Karlheinz Stockhausen (1928-2007) – Helikopter Quartett (1993)

Digamos que no programa de hoje à noite será apresentado, após um dos últimos quartetos de Haydn, o quarteto de cordas de Stockhausen. Não se preocupe com o que vai ocorrer: provavelmente os músicos vão sair do teatro com suas partituras, e cada um deles terá a sua disposição um helicóptero com um piloto. Pois é, eles devem tocar seus instrumentos em pleno vôo. Haverá um operador de som no teatro que deve mixar o som vindo da cabine de cada helicóptero, e tudo deve ser visto através de quatro telões. Os helicópteros devem fazer um vôo circular, cujo raio é de aproximadamente 6 km. Em média, toda a obra ou o vôo leva um pouco mais de meia hora.

Se você acha que é improvável ver esta peça sendo apresentada na sua cidade, saiba que esta belíssima experiência foi registrada num recente DVD da Euroarts. Ótimo vídeo link

Performer: Arcadian Academy, Karlheinz Stockhausen, Arditti String Quartet

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Ludwig Van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Nº 13, 14 e 15 (Op. 27/1, 27/2 e 28)

A Fundação Maurizio Pollini, recém fundada por mim, P.Q.P. Bach, e por Lais Vogel dedica-se a divulgar e a defender — se preciso com unhas e dentes, porém com toda a civilidade — a obra do grandioso pianista italiano. A organização não têm fins lucrativos, mas aprecia doações de novos registros de nosso “ídalo”. Posters, fotos e outros gadgets devem ser enviados ao Príncipe Salinas.

Este esplêndida gravação foi tema de uma longa discussão entre os participantes de um jantar em minha casa, no último sábado. O CD foi considerado de primeiríssima linha, mas dois dos participantes do convescote — um deles minha mulher — acusaram Pollini do “pecado de ironia” na interpretação do Allegro de abertura da Sonata Pastorale. Apesar dos dois terem achado maravilhosa a criação da peça, eles imputaram ao excelso Pollini um elegante tom de deboche que não haveria no original. (Havia três pianistas no jantar, dois profissionais, e um deles, ao lado de minha cara-metade, foram os causadores da cizânia.)

Eu não nego a ironia, até a reconheço, mas a coloco na conta da profunda expressividade, habilidade e clareza de um pianista assombroso que resolveu deixar o movimento um real Allegro, retirando-o da semi-consciência a que outros pianistas o relegavam.

Obs.: A presença deste CD no P.Q.P. Bach deve-se ao matrocínio da diretora de nossa Fundação.

Ludwig van Beethoven: Sonaten Opp. 27/1 – 27/2, 28

1. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 1. Andante – Allegro – Tempo I 5:01
2. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 2. Allegro molto e vivace 1:54
3. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 3. Adagio con espressione 2:53
4. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto 5:18
5. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 1. Adagio sostenuto 6:31
6. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 2. Allegretto 2:16
7. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 3. Presto agitato 7:10
8. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 1. Allegro 9:45
9. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 2. Andante 7:21
10. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 3. Scherzo. Allegro vivace 2:09
11. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 4. Rondo. Allegro ma non troppo 4:36

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Ernest Bloch (1880 -1959): Quartetos de Cordas

Foi através de algumas críticas entusiasmadas sobre este disco que entrei em contato pela primeira vez com a música de Bloch. O que mais me chamou a atenção foi o fato do compositor ter vivido as duas Grandes Guerras e escrito suas impressões através de dois quartetos de cordas: O primeiro quarteto escrito em 1915-16 e o segundo em 1945-46. O Quarteto de Cordas n.1 tem quase uma hora de duração, e às vezes parece atingir aquela linha perigosa, onde as idéias caminham por inércia. Mas a impressão é logo sobrepujada pela honestidade e virtuosismo de sua escrita. Em muitos momentos esse quarteto antecipa a música bélica de Shostakovich. Já o quarteto n.2 é mais conciso e mais bem estruturado; sem, contudo, perder as qualidades do primeiro quarteto: vigor e espontaneidade. Um crítico mais exagerado colocou esta obra ao lado dos últimos quartetos de Beethoven.

