Diego Ortiz (1510 – 1570): Trattado de Glosas – Bruno Cocset ֎

Diego Ortiz (1510 – 1570): Trattado de Glosas – Bruno Cocset ֎

Diego Ortiz

Trattado de Glosas

Les bases réunies

Guido Balestracci

Bruno Cocset

No dicionário vemos a informação de que glosa significa ornamentação: glosa – anotação em texto para explicar o sentido de uma palavra ou esclarecer uma passagem (comentário). Se olharmos no dicionário com especificidade de música, veremos que glosa é um termo usado frequentemente pelos músicos espanhóis do século XVI indicando uma peça musical similar a um conjunto de variações. Pois a partir daí você começa a imaginar o que pode ser um Trattado de Glosas, que estamos para ouvir neste lindíssimo disco, mas que requer mais de seu tempo e de sua atenção para seu devido desfrute.

Diego Ortiz nasceu em Toledo e foi um compositor e mestre virtuose de viola e seu Trattado de Glosas de 1553 teve grande influência nas práticas musicais de sua época. O tratado foi publicado em Roma, mas apareceu também em Espanha. No entanto, nesta época, Diego estava em Nápoles, a serviço de Ferdinando Álvarez Toledo, Duque de Alba, vice-rei de Nápoles.

Neste disco temos as variações publicadas no tratado, as Recercadas, sobre os temas de La SpagnaO felici occhi miei, Doulce memoireEl passamezzo antiguo, La Romanesca e La folia. Estas variações são tocadas por um solista, papel intercalado por Bruno Cocset e Guido Balestracci, e são acompanhados por um conjunto de violas. As variações são, de quando em quando, intercalados por pequenos números musicais de compositores contemporâneos de Ortiz, acrescentando ainda mais beleza ao conjunto.

Um disco para amantes de viola e para aqueles que acreditam que é possível ser transportado no tempo, por um período curto que seja, e depois de volta…

Diego Ortiz (c. 1510 – 1570)

Recercadas del Trattado de Glosas (1533)

  1. Recercada terçera para violone sola
  2. Recercada primera sobre el canto Ilano La Spagna
  3. Recercada segunda sobre el canto Ilano La Spagna
  4. Recercada terçera sobre el canto Ilano La Spagna
  5. Recercada quinta sobre el canto Ilano La Spagna
  6. Recercada quarta sobre el canto Ilano La Spagna
  7. Recercada sesta sobre el canto Ilano La Spagna

Luis Milán (1500 – 1561)

Fantasia XIII por el primer y segundo tono

  1. Fantasia (vihuela)

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada primera sobre el madrigal O felici occhi miei
  2. Recercada terçera sobre el madrigal O felici occhi miei
  3. Recercada segunda sobre el madrigal O felici occhi miei
  4. Recercada quarta sobre el madrigal O felici occhi miei

Antonio de Cabezón (1510 – 1566)

Diferencias sobre la gallarda milanesa (órgão & cravo)

  1. Diferencias

Tomás Luis de Victoria (1548 – 1611)

O magnum mysterium

  1. Moteto

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada quarta para violone sola
  2. Recercada primera sobre la cancion Doulce memoire
  3. Recercada segunda sobre la cancion Doulce memoire

Luis Milán

Fantasia I por el primer tono (vihuela)

  1. Fantasia

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada terçera sobre la cancion Doulce memoire
  2. Recercada quarta sobre la cancion Doulce memoire
  3. Recercada primera para violone sola
  4. Recercada segunda para violone sola
  5. Recercada primera sobre tenore El passamezzo antigua
  6. Recercada segunda sobre tenore El passamezzo moderno
  7. Recercada terçera sobre tenore El passamezzo antiguo
  8. Recercada quarta sobre tenore La folia
  9. Recercada quinta sobre tenore El passamezzo antiguo
  10. Recercada sesta sobre tenore La Romanesca
  11. Recercada settima sobre tenore La Romanesca
  12. Recercada otava sobre tenore La folia

Antonio de Cabezón

Diferencias sobre El Cantodel Caballero (órgão)

