do Palhaço
45 – Extra:   Ave Maria (sem fala de João Grilo)

PALHAÇO – Ivan Senna, ator
JOÃO GRILO – Assis Pacheco, tenor
CHICÓ – Edson Castilho, barítono
PADRE JOÃO – Alfredo Colózimo, tenor
ANTÔNIO MORAIS – Alfredo Mello, baixo
SACRISTÃO – Enzo Feldes, barítono
PADEIRO – Raul Gonçalves, tenor
MULHER DO PADEIRO – Aracy Bellas Campos, soprano
BISPO – Newton Paiva, baixo
FRADE – Alcebíades Pereira
SEVERINO DO ARACAJU – Mahely Vieira, ator
CANGACEIRO – João Carlos Dittert, baixo-barítono
DEMÔNIO – Alfredo Mello, baixo
O ENCOURADO (DIABO) – Carlos Walter
MANOEL (JESUS CRISTO) – Roberto Miranda, tenor
A COMPADECIDA (NOSSA SENHORA) – Lia Salgado, soprano

Orquestra, Coro  e Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
José Siqueira, regente
Silva Ferreira, regisseur
Santiago Guerra, regente do coro
Denis Gray, coreografia
André Reverssé , cenografia
Theatro Municipal, Rio de Janeiro, 1961

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MP3 192kbps  (275Mb)
MP3 320kbps  (448Mb)
FLAC  (912Mb)

Partituras e outros que tais? Clique aqui
Quer saber um pouco mais sobre José Siqueira? Veja este blog. Há ainda uma dissertação de mestrado sobre esta obra de hoje! Fala muito sobre a vida e a obra do compositor! Baixe!

Ouça! Deleite-se! … Mas, antes ou depois disso, deixe um comentário…

“Ôxe! Cabra bão esse  José Siqueira!”

Bisnaga

Joseph Haydn (1732-1809): Cassations Nº 9 e 20

Joseph Haydn (1732-1809): Cassations Nº 9 e 20

O blog holandês 33 toeren klassiek faz conversões de antigos LPs de vinil para mp3. A qualidade é sempre excelente não somente do ponto de vista técnico, é que as escolhas musicais são especiais. Elas nunca passam pelo óbvio, mas por cantinhos desconhecidos ou esquecidos do repertório e da história das gravações. É um tremendo, criterioso e qualitativo resgate histórico. Peguei de lá esta raríssima gravação do Collegium Aureum para a Harmonia Mundi em 1963.

Haydn HM 30 643 1

Cassation é um gênero ainda menor do que a Serenata ou o Divertimento. Trata-se de uma série de movimentos curtos e alegres para orquestra de câmara. Muita gente boa escreveu Cassassões lá pela metade do século XVIII. A música de Haydn serve bem ao gênero. Haydn era leve, ousado e feliz. Até suas Missas revelam uma relação secular com a divindade. O cara era feliz e não abria mão disso, ora. Ouçam o disco e comprovem: é música para abrir um bom dia.

Joseph Haydn (1732-1809): Cassations Nº 9 e 20

1 Cassatie in G (HV .II, 9, 1764) 15:26
allegro molto – menuet – adagio cantabile – menuet – finale: presto
2 Cassatie in F (HV II, 20, 1763)
allegro – menuet – adagio – menuet – finale: presto

Membros do Collegium Aureum
Direção de Franzjosef Maier
Harmonia Mundi HM 30 643
Gravado em junho de 1963
Tempo total: 33:08

Os caras em holandês:
Alfred Sous, hobo
Helmuth Hucke, hobo
Gerd Seifert, hoorn
Erich Penzel, hoorn
Ulrich Grehling, viool
Franz-Josef Maier, viool
Ulrich Koch, altviool
Günther Lemmen, altviool
Reinhold Johannes Buhl, cello
Johannes Koch, violone

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Haydn HM 30 643 2

PQP

Ludwig van Beethoven – Piano Concerto nº5, “Emperor”, Piano Sonata nº 18 in E Flat, op. 31-3

20 (1)Segundo o Dicionário Aurélio, entre outras tantas definições dadas para a palavra gênio, uma que se encaixa bem no que pretendo expor é “Altíssimo grau, ou o mais alto, de capacidade mental criadora, em qualquer sentido”, ou então “indivíduo de extraordinária potência intelectual”. Creio que ambas as definições  se encaixam perfeitamente à Arthur Rubinstein, um indívíduo que esteve sempre à frente de seu tempo, e que soube como poucos transmitir emoções indescritíveis quando sentava-se frente a um piano. Sempre digo que existem músicos e “músicos”. Dentro desta segunda categoria, incluo facilmente Rubinstein, Heifetz e Oistrakh, a minha trinca de ouro, meus instrumentistas favoritos, aqueles que estiveram à frente no seu tempo, e que continuam até hoje a influenciar dezenas de novos músicos.

