In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 10 de 11: Volumes 7, 22, 29 & 36 (Schumann & Liszt I & II, Brahms, O Romantismo Alemão)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a décima das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


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Um povo impedido do belo fica embotado.

Arthur Moreira Lima

E como desimpedi-lo?

Arthur, veterano polinizador de beleza planeta afora, queria agora levá-la a seu povo. Depois do sucesso de seus recitais no Morro da Mangueira e no icônico Rocinha in Concert, sonhava alto em se tornar camelô da cultura. Inda bem, talvez pensasse, que não nascera no diminuto Liechtenstein: seu Brasil, afinal, tinha vastidão, pujança, variedade. Por outro lado, os pesadelos logísticos inerentes a qualquer incursão fora das metrópoles faziam-no invejar aquele principadinho do tamanho dum pequi e com estradas de camurça. Lembrava de seu ídolo, Sviatoslav Richter, que ao completar setenta anos partiu com seu piano para uma turnê de seis meses pela Sibéria, tocando para qualquer dúzia de viventes que encontrasse pelo caminho. Nosso herói, que completara sessenta, via urgir seu chamado sem que pudesse contar com Trans-Siberianas e com o estoicismo casca-grossa dos russos.

Tentou começar, e fez uma breve incursão pelo interior do estado do Rio de Janeiro. Voltou derrotado: tocou pianos horrorosos em palcos desabantes, fosse em salas medíocres, fosse em áreas abertas que deglutiam o som toscamente amplificado. Precisava de bons pianos; era de mister que estivessem bem mantidos e afinados; mesmo que os encontrasse num raro teatro de boa acústica, não queria tocar em teatros, pois buscava as massas que o esperavam fora deles; e, se quisesse que elas o ouvissem, tinha que ser com alto e muito bom som. E isso tudo, que era o mínimo, não encontrou em lugar algum. Tudo errado.

Num desses retornos resmunguentos de mais um recital abaixo de qualquer crítica, parou com o motorista para comer um bagulho na beira da estrada. Ao ver passar um possante a rosnar com sua suspensão a ar, veio-lhe o clique:

– E se eu arrumasse um CAMINHÃO-TEATRO?

Comprou um caminhão, transformou seu baú num palco e um dos lados do baú num proscênio dobrável: ali estava seu caminhão-teatro. Evocando seus anos de formação no Colégio Militar, Arthur deu à sua criatura o miliquíssimo nome de DIPCAM, Dispositivo Pianístico de Concerto de Alta Mobilidade, e estava doido para lançar sua Coluna Prestes da Cultura. Acompanhado de outros veículos para transporte de pessoal  e equipamentos, incluindo um piano de concerto extra, a caravana estava a postos. Seu criador, sempre afeito à singeleza na hora de denominar seus projetos, batizou-a de Um Piano pela Estrada. Composta por cinco veículos e até quinze pessoas, ela incluía afinador, técnico de som, seu factotum e motoristas. Mais adiante, somar-se-iam duas dentistas: Margareth, sua esposa, e a enteada Grasiela, que desenvolveriam um projeto paralelo de Saúde Bucal. Intitulado Um Sorriso pela Estrada, ele incluía oficinas de escovação, distribuição de kits de higiene oral e, com a participação eventual de Arthur e seu piano de armário (incluso na bagagem), palestras em escolas.

A viagem inaugural do DIPCAM e o pontapé inicial do projeto ocorreram em 2002, com um concerto em Mendes, no interior do Rio de Janeiro, seguido de apresentações em Araxá e Uberaba. Afora os eventuais ajustes, como a confecção de tocos de peroba para calçar o caminhão-teatro nas nunca planas praças onde o estacionavam, outra mudança mostrou-se premente. Dadas as dificuldades de conseguir patrocínios para cada um dos eventos na miríade de rincões visitados, logo se tornou óbvio que a viabilidade do projeto dependeria de desdobrá-lo em rotas, com patrocinadores robustos para cada uma delas. Com “São Francisco – Um Rio de Música”, turnê que desceu o Velho Chico de sua nascente, em São Roque de Minas, até a alagoana Penedo, num total de 4800 km, Um Piano pela Estrada finalmente deslanchou. Seguiram-se outras rotas, inspiradas tanto em ídolos de Arthur (“Nos Caminhos de JK”) quanto em sua paixão feroz por Geografia (“Nos Caminhos da Fronteira”, que visitou cidades fronteiriças irmanadas com vizinhas estrangeiras, de Chuí a Xapuri). Nos quase dezesseis anos que se passariam até o último concerto, em 2018, Arthur e sua trupe levaram o caminhão-teatro por estradas e balsas a mais de seiscentas cidades brasileiras, e seu odômetro a superar os 400 mil quilômetros – dez voltas em torno do globo, ou muitas trans-siberianas.

Após alguns meses de ajustes, o espetáculo tomou suas formas finais. O DIPCAM estacionava numa área central da localidade, e seu palco era montado (algumas vezes, em mera hora e meia), bem como a estrutura de som e iluminação. Os concertos começavam às 21h, depois do pior do calor, com o público de barriga cheia e novela vista. A abertura ficava a cargo do talento local: cantores, instrumentistas, conjuntos, bandas, charangas e fanfarras revezaram-se na função, mas apenas Seu Lu da Gaita, flautista autodidata de Bom Jesus da Lapa (BA), teve o privilégio de dividir o palco com o protagonista. O recital, com cerca de noventa minutos, intercalava obras com comentários sobre elas. O programa, que fora uma das maiores preocupações de Arthur (em suas palavras, “o programa tem que ser um convite, não um susto”), mesclava “clássicos populares e os clássicos entre os populares”: Sonata ao Luar e Asa Branca, Rondó alla Turca e Carinhoso, Rapsódia Húngara no. 2 e Apanhei-te, Cavaquinho. Um telão mostraria tudo mesmo para quem estivesse longe, talvez trepado em muros e árvores, auxiliado por microcâmeras instaladas no teclado, que mostravam as mãos do astro em ação. No final, autógrafos, visitas ao palco, espiadas no piano e, muito para o gosto do Sr. Pau de Enchente, charla livre. Em seguida, restava desmontar a estrutura, encher os baús e cair na cama para, na manhã seguinte, voltar à estrada.

Queria ter sido um daqueles calços de peroba para acompanhar a epopeia. Os percalços dos caminhos, a descoberta de incontáveis brasis, as anedotas da estrada, os momentos mágicos da interação com o público, e o virtuosismo de Arthur em evocar o melhor que há nos seres humanos, eles todos encheriam tantas páginas quanto foram os quilômetros de estrada. O ótimo livro de Marcelo Mazuras dedica a maior parte das suas a contar-nos a experiência do autor como integrante da trupe. Entre suas muitas histórias memoráveis, nenhuma me tocou mais que aquela que começa com esse recado manuscrito, enviado a Arthur numa das paradas da turnê pelo Nordeste:

Caro pianista Arthur. Sou de uma cidade nordestina onde mais de 50% da população vive de bolsa família ou de aposentadorias rurais. Cultura só aquela que nossos antepassados nos encinarão, tais quais ciranda, coco de roda, quadrilha juninas, bunba meu boi, banda de pifanos, sanfoneiros e o tradicional forro pé de serra. Piano é um bicho que nós do nordeste só conhecemos pela televisão. Se tratando de nossa cidade que nem asfalto tem. Esperamos o ano toda até que venha o São João, e as festa dos padroeiros. E ter que aguentar axé e suing, em pleno São João e a cultura nordestina morrendo. Mas o que tem haver o piano com o nordeste? Ai é onde entra o meu pedido de coração para você. Sou matuto semi analfabeto mas gosto e aprecio o que é bom e olha não é só eu muitos nordestinos. Mas o grande problema é que só escutamos o que não queremos. Porque digo isso, nós não temos condições de se dirigir até a capital Recife que fica a 150km de distância. Pagar um ingresso para te assistir é outro problema e ai é ou não complicado, como já dizia o mestre Ariano Suassuna. Muitas musicas se torna um estrondo porque nós não temos opções de escolher o que queremos. A TV só leva o que elas querem, o rádio só toca o que quer e ai somos obrigados há ter que engolir. Mas caro Arthur, nossa cidade é bem acolhedora e te peço que analise com carinho este pedido e venha nos brindar com o seu talento e fazer com que a cidade de Casinhas tenha também o direito de ter em seu solo uma das mais respeitadas personalidades do mundo artistico internacional. Até porque somos muito carente de cultura em especial. O piano que só temos o direito de ver em televisão e porque não ao vivo e em especial com você. Pode ter a certeza que voce ira sair daqui com o coração muito mas feliz do que já é, e olha que você vai emocionar a todos e com certeza saira muito mais em ser aclamado por muitos daqueles que a caneta é a enxada e o caderno é o chão. Que deus te abençoe e atenda este pedido.”

Meses mais tarde, quando Arthur e o DIPCAM chegaram a uma cidadezinha no interior de Pernambuco, havia alguém especialmente feliz à sua espera. Era Seu Walter, o autor do bilhete, com um sorriso de gaita e os olhos suados. O pianista Arthur chegara a Casinhas, e ele e seu povo, enfim, escutariam o que queriam.

Nada pode ser maior.


NADA.


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


VOLUME 7: SCHUMANN & LISZT

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)

Estudos Sinfônicos em Forma de Variações, Op. 13
1 – Tema: Andante
2 – Estudo Nº 1: Un poco più vivo
3 – Estudo Nº 2: Marcato il canto
4 – Estudo Nº 3: Vivace
5 – Estudo Nº 4: Allegro marcato
6 – Estudo Nº 5: Scherzando
7 – Estudo Nº 6: Agitato
8 – Estudo Nº 7: Allegro molto
9 – Estudo Nº 8: Sempre marcatissimo
10 – Estudo Nº 9: Presto possibile
11 – Estudo Nº 10: Allegro con energia
12 – Estudo Nº 11 : Con espressione
13 – Nº 12 – Finale: Allegro brillante

Ferenc LISZT (1811-1886)

Sonata para piano em Si menor, S. 178
14 – Lento assai – Allegro energico – Grandioso – Cantando espressivo  – Pesante – Recitativo – Andante Sostenuto – Quasi adagio – Allegro energico – Più mosso – Cantando espressivo senza slentare – Stretta quasi presto – Presto – Prestissimo – Andante Sostenuto – Allegro Moderato – Lento Assai

Dos Estudos de Execução Transcendental, S. 139:
15 – No. 10 em Fá menor: Allegro agitato molto

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Estúdio no. 1 da Rádio de Moscou, na Casa Estatal de Radiodifusão e Gravação de Som da União Soviética em Moscou, 1970.
Engenheiro de som: Valentin Sklobo
Piano: Steinway and Sons, Hamburg
Remasterização por Rosana Martins Moreira Lima, 1998.

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VOLUME 22: BRAHMS

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 83
1 – Allegro non troppo
2 – Allegro appassionato
3 – Andante
4 – Allegretto

Arthur Moreira Lima, piano
Berliner Symphoniker
Otto Mayer, regência

Gravação: Berlim Oriental, República Democrática Alemã, 1976
Piano: Steinway and Sons, Hamburgo
Direção Musical, produção, edição e masterização por Rosana Martins Moreira Lima, 1999.

Das Duas Rapsódias para piano, Op. 79:
5 – No. 2 em Sol menor

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, Londres, Reino Unido, 1999
Piano: Steinway and Sons
Engenheiro de som: Peter Nichols
Direção Musical, produção, edição e masterização por Rosana Martins Moreira Lima, 1999.

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VOLUME 29: O ROMANTISMO ALEMÃO

Robert SCHUMANN

Cenas Infantis, Op. 15
1 – De Povos E Terras Distantes
2 – Uma História Curiosa
3 – Cabra-Cega
4 – A Criança Implorando
5 –  Felicidade Perfeita
6 – Um Grande Acontecimento
7 – Rêverie
8 -Na Lareira
9 – O Cavaleiro de Pau
10 – Quase Sério Demais
11 – A Criança com Medo
12 – A Criança Adormece
13 – O Poeta Fala

Johannes BRAHMS

Sonata para piano no. 3 em Fá menor, Op. 5
14 – Allegro maestoso
15 – Andante espressivo
16 – Scherzo
17 – Intermezzo
18 – Finale

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, Londres, Reino Unido, 1999
Piano: Steinway and Sons
Engenheiro de som: Peter Nichols
Direção Musical, produção, edição e masterização por Rosana Martins Moreira Lima, 1999.

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VOLUME 36: SCHUMANN & LISZT II

Robert SCHUMANN

Carnaval, Op. 9
1  – Preâmbulo
2 – Pierrô
3 – Arlequim
4 – Valsa Nobre
5 – Eusebius
6 – Florestan
7 – Coquette
8 Réplica
9 – Borboletas
10 – A.S.C.H. – S.C.H.A. (Letras Dançantes)
11 – Chiarina
12 – Chopin
13 – Estrella
14 – Reconhecimento
15 – Pantalon e Colombina
16 – Valsa Alemã/Paganini/Valsa Alemã
17 – Confidência
18 – Passeio
19 – Pausa
20 – Marcha dos Companheiros de Davi contra os Filisteus

Ferenc LISZT

Das Rapsódias Húngaras para piano, S. 244:
 21 – Nº 2 em Dó sustenido menor

Das Consolações para piano, S. 172:
22 – No. 3 em Ré bemol menor: Lento placido

Das Valses Oubliées, S. 215:
23 – No. 1: Allegro

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, Londres, Reino Unido, 1998
Piano: Steinway and Sons, Hamburgo
Engenheiro de som: Peter Nichols
Direção Musical, produção, edição e masterização por Rosana Martins Moreira Lima, 1999.

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10ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele abordou seu importante projeto ‘Um piano pela estrada’, que levou recitais de piano a mais de 500 cidades do Brasil. Arthur fala sobre suas motivações iniciais, os desafios, e as conquistas ligadas a este projeto histórico

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, seguimos com o álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Na imagem, o ponta-direita Telê Santana da Silva, o Fio de Esperança (1931-2006)

Vassily

 

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 9 de 11: Volumes 24, 28, 38 e 40 (Clássicos Favoritos V, VI, IX & X)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a nona das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


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Arthurzinho das massas estava em todas nos anos 80.

