Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphony No.5 in C minor, Op.67, Robert Schumann – Symphony No.3 In E Flat, Op.97 – Rhenish – Giulini, LAPO

41PQMW6EW1LJá fazia algum tempo que a Quinta Sinfonia de Beethoven não aparecia por aqui. O que é uma pena, convenhamos. A temos em tão alto grau de estima e a sabemos de cor, tudo bem, mas faz bem ao espírito ouvir o tchatchatchatchan. Ela faz parte de nossa vida, está embrenhada em nossa cabeça de tal forma que não há como nos desvencilharmos dela. E nem queremos também.
Para suprir essa falta que ela nos faz, trago uma versão diferente das demais, ao menos para mim. O maestro Carlo Maria Giulini é o destaque desta versão regendo a Filarmônica de Los Angeles.
A outra obra desse cd no mínimo diferente, devido a escolha do repertório, é a Terceira Sinfonia de Schumann, conhecida com Renana. Adoro seu primeiro movimento, ele é de uma beleza ímpar, com uma linha melódica tipicamente romântica, que amplia nossos sentidos. Uma verdeira obra prima.

01 – Beethoven – Symphony No.5 in C minor, Op.67 – 1. Allegro con brio
02 – 2. Andante con moto
03 – 3. Allegro
04 – 4. Allegro
05 – Schumann – Symphony No.3 In E Flat, Op.97 – Rhenish – 1. Lebhaft
06 – 2. Scherzo (Sehr mäßig)
07 – 3. Nicht schnell
08 – 4. Feierlich
09 – 5. Lebhaft

Los Angeles Philharmonic Orchestra
Carlo Maria Giulini – Conductor

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Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 / Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 / Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Pois é, posso dizer algo que parece louco? Esta gravação de Chang e Pappano vence o clássico registro de Rostropovich e Ozawa. Antes que você comece a espernear me chamando de insensato, não custa dar uma espreitadinha no CD deste post, um verdadeiro milagre. Com isso, não digo que Chang seja uma violoncelista nem um ser humano maior do que o lendário russo, apenas digo que ela, anos depois, venceu-o num terreno inusitado, onde Rostrô é Rei: o da esplêndida Sinfonia Concertante de Prokofiev. É uma pena, gente, mas a fila anda e nossas certezas vão embora como lágrimas na chuva.

Han-na Chang
Han-na Chang com seu violoncelo

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 / Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119

Sinfonia concertante, Op.125
1. I. Andante 10:07
2. II. Allegro giusto 16:46
3. III. Andante con moto 10:08

Cello Sonata, Op.119
4. I. Andante grave – Moderato animato – Andante grave, come prima – Allegro animato 11:40
5. II. Moderato – Andante dolce – Moderato primo 4:48
6. III. Allegro, ma non troppo – Andantino – Allegro, ma non troppo 8:09

Han-Na Chang, violoncelo
London Symphony Orchestra
Antonio Pappano, regência e piano

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E a coreana ainda rege!
E a coreana ainda rege!

PQP

Luigi Boccherini (1743-1805) – Cello Concertos vol. 2 – Tim Hugh, SCO, Halstead

61OsXFH5EwL._SL1087_Com o perdão do atraso, eis aí o segundo volume desta bela série do violoncelista inglês Tim Hugh interpretando as obras de Boccherini. Lindas melodias, exploradas com maestria pelo solista, com discreta porém eficiente parceria da ótima Scottish Chamber Orchestra dirigida por Anthony Halstead.
Gosto muito desse período de transição na história da música. Lembremos que quando Boccherini nasceu dois dos maiores compositores de todos os tempos ainda viviam, Bach e Haendel, sem esquecermos de Telemann e VIvaldi, para citar alguns. O ambiente musical então era riquíssimo.
Duas curiosidades sobre o cellista Tim Hugh: ele foi alunos de duas lendas do instrumento, Aldo Parisot e Jacqueline Du Pré. E além de músico também é médico.
Mas vamos ao que viemos, pois o tempo urge.

P.S. Infelizmente não tenho o terceiro CD da coleção. Aceitamos contribuições.

01 – Cello Concerto in E flat major, G. 474- Allegro con spirito
02 – Cello Concerto in E flat major, G. 474- Larghetto
03 – Cello Concerto in E flat major, G. 474- Rondo-Comodo assai-Rondo
04 – Cello Concerto in A major, G. 475- No. 1, Allegro
05 – Cello Concerto in A major, G. 475- No. 2, Adagio
06 – Cello Concerto in A major, G. 475- No. 3, Allegro
07 – Cello Concerto in D major, G. 476- No. 1, Allegro
08 – Cello Concerto in D major, G. 476- No. 2, Adagio
09 – Cello Concerto in D major, G. 476- No. 3, Allegro

Tim Hugh – Cello
Scottish Chamber Orchestra
Anthony Halstead – Conductor

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Sonatas for Violin & Harpsichord – Carmignola, Marcon

FrontNa certeza de que este CD já havia sido postado, deixei-o de lado nos últimos meses. Mas para minha surpresa, na verdade ele nunca apareceu cá pelas bandas do PQPBach. O que é uma boa notícia, afinal trata-se de dois estupendos músicos, especialistas no repertório barroco, encarando a obra de nosso Johann Sebastian.

Estas sonatas já apareceram por aqui em outras ocasiões, com outros intérpretes tão competentes quanto Carmignola / Marcon. Então por que estou as trazendo novamente? Simples, porque nós do PQPBach somos como caçadores do Santo Graal das gravações, gostamos de ouvir todas as possibilidades possíveis dentro da infindável variedade de possibilidades existentes no mercado. Não sei porque adquirimos esse vício, pertencemos àquele restrito mundo de metidos que enche a boca para dizer que prefere Rachel Podger tocando Bach à Viktoria Mullova, que as gravações históricas são superiores àquelas feitas pelas grandes orquestras, que citam nomes complicados como Harnoncourt ou Leonhardt … enquanto isso, 99,9% da população mundial não entende patavina do que estamos falando.
Então talvez seja para mostrar o porque preferimos Podger à Mullova, ou até mesmo ao Carmignola, que trazemos esses cds. Assim os senhores podem entender um pouco mais do que estou falando.
Ah, sim, tratam-se de dois cds absolutamente IM-PER-DÍ-VEIS !!

CD 1

01. Sonata No.1 in B minor for Violin and Harpsichord, BWV 1014  I. Adagio
02. II. Allegro
03. III. Andante
04. IV. Allegro
05. Sonata No.2 in A major for Violin and Harpsichord, BWV 1015  I. (Dolce)
06. II. Allegro
07. III. Andante un poco
08. IV. Presto
09. Sonata No.3 in E major for Violin and Harpsichord, BWV 1016  I. Adagio
10. II. Allegro
11. III. Adagio ma non tanto
12. IV. Allegro

CD 2

01. Sonata No.4 in C minor for Violin and Harpsichord, BWV 1017  I. Largo
02. II. Allegro
03. III. Adagio
04.  IV. Allegro
05. Sonata No.5 in F minor for Violin and Harpsichord, BWV 1018  I. Largo
06. II. Allegro
07. III. Adagio
08. IV. Vivace
09. Sonata No.6 in G major for Violin and Harpsichord, BWV 1019  I. Allegro
10. II. Largo
11. III. Allegro (harpsichord solo)
12. IV. Adagio
13. V. Allegro

Giuliano Carmignola – Violin
Andrea Marcon – Harpsichord

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Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847): Violin Concerto in E minor, Op. 64 / Violin Concerto in D minor

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847): Violin Concerto in E minor, Op. 64 / Violin Concerto in D minor

Fazia algum tempo que este concerto de Mendelssohn não aparecia por aqui, por isso resolvi trazê-lo, neste belo CD de nossa musa Viktoria Mullova, gravado em 1991, com a Academy of St. Martin in the Fields, dirigido pelo eterno Neville Marriner. Um CD impecável, ainda mais com este trio em ação.

