G. F. Handel (1685-1759): L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato

Espécie de oratório profano sobre poema de John Milton, L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato é uma obra que costuma incompreensivelmente permanecer fora do repertório habitual barroco. Se você gosta de Handel como eu, tem que conhecer esta música pastoral que já foi muito criticada por sua tranquilidade e alegria… Sim, sim, eu li coisas assim! O registro de Gardiner é o melhor que já escutei. Quando o jardineiro decide acertar, ele o faz com raro brilho. A gravação é de 1980, ano em que sua trupe andava impossível mesmo.

Handel: L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato

1. Part I – L’Allegro: Hence Loathed Melancholy
2. Part I – Il Penseroso: Hence Vain Deluding Joys
3. Part I – L’Allegro: Come, Thou Goddess
4. Part I – Il Penseroso: Come, Rather, Goddess
5. Part I – L’Allegro: Haste Thee, Nymph
6. Part I – L’Allegro: Haste Thee, Nymph
7. Part I – L’Allegro: Come, And Trip It
8. Part I – Il Penseroso: Come, Pensive Nun
9. Part I – Il Penseroso: Come, But Keep Thy Wonted State
10. Part I – L’Allegro: Hence, Loathed Melancholy/L’Allegro: And If I Give The Honour Due
11. Part I – Il PenserosoL First, And Chief, On Golden Wing
12. Part I – L’Allegro: If I Give Thee Honour Due
13. Part I – Il Penseroso: Oft On A Plat Of Rising Ground
14. Part I – Il Penseroso: Far From All Resort Of Mirth
15. Part I – L’Allegro: If I Give Thee Honour Due
16. Part I – L’Allegro: Straight Mine Eye
17. Part I – L’Allegro: Or Let The Merry Bells/And Young And Old Come

1. Part II – Il Penseroso: Hence, Vain Deluding Joys
2. Part II – Il Penseroso: Ths Night Oft See Me
3. Part II – L’Allegro: Populous Cities
4. Part II – L’Allegro: There Let Hymen Oft Appear
5. Part II – Il Penseroso: Me, When The Sun Begins To Fling
6. Part II – L’Allegro: I’ll To The Well-Trod Stage Anon
7. Part II – L’Allegro: And Ever Against Eating Cares
8. Part II – L’Allegro: Orpheus Self May Heave His Head
9. Part II – L’Allegro: These Delights If Thou Canst Give/These Delights If Thou Canst Give
10. Part II – Il Penseroso: But Let My Due Feet Never Fail
11. Part II – Il Penseroso: There Let The Pealing Organ Blow/And Let Their Sweetness
12. Part II – Il Moderato: Hence, Boast Not/All This Company Serene
13. Part II – Il Moderato: Come, With Gentle Hand Restrain
14. Part II – Il Moderato: No Moe Short Life
15. Part II – Il Moderato: As Steals The Morn Upon The Night
16. Part II – Il Moderato: Thy Pleasures, Moderation, Give

Jennifer Smith (Soprano)
Maldwyn Davies (Tenor)
Marie McLaughlin (Soprano)
Martyn Hill (Tenor)
Michael Ginn (Treble/boy soprano)
Patrizia Kwella (Soprano)
Stephen Varcoe (Baritone)

Monteverdi Choir
English Baroque Soloists
dir. John Eliot Gardiner

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PQP

.: interlúdio: The Many Sides of Toshiko Akiyoshi :.

Confesso: durante muito tempo evitei o jazz. Sentia grande atração pelo estilo – principalmente o veloz virtuosismo do bop – mas temia colocar a primeira pata dentro dessa Caixa de Pandora. Porque talvez mais do que qualquer outro gênero musical (o erudito é um universo à parte), seja impossível ouvi-lo de longe: em sua dualidade, se o jazz não incomoda, apaixona – e exige. Pesquisa, audições pacientes, tempo de maturação. Um labirinto que dura o tempo de uma vida e onde não se procura a saída; apenas os corredores mais ricos e ornamentados. (Um amigo disse certa vez que não existem ouvintes de jazz, apenas colecionadores.)

Hoje já me sinto melhor adaptado, mas voltei àquela sensação ao me deparar com Toshiko Akyoshi num post do excelente Jazzever (a quem desde já agradeço). Toshi de quem? Pianista? Japonesa? Disco de 1957, pela Verve??? Já com os fones nos ouvidos, procuro informações – enquanto uma mistura de Gil Evans e Bud Powell tira litros de swing de seu piano no standard “The Man I Love”:


Akiyoshi nasceu no ano de 1929 em Dairen, na China, mas mudou-se para o Japão em 1946. Ela tocou com Sadao Watanabe e depois de ser encorajada por Oscar Peterson, estudou na Berklee durante 1956-59. Casou-se por um tempo com o sax-altista Charlie Mariano, co-liderando o Toshiko Mariano Quartet no início dos anos sessenta.

Depois de trabalhar com Charles Mingus em 1962, Toshiko ficou no Japão por três anos. De volta a New York em 1965, criou séries musicais em rádio e formou um quarteto com o segundo marido, Lew Tabackin, em 1970. Depois de mudar-se para Los Angeles em 1972, Toshiko Akiyoshi montou uma big band impressionante com excelentes solistas, como Bobby Shew, Gary Foster e Tabackin. Eles gravaram vários álbuns notáveis antes de Akiyoshi decidir em 1981, de retornar a New York. Desde então Akiyoshi e Tabackin têm estado bastante ativos, embora a sua big band tenha recebido menos publicidade do que tinha em L.A. Seu nome está presente entre os melhores arranjadores de jazz nas últimas décadas. clube de jazz

 

Muito prazer, Toshiko. Neste The Many Sides… não notei nada que caracterizasse um toque feminino ao bop de altíssima qualidade, formato trio, que se ouve; como isso não tem qualquer importância, fica apenas a sutil e adorável sensação de mãos delicadas improvisando temas com bastante vigor. E uma espécie de transgressão – uma oriental como bandleader de algo tão enciclopedicamente jazz, um ritmo americano que prescindiu das mulheres desde o fim da Era do Swing e suas vocalistas.

