Georg Muffat (1653-1704) / Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704): Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

Georg Muffat (1653-1704) / Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704): Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aqui está um verdadeiro tesouro do antigo catálogo do selo Archiv da Deutsche Grammophon. Este maravilhoso programa de obras instrumentais de Muffat e Biber foi gravado em 1965, interpretado por um conjunto que esteve entre os verdadeiramente grandes pioneiros da performance historicamente informada: o Concentus Musicus Wien, dirigido por Nikolaus Harnoncourt (1929-2016). O som dá a impressão de que foi gravado ontem e a interpretação idem. Harnoncourt era um gênio e só mesmo um mau caráter como Karajan para fazer de tudo a fim de acabar com sua carreira. (Entre outras agressões, Harnoncourt, que era violoncelista da Orquestra Filarmônica de Viena, foi excluído de lá, de Berlim e de Salzburgo depois que começou a reger grupos que utilizavam instrumentos de época, de uma maneira que contrariava a ortodoxia proposta e imposta por Karajan.)

Este disco tem como subtítulo ‘Música da corte barroca austríaca’, uma vez que ambos os compositores trabalharam na Áustria, embora Biber fosse boêmio de nascimento, enquanto Muffat era de ascendência escocesa, mas nasceu na Saboia. As duas obras de Muffat aqui gravadas, a Suite Indissolubilis Amicitia e o Concerto Bona Nova, são belas peças muito distintas entre si e que exemplificam a maneira de Muffat fundir os costumes franceses e italianos em voga na época num estilo próprio, único e altamente atraente. Ilustram também o hábito envolvente do compositor de nomear as suas obras com títulos filosóficos, emocionais ou programáticos – neste caso “amizade eterna” e “boas notícias”. Nas mãos de CMW e Harnoncourt eles soam maravilhosos, com a textura do concerto em particular colorida de forma distinta pelos oboés e fagotes barrocos do conjunto.

As obras de Biber são três sonatas — incluindo uma peça incomum para dois violinos e trombone solo — e a Battalia a 10, esta última frequentemente gravada em outras coleções desde sua primeira aparição em disco. É interessante notar que, na sua crítica original e favorável, o crítico da revista inglesa Gramophone (nome omitido aqui para proteger o ignóbil) chamou esta peça de “bastante infantil”; mas felizmente a maioria dos revisores desse artigo estão demonstrando atualmente uma atitude melhor. O ponto principal, porém, é que as obras escolhidas para este disco ainda sintetizam a beleza, a expressividade e a humanidade da música instrumental barroca no seu melhor. A banda de Harnoncourt demonstra tudo isso em seus instrumentos históricos com texturas gloriosas e em estilo soberbamente idiomático.

Georg Muffat / Heinrich Ignaz Franz Biber: Suiten & Sonaten (Concentus Musicus Wien / Harnoncourt)

Georg Muffat (1653-1704)
Indossolubilis Amicitia (Indissoluble Friendship)
Composed By – Georg Muffat
(16:30)
1 Ouverture 4:29
2 Les Courtisans 1:22
3 Rondeau 2:28
4 Les Gendarmes 0:51
5 Les Bossus 1:03
6 Gavotte 1:05
7 Sarabande Pour Le Génie De L’Amitié 1:57
8 Gigue 1:35
9 Menuet 1:50
Concerto I: Bona Nova (Good News)
Composed By – Georg Muffat
(10:17)
10 Sonata. Grave – Allegro 4:08
11 Ballo. Allegro 1:40
12 Grave 1:02
13 Aria 1:32
14 Giga 1:55

Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)
Die Pauern Kirchfahrt (Country Churchgoing)
Composed By – Heinrich Ignaz Franz Biber
(6:22)
15 Sonata. Adagio – Presto 1:33
16 Die Pauern Kirchfahrt – Adagio 2:19
17 Aria 2:30
Sonata a 2 Violini, Trombone, Violone In D Minor (6:52)
18 (Allegro Non Troppo) 0:34
19 (Poco Allegro) 0:46
20 (Adagio) 1:04
21 (Allegro) 0:21
22 (Adagio) 1:16
23 (Poco Allegro) 0:17
24 (Adagio) 0:55
25 (Allegro) 0:19
26 (Allegro) 1:21
Sonata VIII In B Flat Major
Composed By – Heinrich Ignaz Franz Biber
(5:18)
27 Allegro 1:33
28 (Presto) 2:39
29 Presto – Adagio 1:06
Battalia (Battle) a 10 (7:44)
30 Sonata. Allegro 0:58
31 Allegro: Die Liederliche Gesellschaft Von Allerley Humor 0:41
32 Presto 0:37
33 Der Mars 1:04
34 Presto 0:34
35 Aria 1:48
36 Die Schlacht 0:44
37 Adagio: Lamento Der Verwundten Musquetierer 1:18

Concentus Musicus, Vienna*
Nikolaus Harnoncourt

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A reação de Harnoncourt ao tal crítico

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Georg Muffat (1653-1704): Armonico tributo (1682)

Georg Muffat (1653-1704): Armonico tributo (1682)

Muitas vezes fico pensando no tamanho da música barroca. É algo verdadeiramente interminável. Este Armonico tributo, desconhecido para mim até dez dias atrás não é algo absolutamente necessário a sua cedeteca, mas em hipótese alguma são obras de desprezíveis ou esquecíveis. A gravadora deste excelente registro deve ter falido, pois, mesmo o disco sendo novo, de 2005, a Amazon já acusa que sua produção foi descontinuada. Uma pena, é um belíssimo e super-informativo CD.

Georg Muffat nasceu na França em 1653. Foi organista em Estrasburgo, depois em Salzburgo e mestre de capela em Passau. Deixou suítes para orquestra, sonatas, concerti grossi e peças para órgão.

Muffat – Armonico tributo (1682)

Sonata I 13’28”

1 Grave
2 Allegro e presto
3 Allemanda Grave e forte
4 Grave
5 Gavotta Allegro e forte
6 Grave
7 Menuet Allegro e forte

Sonata II 13’50”

8 Grave
9 Allegro
10 Grave
11 Forte e allegro
12 Aria
13 Grave
14 Sarabanda Grave
15 Grave
16 Borea Alla breve

Sonata III 8’35”

17 Grave
18 Allegro
19 Corrente
20 Adagio
21 Gavotta
22 Rondeau

Sonata IV 8’43”

23 Grave
24 Balletto
25 Adagio
26 Menuet
27 Adagio
28 Aria Presto

Sonata V 21’31”

29 Allemanda Grave
30 Adagio
31 Fuga
32 Adagio
33 Passacaglia Grave

TEMPO TOTALE 66’35”

Ars Antiqua Austria, dir. Gunar Letzbor
violini: Gunar Letzbor, Ilia Korol
viole: Peter Aigner, Susanna Haslinger
viola da gamba, violoncello: Claire Pottinger-Schmidt
arciliuto: Luciano Contini
clavicembalo, organo: Norbert Zeilberger

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Muffatão
Muffatão

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Un Viaggio a Roma – Händel, Scarlatti, Corelli, Stradella, Muffat – Concerto Italiano – Sandrine Piau, Sara Mingardo – 2018

Un Viaggio a Roma

Händel, Scarlatti
Corelli, Stradella, Muffat

Concerto Italiano
Rinaldo Alessandrini

Sandrine Piau – soprano
Sara Mingardo – contralto

2018

Händel, Scarlatti, Corelli, Stradella, Muffat… De 1650 a princípios do século XVIII, Roma exerceu um imenso poder de atração a compositores de toda a Europa e experimentou um momento intenso de atividade musical, por causa da – ou apesar de – administração papal. Foi um período próspero com um caldeirão de influências. 

