Henry Purcell (1659-1695): Dido and Aeneas – Jessye Norman – ECO – Raymond Leppard

Henry Purcell (1659-1695): Dido and Aeneas – Jessye Norman – ECO – Raymond Leppard

Henry Purcell

Dido and Aeneas

 

 

Raymond Leppard

Raymond Leppard foi regente, cravista e arranjador. Nasceu em 11 de agosto de 1927 e morreu em 22 de outubro de 2019.

Jessye Norman

Jessye Norman foi recentemente homenageada em nossas páginas, mas aproveito a postagem para reforçar a sua importância artística.

Raymond Leppard foi o responsável pelo retorno aos palcos das óperas de Claudio Monteverdi e de outros compositores desta época. Ele convenceu a direção da Ópera de Glyndebourne a apresentar L’Incoronazione di Poppea, de Monteverdi, em uma edição completa feita por ele, em 1962. Seguiu para Veneza em busca de outras óperas de Monteverdi e acabou descobrindo óperas de Francesco Cavalli também. Seguiram apresentações de L’Ormindo, de Cavalli, em 1967 e La Calisto, em 1970. Também houve a apresentação de Il Ritorno d’Ulisses in Patria, de Monteverdi.

Sua colaboração com Janet Baker em La Calisto, Il Ritorno e Orfeo ed Euridice, de Gluck, resultou em apresentações memoráveis destas peças.

No entanto, o surgimento das performances historicamente informadas e em instrumentos da época fez com os esforços pioneiros de Leppard parecessem romantizados e por demais exuberantes.

Ele que tinha uma longa colaboração com a English Chamber Orchestra e era considerado uma referência para música barroca, teve que se adaptar às mudanças. Grande e admirável músico que era, iniciou colaboração com outras orquestras e adaptou-se a novo repertório.

Particularmente notável foi sua colaboração com a Indianapolis Symphony Orchestra, da qual foi o diretor musical por 14 anos.

A obra desta postagem, além de reunir estes grandes artistas – Jessye Norman e Raymond Leppard – apresenta a ópera Dido and Aeneas, de Henry Purcell. Nesta gravação, além da regência, Leppard faz parte do baixo contínuo como cravista.

Você ouvirá, ao lado da maravilhosa voz de Jessye Norman, as vozes do barítono Thomas Allen e da soprano Marie McLaughlin. A ópera tem cenas com bruxas, tempestades e a heroína… hã, hã, … como dizer sem dar spoiler? Bem, é ópera e alguém tem que morrer. Neste link você poderá conseguir a sinopse com lindas ilustrações. Você encontrará o pdf do livreto junto aos arquivos musicais.

Henry Purcell (1658-1695)

Dido and Aeneas

Dido – Jessye Norman, soprano

Aeneas – Thomas Allen, barítono

Belinda – Marie McLaughlin, soprano

Sorceress – Patricia Kerr, mezzo-soprano

English Chamber Orchestra

Raymond Leppard

Gravado em Londres, 1985

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FLAC | 281 MB

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MP3 | 320 KBPS | 167 MB

Certa ocasião, Raymond Leppard recebeu um conselho de Sir Thomas Beecham. ‘Compre as partituras das obras de seu repertório, anote todas as indicações de regência e nunca as empreste a outros regentes’. Pois em 1971, um incêndio destruiu sua residência, queimando todos os seus livros e partituras (com as tais anotações). Apesar disso, em 1976, o ano em que ele mudou-se para os Estados Unidos, disse em uma entrevista ao ‘The Guardian’ que passou a fazer novas leituras das obras de seu repertório. Desta experiência ele concluiu: ‘Se eu descobrir que estou repetindo a mim mesmo, doarei toda a minha biblioteca e recomeçarei novamente’.

Atitude inspiradora!

René Denon

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros 94, 100 & 104 (versões de câmara de Johann Peter Salomon)

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros 94, 100 & 104 (versões de câmara de Johann Peter Salomon)

Bom disco, apesar de às vezes faltar colorido e potência, é claro.

Johann Peter Salomon (1745-1815) foi um violinista, compositor, maestro alemão e empresário. Ele foi o cara que levou Haydn a Londres, onde ele escreveu suas últimas sinfonias sob contrato. Haydn esteve em Londres em 1791-1792 e 1794-1795 e dividiu com Salomon a condução das primeiras performances de muitos dos trabalhos que Haydn compôs enquanto estava na Inglaterra. Haydn escreveu suas sinfonias números 93 a 104 para essas viagens, que às vezes são conhecidas como sinfonias Salomon (elas são mais conhecidas como sinfonias de Londres). A estima de Haydn por seu empresário e líder orquestral pode ser ouvida nas sinfonias: por exemplo, a cadência no movimento lento da Sinfonia Nº 96 tem a anotação Salomon: solo ma piano. A Sinfonia Concertante em Mi bemol maior foi composta para Salomon, que a solou, os seis quartetos de cordas Op. 71 e 74 , foram escritos para as apresentações públicas que o quarteto de Salomon fez em Londres. Ele foi um dos membros fundadores da Philharmonic Society e liderou a orquestra em seu primeiro concerto em 8 de março de 1813. Salomon também deu o apelido de Júpiter à Sinfonia Nº 41 de Mozart. Ele morreu em Londres em 1815, de ferimentos sofridos quando foi jogado de um cavalo. Ele está enterrado na Abadia de Westminster.

E, bem, foi Salomon quem escreveu os maravilhosos arranjos deste disco. É um time de seis pessoas que tocam essas 3 Sinfonias de Haydn. É um quarteto de cordas, piano e flauta.

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros 94, 100 & 104 (versões de câmara de Johann Peter Salomon)

Symphony No.94 In G Major ‘Surprise’ “Mit Dem Paukenschlag”
1 Adagio Cantabile – Vivace Assai 8:15
2 Andante 7:09
3 Menuetto. Allegro Molto 3:41
4 Finale. Allegro Molto 3:48

Symphony No.100 In G Major ‘Military’
5 Adagio – Allegro 7:24
6 Allegretto 6:13
7 Menuetto. Moderato 5:31
8 Finale. Presto 5:06

Symphony No.104 In D Major ‘London’
9 Adagio – Allegro 8:14
10 Andante 8:01
11 Menuetto. Allegro 4:42
12 Allegro Spiritoso 6:40

Cello – Anthony Pleeth (tracks: 1 to 4), Jennifer Ward Clarke (tracks: 5 to 12)
Flute – Lisa Beznosiuk (tracks: 5 to 12), Stephen Preston (tracks: 1 to 4)
Fortepiano – Christopher Hogwood
Viola – Jan Schlapp (tracks: 1 to 4), Trevor Jones (tracks: 5 to 12)
Violin – Micaela Comberti (tracks: 5 to 12), Monica Huggett (tracks: 1 to 4), Simon Standage

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A Londres do Século XVIII

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 1 – BP – Claudio Abbado

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 1 – BP – Claudio Abbado

MAHLER

Sinfonia No. 1

Berliner Philharmoniker

ABBADO

 

Um amigo passou aqui em casa dia destes e viu minha bagunça de CDs, computador, papéis cheios de anotações. Não pude esconder (ah, a vaidade…) minhas atividades de blogueiro. E no meio de uma pilha de CDs que andava escutando ele avistou este aqui e disse: taí, este CD eu baixaria! Não é que ele tem bom olho? O álbum tem muita coisa a seu favor: ótima combinação autor-repertório-intérprete, além do selo de uma renomadíssima gravadora.

Há ainda outras coisas que o tornam um disco especial. Gravado ao vivo em dezembro de 1989, registra o primeiro concerto de Claudio Abbado como o Regente Principal (Chief Director) da Berliner Philharmonioker. Abbado fora eleito para o cargo que Karajan exercera com mão de ferro por mais de 30 anos. Suas personalidades não podiam ser mais diferentes e isso certamente deve ter pesado na escolha de Abbado.

Segundo a própria página da orquestra, sempre que Abbado falava sobre música, as palavras ‘ascoltare’ e ‘insieme’ eram sempre usadas. Sua abordagem à música era fundamentada em trabalhar ‘juntos’ e ‘ouvindo’ uns aos outros. Esta abordagem resultava sempre em uma enorme orquestra produzindo um som transparente que passou a fazer parte do estilo da Berliner Philharmoniker.

The disc is on the table!

A Primeira Sinfonia de Mahler foi composta em 1887 e 1888, praticamente um século antes do concerto aqui gravado, a partir de material usado em um ciclo de canções – Lieder eines fahrenden Gesellen. Neste período, Mahler era o segundo regente da Ópera de Leipzig. A obra custou um pouco a se firmar e sofreu várias mudanças até chegar à forma que a ouvimos hoje. Isto não é incomum com as obras de Mahler, que aproveitava as experiências das primeiras apresentações de suas obras para aprimorá-las.

A sinfonia é composta de quatro movimentos e inicia quase inaudível, em um murmúrio, mas que se constitui em uma peça bastante inovadora. Veja aqui um guia mais detalhado da obra. É mérito da gravação, em especial de Klaus Hermann, o engenheiro de som, que mesmo tendo sido feita ao vivo, tenha tanta qualidade. Note especialmente as enormes dinâmicas, com pianíssimos e fortíssimos realmente distanciados, o que nos permite experimentar em casa, pelo menos parte das emoções sentidas pelos presentes ao concerto. Assim, prepare a sala com uns aperitivos e avise os vizinhos para darem uma volta antes de botar o som no máximo!

Gustav Mahler (1860-1911)

Sinfonia No. 1

  1. Schleppend. Wie ein Naturlaut – Im Anfang sehr gemächlich
  2. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell – Trio. Recht gemächlich
  3. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
  4. Stürmisch bewegt

Berliner Philharmoniker

Claudio Abbado

Gravado ao vivo em dezembro de 1989

Produção: Christopher Alder
Som: Klaus Hiemann

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FLAC | 205 MB

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MP3 | 320 KBPS | 125 MB

Há outras gravações memoráveis desta sinfonia. Eu não ficaria sem o registro feito por Bernstein a frente da Concertgebouw Amsterdam, também gravado ao vivo, no mesmo selo DG e que ostenta uma das capas mais lindas que eu conheço. Mas esta aqui vale pelo registro de um memorável concerto no qual um maravilhoso regente assume a direção de uma das maiores orquestras do mundo.

Aproveite!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 6 – Koopman, ABOC, Agnew, Mertens, etc.

Pensaram que eu tinha desistido, né? Pois é, estes projetos malucos demandam tempo, algo que não disponho atualmente. Assim que dá, volto a eles.

O sexto volume de nossa gravação completa das cantatas de Bach inaugura a longa série de cantatas sagradas escritas durante os anos do compositor em Leipzig. Com uma única exceção, as cantatas incluídas no presente comunicado pertencem ao primeiro ciclo anual e data de 1723/24. As Cantatas 75 e 76, com as quais o Thomaskantor recentemente instalado assumiu seu novo compromisso em abril de 1723. Elas datam, respectivamente, do final de maio e início de junho de 1723. O último dos trabalhos a serem incluídos aqui é Cantata 69, uma versão revisada do BWV 69a. Data do final da vida de seu compositor. Durante seus vinte e sete anos como Cantor e diretor de música, Bach deu sua música sacra para a Igreja de Thomaskirche e St. Nicholas de Leipzig. Inevitavelmente, uma imagem melhor só surge quando ampliamos nosso campo de visão e captamos todas as 180 cantatas sagradas que sobreviveram a seus anos em Leipzig.

O texto acima foi retirado e livremente traduzido por este que vos escreve. O booklet, para variar, segue em anexo, muito completo e descritivo, para melhor apreciação das obras.

Espero que apreciem o trabalho.