E agora, com uma discografia que inclui mais de 80 itens, para onde vou? Mais uma vez o labirinto do jazz me mostra um corredor gigantesco. Ainda bem que sigo pelo faro e pelo instinto. E claro, pelo prazer. Impossível perder-se.

Toshiko Akiyoshi – The Many Sides of Toshiko [320]
Toshiko Akiyoshi: piano
Jake Hanna: drums
Gene Cherico: bass

download – 89MB
01 The Man I Love (G. Gershwin, I. Gershwin) 5’27
02 Minor Moods (Brown) 4’16
03 After You’ve Gone (Layton, Creamer) 3’35
04 We’ll Be Together Again (Fischer, Laine) 4’29
05 Studio J 3’15
06 Tosh’s Fantasy 9’04
07 Bags’ Groove (Jackson) 6’48
08 Imagination (Van Heusen, Burke) 3’35

Boa audição!
Blue Dog

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 4

Minha vontade era de mandar tudo pro espaço, mas meu compromisso em postar esta integral falou mais alto. Estou tendo alguns problemas com o programa editor do blog, que, sem motivo nenhum, tem apagado textos e links de minhas postagens. Por algum motivo, este programa não gosta de mim, pois os problemas só acontecem comigo. Mas trago mais um volume da série do Wilhelm Kempff tocando Schubert. Os números do rapidshare me deixaram felizes, gosto quando a postagem é bem acolhida.

Franz Schubert – Sonata in A minor, D845, Sonata in C major [Fragment], D840 Sonata in A minor, D784

01 – Sonata in A minor, D845 – I. Moderato
02 – II. Andante poco mosso
03 – III. Scherzo (Allegro vivace)-Trio (Un poco piu lento)
04 – IV. Rondo (Allegro vivace)
05 – Sonata in C major [Fragment], D840 – I. Moderato
06 – II. Andante
07 – Sonata in A minor, D784 – I. Allegro giusto
08 – II. Andante
09 – III. Allegro vivace

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP

.: interlúdio: Polar Bear – Held in the Tips of Fingers :.

Quando ia escrevendo sobre um som de tempos complexos e classificação desafiadora, que talvez mostrasse um futuro (sonoro) para o jazz, eis que descubro esta resenha:

It is, perhaps, the sound of the future—one of them anyway—and boy, does it work. Basically uncategorisable, Polar Bear reflects the mega-eclectic, post-modern listening tastes of Rochford (who wrote all the tunes) and his colleagues, moving with equal enthusiasm through Björk and Beethoven, Pig Destroyer, Coltrane and his tenor legacy, Monk, Stockhausen and the ghost of Rip Rig & Panic. With some of Kurt Weill’s crudely syncopated, rough edged, fairground-meets-cabaret pit band arranging aesthetic thrown in for good measure.

It is jazz all right, 100% and no mistake, but with bongfuls of left-field electronica and mutant, rocked-up and pfunkified groove spicing the free-improv centred mix. There’s not a lot of concern with harmonic development—hey, the band is led by a drummer, and apart from Jonny Phillips’s guest guitar on “Beartown” there are no chord instruments—but for aberrant and off-centre rhythmic and melodic development you’ve hit the muthalode.

Most excitingly perhaps, Polar Bear has reclaimed the in-the-moment, radical, “out” attitude that jazz pretty much invented, back in the day, and then has progressively lost, at least in some strands, as it has become an increasingly repertory-bound, cautious, and conservative music. Held On The Tips Of Fingers by contrast explodes with passion and exuberance, a hunger for risk and adventure, and full-on and revelling-in-it spontaneity. allaboutjazz

Não, não é o standard-bop do café da manhã; é criativo, improvisativo, e muito interessante. Não é outro estilo onde somou-se jazz; é jazz – tanto que concorreu ao BBC Jazz Award em 2006 – , mas contemporâneo e exploratório. A faixa-título é um primor de beleza e levada cativante. Ousem.

Polar Bear – Held in the Tips of the Fingers (vbr v0)
Sebastian Rochford: drums
Mark Lockheart, Pete Wareham, Ingrid Laubrock: tenor saxophone
Tom Herbert: double bass
Leafcutter John: electronics
Jonny Phillips: guitar
Joe Bentley: trombone
Emma Smith: violin
Hannah Marshall: cello

download – 74MB
01 Was Dreaming You Called You Disappeared I Slept
02 Beartown
03 Fluffy (I Want You)
04 To Touch the Red Brick
05 Held on the Tips of Fingers
06 Argumentative
07 The King Of Aberdeen
08 Your Eyes the Sea
09 Life that Ends Too Soon

Boa audição!
Blue Dog

Alexander Glazunov (1865-1936): Quarteto e Quinteto

Talvez minha simpatia por Glazunov venha do fato de ele ter sido professor de Shostakovich. Glazunov foi o principal compositor russo da geração pós-Tchaikovsky. Seu reinado foi curto. Ele é uma espécie de Brahms ainda mais formal e com talento bastante inferior, mas soube suportar a rebeldia de seus alunos, o que é um grande mérito pessoal. O CD que posto hoje é bem típico: tranquilo, de grande elegância, porém sem aquela fagulha que só aparecem nos grandes mestres ou, talvez por sorte, eventuamente nos médios.