O programa idealizado pelo maestro romano Rinaldo Alessandrini oferece uma visão pessoal e completa da época, apaixonada e secular, lírica (feita sublime por Sandrine Piau) e orquestral, romântica em todos os sentidos. Rinaldo Alessandrini é uma das principais figuras da cena musical internacional. Sua predileção pelo repertório italiano e sua constante preocupação com as características expressivas próprias do estilo italiano dos séculos XVII e XVIII são os fatores decisivos que orientam sua abordagem musical e suas opções interpretativas, tanto como chefe do Concerto Italiano, de que é o fundador e diretor, como solista e maestro convidado. (ex-internet)

Georg Friedrich Händel (Germany,1685-England,1759)
01. Overture in B-Flat Major, HWV 336
02. Aci, Galatea e Polifemo, HWV 72 – I. Duetto. Sorge il di-Spunta l’aurora
03. La resurrezione, HWV 47 – Aria. Disserratevi, o porte d’averno
04. Il trionfo del Tempo e del Disinganno, HWV 46a – Pure del cielo, intelligence eterne
05. Il trionfo del Tempo e del Disinganno, HWV 46a – Tu del ciel ministro eletto
Antonio Alessandro Boncompagno Stradella, (Itália, 1643 – 1682)
06. Sonata a 8 viole con una tromba in D Major – I. Allegro
07. Sonata a 8 viole con una tromba in D Major – II. Aria
08. Sonata a 8 viole con una tromba in D Major – III. Canzona
09. Sonata a 8 viole con una tromba in D Major – IV. Aria
10. San Giovanni Battista – Sinfonia
11. San Giovanni Battista – Deh, che piu tardi
12. San Giovanni Battista – Queste lagrime, e sospiri
Georg Muffat (França, 1653 – Alemanha, 1704)
13. Concerto grosso No. 12 in G Major ‘Propitia sydera’ – V. Ciacona
Alessandro Scarlatti (Italy, 1660 – 1725)
14. Su le sponde del tebro, H. 705 – I. Sinfonia
15. Su le sponde del tebro, H. 705 – II. Recitativo. Su le sponde del tebro
16. Su le sponde del tebro, H. 705 – III. Aria. Contentatevi, o fidi pensieri
17. Su le sponde del tebro, H. 705 – IV. Recitativo. Mesto, stanco, e spirante
18. Su le sponde del tebro, H. 705 – V. Aria. Infelici miei lumi 18 de 25
19. Su le sponde del tebro, H. 705 – VI. Aria. Dite almeno, astri crudeli
20. Su le sponde del tebro, H. 705 – VII. Recitativo. All’ aura, al cielo, ai venti
21. Su le sponde del tebro, H. 705 – VIII. Aria. Tralascia Pur Di Piangere
Arcangelo Corelli (Itália, 1653-1713)
22. Concerto grosso in D Major, Op. 6 No. 4 – I. Adagio-Allegr
23. Concerto grosso in D Major, Op. 6 No. 4 – II. Adagio
24. Concerto grosso in D Major, Op. 6 No. 4 – III. Vivace
25. Concerto grosso in D Major, Op. 6 No. 4 – IV. Giga. Allegro

Un viaggio a Roma – 2018
Concerto Italiano
dir. Rinaldo Alessandrini
Sandrine Piau & Sara Mingardo

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Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

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“…nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
senão, amor, eu morro”.
                        Neruda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Boa audição!

Avicenna

 

21º Festival de Música de Juiz de Fora: Georg Muffat (1653-1704) & J S Bach (1685-1750) & Lobo de Mesquita (1746- 1805): Acervo PQPBach

2805d0621º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora
2010

Com instrumentos de época. On period instruments.