O embrião de tal onipresença foi sua participação no Circuito Universitário, iniciativa que desde o começo da década anterior levava grandes nomes da MPB para campi, teatros, ginásios e quaisquer outros espaços em que eles coubessem. Sempre destemido, Arthur foi o primeiro músico de concerto a embarcar  numa turnê do Circuito – e, convenhamos, o único capaz de aceitar um convite desses. Partiu de São Paulo, onde então morava, e prosseguiu de Kombi para Campinas e outras dez cidades do interior do estado. A experiência foi-lhe como um Caminho de Damasco: habitué de tantas paragens mundo afora, conhecedor de cada parada ao longo da Trans-Siberiana, Arthur enfim começava a descobrir seu país e a acolhida que as massas nos ginásios davam àquele pianista de raríssima figura, com cabeleira roqueira, calças de brim e a inseparável jaqueta de couro de alce.

Ó lá ela, a guerreira.

Não que tenha deixado a casaca de lado, como atesta, entre outros, o projeto Bach-Chopin que realizou com  João Carlos Martins. Tampouco deixou de ter preocupações fonográficas: farto da miríade de percalços para que seus discos fossem distribuídos pelas gravadoras e decidido decerto a cultivar mais uma úlcera, fundou o selo L’Art, tendo como sócio Lauro Henrique Alves Pinto, um dos “Filhos da Pauta”. Inda assim, preferia os mocassins e os pés na estrada. Xodó das multidões, para as quais era quase sinônimo de piano brasileiro, desfrutava uma liberdade incomum de escolher onde, como e com quem aparecer: mais que arroz de festa, o rei do rolê aleatório.

Até no gibi.

Se não, vejamos: depois de quase tocar com Elomar no formigueiro humano de Serra Pelada – com direito a transporte em avião da FAB, piano incluso -, acabou na não menor muvuca do Festival de Águas Claras, o “Woodstock” brasileiro, onde dividiu palco com Luiz Gonzaga (“esse cabra é tão bom que toca até Luiz Gonzaga”, foi o veredito do próprio) numa noite encerrada por João Gilberto. Às línguas de trapo que o acusavam de buscar as massas por estar em decadência técnica, respondia dando um tempo às turbas para, numa visita à Polônia, tocar (e gravar) Rachmaninoff desse jeito:

Sossegou? Claro que não: deixou São Paulo e mudou-se para o Rio, o qual voltou a chamar de morada depois de vinte anos. Foi fagocitado quase que de imediato pela boemia e requisitado em cada cantina, restaurante ou boteco onde, entre biritas, se cultivasse a boa prosa. Na confraria conhecida como “Clube do Rio”, aproximou-se de Millôr Fernandes, que prontamente reconheceu o potencial da avis rara e lhe escreveu um show, que também dirigiu – e assim, não mais que de repente, nascia “De Repente”.

Alternando textos de Millôr com bitacos de Arthur e grande música dos dois lados do muro da infâmia entre o dito “erudito” do assim chamado “popular”, o show foi um triunfo. Não demoraria para que o showman chegasse às telinhas, a convite de Adolpho Bloch, fundador da Rede Manchete. Conhecera-o em Moscou, nos seus tempos de Conservatório, mas estreitaram o convívio no Rio, frequentando o mesmo barbeiro, praticando o idioma russo e divertindo-se a falar, sem que ninguém mais compreendesse, bandalheiras impublicáveis.  Conquistado por aquele tipo maravilhoso que parecia pronto para TV, Bloch ofereceu-lhe carta branca para criar um programa semanal. Arthur pediu alto e levou: recebeu duas orquestras, dirigidas por Paulo Moura, que também lhe fazia os arranjos, e a crème de la crème  da música brasileira no rol de convidados. Nascia Um Toque de Classe, carregado daqueles momentos que, ao imaginá-los na TV aberta, fazem-me questionar em que sentido, enfim, roda a fita da civilização:

Arthur, que nunca foi muito afeito ao canto, ficou especialmente impressionado com a voz de Ney Matogrosso, que buscava novos rumos para sua carreira depois do frisson que causou com suas performances no extinto conjunto Secos & Molhados:

Ney, inacreditavelmente, ainda não se convencera de que era cantor. Arthur sugeriu que deixasse de lado a maquiagem e figurinos estrambólicos que até então tinham marcado sua carreira e que, de cara lavada, apostasse em sua rara voz. Não demorou até que o belíssimo contralto de Ney, tratado como afinado instrumento, estivesse a dividir o palco com outros quatro virtuoses.

Assim, na luxuosa companhia de Arthur, Paulo Moura (saxofone), Chacal (percussão) e Raphael Rabello (violão de sete cordas), Ney inaugurou uma nova fase em sua carreira com o show O Pescador de Pérolas. De lambujem, aproximou-se de Rabello, há já muitos anos um dos maiores violonistas do mundo, com quem mais adiante gravaria À Flor da Pele, que, em minha desimportante opinião, é um dos álbuns mais sensacionais que Pindorama deu ao mundo. O Pescador de Pérolas também virou disco, ainda que se lamente que o som do piano de Arthur, aparentemente, tenha sido captado do fundo duma lata de azeite:

Lambuzado de mel pelas massas e com saudades, talvez, de ferroadas, Arthur resolveu atirar-se no vespeiro: instigado por seu guru Darcy Ribeiro, aceitou a nomeação para alguns cargos públicos no Governo do Rio. Sob sua direção, o Theatro Municipal e a Sala Cecília Meireles receberam em seus palcos muita gente que seus habitués não deixariam nem entrar pela porta dos fundos, como a Velha Guarda da Portela. Divertindo-se com o previsível reproche de quem via violados seus espaços exclusivos e sacrossantos. Arthur ligou aquele famoso botão e prosseguiu: tocou em favelas (uma imagem de “Rocinha in Concert”está no cabeçalho dessa postagem) e chamou a Orquestra de Câmara de Moscou para tocar com ele em teatros, ao ar livre e em presídios. Quem o chamava de decadente – nem sempre por méritos artísticos – acabava por ter que deglutir cenas como as do Projeto Aquarius, em que o suposto ex-pianista e a Sinfônica Brasileira tocavam para Fla-Flus de gente:

Sim, 200 mil

Para refrescar-se das saraivadas de tomates, o Rei do Rolê Aleatório foi harmonizar seu piano com uma das vozes mais distintas do Brasil, o barítono de Nelson Gonçalves. Com alguns milhares de canções no repertório, escolher o que iria para o álbum foi por si só uma empreitada. O mais difícil, com sobras, era a incompatibilidade de relógios biológicos: Nelson acordava na hora em que Arthur ia dormir. Ainda assim, com cantor no fuso horário de Bagdá e pianista no de Honolulu, a parceria deu liga e rendeu um dos melhores álbuns de suas imensas discografias, O Boêmio e o Pianista:


Miacabo com Arthur e sua cara de “acordei agora”

Durante a extensa turnê com Nelson por mais de trinta cidades brasileiras, Arthur encantou-se com a tranquilidade e o clima ameno de Florianópolis e resolveu, enfim, lançar nela sua âncora. Trouxe seus pianos para perto do mar e até deve ter contemplado a ideia de sossegar. O sucesso da coleção “Meu Piano”, que vendeu um milhão de CDs a preços módicos em bancas de revistas, mostrou-lhe que o público não queria seu sossego. Pelo contrário: ainda havia muito mais gente a conquistar, nos vastos horizontes brasileiros, a ser buscada em seus últimos recantos, mesmo nas grotas que nunca tinham visto um piano. Assim, o rei das harmonizações improváveis juntou um Steinway com uma caçamba de Scania e partiu, como orgulhoso Camelô da Música (o termo é dele), para a mais épica jornada jamais empreendida por um artista brasileiro.


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 24: CLÁSSICOS FAVORITOS V

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Do Pequeno Caderno para Anna Magdalena Bach:

Christian PETZOLD (1677–1733)
1 – No. 2: Minueto em Sol maior, BWV Anh. 114

Johann Sebastian BACH
2 – No. 20: Minueto em Ré menor, BWV Anh. 132

Anton DIABELLI (1781-1858)

Das Sonatinas para piano, Op. 168:
3 – Moderato cantabile
4 – Andantino

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Das Duas Sonatinas para piano, WoO Anh. 5
5 – Sonatina em Sol maior

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)

Do Álbum para Jovens, Op. 68
6 – O Camponês Alegre
7 – O Cavaleiro Selvagem
8 – Siciliana
9 – Um Pequeno Romance
10 – São Nicolau

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)

Seis Danças Populares Romenas, Sz. 56
11 – Do Bastão
12 -Do Lenço
13 – Sem Sair Do Lugar
14 – Da Trompa
15 – Polka Romena
16 – Finale: Presto

Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959)

Do Guia Prático para Piano, Primeiro Álbum:
,17 – Acordei de Madrugada
18 -A Maré Encheu
19 – A Roseira
20 -Manquinha
21 – Na Corda Da Viola

[as obras de Villa-Lobos não estão disponíveis pelos motivos aqui listados]

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Das Doze Peças para piano, Op. 40:
22 – No. 2: Chanson triste

Enrique GRANADOS Campiña (1867-1916)

Das Doze Danças Espanholas:
23 – No. 5, “Andaluza”

Edvard Hagerup GRIEG (1843-1907)

Das Peças Líricas, Op. 43:
24 – No. 6: “À Primavera”

Achille Claude DEBUSSY (1862-1918)

Dos Prelúdios, Primeiro Livro:
25 – No. 8: La fille aux cheveux de lin

Dmitry Dmitryievich SHOSTAKOVICH (1906-1975)

Das Danças das Bonecas, Op. 91:
26 – No. 1: Valsa Lírica
27 – No. 4: Polka
28 – No. 5: Valsa-Scherzo

Scott JOPLIN (1868-1917)
29 – The Entertainer

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1998-99
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999.

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Volume 28: CLÁSSICOS FAVORITOS VI

Antônio CARLOS GOMES (1836-1896)
Transcrição de Nicolò Celega (1846-1906)

Da ópera Il Guarany:
1 – Protofonia

Carl Maria Friedrich Ernst von WEBER (1786-1826)

2 – Convite à Dança, Op. 65

Franz Peter SCHUBERT (1979-1828)

Dos Quatro Improvisos para piano, D. 899:
3 – No. 4 em Lá bemol maior

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
4 – Rondo Capriccioso, Op. 14

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Das Valsas para piano, Op. 39:
5 – No. 1 em Si maior
6 – No. 2 em Mi maior
7 – No. 3 em Sol sustenido menor
8 – No. 6 em Dó sustenido maior
9 – No. 15 em Lá bemol maior

George GERSHWIN (1898-1937)

10 – Rhapsody in Blue

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999.

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Volume 38: CLÁSSICOS FAVORITOS IX – TRANSCRIÇÕES CÉLEBRES

Ferenc LISZT (1811-1886)

Dos Doze Lieder de Franz Schubert, S. 558:
1 – No. 9: Ständchen

2 – Miserere du Trovatore de Giuseppe Verdi, S. 433

Do Wagner-Liszt Album:
3 – Isoldes Liebestod

4 – Liebeslied, S. 566 (baseada em Widmung, Op. 25 no. 1 de Robert Schumann)

De Années de Pèlerinage – Deuxième Année: Italie, S. 161:
5 – No. 5: Sonetto 104 del Petrarca

Johannes BRAHMS
Transcrição de Percy Grainger (1882-1961)

Das Cinco Canções, Op. 49:
6 – No. 4: Wiegenlied

Aleksandr Porfirevich BORODIN (1833-1887)
Transcrição de Felix Blumenfeld (1863-1931)

De Príncipe Igor, ópera em quatro atos:
7 – Dança Polovetsiana no. 17

George GERSHWIN
Transcrição de Percy Grainger
8 – The Man I Love

Oscar Lorenzo FERNÁNDEZ (1897-1948)
Transcrição de João de Souza Lima (1898-1982)

Da Suíte Reisado do Pastoreio:
9 – No. 3: Batuque

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: All Saints Church, Tooting, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999

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Volume 40: CLÁSSICOS FAVORITOS X

Charles-François GOUNOD (1818-1893)

1 – Ave Maria (Meditação sobre o Primeiro Prelúdio para piano de Johann Sebastian Bach)

Johann Sebastian BACH

Da Fantasia e Fuga em Dó menor, BVW 906:
2 – Fantasia

Franz SCHUBERT

Três Valsas:
3 – Op. 9 nº 1
4 – Op. 9 nº 2
5 –  Op. 77 nº 10

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

Dos Doze Estudos para piano, Op. 10:
6 – No. 3 em Mi maior

Ferenc LISZT

Dos Três Estudos de Concerto, S. 144:
7 – No. 3: Un Sospiro

Johannes BRAHMS

Dos Três Intermezzi para piano, Op. 117:
8 – No. 2 em Si bemol menor

Leopold Mordkhelovich GODOWSKY (1870-1938)

9 – Alt-Wien

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)

De Chants d’Espagne, Op. 232:
10 – No. 1: Prélude (Asturias)

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)

11 – Pavane pour une infante défunte

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)
Transcrição do compositor

Do balé El Sombrero de Tres Picos:
12 – Danza del Molinero

Gabriel Urbain FAURÉ (1845-1924)
Transcrição de Percy Grainger

Das Três Melodias, Op. 7:
13 – No. 1: Après un Rêve

Ludomir RÓŻYCKI (1883-1953)
Transcrição de Grigory Ginzburg (1904-1961)

14 – Valsa da Opereta Casanova

Antônio CARLOS GOMES

15 – Quem Sabe?

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: All Saints Church, Tooting, e Rosslyn Hill Chapel, Londres, Reino Unido, 1999
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1999

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9ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele abordou os seguintes tópicos, sobre sua carreira na década de 1990: concertos que tocou no morro da Mangueira e na Rocinha; período em que foi diretor da Sala Cecília Meireles; período em que foi subsecretário de cultura do estado do RJ, encarregado do interior; sua colaboração com o cantor Nelson Gonçalves; o recital que realizou juntamente com Ana Botafogo; seu disco dedicado ao compositor Brasílio Itiberê; a grande coleção de 41 CDs “Meu piano”, lançada pela Caras em 1998; a caixa de 6 CDs “MPB – Piano collection”, dedicada a Dorival Caymmi, Chico Buarque, Tom Jobim, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Roberto Carlos; disco dedicado a Astor Piazzolla, com arranjos de Laércio de Freitas

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, seguimos com o álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Eis o ponta-esquerda Joaquim Albino, o Quincas (1931-2000).