Quintet for Two Violins, Viola and Two Cellos in A Major, Opus 39
1- Allegro
2- Scherzo. Allegro moderato
3- Andante sostenuto
4- Finale. Allegro moderato

Quartet No. 7 for Two Violins, Viola and Cello in C Major, Opus 107
5- Adagio. Allegro giocosa (Remembrance of the Past)
6- Andante affetuoso (The Breath of Spring)
7- Allegro scherzando (In the Mysterious Forest)
8- Moderato (Russian Festivity)

The Shostakovich Quartet

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PQP

Revalidado – Niccolò Paganini (1782-1840): 24 Caprichos, Op. 1 – Ilya Kaler

Eu realmente não gosto de Paganini. Eu realmente adoro estes caprichos. Como explicar? Convivo há anos com este paradoxo. Detesto os concertos, detesto as outras obras, amo — mas amo mesmo! — seu Op. 1. A gravação que Ilya Kaler fez para a Naxos é uma obra de arte a altura da música deste para mim estranho compositor. O som do violino é belíssimo, os andamentos parecem ser sempre os mais corretos. Na minha opinião muito pouco reverente aos ícones, dá para jogar fora os lendários registros de Accardo e tantos outros. São história.

Por favor, não pensem que sou apenas mais um dos admiradores do 24º Capricho, o qual inspirou Brahms, Rachmaninov e Lutoslawski a escreverem variações sobre ele. Não, gosto e ouço regularmente todos, apesar de reconhecer a genialidade do 24º.

IMPERDÍVEL!!!

Paganini: 24 Caprices, Op. 1

1. No. 1 in E major 00:01:56
2. No. 2 in B minor 00:02:47
3. No. 3 in E minor 00:03:46
4. No. 4 in C minor 00:07:27
5. No. 5 in A minor 00:02:34
6. No. 6 in G minor 00:06:26
7. No. 7 in A minor 00:03:43
8. No. 8 in E flat major 00:02:36
9. No. 9 in E major 00:02:53
10. No. 10 in G minor 00:02:09
11. No. 11 in C major 00:04:17
12. No. 12 in A flat major 00:03:01
13. No. 13 in B flat major 00:02:24
14. No. 14 in E flat major 00:01:15
15. No. 15 in E minor 00:02:50
16. No. 16 in G minor 00:01:38
17. No. 17 in E flat major 00:03:41
18. No. 18 in C major 00:02:44
19. No. 19 in E flat major 00:03:02
20. No. 20 in D major 00:03:37
21. No. 21 in A major 00:03:22
22. No. 22 in F major 00:02:39
23. No. 23 in E flat major 00:03:39
24. No. 24 in A minor 00:04:53

Ilya Kaler, violino

Total Playing Time: 01:19:19

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PQP

[restaurado por Vassily em 6/6/2020]

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 3 – Wilhelm Kempff

Aproveitando mais este feriadão de abril, trago mais um volume da série das Sonatas de Schubert interpretadas por Wilhelm Kempff. Fico feliz em verificar a aceitação desta coleção através dos números de download. São sete cds, e espero concluir a série até o final do mês, se o tempo permitir.

Franz Schubert (1797-1831) – Sonata in G major, D894, Sonata in D major, D850

01 – Sonata in G major, D894 – I. Molto moderato e cantabile
02 – II. Andante
03 – III. Menuetto (Allegro moderato)
04 – IV. Allegretto
05 – Sonata in D major, D850 – I. Allegro vivace
06 – II. Con moto
07 – III. Scherzo (Allegro vivace)
08 – IV. Rondo (Allegro moderato)

Wilhelm Kempff – PIano

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Franz Josef Haydn (1732-1809): Quartetos de Cordas, Op. 64

A Naxos é surpreendente. Às vezes aparece com gravações verdadeiramente espetaculares. É o caso destes amigos de FDP Bach, o pessoal do Kodaly Quartet. Sou apaixonado pelo Op. 64 de Haydn, o homem que inventou o gênero e cuja obra, neste e em outros formatos, é um achado de variedade, beleza, alegria e inteligência musical. Não lembro bem, porém chutaria que são 67 os quartetos de Haydn. Sessenta e sete! E mais 104 Sinfonias! Tchê, não deixem de ouvir a interpretação do Kodaly para o Op. 64, Nº 5, “The Lark”. O famoso quarteto foi recriado com irresistível charme.

IMPERDÍVEL!!!!

String Quartet No. 48 in C major, Op. 64, No. 1, Hob.III:65
1. I. Allegro moderato 00:07:08
2. II. Menuetto: Allegretto ma non troppo 00:04:38
3. III. Allegretto scherzando 00:04:15
4. IV. Finale: Presto 00:03:41

String Quartet No. 49 in B minor, Op. 64, No. 2, Hob.III:68
5. I. Allegro spiritoso 00:05:04
6. II. Adagio ma non troppo 00:06:39
7. III. Menuetto: Allegretto 00:03:15
8. IV. Finale: Presto 00:04:12

String Quartet No. 50 in B flat major, Op. 64, No. 3, Hob.III:67
9. I. Vivace assai 00:05:54
10. II. Adagio 00:07:48
11. III. Menuetto: Allegretto 00:05:28
12. IV. Finale: Allegro con spirito 00:05:26

Total Playing Time: 01:03:28

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String Quartet No. 51 in G major, Op. 64, No. 4, Hob.III:66
1. I. Allegro con brio 00:04:53
2. II. Menuetto: Allegretto 00:03:39
3. III. Adagio – Cantabile e sostenuto 00:06:10
4. IV. Finale: Presto 00:04:36

String Quartet No. 53 in D major, Op. 64, No. 5, Hob.III:63, “The Lark”
5. I. Allegro moderato 00:06:34
6. II. Adagio – Cantabile 00:06:44
7. III. Menuetto: Allegretto 00:03:26
8. IV. Finale: Vivace 00:02:17

String Quartet No. 52 in E flat major, Op. 64, No. 6, Hob.III:64
9. I. Allegro 00:05:39
10. II. Andante 00:05:03
11. III. Menuetto: Allegretto 00:03:30
12. IV. Finale: Presto 00:03:17

Total Playing Time: 00:55:48

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Kodaly Quartet

PQP

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 2 – Wilhelm Kempff

Demorei para postar esta integral por estar com uma dúvida: afinal, no meio de tantos intérpretes tão bons para Schubert, qual era o que mais se destacava? Nossa querida Clara Schumann, lá do seu distante Portugal, já me dizia que sua preferência era seu querido brendelzinho, mas nutria uma paixão secreta pelo grande Wilhelm Kempff, por este motivo, então relutei tanto em postar. Decidi então colocar os Impromptuns com o Brendel e as sonatas com o Kempff.

