Negro Spirituals au Brésil Baroque – XVIII-21 Musique des Lumières (Acervo PQP)

2gvkbxv Negro Spirituals au Brésil Baroque
XVIII-21 Musique des Lumières

A PROPÓSITO DE UM TÍTULO

Além de politicamente incorreto, o título deste CD seria também “musicologicamente incorreto”? Pergunta séria, à qual devemos propor aqui uma resposta, sob pena de sermos acusados de publicidade enganosa. E, depois de ter lido o que segue, talvez se considere nosso caso ainda mais grave, já que, não contentes em insistir e assinar, é com a maior serenidade que assumimos esse título, cujo aspecto provocador será útil se incitar o ouvinte, o leitor, a nos acompanhar nesta comparação de duas expressões musicais muito diferentes, sem dúvida, mas que têm pelo menos o mérito de situar-se na mesma época e de emanarem, ambas, das sociedades negras mais representativas surgidas no Novo Mundo: uma no Brasil, a outra na Nova Inglaterra, que logo se tornaria os Estados Unidos da América.

Lembremos primeiramente alguns números. A estimativa mais aceita sobre a presença africana na América é a de Humboldt, que em 1829 calculou que haveria cerca de 6.433.000 negros no conjunto do continente, dos quais 1.960.000 somente no Brasil e quase o mesmo número (1.950.000) nos Estados Unidos. Isso dá uma relação de forças sem dúvida igual em proporção à que predominou 70 anos antes nas mesmas regiões geográficas. E o que nos interessa agora é tentar compreender como essa presença formidável (70% da população de Minas Gerais ao redor de 1760!) se exprimiu no campo da música sacra, expressão fundamental de uma fé imposta ou aceita.

No Norte, essa fé se exprime no âmbito estrito da liturgia anglicana e reformada. Enquanto no Sul os navegadores e missionários chegavam com os saltérios usados em Sevilha ou em Coimbra e as obras sacras de Palestrina ou Cristobal de Morales, de pura obediência católica romana, na década de 1630 os viajantes do Mayflower ou do Arabella foram portadores, como sabemos, tanto dos Livros de Thomas Morley como do velho livro de salmos (1562) coletados por Sternhold e Hopkins. É também sintomático que o primeiro livro impresso na Nova Inglaterra tenha sido “Whole Book of Psalmes Faithfully Translated into English Metre” (Cambridge, Massachusetts, 1640) [O Livro Completo de Salmos Fielmente Traduzidos em Métrica Inglesa].

Desde então, podemos legitimamente considerar que nada mais aproximaria esses dois universos. De um lado, o da salmodia reformada, cuja apropriação pelas comunidades religiosas negras daria origem, mais tarde, ao negro spiritual como o conhecemos (a primeira compilação de cantos populares sacros para as congregações negras foi editada somente em 1867, com o título de “Slave Songs of the United States” [Canções dos Escravos dos Estados Unidos]). Do outro, uma linguagem decididamente pós-barroca e rococó, que excluía todos os temas da Bíblia e se limitava a servir a liturgia católica romana.
Ainda mais fundamental é a diferença de tratamento dado aos textos sagrados em ambos os lugares. E talvez esse ponto preciso, por si só, permitisse a rigor condenar esta explicação.

Com efeito, no Brasil, assim como em toda a área de influência vaticana, o texto litúrgico não pode sofrer a menor alteração ou o menor acréscimo. Apenas nas obras paralitúrgicas (o villancico é a forma mais difundida) esse processo é admitido e praticado, sob o risco de o texto litúrgico stricto sensu tornar-se uma citação. Assim, a presença do hino Pange Lingua no final do villancico “cuatro plumajes airosos” de Torrejón y Velasco. Parece portanto impossível estabelecer qualquer paralelo entre essa limitação “contornada” pela forma do villancico e o processo do negro spiritual, cuja elaboração consiste exatamente em intercalar versos mais ou menos improvisados que comentam o hinário protestante.

No entanto, depois de ter explicado tudo isso, talvez não devamos nos contentar em analisar as expressões musicais dos negros no Brasil e na América do Norte segundo critérios que, afinal, não passam de sombras projetadas das grandes dissidências religiosas na Europa! E propomos aqui outro olhar sobre sua evolução comparada. Menos, aliás, para justificar um título (qualquer “resumo”, bem o sabemos, é contestável!) do que para abrir novas perspectivas.

Para além das divergências, inúmeras semelhanças nos chamam a atenção. A principal é que, assim no Brasil como nos futuros Estados Unidos, motivos evidentes de organização social e de distribuição demográfica — claramente na mesma época, o último quarto do século 18 — levam as comunidades negras (e mulatas, no Brasil) a assumir plenamente o presente da vida musical religiosa. Assim como no Brasil as ordens terceiras ou confrarias de negros ou mulatos contribuíram para fixar os não-europeus nos quadros da Igreja Católica, gerando o essencial da produção musical até o desaparecimento de José Maurício Nunes Garcia (1836), também a produção musical norte-americana seria definitivamente marcada pelas escolas de canto dos escravos negros.