Vassily

DESAFIO PQP Bach! –> Brahms (1833 – 1897): Concerto para Piano No. 1 em ré menor ֍

DESAFIO PQP Bach! –> Brahms (1833 – 1897): Concerto para Piano No. 1 em ré menor ֍

Eu acho o concerto em ré menor a maior obra que alguém já escreveu e as grandiosidades estão ali, mesmo antes que o piano toque uma só nota, no grande tutti… Ele não é Beethoven, não é Mozart, não é Wagner, mas eu prefiro o (concerto) em ré menor mais do que qualquer concerto dos ditos grandes compositores.

[Dito por Kovacevich, que não é o pianista da gravação, em uma entrevista por ocasião do relançamento de suas gravações para a Philips]

Desafio Revelado

Pianista: Peter Donohoe

Orquestra: The Philharmonia

Regente: Yevgeny Svetlanov

O Ernesto apontou logo cedo pela manhã o correto nome dos artistas, mas deixei mais um pouco a brincadeira no ar. Posteriormente, luisque também indicou o nome do pianista… Mas, apesar da rapidez das descobertos, pelas mensagens do Adilson e do Otavio Ferraz, valeu a pena esticar um pouco mais a brincadeira, uma vez que ela pode ter provocado o ato de ouvir um pouco mais atentamente essa linda gravação. Fico muito feliz com as mensagens, mostrando o interesse pela postagem…

Quanto as cocadas, estão ainda em suspenso, pois assim como foi apontado pelo Adilson, pode ter havido intervenção da IA no lance, que está desde então submetido ao VAR do PQP Bach. Aguardem…

A imagem mais comum de Brahms é de um senhor barbudo, velhusco, que pelo menos para mim, lança uma sombra de seriedade sobre a sua música. Essa impressão é reforçada pelo título de algumas de suas peças, como o Réquiem Alemão e Quatro Canções Sérias. Para fechar o cortejo, uma nota outonal, nostálgica, deixada pelas suas últimas peças para piano e pelas obras de câmara com clarinete – que eu adoro, vamos deixar isso bem claro…

A música desta postagem é um contraste com essa imagem – é música que pulsa com vida, cintilante – reflete um momento de juventude e vigor, que eu percebi bem nesse disco.

Pensei bem pouco (como quase sempre) e decidi apresentá-la na série Desafios do PQP Bach, que tem andado meio esquecida. Só para lembrar nossos assíduos 32 leitores e informar aos eventuais recém-chegados ao blog, o desafio consiste em adivinhar o nome dos artistas que gravaram o disco. Essa brincadeira surgiu da ideia de ouvir a música, a interpretação, sem pré-julgamentos, sem a influência dos nomes na capa do disco. Assim mesmo como naquelas situações nas quais ligamos um rádio e pegamos uma música em andamento e ficamos a dar tratos na bola. Só que aqui, já antecipamos a música, apenas os artistas ficam anônimos. Mas, como acreditamos na importância em dar os créditos aos artistas, após um tempo da postagem no ar ou assim que algum arguto nauta revelar a correta identidade dos misteriosos artistas, editamos a postagem para que a verdade seja apregoada.

Então é isso, vocês já sabem, quem acertar os nomes dos artistas que apresentam aqui o grande e maravilhoso Concerto No. 1 para Piano de Brahms ganhará tantos downloads grátis quantos quiser, a tradicional cocada do PQP Bach (ao vencedor, as cocadas!) e a glória do reconhecimento de todos os nossos visitantes!!

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15

  1. Maestoso
  2. Adagio
  3. Rondo: Allegro non troppo

Pianista: a ser revelado

Orquestra: ….

Regente: em breve…

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MP3 | 320 KBPS | 110 MB

Descrição da abertura do concerto em um site de uma famosa orquestra, lembrando as palavras de Kovacevich, no início da postagem: Tímpanos estrondosos, cascatas de trinados duplos e uma tensão harmônica opressiva sublinham a sensação de uma paisagem sonora titânica, quase primitiva, desde o início. Apesar de toda a sua autoconsciência em relação à tradição, Brahms apresenta suas ideias com confiança inabalável. Após essa exposição orquestral, o pianista solo entra com um novo tema suavemente melancólico. Brahms justapõe o cataclismo do material de abertura com um lirismo suavemente reflexivo — os extremos que definem esse movimento gigantesco — e, assim, intensifica o drama inerente de tragédia e consolação do concerto.

Aproveite!

René Denon

Hannes está esperando o seu palpite…

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 4 de 11: Volumes 13, 14, 31 & 34 (A Grande Escola Russa/Rachmaninov/Dois Retratos da Rússia/Meu Tchaikovsky Preferido)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a quarta das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


Partes:   I   |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII   |   IX   |   X   |   XI

– Mais de duzentos milhões de seres humanos falam russo. Só uns poucos tocam bem piano. Não deve ser difícil aprender russo.

Com essa voadora à queima-roupa, recebida como resposta à sua preocupação com o aprendizado do idioma do país ao qual acabara de chegar, Arthur Moreira Lima Júnior foi devidamente apresentado a Rudolf Rikhardovich Kerer (doravante Kehrer), para cuja classe fora designado durante os cinco anos de sua bolsa no Conservatório Pyotr Ilyich Tchaikovsky de Moscou, sob os auspícios do Ministério da Cultura da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, no ano da graça de 1963.

Ao mostrar-lhe a caixa de ferramentas, à maneira do que o famigerado beque Gum faria no Fluminense de quatro décadas depois, Kehrer apresentava o recém-chegado ao modus russicus. No entanto, e por mais dura que imaginássemos a adaptação do carioca bonachão ao planeta soviético, com todas cores tragicômicas das histórias de peixes fora d’água, nosso herói a tirou de letra. Safo, flexível e de ouvido afiado, Arthur Arthurovich transpôs com rapidez as temidas dificuldades de adaptação a território, cultura e idioma. Não tardou para que o novo moscovita estivesse, sob temperaturas dúzias de graus abaixo daquelas de seu habitat, a desfrutar muito a experiência mais decisiva de sua vida – e também, naturalmente, a jogar muita conversa fora po-russki.

Arthur Arthurovich e Rudolf Rikhardovich: sempre no limiar entre a lição e o entrevero.

Enquanto o Brasil marchava para suas décadas de sangue e chumbo, a União Soviética experimentava um minúsculo relaxamento de tensões. Ainda que todas paredes enxergassem, que qualquer moita tivesse muitos ouvidos, e que a Guerra Fria tivesse ebulido com a Crise dos Mísseis do ano anterior, os níveis de paranoia na Moscou de Khruschev eram baixos o suficiente para que a fauna humana vinda do exterior fosse recebida com curiosidade e acolhimento.  Ciente de sua posição privilegiada dentro dum regime que controlava todas as instâncias da sociedade, Arthur guardava para si suas críticas e, driblando sensores e censores, aproveitou o que o Regime de melhor tinha a lhe oferecer. O transporte público milagrosamente eficiente e a segurança agradaram-lhe tanto quanto o pervasivo senso de coletividade em tudo e de todos. Mesmo no mítico Conservatório, possivelmente o maior centro formador de músicos do seu tempo, o que em outras paragens seria um ambiente propício a canibalismo entre concorrentes era, na prática, imbuído tão só de camaradagem. Os colegas estudavam juntos, ajudavam-se, retroalimentavam-se, sem vislumbres da competitividade entre pianistas, que Arthur adorava comparar à dos jóqueis nos saudosos páreos da Gávea. Sua maior satisfação, por certo, era com formação holística oferecida aos estudantes. Muito além da Música e de sua História, eles eram instruídos num amplo escopo de disciplinas, da Economia à Política, com doses generosas da doutrina que fundamentava o onipresente Regime. As dezenas de salas do Conservatório vertiam música em todas as vozes e instrumentos, e de suas portas saíam figuras legendárias – gente do naipe de Gilels, de Rostropovich, de Oistrakh – a formarem, por trás delas, novas lendas.

Naquela usina de pianistas em que até os faxineiros assoviavam Rachmaninov, no cerne da então Capital de Todas as Rússias, ninguém o marcaria mais que Rudolf Kehrer. Admirado expoente da Grande Escola Russa, Kehrer incutiu-lhe com eficiência seus fundamentos e prática, que muito divergiam da Escola de Liszt – que fora professor do professor de dona Lúcia Branco – e da Escola Francesa de Mme. Marguerite Long. Os incontáveis arranca-rabos, que Arthur contaria às gargalhadas aos amigos pelo resto da vida, até que foram poucos, se levarmos em conta as culturas e temperamentos diametralmente opostos. Era óbvio ao mestre que o pupilo era uma gema rara, e o talentoso aprendiz sorvia as lições por todas suas terminações nervosas. O resultado não tardou: o pianismo do moço ficou russíssimo, mais russo que os próprios russos (e aqui citamos o crítico e tradutor Irineu Franco Perpétuo, “he outrusses the Russians”). Não perderei tempo tentando convencê-los disso com inda mais verborreia – apenas ouçam, por exemplo, a gravação do Concerto no. 3 de Rachmaninov que incluímos nessa postagem, uma das maiores que existem para essa obra icônica. Ou, talvez, esses Quadros de uma Exposição de Mussorgsky, gravados na Grande Sala do Conservatório de Moscou, seguidos dos Prelúdios de Chopin e de nada menos que OITO peças de bis (porque, sim, recitais mastodônticos são especialidades da Grande Escola Russa)…

 

… ou esse outro recital-maratona, com duas sonatas de Chopin, a integral de suas valsas, e mais alguns punhados de bis:

 

Quem ainda não se convenceu poderá mudar de ideia com esse incrível combo Schubert + Barber…

.

.. ou com essa gravação feita pelo próprio Kehrer da plateia, talvez o ponto alto do pianorrussismo de Arthur Arthurovich, com uma Rapsódia Espanhola antológica, a melhor que já ouvi:

Rudolf Rikhardovich, o Estoico, só sorriria uma vez para Arthur. Foi na mesma tarde em que, após concluir os cinco anos de estudos sob sua supervisão, o mais meridional de seus pupilos o recebeu em seu apartamento e lhe tocou a Sonata de Liszt – ao que o mestre, notório por nunca elogiar os alunos, por acreditar que a bajulação era danosa à formação de artistas, então tascou:

– Isso foi muito bonito.

E deve ter sido, pois Kehrer convidou Arthur para ser seu assistente na cátedra de piano. Por três anos, sempre o titular viajava, quem assumia suas classes era um carioca de Estácio que, em russo fluente, ensinava pianistas russos como tocar mais russamente que os próprios russos.

Isso é russo o bastante? Para Arthur, ainda não. Sempre mais atento à voz do povo que às academias, ele receberia sua certidão definitiva junto com outro sorriso difícil de conquistar: o daquela rubicunda babushka que, depois de mais um recital abarrotado, veio cumprimentá-lo com um singelo:

–  Artur ― nash!

“Arthur é nosso”. E é deles, sim – tanto quanto orgulhosamente nosso. ❤️

 


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 13: A GRANDE ESCOLA RUSSA

Aleksandr Nikolayevich SCRIABIN (1872-1915)

Das Três Peças para piano, Op. 2:
1 – No. 1: Estudo em Dó sustenido menor

Oito Estudos para piano, Op. 42
2 – No. 1 em Ré bemol Maior: Presto
3 – No. 2 em Fá sustenido menor
4 – No. 3 em Fá sustenido maior: Prestissimo
5 – No. 4 em Fá sustenido maior: Andante
6 – No. 5 em Dó sustenido menor: Affanato
7 – No. 6 em Ré bemol maior: Esaltado
8 – No. 7 em Fá menor: Agitato
9 – No. 8 em Mi bemol maior: Allegro

Dos Doze Estudos para piano, Op. 8:
10 – No. 5 em Mi maior: Brioso
11 – No. 11 em Si bemol menor: Andante
12 – No. 12 em Ré sustenido menor: Patetico

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Sala de Concertos “Bulgaria” em Sofia, Bulgária, 1986

Engenheiro de som: Georgi Harizanov
Produção: Nikola Mirchev
Piano Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima (1998)

 

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Dumka, Cena Rústica Russa em Dó menor, para piano, Op. 59
13 – Andantino cantabile

 

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)

Sonata para piano no. 2 em Ré menor, Op. 14
14 – Allegro non troppo
15 – Allegro moderato
16 – Andante
17 – Vivace

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Moscou, União Soviética, 1970.
Produtor: Valentin Skoblo
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima (1998)

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Volume 14: RACHMANINOV

Sergey Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)

Concerto para piano e orquestra no. 3 em Ré menor, Op. 30
1 – Allegro ma non tanto
2 – Adagio
3 – Alla breve

Arthur Moreira Lima, piano
Orquestra Sinfônica da Rádio Nacional da Polônia
Thomas Michalak, regência

Gravação: Katowice, Polônia, 1984
Produção: Thomas Frost
Engenheiro de som: Tom Lazarus
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo

Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima (1998)

Dos Dez Prelúdios para piano, Op. 23:
4 – No. 4 em Ré maior: Andante cantabile
5 – No. 5  em Sol menor: Alla marcia)

Dos Nove Études-Tableaux, Op. 39:
6 – no. 5 em Mi bemol menor: Appassionato

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Sala de Concertos “Bulgaria” em Sofia, Bulgária, 1986

Engenheiro de som: Georgi Harizanov
Produção: Nikola Mirchev
Piano Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima (1998)

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Volume 31 – DOIS RETRATOS DA RÚSSIA

Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)

Quadros de uma Exposição, para piano
1 – Promenade [I]
2 – Gnomus
3 – [Promenade II] Moderato commodo assai e con delicatezza
4 – Il Vecchio Castello
5 – [Promenade III]. Moderato non tanto, pesamente
6 – Tuileries (Dispute d’enfants après jeux)
7 – Bydło
8 – [Promenade IV]. Tranquillo
9 – Balé dos Pintinhos nas Cascas
10 – Dois Judeus Poloneses: um rico, outro pobre (Samuel Goldenberg und Schmuÿle)
11 – Promenade [V]
12 – Limoges, le marché (La grande nouvelle)
13 – Catacombæ (Sepulcrum romanum) –  Cum mortuis in lingua mortua
14 – Baba-Yaga: A Cabana sobre Pernas de Galinha
15 – A Porta de Bogatyr na Antiga Capital de Kiev

