José Antônio de Almeida Prado (1943-2010): Ilhas / 14 Noturnos (Scopel, piano)

Um disco recente com obras pouco conhecidas de Almeida Prado. Ouçam e cheguem a suas próprias conclusões. Eu cheguei às minhas: Ilhas (1973), escrito na mesma linguagem de Cartas Celestes I (1974) é uma obra impressionante, com um uso monumental das possibilidades expressivas do piano. Os Noturnos (1985-1991) são obras bem mais simples, nas quais o compositor parece ter se voltado para o público dizendo algo na linha de: “vocês querem belas melodias e harmonias emocionantes? Então toma.” Simplicidade não é moleza: há quem faça do uso de poucas e certeiras notas uma marca após anos de experiência no assunto… Prado, pelo contrário, parece achar aqui que é fácil ser simples. Mas Ilhas, que ocupa 1/3 do disco, já vale o download.

“A obra Ilhas foi escrita em 1973, um ano antes da composição do primeiro volume de suas Cartas Celestes, sua obra mais importante para piano. Ela pode ser ouvida como sua predecessora, principalmente pelo uso de um material cordal pré-estabelecido através das sete ilhas, chegando à sua apresentação final no Arquipélago. O gérmen da exploração de sonoridades de ressonância do instrumento também está presente aqui. A associação poética com títulos como Ilha de Gelo, Pedra ou Flores, por exemplo, nos dá a indicação de uma música programática, uma maneira a mais para se identificar com a obra, passando pela ígnea densidade dos 9 vulcões ao majestoso e impessoal iceberg da Ilha de Gelo. Essa é definitivamente uma obra mística que merece ser apreciada a todo volume.” (Aleyson Scopel)

Almeida Prado:
Nocturnes nº 1-14 (1985-1991)
Ilhas (Islands) (1973)

Aleyson Scopel, piano
Recording Dates: 4–5 October 2021
Recording Venue: Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro, Brazil

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Almeida Prado, como Milton Nascimento e Baby do Brasil, era melhor nos anos 1970 (Foto no Jornal do Brasil)

Pleyel

Grupo Piap – Obras brasileiras inéditas para percussão (1997)

Grupo Piap – Obras brasileiras inéditas para percussão (1997)

Sinhá pode até não querer batuque na cozinha, mas que a gente gosta de uma boa percussão, ô se gosta! E é impossível falar do ensino de percussão no Brasil sem mencionar o incontornável trabalho do Grupo de Percussão do Instituto de Artes da Unesp, o Piap. Fundado e dirigido por mais de três décadas por John Boudler, o Piap formou gerações e gerações de percussionistas do mais alto nível, espalhados pelo mundo afora. Hoje o grupo é dirigido por Carlos Stasi e Eduardo Gianesella, outros dois nomes de peso na percussão orquestral brasileira.

Se é de grande importância para os estudantes e músicos, o Piap também desempenha, desde sua fundação em 1978, um papel de extrema relevância na formação de público, não só explorando o repertório canônico e de significação histórica como também dando vida às novas criações de compositores vivos e atuantes. O Piap tem plena consciência da importância de escutarmos a música que se faz hoje, agora, e que aponta caminhos para o futuro.

John Cage em visita ao Piap, nos anos 80. Cage está de camisa clara, ao centro. À sua direita, Boudler e Elizabeth Del Grande, recém-homenageada após completar 50 anos de Osesp. Gianesella é o 2º em pé, à esq. de Cage

Esse disco, de 1997, traz a estreia de seis obras encomendadas a compositores brasileiros ligados ao meio universitário, todas compostas naquele mesmo ano: Flo Menezes (Unesp), Mário Ficarelli (USP), Edmundo Villani-Côrtes (Unesp), Eduardo Seincman (Usp), José Augusto Mannis (Unicamp) e Almeida Prado (Unicamp).

“On the other hand…”, de Flo Menezes (1962 – ), busca expressar por meios puramente instrumentais procedimentos e estéticas essencialmente eletroacústicos, com músicos dispostos no palco, ao redor do público e no meio da platéia. “Tempestade óssea”, de Mário Ficarelli (1935-2014), faz uso exclusivo do naipe das madeiras e dialoga com o universo sonoro dos ossos. “Impressões de um ensaio geral”, de Edmundo Villani-Côrtes (1930 – ), nos leva para o interior de um ensaio de uma escola de samba, com direito a sinos, tiros e sirene de polícia. “Seres imaginários”, de Eduardo Seincman (1955 – ), é inspirado em “O livro dos seres imaginários”, do escritor argentino Jorge Luis Borges. “Arapongas”, de José Augusto Mannis (1956 – ), para onze instrumentistas, surgiu da imagem sonora de um casal de arapongas, a simpática e loquaz ave que grita pelo Brasil afora. E “Maranduba”, do mestre Almeida Prado (1943-2010), desfia uma série de estórias (maranduba, em tupi-guarani, significa “narração” ou “estória”) sonoras, para oito percussionistas.

Piap em concerto, 2018

Embora um quarto de século já nos separe das obras que integram o disco, elas soam tão modernas que poderiam ter sido escritas amanhã ou em 2027. Ouvir música viva é bom demais, não é? Vida longa ao Piap!