Evidentemente, nenhuma posteridade será permitida à expressão religiosa brasileira, cuja integração nos cânones estritos da linguagem musical européia condenará qualquer evolução, enquanto os escravos do Norte criarão o ”Gospel” e seus avatares posteriores. Mas podemos nos perguntar se a “modinha” que aparece no século 18 e evoluirá no século seguinte para o “chorinho”, antes de gerar, mais tarde, a bossa nova (sendo cada uma dessas metamorfoses marcada por uma mudança de classe social), é tão diferente da passagem do Gospel para o ragtime e depois o jazz?

Por isso seria profundamente injusto considerar os compositores de Minas Gerais sem levar em conta sua negritude, assim como a importância de seu papel na história cultural do Brasil. Eles constituem o solo que viu florescer a bossa nova e Heitor Villa-Lobos.

Daí nosso título, que soa menos como uma certeza que como uma interrogação
Alain Pacquier. Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves, extraído do encarte

Negro Spirituals au Brésil Baroque
Luis Álvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
01. Te Deum
João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
02. Magnificat
Anonyme
03. Sonata Chiquitana – 1. Allegro
04. Sonata Chiquitana – 2. Andante
05. Sonata Chiquitana – 3. Minuetto

Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
06. Miserere
Carlos de Seixas (1704-1742)
07. Sonata para órgão
Ignacio Parreiras Neves (Vila Rica, atual Ouro Preto, 1736-1790)
08. Salve Regina
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
09. Magnificat

Negro Spirituals au Brésil Baroque – 2000
XVIII-21 Musique des Lumières
Regência: Jean-Christophe Frisch

Nossos agradecimentos ao HLCJ, que muito gentilmente disponibilizou este CD para difusão.
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Avicenna

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751): Missa a 8 vozes & Pinguis est panis & Christmas Responsoires

347h7xlJoão Rodrigues Esteves
c.1700-Lisboa, depois de 1751

 

O famoso Dicionário Biográfico de Músicos Portugueses de José Mazza, escrito provavelmente na segunda metade do século XVIII, assim refere-se a João Rodrigues Esteves: “João Rodrigues Esteves foi mandado pelo senhor El Rey D. João 5º estudar a Roma, foi mestre do real Seminário da Muzica de Lxa alem de varias que compos forao 2 Te Deus para se cantarem nas reaes presenças, em dia de S. Silvestre sendo hum dos ditos Te Deus a quatro coros, faleceo no século de 700”.

Esta notícia dada por Mazza, que foi também o responsável pelas parcas informações sobre muitos outros músicos do passado português (incluindo-se aí os primeiros artistas brasileiros), contém algumas informações importantes para bem aquilatar a importância que a música teve no reinado de D. João V.

A referência de ter sido o compositor mandado para Roma, para aprofundamento da formação musical, mostra a importância que o Rei dava à música de sua capela e a grande exigência de qualidade da produção musical na corte. O Rei, que era casado com D. Mariana da Áustria (filha do Imperador Leopoldo I, ele mesmo bom compositor), tudo fez para aumentar a importância da vida religiosa e artística de Portugal. Seu prestígio pessoal fez com que a arquidiocese de Lisboa fosse elevada ao grau de Patriarcado e que o arcebispo recebesse a púrpura de Cardeal, e seu desejo de criação de monumento religioso consubstanciou-se na construção do Convento de Mafra.

Ele tudo faria também para restabelecer a importância que a música havia tido na corte de D. João IV, não apenas mandando copiar os livros de coro usados no Vaticano, mas contratando artistas da capela pontifica. O ponto culminante deste esforço foi, certamente, a instalação em Lisboa, provavelmente desde 1719, do grande Domenico Scarlatti, então Mestre da Capella Giulia. Por esta época, o efetivo da capela real tinha entre 30 e 40 cantores e uma dúzia de instrumentistas. Desejando desde logo assegurar a presença de bons músicos nos conjuntos musicais, Dom João criou, já em 1713, um Seminário destinado à formação de jovens artistas, anexo à Capela real, célula inicial do que seria, pouco depois, o Seminário Patriarcal. O regulamento deste Seminário seguia de perto a estrutura do famoso Colégio dos Reis, de Vila Viçosa, que foi o principal centro português de formação musical do século XVII, durante e logo após o reinado de D. João IV.