 

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita nasceu na Vila do Príncipe do Serro do Frio ( atual Serro – MC) por volta de 1746, provavelmente filho de um português e de uma escrava africana. Viveu, estudou e compôs várias músicas nessa Vila até 1783, quando se transferiu para o Arraial do Tejuco (atual Diamantina, MG), onde atuou intensamente como professor, organista e compositor. Os últimos anos de sua vida foram menos dedicados à composição e mais à procura de oportunidades profissionais em centros de maior atividade musical: em 1798 mudou-se para Vila Rica (atual Ouro Preto, MG) e, pouco tempo depois, para o Rio de Janeiro, a capital da colônia, onde morreu em 1805, depois de trabalhar por quatro anos como organista na Ordem Terceira do Carmo.

As duas pequenas e preciosas composições de Lobo de Mesquita, selecionadas dentre as mais de cinquenta hoje conhecidas desse autor, são ricamente interpretadas neste CD pela Orquestra Barroca do XXI Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, liderada pelo talentoso e internacionalmente reconhecido Luís Otávio Santos.

Congratulamini mihi, a primeira de suas composições aqui gravadas, é aparentemente um Responsório destinado ao louvor a Nossa Senhora do Carmo, apesar de diferenças estruturais com o Responsório que normalmente integrava suas Matinas. Publiquei esta peça no v.1 da série Patrimônio Arquivístico – Musical Mineiro (PAMM 02), impresso pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais em 2008. A edição, que incluiu a reconstituição das partes de trompas, foi feita a partir do único manuscrito até agora conhecido dessa música (arquivado na Casa de Cultura de Santa Luzia, MG), copiado na primeira metade do século XIX e nunca antes referido nos catálogos de obras de Lobo de Mesquita. É interessante destacar também que esta é a primeira gravação do Congratulamini mihi de Lobo de Mesquita, o que somente reforça a importância desta iniciativa do Centro Cultural Pró- Música e, em particular, de seu diretor artístico Luís Otávio Santos.

Salve Regina é uma Antífona de Nossa Senhora, destinada a várias funções litúrgicas e paralitúrgicas, entre elas as Vésperas e as Missas dominicais. A única edição até agora existente dessa obra foi publicada por Francisco Curt Lange em Mendoza (Argentina) no ano de 1951, a partir do também único manuscrito conhecido (hoje arquivado no Museu da Inconfidência ), copiado em 1787 no Arraial do Tejuco, provavelmente pelo próprio compositor.

Como é freqüente nas composições de Lobo de Mesquita e de seus contemporâneos mineiros, suas obras participaram do estilo europeu do período, apesar da notória simplicidade, de uma certa defasagem cronológica e do “sotaque’ local. Percebemos que sua sonoridade herdou o comedimento da música sacra européia, mas também a dramaticidade da ópera setecentista, nessa época ainda mais preocupada com a beleza musical do que com a sua expressividade ou sentimentalidade, que seriam mais importantes apenas no século XIX. A maestria de Lobo de Mesquita, contudo, fez com que suas obras fossem mais numerosamente preservadas do que as de qualquer outro compositor mineiro do século XVIII.

Para além dos necessários aspectos técnico-musicológicos, no entanto, é sempre interessante perguntar por que damos ou deveríamos dar atenção às obras desse ou de outros compositores que participaram da formação do que é hoje o Brasil, quando o repertório internacional já conta com obras tão exuberantes e tão numerosas de Vivaldi, Bach, Mozart, Haydn e vários outros, para citar apenas autores do século XVIII? É certo que interesses religiosos, nacionalistas, regionalistas e institucionais, embora hoje irrelevantes ou pouco significativos em termos humanos, motivaram várias iniciativas musicais no decorrer do século XX, mas adotar exclusivamente tais motivações, em meio aos desafios bem mais profundos e complexos da atualidade, parece-me enorme falta de criatividade e desinteresse pela vida.