Arthur Rubinstein viveu noventa e cinco anos, quase um século, e até o final da vida, manteve-se fiel ao seu instrumento, realizando recitais no mundo inteiro, mesmo depois de completar noventa anos de idade. Tinha uma memória incrível e uma postura clássica impecável quando estava sentado em frente ao seu companheiro fiel. Olhos fechados, concentração absoluta.

Esta gravação que ora vos trago foi realizada entre 1975 e 1976, quando já estava chegando nos noventa anos. Não é a minha gravação favorita do Concerto Imperador entre as diversas que ele realizou no correr de sua vida (conheço cinco), mas mesmo assim, podemos identificar aqui sua genialidade. Ele impera soberano. O então jovem Daniel Baremboim apenas faz a sua parte, sem intervir muito, conduzindo a Filarmônica de Londres com a devida cautela, digamos assim. É assim que devemos nos portar diante de alguém que está em um degrau acima, alguém que admiramos a vida inteira, e que de repente, nos dá a oportunidade de acompanhá-lo. Lembro-me de uma frase, retirada de uma carta de Isaac Newton que diz que ” If I have seen further it is by standing on the shoulders of Giants.”.  Em uma tradução livre, Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”.

São estes os gigantes que nos guiam, que nos orientam, mesmo que seja “apenas” tocando piano.

1 Beethoven Piano Concerto No.5 in E-flat, Op.73 ‘Emperor’ – I. Allegro
2 Beethoven Piano Concerto No.5 in E-flat, Op.73 ‘Emperor’ – II. Adagio un poco
3 Beethoven Piano Concerto No.5 in E-flat, Op.73 ‘Emperor’ – III. Rondo. Allegro
4 Beethoven Piano Sonata No.18 in E-flat, Op.31, No.3 – I. Allegro
6 Beethoven Piano Sonata No.18 in E-flat, Op.31, No.3 – III. Menuetto. Moderato
7 Beethoven Piano Sonata No.18 in E-flat, Op.31, No.3 – IV. Presto con fuoco

Arthur Rubinstein – Piano
London Philharmonic Orchestra
Daniel Baremboim – Conductor

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Museu da Música do Vale do Paraíba: um sonho próximo da realidade

Notícia recém saída do forno!

Quando, em 12 de julho de 2014, Alexandre Marcos Lourenço Barbosa lançou a proposta de criação de um Museu da Música do Vale do Paraíba (MMVP), durante as discussões da sessão de encerramento do XXVIII Simpósio de História do Vale do Paraíba, promovido em Cunha pelo Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV), cujo tema era, justamente, “Música no Vale do Paraíba”, não imaginávamos que, cinco meses depois, já estaríamos discutindo um cronograma de trabalho para a elaboração do seu projeto de criação.

O fato é que a ideia nasceu justamente da necessidade de uma instituição que pudesse tratar, custodiar, conservar e viabilizar a pesquisa de arquivos e coleções musicais do Vale do Paraíba ou a ele relacionados, além de centralizar informações, bibliografia, catálogos e bancos de dados sobre acervos musicais de outras regiões brasileiras, porém relacionados à história e à prática musical do Vale do Paraíba, desde o século XVIII ao presente.

Participaram, no entanto, dessa proposta de criação do Museu da Música do Vale do Paraíba alguns outros fatos importantes ocorridos a partir desse ano de 2014, especialmente o reencontro, em Pindamonhangaba, do arquivo musical de João Antônio Romão (1878-1972), a criação do Laboratório de Conservação, Arquivologia e Edição Musical da UNESP (Labor Carmine) em 15 de dezembro de 2014, e a atuação do Núcleo de Musicologia Social do Instituto de Artes da UNESP (NOMOS) – responsável pela criação do Labor Carmine – no tratamento do arquivo musical da família Lorena, da cidade de Aparecida, constituído de obras de Raldolpho José Lorena (1843-1913), José Raldolpho Lorena (1876-1961), Maria Annunciação Lorena Barbosa (1907-1996) e outros.

