Ruggiero Leoncavallo (1857-1919): Pagliacci

Ruggiero Leoncavallo (1857-1919): Pagliacci

O desânimo tomava conta de Ruggiero Leoncavallo (Nápoles, 8 de março ou 23 de abril de 1857/1858 – 9 de agosto de 1919 em Montecatini Terme, Itália). Tinha passado dos trinta anos e sua carreira só apresentava decepções. Quando, afinal, conseguiria emplacar uma ópera ? A primeira, Tommaso Chatterton, deixara de ser apresentada porque, à última hora, o empresário fugira com o dinheiro. Com dezessete anos, sem um vintém e perplexo com a desonestidade e a incompreensão de seus semelhantes, partiu para o Egito. Seu tio, que trabalhava como diretor de imprensa do Ministério do Interior, no Cairo, poderia facilitar-lhe as coisas. Mas os tempos bons nessa cidade também duraram pouco: estourou a guerra anglo-egípcia e êle foi obrigado a fugir, disfarçado de árabe. Em Port-Said ganhou algum dinheiro como pianista e conseguiu comprar uma passagem para Marselha, colocando-se a salvo.

A vida modesta em Paris, onde já residia havia alguns anos, agora melhorava: para não morrer de fome, Leoncavallo atuara em cafés-concêrto, compusera cançonetas para as vedetes de um music hall, dera lições de música e ensaiara cantores. Mas a Ruggiero faltava alcançar o sonho de projetar-se como autor de ópera: pediu conselho a amigos, entre os quais o barítono francês Victor Maurel, e teve a atenção despertada para o recente sucesso de outro italiano, Pietro Mascagni, obtido com Cavalleria Rusticana, através de um concurso patrocinado pelo editor Edoardo Sonzogno. Decidiu tentar o mesmo caminho: talvez fosse essa a estrada do sucesso. Incentivado por Maurel, Leoncavallo decide tentar os caminhos trilhados por Mascagni no sucesso de Cavalleria Rusticana.

Conseguiu a partitura da ópera vitoriosa, estudou-a e teve uma inspiração súbita: um caso trágico, acontecido quando criança, encaixava-se bem no esquema vitorioso de Mascagni. Um dia, num pequeno teatro napolitano, durante a representação de uma peça na qual abundavam cenas fortes de amor, o ator principal matara a heroína – que, na vida real, era sua esposa – e o traía com o criado. Depois, chamara o criado ao camarim, e lá também o matara. Para o público que assistia a peça, a morte no palco parecera parte do drama, mas para o pequeno Ruggiero, sentado bem próximo, tudo fora bem verdadeiro. Depois, o pai de Leoncavallo, que era juiz, seria encarregado de presidir o julgamento, fornecendo ao jovem maiores informações. O tema em si não era novidade: já havia sido explorado por outros autores, mas se prestava bem a uma ópera curta, tal como Cavalleria. Leoncavallo retirou-se para Vacallo, nas cercanias de Chiasso (cantão italiano da Suíça) e, em cinco meses, terminou os 70 minutos de duração de sua ópera – libreto e música -, seguindo o mais perto possível o esquema utilizado por Mascagni: um prólogo isolado do corpo da ópera. Várias cenas corais, um intermezzo orquestral. Até mesmo o tempo de duração das duas óperas era equivalente – com 4 minutos a menos para a de Leoncavallo.

Victor Maurel

O passo seguinte foi obter de Victor Maurel a promessa de fazer o papel de Tonio na estréia. A presença do bariono era muito importante, pois sua grande amizade com o editor Sonzogno era meio caminho andado para que este bancasse a ópera. Mas, para isso, Leoncavallo teve que ceder a algumas exigências do cantor: Maurel, temendo ser ofuscado pelo tenor que interpretava Canio (Fiorello Giraud, rapaz de 22 anos que era uma das revelações do bel canto na Itália), sugeriu mudar o nome da ópera de Pagliaccio (no singular) para Pagliacci (plural) ; dessa forma, ninguém poderia dizer que Canio era a figura central.