 

Sergey PROKOFIEV
Transcrição livre para piano de Tatiana Nikolayeva (1924-1993)

Suíte do Conto Sinfônico Pedro e o Lobo, Op. 67
16 – Pedro (Tema com Variações)
17 – O Passarinho
18 – O Pato
19 – O Gato
20 – O Avô de Pedro
21 – O Lobo
22 – O Sexteto Final: Todas as Personagens

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Londres, Reino Unido, 1999
Engenheiro de som: Peter Nicholls
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo

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Volume 34 – MEU TCHAIKOVSKY PREFERIDO

Pyotr TCHAIKOVSKY

As Estações do Ano, Suíte para piano, Op. 37a
1 – Janeiro: Junto à Lareira
2 – Fevereiro: Carnaval
3 – Março: O Canto da Cotovia
4 – Abril: Flor da Primavera
5 – Maio: Noites Brancas
6 – Junho: Barcarola
7 – Julho: O Canto do Ceifeiro
8 – Agosto: Colheita
9 – Setembro: Caça
10 – Outubro: O Canto do Outono
11 – Novembro: Troika
12 – Dezembro: Natal

Pyotr TCHAIKOVSKY
Transcrições de Arthur Moreira Lima (1940-2024)

Quatro Romances para piano
13 – Apenas Um Coração Solitário, Op. 6 No. 6
14 – Ode às Florestas, Op. 47 No. 5
15 – Janela Escancarada, Op. 63 No. 2
16 – Sozinho outra Vez, Op. 73 No. 6

Pyotr TCHAIKOVSKY

Das Seis Peças para piano, Op. 51
17 – No. 6: Valsa Sentimental

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Londres, Reino Unido, 1999
Engenheiro de som: Peter Nicholls
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo

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“4ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele falou sobre algumas filmagens raras que está encontrando em seu acervo, que incluem seu programa apresentado na Manchete na década de 1980. Depois relembrou o recital de Arnaldo Estrella a que assistiu em Moscou na década de 1960 e do contato que teve com ele nesta época. Mencionou um raro disco que gravou com obras de Chopin em 1969, o que acabou resultando em um convite de Arturo Michelangeli para ser um de seus alunos neste ano, e comentou o motivo que o levou a declinar. Também falou sobre russos célebres que conheceu na época, como Dimitri Shostakovich e Maya Plisetskaya. Depois relembrou recitais e concertos que tocou no Brasil após sua premiação no Concurso Chopin de 1965, incluindo o histórico recital em que tocou pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro músicas de Ernesto Nazareth em 1966, anos antes dos discos antológicos que viria a gravar com obras deste compositor. Nesse contexto, falou sobre o contato que teve com o grande pesquisador Mozart de Araújo. Também comentou sobre quando se tornou assistente de Rudolf Kehrer depois que se formou no Conservatório de Moscou, e relembrou outros concursos de que participou na época, como o Concurso de Montreal em 1968, e o Concurso de Leeds em 1969, no qual ficou classificado em 3º lugar, e falou sobre os problemas que houve nesta edição. Também mencionou as vantagens e desvantagens de se tocar o Concerto No. 2 de Chopin em concursos.”


BÔNUS:

Nossa homenagem a Arthur abre vastos parênteses para estender nossa gratidão a seu professor, Rudolf Kehrer (1923-2013), por tudo que compartilhou com nosso herói. Nascido em Tbilisi, capital da Geórgia, Kehrer teve sua trajetória interrompida pela Segunda Guerra Mundial, quando sua família, de origem alemã, foi deportada para o Cazaquistão. Proibido de tocar piano durante o seu exílio, e autorizado a tão-só dedilhar o acordeão, manteve a destreza tanto quanto pôde tocando um teclado falso feito de um pedaço de madeira. Foi somente após a morte de Stalin, em 1953, que conseguiu retomar seus estudos no ainda remoto Conservatório de Tashkent, no Uzbequistão. Em 1961, viu sua carreira de concertista ser enfim lançada após vencer o Concurso de Toda-União em Moscou – cujo vencedor anterior fora também um brilhante pianista de origem alemã, de nome Sviatoslav Richter, e para o qual obtivera, aos 37 anos, a autorização excepcional para competir com pianistas mais jovens. Ainda proibido de se apresentar no Ocidente, assumiu uma cátedra no Conservatório de Moscou e fez muitas gravações para o selo Melodiya que, por muito tempo, só circularam pela sovietosfera. Eu as desconhecia completamente, até encontrar essa enorme coletânea da Doremi. O que ouvi derrubou meu queixo. Apesar da capinha safada, que parece ter sido feita pelo Paint duma babushka, o som é bom, e Kehrer, melhor ainda. Ainda mais que uma máquina de vencer na vida (vide seus retratos, que seriam bastantes para ilustrar todos os verbetes duma Enciclopédia do Estoicismo), ele foi um pianista MONSTRUOSO, tão imenso quanto seu repertório. É ouvir para crer.


 

CD 1

Johannes BRAHMS (1833-1897)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Ré menor, Op. 15

Grande Orquestra Sinfônica da Rádio de Moscou
Gennady Rozhdestvensky, regência
Gravado em 1969

Sergei RACHMANINOFF
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Dó menor, Op. 18

Orquestra Filarmônica de Moscou
Kirill Kondrashin, regência
Gravado em 1963

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CD 2

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto para piano e orquestra no. 21 em Dó maior, K. 467
Orquestra Filarmônica de Moscou
Viktor Dubrovsky, regência
Gravado em 1965

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto para piano e orquestra no.5 em Mi bemol maior, Op. 73
Orquestra Filarmônica de Moscou
Kirill Kondrashin, regência
Gravado em 1963

Franz LISZT (1811-1881)
Valsa Mephisto no. 1, S. 514
Gravada em 1961

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CD 3

Franz LISZT
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi bemol maior, S. 124
Orquestra Filarmônica de Moscou
Viktor Dubrovsky, regência
Gravado em 1965

Sergei PROKOFIEV (1891-1953)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Ré bemol maior, Op. 10
Orquestra Filarmônica de Moscou
Kirill Kondrashin, regência
Gravado em 1961

Georgy Aleksandrovich MUSHEL (1909-1989)
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Lá menor
Orquestra Filarmônica de Moscou
Kirill Kondrashin, regência
Gravado em 1963

Wilhelm Richard WAGNER (1813-1883)
Arranjo de Franz LISZT
Abertura de “Tannhäuser”, S.442 (1848)
Gravada em 1961

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CD4

Wolfgang Amadeus MOZART

Sonata para piano em Lá menor, K. 310
Gravada em 1975

Ludwig van BEETHOVEN
Sonata para piano no. 8 em Dó menor, Op. 13, “Patética”
Sonata para piano no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Ao Luar”
Gravadas em 1975

Georgy Vasilyevich SVIRIDOV (1915-1998)
Sonata para piano
Gravada em 1975

Franz LISZT
Estudo Transcendental no. 10 em Fá menor, S. 139 (1852)
Gravado em 1961
Années de Pèlerinage, Livro 2, S. 161 – No. 1, “Sposalizio”
Gravado em 1975

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CD 5

Georgy SVIRIDOV
Trio para violino, violoncelo e piano
Viktor Pikaizen, violino
Lev Evgrafov, violoncelo
Gravado em 1984

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Estudos Sinfônicos para piano, Op. 13
Gravados em 1978
Arabesque em Dó maior para piano, Op. 18 
Gravada em 1978

Rudolf Kehrer, piano

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Любимому мастеру — с любовью ♡

 

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, seguimos com o álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952, . Eis o volante Jair Florêncio de Santana, ou, simplesmente, Jair (1929-2014).

Vassily

Johannes Brahms (1833-1897): Danças Húngaras para piano a quatro mãos (Katia e Marielle Labèque)

Johannes Brahms (1833-1897): Danças Húngaras para piano a quatro mãos (Katia e Marielle Labèque)

POSTAGEM ORIGINAL DE FDP BACH EM 4 /7/2007, LINK REVALIDADO POR VASSILY EM 30/11/2015

Na estreia de uma nova série aqui no PQP Bach, dedicada à música para dois pianistas, revalidamos uma postagem dos primórdios deste blogue, com a clássica gravação das Danças Húngaras de Brahms tocadas pelas irmãs Labèque. Colorida e cheia de verve, é a melhor introdução possível para estas semanas a quatro mãos que preparamos para vocês.

Vassily Genrikhovich

POSTAGEM ORIGINAL DE FDP BACH EM 4/7/2007

FDP Bach resolveu fazer uma postagem um tanto quanto diferente: as Danças Húngaras de Brahms, mas em uma versão pouco conhecida: para piano a quatro mãos. Possuo esse CD já há alguns anos, e nunca me canso de ouvi-lo, devido à consistência de sua interpretação e também à sua dinâmica.

Esta versão para dois pianos é riquíssima em termos de arranjo. E as irmãs Labèque, Katia e Marielle, bem elas são um caso à parte… além de lindíssimas, são grandes intérpretes. Para quem já teve a oportunidade de assisti-las ao vivo, deve ser difícil saber no que se deve prestar atenção: nas pianistas ou na música… Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa.

Johannes Brahms (1833-1897): Danças Húngaras para piano a quatro mãos (Katia e Marielle Labèque)

01 – Allegro molto
02 – Allegro non assai
03 – Allegretto
04 – Poco sostenuto
05 – Allegro
06 – Vivace
07 – Allegretto
08 – Presto
09 – Allegro non troppo
10 – Presto
11 – Poco andante
12 – Presto
13 – Andantino grazioso
14 – Un poco andante
15 – Allegretto grazioso
16 – Con moto
17 – Andantino
18 – Vivace
19 – Allegretto
20 – Poco allegretto
21 – Vivace

Katia e Marielle Labèque, piano

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As irmãs Labèque sensualizando o teto.

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 11 de 11): String Sextet no.1, Op.18, String Sextet no.2, Op. 36 (Amadeus, Pleeth, Aronowitz)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 11 de 11): String Sextet no.1, Op.18, String Sextet no.2, Op. 36 (Amadeus, Pleeth, Aronowitz)

Então vamos encerrar mais uma coleção. E claro que em grande estilo, com o imortal Amadeus Quartet com dois convidados, o violoncelista William Pleeth e o violista Cecil Aronowitz em duas históricas gravações realizadas lá na década de 1960, 1966 e 1968, respectivamente. Creio que estas gravações, juntamente com as dos trios com Tamás Vasary, são as únicas que fazem parte daquela famosa caixa que comentei lá na primeira postagem.

Então, relembrando o simpático porquinho mencionado em outra postagem, posso dizer ‘É, é, isso aí, pe-pe-ssoal …!!!

CD 11

01. String Sextet no.1 in B flat major,op.18 Allegro ma non troppo
02. Andante ma moderato
03. Scherzo,Allegro molto
04. Rondo,Poco Allegretto e grazioso

05. String Sextet no.2 in G major,op.36 Allegro non troppo
06. Scherzo,Allegro non troppo – Presto gocoso – Tempo I
07. Adagio
08. Poco Allegro

Amadeus String Quartet
William Pleeth – Cello
Cecil Aronowitz – Viola

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FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 9 de 11) Clarinet Sonata No.2, Op.120 No.2, String Quartet No.1, Op.51 no.1 (Pieterson, H. Menuhin, Quartetto Italiano)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 9 de 11) Clarinet Sonata No.2, Op.120 No.2, String Quartet No.1, Op.51 no.1 (Pieterson, H. Menuhin, Quartetto Italiano)

Enquanto meu irmão PQP encara a série da obra para órgão de nosso pai, dou continuidade à integral da Obra de Câmera de Brahms, desta vez o vol. 9. Fiquei feliz com o sucesso da postagem anterior, 97 downloads em dois dias, e me propus terminar essa série. É um projeto antigo, que iniciei logo que iniciamos o blog, e que agora, por estar se arrastando tanto, decidir concluir.

A dupla Pieterson / Menuhin continua junta, desta vez tocando a bela e melancólica Sonata para clarinete  op. 120, enquanto que o Quarteto Italiano inicia o ciclo dos quartetos de corda.

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 9 de 11) Clarinet Sonata No.2, Op.120 No.2, String Quartet No.1, Op.51 no.1 (Pieterson, H. Menuhin, Quartetto Italiano)

01 Clarinet Sonata No.2 in E flat, op.120 No.2 – I. Allegro amabile
02 Clarinet Sonata No.2 in E flat, op.120 No.2 – II. Appassionata, ma non troppo allegro
o3 Clarinet Sonata No.2 in E flat, op.120 No.2 – III. Andante con moto
04 Clarinet Sonata No.2 in E flat, op.120 No.2 – IV. Allegro non troppo

George Pieterson – Clarinet
Hephzibah Menuhin – Piano

05 String Quartet No.1 in C minor, op.51 no.1 – I. Allegro
06 String Quartet No.1 in C minor, op.51 no.1 – II. Romanze. Poco adagio
07 String Quartet No.1 in C minor, op.51 no.1 – III. Allegretto molto moderato e comodo
08 String Quartet No.1 in C minor, op.51 no.1 – IV. Allegro

Quartetto Italiano

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FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (Cd 10 de 11) – String Quartet No.2, op.51 no.2, String Quartet No.3, Op.67 (Quartetto Italiano)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (Cd 10 de 11) – String Quartet No.2, op.51 no.2,  String Quartet No.3, Op.67 (Quartetto Italiano)

O penúltimo cd da Integral da Obra de Câmera de Brahms, vol. 10, traz os dois últimos quartetos de cordas, o segundo do op. 51, e o de op. 67. A respeito dos quartetos de corda, vou citar abaixo um trecho extraído da biografia de Brahms escrita por Malcolm McDonald:

“A impiedosa lógica de sua construção, a extração de tantas coisas de motivos básicos, o esforço para abarcar seu vocabulário harmônico e contrapontístico mais “avançado” e pessoal, admitem poucas concessões à forma escolhida e forçam quase ao limite máximo da resistência. Quanto à forma em si, o desafio de contribuir para um repertório em grande parte criado por Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert incitou Brahms a um senso ainda mais agudo de responsabilidade histórica do que de costume. Talvez seja por isso que as obras (sobretudo a nº 1) possam parecer tão invariavelmente sérias e impelidas com dificuldade, tão afligidas pela instabilidade do modo menor. O resultado tem sido muitas vezes severamente criticado como execrável composição de quarteto, e os quartetos de Brahms sem dúvida nunca detiveram a inexpugnável proeminência no repertório de quartetos que as suas sinfonias alcançaram na literatura orquestral. Entretanto, segundo qualqer critério são obras importantes, ´cheias de intensidade apaixonada´e de certa eloquência pressurizada. repletas (praticamente coaguladas) de substância musical e sutileza de composição. Suas formas densamente entrelaçadas, os inúmeros níveis de contraste, o fraseado maleável e fluidez tonal têm exercido seu fascínio sobre várias gerações de analistas musicais. “

Interessante também que estes quartetos foram publicados após o compositor completar 40 anos, mas Brahms já vinha trabalhando neles há muitos anos.

