.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

.: interlúdio :. Miles Davis: Porgy and Bess

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este interlúdio continua de onde o anterior parou (ou, na verdade, um passo antes): numa colaboração entre Miles Davis e Gil Evans. Gravado em quatro sessões no verão de 1958, a adaptação de Porgy and Bess, ópera de Gerswhin, veio com a publicidade em torno do filme de Otto Preminger. A película não deu certo e desagradou os criadores. Já a versão jazz, que diferença: não apenas um dos maiores best-sellers da história do gênero, também foi aclamado por toda crítica como um marco do jazz orquestral.

Sensível e melódico, Porgy and Bess é um álbum que tem Miles Davis vivendo um momento de redescoberta das harmonias, no já pós-bop:

I think a movement in jazz is beginning, away from the conventional string of chords and a return to emphasis on melodic rather than harmonic variations….When Gil wrote the arrangement of ‘I Loves You, Porgy’, he only wrote a scale for me to play. No chords. And that other passage with just two chords gives you a lot more freedom and space to hear things.

E espaço é o que se ouve. Apesar da formação com muitos músicos, a produção delicada permite a todos seu espaço – seja na orquestração do acompanhamento, seja nos solos de Davis e do genial Cannonball Adderley. Além disso, há um aspecto lúdico – porque não é nada menos do que divertido ver os tons por onde Miles e Evans enxergaram canções populares como Summertime e It Ain’t Necessarily So.

Se aqui temos uma leitura fantástica da obra de Gershwin, ela já havia rendido outra obra-prima: a gravação de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, mais orquestra, um ano antes. Disco este que deve pintar por aqui em breve, prometido por FDP Bach.

Miles Davis – Porgy and Bess (320)

01 The Buzzard Song 4’12
02 Bess, You Is My Woman Now 5’15
03 Gone (Evans) 3’41
04 Gone, Gone, Gone 2’06
05 Summertime 3’22
06 Prayer (Oh Doctor Jesus) 4’44
07 Fisherman, Strawberry and Devil Crab 4’10
08 My Man’s Gone Now 6’14
09 It Ain’t Necessarily So 4’29
10 Here Come de Honey Man 1’26
11 I Wants to Stay Here (a.k.a. I Loves You, Porgy) 3’41
12 There’s a Boat That’s Leaving Soon for New York 3’29
13 I Loves You, Porgy [tk1 2nd version] 4’16
14 Gone [tk 4] 3’41

Composto por George Gershwin, Ira Gershwin e DuBose Heyward
Conduzido e arranjado por Gil Evans
Produzido por Cal Lampley e Teo Macero para a Columbia

Miles Davis (trumpet, flugelhorn); Cannonball Adderley (alto saxophone); Gil Evans (arranger, conductor); Paul Chambers (bass); Jimmy Cobb (drums); Ernie Royal, Bernie Glow, Johnny Coles, Louis Mucci (trumpet), Dick Hixon, Frank Rehak, Jimmy Cleveland, Joe Bennett (trombone), Willie Ruff, Julius Watkins, Gunther Schuller (horn), Bill Barber (tuba), Phil Bodner, Jerome Richardson, Romeo Penque (flute, alto flute, clarinet); Danny Bank (alto flute & bass clarinet); Philly Joe Jones (drums on tracks 3, 4, 15).

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miles davis

Boa audição!
Bluedog, revalidado por PQP Bach

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

A música barroca é algo realmente sem fim e, cada vez que posto mais um bom compositor, fico impressionado com uma proporção que antes não via em minha cedeteca. O troço não acaba nunca e pasmo para a época em que meu pai nos concebeu — falo de mim, FDP e CDF. Este CD foi gravado em 1970 e relançado em 2003 pela providencial gravadora APEX, que está nos trazendo de volta coisas antológicas. Aqui, temos o grande Nikolaus Harnoncourt e seu Concentus musicus de Viena cuidando de outro austríaco, Fucks, digo, Fux. Já notaram como esses compositores barrocos viviam bastante? Fucks, digo, Fux viveu 81 anos e sei de uns vinte que ultrapassaram a idade vivida por meu pai (65 anos). Johann Joseph Fucks, digo, Fux nasceu em Hirtenfeld na Áustria. Foi filho de camponeses e autodidata em música. Foi Kappelmeister e compositor da corte. É autor do Gradus ad Parnassum, o mais importante tratado de contraponto já escrito. Fucks, digo, Fux morreu em Viena. Deixou 405 obras além do Gradus ad Parnassum que é um diálogo, em latim, entre professor e aluno, seguido de exercícios de composição.

Johann Joseph Fucks, digo, Fux (1660-1741): Serenada a 8, Rondeau a 7, Sonata a 4 (Harnoncourt)

SERENADA A 8
for 2 clarinos, 2 oboes, bassoon, 2 violins, viola and basso continuo
(from Concentus musico-instrumentalis in septem partittas, Nuremberg 1701)

1 Marche: Allegro 2’ll
2 Guigue: Prestissimo 1’27
3 Menuet 2’16
4 Aria: Più allegro 3’26
5 Ouverture 3’44
6 Menuet I, Trio II 3’20
7 Guigue: Prestissimo 1’09
8 Aria: Andante 3’23
9 Aria 0’50
10 Bourée I, II 2’ll
11 Intrada 3’22
12 Rigadon 0’51
13 Ciacona 2’59
14 Guigue: Prestissimo 0’57
15 Menuet 2’12
16 Final: Poco allegro 0’37

17 RONDEAU A 7 4’17
for violino piccolo, bassoon (fagotto conc.), violin, 3 violas and basso continuo

SONATA A QUATTRO
for violin, cornet, trombone, dulcian and organ

18 Allegro 3’26
19 Adagio 2’02
20 Allegro 3’03

TOTAL TIMING 48’12

Concentus musicus Wien
on original instruments
avec instruments originaux
mit Originalinstrumenten

Nikolaus Harnoncourt, conductor

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Sou feio mas não sou pilantra.
“My name is Fux, Johann Joseph Fux”.

PQP

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

William Byrd foi um compositor inglês da Renascença. Considerado um dos maiores compositores britânicos, teve grande influência, tanto da sua Inglaterra natal como do continente. Ele escreveu em muitas das formas correntes na Inglaterra na época, incluindo vários tipos de polifonia sagrada e secular, teclado (a chamada escola virginalista) e música para grupos. Embora tenha produzido música sacra para serviços religiosos anglicanos, em algum momento durante a década de 1570 ele se tornou católico e passou a  escrever música sacra católica. Byrd foi o compositor mais importante da época de William Shakespeare. Seus salmos e motetos, bem como seus madrigais, estão entre as composições mais aclamadas do século XVI. Ele também escreveu obras para órgão e piano.

William Byrd (1543-1623): Consort and Keyboard Music / Songs and Anthems (Rose Consort of Viols / Red Byrd)

1 Pavan 03:04
2 Galliard 01:59
Byrd, William
Gueroult, Guillaume – Lyricist
3 Susanna fair 03:29
Byrd, William
4 Rejoice unto the Lord 03:24
5 John come kiss me now (from The Fitzwilliam Virginal Book) 05:18
6 Fantasia No. 2 05:21
7 Have mercy upon me, O God 03:15
8 In Nomine No. 2 03:15
9 In angel’s weed 02:56
10 Fair Britain isle 05:57
11 Fantasia 02:46
12 Triumph with pleasant melody 03:39
13 Pavan in A Minor 04:01
14 Qui passe (for my Lady Nevell) 03:07
15 Fantasia No. 3 04:11
16 In Nomine No. 5 02:33
17 Christ rising again 05:14

Total Playing Time: 01:03:29

Ensemble(s): Rose Consort of Viols, The
Choir(s): Red Byrd
Artist(s): Bonner, Tessa; Roberts, Timothy

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Byrd viveu 80 anos tendo nascido em 1543. Vá ter saúde assim no PQP

PQP

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 & 36 – Haffner & Linz – The Academy of Ancient Music & Christopher Hogwood ֎

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 & 36 – Haffner & Linz – The Academy of Ancient Music & Christopher Hogwood ֎

Mozart

Sinfonias Nos. 35 & 36

AAM

Christopher Hogwood

 

Esse incrível disco foi gravado em 1979, no formato analógico, e é parte do projeto de gravar todas as sinfonias de Mozart usando instrumentos e práticas de época. Este pioneiro projeto lançado pelo selo L’Oiseau-Lyre, a versão ‘Archive Produktion’ da companhia inglesa Decca, foi completado e a caça pelas caixinhas com os discos nas lojas daqui, naqueles dias, era uma verdadeira caça ao tesouro. O projeto Haydn, bem mais extenso, não teve a mesma sorte, as agruras das gravadoras o atingiram ainda em pleno voo. O disco da postagem terminou como o terceiro do Volume 5, cuja capa ilustra a abertura da postagem.