COMPACT DISC 1

“Die Himmel erzählen die Ehre Gottes” BWV 76
For the 2nd Sunday after Trinity

Erster Teil 1 Chorus: “Die Himmel erzählen die Ehre Gottes”
2 Recitative (Tenor): “So laßt sich Gott nicht unbezeuget!”
3 Aria (Soprano): “Hört, ihr Völker, Gottes Stimme”
4 Recitative (Bass): “Wer aber hört”
5 Aria (Bass): “Fahr hin, abgöttische Zunft”
6 Recitative (Alto): “Du hast uns, Herr, von allen Straßen zu dir geruft”
7 Chorale: “Es woll uns Gott genädig sein”

Zweiter Teil
8 Sinfonia Recitativo accompagnato (Bass): “Gott segne noch die treue Schar”
10 Aria (Tenor): “Hasse nur, hasse mich recht”
11 Recitative (Alto): “Ich fühle schon im Geist”
12 Aria (Alto): “Liebt, ihr Christen, in der Tat”
13 Recitative (Tenor): “So soll die Christenheit die Liebe Gottes preisen”
14 Chorale: “Es danke, Gott, und lobe dich”

“Die Elenden sollen essen” BWV 75
For the 1st Sunday after Trinity

Erster Teil
15 Chorus: “Die Elenden sollen essen”
16 Recitativo accompagnato (Bass): “Was hilft des Purpurs Majestät”
17 Aria (Tenor): “Mein Jesus soll mein alles sein”
18 Recitative (Tenor): “Gott stürzet und erhöhet in Zeit und Ewigkeit!”
19 Aria (Soprano): “Ich nehme mein Leiden mit Freuden auf mich”
20 Recitative (Soprano): “Indes schenkt Gott ein gut Gewissen”
21 Chorale: “Was Gott tut, das ist wohlgetan”

Zweiter Teil
22 Sinfonia
23 Recitative (Alto): “Nur eines kränkt ein christliches Gemute”
24 Aria (Alto): “Jesus macht mich geistlich reich”
25 Recitative (Bass): “Wer nur in Jesu bleibt”
26 Aria (Bass): “Mein Herze glaubt und liebt”
27 Recitative (Tenor): “O Armut, der kein Reichtum gleicht!”
28 Chorale: “Was Gott tut, das ist wohlgetan”

COMPACT DISC 2

“Singet dem Herrn ein neues Lied” BWV 190
For the Feast of the Circumcision

1 Chorus: “Singet dem Herrn ein neues Lied”
2 Chorale & recitative (Alto, Tenor, Bass): “Herr Gott, dich loben wir!”
3 Aria (Alto): “Lobe, Zion, deinen Gott”
4 Recitative (Bass): “Es wünsche sich die Welt”
5 Aria (Duet Tenor, Bass): “Jesus soll mein alles sein”
6 Recitative (Tenor): “Nun, Jesus gebe, daß mit dem neuen Jahr”
7 Chorale: “Laß uns das Jahr vollbringen”

“Siehe zu, daß deine Gottesfurcht nicht Heuchelei sei” BWV 179
For the 11th Sunday after Trinity

8 Chorus: “Siehe zu, daß deine Gottesfurcht nicht Heuchelei sei”
9 Recitative (Tenor): “Das heutge Christentum”
10 Aria (Tenor): “Falscher Heuchler Ebenbild”
11 Recitative (Bass): “Wer so von innen wie von außen ist”
12 Aria (Soprano): “Liebster Gott, erbarme dich”
13 Chorale: “Ich armer Mensch, ich armer Sünder”

“Wer mich liebet, der wird mein Wort halten” BWV 59
For Whit Sunday

14 Duet (Soprano, Bass): “Wer mich liebet, der wird mein Wort halten”
15 Recitative (Soprano): “O, was sind das vor Ehren”
16 Chorale: “Komm, Heiliger Geist, Herre Gott”
17 Aria (Bass): “Die Welt mit allen Königreichen”
18 Chorale: “Gott, heiiger Geist”

“Lobe den Herrn, meine Seele” BWV 69
For the Leipzig town council inauguration

19 Chorus: “Lobe den Herrn, meine Seele”
20 Recitative (Soprano): “Wie groß ist Gottes Güte doch!”
21 Aria (Alto): “Meine Seele, auf! erzähle”
22 Recitative (Tenor): “Der Herr hat große Ding an uns getan”
23 Aria (Bass): “Mein Erlöser und Erhalter”
24 Chorale: “Es danke, Gott, und lobe dich”

COMPACT DISC 3

“Nun ist das Heil und die Kraft” BWV 50
For the feast of St Michael

1 Chorus: “Nun ist das Heil und die Kraft”

“Ärgre dich, o Seele, nicht” BWV 186
For the 7th Sunday after Trinity

Erster Teil
2 Chorus: “Ärgre dich, o Seele, nicht”
3 Recitative (Bass): “Die Knechtsgestalt, die Not, der Mangel”
4 Aria (Bass): “Bist du, der mir helfen soll”
5 Recitative (Tenor): “Ach, daß ein Christ so sehr vor seinen Körper sorgt”
6 Aria (Tenor): “Mein Heiland läßt sich merken”
7 Chorale: “Ob sichs anließ, als wollt er nicht”

Zweiter Teil

8 Recitative (Bass): “Es ist die Welt die große Wüstenei”
9 Aria (Soprano): “Die Armen will der Herr umarmen”
10 Recitative (Alto): “Nun mag die Welt mit ihrer Lust vergehen”
11 Aria (Duet Soprano, Alto): “Laß, Seele, kein Leiden von Jesu dich scheiden”
12 Chorale: “Die Hoffnung wart’ der rechten Zeit”

“Du Hirte Israel, höre” BWV 104
For the second Sunday after Easter

13 Chorus: “Du Hirte Israel, höre!”
14 Recitative (Tenor): “Der höchste Hirte sorgt vor mich”
15 Aria (Tenor): “Verbirgt mein Hirte sich zu lange”
16 Recitative (Bass): “Ja, dieses Wort ist meiner Seele Speise”
17 Aria (Bass): “Beglückte Herde, Jesu Schafe”
18 Chorale: “Der Herr ist mein getreuer Hirt”

“Lobe den Herrn, meine Seele” BWV 69a
For the 12th Sunday after Trinity

19 Chorus: “Lobe den Herrn, meine Seele”
20 Recitative (Soprano): “Ach, daß ich tausend Zungen hätte”
21 Aria (Tenor): “Meine Seele, auf, erzähle”
22 Recitative (Alto): “Gedenk ich nur zurück”
23 Aria (Bass): “Mein Erlöser und Erhalter” (see no. 69)
24 Chorale: “Was Gott tut, das ist wohlgetan”

“Nun ist das Heil und die Kraft” BWV 50
For the feast of St Michael

25 Chorus: “Nun ist das Heil und die Kraft”

RUTH ZIESAK soprano
ELISABETH VON MAGNUS alto P
PAUL AGNEW tenor
KLAUS MERTENS bass

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 3 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 16, 98 & 139

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 16, 98 & 139

Um excelente disco, magnificamente interpretado por Gardiner e sua turma de usual suspects. As cantatas constituem importante parte da produção de Bach, mas apenas nas últimas décadas sua importância vem sendo reconhecida. Esquecidas quase por completo no século XIX, até meados do século XX somente um pequeno número delas havia sido estudado em detalhe, situação que vem mudando diante do rápido crescimento dos estudos bachianos. A maior parte delas é sacra, compostas em Weimar e principalmente Leipzig, mas ele cultivou o gênero ao longo de quase toda a sua carreira. Muitas foram perdidas por descuido do filho Wilhelm; de acordo com o obituário de Carl Philipp ele compôs cinco ciclos completos para o ano eclesiástico, fora as cantatas profanas, o que representaria mais de 350 obras, mas ainda sobrevivem 194 composições neste gênero (sacro), somando um total de mais de 1.200 movimentos individuais. As de sua fase inicial são compostas segundo o modelo alemão do século XVII, sem recitativos ou árias da capo, elementos de origem operística italiana que só aparecem em suas obras maduras. Mais tarde se consolidou um formato italianizado, com uma abertura mais elaborada com coro, seguida de uma alternância de cinco ou seis árias da capo e recitativos para voz solo, encerrando com uma harmonização coral simples homofônica a quatro vozes, quando a congregação possivelmente se unia ao coro, mas mesmo aqui são encontradas muitas outras soluções técnicas e formais, incluindo fugas, cânones, variações sobre um ostinato, formas concertantes, influência da abertura francesa e do antigo moteto, além de se valerem de uma ampla gama de forças instrumentais. Nas palavras de Buelow,

“Nada é mais difícil de definir ou explicar que o estilo vocal de Bach. É claro, contudo, que o cerne de seu estilo reside no seu compromisso de ilustrar expressivamente os textos, as palavras individuais desses textos, e os afetos que veiculam. Suas linhas vocais raramente são apenas líricas, e não guardam a menor semelhança com o estilo cantabile dos italianos. Quase sempre são altamente dramáticas e amiúde cheias de complexos motivos rítmicos, com um desenho anguloso de saltos amplos. Passagens melismáticas, algumas de enorme extensão, ocorrem às vezes para emprestar mais ênfase retórica ou para simbolizar determinada palavra, mas noutras ocasiões são parte integral do desenvolvimento melódico”.

As cantatas sacras são peças de ocasião, e por regra eram ouvidas apenas uma única vez. Obras muito elaboradas artisticamente, o que o ouvinte não conseguia entender em termos estéticos, como disse Chafe, era compensado por seu conhecimento de uma rede de intenções que ligavam a experiência religiosa de cada um ao seu contexto cultural e religioso maior. A principal dentre essas intenções era apresentar o caráter dinâmico da experiência religiosa num programa didático sequencial de afetos e formas com que o ouvinte comum pudesse se identificar, criando uma ponte entre as Escrituras e a fé, à luz, naturalmente, da tradição hermenêutica fundada por Lutero. Para conseguir esse objetivo, além do conteúdo explícito dos textos, Bach recorria a um rico repertório de elementos puramente musicais para ilustrar e enfatizar o texto, elementos que por sua vez estavam associados a uma série de convenções simbólicas e alegóricas então de domínio público, um procedimento típico do Barroco em geral, no caso aplicado aos propósitos do Protestantismo.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 16, 98 & 139

“Was Gott Tut, Das Ist Wohlgetan” (BWV 98), Cantata For The 21st Sunday After Trinity
1 1. Chorus: Was Gott Tut, Das Ist Wohlgetan 3:56
2 2. Recitative (Tenor): Ach Gott! Wann Wirst Du Mich Einmal 0:53
3 3. Aria (Soprano): Hört, Ihr Augen, Auf Zu Weinen 3:18
4 4. Recitative (Countertenor): Gott Hat Ein Herz 0:55
5 5. Aria (Bass): Meinen Jesum Lass Ich Nicht 3:51
“Wohl Dem, Der Sich Auf Seinen Gott” (BWV 139), Cantata For The 23rd Sunday After Trinity
6 1. Chorus: Wohl Dem, Der Sich Auf Seinen Gott 4:58
7 2. Aria (Tenor): Gott Ist Mein Freund; Was Hilft Das Toben 5:03
8 3. Recitative (Countertenor): Der Heiland Sendet Ja Die Seinen 0:35
9 4. Aria (Bass): Das Unglück Schlägt Auf Allen Seiten 4:37
10 5. Recitative (Soprano): Ja, Trag Ich Gleich Den Grössten Feind In Mir 0:40
11 6. Chorale: Dahero Trotz Der Höllen Heer 0:47
“Herr Gott, Dich Loben Wir” (BWV 16), Cantata For New Year’s Day (Feast Of The Circumcision)
12 1. Chorus: Herr Gott, Dich Loben Wir 1:37
13 2. Recitative (Bass): So Stimmen Wir Bei Dieser Frohen Zeit 1:08
14 3. Aria (Chorus, Bass): Lasst Uns Jauchzen, Lasst Uns Freuen / Krönt Und Segnet Seine Hand 3:30
15 4. Recitative (Countertenor): Ach, Treuer Hort, Beschütz Auch Fernerhin Dein Wertes Wort 1:17
16 5. Aria (Tenor): Geliebter Jesu, Nur Du Allein 7:24
17 6. Chorale: All Solch Dein Güt Wir Preisen 1:01