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Obras brasileiras inéditas para percussão

1. Flo Menezes – “On the other hand…”
2. Mário Ficarelli  – “Tempestade óssea”
3. Edmundo Villani Côrtes – “Impressões de um ensaio geral”
4. Eduardo Seincman – “Seres imaginários”
5. José Augusto Mannis – “Arapongas”
6. Almeida Prado – “Maranduba”

Grupo de Percussão do Instituto de Artes da Unesp – Piap
John Boudler, direção
Eduardo Gianesella, direção

Karlheinz

Almeida Prado (1943-2010): Concertos e Aurora para Piano e Orquestra; Cartas Celestes I (Rubinsky/OFMG; Scopel)

No panorama de obras para piano do século XX que tenho trazido ao blog, depois dos nomes de Villa-Lobos (proibido aqui no blog até que sua música chegue ao domínio público), de Nazareth (com várias postagens recentes: aqui, aqui, aqui) e de Mignone, logo me veio à mente o de Almeida Prado, que andava sumido aqui do blog há uns anos… Então preparei logo uma dobradinha: sua obra mais famosa, Cartas Celestes nº I, e uma série de obras para piano e orquestra recentemente gravadas.

Nascido em Santos/SP, Almeida Prado é um desses compositores que apresentam exigências imensas a todos os músicos da orquestra, ou quase todos. Além, é claro, do que ele exige aqui da pianista Sonia Rubinsky que, após gravar pela Naxos todo o piano solo de Villa-Lobos, aumenta com este álbum sua discografia pela mesma gravadora.

Assim como nas Cartas Celestes, no Concerto para Piano nº 1 (escrito em 1983 por encomenda de Antonio Guedes Barbosa) o compositor não parece preocupado com o suor que os músicos passarão para criar os mundos musicais que ele imagina, e isso é talvez um dos motivos para este concerto ser tão pouco tocado: é muito comum que, ao escolherem música contemporânea para sua programação, as orquestras dêem preferência a concertos mais fáceis ou para formações menores.

A gravação de Sonia Rubinsky com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, portanto, estreou as obras em disco, brilhando solitária e nos mostrando os vários motivos para outras orquestras e solistas não terem coragem de se aventurar: Rubinsky tira do piano incontáveis sons que exigem uma longa dedicação à exploração dos timbres do seu instrumento. E a orquestra, como já falamos, não leva o acompanhamento na flauta, pelo contrário.

As Cartas Celestes I já foram gravadas por outros grandes pianistas como Roberto Szidon, mas a gravação ao vivo do então jovem pianista Aleyson Scopel em 2008 é tão boa que depois ele seria convidado pela Naxos para gravar a integral das Cartas Celestes para piano. A gravação que trazemos aqui é a primeira, ao vivo. O próprio Almeida Prado descreveu assim a interpretação dessa obra por Scopel: “Saíram diretamente do Céu! Chuvas de meteoros, radiantes constelações, nebulosas resplandecentes, e um vigor transcendental marcaram a genial interpretação deste imenso pianista. Maravilhoso!”

Deixo o compositor seguir na sua descrição da obra:

“Cartas Celestes é das minhas obras a mais tocada, e a mais comunicativa para o público. Composta em 1974, para o Planetário Municipal de São Paulo, foi posteriormente re-escrita. Utilizei 24 acordes diferentes como as 24 letras do alfabeto grego, e com isso os relacionai às estrelas que formam as constelações. Nesta obra procuro retratar o céu do Brasil na Primavera. Para confecção sonora deste grande mural celeste, utilizei os recursos mais extravagantes possíveis e inusitados.
O piano é uma máquina que fabrica as mais variadas cores para os meteoros, as constelações, os aglomerados, as nebulosas, e o êxtase solar final, onde o piano parece explodir de tal intensidade e vertiginosa velocidade no agudo.”

“Ao fazer uma obra, você não pode dizer assim: ‘eu vou compor uma obra-prima’. A obra-prima não é uma coisa premeditada. Ela acontece independente da sua vontade. Por exemplo, As Cartas Celestes número um, que considero a minha obra-prima, aconteceu por acidente. Foi uma encomenda do José Luiz Paes Nunes, em 1974, que impunha condições de rapidez. Me inspirei no livro do Rogério Mourão e fiz uma música de fundo para ser descartável. E a obra ficou. É a mais tocada das minhas peças e a mais celebrada. Eu não tive culpa.” (Almeida Prado)

O pianista José Eduardo Martins, que conheceu bem o compositor e estreou mais de uma obra dele, nos dá mais algumas pistas:
“Esse debruçar maior em França deu-se sob a orientação de Nadia Boulanger e de Oliver Messiaem, dois ícones na música no século XX. Em Darmstadt soube apreender conteúdos de György Ligeti e Lukas Foss. Seria todavia Messiaen o compositor que mais fortemente marcaria a escrita de Almeida Prado, assim como acentuaria no músico santista o olhar místico, pois parte considerável da obra de nosso pranteado autor tem forte conotação religiosa. A inclinação ao sagrado está traduzida nos vários gêneros musicais, orquestra e câmara. Seria entretanto nas criações para coro e sobretudo na vasta produção para piano – seu instrumento eleito – que Almeida Prado revelaria por inteiro esse olhar místico, que perduraria durante décadas até os dias finais.”
Fonte: O blog de José Eduardo Martins.