Sabemos que Vivaldi, Bach, Mozart e Haydn produziram muitas obras hoje internacionalmente idolatradas por sua beleza e genialidade, em grau incomparavelmente superior ao de toda a música de seus contemporâneos no Brasil e em todo o continente americano do período. Mesmo reconhecendo sua real e imensa contribuição cultural, é preciso considerar que os citados compositores não foram filhos de escravos africanos, nem mestiços nascidos em uma colônia européia na América, mais destinada à extração e envio de riquezas para a Europa do que à formação de uma sociedade melhor; não foram tratados com devastador preconceito pela sociedade branca da época, que neles viam quase somente seus servidores e não pessoas com necessidades físicas, sociais e espirituais; não tiveram que aprender música europeia fora da Europa e em condições precárias, a partir de pouquíssimos modelos e com os escassos e talvez despreparados mestres, que corajosamente se aventuraram por vilas recém-fundadas, dezenas de milhares de quilômetros distantes dos centros de emanação da cultura branca do período; não enfrentaram a forte competição profissional e a luta pela sobrevivência em meio a condições de vida bem mais desfavoráveis que as do Velho Mundo: nem tiveram a maior parte de suas composições perdidas ou mutiladas e nem impressas dois séculos após sua morte, por musicólogos que enfrentaram a inexistência ou incipiência do ensino musicologico em seus países, que driblaram o pouco interesse do público e da mídia para fazer circular esse tipo de repertório e que obtiveram, com muita dificuldade, os recursos para tal. Se Vivaldi, Bach, Mozart e Haydn tivessem nascido e vivido em Minas Gerais no século XVIII, provavelmente não teriam feito mais do que lá fez Lobo de Mesquita. E suas composições estariam começando a ser divulgadas apenas nas últimas décadas do século XX…

Mais do que compositor de uma religião, de uma instituição, de um país ou de uma de cidade, Lobo de Mesquita é um exemplo humano de criatividade, de adaptação a uma cultura imposta e de superação de condições de vida e de trabalho bastante desfavoráveis. É possível que, além de se perguntar o que ele deveria ser em sua sociedade, o compositor mulato tenha se perguntado o que ele poderia ser apesar dela? Se, para alguns, é o meio que produz o homem, é preciso admitir, diante de casos como este, que muitas vezes o homem supera as limitações impostas pelo meio e atinge resultados imprevistos e surpreendentes. Lobo de Mesquita fez, há duzentos anos, o que poucos de nós conseguiríamos fazer hoje em dia. Por que então, em lugar de diminuir o seu significado ou de julgá-lo a partir da cultura europeia, não poderíamos aprender com ele a superar nossos próprios limites e nossas condições de vida? Não temos garantias de que as religiões, as instituições, os países ou as cidades farão isso por nós.

(Paulo Castagna, extraído do encarte)

Orquestra Barroca
Georg Muffat (Savoy, France, 1653-1704)
01. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 1. Ouverture
02. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 2. Balet
03. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 3. Air
04. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 4. Bourrée
05. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 5. Gigue
06. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 6. Gavotte
07. Suite “Gratitudo” em ré menor, extraída de “Florilegium Primum” 7. Menuet
08. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 1. Grave
09. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 2. Allegro
10. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 3. Grave
11. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 4. Aria
12. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 5. Grave
13. Sonata 2 em sol menor, extraída de “Armonico Tributo” 6. Borea
14. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 1. Ouverture
15. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 2. Balet
16. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 3. Bourrée
17. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 4. Rondeau
18. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 5. Gavotte
19. Suite “Sperantis Gaudia” em sol menor, extraída de “Florilegium Primum” 6. Menuet I et II
20. Sonata 5 em sol Maior, extraída de “Armonico Tributo” 1. Allemanda
21. Sonata 5 em sol Maior, extraída de “Armonico Tributo” 2. Adagio
22. Sonata 5 em sol Maior, extraída de “Armonico Tributo” 3. Fuga
23. Sonata 5 em sol Maior, extraída de “Armonico Tributo” 4. Adagio
24. Sonata 5 em sol Maior, extraída de “Armonico Tributo” 5. Passagaglia Grave
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
25. Ouverture (suite) n. 4 em ré Maior, BWV 1069 1. Ouverture
26. Ouverture (suite) n. 4 em ré Maior, BWV 1069 2. Bourrée I et II
27. Ouverture (suite) n. 4 em ré Maior, BWV 1069 3. Gavotte
28. Ouverture (suite) n. 4 em ré Maior, BWV 1069 4. Menuet I et II
29. Ouverture (suite) n. 4 em ré Maior, BWV 1069 5. Réjouissance
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
30. Salve Regina
31. Congratulamini mihi