Alto Vocals [Choir] – Angus Davidson (2), Charles Humphries, Richard Wyn Roberts*
Bass Vocals [Choir] – Julian Clarkson, Robert Macdonald, Simon Oberst
Bass Vocals [Soloist] – Gotthold Schwarz
Bassoon – Alastair Mitchell
Cello – Catherine Rimer, Ruth Alford
Choir – The Monteverdi Choir
Conductor – John Eliot Gardiner
Cornett – Michael Harrison (4)
Countertenor Vocals [Soloist] – Derek Lee Ragin
Double Bass – Judith Evans
Harpsichord – Gary Cooper (2)
Horn [Corno Da Caccia] – Mark Bennett (2)
Oboe – James Eastaway, Michael Niesemann
Oboe [Da Caccia] – Katharina Arfken
Orchestra – The English Baroque Soloists
Organ – Alastair Ross
Soprano Vocals [Choir] – Constanze Backes, Donna Deam, Nicola Jenkin, Suzanne Flowers
Soprano Vocals [Soloist] – Katharine Fuge
Tenor Vocals [Choir] – Gerard O’Beirne, Paul Tindall, Simon Davies (3)
Tenor Vocals [Soloist] – Julian Podger
Viola – Lisa Cochrane, Rosemary Nalden
Violin [1st] – Anne Schumann, Peter Lissauer, Sarah Bealby-Wright
Violin [2nd] – Adrian Butterfield, Henrietta Wayne, Kati Debretzeni
Violin, Concertmistress – Maya Homburger

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Jan Steen (1626-1679):

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo Solo

J. S. Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo Solo

Esta versão das Suítes para Violoncelo Solo de Bach, por Roel Dieltiens, não chega ao nível altíssimo das gravações de Cocset, Pandolfo ou Bylsma, mas é muito boa e consistente. As Suítes foram provavelmente compostas durante o período de 1717-1723, quando Bach serviu como Kapellmeister em Köthen. Devido às dificuldades técnicas das obras, elas foram pouco conhecidas e raramente executadas até serem revividas e gravadas por Pablo Casals no início do século 20. Hoje são consideradas dentre as maiores realizações de Bach. Diferentemente das sonatas para violino solo de Bach, nenhum manuscrito autógrafo sobreviveu. Os estudiosos acreditam que Bach pretendia que as obras fossem consideradas um ciclo e não uma série arbitrária de peças. Comparadas às outras coleções de suítes de Bach, as suítes para violoncelo são as mais rigorosas na ordem de seus movimentos. Além disso, para obter uma arquitetura simétrica, Bach inseriu movimentos intermezzi aos pares entre as sarabandas e as gigas.

J. S. Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo Solo

Suite Nº 2 In D-Minor (BWV 1008)
1-1 Prélude 2:28
1-2 Allemande 3:16
1-3 Courante 1:50
1-4 Sarabande 4:55
1-5 Menuet I 1:41
1-6 Menuet II 1:17
1-7 Menuet I 0:40
1-8 Gigue 2:36

Suite Nº 3 In C-Major (BWV 1009)
1-9 Prélude 2:32
1-10 Allemande 3:54
1-11 Courante 3:50
1-12 Sarabande 4:13
1-13 Bourrée I 1:41
1-14 Bourrée II 1:44
1-15 Bourrée I 0:52
1-16 Gigue 3:33

Suite Nº 6 In D-Major (BWV 1012)
1-17 Prélude 4:23
1-18 Allemande 6:51
1-19 Courante 3:34
1-20 Sarabande 4:34
1-21 Gavotte I 1:44
1-22 Gavotte II 1:43
1-23 Gavotte I 0:56
1-24 Gigue 4:05

Suite Nº 4 In E Flat Major (BWV 1010)
2-1 Prélude 4:19
2-2 Allemande 4:39
2-3 Courante 3:39
2-4 Sarabande 4:12
2-5 Bourrée I 2:34
2-6 Bourrée II 0:42
2-7 Bourrée I 1:19
2-8 Gigue 2:36

Suite Nº 1 In G-Major (BWV 1007)
2-9 Prélude 1:53
2-10 Allemande 5:01
2-11 Courante 2:38
2-12 Sarabande 2:47
2-13 Menuet I 1:24
2-14 Menuet II 1:24
2-15 Menuet I 0:45
2-16 Gigue 1:47

Suite Nº 5 In C Minor (BWV 1011)
2-17 Prélude 5:18
2-18 Allemande 6:27
2-19 Courante 2:20
2-20 Sarabande 4:25
2-21 Gavotte I 2:32
2-22 Gavotte II 1:29
2-23 Gavotte I 1:19
2-24 Gigue 2:37

Cello – Roel Dieltiens

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Violoncelo sobre cadeira rosa | Pintura de Ricard J. Tovar

PQP

Beethoven (1770-1828): Sinfonias Nos. 5 & 7 – Chicago Symphony Orchestra – Fritz Reiner

Beethoven (1770-1828): Sinfonias Nos. 5 & 7 – Chicago Symphony Orchestra – Fritz Reiner

Beethoven

Sinfonias 5 & 7

Aberturas Coriolano e Fidelio

CSO

Reiner

 

Entre os grandes regentes do século passado, Fritz Reiner é um nome que se destaca pela qualidade das gravações que deixou, especialmente com a Orquestra Sinfônica de Chicago. Ele assumiu a direção desta orquestra em 1954 e a transformou em uma das melhores do mundo. Segundo Stravinsky, Reiner tornou a Sinfônica de Chicago na orquestra mais precisa e flexível do mundo.

Fritz, de tremendo bom humor!

O período de 1954 a 1963, no qual Reiner reinou em Chicago, coincide com o surgimento e afirmação das gravações em estéreo, um importante marco na história da música gravada. A gravação do Concerto para Piano e Orquestra No. 1 de Brahms, em que Reiner e a Sinfônica de Chicago acompanham Arthur Rubisnstein, assim como as gravações do Concerto para Orquestra de Bartók e de La mer, de Debussy são deste período. Estes discos são verdadeiros marcos da história fonográfica e devem ser ouvidos por todos aqueles que têm algum interesse por música.

Na postagem de hoje temos as gravações de duas sinfonias e duas aberturas de Beethoven, registradas neste período pela CSO e Reiner.

Fritz Reiner era um tirano, mas também era genial. Tinha poder enorme sobre os músicos, o que é impensável hoje, e o usava com um certo prazer sádico. Há testemunhos de que era abusivo. Ou seja, os resultados que apreciamos nestas gravações tinham altíssimo custo pessoal para os músicos da orquestra.

No entanto, havia também outros aspectos. A sua técnica de regência era impressionante. Philip Farkas foi o principal trompista na era Reiner e lembra: Ele [Reiner] regia com tudo que tinha, não apenas com as mãos. Poderia reger os violinos com as mãos e indicar a entrada dos sopros enchendo as bochechas de ar e soprando no exato momento desta entrada. Se além disso quisesse um crescendo, usava as sobrancelhas…

O custo destas conquistas era verdadeiramente alto, mas o maestro e sua orquestra tinham seus momentos. O mesmo Farkas lembra o final de um concerto em Boston, quando a CSO estava em uma turnê, em 1958. O concerto correra de maneira perfeita, sem uma falha sequer. Todos estavam verdadeiramente movidos e quando os aplausos terminaram, se reuniram nos bastidores. Reiner cumprimentou a cada um, apertando suas mãos, com lágrimas correndo dos olhos. Ele teria dito: Toda a minha vida esperei por este momento, um concerto perfeito.

Você pode ler estes depoimentos aqui.

Temos então, um álbum quase perfeito. As Sinfonias pertencem ao conjunto das sinfonias ímpares e apresentam o lado mais heroico de Beethoven, assim como as duas aberturas. Aqui estas obras são apresentadas na roupagem big band, com muitos violinos, profundos violoncelos e baixos, sopros destemidos, assim como tímpanos e demais.

Acho esta interpretação da sétima ainda maravilhosa. A quinta um pouco menos. As aberturas são verdadeiras pérolas. Excelentes!

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sinfonia No. 5 em dó menor, Op. 67

  1. Allegro com brio
  2. Andante con moto
  3. Allegro
  4. Allegro

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Poco sostenuto. Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto
  4. Allegro com brio

Aberturas

  1. Coriolano, Op. 62
  2. Fidelio, Op. 72

Chicago Symphony Orchestra

Fritz Reiner

Gravação: 1959 (Op. 67 & 62); 1955 (Op. 92 & 72)

Produção: Richard Mohr

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MP3 | 320 KBPS | 181 MB

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reiner disse: As pessoas dizem que eu odeio os músicos. Eles estão errados. Eu só odeio os músicos ruins.

Ah, é claro, JURÁSSICO!

René Denon

Música para Flauta e Piano: Sharon Bezaly, flauta & Ronald Brautigam, piano

Música para Flauta e Piano: Sharon Bezaly, flauta & Ronald Brautigam, piano

PRoKoFieV

SCHuBeRT

DuTiLLeuX

JoLiVeT

 

Este disco foi uma agradável surpresa. Eu estava preparando uma postagem das sonatas para violino de Prokofiev e descobri que a segunda delas era uma versão para violino e piano de uma sonata originalmente escrita para flauta e piano. Daí para este álbum foi um pulo, uma vez que Ronald Brautigam é um excelente pianista e o selo BIS é ótimo. Eu não conhecia a solista Sharon Bezaly, mas ela me conquistou desde a primeira nota.

Para valorizar tão lindo álbum, aqui vai alguma informação sobre as peças.

A composição da Sonata para flauta e piano ocorreu em um momento no qual Prokofiev estava preocupado com clareza de estilo, buscando adequar sua maneira de compor aos ideais do realismo soviético. A sonata surgiu de uma comissão feita pelo Comitê de Assunto Artísticos da URSS. Prokofiev estava morando no Cazaquistão, trabalhando com Sergei Eisenstein, compondo música para Ivan, o Terrível. Em uma carta para Nikolai Miaskovsky, ele menciona que a comissão não viera exatamente em um momento oportuno, mas era agradável. Em sua autobiografia menciona ter desejado escrever uma sonata em um estilo delicado, clássico e fluente. Isto ele certamente conseguiu. Para saber mais sobre esta peça, veja esta dissertação aqui.

David Oistrakh insistiu na adaptação da sonata para violino e piano, realmente acreditando que ela teria mais sucesso nesta forma. Prokofiev concordou e você pode conferir o resultado aqui. No entanto, a versão para flauta também é sensacional, como este álbum pode provar. Prometo que esta não será a única postagem desta linda peça.

Após terminar o Die Schöne Müllerin em novembro de 1823, Schubert escolheu a melodia do seu 18º Lied, Trockne Blumen (Flores Secas) para escrever uma série de variações para flauta e piano. Aparentemente a motivação era apenas usar novamente a linda melodia, apesar de que Schubert certamente tinha flautistas entre seus amigos. A peça consiste de uma introdução e sete variações, sendo a última delas um tour-de-force, cheia de virtuosismo. A peça ficou inédita durante o tempo de vida de Schubert e não há certeza se chegou a ser executada. Após sua publicação em 1850, tornou-se muito popular entre os flautistas. Nesta gravação você pode conferir o porquê.

Mais de um século separa a composição da obra de Schubert da sonata de Prokofiev. Já as duas peças restantes são exatas contemporâneas da sonata. Dutilleux compôs sua Sonatina como uma peça para competições de flautas no Conservatório de Paris, em 1943, entre outras que foram comissionadas por Claude Delvincourt, então o diretor. Dutilleux era bastante crítico destas peças, mas a Sonatine caiu no agrado dos flautistas e amantes do instrumento. Com uma interpretação como esta, é fácil entender.