Nos quartetos n.3 e n.4 o peso das duas Grandes Guerras não estão mais presentes. As influências judaicas também foram bastante diminuídas (lembro aqui que Ernest Bloch foi um compositor judeu bastante ativo, escreveu peças em prol da causa judaica como a Suíte Hebraica, Baal Shem, e Israel Symphony). Nestes dois quartetos temos música pela música, ou usando aquele termo usual e duvidoso: música absoluta. Uso esporádico do dodecafonismo com elementos bartokianos.

Infelizmente estes quartetos foram pouco gravados e executados, acho que o quarteto n.1 só existe neste registro. A compensação é que o Griller String Quartet interpreta com incrível dedicação e força, deixando quase nada a ser desejado, apenas uma melhor qualidade sonora (gravação feita em 1954). Mesmo assim, nesse disco é possível perceber a importância dessas obras.

Disco: 1
1. String Quartet n.1: Andante moderato
2. 2. Allegro frenetico
3. 3. Andante molto moderato (Pastorale)
4. 4. Finale (Vivace)
5. String Quartet n.3: Allegro deciso
6. 2. Adagio non troppo
7. 3. Allegro molto
8. 4. Allegro

Disco 2:
1. String Quartet n.2: Moderato
2. 2. Presto
3. 3. Andante
4. 4. Allegro molto
5. String Quartet n.4:Tranquillo – Allegro emergico – Tranquillo
6. 2. Andante
7. 3. Presto – Moderato – Presto
8. 4. Calmo – Allegro deciso – Calmo

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Antonio Vivaldi (1678 — 1741) – Transcrições para dois pianos: As 4 Estações e Variações sobre um tema de Bach

As irmãs gêmeas e pianistas turcas Ferzan e Ferhan Önder não são apenas bonitas e reveladoras das belezas e das boas possibilidades matemáticas encontráveis no Bósforo, elas tocam bem mesmo! O repertório não é tudo aquilo, mas é bastante curioso ouvir Vivaldi transcrito para dois pianos… Como sei que Vivaldi é muito querido de nosso público, não poderia deixar de mostrar esta curiosidade saída das delicadas mãos de duas beldades turcas que nunca fizeram mal a um armênio, contrariamente a outras mãos de seu país. A gravação é de ótima qualidade e a bela duplinha já está contradada pela DG, claro. Afinal, hoje a imagem vale muito; principalmente quando há ouvidos tão incompreensivos. As Variações sobre um tema de Bach — creio que são variações sobre um tema de uma das Suítes Francesas, corrijam-me se estiver errado — não é grande obra, mas sempre fico feliz ao ouvir papai. Já As Quatro Estações não é necessário comentar, né?

Vivaldi: Reflections – The Four Seasons for 2 pianos

1. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: I. Allegro
2. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: II. Largo
3. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: III. Allegro
4. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: I. Allegro Non Molto
5. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: II. Adagio
6. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: III. Presto
7. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: I. Allegro
8. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: II. Adagio Molto
9. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: III. Allegro
10. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: I. Allegro Non Molto
11. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: II. Largo
12. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: III. Allegro

(#8. Victor S., 01/07/2008, 09:04

O compositor das variações foi Gustav Nottebohm (1817-1882)
http://en.wikipedia.org/wiki/Gustav_Nottebohm)

13. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Sarabande. Andantino
14. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var I
15. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var II Allegro
16. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var III Allegretto
17. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var IV Allegretto
18. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var V Allegretto Con Moto
19. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VI Allegro Vivace
20. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VII Allegro Ma Non Troppo
21. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VIII Andante
22. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var IX

Ferzan e Ferhan Önder, pianos

Obrigado, Victor!

Ferhan Ferzan

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Franz-Joseph Haydn (1732-1809) – Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor, Te Deum In C Major – Hob.Xxiiic:2

Uma obra prima haydniana nas mãos de Trevor Pinnock e seu English Concert & Choir. Esplêndida versão, com corais magníficos, para se ajoelhar e ficar em adoração, mesmo sendo ateu. Meu irmão PQP já se declarou fâ ardoroso destas missas, então irei postar uma série delas, para seu deleite. Para uma análise mais apurada da obra, sugiro este link.

