Paul Hindemith (1895-1963): Música de Câmara Nros. 4, 1 e 5 (Abbado)

Paul Hindemith (1895-1963): Música de Câmara Nros. 4, 1 e 5 (Abbado)

Este CD tem lugar garantido na pequena mochila que levarei para a ilha deserta — talvez motivado pela perseguição de wagnerianos enlouquecidos; logo eu, um ariano filho de Johann Sebastian Bach com Brunilda Dämmerung, minha saudosa mãe, a bela loira crepuscular nascida em Estugarda (nome em português de Stuttgart, prezado leitor) que seduziu meu pai com outras intrincadas polifonias.

Mas chega! Dizia que este CD vai para a ilha deserta em minha pequena mochila. E vai mesmo.

Com a Filarmônica de Berlim sob a regência de Claudio Abbado, temos aqui o mais polifônico e barroco dos compositores modernos. Apesar dos protestos de Wilhelm Furtwängler, sua música foi carimbada como “degenerada” pelos nazistas e Hindemith emigrou para os EUA em 1940, para lecionar em Yale. É curioso que Glenn Gould tenha se dedicado tanto a Hindemith, mas não pretendo fazer nenhuma tese a respeito, apesar de ter uma pronta.

Ele também era violista, regente e escrevia sobre música. Certamente o fato de ser regente explica suas espetaculares obras para sopros e metais. Dentre os modernos, talvez só Nielsen tenha escrito tão bem para estes instrumentos melódicos. Sua música é altamente polifônica e não é casual que tenhamos neste CD uma “Música” para 12 instrumentos solistas. Publicou pequenas obras clássicas como Curso Condensado de Harmonia Tradicional, Ludus Tonalis e Treinamento Elementar para Músicos.

Só lhes peço uma coisa. Ouçam o primeiro movimento da Música de Câmara Nº 5 com o volume bem alto. Minha filha chama este movimento de “Erudito Pauleira”; eu apenas garanto que ele faz mais sentido quando penetra forte no último pavilhão auricular… Mas o que eu entendo de ouvidos? Nada!

Paul Hindemith (1895-1963): Música de Câmara Nros. 4, 1 e 5 (Abbado)

1. Kammermusik Nr.4, Op.36 Nr.3 (Violin Concerto): I.Signal. Breite, majestatliche Halbe (original version) – Kolja Blacher
2. Kammermusik Nr.4, Op.36 Nr.3 (Violin Concerto): II. Sehr lebhaft – Kolja Blacher
3. Kammermusik Nr.4, Op.36 Nr.3 (Violin Concerto): III. Nachtstuck. Maßig schnelle Achtel – Kolja Blacher
4. Kammermusik Nr.4, Op.36 Nr.3 (Violin Concerto): IV. Lebhafte Viertel – Kolja Blacher
5. Kammermusik Nr.4, Op.36 Nr.3 (Violin Concerto): V. So schnell wie moglich – Kolja Blacher

6. Kammermusik Nr.1 mit Finale 1921, Op.24 Nr.1 for 12 solo instrs : l. Sehr schnell und wild – Berliner Phil/Claudio Abbado
7. Kammermusik Nr.1 mit Finale 1921, Op.24 Nr.1 for 12 solo instrs : ll. Massig schnelle Halbe. Sehr s – Berliner Phil/Claudio Abbado
8. Kammermusik Nr.1 mit Finale 1921, Op.24 Nr.1 for 12 solo instrs : lll. Quartett. Sehr langsam und mi – Berliner Phil/Claudio Abbado
9. Kammermusik Nr.1 mit Finale 1921, Op.24 Nr.1 for 12 solo instrs : lV. Finale: 1921. Lebhaft – Berliner Phil/Claudio Abbado

10. Kammermusik Nr.5, Op.36 Nr.4 (Viola Concerto) for solo viola and large chm orch: l. Schnelle Halbe – Wolfram Christ
11. Kammermusik Nr.5, Op.36 Nr.4 (Viola Concerto) for solo viola and large chm orch: ll. Langsam – Wolfram Christ
12. Kammermusik Nr.5, Op.36 Nr.4 (Viola Concerto) for solo viola and large chm orch: lll. Maßig schnell – Wolfram Christ
13. Kammermusik Nr.5, Op.36 Nr.4 (Viola Concerto) for solo viola and large chm orch: lV. Variante eines Mili – Wolfram Christ

Kolja Blacher, solo de violino nas faixas de 1 a 5.
Wolfram Christ, solo de viola nas faixas de 10 a 13.
Orquestra Filarmônica de Berlim
Claudio Abbado

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Hindemih se segurando para não escrever mais uma Sonata

PQP

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Após 47 anos como um dos principais quartetos de cordas do mundo, o Emerson deu seus últimos concertos neste mês de outubro de 2023. Uma pena. Este é seu último disco antes de se separarem e foi corajosamente construído em torno de um dos pilares do repertório do quarteto do século XX, uma obra que nunca tinham gravado antes. O Segundo Quarteto de Schoenberg é notável não apenas por incluir partes para soprano sobre poemas de Stefan George em seus dois movimentos finais, mas também como a peça em que ele deu seus primeiros e hesitantes passos no mundo desconhecido da atonalidade, embora em seus compassos finais a música retorne à segurança…

O Quarteto Op 3 de Alban Berg, concluído em 1910, dois anos depois do Segundo de seu professor Schoenberg, mas não publicado até 10 anos depois, é uma peça que funciona como complemento lógico, e os Emersons oferecem a ambas as obras performances calorosas e brilhantes, mais generosas do que muitas de suas anteriores. Barbara Hannigan é a soprano no Schoenberg, sua elegância precisa em cada frase é perfeitamente adaptada às linhas vocais intensamente expressivas, embora a gravação pareça colocar sua voz um pouco à frente.

Também há espaço no disco para mais algumas lindas raridades, ambas descobertas por Hannigan. Melancholie, de Hindemith, apresenta quatro poemas de Christian Morgenstern para soprano e quarteto. A obra foi composta durante os últimos anos da Primeira Guerra Mundial, quando a música de Hindemith estava muito mais próxima do mundo expressionista da Segunda Escola Vienense do que de seu próprio neoclassicismo posterior. Mas a verdadeira descoberta é Chanson Perpétuelle de Chausson, uma maravilha para soprano, quarteto e piano (Bertrand Chamayou aqui) sobre um poema de amor de Charles Cros, que, embora tenha menos de oito minutos de duração, parece encapsular todo um mundo de tragédia com intensidade operística.

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Melancholie, Op. 13
Composed By – Paul Hindemith
1 Die Primeln Blühn Und Grüßen …
2 Nebelweben
3 Dunkler Tropfe
4 Traumwald

String Quartet, Op. 3
Composed By – Alban Berg
5 Langsam
6 Mäßige Viertel

7 Chanson Perpétuelle, Op. 37
Composed By – Ernest Chausson

String Quartet No. 2 In F Sharp Minor, Op. 10
Composed By – Arnold Schoenberg
8 Mäßig
9 Sehr Rasch
10 Litanei (Langsam)
11 Entrückung (Sehr Langsam)

Ensemble – Emerson String Quartet
Piano – Bertrand Chamayou (tracks: 7)
Soprano Vocals – Barbara Hannigan (tracks: 1 to 4, 7, 10, 11)

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O Quarteto de Cordas Emerson com Barbara Hannigan e Bertrand Chamayou (segundo a partir da direita).

PQP

Bartók (1881-1945): Música para Cordas, Percussão e Celesta & Hindemith (1895-1963): Sinfonia “Mathis der Maler” – Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan ֍

Bartók

Música para Cordas, Percussão e Celesta

Hindemith

Sinfonia “Mathis der Maler”

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

As 2 obras deste disco são contemporâneas. Hindemith compôs a Sinfonia em 1934 e Bartók compôs a sua obra em 1936.

Hindemith planejava compor uma ópera com enredo baseado na vida de Matthias Grünewald, o pintor do Retábulo de Isenheim, quando William Furtwängler lhe pediu uma peça para apresentar em uma turnê que faria com a Berliner Philharmoniker. Ele resolveu compor estes movimentos sinfônicos, que foram posteriormente usados na ópera.