Assim como no caso de Dutilleux, Jolivet escreveu seu Chant de Linos para as competições do Conservatório de Paris, mas a peça caiu nas graças de Pierre Rampal. A inspiração para esta obra vem de um antigo mito grego. Gritos e danças são formas de expressão que pontuam esta linda e inovadora peça. Sharon Belazy realça a sua beleza com uma incrível interpretação. Fica claro por que não se tornou apenas um exercício acadêmico e hoje faz parte do repertório dos grandes intérpretes.

Sergei Prokofiev (1891-1953)

Sonata para flauta e piano em ré maior, Op. 94

  1. Moderato
  2. Scherzo
  3. Andante
  4. Allegro con brio

Franz Schubert (1797-1828)

  1. a 13. Variações em mi menor sobre o Lied Trockne Blumen, D. 802

Henri Dutilleux (1916-2013)

Sonatina

  1. Allegretto – Andantino – Animé

André Jolivet (1905-1974)

  1. Chant de Linos

Sharon Bezaly, flauta

Ronald Brautigam, piano

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Um disco para quem quer levar a vida na flauta!

René Denon

John Williams Plays Bach – John Williams, ASMF

Antes de começar, talvez seja preciso explicar que esse John Williams aqui não é aquele compositor de filmes de Holywood, autor de trilhas sonoras de filmes como ‘Indiana Jones’. Esse aqui é australiano, e é um dos maiores violonistas de todos os tempos. Sua histórica gravação do ‘Concierto de Aranjuez’ com o mítico maestro Eugene Ormandy foi a minha introdução à música clássica, lá quando eu tinha meus cinco ou seis anos de idade, e continua sendo minha gravação favorita desse concerto, coincidentemente realizada no ano de meu nascimento, em 1965.
Mas John Williams gravou muito mais depois disso, talvez mais de cem discos, dos mais variados compositores, incluindo aquele nosso maior compositor, cujo nome não podemos nem mencionar aqui no PQPBach.
Estou trazendo para os senhores hoje um conjunto de quatro CDs, todos dedicados a Bach. Suítes, prelúdios, fugas,  transcrições para violão do segundo concerto para violino, além das suítes francesas, inglesas, entre outras peças. Em todas elas, o talento e virtuosismo de Williams nos proporciona momentos de absoluto deleite. É realmente para se ouvir de joelhos, e agradecer que temos a oportunidade de ouvir isso. Uma overdose de Bach …

Espero que apreciem.

CD 1

1.01.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) I. Passaggio-Presto
1.02.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) II. Allemande
1.03.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) III. Courante
1.04.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) IV. Sarabande
1.05.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) V. Bourrée
1.06.Lute Suite in E Minor, BWV 996 (Arr. J. Williams for Guitar) VI. Gigue
1.07. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 I. Prelude
1.08. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 II. Fugue
1.09. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 III. Allegro
1.10. Lute Suite No. 2 in C Minor, BWV 997 I. Preludio
1.11. Lute Suite No. 2 in C Minor, BWV 997 II. Fuga
1.12. Lute Suite No. 2 in C Minor, BWV 997 III. Sarabande
1.13. Lute Suite No. 2 in C Minor, BWV 997 IV. Gigue
1.14. Lute Suite No. 2 in C Minor, BWV 997 V. Double

CD 2

2.01. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) I. Prelude-Presto
2.02. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) II. Allemande
2.03. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) III. Courante
2.04. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) IV. Sarabande
2.05. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) V. Gavottes I & II
2.06. Lute Suite in G Minor, BWV 995 (Arr. J. Williams for Guitar) VI. Gigue
2.07. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a I. Prélude
2.08. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a II. Loure
2.09. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a III. Gavotte en Rondeau
2.10. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a IV. Menuetts I & II
2.11. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a V. Bourrée
2.12. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1006a VI. Gigue
2.13. Prelude in C Minor, BWV 999 (Arr. J. Williams for Guitar)
2.14. Fugue in G Minor, BWV 1000 (Arr. J. Williams for Guitar)

CD 3

3.01. Violin Concerto in E Major, BWV 1042 (Arranged by John Williams for Guitar and Orchestra) I. Allegro
3.02. Violin Concerto in E Major, BWV 1042 (Arranged by John Williams for Guitar and Orchestra) II. Adagio
3.03. Violin Concerto in E Major, BWV 1042 (Arranged by John Williams for Guitar and Orchestra) III. Allegro assai
3.04. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003 III. Andante (Arranged by John Williams for Guitar)
3.05. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004 V. Chaconne (Transcribed for Guitar by John Williams)
3.06. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 I. Prelude
3.07. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 II. Loure
3.08. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 III. Gavotte
3.09. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 IV & V Menuetts I and II
3.10. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 VI. Bourrée
3.11. Lute Suite No. 4 in E Major, BWV 1004 VII. Gigue
3.12. Cello Suite No. 1 in G Major, BWV 1007 I. Prélude (Transcribed for Guitar by John Williams)
3.13. Cello Suite No. 3 in C Major, BWV 1009 Bourrée I & II (Transcribed for Guitar by John Williams)
3.14. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 I. Präludium
3.15. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 II. Fuge
3.16. Prelude, Fugue and Allegro in E-Flat Major, BWV 998 III. Allegro

CD 4

4.01. Wachet auf, ruft uns die Stimme, BWV 140 I. Chorale (Transcribed for Guitar and Organ)
4.02. Fugue in G Major, BWV 577 Gigue (Transcribed for Guitar and Organ)
4.03. Violin Sonata No. 4 in C Minor, BWV 1017 III. Adagio (Transcribed for Guitar and Organ)
4.04. Trio Sonata No. 6 in G Major, BWV 530 (Transcribed for Guitar and Organ) I. Vivace
4.05. Trio Sonata No. 6 in G Major, BWV 530 (Transcribed for Guitar and Organ) II. Lento
4.06. Trio Sonata No. 6 in G Major, BWV 530 (Transcribed for Guitar and Organ) III. Allegro
4.07. Italian Concerto in F Major, BWV 971 I.-(Transcribed for Guitar and Organ)
4.08. Pastorale in F Major, BWV 590 III. Adagio (Transcribed for Guitar and Organ)
4.09. Trio in G Major, BWV 10274a (Transcribed for Guitar and Organ)
4.10. French Suite No. 6 in E Major, BWV 817 I. Allemande (Transcribed for Guitar and Organ)
4.11. English Suite No. 2 in A Minor, BWV 807 VI. Bourrée II (Transcribed for Guitar and Organ)
4.12. English Suite No. 3 in G Minor, BWV 808 Gavotte I & II (Transcribed for Guitar and Organ by John Williams)
4.13. French Suite No. 5 in G Major, BWV 816 VII. Gigue (Transcribed for Guitar and Organ by John Williams)

John Williams – Violão
Academy of St. Martin in the Fields

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O mestre em ação

Franz Schubert (1797-1828): Lieder com orquestra (Otter, Quasthoff, Abbado, Chamber Orchestra of Europe))

Franz Schubert (1797-1828): Lieder com orquestra (Otter, Quasthoff, Abbado, Chamber Orchestra of Europe))

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Postamos este Schubert SOLAR E ABSOLUTAMENTE MARAVILHOSO. Imaginem só. Uma seleção de lieder de Schubert feita por Claudio Abbado, Anne Sofie von Otter e Thomas Quasthoff. Os arranjos para orquestra são, em sua maioria, de gente como Brahms, Reger, Webern, Britten… Isto pode dar errado? Não, não pode. O CD é fantástico, delicado, lírico, lindo, emocionante, fascinante, é tudo o que a gente espera de um grande disco. É uma experiência — proposta por Abbado? — de resultado entusiasmante. Von Otter e Quasthoff matam a pau. Ambos estão perfeitos neste grande disco da DG.

Schubert: Lieder com orquestra

1 Rosamunde, Fürstin von Cypern, incidental music, D. 797 (Op. 26) No. 3. Romanze
with Anne Sofie von Otter
2 Die Forelle (“In einem Bächlein helle”), song for voice & piano, D. 550 (Op. 32)
with Anne Sofie von Otter (Britten)
3 Ellens Gesang II (“Jäger, ruhe von der Jagd”), song for voice & piano, D. 838 (Op. 52/2)
with Anne Sofie von Otter
4 Gretchen am Spinnrade (“Meine Ruh’…”), song for voice & piano, D. 118 (Op. 2)
with Anne Sofie von Otter
5 Gesang (“Was ist Sylvia,…”), song for voice & piano, (“An Sylvia”), D. 891 (Op. 106/4)
with Anne Sofie von Otter
6 Im Abendrot (“O, wie schön ist deine Welt”), song for voice & piano, D. 799
with Anne Sofie von Otter (Reger)
7 Nacht und Träume (Heil’ge Nacht, du sinkest nieder!”), song for voice & piano, D. 827 (Op. 43/2)
with Anne Sofie von Otter (Reger)
8 Gruppe aus dem Tartarus II (“Horch, wie Murmeln”), song for voice & piano, D. 583 (Op. 24/1)
with Anne Sofie von Otter
9 Erlkönig (“Wer reitet so spät”), song for voice & piano, D. 328 (Op. 1)
with Anne Sofie von Otter (Berlioz)
10 Die junge Nonne (“Wie braust durch die Wipfel”), song for voice & piano, D. 828 (Op. 43/1)
with Anne Sofie von Otter (Liszt)
11 Die schöne Müllerin, song cycle, for voice & piano, D. 795 (Op. 25) No. 10. Tränenregen
with Thomas Quasthoff (Webern)
12 Winterreise, song cycle for voice & piano, D. 911 (Op. 89) No. 20. Der Wegweiser
with Thomas Quasthoff (Webern)
13 Du bist die Ruh, song for voice & piano, D. 776 (Op. 59/3)
with Thomas Quasthoff (Webern)
14 Ihr Bild (“Ich stand in dunkeln Träumen”), song for voice & piano (Schwanengesang), D. 957/9
with Thomas Quasthoff (Webern)
15 Prometheus (“Bedecke deinen Himmel”), song for voice & piano, D. 674
with Thomas Quasthoff (Reger)
16 Memnon (“Den Tag hindurch nur einmal”), song for voice & piano, D. 541 (Op. 6/1)
with Thomas Quasthoff (Brahms)
17 An Schwager Kronos (“Spu’te dich, Kronos”), song for voice & piano, D369 (Op. 19/1)
with Thomas Quasthoff
18 An die Musik (“Du holde Kunst…”), song for voice & piano, D. 547 (Op. 88/4)
with Thomas Quasthoff (Reger)
19 Erlkönig (“Wer reitet so spät”), song for voice & piano, D. 328 (Op. 1)
with Thomas Quasthoff (Reger)
20 Geheimes (“Über meines Liebchens Äugeln”), song for voice & piano, D. 719 (Op. 14/2)
with Anne Sofie von Otter (Brahms)
21 Ständchen (“Leise flehen meine Lieder”), song for voice & piano (Schwanengesang), D. 957/4
with Thomas Quasthoff (Offenbach)

Anne Sofie von Otter
Thomas Quasthoff
Chamber Orchestra Europe
Claudio Abbado

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Anne Sophie von Otter, com Thomas Quasthoff e Abbado, um disco espetacular

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – The Sonatas for Violin & Harpsichord – Pine, Vinikour

Rachel Barton Pine é uma violinista norte americana, nascida em Chicago, e uma das grandes intérpretes de Bach da atualidade. Este CD é uma prova do que vos falo. Foi lançado no final do ano passado, e recebeu muitos elogios. Por um daqueles esquecimentos inexplicáveis, ainda não havia sido postado. Pelo menos não até hoje.

