Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 8 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 8 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 101

Op. 106 – ‘Hammerklavier’

 

Chegamos ao terceiro período de composição de Beethoven. O compositor agora praticamente surdo comunica-se com seus amigos pelos cadernos de conversação. Esta condição e o surgimento de instrumentos com um teclado estendido certamente influenciaram sua maneira de compor. Isto marcaria as suas últimas cinco sonatas.

A Sonata No. 28 em lá maior Op. 101 foi composta em 1818, quando Beethoven passava uns dias em Baden, cidade perto de Viena. No nome desta sonata, Beethoven colocou a palavra Hammerklavier, para indicar que a sonata havia sido escrita para este novo instrumento, assim como fez na outra sonata deste disco: a Grösse Sonate für das Hammerklavier, que para nós e todo o mundo ficou conhecida como a ‘Hammerklavier’. Assim como o fez no caso da Sinfonia Eroica, ao compor esta sonata Beethoven expandiu os limites da forma como nunca havia sido nem imaginado. Demoraria muito para que outras sonatas surgissem com o escopo desta. Para termos uma ideia de sua magnitude, foi composta em 1818, mas apenas em 1836 foi apresentada publicamente, por ninguém menos do que Franz Liszt, na Salle Erard, Paris.

What is greatness in music? Before we talk about spiritual greatness, let us establish this: The art of music also has a physical size – width, height, circumference, time, density, weight, appearance and expression. When Ludwig van Beethoven announced his B Major Sonata op. 106 as a great one, his greatest, even (before a single note had been written down), he meant everything: No other sonata from his pen is longer, more compact in sound, fingering or compositional technique, no other is more comprehensive in the sense of the genres it contains – symphony, aria, choir, dance, fugue. And yet, it is conceived, explored and taxed entirely from the perspective of the piano: piano sound and piano playing that tests all limits, even the suggestive ones. Written between the final symphonies, it aspires to their public relevance and resonance – but as a piano work, as a statement of the individual.

A sonata foi dedicada ao Arquiduque Rodolfo, patrono, aluno e grande amigo de Beethoven. Dizem, os primeiros acordes da sonata seriam uma alusão à frase ‘Vivat, vivat Rudolfo’!

The first bar of Beethoven’s ovational Hammerklavier-Sonata is accompanied with the singing of “Vivat, vivat, Rodolfo”. The composer dedicated his opus 106 to the Archduke Rudolf of Habsburg.

Os textos em inglês são citações de um programa de concerto que pode ser lido na íntegra aqui.

Nesta penúltima postagem das Sonatas para Piano de Beethoven, com a intenção de lembrar com ênfase a passagem de 2020, ano que marca os 250 anos de nascimento do grande Ludovico, gostaria de prestar também uma homenagem ao pianista Igor Levit. Além de enorme artista, como essas suas interpretações atestam, mesmo quando o resultado não cai exatamente ao gosto do ouvinte, Levit destaca-se por sua atitude como ser humano, num mundo tão carente de pessoas de destaque cultural que se posicionem com clareza em relação a tantos temas sociais e políticos. Quando um artista deste quilate recebe um prêmio por esse tipo de atuação, é preciso reconhecer. Assim, hats off para o Levit.

Você poderá ler o artigo que conta como Igor Levit ganhou o ‘Beethovenpreis de Bonn’ por seu compromisso social e político na íntegra aqui.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 28 em lá maior, Op. 101

  1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung
  2. Marschmässig
  3. Langsam und sehnsuchtsvoll
  4. Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit

Sonata para piano No. 29 em si bemol maior, Op. 106 ‘Hammerklavier’

  1. Allegro
  2. Assai vivace
  3. Adagio sostenuto. Appassionato e con molto sentimento
  4. Allegro risoluto

Igor Levit, piano

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“Every crowd is curious if you take them seriously” – Igor Levit 
Pois é, e além de tudo, grande pianista! Aproveite!
René Denon

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para piano, WoO 47, “Kurfürstensonaten” – Sonatinas, WoO 50 & 51 – Demus – Cascioli

Essas três pequenas sonatas compostas em Bonn por um Beethoven menino (doze anos!) e  dedicadas ao príncipe-eleitor de Colônia (em alemão, Kurfürst) são normalmente ignoradas no cômputo de suas sonatas para piano. Sou da opinião de que elas merecem ser conhecidas, nem que seja para perceber os primeiros lampejos de brilho do garoto que se aventurava ambiciosamente na sonata-forma, e reconhecer as manifestações mais precoces dos cacoetes de Ludwig em sua escrita para o teclado. Jörg Demus – o mais discreto dos integrantes da troika pianística vienense, completada por Friedrich Gulda e Paul Badura-Skoda – traz-nos uma leitura muito bonita, com sua característica precisão elegante, muito embora eu ache que estas sonatinhas exijam o som mais pungente, que eu sei que não é do gosto de todos, do pianoforte. A gravação prossegue com duas sonatinas, a segunda delas completada por Ferdinand Ries (1784-1838), aluno e amigo do compositor, e termina com mais uma fieira de pequenas peças avulsas para piano, incluindo uma écossaise (WoO 23) originalmente escrita para banda marcial, mas que sobrevive tão só num arranjo para piano feito por Carl Czerny (outro pupilo e amigo) e que fica menos estranha aqui que no meio de seus pares, que publicaremos oportunamente.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Três sonatas para piano, WoO 47, “ao Eleitor” (Kurfürstensonaten)
Compostas entre 1782-1783
Publicadas em 1783
Dedicadas a Maximilian Friedrich, Eleitor de Colônia

No. 1 em Mi bemol maior
1 – Allegro cantabile
2 – Andante
3 – Rondo vivace

No. 2 em Fá menor
4 – Larghetto maestoso – Allegro assai
5 – Andante
6 – Presto

No. 3 em Ré maior
7 – Allegro
8 – Menuetto – Sostenuto
9 – Scherzando: Allegretto, ma non troppo

Jörg Demus, piano

Sonata para piano em Fá maior, WoO 50 (1790-1792)
10 – Sem indicação de andamento
11 – Allegretto

Sonata para piano em Dó maior, WoO 51 (1790-1792), completada por Ferdinand Ries
12 – Allegro
13 – Adagio

14 – Allemande em Lá maior, WoO 81 (1793)
15 – Valsa em Mi bemol maior, WoO 84 (1824)
16 – Valsa em Ré maior, WoO 85 (1825)
17 – Écossaise em Mi bemol maior, WoO 86 (1825)

Gianluca Cascioli, piano

18 – Écossaise em Sol maior para banda marcial, WoO 23 (1810)
Arranjo de Carl Czerny para piano

Rainer Maria Klaas, piano

19 – Fuga em Dó maior, WoO 215/Hess 64 (1795)

Gianluca Cascioli, piano

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Silhueta do jovem Ludwig

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

J. S. Bach (1685-1750) & C.P.E. Bach (1714-1788): Magnificat

J. S. Bach (1685-1750) & C.P.E. Bach (1714-1788): Magnificat

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O repertório deste disco é extraordinário. Johann Sebastian foi um barroco tardio e maior gênio musical de todos os tempos. Já seu filho mais talentoso, Carl Philipp Emanuel, tinha ares muito mais modernos, beethovenianos. Nestas duas obras sacras de primeiríssima linha, isso fica muito claramente demonstrado.

Bem, mudando de assunto — até porque há vasta bibliografia sobre os Magnificats do CD –, se há um grupo há décadas extinto e que ainda amo apaixonadamente, este é o Collegium Aureum de Franzjosef Maier (1925-2014). Eles foram um dos pioneiros da música historicamente informada. Mas recusavam a coisa matemática dos primeiros grupos e faziam REALMENTE MÚSICA num tempo em que o pessoal dos instrumentos originais fazia apenas coisas insossas e prevaleciam verdadeiros monstrengos como Karl Richter e a sua Orquestra Bach de Munique, movida a romantismo e instrumentos modernos. Grande Franzjosef Maier!, cujos discos pela Harmonia Mundo alemã eram caçados — com sucesso — por mim na periférica e provinciana Porto Alegre. Esta gravação, de 1995, já não tem Maier na regência — ele estava se aposentando –, mas ele ainda era diretor do Collegium Aureum. Pouco tempo depois, ainda nos anos 90, o conjunto dissolveu-se. Sabem quem tocou na orquestra? Bob van Asperen, Gustav Leonhardt, Hans-Martin Linde, Barthold Kuijken, Helmut Hucke, Reinhard Goebel…

Franzjosef Maier aprendeu piano, violino e viola em tenra idade. Desde 1938, frequentava o Conservatório de Augsburg, depois a Academia de Munique e, finalmente, de 1940 a 44, frequentou a escola musical de Frankfurt com Wilhelm Isselmann (1902-1987) e Kurt Thomas. Imediatamente após a guerra e a prisão, ele estudou, de 1946 a 1948, na Universidade de Música de Colônia, incluindo composição com Philipp Jarnach. Em 1948, ele co-fundou o Collegium Musicum de Música Antiga da Rádio do Noroeste da Alemanha. Ao mesmo tempo, tocou em vários conjuntos de câmara. Foi 2º violinista do Quarteto Schäffer, com o qual gravou todos os quartetos de Mozart e Beethoven.

De 1949 a 1959, lecionou no Conservatório Robert Schumann, em Düsseldorf. De 1959 a 1992, Maier foi professor de violino na Universidade de Música de Colônia. Em 1964, ele montou um estúdio para música antiga lá, autodidata que era no violino barroco .

Maier desempenhou um papel significativo no desenvolvimento da cena musical de Colônia desde a metade dos anos 50. Seus alunos foram violinistas barrocos conhecidos como Reinhard Goebel (Musica Antiqua Köln), Werner Ehrhardt, (Concerto Köln, L’arte del mondo), Manfredo Kraemer (Le concert des Nations e The Rare Fruits Council), Gustavo Zarba (Orchestra of the Eighteenth Century), etc.

Em 1964, como Konzertmeister, ele assumiu a direção do Collegium Aureum, fundado pela gravadora Deutsche Harmonia Mundi, que fazia gravações inovadoras para a prática histórica da performance na época. Maier optou pelo uso de instrumentos barrocos originais e um estilo de interpretação apropriado à época respectiva.

Franzjosef Maier morreu em 16 de outubro de 2014 em Bergisch Gladbach.

É alguém para não ser esquecido.