O Labor Carmine, fundado no campus de São Paulo da UNESP, será instalado, estruturado e equipado durante todo o ano de 2015, mas os pesquisadores nele envolvidos já estão trabalhando no arquivo musical de João Antônio Romão, com a colaboração da família Romão em Pindamonhangaba,e no arquivo musical da família Lorena, em Aparecida. O objetivo do Labor Carmine é receber provisoriamente e tratar (em São Paulo ou em suas cidades de origem, dependendo de cada situação) arquivos e coleções musicais históricas (o que inclui sua higienização e desinfecção, organização, arranjo físico, acondicionamento, catalogação e digitalização) para devolve-los em segurança às suas instituições custodiadoras, ou mesmo para intermediar sua doação ou transferência para instituições do gênero, quando for o caso.

Por essa razão, o jornal O Lince e o Labor Carmine uniram-se, em fins de 2014, juntamente com outros colegas de Aparecida, para estudar as bases de criação do Museu da Música do Vale do Paraíba nesta mesma cidade, que já se encontra virtualmente em funcionamento, por meio do tratamento dos referidos arquivos musicais.

Há, no entanto, vários outros acervos musicais no Vale do Paraíba que necessitam o tratamento técnico e a custódia institucional para garantir sua preservação, acesso e divulgação, além de acervos musicais gerados nesta região, porém atualmente mantidos por colecionadores em outras cidades brasileiras ou talvez mesmo do exterior. Sabemos da existência de famílias que desejam transferir seus acervos histórico-musicais para instituições custodiadoras permanentes, e que poderão fazê-lo após a criação do MMVP, quando será possível receber e tratar todos esses acervos e mesmo reivindicar o retorno para o Vale do Paraíba dos acervos musicais aqui originados, porém transferidos para outras regiões.

A fundação do Museu da Música do Vale do Paraíba será proposta a uma instituição sólida e comprometida com a cultura paulista ainda neste ano, conjuntamente pelo jornal O Lince e pelo Labor Carmine da UNESP, que também solicitarão apoio do Museu da Música da Arquidiocese de Mariana (MG), que já realiza esse trabalho naquela região há mais de 40 anos, do Centro de Referência Musicológica “Prof. José Maria Neves” (CEREM), de São João del-Rei, que também possui ações e experiência com acervos histórico-musicais, e do Instituto de Estudos Valeparaibanos, importante referência cultural desta região, além de outras instituições, na forma de troca de conhecimentos e informações, para viabilizar sua instalação e o início de seu funcionamento técnico.

O objetivo do MMVP será a recepção, tratamento e custódia de acervos musicais, a manutenção de uma sala para sua consulta (inclusive por meios digitais), a manutenção de uma exposição permanente de fontes musicais (manuscritas, impressas e sonoras), fotografias, instrumentos e objetos, para a recepção de visitantes durante todo o ano, especialmente nas festas e datas comemorativas, além da produção de partituras e partes para o abastecimento das orquestras, coros e grupos musicais interessados no repertório histórico-musical de Aparecida, do Vale do Paraíba e do Estado de São Paulo, especialmente a música sacra.

O Lince e o Labor Carmine estão trabalhando a todo vapor para viabilizar a inauguração do Museu da Música do Vale do Paraíba durante o ano de 2017, ocasião em que a cidade e a Arquidiocese de Aparecida celebrarão os 300 anos do encontro, nas águas do rio Paraíba, em Guaratinguetá, da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil. Esperamos, com essa iniciativa, contribuir para a preservação e difusão da memória musical do Vale do Paraíba, para a promoção de apresentações musicais com o repertório custodiado no MMVP (sempre que possível nas igrejas, teatros e auditórios de Aparecida e do Vale do Paraíba) e receber professores, músicos, musicólogos, historiadores, religiosos e muitos visitantes interessados em conhecer a riqueza das tradições musicais desta cidade e desta região. E, no que se refere especificamente à música católica – uma das sessões mais volumosas dos acervos musicais valeparaibanos – esperamos, também, “promover a música sacra, como serviço eminente que corresponde à índole de nossos povos”, tal como expresso no item 947 da “Mensagem aos povos da América Latina”, emitida pela Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Puebla de los Angeles (México, 27 de janeiro a 13 de fevereiro de 1979).

Então, de nossa parte, mãos à obra!

Paulo Castagna, Doutor em História Social pela USP e Professor do Instituto de Artes da UNESP-SP
http://paulocastagna.com/
[email protected]

Veja o original da publicação aqui.