Paul Sacher

A peça de Bartók foi comissionada por Paul Sacher para a celebração do aniversário de dez anos de sua orquestra, a Basler Kammerorchester. Paul Sacher dedicou-se à música de seu século de muitas maneiras diferentes: como intérprete, como patrono de novas composições e como membro e patrocinador de muitos comitês e instituições. A Música para Cordas, Percussão e Celesta foi composta no mesmo período em que Bartók compôs o Quarto e o Quinto Quartetos de Cordas. A partitura dessa peça é precedida pela cuidadosa disposição dos instrumentos em relação ao regente.

Este disco me deixou intrigado, pois sempre imaginava Herbert von Karajan regendo as peças de maior apelo aos ouvintes. As sinfonias de Tchaikovsky e outros famosos compositores, assim como os concertos, sempre com jovens intérpretes. No entanto, este é apenas um dos muitos aspectos deste regente que desperta tão forte opiniões nas pessoas. Havia também o seu interesse pela música de seu próprio tempo, assim como pelas novas tecnologias. Karajan gravou essa peça de Bartók três vezes. Sua primeira gravação, feita em 1949, foi simplesmente a segunda gravação da peça. A gravação que temos aqui foi feita em novembro de 1960 e já se beneficiou da nova tecnologia de gravações – estéreo. A produção foi feita pelo lendário e controverso Walter Legge. Há ainda outra gravação dessa obra de Bartók por Karajan e a Berliner Philharmoniker, provavelmente mais conhecida, por ser para o selo Deutsche Grammophon, feita em 1973.

Quanto a obra de Hindemith, não sei quantas gravações Karajan fez, mas certamente ela fazia parte de seu repertório de novidades, como as sinfonias de Arthur Honegger e as peças dos seres do outro planeta, Schoenberg, Berg e Webern. Há uma gravação feita ao vivo de um concerto com a Wiener Symphoniker em 18 de fevereiro de 1957, na Grosser Saal des Wiener Musikvereins, cujo programa foi a Sinfonia de Hindemith e a Sétima de Beethoven. 

As duas obras do disco, apesar da proximidade temporal, não poderiam ser mais diferentes. Um texto que descreve a obra de Bartók começa assim; ‘Qual é a fonte dessa música diabólica? As divagações cromáticas sugerem Wagner e o seu Tristão, que preludia Schönberg. Mas existem outros antecedentes, e estes incluem Strauss, Stravinsky, Debussy, Ravel e, crucialmente, a música folclórica da Hungria natal de Bartók e dos seus arredores’. Diabólica… bem, trechos da obra foram usados em filmes como Being John Malkovich e Shining. Aqui você encontrará mais informações sobre essa peça.

A obra de Hindemith não é uma sinfonia no sentido estrito, uma vez que sua composição derivou de material que seria usado na ópera, mas é bem próxima do que se esperava de uma sinfonia. Veja como inicia a descrição da peça em uma análise acadêmica: “É irônico que a Sinfonia “Mathis der Maler” tenha sido considerada anti-alemã pelos nazistas. Do ponto de vista estilístico, como uma obra tonal que revive a tradição sinfônica alemã, com um foco nacionalista e uso de melodias folclóricas, deveria ter sido uma obra modelo de um compositor do Terceiro Reich. No entanto, sua paleta sonora melódica e pós-romântica a coloca na categoria de outras obras europeias da década de 1930 por compositores como Stravinsky, Bartók, Schoenberg e Shostakovich que reagiram em sua música contra o totalitarismo.”

O primeiro movimento da sinfonia, por exemplo, foi inspirado no painel “O Concerto Angélico” (Engelkonsert) de Mathis Grünewald, que retrata três anjos tocando e cantando para o recém-nascido Cristo e sua mãe. A pintura serviu de inspiração para o primeiro movimento da Sinfonia, também funcionando como prelúdio para a ópera. Aqui, Hindemith optou por citar uma melodia folclórica de oito compassos, Es sungen drei Engel ein süssen Gesang (Três Anjos Cantaram uma Canção Doce). O Sepultamento, segundo movimento da Sinfonia, foi inspirado na parte de baixo do Tríptico.

A pintura mais impressionante, na minha opinião é a que trata das tentações de Santo Antônio.

Béla Bartók (1881-1945)

Música para Cordas, Percussão e Celesta, Sz. 106

  1. Andante tranquilo
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro molto

Paul Hindemith (1895-1963)

Sinfonia “Mathis der Maler”

  1. Engelskonzert (Concerto Angélico)
  2. Grablegung (Sepultamento)
  3. Versuchung des heiligen Antonius (As Tentações de Santo Antônio)

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

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FLAC | 233 MB

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MP3 | 320 KBPS | 126 MB

Numa entrevista de Herbert para Herbert, que você poderá ver na íntegra aqui:

Herbert Pendergast – ‘Você acha que a música de compositores como Boulez e Webern será facilmente compreendida pelo público musical da próxima geração?’

Herbert von Karajan – ‘Tenho certeza de que a próxima geração não terá problemas em compreender a maior parte da música de hoje. Pense no Concerto para Orquestra de Bartók. Há vinte anos era considerado inacessível; hoje é um clássico. Pense na Música para Cordas, Percussão e Celesta. Quando o tocamos hoje, soa como um concerto grosso de Handel. Com o declínio da inspiração melódica na música, as técnicas seriais de hoje são uma disciplina auto-imposta necessária para o compositor…’

Paul resolveu pousar para fotos com os instrumentos do acervo do PQP Bach, durante a preparação da postagem… Béla caiu na gargalhada…

Aproveite!

René Denon

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014 – CDs 1-5 de 13

O maestro Marriss Jansons tem uma ampla discografia, sobretudo à frente de duas orquestras renomadas: a do Concertgebouw de Amsterdam e a da Rádio Bávara de Munique. Ambas as orquestras têm, já há alguns anos, seus próprios selos que lançam seus CDs (uma tendência neste século XXI), e por motivos comerciais privilegiaram pesos-pesados do repertório sinfônico sob a regência de Jansons: Sinfonias de Brahms e de Mahler, Balés de Stravinsky, etc.

Nessa coleção de gravações de rádio da Orquestra do Concertgebouw, Brahms, Mahler e Stravinsky também aparecem, mas o que mais me interessa aqui é a presença de outros nomes que mostram a diversidade da música orquestral do século XX: o polonês Lutoslawski, o tcheco Martinů, os franceses Messiaen, Poulenc e Varèse, o russo Prokofiev… Poderíamos desejar também música brasileira, mexicana, um pouco mais dos poloneses… enfim, não se pode ter tudo.

A coleção, aos meus ouvidos, começa muito bem, com uma envolvente interpretação da Sinfonia Fantástica em que se nota a concentração absoluta de toda a orquestra nos pizzicati, tremolos, valsa com harpas, marcha com tutti de metais e outras formas expressivas do genial orquestrador que foi Berlioz. Depois o nível cai em uma La Valse de Ravel quase no piloto automático, com bem menos espírito dançante do que as gravações de Haitink/Concertgebouw ou Munch/Boston. Mas o nível melhora muito com uma interpretação de tirar o fôlego do Concerto para Orquestra de Lutoslawski. Estreado em Varsóvia em 1954 e logo alcançando notoriedade dos dois lados da Cortina de Ferro, esse Concerto encerrou em grande estilo a primeira fase de Lutoslawski como compositor. Nessa fase, ele se inspirava bastante em melodias folclóricas polonesas. Após obras mais curtas, de câmara ou para voz e orquestra, ele resolveu fazer esse Concerto de maior fôlego, antes de se aventurar por caminhos mais vanguardistas. Obviamente está presente o tempo todo a inspiração de Bartók, aliás este último aparece também nessa caixa de Jansons com seu Concerto para Orquestra, de 1943, em uma interpretação sem defeitos, mas menos espetacular que este Bartók aqui e este aqui.

E então chegamos às grandes Sinfonias, com destaque para uma 6ª de Tchaikovsky e uma 7ª de Mahler com a sonoridade marcante do Concertgebouw e a energia das apresentações ao vivo. Há também Strauss, Hindemith, uma obra juvenil e romântica de Webern… um programa com um pouco para cada gosto, como é de bom tom para a temporada anual de uma grande orquestra.