Disc 1 (40:59)
1. Sonata for Violin & Keyboard No. 1 in B Minor, BWV 1014: I. Adagio (04:10)
2. Sonata for Violin & Keyboard No. 1 in B Minor, BWV 1014: II. Allegro (02:46)
3. Sonata for Violin & Keyboard No. 1 in B Minor, BWV 1014: III. Andante (02:59)
4. Sonata for Violin & Keyboard No. 1 in B Minor, BWV 1014: IV. Allegro (03:08)
5. Sonata for Violin & Keyboard No. 2 in A Major, BWV 1015: I. Dolce (02:58)
6. Sonata for Violin & Keyboard No. 2 in A Major, BWV 1015: II. Allegro (02:58)
7. Sonata for Violin & Keyboard No. 2 in A Major, BWV 1015: III. Andante un poco (02:57)
8. Sonata for Violin & Keyboard No. 2 in A Major, BWV 1015: IV. Presto (04:04)
9. Sonata for Violin & Keyboard No. 3 in E Major, BWV 1016: I. (Adagio) (04:07)
10. Sonata for Violin & Keyboard No. 3 in E Major, BWV 1016: II. (Allegro) (02:39)
11. Sonata for Violin & Keyboard No. 3 in E Major, BWV 1016: III. Adagio ma non tanto (04:38)
12. Sonata for Violin & Keyboard No. 3 in E Major, BWV 1016: IV. Allegro (03:35)

Disc 2 (58:25)

1. Sonata for Violin & Keyboard No. 4 in C Minor, BWV 1017: I. SiciliaNo. Largo (04:37)
2. Sonata for Violin & Keyboard No. 4 in C Minor, BWV 1017: II. Allegro (04:18)
3. Sonata for Violin & Keyboard No. 4 in C Minor, BWV 1017: III. Adagio (03:22)
4. Sonata for Violin & Keyboard No. 4 in C Minor, BWV 1017: IV. Allegro (04:20)
5. Sonata for Violin & Keyboard No. 5 in F Minor, BWV 1018: I. Largo (07:41)
6. Sonata for Violin & Keyboard No. 5 in F Minor, BWV 1018: II. Allegro (04:10)
7. Sonata for Violin & Keyboard No. 5 in F Minor, BWV 1018: III. Adagio (04:20)
8. Sonata for Violin & Keyboard No. 5 in F Minor, BWV 1018: IV. Vivace (02:33)
9. Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019: I. Allegro (03:07)
10.Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019: II. Largo (01:31)
11. Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019: III. Allegro (Cembalo solo) (04:07)
12. Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019: IV. Adagio (02:46)
13. Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019: V. Allegro (03:11)
14. Sonata for Violin & Keyboard No. 6 in G Major, BWV 1019a: I. Cantabile, ma un poco adagio (08:22)

Rachel Barton Pine – Violin
Jory Vinikour – Harpsichord

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Como não se encantar com estes lindos olhos azuis de Rachel Barton Pine?

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano Nos. 4 e 5 – Till Fellner ● Orchestre symphonique de Montréal ● Kent Nagano

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano Nos. 4 e 5 – Till Fellner ● Orchestre symphonique de Montréal ● Kent Nagano

Beethoven

Concertos para Piano Nos. 4 & 5

Till Fellner

Orchestre symphonique de Montréal

Kent Nagano

 

Cuidado com o que você deseja! Assim é o adágio. Pois eu desejei este disco muito tempo. Quando finalmente o encontrei, antes da primeira audição, senti um misto de antecipação e um friozinho na barriga. Seria realmente tudo aquilo que eu imaginara? Pois bem, veio a primeira, a segunda e agora nem sei mais qual o número da audição. O esperado se realizou com abundância. Não canso de ouvir e, portanto, aqui está, seguindo nossos estritos critérios de escolha de material de postagem: apenas o melhor!

Os dois últimos concertos para piano de Beethoven formam um belo par em discos maravilhosos. Só para não deixar o seguidor do blog no ar: Emil Gilels e Wilhelm Kempff! A enorme diferença entre estes dois maravilhosos concertos só ajuda no sucesso do disco. Engano pensar que o quarto é mais simples. Ledo engano! E inovador que também ele é, com o piano roubando a cena logo na abertura.

Falando do Concerto No. 4 é impossível não mencionar a história de Orfeu e Eurídice. Há fumos e rumores tratando da possibilidade de que o mito de Orfeu, que com seus talentos e lamentos implorou às Erínias que dessem à sua amada Eurídice uma chance para voltar ao mundo dos vivos, tenha inspirado Beethoven na composição do seu Andante con moto. É claro que a história é maravilhosa e Beethoven conhecia a ópera de Gluck sobre o tema. Para reunir ainda mais condições de veracidade a esta possibilidade, há um retrato no qual Beethoven aparece segurando uma lira, o instrumento de Orfeu. Eu fiquei curioso e aposto que você também. Para mais informações sobre isso, veja aqui.

Além disso, se você viu o filme The King’s Speach – O Discurso do Rei, certamente vai reconhecer o Adagio do Concerto No. 5, que magistralmente termina na irrupção do Rondo, uma das transições geniais do Ludovico.

Todas as belezas são aqui realizadas com facilidade e maestria. As armadilhas são evitadas e a parceria solista-orquestra-regente é fenomenal, parece cumplicidade. Veja o que o crítico da Gramophone disse sobre esta combinação: Esta é uma parceria de sonhos com o solista e o regente trabalhando como uma mão na luva, e mesmo se considerar tantos nomes gloriosos em tal repertório (de Schnabel a Lupu) você dificilmente ouvirá interpretação de tão livre e invejável graça e fluência musical. É pouco ou quer mais?

Este disco está na lista dos melhores cinquenta discos de Beethoven da Gramophone! Confira aqui.

Esclareço que devemos ter um certo cuidado com as listas, mesmo as mais famosas. Mas em última instância, é preciso ouvir e decidir por si mesmo. Não se faça de rogado. Eu aposto um download que você vai gostar.

Ludiwig van Beethoven (1770-1827)

Concerto para piano No. 4 em sol maior, Op. 58

  1. Allegro moderato
  2. Andante com moto
  3. Vivace

Concerto para piano No. 5 em mi bemol maior, Op. 73

  1. Allegro
  2. Adagio um poco moto
  3. Allegro, ma non troppo

Till Fellner, piano

Orchestre Symphonique de Montréal

Kent Nagano

Produção: Manfred Eicher
Som: Markus Heiland

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FLAC |431MB

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MP3 | 320 KBPS | 167 MB

Till Fellner curtindo o nosso rigoroso inverno!

Mais uma do crítico da Gramophone: Till Fellner certamente faz parte daquela elite que Charles Rosen tão memoravelmente definiu como aqueles que, enquanto aparentemente fazem nada, alcançam tudo! Basta ouvir o álbum.

Aproveite!

René Denon

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise (Bostridge / Adès)

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise (Bostridge / Adès)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Ainda fico com Fischer-Dieskau, mas esta gravação é muito boa, excelente mesmo. Aliás, não é a primeira incursão gravada de Bostridge da Winterreise.

Winterreise (Viagem de Inverno) é um ciclo de 24 lieder composto em 1827 por Franz Schubert sobre poemas de Wilhelm Müller. Foi o segundo dos três ciclos de canções escritos pelo compositor (sendo o primeiro Die schöne Müllerin e o terceiro Schwanengesang). Segundo o próprio Schubert, tratava-se do seu preferido. Foi escrito originalmente para tenor, mas é frequentemente transposto para outras vozes. Os 24 lieder do ciclo constituem uma série de reflexões feitas por um viajante no Inverno sobre temas predominantemente sombrios e tristes, características essas realçadas por um uso sistemático de tonalidades menores. De fato, dos 24 lieder que compõem o ciclo, apenas 8 se encontram em tonalidades maiores: o 5.º (“Der Lindenbaum”), o 11.º (“Frülingstraum”), o 13.º (“Die Post”), o 16.º (“Letzte Hoffnung”), o 17.º (“Im Dorfe”), o 19.º (“Täuschung”) e o 23.º (“Die Nebensonnen”). A própria natureza retratada nos poemas reflete o estado de espírito amargurado do sujeito (como era comum no Romantismo), uma vez que são frequentemente descritas paisagens sombrias e geladas.

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise

1 Gute Nacht 5:31
2 Die Wetterfahne 1:44
3 Gefror’ne Tränen 2:15
4 Erstarrung 2:54
5 Der Lindenbaum 4:59
6 Wasserflut 3:48
7 Auf Dem Flusse 3:28
8 Rückblick 1:50
9 Irrlicht 2:24
10 Rast 3:25
11 Frühlingstraum 4:24
12 Einsamkeit 3:12
13 Die Post 1:59
14 Der Greise Kopf 2:48
15 Die Krähe 1:59
16 Letzte Hoffnung 1:48
17 Im Dorfe 3:11
18 Der Stürmische Morgen 0:48
19 Täuschung 1:04
20 Der Wegweiser 4:08
21 Das Wirtshaus 4:17
22 Mut 1:22
23 Die Nebensonnen 2:41
24 Der Leiermann 3:30

Ian Bostridge, tenor
Thomas Adès, piano

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Pieter Bruegel, o Velho (1526/1530–1569) – Caçadores na Neve (1565)

PQP

Beethoven (1770-1827) & Sibelius (1865-1957): Concertos para Violino – Tetzlaff ● Symphonie-Orchester Berlin ● Ticciati

Beethoven (1770-1827) & Sibelius (1865-1957): Concertos para Violino – Tetzlaff ● Symphonie-Orchester Berlin ● Ticciati

Beethoven – Sibelius

Concertos para Violino

Christian Tetzlaff

 

 

A expressão battle horse, literalmente cavalo de batalha, aparece com frequência nas críticas escritas em inglês dos álbuns de música clássica. Refere-se àquela obra que absolutamente todos os grandes (e também os não tão grandes) intérpretes registram e apresentam em seus concertos.

Pois este disco contém dois verdadeiros cavalos-de-batalha: os concertos para violino e orquestra de Beethoven e de Sibelius. Além disso, eles têm outras coisas em comum. Por exemplo, ambos não foram muito bem em suas estreias devido ao fato de que seus compositores estavam quase terminando a parte do solista nas vésperas da apresentação e os pobres intérpretes mal tiveram tempo de se preparar para apresentar suas partes. E olha que elas demandam quase tudo que um solista precisa saber.

Beethoven compôs seu concerto para violino em 1806, mas este só se firmou no repertório graças a um garoto de 12 anos: Joseph Joachim, aquele amigo de Brahms, que também produziu um cavalo-de-batalha. Brahms, não Joachim. Ele foi o solista em uma apresentação do concerto em Londres, em 1844, com acompanhamento de Mendelssohn, regendo Philharmonic Society. Mendelssohn foi também compositor de outra dessas maravilhosas criaturas.

Jan Sibelius compôs o seu concerto em 1904, mas como já foi dito, teve que rever a obra, que demorou um pouco para se firmar. Mas não há dúvida, como você pode ouvir nesta gravação – verdadeiro puro-sangue!

Veja como é descrito o terceiro movimento do concerto de Sibelius, intitulado Allegro ma non tanto: “este movimento é largamente conhecido entre os violinistas por suas dificuldades técnicas formidáveis e é muito conhecido como um dos maiores movimentos de concerto escrito para o instrumento. Já foi descrito como uma polonaise para ursos polares, mas tem também uma qualidade bélica que evoca um campo de batalha”. Portanto, autêntico cavalo-de-batalha. Para outra excelente interpretação do concerto de Sibelius, clique aqui.