Durante todo o reinado de Dom João V, foram muitos os jovens músicos enviados à Itália como pensionistas da Coroa, com o objetivo de aprimoramento de formação. João Rodrigues Esteves esteve em Roma entre 1718 e 1726. Voltando a Portugal, artistas como Antônio Teixeira e João Rodrigues Esteves desempenharam importantes funções na Capela Real, na Sé de Lisboa (Esteves foi Mestre de Capela da Sé a partir de 1729) e no Seminário Patriarcal, além de dedicarem-se também à composição de Óperas e de música de câmara.

8wb94zOs musicólogos portugueses (Gerhard Doderer, Ruy Vieira Nery, Manuel Carlos de Brito) destacam sempre a monumentalidade policoral, às vezes com acompanhamento instrumental, na obra dos principais compositores deste período, com destaque para o Te Deum de Antônio Teixeira, a Missa a 8 e o Magnificat de João Rodrigues Esteves, a grande Missa de Carlos Seixas e os motetos de Francisco Antônio de Almeida. É dentro desta monumentalidade policoral que situa-se o Te Deum a quatro coros citado por José Mazza, cantado no encerramento do ano civil (dia de São Silvestre) na presença do Rei. Deve-se lembrar que freqüência com que todos os compositores colocaram em música o hino Te Deum explica-se pela sua forte incidência no cerimonial religioso: o nono Responsório dos ofícios de Matinas das festas ditas de Primeira Classe era sempre este hino, que também era usado para encerramento de todas as cerimônias de destaque (não apenas as festividades do calendário litúrgico, mas também as efemérides reais, como nascimentos, batizados, casamentos, aclamações), assim como nos encerramentos do ano litúrgico (dia anterior ao primeiro domingo do Advento) e do ano civil (31 de dezembro).
(http://www.caliope.mus.br/musica_coral/artigos/artigos_Jose_Maria_Neves_2.php)

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
01. Mass for 8 voices – 1. Kyrie
02. Mass for 8 voices – 2. Gloria
03. Mass for 8 voices – 3. Credo
04. Mass for 8 voices – 4. Sanctus
05. Mass for 8 voices – 5. Agnus Dei
06. Motet: Pinguis est panis
07. Christmas Responsories – 1. Hodie nobis cælorum Rex
08. Christmas Responsories – 2. Hodie nobis de cælo
09. Christmas Responsories – 3. Quem vidistis pastores dicite
10. Christmas Responsories – 4. O magnum mysterium
11. Christmas Responsories – 5. Beata Dei Genitrix
12. Christmas Responsories – 6. Sancta et immaculata
13. Christmas Responsories – 7. Beata viscera Maria
14. Christmas Responsories – 8. Verbum caro factum est

João Rodrigues Esteves – 1996
Christ Church Cathedral Choir, Oxford
Director: Stephen Darlington

Este CD é mais uma colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr. Não tem preço!

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Avicenna

Lobo de Mesquita (Missa a 4 Vozes) & João Rodrigues Esteves (Stabat Mater) & Pe. José Maurício (Moteto para a Semana Santa) – Acervo PQPBach

2je19ixPassiflora Coerulea (ilustração da capa)

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Diz a lenda que no final do século XVI jesuítas encontraram o maracujazeiro, cuja flor foi designada flor da paixão (passiflora). O nome se deve às suas diferentes partes e ao seu formato, que faz lembrar os instrumentos da paixão de Jesus Cristo (sofrimento e morte). As cinco pétalas e as cinco separas simbolizam os dez apóstolos (omitindo Judas e Pedro). A coronha púrpura representa a coroa de espinhos e o ovário de 3 carpelos, o cálice do Senhor. Os cinco estamens seriam as cinco chagas de Cristo e as folhas, as mãos de seus perseguidores. As gavinhas representam as cordas usadas para atá-lo. A flor da paixão costumava ser oferecida somente ao Papa e às personalidades importantes. Sua presença nas casas era considerada como portadora da paz.

(As anotações abaixo, quando não em itálico, são de José Maria Neves, 1998, extraídas do encarte)

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

Segundo Harry Crowl, a informação de que esse compositor nasceu em 1746, filho natural de José Lobo de Mesquita e sua escrava Joaquina Emerenciana é uma fantasia criada pelo pesquisador Geraldo Dutra de Moraes, nos anos 70. Nenhum documento que comprove esse fato foi localizado até hoje.
A Missa para a benção de quarta-feira de cinzas é o manuscrito datado mais antigo encontrado em Minas até agora, 1778.