21º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora – 2010
Orquestra Barroca, Maestro Luis Otávio Santos

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Outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

comic-shadow-aragones-faithless

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

Georg Muffat (1653-1704): Florilegium Primum (1695)

Georg Muffat (1653-1704): Florilegium Primum (1695)

Muffat nasceu em Megève, Saboia (hoje território francês). É considerado alemão, apesar da ascendência escocesa e de Saboia. Estudou em Paris com Jean-Baptiste Lully entre 1663 e 1669. Já sentiram que o cara era eclético ou ao menos tinha variadas culturas na cabeça, né? Pois saibam que Georg Muffat teve um papel importante como introdutor dos estilos francês e italiano no universo musical germânico. Conhecia Lully e Corelli – foi aluno do primeiro, como já dissemos, e conheceu os maravilhosos concerti grossi do segundo. Pôde então identificar e trazer para sua música a expressão italiana e a leveza do bailado francês. Fazia fusion barroco. Era um baita organista. Os Florilegium Primum & secundum, ambos de 1695, são Suítes Orquestrais. Um bom disco, muito agradável.

Georg Muffat (1653-1704): Florilegium Primum (1695)

Fassiculus 1 “Eusebia” (aus Florilegium Primum)
1. Ouverture: Allegro
2. Air
3. Sarabande
4. Gigue 1
5. Gavotte
6. Gigue 2
7. Menuett

Fassiculus 2 “Sperantis Gaudia” (aus Florilegium Primum)
1. Ouverture: Presto
2. Balet
3. Bourée
4. Rondeau
5. Gavotte
6. Menuet 1 – Menuet 2

Fassiculus 3 “Gratitudo” (aus Florilegium Primum)
1. Ouverture: Allegro
2. Balet
3. Air
4. Bourée
5. Gigue
6. Gavotte
7. Menuet

Fassiculus 4 “Impatientia” (aus Florilegium Primum)
1. Symphonie: Grave – Presto
2. Balet
3. Canaries
4. Gigue
5. Sarabande
6. Bourée
7. Chaconne

Fassiculus 5 “Sollicitudo” (aus Florilegium Primum)
1. Ouverture: Allegro
2. Allemande
3. Air
4. Gavotte
5. Menuet 1 – Menuet 2
6. Bourée

Fassiculus 6 “Blanditiae” (aus Florilegium Primum)
1. Ouverture: Presto
2. Sarabande
3. Bourée
4. Chaconne
5. Gigue
6. Menuet
7. Echo

Fassiculus 7 “Constantia” (aus Florilegium Primum)
1. Air: Grave
2. Entrée des Fraudes
3. Entrée des Insultes
4. Alla breve, e presto – Allegro
5. Gavotte
6. Bourée
7. Menuet 1 – Menuet 2 – 8. Gigue

Ars Antiqua Austria
Gunar Letzbor

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Dirck Hals, Musicians, 1623
Dirck Hals, Musicians, 1623

PQP

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) e Georg Muffat (1653-1704): Der Türken Anmarsch

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) e Georg Muffat (1653-1704): Der Türken Anmarsch

Belíssimo CD. Boas músicas e linda sonoridade do trio. O barroco parece não ter fim. Cada vez ouvimos mais maravilhas. O violinista John Holloway é um músico que tem melhorado constantemente seu desempenho. As quatro sonatas aqui Biber registradas são cheias de contrastes e surpresas. Ah, e se você já se perguntou sobre a diferença que as cordas de tripa dão a um violino, faça o favor de colocar este CD. Você vai ouvir enorme diferença.