Este disco é bastante recente, mas está sendo postado seguindo nossos estritos critérios de escolha para material digno de nossos seguidores: por ser definitivamente maravilhoso. Os intérpretes não poderiam ser melhor escolhidos. Christian Tetzlaff é um dos violinistas mais em evidência no momento e tem uma longa experiência com estes concertos. Ainda na juventude, gravou o Concerto de Beethoven com Michael Gielen e usou a cadência que também usa nesta gravação. Esta cadência foi composta pelo próprio Beethoven, para a adaptação do concerto para piano e orquestra. Note a participação dos tímpanos. E a orquestra está empolgada com a atuação de seu novo regente. Ticciati tornou-se o diretor musical da Deutsches Symphonie-Orchester Berlin bem recentemente. Assim, sem mais delongas, aos arquivos!

Com um disco destes, quem não fica de bem com a vida?

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Concerto para violino em ré maior, Op. 61

  1. Allegro moderato
  2. Larghetto
  3. Allegro

Jan Sibelius (1865-1957)

Concerto para violino em ré menor, Op. 47

  1. Allegro moderato
  2. Adagio di molto
  3. Allegro, ma non tanto

Christian Tetzlaff, violino

Deutsches Symphonie-Orchester Berlin

Robin Ticciati

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FLAC |204MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

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Quase cem anos separam as composições destas duas obras primas, mas o que as torna verdadeiros e duradouros sucessos não é o virtuosismo que certamente exigem de seus intérpretes, mas a profundidade e a beleza dos sentimentos e da música que foram colocados nelas.

Aproveite!

René Denon

Wynton Marsalis (1961): Violin Concerto / Fiddle Dance Suite

Wynton Marsalis (1961): Violin Concerto / Fiddle Dance Suite

Pedir uma peça a um jazzista é algo inteligente, sem dúvida. De origem italiana e nascida na Escócia, a violinista Nicola Benedetti é uma jovem e talentosa violinista apaixonada pela educação musical, com sua própria fundação e seu canal no YouTube. Mas também dá concertos pelo mundo, claro. Seu último álbum, com gravações de obras escritas para ela por Wynton Marsalis, é realmente muito bom.

Na verdade, parece uma fantasia sonhada por um executivo de gravadora: um concerto escrito pelo mundialmente famoso trompetista de jazz e band leader Wynton Marsalis, feito especialmente para uma carismática e competente violinista. Mas não é uma fantasia: Benedetti tem tocado o vibrante Concerto para Violino de Marsalis por todo o mundo desde sua estréia em 2015. Melhor ainda, os dois artistas são amigos há anos e o concerto reflete sua amizade e admiração mútua.

Isso não quer dizer que não houve problemas ao longo do caminho. Notem, por exemplo, a primeira reação de Benedetti ao ler a partitura. “Minha resposta inicial foi a de que não era desafiador o suficiente para o violinista e que ele precisava reescrever boa parte do concerto. Expliquei a ele que estou acostumada a tocar peças que literalmente me levam semanas antes que eu possa tentar tocá-las.”

Outros compositores poderiam ter se ofendido, mas Marsalis permaneceu deboas. “Afinal, foi ela quem pediu as peças. Ao longo dos anos, falei com Nicola de vez em quando e conversávamos sobre todo tipo de coisas”, disse Marsalis. “Ela é interessada em muitos tipos diferentes de música.”

Então, como surgiu o concerto? Benedetti explica que ficou tocada ao ouvir uma apresentação de A Fiddler’s Tale, de Marsalis, em Londres. Ela se perguntou como algo podia ser tão complexo e inteligente, com tanta profundidade e todo mundo ainda sair sorrindo do concerto. Quero isso pra mim! Benedetti e seu agente foram aos bastidores conversar com Marsalis e “começaram o processo de implorar para ele escrevesse algo para violino”, disse ela. Demorou dois anos. Parecia que seria uma peça para violino solo, mas depois veio um concerto. Aliás, ela conseguiu tudo, basta ouvir a Fiddle Dance Suite, para violino solo, também no novo CD. Mas, por um tempo, não ficou claro se Nicole veria a peça à luz do dia.

Wynton Marsalis (1961): Violin Concerto / Fiddle Dance Suite

Violin Concerto in D Major (43:25)
1 I Rhapsody 12:38
2 II Rondo Burlesque 10:10
3 III Blues 10:18
4 IV Hootenanny 10:19

Fiddle Dance Suite (23:38)
5 I Sidestep Reel 3:59
6 II As The Wind Goes 4:07
7 III Jones’ Jig 4:05
8 IV Nicola’s Strathspey 4:27
9 V Bye-Bye Breakdown 7:00

Violin – Nicola Benedetti
Orchestra – The Philadelphia Orchestra
Conductor – Cristian Măcelaru

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Final feliz.

PQP

Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias 22 ● 26 ● 67 ● 80 – BBC Philharmonic ● Nicholas Kraemer

Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias 22 ● 26 ● 67 ● 80 – BBC Philharmonic ● Nicholas Kraemer

Haydn

Sinfonias 22 ● 26 ● 67 ● 80

BBC Philharmonic 

Nicholas Kremer

Imagine a alegria de um entusiasmado jornalista instalado na seção de música clássica de uma enorme emissora de rádio ao receber sua tarefa: ouvir a cada uma das sinfonias de Haydn e colocá-las em ordem de grandeza ou brilho, como melhor lhe aprouver.

Acredito que a tarefa o deixou um pouco lelé por uns dias. Mas foi levada a cabo e o resultado você pode conferir aqui, mesmo que lembremos do adágio “gosto não se discute”!

Realmente, eu mesmo não ouvi a todas as sinfonias escritas por Haydn, mesmo se considerarmos, como o fez o jornalista, apenas as “oficialmente” numeradas.

Há um projeto já em curso – Haydn 2032 – que refere-se ao ano no qual comemorar-se-á os 300 anos de nascimento de Haydn, de gravar todas as sinfonias por ele escritas, inclusive as que serão descobertas até lá. O projeto envolve mais do que uma orquestra e os discos (alguns já lançados) trazem além das sinfonias de Haydn, peças de compositores seus contemporâneos, para colocar suas obras em alguma perspectiva.

Ah, as efemérides! Se não fosse por elas, o que seria dos marqueteiros? Bom, acredito que eles inventariam algo…

Bem, deixemos de digressões e vamos ao disquinho da postagem: quatro sinfonias de Haydn gravadas ao vivo pela BBC Philharmonic sob a regência de Nicholas Kraemer entre os anos de 2007 e 2009, reunidas neste álbum lançado em 2009 como parte das homenagens a Haydn na ocasião da passagem de 200 anos desde a sua morte. As sinfonias foram compostas entre os anos 1764 e 1784 e formam um pequeno painel da produção sinfônica de Haydn no seu período intermediário.

Decidi postar o disco pois a seleção é ótima, a interpretação se beneficia do senso de ocasião e o conjunto da obra é excelente.

Quem não estaria feliz ao reger tão lindas sinfonias?

Nicholas Kraemer, o regente, não é nome totalmente estranho aqui no PQP, mas é mais associado ao universo barroco. Este disco mostra que ele é ótimo também em outras circunstâncias e trataremos de convidá-lo mais vezes às nossas paragens.

As duas primeiras sinfonias recendem a incenso e poeiras de igreja. A Sinfonia No. 22 em mi bemol maior, com apelido “O Filósofo”, é de 1764 e destaca-se pelo uso de cornes-ingleses no lugar de oboés. Além disso, lembrando a estrutura da sonata da chiesa, seus movimentos são lento-rápido-lento-rápido. Você poderá saber mais sobre esta sinfonia aqui.

A Sinfonia No. 26, em ré menor, de apelido “Lamentatione”, é uma das primeiras do chamado grupo Sturm und Drang, e também uma das primeiras sinfonias de Haydn escrita em tom menor. O apelido se deve ao uso no adagio de uma melodia de um antigo cantochão sobre a Paixão de Cristo.

Em seguida a Sinfonia No. 67 em fá maior , composta em 1767 e bastante experimental. O grande musicólogo e expert em Haydn, H.C. Robbins Landon disse sobre essa sinfonia: one of the most boldly original symphonies of this period, ressaltando sua originalidade. Desde a sua abertura, até o uso de um violino diferenciado no minueto, temos sempre a presença do inesperado.

Para terminar a lista, a Sinfonia No. 80, em ré menor, que fazia parte de um grupo de três sinfonias, com as de números 79 e 81. Elas foram compostas em 1784 a pedido do Príncipe Nikolaus para serem apresentadas nos Lent Concertos – Concertos da Quaresma, em Viena, em março de 1785. Esta sinfonia está a um passo dos grupos de grandes sinfonias que viriam a seguir, as Sinfonias de Paris e as Sinfonias de Londres, e mostra como Haydn havia se preparado para esta última fase de sua carreira de compositor de (grandes) sinfonias.

Joseph Haydn (1732-1809)

Sinfonia No. 22 em mi bemol maior – O Filósofo

  1. Adagio
  2. Presto
  3. Menuetto e Trio
  4. Presto

Sinfonia No. 26 em ré menor – Lamentatione

  1. Allegro assai con spirito
  2. Adagio
  3. Menuetto e Trio

Sinfonia No. 67 em fá maior

  1. Presto
  2. Adagio
  3. Menuetto e Trio
  4. Finale: Allegro di molto – Adagio e cantábile

Sinfonia No. 80 em ré menor

  1. Allegro spiritoso
  2. Adagio
  3. Menuetto e Trio
  4. Finale: Presto

BBC Philharmonic

Nicholas Kraemer, regente

Produção: Mike George

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FLAC | 297 MB

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MP3 | 320 KBPS | 170 MB

 

Aposto como você não deixará de ler o artigo escrito pelo audaz jornalista e verificar em que posições ele ranqueou as sinfonias deste disco delicioso. Veja lá se você concorda com as escolhas dele. Basta ouvir as sinfonias e ir tomando notas. Pode começar com estas quatro aqui…

Aproveite!

René Denon

Frederic Chopin (1810-1846) – Sonatas – Nikita Magaloff, piano

Minha geração cresceu ouvindo Chopin com dois pianistas cujos nomes viraram quase sinônimos do mestre polonês: Arthur Rubinstein e Nikita Magaloff. Foram dois excepcionais músicos, que viveram muito, cruzaram praticamente o século, que se tornaram lendas em seus instrumentos. Sobre Rubinstein nem preciso falar muito, já que é citado constantemente aqui no PQPBach.
Mas quem foi Nikita Magaloff? Bem, foi um pianista georgiano – russo, ou seja, filho de georgianos, mas nascido em São Petersburgo. Com a Revolução Russa de 1917 sua família fugiu para a Finlândia, e de lá,e estimulado pelo amigo de família Sergey Prokofiev, foi para Paris estudar, onde fez amizade com muita gente conhecida, incluindo Maurice Ravel.
Foi o primeiro músico a gravar a integral das obras para piano de Chopin, e a interpretava ao vivo, em uma série de seis recitais (que memória o homem tinha).
Esta integral tem 13 cds. Vou trazê-los aos poucos, conforme meu tempo disponível para tanto. Sei que todos irão gostar.