Pois então, VIllalobiano, eis sua tão amada Sonata D. 959. Kempff fazendo história, no auge de sua carreira, além da D. 958,  Rendam-se ao talento deste gigante dos teclados, para muitos, o maior pianista do século XX.

Franz Schubert – Sonata in C minor, D958, Sonata in A major, D959

01 – Sonata in C minor, D958 – I. Allegro
02 – II. Adagio
03 – III. Menuetto (Allegro)
04 – IV. Allegro
05 – Sonata in A major, D959 – I. Allegro
06 – II. Andantino
07 – III. Scherzo (Allegro vivace)
08 – IV. Rondo (Allegretto)

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

Samuel Barber (1910-1981): Adágio para Cordas & Aaron Copland (1900-1990): El Salón México, Quatro Episódios de Rodeo e Appalachian Spring

Não achei este CD na Amazon, mas ele existe sim, tanto que quiser comprovar sua existência poderá fazê-lo.

Trata-se de gravações bastante antigas e dignas de obras de Copland e Barber. O Adágio de Barber é aquela música utilizada em Platoon que já encheu o meu saco apesar de bonitinha, e as obras do Copland não lembram filmes de guerra, mas uma atmosfera de interior da California da primeira metade do século misturada à Emerson, Lake & Palmer. O CD não me fez ter orgasmos duplos e não suporto a longuíssima Appalachian, a qual me fez dormir mais uma vez.

Mas, se retirarmos a Appalachian, é boa música.

Importante: CVL já publicou todas ou quase todas estas obras em registros superiores em qualidade a estes que ora vos posto.

Samuel Barber
1. Adagio for Strings
Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy

Aaron Copland
2. El Salón México
3-6. Four Episodes from “Rodeo”
7. Appalachian Spring
Minnesota Orchestra
Neville Marriner

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PQP

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – Vol. 1 – Willhelm Kempff

Há muito prometida, eis a integral das Sonatas de Schubert com o grande Willhelm Kempff. Para muitos, a principal gravação das obras de Schubert, item obrigatório em qualquer cdteca. O texto abaixo foi retirado do New York Times, quando do lançamento da coleção, em 1981:

Between 1965 and 1970, Wilhelm Kempff recorded 18 Schubert sonatas, a survey now re-released on seven Deutsche Grammophon CD’s (423 496-2). Kempff’s insouciant tempos and simplicity of line employ a strategy of concealment. They reveal Schubert’s mysterious world by hiding it from us, or almost hiding it.

For while Kempff’s playing is all innocent demeanor and happy briskness, he knows just when to drop his guard. Through deflected image, glimpse and implication, the pain, nostalgia and wonder beneath this surface are allowed to come through, made even more powerful by indirection. Where pianists like Sviatoslav Richter, Serkin and Arrau attempt to meet Schubert’s dark side head-on — with heavy declamation and groaning seriousness — Kempff has wisely kept a straight face and a light touch.

I can think of no other pianist who could have gotten away with Kempff’s quickness and plainness here. How, for example, do the treble passages in the first movement of the G-major Sonata (D. 894) sound so ingenuous and yet convey such weight? How can Kempff move the beginning of the great A-major Sonata (D. 959) so briskly and still retain a ritual dignity? Why does the finale of the D-major Sonata (D. 850) resemble a child’s dream, and how does the opening of the famous B-flat Sonata (D. 960) survive Kempff’s leisurely simplicity? Isn’t this profoundly serious music, worthy of the deepest interpretive gestures?

Innocence, I suspect, is not the clue to Kempff’s success. He did not achieve these small miracles just by riding around on the winds of inspiration. Or if indeed innocence is the answer, it is innocence hard won. The precision with which Kempff signals new harmonic directions or shifts in light and dark is too uncanny and too regular to have arrived all by itself. Slight hesitations, smoothings of legato, the barest accentual nudge — all bear the mark of a contemplative mind that rejects complication as a lower order of intelligence. One notices after a few hours of listening the reflection of decades, made to behave as if nothing had been reflected on at all.

Kempff also understood recording — not perhaps its gadgetry, but its sense of scale. The great explosions of the late A-major’s slow movement are not pianism turned orchestral but pianism that implies orchestral effect within the boundaries of a specific instrument. Indeed, the modesty of the living room — with its opportunities to whisper as well as gesticulate — pervade these seven wonderful disks. They also remove this music from the concert hall where it has never been entirely comfortable.”

Eis o comentário do editorialista da amazon.com :

Wilhelm Kempff was a master of poetic lyricism, with a wondrous keyboard touch and a breathtaking command of subtle dynamics and tonal colorations–all invaluable attributes of any Schubert interpreter. He also had the knack of holding together large structures that can often seem aimless, thus avoiding another trap many pianists fall into, that of lavishing so much attention on passing detail that Schubert’s “heavenly lengths” can seem wayward wanderings. The one criticism often heard is that Kempff emphasizes poetry at the expense of drama. This magnificent set leaves that claim unsubstantiated.