J. S. Bach (1685-1750), C.P.E. Bach (1714-1788) : Magnificat

Magnificat In D Major, BWV 243
1 Magnificat Anima Mea 3:14
2 Et Exsultavit Spiritus Meus 2:35
3 Quia Respexit Humilitatem 2:23
4 Omnes Generationes 1:23
5 Quia Fecit Mihi Magna 2:12
6 Et Misericordia 3:58
7 Fecit Potentiam 1:47
8 Deposuit Potentes 2:26
9 Esurientes Implevit Bonis 3:14
10 Suscepit Israel 1:57
11 Sicut Locutus Est 1:31
12 Gloria Patri 1:56

Magnificat Wq. 215
13 Magnificat Anima Mea 3:03
14 Quia Respexit Humilitatem 6:15
15 Quia Fecit Mihi Magna 4:27
16 Et Misericordia 5:24
17 Fecit Potentiam 4:25
18 Deposuit Potentes 6:38
19 Suscepit Israel 4:18
20 Gloria Patri 1:58
21 Sicut Erat 6:17

Alto Vocals – Andreas Stein (2) (tracks: 1 to 12)
Bass Vocals – Roland Hermann (tracks: 13 to 21)
Bass Vocals, Baritone Vocals – Siegmund Nimsgern (tracks: 1 to 12)
Choir – Tölzer Knabenchor
Conductor of the Choir- Gerhard Schmidt-Gaden
Conductor – Kurt Thomas
Contralto Vocals – Maureen Lehane (tracks: 13 to 21)
Director – Franjosef Maier
Ensemble – Collegium Aureum
Soprano Vocals – Elly Ameling (tracks: 13 to 21), Peter Hinterreiter (tracks: 1 to 12), Walter Gampert (tracks: 1 to 12)
Tenor Vocals – Theo Altmeyer

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O grande e genial Franzjosef Maier (1925-2014)

PQP

Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Quartets, WoO 36 – Eschenbach #BTHVN250

Quando se trata da Música de Câmera de Beethoven, sempre nos vem à mente os magníficos Quartetos de Cordas, ou as Sonatas para Violino ou então para Violoncelo.  Se esquece de outras preciosidades, por algum motivo desconhecido ignorados pelas gravadoras.  A não ser que você queira encarar uma Integral de suas obras pela DG, fica difícil o acesso a estas obras.
Estou me propondo a postar estas obras desconhecidas, com formações um tanto quanto diferentes, muitas vezes obras de juventude, sem opus definido, que o próprio Beethoven não considerava a altura de sua obra. Ou até mesmo seus editores não consideravam. As gravações sempre farão parte da Coleção Integral das Obras de Beethoven, publicadas pela Deutsche Grammophon. Claro que isso significa um time de craques como solistas.
Cito abaixo passagem da biografia escrita por Solomon, referente a estes quartetos para piano que estou postando:
“Os três Quartetos para Piano e Cordas, WoO 36 (1785), são no estilo de Mozart, cuja música se tornou mais popular depois da subida de Max Franz ao trono em 1784. O Quarteto em mi bemol é francamente modelado pela Sonata para violino, KV 379, de Mozart, devendo-lhe algumas de suas mais belas passagens; enquanto que , segundo Douglas Johnsonn, os Quartetos em dó é ré se baseiam mais sutilmente nas sonatas KV 296 e KV 380, respectivamente. Os movimentos finais são em forma rondó, Beethoven nunca publicou essas obras, possivelmente por seu considerável débito para com Mozart e por serem as partituras tão completamente dominadas pelo piano. Entretanto, é evidente que tinha por elas grande apreço, porquanto contém um certo número de idéias melódicas originais em que se apoiou em Viena para as Sonatas op. Nºs 1 e 3, a Sonata Patética, op. 13, e o finale da Sonata, op. 27, nº1.”
Lembrando que Beethoven tinha apenas 15 anos de idade quando compôs estes quartetos. Não se pode esperar maiores genialidades, mas sim uma tentativa de começar a criar uma identidade própria. O que posso considerar de destaque nestas obras é realmente a predominância do piano, instrumento favorito de Beethoven.

Ludwig van Beethoven – Quartetos para Piano, Violino, Viola e Violoncelo, WoO 36

1. Piano Quartet No. 1 in E flat major: 1. Adagio assai – attacca:
2. Piano Quartet No. 1 in E flat major: 2. Allegro con spirito
3. Piano Quartet No. 1 in E flat major: 3. Tema. Cantabile – Variazioni 1-VI – Tema. Allegretto
4. Piano Quartet No. 2 in D major: 1. Allegro moderato
5. Piano Quartet No. 2 in D major: 2. Andante con moto
6. Piano Quartet No. 2 in D major: 3. Rondo. Allegro
7. Piano Quartet No. 3 in C major: 1. Allegro vivace
8. Piano Quartet No. 3 in C major: 2. Adagio con espressione
9. Piano Quartet No. 3 in C major: 3. Rondo. Allegro

Christoph Eschenbach – Piano
Members of Amadeus Quartet:
Norbert Brainin – Violine
Peter Schidlof – viola
Martin Lovett – Cello

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FDP Bach

BTHVN250 – A Obra completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Duos para clarinete e fagote, WoO 27 – Quinteto para oboé, trompas e fagote, Hess 19 – Adágio para trompas, Hess 297 – Equale para quatro trombones, WoO 30

Peso-plumíssima esse volume de nossa beethoveniana, completamente dedicada a obras para sopros menos votadas do compositor, muitas delas relegadas às pilhas de papel até depois de sua morte. Os duos para clarinete e fagote são tão fofinhos quanto estranhos, e não surpreende que haja seriíssimas dúvidas acerca de sua autoria (uma pista são as indicações de andamento, totalmente atípicas para Beethoven). O breve quinteto com a curiosa colaboração entre um oboé, um fagote e um trio de trompas dá a impressão de ter sido composto às pressas, sem muito tempo para desenvolver as ideias e explorar os timbres dos instrumentos. O Adagio para três trompas é ainda mais breve, e aqui serve como prelúdio para a obra de mais substância da gravação, os três curtos e solenes Equale (que, na incerteza sobre a denominação do gênero em português, resolvi chamar de “Iguais”, que são sua tradução em latim e italiano). Escritos para serem tocados da torre da catedral de Linz no dia de finados de 1812, têm desde então aparecido em várias exéquias – inclusive no funeral do próprio Beethoven, ocasião em que foram ouvidos tanto no original para quatro trombones quanto num arranjo vocal de Ignaz Seyfried (1776-1841), iniciado no dia em que se ministrou a extrema-unção ao compositor. Apesar da curiosidade de escutar a versão de Seyfried, nunca a ouvi, nem a encontrei em qualquer gravação – mas eu tenho a partitura e, se outros três barítonos se dispuserem, talvez possamos dar um jeito nisso. Se a ideia lhes apetece, deixem-me saber nos comentários.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Três Duos para clarinete e fagote, WoO 27

No. 1 em Dó maior
1 – Allegro comodo
2 – Larghetto sostenuto
3 – Rondo: Allegretto

No. 2 em Fá maior
4 – Allegro affettuoso
5 – Aria: Larghetto
6 – Rondo: Allegretto moderato

No. 3 em Si bemol maior
7 – Allegro sostenuto
8 – Aria con variazioni
9 – Allegro assai

Quinteto para oboé, três trompas e fagote em Mi bemol maior, Hess 19 (1793)
10 – Allegro
11 – Adagio maestoso
12 – Minuetto

Adagio em Fá maior para três trompas, Hess 297 (1815)
13 – Adagio

Membros do Ottetto Italiano

Três Iguais para quatro trombones (Drei Equale für vier Posaunen), WoO 30
14 – Andante (Ré menor)
15 – Poco adagio (Ré maior)
16 – Poco sostenuto (Si bemol maior)

Phillip Jones Brass Ensemble

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#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 7 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 7 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 78 ◦ Op. 79 

Op. 81a ‘Les Adieux’ ◦ Op. 90

 

 

Mais um passo nesta série de postagens das Sonatas para Piano de Ludwig van Beethoven, parte das nossas comemorações de 250 anos de seu nascimento.

Após as duas monumentais sonatas postadas no volume anterior, a Waldstein e a Appassionata, temos uma série de pequenas sonatas. É como se o inovador e inesgotável Ludovico precisasse tomar um fôlego e mostrar para a sua audiência também ser capaz de criar lindas e charmosíssimas peças para piano.

A sonata de maior extensão neste disco é a intitulada ‘Les Adieux’ e como muitas outras de suas obras, foi dedicada ao Arquiduque Rodolfo. A sonata tem um caráter programático, fazendo alusão à ocasião na qual o Arquiduque e boa parte da nobreza deixaram Viena por uma temporada, devido ao cerco da cidade pelas tropas de Napoleão. Os movimentos da sonata são intitulados Liebewohl, Abwesenheit e Wiedersehen – Adeus, Ausência e Reunião. A palavra Le-be-wohl foi escrita com as sílabas assim separadas sobre as três primeiras notas da sonata.

As três primeiras sonatas foram escritas por volta de 1809 e 1810. A última sonata do disco, escrita em apenas dois movimentos, é de 1814 e dedicada ao Conde Moritz Lichnowsky. Neste período Beethoven estava usando alemão para deixar as indicações de andamentos dos movimentos de suas obras.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 24 em fá sustenido maior, Op. 78

  1. Adagio cantábile – Allegro ma non troppo
  2. Allegro vivace

Sonata para piano No. 25 em sol maior, Op. 79

  1. Presto alla tedesca
  2. Andante
  3. Vivace

Sonata para piano No. 26 em mi bemol maior, Op. 81a – ‘Les Adieux’

  1. Das Lebewohl. Adagio – Allegro
  2. Das Wiedersehen. Andante expressivo
  3. Das Wiedersehen. Vivacissimamente

Sonata para piano No. 27 em mi menor, Op. 90

  1. Mit Lebhaftigkeit und darchaus mit Empfindung und Ausdruck
  2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Igor Levit, piano

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Aproveite bem esta beleza de disco e prepare-se para as duas últimas postagens da série e que já estão a vir!

René Denon

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Minuetos, WoO 10 – Danças, WoO 17 – Obras para violino e piano, WoO 40-42

Mais outro balainho, este com peças que, se deixadas soltas, ficariam à deriva e se perderiam em nossa integral.