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014

CD 1:
Hector BERLIOZ
Symphonie fantastique, Op. 14 (1830)

Maurice RAVEL
La Valse (1919/20)

Baixe aqui – Download here – CD1

CD 2:
Witold LUTOSŁAWSKI
Concerto for Orchestra (1954)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY
Symphony No. 6, Op. 74 ‘Pathétique’ (1893)

Baixe aqui – Download here – CD2

CD 3:
Béla BARTÓK
Concerto for Orchestra (1943)

Gustav MAHLER
Symphony No. 7 in E minor (1st and 2nd movements) (1905)

Baixe aqui – Download here – CD3

CD 4:
Gustav MAHLER
(Cont.) Symphony No. 7 in E minor (3rd, 4th & 5th movements)

Paul HINDEMITH
Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber (1943)

Peter-Jan WAGEMANS
Moloch (2000)

Baixe aqui – Download here – CD4

CD 5:
Richard STRAUSS
Till Eulenspiegels lustige Streiche, Op. 28 (1895)

Anton WEBERN
Im Sommerwind (1904)

Johannes BRAHMS
Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 (1876)

Baixe aqui – Download here – CD5

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Mariss Jansons

Concertgebouw Amsterdam significa Sala de Concertos de Amsterdam. Os holandeses são bem práticos com nomes…

Pleyel

Johannes Brahms (1833-1897) & Paul Hindemith (1895-1963): Quintetos para Clarinete

Johannes Brahms (1833-1897) & Paul Hindemith (1895-1963): Quintetos para Clarinete

Apenas 30 anos separam os quintetos de clarinete de Brahms e Hindemith. No entanto, as diferenças não são apenas nos temperamentos dos dois artistas, nem somente na diferença dos conceitos e das estéticas. O que os separa é todo o mundo que há entre a harmonia e a desordem. Mas não pense assim, apressado leitor, amo a ambos.

O quinteto para clarinete mais popular é o de Mozart (104 gravações), seguido pelo de Brahms (87), que é baseado no primeiro. Nenhuma outra peça nessa formação rivaliza com essa dupla em popularidade, embora a literatura inclua joias como os quintetos de Weber e Reger.

Assim como eu, Erico Verissimo amava o quinteto de Brahms, tanto que chamou sua autobiografia de Solo de Clarineta. Há toda uma lenda em torno da obra. É obra belíssima.

Já Hindemith nunca derreterá corações como Brahms, e, na verdade, seu quinteto coloca-se contra a tradição musical do pré-guerra. Ele é contemporâneo de vários dos concertos da série Kammermusiken, mas não tão bons. Longe de ser uma homenagem a Brahms, o trabalho parece exorcizar o mestre mais velho.

Brahms & Hindemith: Quintetos para Clarinete

Johannes BRAHMS (1833-1897)
Clarinet Quintet in B minor, op. 115 (1891) [37:48]
I. Allegro 13:29
II. Adagio 10:29
III. Andantino 4:28
IV. Con moto 9:21

Paul HINDEMITH (1895-1963)
Clarinet Quintet, op. 30 (1954 version) (1923/1954) [19:45]
I. Sehr lebhaft 2:12
II. Ruhig 6:35
III. Schneller Ländler 5:42
IV. Arioso. Sehr ruhig 2:55
V. Sehr lebhaft, wie im ersten Satz 2:19

Raphaël Sévère (clarinet)
Pražák Quartet

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Paul Hindemith e Darius Milhaud em uma daquelas coisas de “enfie a cabeça e tire uma foto”.

PQP

Weber, Schumann, Hindemith, Schnittke: Obras para Violino e Piano & Violino e Orquestra

Weber, Schumann, Hindemith, Schnittke: Obras para Violino e Piano & Violino e Orquestra

A capa é medonha, mas a música que sai do CD é bem boa. Inicia com um Weber. Música ligeira, como se dizia antigamente. Coisa leve, bonitinha e esquecível. O Concerto para Violino de Schumann é daquelas obras que os comentaristas chamam de “negligenciadas”. Melhor se fosse esquecida. É totalmente anti-violinístico — alguns acham que é inspirado, outros que é pirado. Saiu de uma mente já doente, foi escrito quando o compositor já estava no internato de Endenich, talvez seja algo único na história da música. A tragédia do concerto de violino de Schumann é a fatal comparação com os de Brahms e Tchaikovsky, dois matadores absolutos. A coisa fica sensacional quando entram em ação Hindemith e Schnittke, principalmente o último. Quasi una Sonata (ou Sonata Nº 2), de 1968, é um de meus trabalhos favoritos de Schinittke. É violenta e lembra muitas vezes o Concerto para violino de Berg. É uma obra importante, continua sendo uma das peças seminais do compositor em qualquer de suas versões, marcando a estréia de seu célebre “poliestilismo” e seu afastamento da vanguarda.

Weber, Schumann, Hindemith, Schnittke: Obras para Violino e Piano & Violino e Orquestra

WEBER, Carl Maria von (1786-1826)
Grand Maria Von Weber, Op.48
1. I.Allegro con fuoco 7:22
2. II.Andante con moto 4:59
3. III.Rondo (Allegro) 5:13

SCHUMANN, Robert (1810-1856)
Violin Concerto in D minor, Op.posth
4. I.In kraftigem, nicht zu schnellem, Tempo 15:07
5. II.Langsam-III. Lebhaft, doch nicht schnell 14:20

HINDEMITH, Paul (1895-1963)
Violin Sonata in E flat, Op.11
6. I.Frisch 4:40
7. II.Im Zeitmass eines langsamen, feierlichen Tanzes 5:39

SCHNITTKE, Alfred (1934-1998)
Violin Sonata No.2
8. I.Quasi una sonata 20:11

GAVRILOV, Andrei (piano)
KREMER, Gidon (violin)
Philharmonia Orchestra
MUTI, Riccardo

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Kremer e Gavrilov à época desta gravação.

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music III

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music III

IM-PER-DÍ-VEL !!! Aqui, toda a série.

Vocês sabem qual é a semelhança entre um mergulhador equipado, mijando no fundo do mar, e um violista tocando? Muito calor e nada de som. Bem… Não resisti.

Uma baita gravação fecha este trio de CDs — de primeiríssima linha — com a música para viola de Hindemith. Só a Kammermusik Nº 5 já vale ter este CD na discoteca. Kammermusik é uma coleção de Hindemith de Concertos de Câmara para vários instrumentos, espécie de Concertos de Brandenburgo modernos. A coisa toda é muito boa. Só que são 7 ou 8 (não lembro bem) os Concertos de Hindemith. Vá entender como alguém assim — de uma arte tão profunda e alemã — foi declarado autor de uma “arte degenerada” pelos nazistas. Sua música foi impedida de ser transmitida em rádios ou apresentada em público. E ele foi lecionar em Yale, nos EUA, ué. Por que Hindemith é ainda tão desconhecido em nossos dias? Ora, você pode começar por aqui: Biografia faz jus à vida do músico Paul Hindemith.

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music III

Volume 3 – Music for Viola & Orchestra (2011)

1-5 Konzertmusik Op 48 [19’51]
6-8 Der Schwanendreher Concerto after old Folksongs [26’29]
9 Trauermusik [7’46]
10-13 Kammermusik No 5 Op 36 No 4 [18’44]

Lawrence Power, viola
BBC Scottish Symphony Orchestra
David Atherton

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Gênio: Hindemith regendo no inicio dos anos 60.

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music II

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music II

IM-PER-DÍ-VEL !!! Aqui, toda a série.

As piadas de violistas são as melhores, mas não os massacremos desta vez. Afinal, este disco que é tão bom! Não há dúvida de que Hindemith FOI O COMPOSITOR PARA VIOLA, instrumento que ele próprio tocou de maneira suprema. Há gravações comprobatórias — ele gravou a Sonata Solo Op. 25 No. 1 e a Sonata para Viola e Piano, Op. 39. Todos os seus trabalhos para viola não requerem apenas uma habilidade demoníaca do violista — algo raríssimo –, mas revelam enorme criatividade de uma mente extraordinariamente fértil. Sim, são trabalhos de tirar o fôlego. Não é música fácil, o ouvinte é bastante exigido. E há um forte sentimento de que emana de uma época inquietante. Hindemith é altamente contrapontístico, parece um barroco perdido no meio do modernismo. Eu adoro!