Few pianists have been so successful, for example, in what may be Schubert’s wildest single movement, the nightmarish Andantino of the A major Sonata, D. 959. Here, Kempff captures the tortured mood of the piece to perfection without breaking its Classical frame. Tempos are generally expansive, but Kempff’s tonal luster and unerring sense of natural phrasing never make you want him to step on the accelerator. A special treat is the inclusion of rarely heard early works. Some of these were left unfinished; others reflect a composer still mastering his craft. But most are of more than passing interest, and some have an enchanting, aching beauty. Kempff’s Schubert set has been a recording classic since its release on LP; its availability in a space-saving CD box at a budget price is cause for celebration. –Dan Davis

Klaviersonaten D. 960 in B Flat Major, D. 960, Five Pieces [Sonata in E major], D459

01 – Sonata in B-flat major, D960 – I. Molto moderato
02 – II. Andante sostenuto07 – III. Adagio
03 – III. Scherzo (Allegro vivace)
04 – IV. Allegro ma non troppo
05 – Five Pieces [Sonata in E major], D459 – I. Allegro moderato
06 – II. Allegro
07 – III. Adagio
08 – IV. Scherzo (Allegro)
09 – V. Allegro patetico

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

Robert Schumann (1810-1856)- Piano Concerto in A Minor, op. 54, Johannes Brahms (1833-1896) – Piano Concerto nº 1, in D Minor, op. 15

Esta é a melhor gravação que já tive oportunidade de ouvir do Concerto para piano de Schumann. Pollini, Abbado e a Filarmônica de Berlim estão perfeitos, nada a acrescentar, nada a reclamar. Aliás, o mano PQP está aguardando ansioso esta gravação, já que é com seu ídolo Pollini. E o Concerto de Brahms também está impecável.

Não estou colocando o link da amazon por questões técnicas. Existe algum problema mal resolvido entre o WordPress e o meu computador que tem me deixado muito aborrecido ultimamente. Cada vez que coloco o link e mando salvar a postagem, o dito cujo do link desaparece. Para quem se interessar, este CD faz parte da “Pollini Collection”, coleção de 13 CDs que a Deutsche Grammophon lançou em homenagem aos 60 anos do ilustre italiano.

Espero que apreciem.

Robert Schumann – Piano Concerto in A Minor, op. 54, Johannes Brahms – Piano Concerto nº 1, in D Minor, op. 15

01 – Schumann – Concerto for Piano and Orchestra in A minor, Op.54 – Allegro affet
02 – Intermezzo. Andantino grazioso
03 – Allegro vivace

04 – Brahms – Concerto for Piano and Orchestra No.1 in D minor, Op.15 – Maestoso
05 – Adagio
06 – Rondo. Allegro non troppo

Maurizio Pollini – Piano
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado – Conductor

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FDP Bach

.: interlúdio: Yamandu Costa, Lida :.


Em sua mais recente passagem pelo país, o maestro alemão Kurt Masur apelidou Yamandu Costa de “o Paganini do violão”. O gaúcho de Passo Fundo achou a comparação exagerada e se apressou em dizer que não tinha pacto com o demônio – segundo a lenda, o violinista Niccolà Paganini tinha. Além de ser um magnífico elogio, a alcunha inventada por Masur serviu para ressaltar o vínculo de Yamandu com o universo erudito. No mesmo ano em que estreou sua peça Bachbaridade (uma suíte para violões) no palco do Municipal do Rio de Janeiro, o músico gravou um disco com o sanfoneiro Dominguinhos, talvez o maior expoente vivo do forró. Agora solta mais um álbum – o oitavo da carreira – em que a música regional dá as cartas. (daqui)

 

O disco em questão, Lida, foi lançado em 2007, de forma independente, e está esgotado – como todos os outros de Yamandu. Assim como no Duofel postado há um tempo atrás, este cão se envereda pela seara dos violonistas – que evocam Radamés Gnatalli, Baden Powell e um certo regionalismo que é difícil de encontrar em dose igual à do talento instrumental (ok, não vou falar de Hermeto hoje). O resultado é essa sempre procurada sensação antagônica – de relaxamento cerebral ao mesmo tempo em que ele põe-se louco a decifrar a complexidade do que se ouve. E para mim, pouco brilho pode ser maior que este, em que uma trama tão desafiadora dá forma a algo tão belo quanto simples. A isso rotulam “genial”, e eu concordo meneando a cabeça, em respeitoso silêncio.

Yamandu Costa – Lida (320)
Yamandu Costa: violão de 7 cordas
Guto Wirtti: baixo acústico
Nicolas Krassik: violino

download – 83MB
01 Baionga
02 Missionerita
03 Dayanna
04 Lida
05 Ana Terra
06 Bem Baguala
07 Brincante
08 Adentro
09 Encerdando
10 Ventos dos Mortos

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio :. Carla Bley / Social Studies

Hoje apresentaremos o tango reacionário e a valsa sinistra. Formação em Sociologia orientada por Carla Bley através de um CD de belíssima capa.

O famoso Reactionary Tango que abre Social Studies é uma obra prima (atenção para o show de Steve Swallow). O restante do CD não fica muito atrás. A irreverência de Bley fica desta vez no nome das músicas, pois o disco é absolutamente sério. A única citação está no Tango e a única paródia é a Valsa. V. A. Bezerra escreveu neste site:

As características da música de Satie estão todas presentes na música de Carla Bley: os títulos irônicos, o gosto pelas sonoridades grotescas, as citações feitas com fins paródicos, a repetição ad nauseam de padrões rítmicos, e o uso abertamente kitsch de clichês da música mais comercial – às vezes claramente irônico, porém às vezes perpetrado com uma candura tal que nos deixa em dúvida se, desta vez, ela está mesmo falando aquilo a sério. Também assim como em Satie, tudo isso vem amarrado por um manejo perversamente competente da técnica composicional e orquestral, que aqui e ali nos lembra que, por baixo de toda aquela aparente anarquia e paródia, existe na realidade uma mente musical solidamente embasada a mexer as cordinhas. Não sendo uma virtuose de seu instrumento, Carla Bley desenvolveu um estilo instrumental bastante peculiar, reservando as passagens mais difíceis a solistas tecnicamente mais bem preparados.

Carla Bley – Social Studies

1 Reactionary Tango (12:52)
2 Copyright Royalties (6:41)
3 Utviklingssang (6:30)
4 Valse Sinistre (4:54)
6 Floater (5:55)
7 Walking Batteriewoman (4:24)

Bass – Steve Swallow
Drums – D. Sharpe
Engineer – Tom Mark
Euphonium – Joe Daley
Organ, Piano, Composed By – Carla Bley
Saxophone [Soprano, Alto] – Carlos Ward
Saxophone [Tenor], Clarinet – Tony Dagradi
Trombone – Gary Valente
Trumpet – Michael Mantler
Tuba – Earl McIntyre

Recorded September through December 1980.
Mixed January 1981 at Grog Kill Studios, Willow, New York.