Outro pedido insistente foi a contratação de um jovem diretor, de idéias modernas, para dirigir a estréia: um tal de Arturo Toscanini. Com apenas 25 anos, no início da carreira, Toscanini dedicou-se com afinco à preparação do espetáculo, chegando a obter de Leoncavallo a divisão da ópera em dois atos (originalmente era em um só ato), de modo a tornar mais leve a apresentação. As negociações com Sonzogno, o único editor em condições de concorrer com Ricordi, na época, não foram longas. Embora assediado continuamente por autores em busca de patrocinador, Edoardo Sonzogno teve tempo de perceber, em Pagliacci, os mesmos componentes que haviam feito o sucesso internacional de Cavalleria Rusticana. Mais ainda: no trabalho de Leoncavallo pressentia a possibilidade de infligir outra derrota a seu concorrente editorial. Tudo aprovado, a estréia da nova ópera ficou marcada para 21 de maio de 1892, no Teatro Dal Verme, de Milão. “Lembro-me bem daquela extraordinária noite em que a ópera subiu a cena”, escreveu o crítico Claude Trevor. “Ninguém sabia coisa alguma sobre ela, exceto que era uma novidade, e de importância bastante para atrair a atenção de Maurel, que cantou a parte de barítono. O Teatro Dal Verme, inteiramente lotado, explodiu em frenesi. E ao cair do pano houve uma cena de entusiasmo tão selvagem como raras vezes se vê.” Até o final do primeiro ato, Leoncavallo foi obrigado a aparecer no palco doze vezes. A ária “Vesti Ia giubba” foi bisada e aclamada. Nem mesmo um acidente inicial – quando o burrico, que transporta os palhaços numa carrêta, tropeçou e provocou risos da plateia – comprometeu o brilho da peça. O regente ganhou entusiástica ovação. E todo o elenco – Maurel, Giraud, Adelina Stehle Mangiarotti, Daddi e Roussel – foi aplaudido de pé durante muitos minutos.

Ruggiero Leoncavallo

A crítica é que não se mostrou unânime nos aplausos (claro né?). Alguns apontaram a habilidade como libretista, mas faziam sérios reparos à qualidade e oportunidade da música. Outros viam no ousado enredo “sinal evidente da decadência do teatro lírico”. Aos críticos que atacavam ferozmente Pagliacci, Leoncavallo sempre retribuiu com indiferença ou desprezo. Depois de seu maior sucesso, o músico colocou, na sala de trabalho, uma grande fotografia do “manekenpis” (menino em pose de urinar, símbolo de Bruxelas) no ato de regar, com dourado esguicho, um muro no qual estava anotada a palavra “críticos”(boa essa!). Em pouco tempo, Pagliacci entrou no repertório dos maiores teatros do mundo. Foi traduzida em diversos idiomas (inclusive hebraico e búlgaro) e conseguiu ser mais representada em Paris do que Pelléas et Mélisande, de Debussy, considerada a ópera francesa de maior sucesso nos primeiros anos do século XX. Em 1945, a ópera de Leoncavallo chegava a apresentação de número 460 na Opéra-Comique de Paris. Foi uma das primeiras óperas apresentadas na televisão dos Estados Unidos e, em 1950, na Alemanha, foi levada em 23 teatros, numa mesma temporada. Depois de Pagliacci (conforme ocorrera com Mascagni, após Cavalleria), Leoncavallo não conseguiu emplacar mais nada de significativo até 1903, com uma simples cançoneta, escrita especialmente para a casa de discos Grammophono: Mattinata, que Enrico Caruso gravou com acompanhamento de piano do autor (já postado AQUI).