Mullova gravou este mesmo concerto em outra ocasião, em 2005, se não estou enganado, com o Gardiner e seu conjunto Orchestre Revolutionnaire et Romantique, mas prefiro esta versão que ora vos trago, que traz uma Mullova mais jovem e solta. Sei lá. Vá entender o gosto dos outros. A outra obra é o não tão conhecido Concerto em D Minor, concerto que tem poucas gravações.

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847):
Violin Concerto in E minor, Op. 64 / Violin Concerto in D minor

01 – Violin Concerto in E minor, Op. 64_ I. Allegro molto appassionato
02 – Violin Concerto in E minor, Op. 64_ II. Andante
03 – Violin Concerto in E minor, Op. 64_ III. Allegretto non troppo – Allegro molto

04 – Violin Concerto in D minor_ I. Allegro molto
05 – Violin Concerto in D minor_ II. Andante
06 – Violin Concerto in D minor_ III. Allegro

Viktoria Mullova – Violin
Academy of St Martin in the Fields
Sir Neville Marriner – Conductor

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Tantas histórias para contar a teu respeito, Mullova...
Tantas histórias para contar a teu respeito, Mullova…

FDPBach

Dmitri Shostakovich – Complete Symphonies – CD 4 de 11 – Symphony No. 7 in C major, Op. 60 ‘Leningrad’ – Kondrashin, MPSO

CD4 (1)O quarto CD dessa incrível caixa traz a imensa Sétima Sinfonia, talvez a mais polêmica obra do compositor. Maiores detalhes sugiro postagens anteriores do mano PQPBach, este sim um especialista na vida e obra de Shostakovich.

01. Symphony No. 7 in C major, Op. 60 ‘Leningrad’ I. Allegretto
02. Symphony No. 7 in C major, Op. 60 ‘Leningrad’ II. Moderato (Poco allegretto)
03. Symphony No. 7 in C major, Op. 60 ‘Leningrad’ III. Adagio
04. Symphony No. 7 in C major, Op. 60 ‘Leningrad’ IV. Allegro non troppo

Moscow Philharmonic Symphony Orchestra
Kiril Kondrashin – Conductor

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Dmitri Shostakovich – The Complete Symphonies – CD 3 de 11 – Symphony No. 5 in D minor, Op. 47, Symphony No. 6 in B minor, Op. 54 – Kondrashin, MPSO

CD3 (1)Talvez pelo fato de ter sido a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi na minha vida,  e umas três décadas, ou talvez por ser a mais popular e de mais fácil assimilação, a Quinta Sinfonia é a que mais gosto. Shosta não é um compositor de fácil compreensão em um primeiro contato. Você precisa acostumar os ouvidos, e esperar que o condutor também ajude nesse processo. E como nestas gravações que ora vos trago a condução está ao cargo de Kirill Kondrashin fica tudo mais fácil e até divertido. O lendário maestro foi um dos regentes favoritos do próprio Shostakovich, inclusive eram amigos próximos.

01. Symphony No. 5 in D minor, Op. 47 I. Moderato
02. Symphony No. 5 in D minor, Op. 47 II. Allegretto
03. Symphony No. 5 in D minor, Op. 47 III. Largo
04. Symphony No. 5 in D minor, Op. 47 IV. Allegro non troppo
05. Symphony No. 6 in B minor, Op. 54 I. Largo
06. Symphony No. 6 in B minor, Op. 54 II. Allegro
07. Symphony No. 6 in B minor, Op. 54 III. Presto

Moscow Philharmonic Symphony Orchestra
Kirill Kondrashin – Conductor

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Complete Symphonies, CD 2 de 11 – Symphony No. 4 in C minor, Op. 43 – Kondrashin, MPSO

CD2 (1)Estivemos no meio de uma enxurrada de postagens de Mozart, e agora temos uma enxurrada de Shostakovichs. Mas não creio que alguém vai reclamar. Estas gravações que ora vos trago são históricas, gravadas no apogeu da Guerra Fria. Esqueçam Haitink, Barshai, e não sei mais quem. Kirill Kondrashin é o nome do cara. Sim, claro que estou exagerando, o ideal é deixar todas estas gravações juntas, para serem analisadas, comparadas, etc. Ouvi-las à exaustão, para melhor indentificarem as diferenças de leitura de cada um destes grandes maestros.
E vamos ao que viemos.

01. Symphony No. 4 in C minor, Op. 43 I. Allegretto poco moderato
02. Symphony No. 4 in C minor, Op. 43 II. Moderato con moto
03. Symphony No. 4 in C minor, Op. 43 III. Largo
04. October, Symphonic Poem, Op. 131

Moscow Philharmonics Symphony Orchestra
Kirill Kondrashin – Conductor

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W. A. Mozart (1756-1791): Os Maiores Concertos para Piano (mesmo?)

W. A. Mozart (1756-1791): Os Maiores Concertos para Piano (mesmo?)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Friedrich Gulda disse numa entrevista que queria morrer no dia do aniversário de seu compositor predileto, Mozart. Conseguiu o feito; e aparentemente sem provocá-lo! Morreu em 27 de janeiro de 2000. Mas este não é o maior milagre de Gulda. O pianista não era nada ortodoxo e demonstrava um enorme desprezo pelas autoridades da Academia de Viena e outras. Uma vez foi-lhe oferecido o prêmio “Beethoven Ring”, pelas suas interpretações do compositor, mas o prêmio foi recusado por Gulda. Além disso, ele gravou um disco de jazz com Chick Corea, escreveu um Prelúdio e Fuga em ritmo de jazz que foi interpertado por Emerson, Lake & Palmer, compôs Variações sobre Light My Fire, de The Doors. Também gravou standards do jazz no álbum As You Like It.

Mas nem só de estrepolias é feito o austríaco. Ele foi profe de Martha Argerich e Claudio Abbado e é com seu pupilo que realizou estas gravações seminais dos maiores concertos de Mozart. Eu concordo com a escolha. Quem não gostar dela que reclame nos comentários. Sera inútil mas pode ser divertido. Talvez eu me irrite se começarem a citar concertos mais jovens. Aliás, já estou ficando meio puto. Vão se fuder.