Muitos musicólogos citam Lobo de Mesquita como o melhor compositor setecentista brasileiro e como aquele que sintetiza melhor as características da da escola que foi um dia chamada de Barroco mineiro. Tal fato pode ser explicado pela grande quantidade de obras deste compositor conservadas nos mais diversos arquivos de manuscritos musicais, não apenas em Minas Gerais, mas também nos Estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. A própria preservação da documentação, quase sempre em cópias da segunda metade do século XIX e mesmo nos inícios do século XX, atesta a presença da música deste compositor no repertório de corporações musicais atuastes em vilas e cidades do interior do país, até meados do século XX. Entretanto, a afirmação de que Emerico foi o melhor – e que não se leia aqui nenhum indício de afirmação do contrário – resulta do quase total desconhecimento, até bem recentemente, das obras de outros compositores que atuaram nas Minas Gerais da segunda metade do século XVIII, e não de estudos comparativos que analisassem a técnica e o estilo deste compositor e seus contemporâneos.

Esta Missa para Quarta-feira de Cinzas é, ao lado dos ofícios destinados ao Domingo de Ramos (Domica in Palmis), exemplo pouco comum de utilização da totalidade do texto litúrgico na composição musical. Para o Domingo de Ramos e para Quarta-feira de Cinzas, deveriam ser musicados não apenas os chamados Ordinário e Próprio do dia (Kyrie, Sanctus e Agnus Dei, e Intróito, Gradual e Ofertório), mas também os textos para os ritos específicos do dia, a saber: Bênção e Procissão de Ramos e Benção e Distribuição das Cinzas.

O sentido da cerimônia está claramente explicitado pelo ritual religioso e pelos textos das diversas partes da cerimônia: os fiéis colocam cinzas sobre suas cabeças (gesto que já aparece no Antigo Testamento) em sinal de arrependimento e dor, como primeira etapa de percurso em busca de purificação. Deste modo abre-se o tempo da Quaresma, que prepara para a chegada da Páscoa. Os diferentes momentos da cerimônia falam exatamente da necessidade de penitência, no pedido de perdão, na certeza de que a misericórdia de Deus traz a salvação.

Quando se compara as obras de Lobo de Mesquita escritas para vozes e instrumentos com aquelas escritas para coro, observa-se de imediato que há forte distinção estilística entre elas. Enquanto as primeiras mostram-se mais “modernas”, porque mais marcadas pelo classicismo da melodia acompanhada (em algumas obras, com forte influência da linguagem musical italiana), as obras para coro mostram-se mais influenciadas pela estética do barroco, com toque polifônico. Guardadas as devidas distâncias, pode-se dizer que, quando escrevem para coro, aproximam-se de compositores de universos bem diferentes, como os paulistas de Mogi das Cruzes, os mineiros da segunda metade do século XVIII e mesmo seus sucessores da primeira metade do século XIX. É como se, na escrita coral, eles revelassem atitude musicalmente mais conservadora, enquanto buscavam linguagem mais moderna quando escreviam para solistas ou para coro com acompanhamento orquestral. Mas é preciso que se diga que em Emerico, como na maioria dos compositores setecentistas brasileiros, a escrita coral não se revela primordialmente polifonia; o tratamento é mais harmônico, em blocos sonoros, e apenas em momentos específicos aparecem fórmulas de cunho limitativo, às vezes pequenos fugatos, que aproximam esta música de suas origens polifonias do barroco português.

João Rodrigues Esteves

Comentando a respeito, Harry Crowl acrescenta que João Rodrigues Esteves foi um dos compositores portugueses enviados D.João V a Roma para estudar música. Todas as suas obras encontradas até o momento apresentam características do estilo polifônico romano do sec. XVII. É importante lembrar que esse estilo aparece em obras de compositores conhecidos dessa época, como nas obras Dixit Dominus, Salve Regina, Nisi Dominus (1707), de Haendel; no Stabat Mater (1715), de Domenico Scarlatti, em várias obras de Alessandro Scarlatti e também, Antonio Caldara. Essas composições sempre visavam a obtenção de algum posto importante em Roma, ou eram encomendas de patronos locais ligados à Igreja Católica.

É de João Rodrigues Esteves o Stabat Mater que aparece agora neste CD. Ainda que não seja exemplo da monumentalidade policoral da música religiosa da corte de Dom João V, esta obra revela bem a fineza polifonia do barroco português, que consegue, entretanto, ser comedido em virtude de sua abordagem direta do texto poético. A alternância entre solos, polifonias a duas e três partes e massas polifônicas mais densas dá à obra variedade e riqueza de escolas.

O texto do Stabat Mater (de autoria atribuída a Jacopone da Todi, por volta de 1300) tem duas utilizações litúrgicas principais: é o Hino do ofício das Vésperas e é a Seqüência da Missa da comemoração das Sete Dores de Nossa Senhora (por isso, com estrutura literária semelhante ao Dies irae da Missa dos Defuntos e ao Lauda Sion da Missa do Santíssimo Sacramento). O poema tem dez estrofes de três versos de sete sílabas e trata especificamente do sofrimento da Mãe que sofre ao pé da cruz, da qual pende o seu Filho.

