Grieg (1843-1907): Concerto para piano / Falla (1876-1946): Noches en los jardines de España / Chopin (1810-1849): 1º Concerto, Scherzi, etc – The Romantic Novaes

No mínimo uma crítica negativa pode ser feita a Guiomar Novaes: seu repertório praticamente parou no romantismo. Se no piano solo ela até tocava alguns brasileiros contemporâneos a ela (Villa-Lobos, Mignone…), com orquestra não creio que ela tenha tocado os concertos de Ravel, Prokofiev, Scriabin ou Gershwin.

Ou seja, mais uma razão para você parar o que está fazendo e baixar esse CD. Aqui, Guiomar toca os ultrarromânticos concertos de Grieg e de Chopin e dois Scherzos do polonês, que apesar do nome têm pouco de alegre: “Como se vestirão suas obras graves, se a piada já está sob véus negros?”, escreveu Schumann sobre esse 1º Scherzo, publicado com o subtítulo O Banquete Infernal.

Mas deixemos o romantismo de lado, a raridade aqui é Guiomar interpretando a música espanhola de Falla, mais influenciada por Debussy e Ravel do que pela estética romântica. As impressões sinfônicas Noches en los jardines de España foram compostas em 1915 quando Guiomar já tinha 21 anos. A obra, inspirada pela região Andaluzia, tem grandes variações de timbre e dinâmica tanto para a orquestra como para o piano, permitindo à brasileira usar bem todo o seu talento, com afeto e sem afetação, como diz o monge Ranulfus.

Assunto para um artigo: Estereótipos femininos nas capas de Guiomar
Assunto para um artigo: Estereótipos femininos nas capas de Guiomar

CD 1

Edvard Grieg
Piano Concerto in A Minor, Op. 16
1. I. Allegro molto moderato
2. II. Adagio
3. III. Allegro molto moderato e marcato

Manuel de Falla
Noches en los jardines de España
4. I. En el Generalife
5. II. Danza lejana; III. En los jardines de la Sierra de Córdoba

Frédéric Chopin
6. Scherzo No. 1 In B Minor, Op. 20
7. Scherzo No. 3 in C-Sharp Minor, Op. 39

Trois nouvelles études
8. No. 1 in F Minor
9. No. 2 in A-Flat Major
10. No. 3 in D-Flat Major

CD 2
Frédéric Chopin
Piano Concerto No. 1 in E Minor, Op. 11

1. I. Allegro maestoso
2. II. Romanze
3. III. Rondo vivace

Piano Sonata No. 3 in B Minor, Op. 58
4. I. Allegro maestoso
5. II. Scherzo
6. III. Largo
7. IV. Finale: Presto non tanto

8. Berceuse in D-Flat Major, Op. 57
9. Impromptu in F-Sharp Major, Op. 36

Guiomar Novaes: Piano
Vienna Symphony Orchestra & Hans Swarowsky (CD 1, 1-5)
Bamberg Symphony Orchestra & Jonel Perlea (CD 2, 1-3)

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Os americanos gostaram. E você? Comente!
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Pleyel (postagem original de 2017)

¡Que viva la Reina! – Martha Argerich, 84 anos [Rendez-vous with Martha Argerich, vol. 3]

Mais um outono para a Rainha, e desta feita ela nos presenteia com gravações novas – tão novas, claro, quanto podem ser as de alguém tão avessa aos estúdios e afeita a dividir a ribalta com jovens colegas e os parceiros de sempre. Estas que ora lhes apresento foram feitas algumas semanas depois do seu octagésimo aniversário, em junho de 2021, no festival que Martha vem consolidando em Hamburgo e no qual desfruta do privilégio de selecionar a pinça o tradicional petit comité que tem garantido muito de sua longeva alegria em pisar palcos.

No que tange a Sua Majestade, o melhor que ela nos oferece nesses volumes são a leitura da sonata Op. 30 no. 3 de Beethoven, com Renaud Capuçon – seu mais frequente e afiado parceiro ao arco, nos últimos anos -, um ebuliente Segundo Concerto de Ludwig, e o belíssimo Trio de Mendelssohn, ao lado de Mischa Maisky e da über-diva Anne-Sophie Mutter. A família Margulis – Jura, Alissa e Natalia – traz um azeitadíssimo Trio “Fantasma” e um mui tocante “Canto dos Pássaros”, joia folclórica catalã posta em pauta por Pau Casals. O variado cardápio também inclui as “Canções e Danças da Morte” de Mussorgsky, com o ótimo baixo Michael Volle, e uma Sonata para dois pianos e percussão de Bartók para a qual a Rainha, que tanto a tocou com nosso Nelson Freire, convidou seu outro Nelson favorito, o compatriota Goerner. O melhor retrogosto, entretanto, não foi o que veio de dedos hermanos, e sim das diminutas mãos de Maria João em Schubert – que maravilhosos, os dois improvisos! – e da última apresentação pública de Nicholas Angelich, um brahmsiano que sempre honrou o grande hamburguense e fez da Segunda Sonata para viola e piano seu canto de cisne.

ooOoo

Uma breve nota: a partir de hoje, mudarei a maneira de compartilhar música com os leitores-ouvintes. Cansei de ver a pedra rolar tantas vezes morro abaixo. Não farei mais comentários. Que venham os tomates.

Disco 1

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sete Variações para violoncelo e piano sobre “Bei Männern, welche Liebe fühlen”, da ópera “Die Zauberflöte” de Wolfgang Amadeus Mozart, WoO 46
1 – Thema. Andante
2 – Variation I
3 – Variation II
4 – Variation III
5 – Variation IV
6 – Variation V: Si prenda il tempo un poco più vivace
7 – Variation VI. Adagio
8 – Variation VII. Allegro ma non troppo

Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich,
piano

Das Três Sonatas para violino e piano, Op. 30:
Sonata no. 3 em Sol maior
9 – Allegro assai
10 – Tempo di Minuetto, ma molto moderato e grazioso
11 – Allegro vivace

Renaud Capuçon,
violino
Martha Argerich,
piano

Dos Dois Trios para piano, violino e violoncelo, Op. 70:
No. 1 em Ré maior, “Fantasma”
12 – Allegro vivace e con brio
13 – Largo assai ed espressivo
14 – Presto

Alissa Margulis, violino
Natalia Margulis, violoncelo
Jura Margulis, piano


Disco 2

Ludwig van BEETHOVEN

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondo. Molto allegro

Martha Argerich, piano
Symphoniker Hamburg
Sylvain Cambreling
, regência

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN-Bartholdy (1809-1847)

Trio para piano, violino e violoncelo no. 1 em Ré menor, Op. 49
4 – Molto allegro agitato
5 – Andante con moto tranquillo
6 – Scherzo: Leggiero e vivace
7 – Finale: Allegro assai appassionato

Anne-Sophie Mutter, violino
Mischa Maisky
, violoncelo
Martha Argerich
, piano

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Das Duas Sonatas para clarinete e piano, Op. 120 (transcritas para viola e piano pelo compositor):
Sonata no. 2 em Mi bemol maior
8 – Allegro amabile
9 – Allegro appassionato
10 – Andante con moto – Allegro – Più tranquillo

Gérard Caussé, viola
Nicholas Angelich,
piano


Disco 3

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Dos Improvisos para piano, D. 935 (Op. Posth. 142):
No. 2 em Lá bemol maior
1 – Allegretto
No. 3 em Si bemol maior, “Rosamunde”
2 – Andante

Sonata para piano em Lá maior, D. 664
3 – Allegro moderato
4 – Andante
5 – Allegro

Maria João Pires, piano

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)

Sonata para piano a quatro mãos em Dó maior, K. 521
6 – Allegro
7 – Andante
8 – Allegretto

Martha Argerich e Maria João Pires, piano


Disco 4

Pau CASALS i Defilló (1876-1973)

1 – El Cant dels Ocells, para violino, violoncelo e piano

Alissa Margulis, violino
Natalia Margulis,
violoncelo
Jura Margulis,
piano

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

Suite Popular Espanhola, para violino e piano
2 – El Paño Moruno
3 – Nana
4 – Canción
5 – Polo
6 – Asturiana
7 – Jota

Tedi Papavrami, violino
Maki Okada, piano

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)

Quinteto em Fá menor para dois violinos, viola, violoncelo e piano
8 – Molto moderato quasi lento – Allegro
9 – Lento, con molto sentimento
10 – Allegro non troppo ma con fuoco

Akiko Suwanai e Tedi Papavrami, violinos
Lyda Chen, viola
Alexander Kniazev, violoncelo
Evgeni Bozhanov, piano


Disco 5

Astor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)

1 – Le Grand Tango

Gidon Kremer, violino
Georgijs Osokins, piano

Leonard BERNSTEIN (1918-1990)

Danças Sinfônicas de West Side Story, para dois pianos
2 – Prologue
3 – Somewhere
4 – Scherzo
5 – Mambo
6 – Cha-cha
7 – Meeting Scen
8 – Cool Fugue
9 – Rumble Track
10 – Finale

Anton Gerzenberg e Daniel Gerzenberg, pianos

Astor PIAZZOLLA

[Las] Estaciones Porteñas,para violino, violoncelo e piano
11 – Invierno Porteño
12 – Verano Porteño
13 – Otoño Porteño
14 – Primavera Porteña

Tedi Papavrami, violino
Eugene Lifschitz, violoncelo
Alexander Gurning, piano


Disco 6

Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)

“Canções e Danças da Morte”
1 – Kolybel’naya [“Acalanto”]
2 – Serenada [Serenata]
3 – Trepak
4 – Polkovodets [“O Marechal de Campo”]

Michael Volle, baixo-barítono
Daniel Gerzenberg, piano

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)

Sonata para dois pianos e percussão, Sz 110
5 – Assai lento
6 – Lento, ma non troppo
7 – Allegro non troppo

Martha Argerich e Nelson Goerner, pianos
Alexej Gerassimez e Lukas Böhm, percussão

Arno Harutyuni BABAJANYAN (1921-1983)

Trio em Fá sustenido menor para violino, violoncelo e piano
8 – Largo – Allegro espressivo – Maestoso
9 – Andante
10 – Allegro vivace

Michael Guttman, violino
Jing Zhao, violoncelo
Elena Lisitsian, piano

Disco 7

Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)

Sonata em Ré menor para violoncelo e piano, Op. 40
1 – Allegro non troppo
2 – Allegro
3 – Largo
4 – Allegro

Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich, piano

Sergei Sergeiyevich PROKOFIEV (1891-1953)

Sonata em Ré maior para flauta e piano, Op. 94
5 – Moderato
6 – Presto – poco meno mosso
7 – Andante
8 – Allegro con brio – poco meno mosso

Susanne Barner, flauta
Martha Argerich, piano

Dmitri SHOSTAKOVICH

9 – Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94

Martha Argerich e Lilya Zilberstein, pianos

Mieczysław WEINBERG (1919-1996)

Doze Miniaturas para flauta e piano, Op. 29
10 – Improvisação
11 – Arietta
12 – Burlesque
13 – Capriccio
14 – Noturno
15 – Valsa
16 – Ode
17 – Duo
18 – Étude
19  – Intermezzo
20 – Pastorale

Susanne Barner, flauta
Akane Sakai, piano

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Albéniz / de Falla / Gombau Guerra / Granados / Halffter / López-Chavarri / Turina: Música para Harpa Espanhola (Zabaleta)

Albéniz / de Falla / Gombau Guerra / Granados / Halffter / López-Chavarri / Turina: Música para Harpa Espanhola (Zabaleta)

Um velho disco bastante bom! Nicanor Zabaleta era um mestre em seu instrumento e aqui nos dá um recital solo tocando compositores espanhóis. Claro que todos são nacionalistas até a medula, mas não têm aquela psicose flamenca. As obras são mais delicadas e discretas, ninguém precisa bater violentamente com os pés no chão, bastando as melodias altamente representativas do estilo. São compositores que trabalharam no final do século XIX e no início do século XX. Se bem me lembro, de Falla e Turina viram a desgraça da Guerra Civil e suas consequências. O grande Albéniz, e, parece-me, Granados, não chegaram a viver sob Franco. Voltando à música, fiquei muito feliz de ouvir este disco e conferir que Zabaleta era um monstro.