Mozart: Maiores Concertos para Piano

1. Concerto No.20 In D Minor, K 466 / Allegro
2. Concerto No.20 In D Minor, K 466 / Romance
3. Concerto No.20 In D Minor, K 466 / Rondo

4. Concerto No.21 In C Major, K.467 / Allegro
5. Concerto No.21 In C Major, K.467 / Andante
6. Concerto No.21 In C Major, K.467 / Allegro Vivace

7. Concerto No.25 In C Flat Major, K.503 / Allegro Maestoso
8. Concerto No.25 In C Flat Major, K.503 / Andante
9. Concerto No.25 In C Flat Major, K.503 / Allegretto

10. Concerto No.27 In B Flat Major, K.595 / Allegro
11. Concerto No.27 In B Flat Major, K.595 / Larghetto
12. Concerto No.27 In B Flat Major, K.595 / Allegro

Friedrich Gulda, Piano
Vienna Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado, Conductor

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Gulda e Abbado, dupla perfeita para a serena ousadia mozartiana
Gulda e Abbado, dupla perfeita para a serena ousadia mozartiana

PQP

Antonin Dvorak – Cello Concerto in B Minor, op .104, Robert Schumann – Cello Concerto, op. 129 – Janos Starker, Slatkin,

img062Alguém pediu dia desses o Concerto para Cello de Schumann com o Janos Starker? Acho que sim. Se não pediram essa versão, lamento, foi apenas essa versão que achei na minha bagunça. mas independentemente disso, Janos Starker foi um dos grandes violoncelistas do século XX, e sua profunda sensibilidade faz destas duas gravações, tanto do Schumann quanto do Dvorák, momentos de grande beleza, profundidade e delicadeza.
Sei que ando bem displicente com minhas postagens, mas a correria do dia a dia tem me afastado cada vez mais do blog, já expliquei a situação pros meus colegas. As coisas então tem de seguir aos trancos e barrancos.

01 – Dvorák Op.104 I. Allegro
02 – II. Adagio ma non troppo
03 – III. Allegro moderato

Janos Starker – Cello
Saint Louis Symphony Orchestra
Leonard Slatkin – Conductor

04 – Schumann, op. 128 I. Nicht zu schnell
05 – II. Langsam
06 – III. Sehr lebhaft

Janos Starker – Cello
Bamberger Symphoniker
Denis Russel Davis – Conductor

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Mozart (1756-1791): Piano Sonata Nº 8 in A Minor, K.310 / Berg (1885-1935): Piano Sonata op. 1 / Liszt (1811-1886): Piano Sonata in B Minor S. 178 / Bartók (1881-1945): Romanian Folk Dances BB 68

Mozart (1756-1791): Piano Sonata Nº 8 in A Minor, K.310 / Berg (1885-1935): Piano Sonata op. 1 / Liszt (1811-1886): Piano Sonata in B Minor S. 178 / Bartók (1881-1945): Romanian Folk Dances BB 68

IM-PER-DÍ-VEL!!!

Se eu já era fã da Hélène Grimaud, a cada novo CD seu me torno ainda mais fã. E não apenas por sua beleza estonteante, mas principalmente pelo seu enorme talento, que a cada novo cd se solidifica cada vez mais.

Os grandes intérpretes, aqueles que efetivamente tem talento, não temem ousar. Avançam fronteiras, quebram paradigmas, enfim, ousam. Não se importam se alguns poucos “entendidos” torçam o nariz, e considerem de menor valor ou importância. Continuam ousando. Isso marca sua carreira e sua personalidade se impôe.
Quando vi este cd pela primeira vez não tinha como não me surpreender: Mozart, Berg, Liszt e Bártok, tudo isso junto ? Será que a bela e talentosa Hélène Grimaud surtou de vez ? Mas lendo o texto que consta no verso da capa do cd acho que entendi a sua proposta: a eterna contraposição emoção x razão (voltarei à esta questão logo, logo, numa outra série de postagens). Se suas escolhas de repertório foram adequadas não cabe aqui discutir. Mas não dá para tirar o mérito da empreitada. A forte carga dramática que impõe em sua leitura da conhecidíssima Sonata K. 310 de Mozart pode não agradar à alguns puristas (felizmente não sou um deles), mas é por demais emocionante, vide o segundo movimento, um Andante Cantabile maravilhosamente interpretado. Viciado que fui durante muitos anos na leitura seca e pragmática destas obras, por vezes soando quase cômica, de Glenn Gould, ao ouvir Grimaud tocando esta sonata sinto-me tão feliz por ouvir Mozart sob essa ótica! Um comentarista da amazon considera esta leitura de Grimaud da sonata de Mozart “beethoveniana” em sua essência, como se ela estivesse tocando, por exemplo, a Sonata “Tempestade” do gênio de Bonn. Vendo por este prisma, até podemos concordar.

Depois de uma leitura beirando a perfeição da complexa Sonata op. 1 de Berg, temos o grande “tour de force” do CD: A Sonata em Si Menor De Liszt, uma das maiores peças já escritas para o instrumento, que exige do pianista um virtuosismo absurdo. Mas Grimaud já é suficientemente madura para encarar a empreitada. E o virtuosismo é o seu principal trunfo. Ela se impõe ao instrumento e à obra, e não se deixa engolir pelas diversas armadilhas escondidas em seus longos trinta minutos de duração. Não sou músico mas não duvido que após encarar um “tour de force” destes, o intérprete sinta-se esgotado fisica e emocionalmente. A carga dramática é intensa e constante, e a quantidade de notas que Liszt colocou no papel podem soar desnecessárias, mas ali estão e exigem do pianista total concentração. E para quem já viu uma apresentação de Grimaud pelo menos em um vídeo do Youtube, sabe que sua entrega é total.

O CD se completa com algumas peças deliciosas de Bartók, baseadas no folclore romeno.

Ah, preciso dizer que se trata de um CD IM-PER-DÍ-VEL ?

P.S. Um grande amigo do blog, o Milton Ribeiro, se gabava há um tempo atrás de que iria a Paris e Londres, e teria a oportunidade de assistir à um recital da francesinha. Conseguistes assistir, Milton? Estou curioso para saber… e creio que os outros colegas do blog também.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Sonata nº8 in A Minor, K.310 – Alban Berg (1885-1935) – Piano Sonata op. 1 – Franz Liszt (1811-1886) – Piano Sonata in B Minor S. 178 – Béla Bartók (1881-1945) – Romanian Folk Dances BB 68

01. Mozart – Piano Sonata No.8 in A minor K. 310 – I. Allegro maestoso
02. Mozart – Piano Sonata No.8 in A minor K. 310 – II. Adante cantabile con espressione
03. Mozart – Piano Sonata No.8 in A minor K. 310 – III. Presto
04. Berg – Piano Sonata Op.1
05. Liszt – Piano Sonata in B minor S 178
06. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Joc cu bata. Allegro moderato
07. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Braul. Allegro
08. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Pe loc. Andante
09. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Buciumeana. Moderato
10. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Poarga romaneasca. Allegro
11. Bartok – Roman nepi tancok BB 68 – Maruntel. Allegro

Hélène Grimaud, Piano

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helene grimaud pianist

FDPBach

Claudio Monteverdi (1567-1643): Madrigais — Livros 4 e 5

Claudio Monteverdi (1567-1643): Madrigais — Livros 4 e 5

Este disco é uma grande realização artística. Vocês não podem imaginar o que canta esta turma do Anthony Rooley. Especialmente Emma Kirkby dá um show nessas canções do nosso inventor da ópera. Creio que os pequenos madrigais de Monteverdi jamais receberam tratamento tão luxuoso, tão sensível. Porém, para o gosto estragado de PQP Bach, dez minutos dos madrigais de Monteverdi servem para que ele caia irremediavelmente nos braços de Morfeu. Então, ele ouviu o CD em várias sessões curtas. E sempre dormiu embalado e apaixonado por vozes celestiais.