Padre José Maurício Nunes Garcia

As cinco peças incluídas neste disco apresentam facetas bem diferentes da produção de José Maurício, embora todas elas destinem-se a um mesmo ciclo litúrgico: a Semana Santa. Enquanto estrutura (e funcionalidade) litúrgico-musical, aqui aparece um Gradual (para ser cantado após a Epístola, funcionando como uma meditação sobre o que ela enunciou), dois Responsórios (que funcionam também como comentários poéticos a cada uma das nove leituras que, em grupos de três, encerram cada um dos Noturnos do ofício das Matinas) e dois Motetos. Destaque-se, no que se refere à forma poético-musical, a estrutura dos Responsórios, que, para uso dos chamados Ofícios de Trevas, sempre são compostos de três partes: um Moderato inicial, que é seguido de um Allegro, completado com um Andante, concluindo-se a obra com a repetição do Allegro (A-B-C-B).

Os responsórios In Monte Oliveti e Judas mercador pessimus são, respectivamente, o primeiro e o quinto das Matinas de Quinta-feira Santa (também chamada de Ofício de Trevas, como as Matinas de Sexta-feira da Paixão e de Sábado Santo). O texto do Domine tu mini lavas pedes foi colocado em música por muitos compositores e está sempre pensado para acompanhar o gesto do celebrante que, na noite de Quinta-feira Santa, lava os pés de doze homens, representando o gesto de Jesus com o grupo dos Apóstolos. O texto relata exatamente esta cena bíblica.

O moteto Sepulto Domino é um dos casos mais interesantes do repertório sacro musical. Ele faz parte de conjunto que, traz como denominação Quarteto (ou Coros) para a Procissão do Enterro do Senhor. Este conjunto maior representa três momentos de uma mesma cerimônia: antes do Sermão do Descendimento da Cruz, que antecede a Procissão do Enterro, o coro canta o moteto Spiritus cordis nostri. Em diversos momentos da Procissão, o cortejo pára e é cantado um conjunto de cantos que atrai enormemente o povo que acompanha a festividade: este ciclo inicia-se com um terceto feminino (as Marias Beús do interior do país) que canta: Heu, Domine Salvator Nostri (Ai, Senhor nosso Salvador), que prepara o primeiro moteto: Pupili facti sumus. A seguir, a cantora que representa a Verônica canta, sem acompanhamento, o O vos omnes, mostrando ao povo o sudário com a reprodução da face de Jesus. Este ciclo é concluído com o moteto Cecidit corona. Tradicionalmente, ao final da Procissão do Enterro, entram na Igreja apenas o esquife contendo a imagem de Cristo morto, os celebrantes e o coro, que canta o último moteto da coleção, que é precisamente o Sepulto Domino, que relata a cena do sepultamento. O que há de absolutamente curioso neste fato é que, no repertório de igreja, todas as obras servem de oração ou de meditação e têm função pública, sendo dirigidas também ao povo que as ouve. No final da Procissão do Enterro, entretanto, isto não ocorre; o coro não canta o Sepulto Domino diante da comunidade dos fiéis, fazendo-se apenas para a imagem de Cristo.

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
Missa a 4 Vozes para Quarta-Feira de Cinzas (1778)
01. Para a benção da Cinza: Exadi nos Domine/Gloria Patri/Sicut erat
02. Enquanto se dá a Cinza: Immutemur habito
03. Introito: Misereris omnium/Misereri mei Deus/Quoniam in te confidit/Gloria Patri/Sicut erat
04. Kyrie
05. Gradual (tractus): Domine ne memineris
06. Ofertório: Exaltabo te Domine
07. Sanctus-Benedictus
08. Agnus Dei

João Rodrigues Esteves (c.1700-Lisbon, after 1751)
09. Stabat Mater – 1. Stabat Mater
10. Stabat Mater – 2. Quis est homo
11. Stabat Mater – 3. Quis non posset contristari
12. Stabat Mater – 4. Pro peccatis suae gentis
13. Stabat Mater – 5. Eia Mater
14. Stabat Mater – 6. Fac ut ardeat cor meum
15. Stabat Mater – 7. Sancta Mater
16. Stabat Mater – 8. Fac me vere
17. Stabat Mater – 9. Juxa crucem tecum stare
18. Stabat Mater – 10. Virgo virginum plecara
19. Stabat Mater – 11. Fac ut portem

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
20. Moteto para a Semana Santa – 1. Gradual para Domingo de Ramos
21. Moteto para a Semana Santa – 2. In Monte Oliveti
22. Moteto para a Semana Santa – 3. Domine tu mihi lavas-pedes (1799?)
23. Moteto para a Semana Santa – 4. Judas Mercator Pessimus (1809)
24. Moteto para a Semana Santa – 5. Sepulto Domino (1789?)