Originally released 1981

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PQP

.: interlúdio :. Carla Bley / Tropic Appetites

Neste CD de 1973, a magrona Carla Bley demonstra algo do que seria seu estilo anos depois. Os arranjos já são esplêndidos, o espírito ainda não é o da finíssima ironia que iria permear seus trabalhos posteriores, mas aqui há humor. Muito humor. Em minha opinião, o problema do disco é ser “cantado demais”.

Conheci Carla como principal arranjadora da Liberation Music Orchestra, de Charlie Haden, e depois fui trilhando sua evolução musical dos dias atuais em direção ao passado. É uma grande compositora e arranjadora americana, nascida Carla Borg, em Oakland no ano de 1936. Chamar de estranha a música de Bley é o que todos fazem com carradas de razão. Neste Tropic Appetites, ela utiliza sonoridades grotescas (Enormous tots) seguidas de composições cheias de falsa meiguice (Caucasian Bird Riffles). Enfim, é muito feminina… Depois vai para canções quase convencionais, mas sempre com cantores que as interpretam como se fossem atores (Funnybird), às vezes chegando a conversar com o ouvinte. É claro que 1973 está presente na oriental Song Of The Jungle Stream, na qual ela por vezes parece reencarnar George Harrison.

Bley é uma pianista, compositora e arranjadora de enormes recursos e possui CDs de composições eruditas em seu currículo. Gosto muito.

Carla Bley – Tropic Appetites

01 – What Will Be Left Between Us And The Moon Tonight
02 – In India
03 – Enormous Tots
04 – Caucasian Bird Riffles
05 – Funnybird Song
06 – Indonesian Dock Sucking Supreme
07 – Song Of The Jungle Stream
08 – Nothing

Cello, Double Bass, Bass – Dave Holland
Drums, Percussion – Paul Motian
Saxophone [Tenor], Percussion – Gato Barbieri
Trumpet, Trombone [Valve] – Michael Mantler
Violin, Viola – Toni Marcus
Voice – Julie Tippetts
Voice, Clarinet, Clarinet [Bass], Saxophone [Soprano, Baritone, Bass], Tuba – Howard Johnson (3)
Voice, Recorder, Piano, Electric Piano, Clavinet, Organ, Marimba, Celesta, Percussion – Carla Bley

Notes: Recorded September 1973 through February 1974, Blue Rock Studio, New York.
Julie Tippetts recorded November 1973, Island Studios, London.
Mixed February and March 1974, Blue Rock Studios, New York.

Lyrics By – Paul Haines
Music By – Carla Bley

Originally released 1974

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PQP

.: interlúdio: Return to Forever (Returns) :.

Que tal um lançamento, pra variar? Esse recém-chegado, duplo ao vivo, do Return to Forever registra a turnê mundial que a banda fez no ano passado, lotando plateias por onde passou. Com o line-up clássico de Corea, Clarke, DiMeola e Lenny White, as gravações mostram estes senhores dividindo-se em passagens de quase-inacreditável perícia e a grande energia progressiva do fusion. John Kelman, do allaboutjazz, indica os destaques:

Stretched to 38 minutes, the title track from Romantic Warrior includes solo features from Corea (which breaks, midway, into an unexpected, hard-swinging version of Miles Davis’ “Solar”), Clarke (referencing some of his own ’70s solo albums) and White (a powerhouse solo that segues smoothly back to the song). It’s part of an unplugged middle section that also includes a stunning feature for Di Meola and a vibrant group take of the lyrical but thematically knotty title track from No Mystery (Polydor, 1975). Seventies RTF never sounded this good.

But it’s the electric RTF that is remembered most, and Returns delivers plenty of high octane playing, especially on a 27-minute “Song to the Pharoah Kings,” from Where Have I Known You Before (Polydor, 1974). Often criticized for being more style than substance, Di Meola dispels that perception once and for all throughout the set, even supplanting original RTF guitarist Bill Connors’ iconic solo on “Hymn of the Seventh Galaxy.” Still capable of light-speed finger work that leaves most in his wake, Di Meola has grown significantly since being recruited, at 19, to replace Connors. With greater harmonic sophistication and attention to space, he’s the star of the show (among a group of stars) alongside Corea, whose meatier synth tones have never sounded better, adding a broader textural palette to the group.

Return to Forever – Returns (VBR HQ)
Chick Corea: piano
Stanley Clarke: bass
Al Di Meola: guitar
Lenny White: drums

download: disco 1 – 110MB e disco 2 – 105MB
1.01 Opening Prayer
1.02 Hymn of the Seventh Galaxy
1.03 Vulcan Worlds
1.04 Sorceress
1.05 Song to the Pharoah Kings
1.06 Al’s Solo
1.07 No Mystery
2.01 Friendship
2.02 Romantic Warrior
2.03 El Bayo de Negro
2.04 Lineage
2.05 Romantic Warrior (continued)
2.06 Duel of the Jester and the Tyrant
2.07 500 Miles High
2.08 BBC Lifetime Achievement Award to Return to Forever as presented by Sir George Martin, including a performance of Romantic Warrior

Boa audição!
Blue Dog

Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil

Caríssimos manos e estimado público, apresento a vocês o primeiro dos três corajosos visitantes que se habilitaram a trazer uma preciosa contribuição a este blog nas próximas semanas, Marcelo Stravinsky, que ora se apresenta e fala de como chegou até este CD de Ernesto Nazareth.

CVL

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Com a morte de Igor Stravinsky uma leva de parentes distantes começou cercar a família no desejo de abocanhar um pouco da herença do falecido. De uma destas levas surgiu o primo em 9º grau (isso é o que o próprio alegava) Marcelo Stravinsky e que se não fosse pelo mesmo sobrenome poderíamos jurar que se trata de um estelionatário muito do safado.