José Antônio de Almeida Prado (1943-2010):

Piano Concerto no. 1 (1982-83)
1 Apelo I –
2 I. Heróico, épico (variações) –
3 Monólogo (cadência) –
4 Interlúdio –
5 II. Transparente floral
6 III. Granítico, intenso (tocata)
7 Interlúdio: Onírico, entre a realidade e a fantasia –
8 Memorial
9 Apelo II

10. Aurora (1975)

Concerto Fribourgeois (1985)
11 Introduzioni –
12 Recitativo I
13 Passacaglia –
14 Recitativo II –
15 Toccata furiosa
16 Recitativo III
17 Arioso
18 Moto perpetuo

Sonia Rubinsky, piano
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais – Fabio Mechetti
Recorded: May 2019, Sala Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
World Premiere Recordings

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Sonia Rubinsky fazendo a clássica pose de pianista (mão no rosto)

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Almeida Prado: Cartas Celestes I (1974)

1. Pórtico do Crepúsculo
2. Via Láctea
3. Pórtico da Aurora

Aleyson Scopel ao vivo na Sala Cecília Meireles – Rio de Janeiro
9 de novembro de 2008

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Almeida Prado nos anos 1970 (Jornal do Brasil)

Pleyel

José Antonio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Sinfonia dos Orixás

José Antonio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Sinfonia dos Orixás

Dado o interesse que a Sinfonia dos Orixás na interpretação do Benito Juarez teve aqui, resolvi postar uma gravação não-comercial feita ao vivo na Sala São Paulo, em 2005. A interpretação do Cláudio Cruz é bem mais lenta, melodiosa e delicada e ressalta bem mais os aspectos aleatórios da partitura.

Sendo franco, prefiro bem mais a interpretação do Benito Juarez: a delicadeza do Cláudio Cruz me soa excessiva, e a aleatoriedade, muito didática. Além do mais, no chamado de Exu, no início da música, o músico parece gritar Essu. Mas, claro, a Osesp é uma orquestra muito melhor que a Sinfônica de Campinas.

De qualquer forma, esta é provavelmente a obra orquestral do Almeida Prado que mais me agrada. É quando ele já se afastava de um música extremamente áspera e pesada (às vezes muito interessante, como na Abertura Cidade de Campinas, em Exoflora e na Sinfonia Campinas), produzindo uma música muito lírica. Por outro lado, esse lirismo, costumeiramente aliado a uma preocupação com a acessibilidade para um público mais amplo, não me parece diluir a peça, ao contrário do penso que ocorre em várias outras, como a Sinfonia Apocalipse, as Cartas Celestes 8 “Oré-Jacytatá” e as Variações Sinfônicas (que, no entanto, são obras interessantes, principalmente as duas primeiras). A Sinfonia dos Orixás é como uma obra de transição, na qual a acessibilidade não era trava na busca intensidade, mas a intensidade também não se confundia com aspereza. Por isso, temos o melhor dos mundos.

Boa audição!

José Antonio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Sinfonia dos Orixás (1985)

01 Saudação a Exu
02 I Chamado aos Orixás – Ritual Inicial
03 II Manifestação dos Orixás
04 II.1 Obatalá, o Canto do Universo
05 II.2 Ifá, o Canto de Adoração
06 Interlúdio I: As Águas do Rio Níger
07 II.3 Oxalá I: o Canto da Luz
08 II.4 Xangô I: o Canto das Alturas e dos Abismos
09 II.5 Oxalá II: o Jogo dos Búzios
10 II.6 Oxum: o Canto dos Lagos e dos Rios
11 Interlúdio II: As Águas do Rio Níger
12 II.7 Ogun-Obá: a Dança da Espada de Fogo
13 II.8 Ibeji: Cantiga para Cosme e Damião
14 II.9 Omulu: o Canto da Noite e do Mistério
15 II.10 Oxalá III: o Canto do Amor e da Alegria
16 II.11 Oxóssi-Ossaim: o Canto das Matas
17 II.12 Iemanjá: o Canto dos Sete Mares
18 II.13 Iansã: o Canto da Paixão
19 II.14 Xangô II: o Canto das Tempestades
20 II.15 Oxumaré: o Canto do Arco-Íris
21 III Ritual Final

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Cláudio Cruz, regente

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itadakimasu

José Antônio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Rios

José Antônio Rezende de Almeida Prado (1943-2010): Rios

24xo2vrAqui está a minha obra favorita do Almeida Prado, Rios, para piano, escrita em 1976 e dedicada ao pianista que a grava aqui, Antonio Guedes Barbosa, nome pelo qual tenho um carinho enorme. Existe uma outra gravação da peça, com o Sérgio Monteiro, muito mais rápida e visivelmente virtuosística. Gostaria de postá-la também para comparações, mas notei anteontem que a perdi (encontrei a gravação no MBC. Quem quiser, pode baixar o cd de lá). De qualquer forma, ela me anima bem menos. A peça é muito inquieta, densa, mas não faz uso com frequência de recursos que indicam isso. Ao contrário, parece guardar uma adorável placidez. Abaixo segue o texto do vinil, escrito pelo próprio Almeida Prado (foi lançado em 1981, junto com a Bachianas 4 do Villa):

Ao Antonio Guedes Barbosa – obra encomendada pela Divisão de Difusão Cultural do Ministério das Relações exteriores- Itamaraty. Campinas, 1976.

Pequena nota:

Quando li o livro sobre os mitos dos índios do Xingu, dos irmãos Villas Boas, fiquei fascinado sobretudo pela magia telúrica contida no texto.

O mito de “Iamulumulu: a formação dos rios” me deu sobretudo inúmeras idéias e emoções que resolvi então transformar em música.

Assim nasceu a idéia da obra “Rios” – para piano, dedicada ao grande artista que é Antonio Guedes
Barbosa.

A obra se divide em três partes:

I. As águas de Canutsipém
II. Jakui Katu, Mearatsim, Ivat, Jakuiaep, os espíritos que habitam o fundo das águas.
III. A descida das águas, e a formação dos Rios Ronuro, Maratsauá e Paranajuva.

Não procurei o caminho da música descritiva, nem da impressionista. Longe disso.

A magia telúrica desse texto me motivou emocionalmente a entrar no mundo do mistério e da encantação, e me deixar envolver impressionado e totalmente, realizando a minha expressão sonora, dentro do mundo mítico do Xingu.”