Resumo da ópera: Três horas de uma tarde de sol. É 15 de agosto (o ano se situa entre 1865 e
1870), dia da festa da Assunção. A entrada da pequena aldeia de Montalto, na Calábria. seus habitantes se reúnem em trajes festivos para saudar a companhia de atores ambulantes que ali armara acampamento. “Hoje – Grande representação – Palhaço”, lê-se no tosco cartaz em frente ao improvisado teatro. Tonio, o disforme integrante da troupe, observa com desdém a alegre multidão, e afasta-se, indo deitar à sombra do palco. Por fim, chegam os comediantes em uma carreta ornamentada e puxada por um burrico. Peppe, em trajes de Arlequim, conduz o animal com um chicote na mão. Nedda está sentada na frente da carroça. Atrás, vestido de Palhaço,seu marido Canio bate o tambor e conclama o povo. A multidão rodeia o carro aos gritos: “Viva Palhaço! Viva o príncipe dos palhaços!” Canio agradece, simulando cortesia, e tirando o barrete com gesto cômico pede a palavra, em meio ao riso geral. Anuncia pomposamente um grande espetáculo a noite, as 23 horas. (Na época, em algumas regiões da Itália, a contagem do tempo iniciava-se a partir das 20 horas. Assim, 21 horas seria a primeira hora e 19 horas, a 23a.). Todos prometem comparecer. Tonio acerca-se da carroça. Ao tentar ajudar Nedda a descer, recebe uma bofetada de Canio. Todos riem, confundindo o ciúme do Palhaço com uma amostra do que será a comédia.Um camponês convida os atores para beber. Canio e Peppe aceitam, mas Tonio alega ter que escovar o burrinho. “Cuidado, Palhaço”, insinua alguém jocosamente, “êle quer ficar só com Nedda para poder cortejá-la.” Canio não gosta: “É melhor não brincar assim comigo, meu caro. No palco, o Palhaço é indulgente com a esposa que o trai sob o aplauso do público. Mas o teatro e a vida não são a mesma coisa”. Há uma ponta de ameaça no ar e todos, inclusive Nedda, ficam constrangidos. Mas é o próprio Canio quem se encarrega de contornar a situação: beija Nedda afetuosamente e parte com todos em direção à aldeia, enquanto os sinos anunciam a missa.

Ficando a sós, Nedda medita sobre as palavras de Canio. Suspeitaria ele de que ela tem realmente um amante? Não, não é possível! Ninguém conhece seu segredo. Uma revoada de pássaros, entretanto, distrai seu pensamento e recorda-lhe uma canção que ouvira de sua mãe quando menina. Nedda põe-se a cantar. Tonio aproxima-se e elogia o canto de Nedda. Tenta confessar-lhe seu amor, mas é repelido com ironias e, por insistir, a chicotadas. Prometendo vingança, Tonio afasta-se com o rosto ferido. Nesse momento aparece o amante de Nedda: é Sílvio, um jovem camponês. Ela o adverte da imprudência de aparecer a luz do dia, mas o rapaz garante-lhe que não há perigo: Canio está longe, bebendo na cidade. E, diante dos receios de Nedda, êle sugere que ambos fujam nessa mesma noite, para longe. Enquanto isso, Tonio ouvira toda a conversa e se havia dirigido para a vila, a fim de prevenir Canio. Quando este chega, ainda consegue ouvir a despedida de Nedda: “Até a noite e serei tua para sempre’: Sai correndo atrás de Silvio, mas êste já se distanciara. De volta, Canio quer saber o nome do fugitivo. Chega a ameaçar Nedda com o punhal. Peppe o contém, lembrando que o povo está saindo da missa e se dirige para o teatro: a hora do espetáculo se aproxima. Todos se afastam discretamente, deixando Canio sozinho com seu desespero.