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music II

Volume 2 – Sonatas for Solo Viola (2010)

1-4 Sonata Op 11 No 5 (1919) [18’45]
5-9 Sonata Op 25 No 1 (1922) [15’18]
10-12 Sonata Op 31 No 4 (1923) [16’50]
13-15 Sonata (1937) [13’29]

Lawrence Power, viola

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Hindemith, foi grande violinista e, incrivelmente. um espetacular violista

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music I

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music I

IM-PER-DÍ-VEL !!! Aqui, toda a série.

Sempre fui fascinado pela obra de Hindemith. Ele foi dos poucos compositores que levaram à sério a viola. Ele, que tocava mil instrumentos, dedicou boa parte de sua vida à pobre viola, eterna vítima de bullying. Logo, vão vir mais dois CDs desta série. Aproveitem porque é material raro.

E ouçam com atenção, pois apesar dos protestos do maestro Wilhelm Furtwängler, a sua música foi definida como “degenerada” pelos nazis e, em 1940, Paul Hindemith emigrou para os Estados Unidos da América, onde leccionou na Universidade de Yale. Adquiriu a cidadania norte-americana em 1946, mas regressou à Europa em 1953, vivendo em Zurique e lecionando na universidade local.

Paul Hindemith (1895-1963): Complete Viola Music I

Volume 1 – Sonatas for Viola & Piano (2009)

1-4 Sonata (1939) [22’52]
5-7 Sonata in F major Op 11 No 4 (1919) [16’28]
8-10 Sonata Op 25 No 4 (1922) [14’23]
11 Meditation from Nobilissima visione (1938) [4’06]

Lawrence Power, viola
Simon Crawford-Phillips, piano

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Paul Hindemith e Igor Stravinsky em Santa Fé, Novo México, em 1961

PQP

Prokofiev (1891-1953): Abertura Sobre Temas Hebreus (1919) e Quinteto / Hindemith (1895-1963): Octeto

Prokofiev (1891-1953): Abertura Sobre Temas Hebreus (1919) e Quinteto / Hindemith (1895-1963): Octeto

Ótimo disco antiguinho da Apex. Tanto a Abertura como Quinteto de Prokofiev estão entre suas peças mais inusitadas. A Abertura é muito popular, embora sua simplicidade não soe nada como Prokofiev. E o Quinteto, Op. 39, escrito para um grupo de dança para a improvável combinação de oboé, clarinete, violino, viola e contrabaixo, mostra-nos Prokofiev em seu modo experimental, como na Segunda Sinfonia. Esta peça deixa-o muito próximo do mundo sonoro de Pierrot Lunaire e L’histoire du Soldat, e é possivelmente a peça mais singular em toda a sua produção. Já o Octeto de Hindemith fica dentro do habitual do compositor, o que é muito bom! Mas eu recomendo o disco pelos Prokofiev mesmo!

Prokofiev (1891-1953): Abertura Sobre Temas Hebreus (1919) e Quinteto / Hindemith (1895-1963): Octeto

1 Sergei Prokofiev — Overture On Hebrew Themes, Op. 34 In C Minor — 8:51

Paul Hindemith — Octet
2 – Breit. Mäßig Schnell 8:01
3 – Varianten: Mäßig Bewegt 2:25
4 – Langsam 7:47
5 – Sehr Lebhaft 2:18
6 – Fuge Und Drei Altmodische Tänze: Walzer, Polka, Galopp 5:55

Sergei Prokofiev — Quintet, Op. 39 In G Minor
7 – Moderato 5:45
8 – Andante Energico 3:13
9 – Allegro Sostenuto, Ma Con Brio 2:04
10 – Adagio Pesante 4:12
11 – Allegro Precipitato, Ma Non Troppo Presto 2:46
12 – Andantino 4:16

Berlin Soloists
Elena Bashkirova

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Prokofiev se torce todo para caber na foto
Prokofiev se torce todo para caber na foto

PQP

Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Hindemith compôs mais de 30 sonatas para os mais diversos instrumentos e, vejam bem, ele podia tocar todas elas!!! Esta fascinante seleção de obras escritas entre 1935 (quando se tornou persona non grata na Alemanha nazista) e 1948 (a brilhante sonata de violoncelo para Piatigorsky) é interpretada por alguns dos melhores solistas de hoje, com o grande Alexander Melnikov ao piano. Quantas vezes alguém ouve uma Sonata para Althorn (uma trompa diferente, variando em forma, algo não muito agudo, mas não tão grave quanto um cello ou fagote), publicada junto com um poema escrito pelo compositor? Aqui temos também as notáveis Sonatas para Violino e para trompete. Felicidade completa.

hindemithbed

Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

Sonata for Althorn and Piano
01. I. Ruhig bewegt (02:05)
02. II. Lebhaft (03:30)
03. III. Sehr langsam (02:04)
04. IV. Das Posthorn (04:00)

Sonata for Violoncello and Piano
05. I. Pastorale (06:34)
06. II. Moderately fast – Slow – Tempo I (06:16)
07. III. Passacaglia (08:42)

Sonata for Trombone and Piano
08. I. Allegro moderato maestoso (02:54)
09. II. Allegretto grazioso (03:11)
10. III. Lied des Raufbolds (02:10)
11. IV. Allegro moderato maestoso (02:52)

Sonata for Violin and Piano
12. I. Ruhig bewegt (03:57)
13. II. Langsam – Sehr lebhaft – Langsam – Wieder lebhaft (06:34)

Sonata for Trumpet and Piano
14. I. Mit Kraft (05:22)
15. II. Mässig bewegt – Lebhaft – Wie zuerst (02:19)
16. III. Trauermusik (08:31)

Alexander Melnikov, piano
Teunis van der Zwart, althorn (1-4)
Alexander Rudin, violoncello (5-7)
Gérard Costes, trombone (8-11)
Isabelle Faust, violin (12-13)
Jeroen Berwaerts, trumpet (14-16)

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Hindemith não era nazista, mas apreciava torturar pianistas.
Hindemith não era nazista, mas apreciava torturar pianistas.

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Kammermusik 1-7 + Kleine Kammermusik (Chailly – Concertgebouw)

Paul Hindemith (1895-1963): Kammermusik 1-7 + Kleine Kammermusik (Chailly – Concertgebouw)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

As Kammermusik (Música de Câmara), escritas principalmente durante a década de 1920, são belos exemplos da música do início do século que não aderiu ao atonal nem ao dodecafonismo. É música de primeiríssima qualidade, cheia de brilho melódico, invenções harmônicas e variações de formação orquestral. Há muitas obras levadas pelos sopros, trazendo associações com o jazz e a música popular americana da época. Tudo também é contrapontístico e o declarado amor de Hindemith a Bach fica claro. JÁ NOTARAM QUE AMO ESTAS OBRAS, NÃO? Como disse, a linguagem é tonal, mas Hindemith estende alguns laços dissonantes que se aproximam do expressionismo da escola vienense, mas sem histeria nem angústia. Cada um dos concertos é marcado por um instrumento solo e guarda uma enorme dívida formal para com os Concertos de Brandenburgo de Bach e as bandas norte-americanas. É curioso. E bom, muito bom.

Esta gravação inclui todos os concertos mais a Kleine Kammermusik, uma suíte para Quinteto de Sopros. Chailly é magnífico neste repertório, permeando tudo com uma alegria e um calor que não é geralmente associada com Hindemith. E o Concertgebouw… fala sério. Não há orquestra melhor.

Altamente recomendado como uma introdução a este compositor e o que faz dele verdadeiramente especial. IM-PER-DÍ-VEL !!!!, repito.