O disco abre com uma reconstrução da instrumentação dos seis minuetos, WoO 10, que sobreviveram somente em versão para piano – incluindo aquele, em sol maior, que muitos entre nós conheceram porque o pai ouvia Ray Conniff em alta decibelagem (o de vocês não? Muito os invejo). A função segue com as ditas “danças Mödling”, de autoria duvidosa, para um conjunto misto de cordas e sopros. As coisas melhoram um pouco no final, se não com a música, pelo menos com os intérpretes. Os venerandos Yehudi Menuhin e Wilhelm Kempff juntam forças para interpretar duas peças juvenis para violino e piano: as variações sobre “Se vuol ballare”, a popularíssima ária de Fígaro nas “Bodas” de Mozart, e o diminuto rondó em Sol. Para finalizar, uma raríssima, quiçá única oportunidade por aqui ouvir as crinas de David Garrett, um bom violinista que se transformou num astro do crossover. Se as singelas alemandas que Ludwig lhe propõs não desafiam muito sua técnica de bom pedigree, trata-se de uma oportunidade rara de, aqui no PQP Bach, escutar alguém que, conforme asseguram especialistas, é  muito gatão.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Seis Minuetos para orquestra, WoO 10 (1795)
1 – No. 1 em Dó maior
2 – No. 2 em Sol maior
3 – No. 3 em Mi bemol maior
4 – No. 5 em Si bemol maior
5 – No. 6 em Ré maior
6 – No. 7 em Dó maior

Capella Istropolitana
Ewald Donhoffer, regência

Onze Danças para pequena orquestra, WoO 17, “Mödlinger Tänze” (1819)
7 – No. 1: Valsa em Mi bemol maior
8 – No. 2: Minueto em Si bemol maior
9 – No. 3: Valsa em Si bemol maior
10 – No. 4: Minueto em Mi bemol maior
11 – No. 5: Minueto em Mi bemol maior
12 – No. 6: Landler em Mi bemol maior
13 – No. 7: Minueto em Si bemol maior
14 – No. 8: Landler em Si bemol maior
15 – No. 9: Minueto em Sol maior
16 – No. 10: Valsa em Ré maior
17 – No. 11: Valsa em Ré maior

Kammerorchester Berlin
Helmut Koch, regência

Doze Variações em Fá maior sobre a Ária “Se vuol ballare”, da ópera “Le Nozze di Figaro” de Wolfgang Amadeus Mozart, para violino e piano, WoO 40
18 – Thema – Variazioni I-XII

Rondó em Sol maior para violino e piano, WoO 41 (1793-1794)
19 – Allegro

Yehudi Menuhin, violino
Wilhelm Kempff, piano

Seis Danças Alemãs para violino e piano, WoO 42 (1796)
20 – Sem indicação de andamento

David Garrett, violino
Bruno Canino, piano

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Um pão, mesmo

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

.: interlúdio :. Maria Bethânia canta Noel Rosa (1966)

Maria Bethânia canta com a liberdade dos pássaros para fora e para cima, mas sem perda dessa intimidade fundamental à comunicação. – Vinícius de Moraes, no encarte do compacto duplo

Os seis sambas de Noel deste compacto duplo gravado em 1965 parecem ter sido escolhidos para uma quarta-feira de cinzas. É o Noel do pierrot apaixonado que acaba chorando… da mentira descoberta… do último desejo depois da separação…

Nem sombra aqui da Bethânia intérprete de sambas alegres de Chico Buarque e Dona Ivone Lara. Pois é… a jovem Bethânia sabia que todo carnaval tem seu fim.

Maria Bethânia – Maria Bethânia Canta Noel Rosa (1966)
01. Três Apitos (Noel Rosa) (2:52)
02. Pra Que Mentir? (Noel Rosa – Vadico) (3:11)
03. Pierrot Apaixonado (Heitor dos Prazeres – Noel Rosa) (2:29)
04. Meu Barracão (Noel Rosa) (2:57)
05. Último Desejo (Noel Rosa) (2:58)
06. Silêncio de um Minuto (Noel Rosa) (2:54)

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Pleyel

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Bagatelas e Danças para piano, volume 3 – Jandó

Concluímos nosso minifestival Jandó com o último balaio de gatinhos pianísticos beethovenianos e uma pequena homenagem ao artista.

Lembro-me de, há alguns anos, ter lido uma reportagem sobre Jandó, focando em sua impressionante e variada discografia. O tom, se não deliberadamente desabonador, tendia a pintar o pianista como um músico de pouco brilho que teve que se contentar com a labuta obreira num selo de segunda linha. Além disso, era um compêndio de resmungos, como a alegação de que seus contemporâneos András Schiff e Zoltán Kocsis eram conhecidos internacionalmente porque foram privilegiados pelo governo, ou de que ele próprio, um interiorano, era discriminado por suas contrapartes em Budapest. Somando a tudo algumas cores anedóticas, como o feroz hábito tabágico e o costume de cantarolar ao teclado à la Glenn Gould, controlado pelo truque de lhe manter um cigarro apagado na boca, saía-se com a impressão de que Jandó, professor na conceituada Academia de Música Franz Liszt, seria um músico medíocre e, acima de tudo, uma criatura patética.

Quem ouvir a gravação seguinte perceberá que não. Tomem, por exemplo, o rondó que a abre, que Beethoven descreveu com o neologismo “ingharese” (mescla de “zingarese” e”ungherese”/”cigano” e “húngaro”) e que seu factotum, o atochador Anton Schindler, descreveu como “A Fúria pelo Tostão Perdido”.  Em frenéticos seis minutinhos, carregados do mais explícito humor, Beethoven parece querer demolir toda reputação de pathos e heroísmo que lhe plugam – e Jandó realiza, com muita destreza, os intentos do mestre. Gosto muito também de sua interpretação para o dito “Andante favori”, o movimento lento inicialmente destinado à sonata alcunhada “Waldstein”, que acabou substituído por uma introdução mais concisa, provavelmente, porque o primeiro e último movimentos já exigiam músculo o bastante e, ainda, porque o andante, assim como o finale, também é um rondó. Se a vastidão do repertório de Jandó – e, mui provavelmente, também seu contrato – não lhe permite lapidar cada peça que grava ao ponto do memorável, esperamos que o que aqui ouviram possa inspirá-los a explorar sem preconceitos sua discografia em constante expansão. Se ele merece a prata, o ouro ou o mármore, vocês me contam depois.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

BAGATELAS E DANÇAS PARA PIANO, volume 3

Rondó alla ingharese, quasi un capriccio, em Sol maior, Op. 129, “Der Wut über den verloneren Groschen” (“A Fúria sobre o Tostão Perdido”)
Composto em 1795
Completado por Anton Diabelli e publicado postumamente em 1828
1 – Allegro vivace

2 – Andante em Fá maior, WoO 57, “Andante favori” (1804)
3  – Duas Danças Alemãs, Hess 67 – Allegro e Da Capo (“Der Deutscher”) (1811)

Dois Rondós para piano, Op. 51 (1796-1798)
4 – No. 1 em Dó maior
5 – No. 2 em Sol maior

6 – Rondó em Lá maior, WoO 49 (1783)

Doze Minuetos, WoO 7 (1795)
7 – No. 1 em Ré maior
8 – No. 2 em Si bemol maior
9 – No. 3 em Sol maior
10 – No. 4 em Mi bemol maior
11 – No. 5 em Dó maior
12 – No. 6 em Lá maior
13 – No. 7 em Ré maior
14 – No. 8 em Si bemol maior
15 – No. 9 em Sol maior
16 – No. 10 em Mi bemol maior
17 – No. 11 em Dó maior
18 – No. 12 em Fá maior

Jenő Jandó, piano

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Ao herói, o mármore

#BTHVN250, por René DenonVassily

Sergei Prokofiev (1891 – 1953): Sinfonias Nº 1 “Clássica” e 5

De todas as sinfonias que conheço, a 5ª de Prokofiev tem um dos adagios mais bonitos e profundos, mais ainda na interpretação lenta e cuidadosa de Celibidache e Filarmônica de Munique. Procurem no Youtube a entrevista “Celibidache on his Philosophy of Music”, em que ele explica seus conceitos sobre o andamento, que deve permitir ao ouvinte perceber todos os elementos da partitura. Quanto mais complexidade, mais o andamento deve ser lento, diz ele. Deixo vocês com o texto de nosso patriarca P.Q.P., de 2007, quando o Youtube engatinhava e o Orkut reinava.

Alguma limitação me faz confundir as sinfonias de Prokofiev. Boto para tocar a quinta, esperando ouvir a sétima; ambas são excelentes, mas chego a pensar no Sr. Alzheimer quando as confundo.

A Clássica é uma Sinfonia de Haydn composta por Prokofiev. É merecidamente famosa, irresistivelmente melodiosa e está no repertório de qualquer boa orquestra. A Quinta é bem mais séria e diz a lenda que foi bem recebida pelo regime soviético. É estranho, pois mesmo com a habitual grandiosidade das interpretações de Celibidache – ouçam aqui! – , ela permanece emitindo para mim enorme quantidade de bom humor e um heroísmo não todo destituído de ironia. Gosto muito dela.

P.Q.P. Bach.

Sergei Prokofiev (1891 – 1953) – Sinfonias Nº 1 “Clássica” e 5
1. Symphonie N°1 En Ré Majeur “Classique”, Opus 25 : Allegro
2. Symphonie N°1 En Ré Majeur “Classique”, Opus 25 : Larghetto
3. Symphonie N°1 En Ré Majeur “Classique”, Opus 25 : Gavotta
4. Symphonie N°1 En Ré Majeur “Classique”, Opus 25 : Finale, Molto Vivace
5. Applaudissements

6. Symphonie N°5 En Si Bémol Majeur, Opus 100 : Andante
7. Symphonie N°5 En Si Bémol Majeur, Opus 100 : Allegro Marcato
8. Symphonie N°5 En Si Bémol Majeur, Opus 100 : Adagio
9. Symphonie N°5 En Si Bémol Majeur, Opus 100 : Allegro Giocoso
10. Applaudissements

Munich Philharmonic Orchestra – Sergiu Celibidache

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Prokofiev pensando em ritmo de relógio

Carlos Chávez (1899-1978): Sinfonias nº 1, 2 e 3

Seguimos nesta empreitada com as sinfonias do Século XX, agora no país dos Astecas…

Muito tempo atrás, na escola, minha professora explicava por que motivo Jorge Amado era o escritor mais traduzido e publicado no exterior: ele escrevia sobre aquele Brasil com carnaval, mulatas e sexualidade à flor da pele, que povoa o imaginário estrangeiro. Com o compositor mexicano Carlos Chávez, é parecido: sua Sinfonía india é muito mais popular do que as outras, muito por causa do exotismo da orquestração, cheia de percussões curiosas e temas tribais. Suas outras sinfonias são mais ligadas à tradição europeia: a 1ª, Antígona, foi composta inicialmente para acompanhar uma montagem da tragédia grega. A terceira alterna entre o clima sombrio da 1ª e as melodias pastorais da 2ª (índia), com destaque para as madeiras, que comparecem em peso: piccolo, duas flautas, dois oboés, corne inglês, três clarinetes, clarinete baixo e três fagotes.

