Horowitz in Moscow: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Schubert, Liszt, Schumann, Chopin, Moszkowski

Horowitz in Moscow: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Schubert, Liszt, Schumann, Chopin, Moszkowski

Foi com grande surpresa que me dei conta de que esse disco não constava no acervo de mais de 8 mil posts da casa. Horowitz in Moscow documenta nada menos que o retorno do colossal pianista Vladimir Horowitz à União Soviética, sua terra natal, depois de 61 anos. 61 anos! Uma vida…

O recital aconteceu no dia 20 de abril de 1986, na Grande Sala do Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, mesmo palco onde Horowitz havia se apresentado pela última vez na URSS, em 1925. O mestre, agora, tinha 82 anos e queria ver sua pátria-mãe Rússia mais uma vez antes de morrer.

O encarte do disco, lançado com o selo amarelo da Deutsche Grammophon, reproduz um texto de Charles Kuralt para a CBS News que capta um pouco da atmosfera em torno do recital:

“Um simples pôster apareceu numa manhã de primavera na parede amarelo-pálido do Conservatório de Música de Moscou. Ele dizia que um recital de piano seria dado por “Vladimir Horowitz (USA). Apenas um pôster, mas que disparou uma descarga elétrica de surpresa e alegria pela capital soviética. Aqueles que viram o pôster, ou que ouviram dizer sobre ele, sabiam que era um concerto para ser lembrado eternamente. E foi. 

Ah, você tinha que ter estado lá! Mas como? Menos de 400 ingressos foram colocados à venda para o público, e uma longa fila de russos amantes da música passaram a noite toda em pé para conseguí-los assim que a bilheteria abrisse. O resto dos 1800 lugares da bela Grande Sala do Conservatório estavam reservados para funcionários do governo e membros de corpos diplomáticos.

Chovia quando chegou a hora do concerto. 20 de abril de 1984, 4 da tarde, hora de Moscou. Centenas de pessoas se aglomeraram sob guarda-chuvas na rua do lado de fora do auditório. Eles sabiam que não iam conseguir escutar uma única nota; queriam apenas poder dizer que estavam presentes nesse dia. (…)”

 

“Na tarde da sexta-feira que antecedeu o concerto, Horowitz veio até a sala para ensaiar, em frente a uma platéia lotada de estudantes e professores de música. Ele checou meticulosamente a luz e o posicionamento do piano no palco, e brincou um pouco com os fotógrafos. Então, sensível à expectativa dos estudantes, começou a tocar seriamente. Um silêncio profundo se instalou na sala. O ensaio então virou um concerto, prelúdio para o recital formal. Muitos estudantes fecharam os olhos para se concentrar no que estavam ouvindo. Um membro da entourage de Horowitz, radiante, disse que aquele ensaio foi uma das melhores performances do pianista que ele ouviu na vida, um presságio maravilhoso para o concerto de domingo, que seria televisionado para a Europa e os Estados Unidos. Os alunos aplaudiram Horowitz por longos minutos e o seguiram até o pátio do Conservatório, cercando seu carro em uma explosão de amor e admiração. Apesar dos esforços de um cordão policial, a limusine levou quase meia hora para andar os cerca de 15 metros até a rua. Mesmo após o carro ter escapado da multidão, os estudantes permaneceram ali em pequenos grupos, discutindo maravilhados o que haviam escutado.

Na tarde do concerto oficial, dois dias mais tarde, muitos daqueles estudantes voltaram querendo mais. Sem ingressos, eles burlaram a segurança disposta ao redor do prédio e conseguiram escapulir até as galerias superiores, no início do concerto. O barulho que você consegue escutar no início da primeira sonata de Scarlatti é o som da polícia soviética tentando, em vão, retirar os estudantes do terraço. Eles, no entanto, permaneceram firmes, a polícia recuou e o concerto prosseguiu — com um grande número de estudantes ‘bicões’ presentes.

Horowitz e a esposa Wanda dando uma conferidinha num manuscrito de um certo Piotr Ilitch Tchaikovsky

O repertório é uma daquelas maravilhosas viagens horowitzianas, prestando reverência a mestres que habitaram as máximas alturas da literatura pianística, com uma inevitável queda para aquele pedaço do planeta que o viu nascer: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Liszt (incluindo um d’après Schubert), Chopin, Schumann e Moszkowski.

Senhoras e senhores, sem mais delongas, o histórico retorno de Vladimir Horowitz a Moscou, em 1986. Веселитесь!

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Horowitz in Moscow

Domenico Scarlatti (1685-1757)

1 – Sonata in E major, K. 380 (L. 23)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Piano Sonata in C major, K. (330) (300 h)
2 – I. Allegro moderato
3 – II. Andante cantabile
4 – III. Allegreto

Sergei Rachmaninov (1873-1943)

5 – Prelude in G major, op. 32 nº 5
6 – Prelude in G sharp minor, op. 32 nº 12

Alexander Scriabin (1872-1915)

7 – Etude in C sharp minor, op. 2 nº 1
8 – Etude in D sharp minor, op. 8 nº 12

Franz Liszt (1811-1886)
d’après Franz Schubert (1797-1828)

9 – Soirées de Vienne – Valse-Caprice nº 6

Franz Liszt (1811-1886)

10 – Sonetto 104 del Petrarca

Frédéric Chopin (1810-1849)

11 – Mazurca in C sharp minor, op. 30 nº 4
12 – Mazurka in F minor, op. 7 nº 3

Robert Schumann (1810-1856)

13 – Träumerei (from Kinderszenen)

Moritz Moszkowski (1854-1925)

14 – Étincelles, op. 36 nº 6

Sergei Rachmaninov (1873-1943)

15 – Polka de W.R.