Paul Hindemith (1895-1963): Kammermusik 1-7

1 Kammermusik No.1, Op.24 No.1: I. Sehr Schnell Und Wild
2 Kammermusik No.1, Op.24 No.1: II. Massig Schnell Halbe
3 Kammermusik No.1, Op.24 No.1: III. Qt: Sehr Langsam Und Mit Ausdruck
4 Kammermusik No.1, Op.24 No.1: IV. Finale 1921: Lebhaft
5 Kleine Kammermusik, Op.24 No.2: I. Lustig. Massig Schnell Viertel
6 Kleine Kammermusik, Op.24 No.2: II. Walzer. Durchweg Sehr Leise
7 Kleine Kammermusik, Op.24 No.2: III. Ruhig Und Einfach
8 Kleine Kammermusik, Op.24 No.2: IV. Schnelle Viertel
9 Kleine Kammermusik, Op.24 No.2: V. Sehr Lebhaft
10 Kammermusik No.2, Op.36 No.1: I. Sehr Lebhafte Achtel
11 Kammermusik No.2, Op.36 No.1: II. Sehr Langsame Achtel
12 Kammermusik No.2, Op.36 No.1: III. Kleines Potpourri: Sehr Lebhafte Viertel
13 Kammermusik No.2, Op.36 No.1: IV. Finale. Schnelle Viertel
14 Kammermusik No.3, Op.36 No.2: I. Majestatisch Und Stark. Massig Schnelle Achtel
15 Kammermusik No.3, Op.36 No.2: II. Lebhaft Und Lustig
16 Kammermusik No.3, Op.36 No.2: III. Sehr Ruhige Und Gemessen Schreitende Viertel
17 Kammermusik No.3, Op.36 No.2: IV. Massig Bewegte Halbe. Munter, Aber Immer Gemachlich

Disc 2
1 Kammermusik No.4, Op.36 No.3: I. Signal: Breite, Majestatische Halbe
2 Kammermusik No.4, Op.36 No.3: II. Sehr Lebhaft
3 Kammermusik No.4, Op.36 No.3: III. Nachtstuck: Massig Schnelle Achtel
4 Kammermusik No.4, Op.36 No.3: IV. Lebhafte Viertel
5 Kammermusik No.4, Op.36 No.3: V. So Schnell Wie Moglich
6 Kammermuski No.5, Op.36 No.4: I. Schnelle Halbe
7 Kammermuski No.5, Op.36 No.4: II. Langsam
8 Kammermuski No.5, Op.36 No.4: III. Massig Schnell
9 Kammermuski No.5, Op.36 No.4: IV. Var Eines Militarmarsches
10 Kammermusik No.6, Op.46 No.1: Massig Schnell, Majestatisch
11 Kammermusik No.6, Op.46 No.1: Langsam
12 Kammermusik No.6, Op.46 No.1: Vars
13 Kammermusik No.6, Op.46 No.1: Lebhaft, Wie Fruher
14 Kammermusik No.7, Op.46 No.2: I. Nicht Zu Schnell
15 Kammermusik No.7, Op.46 No.2: II. Sehr Langsam Und Ganz Ruhig
16 Kammermusik No.7, Op.46 No.2: III. (Achtel Bis 184)

Brautigam
Harrell
Kulka
Kashkashian
Blume
Van Doeselaar
Royal Concertgebouw Orchestra
Riccardo Chailly

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Riccardo Chailly recebendo o bafo da orquestra
Riccardo Chailly recebendo o bafo da orquestra

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Konzertmusik, Mathis der Maler e Symphonic Metamorphosis

Paul Hindemith (1895-1963): Konzertmusik, Mathis der Maler e Symphonic Metamorphosis

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sensacional álbum que contém as obras mais populares de Hindemith para orquestra, incluindo as Metamorfoses Sinfônicas coreografadas por Balanchine e a Sinfonia “Matias, o Pintor”, interpretadas com precisão lapidar e grande empatia pela Orquestra Escocesa da BBC sob a batuta de Martyn Brabbins, intérpretes consumados deste compositor que só faz crescer na discografia erudita. Cresce porque é bom demais. Hindemith escreve para sopros como ninguém. Não confirmando sua velha reputação de um compositor por demais complexo, este Hindemith genuinamente agradável, ao mesmo tempo inteligível e intelectual, tão divertido quanto finamente trabalhado.

Konzertmusik for brass and strings Op 50 [17’45]
1 Mässig schnell, mit Kraft – Sehr breit, aber stets fliessend [8’59]
2 Lebhaft – Langsam – In ersten Zeitmass [8’46]

Symphony ‘Mathis der Maler’ [26’55]
3 Engelkonzert [9’06]
4 Grablegung [4’11]
5 Versuchung des heiligen Antonius [13’38]

Symphonic Metamorphosis after themes by Carl Maria von Weber [21’18]
6 Allegro [4’17]
7 Scherzo: Turandot [7’53]
8 Andantino [4’19]
9 Marsch [4’49]

BBC Scottish Symphony Orchestra
Martyn Brabbins

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Hindemith: vá ser contrapontístico assim na pqp!
Hindemith: vá ser contrapontístico assim na pqp!

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Violin Concerto, Violin Sonatas

Paul Hindemith (1895-1963): Violin Concerto, Violin Sonatas

Tenho especial predileção por Hindemith, um cara que fazia uma música moderna, muito contrapontística e bela. Suas obras foram consideradas degeneradas pelos nazistas, o que não deixa de ser um elogio. Neste concerto e nas sonatas que o seguem, está boa parte das características do compositor. Ele buscava uma “música utilizável”, e uma “música para brincar”. Vocês facilmente reconhecerão estas duas vertentes neste CD. Suas maiores obras são as peças intituladas “Música de Câmara” para várias formações, lembrando um pouco os Concertos de Brandenburgo de J. S. Bach.

Paul Hindemith (1895-1963): Violin Concerto, Violin Sonatas

1 Violin Concerto: I. Massig bewegte Halbe 00:09:05
2 Violin Concerto: II. Langsam 00:08:41
3 Violin Concerto: III. Lebhaft 00:09:45

Violin Sonata, Op. 31, No. 2, ‘Es ist so schones Wetter draussen’

4 Violin Sonata, Op. 31, No. 2, “Es ist so schones Wetter draussen”: I. Leicht bewegte Viertel 00:01:57
5 Violin Sonata, Op. 31, No. 2, “Es ist so schones Wetter draussen”: II. Ruhig bewegte Achtel 00:02:21
6 Violin Sonata, Op. 31, No. 2, “Es ist so schones Wetter draussen”: III. Gemachliche Viertel 00:01:10
7 Violin Sonata, Op. 31, No. 2, “Es ist so schones Wetter draussen”: IV. 5 Variationen uber deas lied “Komm, lieber Mai” 00:03:49

Violin Sonata in E flat major, Op. 11, No. 1

8 Violin Sonata in E flat major, Op. 11, No. 1: I. Frisch 00:04:20
9 Violin Sonata in E flat major, Op. 11, No. 1: II. Im Zeitmass eines langsamen, feierlichen Tanzes 00:04:31

Violin Sonata in E major

10 Violin Sonata in E major: I. Ruhig bewegt 00:03:39
11 Violin Sonata in E major: II. Langsam – Sehr Lebhaft 00:05:41

Violin Sonata in C major

12 Violin Sonata in C major: I. Lebhaft 00:02:11
13 Violin Sonata in C major: II. Langsam 00:03:59
14 Violin Sonata in C major: III. Fuge: Ruhig bewegt 00:07:02

Frank Peter Zimmermann, Violino
Enrico Pace, piano

Frankfurt Radio Symphony Orchestra
Paavo Jarvi

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Hindemith:
Hindemith, o bom gordão: muita coisa saiu desta cabeça de ovo

PQP

Dukas / Kodály / Shostakovich / Hindemith / Johann Strauss / Beethoven / Mozart: Obras regidas pelo grande Ferenc Fricsay

Dukas / Kodály / Shostakovich / Hindemith / Johann Strauss / Beethoven / Mozart: Obras regidas pelo grande Ferenc Fricsay

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ferenc Fricsay (1914-1963) foi um maestro genial, grande intérprete de Beethoven e Mozart, assim como dos húngaros Bartók e Kodály. Mas tudo o que tocava virava ouro. Estudou piano, violino, clarinete, trombone, percussão, composição e regência. Viveu pouquíssimo, 48 anos para ser exato. Estudou música com Béla Bartók, Zoltán Kodály, Ernst von Dohnányi e Leo Weiner. Fricsay fez sua primeira aparição como maestro aos quinze anos de idade. Ele se tornou diretor musical da recém formada Orquestra Sinfônica RIAS na Alemanha em 1949. Também foi maestro titular da Orquestra Sinfônica de Houston em 1954. De 1956 até 1958 ele ocupou o mesmo cargo na Ópera do Estado Bávaro, da Ópera Alemã de Berlim e na Filarmônica de Berlim. Do início da década de 1950 até sua morte ele fez inúmeras gravações com a Deutsche Grammophon. Seu último concerto aconteceu no dia 7 de Dezembro de 1961 em Londres, onde conduziu a Filarmônica de Londres da Sinfonia Nº 7 de Beethoven. Faleceu de um vulgar câncer no estômago.