Era maravilhosamente surpreendente ouvir essa música interpretada nessa forma autêntica. A música de Mozart surgia sob uma nova luz, como as pinturas de Rembrandt após a limpeza da sujeira e das camadas de verniz. Os grandes intérpretes de Mozart naqueles dias eram regentessáuros tais como Bohm, Karajan, Szell, Kubelik, Jochum, Solti… Entre os mais antigos venerados por muitos, mas que já estavam no caminho da fossilização, tínhamos Bruno Walter, Josef Krips, Otto Klemperer.

Detalhe de “A Ronda Noturna”, feita em 1642, por Rembrandt – antes e depois da restauração

Havia os mais moderninhos, que tocavam com bandas menores, como Marriner e a ASMF, Jeffrey Tate e a ECO, Sir Charles Mackerras e a Orquestra de Câmara de Praga, mas o som da L’Oiseau-Lyre era libertador.

Escolhi esse disco para postar por gostar da música e por achá-lo sempre atual e destacando-o assim da coleção com todas as outras sinfonias. Integralidade nem sempre a maneira mais interessante de ouvir a música de Mozart, na minha opinião.

A Sinfonia No. 35 nasceu como mais uma possível Serenata a ser composta por Mozart para o pessoal da família Haffner, de Salzburgo. A encomenda havia chegado a Viena, onde Mozart morava em 1782, enviada pelo seu pai, Leopold Mozart. Wolfgang havia composto uma ‘Serenata Haffner’ enquanto ainda morava em Salzburgo e que fizera muito sucesso, tanto que ganhou o apelido.

Mas Mozart agora estava ocupadíssimo, trabalhando na ópera ‘O Rapto do Serralho’, às voltas com sua noiva e futura esposa, além de aulas muitas. Mesmo assim, foi compondo partes da Serenata e enviando para Salzburgo. O prazo da encomenda venceu e Mozart pediu de volta o que já havia mandado. Gostou tanto do que estava pronto (imagine a pressa com que foi compondo…) que rearranjou o material, acrescentou instrumentos na orquestração e assim surgiu a que agora conhecemos como ‘Sinfonia Haffner’.

A outra sinfonia (pela qual tenho uma especial afeição) é a Sinfonia No. 36, escrita em 1783: A Sinfonia “Linz” foi escrita em três dias! Em 1783, Mozart e sua mulher, Constanza, fazem uma viagem a Salzburgo, para verem o pai e a irmã do compositor. No regresso a Viena, o casal detém-se em Linz, em visita ao velho conde de Thun, grande amigo da família. O conde queria muito que Wolfgang se apresentasse com a orquestra local, mas Mozart não tinha nenhuma de suas partituras à mão. Desejoso de agradecer a boa acolhida, começa uma nova sinfonia e consegue estreá-la no dia programado. [Veja o texto completo aqui]. Essa seria a ‘Sinfonia Linz’.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Symphony No. 35 In D Major “Haffner” K.385

  1. March K. 408 No. 2 [K.385a]
  2. Allegro Con Spirito
  3. Andante
  4. Menuetto & Trio
  5. Presto

Symphony In C Major “Linz” K.425

  1. Adagio – Allegro Spiritoso
  2. Andante
  3. Menuetto & Trio
  4. Presto

The Academy of Ancient Music [on period instruments]

Christopher Hogwood – conductor

Recording locations: St. Jude’s, Hampstead Garden Suburb & St. Paul’s, Arnos Grove,
June & October 1979

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FLAC | 299 MB

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MP3 | 320 KBPS | 154 MB

O disco foi relançado individualmente numa série com preços modestos, como se dizia então…

Nesta gravação eles mantiveram a marcha que havia sido composta para a versão original na forma de uma serenata, mas que foi descartada por Mozart na versão final como Sinfonia. Acho que eles fizeram isso para exibir os tímpanos…

You cannot get any better than this set. It is outstanding. All of the Mozart Symphonies in one package is impressive enough on its own. But this is a very special package. The Academy of Ancient music under Christopher Hogwood have always been a quality act and their work on this set is no exception.

Não posso deixar de concordar…

Aproveite!

René Denon

PS: Não deixe de visitar essa outra postagem com os mesmos artistas…

F. J. Haydn (1732-1809): 4 Sinfonias – The Academy of Ancient Music – Hogwood

D. Scarlatti (1685-1757): 13 Sonatas (Nicolosi, piano) / A. Soler (1729-1783): 7 Sonatas (Chernychko, piano)

Real Biblioteca d’El Escorial, Monastério e Palácio onde tanto Scarlatti quanto Soler passaram boa parte de suas vidas
Aqui, trata-se da Biblioteca de St. Florian (Áusria) e não do Escorial, como explicou o comentário mais abaixo

Se quisermos usar uma metáfora familiar, as sonatas para teclado de Antonio Soler podem ser consideradas primas, sobrinhas ou mesmo irmãs mais novas das sonatas de Domenico Scarlatti, embora não sejam irmãs gêmeas. Ambos os compositores viveram na Espanha em um período de coexistência do cravo com o pianoforte. Ao contrário de J.S. Bach, que certamente preferia o cravo, Scarlatti e Soler – assim como seus patrões, alunos, amigos – estavam em um contexto de maior ambiguidade entre o velho instrumento e o novo “cravo com martelos”.

É razoável, então, tocar a música de Scarlatti e a de Soler tanto em um instrumento como no outro. No século XX, Alicia de Larrocha (aqui) reinava solitária como a grande intérprete de Soler ao piano, enquanto Scarlatti tinha dois ou três pianistas famosos (aqui, aqui…) que interpretavam sua música com dedos elegantes e suaves, mas também havia pianistas que carregavam nos temperos românticos: longe de mim citar nomes e gerar fofoca, mas o fato é que alguns faziam um Scarlatti horrorosowitz…

Hoje em dia temos um monte de jovens pianistas fazendo boas gravações das sonatas desses dois, sobretudo pela Naxos, que tem um longo projeto de lançar as sonatas completas de Scarlatti sem pressa e com pianistas diferentes. Pelo jeito a gravadora iniciou, mais recentemente, um projeto semelhante dedicado a Soler: há uns 3 ou 4 CDs já lançados, dos quais por enquanto só ouvi o da jovem ucraniana Regina Chernychko, convidada para essa gravação após vencer concursos de piano em Barcelona, Milão e Zurich. Ela faz um belíssimo trabalho aqui, assim como o italiano Francesco Nicolosi.


Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas K. 52, 77, 79, 111, 139, 170, 176, 277, 344, 340, 388, 398, 456
Francesco Nicolosi, piano
Recorded: Potton Hall, Westleton, Suffolk, UK, 2007

Scarlatti: 13 Sonatas – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps


Padre Antonio Soler (1729-1783): Sonatas nº 67 a 74
Regina Chernychko, piano
Recorded: Palau de Congressos, Girona, España, 2016

Soler: Sonatas R. 67-74 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps

Regina Chernychko em 2022

Pleyel

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Giuseppe Sinopoli (1946-2001) foi em regente genial, morto infelizmente aos 54 anos, de ataque cardíaco, enquanto dirigia uma Aida em Berlim. A Segunda Sinfonia de Schumann é minha obra favorita do compositor e a gravação de Sinopoli com a Filarmônica de Viena é a que sempre escolho ouvir. Sinopoli foi um mestre em alcançar o máximo equilíbrio orquestral e definitivamente consegue tudo nesta gravação de 1984. A acústica do Musikverein e os engenheiros da DGG colocam os instrumentos de sopro um pouco atrás das cordas, mas isso não diminui o impacto desta performance. A importância da escrita dos metais é claramente manifesta e as páginas finais da obra têm uma majestade incomparável a qualquer outra gravação da sinfonia com a qual estou familiarizado. Sinopoli prova que a escrita orquestral de Schumann pode ser traduzida com sucesso para uma grande orquestra contemporânea. E este desempenho é muito superior à sua gravação posterior com a Staatskapelle Dresden. A execução da Abertura Manfred também é definitiva. Altamente recomendado.

Robert Schumann (1810-1856): Sinfonia Nº 2 / Abertura “Manfredo” / Abertura, Scherzo e Final (Sinopoli)

01 – Symphony No. 2 in C major – I. Sostenuto assai – Allegro, ma non troppo
02 – Symphony No. 2 in C major – II. Scherzo Allegro vivace
03 – Symphony No. 2 in C major – III. Adagio espressivo
04 – Symphony No. 2 in C major – IV. Allegro molto vivace

05 – “Manfred” Overture Op. 115

06 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – I. Overture. Andante con moto – Allegro
07 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – II. Scherzo. Vivo – trio. L’istesso tempo
08 – Overture, Scherzo & Finale, Op. 52 – III. Finale. Allegro molto vivace

Wiener Philharmoniker
Staatskapelle Dresden (faixas 6 a 8)
Giuseppe Sinopoli, regente

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Uma imagem monstruosa de Robert e Clara Schumann encontrada na web alemã.

PQP

 

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Leonard Bernstein (1918-1990): West Side Story (Schermerhorn)

Kenneth Schermerhorn (1929-2005) estava estudando com Bernstein durante a criação de West Side Story e foi até considerado um possível maestro para a estreia. Finalmente tendo sua chance quase 50 anos depois, Schermerhorn conduz a partitura com uma autoridade e entusiasmo que revela seu conhecimento íntimo e convicções pessoais, mesmo que às vezes seus andamentos se arrastem (como em I Feel Pretty). Esta gravação utiliza a partitura de Bernstein em sua forma original, antes de passar pelas revisões necessárias para torná-la mais adequada às necessidades do teatro musical da época. Na verdade, tudo soa praticamente o mesmo, as distinções mais óbvias são alguns compassos faltando perto do final do Prólogo e o arranjo vocal diferente para America. A Sinfônica de Nashville toca com uma mistura ideal de elegância sinfônica e jazzística que mostra por que esta obra é um clássico tão maravilhoso. Apenas a gravação multimicrofonada e obviamente destinada ao estúdio, com suas vozes artificialmente próximas, decepciona um pouco. No entanto, este CD recria fielmente o mundo mágico e fascinante que é West Side Story, e qualquer pessoa que venha a esta peça novamente terá uma experiência rara e especial. (Neste link, a última versão de Bernstein).

Bernstein, Leonard
Sondheim, Stephen – Lyricist
West Side Story
1 Act I: Prologue 04:18
2 Act I: Jet Song 02:30
3 Act I: Something’s Coming 02:49
4 Act I: Blues 01:54
5 Act I: Promenade 00:22
6 Act I: Mambo 02:39
7 Act I: Maria 03:07
8 Act I: Balcony Scene / Tonight 07:21
9 Act I: America 04:59
10 Act I: Cool 04:35
11 Act I: One Hand, One Heart 04:58
12 Act I: Tonight 03:56
13 Act I: The Rumble 03:08
14 Act II: I Feel Pretty 03:57
15 Act II: Ballet Sequence 01:32
16 Act II: Transition to Scherzo 00:41
17 Act II: Scherzo 01:40
18 Act II: Somewhere 02:38
19 Act II: Procession and Nightmare 03:37
20 Act II: Gee, Officer Krupke 04:20
21 Act II: A Boy Like That / I Have a Love 06:05
22 Act II: Taunting Scene 01:07
23 Act II: Finale 02:52

Total Playing Time: 01:15:05

Composer(s): Bernstein, Leonard
Lyricist(s): Sondheim, Stephen
Conductor(s): Schermerhorn, Kenneth
Orchestra(s): Nashville Symphony Orchestra
Artist(s): Chozen, Joanna / Cooke, Marianne / Dean, Robert / Ditty, Billy / Eldred, Mike / Gabriel, Winter / Lee, Neal Richard / Lewis, Jeff / Morrison, Betsi / Prentice, Michelle / San Giovanni, Michael / Schanuel, Greg / Shenoy, Nandita / Whiting, Jeff

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Cena de Cantando na Chuva

PQP

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893) & Sergei Rachmaninov (1873 – 1943): Concertos para Piano No. 1 & No. 2 – Werner Haas (piano) – Orchestre National De L’opera De Monte Carlo & Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt – Eliahu Inbal ֎

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893) & Sergei Rachmaninov (1873 – 1943): Concertos para Piano No. 1 & No. 2 – Werner Haas (piano) – Orchestre National De L’opera De Monte Carlo & Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt – Eliahu Inbal ֎

WARHORSES

Cavalos de Guerra! Eu sempre gostei dessa expressão, talvez por minha vadia juventude repleta de livros com histórias cheias de aventuras e de pouca televisão. Quando muito, uma seção na matiné do único cinema da cidade. Em música ela significa ‘algo (como uma obra de arte ou composição musical) que se tornou excessivamente familiar ou banal devido a muitas repetições no repertório usual’. E poucos concertos para piano se classificam tanto como esses dois, do disco da postagem, para a tal expressão. Ambos estão enumerados na curta lista (ah, que seria da nós sem as listas?) de melhores concertos para piano da Gramophone. Despertei sua curiosidade? Verifique quais são os outros concertos da tal lista aqui….

O Concerto No 1 de Tchaikovsky teve um início de carreira um pouco hesitante. Tchaikovsky o revisou três vezes, especialmente o início do concerto. Os acordes iniciais tocados pelo pianista, seguidos pela orquestra tocando o tema principal, eram originalmente arpeggios. Como já mencionei em outras postagens, agarrar a atenção do ouvinte logo de cara é muito importante para o sucesso da peça. O compositor também tinha a expectativa que a obra fosse interpretada pelo pianista e compositor Nikolai Rubinstein, mas este não recebeu muito bem a obra. De qualquer forma, o concerto tornou-se um exemplo de concerto romântico, quase encabeçando a lista (sim, temos uma segunda lista nesta postagem, agora a dos concertos românticos para piano).

O líder dessa lista é o segundo concerto do disco, o Concerto para Piano No. 2, de Rachmaninov. Você deve saber tudo a respeito dessa obra, especialmente de como foi composta após um período no qual o compositor amargou uma enorme depressão, da qual saiu com a ajuda de um psiquiatra que fazia uso da hipnose… Não perca tempo, leia tudo aqui.

A capa da fita cassette

O disco é um primor e faz parte de uma coleção lançada pela Philips em torno do período de surgimento dos CDs, e se chamava Concert Classics. A capa deste disco é típica da série, com a ilustração de Erik Kessels que usa uma colagem com recorte de uma foto.

Os dois concertos reunidos no disco (para a série) têm a interpretação do mesmo pianista – Werner Haas – e o mesmo regente – Eliahu Inbal – mas, foram gravados em momentos diferentes e fazem parte de específicos projetos.