Marcelo Stravinsky não conseguiu aproximar-se muito da família, mas com esse sobrenome e um pouco de lábia chegou até mesmo a envolver-se em alguns pequenos espetáculos de balé na Rússia e na França. Porém o famigerado primo ultradistante está abaixo da mediocridade e só consegue mesmo é cascaviar a internet a procura de obras interessantes para ouvir e divulgar.

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Ernesto Nazareth é um dos maiores nomes da música brasileira. Pianista e compositor virtuoso, sua obra essencialmente instrumental consolidou o choro como ritmo musical urbano genuinamente brasileiro.

Este extraordinário cd só com obras de Ernesto Nazareth foi publicado como encarte do livro “Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil”, de Haroldo Costa, que infelizmente não tive a oportunidade de ler, pois adquiri o cd diretamente com o pessoal do Quinteto Villa-Lobos. Trata-se de um álbum bastante ousado no qual o grupo utilizou-se de muita criatividade na criação de pequenas introduções para algumas das obras em arranjos espetaculares e de muito virtuosismo.

A notável obra de Ernesto Nazareth somada à competência, dedicação e ao profissionalismo do Quinteto Villa-Lobos, confere a este disco um raro grau de musicalidade e exuberância artística.

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Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil

01 – Odeon 2´34
02 – Fon-fon 3´16
03 – Pássaros em festa 4´30
04 – Tenebroso 4´21
05 – Eponina 5´51
06 – Brejeiro 4´04
07 – Digo 6´41
08 – Beija-flor 3´00
09 – Perigoso 3´16
10 – Confidências 5´45
11 – Batuque 4´47
12 – Escorregando 3´30
13 – Rayon d´Or 3´43
14 – Apanhei-te, cavaquinho 3´43

PS. do Gerva: Para esse album temos: Toninho Carrasqueira (flauta, apito), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sergio Santos (clarineta), Phillip Doyle (trompa), Aloysio Fagerlande (fagote). Participações especiais de Caio Márcio, violão (1, 2, 3, 6, 8, 9, 10, 14) e Oscar Bolão (percursão). Gravado em janeiro de 2005 e lançado em Maio de 2005. Os arranjos das faixas: (2, 6, 9, 10) ficou com Marcílio Lopes, (1, 4, 8, 13) com Josimar Gomes Carneiro, Caio Márcio , (5, 14) com Paulo Sérgio Santos e (3, 7, 11) Maurício Carrilho. Gravadora: ND Comunicação Ltda.

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MS

Alberto Nepomuceno (1864-1920) – Obras para piano [link atualizado 2017]

Se teve alguém que primeiro rompeu a resistência conservadora que preconizava que a língua portuguesa não se prestava ao canto erudito e que os ritmos da música popular nacional não deveriam ser transpostos para a sala de concerto, esse alguém foi o cearense Alberto Nepomuceno, que começou a estudar música no Recife, passou pelo Rio de Janeiro e foi bater na Alemanha para aperfeiçoar seus estudos musicais.

Lá encontrou uma aluna de Edvard Grieg e embarcou com ela pra Noruega para se casar – acabou conhecendo o próprio Grieg e o casal passou uns tempos morando na casa do compositor em Bergen (só não sei se com ele dentro). Daí pra se deduzir quem instilou o pensamento nacionalista em Alberto (confiram o quão grieguiano , p. ex., é o Cakewalk, no CD 2 – também prova que de Alberto não tinha preconceito com a music hall).

O artigo da Wikipédia em português sobre Nepomuceno é confiável e resume toda a importância dele para a música clássica brasileira a partir de sua atuação ao voltar ao Brasil, principalmente pela criação do Instituto Nacional de Música e pelas audições de obras de compositores brasileiros contemporâneos (que hoje classficamos como românticos).

A primeira postagem que iria fazer de Alberto Nepomuceno seria a da Sinfonia em sol menor, mas o visitante do blog Willian Nepomuceno (será um descendente?) mandou ao mano PQP, que por sua vez me repassou, essas fantásticas peças para piano que não conhecia (e olhem que não sou entusiasta de obras pianísticas). Assim, entra mais um honroso nome para o hall de tags do menu à direita.

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Miguel Proença, piano
Alberto Nepomuceno – Obra integral para piano

CD 1
01-04. Líricas, Op. 13 – Anhelo, Valsa, Diálogo, Galhofeira,
05. Prece
06. Valse-Impromptu
07. Devaneio, op. 27
08. Improviso, op. 27 n° 2
09-12. Suíte Antiga – Prelude, Menuet, Air e Rigaudon
13. Noturno para a mão esquerda em dó maior
14. Thême et variations en la mineur, op. 28
15. Nocturne op. 33
16. Segunda Mazurka, op. 8
17. Ninna-nanna, op. 8
18. Batuque

CD 2
01-03. Folhas d’álbum – Con molto sentimento, Con moto, Andante mosso
04. Brasileira
05. Noturno para a mão esquerda em sol maior
06. Melodia em lá maior
07. Primeira Mazurka
08-10. Sonata em fá menor, op. 9 – Allegro con fuoco, Andante espressivo, Allegro con spirito
11-14. La Cicala – Valsa, Cakewalk, Valsa-Entreato, Marcha
15. Variações em fá sustenido maior, op. 29
16. Romance
17. Bônus – Coração Triste
18. Bônus – Valsa

Miguel Proença, piano

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CVL

Franz Schubert – The Complete Impromptus – Alfred Brendel

Trago uma gravação de Schubert muito querida por nós daqui do PQP, e principalmente por Clara Schumann, que era apaixonada por Alfred Brendel. Quanto consegui esta gravação ela ficou muito empolgada, e se por acaso ainda acessas o blog, saiba, Clara, que esta postagem é em sua homenagem.