Ou seja, imitando Tolstoi: Carlos Chávez e Jorge Amado são melhores e mais universais quando falam das suas tribos.

Carlos Chávez – Sinfonias nº 1, 2 e 3

1 Sinfonía india (1936)
2 Sinfonía de Antígona (1933)
3 Sinfonía n. 3 – Introduzione: Andante Moderato (1951)
4 Sinfonía n. 3 – Allegro (1951)
5 Sinfonía n. 3 – Scherzo (1951)
6 Sinfonía n. 3 – Molto Lento (1951)

London Symphony Orchestra – Eduardo Mata – 1983

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Carlos Chávez com a dançarina Rosa Covarrubias e a pintora Frida Kahlo

Pleyel

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Bagatelas e Danças para piano, volume 2 – Jandó

O peculiar nome de Jenő (algo como “Eugênio”) Jandó chamou-me pela primeira vez a atenção pelas repetidas vezes que aparecia nas paredes das lojas de discos (para vocês verem como eu sou velhinho) tomadas por CDs da Naxos. Seu repertório parecia inesgotável: de Bach a Bartók, passando por concertos completos de Mozart, um catatau de obras de Liszt e integrais das sonatas de Haydn, Schubert e Beethoven. Cheguei a pensar que se tratasse de uma fraude, ao feitio da milagrosa série de gravações atribuídas a Joyce Hatto.  Minhas investigações, muito pelo contrário, mostraram-me que não só Jandó realmente tinha feito todas aquelas gravações, com também tinha sido ele mesmo um dos muitos artistas cujas faixas tinham sido espuriamente atribuídas a Hatto por seu esposo, um produtor fonográfico e, como depois se viu, um tremendo aldrabão.

Fui escutá-lo, apesar das recomendações contrárias dos vetustos habitués das lojas de discos, e tive uma boa surpresa. Saía-se muito bem no repertório de seus compatriotas húngaros, e também em Mozart e Haydn. Embora talvez lhe falte algo de brilho e élan para gravar sonatas de Beethoven memoráveis, seu estilo se presta muito bem a este repertório de peças curtas que seguimos a lhes apresentar.

A gravação abre logo com a peça de maior fôlego, a Fantasia, Op. 77, a única peça para piano que Ludwig publicou e assim chamou. Nominalmente em Sol menor, ela modula amplamente ao longo de seus dez minutos, e seu estilo – livre na abertura e engenhoso nas variações que a concluem – é possivelmente a melhor janela que nos restou para a imensa habilidade de Beethoven como improvisador, que lhe trouxe fama, juntamente com o virtuosismo ao teclado, bem antes dele se fazer notar como compositor. Em meio a curtas bagatelas (uma delas alcunhada “Lustig-Traurig”, ou “Alegre-Triste” – praticamente Beethoven numa casca de noz) e graciosas séries de danças, algumas das quais já ouvidas nesta série com roupagem orquestral, duas outras obras se destacam: uma Polonaise, Op. 89, composta em 1814 para surfar na voga do ritmo entre os aristocratas da época e que acaba curiosamente evocando as polonaises da juventude de Chopin, então uma criança; e os Prelúdios, Op. 39, escritos ainda em Bonn, que modulam para todas as tonalidades maiores e são mais comumente executados ao órgão – instrumento que Neefe, seu professor, tocava na corte do Eleitor de Colônia, e que o próprio Ludwig tocava durante as muitas ausências do titular. As duas peças, frutos de períodos tão diferentes na vida do compositor, têm o comum o fato de terem sido publicadas pela necessidade do vil metal: a Polonaise foi dedicada à tzarina da Rússia, que recompensou o mimo com um bom punhado de bufunfa, e a obra adolescente acabou indo à prensa simplesmente porque precisava pagar o aluguel.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

BAGATELAS E DANÇAS PARA PIANO, volume 2

1 – Fantasia em Sol menor, Op. 77 (1810)
2 – Doze Danças Alemãs, WoO 13 (1792-1797)
3 – Sete Contradanças, WoO 14 (1791-1801)
4 – Seis Escocesas, WoO 83 (1806)
5 – Minueto em Mi bemol maior, WoO 82 (1803)
6 – Allegretto em Dó menor, Hess 69 (1795-1796)
7 – Polonaise em Dó maior, Op. 89 (1814)
8 – Bagatela em Dó menor, ‘Lustig-Traurig’, WoO 54 (1802)
9 – Rondó em Dó maior, WoO 48 (1783)
10 – Prelúdio em Fá menor, WoO 55 (1803)
11 – Dois Prelúdios em todas tonalidades maiores, Op. 39 (1789)
12 – Fuga em Dó maior, Hess 64
13 – Finale de concerto em Dó maior, Hess 65 (originalmente para o Op. 37)

Jenő Jandó, piano

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Jenő vale ouro

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 6 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 6 de 9 – BTHVN250

BTHVN

Op. 49 ◦ Op. 53 Waldstein

Op. 54 ◦ Op. 57 Appassionata

 

As duas sonatinhas (leichten Sonaten) que abrem o disco pertencem ao passado, foram compostas em 1795/6, apesar só terem sido publicadas em 1805, sendo esta a razão para o número de opus 49. Elas são charmosas e muito lindas, e servem para abrir os trabalhos para o que vem pela frente: duas sonatas espetaculares: Waldstein e Appasionata. Cuidado, não subestime a Sonata No. 22, em fá maior, Op. 54, só por estar entre estas obras magníficas. Ela também merece toda a nossa admiração, mas é difícil não falar mais sobre as duas outras monumentais sonatas.

Conde Waldstein, amigo leal do Ludovico!

Na minha opinião, a Waldstein é a sonata mais decisiva entre todas as compostas pelo grande Ludovico. Esta sonata é um marco, uma espécie de Bojador… Se o pianista cruzar esta etapa, estará além, terá transposto as maiores dificuldades e estará pronto para as riquezas que estão a vir.

As sonatas Waldstein e Appassionata são do período heroico do compositor, junto com a Sinfonia No. 3, justamente apelidada ‘Eroica’. Veja o que diz Maynard Solomon: Com as sonatas Waldstein e Appassionata, compostas principalmente em 1804 e 1805, Beethoven transpôs irrevogavelmente as fronteiras do estilo pianístico clássico, criando sonoridades e tessituras que nunca haviam sido antes obtidas. Ele deixou de limitar as dificuldades técnicas de suas sonatas para permitir a execução por amadores competentes (…) As dinâmicas foram grandemente ampliadas; as cores são fantásticas e luxuriantes, aproximando-se de sonoridades quase orquestrais. Ainda Solomon: – os movimentos lentos estão organicamente ligados aos finales, de modo a dar a impressão de obra em dois movimento ampliados.

O livrinho sobre as sonatas para piano de Beethoven, escrito por Denis Matthews, para a coleção Guias Musicais BBC, conta que entre os fatores que contribuíram para a grandeza de estilo sem precedentes da Waldstein está o fato de Beethoven ter adquirido em 1803 um piano Erard, com um compasso a mais no agudo. Isso fizera inclusive que ele reescrevesse certas passagens do Concerto em dó menor. Também é desta época a Sonata a Kreutzer e Leonora (Fidelio) estava já pelo caminho.

Assim, temos mais uma postagem que homenageia este extraordinário compositor, repleta de música maravilhosa, com a interpretação audaciosa e competentíssima de Igor Levit, que nos dá aqui uma palhinha, só para a turma do PQP-Bach.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 19 em sol menor, Op. 49, 1

  1. Andante
  2. Allegro

Sonata para piano No. 20 em sol maior, Op. 49, 2

  1. Allegro, ma non troppo
  2. Tempo di Menuetto

Sonata para piano No. 21 em dó maior, Op. 53 – “Waldstein”

  1. Allegro com brio
  2. Adagio molto
  3. Allegretto moderato – Prestissimo

Sonata para piano No. 22 em fá maior, Op. 54

  1. Im tempo d’un Menuetto
  2. Allegretto – Più allegro

Sonata para piano No. 23 em fá menor, Op. 57 – “Appassionata”

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo – Presto

Igor Levit, piano

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FLAC | 187 MB

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MP3 | 320 KBPS | 167 MB

Igor…

Ludovico disse à Andreas Streicher, em castiço alemão: I received your fortepiano the day before yesterday. It is really marvelous, anybody else would like to have it for his own, and I – you may laugh, but I would have to lie if I didn’t tell you that it is too good for me, and why? – because it deprives me of the freedom to create my own tone.

Aproveite mais este lindo disco da série…

René Denon

George Gershwin – Classical Gershwin – Katie Mahan

Já faz algum tempo que não trazemos George Gershwin para os senhores. E isso é uma tremenda falta de nossa parte. Como ficamos tanto tempo sem ouvir ‘Raphsody in Blue’?

Katie Mahan é uma talentosissima pianista norte americana, que neste CD nos brinda com o que de melhor o fantástico Gershwin compôs. Incluindo aí uma versão para piano solo do clássico citado acima. Detalhe: o arranjo e a adaptação são da própria pianista. Mas serei sincero com os senhores: sinto falta de um outro instrumento acompanhando, nem que fosse outro piano, como a versão imortalizada pelas irmãs Labèque.

Bem, gosto é gosto, e não se discute. Nossa proposta aqui no PQPBach é proporcionar para os senhores boa música, e esse CD, com certeza, vai cumprir esse objetivo com honras.