A interpretação continua à cargo do Quartetto Italiano.

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (Cd 10 de 11) – String Quartet No.2, op.51 no.2, String Quartet No.3, Op.67 (Quartetto Italiano)

01 String Quartet No.2 in A minor, op.51 no.2 – I. Allegro non troppo
02 II. Andante moderato
03 III. Quasi minuetto, moderato – Allegretto vivace
04 IV. Finale. Allegro con assai – Piu vivace
05 String Quartet No.3 in B flat, op.67 – I. Vivace
06 II. Andante
07 III. Agitato. Allegretto non troppo
08 IV. Poco allegretto con variazioni – Doppio movimento

Quartetto Italiano

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FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 8 de 11) Cello Sonata No.1, Op.38, Cello Sonata No.2, Op.99, Clarinet Sonata No.1, Op.120 No.1 (Starker, Sebok, Pieterson, H. Menuhin)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 8 de 11) Cello Sonata No.1, Op.38, Cello Sonata No.2, Op.99, Clarinet Sonata No.1, Op.120 No.1 (Starker, Sebok, Pieterson, H. Menuhin)

Após vários meses, FDP Bach volta à sua proposta de postar a integral da obra de câmara de Johannes Brahms editada pela Philips. Já tivemos grandes momentos com os Trios, nas mãos experientes do Beaux Arts Trio, e agora trago mais três grandes obras do gênio brahmsiano.

As Sonatas para Violoncelo e a Primeira Sonata para Clarinete são obras fundamentais no repertório camerístico, e são inúmeras as gravações existentes no mercado. Das sonatas para violoncelo possuo outras duas gravações, mas preferi dar continuidade à série, e ficar com a dupla Janos Starker e Gyorgy Sebok,  enquanto que a sonata para clarinete está sendo interpretada pela irmã de Yehudi Menuhin, Hephzibah Menuhin ao piano, e o clarinetista George Pieterson.

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 8 de 11) Cello Sonata No.1, Op.38, Cello Sonata No.2, Op.99, Clarinet Sonata No.1, Op.120 No.1 (Starker, Sebok, Pieterson, H. Menuhin)

1 Cello Sonata No.1 in E minor, Op.38 – I. Allegro non troppo
2 Cello Sonata No.1 in E minor, Op.38 – II. Allegretto quasi minuetto
3 Cello Sonata No.1 in E minor, Op.38 – III. Allegro – piu presto

4 Cello Sonata No.2 in F major, Op.99 – I. Allegro vivace
5 Cello Sonata No.2 in F major, Op.99 – II. Adagio affettuoso
6 Cello Sonata No.2 in F major, Op.99 – III. Allegro appasionato
7 Cello Sonata No.2 in F major, Op.99 – IV. Allegro molto

Janos Starker – Piano
Gyorgy Sebok – Violoncelo

8 Clarinet Sonata No.1 in F minor, Op.120 No.1 – I. Allegro appassionato
9 Clarinet Sonata No.1 in F minor, Op.120 No.1 – II. Andante un poco adagio
10 Clarinet Sonata No.1 in F minor, Op.120 No.1 – III. Allegretto grazioso
11 Clarinet Sonata No.1 in F minor, Op.120 No.1 – IV. Vivace

George Pieterson – Clarinet
Hephzibah Menuhin – Piano

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Eduard Hanslick incensando Brahms

FDP

Brahms: Concerto para Piano e Orq. No 2 & Mozart: Concerto para Piano e Orq. No 23 (Rubinstein, Krips, Wallenstein)

Brahms: Concerto para Piano e Orq. No 2 & Mozart:  Concerto para Piano e Orq. No 23 (Rubinstein, Krips, Wallenstein)

O maestro Josef Krips gostava de fish and chips, mas só lhe davam crips. Chips são batatas fritas, um lanche clássico. É provavelmente o termo que você mais viu ou ouviu em filmes ou programas de TV. Contrariamente a Krips, eu sou das poucas pessoas do mundo que não acha batatas fritas uma iguaria de revirar os olhos. Como, é óbvio, mas jamais peço em bares e restaurantes. Já os crips… Crips é aquele biscoito crocante com manteiga, aquela coisa nojenta que nos faz felizes, nos torna gordos e por fim nos mata. Os Crips também são gangues de rua afro-americanas, com origem em Los Angeles. Eles são conhecidos por atividades criminosas como assassinatos, roubos e tráfico de drogas, e por vestirem roupas azuis, como os gremistas. Com toda esta informação, desejo-lhe uma boa audição deste CD gravado no mês passado.

Brahms: Concerto para Piano e Orq. No 2 & Mozart: Concerto para Piano e Orq. No 23 (Rubinstein, Krips, Wallenstein)

Concerto No. 2 In B-Flat, Op. 83
Composed By – Johannes Brahms

Conductor – Josef Krips
Piano – Arthur Rubinstein
Orchestra – RCA Symphony Orchestra*
1 Allegro Non Troppo
2 Allegro Appassionato
3 Andante
4 Allegretto Grazioso

Concerto No. 23 In A, K. 488
Composed By – Wolfgang Amadeus Mozart

Conductor – Alfred Wallenstein
Piano – Arthur Rubinstein
Orchestra – RCA Victor Symphony Orchestra
5 1. Allegro
6 2. Adagio
7 3. Allegro assai

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PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Os Quartetos para Piano (completo) (Leopold / Hamelin)

Johannes Brahms (1833-1897): Os Quartetos para Piano (completo) (Leopold / Hamelin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Já que todos aqui estão depondo suas melhores pérolas para os visitantes, não serei eu a destoar de meus comparsas. Hoje é o dia em que nosso poeta Alessandro Reiffer vai enlouquecer de vez. Pois estes quartetos para piano absolutamente perfeitos estão numa gravação que — perdoe-me, FDP — bate o ex-campeão Beaux Arts Trio. O mundo é assim: quando achamos que ouvimos o absolutamente perfeito, vem uns malucos e fazem ainda melhor.

Gente, li tudo o que vocês escreveram sobre Brahms e concordo com muitas coisas, mas o principal não foi dito, penso: Brahms é denso pra caralho. Brahms explora um tema como papai fazia. Ele é bachiano até a raiz dos cabelos. Aliás, meus cinco compositores prediletos são Bach, Beethoven, Brahms, Bruckner, Bartók, Mahler e Shostakovich, todos com mania de repetição, sendo que Mahler devia ser também maníaco-depressivo. Vamos a um TEXTO MAIS ORGANIZADINHO E BONITINHO sobre Brahms? Nosso colaborador eventual Milton Ribeiro o escreve.

Como se não bastasse o trocadilho infame que o nome Brahms sugere a nós, brasileiros, ele era filho de um contrabaixista de Hamburgo que tocava em cervejarias. E, a partir dos dez anos de idade, o pequeno Johannes passou a trabalhar como pianista com seu pai, nas tabernas. Não sabemos se estas atividades foram nocivas à saúde do menino, sabemos apenas que ele, mais tarde, fez bom uso de seu conhecimento sobre o repertório popular alemão. Brahms teve apenas dois professores, ambos durante a infância e adolescência. Estava pronto após estudar Bach, Mozart e Beethoven.

Começou a compor cedo e, antes de completar 20 anos, seu Scherzo opus 4 já tinha entusiasmado e revelado afinidades com Schumann, a quem Brahms ainda desconhecia. Foi visitar Schumann e então os fatos são mais conhecidos: primeiro, Schumann escreve em seu diário “Visita de Brahms, um gênio!”, depois publica artigo altamente elogioso ao compositor, fazendo com que o jovem Brahms tivesse a melhor publicidade que um artista pudesse desejar. Schumann o considerava um filho espiritual e a esposa de Schumann, Clara, chamava-o de seu “deus loiro”. Muitas hipóteses são possíveis sobre a relação entre Clara e Brahms, mas só uma coisa é certa: eles destruíram a maior parte das cartas que dizia respeito a ela. Porém, a versão de que houve um forte componente amoroso na relação dos dois tem tudo para estar próxima da verdade.

O Quarteto para Piano é uma formação que envolve um piano e três outros instrumentos. Durante o período clássico, usualmente os outros instrumentos eram um trio de cordas –- violino, viola e violoncelo. Para esta formação, Mozart, Schumann, Brahms, Mendelssohn, Schubert, Dvorak, Berwald e Fauré, entre outros, escreveram obras. Mais modernamente, Mahler e Messiaen utilizaram a mesma formação, sendo que o Quarteto para o Fim dos Tempos de Messiaen envolve piano, violino, cello e um clarinete em lugar da viola.

Brahms compôs três quartetos para piano. Curiosamente, o último foi o primeiro a ser escrito, nos anos de 1855-1856, quando o compositor tinha 22-23 anos e estava hospedado na casa dos Schumann. Só que ele foi revisado e estreado apenas trinta anos depois, em 1875. O segundo a ser escrito e primeiro a ser estreado é o que recebeu o Nº1, Op. 25 (escrito em 1861 – Brahms com 28 anos) e o terceiro é o Nº 2, Op. 26 (1862 – Brahms com 29 anos).

Brahms é compositor originalíssimo. Suas obras representam uma tentativa única de fusão entre a expressividade romântica e as preocupações formais clássicas. O resultado é uma música de grande densidade e intensidade. Foi, em sua época, adotado pelos conservadores. Ele colaborou bastante com esta adoção ao assinar um manifesto contra a chamada escola neo-alemã de Liszt e Wagner. Teve tal estigma imerecido até o famoso ensaio de Schoenberg: “Brahms, o Progressista”.

Em seus últimos anos de vida, Brahms afirmava que suas maiores obras de câmara teriam sido as da juventude e citava nominalmente o Sexteto, Op. 18, e os Quartetos para Piano, Op. 25 e 26, como as suas preferidas.

Então, fica a pergunta: teria ele comido Clara Schumann?

Johannes Brahms (1833-1897): Os Quartetos para Piano (completo) (Leopold / Hamelin)

Piano Quartet No. 1 in G minor, Op. 25 (39:08)
1. Allegro
2. Intermezzo: Allegro Ma Non Troppo – Trio: Animato
3. Andante Con Moto
4. Rondo Alla Zingarese: Presto

Piano Quartet No. 3 in C minor (“Werther”), Op. 60 (35:06)
5. Allegro Non Troppo
6. Scherzo: Allegro
7. Andante
8. Finale: Allegro Comodo

Piano Quartet No. 2 in A major, Op. 26 (50:12)
1. Allegro Non Troppo
2. Poco Adagio
3. Scherzo: Poco Allegro – Trio
4. Finale: Allegro

Intermezzi (3) for piano solo, Op. 117 (16:16)
5. Andante Moderato
6. Andante Non Troppo E Con Molto Espressione
7. Andante Con Moto

Leopold String Trio
Marc-André Hamelin, piano

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O Leopold String Trio sem Hamelin
O Leopold String Trio sem Hamelin

PQP

Brahms (1833 – 1897): As Quatro Sinfonias • Royal Concertgebouw Orchestra • John Eliot Gardiner / Berliner Philharmoniker • Herbert von Karajan ֍

Brahms (1833 – 1897): As Quatro Sinfonias • Royal Concertgebouw Orchestra • John Eliot Gardiner / Berliner Philharmoniker • Herbert von Karajan ֍

Imagine um amante da música e de suas gravações que tenha ficado por um bom tempo sem acesso às informações e lançamentos musicais. Há vários cenários nos quais tal situação poderia ter ocorrido. O cara poderia ter ficado algumas décadas em uma ilha isolada de tudo e todos, como o Chuck-Tom Hanks em Cast Away (O Náufrago) em companhia apenas de uma bola de basquete e só nos dias de hoje tenha retornado à chamada ‘civilização’. Outra possibilidade é uma situação semelhante à vivida pelo general do ‘Me tira o tubo!’, personagem do Jô Soares, que sai do coma depois de décadas e se depara com o cenário da música gravada atual. Esse nosso fictício amante dos discos ficaria definitivamente confuso ao se deparar com o lançamento dessa postagem.

Como assim? John Eliot Gardiner no selo Deutsche Grammophon, não no Archiv Produktion? E regendo uma baita orquestra com instrumentos modernos? Sem contar que essa orquestra, a tal de Amsterdã, que grava para o selo Philips! E o repertório, Sinfonias de Brahms, não é música antiga ou barroca!

Realmente, o lançamento reúne as quatro sinfonias de Brahms numa ótima gravação, uma excelente maneira de se ouvir as sinfonias do Hannes. A orquestra é um primor e John Eliot, que andou com sua imagem desgastada pelo episódio de pugilismo fora dos ringues, garante andamentos ágeis e ótima articulação de tudo.

Ainda bem que Gardiner se retratou, pediu desculpas ao alvo de suas ‘manitas de piedra’ e agora tenta se enquadrar.

Eu ouvi essa gravação novinha das sinfonias de Brahms comparando com um dos ciclos do ‘inominável’ HvK, o segundo que ele gravou com a Berliner Philharmoniker, no fim da década de 1970. As gravações de Karajan foram muitas e tiveram muitas encarnações nos LPs e nos CDs, mas há um bom mapa que permite entender a cronologia e identificar esse ou aquele particular lançamento. Para isso, faça uma visita à página do blog IONARTS, aqui.