Uma boa notícia!

Avicenna

Lorin Maazel Conducts Wagner – Lorin Maazel & Berliner Philharmoniker

45 (1)Sim, eu sei, faz tempo que Wagner não aparece por aqui. Não que a gente não goste dele aqui no PQPBach, mas dá tanto trabalho postar suas óperas que acabamos deixando para outras ocasiões. Já pensei em iniciar um ciclo Wagner, trazendo todas suas óperas, mas só de lembrar do trabalhão que vai dar, sinto um arrepio na espinha e acabo adiando o projeto.

Então para matar as saudades, resolvi trazer um delicioso cd com suas aberturas e prelúdios. O maestro escolhido foi Lorin Maazel, recentemente falecido, frente à Filarmônica de Berlim. Diversão garantida, não acham?

01. Wagner: Tannhauser – I. Overture
02. Wagner: Tannhauser – II. Bacchanale
03. Wagner: Die fliegende Hollander: Overture
04. Wagner: Lohengrin: Prelude to Act 1
05. Wagner: Gotterdammerung: Siegfried’s Funeral March
06. Wagner: Tristan und Isolde – I. Prelude
07. Wagner: Tristan und Isolde – II. Isolde´s Liebestod

Waltraud Meier – Mezzo Soprano
Berliner Philharmoniker
Lorin Maazel – Conductor

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Franz Liszt (1811-1886) / Felix Mendelssohn (1809-1847) / Johann Sebastian Bach (1685-1750): Organ Works

Franz Liszt (1811-1886) / Felix Mendelssohn (1809-1847) / Johann Sebastian Bach (1685-1750): Organ Works


Quando vi anunciado este CD, torci o nariz porque ele era dominado por Liszt, autor que não me agrada muito. Mas a gravadora Alpha raramente faz alguma sacanagem com o amante da música. Fui ouvir e a coisa é mesmo boa. Se as obras de Liszt que abrem e fecham o CD são poderosas, a beleza é deixada a cargo de quem entende disso: Mendelssohn e Bach. É indiscutível o bom gosto e a sensibilidade presentes no repertório escolhido pelo excelente organista Rechsteiner, assim como a luminosidade que Amandine Beyer extrai de seu violino. Grande disco!

Franz Liszt (1811-1886): Organ Works

1. Liszt: Präludium und Fuge über das Motiv B.A.C.H. (I), for organ, S. 260i (LW E3/1)
2. Mendelssohn: Paulus (Saint Paul), oratorio, Op. 36: Jerusalem, die du tötest den Propheten
3. Mendelssohn: Song Without Words for piano No. 7 in E flat major, Op. 30/1
4. Liszt: Variationen über das Motiv von Bach: Weinen, Klagen, for organ, S. 673 (LW E17)
5. Bach: St. Matthew Passion (Matthäuspassion), for soloists, double chorus & double orchestra, BWV 244 (BC D3b): Erbarme dich
6. Liszt: Fantasie & Fuge über den Choral ‘Ad nos, ad salutarem undam’, for organ, S. 259 (LW E1)

Yves Rechsteiner, órgão
Amandine Beyer, violino
Monique Simon, mezzo-soprano

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Que show, Rechsteiner!
Que show, Rechsteiner!

PQP

.: interlúdio :. Hiromi Uehara – Alive, The Stanley Clarke Trio – Jazz in the Garden – Clarke, Uehara, White

folderFiquei tão impressionado com os cds da Hiromi Uehara que foram postados por aqui recentemente que fui atrás de maiores informações sobre a mocinha, e claro, atrás de outros cds. E encontrei essas outras duas pérolas.  Achei outros, mas vamos ver como será a recepção dos senhores para estes dois, aí quem sabe, trago outros.
Graças ao seu talento, Hiromi Uehara consegue reunir os melhores músicos para tocarem em seus discos, e foi meio que “apadrinhada” por Chick Corea, com quem gravou um cd de duos. E aqui nestes dois cds que ora vos trago ela toca com outras lendas do jazz, como Stanley Clarke e Lenny White, sem esquecer, é claro, de Simon Phillips e de Anthony Jackson. E os dois cds tem a mesma formação de Piano Jazz Trio.