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) e Georg Muffat (1653-1704): Der Türken Anmarsch

1 Biber: Sonata “Victori der Christen” for violin & continuo in A minor 9:45
2 Biber: Sonata for violin & continuo No. 1 in A major (Sonatae Violino Solo No. 1), C. 138 11:21
3 Biber: Sonata for violin & continuo No. 2 in D minor (Sonatae Violino Solo No. 2), C. 139 8:28
4 Biber: Sonata for violin & continuo No. 5 in E minor (Sonatae Violino Solo No. 5), C. 142 10:54
5 Biber: Sonata for violin & continuo No. 8 in G major (Sonatae Violino Solo No. 8), C. 145 9:29
6 Muffat: Sonata for violin & continuo in D major 12:52

John Holloway, violin
Aloysia Assenbaum, organ
Lars Ulrik Mortensen, harpsichord

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John Holloway, esse nasceu na e para a música barroca
John Holloway, esse nasceu na e para a música barroca

PQP

Biber (1644-1704), Muffat (1653-1704), Rosenmüller (c.1620-1684), Scheidt (1593-1661), Schmelzer (c.1620-1680), Froberger (1616-1667), Kuhnau (1660-1722): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 16, 17 e 18 de 21)

Biber (1644-1704), Muffat (1653-1704), Rosenmüller (c.1620-1684), Scheidt (1593-1661), Schmelzer (c.1620-1680), Froberger (1616-1667), Kuhnau (1660-1722): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 16, 17 e 18 de 21)


IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda a série aqui, ó.

Aqui, a coisa fica mais alemã e indiscutivelmente melhor do que o grupo de CDs anteriores. O show de Leonhardt está no Froberger e no Kuhnau — apesar da narrativa — dos CDs 17 e 18, em minha opinião, mas ouvi apenas uma vez. Posso estar errado, claro.

CD 16:
Heinrich Ignaz Franz von Biber

Harmonia Artificiosa-Ariosa: Diversi Mode Accordata
01. Pars III

Mensa Sonora: Seu Musica Instrumentalis
02. Pars III

Fidicinium Sacro-Profanum
03. Sonata No. 3
04. Sonata No. 4
05. Sonata No. 5
06. Sonata No. 6

Georg Muffat

Armonico Tributo
07. Sonata No.2 In G Minor

Johann Rosenmüller
08. Sonata No.7 A 4

Samuel Scheidt
09. Paduan A 4

Johann Heinrich Schmelzer

Sacro-Profanus Concentus Musicus
10. Sonata No. 7 A 5
11. Sonata No. 9 A 5

Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ

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CD 17:
Johann Jakob Froberger
01. Capriccio No. 2
02. Fantasia No. 3
03. Toccata No. 11, “Da Sonarsi Alla Levatione”
04. Ricercar No. 2
05. Canzona No. 2
06. Toccata No. 9

Suite No. 18
07. I Allemande
08. II Gigue
09. III Courante
10. IV Sarabande
11. Toccata No. 18

Suite No. 12
12. I Lamento Sopra La Dolorosa Perdita Della Real Msta
Di Ferdinando IV, Re De Romani (Allemande) – Gigue
13. II Courante
14. III Sarabande

Gustav Leonhardt, organ / harpsichord

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CD 18:
Johann Kuhnau

Musicausche Vorstellung Einiger Biblischer Historien
Musical Depiction Os Certain Biblical Stories
Representation Musicale De Quelques Histoires Bibliques

01-10. Sonata No. 1: Der Streit Zwischen David Und Goliath
The Combat Between David And Goliath
Le Combat Entre David Et Goliath

11-14. Sonata No. 2: Der Von David Vermittelst Der Music Curirte Saul
Saul Healed By David With The Help Of Music
Sauel Gueri Par David Grace A La Musique

15-23. Sonata No. 3: Jacobs Heyrath
The Marriage Of Jacob – Le Marriage De Jacob
Gustav Leonhardt, organ / harpsichord / narration

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Mestre!
Mestre!