Estas são gravações ao vivo. O som é bom, mas não é aquela coisa translúcida. Já a interpretação, a concepção que Fricsay tinha da música… Isto está completinho.

Dukas / Kodály / Shostakovich / Hindemith / Johann Strauss / Beethoven / Mozart:
Obras regidas pelo grande Ferenc Fricsay

CD 1:

01. Dukas- The Sorcerer’s Apprentice

02. Kodaly- Dances of Galanta

03. Shostakovich- Symphony No 9- I. Allegro
04. Shostakovich- Symphony No 9- II. Moderato
05. Shostakovich- Symphony No 9- III. Presto
06. Shostakovich- Symphony No 9- IV. Largo
07. Shostakovich- Symphony No 9- V. Allegretto

08. Hindemith- Symphonic Metamorphosis- I. Allegro
09. Hindemith- Symphonic Metamorphosis- II. Moderato
10. Hindemith- Symphonic Metamorphosis- III. Andantino
11. Hindemith- Symphonic Metamorphosis- IV. Marsch

12. Strauss, Johann- Kunstlerleben

CD 2:

01. Beethoven- Leonore Overture No 3

02. Beethoven- Symphony No 3- I. Allegro con brio
03. Beethoven- Symphony No 3- II. Marcia funebre. Allegro assai
04. Beethoven- Symphony No 3- III. Scherzo. Allegro vivace
05. Beethoven- Symphony No 3- IV. Finale. Allegro molto
06. Mozart- Overture to Cosi fan tuttte

RIAS-Symphonie-Orchester
Berlin Radio-Symphonie-Orchester
Berlin Wiener Philharmoniker
Ferenc Fricsay

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Ferenc Fricsay, gênio absoluto da direção orquestral
Ferenc Fricsay, gênio absoluto da direção orquestral

PQP

Bach, Hindemith, C.Guarnieri, Fauré, Schubert e mais, na flauta & piano: dois recitais memoráveis

Duo Morozowicz 1 http://i30.tinypic.com/2vke3kg.jpgPublicado originalmente em 23.07.2010

Como vocês devem imaginar, escolhi vinis pelos quais tenho muito carinho para começar minha carreira de digitalizador amador – mas por estes dois o carinho é todo especial.

Tadeusz Morozowicz (pronunciado Morozóvitch) nasceu na Polônia em 1900, e em 1925 se instalou em Curitiba, onde dois anos depois fundaria o que se diz ter sido a segunda escola de balé do país.

Duo Morozowicz 2 http://i28.tinypic.com/6e3hv5.jpgNão sei se a escola foi mesmo a segunda, mas acho que Tadeusz realizou proeza maior: todos os três filhos foram leading figures da vida artística paranaense da segunda metade do século XX: Milena como coreógrafa, professora de dança, diretora de balé; Zbigniew Henrique como pianista, organista, compositor, professor formal e não formal com sua presença sempre questionadora e profunda; Norton, como flautista – aluno de ninguém menos que Aurèle Nicolet – e mais recentemente também como regente e diretor de festivais.

Henrique e Norton http://i27.tinypic.com/2w7274j.jpgAtuando em duo desde 1971, em 1975 Norton e Henrique resolveram transformar em disco um recital que haviam dado na Sala Cecília Meireles, no Rio. Gravadoras, como se sabe, sempre deram menos bola para qualidade que para a vendabilidade dos nomes; pouquíssimos músicos clássicos brasileiros eram gravados na época, sobretudo se não morassem no Rio. Sempre inventivo, Henrique lançou uma lista de venda antecipada – que tive o gosto de assinar -, e com isso levantou a verba para o primeiro destes discos. Com o segundo, três anos depois, não lembro os detalhes, mas também foi produção independente.

Quer dizer: a circulação destas gravações foi muito limitada até hoje – o que me parece um despropósito, dada a qualidade do material. Bom, pelo menos eu sinto assim. E é claro que, como frente a qualquer artista, pode-se discordar desta ou daquela opção – mas depois de ouvirem algumas vezes, duvido que vocês me digam que estou superestimando devido ao afeto por um professor marcante!

Ainda umas poucas observações: tenho certa preferência pela sonoridade do volume 2, onde Norton optou por menos vibrato e Henrique por menos staccato, mas isso não me impede de me deliciar com o volume 1, que começa com a singeleza das Pequenas Peças de Koechlin (que os franceses pronunciam Keklã, embora eu também já tenha ouvido Keshlã. Não conhecem? Bem, aluno de Fauré, professor de Poulenc e do português Lopes-Graça), passa pela consistência de Hindemith e pelo lirismo espantosamente ‘brasileiro’ da Fantasia de Fauré (para mim a faixa mais marcante), chegando a um final que, a despeito de minhas resistências a Bach no piano, me parece não menos que arrebatador.

Mas o ponto alto do conjunto me parecem ser as Variações de Schubert que ocupam todo um lado do volume 2 – e olhem que Schubert nem está entre meus compositores prediletos. Mas essa peça está, sim, entre as minhas prediletas, implantada que foi por ação desta dupla.

É preciso apontar ainda que em cada disco há uma seqüência de três pequenas peças de Henrique de Curitiba – ‘nome de compositor’ do pianista, adotado nos anos 50, ainda antes dos anos em Varsóvia, enquanto estudava com Koellreuter e Henry Jolles na Escola Livre de Música de São Paulo – junto com tantos nomes decisivos da nossa música, no geral bem mais velhos.

Renée Devrainne Frank foi a primeira professora de piano de Henrique. Nascida na França, emigrada para Curitiba com 9 anos, depois formada em Paris na escola de Alfred Cortot, Renée era casada com o flautista Jorge Frank e formava o Trio Paranaense com a cunhada cellista Charlotte Frank e a violinista Bianca Bianchi – tendo composto consideravelmente para as formações que esse grupo proporcionava. Pode-se dizer que sua peça gravada é puro Debussy fora de época, mas… sinceramente, dá para ignorar a beleza e a qualidade da escrita? Fico pensando em quantas donas Renée terão deixado obras de qualidade, Brasil e mundo afora, e permanecem desconhecidas – enquanto se lambem os sapatos de tantas nulidades promovidas pela indústria & mídia!

Enfim, achei que vocês gostariam de ter a seqüência dos dois discos fluindo juntos numa pasta só – espero não ter me enganado!

DUO MOROZOWICZ
Norton Morozowicz, flauta
Henrique Morozowicz, piano

VOLUME 1
Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles
Rio de Janeiro, 30.05.1975

Charles Koechlin (1867-1950): SEIS PEQUENAS PEÇAS
101 Beau soir (Noite bonita) 1:23
102 Danse (Dança) 0:51
103 Vieille chanson (Velha canção) 0:42
104 Danse printanière (Dança primaveril) 0:53
105 Andantino 1:23
106 Marche funèbre (Marcha Fúnebre) 2:30

Paul Hindemith (1895-1963): SONATA PARA FLAUTA E PIANO (1936)
107 Heiter bewegt (com movimento alegre) 4:51
108 Sehr langsam (muito lento) 4:30
109 Sehr lebhaft (muito vivo) 3:36
110 Marsch (marcha) 1:22

Gabriel Fauré (1845-1924):
111 FANTASIA op.79 5:45

Henrique de Curitiba (1934-2008):
112 TRÊS EPISÓDIOS 3:54

J.S. Bach (1685-1750): SONATA EM SOL MENOR, BWV 1020
113 Allegro 3:40
114 Adagio 2:42
115 Allegro 3:42

VOLUME 2
Gravado ao vivo no Teatro Guaíra
Curitiba, 22.08.1978

Pietro Locatelli (1693-1764): SONATA EM FA
201 Largo 2:31
202 Vivace 2:14
203 Cantabile 4:16
204 Allegro 1:57

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993):
205 IMPROVISO n.º 3 para flauta solo (1949) 3:50

Henrique de Curitiba (1934-2008):
206 TRÊS PEÇAS CONSEQÜENTES para piano solo (1977) 6:19

Renée Devrainne Frank (1902-1979):
207 IMPROVISANDO (1970) 4:15

Franz Schubert (1797-1828):
208 Introdução e variações sobre ‘Ihr Blümlein alle’, op.160 18:34

. . . . . BAIXE AQUI – download here

Ranulfus

Hartmut Rohde, Viola Concertos – Henri Casadesus (1879-1945)/ Johann Christian Bach (1735-1782), Franz Anton Hoffmeister (1754-1812), Georg Philipp Telemann (1681-1767) e Paul Hindemith (1895-1963) [link atualizado 2017]

UM BAITA CD !!