Alive – The Trio Project Featuring Anthony Jackson & Simon Phillips

01 – Alive
02 – Wanderer
03 – Dreamer
04 – Seeker
05 – Player
06 – Warrior
07 – Firefly
08 – Spirit
09 – Life Goes On

Hiromi Uehara – Piano
Anthony Jackson – Bass
Simon Phillips – Drums

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Jazz In The GardenJazz in the Garden – The Stanley Clarke Trio with Hiromi Uehara & Lenny White

01. Paradigm Shift (Election Day 2008)
02. Sakura Sakura
03. Sicilian Blue
04. Take The Coltrane
05. 3 Wrong Notes
06. Someday My Prince Will Come
07. Isotope
08. Bass Folk Song No 5 & 6
09. Global Tweak
10. Solar
11. Brain Training
12. Under The Bridge

Stanley Clarke – Bass
Hiromi Uehara – Piano
Lenny White – Drums

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.:interlúdio:. Bill Bruford’s Earthworks – Footloose & Fancy Free

415MPTYT9VLPara os fãs do rock progressivo e principalmente do “Yes”, e que conhecem a carreira de Bill Bruford esse cd não chega a ser uma surpresa, ao contrário, só reforça a admiração por este fantástico baterista, que circula do rock progressivo para o jazz sem muito trabalho.
Já tenho esse cd duplo gravado ao vivo há alguns anos e não canso de ouvi-lo. É de um bom gosto indiscutível, com músicos de altíssimo nível, e Bruford sempre impecável no comando das baquetas.

Disc One

1. Footloose and Fancy Free
2. If Summer Had its Ghosts
3. A Part, and Yet Apart
4. Triplicity
5. Come to Dust
6. No Truce with the Furies
7. The Wooden Man Sings, and the Stone Woman Dances
Disc Two
1. Revel Without a Pause
2. Never the Same Way Once
3. Original Sin
4. Cloud Cuckoo Land
5. Dewey-Eyed, then Dancing
6. The Emperor’s New Clothes
7. Bridge of Inhibition

Patrick Clahar – Tenor and soprano saxophones
Steve Hamilton – Piano
Mark Hodgson – Bass
Bill Bruford – Drums

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Ivo Maček (1914-2002): Complete Piano Music / Sonata para Violino e Piano

Ivo Maček (1914-2002): Complete Piano Music / Sonata para Violino e Piano

Bom disco deste estreante em nosso blog. Pouco conhecido fora de sua nativa Croácia, Ivo Maček (1914-2002) ocupou um lugar importante na vida musical da ex-Iugoslávia como pianista e educador. Ele compôs um pequeno número de peças para piano, as quais podem ser ouvidas todas nesta gravação première mundial. O Intermezzo é muito poético, enquanto o Theme and Variations é inventivo de dar gosto. Merecem ser conhecidos. Sua Sonata, de 1985, é a mais elaborada e imponente de suas obras para piano solo, enquanto que a Sonata para violino e piano, de 1980, demonstra com charme a crescente sofisticação e equilíbrio de seu estilo tardio.

Piano Sonatina (Ivo Macek)
1 Piano Sonatina: I. Animato 05:09
2 Piano Sonatina: II. Amabile 03:40
3 Piano Sonatina: III. Vivo e giocoso 03:25

Theme and Variations
4 Theme and Variations 08:05

Improvisation
5 Improvisation 03:13

Intermezzo
6 Intermezzo 05:17

Prelude and Toccata
7 Prelude and Toccata: Prelude 02:04
8 Prelude and Toccata: Toccata 02:50

Piano Sonata
9 Piano Sonata: I. Maestoso ma con moto 06:25
10 Piano Sonata: II. Comodo: Allegro vivace 06:44

Goran Filipec, piano
Silvia Mazzon, violino

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Ivo
Ivo Maček: o PQP sempre aprensentando novos compositores, né?

PQP

Restaurado – Robert Schumann – The Four Symphonies – George Szell – The Cleveland Orchestra

51FQB9+aAfLA Coleção “Masterworks Heritage” do selo CBS é o equivalente à “Originals” da Deutsche Grammophon, ou seja, procura reunir as melhores gravações que o conceituado selo norte americano lançou até ser vendido para a japonesa Sony. Felizmente os japoneses preservaram estas gravações. Nas próximas postagens trarei alguns destes tesouros da indústria fonográfica.

E vou começar com um peso pesadíssimo, um arrasa quarteirão, um blockbuster, eu diria: as quatro sinfonias de Schumann nas competentíssimas mãos de George Szell, em seus gloriosos tempos frente à The Cleveland Orchestra. Com certeza uma das melhores gravações já realizadas destas sinfonias.