Almeida Prado (1943-2010)

Rios (1976), para piano
I. As águas de Canutsipém
II. Jakui Katu, Mearatsim, Ivat, Jakuiaep, os espíritos que habitam o fundo das águas.
III. A descida das águas, e a formação dos Rios Ronuro, Maratsauá e Paranajuva.

Antonio Guedes Barbosa, piano

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itadakimasu

Antonio Meneses – Suítes brasileiras

Antonio Meneses – Suítes brasileiras

SuitesBrasileirasEste é o terceiro CD de Meneses que ora está sendo postado e talvez o mais importante de todos os que o violoncelista recifense gravou pois concretiza um projeto e sem precedentes no país: o de estímulo à produção de um repertório específico para um instrumento.

Diz o release de divulgação do disco:

“Há alguns anos, Antonio Meneses encomendou a compositores brasileiros obras que servissem como uma espécie de preâmbulo para cada uma das seis suítes para violoncelo solo de Johann Sebastian Bach. O objetivo era realizar um prolongamento, guardadas as proporções, da homenagem que Villa-Lobos fizera a Bach nas Bachianas Brasileiras.”

Daí que cada uma das seis primeiras obras – totalmente diferentes entre si na estética – parafraseia uma suíte bachiana. Na segunda metade do álbum, há uma suíte inteira em cinco movimentos, que Meneses pediu especialmente ao conterrâneo pernambucano Clóvis Pereira.

Clóvis, depois de Marlos Nobre, é o maior compositor erudito pernambucano vivo. Embora sua produção não seja muito extensa e seja quase desconhecida fora de seu estado natal, dificilmente decepciona, deixando-se claro que ela segue em maior ou menor grau as linhas do Movimento Armorial.

A parceria Meneses-Clóvis nasceu uma obra antes, com o Concertino para violoncelo e orquestra (2005) – o qual vai ser lançado por Meneses em disco este ano junto com os dois concertos de Haydn -, e deu tão certo que já está sendo escrita uma sonata pra cello e piano, a ter estreia em 2011.

***

Antonio Meneses – Suítes brasileiras

1. Etius Melos, de Ronaldo Miranda
2. Cantoria 1 para violoncelo solo, de Marlos Nobre
3. Preambulum, de Almeida Prado
4. Pequena seresta de Bach, de Edino Krieger
5. Preludiando, de Marisa Resende
6. Invocatio nº 1, de Marco Padilha

Suíte macambira, de Clóvis Pereira
7. Overture
8. O canto do cego
9. Dança característica
10. Coco embolado
11. Frevo canzonado

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Antonio Meneses: indiscutível, bom pra caralho
Antonio Meneses: indiscutivelmente, bom pra caralho

CVL

Almeida Prado (1943-2010): Victoria Kerbauy canta Almeida Prado

Almeida Prado (1943-2010): Victoria Kerbauy canta Almeida Prado

kerbauyEste CD foi produzido após um minucioso processo de recuperação e remasterização de fitas cassetes de diversas épocas com gravações particulares que registraram informalmente os concertos. Essas gravações careciam de qualidade técnica, mesmo porque não foram utilizados equipamentos profissionais. Alguns ruídos, defeitos e distorções não puderam ser eliminados por completo, mas certamente o material aqui apresentado possui irrefutável valor histórico.

Victoria Kerbauy canta Almeida Prado

1. Modinha nº 1 “A saudade é matadoura”, opus 1
2. Trem de ferro
3. A minha voz é nobre
4. Rosamor
5-7. Lembranças do coração
8-10. Três canções: I. Manhã molhada; II. Bem vinda; III. O Luandê-luá
11-13. Três episódios de animais: I. Sinimbu; II. Tamanduá; III. Anta
14-25. Portrait de Nadia Boulanger
26-28. Livro Brasileiro – II caderno: I. à noite; II. à manhã; III ao sol
29-32. Quatro poemas de Manuel Bandeira: I. Andorinha; II. Teu nome; III. Belo belo; IV. A estrela
33-42. Espiral II

Victoria Kerbauy, soprano
Almeida Prado, piano

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José Antônio Rezende de Almeida Prado (1943-2010)
José Antônio Rezende de Almeida Prado (1943-2010)

PQP

Almeida Prado

Por John Neschling

Acordei ontem tão chocado com a notícia do falecimento de José Antonio Almeida Prado que não tive coragem de sentar e escrever nada a respeito. Achei que tudo o que pudesse dizer não espelharia a enorme perda que teve a nossa música.

É difícil reconhecer os gênios, principalmente quando fazem parte do nosso cotidiano. Eles convivem conosco como pessoas comuns, e nós as tratamos assim, como pessoas comuns. Dizemos alô e ciao como se estivéssemos tratando com simples mortais como nós. São alguns lampejos de consciência, quando somos confrontados com a sua obra, que nos indicam a importância de sua criação e a singularidade de sua existência.

Tantas vezes a grandeza da obra não condiz com a pessoa do criador. Quase sempre prefiro manter distância das pessoas que admiro muito. Tenho medo de confundir a sua imperfeição humana com a perfeição de sua obra.

Conheci José Antonio nos anos 70, quando, ainda pouco experiente com a música de nossos dias, tive a oportunidade de dirigir um concerto na Semana de Musica Contemporânea de Graz, na Austria. Do concerto fazia parte a “Exoflora” de Almeida Prado, da qual ele mesmo foi solista ao piano.

Passamos aquela semana andando pelas ruas, ensaiando e assistindo a concertos, conversando sobre música contemporânea, rindo às gargalhadas de nós mesmos e da importância que tantos compositores davam a si mesmos.

José Antonio era de uma modéstia comovente, espiritualizada até.