Chega a hora da encenação. Peppe com a corneta e Tonio com o tambor atraem os espectadores que chegam de todas as partes. A multidão toma seus lugares e mostra impaciência pelo começo da representação. De repente, as cortinas se abrem. No palco, um cenário mal pintado, que representa uma pequena sala com duas portas laterais e janela ao fundo. Colombina (Nedda) anda nervosamente em cena: ela aguarda Taddeo (Tonio), seu serviçal, que tarda a chegar. Da janela, ouvem-se acordes de uma guitarra. É Arlequim (Peppe), o amante de Colombina, que vem fazer-lhe uma serenata. Logo após chega Taddeo, trazendo as compras. Êle presta contas e, não resistindo a beleza da patroa, confessa-lhe sua admiração. As declarações de Taddeo são interrompidas pela entrada de Arlequim, que o derruba com um pontapé (todos riem) e depois se abrasa a amante. Ele planeja com ela uma fuga para essa noite. Canio (representando o Palhaço) entra de repente. E a tempo de ouvir a mulher gritando para Arlequim, que foge: “Até a noite e serei tua para sempre”. Invocando coragem, Canio prossegue a comedia: acusa Colombina de ter estado ali com outro homem; há dois lugares na mesa. “Que idiotice!”, responde Colombina. “Você está embriagado?” “Sim”, responde Canio, encarando-a. Na realidade, desde que a surpreendera com o rival, ele está transtornado. Assim, sem que o público perceba, a comédia começa a assumir caráter de realidade. Nedda, preocupada, insiste no roteiro da comédia e indica Taddeo (que se escondera) como o homem que a acompanhava. Tonio (Taddeo) aparece e pede – com sarcasmo exagerado – que Canio acredite na mulher. “Ela é pura! E seus lábios fiéis detestam mentir!” O público ri, mas o grito de ódio de Canio emudece todos: ele esqueceu a personagem e agora representa sua própria tragédia. Volta-se para a mulher e exige o nome do amante. Nedda tenta desesperadamente o retorno à comédia e chama-o Palhaço. “Náo. Não sou Palhaço!”, protesta Canio, enquanto o público comenta o realismo da cena. Desanimado, Canio deixa-se tombar numa cadeira, chorando sua amargura e lembrando o quanto fêz por sua mulher no passado. A platéia aplaude entusiasmada o que supõe ser uma excelente atuação. Nedda pede ao marido que a deixe partir, já que é indigna de seu amor. “Não”, responde Canio. Ela deve ficar e dizer o nome de seu amante. A jovem insiste em retomar a comédia e aponta Arlequim como tal.

Canio levanta-se furioso e exige: “O nome, ou tua vida!” Os espectadores estão confusos: já não é comédia aquilo a que assistem. Peppe tenta intervir, mas é contido pelo vingativo Tonio. Silvio quer aproximar-se do palco, mas a platéia, que se levanta assustada, o impede. Tomando de uma faca que estava sobre a mesa, Canio, cego de ódio, golpeia Nedda. Agonizando, ela grita por Silvio, que avança tentando salvá-la. “Ah, é você!”, grita Canio, voltando-se para o rapaz, e enterra-lhe o punhal no coração. Silvio cai fulminado junto a Nedda. E enquanto a multidão se precipita para agarrá-lo, Canio, imóvel, atordoado, deixa cair a arma, dizendo-lhes: “A comédia terminou . . . “

Capa do Encarte

Esta gravação que vos trago é simplesmente maravilhosa. Os dois destaques aqui são Carlo Bergonzi e Herbert von Karajan. Eu escutei outras gravações desta ópera e apesar de serem boas gravações cada qual à sua maneira, a gravação de Karajan é distinta e soberba. Os tempos dos compassos estão certos e as sutis nuances e mudanças nos tempos são simplesmente deliciosas. Karajan aborda esta ópera com um conceito musical diferente do de seus antecessores e vemos o que pode ser feito com essa linda música além de reproduzi-la de maneira simples e rotineira.

Os cantores também são excelentes. Primeiro de tudo, Bergonzi é perfeito como o atormentado Canio. Em “Vesti la Giubba”, ele apresenta uma performance de um homem cujo mundo inteiro acaba de cair ao seu redor e, no segundo ato, “No Pagliaccio non Son” retrata um homem totalmente no final de sua melancolia. Para mim, este é um desempenho perfeito do Pagliacci. Os tempos de Von Karajan são perfeitos e seu fraseado com a orquestra é requintado. Taddei, canta um belo prólogo. Ele pode cantar lindamente, comicamente, e em um momento ele é quase mefistofélico, como na cena com Nedda. Joan Carlyle é uma excelente Nedda, embora não seja do mesmo nível de Callas (já postado AQUI pelo Bisnaga), mas muito atraente. Rolando Panerai canta muito bem, se não um pouco robusto, no papel lírico barítono de Silvio. Igualmente maravilhosa voz Tenor de Ugo Bennelli no papel de Beppe / Arlequino, que canta o papel com uma beleza e facilidade inigualável por qualquer outro Tenor.

A história “passo a passo” esta junto no arquivo de download com as faixas, o resumo da ópera foi extraído do livro “As mais Famosas Óperas”, Milton Cross (Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera). Editora Tecnoprint Ltda., 1983.

Pessoal, abrem-se as cortinas e deliciem-se com a magnífica obra de Ruggiero Leoncavallo!