(postado originalmente em 14 de agosto de 2012)

Quando comecei a organizar as obras para viola que possuo, passei, da mesma forma, a vasculhar o imenso acervo postado aqui no P.Q.P.Bach para ver o que encontrava, para complementar minha coleção, e também o que não encontrava, as lacunas do acervo. Quando percebi que aqui não tinha o Concerto para Viola do Telemann, o mais conhecido pelos estudantes do instrumento, fiquei perplexo: “Como assim, não tem? Justo essa obra fantástica?!”. Resolvi então fazer justiça com minhas próprias mãos

Alcei de dentro do meu baú das preciosidades (como se fosse algo muito antigo…) o CD Viola Concertos, que tem as peças executadas com belíssimos solos de Hartmut Rohde, este rapaz com cara de louco aí ao lado. Aliás, gosto muito de loucos, me identifico com eles. O jeito de doidão de Rohde de cara provocou a minha empatia: sai-se daquele padrão de músicos arrumadinhos, engomadinhos e sérios e nos mostra uma forma de ver a música (e até mesmo a vida) como uma coisa menos sisuda, mais divertida, mais cativante, por fim, mais leve.

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E sim, se você anda acompanhando as postagens de viola, realmente já possui metade deste álbum, dois dos quatro concertos, mas não pense que já viu tudo! Hartmut Rohde executa o Concerto de Casadesus/J.C.Bach de forma muito mais marcada e mais pesada, mais próximo do  barroco que a interpretação romântica (ainda que belíssima) de Peter Hatch (aqui). Da mesma forma, Rohde extrai de sua viola um som mais ágil e mais vibrante que o elegante e suave Nils Mönkemeyer no belo concerto de Hoffmeister (que aqui está em andamento mais rápido hoje que a versão da semana passada, aqui). Vale muito mesmo conferir.

Ainda, de lambuja, depois desses dois concertos dignos de louvação, nos é dada a dádiva de ouvir o não à toa famoso concerto para viola de Tellemann (maravilhoso), executado na mãos de tantos violistas, mas muito bem tratado por Rohde, que termina nos presenteando com a melancólica e  belíssima Trauermusik (música fúnebre) de Paul Hindemith. O Cd é, no geral, uma bela seleção de músicas que abarca desde o barroco até o século XX.

Mais um álbum que afirmo de peito estufado que é show de bola! O cara é muito bom! Ouça sem moderação!

Hartmut Rohde
Viola Concertos

Henri Casadesus (1879-1945)
01. Concerto para viola e Orquestra em Dó Menor no Estilo de J. C. Bach – I. Allegro
02. Concerto para viola e Orquestra em Dó Menor no Estilo de J. C. Bach – II. Andante
03. Concerto para viola e Orquestra em Dó Menor no Estilo de J. C. Bach – III. Allegro Vivace

Franz Anton Hoffmeister (1754-1812)
04. Concerto em Ré para Viola e Orquestra – I. Allegro
05. Concerto em Ré para Viola e Orquestra – II. Adagio
06. Concerto em Ré para Viola e Orquestra – III. Rondo

Georg Philipp Telemann (1681-1767)
07. Concerto para viola e Orquestra em Sol Maior – I. Largo
08. Concerto para viola e Orquestra em Sol Maior – II. Allegro
09. Concerto para viola e Orquestra em Sol Maior – III. Andante
10. Concerto para viola e Orquestra em Sol Maior – IV. Presto

Paul Hindemith (1895-1963)
11. Trauermusik – I. Langsam
12. Trauermusik – II. Ruhig Bewegt
13. Trauermusik – III. Lebhaft
14. Trauermusik – IV. Choral, sehr langsam

Hartmut Rohde, viola
Lithuanian Chamber Orchestra Vilnius
Georg Mais, regente
Vilna, Lituânia, 1996

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Bisnaga

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Na minha opinião, Paul Hindemith é uma espécie de rei de um gênero raro — o música de câmara moderna contrapontística. Guardadas as proporções, é um barroco no século XX. Adoro suas composições, cada vez mais gravadas e presentes no repertório da música erudita do hemisfério norte. Ele escreveu sete Quartetos de Cordas, os quais refletem a experiência e a segurança prática de um grande violinista e, mais tarde, violista. Coisa ainda mais rara, ele encarou a viola não como um castigo. O Quarteto No 2 foi escrito em 1918, enquanto ele era um soldado na ativa. Sim, participou da 1ª Guerra Mundial. É uma música dinâmica e enérgica, com uma engenhosa série de variações que parodiam os excessos românticos. Claro, tem um final virtuosístico. O Quarteto No 3 é de 1920 e foi muito bem sucedido quando de seu lançamento. É um exemplo emocionante da imaginação concisa de Hindemith. Este quarteto apaixonado, com seu riquíssimo material, é uma das suas obras-primas de sua música de câmara.

Paul Hindemith (1895-1963): Quartetos de Cordas Nros 2 e 3

String Quartet No. 2 in F Minor, Op. 10
1. I. Sehr lebhaft, straff im Rhythmus 00:06:15
2. II. Thema mit Variationen: Gemachlich 00:10:32
3. III. Finale: Sehr lebhaft 00:16:26

String Quartet No. 3 in C Major, Op. 16
4. I. Lebhaft und sehr energisch 00:10:28
5. II. Sehr langsam – Ausserst ruhige Viertel 00:13:09
6. III. Finale: Ausserst lebhaft 00:07:49

Amar Quartet

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Outra raridade: uma foto de Hindemith com cabelo, em 1923, aos 28 anos.
Outra raridade: uma foto de Hindemith com cabelo, em 1923, aos 28 anos.

PQP

Paul Hindemith (1895-1963): Quinteto, Quarteto, Sonata, todos para Clarinete, e 3 Peças Fáceis

Não pude fazer um bom trabalho de curadoria neste CD. Ouvi-o de longe, durante cerrada conversa com uma amiga no chat do Facebook. Mas, olha, desconheço composições de Hindemith que não sejam contrapontísticas e boas. Na verdade, deveria ouvir melhor o CD, mas como não temos previsão de outra postagem hoje, essa vai assim mesmo. A avaliação da crítica é muito positiva também. As composições são do final dos anos 30, melhor período de Hindemith. Também o Spectrum Concerts Berlin não costuma perder gols. Se fosse você, eu ouviria.