CD 1

01. Piano Sonata No.1, Op.4 (1978) – 1. Allegro maestoso
02. Piano Sonata No.1, Op.4 – 2. Minuetto. Allegretto
03. Piano Sonata No.1, Op.4 – 3. Larghetto
04. Piano Sonata No.1, Op.4 – 4. Finale. Presto
05. Piano Sonata No. 2, Op. 35 (1976) – 1. Grave – doppio movimento
06. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 2. Scherzo. Piú lento – Tempo I
07. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 3. Marche funebre. Lento
08. Piano Sonata No. 2, Op. 35 – 4. Finale. Presto
09. Piano Sonata No. 3, Op. 58 (1976) – 1. Allegro maestoso
10. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 2. Scherzo. Molto vivace
11. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 3. Largo
12. Piano Sonata No. 3, Op. 58 – 4. Finale. Presto non tanto

Nikita Magaloff – Piano

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Nikita Magaloff (1912-1992)

FDP / Pleyel (links revalidados)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Lembram daquela série interminável de discos da Philips — lançados nos anos 70 e 80 — que eram seleções malucas de clássicos e que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Händel podia vir antes de um trecho de Rhapsody in Blue, o qual era seguido pela Abertura 1812 e pela chamada Ária na Corda Sol (mentira, corda sol coisa nenhuma) de Bach, por exemplo. Salada semelhante é servida por Khatia Buniatishvili neste CD. Mas o importante é faturar enquanto a beleza não abandona a pianista. Ela tem alguns anos de sucesso ainda. Como habitualmente, neste disco ela é muita emoção e languidez — principalmente a última –, acompanhada de um talento que não precisaria ter registros gravados. Temos tanta gente melhor! Depois deste disco altamente suspeito, ela sucumbe aqui. Só a aparência não basta. Afinal, ouvimos o CD. Vocês sabem que eu amo as belas musicistas, mas tudo tem limite.

O volume 1 da numerosa série

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

1 Johann Sebastian Bach: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208: IX. Schafe können sicher weiden (Arr. for Piano)
2 Pyotr Ilyich Tchaikovsky: The Seasons, Op. 37b: X. October (Autumn Song)
3 Felix Mendelssohn-Bartholdy: Lied ohne Worte in F-Sharp Minor, Op. 67/2
4 Claude Debussy: Suite Bergamasque, L. 75: III. Clair de lune
5 Giya Kancheli: Tune from the Film by Lana Gogoberidze: When Almonds Blossomed
6 György Ligeti: Musica ricercata No. 7 in B-Flat Major
7 Johannes Brahms: Intermezzo in B-Flat Minor, Op. 117/2
8 Franz Liszt: Wiegenlied, S. 198
9 Antonín Dvorák: Slavonic Dance for Four Hands in E Minor, Op. 72/2: Dumka (Allegretto grazioso)
10 Maurice Ravel: Pavane pour une infante défunte in G Major, M. 19
11 Frédéric Chopin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 25/7
12 Alexander Scriabin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 2/1
13 Domenico Scarlatti: Sonata in E Major, K. 380
14 Edvard Grieg: Lyric Piece in E Minor, Op. 57/6: Homesickness
15 Traditional: Vagiorko mai / Don’t You Love Me?
16 Wilhelm Kempff: Suite in B-Flat Major, HWV 434: IV. Menuet
17 Arvo Pärt: Für Alina in B Minor

Khatia Buniatishvili, piano

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Desculpe, Khatia, não rolou.

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741) – Il Progetto Vivaldi 2 – Sol Gabetta, Andres Gabetta, Capella Gabetta

Como diria o velho filósofo do futebol, uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa completamente diferente (não sei se essa é a frase correta, mas o sentido é o mesmo). Me utilizo desta expressão para de certa forma discordar do grande Igor Stravinsky que em determinado momento de sua vida teria declarado que Vivaldi compôs a mesma obra centenas de vezes. Não tenho certeza se ele realmente falou isso, e em que contexto, mas se formos aplicá-la a estes concertos para violoncelo  até poderíamos entendê-la. Com isso, não estou afirmando que ele compôs a mesma obra (e jamais faria tal afirmação), e sim que elas são semelhantes, porém totalmente diferentes.

Quatro anos após o lançamento do primeiro CD, Sol Gabetta retornou aos Concertos de Vivaldi em 2011, desta vez acompanhada por seu irmão, Andres, que também dirige o Conjunto ‘Capella Gabetta´. E claro que aqui qualquer semelhança não é mera coincidência. Enfim, neste segundo CD, ela demonstra uma maior maturidade artística, e nos brinda com um delicioso repertório, e uma lufada de ar fresco na interpretação. Como bem observou um cliente da amazon, ‘Sol Gabetta has found a refreshing energetic approach to Vivaldi which is the perfect match to the instrumental strengths of camera Gabetta. Strongly recommend for shear exuberance and clarity of instrument voicing .’

Altamente recomendado, com certeza. Em alguns dias, trago o terceiro CD.

Ah, não posso esquecer de avisar: neste CD o clã Gambetta também interpreta obras de outros dois compositores contemporâneos de Vivaldi: Leonardo Leo e Giovanni Benedetto Platti.

1 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: I. Allegro
2 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: II. Largo
3 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: III. Allegro
4 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: I. Allegro
5 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: II. Adagio
6 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: III. Allegro
7 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: I. Andante
8 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: II. Adagio
9 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: III. Allegro
10 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: I. Preludio. Largo
11 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: II. Allemanda. Andante
12 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: III. Sarabanda. Largo
13 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: IV. Giga. Allegro
14 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: I. Andantino grazioso
15 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: II. Con bravura
16 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: III. Larghetto, con poco moto
17 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: IV. Allegro di molto
18 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: V. Fuga
19 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: I. Non tanto allegro
20 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: II. Adagio
21 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: III. Alla breve. Fuga

Sol Gabetta -Cello
Capella Gabetta
Andres Gabetta

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Anthony Hopkins (1937): Anthony Hopkins Composer

Seu personagem mais famoso, o notório Dr. Hannibal Lecter, gostava tanto de ópera quanto de carne humana. Mas quem pensaria que o próprio Sir Anthony Hopkins provaria ter aptidão para escrever música erudita? Certamente não o ator vencedor do Oscar, cuja confiança em sua capacidade de compor se limitava a improvisações ao piano em casa, tocando apenas para seu próprio prazer. Sua esposa Stella foi quem o levou a expandir seus horizontes, a explorar mais seu talento, e o resultado final foi um concerto com a City of Birmingham Symphony Orchestra, gravado pela Classic FM.

Por um lado, Hopkins teve muita sorte, pois poucos compositores contemporâneos são estreados direto por uma orquestra tão boa quanto o CBSO. No entanto, por outro lado, a música tinha que ser boa. Ok, é média. Hopkins escreve com considerável talento e confiança. A sensação é a de que ouvimos um homem que adora fazer música e que escreve instintivamente a partir de suas emoções. Com esse instinto, ele demonstra talento para criar obras curtas e cinematográficas, em vez de formas sinfônicas complexas. Ainda assim, dentro destes parâmetros, Hopkins desenvolve seu trabalho com musicalidade e nunca se limita à meras repetições. Ele já escreveu trilhas para filmes e sua música parece perfeita para acompanhar cenas. Hannibal adoraria tê-lo.

Anthony Hopkins (1937): Composer

1 Orpheus 5:02
2 Stella 6:27
3 Evershaw Fair 5:37
4 And The Waltz Goes On 5:44
5 Amerika 6:26
6 Margam 7:08
7 Circus 4:49
8 Bracken Road 4:10
9 The Plaza 3:02

City of Birmingham Symphony Orchestra
Michael Seal

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Hopkins: sem dúvida, um homem multifacetado

PQP

Kimmo Pohjonen (1964) / Samuli Kosminen (1974): Uniko

Kimmo Pohjonen (1964) / Samuli Kosminen (1974): Uniko

Este elogiado disco não me entusiasmou muito. Há partes que parecem rock progressivo. Rock progressivo pior do que o que os caras faziam nos anos 70. Quem salva a coisa é o acordeon de Kimmo Pohjonen e o Kronos, sempre oportuno e com grande musicalidade. Mas, OK. Deixemos os meninos se divertirem. Bem, quem está aqui? Está o sensacional Kronos Quartet juntamente com o duo finlandês formado pelo acordeonista Kimmo Pohjonen e o guru do sampler Samuli Kosminen. Tudo produzido pelo islandês Valgeir Sigurosson, conhecido por sua colaboração com Bjork. Uniko foi encomendado pelo Kronos em 2003 e estreou no Festival de Helsinque em 2004. Em seguida, atraiu plateias lotadas em Moscou, Molde (Noruega) e Nova York. O acordeon de Pohjonen é eletrificado e Kosminen reproduz o acordeon de seu colega finlandês e o Kronos, além de outros sons. Os samplers, juntamente com as cordas e acordeão elétrico, criam efeitos e um mundo sonoro pelo qual não me interessei muito.

Kimmo Pohjonen (1964) / Samuli Kosminen (1974): Uniko

1 I. Utu 6:58
2 II. Plasma 6:16
3 III. Särmä 5:34
4 IV. Kalma 11:01
5 V. Kamala 5:38
6 VI. Emo 10:20
7 VII. Avara 6:01

Accordion, Voice – Kimmo Pohjonen
Arranged By [Strings] – Samuli Kosminen
Cello – Jeffrey Zeigler
Composed By, Arranged By – Kimmo Pohjonen, Samuli Kosminen
Electronics [Strings & Accordion Samples], Programmed By – Samuli Kosminen
Performer – Kronos Quartet
Viola – Hank Dutt
Violin – David Harrington, John Sherba

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Uniko: Kronos Quartet, Kimmo Pohjonen & Samuli Kosminen

PQP

Guia de Gravações Comparadas PQP – Beethoven: Symphony no.6 in F major op.68 ‘Pastorale’

Sim, precisamos falar sobre a Pastoral.

É uma questão importante, urgente, até. Considero esta a mais difícil das sinfonias de Beethoven em termos de categorização histórica. É uma sinfonia clássica com antecipações românticas, mas também é uma sinfonia já romântica em espírito, porém clássica em forma. Seria uma obra atemporal que reivindica independência a uma classificação de estilo? Seja como for, permanece num limiar sutil entre a pura expressão sensível (quase um poema sinfônico) e a forma-sonata expandida. Entre tantas possibilidades, de certa forma algo contraditórias, mantém a Pastoral sua imponente beleza além de qualquer conflito de interpretação. Mas qual delas consegue traduzir de maneira mais plena seu espírito universal? Considero impossível haver um consenso, já que falamos de expressão sensível, mas aponto algumas gravações que entendo como referenciais para esta obra:

1.Bruno Walter, Columbia Symphony Orchestra CBS (1962)

Esta gravação já consagrada é sem dúvida uma das preferidas de público e crítica. É uma leitura sincera e espontânea, que prima pelas harmonias sutis das mudanças de tom, e preserva a orquestração clássica original, quase camerística. Um fato inusitado para a época. Walter capta o estilo bucólico sem preconceitos estilísticos, e essa honestidade de propósitos se configura numa Pastoral de universalidade emocional patente. O último movimento é de uma sutileza comovente.

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2.Herbert von Karajan, BPO DG (1962)

A contrapartida é a leitura de Karajan do mesmo ano 1962. Insípida e afetada, destoa das demais sinfonias gravadas neste ciclo também já clássico, que (re-)lançou a Filarmônica de Berlim como orquestra de excelência pelo mundo afora, depois do trauma da II Guerra. É uma interpretação bastante forçada, e muito pouco inspirada, trazendo o mesmo Beethoven titânico da V Sinfonia para esta, de caráter absolutamente diverso. Serve para estabelecer um termo de comparação bastante útil entre as leituras clássicas e românticas. A última versão da Pastoral gravada por Karajan em 1984 não é nem digna de estar neste post.

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3.Nikolaus Harnoncourt, The Chamber Orchestra of Europe TELDEC (1991)

No pioneiro auge das gravações que se pretendiam ‘históricas’ ou ‘de época’, Harnoncourt se mostra surpreendente. Na mesma pegada que outros maestros se aventuraram, notadamente John Eliot Gardiner e Christopher Hogwood, Harnoncourt é o que consegue melhor equilíbrio entre o clássico formal e o bucolismo romântico. Seus ritmos são notadamente clássicos, mas tem uma suavidade ambígua que o coloca num limiar bastante diverso de seus colegas. Gardiner e Hogwood são bem mais carregados de modismos estilísticos que se caracterizam pela leitura histórica, e Harnoncourt opta por deixar a música fluir. A Tempestade nos remete às fúrias de Gluck, e soa com ecos da tempestade e ímpeto que tanto mobilizaram os imediatos antecessores de Beethoven. É a gravação que melhor capta o que talvez teríamos escutado em sua época, combinado com as intenções descritivas pré-românticas do mestre.