Tinha já naqueles dias a noção de transcendência da música e de seu caráter inefável. Compunha e ouvia a sua própria música assim como a dos outros como se estivesse orando. Aprendi muito com ele, ao me concentrar no som dos pássaros, do vento, da chuva e ao reencontrar na sua música esse seu amor pela natureza e pela criação divina.

Nunca mais nos separamos. De tempos em tempos nos falávamos e quando assumi a OSESP, foi um dos compositores brasileiros que mais procurei executar. Em Campos de Jordão ouvi a Sonata para Violoncelo que José Antonio compôs para Antonio Menezes e saí do Auditório certo de que tinha ouvido uma obra da grandeza de uma sonata de Brahms.

Andava doente há tempos. Sofria muito com sua diabetes, mas nunca o ouvi proferindo uma palavra de queixa. Pelo contrário, conversar com ele era sempre uma celebração da vida e dos planos futuros. Nossas conversas eram tão simples e despojadas que eu, vez ou outra, nem me dava conta de que estava falando com um gênio de nossa cultura, um ser abençoado, capaz de criar obras que dão ao nosso cotidiano um outro sentido.

Sei que a obra do gênio perdurará. E os gênios, por isso mesmo, são imortais. A minha imensa tristeza é pela perda do Zé Antonio. Essa é difícil de enfrentar.

PQP

Almeida Prado (1943-2010): Cartas Celestes 3 e 4 (Fernando Lopes, piano)

Sou fã do Almeida Prado, e particularmente de sua música para piano. Embora ele se expressasse bem em peças orquestrais e em música de câmara, na primeira eu tenho a impressão de que, às vezes, a densidade acabava por ser excessiva e, na segunda, muitas vezes, acabava faltando um pouco (sobretudo quando o compositor avançou para uma linguagem mais lírica a partir de meados de 80; antes densidade não faltava, aliás, sempre sobrava, mas o lirismo fazia falta às vezes). A música para piano solo é, no entanto, cheia de achados em todas as épocas e tem uma imponência e uma variedade suficientes para tachá-lo como um dos grandes compositores para o instrumento. Merecia e muito estar sempre presente em programas de recitais. Desde preciosas miniaturas como alguns do Momentos, passando por peças deslumbrantes, como Rios, Ilhas e Savanas, desembocando na grandiosa série das Cartas Celestes, sem esquecer algumas tantas sonatas, estudos, prelúdios etc. E há de se dizer que é impressionante o tamanho da obra do compositor para seu instrumento predileto. Tão acostumados estamos a falar dos excessos de Villa-Lobos que até esquecemos de quão prolífero Almeida Prado foi.

O ideal, para esta homenagem, seria postar o álbum com os três LPs que Fernando Lopes lançou em 1982. Tristemente, no momento, o único que tenho em mp3 com boa qualidade é o segundo deles. Os outros tristemente aguardam nos vinis. Para muitos, emblemáticas mesmo são as Cartas Celestes I, dada a novidade técnica e estética, mas as seguintes não são menos significativas (particularmente babo pelo lirismo que transborda na sexta). Por hora ficamos com as Cartas 3 e 4, que são grandes obras.

A quarta abre com sensações mistas, entre graves transcendentes e um lirismo delicadíssimo, e caminha cada vez mais para introspecção. A terceira é muito incisiva, o que fica bem patente pela interpretação de Fernando Lopes. Há ainda outra gravação que pretendo postar, com Caio Pagano (a quem a obra é dedicada). A interpretação, neste caso, é bem mais cristalina e plástica. Vale a pena comparar.

José Antonio Resende de Almeida Prado (1943-2010)

Disco 2

01 Cartas Celestes III (1981)

02 Cartas Celestes IV (1981)

Fernando Lopes, piano

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itadakimasu

José Antônio de Almeida Prado morre em São Paulo aos 67 anos

Acabo de ler a notícia da morte do Almeida Prado (AQUI). Acho que muito cedo: 67 anos. Não sou um grande conhecedor da sua obra, mas do que conheci sempre me agradou seu empenho em unir as técnicas de composição contemporâneas com uma postura poética, até lírica (no sentido poético da palavra, não no do canto).

Vi Almeida Prado ao vivo uma única vez: num concerto da Orquestra Sinfônica de Santos, sua cidade natal, em comemoração aos seus 60 anos. Foram tocados o seu Concerto para Violino, solado por sua própria filha – que privilégio mais lindo! – e além disso a Sétima de Beethoven, obra indicada por ele, a pedido da orquestra, como sua favorita de Beethoven. Não há como não me emocionar ao lembrar disso agora e… sim, sete anos depois disso foi pouco, muito pouco.

Mas agora começa a NOSSA parte: não deixar esquecer. Goste-se mais, goste-se menos, não importa: trata-se, sim, de um criador cultural brasileiro de primeira linha, e não acho que seria digno da nossa parte deixar de investir no conhecimento da sua obra por questões de gosto pessoal. Mas infelizmente as poucas coisas dele que tenho estão em vinil: alguém da nossa turma terá opções mais fáceis de postar?

 

Ranulfus

Cadernos de Música Contemporânea Brasileira

Já fazia um tempinho que eu não postava algo de música clássica nacional, que é minha especialidade aqui no PQP Bach, portanto vou compensando agora essa lacuna antes de me “licenciar” do blog por alguns [poucos] meses pra visitar o mano FDP nas Ilhas Seychelles.

Os presentes cadernos compilam em cinco volumes uma amostra da produção de importantes compositores brasileiros na ativa. Cada volume, que acompanha um CD, contém um resumo biográfico e uma análise das obras do disco anexo e ainda vem com um caderno contendo as partituras de algumas das obras analisadas (ou todas, como no caso de Gilberto Mendes).