Divirtam-se pois isso aqui é papa finíssima, como diria um amigo meu.

CD 1

01. Symphony No. 1 – I. Andante un poco maestoso
02. II. Larghetto
03. III. Scherzo
04. IV. Allegro animato e grazioso
05. Symphony No. 2 – I. Sostenuto assai – Allegro ma non troppo
06. II. Scherzo
07. III. Adagio espressivo
08. IV. Allegro molto vivace

CD 2

01. Symphony No. 3 – I. Lebhaft
02. Symphony No. 3 – II. Scherzo – Sehr massig
03. Symphony No. 3 – III. Nicht schnell
04. Symphony No. 3 – IV. Feierlich
05. Symphony No. 3 – V. Lebhaft
06. Symphony No. 4 – I. Ziemlich langsam – Lebhaft
07. Symphony No. 4 – II. Romanze – Ziemlich langsam
08. Symphony No. 4 – III. Scherzo – Lebhaft
09. Symphony No. 4 – IV. Langsam – Lebhaft
10. ‘Manfred’ Overture

The Cleveland Orchestra
George Szell – Conductor

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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[restaurado por Vassily em 26/5/2020]

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O húngaro Joseph Joachim é uma figurinha comum nas capas de discos. O cara escreveu notáveis cadenze para uma infinidade de Concertos para Violino românticos e clássicos. Muita gente as usa. Além de violinista, foi regente, compositor e professor. Grande amigo e intérprete de Schumann e de Brahms, foi um dos mais influentes instrumentistas de seu tempo. A carreira de Joachim foi profundamente marcada pela amizade com Brahms. A colaboração entre os dois músicos foi benéfica para ambos. A obra mais signficativa dessa amizade é seguramente este Concerto para Violino de Brahms, claro. Na composição desse concerto, Brahms foi muito auxiliado por Joachim, especialmente no tocante à técnica violinística. A cadenza do concerto foi escrita por Joachim, para variar. E há mais de uma escrita por ele.

Curiosidade: parece que sua mullher plantou-lhe um belo par de cornos… O maravilhoso Concerto Duplo para Violino, Violoncelo e Orquestra de Brahms, só existe porque… Bem, em 1884, Joachim e sua mulher se separaram depois que ele se convenceu que ela mantinha uma relação com o editor de Brahms, Fritz Simrock. Brahms, certo de que as suposições do violinista eram reles paranoias, escreveu uma carta de apoio a Amalie, que mais adiante ela usará como prova no processo de divórcio que Joseph movia contra ela. O fato motivou um esfriamento das relações de amizade entre Joachim e Brahms, que depois foram restabelecidas quando Brahms escreveu o Concerto Duplo e o enviou a Joachim para fazer as pazes. Em suma, o Concerto Duplo só existe em função dos cornos que Amalie pôs em Joseph Joachim. PQP Bach é Cultura! Porém, não misturem as coisas, Joachim foi traído, mas era um monstro em seu instrumento.

Por exemplo, em Berlim, no dia 17 agosto de 1903, o músico gravou um disco para a Gramophone Company (G&T), que chegou à nossa época como uma fascinante fonte de informações sobre o estilo violinístico do século XIX. Joachim foi o primeiro violinista a fazer uma gravação sonora. Sim, ele não era moleza.

Mas, bem, o disco ora postado abre com um Concerto para Violino e Orquestra de Joachim. Olha, se lhe sobravam galhos na testa e talento para executar peças de outros, faltava-lhe a centelha que faz de um ser humano normal um compositor. O Concerto, de quase 50 minutos, não é mau, mas também não é lá essas coisas. O que é legal neste CD duplo é que a excelente violinista Rachel Barton Pine faz quase uma tese sonora explorando a obra de dois amigos, pois também coloca versões alternativas das cadenze. Versões de Joachim e dela. Sim, Joachim e suas cadenze foram imortalizados, ele grudou-se para sempre à obra de Brahms, Beethoven e outros. Quanto à Barton Pine, o futuro dirá. Bobagem comentar o Concerto de Brahms. A gente só precisa ouvir. É impecável, perfeito, incrível.