PQP

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 2 de 29

É outra surpresa desta coleção. E é mais um francês, imaginem! O que posso dizer a não ser que é um belo disco deste sujeito que estudou com Lully e depois saiu correndo de seu país? Conhecia obras orquestrais de Muffat e surpreendi-me com a consistência destas composições nas quais André Pirro, em “L’Art des organistes”, reconheceu a proximidade aos italianos pela técnica do órgão: “é verdade que ele indica quando a pedaleira deve reforçar o teclado e quando deve tocar sozinho, mas ele também deve admitir, como Frescobaldi, que escreve sopra i pedali e senza; apesar de evitar usar teclados separados”.

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 2/29

Apparatus Musico-Organisticus 76’08
Georg Muffat

1. Toccata No. 10 In D Major
2. Toccata No.2 In G Minor
3. Toccata No.9 In E Minor
4. Toccata No.7 In C Major
5. Toccata No.3 In A Minor
6. Toccata No.12 In B Flat Major
7. Toccata No.5 In C Major
8. Toccata No.1 In D Minor
9. Toccata No.8 In G Major
10. Toccata No.11 In C Minor
11. Toccata No.4 In E Minor
12. Toccata No.6 In F Major

Rene Saorgin, órgão

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Chaconne – Recital do Musica Antiqua de Köln

Vamos novamente falar a sério. Aproxime-se, caro leitor-ouvinte do PQP. Sente-se. Os grupos de música barroca inventaram um novo e interessante gênero de CD. Eles selecionam uma série de obras afins – mesmo que secretamente afins… – e as interpretam como num recital. Sim, um recital com lógica e não como a maioria dos concertos que assistimos, meras livres e esquizofrênicas associações. Nesta categoria de CDs, há um grande campeão: o Musica Antiqua de Colônia. Reinhard Goebel é insuperável em conhecimento, descoberta e escolha de obras. Vocês não imaginam a incrível qualidade do CD que ora postamos e diria que a grande estrela dele é… Pezel. Hum… claro, mas quem é Johann Christoph Pezel? Amigos, não faço a menor idéia. Pesquisem e depois me informem.

Já a definição de chacona é fácil. Do italiano ciaccona, é uma forma musical baseada na variação de uma pequena progressão harmônica repetida. Originalmente, foi uma rápida dança-canção da Espanha, com um texto muitas vezes grosseiro, mas tornou-se uma dança lenta, às vezes muito lenta, em compasso ternário e que surgiu, inicialmente, no século XVI . Atualmente, a chacona é entendida, de uma maneira um tanto ou quanto arbitrária, como um conjunto de variações numa progressão harmônica em contraposição à variação baseada num padrão melódico do baixo, ao qual foi, da mesma forma, identificado artificialmente como uma passacaglia). Na história da música, considerando a maneira em que uma peça musical é construída, a razão para a escolha dos compositores entre os termos “chaconne” e “passacaglia” não é tão claramente distinguível. (Parágrafo copiado da Wikipedia; fiz alterações.)

Altamente recomendado. É um trabalho esplêndido do MAK.

Chaconne ~ Blow, Corelli, Muffat, Pezel, Purcell, Lully, Marini

1. Lully: Chanconne in G
2. Marini: Passacaglio in g
3. Corelli: Ciacona in G
4. Purcell: Chacony in g, Z 730
5. Purcell: Chacony in g, Z 807
6. Blow: Chacony in G
7. Mayr: Passacalia-Grave in B
8. Pezel: Sonata-Ciacona in B
9. Muffat: Chaconne in G

Reinhard Goebel
Musica Antiqua Köln

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