Pagliacci

01 Pagliacci – Act 1_Prologo
02 Pagliacci – Act 1_Si Puo
03 Pagliacci – Act 1_Son Qua
04 Pagliacci – Act 1_Un grande spettacolo
05 Pagliacci – Act 1_Un tal Gioco
06 Pagliacci – Act 1_I Zampognari
07 Pagliacci – Act 1_Qual Fiamma
08 Pagliacci – Act 1_Stridono Lassu
09 Pagliacci – Act 1_Sei la
10 Pagliacci – Act 1_Nedda
11 Pagliacci – Act 1_Decidi il mio destin
12 Pagliacci – Act 1_Non mi tentar
13 Pagliacci – Act 1_Camina adagio e scherno
14 Pagliacci – Act 1_Derisione
15 Pagliacci – Act 1_Recitar Vesti la Giubba
16 Pagliacci – Act 2_Intermezzo
17 Pagliacci – Act 2_Ohe ohe Presto
18 Pagliacci – Act 2_Pagliaccio mio marito
19 Pagliacci – Act 2_O Colombina
20 Pagliacci – Act 2_E Dessa
21 Pagliacci – Act 2_Arlecchin
22 Pagliacci – Act 2_Versa il fitro
23 Pagliacci – Act 2_No Pagliaccio no son
24 Pagliacci – Act 2_Suvvia cosi terribile

Canio (Pagliaccio) – Carlo Bergonzi
Nedda (Colombina) – Joan Carlyle
Tonio (Taddeo) – Giuseppe Tadei
Peppe (Arlecchino) – Ugo Benelli
Silvio – Rolando Penerai

Coro e Orquestra del Teatro Alla Scala
Regente: Herbert von Karajan

Gravação original feita entre setembro e outubro de 1965, CD 1996.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Leoncavallo em posição dominical após uma bella macarronada !

Maria Callas – Gravações em Estúdio Completas – CDs 12 a 20 de 70: Vincenzo Bellini (1801-1835), Giuseppe Verdi (1813-1901) e Ruggero Leoncavallo (1857-1919) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Segunda das sete terças-feiras que postamos essa coleção show de bola das gravações em estúdio de Maria Callas.

Hoje temos uma sequência de óperas das mais montadas da história, mas aqui com montagens especiais. Callas interpreta a cortesã Violeta Valery, em La Traviata, o dificílimo papel da sacerdotisa Norma, na ópera homônima de Bellini, a enfadada Nedda, que trai Canio em Pagliacci, e a sofrida Leonora de La forza del Destino… Um papel mais interessante e desafiador que o outro, mostrando grande domínio técnico, desenvoltura cênica e versatilidade vocal, além de estar sempre acompanhada de outros cantores brilhantes, de grandes elencos e grandes orquestras.

Já são quatro óperas de tirar o chapéu. Gostaria até de escrever mais sobre elas, mas como já é bem tarde estou caindo de sono, deixo-vos com essa sequência de pérolas, sem maiores avanços nas letras! Desculpem-me por esta apresentação tão sucinta, indigna de Callas. Vinguem-se ouvindo-a !!!

Ouça! Deleite-se! Atinja o êxtase!

Palhinha: Maria Callas canta Casta Diva, de Norma:
http://www.youtube.com/watch?v=gZrao_GX4nk

Maria Callas (1923-1977)
Complete Studio Recordings

CDs 12-13
Giuseppe Verdi (1813-1901)
La traviata (2 CDs)

CD 12
01. Preludio
02. Dell’ Invito Trascorsae Gial’ Ora (1º Ato)
03. Libiamo, Ne’ Lieti Calici
04. Che e Cio?
05. Un di Felice, Eterea
06. Ebben? Che Diavol Fate?
07. Si Ridesta In Ciel L’Aurora
08. e Strano! e Strano!
09. Ah, Fors’e Lui Che L’Anima
10. Follie! Follie! Delirio Vano e Questo!
11. Sempre Libera
12. Lunge Da Lei (2º Ato)
13. De’ Miei Bollenti Spiriti
14. Annina, Donde Vieni? Alfredo? Per Parigi Or Or Partiva
15. Pura Siccome Un Angelo
16. Non Sapete Quale Affetto
17. Un Di, Quando Le Veneri
18. Ah! Dite Alla Giovine
19. Imponete…Non Amarlo Ditegli
20. Morro! la Mia Memoria
21. Dammi Tu Forza, O Cielo!
22. Che Fai? …Nulla
23. Ah, Vive Sol Quel Core All’ Amor Mio!
24. di Provenza Il Mar