Alfred Brendel é um excepcional intérprete das obras de Schubert, e estes Impromptus são, para muitos críticos, o supra sumo de sua obra discográfica. The Gold Standard Among Greats, Magical, Pure, simple and direct, Captivating, são alguns dos adjetivos colocados pelos clientes da amazon. Gosto muito das versões do Murray Perahia e do grande Wilhelm Kempff, e da pianista portuguesa Maria João Pires, mas na soma geral, é esta versão de Brendel que mais me cativou.

Espero que gostem dela como eu gostei.

Franz Schubert – The Complete Impromptus – Alfred Brendel

1 – Impromptus D899 – No1 in C minor – Allegro molto moderato
2. Impromptus D.899 – No2 in E flat – Allegro
3. Impromptus Op.90 D.899 – No.3 in G flat – Andante
4. Impromptus Op.90 D.899 – No.4 in A flat – Allegretto
5. Impromptus Op.142 D.935 – No1 in F mino – Allegro moderato
6 Impromptus Op.142 D.935 – No.2 in A flat – Allegretto
7 Impromptus Op.142 D.935 – No.3 in B flat – Theme (Andante) with Variations
8 Impromptus Op.142 D935 – No.4 in F minor – Allegro scherzando
9. German Dances D783

Alfred Brendel – Piano

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FDP Bach

Johannes Brahms (1833-1896) – Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108

Já estava na hora de postarmos outra versão deste concerto, com certeza uma das maiores obras já compostas pelo ser humano. E postar uma versão recente, já que as anteriores foram gravações históricas, como a do David Oystrakh, postada ainda nos primórdios do blog.

A amazon.com deu 4 estrelas e meia para este cd, e o editorialista escreveu o seguinte:
The inside covers of this CD’s booklet show violinist and conductor engaged in a whimsical pose of arm wrestling. It’s a curious visual misnomer for the actual character of the Brahms Violin Concerto, which is notably not cast as a bravura showdown between soloist and orchestra. Rather, as this live performance recorded in Chicago Symphony Hall in 1997 so amply demonstrates, the score’s beauty and fascination emanate in large part from its spaciously symphonic conception. Maxim Vengerov imbues his account with all the variety of expressive color, intellectual weight, and deeply personal statement necessary to make Brahms’s poetry vivid–he even supplies his own cadenza in lieu of the usual one by Joachim–yet never detours from the larger vision at stake. The first movement’s coda in fact creates the sensation of a beguiling reverie from which both violinist and ensemble are reluctant to awaken. Gently tapered phrasing from Vengerov, together with Daniel Barenboim’s attention to the gorgeously crafted woodwind scoring, creates a statement of lofty serenity in the Adagio. And in the finale, where performances too often tend to sound watered-down after the weight of what has preceded, bold, snappy accents ensure an exhilarating momentum. A more intimate example of the synergy between Vengerov and Barenboim can be heard in Brahms’s D Minor Violin Sonata. In contrast to Anne-Sophie Mutter’s huge, luxurious sound, Vengerov brings a more introspective but no less passionate demeanor to bear. Despair and peace alternate with moving contrast in this superb work, which has been interpreted as a character portrait of its dedicatee, conductor Hans von Bülow. –Thomas May
O texto abaixo tiro do meu livro de cabeceira sobre Brahms, de Malcolm McDonald:
“A célebre declaração de Josef Hellmesberger de que o Concerto para violino de Brahms, op. 77 não era um concerto ‘para, mas contra o violino’ (e a réplica de Bronislaw Hubermande que é ‘para violino contra orquestra’ – e o violino sempre vence!)” provavelmente devem ser encaradas como respostas às características decididamente ‘sinfônicas’ da obra. E ela assim se afiguraria ainda mais se Brahms tivesse cumprido sua intenção original: uma estrutura em quatro movimentos cujos esboçados movimento lento e scherzo (…) foram totalmente substituídos, fora do tempo, pelo adágio que conhecemos. De fato o Concerto é, em muitos aspectos o sucessor natural da Sinfonia nº 2- na mesma tonalidade em ré menor – e as similaridades são especialmente fortes no primeiro movimento, cuja semelhança com o da SInfonia foi comentada por Clara Schuman na primeira vez que Joachim e Brahms o tocaram todo para ela. Esta aí, de novo, um espaçoso e aparentemente descansado esquema em 3/4, calorosamente romântico em sua coloração orquestral, em seus temas construídos sobre uma formação em tríade e, embora em si mesmos não especialmente prolongados, evoluindo de um para o outro em imensos parágrafos e raramente muito afastados do caráter de uma valsa calma, porém apaixonada. (…)
(…) O tratamento virtuosístico do violino é inaudito em Brahms e sagazmente matizado de muitos elementos. Estão entre estes seus estudos dos grandes concertos clássicos, muito obviamente os de Beethoven mas também aqueles de um mestre menor, Viotti, cujo Concerto nº22 era um dos preferidos de Joachim e Brahms. Também se invoca a escrita para violino de Bach, cuja chacona em ré menor ele transcrevera para piano no ano anterior. E além disso é infuenciado por suas observações, ao longos dos anos, da ardente execução e da honesta personalidade musical de Joachim, o solista para quem o concerto desde o começo foi projetado.”
Como salientou o editorialista da amazon, a cadenza interpretada por Vengerov não é a de Joachim, e sim dele mesmo, Maxim Vengerov. O cabra é macho mesmo. Mexeu num dos cânones da interpretação violinística dos séculos XIX e XX.
Ah, o cd traz também a Sonata nº 3, para piano e violino, numa inspirada interprtação da mesma dupla Vengerov / Baremboim, sendo este último o responsável pelo piano.

Johannes Brahms – Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108

1. I. Violin Concerto in D major, Op. 77 – Allegro non troppo
2. II. Adagio
3. III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
4. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 – I. Allegro
5. II. Adagio
6. III. Un poco presto e con sentimento
7. IV. Presto agitato

Maxim Vengerov – Violin
Chicago Symphony Orchestra
Daniel Baremboim – Piano e Conductor

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FDP Bach