Franz-Joseph Haydn (1732-1809) -Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor, Te Deum In C Major – Hob.Xxiiic:2

1. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Kyrie
2. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Gloria: Gloria In Excelsis Deo
3. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Gloria: Qui Tollis
4. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Gloria: Quoniam
5. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Credo: Credo In Unum Deum
6. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Credo: Et Incarnatus Est
7. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Credo: Et Resurrexit
8. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Sanctus
9. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Benedictus
10. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Agnus Dei: Agnus Dei Qui Tollis
11. Missa In Angustiis “Nelson Mass”, Hob. Xxii:11 In D Minor – Agnus Dei: Dona Nobis Pacem
12. Te Deum In C Major – Hob.Xxiiic:2 – “Te Deum Laudamus” Allegro
13. Te Deum In C Major – Hob.Xxiiic:2 – “Te Ergo Quaesumus” Adagio
14. Te Deum In C Major – Hob.Xxiiic:2 – “Aeterna Fac Cum Sanctis Tuis -…Allegro Moderato “Aet

Felicity Lott · Carolyn Watkinson
Maldwyn Davies
David Wilson-Johnson
The English Concert and Choir
Trevor Pinnock

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O genial Haydn em 1792

Manuel de Falla (1876 — 1946) – El Amor Brujo / El Corregidor y la Molinera

Sou um admirador de alguns nacionalismos e, dentre eles, está o do grande Manuel de Falla, compositor espanhol. Além de grande pianista e compositor, de Falla participa da história literária de seu país ao tentar – figura de proa que era na Espanha – impedir o assassinato de seu amigo Federido García Lorca pelas milícias franquistas em 1936. Em vão. Seus últimos anos foram vividos no exílio, na Argentina. El Amor Brujo é uma bela peça, mas ainda é melhor na versão de câmara original que ora apresentamos. É incomum ouvi-la assim. Já El Corregidor y la Molinera é a primeira versão de O Chapéu de Três Bicos, que depois apareceu reescrita e com novo nome para o Balé Russo de Diaguilev.

São duas peças bem espanholas, mas sem aqueles medonhos violonistas ventiladores-de-guitarras do flamenco. Aqui não há guitarras e os instrumentos não parecem necessitar ser abanados continuamente para funcionar. (Igualmente, não há dançarinas matadoras de baratas.) De Falla é elegante e traz à linguagem típica espanhola uma estranha austeridade, pois melodiosa e rítmica.

Ah, a gravação é ex-ce-len-te.

El amor brujo
1. Love The Magician: Act 1: Intro E Scena – Allegro Furioso Ma In Tempo Moderato – Claire Powell
2. Love The Magician: Act 1: Tranquillo E Misterioso – Claire Powell
3. Love The Magician: Act 1: Song Of Sorrowful Love – Allegro – Claire Powell
4. Love The Magician: Act 1: Dance Of the End Of The Day – Allegro Ma Non Troppo E Pesante – Claire Powell
5. Love The Magician: Act 1: Intermezzo – Allegro – Claire Powell
6. Love The Magician: Act 2: Andante (Con Mistero) – Claire Powell
7. Love The Magician: Act 2: Dance Of The Will-O-The-Wisp – Allegro Ritmico – Claire Powell
8. Love The Magician: Act 2: Interludio – Allegro Moderato – Claire Powell
9. Love The Magician: Act 2: Song Of The Will-O-The-Wisp – Spell To Rekindle Lost Love – Claire Powell
10. Love The Magician: Act 2: Dance And Song Of The Cunning Witch – Allegretto – Claire Powell
11. Love The Magician: Act 2: Finale – Claire Powell

Claire Powell (Mezzo Soprano)
Conductor: Nicholas Cleobury
Orchestra: Aquarius
Written: 1914-1915;
Spain Date of Recording: 7/1988
Venue: EMI Abbey Road Studios, London
Length: 33 Minutes 45 Secs.
Language: Spanish

El corregidor y la molinera
12. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 1: (Intro) – Jill Gomez
13. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 1: Solo – Jill Gomez
14. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 1, Danza – Allegro Ma Non Troppo – Jill Gomez
15. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 1: Moderato – Jill Gomez
16. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 1: Vivo – Jill Gomez
17. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Allegro Ma Non Troppo – Jill Gomez
18. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Poco Piu Vivo Che Prima – Jill Gomez
19. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Lento – Jill Gomez
20. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Tranquillo – Jill Gomez
21. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Poco Piu Mosso – Aquarius/Nicholas Cleobury
22. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Allegro – Aquarius/Nicholas Cleobury
23. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Calmo – Aquarius/Nicholas Cleobury
24. The Magistrate And The Miller’s Wife: Act 2: Come Prima – Aquarius/Nicholas Cleobury Jill Gomez (Soprano)
Conductor: Nicholas Cleobury
Orchestra: Aquarius
Written: 1916-1917; Spain
Date of Recording: 7/1988
Venue: EMI Abbey Road Studios, London
Length: 41 Minutes 9 Secs.
Language: Spanish

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Décima-quinta (CDs 8 de 11) (*)

(*) A numeração dos CDs obedece à edição original; como fiz as postagens obedecendo a ordem das sinfonias, principalmente a das mais importantes, as finais, a numeração dos CDs ficou desencontrada, mas saibam que este post encerra mais esta série.