O concerto de Tchaikovsky foi gravado em Monaco, em 1970, juntamente com seus outros dois irmãos menos famosos, os Concertos Nos. 2 e 3. Veja este projeto completo na postagem do FDP Bach, aqui. O concerto de Rachmaninov é de 1974, em Frankfurt, e lançado em um disco com a Rapsódia sobre um tema de Paganini. Esta gravação foi feita em som ‘quadrifônico’. Na verdade, o som do disco é mais uma evidência de como a Philips era uma grande gravadora, especialmente quando piano tomava parte do projeto.

Werner Haas

O pianista é famoso por suas interpretações das obras de Debussy e Ravel, gravadas pela Philips. Foi aluno de Walter Gieseking, mas infelizmente morreu cedo, aos 45 anos, em um acidente automobilístico. O regente Eliahu Inbal tem 88 anos e foi regente de diversas orquestras, incluindo a Orquestra da Rádio de Frankfurt, que aparece neste disco. Sua última atuação foi como regente da Taipei Symphony Orchestra. Após sua aposentadoria, Inbal foi nomeado maestro laureado desta orquestra, em 2023.

Peter Tchaikovsky (1840 – 1893)

Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op. 23

  1. Allegro Non Troppo E Molto Maestoso – Allegro Con Spirito
  2. Andantino Simplice – Prestissiomo – Tempo I
  3. Allegro Con Fuoco

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Piano Concerto No.2 In C Minor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio Sostenuto
  3. Allegro Scherzando

Werner Haas, piano

Orchestre National De L’opera De Monte Carlo (Tchaikovsky)

Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt (Rachmaninov)

Eliahu Inbal

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MP3 | 320 KBPS | 155 MB

PQP Bach Banho & Tosa em ação…
Eliahu Inbal

Sobre o RACH#2: Eliahu Inbal is one of the most underrated conductors around. It’s good to have so many old recordings of his again available and in this glorious sound as well. This one has definitely aged gracefully and survived the test of time. […] This is highly charged reading, truly emotional and never overblown. Haas is a true virtuoso, but has expressive power most of today’s Kissins and Lang Langs are missing. The piano sound is captured in its full glory

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern  Chamber Orchestra)

Não adianta. Nem todos são Beethoven, Mozart ou meu pai. Mas alguns podem chegar a um bom patamar como este Beck. Suas obras são muito boas, muito agradáveis, mas sem aquela faísca que um gênio colocaria em determinado momento para virar o jogo. Ele representa a Escola de Mannheim e foi, em vida, um equivocado. Imaginem que ele fugiu da Alemanha, chegou a Veneza e Nápoles, terminando por fixar-se em Marselha por ter participado de um duelo em que pensou ter matado seu oponente. Mas não matou. Seu inimigo talvez esteja vivo até hoje… A vida é assim mesmo. Ele compôs um apreciado Stabat Mater (não Matar, como eu tinha escrito em ato falho), muitas sinfonias e aberturas. O CD é bom, muito bom até. Mas não é Mozart, nem Haydn, nem… vocês sabem.

Franz Ignaz Beck (1734-1809): Sinfonias (Ward / Northern Chamber Orchestra)

Sinfonia in B flat major
I. Allegro 03:59
II. Largo 07:28
III. Allegro 01:57

Sinfonia in D major
I. Allegro 04:25
II. Andante 03:49
III. Minuetto 02:34
IV. Presto 02:24

Sinfonia in G major
I. Allegro molto 03:34
II. Andante moderato 05:54
III. Presto 05:52

Sinfonia in D major, Op. 10. No. 2
I. Allegro 02:17
II. Andante 02:12
III. Presto 02:55

Sinfonia in E major, Op. 13, No. 1
I. Allegro 02:39
II. Andante 02:36
III. Allegro 04:08

Performed by: Northern Chamber Orchestra
Conducted by: Nicholas Ward

Total Playing Time: 49:43

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Beck tomando um ventinho Minuano em visita ao RS.

PQP

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Karol Szymanowski nasceu na Ucrânia em uma rica família cheia de artistas. Após a Revolução Russa, a família regressou à sua Polônia natal, onde Szymanowski encontrou inspiração na música folclórica. Seu lírico Concerto para Violino Nº 1 foi dedicado ao seu grande amigo, o violinista Pavel Kochański, e é notável por sua clareza de textura. Inspirado na visita de Kochański à Polônia em 1932, o Concerto para Violino Nº 2 foi escrito no final da vida criativa de Szymanowski. Os dois músicos trabalharam juntos na partitura, que mostra influências da música do povo montanhês da Polônia. O intenso e virtuoso Nocturne & Tarantella baseia-se no impressionismo de Debussy e do início de Stravinsky, mas também na cultura e no folclore do Oriente.

São gravações excepcionalmente claras destas três obras concertantes de Szymanowski, não apenas os dois Concertos para Violino, mas uma versão orquestrada do Noturno & Tarantela. A turma 100% polaca dá um show, oferecendo leituras puras e claras com entonação impecável e uso cuidadoso do vibrato. Ter um maestro e uma orquestra polonesas como acompanhantes contribui para o sentimento idiomático de cada um, com os sons orquestrais mágicos lindamente evocados, particularmente no Nº 1, a mais radical das duas obras. Kulka toca o relativamente breve Noturno e Tarantela com a mesma empatia. A Tarantella é virtuosística e extravagante, trazendo um clímax concertístico para um disco excelente.

Karol Szymanowski (1882-1937): Violin Concertos Nos. 1 & 2 / Nocturne and Tarantella (Kulka / Lasocki / Stryja)

Violin Concerto No. 1, Op. 35
1 Vivace assai – 06:12
2 Tempo comodo – Andantino – 05:59
3 Vivace scherzando – 01:29
4 Poco meno – Allegretto – 06:53
5 Vivace (Tempo I) 05:36

Violin Concerto No. 2, Op. 61 (*)
6 Moderato – Molto tranquillo – 06:12
7 Andantino sostenuto – 06:34
8 Allegramente – Molto energico – 04:01
9 Andantino – Molto tranquillo 05:25

Nocturne and Tarantella, Op. 28
10 Nocturne: Lento assai 05:49
11 Tarantella: Presto appassionato 06:02
(Fitelberg, Grzegorz – Arranger)

Conductor(s): Stryja, Karol
Orchestra(s): Polish State Philharmonic Orchestra, Katowice
Violins(s): Kulka, Konstanty Andrzej; Lasocki, Roman (*)

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Szyma declarou-se estarrecido com PL do Aborto

PQP

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

Ignoro quem foi o autor desta façanha. Além do bitrate rasante, todos os CDs com esta gravação de Gardiner têm também uma obra de Schütz, compositor que amo, chamada O Bone Jesu, Fili Mariae. Quem botou este CD na rede esquartejou a coisa, retirando esta peça que abria o disco e que deve ser interessante. E, por falar em esquartejamento, Membra Jesu Nostri é um ciclo de sete pequenas cantatas compostas em 1680. A letra, Salve mundi salutare – também conhecida como Rhythmica oratio – é um poema atribuído às vezes a São Bernardo de Claraval (1153), outras vezes a Arnulf de Louvain (1250), ambos da ordem cisterciense. Cada uma das sete partes em que se divide a obra é dedicada a uma parte do corpo crucificado de Jesus: pés, joelhos, mãos, costas, peito, coração e cabeça. É música sacra da melhor qualidade. Buxtehude, tenho a dizer que era imenso compositor, organista admiradíssimo por meu pai – que viajou algumas vezes para encontrá-lo e vê-lo tocar – e que seria mais conhecido, não fora a presença sufocante de papai em nossa cultura. Entre nós, os mais jovens da família, era conhecido como tio Bux.

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Membra Jesu Nostri — Ciclo de 7 Cantatas (Gardiner)

O Bone Jesu, Fili Mariae (SWV 471) 7:42

Membra Jesu Nostri (BuxWV 75)
I. Ad Pedes 10:00
II. Ad Genua 7:14
III. Ad Manus 9:52
IV. Ad Latus 8:23
V. Ad Pectus 11:23
VI. Ad Cor 9:29
VII. Ad Faciem 8:03

Sir John Eliot Gardiner, regência;
Monteverdi Choir;
English Baroque Soloists.