Saiba um pouco neste link.

O CD de Gilberto Mendes abarca 30 das 32 canções que o santista escreveu. Algumas delas estão entre as mais belas do cancioneiro do “lied” nacional, a começar por Peixes de Prata (faixa 10). Por sorte, os intérpretes são Fernando Portari (talvez o melhor tenor brasileiro hoje) e Rosana Lamosa, que têm a virtude de evitar vícios de interpretação e impostação que ainda afetam irritantemente o canto erudito nacional (ainda espero, por exemplo, uma gravação das Serestas de Villa-Lobos decente – que bem poderia ter Portari no lugar de um soprano).

Já o CD de Edino Krieger também traz algumas canções, junto a uma ou duas obras para cordas e os dificílimos Estudos Intervalares, para piano, enquanto o de Rodolfo Coelho de Souza reúne uma diversificada amostragem de seu catálogo, que vai de peças eletroacústicas tonais a um duo para marimba e vibrafone, passando por obras para flauta e cordas.

O CD de Almeida Prado prioriza suas importantes obras para violino e piano, especialmente as três sonatas, ao passo que o de Edmundo Villani-Cortes – compositor decididamente neorromântico e tonal, em total contraste com Almeida Prado – apresenta obras para cordas solistas e piano, com destaque para o belíssimo quinteto Caratinguê (última faixa), que só “perde” para o quinteto Fronteiras de Amaral Vieira entre as obras nacionais derivadas da formação instrumental de A truta.

Sem mais a acrescentar, boa audição a todos.

PS.: Digitar o nome de todas as faixas é uma tarefa ingrata pra mim neste momento. Caso alguém se disponha a fazê-lo, enviarei uma lembrança pelos correios assim que eu puder.

***

Almeida Prado

Faixa 1 a 4 Sonata para violino e piano n. 1 (1980)
Faixa 1 1.º mov.: granítico , intenso. 6’ 38” . BR S3A 06 00001
Faixa 2 2.º mov.: contínuo, fantástico. 1”52” . BR S3A 06 00002
Faixa 3 3.º mov.: com luminosidade interior- tema com 5 variações 5’05” . BR S3A 06 00003
Faixa 4 4.º mov.:Movimento contínuo e acelerante 2’41” . BR S3A 06 00004
Dedicada a Natan Schwartzman
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Achille Picchi
Partitura editada pela Tonos

Faixa 5 Sonata para violino e piano n. 2 (1984) 15’25” . BR S3A 06 00005
Dedicada a Ney Salgado e Waleska Hadelich
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Achille Picchi
Partitura editada pela Tonos

Faixa 6 Sonata para violino e piano n. 3 (1991) 15’11” . BR S3A 06 00006
Dedicada a Maria Constança Audi de Almeida Prado
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Helenice Audi
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 7 Cantiga da Amizade (1978) 2’06” . BR S3A 06 00007
Dedicada a Max Feffer
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Achille Picchi
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 8 a 10 Sonatina para violino e piano (1984)
Faixa 8 1.º mov.: Allegro 1’24” . BR S3A 06 00008
Faixa 9 2.º mov.:Andante – Meigo, Calmo 3’12” . BR S3A 06 00009
Faixa 10 3.º mov.: Colorido 3’14” . BR S3A 06 00010
Dedicada a Sergei Eleazar de Carvalho
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Helenice Audi
Partitura editada pela Tonos

Faixa 11 Diálogos (1967) 6’27” . BR S3A 06 00011
Dedicada a Oswaldo e Adelci Paulino
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Helenice Audi
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 12 Balada para violino e piano “B’nai brith” (1993) 6’27” . BR S3A 06 00012
Dedicada a Meri e Natan Schwartzmann
Violino Constanza Almeida Prado
Piano Achille Picchi
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Tempo total: 69’46”

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Edino Krieger

Faixas 1 a 3 Quarteto de Cordas n.1 (1955)
Faixa 1 1.º movimento: Allegro moderato 10’14” . BR S3A 06 00036
Faixa 2 2.º movimento: Andante non troppo 7’06” . BR S3A 06 00037
Faixa 3 3.º movimento: Allegro 5’00” . BR S3A 06 00038

Quarteto Camargo Guarnieri:
Elisa Fukuda, violino I
Maria Fernanda Krug, violino II
Renato Bandel, viola
Fábio Presgrave, violoncelo
Partitura editada pela Pan American EUA

Faixa 4 Balada do Desesperado (1954) 10’21” . BR S3A 06 00039
sobre poema de Castro Alves – D.P.
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 5 Desafio (1955) 1’54” . BR S3A 06 00040
sobre poema de Manuel Bandeira
“ © da letra do fonograma Desafio, do Condomínio dos proprietários dos direitos intelectuais de Manuel Bandeira”“(in: Estrela da vida inteira – Editora Nova Fronteira)”“Direitos cedidos por Solombra – Agência Literária ([email protected])”
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 6 Canción China a dos Voces (1953) 5”07” . BR S3A 06 00041
sobre poema de Nicolás Guillén
Fundación Nicolás Guillén – SGAE/ADDAF
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 7 Três Sonetos de Drummond: Os poderes infernais (2002) 2’45” . BR S3A 06 00042
sobre poemas de Carlos Drummond de Andrade
Copyright Carlos Drummond Andrade
Dedicada a Renato Mismetti e Maximiliano de Brito
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 8 Três Sonetos de Drummond: Carta (2002) 2’50” . BR S3A 06 00043
sobre poemas de Carlos Drummond de Andrade
Copyright Carlos Drummond Andrade
Dedicada a Renato Mismetti e Maximiliano de Brito
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 9 Três Sonetos de Drummond: Legado (2002) 3’00” . BR S3A 06 00044
sobre poemas de Carlos Drummond de Andrade
Copyright Carlos Drummond Andrade
Dedicada a Renato Mismetti e Maximiliano de Brito
Soprano: Céline Imbert
Pianista: Gilberto Tinetti
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixas 10 a 12 Estudos intervalares para piano solo (2001)
Faixa 10 Das segundas 1”40” . BR S3A 06 00045
Faixa 11 Das terças 3’38” . BR S3A 06 00046
Faixa 12 Das quartas 2’49” . BR S3A 06 00047
Obra comissionada pela Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro para o projeto “3 Séculos de Piano” do Conservatório brasileiro de Música
Pianista: Eduardo Monteiro
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Tempo total: 56’ 30”