Não posso dizer que gostei mais desse do que daquele, acho os dois ciclos excelentes. Mas, se me torcerem o braço, escolheria a gravação recente.

“Can I protest my innocence?” John Eliot said. “I can be impatient, I get stroppy, I haven’t always been compassionate. I made plenty of mistakes in my early years. But I don’t think I behaved anything like as heinously as you have heard. The way an orchestra is set up is undemocratic. Someone needs to be in charge.”

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Symphony No. 1 in C minor, Op. 68
  1. Un poco sostenuto – Allegro
  2. Andante sostenuto
  3. Un poco allegretto e grazioso
  4. Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro
Symphony No. 2 in D major, Op. 73
  1. Allegro non troppo
  2. Adagio non troppo
  3. Allegretto grazioso (quasi andantino)
  4. Allegro con spirito
Symphony No. 3 in F major, Op. 90
  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Poco allegretto
  4. Allegro
Symphony No. 4 in E minor, Op. 98
  1. Allegro non troppo
  2. Andante moderato
  3. Allegro giocoso
  4. Allegro energico e passionato

Royal Concertgebouw Orchestra

Sir John Eliot Gardiner

Recorded: 2021-2023

Recording Venue: Concertgebouw, Amsterdam

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MP3 | 320 KBPS | 364 MB

Caso você tenha acesso às plataformas de distribuição de músicas, aqui está uma possibilidade para a audição:

Tidal

 

In these performances, Gardiner manages to have his period-instrument cake and enjoy his modern-instrument refinement in a way that is totally convincing  The Guardian

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Symphony No. 1 in C minor, Op. 68
  1. Un poco sostenuto – Allegro
  2. Andante sostenuto
  3. Un poco allegretto e grazioso
  4. Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro
Symphony No. 3 in F major, Op. 90
  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Poco allegretto
  4. Allegro
Symphony No. 2 in D major, Op. 73
  1. Allegro non troppo
  2. Adagio non troppo
  3. Allegretto grazioso (quasi andantino)
  4. Allegro con spirito
Symphony No. 4 in E minor, Op. 98
  1. Allegro non troppo
  2. Andante moderato
  3. Allegro giocoso
  4. Allegro energico e passionato

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

Recorded: 1978

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MP3 | 320 KBPS | 356 MB

Caso você tenha acesso às plataformas de distribuição de músicas, aqui está uma possibilidade para a audição:

Tidal

The playing of the Berlin Philharmonic remains uniquely cultivated, the ensemble is finely polished, and yet there is no lack of warmth or impetus throughout the set. — Penguin Guide, 2011 edition

Aqui outra ótima opção para as sinfonias do Hannes:

Brahms (1833 – 1897): As Quatro Sinfonias – Wiener Philharmoniker – James Levine ֎

Aproveite!

René Denon

Gardiner e a Royal Concertgebouw Orchestra

César FRANCK (1822-1890) & Johannes BRAHMS (1833-97): Sonatas para Violino • Fumiaki Miura (violin) • Nobuyuki Tsujii (piano) ֍

César FRANCK (1822-1890) & Johannes BRAHMS (1833-97): Sonatas para Violino • Fumiaki Miura (violin) • Nobuyuki Tsujii (piano) ֍

“A beautiful performance with a bright musicality was born.”

eBravo digital magazine

Miura testando um exemplar da coleção de arcos do acervo do PQP Bach

Caso eu fosse músico profissional ou mesmo razoável amador, pianista ou violinista, teria a Sonata para violino e piano de César Franck em meu repertório. É uma dessas obras que nos cativa desde a primeira audição. E para completar o programa do disco, outra sonata espetacular, a Primeira Sonata de Brahms. Johannes atuou muito, desde a sua juventude, como pianista acompanhante, especialmente de violinistas, e sabia de tudo sobre o ofício – o repertório, os truques, as técnicas. Mas isso miles de compositores sabiam, além disso, ele tinha o dom, era Brahms e terrivelmente auto-crítico.

Nobu é uma simpatia…

Aqui temos um disco lançado recentemente pela Deutsche Grammophon, que contratou o virtuose pianista Nobu Tsujii e também adquiriu os direitos sobre suas antigas gravações e esse disco é um desses casos. A gravação foi feita no Teldex Studio, Berlim, por volta de 2017, pela Avex Classics. Nestes dias a dupla de jovens músicos, Miura e Tsujii andavam pelas cidades do Japão dando recitais. Você vai encontrar vários vídeos deles tocando trechos de sonatas no YouTube.

Eu só conheci o disco agora, ponto positivo para o relançamento, afinal de contas, nada como ouvir linda música executada tão primorosamente como é o caso aqui.

César FRANCK (1822-1890)

Sonata para Violino em lá maior (1886)

  1. Allegretto ben moderato
  2. Allegro
  3. Recitativo-Fantasia. Ben moderato – Molto lento
  4. Allegretto poco mosso

Johannes BRAHMS (1833-97)

Sonata para Violino No. 1 em sol maior, Op. 78 (1878-79)

  1. Vivace ma non troppo
  2. Adagio
  3. Allegro molto moderato

Fumiaki Miura, violin

Nobuyuki Tsujii, piano

Gravação.  2017-18, Teldex Studio, Berlin
AVEX CLASSICS AVCL25991 [56:02]

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MP3 | 320 KBPS | 128 MB

Nobu e Fumiaki pousando para o papparazzi do PQP Bach

Caso você tenha acesso às plataformas de distribuição de músicas, aqui está uma possibilidade para a audição:

 Tidal

Trechos de uma crítica que pode ser lida integralmente aqui: Despite the stiff competition […], this newcomer can hold its head high. In the opening movement, Miura and Tsujii contour the ebb and flow of the narrative, confidently negotiating the harmonic shifts and tempo variants. The second movement is turbulent and impressively virtuosic. I’m particular taken by the heartfelt anguish of the Recitativo, and the sheer joy and elation with which they approach the finale.

The inclusion of the Brahms Violin Sonata No. 1 is apposite, as beguiling lyricism likewise permeates the score. Miura’s warm, burnished tone is ideal for this music. The opening movement’s gentle, bucolic charm is eloquently conveyed. The Adagio, which follows, is played with unfeigned sincerity and radiant fragility, and there’s nobility of gesture in the passionate moments of the ‘Regenlied’ finale.

Fumiaki Miura plays a 1704 Stradivarius loaned by the Munetsugu Foundation.

Apesar da forte concorrência […], este novo lançamento pode orgulhar-se dos resultados. No movimento de abertura, Miura e Tsujii contornam o fluxo e refluxo da narrativa, entretrocando com confiança as mudanças harmônicas e as variações de andamento. O segundo movimento é turbulento e impressionantemente virtuoso. Fiquei particularmente impressionado com a angústia profunda do Recitativo e com a pura alegria e euforia com que abordam o final.

A inclusão da Sonata para Violino nº 1 de Brahms é oportuna, visto que um lirismo sedutor também permeia a partitura. O timbre quente e polido de Miura é ideal para esta música. O charme suave e bucólico do movimento de abertura é transmitido com eloquência. O Adagio, que se segue, é tocado com sinceridade genuína e fragilidade radiante, e há nobreza de gestos nos momentos apaixonados do final de “Regenlied”.

Fumiaki Miura toca um Stradivarius de 1704 emprestado pela Fundação Munetsugu.

Aproveite!

René Denon

O prestativo Departamento de Artes do PQP Bach Corp. Enviou essa ilustração do Miura tocando um violino

¡Que viva la Reina! – Martha Argerich, 84 anos [Rendez-vous with Martha Argerich, vol. 3]

Mais um outono para a Rainha, e desta feita ela nos presenteia com gravações novas – tão novas, claro, quanto podem ser as de alguém tão avessa aos estúdios e afeita a dividir a ribalta com jovens colegas e os parceiros de sempre. Estas que ora lhes apresento foram feitas algumas semanas depois do seu octagésimo aniversário, em junho de 2021, no festival que Martha vem consolidando em Hamburgo e no qual desfruta do privilégio de selecionar a pinça o tradicional petit comité que tem garantido muito de sua longeva alegria em pisar palcos.

No que tange a Sua Majestade, o melhor que ela nos oferece nesses volumes são a leitura da sonata Op. 30 no. 3 de Beethoven, com Renaud Capuçon – seu mais frequente e afiado parceiro ao arco, nos últimos anos -, um ebuliente Segundo Concerto de Ludwig, e o belíssimo Trio de Mendelssohn, ao lado de Mischa Maisky e da über-diva Anne-Sophie Mutter. A família Margulis – Jura, Alissa e Natalia – traz um azeitadíssimo Trio “Fantasma” e um mui tocante “Canto dos Pássaros”, joia folclórica catalã posta em pauta por Pau Casals. O variado cardápio também inclui as “Canções e Danças da Morte” de Mussorgsky, com o ótimo baixo Michael Volle, e uma Sonata para dois pianos e percussão de Bartók para a qual a Rainha, que tanto a tocou com nosso Nelson Freire, convidou seu outro Nelson favorito, o compatriota Goerner. O melhor retrogosto, entretanto, não foi o que veio de dedos hermanos, e sim das diminutas mãos de Maria João em Schubert – que maravilhosos, os dois improvisos! – e da última apresentação pública de Nicholas Angelich, um brahmsiano que sempre honrou o grande hamburguense e fez da Segunda Sonata para viola e piano seu canto de cisne.

ooOoo

Uma breve nota: a partir de hoje, mudarei a maneira de compartilhar música com os leitores-ouvintes. Cansei de ver a pedra rolar tantas vezes morro abaixo. Não farei mais comentários. Que venham os tomates.

Disco 1

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sete Variações para violoncelo e piano sobre “Bei Männern, welche Liebe fühlen”, da ópera “Die Zauberflöte” de Wolfgang Amadeus Mozart, WoO 46
1 – Thema. Andante
2 – Variation I
3 – Variation II
4 – Variation III
5 – Variation IV
6 – Variation V: Si prenda il tempo un poco più vivace
7 – Variation VI. Adagio
8 – Variation VII. Allegro ma non troppo

Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich,
piano

Das Três Sonatas para violino e piano, Op. 30:
Sonata no. 3 em Sol maior
9 – Allegro assai
10 – Tempo di Minuetto, ma molto moderato e grazioso
11 – Allegro vivace

Renaud Capuçon,
violino
Martha Argerich,
piano

Dos Dois Trios para piano, violino e violoncelo, Op. 70:
No. 1 em Ré maior, “Fantasma”
12 – Allegro vivace e con brio
13 – Largo assai ed espressivo
14 – Presto

Alissa Margulis, violino
Natalia Margulis, violoncelo
Jura Margulis, piano


Disco 2

Ludwig van BEETHOVEN

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19
1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondo. Molto allegro

Martha Argerich, piano
Symphoniker Hamburg
Sylvain Cambreling
, regência

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN-Bartholdy (1809-1847)

Trio para piano, violino e violoncelo no. 1 em Ré menor, Op. 49
4 – Molto allegro agitato
5 – Andante con moto tranquillo
6 – Scherzo: Leggiero e vivace
7 – Finale: Allegro assai appassionato

Anne-Sophie Mutter, violino
Mischa Maisky
, violoncelo
Martha Argerich
, piano

Johannes BRAHMS (1833-1897)

Das Duas Sonatas para clarinete e piano, Op. 120 (transcritas para viola e piano pelo compositor):
Sonata no. 2 em Mi bemol maior
8 – Allegro amabile
9 – Allegro appassionato
10 – Andante con moto – Allegro – Più tranquillo

Gérard Caussé, viola
Nicholas Angelich,
piano


Disco 3

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Dos Improvisos para piano, D. 935 (Op. Posth. 142):
No. 2 em Lá bemol maior
1 – Allegretto
No. 3 em Si bemol maior, “Rosamunde”
2 – Andante

Sonata para piano em Lá maior, D. 664
3 – Allegro moderato
4 – Andante
5 – Allegro

Maria João Pires, piano

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)

Sonata para piano a quatro mãos em Dó maior, K. 521
6 – Allegro
7 – Andante
8 – Allegretto

Martha Argerich e Maria João Pires, piano


Disco 4

Pau CASALS i Defilló (1876-1973)

1 – El Cant dels Ocells, para violino, violoncelo e piano

Alissa Margulis, violino
Natalia Margulis,
violoncelo
Jura Margulis,
piano

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

Suite Popular Espanhola, para violino e piano
2 – El Paño Moruno
3 – Nana
4 – Canción
5 – Polo
6 – Asturiana
7 – Jota

Tedi Papavrami, violino
Maki Okada, piano

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)

Quinteto em Fá menor para dois violinos, viola, violoncelo e piano
8 – Molto moderato quasi lento – Allegro
9 – Lento, con molto sentimento
10 – Allegro non troppo ma con fuoco

Akiko Suwanai e Tedi Papavrami, violinos
Lyda Chen, viola
Alexander Kniazev, violoncelo
Evgeni Bozhanov, piano


Disco 5

Astor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)

1 – Le Grand Tango

Gidon Kremer, violino
Georgijs Osokins, piano

Leonard BERNSTEIN (1918-1990)

Danças Sinfônicas de West Side Story, para dois pianos
2 – Prologue
3 – Somewhere
4 – Scherzo
5 – Mambo
6 – Cha-cha
7 – Meeting Scen
8 – Cool Fugue
9 – Rumble Track
10 – Finale

Anton Gerzenberg e Daniel Gerzenberg, pianos

Astor PIAZZOLLA

[Las] Estaciones Porteñas,para violino, violoncelo e piano
11 – Invierno Porteño
12 – Verano Porteño
13 – Otoño Porteño
14 – Primavera Porteña

Tedi Papavrami, violino
Eugene Lifschitz, violoncelo
Alexander Gurning, piano


Disco 6

Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)

“Canções e Danças da Morte”
1 – Kolybel’naya [“Acalanto”]
2 – Serenada [Serenata]
3 – Trepak
4 – Polkovodets [“O Marechal de Campo”]

Michael Volle, baixo-barítono
Daniel Gerzenberg, piano

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)

Sonata para dois pianos e percussão, Sz 110
5 – Assai lento
6 – Lento, ma non troppo
7 – Allegro non troppo

Martha Argerich e Nelson Goerner, pianos
Alexej Gerassimez e Lukas Böhm, percussão

Arno Harutyuni BABAJANYAN (1921-1983)