CD 13
01. Avram Lieta di Maschere la Notte
02. Noi Siamo Zingarelle
03. di Madride Noi Siam Mattadori
04. Alfredo! Voi!
05. Invitato a Qui Seguirmi
06. Ogni Suo Aver Tal Femmina
07. di Sprezzo Degno S? Stesso Rende
08. Alfredo, Alfredo, di Questo Core
09. Preludio (3º Ato)
10. Annina? Commandate?
11. Teneste la Promessa
12. Addio, Del Passato
13. Largo Al Quadrupede
14. Signora! Che T’Accadde?
15. Parigi, O Cara
16. Ah, Non Pi?, a Un Tempio
17. Ah! Gran Dio! Morir Si Giovine
18. Ah, Violetta! Voi, Signor!
19. Prendi, Quest’e L’Immagine
20. Se Una Pudice Vergine

Maria Callas, soprano
Francesco Albanese, tenor
Ugo Savarese, barítono
Orchestra Sinfonica Nazionale della RAI
Gabriele Santini, regente
Setembro de 1953, Turim

CDs 14-15-16
Vincenzo Bellini (1801-1835)
Norma (3 CDs)

CD 14
01. Sinfonia – Bellini, Vincenzo
02. Introduzione: Andante Grave-Ite Sul Colle, O Druidi ( º Ato) – Bellini, Vincenzo
03. Dell’ Aura tua Profetica – Bellini, Vincenzo
04. Svanir Le Voci! – Bellini, Vincenzo
05. Meco All’ Altardi Venere – Bellini, Vincenzo
06. Odi? i Suoi Riti a Compiere – Bellini, Vincenzo
07. Me Protegge, Me Difende – Bellini, Vincenzo
08. Allegro Assai-Norma Viene – Bellini, Vincenzo
09. Sediziose Voci – Bellini, Vincenzo
10. Casta Diva – Bellini, Vincenzo
11. Fine Al Rito, e Il Sacro Bosco – Bellini, Vincenzo
12. Ah! Bello a Me Ritorna – Bellini, Vincenzo
13. Andante-Sgombra e la Sacra Selva – Bellini, Vincenzo
14. Deh! Proteggimi, O Dio!
15. Eccola-Va, Mi Lascia
16. Va, Crudele
17. Vieni In Roma

CD 15
01. Allegro Agitato-Vanne, e Li Cela Entrambi
02. Adalgisa! Alma, Costanza
03. Oh, Rimembranza!
04. Ah Si, Fa’ Core, Abbracciami
05. Ma Di: L’Amato Giovane
06. Oh, di Qual Sei Tu Vittima
07. Perfido!-Or Basti!
08. Vanne, Si, Mi Lascia, Indegno

CD 16
01. Introduzione: Allegro Assai Moderato (2º Ato)
02. Dormono Entrambi!
03. Ola! Clotilde!
04. Mi Chiami, O Norma?
05. Deh! Con Te, Con Te Li Prendi
06. Mira, O Norma
07. Cedi, Deh Cedi!
08. Si, Fino All’ Ore Estreme
09. Allegro Maestoso…Non Parti?
10. Guerrieri! a Voi Venirne
11. Ah! Del Tebro Al Giogo Indegno
12. Andante Maestoso-Ei Tornera! Si!
13. Squilla Il Bronzo Del Dio!
14. Guerra! Guerra!
15. N? Compi Il Rito, O Norma?
16. In Mia Man Alfin Tu Sei
17. Ah, Crudele! In Sen Del Padre
18. Dammi Quel Ferro!
19. Qual Cor Tradisti
20. Norma! Deh Norma! Scolpati
21. Deh! Non Volerli Vittime

Maria Callas, soprano
Mario Filippeschi, tenor
Ebe Stignani, mezzo-soprano
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Abril de 1954, Milão

CD 17
Ruggero Leoncavallo (1857-1919)
Pagliacci (1 CD)