Albéniz / de Falla / Gombau Guerra / Granados / Halffter / López-Chavarri / Turina: Música para Harpa Espanhola (Zabaleta)

Isaac Albéniz
A1 Granada (Serenata) Aus Der Suite Espagnole, No. 1 4:45
A2 Zaragoza (Capricho) Aus Der II. Suite Espagnole, No. 1 4:09
A3 Mallorca (Barcarola) Op. 202 6:00
A4 Asturias (Leyenda) Aus Der Suite Espagnole, No. 5 6:29
A5 Tango Espagnol 4:55

Manuel De Falla
B1 Serenata Andaluza 4:10

Joaquin Turina
B2 Toccata aus dem Ciclo pianístico, Nr. 1 4:48
B3 Fuga aus dem Ciclo pianistico Nr. 1 5:19

Gerardo Gombau Guerra
B3 Apunte Betico 4:07

Enrique Granados
B4 Danza Espagnola Nr. 5 (Andaluza) 4:47

Ernesto Halffter
B5 Sonatina Aus Dem Ballett “Danza De La Pastora” 3:35

Eduardo Lopez Chavarri
B6 Ei Viego Castillo Moro Aus Cantos Y Fantasias, Nr. 5 2:35

Nicanos Zabaleta, harpa Espanhola

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Nicanor Zabaleta

PQP

 

Vários Compositores – FORGOTTEN DANCES – Alessio Bax (piano) ֎

Vários Compositores – FORGOTTEN DANCES – Alessio Bax (piano) ֎

DANÇAS

Bach • Bartók • de Falla 

Albeniz • Liszt • Ravel

Brahms

O que você faz naquele momento de grande atribulação? Como lidar com os dias nos quais seu coração se enche de dúvidas e angústias? Como beber daquele amargo copo? Hoje, eu danço…

Esse disco do pianista italiano Alessio Bax, radicado em Nova Iorque, oferece música que foi inspirada em danças. Dançar é uma das manifestações artísticas mais primitivas e definitivamente afeta a todos, mesmo aos mais desajeitados. Eu parafraseio o adágio antigo dizendo: quem dança, seus males espantam!

O disco começa com Suíte Inglesa No. 2 de Bach, que é uma sequência de danças: allemanda, courante, sarabanda, bourrées e gigue, precedidas por um dançante prelúdio. Um salto no tempo e no estilo nos leva à outra suíte de danças, agora composta por Bartók. O contraste não poderia ser mais forte. A modernidade da suíte de Bartók se deve muito à inspiração folclórica, de natureza mais primitiva do que as danças cortesãs de Bach.

Em seguida o mistério e a sensualidade das danças espanholas estão presentes em peças mais curtas, mas absolutamente características. Manuel de Falla e Isaac Albeniz são os culpados desses pequenos pecados em forma de música para dançar.

Valsas não poderiam faltar e Liszt, assim como o elegantíssimo Ravel proveem essa demanda. E para fechar o recital, duas pequenas e virtuosísticas peças: uma transcrição para piano de uma gavota de Bach, feita por Rachmaninov, e uma dança húngara, de Brahms, num arranjo de outro grande virtuose do piano, György Cziffra.

Você não precisa sair rodopiando ao ouvir o disco, mas se você nem batucar os dedos ou mexer com os pés, precisa rápida terapia de dança…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

English Suite No. 2 in A minor, BWV807
  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourrée I – VI. Bourrée II
  6. Gigue

Belá Bartók (1881-1945)

Tanz-Suite, Sz. 77, BB 86b (Version for Piano)
  1. Moderato
  2. Allegro molto
  3. Allegro vivace
  4. Molto tranquillo
  5. Comodo
  6. Finale. Allegro

Manuel de Falla (1876-1946)

El sombrero de tres picos: Danza del molinero (Farruca)
[Version for Piano, with introduction transcribed by Alessio Bax]
  1. Danza

Isaac Albéniz (1860–1909)

Tango (No. 2 from Espana, Op. 165)
  1. Danza

Manuel de Falla

El amor brujo: Danza ritual del fuego, para ahuyentar los malos espíritus
  1. Danza

Franz Liszt (1811-1886)

Valses oubliées, S. 215: No. 1
  1. Valse

Maurice Ravel (1875–1937)

La Valse
  1. Valse

Johann Sebastian Bach

Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006 [Arr. Rachmaninov]
  1. Gavotte en rondeau

Johannes Brahms (1833–1897)

Hungarian Dance No. 6 in D flat major [Arr. György Cziffra]
  1. Tanz

Alessio Bax, piano

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MP3 | 320 KBPS | 150 MB

His ninth solo album on Signum Records, Alessio Bax combines exceptional lyricism and insight with consummate technique and is without a doubt “among the most remarkable young pianists now before the public” (Gramophone). Here he presents an album of works for dancing, including tangos and waltzes spanning three centuries. — [Página da gravadora]

How does Bax achieve such a powerful crescendo at the Bartók Dance Suite’s outset without the least banging …As for Falla’s Ritual Fire Dance, you rarely hear the music soar from the ground up, where booming bass lines ignite genuine right-hand fireworks: a wonderful performance. — [Gramophone Magazine, October 2024]

Aproveite!

René Denon

Outro álbum de danças bom demais…

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

Manuel de Falla (1876-1946): La vida breve / El amor brujo / El sombrero de tres picos (Victoria De Los Angeles, Rafael Frühbeck De Burgos, Carlo Maria Giulini, Orquestra Nacional De España, Philharmonia Orchestra)

Manuel de Falla (1876-1946): La vida breve / El amor brujo / El sombrero de tres picos (Victoria De Los Angeles, Rafael Frühbeck De Burgos, Carlo Maria Giulini, Orquestra Nacional De España, Philharmonia Orchestra)

Este disco é um “must have”, obrigatório para todos os que apreciam a música espanhola, mais especialmente a obra do grande Manuel de Falla.

Temos aqui as principais obras de Falla, “La Vida Breve”, “El Amor Brujo” e “Lo Sombrero de Tres Picos”, além de outras obras menos conhecidas, porém não  menos belas, na interpretação que consagrou a grande mezzo´soprano Victoria de Los Angeles.

O então jovem Carlo Maria Giulini a acompanha regendo a Filarmônica de Londres, em “El Amor Brujo”, enquanto que o regente espanhol Rafael Fruhbeck de Burgos a dirige em “La Vida Breve”, e em “El Sombrero de tres picos”.

“La Vida Breve” é uma pequeno Drama Lírico dividido em dois atos e quatro quadros. A música de Falla é uma homenagem à música flamenca, e são diversos os momentos em que se pode destacar na obra.

“El Amor Brujo” é uma obra para balé encomendada a Falla por Pastora Imperio, a mais famosa bailarina flamenca de sua época. De acordo com a sinopse tirada da Wikipedia, El Amor brujo cuenta la historia de Candela, una muchacha gitana, cuyo amor por Carmelo se ve atormentado por su descreído antiguo amante. La obra es de carácter marcadamente andaluz, tanto en lo musical como en lo literario. El libreto fue escrito por Gregorio Martínez Sierra en dialecto andaluz, si bien se ha llegado a poner en duda su autoría, en favor de su mujer, María de la O Lejárraga García, feminista apasionada que publicó obras bajo el nombre de su marido. La música contiene momentos de gran belleza y originalidad, e incluye las famosas Danza del fuego fatuo y Danza del terror.

“El Sombrero de Tres Picos” é outro balé,  “baseado en la novela homónima del escritor decimonónico Pedro Antonio de Alarcón. Se estrenó el 22 de julio de 1919 en el Alhambra Theatre de Londres bajo la batuta de Ernest Ansermet.

* En la historia de la danza teatral del siglo XX, ‘El sombrero de tres picos’ de Manuel de Falla puede reclamar un lugar tan significativo como el de la Petrushka de Ígor Stravinski. Ambas obras fueron producidas por el gran empresario Sergei Diaghilev y representadas por sus Ballets Rusos. Las dos rompen con las primitivas tradiciones temáticas que poblaban el género de princesas, apariciones y cisnes. Pero todavía más importante, quizás, es su visión de la burguesía con una cierta simpatía. En este sentido, en El sombrero… se reflejan las actitudes y aspiraciones de la Andalucía rural.

* Tras su estreno en Londres, la obra tuvo un rotundo éxito, elogiándose la acertada síntesis de música, baile, drama y decorado.

* Una primera versión de la obra, llamada El corregidor y la mujer del molinero fue representada en 1917 en el Teatro Eslava de Madrid como un fragmento de una pantomima de dos partes. Más tarde, Diaghilev conoció a de Falla y le convenció de la necesidad de retocar la obra con la intención de dotarla de mayor estructura teatral; el autor modificó su obra dándole más profundidad y sustancia.

* El ballet está basado en un cuento folclórico que comparte el espíritu de Beaumarchais, su brío y su profundo respeto por los recursos y el espíritu del segundo estrato de la sociedad.

Três obras primas de Manuel de Falla que encerram minha humilde e modesta homenagem à musica espanhola, tão rica e emotiva em detalhes. Volto a repetir que esta gravação é um primor, altamente recomendável.

Manuel de Falla: La vida breve; El amor brujo; El sombrero de tres picos

La Vida Breve
Acto Primero / Erster Akt / Act One / Premier Acte
¡Ah! ¡Ah! ¡Ande La Tarea! 2:51
Mi Querer Es Como El Hierro 3:05
¡Ramicos De Claveles! 2:38
Abuela, ¡No Viene! 2:13
Solo Tengo Dos Cariños 2:16
¡Ande La Tarea! 1:50
¡Vivan Los Que Ríen! 3:14
¡Malhaya El Hombre, Malhaya! 1:55
Salud…¿Qué? ¿Qué Pasa? 1:00
¡Paco! ¡Paco!…¡Mi Salud! 1:36
Dime, Paco 1:36
¡Paco!…¡Mi Chavala! 0:50
¿Ande Vas? 1:01
¡Mahlaya La Jembra Pobre! 2:20
Intermedio / Intermezzo 6:52

Acto Segundo / Zweiterr Akt / Act Two / Deuxième Acte
¡Olé!… ¡Ay! Yo Canto Por Soleares 3:08
Danza / Dance 3:19
¡Allí Está! Riyendo 3:32
¡Ay Qué Mundo Y Ay Qué Cosas! 0:41
¿No Te Dije? ¿La Ves? 2:35
¡Malhaya La Jembra Pobre! 1:39
Intermedio / Intermezzo 3:26
Danza / Dance 3:50
¡Carmela Mía! 1:48
¡Qué Gracia! 1:00
¡Yo No Vengo A Cantar! 3:35

Siete Canciones Populares Españolas
El Paño Moruno 1:19
Seguidilla Murciana 1:12
Asturiana 2:52
Jota 2:51
Nana 1:34
Canción 1:00
Polo 1:29

El Sombrero De Tres Picos
Introducción / Introduction 1:27
El Mirlo 1:47
El Petimetre Y El Cortejo 1:56
La Chica 1:09
El Corregidor 0:47
Danza De La Molinera 2:35
Minueto 1:05
Las Uvas 2:14
Fandango 1:53
Danza De Los Vecinos (Seguidilla) 3:16
Danza Del Molinero 3:04
La Detenciòn 1:33
Nocturno 2:43
Danza Del Corregidor 2:43
La Confrontación 2:08
Retorno Del Molinero 2:29
Danza Final 6:20

El Amor Brujo
Introducción Y Escena 0:34
En La Cueva 2:20
Canción Del Amor Dolido 1:38
El Aparecido 0:14
Danza Del Terror 2:01
El Circulo Mágico 2:44
A Medianoche 0:30
Danza Ritual Del Fuego 4:12
Escena 1:09
Canción Del Fuego Fatuo 1:34
Pantomimia 4:40
Danda Del Juego De Amor 3:00
Final = Finale: Las Campanas Del Amanecer 1:21

Soneto A Córdoba 2:26

Psyché 5:00

Baritone Vocals [El Cantaor] – Gabriel Moreno (tracks: 1-1 to 1-26)
Baritone Vocals [Manuel] – Luis Villarejo* (tracks: 1-1 to 1-26)
Bass Vocals [El Tío Sarvaor] – Víctor De Narke (tracks: 1-1 to 1-26)
Bass Vocals [La Voz De Un Vendedor] – Juan De Andia (tracks: 1-1 to 1-26)
Chorus – Orfeón Donostiarra (tracks: 1-1 to 1-26)
Chorus Master – Juan Gorostidi (tracks: 1-1 to 1-26)
Conductor – Carlo Maria Giulini (tracks: 2-18 to 2-30), Rafael Frühbeck De Burgos (tracks: 1-1 to 1-26, 2-1 to 2-17,)
Libretto By – Carlos Fernández Shaw (tracks: 1-1 to 1-26)
Mezzo-soprano Vocals [La Abuela, 2a. Vendedora] – Inés Rivadeneira (tracks: 1-1 to 1-26)
Orchestra – Orquesta Nacional De España (tracks: 1-1 to 1-26), Philharmonia Orchestra (tracks: 2-1 to 2-30)
Piano – Gonzalo Soriano (tracks: 1-27 to 1-33)
Soprano Vocals – Victoria De Los Angeles (tracks: 1-27 to 2-32)
Soprano Vocals [Carmela, 3a. Vendedora] – Ana María Higueras* (tracks: 1-1 to 1-26)
Soprano Vocals [Salud] – Victoria De Los Angeles (tracks: 1-1 to 1-26)
Tenor Vocals [Paco] – Carlo Cossutta (tracks: 1-1 to 1-26)
Tenor Vocals [Una Voz En La Fragua, Una Voz Lejana] – José María Higuero (tracks: 1-1 to 1-26)

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de Falla em visita ao RS para saber porque um grupo de rock adotou seu nome

FDP Bach

Granados (1867 – 1916) – Albéniz (1860 – 1909) – de Falla (1876 – 1946): Peças para Piano – Luis López & Magda Tagliaferro ֎

Granados (1867 – 1916) – Albéniz (1860 – 1909) – de Falla (1876 – 1946): Peças para Piano – Luis López & Magda Tagliaferro ֎

Granados – Albeniz

de Falla

Peças para Piano

Luis López

Magda Tagliaferro

 

O que caracteriza o que chamamos música espanhola em palavras é elusivo, mas evidente nos sons musicais. E o fascínio por música espanhola é universal. Basta lembrar do Capricho Espanhol ou de Carmen.