Calíope – 1998
Conjunto Calíope
Director: Júlio Moretzsohn

Este CD é uma colaboração do maestro, compositor e musicólogo Harry Crowl Jr.
Não tem preço!
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Boa audição.

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Avicenna

Quam Pulchri: Música sacra portuguesa do século XVII – Estêvão de Brito (1570-1641), Manuel Cardoso (1566-1650), João Rodrigues Esteves (c.1702-1751), Manuel Rodrigues Coelho (1563-1638), D. João IV (1604-1656), Frei Jacinto do Sacramento (séc. XVIII), Diogo Dias Melgaz (1638-1700) e Pedro de Araújo (1633-664) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

(Só baixando, pois não tem nem na Amazon…)

Nunca fui muito dado a presentear em aniversários e natais. O regalo, pela ocasião, para mim não se justifica. Sempre fui mais de dar presentes para meus amigos pelo que o presente em si representa, por saber que o amigo em questão adoraria aquilo. Eis que numa dessas viagens por esta imensa e formosíssima esfera azul eu me encontrava no Porto, uma das cidades mais fascinantes do planeta. Na Sé estava à venda um CD de música polifônica portuguesa. Olhei para o elenco de faixas e pensei, radiante: “isso é a cara do Avicenna“! Comprei para presenteá-lo. Quando cheguei à sua casa com o pacote em mãos, ele logo abriu o embrulho, sacou o CD da caixa e o pôs para que escutássemos (sinal que gostou mesmo!). O álbum era (é, está aí para vocês baixarem) simplesmente MARAVILHOSO! Sabe quando você dá o presente e ele é tão bom que um capetinha no seu ombro te assopra “viu? Você não deveria ter dado isso: devia ter deixado pra si mesmo!“? Foi isso que senti – não me julguem – por um instante.
O Avicenna, depois, com o trabalho acumulado pelo grande volume de material que o Paulo Castagna lhe passou, acabou deixando a obra digitalizada em minhas mãos pra que a postasse. E ei-la aqui! Que composições escolhidas a dedo! Que coro! Que repertório impecável!

Para entender um pouquinho, copiei o texto do encarte abaixo:

Os finais do séc. XVI e o séc. XVII deverão ser considerados o período áureo da polifonia portuguesa. Contudo, no séc. XVII, uma nova corrente estética, de influência italiana, a que se chamou maneirismo ou pré-barroco, mistura-se com o academismo polifónico, tentando os compositores portugueses a desenvolver uma estética expressiva. Isto é bem notório nesta antologia que agora se apresenta e que já aponta a estética teatral do barroco. Sem dúvida que este período, a que chamamos o séc. XVII musical em Portugal, é verdadeiramente a confluência das correntes europeias do séc. XVI a XVIII.
(texto extraído do encarte)

Muito muito muito muito bom!!! Ouça! Ouça! Deleite-se!

O CD já começa assim:

…E tem esta bela Batalha em meio às peças para coro:

Quam Pulchri
Música sacra portuguesa do século XVII

Estêvão de Brito (1570-1641)
01. O Rex gloriae – para dois Coros a cappella
Manuel Cardoso (1566-1650)
02. Magnificat Octavi Tossi – para Coro a cappella a 4
João Rodrigues Esteves (c.1702-1751)
03. Regina caeli – para Coro a 4 e Contínuo
Manuel Rodrigues Coelho (1563-1638)
04. Versos sobre Ave Maris Stella – para Órgão e Coro masculino
D. João IV ? (1604-1656)
05. Crux Fidelis – para Coro a cappella a 4
Estêvão de Brito (1570-1641)
06. Gaudent in caelis – para Coro a cappella a 6
Fr. Jacinto do Sacramento (séc. XVIII)
07. Tocata em Ré menor – para Órgão solo
Diogo Dias Melgaz (1638-1700)
08. Salve Regina – para Coro a cappella 2 4
João Rodrigues Esteves (c.1702-1751)
09. Cum turba plurima – para Coro a 8 e Contínuo
Pedro de Araújo (1633-664)
10. Batalha do 6° tom – para Órgão solo
João Rodrigues Esteves (c.1702-1751)
11. Quam pulchri sunt – para Coro a cappella
Diogo Dias Melgaz (1638-1700)
12. Veni Sancte Spiritus – para dois Coros a 4 e Contínuo

Coro da Sé Catedral do Porto
Eugénio Amorim, regente
António Esteireiro, órgão
Porto, 2010

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Partituras e outros que tais? Clique aqui

Ahhhh, Comenta, vai…

Desenho do Porto enviado pelo internauta Mateus Rosada.