A Sinfonia Nº 15 está entre as maiores do mestre russo e possui grande alegria e desespero sob sua aparente tranqüilidade. É uma obra consistente, com movimentos melodiosos apoiando-se harmonicamente um no outro. Não há nada sobrando nem faltando. O primeiro movimento é felicíssimo e aparentado com a Sinfonia Nº 9 e com o primeiro movimento do Concerto Nº 2 para piano e orquestra. Ele evoca os brinquedos infantis e possui em seu cerne um dos temas da Guilherme Tell, de Rossini.

O Adagio é belo e triste com longos solos de violoncelo e também do trombone e da tuba; há a inserção do Tema do Destino (ou da Morte) que Wagner escreveu para seu Nibelungo. O Alegretto, em tom de deboche, é levado pelo clarinete.

O movimento final é o mais longo de todos: há evocações ao compositor — o motivo DSCH reaparece acompanhado pelo Tema do Destino em clara alusão às doenças e à morte próxima de Shostakovich –, mas a sinfonia é finalizada serenamente após várias intervenções de cantabiles violinos. O final, quase todo a cargo da percussão, é delicado. Um verdadeiro achado. Um despedida sem desespero, um aceno algo irônico, de um grande mestre.

Mas o que queria mesmo dizer é que esta sinfonia exerce um efeito magnético (palavras de Lauro Machado Coelho) sobre os ouvintes. É impossível não ceder a ela, ouvindo e reouvindo. Tenho vários amigos que concordam: há algo nela que nos instiga, anima, estimula, incita, algo que espicaça nossa curiosidade. O que será?

SYMPHONY No.15 in A Major, Op.141
6. Allegretto
7. Adagio. Largo. Adagio. Largo
8. Allegretto
9. Adagio. Allegretto. Adagio. Allegretto

Recorded: May 27, 1974
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor

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Franz Xaver Mozart (1791 – 1844), Leopold Mozart (1719 – 1789), Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) – The Mozart Family Album

Claro que um álbum com este nome – The Mozart Family Album – deveria ser uma caixa de 200 CDs e não apenas um de 48 minutos, mas este é um CD simpático. Não é grande música, são antes as pequenas e divertidas obras da família. Wolfgang comparece com um fragmento de uma de suas partituras mais desconhecidas, a múisca para o balé Les Petits Riens, composta em junho de 1778, em Paris. A obra tem 20 movimentos, mas os que foram garantidamente escritos por W.A. Mozart são os cinco aqui presentes. Mais divertida é a sinfonia de Leopold, cujos gritos da orquestra me pregaram um susto ontem, depois da meia-noite. Um disco despretensioso e bom.

Franz Xaver Mozart – Piano Concerto n°2 in Eb major Op.25
1. Allegro Con Brio
2. Andante Espressivo
3. Rondo

Wolfgang Amadeus Mozart – Music from ”Le petit riens” KV299b
4. Allegro
5. Largo
6. Andantino
7. Larghetto
8. Gavotte

Leopold Mozart – Sinfonia in D ”Die Bauernhochzeit” – O Casamento dos Mendigos
9. Marcia Villanesca
10. Menuet
11. Andante
12. Menuet
13. Finale

Grant Johannesen (Piano)
Jacalyn Bettridge, bagpipes
The Chicago Sinfonietta
dir. Paul Freeman

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Instabilidade

Pois é. O condomínio inteiro mudou de servidor e a coisa não fácil. Quem trabalha com informática sabe que estas coisas são uma merda complicadas, mesmo quando planejadas. E a culpa foi de uma nova versão do WordPress, ao que parece… Bem, esperamos que logo tudo fique direitinho.

Ah, perdemos alguns comentários. O que fazer?