J. Brahms (1833-1897) & J. Joachim (1831-1907): Concertos para Violino

Joseph Joachim: Violin Concerto in Hungarian Style in D minor, Op. 11
1. Joachim: Violin Concerto: 1st mvmt.: Allegro un poco maestoso
2. Joachim: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Romanze: Andante
3. Joachim: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Finale alla Zingara: Allegro con spirito

Johannes Brahms: Violin Concerto in D Major, Op. 77
4. Brahms: Violin Concerto: Allegro non troppo
5. Brahms: Violin Concerto: 1st mvmt. cadenza (by Joachim)
6. Brahms: Violin Concerto: 2nd mvmt.: Adagio
7. Brahms: Violin Concerto: 3rd mvmt.: Allegro giocoso, ma non troppo vivace
8. Cadenza by Rachel Barton-end of 1st mvmt. (Bonus Track)

Rachel Barton Pine, Violino
Chicago Symphony Orchestra
Carlos Kalmar

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Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.
Rachel Barton Pine esteve em Porto Alegre em 2013. Foi inesquecível.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Violin Concerto, Romances for Violin and Orchestra, Accardo, Giulini, La Scala Philharmonic Orchestra

CoverTalvez esta seja a versão mais longa que já ouvi deste concerto de Beethoven. Até conhecê-la, era a versão de Nigel Kennedy, gravada com Klaus Tenstedt a campeã. Mas independente de tempos escolhidos pelo maestro e pelo seu solista, o que temos aqui é uma possibilidade de leitura que a muita gente pode parecer estranho. 25 minutos para o primeiro movimento pode até parecer uma eternidade.

A leveza e a sofisticação da regência de Giulini, já no final de sua vida, é bom lembrar, mostra nuances e detalhes da orquestração que podem passar desapercebidas em outras gravações com o andamento mais rápido. É como se Giulini e a excelente Filarmônica do Teatro Scala aproveitassem para explorar cada nota em toda a sua extensão. E Salvatore Accardo, com sua maestria de sempre, mostra-se totalmente à vontade em tocar seu violino com essa concepção diferente. Deixa de lado a técnica apuradíssima que sabemos possuir para nos envolver totalmente, às vezes parecendo um tanto quanto displicente, como comentou um cliente da Amazon. Não há pressa nenhuma. Apenas se utilizou de um caminho mais longo para chegar ao destino. Curiosamente, quando vi os nomes envolvidos nesta gravação, pensei, puxa, o que todo esse bando de italianos vai fazer com o sacrossanto concerto de Beethoven? Deve ser incendiária. Mas depois de ouvir atentamente, pensei com meus botões novamente: O que Carlo Maria Giulini e Salvatore Accardo ainda precisam provar? Já cumpriram e muito bem o seu “dever” na terra. Vamos então dar-lhes a oportunidade de mostrar outras facetas da genialidade de Beethoven.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Violin Concerto, Romances for Violin and Orchestra

1 Concerto for Violin and Orchestra in D major,Op.61, I. Allegro ma non troppo
2 Concerto for Violin and Orchestra in D major,Op.61, II. Larghetto
3 Concerto for Violin and Orchestra in D major,Op.61, III. Rondo.  Allegro
4 Romance for Violin and Orchestra No.1 in D major,Op.40
5 Romance for Violin and Orchestra No.2 in F major,Op.50

Salvatore Accardo – Violin
La Scala Philharmonic Orchestra
Carlo Maria Giulini – Conductor

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.: interlúdio :. Trane + Mingus

.: interlúdio :. Trane + Mingus


Links revalidados por PQP.

Duplo interlúdio duplo? Culpa deste cão, que vai acumulando delícias (como quem enterra ossos) e depois tem dificuldades com o tempo para compartilhar tudo.

Embora nem sempre “mais” seja “melhor”, certamente não haverá reclamações com este conjunto: os novatos abaixo, (re)inventando moda, e um par de discos de dois preferidos da maison PQP Bach (para não dizerem que só falei de jovens). Diversão pra mais de metro de orelha comprida.

Live at Birdland precede Crescent e A Love Supreme, com o mesmo line-up e o inequívoco brilhantismo. Escolhido pela All About Jazz como um dos 10 melhores discos de jazz ao vivo de todos os tempos, este registro de John Coltrane possui, na verdade, apenas as três primeiras faixas registradas no clube Birdland. As outras duas são gravações de estúdio — incluindo “Alabama”, peça em homenagem a quatro crianças mortas num atentado da KKK à uma igreja batista. Ao contrário de muitos discos ao vivo de Trane, este não esgota o ouvinte; é um disco mais contido, a torrente frenética de solos freestyle que caracterizaria seu trabalho no final dos 60 ainda estava em gestação. É bem o período onde Coltrane está transicionando para seus trabalhos seminais, que mudariam os rumos do jazz; mais espaço para Tyner e Jones, que parecem ainda mais presentes, embora não se note o amálgama de grupo que atingiriam pouco tempo depois. Entre as composições, está a favorita “Afro-Blue”, do cubano Santamaría, já incluída no repertório ao vivo de Trane há bastante tempo.