Domenico Scarlatti e Luigi Boccherini são compositores que devem grande parte de suas reputações exatamente por terem vivido e produzido o melhor de sua arte na Espanha.

Os compositores franceses do século XIX e XX influenciaram e foram influenciados pela música espanhola. Basta pensar nos compositores-pianistas Manuel de Falla, Isaac Albéniz e Enrique Granados.

Eu adoro este tipo de música. O LP Danzas Españolas, de Granados, interpretadas por Alicia de Larrocha quase furou e desde então, sempre que vejo um disco com esse tipo de repertório vou logo investigar.

O pianista Luis López nasceu em Tenerife e começou seus estudos no Conservatório Superior de Canárias e aperfeiçoou-se na Polônia. Este disco é muito recente e traz peças de Granados e Albéniz. A produção – o som – e o programa do disco são excelentes. As Valsas Poéticas são deslumbrantes e as outras peças muito bem escolhidas.

Acrescentei ao disco da postagem uma coleção de faixas de um disco antigo, gravado pela pianista brasileira Magda Tagliaferro. A única peça em comum com aquelas do primeiro disco é uma peça de Goyescas, Quejas o la Maja y el Ruiseñor, mas há uma grande afinidade no repertório e ouvir interpretações tão diferentes é fascinante.

Espero que goste das peças e que a audição seja um estímulo para que você explore esse tipo de repertório.

Enrique Granados (1867 – 1916)

8 Valses poéticos

  1. Introducción. Vivace molto
  2. 1, Melódico
  3. 2, Tempo de vals noble
  4. 3, Tempo de vals lento
  5. 4, Allegro humoristico
  6. 5, Allegretto
  7. 6, Quasi ad libitum
  8. 7, Vivo
  9. 8a Coda. Presto
  10. 8b, Tempo dil primero vals

Capricho Español, Op. 39

  1. Capricho Español

Goyescas

  1. Quejas o la Maja y el Ruiseñor

Isaac Albeniz (1860 – 1909)

Iberia, Cahier 1

  1. El Puerto
  2. Evocación

Iberia, Cahier 2

  1. Almería

Luis López, piano

Luis López interpreta estas 8 Valsas Poéticas com rigor e inspiração, com uma sensibilidade magistral e pulso determinado. Ele completa os silêncios com intenção declarada e minucioso. Como se cada frase, cada silêncio, cada momento de som fosse uma eternidade que surge da mais distante inspiração poética.

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Magda Tagliaferro

 

Isaa Albéniz (1860 – 1909)

  1. Evocación-Primer Cuadermo, Iberia T. 105, IIA 20
  2. Triana-Segundo Cuadermo, Iberia T. 105, IIA 20
  3. Seguidillas (Castilla)-Cantos de España T. 101, Op. 232, IIA 6
  4. Sevilla (Sevillana)-Suite Española T. 61, Op. 47, IIA 45
  5. Córdoba-Cantos de España T. 101, OP. 232, IIA 6

Manuel de Falla (1876 – 1946)

  1. Danza Española – La Vida Breve G. 35, IMF 19
  2. Danza del Molinero-El Sombrero de Tres Picos, IMF 15

Enrique Granados (1867 – 1916)

  1. Andaluza (Playera)-Danzas Españolas, Op. 37, IEG 6
  2. Oriental-Danzas Españolas, Op. 37, IEG 6
  3. Quejas o la Maja y el Ruiseñor-Goyescas, IEG 12

Magda Tagliaferro, piano

Peças Remasterizads em 2023, Paris 1960

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Magda, a própria elegância!

It is difficult to think of a more irrepressible virtuoso pianist than Brazillian born but Paris based Magda Tagliaferro…a pianist who revelled in music of a facile but endearing charm.

Aproveite!

René Denon

Luis López adorou a praia de Camboinhas

Albéniz (1860-1909): España / Granados (1867-1916): Allegro de concierto / Mompou (1893-1987): Canciones y danzas / Falla (1876-1946): Noches… (Ciccolini, piano)

Chanter et danser le flamenco aide à la compréhension de la musique d’Albéniz. Naples, ma ville natale, a été occupée par les Espagnols pendant trois siècles et notre folklore en est impregné. Les plus belles des chansons napolitaines ont un rhytme espagnol : ce sont souvent des sortes de habaneras. – Aldo Ciccolini

“Cantar e dançar o flamenco ajuda na compreensão da música de Albéniz. Nápoles, minha cidade natal, foi ocupada pelos espanhóis por três séculos e nosso folclore se misturou. As mais belas canções napolitanas têm um ritmo espanhol: são frequentemente tipos de habaneras.” – Aldo Ciccolini

Com essas palavras iniciais do pianista napolitano naturalizado francês, resta pouco a se comentar: explicar que do fim do século XIX e do XX um monte de compositores espanhóis fizeram música para piano de forte inspiração em melodias e ritmos populares? Comparar a boa recepção dessa música no resto da Europa, sobretudo França, com a recepção do pianista Ciccolini, que escolheu esse país como sua segunda pátria? Arriscar talvez uma análise mais profunda sobre a França como lugar de encontro de tradições de vários cantos da Europa, e isso desde o Império Romano? Afinal, celtas ali guerrearam e depois dialogaram com romanos, francos (que eram uma tribo germânica do tempo das “invasões bárbaras”), “mouros” do norte da África e tudo mais, com rotas comerciais e de peregrinação como o Caminho de Compostela, a França nunca teve vocação para se fechar sobre si mesma como certas ilhas e sempre bebeu das tradições alheias… O fato é que boa parte das partituras de Albéniz, Granados, Falla e Mompou foram publicadas em Paris. Tudo isso fica só no nível do esboço porque a fala de Ciccolini já resume muita coisa em poucas palavras, inclusive lembrando da parte bélica, violenta (“minha cidade foi ocupada pelos espanhóis”) que acaba influenciando tudo, até as tradições de música e dança. Deixo a seguir apenas mais alguns detalhes sobre as “Canções e Danças” do catalão Federico Mompou (Frederic na forma afrancesada, assim como Chopin se afrancesara um século antes).

Publicadas entre as décadas de 1920 e 1940, as Canciones y danzas (em castelhano), ou Cançons i danses (em catalão) nº 1 a 7 são peças para piano divididas em duas seções: uma primeira, “canção”, mais lenta, seguida por uma “dança” mais agitada, em alguns casos baseada em melodias populares e em outros casos apenas inspirada em traços do folclore catalão. O estilo de Mompou é mais ou menos minimalista, sem sons fortíssimos ou passagens virtuosas hiper-rápidas. Posteriormente Mompou escreveria mais sete peças com o mesmo título. Outros pianistas gravaram a integral das 14 Cançons i danses para piano, incluindo a brasileira Clelia Iruzun e também o próprio compositor ao piano.

Ciccolini – circa 1980

Albéniz (1860-1909), Granados (1867-1916), Mompou (1893-1987), Falla (1876-1946):

1-6. España, 6 Feuilles d’Album, Op. 165
Composer: Isaac Albéniz
I Prélude 1:53
II Tango 2:52
III Malagueña 3:40
IV Serenata 3:05
V Capricho Catalan 2:46
VI Zortzico 2:31

7. Allegro de Concierto en ut dièse majeur 7:11
Composer: Enrique Granados

8-15. Canciones y Danzas
Composer: Federico Mompou
N° 1 Quasi moderato – Allegro non troppo 3:27
N° 2 Lento – Molt amable 2:20
N° 3 Modéré – Sardana: temps de marche 3:46
N° 4 Moderat – Viv 3:51
N° 5 Lento litúrgico – Senza rigore, Ritmado 3:45
N° 6 Cantabile espressivo – Ritmado 3:02
N° 7 Lento – Danza 2:27
N° 8 Moderato cantabile con sentimento – Danza 2:59

16-18. Noches en los jardines de España
Composer: Manuel de Falla
I En el Generalife 11:54
II Danza lejana 5:27
III En los jardines de la sierra de Cordoba 10:07

Alco Ciccolini (1925-2015) – piano
Orchestre National de la Radiodiffusion France, Ernesto Halffter (16-18)
Recorded: Paris, 1956 (1-15), 1953 (16-18)

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Isaac Albéniz fazendo-se de cowboy dândi.

Pleyel

P.S.: As danças de Albéniz tocadas nesse disco fazem um verdadeiro tour da Espanha: a Malagueña faz referência a Málaga, cidade mediterrânea voltada para a África, depois tem um Capricho Catalan e por último o Zortzico, dança “torta” com 5 tempos por compasso, típica do País Basco lá no norte da Espanha em sua costa atlântica.

Rachmaninoff (1873-1943): Rapsódia sobre um tema de Paganini / Falla (1876-1946): Noches en los jardines de España (Rubinstein, piano)

Na postagem de 4 dias atrás (recital de Shura Cherkassky) falei que, no início do século XX, ao piano romântico típico da Europa Oriental se opunha – trata-se aqui de um resumo esquemático, a realidade é sempre mais complexa – o piano francês de intérpretes que se identificavam com o estilo menos grandiloquente do “piano sem martelos” de Debussy. Mais ou menos vizinho e estilisticamente próximo desse grupo de compositores franceses, podemos colocar os nacionalistas espanhóis como Granados, Albéniz e Falla. Todos estes viveram algum período na França, assim como os pintores Picasso e Dalí e o escultor Miró também fizeram carreira e fortuna em Paris.

Nascido em Cádiz, na Andalusia, perto do estreito de Gibraltar e do Marrocos, Falla também viveu em Paris (1907-1914), Madrid (1914-1919) e Granada (1920-1939), antes de ir para a Argentina durante a 2ª Guerra e morrer naquele país. A Espanha que ele evoca nas suas Noites nos jardins de Espanha (1915) é sobretudo aquela da Andalusia, com clima quente, bem próxima da África em termos geográficos, embora também perto de Paris em termos estéticos.

Já a Rapsódia sobre um tema de Paganini, composta por Rachmaninoff em 1934, é a última obra para piano e orquestra do compositor russo. Posterior aos quatro concertos, essa Rapsódia é uma obra no esquema formal de tema e variações, com uma atmosfera romântica menos exagerada do que outras de Rach, mas compartilha com elas a parte difícil e impressionante para piano: um piano muitas vezes percussivo em alternância com momentos mais suaves.