Bisnaga & Avicenna

A Capela do Rei Magnânimo – Francisco António de Almeida (c.1702-1751), Carlos de Seixas (1705-1742), Domenico Scarlati (1685-1757), Bernardo Pasquini (1637-1710), Giovanni Battista Basseti (séc. XVIII) e João Rodrigues Esteves (c.1700-1751) [link atualizado 2017]

UM BAITA CD !!!

Tem na Amazon: aqui.

A 22 de Outubro de 1730, El-Rei D. João V, conhecido como “Rei Magnânimo”, celebrou, mais uma vez, os seus anos. Não iria ser, contudo, um aniversário qualquer, uma vez que seria o primeiro e principal dia de uma semana de cerimónias e celebrações que fizeram parte da sagração da nova Basílica de Mafra, centro eclesiástico de um palácio-convento já em construção havia uns treze anos e que iria ser completado ao longo de mais vinte.
Os detalhes deste primeiro dia, bem como dos dias que se seguiram, foram descritos pelo Mestre de Cerimónias, Frei João de São José do Prado, no seu Monumento Sacro da fábrica, e solemnissima sagração da Santa Basílica do Real Convento de Mafra (Lisboa, Oficina de Miguel Rodrigues, 1751). Iniciou-se pelas 5 horas da manhã, com a chegada do Rei, acompanhado por um toque de trompetes, terminando à noite, após a conclusão da Missa de encerramento. No decorrer deste dia extenso, respeitou-se rigorosamente, em todos os seus pormenores, o rito de sagração tal como estabelecido no Pontificale Romanum, livro oficial litúrgico das cerimónias presididas por bispos, não omitindo nada e inserindo, às horas certas, os Ofícios diários.
Foi esta cerimónia que o concerto de abertura do II Festival Internacional de Música de Mafra (1998) procurou, em parte, reconstituir – uma versão bastante reduzida, com duração de apenas duas horas e meia, usando música que se pode supor ter sido executada, com alguma justificação, nas duas capelas que o monarca mantinha, como Rei – a Capela Real, em Lisboa – e como Duque de Bragança – a Capela Ducal, em Vila Viçosa. Apesar de todos os pormenores litúrgicos e musicais incluídos, Frei João omite qualquer menção acerca do compositor de qualquer das obras em questão. As composições gravadas neste disco baseiam-se numa selecção de entre as incluídas nessa reconstituição.
O estabelecimento da paz, bem como o início do abastecimento de metais preciosos provindos do Brasil, criou a D. João V uma prosperidade estável de que o país não gozava havia quase duzentos anos. A sua própria propensão religiosa, juntamente com o seu amor pelas artes, em especial pela música, conduziu-o a criar infra¬-estruturas que permitiram um verdadeiro florescimento da música sacra. Em 1713, fundou o Seminário Patriarcal, a primeira escola de música da capital, com a intenção de formar jovens músicos para as igrejas do país. Em 1715, introduziu-se na Capela Real o Rito Romano, tendo sido esta instituição elevada, no ano seguinte, à dignidade de Sé Patriarcal e Metropolitana. A esta elevação de estatuto correspondeu uma elevação na música exigida pelo Rei. Em 1719, Domenico Scarlatti (1685-1757), então Mestre de Capela da Capella Giulia em Roma, foi nomeado para este cargo na Capela Real de Lisboa. Iria continuar a desempenhar esta função até à sua partida para Espanha, no início de 1729, no séquito da Infanta Maria Barbara.
A música das Capelas do monarca era bastante variada. Uma parte substancial cantava-se simplesmente em Canto Gregoriano. O Rei apreciava igualmente o canto a cappella – Palestrina, Victoria e, entre os compositores portugueses, Fernando de Almeida, Mestre de Capela no Convento de Tomar uns cem anos antes. Seria, porém, um erro grave considerar D. João V como conservador. De facto, a nomeação de Scarlatti demonstrou o seu empenho no que respeita às tendências musicais actuais, bem como as bolsas de estudo que atribuiu a novos músicos promissores para que aperfeiçoassem os seus estudos em Roma. Já na década de 1730 o seu investimento se revelava proveitoso, como evidenciam de forma admirável João Rodrigues Esteves (c. 1700-1751), Francisco António de Almeida (c. 1702-c. 1755) e António Teixeira (1707-após 1770), nas suas obras que sobreviveram ao devastador terramoto que atingiu Lisboa em 1755.
Todas as obras corais seleccionadas para este disco exemplificam estas tendências modernas, sendo todas acompanhadas por um baixo contínuo e, com excepção da Missa, no chamado estilo concertato. isto e, com solos que contrastam com o coro.
O motete de Francisco António de Almeida, In dedicatione templi, como indica o seu titulo, deve ter sido composto para uma cerimónia de sagração. Dividido em quatro secções, a primeira, para coro, é constituída por um andamento alegre em ritmo ternário, e a segunda, igualmente para coro, por uma fuga A terceira e um dueto para soprano e contralto, sendo a quarta uma repetição da segunda O texto verbal do dueto é derivado do responsõrio Fundata est domus, o qual se encontra no inicio da liturgia da sagração, durante a primeira aspersão do exterior da igreja Este facto sugere que o motete de Almeida teria sido destinado para a abertura de tal cerimónia.
A versão de Domenico Scarlatti do Salmo 121, Laetatus sum, é uma obra extensa em várias secções. O Allegro que inicia o Salmo utiliza o coro e dois solistas (soprano e contralto). Seguem-se uma secção em forma de fuga, apenas para o coro, e outra mais breve, em ritmo ternário, para coro e solistas. O Gloria começa com uma curta e sustentada secção para o coro, antes de um Allegro final para solistas e coro onde surgem as palavras Sicut erat in principio (“Como era no principio”). Como acontece com alguma frequência, esta última secção volta a utilizar material temático da primeira parte da obra – um trocadilho no significado do texto verbal. (O Magnificat de J. S. Bach providencia um exemplo melhor conhecido desta convenção.) Na liturgia da Sagração, este salmo destina-se a acompanhar a primeira aspersão das paredes interiores do edifício.
Ignora-se qualquer informação sobre o compositor italiano Giovanni Battista Bassetti. Contudo, o número de manuscritos existentes das suas Vésperas (Biblioteca Nacional, Lisboa; Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa; Paço Ducal, Vila Viçosa) indica que estas composições eram bastante estimadas. Para além disso, esta suposição encontra-se reforçada por referências aos salmos deste conjunto no Breve Rezume, uma descrição manuscrita (na Bibilioteca do Palácio da Ajuda, Lisboa), aparentemente proveniente da década de 1730, do que se cantava habitualmente na Capela Real. A versão de Bassetti do Salmo Lauda Jerusalem destina-se a quatro solistas e coro. É constituída por duas secções ligadas sem intervalo: o Salmo propriamente dito, em que existe uma alternância entre o coro e os solistas, e o Gloria, apenas para o coro. Durante a liturgia da sagração, canta¬-se este salmo durante a unção das paredes.
A cerimónia de sagração termina com uma Missa. A versão de João Rodrigues Esteves destina-se a oito vozes, divididas em dois coros de quatro vozes cada Os cinco andamentos habituais (Kyrie; Gloria; Credo; Sanctus e Benedictus; Agnus Dei) evidenciam um domínio das técnicas que o compositor aprendera em Roma, bem como um grande dom na combinação de magnificência e intimidade.
O Breve Rezume mostra-nos de forma bastante clara o que se cantava na Capela Real na década de 1730, e uma série de livros de coro em Vila Viçosa indica o repertório da Capela Ducal. No entanto, não possuímos fontes comparáveis no que diz respeito à música de órgão executada. Na ausência de indícios, as obras escolhidas para a reconstituição da sagração realizada em Mafra e, assim, para este disco procuram reflectir as mesmas tendências: música de compositores portugueses então vivos – nesta instância, Carlos Seixas (1704-42) -, de compositores italianos dos cem anos anteriores – dos quais Bernardo Pasquini (1637-1710) é o representante -e de compositores nacionais do século XVII (dois exemplos anónimos).
(texto do organista David Cranmer – extraído do encarte do CD)