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4.Karl Böhm, VPO DG (1971)

Böhm também pertence à tradição romântica alemã, da qual Karajan é seu representante mais famoso. Mas Böhm tem um diferencial: não foi diretamente afetado pela fama megalomaníaca, e se reserva por isso o direito de fazer uma leitura sincera. É um Beethoven romântico por excelência, mas nem por isso menos interessante. Pelo contrário, a sinceridade de Böhm nos contagia, deixando-nos acreditar que talvez Beethoven pudesse ser, na verdade, um romântico enrustido.

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5.Liszt Transcription – Cyprien Katsaris TELDEC (1981) 

Para quebrar a hegemonia, uma versão para piano. Esta gravação, feita em 1981 pelo pianista grego-francês Cyprien Katsaris foi, estranhamente, a primeira vez que se lançou a transcrição de Liszt. Não é uma versão qualquer, tem a marca de pelo menos dois gênios. Eu gosto muito porque realça as mudanças harmônicas que na orquestra ficam diluídas nos timbres. Aqui, a tonalidade fica em evidência, e percebe-se o quanto essa tal harmonia era cara a Beethoven. E nos mostra uma outra faceta curiosa: música boa é sempre boa, quer original ou transcrita.

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6.Kurt Masur, Gewandhausorchester Leipzig PHILIPS (1973)

Essa gravação eu conheci através da Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores, uma publicação espanhola que teve seus dias de glória no Brasil no final da década de 80. No início me parecia muito razoável, mas só depois que ouvi diversas outras versões (Bernstein-NYPhO, Abbado-VPO e as demais aqui descritas) é que me dei conta que é a leitura que melhor capta o clima de espírito pastoral, independente da abordagem de estilo. Andamentos suaves, dinâmica sutil, timbres bem delineados. Uma tempestade épica, um finale glorioso, faz parecer que todo o universo dança.

Ao lado da gravação de Bruno Walter, considero esta a verdadeira Pastoral. A gravação de Masur com a mesma Gewandhaus de Leipzig feita nos anos 90 não chega aos pés dessa. Confiram.

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CHUCRUTEN

Johannes Hieronymus Kapsberger (1580-1651): Libro Quarto D’Intavolatura Di Chitarone – Rolf Lislevand

Johannes Hieronymus Kapsberger (1580-1651): Libro Quarto D’Intavolatura Di Chitarone – Rolf Lislevand

 

 

Il Tedesco della Tiorba

 

 

 

Johannes Hieronymus Kapsberger deve ter sido chamado Giovanni por toda a sua vida. Entendi que ele nasceu em Veneza, para onde o Coronel Wilhelm (Guglielmo) von Kapsberger, da Casa Imperial de Áustria, fora de armas e bagagens. Por volta de 1609, Kapsberger, o filho, estava em Roma onde ganhou fama de virtuose das cordas – alaúde, tiorba, guitarra e instrumentos do gênero. Ele deve ter passado uma temporada em Nápoles. Casou-se com Gerolima Rossi, de família nobre napolitana. Aqui você encontrará uma entrevista com uma estudiosa de Kapsberger, revelando o quanto se tem descoberto sobre esse interessante personagem.

Este compositor não é um total estranho aqui nas paradas do PQP. Seu nome aparece em algumas postagens. Em uma delas, um álbum gravado pelo Hespèrion XX e Jordi Savall, temos duas faixas dedicadas a Kapsberger, ambas se repetem aqui – Canario e Arpeggiata. E ambas dividem o mesmo intérprete principal, o mago das cordas tangidas, o norueguês Rolf Lislevand. Aqui temos um álbum dedicado totalmente a Kapsberger. As peças do Libro Quarto d’Intavolatura di Chitarone. Você poderá ver o Rolf em ação, aqui.

The CD is on the table!

Lislevand também contribuiu para o texto do livreto e afirma em aparente contradição: Kapsberg era tão mau compositor quanto era excelente instrumentalista. Ainda segundo Rolf, a música de Kapsberger tem falhas na coerência e sua estrutura é imprevisível (criatividade?). É assim um desafio para os intérpretes. Aqui uma característica deste maravilhoso disco: a música é apresentada não apenas pelo solista, mas tem o acompanhamento de vários outros músicos. Para que você julgue por si mesmo, compare a interpretação dada neste álbum para a faixa denominada Canario, com a interpretação dada por outro intérprete, aqui.

Com uma execução como esta, para uma coleção tão diversa e surpreendente, temos um álbum delicioso que continuará lhe dando muito prazer mesmo após diversas audições. As minhas faixas favoritas são a Capona-Sferraina, Canario e Ciaccona. Mas há muito mais em que se deleitar.

Giovanni Girolamo Kapsberger

Johannes Heronymus Kapsberger (1580-1651)

 Libro Quarto D’Intavolatura Di Chitarone, Roma 1640
  1. Toccata Prima
  2. Capona – Sferraina
  3. Toccata 9na
  4. Toccata Xma
  5. Passacaglia In 1a
  6. Canario
  7. Ballo Primo (Uscita – Ballo – Gagliarda – Corrente)
  8. Toccata 7ma
  9. Ciaccona
  10. Passacaglia In Re
  11. Oassacaglia In Sol
  12. Bergamasca
  13. Canzone Prima
  14. Toccata 2da
  15. Kapsberger
  16. Battaglia
  17. Colasione
  18. Toccata Seconda Arpeggiata

Rolf Lislevand, théorbe, colascione

Eduardo Eguez, chitarra batente
Brian Feehan, chitarrone, colascione
Guido Morini, organ, harpsicord
Lorentz Duftschmid, violino
Pedro Estevan, percussion

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MP3 | 320 KBPS | 138 MB

Rolf Lislevand

Uma prova de que as interpretações de Kapsberger eram impressionantes e apaixonadas está na descrição feita por seu amigo, o poeta Ciampoli, quando este louvou as festividades de coroação do papa Urbano VIII:

“Di lunghe fila armata
Tiorba à febo amica
Con Alemanno ardir fulmini, e tuoni.”

Salve, Tedesco!

René Denon

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. V – Clori, Tirsi e Fileno

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. V – Clori, Tirsi e Fileno

IM-PER-DÍ-VEL !!!

E vamos para mais um CD da excelente série de Cantatas Italianas, de Handel. Estou me enrolando para concluir esta série por absoluta falta de tempo, às vezes dá vontade de pedir mais umas férias para o PQP, outras vezes dá vontade de postar três CDs de um só vez. Outro motivo que me impede de postar mais é o péssimo serviço que a OI oferece aqui na minha área. Se privilegiam de não terem concorrência. Portanto, se de repente eu sumir é por que mandei essa porcaria de serviço de internet para o inferno.

Roberta Invernizzi volta neste CD, e novamente dá um banho de interpretação. Como diz o mano PQP, “Dás um banho, querida”. Mas está bem acompanhada. As outras duas solistas também são excelentes. E o Conjunto “La Risonanza” continua competente como sempre, dirigido por Fabio Bonizzoni.

Vamos ao que interessa.

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. V – Clori, Tirsi e Fileno

01 – Ouverture
02 – Aria (T) – Cor Fedele
03 – Recitativo (T) – Povero Tirsi
04 – Aria (T) – Quell’ erbetta
05 – Recitativo (T) – Se il guardo non vaneggia
06 – Aria (C) – Ca col canto lusingando
07 – Recitativo (C,T)  – Se il guardo non vaneggia
08 – Aria – (F) – Sai perché l’onda del fiume
09 – Recitativo (C) – Vezzoso Pastorello
10 – Aria (C) – Conosco che mi piaci
11 – Recitativo (F,C) – Dunque sperando in vano
12 – Aria (C) – Son come quel nocchiero
13 – Recitativo (C,T,F) – S’altra pace non brami
14 – Duetto (C,F) – Scherzano sul tuo volto
15 – Duetto (C,T) – Fermati! No, crudel!
16 – Recitativo (T) – Creder d’un angue
17 – Aria (T) – Tra le fere la fera più cruda
18 – Recitativo (C) – Tirsi, mio caro Tirsi
19 – Aria (C) – Barbaro, tu non credi
20 – Recitativo (T,C) – Pur cederti mi è forza
21 – Aria (C)  – Amo Tirsi
22 – Recitativo (F) – Va, fidati a promessa
23 – Aria (F) – Povera fedeltà
24 – Recitativo (T) – Non ti stupir, Fileno
25 – Aria (T) – Un sospiretto d’un labbro pallido
26 – Recitativo (F) – Tirsi, amico e compagno
27 – Aria (F) – Come la rondinella
28 – Recitativo (C,T,F) – Così, felici
29 – Terzetto (C,T,F) – Vivere e non amar, amare e non laguir, languire e non penare.

Roberta Invernizzi – Soprano
Yetzabel Arias Fernández -Soprano
Romina Basso – Alto
La Risonanza
Fabio Bonizzoni – Harpsichord & Direction

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Handel não podia andar na rua sem ser abordado por fãs

FDPBach

Antonio Vivaldi (1678-1741) – Il Progetto Vivaldi 1 – Sol Gabetta, Sonatori de La Giocosa Marca

Não sei com relação ao senhores, mas a música de Vivaldi tem a incrível capacidade de melhorar meu dia, transformar em ensolarado mesmo um dia nublado e chuvoso. É meu para-quedas, meu guarda chuva contra as adversidades do dia a dia. A genialidade de Vivaldi se estende em todas os instrumentos para os quais compôs, e aqui temos uma prova disso, nos Concertos para Violoncelo.  Nosso colega René Denom recém postou dois cds maravilhosos desta figura ímpar, dando ênfase às gravações com instrumentos de época, focados em interpretações historicamente informadas. Mas com Sol Gabetta não temos esta preocupação de interpretações historicamente corretas, ela não se importa em fazer uma leitura ‘moderna’ destas obras primas, mesmo acompanhada por orquestras especializadas.

A violoncelista argentina lançou nos últimos anos três cds que intitulou ‘Il Progetto Vivaldi’, projeto este que iniciou lá em 2007,  que trouxe obras para violoncelo e cordas do padre ruivo. Volto a ressaltar, Gabetta faz uma leitura mais ‘atualizada’,  ao contrário de músicos do nível de Marco Ceccato, genial violoncelista do projeto de Amandine Beyer, Il Gli Incognito’ ou então de Christopher Coin ou de outro gigante do instrumento, recém falecido, Anner Bylsma.

Sempre muito bem acompanhada por excelentes conjuntos orquestrais,  Gabetta nos mostra todo seu talento neste projeto. Neste primeiro CD, ela tem como parceiros o conhecido conjunto barroco ‘Sonatori de la Giocosa Marca’, que já deu o ar de sua graça aqui no PQPBach.

Como não poderia deixar de ser, o resultado é excelente. Vale conferir. Vou postar um CD de cada vez, para melhor serem apreciados.

01. Cello Concerto F major, RV 410_ Allegro
02. Largo
03. (Allegro)
04. Violin Concerto A minor, RV 356_ Allegro
05. Largo
06. Presto
07. Cello Concerto A minor, RV 418_ Allegro
08. Largo
09. Allegro
10. Cello Concerto B flat minor, RV 424_ Allegro
11. Largo
12. Allegro
13. Cello Concerto G major, RV 413_ Allegro
14. Largo
15. Allegro
16. Cello Concerto C minor, RV 401_ Allegro non molto
17. Adagio
18. Allegro ma non molto
19. Violin Concerto F minor, RV 297 – ‘Winter’ from ‘The Seasons’_ Allegro non molto
20. Largo
21. Allegro

Sol Gabetta – Violoncelo
Sonatori de La Giocosa Marca

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