Reiner e Rubinstein

A sinfônica de Chicago, naquela década de 1950, era uma das orquestras mais famosas do mundo. Com o húngaro Fritz Reiner, fizeram grandes gravações às quais os melômanos retornam até hoje (como este disco de música de Bartók tantas vezes reeditado). Há uma história não confirmada – um daqueles boatos ou causos – segundo a qual Reiner teria ficado insatisfeito com a performance de Rubinstein quando gravaram o 2º concerto de Rach, na mesma época em que gravaram a rapsódia, e por isso outras gravações já agendadas do pianista com Reiner em Chicago foram desmarcadas. Não faltaram, é claro, outras grandes orquestras maestros radicados nos EUA para gravarem com ele: na Philadelphia, com Ormandy, ele regravaria por volta de 1970 boa parte de seu repertório (Chopin, Brahms…) e também as Noches de Manuel de Falla. Mas prefiro a gravação desta última obra em 1958, quando o pianista era mais jovem (71 anos) e arriscava alguns fraseados que ele não exibiria quando na casa dos 80. Aqui ele é acompanhado por Enrique Jordá, maestro espanhol que esteve à frente da orquestra de San Francisco de 1954 a 63.

Reiner num dia de bom humor

Eram tempos em que os grandes maestros eram ricos, famosos e intocáveis, frequentemente praticando atos que hoje seriam considerados assédio moral, bullying ou machismo. Não sei afirmar se Reiner era um dos mais extravagantes e assediadores mas, olhando para a cara dele, eu não iria querê-lo como inimigo!

Serguei Rachmaninoff (1873-1943): Rapsódia sobre um tema de Paganini
1-26. Introduction, Theme, Variations I-XXIV
Manuel de Falla (1876-1946): Noches en los jardines de España
27-29. I. En el Generalife – II. Danza lejana/(attacca.) – III. En los jardines de la Sierra de Córdoba

Arthur Rubinstein, piano
Chicago Symphony Orchestra & Fritz Reiner (Rachmaninoff)
Chicago & San Francisco Symphony Orchestra & Enrique Jorda (Falla)

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Mural de Rubinstein em sua Łódź natal, por Eduardo Kobra.

Pleyel

Música Española por un poeta del piano – Joaquín Achúcarro ֎

Música Española por un poeta del piano – Joaquín Achúcarro ֎

Música Española

Albéniz, Granados,

Falla, Turina & Mompou

Joaquín Achúcarro, piano

 

Não se deixe enganar pela capa deste disco, certamente o resultado do esforço de algum estagiário que ficou encarregado do Departamento de Arte da gravadora. O disco é ótimo, assim como o título – música espanhola.

Joaquín adorou o trabalho da manicure do pessoal do PQP Bach…

Você deve saber, eu tenho uma queda por esse tipo de música e aqui o programa é todo em torno do excelente pianista basco Joaquín Achúcarro, que no dia 1 de novembro completará 90 anos. A postagem é também uma forma (modesta) de celebrarmos sua arte.

O disco foi lançado em 2014, mas o conteúdo é uma antologia de gravações feitas em 1978.

A primeira peça, Noches en los jardines de España, de Manuel de Falla, ocupa as três primeiras faixas e é para piano e orquestra. A peça que começara como uns noturnos para piano, acabou nesta forma graças ao incentivo do pianista francês Ricardo Viñes – a quem foi dedicada.

A segunda parte do recital, digamos assim, consiste em um conjunto de peças para piano solo. De Isaac Albéniz temos Granada e Sevilla, da Suíte Espanhola, que provavelmente você conhece nas transcrições para violão, nas interpretações de grandes como Andrés Segóvia, Julian Bream ou John Williams. Além dessas, também Navarra, que foi completada por Déodat de Séverac.

As três outras peças são danças. A Danza de la seducción, das Danzas Gitanas de Joaquín Turina; Andaluza, a quinta das Danzas Españolas de Enrique Granados; Canción y danza No. 6, de Federico Mompou.

O libreto descreve tudo: com suas grandes ondulações melódicas. A influência da guitarra com seu som ponteado e seco e, apesar de tudo, rico em harmonias… a influência árabe, cigana. Bom, got it?

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Há um nome não citado no disco, mas que talvez deva ser lembrado, antes de seguirmos para as letrinhas finais. Isaac Albéniz, Enrique Granados e Manuel de Falla estudaram com Felipe Pedrell (1841 – 1922), que dedicou sua vida ao desenvolvimento de uma escola de música espanhola, fundamentada nas canções nacionais folclóricas e nas obras primas do passado. Estes três compositores, assim como os outros dois (mais recentes) Joaquín Turina e Federico Mompou, estudaram em Paris e lá se aperfeiçoaram, mas retornaram à Espanha, onde continuaram a desenvolver suas carreiras. Na música, assim como nas ciências, experiências no exterior são vitais. Pedrell e seu pessoal sabia disso… e hoje?

Manuel de Falla (1876 – 1946)

Noches en los jardines de España
  1. En el Generalife
  2. Danza lejana
  3. En los jardines de la Sierra de Córdoba

Isaac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Granada

Joaquín Turina (1882 – 1949)

  1. Danza de la seducción

Issac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Sevilla

Enrique Granados (1867 – 1916)

  1. Danza española No. 5: Andaluza

Federico Mompou (1893 – 1987)

  1. Canción y danza No. 6

Isaac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Navarra

Joaquín Achúcarro, piano

London Symphony Orchestra

Eduardo Mata

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Achúcarro, feliz por reaparecer no blog, depois de tantos anos…

Se lamenta Joaquín Achúcarro (Bilbao, 1932) de que los melómanos comiencen a referirse a él como ‘leyenda viva del piano’. “Ni soy tan viejo ni soy tan grande; además, con los años, uno va encogiendo”, dice con sonrisa cómplice y casi picarona. A sus contentas 88 primaveras, el maestro bilbaíno conserva intacta su mirada inteligente, contagiosa y franca. Los ojos transparentes también mantienen la luminosidad de siempre.  Veja a entrevista aqui.

Aproveite!

René Denon

PS: A outra postagem do Joaquín…

Manuel de Falla (1876 — 1946) – Obras Para Piano [link atualizado 2017]

PQP Bach – Quizz:

Quem se parece mais com quem? Saramago ou Mompou?

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Diversos Compositores

Peças para Piano a duas ou

a quatro mãos

Ludmilla Guilmault

Jean-Noël Dubois

 

Este disco está a um passo de ser um disco de gatinhos. Para quem teve o privilégio de viver o suficiente sabe que havia discos de (capas com) gatinhos, recheados com os melhores movimentos de música ‘clássica’, retirados do acervo (monumental) da gravadora Philips.

É claro que o resultado costumava ser uma coleção, uma antologia com os melhores momentos, mas que assim reunidos poderia resultar de uma Dança do Sabre, de Katchaturian, surgir após a Ária da Suíte Orquestral No. 3, de Bach… e ainda, a tal endiabrada dança dos furiosos guerreiros anteceder o (possivelmente) mais famoso movimento de uma Suíte Francesa – Clair de Lune, de Debussy. Mas os discos de gatinhos vendiam muito bem e levaram as sementes da música clássica para muitos futuros apreciadores.

Aqui temos assim uma coleção de ‘melhores momentos’, mas com um repertório que guarda uma maior afinidade, girando em torno de peças de música francesa ou próxima, para piano a duas ou a quatro mãos. Os dois intérpretes, Ludmilla Guilmault e Jean-Noël Dubois intercalam-se nos solos e eventualmente se juntam em algumas das faixas.

Este disco reúne peças de compositores de grande renome com peças brilhantes de compositores menos conhecidos e me surpreendeu pela sua contagiante amabilidade e alegria. Minha simpatia foi totalmente conquistada pelas duas peças de Séverac, que ocupam as faixas dois e três. Essas duas peças interpretadas a quatro mãos revelam lindas sonoridades e um frescor contagiante.

Assim, sem qualquer pudor de esbanjar alegria, o disco desfila peças de Debussy – alguns prelúdios, a já mencionada Clair de lune e dois irresistíveis movimentos da Petit Suite. A escolha entre os muitos prelúdios é bem interessante e diversa. O disco começa calmamente com Voiles, depois haverá poesia de Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir, as brincadeiras da Serenata interrompida e completará com as pirotecnias de Feux d’artifice.

Há duas nobres e sentimentais valsas de Ravel, assim como os tristes pássaros e dois deliciosos números da Suíte da Mamães Gansa.

Não poderia faltar alguma coisa bem-humorada da música de Camille Saint-Saëns, dois movimentos do Carnaval dos Animais: os contrastantes Hémiones e Aquarium. Fauré inaugura o clima fandango espanhol com o espetacular Le pas espagnol, da Suíte Dolly, e o clima continua com duas peças de Manuel de Falla – uma dança espanhola (de La Vida Breve) e a Dança Ritual do Fogo (de El Amor Brujo).

Para fechar o cortejo, em clima de bis, a Marcha Turca de Mozart, que em certos trechos ganha um reforço sonoro…

Um disco para ser ouvido pelo prazer das lindas peças e que para algumas pessoas pode servir para despertar o interesse por este tipo de música, assim como no passado fizeram os discos de gatinhos.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Valses nobles et sentimentales, M. 61
  1. Assez lent, avec une expression intense
  2. Vif

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir

Ludmilla Guilmault, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Le Carnaval des Animaux, R. 125
  1. Hémiones
  2. Aquarium

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. La Sérénade interrompue

Ludmilla Guilmault, piano

Suite Bergamesque, L. 75
  1. Clair de lune

Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Miroirs, M. 43
  1. Oiseaux tristes

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Petite Suite, L. 65
  1. En Bateau
  2. Ballet

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Ma Mère l’Oye, M. 60
  1. Laideronette, Impératrice des Pagodes
  2. Les entretiens de la Belle et la Bête

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

La Vida Breve, G. 35
  1. Spanish Dance No. 1

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1865 – 1918)

Préludes, Livre 2, L. 123
  1. Feux d’artifice

Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

El Amor Brujo
  1. Danza Ritual del Fuego

Ludmilla Guilmault, piano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Sonata No. 11 in A Major, K. 331
  1. Alla Turca (Allegretto)

Jean-Noël Dubois, piano

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Plus d’infos sur le ”Exotisme, Sonorités pittoresques” Concert-spectacle pour piano solo et à 4 mains par le Duo Cziffra à Paris

Dans ce choix de répertoire que j’ai choisie de Debussy, ravel, Fauré, Saint-Säens, séverac, De Falla, Mozart sont des compositeurs qui nous font voyager par leur couleur locale de leur nouveaux timbres pianistiques avec notamment ce prélude les Sons et les Parfums de Debussy, des accords qui habillent des harmonies voluptueuses au rythme impressionnisme.

L’odeur hispanisante.

Exotisme exprime pour moi une harmonie du soir, propice à l’évocation d’un lointain passé.

Exotisme, des images qui semblent solliciter, l’ouïe, la vue, le toucher, l’odorat, établissant en musique ces correspondances ténues que Baudelaire, le premier devina en poésie.

Des sensations de couleurs d’exotisme.

Des odeurs d’oeuillet et d’arguardiente, une atmosphère de castagnettes avec la Sérénade Interrompue de Claude Debussy.

Ces pièces orientales de Ravel, Laideronette, impératrice des pagodes pour piano à 4 mains nous évoque ces pays lointains, ce dépaysement par le recours au patrimoine musical de chaque compositeur.

Falla tient à faire son miel des fleurs du folklore.

Falla, c’est l’Andalousie et son flamenco, des voluptueux jardins andalous, des Nuits à l’âpre.

Séverac, possède une sonorité charnue, couleur en taches plus vives, en pâte plus épaisse, ce goût des échelles modales. Il nous conte les paysages traversés, inspiration de sa chère Méditerranée.

Site web : http://www.ludmilla-guilmault.com

Aproveite!

René Denon

Manuel de Falla (1876-1946): Peças para Piano – Alicia de Larrocha ֎

Manuel de Falla (1876-1946): Peças para Piano – Alicia de Larrocha ֎

 

Manuel de Falla

Peças para Piano

Alicia de Larrocha

 

 

Além de Noites nos Jardins de Espanha e Dança Ritual do Fogo, pouca ou coisa alguma eu conhecia de Manuel de Falla. Assim, quando me dei com a capa ensolarada deste álbum, decidi investigá-lo. A Fantasia Bética quase me derrubou, mas a insistência encorajada pelas Peças Espanholas que abrem o disco valeu a pena. As danças dos balés que completam o disco são ótimas!

Manuel de Falla nasceu em Cádiz e era um esquisitão – católico estremado, hipocondríaco e cheio de manias. Foi celibatário (dizem as minhas fontes) e como Bruckner, passou boa parte da vida sob os cuidados de uma irmã, que era chamada María del Carmen. Muito reservado e introvertido, no entanto, sempre foi muito amigo de seus amigos.