Claudio Monteverdi (1567-1643): Madrigais — Livros 4 e 5

CD 1
1. Book 4, SV 75-93: 1. Ah dolente partita!
2. Book 4, SV 75-93: 2. Cor mio, mentre vi miro
3. Book 4, SV 75-93: 3. Cor mio, non mori?
4. Book 4, SV 75-93: 4. Sfogava con le stelle
5. Book 4, SV 75-93: 5. Volgea l’anima mia
6. Book 4, SV 75-93: 6. Anima mia perdona. Prima parte
7. Book 4, SV 75-93: 7. Che se tu se’il cor mio. Seconda parte
8. Book 4, SV 75-93: 8. Luci serene e chiare
9. Book 4, SV 75-93: 9. La piaga c’ho nel core
10. Book 4, SV 75-93: 10. Voi pur da me partite
11. Book 4, SV 75-93: 11. A un giro sol de’ begl’occhi
12. Book 4, SV 75-93: 12. Ohimè, se tanto amate
13. Book 4, SV 75-93: 13. “Io mi son giovinetta”
14. Book 4, SV 75-93: 14. Quel augellin che canta
15. Book 4, SV 75-93: 15. Non più guerra pietate
16. Book 4, SV 75-93: 16. Sì ch’io vorrei morire
17. Book 4, SV 75-93: 17. Anima dolorosa
18. Book 4, SV 75-93: 18. Anima del cor mio
19. Book 4, SV 75-93: 19. Longe da te cor mio
20. Book 4, SV 75-93: 20. Piagn’ e sospira
21. Con che soavità, labbra odorate (from Book 7), SV 139
22. Mentre vaga Angioletta ogn’anima gentil cantando alletta (from Book 8), SV 157
23. Tempro la cetra (from Book 7), SV 117

CD 2
24. Book 5, SV 94-106: 1. Cruda Amarilli
25. Book 5, SV 94-106: 2. O Mirtillo, Mirtill’, anima mia
26. Book 5, SV 94-106: 3. Era l’anima mia
27. Book 5, SV 94-106: 4. Ecco, Silvio
28. Book 5, SV 94-106: 5. Ma se con la pietà
29. Book 5, SV 94-106: 6. Dorinda, ah! dirò
30. Book 5, SV 94-106: 7. Ecco, piegando
31. Book 5, SV 94-106: 8. Ferir quel petto
32. Book 5, SV 94-106: 9. Ch’io t’ami
33. Book 5, SV 94-106: 10. Deh! Bella e cara
34. Book 5, SV 94-106: 11. Ma tu, più che mai dura
35. Book 5, SV 94-106: 12. Che dar più vi poss’io
36. Book 5, SV 94-106: 13. M’è più dolce il penar
37. Book 5, SV 94-106: 14. Ahi, come a un vago sol
38. Book 5, SV 94-106: 15. Troppo ben può
39. Book 5, SV 94-106: 16. Amor, se giusto sei
40. Book 5, SV 94-106: 17. “T’amo mia vita!”
41. Book 5, SV 94-106: 18. E così a poc’ a poco
42. Book 5, SV 94-106: 19. Questi vaghi concenti
43. Ogni amante è guerrier (from Book 8), SV 151

Emma Kirkby, Poppy Holden, Evelyn Tubb (sopranos)
Cathy Cass, Mary Nichols (altos)
Joseph Cornwell, Paul Elliott, Andrew Lawrence-King (tenors)
Richard Wistreich, John Milne, David Thomas (basses)

The Consort of Musicke – Anthony Rooley (cond.)

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Monteverdi
Monteverdi: o importante é que ele não era apenas um rostinho… Deixa pra lá!

PQP

Dmitri Shostakovich: Complete Symphonies – CD 1 de 11 – Symphonies nº 1, 2 e 3 – Kiril Kondrashin

Box FrontAinda não estou acreditando que essa espetacular coleção das sinfonias de Shostakovich com o seu principal regente, Kiril Kondrashin nunca foi postada, afinal temos um especialista em Shostakovich entre o grupo, nosso mentor PQPBach, que conhece a fundo a vida e a obra do compositor.

Enfim, estou tão ansioso em começar a postar essa série, que o estou fazendo alguns minutos antes de ir tomar banho para ir trabalhar, ouvindo a genial Quarta Sinfonia. Normalmente o faço quando tenho tempo disponível, o que definitivamente não é o caso nesse momento.

Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa. Neste primeiro momento temos a 1ª a 2ª e a 3ª Sinfonias.

Dmitri Shostakovich – Complete Symphonies – CD 1 de 11 – Symphonies nº 1, 2 e 3 – Kiril Kondrashin

01. Symphony No. 1 in F minor, Op. 10 I. Allegretto – Allegro non troppo
02. Symphony No. 1 in F minor, Op. 10 II. Allegro
03. Symphony No. 1 in F minor, Op. 10 III. Lento
04. Symphony No. 1 in F minor, Op. 10 IV. Allegro molto
05. Symphony No. 2 in B major, Op. 14 ‘To October’
06. Symphony No. 3 in E-flat major, Op. 20 ‘The First of May’ Allegretto

Moscow Philharmonics Symphony Orchestra
Russian State Choral Chapel
Kirill Kondrashin

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FDP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): The Mozart Album – Lang Lang, Harnoncourt, Wiener Philharmoniker

folderDefinitivamente esta não é a melhor versão destas obras de Mozart. Mas em respeito a Nikolaus Harnoncourt, faço questão de mostrar aos senhores como se toca Mozart com outra visão, outro olhar, mais romântico, eu diria. Porque definitivamente, Lang Lang toca Mozart como se fosse um compositor do romantismo.

Vou deixar ao critério dos senhores a crítica que poderia ser feita a esse cd duplo. Sugiro que antes ouçam o cd da Maria João Pires postado acima, em que ela toca esse mesmo concerto de nº 24.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): The Mozart Album –
Lang Lang, Harnoncourt, Wiener Philharmoniker

CD 1
01. Mozart – Piano Concerto No. 24 in C minor – I. Allegro
02. Mozart – Piano Concerto No. 24 in C minor – II. Larghetto
03. Mozart – Piano Concerto No. 24 in C minor – III. Allegretto
04. Mozart – Piano Concerto No. 17 in G major – I. Allegro
05. Mozart – Piano Concerto No. 17 in G major – II. Andante
06. Mozart – Piano Concerto No. 17 in G major – III. Allegretto – Finale. Presto

CD 2
01. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 5 in G major – I. Allegro
02. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 5 in G major – II. Andante
03. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 5 in G major – III. Presto
04. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 4 in E-Flat major – I. Adagio
05. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 4 in E-Flat major – II. Menuetto I – Menuetto II
06. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 4 in E-Flat major – III. Allegro
07. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 8 in A minor – I. Allegro Maestoso
08. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 8 in A minor – II. Andante cantabile con espressione
09. Lang Lang – Mozart – Piano Sonata N. 8 in A minor – III. Presto
10. Lang Lang – Mozart – March in C major
11. Lang Lang – Mozart – Piano Piece in F major
12. Lang Lang – Mozart – Allegro for Piano in F major
13. Lang Lang – Mozart – Rondo Alla Turca. Allegretto

Lang Lang – Piano
Wiener Philharmoniker
Nikolaus Harnoncourt

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Concertantes com Karl Böhm

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Concertantes com Karl Böhm

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Espetaculares gravações realizadas por Karl Böhm em Berlim nos anos de 1964 e 1966, republicadas pela DG em sua coleção The Originals. Realmente, registros a serem lembrados, apesar do som de qualidade apenas razoável e da concepção algo estranha a nossos ouvidos pós-revolucionários (falo da revolução dos instrumentos autênticos que virou tudo de ponta cabeça). Mas Böhm conhecia este repertório como ninguém, tinha na mão solistas e orquestra de primeira linha, tinha Mozart e sua espetacular Sinfonia Concertante K. 364 — uma das músicas mais admiradas por mim por sua enorme profundidade, principalmente de seu Andante — e o resultado foi digno de tudo isso, o que fez a DG repor o disco em seu catálogo.