As obras interpretadas pela jovem pianista já foram gravadas inúmeras vezes, mas em se tratando de Gershwin nunca é demais. Quem sabe a moça mais a frente não traz sua versão para o famoso Concerto para Piano do mesmo compositor?

01. Rhapsody in Blue (Arr. K. Mahan for Solo Piano)
02. Embraceable You (From Girl Crazy) [Arr. E. Wild for Solo Piano]
03. Our Love Is Here to Stay (From The Goldwyn Follies) [Arr. K. Mahan for Solo Piano]
04. I Got Rhythm (From Girl Crazy) [Arr. K. Mahan for Solo Piano]
05. They Can’t Take That Away from Me (From Shall We Dance) [Arr. K. Mahan for Piano Solo]
06. Walking the Dog (From Shall We Dance) [Arr. K. Mahan for Solo Piano]
07. Fascinating Rhythm (From Lady Be Good) [Arr. E. Wild for Solo Piano]
08. S’Wonderful Funny Face (From Funny Face) [Arr. K. Mahan for Solo Piano]
09. Second Rhapsody (Arr. K. Mahan for Solo Piano)

Katie Mahan – Piano

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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Bagatelas e Danças para piano, volume 1 – Jandó

O selo honconguês Naxos busca sempre expandir seu já vasto catálogo sem repetir repertório, normalmente gravando séries integrais com artistas e conjuntos menos célebres e lançando-as no mercado envoltas em projetos gráficos espartanos, sem firulas, e por preços camaradas. Naquelas priscas eras em que só se construía um acervo discográfico com a aquisição de mídias físicas, a Naxos era uma das melhores amigas dos melômanos que, como eu, tinham muita ambição e pouca bufunfa. Muito embora esta abordagem low cost e bastantona do repertório sempre tenha tido seus detratores, nunca me decepcionei com os discos da Naxos, talvez mesmo por saber o que esperar deles. Mais que isso, não foram raras as vezes que me surpreendi com as escolhas arrojadas de repertório e com a qualidade do que ouvi. Foi através da Naxos, por exemplo, que conheci artistas notáveis como a pianista turca İdil Biret, intérprete maravilhosa do repertório romântico, e a violoncelista alemã Maria Kliegel, que oferece interpretações muito marcantes para um repertório vasto, e muitas vezes desconhecido para mim. Enquanto lhes prometo que Biret e Kliegel participarão desta série, a fim de que nossos leitores-ouvintes possam tirar suas próprias conclusões sobre elas, peço licença para voltar os holofotes para o herói desconhecido da Naxos: o pianista húngaro Jenő Jandó, que contribuirá com os três próximos volumes desta nossa beethoveniana.

Ecce homo

Falaremos mais sobre Jandó nas postagens seguintes. Permitam-nos por ora apontar algo sobre as curtas peças desse álbum. Nenhuma delas foi publicada durante a vida do compositor, talvez porque ele próprio não lhes atribuísse qualquer importância – “bagatelas”, afinal, muito embora o termo “bagatelas” tenha sido a elas atribuído por editores, e não pelo próprio Beethoven, que assim intitulou três coleções de peças (Opp. 33, 119 e 126) que publicaria ao longo da vida. Poucas delas chegam a dizer ao que vieram, por consistirem de alguns poucos gestos, talvez a captura de alguma ideia que pareceu interessante, mas não o bastante para ser desenvolvida sobre uma partitura. E, ah, sim: a primeira delas é a celebrérrima Pour Elise, vítima primaz das mãos inábeis de estudantes, quiçá batida demais para não ser ouvida sem ranço, mas que se revela mais misteriosa que mimosa sob as falanges de um bom profissional. Apesar de sua fama extraordinária, este bombom musical não parece ser muito do gosto de Jandó e dos produtores, que não lhe destinaram sequer uma faixa própria no álbum, espremendo-a numa faixa com outras três peças. E, já que estamos no tópico “Peças Surradas pelos Diletantes”, cabe um outro aviso: o segundo entre os minuetos do WoO 10 será aterrorizantemente familiar a tanto aos tocadores de piano que persistiram até o estudo de terças quanto àqueles cujos pais ouviam Ray Conniff noite e dia – no meu caso, marco “sim” para ambas.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

BAGATELAS E DANÇAS PARA PIANO, VOLUME 1

1 – Bagatela em Lá menor, WoO 59, “Für Elise” (1810) – Bagatela em Si bemol maior, WoO 60 (1818) – Allegretto quasi andante em Sol menor, WoO 61a (1825) – Allegretto em Si menor, WoO 61 (1821)

2 – Sete Ländler, WoO 11 (1799)

3 – Seis Ländler, WoO 15 (1795)

4 – Doze Danças Alemãs, WoO 8 (1795)

5 – Minueto em Dó maior, WoO 218

6 – Seis Minuetos, WoO 10 (1795)

7 – Bagatela em Dó maior, Hess 56 (esboço para as Bagatelas, Op. 126)

8 – Presto em Dó menor, WoO 52 (1795) – Bagatela em Dó maior, WoO 56 (1803)

9 – Duas Bagatelas para piano, WoO 216a e 216b

10 – Allegretto em Dó menor para piano, WoO 53 (1796-1797)

Jenő Jandó, piano

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Enquanto pensamos numa maneira de homenagear Jandó, resolvemos deixá-lo prateado

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) – Sinfonia Pastoral, Norfolk Rhapsodies

“Let us turn away and contemplate the past before all is lost to the vandals.” — W.G. Hoskins, The Making of the English Landscape

Na obra de Vaughan Williams, a forma sinfônica tem seus melhores momentos quando expressa as paisagens inglesas com suas canções populares, bem distantes do tom épico das sinfonias alemãs e austríacas.

Esse aspecto pastoral da obra de Vaughan Williams é típico da Inglaterra daquela época. Por exemplo W.G. Hoskins (1908-1992), que estudou a paisagem associada à nostalgia e à melancolia, vê a revolução industrial com horror. “Nenhum escrúpulo enfraqueceu sua ânsia por dinheiro; eles ganharam dinheiro e deixaram sua sujeira.”

O também inglês John Ruskin (1819-1900), meio século antes, já chamava atenção para a beleza das ruínas milenares, dos “muros lavados pelas várias ondas da humanidade”. Para Ruskin, as ervas e trepadeiras que crescem em qualquer área de ruína “têm uma beleza em todos os aspectos quase igual e, em alguns, incomensuravelmente superior à da escultura mais elaborada de suas pedras.”

A Sinfonia Pastoral de Vaughan Williams é, para muitos, a sua obra-prima no gênero. Ao contrário do que o nome indicaria, ela é uma sinfonia de guerra, como tantas outras do século XX. Escrita logo após a 1ª Guerra Mundial, na qual o compositor participou de batalhas nos campos franceses, ela tem a beleza das ruínas, de um mundo destruído por bombas e explorado por elites belicistas. Tem a simplicidade das plantas que crescem sobre pedras abandonadas.

Para nós, brasileiros, que não vivenciamos guerras há tantas décadas, um paralelo com o que se sentia no dia-a-dia das Grandes Guerras foi o incêndio do Museu Nacional. Assim como na 1ª Guerra as trincheiras devastaram os campos franceses e queimaram a Catedral de Reims, se na 2ª Guerra Dresden e Milão foram devastadas e a Ceia de Da Vinci se salvou quase por milagre, no nosso país tropical, grande parte da memória nacional queimou em uma noite de 2018 no Rio de Janeiro.

Considero belíssimas – e tão afastadas do sentimento médio de nossas ditas elites! – as palavras do antropólogo Viveiros de Castro. Para ele, aquela ruína deveria permanecer intocada, como o Coliseu:

A minha vontade é deixar aquela ruína como memento mori, como memória dos mortos, das coisas mortas, dos povos mortos, dos arquivos mortos, destruídos nesse incêndio. Eu não construiria nada naquele lugar. E, sobretudo, não tentaria esconder, apagar esse evento, fingindo que nada aconteceu e tentando colocar ali um prédio moderno, um museu digital, um museu da Internet – não duvido nada que surjam com essa ideia. Gostaria que aquilo permanecesse em cinzas, em ruínas, apenas com a fachada de pé, para que todos vissem e se lembrassem. Um memorial.

As duas rapsódias que completam este CD também mostram a nostalgia de um compositor amante do folclore numa era em que a locomotiva do progresso andava apressada em uma só direção.

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) – Sinfonia Pastoral, Norfolk Rhapsodies

1 Norfolk Rhapsody No. 2
2 Pastoral Symphony (Symphony No. 3) – I Molto Moderato
3 Pastoral Symphony (Symphony No. 3) – II Lento Moderato
4 Pastoral Symphony (Symphony No. 3) – III Moderato Pesante
5 Pastoral Symphony (Symphony No. 3) – IV Lento*
6 The Running Set
7 Norfolk Rhapsody No. 1

London Symphony Orchestra – Richard Hickox
*Soprano – Rebecca Evans (track 5)
Recorded at All Saints’ Church, Tooting, London; 16-18 January 2002

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Afetada pelo incêndio, árvore rebrota junto às ruínas do Museu Nacional (12/2/2019)

Alexander Scriabin (1872-1915): Sinfonias nº 2 e 4

Os poetas épicos costumam mergulhar o leitor “in media res”, no meio das coisas, e então o herói conta, quando for conveniente, o que aconteceu antes, sentado ao lado de sua amante, em um palácio, jardim ou caverna. É assim que essa série de sinfonias do século XX começa: com a chamada era dos extremos já pegando fogo.

O século XX foi um período em que se esperava do compositor algum tipo de originalidade. Algum statement novo. Já há muitas décadas não se esperava que alguém criasse mais de cem sinfonias como o velho Haydn. Era preciso inovar. Alguns criaram novas formas: as Gymnopédies e Gnossiennes de Satie, as Bachianas Brasileiras e Choros de Villa-Lobos…

Outros, como Scriabin, tinham uma originalidade tão à flor da pele que não precisavam nem se preocupar com isso. Como o pavão que abre sua cauda sem muito esforço, Scriabin compôs prelúdios, mazurkas e estudos à maneira de Chopin e sinfonias com finais grandiosos, mas tudo com um caráter inimitável. Sua linguagem cromática soa sempre sedutora, por mais estranho que seja esse adjetivo associado a uma obra orquestral.