O disco começa com as Cuatro piezas españolas que ele compôs entre 1907 e 1908, com influência do amigo Isaac Albéniz. Em 1907 foi para a França a convite de um empresário para uma tournée de concertos. É claro, era propaganda enganosa. Mesmo assim ele ficou por lá até 1914, principalmente em Paris. Neste período produziu pouco (seu processo de composição era lento e ele muito crítico e exigente), mas aprendeu muito. Conviveu com Dukas, Debussy, Ravel e Albéniz.

Sua primeira obra a fazer sucesso foi a ópera A Vida Breve, que custou, mas estreou bem em Nice, em abril de 1913 e passou a lhe render algum dinheiro. Além disso, o editor Max Eschig o contratou para a publicação de Noites nos Jardins de Espanha, que só ficaria pronta em 1915.

A Fantasia Bética, assim como A Vida Breve e o balé El Amor Brujo se destacam pelo uso de melodias do cante hondo, da Andaluzia.

Completam o disco três danças do balé El sombrero de tres Picos, resultado do encontro em 1916 com Diaghilev quando o empresário passou pela Espanha com sua companhia. A pedido dele, de Falla se ocupou da composição do balé até quando foi estreado em Londres, em 1919, com figurinos e cenários de Pablo Picasso. E com sucesso. Além dessas três danças, temos uma suíte do balé El Amor Brujo, com a famosíssima Dança Ritual do Foge.

Manuel de Falla (1876 – 1946)

Quatro peças Espanholas

  1. Aragonesa
  2. Cubana
  3. Montanesa
  4. Andaluza

Fantasia Bética

  1. Fantasia

Danças de ‘El sombrero de tres picos’

  1. Dança dos Vizinho (Seguidillas)
  2. Dança do Moleiro (Farruca)
  3. Dança da Moleira (Fandango)

‘El amor brujo’ – Suíte

  1. Pantomima
  2. Canção do Fogo-fátuo
  3. Dança do Terror
  4. O Círculo Mágico
  5. Dança Ritual do Fogo

Alicia de Larrocha, piano

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A faixa 6, que abre a sequência de peças de El sombrero de tres picos é como a capa deste disco – ensolarada! A interpretação de Alicia de Larrocha é garantia de extremo bom gosto na interpretação, além da qualidade técnica e autenticidade. Quer mais?

Aproveite!

René Denon

PS: Se ainda tiver um tempinho, veja esta postagem:

Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

The 20th-Century Piano Concerto, Vol.1 – Vários compositores e artistas

A Coleção Philips DUO era uma espécie de Best of do selo Philips, e sempre tive um sonho de completá-la, pois foi graças a estas gravações que tive acesso a muita coisa boa. Felizmente, nos últimos anos acho que consegui alcançar meu objetivo de ter todos os volumes. E volto a repetir, tem muita coisa boa.

O Volume que ora vos trago (na verdade, serão dois volumes com dois cds cada) traz o que os produtores consideram os Melhores Concertos para Piano do Século XX, com toda a gama de artistas que tinham contratos com aquela gravadora. Alguns mais conhecidos, outros menos conhecidos, enfim, é uma boa oportunidade para conhecermos um pouco a produção do Século XX. Para quem gosta de gravações antigas, principalmente realizadas entre os anos 50, 60 e 70, é um prato cheio.

Neste primeiro volume teremos desde Prokofiev até De Falla, passando, é claro, por Bártok, Stravinsky, Gershwin e Ravel. Temos aqui intérpretes como Clara Haskill, Steven Kovacevich, Zóltan Kóscis, dentre outros. Gostei muito da escolha do repertório e dos músicos envolvidos. Para pincelar um panorama do piano no século XX creio que todos estão muito bem representados. Na sequência trarei o segundo volume. Vamos, no momento, nos degustar com o Bártok de Kovacevich, o Prokofiev de Byron Janis, e o magnífico De Falla de Clara Haskill. Só tem fera aqui.

CD 1

Piano Concerto No. 3 In C
Composed By – Prokofiev*
Conductor – Kiril Kondrashin
Orchestra – Moscow Philharmonic Orchestra
Piano – Byron Janis
1.1 1. Andante – Allegro
1.2 2. Tema Con Variazione
1.3 3. Allegro Ma Non Tropo
Nights In The Gardens Of Spain
Composed By – De Falla*
Conductor – Igor Markevitch
Orchestra – Orchestre Des Concerts Lamoureux
Piano – Clara Haskil
1.4 1. En El Generalife
1.5 2. Danza Lejana
1.6 3. En Los Jardines de la Sierra de Córdoba
Piano Concerto In F
Composed By – Gershwin*
Conductor – Howard Hanson
Orchestra – Eastman-Rochester Orchestra
Piano – Eugene List
1.7 1. Allegro
1.8 2. Adagio
1.9 3. Allegro Agitato

Piano Concerto No. 3
Composed By – Bartók*
Conductor – Sir Colin Davis
Orchestra – The London Symphony Orchestra
Piano – Stephen Kovacevich*
2.1 1. Allegretto
2.2 2. Adagio Religioso
2.3 3. Allegro Vivace
Concerto For Piano And Wind Instruments
Composed By – Stravinsky*
Conductor – Sir Colin Davis
Orchestra – BBC Symphony Orchestra
Piano – Stephen Kovacevich*
2.4 1. Largo – Allegro – Più Mosso – Maestoso
2.5 2. Largo
2.6 3. Allegro
Rhapsody In Blue
Composed By – Gershwin*
Conductor – Howard Hanson
Orchestra – Eastman-Rochester Orchestra
Piano – Eugene List
2.7 Rhapsody In Blue
Piano Concerto In D For The Left Hand
Composed By – Ravel*
Conductor – Ivan Fischer
Orchestra – Budapest Festival Orchestra
Piano – Zoltán Kocsis
2.8 1. Lento
2.9 2. Allegro
2.10 3. Tempo I

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Bizet, de Falla, Granados, Rodrigo, Romero, Torroba, Vivaldi: Los Romeros — Celebração do Jubileu de Ouro

Bizet, de Falla, Granados, Rodrigo, Romero, Torroba, Vivaldi: Los Romeros — Celebração do Jubileu de Ouro

frontAndrés Segovia, Narciso Yepes, etc. Os espanhóis e o violão. Há que igualmente colocar no Olimpo Los Romeros, também chamada de A Família Real do Violão. O quarteto foi fundado em 1960 por Celedonio Romero. Três de seus filhos, Angel, Celin e Pepe tocavam com o pai desde os sete anos, formando o Quarteto. Então, eles desenvolveram certa experiência… Em 1957, já tinham ido para os EUA. Não gostavam muito de Franco. Moram lá até hoje. Em 1990, Angel deixou o quarteto, sendo substituído pelo filho de Celin, Celino. Celedonio Romero morreu em 1996. Entrou em seu lugar o filho de Angel, Lito.

Vamos à música. O Quarteto é requintado. São donos de uma habilidade e de uma competência extraordinária. Neste post temos a formação original, ainda com Celedonio. O fato é que é um CD muito bom. O repertório é maravilhoso — Vivaldi, Torroba, Scarlatti, Rodrigo (Concerto de Aranjuez e etc), Bizet (Carmen) entre outros, com obras originais para violão (ou violões) e transcrições. Boa apreciação!

Los Romeros – Celebração do Jubileu de Ouro

DISCO 01

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 4 violões in B menor, RV 580
*
01. Allegro
02. Largho Larghetto
03. Allegro

Celedonio Romero (1913-1996)
Noche en Málaga

04. Noche en Málaga
Romantic Prelude
05. Romantic Prelude

Francisco Moreno Torroba (1891-1982)
Sonatina trianera

06. Torroba – Sonatina trianera

Domenico Scarlatti (1685-1757)
Sonata in G major, Kk 391

07. Sonata in G major, Kk 391

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto em C maior para violão, RV 425*
08. Allegro
09. Largo
10. Allegro

Enrique Granados (1867-1916)
Intermezzo (Goyescas)

11. Intermezzo (Goyescas)

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto Madrigal
**
12. Fanfarre (Allegro marziale)
13. Madrigal (Andante nostálgico)
14. Entrada (allegro vivace)
15. Pastorcito (Allegro vivace)
16. Girardilla (Presto)
17. Pastoral (Allegro)
18. Fandango
19. Arieta (andante nostálgico)
20. Zapateado (Allegro vivace)
21. Caccia a la española ( Allegro…)

DISCO 02

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 2 violões em G maior, RV 532*
01. Allegro
02. Andante
03. Allegro

Manuel de Falla (1876-1946) El Sombrero de tres picos
04. Danza del corregidor
05. Danza del molinero

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto de Aranjuez*
06. Allegro con spirito
07. Adagio
08. Allegro gentile

Georges Bizet (1838-1875)
Suíte da Ópera Carmen

09. Prélude
12. Séguedille
13. Chanson bohème
14. Entr’acte
15. Chanson du toreador

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto Andaluz**
16. Tiempo de Bolero
17. Adagio
18. Allegretto

* San Antonio Symphony Orchestra
Victor Alessandro, regente
** Academy of St Martin in the Fields
Sir Neville Marriner, regente

Angel Romero, violão
Caledonio Romero, violão
Celin Romero, violão
Pepe Romero, vilão
Angelita Romero castanhetas in
Sonatine trianera, El sombrero de tres picos and Carmen Suite

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Uma das várias formações da Família Romero
Uma das várias formações da Família Romero

Carlinus / PQP

Manuel de Falla (1876-1946): El sombrero de tres picos / Amor brujo

Manuel de Falla (1876-1946): El sombrero de tres picos / Amor brujo

Não sou um apaixonado pelo nacionalismo espanhol, mas a qualidade deste CD me dobrou. Dutoit, ex-aluno de Ansermet, trouxe consigo o amor pelas nuances de seu mestre e realiza aqui um admirável trabalho. A sonoridade geral é encorpada, porém clara. Os solistas vocais de fala francesa mandam bala bem no espanhol. Se você estiver procurando os dois grandes balés de de Falla em um só disco, acaba de encontrar. Grande CD!

Manuel de Falla (1876-1946): O chapéu de três bicos + El amor Brujo

1. The Three Cornered Hat, Intro: Part I: Afternoon/Dance Of The Miller’s Wife/The Grapes – Colette Boky/Richard Hoenich
2. The Three Cornered Hat, Part II: The Neighbours’ Dance/The Miller’s Dance/The Corregidor’s… – Colette Boky/Richard Hoenich
3. Love, The Magician – Huguette Tourangeau

Colette Boky soprano
Richard Hoenich basson
Orchestre Symphonique de Montréal
Charles Dutoit

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Manuel de Falla mostra o esplendor de seu bigode para os pequepianos.
Manuel de Falla mostra o esplendor de seu bigode para os pequepianos.

PQP

Ravel: Os Concertos para Piano // de Falla: Noites nos Jardins da Espanha

Ravel: Os Concertos para Piano // de Falla: Noites nos Jardins da Espanha

Mais uma maravilha vinda da grande Hyperion. Vamos relembrar o excelente texto de Adriano Brandão para o Concerto em Sol Maior (G Major) de Ravel ?

Chicotada! Marchinha de soldadinho de chumbo! Jazz!

Não, eu não fiquei maluco. É mais ou menos esse o esquema da exposição do primeiro movimento do famoso Concerto para piano em sol maior de Maurice Ravel, obra de 1931. O maluco, no caso, é ele 🙂

Ravel compôs dois concertos para piano e orquestra. O primeiro foi uma peça para ser tocada somente com a mão esquerda, em ré maior. Pouco tempo depois Ravel teve a ideia para um segundo concerto, para as duas mãos, fortemente influenciado pelo jazz americano.

Vale lembrar que o jazz estava na moda na França no anos 20 e 30. Gershwin mesmo esteve em Paris em 1928 e fez muito sucesso com sua “Rhapsody in blue“. O resultado é que vários compositores de concerto, como Poulenc e Milhaud, incorporaram tiques jazzísticos a suas obras.

Ravel não ficou imune, é claro. Seu primeiro contato com o jazz foi com as diversas bandinhas de New Orleans que visitavam Paris e depois nos EUA mesmo (quando conheceu Gershwin). Em 1927 ele já havia escrito sua Sonata para violino, com um movimento inteiro chamado “Blues”. O caminho para este Concerto em sol já havia sido traçado.