Baita CD.

Mozart – Sinfonie Concertanti

1. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Allegro Maestoso
2. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Andante
3. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Presto

4. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Allegro
5. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Adagio
6. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Andantino convariazioni

Thomas Brandis
Giusto Cappone
Berliner Philharmoniker
Karl Böhm

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Karl Böhm: O vizinho que era muito melhor do que Karajan.
Karl Böhm: O vizinho que era muito melhor do que Karajan.

PQP

.: interlúdio :. Dizzie´s Big 4 – Dizzy Gillespie, Joe Pass, Ray Brown, Mickey Rocker

51vS7kD8scLComo é bom encontrar aquele cd antigo que há muito tempo você não ouvia e que depois de tanto tempo sem ouvi-lo descobre que continua atual !
Mas convenhamos: só Dizzy Gillespie já vale a audição, e o cara ainda monta um super grupo, com a participação do guitarrista Joe Pass, do baixista Ray Brown e do baterista Mickey Rocker… não poderia nunca dar errado. Já desde os primeiros instantes de Frelimo já sentimos que a coisa é muito sério. Dizzy foi um gênio no trompete, a sonoridade e o timbre único o diferenciavam imediatamente.
Recomendo muita paz e tranquilidade para a audição dessa pintura de disco. Estamos diante de quatro ícones do jazz que merecem toda a reverência. Abram uma garrafa de seu melhor vinho, sente-se em sua poltrona favorita e aprecie sem moderação (o disco, não o vinho).

01 – Frelimo
02 – Hurry Home
03 – Russian Lullaby
04 – Be Bop (Dizzy’s Fingers)
05 – Birk’s Works
06 – September Song
07 – Jitterbug Waltz
08 – Russian Lullaby (take 6, alternate) (bonus track)
09 – Jitterbug Waltz (take 3, alternate) (bonus track)

Dizzy Gilespie – Trumpet
Joe Pass – Guitar
Ray Brown – Bass
Mickey Rocker _ Drums

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Moritz Moszkowski (1854-1925): Piano Concerto in E major, Op. 59 / Ignacy Jan Paderewski (1860-1941): Piano Concerto in A Minor, op. 17 – Piers Lane, BBCSSO, Maksymiuk

Moszkowski & Paderewski Piano Concertos - ThumbEsse belo CD da Hyperion é uma prova de que não só de Chopin o piano romântico polonês viveu. A maior parte dos mortais jamais ouviu falar em Moszkowski e Paderewski, e não sabem o que estão perdendo.

A proposta do selo inglês Hyperion foi ousada, mas muito interessante: mostrar com esta coleção intitulada “The Romantic Piano Concerto” que existem diversas obras compostas para piano e orquestra tão belas e interessantes além daquelas tradicionais que estamos um tanto quanto cansados de ouvir, como o primeiro de Tchaikovsky, o de Grieg, o Segundo de Brahms, o Primeiro de Chopin, entre meia dúzia de alguns outros. A idéia é tentar aumentar o repertório dos solistas. Proposta louvável, diga-se de passagem.

Então, neste primeiro de alguns outros cds que pretendo trazer, temos Moszkowski, um alemão de origem polonesa, e Paderewski, outro polonês, que também esteve envolvido outras frentes, pois além de músico também era diplomata, como a causa nacionalista em seu país.

Garanto-lhes que vale a pena conhecer.

01 – [Moszkowski Op. 59] – I. Moderato
02 – [Moszkowski Op. 59] – II. Andante
03 – [Moszkowski Op. 59] – III. Scherzo – Vivace
04 – [Moszkowski Op. 59] – IV. Allegro deciso
05 – [Paderewski Op. 17] – I. Allegro
06 – [Paderewski Op. 17] – II. Romanza – Andante
07 – [Paderewski Op. 17] – III. Allegro molto vivace

Piers Lane – Piano
BBC Scotish Symphony Orchestra
Jerzy Maksymiuk – Condutor

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Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Quartet no.1 in G minor op.25, Ballades op10 – Emil Gilels, Amadeus Quartet

31WF6CF5ARLDia destes nosso precário SAC  recebeu uma solicitação de postagem deste genial quarteto brahmsiano e repassou ao grupo. Respondi que tinha mas não sabia onde estava (quem acompanha o blog sabe que há anos prometo que vou organizar melhor meu acervo, mas tá difícil). Porque hoje é feriado, resolvi fuçar um antigo HD externo para procurar alguma coisa para postar quando, de repente, não mais que de repente, encontro a famigerada, antológica e histórica gravaçáo do Amadeus Quartet com o sensacional pianista Emil Gilels deste bendito Quarteto para Piano, op. 25. Então aí está. Só tem fera nessa gravação, repito, antológica e histórica. É daqueles discos que devem estar sempre acessíveis, para aqueles momentos de solidão. Brahms, como poucos outros compositores, soube expressar as angústias existenciais do ser humano.
Mas chega de conversa de botequim, e vamos ao que viemos, afinal tenho um dia inteiro de feriado para aproveitar.

01. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 I. Allegro
02. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 II. Allegro ma non troppo
03. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 III. andante con moto
04. Johannes Brahms – Piano Quartet no.1 in G minor op.25 IV. Rondo alla Zingarese Presto
05. Johannes Brahms – Ballades op10 1. Andante
06. Johannes Brahms – Ballades op10 2. Andante
07. Johannes Brahms – Ballades op10 3. Intermezzo. Allegro
08. Johannes Brahms – Ballades op10 4.Andante con moto

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BACH PAI (1685-1750): integral dos MOTETOS – Camerata Antiqua de Curitiba / Roberto de Regina (1991)

JSBach Motetos CamerataCuritiba RobertoDeRegina CAPAPublicado originalmente em 13.08.2011

Vai pra quase 10 meses que o Monge Ranulfus reduziu drasticamente suas postagens aqui a quase zero por entrar numa fase de peregrinações que um dia há de arregar… mas por enquanto o máximo que começa a aparecer no horizonte é o fim da fase curitibana dessa peregrinação. E com isso veio a vontade de compartilhar algumas coisas garimpadas nesta fase – acima de tudo esta surpreendente integral dos Motetos do patrono maior do blog, gravada em 1991 e lançada em 1993, como parte das celebrações dos 300 anos da cidade.