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto Triplo e Fantasia Coral

Quase todas as pessoas do mundo erudito conhecem a gravação-referência do Concerto Triplo com Karajan e seu trio de gênios soviéticos. Só Lebrecht não gosta – como disse o Kaissor em comentário perdido. Garanto-lhes que também adoro, mas creio que esta versão é comparável e talvez superior àquela. Um cara como Barenboim não iria gravar “este Beethoven” se não soubesse que tinha nas mãos uma joia. E tinha. Seu trabalho junto com Ma e Perlman é extraordinário e aqui ainda temos como extra a estranha e bela Fantasia Coral. Barenboim está demais ultimamente.

A gravação é ao vivo, mas a qualidade de som é extraordinária, ao menos no original.

Beethoven – Concerto Triplo e Fantasia Coral

1. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: I. Allegro 17:02
2. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: II. Largo 5:36
3. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: III. Rondo all polacca 12:50
4. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Adagio 3:56
5. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Finale – Allegro 5:00
6. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Allegro molto 1:35
7. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Adagio, ma non troppo 2:54
8. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Marica, assai vivace – Allegro 2:10
9. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Allegretto, ma non troppo (quasi Andante con moto) – Presto 4:06

Itzhak Perlman
Yo-Yo Ma
Daniel Barenboim
Berliner Philharmoniker
Daniel Barenboim

Carola Hohn
Katherina Kammerloher
Andrea Bonig
Endrik Wottrich
Par Lindskog
René Pape
Chöre Der Deutschen Oper Berlin
Berliner Philharmoniker
Daniel Barenboim

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.: interlúdio :. John Surman e Nordic Quartet

Sou apaixonado pelo som do saxofonista e clarinetista inglês John Surman, que é a cara do escritor John Fowles, que nasceu em Essex, enquanto Surman é de Devon. Ele não me decepciona neste CD verdadeiramente nórdico (basta ler o nome de seus companheiros de grupo). As quatro primeiras faixas do CD são esplêndidas e o resto não lhes fica muito atrás. É notável o diálogo entre Surman e Rypdal em Offshore Piper, é belíssima e triste a balada Unwritten Letter e a levada de Gone to the Dogs provocou ohs! de aprovação enquanto ouvia o disco em minha casa. Fui pesquisar se meu entusiasmo pelo CD era algo muito original ou não, indo direto à Down Beat. O pessoal de lá tascou-lhe 4 (Very good) em 5 estrelas. Tudo bem, o CD é bom mesmo!

Atenção para os solos de clarone (bass clarinet) de Surman. Seu som é sempre puríssimo mas é neste instrumento que rende mais.

Nordic Quartet (1994)

1. Traces
2. Unwritten Letter
3. Offshore Piper
4. Gone To The Dogs
5. Double Tripper
6. Ved Sorevatn
7. Watching Shadows
8. The Illusion
9. Wild Bird

John Surman – soprano saxophone, baritone saxophone, clarinet, bass clarinet
Terje Rypdal – guitar
Karin Krog – vocals
Vigleik Storaas – piano

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Arnold Schoenberg (1874 – 1951): Concerto para Violino

O concerto para violino de Schoenberg é uma das obras mais importantes da música e é um absurdo que seja tão desconhecida do público. Esta obra foi escrita logo após a chegada do compositor aos Estados Unidos, no começo dos anos 1930. O mestre deixou seu país devido ao delírio nazista, talvez por isso esta obra seja tão angustiada. Obra dificílima e totalmente dodecafônica. Mas quem seria louco pra dizer que este concerto é frio ou artificial? Se não me falha a memória a obra é retratada por Thomas Mann no seu famoso livro Doutor Fausto como obra de seu personagem principal, Adrian Leverkühn.

Mesmo assim, é raríssimo encontrar um disco com este concerto para violino. Só existem gravações relativamente antigas. Alguns dizem que pelo fato de exigir “seis dedos na mão esquerda”, o músico fica intimidado. Ora, só por isso? Bem, já que a maioria dos marmanjos treme ao desafio, só mesmo uma bela garota como Hilary Hahn para trazer esta obra-prima à tona.

A outra obra do disco é o já manjado concerto de Sibelius que, para ser sincero, ainda não ouvi. Na verdade, depois da gravação de Heifetz, não ouço esta peça com mais ninguém.