  1. Diferencias

Diego Ortiz

Recercada del Trattado de Glosas

  1. Recercada sobre tenore Aria di Ruggiero Quinta pars

Bruno Cocset, solo

Guido Balestracci, solo

Les Basses Réunies

Maude Gratton, órgão

Bertrand Cuiller, cravo

Xavier Diaz-Latorre, viola e guitarra renascentista

Detalhes sobre a atuação dos músicos podem ser encontrados no livreto

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Bruno esperando pacientemente que Guido termine o seu solo…

Bruno Cocset and Guido Balestracci take turns playing the solo bass (and sometimes treble) viol parts in these 27 ricercars, effectively elegant fantasies on mostly pre-existing pieces. They bring burnished flair to these varied gems, part of the Spanish master Diego Ortiz’s 1553 treatise on ornamentation.                                            The Sunday Times

Guido, taking his time…

 

The result is simply flawless, in particular the two soloists Bruno Cocset and Guido Balestracci congenially transpose the elegant diminutions of this music. The exquisite timbres of their fellow campagners are more than just assistance. (…) The whole thing sounds like a discreet but varied and lasting introduction to the courtly sound universe in Southern Europe of that time.               Concerto

 

Envernizar é fácil… o trabalho é tomar conta até secar!

 

Se você gostou desta postagem, talvez queira visitar estas outras:

La Folia – Corelli, Marais, Martín y Coll e outros – Jordi Savall

J. S. Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo Solo (Cocset, completas)

Meu sobrinho queria saber se além de compositor, o Diego Ortiz era bom de bola…

Companhia Papagalia: Ares de Vera Cruz – Música da época da chegada dos portugueses ao Brasil. (Acervo PQPBach)

11w7q85Música da época da chegada dos portugueses ao Brasil.

Em Ares de Vera Cruz, a Companhia Papagalia interpreta composições palacianas preservadas em cancioneiros ibéricos renascentistas. Embora esse repertório seja essencialmente europeu, não se pode considerá-lo totalmente alheio à nossa cultura: assim como as obras de Camões e Cervantes contribuíram para o desenvolvimento literário na América Latina, as peças aqui apresentadas também tiveram seu papel na história musical dessa região.

Transferidas para o Novo Mundo, composições semelhantes foram adaptadas às circunstâncias locais e cantadas em autos, festas públicas e mesmo em ambientes domésticos. No século XVII os vilancicos palacianos deram origem aos vilancicos sacros, intensamente praticados em cerimônias religiosas ibéricas e americanas, principalmente no Tempo de Natal. No Dia de Reis ainda se ouvem ecos dos ritmos e melodias que animaram os festejos reinóis e coloniais.

Para reforçar a ligação entre os cancioneiros ibéricos e as tradições musicais que hoje se conservam, a Companhia Papagalia propõe uma sonorização “brasileira” das obras, algumas vezes utilizando células rítmicas, inflexões melódicas e paralelismos vocais observados na música popular. Esse tipo de concepção, que já deixou para trás sua condição experimental, vem sendo praticado de maneira cada vez mais criativa, em lugar da procura, nem sempre eficaz, de uma “autenticidade” perdida.

Se a música antiga tem uma função no presente, é preciso reconhecer que o presente também deve ter o seu lugar na interpretação da música antiga.
Paulo Castagna, Instituto de Artes da UNESP.

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Companhia Papagalia
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Paris
01. Zagaleja de lo verde
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
02. Venid a sospirar al verde pasto
03. Cuydados meus tão cuidados
António Carreira (Lisboa, c.1520-c.1587/1597)
04. Canção
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
05. Porque me não ves, Joana
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Belém
06. Por amores me perdi
07. Mira que negro amor y que nonada
Luis de Milán (also known as Lluís del Milà) (Spain, c. 1500-c.1561+)
08. Falai, miña amor (vilancico em português)
Fray Ambrosio Montesino or de Montesinos (Spain, c.1444-1514)
09. No la devemos dormir
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Paris
10. Ay santa Marya
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Belém
11. O manjar bivo dulçe i provechoso
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Paris
12. Non tendes cama bom Jesus não
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
13. Que dizen allá Paschual
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
14. Já não podeis ser contentes
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Belém
15. Oy[u]elos graciosos
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Paris
16. Na fomte esta Lianor
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
17. Llenos de lagrimas tristes
António Carreira (Lisboa, c.1520-c.1587/1597)
18. Tento sobre “Con que lavaré la flor de la mi cara”
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Paris
19. Porque lloras moro
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro de Belém
20. Dame [a]cogida en tu hato
Anôn. séc. XVI – Cancioneiros d’Elvas e de Belém
21. Ado estás alma mia
Letra do Pe. José de Anchieta sobre o terceto do Cancioneiro d’Elvas
22. Venid a suspirar con Jesú amado
Anôn. séc. XVI – Cancioneiro d’Elvas
23. A la villa voy

Ares de Vera Cruz – 2000
Companhia Papagalia

Outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!
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.Boa audição.