As primeiras três sinfonias de Scriabin têm movimentos separados, de forma mais ou menos tradicional, ainda que a segunda tenha apenas três: (i) um Andante que vira Allegro na melhor tradição de Haydn e da 1ª, 2ª e 4ª de Beethoven, (ii) um Andante verdadeiro, que jamais soa triste e frio como os de seus compatriotas Rach e Shosta, mas sempre perfumado, colorido, sensual, (iii) um movimento final Tempestoso Maestoso, em que o título já diz tudo.

O Poema do êxtase, às vezes listado como a 4ª sinfonia de Scriabin, é condensado em um só movimento. Scriabin não soa como os outros russos. Trata-se de um compositor viajado, que morou em Paris, em Bruxelas, e publicava em Leipzig obras com título em francês, como Le Poème de l’Extase, de 1908. O tema ascendente da flauta é, mais uma vez, sensual, aqui de forma mais suave, com a leveza dos pássaros. Essa leveza, similar à de um Debussy ou um Fauré, continua nas melodias mas se acaba na instrumentação, que tem um movimento geral de crescendo para terminar em um tutti com órgão, o mais pesado dos instrumentos e que infelizmente é pouco audível nesta gravação. Para ver e ouvir o órgão, assistam no Youtube à interpretação desta obra por Salonen no Royal Albert Hall. Uma gravação recente de referência, mas aqui temos uma baita referência antiga: Svetlanov era considerado o maior intérprete de Scriabin da URSS.

Enfim, como diria Carlinus, é uma música que nos engravida de voluptuosidade e, como arremataria PQP, previnam-se, tenham suas camisinhas em mãos.

Alexander Scriabin (1872-1915): Sinfonias nº 2 e 4
Sinfonia número 2 em Dó menor, op. 29

  1. Andante – Allegro
  2. Andante
  3. Tempestoso – Maestoso

Poème de l’extase, op. 54

USSR Symphony Orchestra – Evgeni Svetlanov

Gravado em 1963 (1-3) e 1965 (4)

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Scriabin, o maluco beleza de Moscou

Pleyel

Howard Shore (1946) – Lord of the Rings Symphony – 21º Century Symphony Orchestra & Chorus, Ludwig Wicki

Este CD é para aqueles que como eu cresceram lendo ‘O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, e que mais tarde ficaram fascinados pela exuberante e tremendamente bem produzida versão cinematográfica da Saga dos Hobbits. Pela primeira vez na minha vida fui assistir a um filme em Pré -Estréia. Como comentei acima, li toda a saga até mesmo antes de ser traduzida para o português do Brasil, em uma edição portuguesa cara, e para piorar, publicada em papel jornal, horrível de se ler, mas era o que tinhamos para o momento.

Deve ter sido muito difícil transpor toda a mitologia criada por Tolkien para o cinema, e mais difícil ainda compor uma trilha sonora para aquele universo. Por isso minha admiração pelo diretor Peter Jackson, e pelo compositor Howard Shore, que encarou o desafio. Quem assistiu aos filmes vai reconhecer a música. Não sou muito fã de trilhas sonoras, mas tenho de reconhecer a qualidade dessa aqui.

Ela foi composta para uma orquestra completa com coro. Na verdade, segundo o texto do booklet, esta orquestra, 21 º Century Symphony Orchestra & Chorus foi montada a dedo, cada um dos músicos foi escolhido pessoalmente pelo compositor. É um trabalho grandioso, com muitos elementos envolvidos.

Então vamos ao que viemos. Espero que apreciem.

Disc One 

Movement One ´The Fellowship of the Ring

The Prophecy – Concerning Hobbits – The Shadow of the Past – A Short Cut to Mushrooms – The Old Forrest – A Knife in the Dark

Movement Two 

Many Meetings – The Ring Goes South – A Journey in the Dark – The Bridge of Khazad-dûm – Lothlórien – Gandalf´s Lament – Farewell to Lórien – The Great River – The Breaking of the Fellowship

Disc Two – the Two Towers

Movement Three

Foundation of Stone – The Taming of Sméagol – The Riders of Rohan – The Black Gate is Closed – Evenstar – The Wide Rider – Treebeard – The Forbidden Pool

Movement Four 

The Hornburg – Forth Eorlingas – Isengard Unleashed – Gollum´s Song

The Return of the King

Movement Five

Hope and Memory – The White Tree – The Steward of Gondor – Cirith Ungol – Andúril

Composed by Howard Shore
21º Century Symphony Orchestra & Chorus
Kaitlyn Lusk – Soloist
Ludwig Wicki – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Obras para quarteto de cordas, Hess 29-36 – Prelúdio para quinteto de cordas, Hess 40

Mais um balaio de gatos que raramente ouvimos miar, em sua maior parte consagrado ao meio do quarteto de cordas – formação que preocuparia Beethoven desde o começo de sua carreira, muito em função dos modelos impressionantes deixados por Mozart e Haydn, e mantê-lo-ia ocupado até o fim da vida.

Os prelúdios e fugas que abrem a gravação (Hess 29-31) foram exercícios de contraponto e fuga escritos para o professor Albrechtsberger, e atestam o afinco com que Beethoven – tido, não sem razão, como um enfant terrible e aluno irascível – dedicava-se a seus estudos. Seus manuscritos autógrafos estão cheios de correções de Albrechtsberger, mas o que vocês ouvem aqui são as intenções do compositor – “erradas”, talvez, segundo os cânones da composição, mas inteiramente originais. O Hess 32 é uma versão preliminar do primeiro quarteto dos seis publicados como Op. 18. O quarteto seguinte (Hess 34), que já ouvimos nesta série, é um arranjo do compositor para a primeira sonata de seu Op. 14. Completam a gravação as transcrições para quinteto de cordas de duas fugas de grandes mestres, Bach e Händel, provavelmente feitas com finalidade de estudo técnico para composições próprias (a da Bach é uma transcrição apenas parcial, dando a entender que Beethoven debruçou-se sobre alguma questão contrapontística específica); um prelúdio com o fragmento de uma fuga (Hess 40), composto na mesma época da fuga do Op. 137; e um surpreendente, brevíssimo fragmento para quarteto de cordas (alcunhado “Schluss” ou “encerramento”), que chega a entusiasmar com sua verve digna de um dos quartetos do Op. 59, antes de sem-cerimoniosamente terminar.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Prelúdio e fuga em Mi menor para dois violinos e violoncelo, Hess 29 (1794)
1 – Prelúdio
2 – Fuga

Lukas Hagen e Rainer Schmidt, violinos
Clemens Hagen, violoncelo

Prelúdio e fuga em Fá maior para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 30 (1795)
3 – Prelúdio
4 – Fuga

Prelúdio e fuga em Dó maior para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 31 (1795)
5 – Prelúdio
6 – Fuga

Mendelssohn-Quartett

Quarteto em Fá maior para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 32 (1799)
7 – Allegro con brio
8 – Adagio molto
9 – Scherzo. Allegro
10 – Allegretto

Minueto em Lá bemol maior para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 33 (1792)
11 – Sem indicação de andamento

Hagen Quartet

Quarteto em Fá maior para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 34
(arranjo de Beethoven da sonata para piano em Mi maior, Op. 14 no. 1)
12 – Allegro moderato
13 – Allegretto
14 – Allegro

Amadeus Quartet

Allegretto em Si menor para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 35 (1817)
(arranjo de Beethoven de trechos da fuga em Si menor, BWV 869, do primeiro volume de “O Cravo bem Temperado de J. S. Bach)
15 – Allegretto

Endellion String Quartet

Fuga da abertura do oratório “Solomon” de G. F. Händel, para dois violinos, viola e violoncelo, Hess 36 (1798)
16 – Sem indicação de andamento

Hagen Quartet

Prelúdio para dois violinos, duas violas e violoncelo, Hess 40 (1817)
17 – Sem indicação de andamento

Perez Quintet

Fragmento em Ré menor para dois violinos, viola e violoncelo, “Schluss”
18 – Sem indicação de andamento

Endellion String Quartet

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#BTHVN250, por René Denon

Vassily

.: interlúdio :. Duke Ellington – Stockholm, June 1963

.: interlúdio :. Duke Ellington – Stockholm, June 1963

O ano de 1963 foi lotado de compromissos para a orquestra de Ellington, entre uma longa turnê europeia de 9 de janeiro a 4 de março e uma excursão não menos longa ao Oriente Médio e Ásia, de 6 de setembro a 22 de novembro, de Damasco a Bombaim, via Bagdá, Teerã e Cabul… Sim, parecia o time do Santos com Pelé. Menos conhecido é o fato de que a orquestra viajou à Europa no verão de 63 e passou a maior parte de junho na Suécia. Incrível a naturalidade e a atmosfera calorosa, descontraída e informal destes concertos dos quais oferecemos aqui trechos. É o exemplo acabado do que gostaríamos de ouvir com mais frequência em disco. Música tocada com alegria e entusiasmo, às vezes com erros, mas cheia de surpresas e momentos de pura loucura…

Duke Ellington – Stockholm, June 1963

1 Take The “A” Train
2 Jeep’s Blues
3 Rose Of The Rio Grande
4 Kinda Dukish / Rockin’ In Rhythm
5 In A Sentimental Mood
6 Mr Gentle And Mr Cool
7 I Let A Song Go Out Of My Heart / Don’t Get Around Much Anymore
8 Entr’acte
9 I Didn’t Know About You
10 Suite Thursday, 1st Mouv.: Misfit Blues
11 Suite Thursday, 2nd Mouv.: Schwiphti
12 Suite Thursday, 3rd Mouv.: Sweet Zurzday
13 Suite Thursday, 4th Mouv.: Lay-By
14 Laura
15 Afro-Bossa

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Assim como Pelé em 1963, Duke Ellington não parava de viajar e de fazer gols.

PQP

Aram Katchaturian (1903-1978) – Cello Concerto in E Minor, Krzysztof Penderecki (1933) – Cello Concerto nº 2 – Astrig Siranossian, Sinfonia Varsovia, Adam Klocek

Apresentado pela primeira vez em 30 de outubro de 1946, no Grande Salão do Conservatório de Moscou, no meio da turbulência soviética, o Concerto para Violoncelo foi o último de uma série de três concertos, como violino ou piano, a serem apresentados a Sviatoslav Knouchevitski (dedicado) no violoncelo e na direção de Aleksandr Gauk. Embora tenha sido apresentado pela primeira vez em 1946, foi escrito muitos anos antes, enquanto o compositor estudava violoncelo no Instituto Gnessin. O “Prêmio Stalin” (1941) por seu Primeiro Concerto para Violino (que contribuiu para sua fama internacional), bem como sua Terceira Sinfonia, realizada pela primeira vez em 1947 pelo trigésimo aniversário da Revolução de Outubro, não o impediu, após o Zhdanov de 1948 Decreto, de ser acusado – como Prokofiev e Shostakovich – de escrever música hermética formalista com dissonâncias incompreendidas. Ser barrado da União de Compositores Soviéticos deixou uma forte marca nos três amigos.