Chicotada! Marchinha de soldadinho de chumbo! Jazz! A mistura do primeiro movimento é tão inusitada e funciona muitíssimo bem. As milhares de blue notes, com seu som tão típico, são as responsáveis pela cor predominantemente jazzística do movimento. E o solo de piano nunca, nunca deixa de lembrar o da “Rhapsody in blue”…

É muito legal, mas arrisco dizer que é mesmo o segundo movimento que deixa a impressão mais duradoura no ouvinte. Nada de jazz – é um adagio de tranquilidade absoluta, no qual o solista derrama lirismo sobre a paisagem estática fornecida pela orquestra. É de uma simplicidade e uma beleza inacreditáveis! Vários outros compositores tentaram roubar-lhe o molde: penso imediatamente no americano Samuel Barber, mas tem também Camargo Guarnieri, o português Lopes Graça… Ravel criou aqui o formato do moderno movimento lento de concerto.

A obra termina com um moto-perpétuo curtinho e mega virtuosístico, agora sim cheio de jazz. Ele consegue nos colocar de volta em solo firme após o movimento lento de sonho. E termina, sem muita cerimônia. Essa brevidade é esquisita de início, mas, sei lá, acho que faz sentido. Eu não conseguiria imaginar a graça de um finale muito elaborado após tamanha beleza. Chicotada! Pá pum! Tinha que terminar assim mesmo 🙂

Ravel: Os Concertos para Piano // de Falla: Noites nos Jardins da Espanha

Maurice Ravel (1875-1937) — Piano Concerto in G major [21’37]
1 Allegramente [8’18]
2 Adagio assai [9’24]
3 Presto [3’55]

Manuel de Falla (1876-1946) — Noches en los jardines de España G49 [23’11]
4 En el Generalife [10’01]
5 Danza lejana [4’45]
6 En los jardines de la Sierra de Córdoba [8’25]

7 Maurice Ravel (1875-1937) — Piano Concerto for the left hand in D major [18’13]

Steven Osborne (piano)
BBC Scottish Symphony Orchestra
Ludovic Morlot (conductor)

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Ravel fantasiado de jacaré engomado.
Ravel fantasiado de jacaré engomado.

PQP

Andor Foldes: Wizard of the Keyboard

Andor Foldes: Wizard of the Keyboard

Andor Foldes (1913-1992) pertenceu a uma geração impressionante de músicos húngaros. Como ele, Geza Anda, Gyorgy Sandor, Edith Farnadi, Irene Malik, Annie Fischer — sem levar em conta a elite de regentes famosos (Fricsay, Dorati, Reiner) ou solistas (Szigetti) Dentre eles, Foldes ocupava um lugar de destaque no universo pianístico. Este disco é um tesouro de incrível repertório: Bach, De Falla, Poulenc, Bartok, Beethoven, Liszt, Copland, Barber, Debussy e Chopin .

Foldes foi um músico consumado, inteiramente dedicado a extrair e fazer-nos sentir o espírito de cada peça que ele tocava. Seu nível de musicalidade corre inversamente proporcional à sua fama. Negligenciado e esquecido por muitos, ele representa a estatura de músicos forjados na primeira metade do século XX, como Bartók e Kodály.

Andor Foldes: Wizard of the Keyboard

CD 1:
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Chromatic Fantasia and Fugue in D minor, BWV 903
1) Fantasia [6:44]
2) Fuga [4:35]
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Piano Sonata No.6 in F, Op.10 No.2
3) 1. Allegro [4:18]
4) 2. Allegretto [3:46]
5) 3. Presto [2:36]
Johannes Brahms (1833 – 1897)
16 Waltzes, Op.39
6) 1. in B [0:48]
7) 2. in E [1:09]
8. 3. in G sharp minor [0:46]
9) 15. in A flat [1:34]
Manuel de Falla (1876 – 1946)
El amor brujo
10) Ritual Fire Dance [3:31]
Francis Poulenc (1899 – 1963)
Nocturnes Nos.1-8
11) No.4 in C minor [1:26]
Claude Debussy (1862 – 1918)
Préludes – Book 1
12) 8. La fille aux cheveux de lin [2:41]
Frédéric Chopin (1810 – 1849)
4 Mazurkas, op.41
13) 2. Mazurka in E minor: Andantino [2:05]
14) Nocturne No.13 in C minor, Op.48 No.1 [5:52]
Franz Liszt (1811 – 1886)
15) Mephisto Waltz No.1, S.514 [10:38]
Béla Bartók (1881 – 1945)
Suite, BB 70, Sz. 62 (Op.14)
16) 1. Allegretto [1:55]
17) 2. Scherzo [1:43]
18) 3. Allegro molto [2:05]
19) 4. Sostenuto [2:53]
Sonata for Piano, Sz. 80 (BB 88)
20) 1. Allegro moderato [4:06]
21) 2. Sostenuto e pesante [5:00]
22) 3. Allegro molto [3:29]
23) Allegro barbaro, BB 63, Sz. 49 [2:29]

CD 2:
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Piano Sonata (1924)
1) 1. Viertel = 112 [3:07]
2) 2. Adagietto [5:05]
3) 3. Viertel = 112 [2:42]
Samuel Barber (1910 – 1981)
Excursions, Op.20
4) 1. Un poco allegro [2:43]
5) 2. In slow blues tempo [3:32]
6) 3. Allegretto [2:28]
7) 4. Allegro molto [2:10]
Aaron Copland (1900 – 1990)
Piano Sonata (1941)
8. 1. Molto moderato [8:21]
9) 2. Vivace [4:38]
10) 3. Andante sostenuto [9:28]
Zoltán Kodály (1882 – 1967)
11) Marosszéki táncok (Dances of Marosszèk) [12:30]
7 Piano Pieces, Op.11
12) 1. Lento [1:40]
13) 2. Székely keserves. Rubato, parlando [2:20]
14) 3. “il pleut dans mon coeur…”. Allegretto malinconico [1:30]
15) 5. Tranquillo [2:04]
16) 6. Székely nóta. Poco rubato [3:08]
Igor Stravinsky (1882 – 1971)
17) Circus Polka for a Young Elephant [3:55]
Virgil Thomson (1896 – 1989)
18) Ragtime Bass in C sharp [1:41]
Isaac Albéniz (1860 – 1909)
19) Tango, Op.165, No.2 [2:46]

Andor Foldes, piano

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Andor Foldes, esse tocava!
Andor Foldes, esse tocava!

PQP

De Falla (1876-1946): Concierto para Clave – Orbón (1925-1991): 3 Cantigas del Rey; Partitas – Arauxo (1584-1654): Tiento – Selma y Salaverde (1595-1636): canzone, danze. Rafael Puyana, Heather Harper.

BISCOITO FINO, senhores! Fino e incomum. É até difícil escolher por qual aspecto começar a falar deste que talvez seja o mais ciumentamente conservado entre os vinis do Monge Ranulfus – então comecemos justamente pelo desafio que foi a digitalização.

É espantoso, antes de mais nada, que tão tremendo material nunca tenha sido relançado em formato digital, com remasterização profissional. Nossa luta para recuperar o conteúdo foi inglória: toda tentativa de reduzir o rumble de fundo resultou em distorção grotesca dos timbres, e até sumiço de notas essenciais. O que os senhores têm em mãos é portanto apenas uma “fotografia” de uma audição de vinil, onde há uma discreta porém contínua nota que os compositores não escreveram, introduzida pela mecânica do equipamento – além de algumas fantasmagorias eletroeletrônicas, que sequestrariam integralmente o som do cravo caso fossem removidas, especialmente na bela faixa 14. Espero que me perdoem porque poderia ser pior: poderíamos não ter essa música ao alcance!

A capa proclama orgulhosamente que, exceto o concerto de De Falla, todas as faixas são “primeiras gravações mundiais”. É uma produção complexa, envolvendo diferentes grupos de músicos, inclusive dois regentes de renome, tendo em comum apenas o cravista Rafael Puyana – por isso espanta que a Philips holandesa não tenha registrado local nem data das gravações, nem do lançamento. Podemos apostar em 1963 ou 64 apenas porque as “Partitas” de Julián Orbón aparecem sem numeração – e em sua lista de obras se encontram “Partitas nº 1” de 1963, e “Partitas nº 2” já de 1964.

Rafael Puyana, de certa forma o star da produção – não sem razão, mesmo se em boa parte do disco o cravo não é solista -, nasceu na Colômbia em 1931. Estreou como pianista aos 13 anos, foi estudar em Boston aos 16, e aos 19 estava em Paris, como aluno de cravo de ninguém menos que Wanda Landowska, e de composição da onipresente Nadia Boulanger.

O disco se abre com o paradoxal monumento que é o Concerto para Cravo, Flauta, Oboé, Clarinete, Violino e Violoncelo – composto por de Falla em 1926 e dedicado precisamente a Madame Landowska. Paradoxal porque atinge o lirismo através de aspereza e energia frenética, quase a patadas, e a monumentalidade em meros 13 minutos – e justamente por isso é um monumento. Se, como disse José Miguel Wisnik, A Sagração da Primavera for “heavy metal de luxo”, pra mim isto será “heavy metal de luxo de câmara, cool e cult” – algo assim.

Em contraste, o lado B traz música espanhola da renascença ou barroco inicial: um Tiento de Francisco Correa de Arauxo para teclado solo, e o resto são “canções” e danças instrumentais compostas ou arranjadas em contraponto pelo frei Bartolomé de Selma y Salaverde. Pense 1963, e verá que esse foi um trabalho pioneiro, anterior à prevalência dos instrumentos de época, mas feito com suficiente garra e bossa para não me soar inautêntico. O destaque vai para a faixa 14 (com perdão dos seus ruídos inexorcizáveis), onde os ‘due tenori’ que dialogam são feitos por um fagote moderno e por uma dulciana – de mesma tessitura, porém de timbre mais recolhido – num possível símbolo da passagem de bastão que se daria na abordagem à música antiga nas décadas seguintes.

Finalmente, Julián Orbón: nascido na Espanha, fez o trajeto inverso a Puyana: aos 18 anos veio morar em Cuba, com a família também de músicos. Depois terminou se instalando nos EUA, onde foi alvo de altos elogios de Copland, com quem teve aulas. Nas Tres Cantigas del Rey o cravo e um quarteto de cordas dialogam de modo contemporâneo com as Cantigas de Santa Maria atribuídas a Dom Alfonso X, “el sabio”, rei de Castela, sendo os textos, no entanto, não em castelhano e sim em galego-português arcaico – dos mais antigos documentos da nossa língua, portanto. O resultado? Ouçam vocês mesmos. Comento apenas que minha preferida é a segunda.

Quanto às suas Partitas para cravo solo, tomei a liberdade de deslocar do final do lado A para o final geral do programa – pois para mim isso é música pra lá de séria. De uma profundidade introspectiva que exige silêncio depois, e não danças saltitantes. E afirma Orbón, para mim, como um compositor maiúsculo, substancial, que não era pra estar entre os “etcétera”, como se encontra agora. Quer dizer: qualquer pista para mais de Julián Orbón será bem-vinda!

Manuel de Falla (1876-1946): Concierto para Clave y cinco instrumentos (1926)
01 Allegro  03’15
02 Lento (giubiloso ed energico)  05’53
03 Vivace (fessibile, scherzando)  04’04

Julián Orbón (1925-1991): Tres Cantigas del Rey (1960)
04 A creer devemos que todo pecado (cantiga 65)  02’09
05 A Virgen en que é toda santidade (cantiga 134)  03’44
06 Resurgir pode et fazel os seus vivel (cantiga 133)  01’23

Fray Bartolomé de Selma y Salaverde (~1595 – ~1636)
07 Canzona a 4 (sopra Bataglia)  04’37

Francisco Correa de Arauxo (1584-1654)
08 Quinto Tiento de séptimo tono (cravo solo)  04’00

Fray Bartolomé de Selma y Salaverde (~1595 – ~1636)
09 Gagliarda a 2  01’40
10 Canzona per soprano solo  03’11
11 Balletto a 2 e a 3  01’57
12 Corrente a 3  00’35
13 Corrente a 4  01’00
14 Canzona a 3 (due tenori e basso)  04’06

Julián Orbón (1925-1991)
15 Partitas nº 1 (cravo solo) (1963)  09’37

  • Rafael Puyana, cravo
  • David Sandeman, Neil Black, Thea King, Raymond Cohen, Terence Weil, com direção de Charles Mackerras (faixas 01 a 03)
  • Heather Harper, soprano; London Symphony String Quartet; direção de Antal Dorati (faixas 04 a 06)
  • David Munrow, flauta doce e dulciana. Deirdre Dundas-Grant, fagote. Raymond Cohen, Nona Liddell, violinos. Patrick Ireland, viola. Terence Weil, violoncelo. Oliver Brookes, violone. Stephen Whittaker, percussão (faixas 07 a 14)

.  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here (MP3 320 kbps)

Ranulfus

Manuel de Falla – Paco de Lucia interpreta Falla

PUBLICADO ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 27/6/2009, REVALIDADO POR VASSILY EM 25/9/2015.

Cover artSe tudo tiver corrido bem, ou ao menos sofrivelmente bem, a esta altura já terei cruzado o Congo, terminado inteiro a odisseia centroafricana e, no final da noite, chegado ao Brasil.

Finalizo este mês de postagens racionadas com a revalidação dum tremendo álbum postado pelo FDP no longínquo 2009, e que estava indisponível aqui desde então. O grande Paco aqui está especialmente fodástico, e a gravação é eletrizante.

Assim que tomar um bom banho e me livrar dos ectoparasitas, volto à vida – e ao blogue.

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE FDP BACH EM 27/6/2009

Começo a fazer uma série diferente, que dedicarei à música espanhola dos séculos XIX e XIX, com destaque para Falla, Albéniz, Rodrigo, e mais alguns outros.

Vou começar com um disco que me fez tornar fã deste gênio do violão flamenco, Paco de Lucia. Comprei ainda nos tempos do LP, e não conseguia acreditar no que o cara fazia com o mesmo instrumento de seis cordas que eu tinha jogado num canto de meu quarto. Como diz o mano PQP, parece que ele toca com um espanador. Alguns anos depois, já na faculdade, escrevi uma pequena monografia sobre a música flamenca, mas, após entregá-lo nunca mais tive acesso ao trabalho, pois o professor veio a falecer no decorrer do semestre e não sei onde foi parar. Era uma disciplina chamada “História da Cultura Ibérica”, e o professor era um grande especialista na área.

Pois bem, o que Paco de Lucia faz aqui neste pequeno disco é uma releitura de alguns trechos conhecidíssimos da obra de Falla, como a “Dança Ritual del Fuego”, “Dança del Fuego Fátuo”, entre outros. Este disco está fora de catálogo e tem um doido querendo vender o seu por U$S 115 na amazon. Tem doido para tudo, inclusive para pagar este preço. Ainda tenho o meu velho LP, e cuido muito bem dele.

Para os mais puristas, informo que a leitura que Lucia faz é muito peculiar, pois mistura elementos da música flamenca com o Jazz.

Abaixo, transcrevo o texto que consta no meu velho vinil:

“A principios de la década de los 20 (a poco más de un siglo de distancia del nascimento publico del cante) Manuel de Falla, el más universal, el más grande de los músicos españoles, deseando pagar al flamenco la deuda que tenia contraíd con esa música de incomparable majestad, resuelve presentear al cante como una parte sustancial de la grand música del mundo: contra el fanático antiflamenquismo de la época, don Manuel lleva a cabo ese acto de reinvindicación e de justicia mediante la preparación e la culminación del Concurso de Canto Jondo de Granada. El amor de Falla al flamenco venía de muy antigo. Nacido Falla en Cádiz y en lá época de gran eclósion cantaora, su propia madre lo dormia sussurrrándole nanas andaluzas. Una jovem servienta, “La Morilla”, cantaba al niño Falla los cantes gaditanos y los cantes mineros. Más tarde, don Manuel nos dejaria un trabajo de investigación sobre los origenes del flamenco (El cante jondo, canto primitivo andaluz) cuyas líneas maestras tejen la plataforma sobre la que se han baseado todas las investigaciones posteriores, la plataforma sin la cual no existe ni una sola opinión solvente en torno a los rasgos primitivos del cante. Don Manuel solia pedir a Antonio El Polinario, a Pastora Imperio, a Rosario La Mejorana y a anonimos gitanos, del Albaicin que le cantaran las viejas siguirillas, las antiguas tonás, las remotas saetas, y con sus signos pacientes y menudos anotaba las melodias. Toda su producción entre 1904 y 1912, es decir, desde el princípio de su madurez como artista hasta la fecha del Concurso de Granada, es un sucesivo homenaje a la forma expresiva más sobrecogedora de una Andalucia verdadeiramente esencial. La Vida Breve, El Amor Brujo, El sombrero de tres picos, La fantasia bética, las Noches en los jardines de España, son ya músicas del planeta, pero antes y en sucesivo, son transfiguraciones  incomparables de las músicas andaluzas y pruebas sucesivas del amor y el respecto  que Don Manuel sintió por ellas. (Cuando murió, en Alta Gracia, en la Córdoba de Argentina, su hermano y sus amigos encontraron, entre sus muy escasas propriedades, un ejemplar de una grabación que le habia regalado el anciano ganado del Concurso, Diego Bermúdez, El Tenazas. Falla se habia llevado al exilio, a la muerte, unos cantes de aquel viejo remoto).

A finales de la decada de los años 70, (a poco más de un siglo de distancia del nacimiento de Don Manuel de Falla) Paco de Lucia, el más grande de los creadores de música para guitarra andaluza que há tenido jamás la historia del flamenco, deseando pagar a Don Manuel siguiera parte de la deuda que el flamenco tiene de antiguo contraída con aquele hombre pequeñito y a la vez gigantesco, se sumerge en una selva de partituras del maestro. Acelerada y laboriosamente aprende a leer música para decifrar esas obras que ama y que él sabe que suenan al más recóndito metal de la fragua flamenca (Falla -escribio Orozco Diaz – es un andaluz puro, pero en él incide la raíz, no la apariencia; lo profundo no lo superficial. No sólo lá temática de sus obras, sino la misma inspiración íntima preceden de una Andalucia honda, que sólo se entrevé en la expresión y el sentimiento del cante jondo). Paco de Lucia elige algunas partituras de Falla, efectua várias transcriciones (a algunas de las cuales será preciso denominar versiones, ya que el auténtico respeto aquí no excluye la incorporación de ciertos agregados rítmicos y algunos compases dialogados, formas de amor más que licencias) y las graba con jubilo angustiado, doblando él mismo la guitarra una vez y otra vez, interpretando la parte melódica, luego las harmonias más tarde otros efectos sonoros, levantando de manera tentacular, avariciosa, el edificio de su fidelidad a la música del maestro; y tocando en todo momento con esa potencia en las escalas, esa seguridad en los agudos, ese brillo en los bajos, esa sensualidad y perfección en los rasgueos, ese sonido, en fin que sólo posee la técnica flamenca y mediante el que, súbitamente, descubrimos a un Falla no nuevo sino definitivo. Siempre supimos que en la música de Falla habitaba el flamenco. Nos faltaba una sola prueba: los es esta grabación.

El mayor genio de la guitarra flamenca se proclama deudor del mayor genio de la música andaluza medio siglo después de que áquel músico immortal proclamara su deuda a unas músicas que, con ele nombre de flamenco, ya es justo llamar imortales. Esta grabación es, pues, algo más que un novo disco de Paco de Lucia. Por si solo, esto seria un acontecimiento> pero cyabdi se escuche, escúchese algo más: el respecto y la gratitud de Paco de Lucia por Don Manuel de Falla hacia el flamenco, y el abrazo ya indisoluble de la música culta ya la flamenca a través del abraço que mediante esta guitarra y aquellas partituras se dan, por entre el ciego tiempo, un grand andaluz de Algeciras e un immenso andaluz de la milenaria Gadir. Félix Grande

Infelizmente o disco não traz maiores informações sobre os acompanhantes de Lucia. Destacam um grupo chamado Dolores, o cantor Pepe de Lucia, na faixa 4, e Ramon de Algeciras tocando uma segunda guitarra.

O único pecado desta pérola discográfica e sua duração: Meros 30 minutos, mas como tudo que diz respeito à música flamenca e principalmente à genialidade da dupla Falla / Lucia, são 30 minutos muito intensos. Espero que apreciem.

P.S. – Caso alguém venha a se interessar por outras incurssões de Lucia na música flamenca possuo uma discografia considerável dele. Basta pedir, que com o tempo posso vir a postar.

Uma biografia mais detalhada de Falla pode ser encontrada aqui .

Manuel de Falla (1876-1946) – Paco de Lucia interpreta a Manuel de Falla

1. Danza de los Vecinos [De “El Sombrero de Tres Picos”]
2. Danza Ritual del Fuego [De “El Amor Brujo”]
3. Introduccion y Pantomima [De el Amor Brujo]
4. Paño Moruno [De “Siete Canciones Populares”]
5. Danza del Molinero [De “El Sombrero de Tres Picos”]
6. Danza (De “La Vida Breve”)
7. Escena (De “El Amor Brujo”)
8. Cancion del Fuego Fatuo (De “El Amor Brujo”)
9. Danza del Terror [De “El Amor Brujo”]
10. Danza de la Molinera [De “El Sombrero de Tres Picos”]

Paco de Lucia – Violão Flamenco
Pepe de Lucia – Cantor da faixa 4
Ramon de Algeciras – 2º Violão
Grupo Dolores

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FDP Bach

 

.: interlúdio .: Larry Coryell – Boléro

FolderE já que estamos falando de adaptações, variações, músicos tocando fora de sua praia, resolvi trazer essa impressionante leitura do tradicional Bolero de Ravel por um dos maiores mestres da guitarra no jazz, Larry Coryell. De quebra, ele ainda encara “Noches En Los Jardines De Espana”.Um espanto esse cara.
Fazem vinte e um anos, se não estou enganado, quando tive a oportunidade de vê-lo tocando ao vivo em Floripa. Uma tradicional rádio da cidade promoveu sua vinda, e tivemos uma amostra do MÚSICO que Larry Coryell é, assim mesmo escrito, em letras maiúsculas. Tocou com músicos brasileiros, baianos, na época ele andava muito pelo Brasil, mas na maior parte do tempo, esteve sentado em um banquinho, tendo seu violão com cordas de aço como companhia. Também tocou uma das mais belas versões de “Roun´ Midnight” que já tive a oportunidade de ouvir. Quem esteve presente naquela noite jamais esquecerá.
Na verdade, Coryell gravou alguns discos tocando adaptações de peças clássicas, como “Petrouchka”, de Stravinsky e “Sherazade” do Rimsky-Korsákov, e até mesmo “As Quatro Estações”, que já postei por aqui, mas devido a problemas de ordem técnica, o link se perdeu.
O único defeito desse disco que ora vos trago é sua curta duração, pouco mais de meia hora. Mas lhes garanto que serão trinta e poucos minutos de puro virtuosismo e amor ao instrumento.

Deliciem-se.

01 Bolero
02 Noches En Los Jardines De Espana
03 Zapateado, Op.23 No.2

Larry Coryell – Acoustic Guitar

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Kathleen Battle e Christopher Parkening – Pleasures of Their Company: John Downland (1563-1626), Charles Gounod (1818-1893), Enrique Granados (1867-1916), Waldemar Henrique (1905-1995), Jayme Ovalle (1894-1955), Francisco Paurillo Barroso (1894-1968) e Manuel de Falla (1876-1946) [link atualizado 2017]

MUITO BOM !!!
fonogramas maravilhosamente fornecidos por Raphael Soares.

Pessoal, olhem (ouçam) como esses americanos mandam bem, especialmente nas músicas brasileiras!

A voz de límpido timbre de Kathleen Battle une-se ao corretíssimo violão de Christopher Parkening para executar 19 canções de muita qualidade. Raphael Soares, que nos enviou o álbum no afã de divulgarmos a música do paraense Waldemar Henrique, afirmou sabiamente sobre este trabalho:

A Kathleen Battle e o Christopher Parkening dispensam apresentações: ambos estão entre os mais renomados músicos americanos da atualidade. É um tanto vergonhoso afirmar que, apesar de ser paraense, só conheci Waldemar Henrique propriamente dito com esse CD e nessa interpretação, o que faz ela ficar na minha cabeça eternamente, e me faz ter um carinho muito especial por essa gravação, apesar do português carregado de sotaque de Battle. A canção Boi-Bumbá é das mais famosas do compositor, e data de 1934, e o arranjo para violão foi feito pelo próprio Parkening. Outras interpretações são destaque no disco, como a Ave Maria de Gounod e o Azulão de Jayme Ovalle.

Bem, é verdade que o álbum é uma grande miscelânea: além de não focar em um autor ou período, há músicas de caracteres bem distintos, desde música renascentista a negros spirituals, passando por ritmos brasileiros… Ainda assim, mesmo que em uma reunião no mínimo inusitada, o repertório é muito bonito: as melodias são, de um modo geral, de grande beleza, muito bem escolhidas levando-se em conta o aspecto puramente belo.