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Avicenna

Brasil 500 Anos – Quadro Cervantes

Captura de Tela 2017-09-27 às 15.11.22Considerado pela crítica especializada como um dos melhores conjuntos brasileiros de música antiga, o Quadro Cervantes apresenta um CD em homenagem aos 500 anos do descobrimento do Brasil. Escolhido cuidadosamente, o repertório do disco reflete quatro momentos estilísticos da história musical luso-brasileira.

Com instrumentos de época. On period instruments.

O Quadro Cervantes utiliza urna série de instrumentos que são cópias fieis (o máximo possível) de exemplares da época. Em alguns casos, porém, a fidelidade absoluta é impossível, por não existir mais exemplares da época. Um exemplo é a vielle empunhada por Mário Orlando – este tipo de instrumento é reproduzido por fabricantes modernos a partir da iconografia. Também, apesar de seguir, quando possível, as práticas instrumentais dos diversos períodos estilísticos da música antiga, em alguns momentos o conjunto se dá o direito de inovar, uma vez que não existe a possibilidade de autenticidade total.

Captura de Tela 2017-09-27 às 15.12.43Atualmente integram o conjunto: Clarice Szajnbrum (soprano), Helder Parente (flautas, baixo e percussão) – Professor de Percepção Musical e Prosódia da UNI-Rio, Mário Orlando (vielle, viola da gamba, flautas, contratenor e percussão) – Diretor Musical do Conjunto de Música Antiga da UFF, e Nícolas de Souza Barros (alaúdes, guitarras renascentista e barroca, violão, coro e percussão) – Professor de Violão Erudito e Música de Câmara da UNI-Rio.

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SÉCULO XIII – Portugal – Cancioneiro Martin Códax
01. Mandad’ei comigo
02. Ondas do mar de Vigo
03. Mia irmana fremosa

SÉCULO XVI – Portugal e Espanha
Luís Milan (Espanha, c.1500-c.1561)
04. Falai miña amor
05. Fantasia 22
Cancioneiro de Hortência, Portugal, séc. XVI
06. Que é q’ vejo
07. Sempre fiz vossa vontade
Diego Ortiz (Espanha, c.1510–c.1570)
08. Recercada Quarta
Cancioneiro de Hortência, Portugal, séc. XVI
09. Ia dei fim
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa
10. Não tragais borszeguis pretos
Luís Milan (Espanha, c.1500-c.1561)
11. Perdido teñyo mi color
Diego Ortiz (Espanha, c.1510–c.1570)
12. Quinta pars
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa
13. Na fomte está Lianor
Cancioneiro de Hortência, Portugal, séc. XVI
14. Señora bem poderey

SÉCULOS XVII e XVIII – Portugal e Brasil
Manuel Rodrigues Coelho (Portugal, 1582-1647)
15. Segundo verso do primeiro tom
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
16. Beata Virgo

SÉCULO XIX – Modinhas e Lundus Brasileiros
Antonio da Silva Leite (Portugal, 1759-1833)
17. Amor concedeu-me um prêmio
Anônimo (modinha imperial coligida por José Maria Neves)
18. Estas lágrimas
Xisto Bahia (1841 – 1894)
19. Iaiá, você quer morrer?
Anônimo (modinha imperial coligida por José Maria Neves)
20. Sinto-me aflita
Danças populares brasileiras recolhidas por Spix & Martius, 1819
21. Lundu
Anônimo (modinha imperial coligida por José Maria Neves)
22. Ausente, saudoso e triste
Anônimo (modinha imperial coligida por Mário de Andrade)
23. Hei de amar-te até morrer
F. M Fidalgo, 1900
24. La no Largo da Sé

Brasil 500 Anos – 2000
Quadro Cervantes
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Um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