01. Si Puo? Si Puo?
02. Son Qua! ( º Ato)
03. Un Grande Spettacolo a Ventitre Ore
04. Un Tal Gioco, Credetemi, e Meglio Non Giocarlo
05. i Zampognari! Din, Don. Suona Vespero
06. Qual Fiamma Avea Nel Guardo-Hui! Stridono Lassu
07. Sei La! Credea Che Te Ne Fossi Andato
08. So Ben Che Lo Scemo Contorto Son Io
09. Nedda! Silvio! a Quest’ Ora Che Imprudenza
10. e Fra Quest’ Ansiein Eterno Vivrai
11. Non Mi Tentar!
12. e Allor Perche, Di’ ,tum’ Hai Stregato
13. Derisione e Scherno!
14. Recitar! Mentre Preso Dal Delirio
15. Vesti la Giubba
16. Intermezzo
17. Presto, Affrettiamoci (2º Ato)
18. Pagliaccio, Mio Marito
19. Ah! Colombina, Il Tenero
20. di Fare Il Segno Convenuto
21. Arlecchin! Colombina!
22. Coraggio! Un Uomo Era Con Te
23. No, Pagliaccio Non Son
24. Suvviam Cosi Terribile

Giuseppe di Stefano, tenor
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Maio de 1954, Milão

CDs 18-19-20
Giuseppe Verdi (1813-1901)
La forza del destino (3 CDs)

CD 18
01. Sinfonia
02. Buona Notte, Mia Figlia ( º Ato)
03. Temea Restasse Qui Fino a Domani!
04. Me Pellgrina Ed Orfana
05. M’Aiuti, Signorina, Piu Presto Andrem
06. Ah, Per Sempre, O Mio Bell’ Angiol
07. Vil Seduttor! Infame Filgia!
08. Hola, Hola, Hola! Ben Giungi, O Mulattier (2º Ato)
09. la Cena e Pronta
10. Che Vedo! Mio Fratello!
11. Viva la Guerra!
12. Al Suon Del Tamburo
13. Padre Eterno Signor
14. Viva la Buona Compagnia!
15. Poich’e Imberbe L’Incognito
16. Son Pereda, Son Ricco d’Onore
17. Sta Bene
18. Sono Giunta! Grazie, O Dio!
19. Madre, Pietosa Vergine
20. Chi Siete?
21. Chi Mi Cerca?
22. Infelice, Delusa, Rejetta
23. Il Santo Nome di Dio Signore Sia Benedetto
24. la Vergine Degli Angeli

CD 19
01. Attenti Al Gioco, Attenti, Attenti Al Gioco (3º Ato)
02. la Vita e Inferno All’ Infelice
03. O Tu Che In Seno Agli Angeli
04. Al Tradimento!
05. All’ Armi
06. Piano…Qui Posi…Approntisi Il Mio Letto
07. Solenne In Quest’ Ora
08. Morir! Tremenda Cosa!
09. Urna Fatale Del Mio Destino
10. e S’Altra Prova Rinvenir Potessi?
11. Comoagni, Sostiamo
12. Ne Gustare, M’e Dato Un’ Oradi Quiete
13. Lorche Pifferi e Tamburi Par Che Assordino la Terra
14. Qua, Vivandiere, Un Sorso
15. a Buon Mercato Chi Vuol Comprare?
16. Pane, Pan Per Carita!
17. Nella Guerra e la Follia
18. Toh! Toh! Poffare Il Mondo! Che Tempone!
19. Rataplan, Rataplan, Della Gloria

CD 20
01. Fate la Carita, e Un’ Ora Che Aspettiamo! (4º Ato)
02. Giunge, Qualcuno, Aprite
03. Invano Alvaro Ti Celasti Al Mondo
04. Le Minaccie, i Fieri Accenti
05. Pace, Pace Mio Dio
06. Io Muoio! Confessione!
07. Non Imprecare, Umiliati a Lui Ch’e Giusto e Santo

CDs 18-19-20
Giuseppe Verdi (1813-1901)
La forza del destino (3 CDs)

Maria Callas, soprano
Richard Tucker, tenor
Carlo Tagliabue, barítono
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Agosto de 1954, Milão

Só para os gulosos!
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 504Mb

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Bisnaga