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Opa, esse aí é Tiradentes que existiu e foi esquartejado! (Pintura de Pedro Américo — 1843-1905)

PQP

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

.: interlúdio :. Louis Armstrong: Louis Armstrong plays W. C. Handy

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Louis Armstrong Plays W.C. Handy é um lançamento de estúdio de 1954 de Louis Armstrong and His All Stars, descrito pela Allmusic como “o melhor disco de Louis Armstrong da década de 1950” e “música essencial para todas as coleções sérias de jazz”. Este encontro de dois dos maiores de Nova Orleans é indiscutivelmente insuperável. Handy ainda estava vivo para ouvir o que Armstrong fez com seu trabalho – que foi, simplesmente, borrifá-lo de magia. (O encarte cita Handy dizendo, durante as sessões de gravação, que as performances de Louis trouxeram lágrimas aos seus olhos cegos.) Apenas a primeira faixa, St. Louis Blues, já faz valer a pena ouvir o CD. WC Handy (1873-1958) foi o sujeito que popularizou o blues, adaptando uma tradição musical puramente regional da virada do século XX e dando-lhe uma boa dose de atenção e respeito. O blues de Handy é consideravelmente mais polido e elaborado do que o clássico estilo delta e tem boas letras. Armstrong canta todas as músicas com total convicção e bom humor. Ele está acompanhado em várias faixas por Velma Middleton, cujo tom brando e alcance limitado pareceriam um erro de escolha, mas ela mais do que compensa isso com um ótimo timing e, mais importante, uma química fantástica com Armstrong. Eles se separam e seguem em frente, fazendo festa sem comprometer o resultado.

Louis Armstrong: Louis Armstrong Plays W. C. Handy

A1 St. Louis Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A2 Yellow Dog Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

A3 Loveless Love
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

A4 Aunt Hagar’s Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Brymn*, Handy*

A5 Louis Armstrong Monologue

A6 Long Gone (From The Bowlin’ Green)
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – C. Smith*, Handy*

B1 The Memphis Blues (Or Mister Crump)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Norton*, Handy*

B2 Beale Street Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B3 Ole Miss Blues
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B4 Chantez Les Bas (Sing ‘Em Low)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Handy*

B5 Hesitating Blues
Vocals – Louis Armstrong, Velma Middleton
Written-By – Handy*

B6 Atlanta Blues (Make Me One Pallet On Your Floor)
Vocals – Louis Armstrong
Written-By – Elman*, Handy*

Bass – Arvell Shaw
Clarinet – Barney Bigard
Drums – Barrett Deems
Piano – Billy Kyle
Trombone – Trummy Young
Trumpet – Louis Armstrong
Vocals – Louis Armstrong (tracks: A1 to B2, B4 to B6), Velma Middleton (tracks: A1, A3, A5, B5)

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Velma Middleton e Louis Armstrong

PQP

Franz Schubert (1797-1928) – Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela” (arranjo Gustav Mahler, Sonata Arpegione – Michal Kánka, Pavel Hüla

Até ter acesso a esse CD, eu não conhecia esse arranjo para orquestra de cordas que Mahler fez da obra prima de Schubert, o Quarteto para Cordas “A Morte e a Donzela”. Ainda não tenho uma opinião formada na verdade, precisaria ouvir mais vezes para absorver, tão acostumado que estou com a versão para Quarteto para Cordas. Em se tratando de uma obra dessa envergadura, provavelmente umas das maiores composições já escritas para o gênero, a empreitada é um tanto arriscada.

 

Ao mesmo tempo, o nome de Mahler, um mestre em se tratando de composições para orquestras de grande porte, lembramos imediatamente de seu magnífico Quarteto para Cordas, e o que dizer do Adagietto de sua Quinta Sinfonia? Obras de rara sensibilidade para um compositor acostumado compor para grandes conjuntos orquestrais, como comentei acima.  Em minha humilde opinião, entendo que a interpretação da excelente “Praga Camerata” está um pouco acelerada para o meu gosto, já no primeiro movimento entendo que devia ser mais cadenciado, como podemos ouvir na ótima gravação do “Orlando Quartet”, que postei há pouco tempo. Não sei quais as recomendações de Mahler para o arranjo, e se o maestro foi fiel a essas recomendações. Mas enfim, à parte a estranheza que esses arranjos podem causar em um primeiro momento para aqueles apaixonados pela obra, Schubert está presente, com certeza, com toda a sua carga emotiva e sentimental.

A Sonata “Arpegione’ também mantém-se fiel ao original, porém lhes garanto que a estranheza permanece, mas nada que venha a comprometer o resultado. Afinal, apesar de tudo, é Schubert.

Vale a pena conferir.

01. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): I. Allegro moderato
02. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): II. Andante con moto
03. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): III. Scherzo. Allegro moderato
04. String Quartet No. 14 in D Minor, D. 810 “Death and the Maiden” (Arr. for String Orchestra by Gustav Mahler): IV. Presto
05. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): I. Allegro moderato
06. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): II. Adagio
07. Arpeggione Sonata in A Minor, D. 821 (Arr. for Cello and Strings by Michal Kaňka): III. Allegretto

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FDP

BRUCKNER 200 ANOS! Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 5 (Blomstedt, Leipzig)

Confesso que eu não me lembrava de ter ouvido algo com o nonagenário maestro Herbert Blomstedt até um ou dois anos atrás, quando seu disco a 3ª de Bruckner (aqui) me chamou a atenção. Seu disco das últimas sinfonias de Schubert, lançado em 2022 também com a orquestra de Leipzig, recebeu elogios intensos nas revistas inglesas. Ainda me resta ouvir a maior parte do seu repertório gravado, seja aquele dedicado aos austro-alemães como Mozart, Beethoven e Brahms, seja as suas muitas gravações de compositores escandinavos (Nielsen e Sibelius, que até hoje têm me emocionado menos do que Grieg e Langgaard). Aliás, Blomstedt é de família sueca e passou boa parte de sua juventude naquele país, embora tenha nascido nos EUA e vivido boa parte da vida adulta na Califórnia. Também foi regente principal em Copenhagen, Oslo e em Leipzig (de 1998 a 2005) com esta orquestra do disco de hoje.

É nessa condição de quem ainda conhece pouco o maestro – e, portanto, menos suspeito de idolatria, da posição de quem aguarda o desfile de conhecimentos do velho mestre, o que acontece um pouco quando ouço o Bruckner de Celibidache ou Jochum – que afirmo: esta sua série de sinfonias de Bruckner com a Gewandhausorchester de Leipzig é um absurdo, um escândalo de tão boa, a começar pela excelente qualidade do áudio, e passou na frente de todas as outras gravações de Bruckner que estavam na minha fila.

Uma breve nota sobre a Quinta de Bruckner: alguns lhe dão o apelido de “Sinfonia Pizzicato”, por ter cordas em pizzicato no início de cada um dos movimentos. Esse vai-e-vem das cordas fazendo essas incisivas sonoridades, e também uma série de temas que vem e vão (às vezes invertidos), fazem dela uma sinfonia de grande coerência interna, com fortes diálogos e simetrias entre os movimentos. O mundo de Bruckner é um mundo ordenado por uma elevada inteligência divina, onisciente e benevolente: isso fica bem explícito na sua Quinta.

O tema que mais se repete, como notarão aqueles que não passaram os últimos 20 anos isolados da sociedade, lembra vagamente o riff de guitarra de Seven Nation Army, composto pelo guitarrista Jack White e sem dúvida o último grande riff do rock’n’roll, tão amplamente tocado e cantado por multidões e plagiado quanto certos riffs dos Beatles e Rolling Stones.