De ainda antes na linha do tempo, vem Tonight at Noon, disco de Charles Mingus contendo outtakes dos discos The Clown e Oh Yeah. Apesar de pouco conhecidas, as faixas devem ser vistas não como rejeitos de dois discos seminais de Mingus; ao contrário, parecem terem sido deixadas de lado por serem provocadoras demais. Não bastasse isso, traz a dobradinha Booker Ervin e Roland Kirk nos saxofones; tem “Peggy’s Blue Skylight”, encantadora; e, é claro, é um disco de Mingus, o que por si só já é justificativa o suficiente.

John Coltrane – Live at Birdland /1963 (320)
download – 85MB

John Coltrane: tenor saxophone, soprano saxophone
Jimmy Garrison: bass
McCoy Tyner: piano
Elvin Jones: drums
Tracks 1–3 recorded October 8, 1963 at Birdland/NY
Tracks 4–5 recorded November 18, 1963 at Van Gelder Studios
Produzido por Bob Thiele para a Impulse!

01 Afro-Blue (Mongo Santamaría)
02 I Want to Talk about You (Billy Eckstine)
03 The Promise (Coltrane)
04 Alabama (Coltrane)
05 Your Lady (Coltrane)

Charles Mingus – Tonight at Noon /1961 (320)
download – 84MB

12/03/1957 (tracks 1, 2)
Charles Mingus, double bass; Jimmy Knepper, trombone; Dannie Richmond, drums; Shafi Hadi, alto sax; Wade Legge, piano
06/11/1961 (tracks 3-5)
Charles Mingus, piano; Booker Ervin, tenor sax; Rahsaan Roland Kirk, alto sax; Doug Watkins, bass; Jimmy Knepper, trombone; Dannie Richmond, drums
Todas as músicas de Charles Mingus. Produzido por Alfred Lion/Nesuhi Ertegun para a Atlantic

01 Tonight at Noon
02 Invisible Lady
03 Old’ Blues For Walt’s Torin
04 Peggy’s Blue Skylight
05 Passions of a Woman Loved

Boa audição!

Mingus, o homem, o mito
Mingus, o homem, o mito

Blue Dog

Franz Schubert – Arpeggione Sonate, 3 Sonatines, op. 137 – Pieter Wispelwey, Paolo Giacometti

frontAh, essa Sonata “Arpergionne” de Schubert é uma delícia. Não há como não nos emocionarmos com ela. A beleza das melodias é única, como diria nosso colega PQPBach, provavelmente Schubert foi um dos maiores dos melodistas da história da música.
A dupla Wispelwey / Giacometti faz aqui neste cd uma leitura mais contida, não tão romantizada da “Arpeggione”, como as que estamos acostumados a ouvir. Talvez seja a sonoridade do pianoforte de Giacometti que contenha o excelente violoncelista holandês, o fato é que a dupla funciona muito bem, e explora com maestria os meandros dessa obra prima do repertório do violoncelo.
No cd eles também tocam as Sonatinas, op. 137, que originalmente foram escritas para violino, e que já trouxemos aqui mesmo no blog. A transcrição foi feita pelo próprio Wispelwey.

01 Sonata in a minor D 821 Arpeggione -part1 Allegro moderato
02 Sonata in a minor D 821 Arpeggione -part2 Adagio
03 Sonata in a minor D 821 Arpeggione -part3 Allegretto
04 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 -part1 Allegro molto
05 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 -part2 Andante
06 Sonatina in D major D 384 Opuis 137 No 1 -part3 Allegro vivace
07 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 -part1 Allegro moderato
08 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 -part2 Andante
09 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 -part3 Menuetto and Trio
10 Sonatina in a minor D 385 Opus 137 No 2 -part4 Allegro
11 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 -part1 Allegro giusto
12 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 -part2 Andante
13 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 -part3 Menuetto and Trio
14 Sonatina in g minor D 408 Opus 137 No 3 -part4 Allegro moderato

Pieter Wispelwey – Cello
Paolo Giacometti – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE