“Em 50 anos, serei lembrado apenas pelo meu concerto para violino em sol menor… Brahms foi um compositor muito maior do que eu porque assumiu riscos”. OK, então, neste CD, temos Bruch representado por sua melhor música e ela não parece uma obra complementar — é muito bonita. Claro que Brahms é Brahms , mas Bruch não faz feio, de modo algum. Talvez a comparação direta mais conhecida entre os concertos para violino de Brahms e Bruch venha de Hans von Bülow, que comentou que, enquanto Bruch havia escrito um concerto para violino, Brahms havia composto um contra ele. E embora isso seja talvez um pouco duro com Brahms, pode-se entender o ponto de von Bülow: Bruch usa a orquestra para apoiar seu solista, enquanto Brahms tenta tratar tanto o solista quanto a orquestra como iguais. Comparações à parte, ambos são exemplos imponentes do gênero e permanecerão estabelecidos como pedras fundamentais do repertório de concertos. Aqui, os dois concertos são tocados com raro brilho.
Max Bruch (1838-1920): Concerto Nº 1 para Violino e Orq. / Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino e Orq. (Little, Handley, RLPO)
Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26 Composed By – Max Bruch
1 I Vorspiel: Allegro Moderato 8:51
2 II Adagio 9:09
3 III Finale: Allegro Energico 7:34
Violin Concerto In D, Op. 77 Composed By – Johannes Brahms
4 Allegro Non Troppo 22:15
5 Adagio 8:47
6 Allegro Giocoso, Ma Non Troppo Vivace 7:44
Conductor – Vernon Handley
Orchestra – Royal Liverpool Philharmonic Orchestra
Violin – Tasmin Little
Os Concertos são magníficos, o violinista é fantástico, a orquestra idem. Importante notar que esta gravação é de 1993: Vengerov tinha 19 anos!
O Concerto para violino Nº 1 em sol menor de Max Bruch é um dos concertos para violino mais populares do repertório de violino solo e, junto com a Fantasia Escocesa , a obra mais famosa do compositor. O concerto foi concluído pela primeira vez em 1866 e a primeira apresentação foi realizada em 1866 por Otto von Königslow , com Bruch regendo. O concerto foi então consideravelmente revisado com a ajuda do célebre violinista Joseph Joachim e concluído em sua forma atual em 1867. A estreia do concerto revisado foi dada por Joachim em Bremen em 1868.
Depois de assumir o cargo de principal diretor da orquestra do Gewandhaus de Leipzig em 1835, Mendelssohn nomeou seu amigo de infância, Ferdinand David, um ilustre violinista, como spalla da orquestra. O Concerto para violino, Op. 64, surgiu como uma colaboração entre ambos. Em carta de julho de 1838, Mendelssohn disse a David: “Eu gostaria de escrever um concerto para violino para você no próximo inverno. Já tenho uma ideia para um em mi menor, cuja abertura não deixa minha cabeça descansar”. Passaram-se seis anos para que a obra fosse completada. Foram aventadas várias hipóteses para justificar a demora: dúvidas do autor, a criação neste intervalo de uma sinfonia, e uma indesejada temporada em Berlim por ordem do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. Neste período Mendelssohn e David mantiveram uma correspondência regular, mostrando o compositor a buscar aconselhamento técnico e estético, uma prática que depois se tornou habitual para outros compositores. Notem que esta gravação é com a mesma orquestra com que Mendelssohn estreou a obra. Os músicos já estavam com mais de 200 anos, mas muitos lembravam da estreia.
Ao final deste arquivo, veio uma obra a mais que creio ser a rápsódia Taras Bulba, de Leoš Janáček, mas só deus sabe se acertei.
Max Bruch (1838–1920) / Felix Mendelssohn (1809-1847): Violin Concertos (Vengerov / Masur)
MAX BRUCH
Violin Concerto No. 1 in G minor, Op. 26
I Vorspiel. Allegro moderato 08:10
II Adagio 08:11
III Finale. Allegro energico 07:40
FELIX MENDELSSOHN
Violin Concerto in E minor, Op. 64
I Allegro molto appassionato 12:57
II Andante 07:57
III Allegretto non troppo – Allegro molto vivace 06:34
Maxim Vengerov (violin)
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur (conductor)
Um disco extraordinário! Mas o canadense Kerson Leong não escapou das ironias do grupo do PQP Bach no WhatsApp. Disseram que Kerson, no Brasil, seria nome de borracheiro ou de centroavante brasileiro ruim, algo como Kersinho, com cabelo platinado e sobrancelhas de designer. Então, anos depois, surgiria uma versão genérica que não vingaria muito, o Kersinho Mineiro. Aqui no RS, tivemos o Joleno, atacante de lado. Perguntaram pra ele a origem do nome e ele respondeu que sua mãe gostava dos Bítus.
Mas o CD é sensacional. Não consigo imaginar um Concerto para Violino de que goste mais do que deste de Britten. Esse emparelhamento incomum com Bruch é uma reflexão sobre a jornada de um extremo de expressão a outro. O In Memoriam é a ponte perfeita entre eles. Após o jogo, Kersinho falou à imprensa na zona mista: “Foi uma grande vitória do nosso time. O Britten expressa uma experiência crua e exposta, enquanto o Bruch é reconfortante. Depois dos últimos anos em que o mundo passou por muitas dificuldades e incertezas devido à pandemia, guerra e crise, gravar este álbum em Londres em janeiro de 2022 com a Philharmonia Orchestra e Patrick Hahn foi um momento profundamente catártico. É com espírito de catarse que ofereço este álbum.”
(A primeira frase da declaração do atleta é uma intromissão deste que vos escreve).
B. Britten (1913-1976) & M. Bruch (1838-1920): Violin Concertos (Kersoden Leong / Philharmonia Orchestra / Patrick Hahn)
01. Britten: Violin Concerto in D Minor, Op. 15: I. Moderato con moto – Agitato – Tempo primo
02. Britten: Violin Concerto in D Minor, Op. 15: II. Vivace – Animando – Largamente – Cadenza
03. Britten: Violin Concerto in D Minor, Op. 15: III. Passacaglia – Andante lento (Un poco meno mosso)
04. Bruch: In Memoriam, Op. 65
05. Bruch: Violin Concerto No.1 in G Minor, Op. 26: I. Vorspiel. Allegro moderato
06. Bruch: Violin Concerto No.1 in G Minor, Op. 26: II. Adagio
07. Bruch: Violin Concerto No.1 in G Minor, Op. 26: III. Finale. Allegro energico
Kerson Leong, violino
Philharmonia Orchestra
Patrick Hahn
Celebramos mais um aniversário da Rainha, e ela não dá sinais de arrefecer o radiador. Vá lá, volta e meia a assombrosa octogenária nos dá um susto, só para daí voltar com tudo – cancelando um concerto ou outro, naturalmente, como sói acontecer desde que Martha é Martha – e nos fazer sonhar com mais uma década todinha (a nona de sua vida, e a oitava como pianista) com ela a forrar nossos tímpanos de deleite.
Já é meu bem surrado costume cantar-lhe parabéns pelo cumple e celebrar a data gaiatamente, compartilhando presentes gravados pela própria aniversariante. Marthinha segue tão ativa fazendo música quanto afastada dos estúdios, de modo que todos os novos registros de sua arte, como há já algumas décadas, provêm somente de apresentações ao vivo. Entre as adições à discografia marthinhiana lançadas desde o 5 de junho passado – as quais passo a lhes oferecer a seguir -, apenas uma foi gravada, conforme a promessa do título desta postagem, na nona década de vida da Rainha. Trata-se de um recital em duo com o violinista Renaud Capuçon, gravado no ano passado, em que ela nos serve algumas de suas especialidades: além de uma das sonatas de Schumann, que a mantém entre os poucos grandes intérpretes a prestigiá-las em seu repertório, ela demonstra seguir afiada como sempre na realização das eletrizantes partes pianísticas da “Kreutzer” e da sonata de Franck.
Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856) Sonata para violino e piano no. 1 em Lá menor, Op. 105
1 – Mit leidenschaftlichem Ausdruck
2 – Allegretto
3 – Lebhaft
Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827) Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
4 – Adagio sostenuto – Presto
5 – Andante con variazioni
6 – Finale. Presto
César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890) Sonata em Lá maior para violino e piano 7 – Allegretto ben moderato
8 – Allegro
9 – Recitativo – Fantasia. Ben moderato
10 – Allegretto poco mosso
Renaud Capuçon, violino
Gravado ao vivo no Grand Théâtre de Provence em Aix-en-Provence (França) em 22 de abril de 2022.
Apesar de já não serem exatamente novidades, por circularem há algumas décadas entre pirat…, er, fãs incondicionais afeitos a compartilhar gravações não oficiais, os muitos registros ao vivo presentes nos oito volumes duplos lançados pelo selo Doremi ao longo do último ano são muito bem-vindos à discografia de Marthinha. Chamo atenção para as sonatas de Beethoven, particularmente sua elétrica – diria até demais! – leitura da “Waldstein” (volume 10) e uma belíssima interpretação da Op. 101 (vol. 11), que, até prova em contrário, são suas únicas para estas obras-primas; uma rara aparição do Concerto no. 3, aquele que ela menos toca entre os três de Ludwig que estão em seu repertório, e que viria a gravar oficialmente só décadas mais tarde (vol. 9); um Rach 3 ainda menos comum, captado durante a brevíssima janela em que ela o tocou (vol. 13); e colaborações com regentes notáveis como Rafael Kubelík (vol. 13), Lorin Maazel (vol. 10), Claudio Abbado (vols. 10 e 11), além de Charles Dutoit – seu ex-marido, amigo e parceiro artístico de tantas décadas, que se faz presente na maior parte dos tomos dessa coleção, acompanhando Martha por toda parte.
Sergei Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953) Concerto para piano e orquestra no. 3 em Dó maior, Op. 26
1 – Andante
2 – Tema con variazioni
3 – Allegro, ma non troppo
Orquestra Sinfónica del SODRE Charles Dutoit, regência
Gravado em Montevideo (Uruguai) em 14 de junho de 1969
Robert SCHUMANN Toccata em Dó maior para piano, Op. 7 4 – Allegro
Fantasia em Dó maior para piano, Op. 17
5 – Durchaus fantastisch und leidenschaftlich vorzutragen. Im Legenden-Ton 6 – Mäßig. Durchaus energisch 7 – Langsam getragen. Durchweg leise zu halten
Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849) Barcarola em Fá sustenido maior para piano, Op. 60 8 – Allegretto
Scherzo em Dó sustenido menor para piano, Op. 39 9 – Presto con fuoco
Gravado em Edinburgh (Escócia) em 6 de setembro de 1966
Johann Sebastian BACH (1685-1750) Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807 10 – Prélude
11 – Allemande
12 – Courante
13 – Sarabande – Les agréments de la même Sarabande
14 – Bourrée I & II
15 – Gigue
Robert SCHUMANN
Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22 16 – So rasch wie möglich
17 – Andantino
18 – Scherzo
19 – Rondo
Joseph Maurice RAVEL (1875-1937) Jeux d’eau, para piano 20 – Très doux
Franz LISZT Das Harmonies poétiques et religieuses para piano, S. 173:
21 – No. 7: Funérailles
Fryderyk CHOPIN Balada para piano no. 3 em Lá bemol maior, Op. 47 22 – Allegretto
Das Quatro mazurcas para piano, Op. 41: 23 – No. 4 em Lá bemol maior
Das Três mazurcas para piano, Op. 63: 24 – No. 2 em Fá menor
Das Quatro mazurcas para piano, Op. 33:
25 – No. 2 em Ré maior
Scherzo para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 31 26 – Presto
Das Quatro mazurcas para piano, Op. 24:
27 – No. 2 em Dó maior
Gravado em Edinburgh (Escócia) em 8 de setembro de 1967
Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893) Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
1 – Allegro non troppo e molto maestoso
2 – Andantino semplice
3 – Allegro con fuoco
Göteborgs Symfoniker Charles Dutoit, regência
Gravado em Göteborg (Suécia) em 27 de outubro de 1972
Robert SCHUMANN Concerto em Lá menor para piano e orquestra, Op. 54 4 – Allegro affettuoso
5 – Intermezzo
6 – Allegro vivace
Česká Filharmonie Václav Neumann, regência
Gravado em München (Alemanha Ocidental) em 29 de março de 1971
Ludwig van BEETHOVEN Das Três sonatas para piano, Op. 10: No. 3 em Ré maior
7 – Presto
8 – Largo e mesto
9 – Minuet. Allegro
10 – Rondo. Allegro
Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945) Sonata para piano. BB 88, Sz. 80
11 – Allegro moderato
12 – Sostenuto e pesante
13 – Allegro molto
Fryderyk CHOPIN Vinte e quatro Prelúdios para piano, Op. 28 14 – No. 1 em Dó maior
15 – No. 2 em Lá menor
16 – No. 3 em Sol maior
17 – No. 4 em Mi menor
18 – No. 5 em Ré maior
19 – No. 6 em Si menor
20 – No. 7 em Lá maior
21 – No. 8 em Fá sustenido menor
22 – No. 9 em Mi maior
23 – No. 10 em Dó sustenido menor
24 – No. 11 em Si maior
25 – No. 12 em Sol sustenido menor
26 – No. 13 em Fá sustenido maior
27 – No. 14 em Mi bemol menor
28 – No. 15 em Ré bemol maior
29 – No. 16 em Si bemol menor
30 – No. 17 em Lá bemol maior
31 – No. 18: em Fá menor
32 – No. 19 em Mi bemol maior
33 – No. 20 em Dó menor
34 – No. 21 em Si bemol maior
35 – No. 22 em Sol menor
36 – No. 23 em Fá maior
37 – No. 24 em Ré menor
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
38 – Sonata em Ré menor, K. 141
Fryderyk CHOPIN
Das Três Mazurcas para piano, Op. 63:
39 – No. 2 em Fá menor
Ludwig van BEETHOVEN Sonata para piano em Dó maior, Op. 53, “Waldstein”
1 – Allegro con brio
2 – Introduzione. Adagio molto
3 – Rondo. Allegretto moderato – Prestissimo
Fryderyk CHOPIN Sonata para piano no. 3 em Si menor, Op. 58 4 – Allegro maestoso
5 – Scherzo. Molto vivace
6 – Largo
7 – Finale. Presto non tanto
Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Das Estampes para piano, L. 100:
8 – No. 3: Jardins sous la pluie
Gravado em Tokyo (Japão) em 4 de outubro de 1970
Maurice RAVEL Concerto em Sol maior para piano e orquestra
9 – Allegramente
10 – Adagio assai
11 – Presto
Radio-Sinfonieorchester Stuttgart Peter Maag, regência
Gravado em Stuttgart (Alemanha Ocidental) em 10 de outubro de 1969
Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondo. Molto allegro
Radio-Sinfonieorchester Berlin Lorin Maazel, regência
Gravado em Berlim Ocidental (Alemanha Ocidental) em 1972
Sergei PROKOFIEV Concerto para piano e orquestra no. 3 em Dó maior, Op. 26
4 – Andante
5 – Tema con variazioni
6 – Allegro, ma non troppo
Orchestre National de la Radiodiffusion Française Claudio Abbado, regência
Gravado na França em 7 de dezembro de 1967
Robert SCHUMANN
Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22 7 – So rasch wie möglich
8 – Andantino
9 – Scherzo
10 – Rondo
Gravado em New York City (Estados Unidos) em 7 de abril de 1973
Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra no. 1 em Dó maior, Op. 15
1 – Allegro con brio
2 – Largo
3 – Rondo: Allegro scherzando
Česká Filharmonie
Claudio Abbado, regência
Gravado em Salzburg (Áustria) em 4 de agosto de 1971
Franz LISZT
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi bemol maior, S. 124
4 – Allegro maestoso – Quasi adagio – Allegretto vivace – Allegro animato – Allegro marziale animato
NDR Symphonieorchester Moshe Atzmon, regência
Gravado em Hamburg (Alemanha Ocidental) em 8 de novembro de 1971
Fryderyk CHOPIN Sonata para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 35 5 – Grave. Doppio movimento
6 – Scherzo
7 – Marche funèbre: Lento
8 – Finale: Presto
Gravado em New York City (Estados Unidos) em 2 de outubro de 1974
Johann Sebastian BACH Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807 1 – Prélude
2 – Allemande
3 – Courante
4 – Sarabande – Les agréments de la même Sarabande
5 – Bourrée I & II
6 – Gigue
Ludwig van BEETHOVEN Sonata para piano em Lá maior, Op. 101
7 – Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung
8 – Lebhaft. Marschmäßig
9 – Langsam und sehnsuchtsvoll
10 – Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit
Robert SCHUMANN Kinderszenen, para piano, Op. 15 11 – Von fremden Ländern und Menschen – Kuriose Geschichte – Hasche-Mann – Bittendes Kind – Glückes genug – Wichtige Begebenheit – Träumerei – Am Kamin – Ritter vom Steckenpferd – Fast zu ernst – Fürchtenmachen – Kind im Einschlummern – Der Dichter spricht
Gravado em Veneza (Itália) em 10 de fevereiro de 1969
Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791) Sonata para piano em Lá maior, K. 310 12 – Allegro maestoso
13 – Andante cantabile con espressione
14 – Presto
Gravado em Colônia (Alemanha Ocidental) em 8 de setembro de 1960
Fryderyk CHOPIN Concerto para piano e orquestra no. 2 em Fá menor, Op. 21 1 – Maestoso
2 – Larghetto
3 – Allegro vivace
Detroit Symphony Orchestra Klaus Tennstedt, regência
Gravado em Detroit (Estados Unidos) em 9 de fevereiro de 1978
Robert SCHUMANN Concerto em Lá menor para piano e orquestra, Op. 54 4 – Allegro affettuoso
5 – Intermezzo
6 – Allegro vivace
Orchestre de l’Office de Radiodiffusion-Télévision Française Charles Dutoit, regência
Gravado em Paris (França) em 6 de setembro de 1973
Franz LISZT
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi bemol maior, S. 124
7 – Allegro maestoso – Quasi adagio – Allegretto vivace – Allegro animato – Allegro marziale animato
Göteborgs Symfoniker Norman del Mar, regência
Gravado em Göteborg (Suécia) em 18 de março de 1971
Johann Sebastian BACH Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826 1 – Sinfonia
2 – Allemande
3 – Courante
4 – Sarabande
5 – Rondeau
6 – Capriccio
Sergei PROKOFIEV Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83 7 – Allegro inquieto
8 – Andante caloroso
9 – Precipitato
Robert SCHUMANN
Fantasiestücke, para piano, Op. 12 10 – Des Abends – Aufschwung – Warum? – Grillen – In der Nacht – Fabel – Traumes Wirren – Ende vom Lied
Scherzo em Dó sustenido menor para piano, Op. 39 11 – Presto con fuoco
Fryderyk CHOPIN
12 – Andante Spianato e Grande Polonaise Brillante para piano, Op. 22
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
13 – Sonata em Ré menor, K. 141
Gravado em Toronto (Canadá) em 3 de novembro de 1978
Wolfgang Amadeus MOZART Concerto para piano e orquestra no. 25 em Dó maior, K. 503 1 – Allegro Maestoso
2 – Andante
3 – Allegretto
New York Philharmonic Rafael Kubelík, regência
Gravado em New York City (Estados Unidos) em 7 de fevereiro de 1978
Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943) Concerto para piano e orquestra no. 3 em Ré menor, Op. 30 4 – Allegro ma non tanto
5 – Intermezzo. Adagio
6 – Finale. Alla breve
Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra no. 1 em Dó maior, Op. 15 1 – Allegro con brio
2 – Largo
3 – Rondo. Allegro scherzando
NDR Orchester Moshe Atzmon, regência
Gravado em Hamburgo (Alemanha Ocidental) em 23 de agosto de 1976
Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893) Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
4 – Allegro non troppo e molto maestoso
5 – Andantino semplice
6 – Allegro con fuoco
Orchestre de la Suisse Romande Charles Dutoit, regência
Gravado em Génève (Suíça) em 24 de outubro de 1973
Joseph Maurice RAVEL (1875-1937) Jeux d’eau, para piano 7 – Très doux
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
8 – Sonata em Ré menor, K. 141
Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945) Sonata para piano. BB 88, Sz. 80
1 – Allegro moderato
2 – Sostenuto e pesante
3 – Allegro molto
Robert SCHUMANN
Fantasiestücke, para piano, Op. 12 4 – Des Abends – Aufschwung – Warum? – Grillen – In der Nacht – Fabel – Traumes Wirren – Ende vom Lied
Maurice RAVEL Gaspard de la nuit, Trois poèmes pour piano d’après Aloysius Bertrand, M. 55 5 – Ondine
6 – Le gibet
7 – Scarbo
Fryderyk CHOPIN Barcarola em Fá sustenido maior para piano, Op. 60 8 – Allegretto
Dos Dois noturnos para piano, Op. 48 9 – No. 1 em Dó menor
Scherzo em Dó sustenido menor para piano, Op. 39 10 – Presto con fuoco
“Siri com Toddy”, diriam alguns, ao verem o lépido trio de Haydn pareado com o demoníaco Concerto no. 3 de Prokofiev, ambos gravados durante participações da Rainha no Festival de Verbier. Mas quem pode reclamar, quando o Haydn é tão lindamente tocado, e o Prokofiev vem num dos melhores registros desta que é, há décadas, uma de suas mais magmáticas intérpretes?
Joseph HAYDN (1732-1809) Trio para piano, violino e violoncelo no. 39 em Sol maior, Hob.XV:25 1 – Andante
2 – Poco adagio
3 – Rondo all’Ongarese (Presto)
Vadim Repin, violino Mischa Maisky, violoncelo
Gravado em Verbier (Suíça) em 27 de julho de 2000
Sergei PROKOFIEV Concerto para piano e orquestra no. 3 em Dó maior, Op. 30 4 – Andante – Allegro
5 – Tema con variazioni
6 – Allegro ma non troppo
Verbier Festival Orchestra
Yuri Temirkanov, regência
Falando em reclamar, chegou a minha vez: reconheço os méritos da longa carreira e extraordinária vida de Ivry Gitlis, mas não me conto entre seus fãs como intérprete. Martha, aparentemente, nunca ligou para minha opinião desimportante (no que age muito bem), e foi muito amiga do violinista israelense, a quem acompanhou em muitos recitais, excertos dos quais apareceram nesse volume duplo e meio mal ajambrado da Doremi. Só porque sou implicante, incluí somente as faixas com participação da Rainha – se os aficionados por Gitlis me xingarem o bastante nos comentários, talvez eu lhes traga, algum dia, as faixas que arbitrariamente limei.
Wolfgang Amadeus MOZART
Sonata para violino e piano no. 18 em Sol maior, K. 301 1 – Allegro con spirito
2 – Allegro
Ludwig van BEETHOVEN Da Sonata para violino e piano em Fá maior, Op. 24, “Primavera”: 3 – Rondo
Gravado em Lugano (Suíça) em 14 de junho de 2006
Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
4 – Adagio sostenuto – Presto
5 – Andante con variazioni
6 – Finale. Presto
Friedrich (“Fritz”) KREISLER (1875-1962)
7 – Liebesleid
Gravado em Lugano em 7 de junho de 2003
Claude DEBUSSY
Sonata para violino e piano em Sol menor, L. 140
8 – Allegro vivo
9 – Fantasque et léger
10 – Finale. Très animé
Gravado em Lugano em 24 de junho de 2004
Fritz KREISLER
11 – Schön Rosmarin
12 – Liebesleid
A já longa recusa a tocar solo, tanto nos palcos quanto nos estúdios, naturalmente direcionou Marthinha para rumos e repertórios novos como camerista. Suas participações em festivais, em especial o de Lugano, costumam trazer surpresas, entre as quais poucas poderiam ser mais obscuras que o duo pianístico Bilder aus Osten (“Quadros do Oriente”) de Schumann, aqui num arranjo do clarinetista Mark Denemark, e a seleção de peças de Bruch para piano, clarinete e viola (tocada por Lyda, a filha mais velha da Diva) que encerra o disco a seguir.
Robert SCHUMANN
Bilder aus Osten, para piano a quatro mãos, Op. 66 (arranjo de Mark Denemark para piano, clarinete, viola e violoncelo) 1 – Lebhaft
2 – Nicht schnell und sehr gesangvoll zu spielen
3 – Im Volkston
4 – Nicht schnell ‘Chanson Orientale’
5 – Lebhaft
6 – Reuig andächtig
Mark Denemark, clarinete Lyda Chen, viola Mark Drobinsky, violoncelo
Gravado em Lugano (Suíça) em 16 de junho de 2007
Max Christian Friedrich BRUCH (1838-1920)
Das Oito peças para clarinete, viola e piano, Op. 83: 7 – No. 5: Rumänische Melodie: Andante
8 – No. 6: Nachtgesang: Andante con moto
9 – No. 7: Allegro vivace, ma non troppo
10 – No. 8: Moderato
A um só tempo celebração dos noventa anos de Rodion Shchedrin e um bom apanhado geral de sua fascinante e multifacetada obra, a compilação a seguir, que reúne gravações ao vivo em diversas edições do Festival de Verbier, nos faz ouvir Martha e seu amicíssimo ex-vizinho Mischa Maisky no Concerto Duplo para violoncelo e piano – a única obra de Shchedrin que tem em seu repertório -, além duma minigaláxia de celebridades musicais que inclui o próprio compositor, um excelente pianista.
Rodion Konstantinovich SHCHEDRIN (1932) Concerto duplo para piano, violoncelo e orquestra, “Oferenda Romântica” 1 – Moderato quasi andantino
2 – Allegro
3 – Sostenuto assai
Mischa Maisky, violoncelo Verbier Festival Orchestra
Neeme Järvi, regência
Gravado em Verbier (Suíça) em 30 de julho de 2012
Antigas Melodias Tradicionais Russas, para violoncelo e piano 4 – Lento un poco rubato
5 – Allegro, ma non troppo
6 – Maestoso
7 – Adagietto
8 – Moderato
Rodion Shchedrin, piano Sol Gabetta, violoncelo
Duetos Românticos, para piano a quatro mãos
9 – Andante cantabile
10 – Allegro sotto voce
11 – Maestoso con moto
12 – Allegretto moderato, a la gypsy
13 – Allegro, ma non troppo
14 – Andante recitando
15 – (Coda) Prestissimo
Rodion Shchedrin e Roland Pöntinen, piano
16 – Concerto no. 1 para orquestra, ‘Tschastuschi’
Verbier Festival Orchestra
Mikhail Pletnev, regência
Improvisos para piano, “Páginas sem Arte” 17 – No. 1, Romantic Etude (Staccato-Etude)
18 – No. 2, Unforgettable Micaëla
19 – No. 3, Music to Chekhov’s Play
20 – No. 4, The Tsar’s Cortege
21 – No. 5, Aria
22 – No. 6, Reminiscenses of Old-Age Romances…
23 – No. 7, The Politician Speaks … !
Um dos veios mais belos e imutáveis da personalidade de Martha é a generosidade com que ela acolhe, prestigia e promove jovens artistas. A suíça Maria Solozobova tinha um pouco mais da metade da idade da Rainha quando tornou-se sua parceira de duo e, como quase sempre acontece com quem dela se aproxima, também sua amiga. O relato seguinte de Maria, parte duma entrevista a uma agência russa, é puro suco de Argerich:
“Nos conhecemos por acaso. As estrelas deviam estar alinhadas, ou algo assim. Certa vez, dei um concerto com a Orquestra Filarmônica do Sul da Alemanha em Konstanz e um amigo nosso, um advogado, me apresentou a uma jovem pianista nos bastidores. Ele disse que precisávamos nos conhecer, pois ela era uma ótima artista. Essa pessoa era Cristina Marton-Argerich, que é casada com o sobrinho de Martha. Cristina e eu imediatamente nos tornamos amigas e começamos a tocar juntas e isso acabou me levando a conhecer Martha. (…) não é fácil conhecer uma artista do calibre de Martha, então pedi a Cristina para me apresentar a ela. Na época, o festival de Martha ainda acontecia em Lugano, então fui para lá e, depois de nos apresentarmos, decidimos nos encontrar e tocar algumas peças juntas, por pura diversão, em casa. Nos encontramos então na casa dela em Genebra [para tocar] a sonata de Franck. Há uma história quanto a esse encontro: fiquei presa em um engarrafamento e cheguei duas horas atrasada. Martha é uma pessoa muito fora do comum: ela quase nunca atende o telefone, então ela me esperou na rua – quer dizer, ela ficou ali o tempo todo, mulher pequena e frágil que ela é. Fiquei terrivelmente envergonhada, pois mal nos conhecíamos na época e ainda não tínhamos nos tornado amigas. Quando tocamos a peça juntas pela primeira vez, parecia tão natural que mal pude acreditar. Nós a executamos perfeitamente do começo ao fim na primeira tentativa, e então ela disse: ‘Vamos para a cozinha comer algumas guloseimas’. Fiquei sem palavras e não pude deixar de perguntar: ‘Podemos tocar mais uma vez?’ Ela se virou e perguntou: ‘Para quê?’ Fiquei novamente sem palavras, mas rapidamente pensei na resposta: ‘Não poderíamos… Só por prazer?’. Martha é muito brincalhona. Ela é tão efervescente, e tem esse olhar brilhante, especial. Ela me olhou bem e disse “Tudo bem”, e tocamos pela segunda vez, de uma forma completamente diferente! Foi incrível, e eu realmente adorei. Ela sente a música tão profundamente, duma maneira tão colorida… As palavras não podem expressar o quão bom foi. Você realmente tem que experimentar para entender”.
Ludwig van BEETHOVEN Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Finale. Presto
Sergei PROKOFIEV Sonata para violino e piano no. 2 em Ré maior, Op. 94a 4 – Moderato
5 – Scherzo. Presto
6 – Andante
7 – Allegro con brio
Maria Solozobova, violino
Gravado em Zürich (Suíça) em 23 de dezembro de 2014
Acolher jovens como Solozobova não significa, para Martha, deixar de lado seus velhos parceiros na Música. O mais antigo deles é seu conterrâneo Daniel Barenboim, que ela conhece desde os tempos em que ambos eram as mais famosas crianças-prodígio de Buenos Aires. A gravação a seguir, lançada pelo selo Peral, do próprio Barenboim, não poderia trazer Martha em situação mais confortável: o No. 2 de Beethoven, que ela tocaria de olhos vendados, na companhia de Daniel, com uma orquestra idealizada e burilada pelo próprio ao longo de algumas décadas, e no mesmo venerando palco do Teatro Colón em que ela estreara incríveis… sessenta e seis anos antes!
Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondo. Molto allegro
West-Eastern Divan Orchestra Daniel Barenboim, regência
Gravado no Teatro Colón em Buenos Aires (Argentina), julho de 2015
Encerrando nosso tributo anual à deusa maior do piano, o Concerto no. 2 de Beethoven volta, pareado com outro cavalo de batalha de Martha: o Concerto em Sol de Ravel, do qual legou à eternidade a gravação para mim definitiva com Abbado, e que ela toca aqui na companhia de seu mais novo queridinho, o israelense Lahav Shani. Shani tem colaborado estreitamente com a Rainha (e talvez tanto quanto denote a ilustração da capa do álbum, que os torna um só ser bicéfalo), ora como pianista, ora frente a Filarmônica de Israel, do qual é atualmente o diretor musical. Cinquenta inacreditáveis anos separam essas duas leituras de Ravel, e é assombroso como a passagem do tempo só se faz notar pela engenharia de som, pois ninguém o diria pela agilidade, elã e consumada arte de Marthinha ao teclado.
Feliz cumple, Reina – e que nunca pares de nos encantar ❤
Ludwig van BEETHOVEN Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondo. Molto allegro
Gravado em Tel Aviv (Israel) em 22 de dezembro de 2019
Maurice RAVEL Concerto em Sol maior para piano e orquestra
4 – Allegramente
5 – Adagio assai
6 – Presto
Gravado em Tel Aviv em 24 e 27 de dezembro de 2019
Ampliar o repertório depois dos oitenta anos? Sim, se tu és Marthinha: ei-la tocando pela primeira vez em público o pouquíssimo conhecido Souvenir de Paganini, um memento musical composto por Chopin aos 19 anos, instigado por um concerto do célebre violinista em Varsóvia.
Dando continuidade às homenagens a Bernard Haitink, temos hoje três grandes concertos românticos para violino com Arthur Grumiaux (1921-1986). As gravações, dos primeiros anos da tecnologia stereo, já podem ser chamadas de jurássicas, mas há algumas coisas ali, um vibrato controlado, sem exageros, uma expressividade sem choradeira, que a tornam menos datada do que outras da mesma época. Posso estar enganado, aliás violino não é meu pão de cada dia e eu não conheço tão bem as gravações de Heifetz, Perlman, Ferras… Mas vejam o que disse a Gramophone ao incluir essa gravação entre as de referência para o Concerto de Mendelssohn:
Arthur Grumiaux, em sua gravação de 1960 com a Orquestra do Concertgebouw e Bernard Haitink, merece uma menção por ter uma das aberturas com o ritmo mais vivo
(As for Arthur Grumiaux, his 1960 recording with the Concertgebouw Orchestra and Bernard Haitink deserves a mention for having one of the most crisply rhythmic openings)
O Concerto de Tchaikovsky, para mim, é o que tem a mais bela orquestração entre esses três. Enquanto o pau quebra para o solista, as cordas e madeiras do Concertgebouw acompanham com aquele som brilhante e suave que também podemos ouvir nas gravações de Debussy que Haitink e sua orquestra fizeram nos anos 1970.
Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840–1893): Concerto para Violino em Ré maior, Op.35
01. I. Allegro moderato
02. II. Canzonetta: Andante
03. III. Finale: Allegro vivacissimo Felix Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino em Mi menor, Op.64
04. I. Allegro molto appassionato
05. II. Andante
06. III. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace Max Bruch (1838-1920): Concerto para Violino No.1 em Sol menor, Op.26
07. I. Vorspiel (Allegro moderato)
08. II. Adagio
09. III. Finale (Allegro energico)
Arthur Grumiaux – Violino
Concertgebouworkest, Amsterdam
Bernard Haitink
Que disco bom! A interpretação de Jansen + Chailly + Gewandhausorchester para os concertos de Bruch e Mendelssohn é esplêndida. Fiquei realmente feliz com a audição dos dois concertos. Acho que o Mendelssohn de Jansen é efetivamente dos melhores registros que pode se encontrar por aí. A pureza de seu som de seu violino acompanha com precisão uma refinada dinâmica. A regência de Chailly e a herança mendelssohniana da Gewandhausorchester ajuda a solista a desenvolver nessas apresentações ao vivo as tensões essenciais e o impulso emocional. Pela primeira vez, no primeiro movimento do Bruch, denominado Vorspiel (Introdução), a marcação do andamento do Allegro moderato não parece deslocada, enquanto o movimento lento é comovente e suave, levado a um Andante fluente. Da mesma forma, no Concerto de Mendelssohn a performance de Jansen no Andante é contida, com resultado doce e terno, desta vez em um ritmo relativamente moderado, enquanto Chailly traz um sabor húngaro ao Finale, bastante comparável ao do Concerto para Violino de Brahms. Um disco sensacional!
Bruch / Mendelssohn / Vieuxtemps: Concertos para Violino (Jansen / Chailly)
Max Bruch (1838-1920)
Violin Concerto In E Minor, Op. 64
1 Allegro Molto Appassionato 13:00
2 Andante 8:01
3 Allegro Molto Vivace 5:53
4 Romance In F Major For Viola And Orchestra, Op. 85 8:27
Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847)
Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26
5 Vorspiel: Allegro Moderato 8:00
6 Adagio 8:22
7 Finale: Allegro Energico 7:16
Este foi um dos mais belos Cds que ouvi neste ano, com certeza. Não apenas pelo timaço de músicos envolvidos mas principalmente pelas belíssimas obras nele gravadas. E olha que esse registro já foi feito há mais de trinta anos, quando este que vos escreve era apenas um garoto do interior morando na cidade grande.
Max Bruch foi um grande melodista e, além do magnífico Concerto para Violino, deixou também outras obras igualmente belas, porém desconhecidas e pouco gravadas. Eu particularmente não conhecia este Concerto para Viola e para Clarinete até há alguns meses, quando escolhi por acaso algo para ouvir em uma destas plataformas de streaming, e fiquei encantado. Repassei para o grupo e um dos colegas, que comentou: mas este Concerto Duplo é lindo demais… concordo. Talvez o único ‘pecado’ dele seja sua curta duração, uma pena, realmente. Nesta obra também podemos idenficar a forte influência que Bruch teve de Brahms, é inegável em alguns trechos das obras.
Além do Concerto Duplo, podemos também ouvir as 8 peças para Clarinete, Piano e Viola, peças igualmente belas e sensíveis.
Os músicos envolvidos são o clarinetista Paul Meyer, o violista Gérard Caussé, o pianista François-René Duchâble e o maestro Kent Nagano dirige a Orquestra da Ópera de Lyon. Não por acaso, os clientes da amazon foram unânimes em dar cinco estrelas para este CD.
Konzert Für Klarinette Viola Und Orchester Opus 88
1. Andante Con Moto
2. Allegro Moderato
3. Allegro Molto
Acht Stücke Für Klarinette, Viola Und Klavier Opus 83
4. № 1 Andante
5. № 2 Allegro Con Moto
6. № 3 Andante Con Moto
7. № 4 Allegro Agitato
8. № 5 Andante
9. № 6 Andante Con Moto
10. № 7 Allegro Vivace Ma Non Troppo
11. № 8 Moderato
Paul Meyer – Clarinete
Gerard Caussé – Viola
François-René Duchâble – Piano
Orchestre de L´Opéra de Lyon
Kent Nagano – Condutor
Será que um Stradivarius vale tudo o que pedem por ele?
E um Amati? Ou um Guarneri?
Talvez este álbum possa ajudá-los a responder.
Nele, o virtuoso ítalo-americano Ruggiero Ricci (1918-2012) toca, em quinze famosos violinos, várias peças curtas que considera adequadas às características de cada instrumento. Depois, no que é talvez a parte mais interessante do álbum, ele toca o mesmo trecho – o início solo inicial do Concerto no. 1 de Max Bruch – com as mesmíssimas condições de estúdio em cada um dos violinos, a maior parte dos quais leva apelidos que remetem a ex-proprietários célebres. Apesar da overdose de Stradivari, o xodó de Ricci era seu inseparável Guarneri del Gesù (o “Ex-Huberman”, que surpreendemente não aparece nesta gravação), que foi, depois de sua morte, adquirido por uma companhia japonesa e cedido à violinista japonesa Midori Gotō.
A “Glória de Cremona” a que se refere o título é a rica tradição de luteria daquela cidade, que teve seu pináculo entre os séculos XVI e XVIII através de luthiers da estirpe de Stradivari, Guarnieri, Bergonzi, Amati e da Salo, cujos preciosos instrumentos são, há já muito tempo, o privilégio dos maiores virtuosos.
THE GLORY OF CREMONA – RUGGIERO RICCI
Jean-Antoine DESPLANES [Giovanni Antonio Piani] (1678-1760)
01 – Intrada [violino de Andrea Amati, c. 1560-170]
PietroNARDINI (1722-1793) 02 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “ex-Rode”, 1733]
Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)
03 – Praeludium [violino de Nicolò Amati, 1656]
Niccolò PAGANINI (1782-1840)
04 – Cantabile e Valzer [violino de Antonio Stardivari, “Il Monasterio”,1719]
Wolfgang AmadeusMOZART (1756-1791)
arranjo de Carl Friedberg (1872–1955)
05 – Adagio [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden”, 1735]
Dmitri Borisovich KABALEVSKY (1904-1987)
06 – Improvisation, Op. 21 no. 1 [violino de Antonio Stradivari, “Il Spagnolo”, 1677]
Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
07 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 2: Mélodie [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont”, 1735]
Francesco Maria VERACINI (1690-1768)
08 – Largo [violino de Gasparo da Salo, ca. 1570-80]
Maria Theresia vonPARADIS (1759-1824)
arranjo de Samuel Dushkin (1891-1976)
09 – Sicilienne [violino de Carlo Bergonzi, “Il Constable”, 1731]
Jenő HUBAY (1858-1937)
10 – The Violin Maker of Cremona [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot”, 1744]
Georg FriedrichHÄNDEL (1685-1759)
11 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “El Madrileño”, 1720]
Robert SCHUMANN (1810-1856)
arranjo de Fritz Kreisler (1875-1962)
12 – Romance em Lá maior [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps”, 1739]
Johannes BRAHMS (1833-1897)
13 – Dança Húngara no. 20 [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Joachim”, 1714]
14 – Dança Húngara no. 17 [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Gibson”, 1734]
Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN-Bartholdy (1809-1847)
arranjo de Fritz Kreisler
15 – Lieder ohne Wörte, Op. 62 – No. 1: “Mailüfte” (“Brisas de Maio”) [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Ernst”, 1709]
Ruggiero Ricci, violinos Leon Pommers, piano
Max Christian FriedrichBRUCH (1838-1920)
Concerto para violino e orquestra no. 1 em Sol menor, Op. 26
I – Vorspiel. Allegro moderato (excerto – solo inicial)
Executado por Ruggiero Ricci nos seguintes instrumentos:
16 – Andrea Amati (c. 1560-70)
17 – Nicolò Amati (1656)
18 – Antonio Stradivari, “Il Spagnolo” (1677)
19 – Antonio Stradivari, “Ex-Ernst” (1709)
20 – Antonio Stradivari, “Ex-Joachim” (1714)
21 – Antonio Stradivari, “Il Monasterio” (1719)
22 – Antonio Stradivari, “El Madrileño” (1720)
23 – Antonio Stradivari, “Ex-Rode” (1733)
24 – Gasparo da Salo (c. 1570-80)
25 – Carlo Bergonzi, “Il Constable” (1731)
26 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Gibson” (1734)
27 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont” (1735)
28 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden” (1735)
29 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps” (1739)
30 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot” (1744)
Esta bela coleção intitulada ‘EMI Perlman Edition’ mostra uma parte da produção fonográfica do violinista, que não é pequena. Ele já circulou pelas principais gravadoras, sempre com grande qualidade e competência.
Já nos primeiros compassos deste Segundo Concerto para Violino de Max Bruch sentimos que o músico está se jogando de corpo e alma em sua execução. Pungente, dolorido, sofrido, estas são as primeiras sensações que temos quando ouvimos esta obra. Estamos tão acostumados com o Primeiro Concerto que esquecemos o quão belo é o Segundo Concerto.
E o que dizer da ‘Scottish Fantasy’, imortalizada por David Oistrakh? Lembro que estas gravações foram realizadas lá nos anos 70, e Perlman já era um dos grandes nomes do violino, e este registro só veio confirmar o que todos já sabiam.
Mas estou fazendo uma pequena incursão no meu acervo pessoal de gravações deste gigante do violino chamado Itzhak Perlman. Já trouxe dia destes o Concerto de Brahms, e hoje vamos de Bruch, quem sabe daqui há alguns dias trago alguma outra gravação dele. Quem viver, verá.
01 – Violin Concerto No. 2 In D Minor Op. 44 – 1. Adagio Ma Non Troppo
02 – Violin Concerto No. 2 In D Minor Op. 44 – 2. Recitative (Allegro Moderato)
03 – Violin Concerto No. 2 In D Minor Op. 44 – 3. Finale (Allegro Molto)
04 – Scottish Fantasy Op. 46 – Einleitung (Grave)
05 – Scottish Fantasy Op. 46 – 1. Adagio Cantabile
06 – Scottish Fantasy Op. 46 – 2. Allegro
07 – Scottish Fantasy Op. 46 – 3. Andante Sostenuto
08 – Scottish Fantasy Op. 46 – 4. Finale (Allegro Guerriero)
Itzhak Perlman – Violin
New Philharmonia Orchestra
Jesus Lópes-Cobos – Conductor
Uma coleção de 42 músicas, de inspirados e tradicionais compositores, reunidas em 3 CDs.
CD # 1
01. Messiah, HWV 56, Part II: Hallelujah! Georg Friedrich Händel (Germany,1685-England,1759), Marcus Creed, RIAS Chamber Chorus & Berlin RIAS Sinfonietta
02. Vesperae solennes de confessore, K. 339: Laudate Dominum, Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791), Maria Zadori, Jeunesses Musicales Chorus, Ivan Fischer & Budapest Philharmonic Orchestra
03. Die Schopfung (The Creation), Hob.XXI:2, Part I: Die Himmel erzahlen die Ehre Gottes (The heavens are telling the glory of God), Haydn, Franz Joseph (Austria, 1732-1809),Vienna Boys Choir, Peter Marschik, Christian Bauer, Ernst Jankowitsch, Max Emanuel Cencic & Wiener Volksoper Orchestra
04. 6 Songs, Op. 48: No. 4. Die Ehre Gottes aus der Natur (arr. for male choir), Anonymous & Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770-Áustria, 1827), Carl Maria von Weber Men’s Choir, Berlin & Andreas Wiedermann
05. Christmas Oratorio, BWV 248: Ehre sei dir, Gott gesungen, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Concerto Koln, Frankfurt Vocal Ensemble & Ralf Otto
06. 3 Motets, Op. 39: No. 2. O praise the Lord (Laudate pueri), Anonymous & Mendelssohn, Felix (1809-1847), Martin Flämig & Dresdner Kreuzchor
07. Te Deum, WAB 45: Te Deum laudamus – Te ergo, Anonymous & Anton Bruckner (Austria, 1824-1896), Roland Bader, Elzbieta Towarnicka, Matgorzata Walewska, Jerzy Knetig, Andrzej Biegum, Krakòw Philharmonic Orchestra & Krakow Philharmonic Chorus
08. Deutsche Messe, D. 872: Zum Sanctus: Heilig, heilig ist der Herr, Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Marcus Creed, RIAS Chamber Chorus & Berlin RIAS Sinfonietta
09. Laudate Dominum, Anonymous & Christian Theodor •Weinlig (Germany, 178-1842), Martin Flämig & Dresdner Kreuzchor
10. Die Schopfung (The Creation), Hob.XXI:2, Part II: In holder Anmut stehn (Most beautiful appear), Haydn, Franz Joseph (Austria, 1732-1809), Vienna Boys Choir, Peter Marschik, Christian Bauer, Ernst Jankowitsch, Max Emanuel Cencic & Wiener Volksoper Orchestra
11. Jubilate-Amen, Op. 3, Max Bruch (Germany 1838-1920), Koln Radio Choir, Helmut Froschauer, Cologne West German Radio Chorus & Cologne West German Radio Orchestra
12. Gott in der Natur, D. 757, Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Berlin Radio Chorus, Dietrich Knothe & Bernd Casper
13. Pange lingua, WAB 33, Anton Bruckner (Austria, 1824-1896), Martin Flämig & Dresdner Kreuzchor
14. Mass No. 2 in G major, D. 167: Gloria in excelsis, Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Sofia Philharmonic Orchestra, Bulgarian National Svetoslav Obretenov Choir & Georgi Robev
15. Die Schopfung (The Creation), Hob.XXI:2, Part III: Singt dem Herren alle Stimmen (Sing the Lord, ye voices all!), Haydn, Franz Joseph (Austria, 1732-1809), Vienna Boys Choir, Peter Marschik & Wiener Volksoper Orchestra
CD # 2 01. Ave verum corpus, K. 618, Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791) & Anonymous, Marcus Creed, Berlin Radio Symphony Orchestra & RIAS Chamber Chorus
02. Deutsche Messe, D. 872: Zum Eingang: Wohin soll ich mich wenden, Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Marcus Creed, Berlin Radio Symphony Orchestra & RIAS Chamber Chorus
03. So nimm denn meine Hande, Friedrich •Silcher (Germany,1789-1860), Leipzig Radio Chorus & Jorg-Peter Weigle
04. Tantum ergo, D. 962, Anonymous & Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Berlin Radio Chorus, Berlin Radio Symphony Orchestra & Dietrich Knothe
05. Elijah, Op. 70: Denn er hat seinen Engeln befohlen uber dir, Mendelssohn, Felix (Germany, 1809-1847), Martin Flämig & Dresdner Kreuzchor
06. Die Schopfung (The Creation), Hob.XXI:2, Part IV: Von deiner Gut’, o Herr und Gott (By thee with bliss, O bounteous Lord), Haydn, Franz Joseph (Austria, 1732-1809), Vienna Boys Choir, Peter Marschik, Ernst Jankowitsch, Gertraud Schmid & Wiener Volksoper Orchestra
08. Offertory: Intende voci, D. 963, Schubert, Franz (Austria, 1797-1828), Peter Schreier, Berlin Radio Chorus, Berlin Radio Symphony Orchestra & Dietrich Knothe
09. 3 Motets, Op. 39: No. 1. Hear my prayer, O Lord (Veni, Domine), Anonymous & Mendelssohn, Felix (1809-1847), Martin Flämig & Dresdner Kreuzchor
10. Ein deutsches Requiem (A German Requiem), Op. 45: III. Herr, lehre doch mich, Johannes Brahms (Germany, 1833-1897), Leipzig Radio Chorus, Leipzig Radio Symphony Orchestra, Herbert Kegel & Siegfried Lorenz
12. Souvenir de Florence, Op. 70 (arr. for string orchestra): Anbetung dem Erbarmer, Wq. 243, H. 807, Carl Philipp Emanuel Bach (Germany, 1714-1788), Rheinische Kantorei, Kleine Konzert, Das & Hermann Max
CD # 3 01. Bringet dem Herrn Ehre seines Namens, BWV 148: Bringet dem Herrn Ehre seines Namens, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Leipzig Thomaner Choir, New Bach Collegium Musicum Leipzig & Hans-Joachim Rotzsch
03. Lobe den Herrn, meine Seele, BWV 143: Chorale: Du Friedefurst, Herr Jesu Christ ,Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Leipzig Thomaner Choir, New Bach Collegium Musicum Leipzig & Hans-Joachim Rotzsch
04. Mass in B minor, BWV 232: Gloria – Et in terra pax, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Rheinische Kantorei, Kleine Konzert, Das & Hermann Max
05. St. Matthew Passion, BWV 244, Part I: Ich will bei meinem Jesu wachen, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Wilfried Jochens, Rheinische Kantorei, Kleine Konzert, Das & Hermann Max
06. Jesu, du mein liebstes Leben, BWV 356, Anonymous & Bach, Johann Sebastian (1685-1750), Rostocker Motet Choir, Leipzig Capella Fidicinia & Hartwig Eschenburg
07. Christmas Oratorio, BWV 248: Herr, wenn die stolzen Feinde schnauben, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Concerto Koln, Frankfurt Vocal Ensemble & Ralf Otto
08. Ich Lasse Dich Nicht, Johann Hermann Schein (Germany, 1586-1630), Leipzig Thomaner Choir & Hans-Joachim Rotzsch
09. War Gott nicht mit uns diese Zeit, BWV 14: War Gott nicht mit uns diese Zeit, Anonymous & Bach, Johann Sebastian (1685-1750), Leipzig Thomaner Choir, New Bach Collegium Musicum Leipzig & Hans-Joachim Rotzsch
10. St. John Passion, BWV 245, Part II: Mein teurer Heiland – Jesu, der du warest tot, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Gotthold Schwarz, Rheinische Kantorei, Kleine Konzert, Das & Hermann Max
12. Preise, Jerusalem, den Herrn, BWV 119: Der Herr hat Guts an uns getan, Anonymous & Bach, Johann Sebastian (1685-1750), Max Pommer, New Bach Collegium Musicum Leipzig & Leipzig University Choir
13. Ich hatte viel Bekummernis, BWV 21: Sei nun wieder zufrieden, meine Seele, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Vienna Boys Choir, Peter Marschik & Stuttgart Philharmonic Orchestra
14. Wer weiss, wie nahe mir mein Ende!, BWV 27: Wer weiss, wie nahe mir mein Ende, Anonymous & Bach, Johann Sebastian (1685-1750), Rostocker Motet Choir, Leipzig Capella Fidicinia & Hartwig Eschenburg
15. St. Matthew Passion, BWV 244, Part III: Wir setzen uns mit Tranen nieder, Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750), Rheinische Kantorei, Kleine Konzert, Das & Hermann Max
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Ferenc Fricsay viveu pouco mas intensamente. Tinha o toque de Midas, tudo o que gravou é valioso demais, é ouro puro. E este CD que ora vos trago não poderia deixar de ser uma gema, devidamente lapidada pelo talento e virtuosismo não apenas do maestro, mas também de suas duas incríveis solistas, Johanna Martzy e Erika Morini. Da primeira eu já ouvira falar, algumas citações e alguns cds na internet. Erika Morini me era uma perfeita desconhecida até então.
Começando por Johanna Martzy, o que ela faz com o Concerto de Dvorák é algo de outro mundo. Mesmo tendo sido gravada em Mono, esta foi a melhor versão que ouvi nos últimos tempos. Era húngara, nascida em 1924, mas morreu jovem, meros 54 anos de idade, (o que diabos tem na água que se toma na Hungria para terem tantos talentos por lá?). A paixão com que ela toca este concerto é de arrepiar.
Erica Morini era austríaca, nascida em 1904, filha de músico, e cedo se revelou uma grande musicista. O velho caso de talento precoce.
Mas vamos ao que viemos. Um CDzaço, daqueles que merecem ter um lugar de destaque na prateleira.
01 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 1. Allegro ma non troppo – Quasi moderato
02 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 2. Adagio, ma non troppo
03 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 3. Finale (Allegro giocoso, ma non troppo)
Johanna Martzy – Violin
RIAS Symphony Orchestra Berlin
Ferenc Fricsay – Conductor
04 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 1. Vorspiel (Allegro moderato)
05 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 2. Adagio
06 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 3. Finale (Allegro energico)
07 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 1. Moderato
08 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 2. Andante sostenuto
09 – Violin Concerto in A minor, op. 82- Tempo I
10 – Violin Concerto in A minor, op. 82- Cadenza
11 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 3. Allegro
Erika Morini – Violin
Radio-Symphonie-Orchester Berlin
Ferenc Fricsay – Conductor
Teremos hoje dois grandes concertos para violino interpretados por um dos maiores violinistas do século XX, acompanhado pela melhor orquestra do planeta, que por sua vez é dirigida por um dos grandes nomes da regência. É tudo superlativo neste CD.
Sem contra-indicações, facilmente classificável como IM-PER-DÍ-VEL !!!
01. Mendelssohn – Violin Concerto in E Minor, Op. 64 I. Allegro molto appassionato
02. Mendelssohn – Violin Concerto in E Minor, Op. 64 II. Andante
03. Mendelssohn – Violin Concerto in E Minor, Op. 64 III. Allegretto non troppo…
04. Bruch – Violin Concerto No. 1 in G Minor, Op. 26 I. Allegro moderato
05. Bruch – Violin Concerto No. 1 in G Minor, Op. 26 II. Adagio
06. Bruch – Violin Concerto No. 1 in G Minor, Op. 26 III. Finale (Allegro energico)
Só a versão de Christine Walevska para o “Schlemo” de Bloch já vale a audição deste CD. Como diria meu caro PQPBach, eis uma leitura visceral, arrancada do fundo da alma. Emocionante, para não dizer mais nada. O CD se completa com outra obra fundamental para o violoncelo, de Max Bruch, o ‘Kol Nidrei’ e ainda tem apenas o Concerto para Violoncelo de Schumann, e as Variações sobre um Tema Rococó, de Tchaikovsky. Em outra ocasião eu já havia trazido outro CD desta excepcional violoncelista, e foi muito bem recebido. Espero que o mesmo aconteça com esse aqui.
01. Bloch Hebraic Rhapsody ‘Schelomo’
02. Bruch Kol Nidrei, op.47
03. Schumann Cello conserto in A minor, op.129
04. Schumann Cello conserto in A minor, op.129
05. Schumann Cello conserto in A minor, op.129
Christina Walevska – Cello
Orchestre Philharmonique de Monte-Carlo
Eliahu Inbal – Conductor
06. Tchaikovsky Variations on a Rococo theme
Christina Walevska – Cello
London Philharmonic Orchestra
Sir Alexander Gibson – Conductor
Definitivamente este é um cd do cacete, com o perdão da expressão. Max Bruch e Salvatore Accardo nasceram um para o outro. Gould-Bach, Karajan-Beethoven, Kempff-Schubert, Rubinstein-Chopin, enfim, todos estes instrumentistas tinham uma cara metade, e posso perfeitamente colocar Accardo-Bruch neste panteão, apesar de ter verdadeira admiração pelo Paganini do próprio Accardo, mas o que temos aqui é o supra sumo das gravações do concertos para violino de Bruch, incluíndo aí, é claro, sua serenata e sua Scottish Fantasy. Já ouvi diversas gravações destas obras. Heifetz, Oistrakh, Perlman, Mullova, todos eles fizeram um trabalho memorável, mas Accardo está com o capeta aqui. Alternando os momentos escancaradamente românticos, com os escancaradamente técnicos, ele consegue imprimir uma sonoridade única em seu Stradivarius 1718, nos emocionando até o último fio de cabelo. Claro que ele conta com a cumplicidade de Kurt Masur e a extraordinária Leipzig Gewandhaus Orchestra, mas o que conta é o feeling e o timing perfeitos de Accardo. As cinco estrelas dadas pelos clientes da amazon são mais que merecidas.
Max Christian Friedrich Bruch –
The Complete Violin Concertos – Scottish Fantasy –
Accardo – Masur
CD 1
Violin Concerto No.1 in G minor, Op.26
Venue: Gewandhaus,Leipzig – June 1977
1.01 I. Vorspiel. Allegro moderato
1.02 II. Adagio
1.03 III. Finale. Allegro energico
Violin Concerto No.2 in D minor, Op.44
Venue: Gewandhaus,Leipzig – June 1977
1.04 I. Adagio non troppo
1.05 II. Recitativo. Allegro moderato – Allegro – Andante sostenuto
1.06 II. Finale. Allegro molto
Serenade, for violin and orchestra in A minor, Op.75
Venue: Gewandhaus,Leipzig – April 1978
1.07 I. Andante con moto
1.08 II. Allegro moderato, alle marcia
1.09 III. Notturno
Violin Concerto No.3 in D minor, Op.58
Venue: Gewandhaus,Leipzig – March 1978
2.01 IV. Allegro energico e vivace
2.02 I. Allegro energico
2.03 II. Adagio
2.04 III. Finale. Allegro molto
Scottish Fantasy, for violin & orchestra, Op.46
Venue: Gewandhaus,Leipzig – June 1977
2.05 Einleitung. Grave
2.06 I. Adagio cantabile
2.07 IIa. Scherzo. Allegro
2.08 IIb. Adagio
2.09 III. Andante sostenuto
2.10 IV. Finale. Allegro guerriero
Salvatore Accardo, Violin
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur, Director
Este disco vale para conhecer a tremenda violinista russa Lydia Mordkovitch (1944-2014), aluna e assistente de David Oistrakh nos anos 60. Desde 1980, quando mudou-se para Londres e assinou contrato com a Chandos, ela fez 60 CDs de altíssima qualidade. Mas, sabem vocês, ficou sempre em segundo plano, talvez por ser gordinha, baixinha e só se preocupar com música. Lydia Mordkovitch mereceria estar no topo com outros tantos violinistas de primeira linha. Por exemplo, sua gravação dos Concertos de Shostakovich, de 1995, recebeu inúmeros prêmios e é uma referência absoluta. Sua gravação dos Concertos Nº 1 e 2 de Prokofievé inacreditável. Faleceu sem gravar o Concerto de Tchaikovsky, o qual foi longamente esperado por seus admiradores. Dizia não estar pronta, mas o tocava mais de 3 vezes por ano em concertos. Desde 1995, dava aulas de música russa na Royal Academy of Music. Era procuradíssima.
Max Bruch foi um bom compositor romântico. Só que este disco é inteiramente da intérprete. Aqui, a cantora supera em muito a canção.
Max Bruch (1838-1920): Concertos para Violino Nros. 2 e 3
Violin Concerto No. 2, Op. 44 in D minor
1 I. Adagio ma non troppo 15:04
2 II. Recitative. Allegro moderato 4:32
3 III. Finale. Allegro molto 9:52
Violin Concerto No. 3, Op. 58 in D minor
4 I. Allegro energico 20:27
5 II. Adagio 11:50
6 III. Finale. Allegro molto 9:03
Lydia Mordkovitch
London Symphony Orchestra
Richard Hickox
Confesso que a primeira vez em que tive em mãos um disco das Irmãs Labèque, me apaixonei. Pelas duas. E pelo LP, que comprei e tenho até hoje, no qual elas tocam a maravilhosa Rapshody in Blue do Gershwin, a quatro mãos. Depois também fiquei sabendo que a Kátia Labèque, a irmã mais velha, é casada com o John McLaughlin, guitarrista inglês de jazz e fusion, um dos maiores nomes do instrumento, e do qual também sou fã há incontáveis eras.
Bem, já se passaram umas duas décadas e meia desde aquele primeiro encontro, e continuo um grande fã delas, lamentando apenas que não gravam com tanta frequência quanto eu gostaria de ouvi-las, e são muito discretas em suas vidas pessoais. Até onde sei, Kátia ainda é casada com o McLaughlin, e Mariele, não sei nada a seu respeito. Só sei que continuam lindas e deslumbrantes no palco, e tocando como nunca.
Neste cd que ora vos trago, elas unem forças com o maestro Semyon Bychkov e com a Philharmonia Orchestra para encararem dois concertos para dois pianos e orquestra, de dois gigantes do romantismo, Mendelssohn e Max Bruch. Como é característico em seu repertório, são duas obras pouco gravadas e interpretadas, e creio que desconhecidas para muita gente. Só tenho a dizer o seguinte: vale muito a pena conhecer, principalmente para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ouvirem as irmãs Labèque tocando: é impressionante a sincronia que existe entre elas, parece realmente que tocam como se fossem uma só.
1 Mendelssohn – Concerto for 2 Pianos in E. I. Allegro Vivace
2 Concerto. for 2 Pianos in E. II. Adagio non troppo
3 Concerto for 2 Pianos in E. III. Allegro
4 Bruch Concerto for 2 Pianos Op. 88a I. Andante sostenuto
5 Concerto. for 2 Pianos Op. 88a II. Andante con moto – Allegro molto vivace
6 Concerto for 2 Pianos Op. 88a III. Adagio ma non troppo
7 Concerto for 2 Pianos Op. 88a IV. Andante – Allegro
Lalo, Saint-Saëns, Bruch, Bloch: Obras para violoncelo e orquestra com Pierre Fournier
Eduard Lalo (1823-1892)
1. Cello Concerto in D minor – 1. Prélude: Lento – Allegro maestoso 13:12
2. Cello Concerto in D minor – 2. Intermezzo: Andantino con moto – Allegro presto 6:31
3. Cello Concerto in D minor – 3. Andante – Allegro vivace 7:23
Camille Saint-Saëns (1835-1921)
4. Cello Concerto No.1 in A minor, Op.33 – 1. Allegro non troppo 5:56
5. Cello Concerto No.1 in A minor, Op.33 – 2. Allegretto con moto 5:57
6. Cello Concerto No.1 in A minor, Op.33 – 3. Un peu moins vite 7:32
Max Bruch (1838-1920)
7. Kol Nidrei, Op.47 – Adagio on Hebrew Melodies for Cello and Orchestra 10:38
Ernst Bloch (1880-1959)
8. “Schelomo” · Hebrew Rhapsodie for Cello and Orchestra 22:02
Jean Martinon
Orchestre Lamoureux
Alfred Wallenstein (em Ernst Bloch)
Berlin Philharmonic Orchestra
Nosso leitor Fábio perguntou se eu não teria outra gravação do concerto para violino de Mendelssohn, pois não é muito fã do impressionante Maxim Vengerov. Sugeri então a postagem de alguma das diversas violinistas de origem oriental, como a coreana Chung, Sara Chang, entre tantas outras. Admiro estas violinistas pois todas tem um talento impressionante.
Fuçando dia desses em meus cds, encontrei outra oriental, já postada aqui em outra ocasião, se não me engano tocando Schubert, Midori Gotô, ou simplesmente Midori. Essa moça, como as outras, começou sua carreira ainda cedo, ganhando prêmios ainda criança. Aliás, conta a história que participou de seu primeiro concurso tocando simplesmente o Concerto nº 2 de Bártok, e para completar, a tradicional Chaconne bachiana, todas obras extremamente difíceis, que exigem muito dos solistas. Pois bem, a pequena Midori, ainda criança, conquistou platéias, e outros músicos consagrados, como Pinchas Zukermann e Leonard Bernstein com seu talento e simpatia. Roda no YOUTUBE um vídeo amador muito interessante que mostra a pequena Midori tocando o concerto de Bártok, ao lado de Bernstein, quando arrebenta uma corda de seu violino. Sem perder a calma, ela pede emprestado o instrumento a um dos violinistas da orquestra, e continua tocando, como se nada tivesse acontecido. Esta parte é o que roda no vídeo. O que não mostra, e que testemunhas confirmam, foi que Bernstein, após a conclusão da apresentação, teria se ajoelhado na frente da pequena violinista e dito que ela era um milagre de Deus. Sabemos que isso seria bem típico do maestro americano. Bem Midori hoje está chegando aos 40 anos, 38 para ser mais exato, e se firmou como uma das grandas violinistas da atualidade, sendo inclusive professora do Departamento de Música da Universidade do Sul da Califórnia, mas não abandonou a carreira, ao contrário. Sua agenda sempre está cheia.
Nesta gravação que ora posto, ela interpreta dois arrasa-quarteirões do repertório violinístico, os concertos de Mendelssohn e de Bruch, expoentes máximos do romantismo. Obras extremamente técnicas, exigem dos solistas não apenas toda sua perícia e técnica, mas também sua capacidade de tirar a alma do instrumento, de fazê-lo cantar, como disse certo resenhista da amazon. Outra vantagem desta excelente gravação é que é realizada ao vivo, então podemos sentir toda a emoção da platéia nos aplausos. Mariss Jansons tem em suas mãos simplesmente a Filarmônica de Berlim para conduzir.
Espero que gostem dessa gravação como eu gostei. Com certeza, uma das melhores versões destes dois concertos gravadas nos últimos anos (esta gravação foi realizada em 2003).
Felix Mendelssohn Bartholdy – Concerto for Violin & Orchestra E minor, op.64, Max Bruch – Concerto No.1 for Violin & Orchestra G minor, op.26
1. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/I. Allegro molto appassionato
2. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/II. Andante
3. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/III. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace
4. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/I. Vorspiel. Allegro moderato
5. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/II. Adagio
6. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/III. Finale. Allegro energico
Midori Gotô – Violino
Berliner Philarmoniker
Mariss Jansons – Conductor
Creio que todos tenhamos uma obra favorita, entre todas as que ouvimos. Seja um concerto para piano, uma sonata, um concerto para violino, enfim, por algum motivo, a elegemos como nossa favorita. Este concerto para violino de Mendelssohn é meu concerto para violino favorito, apesar da paixão que tenho pelo concerto de Brahms e pelo de Beethoven.
A primeira vez que ouvi essa obra eu deveria ter uns 12 ou 13 anos, morava em Curitiba, e fui com minha mãe e minha irmã a uma apresentação de um violinista húngaro no Teatro Guaíra. Nem imagino qual seria o nome do solista, sei que era húngaro pois minha mãe comentou com minha irmã. Claro que com esta idade eu até teria uma tênue noção de onde seria a Hungria, mas daí saber da tradição dos violinistas húngaros é outra história. Enfim, fiquei fascinado com a apresentação e com a música. Nunca tinha ouvido nada parecido. Lembro-me perfeitamente dos trejeitos do solista, ficamos na terceira ou quarta fila, bem próximos do palco, e pude observar seus olhos fechados enquanto tocava, e quando os abria, era para trocar algum sinal com o maestro. Ou seja, me marcou muito. E o público o aplaudiu muito durante vários minutos, ´se não me engano ele até bisou, mas nem me perguntem o quê.
Nessa fase de nossas vidas, a entrada na adolescência, somos extremamente influenciáveis, e com certeza essa apresentação marcou minha vida. Não sei se seria tão apaixonado pela música em si se não fosse esse concerto, entre outros que vim a assistir naquele mesmo palco.
Já tive várias versões desse concerto, umas 20 talvez, mas as que mais me chamaram a atenção foram a do Itzak Perlman, junto com o Andre Previn e a LSO, em uma gravação que também ganhou o Diapason d`or, e esta do Maxim Vengerov. Duas gerações, duas escolas bem diferentes. Toda sensibilidade, delicadeza e alma que Perlman impõe em sua interpretação em Vengerov é substituída pela força, versatilidade e fluência. Diria que encaro estas interpretações como um duelo de titãs, mas cada qual com suas armas, e no final das contas, não há necessariamente um vencedor. Apenas nós, meros ouvintes, somos vencedores, por termos tido oportunidade de ouvir essa obra tão fantástica, e interpretada com tanta competência.
Perguntei ao meu caro irmão P.Q.P. qual a versão que poderia postar, e ele, sem demonstrar qualquer dúvida, sugeriu a do Vengerov. Creio que ele possa explicar sua veneração por este mago do violino, talvez o maior violinista de sua geração. Seu estilo me lembra muito David Oistrakh, pela energia com que toca. É o espírito e a tradição eslavas, com certeza, falando mais alto (e bota mais alto nisso, Oistrakh tinha pelo menos 1,90 de altura).
Antes que me esqueça, nesta gravação Maxim Vengerov é acompanhado por um de meus regentes favoritos, Kurt Masur, que dirige a Leipzig Gevandhaus Orchestra, que por sua vez, também foi dirigida pelo mesmo Mendelssohn há mais de 150 anos atrás…
Violin Concerto No.1 in G minor, Op. 26 Composed by Max Bruch Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov Conducted by Kurt Masur 1. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Vorspiel: Allegro Moderato 2. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Adagio 3. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Finale: Allegro Energico
Violin Concerto in E minor, Op. 64 Composed by Felix Mendelssohn Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov Conducted by Kurt Masur 4. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegro Molto Appassionato 5. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Andante 6. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegretto Non Troppo – Allegro Molto Vivace