O Concerto para Violoncelo em Mi menor é um reflexo do amor precoce de Khachaturian pela ópera. Frequentemente descrito como “Symphonie Concertante”, apresenta os aspectos rítmicos, melódicos, virtuosos e populares da música da época. A longa cadência do primeiro movimento precede a “Sonata-Fantasia” para violoncelo de Khachaturian, publicada em 1974 e inclui vários temas caucasianos que estão intimamente relacionados à história de sua família.

Em 1962, ele escreveu, em colaboração com Mstislav Rostropovich, uma Rapsódia de Concerto em uma linguagem menos lírica, abrindo caminho para um estilo de escrita mais avant-garde para o violoncelo, que é inegavelmente encontrado no Segundo Concerto de Penderecki.

Apresentado pela primeira vez em 1982 por Mstislav Rostropovich, o Segundo Concerto para Violoncelo e Orquestra de Penderecki é composto em um único movimento: sua visão arquitetônica – em estilo de arco, incluindo várias cadências para o instrumento solo – mantém uma atmosfera dramática durante todo o trabalho. O compositor, tendo sido um precursor no uso de instrumentos clássicos como percussão na escrita em série nos anos 60, voltou, no entanto, a uma linguagem pós-romântica nos anos 80. Como em várias dessas peças de violoncelo, Penderecki baseia-se na herança do uso percussivo deste instrumento (seu Primeiro Concerto para Violoncelo criado em 1972 é um exemplo perfeito disso) e anuncia um novo período inspirado em seu gosto pela música sacra.

Muito parecido com o khachaturiano, mas em uma linguagem mais avant-garde, a idéia de dramatização está muito presente neste segundo concerto para violoncelo. O uso de aglomerados, glissandi, descansos, massas de som e imersão de passagens extremamente tonais criam um cenário para este trabalho. De fato, não é de admirar que a música de Penderecki tenha sido usada em muitos filmes como “O Exorcista”, de William Peter Blatty em 1973, “The Shining”, de Stanley Kubrick, em 1980, ou “Shutter Island”, de Martin Scorsese, em 2010. Com esses dois trabalhos, Khachaturian e Penderecki oferecem uma visão mais completa do uso do violoncelo como instrumento solo, apoiado por uma orquestração muito densa.

01. Cello Concerto in E minor- I. Allegro moderato
02. Cello Concerto in E minor – II. Andante sostenuto – Attacca
03. Cello Concerto in E minor – III. Allegro (a battuta)
04. Cello Concerto No. 2- Andante con moto
05. Cello Concerto No. 2- Poco meno mosso
06. Cello Concerto No. 2- Allegretto
07. Cello Concerto No. 2- Lento
08. Cello Concerto No. 2- Allegretto 2
09. Cello Concerto No. 2- Finale

Astrig Siranossian – Cello
Sinfonia Varsovia
Adam Klocek

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Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 5 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 5 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 31

 

 

 

Continuamos com as postagens da série das Sonatas para Piano de Beethoven interpretadas por Igor Levit. Agora ultrapassamos a metade do caminho com as três sonatas do Opus 31.

Do ponto de vista da obra de Beethoven, este é um momento importante. As obras produzidas em Bonn e em seus primeiros anos em Viena não ganharam número de opus, não constavam do catálogo oficial do compositor. As obras compostas em Viena, especialmente a partir de 1793, passaram a ter esta numeração e revelam a genialidade de Beethoven. As três Sonatas para piano do Opus 31, de 1802, representam um ponto significativo na carreira de nosso genial homenageado, mas havia muito ainda por vir.

Nesta primeira fase de sua carreira, era comum que Beethoven publicasse grupos de três peças reunidas em um único número de opus. Foi assim com o Opus 1 (Trios com Piano), Opus 2 (Sonatas para Piano), Opus 9 (Trios de Cordas), Opus 10 (Sonatas para Piano), Opus 12 (Sonatas para Violino e Piano), Opus 30 (Sonatas para Violino e Piano) e Opus 31, com as Sonatas para Piano deste álbum. Houve o Opus 18, com os seis primeiros quartetos de cordas e haveria ainda o Opus 59, mais 3 quartetos de cordas. No entanto, com opus 31 Beethoven parece terminar esta fase de sua carreira. Segundo Czerny, pouco depois da composição da Sonata em ré maior, Op. 28, Beethoven teria dito a seu amigo Krumpholz: Estou apenas um pouco satisfeito com minhas obras anteriores. De hoje em diante, tomarei outro rumo.

Assim como nos outros casos de conjuntos de três obras em um mesmo número de opus, neste conjunto de três sonatas, as duas primeiras são mais simples e a última, mais ousada. Realmente, as duas primeiras sonatas têm três movimentos cada e a última, uma típica Sonata Grande, tem quatro movimentos. No entanto, a segunda, intitulada “Tempest”, é possivelmente a mais famosa das três.

Eu gostei bastante da interpretação do Igor Levit para estas três sonatas, onde os movimentos mais rápidos ganharam uma bravura especial.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 16 em sol maior, Op. 31, 1

  1. Allegro vivace
  2. Adagio grazioso
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 17 em ré menor, Op. 31, 2 – “Tempestade”

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 18 em mi bemol maior, Op. 31, 3 – “Hunt”

  1. Allegro
  2. Allegretto vivace
  3. Moderato e grazioso
  4. Presto con fuoco

Igor Levit, piano

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MP3 | 320 KBPS | 147 MB

Igor Levit

Beethoven também produziu dois conjuntos de três obras antes das publicações com números do opus. Há um conjunto de três quartetos com piano, catalogados como WoO. 36, em 1785, e um conjunto de três sonatas para piano, as Kurfürstensonaten, WoO. 47, de 1783. Mas o mais magnífico conjunto de três obras, só que cada uma com seu próprio número de opus, é o formado pelas últimas três sonatas para piano. Você não perde por esperar…

Enquanto isto, aproveitem estas três do Opus 31!

René Denon

Karol Szymanowski (1882–1937) – Violin Concertos 1 & 2, Mieczysław Karłowicz (1876 – 1909) Concerto, Op. 8 in A major for Violin and Orchestra – Tasmin Little, Edward Gardiner, BBCSO

Não, não estou repetindo a postagem, apenas oferecendo uma outra interpretação para os senhores do Primeiro Concerto para Violino de Szymanowski, além de trazer também o Segundo Concerto. Aproveitamos também para conhecermos o o Concerto de Mieczysław Karłowicz, outro compositor polonês,contemporâneo de Szymanovski, e que estréia em grande estilo aqui no PQPBach.Tratam-se de obras compostas na virada do século XIX para o século XX, momento de transição na História da Música.
Tasmin Little é uma experiente violinista inglesa, que pouco apareceu por aqui, o que é uma pena. Neste CD ela é acompanhada pelo outro ótimo músico inglês, o maestro Edward Gardiner, que dirige a BBC Symphony Orchestra, e que vem construindo uma sólida carreira nos últimos anos.

Karol Szymanowski (1882–1937)
Concerto No. 1, Op. 35 (1916) 25:20 for Violin and Orchestra À mon ami Paul Kochański

1 Vivace assai – Poco meno mosso – Vivace assai – Molto tranquillo e dolce – Lento tranquillo – Vivace assai – Molto vivace – Poco meno (quasi tempo di marcia) –
2 [Ancora poco meno] – Tempo comodo. Andantino – Lento assai – Subito meno mosso. Largo – Lento – Largo assai – Lento assai – Vivace assai
3 Vivace scherzando – Molto tranquillo – Allegretto grazioso – Vivace (come sopra) – Poco meno. Allegretto – Più mosso. Vivace – Vivace assai –
4 Tempo comodo. Allegretto – L’istesso tempo –
5 Vivace (Tempo I) – Cadenza (Paweł Kochański). Vivace – Lento assai – Allegro moderato – Allegro moderato – Allegro assai – Andante sostenuto ma sempre con passione – Maestoso, meno mosso – Lento assai

Karol Szymanowski (1882–1937)
Concerto No. 2, Op. 61 (1932 – 33) In A minor for Violin and Orchestra The solo part in collaboration with Paul Kochański

6 Moderato, molto tranquillo – Andante sostenuto – Poco più mosso, animato – Poco più, animato – Cadenza (Paweł Kochański) –
7 Allegramente, molto energico – Poco meno, allegretto, tranquillo – Avvivando
8 Andantino, molto tranquillo –
9 Tempo I, allegramente, animato – Poco più tranquillo – Più vivo

Mieczysław Karłowicz (1876 – 1909)
Concerto, Op. 8 (1902) 27:17 in A major for Violin and Orchestra To Professor Stanisław Barcewicz as a token of admiration and gratitude
10 I Allegro moderato – Cadenza – A tempo – Più mosso –
11 II Romanza. Andante – [ ] – Tempo I
12 III Finale. Vivace assai – [ ] – Tempo I – Meno mosso – Tempo I – Molto meno mosso (Allegro moderato) – Presto

Tasmin Little – Volin
BBC Symphony Orchestra
Edward Gardiner – Violin

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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Ritterballett, WoO 1 – Minuetos, WoO 3 & 7 – Danças Alemãs, WoO 8 – Contradanças, WoO 14 – Karajan/Marriner/Maazel

Dentro de nosso plano de postar a obra completa de Ludwig van Beethoven em gravações inéditas no blog, chegamos a uma questão de ordem.

Começamos por sua primeira obra publicada, ainda antes dos onze anos, e prosseguimos em ordem cronológica com aquelas a que o compositor atribuiu número de opus. Publicamos ontem seu extremamente bem-sucedido septeto, obra que antecede sua primeira sinfonia e a expansão de seus horizontes para projetos mais ambiciosos, enquanto a Europa caminhava outra vez para a guerra e Beethoven já confessava a seus amigos de Bonn a surdez crescente. E eis que se impõe a questão que supracitamos: prosseguimos nossa série em ordem cronológica, ou damos um tempo e retrocedemos a seus tempos na Renânia?