Ouça! Ouça! Deleite-se!

A CAPELA DO REI MAGNÂNIMO
Música Sacra Portuguesa do Século XVIII.

Francisco António de Almeida (c.1702 – 1751)
01. In Dedicacione Templi
José António Carlos de Seixas (1705 – 1742)
02. Sonata nº 75 em lá menor, I. Largo
03. Sonata nº 75 em lá menor , II. Minuete
Domenico Scarlati (1685 – 1757)
04. Laetatus Sum
Bernardo Pasquini (1637 – 1710)
05. Sonata em dó menor
Giovanni Battista Basseti (séc. XVIII)
06. Lauda Jerusalem
Anónimo (séc. XVIII)
09. Fantasia de 5º tom
08. Obra de 2º tom
João Rodrigues Esteves (c.1700 – 1751)
09. Missa a 8 vozes, I. Kyrie eleison
10. Missa a 8 vozes, II. Gloria in excelsis Deo
11. Missa a 8 vozes, III. Credo in unum Deum
12. Missa a 8 vozes, IV. Sanctus – Benedictus
13. Missa a 8 vozes, V. Agnus Dei

Coro de Câmara de Lisboa
David Cranmer, órgao
Teresita Gutierrez Marques, regente
Lisboa, 2000

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Interior da Basílica de Mafra por Paulo Teixeira

Bisnaga