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Edmundo Villani-Côrtes

Faixa 1 a 3 Sonata para violino e piano “Encantada” (1957)
Faixa 1 1.º mov.: Moderato 7’45” . BR S3A06 00013
Faixa 2 2.ºmov.: Andantino 3’53” . BR S3A06 00014
Faixa 3 3.º mov.: Rondo-Vivace 2’39” . BR S3A06 00015

Luiz Filipe Coelho – violino
Paul Rivinus – piano

Faixa 4 Luz para violino e piano (1995) 5’53” . BR S3A06 00016
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto
Luiz Filipe Coelho – violino
Paul Rivinus – piano

Faixa 5 Águas para violino e piano (1991) 5’11” . BR S3A06 00017
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto
Luiz Filipe Coelho – violino
Paul Rivinus – piano

Faixa 6 a 8 Sonata para viola e piano (1969)
Faixa 6 1.º mov.: Allegro moderato 10’37” . BR S3A06 00018
Faixa 7 2.ºmov.: Lento 3’50” . BR S3A06 00019
Faixa 8 3.º mov.: Allegro 5’10” . BR S3A06 00020
Thais Coelho – viola
Paul Rivinus – piano

Faixa 9 Interlúdio n. 5 para viola e piano (1996) 3’29” . BR S3A06 00021
Dos Cinco prelúdios para piano solo, em versão para viola e piano
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Thais Coelho – viola
Paul Rivinus – piano

Faixa 10 Contemplativo para violoncelo e piano (1978) 3’57” . BR S3A06 00022
Prelúdio da obra Cinco Miniaturas Brasileira, em versão para violoncelo e piano
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto
Paul Rivinus – piano
Tatiana Himmelsbach – violoncelo

Faixa 11 Royati (2000) 6’23” . BR S3A06 00024
Luiz Filipe Coelho (1º.violino), Marija Jeremic (2.º violino) Thais Coelho (viola), Tatiana Himmelsbach (violoncelo) e Paul Rivinus (piano)

Faixa 12 Caratinguê (2000) 10’15” . BR S3A06 00025
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Luiz Filipe Coelho (violino), Thais Coelho (viola), Tatiana Himmelsbach (violoncelo), Jason Witjas-Evans (contrabaixo) e Paul Rivinus (piano)

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Gilberto Mendes

As partituras de todas as canções deste CD tiveram sua primeira edição neste projeto.