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Avicenna

Música no Tempo das Caravelas: Conjunto Música Antiga da UFF (Acervo PQPBach)

29fayv4Música no Tempo das Caravelas
Conjunto Música Antiga da UFF
1998

Música Ibérica à Época do Descobrimento

Em 1992 saudávamos com entusiasmo a gravação do LP intitulado Cantares de Amor, Suspiros e Cuydados, que o Conjunto de Música Antiga da UFF, sob os auspícios da FUNARTE, realizara. Incluía-se, então, nas comemorações dos 500 anos da conquista da América, uma vez que as músicas selecionadas eram exemplos das que animavam os serões palacianos em Portugal e Espanha, ao tempo das descobertas ultramarinas.

Passados seis anos, quando se aproxima o ano 2.000 e já se iniciam as festas comemorativas dos 500 anos da conquista do Brasil pelos portugueses, esse meritório Conjunto retoma as músicas do citado LP, acrescenta-lhes outras, e oferta-nos um ainda mais rico documento cultural da Era da Expansão ibérica.

Sobre as letras do Cancioneiro de Elvas (Biblioteca Públia Hortênsia)

À exceção das composições Dos estreitas le siguen e Puestos estan frente a frente, bem como do solo de alaúde, todas as demais peças que compõem este CD foram retiradas do Cancioneiro da Biblioteca Públia Hortênsia, de Elvas (Portugal), se bem que para a composição “Romerico, tú que vienes” optou-se pela transcrição da letra, mais completa, do Cancionero Musical de Palacio.

É raríssimo o “Cancioneirinho de mão”, pequeno volume manuscrito sobre papel de 14,5 cm X 10 cm, possivelmente quinhentista, encontrado em 1928 na referida biblioteca de Elvas pelo musicólogo Manuel Joaquim, que o publicaria em Coimbra, no ano de 1940. A encadernação, evidentemente que posterior à sua elaboração, como observara o pesquisador-editor, dava a obra como pertença de um enigmático J. J. d’ A., ao que tudo indica iniciais de João Joaquim de Andrade, retratado em quadro também pertencente à Biblioteca. Curioso para nós, brasileiros, é que muito possivelmente o precioso Cancioneiro fora adquirido no Brasil, quem sabe para cá trazido pela Corte Real portuguesa em 1808, uma vez que o eclesiástico seu possuidor vivera por algum tempo no Rio de Janeiro, segundo legenda apensa ao seu retrato.

Quanto ao conteúdo, compõe-se de duas partes. Na primeira, encontram-se 65 composições com letra e notações musicais, que indicam serem elas a três vozes. Na segunda, 36 poesias sem música. Em todo o conjunto, predominam as letras em castelhano, sendo que penas 19 foram grafadas em português.

Várias marcas levam os especialistas a reconhecer como dos séculos XV e XVI as suas composições. Já Manuel Joaquim observara que uma delas seria a similaridade de certos 2yoe8sj desenhos que o papel utilizado apresenta em relação a papéis fabricados no século XVI, remontando os mais semelhantes à Salzburgo de 1525. Outra, seria a recolha, na coletânea, de música de Juan del Encina — tal seja, a composição Romerico tu que vienes. E, ainda, a analogia das letras com poemas do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Este, fora publicado em 1516, constituindo uma recolha da produção poética dos reinados de Afonso V, D. João II e D. Manuel. Tal analogia se mostra tanto na forma quanto na temática dos textos, bem como na marcante presença da língua e da cultura castelhana que neles se percebe — de resto uma tônica da época, devido a implicações políticas relacionadas com a aspiração dos soberanos, de unirem as coroas luso-espanholas, através de guerras e casamentos.

A tendência dominante nessas letras-poemas, quanto à forma, é para os versos curtos, de arte-menor, principalmente redondilhos, sendo reduzidíssima a ocorrência dos versos mais longos, de arte-maior. Abandonando a tradição paralelística trovadoresca, e pautando-se pela mentalidade glosadora então dominante na prédica clerical e no ensino universitário, bem como no folclore espanhol, elegeram os poetas-letristas de então como estrutura mais usual dos seus poemas a glosa, volta ou desenvolvimento de um mote. Daí que as formas estróficas mais utilizadas sejam as do vilancete, da cantiga e suas variações. Ao lado dessas, encontravam-se também os romances (poemas narrativos) e as esparsas (composições monostróficas, de versos mais longos). E destacava-se, no que concerne às características retóricas, o virtuosismo dos jogos verbais, tantas vezes instaurando o paradoxo.