A pergunta é apenas retórica, pois a decisão já foi tomada, e eu a explico. A obra de Beethoven vai bem além das 137 composições publicadas com número de Opus. Há um imenso contingente de obras que, por diferentes motivos, nunca entraram neste, assim digamos, rol oficial de composições. O esforço de organizar este imenso saco de gatos de quase seiscentas peças de maneira temática ou cronológica tem ocupado musicólogos quase que desde a morte de Beethoven e pariu um bom número de catálogos. O mais importante deles, fruto dos esforços de Georg Kinsky e Hans Halm, veio à luz em 1955. Conhecido, naturalmente, como catálogo Kinsky-Halm, ele lista as composições sem número de opus (em alemão, Werke ohne Opuszahl) e lhe atribui um número sob a classificação, surpresa-surpresa, WoO. Posteriormente viriam catálogos complementares, em grande parte superpostos à amplamente aceita classificação de Kinsky e Halm, que incluíam obras descobertas ou atribuídas a Beethoven depois de 1955, dos quais os únicos dignos de nota são os de Willy Hess (com obras designadas por, ahn, Hess) e o de Giovanni Biamonti (vulgo Bia).

Com raras exceções (como as importantes variações em Dó menor, WoO 80), Beethoven normalmente atribuía números de opus a todas composições que submetia à prensa. Assim, essas centenas de obras com números WoO, Hess ou Biamonti, entre as quais há um bom número de composições espúrias (ou seja, que não foram realmente escritas por Beethoven, ainda que atribuídas a ele) costumar incluir-se num desses três grupos: são fragmentárias ou incompletas; foram escritas sem intenção de publicação (tanto como presentes a pessoas próximas ou como homenagens a pessoas ilustres, frequentemente seus patronos aristocráticos); ou foram consideradas indignas de publicação pelo compositor. Por isso, e sem perder de vista nosso intuito de publicar a integral da obra do gênio de Bonn, decidi que essas criações, geralmente de menor relevância artística a despeito da importância histórica e musicológica, deveriam ser publicadas antes das obras-primas que começariam a vir em notável sequência após a primeira sinfonia, para não corrermos o risco de, sabe-se lá, interromper uma extraordinária série de quartetos de cordas por conta da obrigação contratual de publicar a bonitinha e ordinária “Pour Elise”.

Não que isso signifique que ouviremos má música. Tomem, por exemplo, estas séries de danças que agora publicamos. A primeira, que constitui o chamado “Ritterballett” (“balé de cavaleiros”, muitas vezes erroneamente traduzido como “balé sobre cavalos (!)”), foi escrita ainda em Bonn para um folguedo de Carnaval do conde Waldstein, patrono de Beethoven. Ainda que muito convencional, fica fácil de imaginar a aristocracia renana a mordiscar canapés e entreolhar-se, talvez com estranheza, em reação volumosas e esporádicas explosões de têmpera beethoveniana do modesto conjunto orquestral. Da mesma forma, enquanto talvez mastigavam faisão, conseguissem acertar o passo nas danças alemãs, contradanças e minuetos que vêm em seguida. O que me é difícil de entender é o porquê do pomposo poseur von Karajan ter decidido gravá-las com seus filarmônicos berlinenses e seu inconfundível, polido “toque Karajan”. A mesma pergunta aplica-se aos dois maestros notáveis que completam a gravação: Sir Neville Marriner e sua inseparável Academy of Saint Martin-in-the-Fields, e Lorin Maazel, também a reger os Karajan kinder.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Música para um Balé de Cavaleiros, para orquestra, WoO 1, “Ritterballett”
Composta entre 1790-1791

1 – Marcha
2 – Canção alemã
3 – Canção de caça
4 – Canção alemã (da capo)
5 – Romance. Andantino
6 – Canção alemã (da capo)
7 – Canção de guerra: Allegro assai con brio
8 – Canção alemã (da capo)
9 – Canção de beber (‘Mihi est pPropositum‘): Allegro con brio
10 –  Canção alemã (da capo)
11 – Dança alemã – Valsa
12 – Coda. Allegro vivace

Minueto para orquestra em Mi bemol maior, WoO 3, “Minueto de Felicitação” (“Gratulations-Menuett“)
Composto em 1822

13 – Tempo di Menuetto quasi Allegretto

Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan, regência

Doze Minuetos para orquestra, WoO 7
Compostos em 1795

14 – No. 1 em Ré maior
15 – No. 2 em Si bemol maior
16 – No. 3 em Sol maior
17 – No. 4 em Mi bemol maior
18 – No. 5 em Dó maior
19 – No. 6 em Lá maior
20 – No. 7 em Ré maior
21 – No. 8 em Si maior
22 – No. 9 em Sol maior
23 – No. 10 em Mi bemol maior
24 – No. 11 em Dó maior
24 – No. 12 em Fá maior

Doze Danças Alemãs para orquestra, WoO 8
Compostas em 1795

26 – No. 1 em Dó maior
27 – No. 2 em Lá maior
28 – No. 3 em Fá maior
29 – No. 4 em Si maior
30 – No. 5 em Mi bemol maior
31 – No. 6 em Sol maior
32 – No. 7 em Dó maior
33 – No. 8 em Lá maior
34 – No. 9  em Fá maior
35 – No. 10 em Ré maior
36 – No. 11 em Sol maior
37 – No. 12 em Dó maior – Coda

The Academy of Saint Martin-in-the-Fields
Sir Neville Marriner, regência

Doze Contradanças para orquestra, WoO 14
Compostas entre 1791-1801

38 – No. 1 em Dó maior
39 – No. 2 em Lá maior
40 – No. 3 em Ré maior
41 – No. 4 em Si maior
42 – No. 5 em Mi bemol maior
43 – No. 6 em Dó maior
44 – No. 7 em Mi bemol maior
45 – No. 8 em Dó maior
46 – No. 9 em Lá maior
47 – No. 10 em Dó maior
48 – No. 11 em Sol maior
49 – No. 12 em Mi bemol maior

Berliner Philharmoniker
Lorin Maazel, regência

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Este deve ser pro Ludwig
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

 

Debussy (1862-1918): La Mer – Prélude à l’aprés-midi d’un faune – Images – Orchestre National de France & Daniele Gatti

Debussy (1862-1918): La Mer – Prélude à l’aprés-midi d’un faune – Images – Orchestre National de France & Daniele Gatti

Debussy

La Mer

Orchestre National de France

Gatti

 

Claude Debussy foi um inovador. Um compositor que deixou sua marca especialmente por sua criatividade. Sua obra para piano é magnífica, mas nesta postagem teremos a oportunidade de ouvir algumas de suas contribuições sinfônicas. Temos aqui três obras seminais, que mostram grande originalidade na linguagem musical, na orquestração e também nas suas concepções. Sobretudo no caso da sua obra orquestral mais conhecida – La Mer.

A primeira destas três obras a ser composta foi o Prélude à l’aprés-midi d’un faune, cuja estreia ocorreu em 22 de dezembro de 1894. A peça foi inspirada por um poema de Stéphane Mallarmé e tem as características do estilo inovador que Debussy traria a suas obras. A inspiração grega aparece no uso sensual da flauta, assim como de ousadas harmonias.

A composição de La Mer foi iniciada na Borgonha, longe do mar. O próprio Debussy escreveu para um amigo: Você dirá que o mar não chega perto das colinas da Borgonha, mas eu tenho inúmeras recordações…

A peça é formada por três movimentos (Debussy era chegado em trípticos) e foi o mais perto que ele chegou de escrever uma sinfonia. Mas o mar de Debussy não é de almirante. Ele também não tinha intenção de escrever uma obra programática e chamou a cada movimento de esboço. Esta é uma das peças que maior impacto me causou nas minhas expansões do classicismo para o modernismo, a música do século XX, ao lado da Sagração da Primavera, de Stravinsky e do Concerto para Orquestra, de Bartók.

A última peça do programa, Images pour orchestre é também uma peça belíssima. Tem um tríptico dentro de um tríptico. Ibéria, a parte central, é composta de três movimentos, foi composta primeiro e é às vezes apresentada sozinha, como na linda gravação de Fritz Reiner. Depois Debussy compôs Rondes de printemps. Estas duas peças foram apresentadas juntas pela primeira vez em 1910 e só em 1913 Images completa, com a primeira parte, Gigues, foi apresentada ao público.

Images está impregnada de Espanha e de poesia. Os nomes dos movimentos são um deleite à parte: Par les rues et par les chemins, Le Matin d’un jour de fête…

Este magnífico repertório é apresentado aqui por uma tradicional orquestra francesa, a Orchestre National de France, regida pelo competentíssimo maestro italiano Daniele Gatti. O disco não é uma unanimidade de crítica, mas eu gostei demais. Achei especialmente elegante, com tempos muito bem escolhidos, como esta música sofisticadíssima precisa ser apresentada. A peça que ouvi mais vezes foi o Prélude, talvez por ser mais curta e por que eu gosto muito desta versão. Mas as outras peças estão também muito boas. É claro, vocês sabem, se eu só posto o que eu gosto muito. Não faz muito tempo, FDP Bach postou um disco com este exato repertório, mas as peças não são apresentadas na mesma sequência. O outro disco é também muito bom. Se você quiser ouvi-lo também, acesse aqui.

Claude pegando um bronze aqui em Camboinhas…

Claude Debussy (1862 – 1918)

La Mer

  1. De l’aube à midi sur la mer
  2. Jeux de vagues
  3. Dialogue du vent et de la mer

Prélude à l’aprés-midi d’un faune

  1. Très modéré

Images pour orchestre

  1. Gigues
  2. Iberia – Par les rues et par les chemins
  3. Iberia – Les Parfums de la nuit
  4. Iberia – Le Matin d’un jour de fête
  5. Rondes de printemps

Orchestre National de France

Daniele Gatti

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A música de Debussy é geralmente descrita como ‘impressionista’, mas ele não gostava deste rótulo. Ele disse: ‘Eu tento fazer alguma coisa diferente… o que os imbecis chamam ‘impressionismo’, um termo que é tão pobremente usado quanto possível, particularmente pelos críticos’. Então, nada de chamar a música do cara de impressionista, OK?

Aproveite!

René Denon