Esta sinfonia já foi muito bem apresentada por PQP aqui, aliás em outra gravação com esse mesmo conjunto de Leipzig que se mostra talvez a maior orquestra bruckneriana do século XXI, então vamos ao que interessa:

Anton Bruckner (1824-1896):
Sinfonia Nº 5 em si bemol maior
Gewandhausorchester de Leipzig, Herbert Blomstedt

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Pleyel

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Esta é uma gravação de 1963 quando Bernstein ainda não tinha desenvolvido o “seu próprio Mahler”. É uma versão vendida bem baratinho pela Sony, meio que com vergonha daquilo de Lenny fez depois na DG. Foi tão, mas tão barato que comprei mesmo sabendo da decepção. Claro, é de alto nível, mas vários maestros fizeram depois versões muito superiores. Abbado, por exemplo. O excelente filme Tar fala muito nesta música que foi composta entre 1901 e 1902, principalmente durante os meses de verão na casa de férias de Mahler em Maiernigg. Entre suas características mais distintivas estão o solo de trompete que abre a obra com um motivo rítmico semelhante à abertura da Sinfonia nº 5 de Ludwig van Beethoven, os solos de trompa no terceiro movimento e o Adagietto tão frequentemente executado. A sinfonia é geralmente considerada a sinfonia mais convencional do compositor, mas mesmo assim ela tem várias peculiaridades. Ela “quase” tem uma estrutura de quatro movimentos, já que os dois primeiros podem ser facilmente vistos como um só. A sinfonia também termina com um rondó, no estilo clássico. Algumas surpresas são a marcha fúnebre que abre a peça e o Adagietto para harpa e cordas que contrasta com a orquestração complexa dos outros movimentos.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5 (Bernstein / NYP)

Symphony No. 5 In C-Sharp Minor
1 I. Trauermarsch 12:30
2 II. Stürmisch bewegt, mit größter Vehemenz 14:20
3 III. Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell 17:44
4 IV. Adagietto. Sehr langsam 11:00
5 V. Rondo-Finale. Allegro 13:47

Conductor – Leonard Bernstein
French Horn – James Chambers
Orchestrated By – New York Philharmonic

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Esta é a edícula onde Mahler se isolava para compor em Maiernigg. Foi construída e é mantida por PQP Bach

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Dando continuidade à obra de câmara integral de Brahms, e ainda com os quintetos, vamos agora ao CD 5.

Eu tinha na cabeça, como uma idéia fixa, frases do quinteto para clarineta e cordas de Brahms, que para mim sugere a cor, o som, a fragrância, o espírito, enfim, do outono. Depois de despedir docemente uma rapariga americana que chorou no meu ombro as dores dum amor mal correspondido (o noivo tinha fugido para a Índia), liguei o telefone para a minha secretária e disse: “Mary, faça passar o próximo paciente”.

Erico Verissimo, Solo de Clarineta, Vol. 1

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 5 de 11) – Clarinet Quintet in B minor, Op 115, String Quintet No. 2 in G major, Op. 111 (Berlin Philarmonic Octet / Herbert Stahr)

Clarinet Quintet in B minor, Op 115
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Andantino – Presto non assai – ma con assentimento
4 – Com moto

String Quintet No. 2 in G major, Op. 111
5 – Allegro non troppo, ma con brio
6 – Adagio
7 – Un poco allegretto
8 – Vivace ma non troppo presto

Berlin Philarmonic Octet
Herbert Stahr – Clarinet

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Brahms: esse era um mal-humorado, nossa!

FDP

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

Há compositores difíceis de defender. E Hindemith é um deles. Já ouvi críticas severas, mas bem coerentes sobre a não espontaneidade de suas obras. Já certos ouvintes (como eu) que tem profunda admiração por Hindemith, não encontram argumentos suficientes para defendê-lo. Não consigo dizer porque gosto de Hindemith. Às vezes, numa mesma obra, posso sentir tédio e grande empolgação. Mas nunca deixei de ficar fascinado com sua técnica e virtuosismo. Ludus Tonalis para piano (algo como um cravo bem temperado do século XX) é um bom exemplo do que falo. Difícil ir até o fim sem bocejar, mas ouvindo com cuidado podemos esbarrar nas mais belas passagens já escritas. Dependendo com que disposição o ouvinte esteja, Hindemith pode ser um grande compositor ou um tremendo chato.

As duas obras desse disco, Symphonia Serena e Symphonia “Der Harmonie der Welt”, são ótimos exemplos do que falei, de como agarrar ou afastar o ouvinte. A riqueza orquestral dessas duas obras são inegáveis, mas podem cansar um ouvinte a procura de um sentido ou de uma estrutura. São sinfonias completamente anti-shostakovichianas. Mas tampouco são vazias de expressividade.

Sentem suas bundas nas cadeiras e decidam.

Paul Hindemith (1895-1963): Symphonia Serena / Harmonie der Welt (Gewandhaus / Blomstedt)

1. Symphonia Serena: Moderately fast
2. Geschwindmarsch by Beethoven. Paraphrase. Wind instruments only. Rather fast
3. Colloquy. String orchestra in two sections. Quiet
4. Finale. Gay

5. Harmonie der Welt: No. 1, “Musica Instrumentalis”
6. No. 2, “Musica Humana”
7. No. 3, “Musica Mundana”

Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra
Conducted by Herbert Blomstedt

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Grande Blomstedt!

CDF

Diversos Compositores: Piano Encores (Bombonzinhos…) – Tristan Pfaff ֍

Diversos Compositores: Piano Encores (Bombonzinhos…) – Tristan Pfaff ֍

Quem ainda não ouviu a frase ‘Eu gosto de um piano bem tocado…’? Como se alguém preferisse ouvir um piano ser maltratado… Mas, quem não gosta de ouvir ao piano lindas melodias, especialmente as mais conhecidas, que nos trazem lindas memórias, lembranças queridas?

Este disco é assim, uma coleção de peças, breves em sua maioria, com as quais os pianistas brindam as audiências ao fim do recital. Eu me interessei em postar essa coleção por lembrar-me de uma fase boa da minha primeira vida.

Meu amigo Paulo e eu íamos a muitas lojas de discos na década de 1980 e os encontros com os frequentadores mais assíduos eram constantes, já havia até uma certa camaradagem entre nós. Os atendentes das lojas conhecíamos todos e os mais diversos eles eram. Um do qual gostávamos muito era o Sr. Rubens, que trabalhava numa loja do Shopping da Gávea, sempre com um colete de lã – por causa do ar condicionado – e um lenço de seda ao pescoço, que lhe dava um certo ar de lorde. Seu Rubens guardava no peito um coração de ouro, mas tinha uma maneira seca de ser, era bem formal. Era necessário um certo esforço para que ele permitisse uma maior proximidade. Deu-me generosamente umas tantas dicas e sempre boas sugestões. Mas, meu amigo e eu adorávamos provoca-lo com afirmações que sabíamos que ele contestaria sobre peças ou intérpretes dos quais ele não gostava.

Uma vez, estávamos lá, com os narizes enfiados nas gôndolas repletas de novidades, fazendo ginásticas mentais pensando nos parcos recursos que guardávamos nas carteiras, quando entrou no salão dos clássicos uma senhora que levou a paciência e a fleuma de Seu Rubens (Rubão, nas nossas conversas longe dele…) ao limite extremo. Ela queria um disco com peças avulsas para piano – para serem ouvidas durante o encontro com as amigas, para o chá e fofocas. E ela se esforçava – aquele assim, com pecinhas bonitas, uns bombonzinhos. Pois foi aí que Rubão não aguentou: Minha senhora, para comprar bombonzinhos é melhor ir a uma bomboniere…

Esse se tornou nosso bordão – tem aí, Seu Rubens, um disco com bombonzinhos? Ele mesmo não resistia à provocação e caíamos todos na gargalhada.

Pois então, nessa nossa ‘loja de discos’, onde nos encontramos virtualmente para fuçar as gôndolas em busca de boa música, agora também tem um disco com bombonzinhos e boa memória de amigos na música.

Gran Quizz PQP Bach: Relacione o nome das peças na coluna à esquerda com o nome do compositor, na coluna da direita.