Faixa n.º 1Episódio (1949) 1’40” . BR S3A 06 00048
sobre poema de Carlos Drummond de Andrade
Copyright Carlos Drummond Andrade
Dedicada a Nancy Bello
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 2 A hora cinzenta (1951/52) 2’25” . BR S3A 06 00049
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 3 Felicidade I (1951/52) 2’18” . BR S3A 06 00050
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 4 Felicidade II (1951/52) 2’26” . BR S3A 06 00051
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 5 Ingratidão (1951/52) 1’53” . BR S3A 06 00052
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 6 Adolescência (1951/52) 2’01” . BR S3A 06 00053
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 7 Confusão (1951/52) 2’30” . BR S3A 06 00054
sobre poema de Raul de Leoni – D.P.
Dedicada a Maria Cecília de Oliveira e Antonio Eduardo
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 8 Sugestões do Crepúsculo (1951) 3’54” . BR S3A 06 00055
sobre poema de Vicente de Carvalho – D.P.
Dedicada a Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 9 Sonho póstumo(fragmento) (1955) 1’32” . BR S3A 06 00056
sobre poema de Vicente de Carvalho – D.P.
Dedicada a Rosana Lamosa e Rubens Ricciardi
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 10 Peixes de prata (1955) 2’50” . BR S3A 06 00057
sobre poema de Antonieta Dias de Moraes
[email protected], representada pela Página da Cultura site www.paginadacultura.com.br
Dedicada a Eunice Katunda
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 11 A tecelã (1955) 1’43” . BR S3A 06 00058
sobre poema de Antonieta Dias de Moraes
[email protected], representada pela Página da Cultura site www.paginadacultura.com.br
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 12 Lamento (1956) 1’22” . BR S3A 06 00059
sobre antigo poema chinês extraído do Tchu Ivan (320 – a.C) – D.P.
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 13 Canção simples (1957) 1’32” . BR S3A 06 00060
sobre poema de Tereza de Almeida
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari e soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 14 Lagoa (1957) 2’35” . BR S3A 06 00061
sobre poema de Carlos Drummond de Andrade
Copyright Carlos Drummond Andrade
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 15 Desencanto (1957) 1’50” . BR S3A 06 00062
sobre poema de Maria José Aranha de Rezende
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º16 Dizei, Senhora (1966) 1’45” . BR S3A 06 00063
sobre poema de Cid Marcus
Dedicada a Andrea Kaiser e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 17 A mulher e o dragão (1967) 2’07” . BR S3A 06 00064
Texto-fragmento bíblico extraído de “O Apocalipse” de São João – D.P.
Dedicada a Yuri Serov
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 18 Poeminha poemeto poemeu poesseu poessua da flor (1984) 1’31” . BR S3A 06 00065
sobre poema de Décio Pignatari
Dedicada a Eládio Perez González
Soprano: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 19 O trovador (1993) 1’30” . BR S3A 06 00066
sobre poema de Mário de Andrade
Dedicada a Martha Herr
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 20 Finismundo: a última viagem – parte I (1993) 6’42” . BR S3A 06 00067
sobre poema de Haroldo de Campos
Dedicada a Fernando Portari
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 21 Anatomia da musa (1995) 1’07” . BR S3A 06 00068
sobre poema de José Paulo Paes extraído da obra Melhores Poemas de José Paulo Paes, seleção de Davi Arrigucci Jr.Global Editora, 6ª. edição, 2005.
Dedicada a Rosana Lamosa e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 22 Fenomenologia da certeza (1995) 1’03” . BR S3A 06 00077
sobre poema de José Paulo Paes extraído da obra “Socráticas”
Cia das Letras
Dedicada a Fernando Portari e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 23 Sol de Maiakovski (1995) 0’57” . BR S3A 06 00069
sobre poema de Augusto de Campos
Dedicada a Victoria Evtodieva
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 24 Tvgrama I (Tombeau de Mallarmé) 1’27” (1995) . BR S3A 06 00070
sobre poema de Augusto de Campos
Dedicada a Rosana Lamosa e Rubens Ricciardi
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 25 Desencontros, à memória de Kurt Weil, à lembrança de Gilberto Mendes (1995) 1’17” . BR S3A 06 00071
sobre poema de José Paulo Paes extraído da obra “Socráticas”
Cia das Letras
Dedicada a Rosana Lamosa
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 26 Luz mediterrânea: no olvido do tempo (1995) 1’16” . BR S3A 06 00072
sobre poema de Gil Nuno Vaz
Dedicada a Julia Novikova
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 27 O Pai do universo (1997) 2’26” . BR S3A 06 00073
Texto-fragmento extraído do “Baghavad Gita” com tradução de Rogério Duarte
Cia das Letras
Dedicada a João Duarte
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 28 Amplitude (1999) 1’42” . BR S3A 06 00074
sobre poema de Alberto Martins
Dedicada a Rosana Lamosa e Rubens Ricciardi
Soprano: Rosana Lamosa
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 29 Mais uma vez (1999) 0’59” . BR S3A 06 00075
sobre poema de Carlos Ávila
Dedicada a Fernando Portari e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

faixa n.º 30 A festa (1999) 1’32” . BR S3A 06 00076
sobre poema de Narciso de Andrade
Dedicada a Fernando Portari e Rubens Ricciardi
Tenor: Fernando Portari
Pianista: Rubens Ricciardi

Tempo total: 60’01”

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Rodolfo Coelho de Souza

Faixa 1 Tristes Trópicos (1990-1991) 9’10” . BR S3A06 00026
Fernando Corvisier -piano
Partitura editada por Alain Van Kerckhoven Éditeur, Bruxelas, Bélgica, 2005

Faixa 2 Chiaroscuro – (1996) 8’48’ . BR S3A06 00027
Joaquim Abreu e Eduardo Gianesella – percussão
Carmen Célia Fregoneze – piano
Rodolfo Coelho de Souza – eletrônica
Encomendada para o Festival “Sonidos de las Americas – Brasil” pela American Composers Orchestra, promotora do evento

Faixa 3 Estudo n. º 1 para violão em quartos de tom (1977) 4’36” . BR S3A06 00028
Terezinha Prada – violão
Partitura editada por Editora Novas Metas

Faixa 4 Diálogos para marimba e vibrafone (1988) 5’00” . BR S3A06 00029
Joaquim Abreu – marimba
Eduardo Gianesella -vibrafone
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 5 Divertimento para flauta e piano (1996) 9’39” . BR S3A06 00030
Valentina Daldegan – flauta
Beatriz Furlaneto – piano

Faixa 6 a 8 Serenata para flauta e quarteto de cordas (2004)
Faixa 6 1.º mov. Andante 8’35” . BR S3A06 00031
Faixa 7 2.º mov. Andantino 3’31” . BR S3A06 00032
Faixa 8 3.º mov. Larghetto 5’05” . BR S3A06 00033
2. º prêmio de composição no Festival Aspeckte de Salzburg (2005)
Camerata Ademus composta por:
Rogério Wolf – flauta
Eliane Tokeshi – violino
Luiz Amato – violino
Ricardo Kubala – viola
Julian Tryczynski – cello
A partitura desta obra teve sua primeira edição neste projeto

Faixa 9 Invenções sobre um tema de Gilberto Mendes, para Orquestra Sinfônica (2002) 11’15” . BR S3A06 00034
Sinfonia Cultura, regência Lutero Rodrigues
Fonograma gentilmente cedido pela RÁDIO CULTURA FM DE SÃO PAULO, emissora da Fundação Padre Anchieta

Faixa 10 O Círculo Mágico, para Percussão e Sons Eletrônicos (2005) 7’29” . BR S3A06 00035
Grupo de Percussão da UFPR:
Mariana Cardoso Puchivailo
Mariana Kowalczuk Cioffi
Ariel Gílson Mendes
Juliana Carla Bastos
Direção: Paulo Demarchi

Tempo total: 73’14”

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CVL, com agradecimentos ao Francisco Carlos Coelho pela ficha técnica das gravações.