Trio em Fá sustenido menor para violino, violoncelo e piano
8 – Largo – Allegro espressivo – Maestoso
9 – Andante
10 – Allegro vivace

Michael Guttman, violino
Jing Zhao, violoncelo
Elena Lisitsian, piano

Disco 7

Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)

Sonata em Ré menor para violoncelo e piano, Op. 40
1 – Allegro non troppo
2 – Allegro
3 – Largo
4 – Allegro

Mischa Maisky, violoncelo
Martha Argerich, piano

Sergei Sergeiyevich PROKOFIEV (1891-1953)

Sonata em Ré maior para flauta e piano, Op. 94
5 – Moderato
6 – Presto – poco meno mosso
7 – Andante
8 – Allegro con brio – poco meno mosso

Susanne Barner, flauta
Martha Argerich, piano

Dmitri SHOSTAKOVICH

9 – Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94

Martha Argerich e Lilya Zilberstein, pianos

Mieczysław WEINBERG (1919-1996)

Doze Miniaturas para flauta e piano, Op. 29
10 – Improvisação
11 – Arietta
12 – Burlesque
13 – Capriccio
14 – Noturno
15 – Valsa
16 – Ode
17 – Duo
18 – Étude
19  – Intermezzo
20 – Pastorale

Susanne Barner, flauta
Akane Sakai, piano

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Johannes Brahms (1833-1897): Piano Concerto Nº 1, Op.15 (Zimerman / Rattle)

Johannes Brahms (1833-1897): Piano Concerto Nº 1, Op.15 (Zimerman / Rattle)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Concerto no. 1 de Brahms para piano e orquestra é uma das coisas mais avassaladoras que eu conheço em matéria de música. As notas iniciais são um torrente de drama, desespero e tensão. Mas, aos poucos a paisagem vai serenando, ganhando contornos suaves, mansamente idílica. O que segue até o final não pode ser retratado com as palavras. Este concerto é uma bela metáfora do que é a vida – tensa, dramática, mas cheia de encantos selvagens e, quiçá, paraísos. Toda metáfora é um salto sobre o abismo. É ver o mundo iluminado pela chama de uma vela. Os contornos são tenebrosos, poucos divisáveis, mas enquanto caminhamos vamos construindo intuições. Ouvi este concerto já por três vezes desde ontem à noite e fiquei com a sensação de algo grande. Restou-me apenas o desejo de compartilhá-lo. Afinal, Brahms merece nossas mais veneradas impressões. Um bom deleite!

Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Concerto No.1 in D minor Op.15

Piano Concerto No.1 in D minor Op.15
01. 1. Maestoso
02. 2. Adagio
03. 3. Rondo. Allegro non troppo

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente
Krystian Zimerman, piano

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Amiguchos

Carlinus (post original de 2011)

Johannes Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com Clarinete – Laura Ruiz Ferreres e Christoph Berner (piano) – Danjulo Ishizaka (violoncelo) – Mandelring Quartet ֎

Johannes Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com Clarinete – Laura Ruiz Ferreres e Christoph Berner (piano) – Danjulo Ishizaka (violoncelo) – Mandelring Quartet ֎

Após compor o Quinteto para Cordas nº 2 em Sol maior, Brahms sinalizou sua intenção de encerrar o expediente. Mas então, em março de 1891, ele ouviu Mühlfeld tocar o Concerto para Clarinete nº 1 de Weber e o Quinteto para Clarinete de Mozart, e sua decisão evaporou.

“Ninguém consegue tocar clarinete com mais beleza do que o Sr. Mühlfeld”, escreveu Brahms a Clara Schumann. “Os clarinetistas de Viena e de muitos outros lugares são bastante bons em orquestra, mas, quando tocam uma peça solo, não proporcionam algum prazer verdadeiro.”

Lá por 1890 Hannes havia deixado a barba crescer e decidido pendurar a pena e as pautas, vestindo então o pijama de compositor. Ele só fazia passear e tomar chá com os amigos e amigas. Num desses passeios até Meiningen ele ouviu um clarinetista interpretar obras de Mozart e Weber e ficou encantado com essas interpretações. O cara chamava-se Richard Bernhard Herrmann Mühlfeld e eles tornaram-se amigos. Ao contrário do genioso e rabugento Johannes, Richard era boa praça e convenceu Brahms a compor música com clarinete. Assim, no verão de 1891, Brahms, Mühlfeld e o Quarteto Joachim (de outro famoso amigo de Hannes) estrearam o Trio para clarinete, violoncelo e piano, assim como o Quinteto para Clarinete.

Richard Mühlfeld

Alguns anos depois, depois de uma série de belíssimas peças curtas para piano, mais uma vez Brahms dedicou seus talentos ao clarinete. Em 1894, passando uns dias em Ischl, compôs as duas sonatas para piano e clarinete, que foram estreadas em caráter privado pelos dois amigos no Palácio de Berchtesgarden. Depois, novamente as tocaram para Clara Schumann, em uma passagem pela casa da famosa pianista. Veja como eram essas visitas, numa descrição feita por uma das suas filhas: A filha Eugenie ficou impressionada como “a casa parecia ter se enchido de vida assim que Brahms pôs os pés nela”. Ele os entreteve com piadas e histórias sobre uma operação que Billroth lhe descrevera, ou contando-lhes sobre as novas peças de Dvořák, ou como Joachim, que dormia como uma pedra quando estavam em turnê juntos, era um péssimo jogador de cartas. Além disso, eles tocaram as sonatas para clarinete com Mühlfeld, Clara virando as páginas, sorrindo.

E eu, que tenho passado por um período imerso em música com clarinete, dei com esse álbum com essas peças compostas por Brahms, obras de câmara com clarinete. Tanto ouvi que ando por aí a assobiar os trechos mesmo sem me dar por isso.

Laurafeliz por aparecer no PQP Bach…

A clarinetista Laura Ruiz Ferreres está perfeita nesse álbum, fazendo jus aos apelidos que Brahms deu ao seu amigo Mühlfeld: Fräulein Klarinette, Meine Prima donna e O Rouxinol da Orquestra. Desde 2010 ela é professora de clarinete da muito respeitada Hochschule für Musik und Darstellenden Kunst em Frankfurt. Sua maneira de tocar o clarinete é imaculada e extraordinariamente expressiva. Nas obras para clarinete de Brahms há uma enorme variedade de dinâmicas e ela as superou sem qualquer imperfeição. Seus pianíssimos são particularmente estonteantes.

Johannes Brahms (1833 – 1897)

 Clarinet Trio in A minor, Op. 114
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Andante grazioso
  4. Allegro
Clarinet Sonata No. 1 in F minor, Op. 120 No. 1
  1. Allegro appassionato
  2. Andante un poco adagio
  3. Allegretto grazioso
  4. Vivace
Clarinet Sonata No. 2 in E flat major, Op. 120 No. 2
  1. Allegro amabile
  2. Allegro, molto appassionato
  3. Andante con moto – Allegro
Clarinet Quintet in B minor, Op. 115
  1. Allegro
  2. Adagio – Più lento
  3. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
  4. Con moto

Laura Ruiz Ferreres, clarinete

Christoph Berner, piano

Danjulo Ishizaka, violoncelo

Mandelring Quartet

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MP3 | 320 KBPS | 229 MB

Hannes e amigos…

It is well-known that Brahms was so impressed by the playing of clarinetist Richard Mühlfeld, the principal clarinetist of the vaunted Meiningen Court Orchestra, that he more or less came out of retirement and wrote four late works (Opp. 114, 115, and Op. 120, Nos. 1 and 2) for him and even appeared as pianist with him playing those that included piano. It is for good reason that these late works are among the most treasured by Brahmsians, partly because of the mellow sound of the clarinet, and partly because of the serene, wise and autumnal nature of the works. They are not probably the most popular works among the general public. But they are jewels of the first rank. And on these two hybrid-SACDs they are given spectacularly musical performances.

This recording of the complete chamber music works for clarinet by Johannes Brahms is presented with first-rate interpreters: Laura Ruiz Ferreres, one of the most gifted clarinettists of her generation, and pianist Christoph Berner.

Internationally renowned cellist Danjulo Ishizaka and the Mandelring Quartet complete the superb line-up of instrumentalists for this recording.

Aproveite!

René Denon

O Senhor Clarinete!

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)
Version 1.0.0

Um CD agradabilíssimo e diferente. Sempre relacionamos Brahms à densidade e ao rigor formal, porém aqui não há nada disso. É uma música de sarau, não tão simplesinha assim e boa de se ouvir nas noites em que estamos trabalhando em casa ou conversando com poucos amigos. Saibam que as faixas 1, 26 e algumas outras pararão a conversa ou interromperão nosso trabalho para que digamos ou pensemos: que coisa linda isso!

As cantoras Julie Kaufmann e Marilyn Schmiege possuem perfeito senso de estilo e adaptam-se a cada canção dando a ela personalidade própria. Um maravilhoso CD da Orfeu que merece ser comprado por sua música e pelo excelente encarte com todas as letras. A relação de duetos e lieder é interminável e isto não é uma reclamação, imagine!

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

1. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
2. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
3. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
4. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
5. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
6. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
7. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
8. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
9. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
10. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
11. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
12. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
13. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
14. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
15. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
16. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
17. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
18. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
19. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
20. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
21. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
22. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
23. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
24. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
25. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
26. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 5 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
27. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
28. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
29. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
30. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
31. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege

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PQP

Mozart (1756 – 1791) – Beethoven (1770 – 1827) – Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com clarinete – Gervase de Peyer & membros do Melos Ensemble ֎

Mozart (1756 – 1791) – Beethoven (1770 – 1827) – Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com clarinete – Gervase de Peyer & membros do Melos Ensemble ֎

Aqui estão, diretos do Túnel do Tempo, outros dois discos que contêm as peças que formaram um CD comemorativo da passagem de duzentos anos da morte de Mozart. Esse disco foi mencionado em postagem anterior, com os trios de Ravel e Mozart. As outras duas peças, além do Trio de Mozart, são um Quinteto com Piano e Sopros, que serviu de modelo para uma obra semelhante composta pelo jovem Ludovico, e o Trio “Kegelstatt”, do qual faz parte um clarinete. O Quinteto com Piano e Sopros faz dobradinha exatamente com a obra de Beethoven e o Trio “Kegelstatt” faz dobradinha com o maravilhoso, espetacular, Quinteto para Clarinete e Cordas.

Esta gravação do lindo Quinteto para Clarinete foi também agrupada em um CD com a gravação do Quinteto com a mesma formação, composto por Brahms, no período no qual ele andou de amores com o som do clarinete. Assim, temos dois LPs restaurados digitalmente mais um bônus – o Quinteto com Clarinete de Johannes Brahms.

G de Peyer

Sobre Gervase de Peyer, sabemos que chamou a atenção ao interpretar o solo do Concerto para clarinete de Mozart numa transmissão da BBC quando tinha ainda apenas 16 anos. Foi o principal clarinetista da London Symphony Orchestra de 1955 até 1972, quando foi forçado a declinar do posto por estar atuando também em Nova Iorque. Mas, por volta de 1970, juntamente com outros membros da LSO fundou o Melos Ensemble. Esses músicos queriam tocar música de câmara, com diversas combinações de instrumentos. Alguns dos outros membros fundadores também aparecem aqui nas gravações, como Cecil Aranowitz (viola), Richard Adeney (flauta), Emanuel Hurwitz (violino), Osian Ellis (harpa) e Lamar Crowson (piano). Podiam tocar músicas como o Septeto de Beethoven, os Octetos de Schubert e Mendelssohn. Essas peças reunidas aqui nos dão uma ideia de como eles tinham amor pela música e prazer em tocar em pequenos grupos.

CD1

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Trio em mi bemol maior para clarinete, viola e piano, K.498
  1. Andante
  2. Menuetto And Trio
  3. Allegretto
Quinteto em lá maior para clarinete e cordas, K.581
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Menuetto – Trios I & II
  4. Allegretto Con Variazioni

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Quinteto em si menor para clarinete e cordas, Op. 115
  1. Allegro
  2. Adagio – Piu lento
  3. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
  4. Con moto

Melos Ensemble Of London

Gervase de Peyer, clarinete
Cecil Aronowitz, viola
Lamar Crowson, piano (trio)
Terence Weil, violoncelo (quintetos)
Emanuel Hurwitz & Ivor McMahon, violinos (quintetos)

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MP3 | 320 KBPS | 197 MB

CD2

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Quinteto em mi bemol maior, K.452
  1. Largo – Allegro moderato
  2. Larghetto
  3. Rondo (Allegretto)

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quinteto em mi bemol maior, Op.16
  1. Allegro, ma non troppo
  2. Andante cantabile
  3. Rondo (Allegro, ma non troppo)

Melos Ensemble Of London

Gervase de Peyer, clarinete
William Waterhouse, fagote
Neil Sanders, trompa
Peter Graeme, opoé
Lamar Crowson, piano

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MP3 | 320 KBPS | 96 MB

The clarinettist Gervase de Peyer first made his mark with a BBC broadcast of the Mozart concerto at the age of 16, while still a schoolboy. He went on to become the outstanding player of his generation, developing a warm, flexible sound that made extensive use of vibrato, particularly in the lower register, and inspired many new compositions.

Aproveite!

René Denon

Melos Ensemble na formação de quinteto para clarinete e cordas…

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 3 de 11) Sonatas para Violino e Piano Nº 1, 2 & 3 (Grumiaux, Sebok)

Johannes Brahms (1833-1897): Complete Chamber Music (CD 3 de 11) Sonatas para Violino e Piano Nº 1, 2 & 3 (Grumiaux, Sebok)

Pois bem, eis então terceiro cd da Obra Integral de Câmara de Johannes Brahms. Demorou, mas veio. Nesse cd, temos as sonatas para violino e piano. E que podemos comentar sobre elas, além de dizer que são maravilhosas, de uma profundidade que atinge nossas almas, mas sem sobressaltos, e sim muita emotividade, paixão e energia, sem porém resvalar em superficialidades?