O motivo de postarmos esse álbum, sua razão de estar aqui no P.Q.P.Bach, são as canções brasileiras, e nelas Kathleen Battle, apesar de não pronunciar bem o português (convenhamos: nosso idioma é difícil; belíssimo, porém, difícil…), desenvolve seu canto com muita propriedade: há sentimento nessas faixas, assim como em todo o CD. Vale conferir!

Ouça, ouça! Deleite-se!


Kathleen Battle e Christopher Parkening

Pleasures of Their Company

John Downland (1563-1626)
01. Come again! Sweet love doth now invite
02. Allemande Christopher Parkening
03. What if I never speed?
04. Galliard
05. Fine knacks for ladies
Charles Gounod (1818-1893)
06. Ave Maria
Enrique Granados (1867-1916)
07. La Maja de Goya (from Coleccion de Tonadillas)
Waldemar Henrique (1905-1995)
08. Boi-Bumbá
Jayme Ovalle (1894-1955)
09. Azulão
Francisco Paurillo Barroso (1894-1968)
10. Para ninar
Manuel de Falla (1876-1946)
11. Canción
12. Nana
13. Seguidilla murciana
Negro Spiritual (Tradicional)
14. Ain’t Got Time To Die
15. Lord, I Couldn’t Hear Nobody Pray
16. Ain’t That Good News! (Arr. Russ)
17. Sweet Little Jesus Boy
18. This Little Light Of Mine
19. Ride On, King Jesus!

Kathleen Battle
Christopher Parkening
1990

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Bisnaga

Joaquin Rodrigo (1901-1999) – Concierto de Aranjuez – Manuel de Falla (1876-1946) – Spanish Dance, from opera “La Vida Breve”, Francisco Tárrega (1852-1909) – Recuerdos de Alhambra – Enrique Granados (1867-1916) – Valses Poetiques – Alberto Ginastera (1916-1983) – Harp Concerto, Milonga

frontUm cd no mínimo peculiar. Xavier de Maistre é o primeiro harpista da Filarmônica de Viena, e só isso já é excelente carta de apresentação. Mas o rapaz vai mais longe, e muito mais longe, nos brindando com um belo e delicado cd, fazendo transcrições das mais conhecidas peças da música espanhola. Eu particularmente gostei muito, apesar de estar sempre com a sensação de que está faltando alguma coisa. Pode ser que os mais puristas torçam o nariz ao ouvirem o Concierto de Aranjuez tocado numa harpa, mas o timbre super delicado do instrumento torna a peça ainda mais romântica. Até onde sei, a única peça realmente composta para o instrumento é o Concerto para Harpa, de Ginastera.
O regente da Viena Radio Symphony Orchestra, Bertrand de Billy, e claro, os engenheiros de som da Sony, conseguiram um belo equilíbrio entre a orquestra e a harpa,não deixando ela desaparecer atrás da massa sonora orquestral.
Enfim, um cd para aqueles que, em primeiro lugar, apreciam o instrumento, e em segundo lugar, gostam de novas experiências, e por que não dizer, de novas sonoridades para peças que fazem parte do repertório de qualquer violonista de concerto.

01. Falla – Spanish Dance No. 1 from the opera ‘La vida breve’
02. Rodrigo – Concierto de Aranjuez – I. Allegro con spirito
03. II. Adagio
04. III. Allegro gentile
05. Tárraga – Recuerdos de la Alhambra
06. Granados – Valses poeticos. Preludio, Vivace
07. Valses poeticos. 1. Melódico
08. Valses poeticos. 2. Tiempo de Vals noble
09. Valses poeticos. 3. Tiempo de Vals lento
10. Valses poeticos. 4. Allegro humóristico
11. Valses poeticos. 5. Allegretto (Elegante)
12. Valses poeticos. 6. Quasi ad libitum (Sentimental)
13. Valses poeticos. 7. Vivo
14. Valses poeticos. 8. Presto – Andante – Tiempo de Vals
15. Ginastera – Harp Concerto, op. 25 – I. Allegro giusto
16. II. Molto moderato
17. III. Kadenz
18. IV. Vivace
19. Ginastera – Milonga

Xavier de Maistre – Harp
Vienna Radio Symphony Orchestra
Bertrand de Billy – Conductor

P.S. – Não sei o que aconteceu, mas alguns leitores não estão conseguindo baixar o link do MEGA, por isso estou disponibilizando outro link, desta vez baseado no FileFactory, bom servidor que não tem me dado problemas.

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FDPBach

Manuel de Falla (1876 — 1946) – Obras Para Piano [link atualizado 2017]

 

Sabemos que Manuel de Falla foi um gênio da música erudita espanhola, mas o que muitos não sabem é que ele foi extremamente severo consigo mesmo, quer dizer, com sua obra. Falla se cansava com facilidade e seu perfeccionismo, além de fazê-lo perder muito tempo, causando-lhe desgaste de energia, foi motivo para a destruição de muitas de suas partituras, por estas não estarem dentro de seu padrão pessoal de estética.

O propósito desta postagem é compartilhar, principalmente o concerto, que na minha opinião, é um dos mais espetaculares já compostos, o Concerto para Cravo, Flauta, Oboé, Clarineta, Violino e Violoncelo. O cd traz também uma versão para piano do mesmo concerto.

.oOo.

Manuel de Falla: Obras Para Piano

01 Nocturno (1896) 4:12

02 Vals-capricho (1900) 3:25

Piezas españolas 16:04
03 Aragonesa 3:09
04 Cubana 4:02
05 Montañesa (Paisaje) 4:55
06 Andaluza 3:58

07 Fantasía Bætica (1909) 13:04

09 Homenage (1920) 2:50
Pieza para guitarra escrita para “Le Tombeau de Debussy”, en arreglo para piano del autor

10 Pour Le Tombeau de Paul Dukas (1935) 3:45

Concerto Per Clavicembalo, Flauto, Oboe, Clarinetto, Violino e Violoncello (1926) 13:17
11 Allegro 3:09
12 Lento 5:59
13 Vivace 4:07

Concerto Per Piano, Flauto, Oboe, Clarinetto, Violino e Violoncello (1926) 14:39
14 Allegro 3:37
15 Lento 6:41
16 Vivace 4:20

Joaquín Achúcarro, piano y clave
Miembros de la Orquesta Sinfónica de Londres
Eduardo Mata, director

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Marcelo Stravinsky
Repostado por Bisnaga

Narciso Yepes – Guitarra Española – CD 3 de 5

Minha vida anda uma correria só, e tem sido muito difícil arranjar um tempinho para postar. Por isso serei econômico no texto, afinal de contas, o que importa aqui é o violão de Narciso Yepes, o resto é só blá, blá, blá.

O CD começa com o magnífico “Recuerdos de Alhambra”, talvez a peça mais conhecida de Tárrega, depois temos Albéniz, Falla, Turina, Rodrigo, entre outros.

Respondendo ao questionamento feito em postagem anterior, relacionado à autoria da transcrição da obra “Astúrias”, de Albéniz, informo que Yepes aqui toca a versão de Andrés Segovia. Aqui, neste terceiro cd, a transcrição de “Malagueña” é do próprio Yepes.

Narciso Yepes – Guitarra Espanõla – CD 3

Francisco Tárrega

01 Recuerdos de La Alhambra(Andante)

02 ‘Marieta’ Mazurke(Lento)

03 Capricho arabe. Serenata(Andantino)

04 Tango

Isaac Albéniz

05 Malaquena from op.165(Transcr.; Narciso Yepes)

Manuel de Falla

06 Homenaje ‘Le tombeau de Claude Debussy’

Joaquin Turina

07 Garrotin y soleares

08 Rafaga

Joaquin Rodrigo

09 En los Trigales

Anonimo

10 La Filla del marxant

11 La filadora

12 El mestre

13 La canco del lladre

Emilio Pujol

14 El abejorro. Estudio

Federico Moreno Torroba

15 Madronos

Xavier Montsalvatge

16 Habanera(Arr.; Narciso Yepes)

Maurice Ohana

17 Tiento(Arr.; Narciso Yepes)

Antonio Ruiz-Pipó

18 Cancion y danza Nr.1(Arr.; Narciso Yepes)

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FDP Bach

Narciso Yepes – Guitarra Española – CD 2 de 5

Aí está o segundo cd da coleção “Guitarra Española”, na excepcional interpretação de Narciso Yepes. E este cd aqui, bem, este segundo cd é talvez o melhor da coleção , pois traz aquela que é a maior das composições de Isaac Albeniz, a Suíte Española nº5 – Asturias, uma das belas composições feitas para o violão.

Pois então, divirtam-se:

Narciso Yepes – Guitarra Española – CD 2 de 5

01 Isaac Albeniz; Suite espanola; No. 5 Asturias. Leyenda
02 Isaac Albeniz; Recuerdos de viaje; No. 6 Rumores de las caleta. Malaguena
03 Isaac Albeniz; Piezas características; No. 12 Torre bermeja. Serenata
04 Enrique Granados; Danza espanola no. 4 – Villanesca
05 Francisco Tarrega; Alborada. Capriccio
06 Francisco Tarrega; Danza mora
07 Francisco Tarrega; Sueno
08 Manuel de Falla; El círculo mágico (El amor brujo)
09 Manuel de Falla; Cancíon del fuego fatuo (El amor brujo)
10 Manuel de Falla; Danza del molinero. Farruca (El sombrero de tres picos)
11 Joaquín Turina; Sonata Op. 61 (Allegro – Andante – Allegro vivo)
12 Joaquín Turina; Fandanguillo Op. 36
13 Salvador Bacarisse; Passapie
14 Narciso Yepes; Catarina d’Alió
15 Anónimo; Romance (du film ‘Jeux interdits’)

Narciso Yepes – Violão

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FDP Bach

Hector Berlioz (1803-1869): Nuits d’été / Manuel de Falla (1876-1946) – El Amor brujo / – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 25 de 29

Hector Berlioz é um daqueles raros compositores que ignoro. Nunca ouvi nada que me chamasse a atenção. Ele fica no limbo, sem meu desprezo e sem nenhuma admiração. Ouvi friamente essas com Nuits d’été. Nada. O mesmo não pode ser dito de Manuel de Falla, admirável compositor nacionalista espanhol, inventor de esplêndidas melodias e cujas obras sempre me agradam. Além disso, ERA um ser humano: de Falla tentou em vão impedir o assassinato de seu amigo Frederico García Lorca em 1936. Após a vitória de Franco na Guerra Civil Espanhola, de Falla emigrou para Argentina, onde viria a morrer. Então, mais um CD bem maluco desta coleção. Porém, para nosso consolo os volumes de 26 a 29 serão indiscutíveis.

CD 25

Berlioz: Nuits d’été / Manuel de Falla: El Amor brujo

Nuits d’été, op.7 – Hector Berlioz 30’11
1. Villanelle – Brigitte Balleys
2. Le Spectre De La Rose – Brigitte Balleys
3. Sur Les Lagunes – Brigitte Balleys
4. Absence – Brigitte Balleys
5. Au Cimetiere – Brigitte Balleys
6. L’ile Inconnue – Brigitte Balleys

Brigitte Balleys, soprano;
Orchestre Des Champs-Elysees;
Philippe Herreweghe, conductor

El Amor brujo / L’Amour sorcier / Love the Magician – Manuel de Falla 37’07
7. Introduction Y Escena – Ginesa Ortega
8. Cancion Del Amor Dolido – Ginesa Ortega
9. Sortilegio – Ginesa Ortega
10. Danza Del Fin Del Dia – Ginesa Ortega
11. Escena – Ginesa Ortega
12. Romance Del Pescador – Ginesa Ortega
13. Intermezzo – Ginesa Ortega
14. Introduccion – Ginesa Ortega
15. Escena – Ginesa Ortega
16. Danza Del Fuego Fatuo – Ginesa Ortega
17. Interludio – Ginesa Ortega
18. Cancion Del Fuego Fatuo – Ginesa Ortega
19. Confuro Para Reconquistar El Amor Perdido – Ginesa Ortega
20. Escena – Ginesa Ortega
21. Danza Y Cancion De La Bruja Fingida – Ginesa Ortega
22. Final – Ginesa Ortega

Ginesa Ortega, “cantaora”;
Orchestra de Cambra Teatre Lliure;
Josep Pons, conductor

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PQP