Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sinfonias Nos. 7, 8 & 9 · ∾ · Britten Sinfonia & Thomas Adès ֍

Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sinfonias Nos. 7, 8 & 9 · ∾ · Britten Sinfonia & Thomas Adès ֍

A apresentação das Sinfonias de Beethoven como um ciclo é um fenômeno que certamente se deve às gravadoras. Algo semelhante se deu com as Sonatas para Piano. Pioneiro nesta empreitada e que certamente estabeleceu um espetacular parâmetro de comparação foi a iniciativa de Walter Legge que gravou para a EMI, entre 1951 e 1955, com a Philharmonia Orchestra regida pelo ainda não tão poderoso Herbert von Karajan, todas as sinfonias. Este ciclo ainda aparece nas listas dos mais-mais. Note que os ciclos de Sinfonias regidas por Furtwängler, por exemplo, foram obtidos reunindo gravações feitas em momentos diferentes.

Apesar das enormes dificuldades apresentadas pela tarefa, a moda pegou e todos os grandes regentes a levaram a cabo. Alguns, até mesmo mais vezes do que talvez fosse aconselhável.

Para ter uma ideia de quantas vezes isso se repetiu, veja uma lista de 2017, por ordem alfabética dos regentes, nesta página aqui.

Além dos grandes nomes de orquestras e regentes, nós consumidores precisamos escolher entre as diferentes abordagens. Qual é o seu estilo de interpretação favorito? Toscanini ou Furtwängler? Talvez Klemperer ou Bruno Walter? Karajan-63 ou Karajan-84? Possivelmente nenhum dos anteriores. Talvez o menos glamoroso, mas eficientíssimo Günter Wand? Há quem diga: Mackerras! Há para todos os gostos.

A primeira gravação que me fez pensar em uma abordagem diferente daquela oferecida pelas grandes orquestras foi da Sinfonia Pastoral com o jovem Michael Tilson Thomas regendo a English Chamber Orchestra. As outras sinfonias vieram posteriormente. Além dessas, havia algumas sinfonias gravadas pela Marlboro Festival Orchestra, regida pelo venerando Pablo Casals. Mas, o bloco das orquestras historicamente informadas estava a caminho e chegaram pelo disco do Roger Norrington regendo a London Classical Palyers com as Sinfonias 2 e 8, que levou um prêmio da Gramaphone em 1987. Daí por diante o cenário não seria mais o mesmo.

Atualmente estas ondas e modismos ganharam uma boa perspectiva e podemos escolher aquela gravação que traz as características que mais nos agradam, nos diferentes estilos e abordagens. Basta considerar como exemplos os ciclos gravados por Nikolaus Harnoncourt regendo a Chamber Orchestra of Europe ou David Zinman regendo a Tonhalle Orchestra Zurich.

É também importante considerar a opinião de que o ciclo ideal pode ser aquele coletado de gravações por diferentes orquestras e regentes para as diferentes sinfonias. Veja o que diz o Norman Lebrecht numa publicação sobre este tema e que você poderá ler aqui: ‘Boxed sets, I’ve always understood, are for Christmas. Beethoven is for the other 364 days of the year’.

Mesmo assim, vamos postar aqui as três últimas sinfonias que restam para completar o ciclo gravado por Thomas Adès regendo a Britten Sinfonia. O desafio é grande, mas acho que o conjunto é excelente. Minha maior expectativa era a Nona Sinfonia. Bom, se você gosta de Beethoven apresentado com intensidade, clareza e tempos justos, vai gostar muito destas gravações. Ouça e depois, me conte!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto meno assai
  4. Allegro con brio

Sinfonia No. 8 em fá maior, Op. 93

  1. Allegro vivace con brio
  2. Allegretto scherzando
  3. Tempo di Menuetto
  4. Allegro vivace

Sinfonia No. 9 em ré menor, Op. 125 ‘Choral’

  1. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
  2. Allegro vivace
  3. Adagio molto e cantabile
  4. Allegro assai

Gerald Barry (b. 1952)

  1. The Eternal Recurrence

Jennifer France, soprano

Christianne Stotijn, mezzo-soprano

Ed Lyon, tenor

Matthew Rose, baixo

Britten Sinfonia Voices – Royal Holloway Choir

Britten Sinfonia

Thomas Adès

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FLAC | 595 MB

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MP3 | 320 KBPS | 318 MB

 

Lascou!

O artigo de Benjamin Poore, que pode ser lido na íntegra aqui, diz:

Bacchic ebullience in Beethoven from Thomas Adès at the Barbican

Adès’ reading of this symphony was precise and propulsive. So far, so Nietzschean – but I have some misgivings. When Wilhelm Fürtwangler reclaimed the symphony at Bayreuth in 1951, he spotlighted its moments of faltering doubt and vulnerability: in places it is is unsure of its own ability to summon joy and brotherhood into the world; sometimes it turns its back on human community altogether. The self-assurance of Adès performance seemed to cast aside the uncertainties and frailties of this music, perhaps occluding its deeper significance.  