Vladimir Horowitz, piano
Gravado ao vivo na Grande Sala do Conservatório de Música de Moscou em 20 de abril de 1986.

PS: Você pode assistir ao concerto, com um filme mostrando os preparativos e o clima, aqui:

PPS: Você também pode ouvir uma digitalização de uma fita cassete mexicana do concerto aqui, uma daquelas coisas insólitas que só o Internet Archive faz por você.

Ganhando flores de ninguém menos que uma sobrinha-neta de Tchaikovsky

Karlheinz

The Polish Violin – Szymanowski, Moszkowski, Karłowicz, Wieniawski – Jennifer Pike, Petr Limonov

“A história da música polonesa para o violino é ligado não apenas aos seus compositores, mas também com seus artistas. Em alguns casos eles eram uma e a mesma pessoa. De Feliks Janiewicz no final do século XVIII e Karol Lipiński na primeira metade do século XIX século, até Grażyna Bacewicz no meados do século XX, a Polônia produziu compositores-violinistas conhecidos através da Europa. Entre eles, Henryk Wieniawski foi o mais famoso. E se compositores queriam ajuda técnica com um novo trabalho, como Moritz Moszkowski, Mieczysław Karłowicz e Karol Szymanowski, eles tiveram sua escolha de violinistas aclamados – freqüentemente amigos e colegas próximos – para escolher.” (texto do booklet)

Szymanowski e talvez Wieniawski talvez sejam os nomes mais conhecido entre os compositores que Jennifer Pike apresenta neste CD. Em comum, além do fato óbvio de serem poloneses, todos foram violinistas além de compositores.

Um bom CD, que mostra uma grande violinista que não teme os desafios. Cada uma destas peças deste Cd exige muito do solista, que precisa ter uma técnica apuradíssima.

Como diria nosso saudoso Carlinus, desejo a todos uma boa audição.

01 – Mythes Op.30 (1915) – La Fontaine dArethuse (The Fountain of Arethusa)
02 – Mythes Op.30 (1915) – Narcisse (Narcissus). Molto sostenuto – Poco piu animato –
03 – Mythes Op.30 (1915) – Dryades et Pan (Dryads and Pan). Poco animato –
04 – Nocturne and Tarantella Op.28 (1915) – Nocturne. Lento assai – Ancora meno mosso –
05 – Nocturne and Tarantella Op.28 (1915) – Tarantella. Presto appassionato – Piu mosso –
06 – Chant de Roxane (1918-24) – Chant de Roxane (1918-24)
07 – Romance Op.23 (1910) – Romance Op.23 (1910)
08 – Guitarre Op.45 No.2 (1887) – Guitarre Op.45 No.2 (1887)
09 – Impromptu (1895) – Impromptu (1895)
10 – Legende Op.17 (1859) – Legende Op.17 (1859)
11 – Polonaise de concert Op.4 (1849-52) – Polonaise de concert Op.4 (1849-52)

Jenifer Pike – Violin
Petr Limonov – Piano

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Moritz Moszkowski (1854-1925): Piano Concerto in E major, Op. 59 / Ignacy Jan Paderewski (1860-1941): Piano Concerto in A Minor, op. 17 – Piers Lane, BBCSSO, Maksymiuk

Moszkowski & Paderewski Piano Concertos - ThumbEsse belo CD da Hyperion é uma prova de que não só de Chopin o piano romântico polonês viveu. A maior parte dos mortais jamais ouviu falar em Moszkowski e Paderewski, e não sabem o que estão perdendo.

A proposta do selo inglês Hyperion foi ousada, mas muito interessante: mostrar com esta coleção intitulada “The Romantic Piano Concerto” que existem diversas obras compostas para piano e orquestra tão belas e interessantes além daquelas tradicionais que estamos um tanto quanto cansados de ouvir, como o primeiro de Tchaikovsky, o de Grieg, o Segundo de Brahms, o Primeiro de Chopin, entre meia dúzia de alguns outros. A idéia é tentar aumentar o repertório dos solistas. Proposta louvável, diga-se de passagem.

Então, neste primeiro de alguns outros cds que pretendo trazer, temos Moszkowski, um alemão de origem polonesa, e Paderewski, outro polonês, que também esteve envolvido outras frentes, pois além de músico também era diplomata, como a causa nacionalista em seu país.

Garanto-lhes que vale a pena conhecer.

01 – [Moszkowski Op. 59] – I. Moderato
02 – [Moszkowski Op. 59] – II. Andante
03 – [Moszkowski Op. 59] – III. Scherzo – Vivace
04 – [Moszkowski Op. 59] – IV. Allegro deciso
05 – [Paderewski Op. 17] – I. Allegro
06 – [Paderewski Op. 17] – II. Romanza – Andante
07 – [Paderewski Op. 17] – III. Allegro molto vivace

Piers Lane – Piano
BBC Scotish Symphony Orchestra
Jerzy Maksymiuk – Condutor

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