  1. The Man I Love                                                                                (  ) Schubert
  2. 21 Hungarian Dances, WoO 1: No. 1, Allegro molto                  (  ) de Falla
  3. Kuolema: Valse triste, Op. 44 No. 1                                               (  ) Chopin
  4. In das Album der Fürstin Metternich, WWV 94                        (  ) Tchaikovsky
  5. El Amor brujo: VIII. Danza ritual del fuego                                 (  ) Bach, C P E
  6. Easy Variations on Folk Themes, Op. 51: Merry Dance             (  ) Gounod
  7. Keyboard Sonata in B Minor, Wq. 55 / 3, H. 244                        (  ) Scriabin
  8. Tango (No. 2 from Espana, Op. 165)                                              (  ) Mozart
  9. 3 Songs, Op. 21: III. Jeg giver mit digt til våren                          (  ) Satie
  10. Marche funèbre pour une marionnette                                         (  ) Gershwin
  11. Suite bergamasque: Clair de lune                                                   (  ) Wagner
  12. 3 Pieces, Op. 2: I. Etude                                                                    (  ) Prokofiev
  13. Foglio D’album                                                                                    (  ) Sibelius
  14. Moments Musicaux, D780: No. 3 in F minor                               (  ) Bach, J S
  15. 6 morceaux, Op. 51, TH 143: VI. Valse sentimentale                  (  ) Debussy
  16. Nocturnes, Op. 9: II. Andante en Mi Bémol Majeur                  (  ) Puccini
  17. Pieces From “Romeo And Juliet” – Montagues and Capulets  (  ) Schumann
  18. Prelude in C Minor, BWV 999                                                        (  ) Kabalevsky
  19. Das Butterbrot                                                                                    (  ) Grieg
  20. Kinderszenen, Op. 15: XIII. Der Dichter spricht                         (  ) Brahms
  21. Gymnopédie No. 1                                                                              (  ) Albéniz

Tristan Pfaff, piano

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MP3 | 320 KBPS | 146 MB

Tristan Pfaff

The encore, an end-of-concert ritual, is always highly appreciated by the audience. In a way, through them the listener gets to know the artist a little better, as encore choices reveal taste and personality. Thus, pianist Tristan Pfaff interprets above all pieces he loves: from the Baroque era of Bach to music of the 20th century by Prokofiev and Kabalevsky, a very broad musical horizon is proposed. Popular song is also present with Gershwin’s ‘The man I love’, in its piano version.

Aproveite!

René Denon

Tristan Pfaff na festa de pré-lançamento da postagem no PQP Bach Great Hall, vendo se aproximar um garçom com mais uma bandeja de bombonzinhos servidos durante o rega-bofes…

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Philip Glass (1937): Kronos Quartet performs Philip Glass

Na verdade, acho que Glass teve um bom começo como compositor e depois foi superado por vários outros minimalistas. E olha que só ponho na conta os norte-americanos! Neste momento de decadência artística, teve que encarar a realidade e atirou-se a uma série de projetos cinematográficos, operísticos, teatrais e de merchandising pessoal — principalmente o último — , sem nunca retornar à qualidade que tinha no início de sua carreira. Mas há quem goste. E quando gostam são agressivos e escabelados na defesa de um telhado de vidro.

Aqui ele se arrisca. Os Quartetos de Cordas são um gênero importante. Basta falar no que fizeram Bartók e Shostakovich na primeira e segunda metades do século XX. Mas Glass fracassa constrangedoramente.

De uma forma estranha, quartetos de cordas sempre funcionaram assim por compositores. Eu realmente não sei por que, mas é quase impossível ficar longe dele. É a maneira compositores do passado ter pensado e que não é menos verdadeiro para mim .

Philip Glass

KRONOS QUARTET performs PHILIP GLASS

STRING QUARTET No. 5 (1991)
1) I (1:11)
2) II (3:00)
3) III (5:28)
4) IV (4:38)
5) V (7:36)

STRING QUARTET No. 4 (Buczak) (1990)
6) I (7:54)
7) II (6:18)
8) III (8:38)

STRING QUARTET No. 2 (Company) (1983)
9) I (2:09)
10) II (1:34)
11) III (1:28)
12) IV (2:04)

STRING QUARTET No. 3 (Mishima) (1985)
13) 1957-Award Montage (3:27)
14) November 25-Ichigaya (1:19)
15) 1934-Grandmother and Kimitake (2:41)
16) 1962-Body Building (1:40)
17) Blood Oath (3:11)
18) Mishima/Closing (2:56)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

1995 Nonesuch Records
1 CD 9 79356-2

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PQP

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering (Kronos)

Kevin Volans nasceu em Pietermaritzburg, na África do Sul. Sua formação musical foi orientada na direção do classicismo europeu. Mais tarde, abraçou a vanguarda europeia. Inevitavelmente, porém, a África emergiu luminosa de suas composições. “A luz, as texturas, as cores e a paisagem africanas, além dos sons dos pássaros e os insetos são totalmente diferentes da Europa. É um ambiente mais ambiental do que cultural”, explica. “Você pode alternar as culturas como quiser, mas não posso negar o fundo ambiental de meu continente.”

Hunting: Gathering foi a segunda encomenda que lhe fez o Kronos Quartet. A primeira tinha sido a adaptação de White Man Sleeps para quarteto de cordas. A peça estreou em dezembro de 1987. É muito bonita. Gostei muito.

Kevin Volans (1949): Hunting: Gathering

Hunting: Gathering (1987)
Quarteto de Cordas Nº 2
1. (8:57)
2. (9:15)
3. (2:48)

KRONOS QUARTET
David Harrington, violin
John Sherba, violin
Hank Dutt, viola
Joan Jeanrenaud, cello

Elektra Nonesuch
1 CD DDD 7559-79253-2

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Kevin Volans

PQP

Witold Lutoslawski (1913 – 1994): String Quartet (Kronos)

Gosto tanto da música de Lutoslawski que chego a dizer que ele é meu compositor favorito; claro, ao lado de Messiaen. Tenho praticamente sua obra completa na cabeceira da minha cama. Destaco esse pequeno disco (23 minutos) com uma de suas obras mais importantes: o Quarteto de Cordas (1964). Obra que submete os músicos a certas liberdades de tempo, improvisações controladas, e quase total independência entre os instrumentos. Mas não se enganem Lutoslawski é extremamente preciso em suas composições. Um senhor metódico e disciplinado escrevendo música de natureza rebelde.

Outro destaque é o Kronos Quartet, músicos que estavam possuídos nesta gravação.

Faixas:

1. String Quartet: Introductory Movement
2. String Quartet: Main Movement

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CDF

Astor Piazzolla (1921-1992): Five Tango Sensations com Piazzolla e o Kronos Quartet

Os mais antigos aqui no PQP sabem da enorme admiração que tenho pelo trabalho do Kronos Quartet. Sinônimo de qualidade + ousadia, o Kronos realizou este disco com, nada mais nada menos, o próprio Piazzolla ao bandoneón.

Que relevância tem o tango atualmente? Muita, certamente. Talvez seja a música mais viva em nosso continente. Na Argentina a nova geração – ouvintes e músicos — estão envolvidos com o tango, enquanto que no Brasil, apesar das muito honrosas exceções, os jovens preferem o bate-estaca americano. Criativo e de alta intensidade emocional, tango é muito mais do que seus próprios clichês. E Astor Piazzolla foi o responsável por sua renovação e retomada.

Piazzolla trouxe ao tango influências tão diversas como a do jazz, a da música erudita e a da ópera italiana, tudo misturado no gênero Nuevo Tango. Piazzolla foi proibido, saiu da Argentina, foi vaiado e combatido, teve sua vida ameaçada em razão de seu desprezo pelo convencional, desafiou e despertou paixões. Mas foi enorme como Borges para a literatura.

Five Tango Sensations é sua segunda colaboração com o Kronos Quartet. A primeira, vou procurar por aí.

ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992)
Five Tango Sensations

1) Asleep (5:23)
2) Loving (6:10)
3) Anxiety (4:51)
4) Despertar (6:03)
5) Fear (4:00)

KRONOS QUARTET:
DAVID HARRINGTON, violin
JOHN SHERBA, violin
HANK DUTT, viola
JOAN JEANRENAUD, cello

ASTOR PIAZZOLLA, bandoneón

1991 Elektra Entertainment
1 CD DDD
9 79254-2

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PQP

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

Belíssimo CD do compositor erudito e baixista inglês Gavin Bryars. Ele utiliza instrumentos de cordas — como duas violas e um violoncelo — mais a guitarra de Bill Frisell e seu baixo para criar sonoridades únicas. A peça que mais gosto neste CD — Alegrasco — flerta com o jazz ao ser escrita para quatro saxofones, clarinete, cordas e guitarra. As peças Alaric I or II e a citada Alegrasco são estupendas. Ele segue estritamente a receita de Steve Reich para o futuro da música erudita:

Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.

Steve Reich

Ou seja, ele dialoga com vários estilos e sonoridades. Usa improvisação, minimalismo, música experimental e neoclassicismo. Gavin Bryars, nascido em 1943, estudou filosofia e só depois música. Seu próximo CD a ser postado por mim chama-se, sintomaticamente, Farewell to Philosophy.

Grande CD de um compositor pouco divulgado.

Gavin Bryars (1943): After the Requiem (Gavin Bryars Ensemble + Bill Frisell + Balanescu Quartet + Saxophone Quartet)

1 After The Requiem
Cello – Tony Hinnigan
Electric Guitar – Bill Frisell
Viola – Alexander Balanescu, Kate Musker
15:48

2 The Old Tower Of Löbenicht
Bass – Gavin Bryars
Bass Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Tenor Horn, Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
16:00

3 Alaric I Or II
Alto Saxophone – Ray Warleigh
Baritone Saxophone – Julian Argüelles
Soprano Saxophone – Evan Parker, Stan Sulzmann
15:15

4 Allegrasco
Bass – Gavin Bryars
Clarinet – Roger Heaton
Electric Guitar – Bill Frisell
Percussion – Martin Allen, Simon Limbrick
Piano – Dave Smith (3)
Violin – Alexander Balanescu
19:46

Gavin Bryars Ensemble
Bill Frisell
members of the Balanescu Quartet,
saxophone quartet: Evan Parker, Stan Sulzmann, Ray Warleigh, Julian Argüelles

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Bryars veio até a gráfica expressa do PQP Bach tirar umas cópias.

PQP

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Em primeiro lugar, dirijo-me aos neófitos: trata-se de música do século XX, o que pressupõe que o ouvinte conhece e gosta de música atonal, de dissonâncias, de ambientes tensos, e não procura linha melódica… Os devotos exclusivos de Mozart ou Haydn, em termos de quartetos de cordas, correm o risco de se assustarem… Por outro lado, os aventureiros correm o risco de se apaixonarem por este disco magnífico, magistral, com obras de grande intensidade e de interesse constante, que revela música profunda e soberba, no topo da sua arte, com o extraordinário Quarteto LaSalle, cuja discografia é infelizmente muito pequena.

Aqui temos um belíssimo quarteto de cordas de Lutoslawski de 1964, em dois movimentos; um de Penderecki de 1960, muito curto (menos de 7 minutos), num único movimento, muito denso, muito vivo, espetacular; um Prelúdio para quarteto de cordas de Toshiro Mayuzumi de 1961 (11 minutos), em um único movimento, e finalmente um quarteto de John Cage, de 1950, em 4 movimentos. São 4 obras, compostas ao longo de cerca de quinze anos, que dão um excelente panorama do que havia de bom naquela época, em vários estilos, com o Quarteto de Cage se destacando mais pela tendência de tocar sem vibrato e de fazer os instrumentos soarem como violas. É sem dúvida o menos denso, o menos tenso e, portanto, talvez o menos cativante, tendo Cage horror a efeitos dramáticos. O disco, no entanto, não contém fraquezas e tem o mérito de nos fazer mergulhar num estado de espírito refinado e numa atenção muito atenta com o som, o silêncio e os timbres das cordas. Quanto à interpretação, os Lasalle são de uma perfeição indescritível, pois sabem dar às pontuações toda a sua densidade, dando sentido aos mínimos detalhes. Estão claramente em osmose com a música, como estiveram com a de Ligeti, Webern ou Berg, que encontramos em outras gravações… Além disso, e para esse tipo de música isso não é um detalhe, a qualidade do som, embora com cerca de quarenta anos, são exemplares, com notável equilíbrio, especialmente nos quartetos de Lutoslawski, Penderecki e Mayuzumi (dezembro de 1967).

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Witold Lutosławski*– String Quartet (1964)
– 1. Introductory Movement 8:29
– 2. Main Movement 15:08

Krzysztof Penderecki– Quartetto Per Archi (1960) 6:56

Toshirō Mayuzumi*– Prelude For String Quartet (1961) 11:03

John Cage– String Quartet In Four Parts (1950)
– 1. Quietly Flowing Along 4:16
– 2. Slowly Rocking 4:55
– 3. Nearly Stationary 10:36
– 4. Quodlibet 1:33

LaSalle Quartet

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A persistência da memória (1931), de Salvador Dali.

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J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão e Cravo transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão e Cravo transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Alio modo é uma expressão latina que significa apenas de outro modo. Sim, e é de outro modo que ouvimos essas excelentes peças para órgão e teclado de Bach. Este CD é uma joia do Fretwork. Eles têm produzido gravações excelentes há quase 30 anos, e esta está entre as melhores  — apesar de não ser um CD para neófitos, creio. Como disse antes, o repertório aqui apresentado é um programa de transcrições de algumas obras para teclado de Bach, algumas para órgão e outras para cravo. As transcrições para três, quatro e cinco violas foram feitas por Richard Boothby e funcionam muito bem. O próprio Bach era um reciclador e transcritor inveterado, então a transcrição faz parte da linguagem do próprio compositor, mesmo que um conjunto de violas não seja algo para o qual o próprio Bach teria composto. As peças de órgão, especialmente, dão a mim uma sensação de extrema naturalidade e coerência. A versão da Passacaglia é belíssima, para se ouvir de joelhos. A execução é, como sempre, brilhante. Os Fretwork são um conjunto de técnica soberba e têm um magnífico som. Eles trazem significado real a cada peça deste programa bastante variado.

J. S. Bach (1685-1750): Alio Modo – Obras para Órgão transcritas para “consort of viols” (Fretwork)

1 Pièce D’Orgue In G Major BWV 572 5:44
2 Wenn Wir In Höchsten Nöten Sein BWV 641 1:54
3 Prelude & Fugue XVI In G Minor BWV 885 4:45
4 Passacaglia In C Minor BWV 582 11:15
5 Kyrie, Gott Vater In Ewigkeit 0:55
6 Christe, Aller Welt Trost 1:32
7 Kyrie, Gott Heiliger Geist BWV 671 4:41
8 Die Sind Die Heiligen Zehen Gebot BWV 678 4:01
9 Dies Sind Die Heiligen (Alio Modo) BWV 679 1:54
10 Prelude & Fugue XXII In A Minor BWV 867 5:03
11 Aus Tiefer Not Schrei Ich Zu Dir BWV 686 4:38
12 Fugue In E Flat Major, “St. Anne” BWV 552.2 6:34
13 Vor Deinen Thron Tret Ich Hiermit BWV 668 4:31
14 Prelude & Fugue XI In F Major BWV 880 5:36
15 Wir Gläuben All An Einen Gott BWV 680 2:42
16 Fugue IV I D Minor BWV 849 3:27
17 The Musical Offering : Ricercar BWV 1079 6:52
18 Canon Triplex BWV 1076 1:09

Fretwork:
Richard Boothby, Richard Campbell, Wendy Gillespie, Julia Hodgson, William Hunt, Susanna Pell

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O grupo sueco ABBA, é claro

PQP