Bem, o blog já tem outra integral dos motetos, postada pelo nosso Grão-Mestre-Fio-do-Véio em 07/12/2010, na Caixa 7 da série Bach 2000 – e com ninguém menos que Harnoncourt (gravação de 1980). Tem cabimento postar uma realização brasileira depois da de Harnoncourt?

Confesso que fui ouvir cheio dessa dúvida… e tive uma ótima surpresa. Não, não é Harnoncourt – nem deveria ser. Mas ouçam… e verão.

Eu não diria que todos os 64 minutos de música estão perfeitos – especificamente o início da faixa 2 (“Der Geist hilft”) me pareceu um pouco abaixo do restante, e se eu começasse por ali julgaria mal. Mas talvez seja principalmente pelo contraste com o finalzinho da faixa 1, que saiu tão nos trinques que acaba hipertrofiando nossas expectativas.

Mas não quero deixar uma impressão de condescendência – e pra isso digo apenas: o maior dos motetos, o monumental “Jesu Meine Freude”, está muito superior aqui – muito mais lindo – que nas minhas duas honoráveis gravações alemãs em vinil, dos anos 70.

E ainda, pra não dizer que não falei de texto, o encarte traz 9 páginas de comentários substanciosos às obras e a esta realização em particular – e o monge foi patet… ops, bonzinho o suficiente pra escaneá-lo, processá-lo e incluí-lo no pacote pra vocês.

Antes de passar à música, só mais uma observação – esta triste: este CD foi encontrado num sebo, perdido entre caqueiras. A tradicional livraria da fundação mantenedora foi fechada no início de 2010, e sequer na propagandeada sede própria existe a discografia completa da Camerata em arquivo. O custo de prensagem de CDs hoje é irrisório, qualquer turma de moleques de favela produz o seu; manter sempre em exposição e venda na sede alguns exemplares de cada item da discografia honraria o grupo e a cidade, e teria custo irrisório. Será que os responsáveis administrativos (não falo dos artísticos) não percebem o quanto fica feio esse descompasso entre a importância da realização acumulada desse grupo e o pouco respeito concreto que vem sendo mostrado por essa realização?

J.S. Bach: MOTETOS (integral) – Camerata Antiqua de Curitiba
Direção: Roberto de Regina – Gravado em 1991 – Editado em 1993

01 Singet dem Herrn ein neues Lied – BWV 225
[Cantai ao Senhor um cântico novo] – 12min46 (3 movimentos)
02 Der Geist hilft unser Schwachheit auf – BWV 226
[O Espírito ajuda em nossa fraqueza] – 07min52 (4 movimentos)
03 Jesu meine Freude – BWV 227
[Jesus minha alegria] – 20min07 (12 movimentos)
04 Fürchte dich nicht, ich bin bei dir – BWV 228
[Não temas, estou contigo] – 07min41 (seções encadeadas)
05 Komm, Jesu, komm – BWV 229
[Vem, Jesus, vem] – 09min33 (4 movimentos)
06 Lobet den Herrn, alle Heiden – BWV 230
[Louvai ao Senhor todos os pagãos] – 07min06 (seções encadeadas)

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Ranulfus

Erik Satie (1866-1925): 3 Gymnopedies e outras peças para piano

Erik Satie (1866-1925): 3 Gymnopedies e outras peças para piano

IM-PER-DÍ-VEL!!!

Este é um grande candidato a melhor CD da obra pianística de Satie. Com boa seleção de obras, fraseado perfeito — na medida certa, entre a melancolia, a fragilidade e a ironia típicas do compositor –, Pascal Rogé da um show nesta gravação clássica dos anos 80. As Gymnopedies e Gnossiennes de Rogé são ainda as melhores interpretações disponíveis. Ele tem o espírito de Erik Satie. O mesmo vale para os 4 Prelúdios Flácidos e para os Embriões Dissecados. São 62 minutos perfeitos, você não se arrependerá de conhecê-los.

Erik Satie (1866-1925): 3 Gymnopedies e outras peças para piano

1. Satie: 3 Gymnopédies – No.1 3:10
2. Satie: 3 Gymnopédies – No.2 2:32
3. Satie: 3 Gymnopédies – No.3 2:34
4. Satie: Je te veux 5:14
5. Satie: 4 Préludes flasques 5:21
6. Satie: Prélude en tapisserie 2:57
7. Satie: Nocturnes – 4. No.4 3:00
8. Satie: Vieux sequins et vieilles cuirasses 4:27
9. Satie: Embryons desséchés 6:13
10. Satie: Gnossiennes – No. 1 – Lent 3:44
11. Satie: Gnossiennes – No. 2 – Avec étonnement 2:34
12. Satie: Gnossiennes – No. 3 – Lent 3:13
13. Satie: Gnossiennes – No. 4 3:36
14. Satie: Gnossiennes – No. 5 4:07
15. Satie: Gnossiennes – No. 6 1:57
16. Satie: Sonatine bureaucratique 4:20
17. Satie: Le Piccadilly 1:39

Pascal Rogé, piano

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MP3 | 320 KBPS | 140 MB

Obrigado, Rogé!
Obrigado, Rogé!

PQP

Bach, Hindemith, C.Guarnieri, Fauré, Schubert e mais, na flauta & piano: dois recitais memoráveis

Duo Morozowicz 1 http://i30.tinypic.com/2vke3kg.jpgPublicado originalmente em 23.07.2010

Como vocês devem imaginar, escolhi vinis pelos quais tenho muito carinho para começar minha carreira de digitalizador amador – mas por estes dois o carinho é todo especial.

Tadeusz Morozowicz (pronunciado Morozóvitch) nasceu na Polônia em 1900, e em 1925 se instalou em Curitiba, onde dois anos depois fundaria o que se diz ter sido a segunda escola de balé do país.

Duo Morozowicz 2 http://i28.tinypic.com/6e3hv5.jpgNão sei se a escola foi mesmo a segunda, mas acho que Tadeusz realizou proeza maior: todos os três filhos foram leading figures da vida artística paranaense da segunda metade do século XX: Milena como coreógrafa, professora de dança, diretora de balé; Zbigniew Henrique como pianista, organista, compositor, professor formal e não formal com sua presença sempre questionadora e profunda; Norton, como flautista – aluno de ninguém menos que Aurèle Nicolet – e mais recentemente também como regente e diretor de festivais.

Henrique e Norton http://i27.tinypic.com/2w7274j.jpgAtuando em duo desde 1971, em 1975 Norton e Henrique resolveram transformar em disco um recital que haviam dado na Sala Cecília Meireles, no Rio. Gravadoras, como se sabe, sempre deram menos bola para qualidade que para a vendabilidade dos nomes; pouquíssimos músicos clássicos brasileiros eram gravados na época, sobretudo se não morassem no Rio. Sempre inventivo, Henrique lançou uma lista de venda antecipada – que tive o gosto de assinar -, e com isso levantou a verba para o primeiro destes discos. Com o segundo, três anos depois, não lembro os detalhes, mas também foi produção independente.

Quer dizer: a circulação destas gravações foi muito limitada até hoje – o que me parece um despropósito, dada a qualidade do material. Bom, pelo menos eu sinto assim. E é claro que, como frente a qualquer artista, pode-se discordar desta ou daquela opção – mas depois de ouvirem algumas vezes, duvido que vocês me digam que estou superestimando devido ao afeto por um professor marcante!