É o que novamente faz o Música Antiga da UFF, pelo que merece os nossos aplausos e a nossa gratidão. Não se limitando a essas peças da época áurea de Portugal, documentam também, no romance “Puestos están frente a frente”, o seu ocaso: trata-se da narrativa da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, na qual o jovem rei português, D. Sebastião, desapareceria, sem deixar herdeiros para a coroa, que, com a morte do seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, em 1580, passaria para o domínio de Espanha, do qual só se libertaria em 1640, sem jamais retomar o brilho perdido. Brilho este que, no entanto, a arte perenizou, e que ora se representa nas peças deste CD, pelo que se torna valiosíssimo às comemorações do quinto centenário da conquista do Brasil.

Maria do Amparo Tavares Maleval, extraído do encarte

Música no Tempo das Caravelas
Anônimo
01. Obriga vossa lindeza
02. Venid a sospirar al verde prado
03. Tu Gitana que Adevinas
04. Testou minha ventura
05. Que He o que vejo
06. Las tristes lagrimas mias
07. Por amores me perdi
Pedro de Escobar (Portugal, c.1465–after 1535), a.k.a. Pedro do Porto
08. Pásame por Dios barquero
Anônimo
09. Llenos de lágrimas tristes
10. A la villa voy
Luís Milan (Espanha, c.1500-c.1561)
11. Pavana
Anônimo
12. Cuydados meus tão cuidados
13. Oigan todos mi tormento
14. Aquella voluntad que se ha rendido
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
15. Romerico tú que vienes
Anônimo
16. Porque me não ves Joana
17. Que sentis coraçon mio
Juan del Encina (Espanha, ca.1468-1529)
18. Dos estrellas le siguen
Anônimo
19. Puestos estan frente a frente

Música no Tempo das Caravelas – 1998
Conjunto Música Antiga da UFF

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Boa audição!

Caravela

 

 

 

 

 

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Avicenna

Guia dos Instrumentos antigos 3/8 – Fantasias & Ricercare / Chansons & Madrigais / Música eclesiástica / Variações [link atualizado 2017]

ES-PE-TA-CU-LAR !!!

Livro com oito CDs fenomenalmente cedido pelo internauta Camilo Di Giorgi! Não tem preço!!!

Os arquivos foram todos renomeados e o livro tem o texto reconhecível graças ao trabalho do Igor Freiberger! Mais uma contribuição impagável!

Tem na Amazon: aqui.

Continuamos a saga pelos fantásticos instrumentos antigos!
Uns que deixaram de existir, outros foram mudando tanto ao longo dos anos que hoje possuem timbres já bastante distintos de seus originais.
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Também continuo sacana e estou esperando a última postagem, no domingo, para disponibilizar o livro completinho. Aqui vou deixando algumas imagens e trechos a cada dia, para que vocês tenham cada vez mais vontade de possuí-lo (ui!).

Hoje começam a aparecer alguns nomes de compositores mais famosos, como William Byrd e Orlando de Lasso (Roland de Lassus) e há também música vocal, mas o CD é uma verdadeira aula da família da viola! Tem composições com vários membros diferentes da família, além das aparições de bombardas, flautas de vários tipos e harpa cromática, entre outros. Muita informação num Cd só.

O baixo de viola figura na página 18 do livro, executada na “Divisions in Sol”, faixa 32 de hoje .

AGUARDEM! Já estamos no terceiro dos oito CDs, um por dia, de domingo passado até o domingo que vem, coroando com o livro de 200 páginas escaneado integralmente ao final.

Ouça! Leia! Estude! Divulgue e… Deleite-se!

Guide des Instruments Anciens – CD3
Fantasias & Ricercare / Chansons & Madrigais / Música eclesiástica / Variações

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 175Mb

Perdeu o Primeiro? Está AQUI.
Não tomou conhecimento do Segundo? Pode deixar: AQUI.
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Tão bom quando vocês comentam… Pode comentar, pessoal!

O mundo para para ver as fofinhas!

Avicenna & Bisnaga