Fragilidades? Veja lá…

Aproveite!

RD

Postagens anteriores:

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Sinfonias 1, 2 & 3 · ∾ · G. Barry (1952): Beethoven / Concerto para Piano (Adès / Britten Sinfonia) ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sinfonias Nos. 4, 5 & 6 · ∾ · Britten Sinfonia & Thomas Adès ֍

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#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Sinfonias 1, 2 & 3 · ∾ ·  G. Barry (1952): Beethoven / Concerto para Piano (Adès / Britten Sinfonia) ֍

BTHVN

Sinfonias Nos 1, 2 & 3

Gerald Barry

Beethoven & Concerto para Piano

Britten Sinfonia

Thomas Adès

 

Estamos nos aproximando da data da efeméride mor do (trágico) ano de 2020, 250 anos do nascimento do Ludovico, que se dará em 17 de dezembro de 2020. A agenda anda cheia, portanto, com tantas postagens com música do gênio. Eu mesmo já tenho contribuído com uma boa dose para esta Beethoven-Mania, mas ainda temos muitas coisas para oferecer. Espero que o apetite de nossos leitores seguidores continue insaciável. Aproveitando uma brecha na programação de nosso principal curador do que acabou tornando-se o Projeto #BTHVN250, retomo algumas postagens com peças de nosso admirado compositor.

Eu tenho particular prazer em ouvir as peças do jovem Beethoven, produzidas assim que ele chegou a Viena – os primeiros concertos para piano, as primeiras sonatas para piano, sonatas para piano e violino e outras obras de câmera.

Há nestas peças um olhar atento para a produção dos compositores já estabelecidos, principalmente Haydn e Mozart, mas há também um gesto de desafio, de novidade, da forte personalidade do compositor, afirmando sua própria voz.

Nesta postagem temos como foco as três primeiras sinfonias, regidas por Thomas Adès, um dos mais completos músicos ingleses do momento. Isto foi o que me atraiu inicialmente para o álbum, que agora divido com vocês. Thomas Adès é compositor e exímio pianista e aqui assume o papel de regente da orquestra que leva o nome de outro famoso músico inglês de uma geração anterior, que como ele foi compositor, regente e pianista – Benjamim Britten.

Para um toque de modernidade ao álbum, temos mais duas peças compostas por Gerald Barry, compositor irlandês contemporâneo. Barry conta que cresceu na região rural de Clare (Clarehill) e o pouco contato que teve com música nesta época foi através do rádio: ‘A coisa que me fulminou como um raio, assim como aconteceu com São Paulo a caminho de Damasco, foi uma ária de uma ópera de Handel, de Xérxes, talvez, que ouvi pelo rádio. Eu ouvi aquela mulher cantando e, bang – explodiu minha cabeça! Foi assim que descobri música’.

A peça intitulada Beethoven fica logo após as duas primeiras sinfonias e é para barítono e orquestra, baseada no texto da famosa carta de Beethoven à imortal amada. E após a Sinfonia Eroica, o seu Concerto para Piano.

Eu gostei mais do Concerto, com seus sons ásperos e modernosos. Você precisará ouvir para tirar suas próprias conclusões.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 1 em dó maior, Op. 21

  1. Adagio molto – Allegro con brio
  2. Andante cantabile con moto
  3. Menuetto. Allegro molto e vivace – Trio
  4. Finale. Adagio – Allegro molto e vivace

Sinfonia No. 2 em ré maior, Op. 36

  1. Adagio molto – Allegro con bio
  2. Larghetto
  3. Scherzo. Allegro vivo
  4. Allegro molto

Gerald Barry (nascido em 1952)

Beethoven

  1. Beethoven

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 3 in mi bemol maior, Op. 55 ‘Eroica’

  1. Allegro con brio
  2. Marcia funebre. Adagio assai
  3. Scherzo. Allegro vivace – Trio
  4. Finale. Allegro molto

Gerald Barry (nascido em 1952)

Concerto para Piano

  1. Concerto para Piano

Nicolas Hodges, barítono (Beethoven)

Mark Stone, piano

Britten Sinfonia

Thomas Adès

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FLAC | 621 MB

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MP3 | 320 KBPS | 325 MB

Thomas e a Sinfonia

Uma crítica bastante própria ao álbum todo pode ser lida aqui. Veja o que nos diz sobre a interpretação da Eroica:  An excitement exists throughout, as though a fiery character is always set to bubble over.

BBC Music Magazine – Julho 2020: This set cuts pristine interpretations of Beethoven’s early symphonies with Gerald Barry’s 21st-century zesty homage…Stone’s Beethoven swaps between falsetto and lower-range passages with impressive dexterity…Adès and the Britten Sinfonia present tightly knit performances [of the Beethoven Symphonies], and dynamic subtleties are largely preserved in the concert recordings.

Se você quiser conhecer o Thomas Adès compositor, poderá começar aqui:

Thomas Adès (1971): Adès Conducts Adès