Ainda umas poucas observações: tenho certa preferência pela sonoridade do volume 2, onde Norton optou por menos vibrato e Henrique por menos staccato, mas isso não me impede de me deliciar com o volume 1, que começa com a singeleza das Pequenas Peças de Koechlin (que os franceses pronunciam Keklã, embora eu também já tenha ouvido Keshlã. Não conhecem? Bem, aluno de Fauré, professor de Poulenc e do português Lopes-Graça), passa pela consistência de Hindemith e pelo lirismo espantosamente ‘brasileiro’ da Fantasia de Fauré (para mim a faixa mais marcante), chegando a um final que, a despeito de minhas resistências a Bach no piano, me parece não menos que arrebatador.

Mas o ponto alto do conjunto me parecem ser as Variações de Schubert que ocupam todo um lado do volume 2 – e olhem que Schubert nem está entre meus compositores prediletos. Mas essa peça está, sim, entre as minhas prediletas, implantada que foi por ação desta dupla.

É preciso apontar ainda que em cada disco há uma seqüência de três pequenas peças de Henrique de Curitiba – ‘nome de compositor’ do pianista, adotado nos anos 50, ainda antes dos anos em Varsóvia, enquanto estudava com Koellreuter e Henry Jolles na Escola Livre de Música de São Paulo – junto com tantos nomes decisivos da nossa música, no geral bem mais velhos.

Renée Devrainne Frank foi a primeira professora de piano de Henrique. Nascida na França, emigrada para Curitiba com 9 anos, depois formada em Paris na escola de Alfred Cortot, Renée era casada com o flautista Jorge Frank e formava o Trio Paranaense com a cunhada cellista Charlotte Frank e a violinista Bianca Bianchi – tendo composto consideravelmente para as formações que esse grupo proporcionava. Pode-se dizer que sua peça gravada é puro Debussy fora de época, mas… sinceramente, dá para ignorar a beleza e a qualidade da escrita? Fico pensando em quantas donas Renée terão deixado obras de qualidade, Brasil e mundo afora, e permanecem desconhecidas – enquanto se lambem os sapatos de tantas nulidades promovidas pela indústria & mídia!

Enfim, achei que vocês gostariam de ter a seqüência dos dois discos fluindo juntos numa pasta só – espero não ter me enganado!

DUO MOROZOWICZ
Norton Morozowicz, flauta
Henrique Morozowicz, piano

VOLUME 1
Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles
Rio de Janeiro, 30.05.1975

Charles Koechlin (1867-1950): SEIS PEQUENAS PEÇAS
101 Beau soir (Noite bonita) 1:23
102 Danse (Dança) 0:51
103 Vieille chanson (Velha canção) 0:42
104 Danse printanière (Dança primaveril) 0:53
105 Andantino 1:23
106 Marche funèbre (Marcha Fúnebre) 2:30

Paul Hindemith (1895-1963): SONATA PARA FLAUTA E PIANO (1936)
107 Heiter bewegt (com movimento alegre) 4:51
108 Sehr langsam (muito lento) 4:30
109 Sehr lebhaft (muito vivo) 3:36
110 Marsch (marcha) 1:22

Gabriel Fauré (1845-1924):
111 FANTASIA op.79 5:45

Henrique de Curitiba (1934-2008):
112 TRÊS EPISÓDIOS 3:54

J.S. Bach (1685-1750): SONATA EM SOL MENOR, BWV 1020
113 Allegro 3:40
114 Adagio 2:42
115 Allegro 3:42

VOLUME 2
Gravado ao vivo no Teatro Guaíra
Curitiba, 22.08.1978

Pietro Locatelli (1693-1764): SONATA EM FA
201 Largo 2:31
202 Vivace 2:14
203 Cantabile 4:16
204 Allegro 1:57

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993):
205 IMPROVISO n.º 3 para flauta solo (1949) 3:50

Henrique de Curitiba (1934-2008):
206 TRÊS PEÇAS CONSEQÜENTES para piano solo (1977) 6:19

Renée Devrainne Frank (1902-1979):
207 IMPROVISANDO (1970) 4:15

Franz Schubert (1797-1828):
208 Introdução e variações sobre ‘Ihr Blümlein alle’, op.160 18:34

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Ranulfus

Johann Joachim Quantz (1697-1773): Concertos para Flauta

Johann Joachim Quantz (1697-1773): Concertos para Flauta

Quantz foi um grande flautista. Em 1728, tornou-se flautista na capela de Dresden. Lá, durante um concerto, conheceu o príncipe Frederico da Prússia, mais tarde conhecido como Frederico, o Grande, que logo se tornou seu aluno particular de flauta. Quando o príncipe chega a ser proclamado rei, Quantz passa às ordens diretas do novo monarca e passa a ministrar aulas diárias de flauta e composição. Inclusive, acompanha-o em suas campanhas militares. Quantz permaneceu como compositor da corte e músico de câmara de Frederico II para o resto de sua vida, intepretando suas próprias composições, assim como as do rei. Somente ele tinha o privilégio de criticar o rei, em sentido positivo ou negativo.

E, olha, o cara era bom mesmo! E este CD é uma joia ao trazer excelentes interpretações para a obra do notável Quantz. Seu estilo é o barroco, influenciado pelo estilo italiano, especialmente o de Antonio Vivaldi. Quantz também publicou vários tratados sobre interpretação de flauta no final do período Barroco, entre eles o Versuch einer Anweisung die Flöte traversiere zu spielen (“Tentativa de orientação para tocar flauta transversal”, 1752), que se tornou referência fundamental para conhecer a interpretação musical (e não somente a da flauta do século XVIII). Paralelamente, também fabricou flautas e trouxe melhorias técnicas e sonoras ao instrumento. Johann Sebastian Bach e Georg Philipp Telemann conheceram esses instrumentos e adaptaram algumas de suas composições a suas novas possibilidades técnicas.

Johann Joachim Quantz (1697-1773): Concertos para Flauta

1. Flute Concerto in A major No 256: Allegro di molto
2. Flute Concerto in A major No 256: Arioso ma con tenerezza
3. Flute Concerto in A major No 256: Presto

4. Flute Concerto in B minor No 5: Larghetto
5. Flute Concerto in B minor No 5: Allegro
6. Flute Concerto in B minor No 5: Adagio
7. Flute Concerto in B minor No 5: Allegro

8. Flute Concerto in C minor No 216: Allegro
9. Flute Concerto in C minor No 216: Affetuoso ma un poco lento
10. Flute Concerto in C minor No 216: Presto

11. Flute Concerto in G major No 29: Allegro assai
12. Flute Concerto in G major No 29: Lento – Andante – Lento
13. Flute Concerto in G major No 29: Vivace

14. Flute Concerto in G minor No 290: Allegro di molto
15. Flute Concerto in G minor No 290: Affetuoso
16. Flute Concerto in G minor No 290: Presto

Rachel Brown, flute
The Brandenburg Consort
Roy Goodman

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Quantz: um mestre
Quantz: um mestre

PQP

Kodály e Bach por Aldo Parisot, uma lenda do cello

Kodaly e Bach por Aldo Parisot http://i27.tinypic.com/9a2x38.jpgPublicado originalmente em 09.07.2010 como “uma lenda viva do cello”. Parisot faleceu em 31.12.2018, com 100 anos de idade.