Tenho 4 versões destas obras: Shlomo Mintz, Anne-Shophie Mutter, Viktoria Mullova, e esta aqui, com Arthur Grumiaux e Gyorgy Sebok. Quatro versões totalmente diferentes umas das outras, mas todas conseguindo capturar a essência das obras. Um andamento de um pode diferir do andamento do outro, mas todas elas são fiéis ao espírito brahmsiano. Excelentes músicos. Daria um pouco mais de destaque para a versão da então jovem Anne Sophie Mutter, acompanhada pelo excelente Alexis Weissenberg. Se alguém quiser, posso postá-la aqui.

Mas darei a preferência à dupla Grumiaux/Sebok por ter sido a escolhida para integrar a série da Philips da obra integral de Câmera de Brahms.

Sugiro que, ao ouvirem estas obras, se preparem espiritualmente. Esqueçam os problemas e as preocupações, sentem em seu melhor sofá, relaxem, e aproveitem. Isso é Brahms em sua mais pura essência.

Johannes Brahms (1833-1897) – Complete Chamber Music (CD 3 de 11) Sonatas para Violino e Piano Nº 1, 2 & 3 (Grumiaux, Sebok)

Sonata No. 1 in G major, Op. 78
I. Vivace ma non troppo
II. Adagio
III. Allegro molto moderato

Sonata No. 2 in A major, Op. 100
I. Allegro amabile
II. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di piu –
III. Allegretto grazioso. Quasi andante

Sonata No. 3 in D minor, Op.108
I. Allegro
II. Adagio
III. Un poco presto e con sentimento
IV. Presto agitato

Arthur Grumiaux – violino
Gyorgy Sebok – piano

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O violinista belga Arthur Grumiaux aguarda para ser chamado a fim de falar com PQP Bach,.

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Obra Completa para Violino e Piano (Steinbacher, Kukek)

Johannes Brahms (1833-1897): Obra Completa para Violino e Piano (Steinbacher, Kukek)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Brahms loguinho se envolveu com o gênero “Sonata para Violino”. Já em 1853 ele escreveu uma sonata em lá menor, que — como tantas outras obras juvenis deste compositor muito autocrítico — não sobrevive mais. Assim, a sonata em sol maior Op. 78, escrita em 1878/79, é contada como sua primeira contribuição ao gênero. Ela tem o apelido de “Regenlied Sonata” (literalmente “sonata da canção da chuva”) por causa da citação de uma canção que aparece no final. No verão de 1886, Brahms compôs, quase simultaneamente, as duas sonatas op. 100 e 108. Todas as três obras agora têm um lugar firme no cânone violinístico. O CD é finalizado com o Scherzo em dó menor que Brahms contribuiu para a chamada “FAE Sonata”, que ele compôs junto com Robert Schumann e Albert Dietrich como um presente para o violinista Joseph Joachim em 1853. Com seu forte contraste entre o Allegro turbulento e a parte emocional più moderato, o scherzo tornou-se um popular bis. A versão de Steinbacher e Kulek para as IRRETOCÁVEIS e PERFEITAS Sonatas de Brahms é digna dos maiores elogios. Steinbacher é uma dessas mocinhas bonitinhas que agora fazem sucesso na música erudita, mas não posso fazer nada: além disso, ela é uma fantástica violinista. Tem um toque muito sutil e aveludado, no que é acompanhada pelo compreensivo Kulek. Por falar em sexo, se há um compositor consensual, além de J. S. Bach, aqui no PQP, é Brahms. Com ênfase no trio que segue: Carlinus é apaixonado, mas eu, PQP, e FDP somos devotos. Aliás, já disse e repito: meus 3 compositores preferidos são Bach, Brahms, Beethoven, Bartók, Shostakovich e Mahler, fora outros.

Johannes Brahms (1833-1897): Obra Completa para Violino e Piano (Steinbacher, Kukek)

Violin Sonata No. 1 in G major, Op. 78
1)I. Vivace ma non troppo [11:04]
2)II. Adagio [8:55]
3)III. Allegro molto moderato [9:22]

Violin Sonata No. 2 in A major, Op. 100
4)I. Allegro amabile [8:26]
5)II. Andante tranquillo – Vivace [7:32]
6)III. Allegro grazioso (quasi andante) [5:43]

Violin Sonata No. 3 in D minor, Op. 108
7)I. Allegro [8:11]
8)II. Adagio [4:53]
9)III. Un poco presto e con sentimento [3:05]
10)IV. Presto agitato [5:54]

Violin Sonata in A minor, “F-A-E”: III. Scherzo in C minor, WoO 2
11) Allegro
12) Trio – Più moderato – In tempo ma marcato [5:50]

Arabella Steinbacher, violin
Robert Kulek, piano

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Arabella aquecendo-se antes de um concerto.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violoncelo e Piano (Du Pré, Barenboim)

Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violoncelo e Piano (Du Pré, Barenboim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sou meio viciado na gravação de Lynn Harrell e Vladimir Ashkenazy. Aquilo não desgruda de meus ouvidos e tendo a comparar qualquer outra versão com meu gold standard. Esta gravação de Jacqueline Du Pré e Daniel Barenboim chega a abalar minha convicção, mas não a derruba. Estas sonatas são grandíssima música. A(s) música(s) de câmara é o gênero onde o gênio de Brahms mais impressiona. Quartetos, sextetos, sonatas, tudo beira a perfeição e ele difIcilmente erra. Claro que a interpretação é ultra romântica, o que é perfeito para este belíssimo repertório.

Johannes Brahms (1833-1897) – Sonatas para Violoncelo e Piano (du Pré, Barenboim)

1. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): I – Allegro non troppo 12:24
2. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): II – Allegretto quasi Menuetto 5:50
3. Sonata for Cello & Piano in E minor, Op. 38 (1989 Digital Remaster): III – Allegro 6:58

4. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): I. Allegro vivace 9:01
5. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): II. Adagio affettuoso 7:31
6. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): III. Allegro passionato 7:38
7. Cello Sonata No. 2 in F Op. 99 (1989 Digital Remaster): IV. Allegro molto 4:37

Jacqueline Du Pré, violoncelo
Daniel Barenboim, piano

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PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

Envolvido com outras questões, como os 200 anos de nascimento de Wagner, e,  principalmente, com os problemas que estou tendo com minha operadora de telefonia, esqueci que um dos compositores favoritos do blog, Johannes Brahms, completaria hoje 180 anos de idade. Sim, o bom e velho Johannes está de aniversário.

O filósofo alemão Ernst Bloch, em sua obra “O Espírito da Utopia” faz a seguinte observação sobre a música de Brahms:

“Ele tem colorido: seu som orquestral tem sido comparado, não desfavoravelmente, á terra das urzes do norte da Alemanha, que de longe aparece como uma larga,monótona extensão, mas cujas cinzas, quando penetramos, subitamente se dissolvem numa miríade de pequeninas flores e partículas de cor”.

Malcolm McDonald, em sua excelente biografia de Brahms, de onde também tirei esta citação de Bloch, obrigatória para os apaixonados pela obra do compositor, assim inicia o prefácio dessa biografia:

“Brahms tinha uma forte consciência da importância de sua música, mas era menos seguro quanto a vir esta a ser entendida pela posteridade. Nos seus momentos de mais melancolia predisse que se tornaria um “mestre desprezado” e suas obras apenas um privilégio de especialistas, com as de Cherubini, que tanto admirava. Ficaria surpreso, e até um tanto constrangido, ao saber que desde sua morte nada chegou de fato a prejudicar o seu prestígio popular como um dos mestres supremos da música européia. Algumas obras podem ser menos ou mais queridas, mas de um modo geral em suas composições se mantém comodamente na principal vertente dos gêneros que ele mais enriqueceu: orquestral, de câmara, para piano, canções. (…).”

Em diversos momentos aqui no PQPBach demonstramos nossa afeição por esse gênio da música ocidental. A homenagem que ora faço, mesmo modesta, é de coração.Todos os que acompanham o blog há algum tempo sabem a admiração que tenho pelos concertos para piano do compositor, considero inclusive o segundo como o principal e melhor concerto já composto para o instrumento. E para prestar esta homenagem, resolvi trazer uma das melhores gravações que possuo, a que Emil Gilels realizou para a Deutsche Grammophon, acompanhado por Eugen Jochum, que rege a Filarmônica de Berlim. Definitivamente, trata-se de uma batalha de gigantes, onde não existem vencedores ou vencidos, apenas nós, meros e mortais ouvintes, que ficamos embevecidos com tamanha precisão, concisão e genialidade demonstradas por todas as partes envolvidas.

Sugiro também a leitura do blog de Milton Ribeiro, que ainda agora pouco, postou um belo texto em homenagem à data: https://miltonribeiro.ars.blog.br/2013/05/07/e-johannes-brahms-faz-180-anos/.

Uma boa audição.

Johannes Brahms (1833-1897): Concertos para Piano e Orquestra (Gilels, Jochum, BPO)

CD 1

01 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Maestoso
02 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Adagio
03 Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15- Rondo

CD 2

01 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro non troppo
02 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegro appassionato
03 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Andante
04 Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83- Allegretto grazioso

05 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 1 ‘Capricio’ in A minor
06 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 2 ‘Intermezzo’ in A minor
07 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 3 ‘Capriccio’ in G minor
08 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 4 ‘Intermezzo’ in E major
09 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 5 ‘Intermezzo’ in E minor
10 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 6 ‘Intermezzo’ in E major
11 Fantasias (7) for piano, Op. 116- No. 7 ‘Capriccio’ in D minor

Emil Gilels – Piano
Berliner Philharmoniker
Eugen Jochum – Conductor

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Brahms peidando

FDP

Johannes Brahms (1833-1897): Quarteto para Piano Nº 1, Op. 25, Ballades, Op.10 (Emil Gilels, Amadeus Quartet)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um mega e merecido clássico jurássico. Esta gravação que entrou rapidamente entre as escolhidas como melhores da DG. As obras são extraordinárias e aqui temos vigor, paixão, poder e alta inteligência musical. Você pode ouvir muitas interpretações diferentes desta obra, mas não conheço nenhuma que seja realmente melhor. Admito ser fã de Gilels e tendencioso em relação a qualquer coisa que ele tenha feito. Emil Gilels (1916-1985) e o Amadeus Quartet expressam tanto o poder quanto a delicadeza desta peça complexa. Fico encantado com o leque de emoções alcançado. As notas de Peter Cossé explicam a importância da contratação do pianista russo pela Deutsche Grammophon durante a Guerra Fria. “Naquela época, no final dos anos 60 e início dos anos 70, um contrato entre um artista da União Soviética e uma gravadora ocidental era um evento sensacional na diplomacia cultural”. Talvez seja esta significância cultural que inspirou os artistas. Se você se interessa por “um dos pianistas mais importantes do século XX”, pela música de câmara de um dos compositores mais importantes do século XIX ou pela música romântica extremamente bem tocada, este CD vai lhe interessar. Ou lhe fazer enlouquecer de vez.

Johannes Brahms (1833-1897): Quarteto para Piano Nº 1, Op. 25, Ballades, Op.10 (Emil Gilels, Amadeus Quartet)

Piano Quartet No. 1 In G Minor Op. 25
1 1. Allegro 12:57
2 2. Allegro, Ma Non Troppo 8:15
3 3. Andante Con Moto 9:53
4 4. Rondo Alla Zingarese: Presto 8:17
Members Of The Amadeus Quartet:
Viola – Peter Schidlof
Violin – Norbert Brainin
Violoncello – Martin Lovett +
Piano – Emil Gilels

Balladen Op. 10
5 1. Andante – Allegro – Andante 4:37
6 2. Andante – Allegro Non Troppo – Molto Staccato E Leggiero – Andante 7:05
7 3. Intermezzo. Allegro 4:25
8 4. Andante Con Moto 8:53
Piano – Emil Gilels

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PQP

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Kovács, Rados)

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Kovács, Rados)

Uma boa gravação destas belíssimas Sonatas de Brahms. Não se compara com a versão de Karl Leister, que é praticamente imbatível, mas mesmo assim é muito boa. Kovács comete uns errinhos e não tem aquela mágica de indiscutível de Leister. Mas… Como resistir a este repertório? Não há como, é grande, enorme música. Essas foram as últimas peças de câmara que Brahms escreveu antes de sua morte e são consideradas duas das grandes obras-primas do repertório de clarinete. Brahms também produziu uma transcrição frequentemente executada dessas obras para viola. Ora, para viola…

Johannes Brahms (1833-1897): As Sonatas para Clarinete (Kovács, Rados)

Sonata In F Minor, Op. 120, No. 1
1 I. Allegro Appassionato 7:33
2 II. Andante Un Poco Adagio 4:18
3 III. Allegretto Grazioso 4:05
4 IV. Vivace 5:00

Sonata In E-Flat, Op. 120, No. 2
5 I. Allegro Amabile 8:40
6 II. Allegro Appassionato 5:19
7 III. Andante Con Moto; Allegro 6:46

Clarinet – Béla Kovács
Piano – Ferenc Rados

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Brahms peidando.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Danças Húngaras em versão para piano a 4 mãos (Steven & Stijn Kolacny)

Johannes Brahms (1833-1897): Danças Húngaras em versão para piano a 4 mãos (Steven & Stijn Kolacny)
Version 1.0.0

A versão original das Danças Húngaras é a que consta neste excelente disco onde os irmãos belgas Steven e Stijn Kolacny as interpretam. Claro que, sem a versão orquestral, elas jamais teriam ficado tão famosas, mas ouça-as assim para ver como ficam muito melhores! Os irmãos Kolacny tocam a quatro mãos desde muito jovens e seu entendimento é perfeito. Um belíssimo disco.

J. Brahms (1833-1897): Danças Húngaras em versão para piano a mãos (Steven & Stijn Kolacny)

1. Allegro molto
2. Allegro non assai – vivo
3. Allegretto – vivace
4. Poco sostenuto – vivace – molto allegro
5. Allegro – vivace
6. Vivace – molto sustenuto
7. Allegretto
8. Presto
9. Allegro non troppo – poco sostenuto
10. Presto
11. Poco andante
12. Presto – poco meno presto
13. Andantino grazioso – vivace
14. un poco andante
15. Allegretto grazioso
16. Con moto – presto – poco meno presto
17. Andantino – vivace non troppo – meno presto
18. Molto vivace
19. Allegretto – piu presto
20. Poco allegretto – vivace
21. Vivace – piu presto

Steven Kolacny: piano
Stijn Kolacny: piano

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Os irmãos Steven e Stijn Kolacny: o topetudo e o careca

PQP