Paul Hindemith (1895-1963): Quinteto, Quarteto, Sonata,
todos para Clarinete, e 3 Peças Fáceis

1. Quartet for Clarinet and Piano Trio*: I. Massig bewegt 7:11
2. Quartet for Clarinet and Piano Trio*: II. Sehr langsam 9:41
3. Quartet for Clarinet and Piano Trio*: III. Massig bewegt 10:46

4. Clarinet Sonata: I. Massig bewegt 5:05
5. Clarinet Sonata: II. Lebhaft 3:01
6. Clarinet Sonata: III. Sehr langsam 7:42
7. Clarinet Sonata: IV. Kleines rondo, gemachlich 2:39

8. 3 Leichte Stucke: No. 1. Massig schnell, munter 1:10
9. 3 Leichte Stucke: No. 2. Langsam 2:48
10. 3 Leichte Stucke: No. 3. Lebhaft 2:07

11. Clarinet Quintet, Op. 30: I. Sehr lebhaft 2:04
12. Clarinet Quintet, Op. 30: II. Ruhig 7:11
13. Clarinet Quintet, Op. 30: III. Schneller Landler 5:48
14. Clarinet Quintet, Op. 30: IV. Arioso, sehr ruhig 3:03
15. Clarinet Quintet, Op. 30: V. Sehr lebhaft 2:14

Spectrum Concerts Berlin

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Hindemith borboleteando nos EUA
Hindemith: borboleteando no exílio norte-americano

PQP

Adams, Antheil, Bernstein, Gershwin, Hindemith, Milhaud, Stravinsky, Raskin: New World Jazz

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sim, sim, um disco extraordinário. Aqui, há várias lições: (1) John Adams ensina como o minimalismo pode ser mais legal sem vidro, (2) como uma orquestra formada por jovens jazzístas acompanhados por músicos eruditos rendem e exploram adequadamente a irreverência deste espetacular repertório, (3) como meu pai tinha razão ao dizer e repetir que da música do século XX, a mais ampla, ventilada, livre e bela fora o jazz e (4) como estão corretos aqueles músicos que olham para cá e para lá. Boa diversão!

Adams, Antheil, Bernstein, Gershwin, Hindemith, Milhaud, Stravinsky, Raskin:
New World Jazz

1. Adams · Lollapalooza 6:33
2. Gershwin · Rhapsodie in Blue 17:24 (Michael Tilson Thomas, piano)
3. Bernstein · Prelude, Fugue and Riffs 8:29
4. Milhaud · La creation du monde 17:54
5. Stravinsky · Ebony Concerto 9:32
6. Hindemith · Ragtime 3:22
7. Antheil · A Jazz Symphony 11:53
8. Raskin · The Bad and the Beautiful 3:47

New World Symphony
Michael Tilson Thomas

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John Adams: aula máxima de minimalismo

PQP

Paul Hindemith (1895-1963) – Obras para Violoncelo e Piano (Link Restaurado)

Postado originalmente em 15 de fevereiro de 2008.

É interessante como Hindemith colocou-se frente à música de sua época. Depois de uma infância de menino superdotado e de um início de carreira com agudo senso de provocação – revolucionário mesmo -, o compositor sentiu necessidade de ordem e, ao mesmo tempo que Stravinski mergulhava em partituras de Pergolesi, ele fazia sua virada estilística estudando J.S. Bach e Händel. As duas primeiras obras deste CD são do primeiro período e a terceira é de depois da virada. Este “passo atrás” foi acompanhado de um coro de críticas ao seu “neobarroquismo”, porém suas Kammermusik fizeram indesmentível sucesso (já postamos algumas em nosso PQP) e… são concertos de câmara para diversos instrumentos solistas dentro da estrutura dos Concertos de Brandenburgo. O enfant terrible do passado institucionalizou-se. Ao final de sua vida, Hindemith escreveu um Ludus Tonalis, espécie de Cravo bem temperado moderno. De certo modo, seu retorno a Bach foi sem volta… Mas é justamente sua polifonia e barroquismo que me agradam.

Este CD não chega a ser uma obra-prima, mas também não é decepcionante.

Paul Hindemith – Obras para Violoncelo e Piano

Three Pieces for Cello and Piano, Op. 8 (1917)
1. Capriccio In A Major
2. Phantasiestuck
3. Scherzo

Sonata for Cello and Piano, Op. 11 no 3 (1919)
4. 1st Movement
5. 2nd Movement

Sonata for Cello and Piano (1948)
6. I. Pastorale
7. II. Moderately Fast
8. III. Passacaglia

Emil Klein (Cello)
Wolfgang Manz (Piano)


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Postado pelo PQP. Restaurado pelo Carlinus

Paul Hindemith (1895 – 1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt

Há compositores difíceis de defender. E Hindemith é um deles. Já ouvi críticas severas, mas bem coerentes sobre a não espontaneidade de suas obras. Já certos ouvintes (como eu) que tem profunda admiração por Hindemith, não encontram argumentos suficientes para defendê-lo. Não consigo dizer porque gosto de Hindemith. Às vezes, numa mesma obra, posso sentir tédio e grande empolgação. Mas nunca deixei de ficar fascinado com sua técnica e virtuosismo. Ludus Tonalis para piano (algo como um cravo bem temperado do século XX) é um bom exemplo do que falo. Difícil ir até o fim sem bocejar, mas ouvindo com cuidado podemos esbarrar nas mais belas passagens já escritas. Dependendo com que disposição o ouvinte esteja, Hindemith pode ser um grande compositor ou um tremendo chato.

As duas obras desse disco, Symphonia Serena e Symphonia “Der Harmonie der Welt”, são ótimos exemplos do que falei, de como agarrar ou afastar o ouvinte. A riqueza orquestral dessas duas obras são inegáveis, mas podem cansar um ouvinte a procura de um sentido ou de uma estrutura. São sinfonias completamente anti-shostakovichianas. Mas nem tão pouco são vazias de expressividade.

Sentem suas bundas nas cadeiras e decidam.

CDF

1. Symphonia Serena: Moderately fast
2. Geschwindmarsch by Beethoven. Paraphrase. Wind instruments only. Rather fast
3. Colloquy. String orchestra in two sections. Quiet
4. Finale. Gay
5. Harmonie der Welt: No. 1, “Musica Instrumentalis”
6. No. 2, “Musica Humana”
7. No. 3, “Musica Mundana”

Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra
Conducted by Herbert Blomstedt

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Paul Hindemith (1895 – 1963): Sinfonia Matias, o pintor / Nobilissima Visione / Metamorfoses Sinfônicas

A sinfonia Mathis der Maler (Mathias, o pintor) foi estreada em 12 de março de 1934, em Berlim, sob a direção de Wilhelm Furtwängler. De caráter descritivo, o primeiro movimento (Concerto de anjos) é o prelúdio ao primeiro ato da ópera que inicia de forma lenta e calma seguido do canto popular Es sungen drei Engel ein süsses Lied (Três anjos cantavam uma doce melodia) enunciado pelos trombones e retomado pelos sopros; o segundo tema aparece com as cordas, de caráter lírico, com dois motivos que se unem em forma fugato. O segundo movimento, Grablegung (Descida ao túmulo) é um interlúdio entre duas cenas do sétimo ato da ópera. É uma lamentação fúnebre na qual um oboé e depois uma flauta descrevem sua infinita tristeza. O terceiro movimento Versuchung des heiligen Antonius (Tentação de Santo Antonio) inspira-se no sexto ato da ópera, com uma cena onírica na qual Mathias se vê sob as feições de Santo Antonio atormentado pelos demônios. Um grande recitativo dramático antecede uma entrada furiosa do coro dos demônios em um contraste surpreendente. As cordas será finalmente dominada pelas madeiras expressando sob a forma de hino o coral Lauda, Sion, Salvatorem. É com toda a potência dos metais que, com o Alleluia final, virá o final da obra.

Nobilissima Visione continua o espírito metafísico de Matias. Sua bela Passacaglia final é uma comovida oração para que o nobre Adriano Menezes e Albuquerque não venha mais ao blogue. Sério!

As Metamorfoses Sinfônicas sobre Temas de Carl Maria von Weber, escritas no exílio americano do compositor, têm humor e fantasia que não penetram em meu coração, apesar do Screzo que — tá, tudo bem — é legalzinho.

Mathis der Maler Symphony
1. Engelkonzert: Ruhig bewegt – Ziemlich lebhafte Halbe 00:08:44
2. Grablegung: Sehr langsam 00:04:38
3. Versuchung des heiligen Antonius: Sehr langsam, frei im Zeitmass – Sehr lebhaft 00:13:02

Nobilissima Visione: Tanzlegende
4. Einleitung und Rondo 00:08:24
5. Marsch und Pastorale 00:08:00
6. Passacaglia 00:05:33

Symphonic Metamorphosis on Themes of Carl Maria von Weber
7. Allegro 00:04:18
8. Turandot: Scherzo 00:08:10
9. Andantino 00:03:39
10. Marsch 00:04:20

Total Playing Time: 01:08:48

New Zealand Symphony Orchestra
Franz-Paul Decker

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