Como os filhos de Bach em relação ao pai, Zoltán Kodály corre o risco de ser tomado por um compositor menor devido à sombra do outro húngaro maior do século 20, o gigante Béla Bartók – mas ainda que não tivesse as outras obras de valor que tem, já seria um pecado considerá-lo “menor” devido a esta Sonata para Cello Solo.

Meu conhecimento do repertório do cello é limitado, mas ainda assim arrisco a aposta de que essa é a maior obra do século 20 para o instrumento. No mínimo porque acho difícil conceber outra maior, ou em que a ousadia de experimentação nas técnicas tanto de composição quanto de execução – e isso em 1915! – tenham tido um resultado musical tão convincente. Arrisco mais: arrisco que essa é uma das poucas obras do repertório cellístico que podem de fato figurar lado a lado com as 6 suítes de Bach (a quinta das quais também comparece neste disco).

Vi-ouvi essa peça ao vivo apenas uma vez. Foi nos anos 70. Eu era um adolescente começando a descobrir com avidez o repertório do meu próprio século, e fiquei embasbacado não só com o poder musical da obra como também com o seu grau de exigência física. Nunca esqueci do cellista levantando ao final, vitorioso porém inteiramente enxarcado de suor… e só muitos anos mais tarde fiquei sabendo que aquele cellista, só três anos mais novo que o Parisot aqui, também tinha entrado para o campo das lendas: János Starker.

(… nome que é uma boa deixa para uma pequena digressão sobre a pronúncia do húngaro: ‘á’ tem o som do nosso ‘a’ e é sempre longo. Sem acento o ‘a’ tem o som do nosso ‘ó’, porém breve – de modo que o nome do gigante é pronunciado bÊÊló bÓrtook (com a tônica nas maiúsculas; o dobramento das vogais indica apenas que são longas). E o nome do cellista é iÁÁ-nosh.

Acontece que os húngaros juram que todas as suas palavras, sem exceção, têm a primeira sílaba como tônica. Mas aí falei ‘kôdali’ para um húngaro, e ele me corrigiu: ‘kodÁÁi’. E eu falei “mas a tônica não é sempre na primeira sílaba?”, e ele “É sim, não está ouvindo? ‘kodÁÁi'”. Continuei ouvindo a tônica no A que ele me dizia ser apenas longo, não tônico, mas achei prudente não discutir com um descendente dos hunos… E de resto aprendi que, pelo menos nesse caso, o L na frente do Y desaparece, como se fosse em francês).

Bom, sobre as suítes de Bach não há necessidade de que eu escreva uma linha que seja, não é mesmo? Então vamos falar do cellista.

Vocês pensam que o Antonio Meneses, nascido no Recife em 1957, foi o primeiro membro da elite mundial do violoncelo a sair do Nordeste brasileiro? Pois o Aldo Parisot nasceu em 1918 em Natal, onde deu seu primeiro concerto com 12 anos.

Parisot com Villa-Lobos 1953 http://i30.tinypic.com/zlyg6g.jpgParisot e James Kim 2006 http://i27.tinypic.com/2w3ties.jpgSegundo a en.wikipedia, em 1941-42 era primeiro cellista da Sinfônica Brasileira, no Rio, quando um diplomata estadunidense lhe ofereceu bolsa para estudar nos EUA com seu ídolo Emanuel Feuermann – o qual porém cometeu a indelicadeza de morrer antes do início das aulas.

Ainda assim o pessoal insistiu (era época da famosa política de sedução dos EUA para que o Brasil entrasse na guerra), e em 1946 Parisot desembarcou em Yale para cursos em Música de Câmara e Teoria Musical – havendo imposto a condição de que ninguém pretendesse dar-lhe aulas de cello. Ah, detalhe: o professor do curso teórico se chamava Paul Hindemith.

Parisot nunca voltou a viver no Brasil. Solou com as principais orquestras dos EUA, estreeou peças dedicadas a ele por um belo punhado de compositores, passou a ensinar nas escolas Peabody, Mannes, Julliard, e em Yale desde 1958. Deu master classes regularmente no Canadá, Israel, Coréia, Taiwan. Dean Parisot, um de seus três filhos com a pintora Ellen James, é respeitado como diretor de cinema e tevê – e ele mesmo, Aldo, também pinta e faz exposições cujos proventos são direcionados a um fundo de bolsas para estudantes de cello.

Tudo isso podemos ler sobre esse cidadão brasileiro em inglês. A wikipedia em português lhe dedica 3 (três) linhas. (Fotos acima: Parisot com Villa-Lobos em 1953; Parisot com o jovem cellista premiado James Kim na Coréia, 2006?)

A presente gravação foi feita não antes de 1956, pois utiliza o ‘Stradivarius De Munck’ que Aldo adquiriu nesse ano, mas provavelmente antes de 58, pois o artigo da capa menciona seu posto de professor em Peabody, mas não em Yale (assumido em 58). Seu Bach é portanto anterior à restauração estilística iniciada nos anos 60. É possivelmente a realização mais introvertida e escura que conheço da Suíte em do menor – respeitável mas não propriamente sedutora. Aliás, parece que em geral, também no Kodály, Parisot parece mais interessado em viajar fundo na música que em mostrá-la com brilho sedutor, mas esse Kodály… não, não vou dizer nada, deixo com vocês!

Zoltán Kodály (1882-1967)
Sonata para cello solo, op.8
(1915)
A1 Allegro maestoso
A2 Adagio
A3 Allegro molto vivace

J.S. Bach (1685-1750)
Suíte em do menor para cello solo
(n.º 5)
B1 Prelude
B2 Allemande
B3 Courante
B4 Sarabande
B5 Gavotte I
B6 Gigue

Violoncello: Aldo Parisot (* Natal, RN, Brasil, 1918)
Instrumento: Stradivarius ‘De Munck’, de 1730
Gravação original Everest (EUA), prov. entre 1956 e 1958
LP brasileiro Fermata: 1971
Digitalizado por Ranulfus, jul.2010

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Ranulfus

Gustav Mahler – Das Lied von der Erde – Bernstein, King, Fischer-Dieskau

71+82fays-L._SL1088_Já discutimos muito aqui no PQPBach sobre as gravações que Bernstein realizou das obras de Mahler, incluindo aí suas sinfonias e outras obras.
O que trago aqui para os senhores creio que já passou por aqui antes, mas não custa reativar o link. Bernstein reuniu-se ao maior de todos os barítonos, Dietrich Fischer-Dieskau e um dos grandes tenores da época (1966), James King, para encarar a obra prima de Mahler, “Das Lied von der Ende” . Um primor de gravação, emocionante, sensível, com um Bernstein mais do que nunca elétrico, regendo a sempre espetacular Filarmônica de Viena como se estivesse ligado em uma tomada de 220 volts.

Nem vou falar muito mais para deixar os senhores apreciarem essa que é uma das grandes gravações do selo DECCA.

01. Das Trinklied von Jammer der Erde
02. Der Einsame im Herbst
03. Von der Jugend
04. Von Der Schönheit
05. Der Trunkene im Frühling
06. Der Abschied

James King – Tenor
Dietrich Fischer-Dieskau – Baritone
Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein – Conductor

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