1. Violin Concerto, Op.36 – 1. Poco Allegro
2. Violin Concerto, Op.36 – 2. Andante grazioso
3. Violin Concerto, Op.36 – 3. Finale. Allegro
4. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato
5. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto
6. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto

Violin: Hilary Hahn
Swedish RSO
Conductor Esa-Pekka Salonen

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Décima-terceira (CDs 10 e 11 de 11)

Sinfonia Nº 13 (Babi Yar), Op. 113 (1962)

Após o equívoco da Sinfonia Nº 12 — lembrem que até Beethoven escreveu uma medonha Vitória de Wellington, curiosamente estreada na mesma noite da sublime 7ª Sinfonia, mas este é outro assunto… –, Shostakovich voltaria às boas relações com a música sinfonia da forma mais gloriosa possível: pela Sinfonia Nº 13, Babi Yar. Iniciava-se aqui a produção de uma seqüência de obras-primas que só terminaria com sua morte, em 1975. Esta sinfonia tem seus pés firmemente apoiados na história da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. É uma sinfonia cantada, quase uma cantata em seu formato, que conta com a nada desprezível colaboração do grande poeta russo Evgeny Evtuchenko (conforme alguns, como a Ed. Brasiliense, porém pode-se encontrar a grafia Ievtuchenko, Yevtuchenko ou Yevtushenko, enfim!)

O que é, afinal, Babi Yar? Babi Yar é o nome de uma pequena localidade situada perto de Kiev, na atual Ucrânia, cuja tradução poderia ser Barranco das Vovós. Ali, em 29 e 30 de setembro de 1941, teve lugar o assassinato de 34 mil judeus pelos nazistas. Eles foram mortos com tiros na cabeça e a participação comprovada de colaboradores ucranianos no massacre permanece até hoje tema de doloroso debate público naquele país. Nos dois anos seguintes, o número de mortos em Babi Yar subiu para 200 mil, em sua maioria judeus. Perto do fim da guerra, os nazistas ordenaram que os corpos fossem desenterrados e queimados, mas não conseguiram destruir todos os indícios.

Ievtuchenko criticou a maneira que o governo soviético tratara o local. O monumento em homenagem aos mortos referia-se às vítimas como ucranianas e russas, o que também eram, apesar de saber-se que o fato determinante de suas mortes era o de serem judeus. O motivo? Ora, Babi Yar deveria parecer mais uma prova do heroísmo e sofrimento do povo soviético e não de uma fatia dele… O jovem poeta Ievtuhenko considerou isso uma hipocrisia e escreveu o poema em homenagem aos judeus mortos. O que parece ser uma crítica de importância relativa para nós, era digna de censura, na União Soviética. O poema fui publicado na revista Literatournaia Gazetta e causou problemas a seu autor e depois, também a Shostakovich, ao qual foram solicitadas alterações que nunca foram feitas na sinfonia. No Ocidente, Babi Yar foi considerado prova da violência anti-semita na União Soviética, mas o próprio Ievtuchenko declara candidamente em sua Autobiografia Precoce (Ed. Brasiliense, 1987) que a tentativa de censura ao poema não teve nada a ver com este gênero de discussão e que, das trinta mil cartas que recebeu falando em Babi Yar, menos de trinta provinham de anti-semitas… É tudo muito estranho.

O massacre de Babi Yar é tão lembrado que não serviu apenas a Ievtuchenko e a Shostakovich, tornando-se também tema de filmes e documentários recentes, assim como do romance Babi Yar de Anatoly Kuznetsov. Não é assunto morto, ainda.

O tratamento que Shostakovich dá ao poema é perfeito. Como se fosse uma cantata em cinco movimentos, os versos de Ievtuchenko são levados por um baixo solista, acompanhado de coral masculino e orquestra. Principalmente em Babi Yar e em Na Loja, é música de impressionante gravidade e luto; a belíssima linha melódica ora assemelha-se a um serviço religioso, ora ao grande modelo de Shostakovich, Mussorgski; mesmo assim, fiel a seu estilo, Shostakovich encontra espaço para seu sarcasmo.

Babi YarCalma crueldade: soldados alemães examinam as roupas dos judeus mortos em Babi Yar. (Adotando o tom sarcástico tão caro a Shostakovich, diria que, hoje, as roupas poderiam ser palestinas e os soldados… Deixa pra lá!)

A seguir, aproveitarei a excelente descrição que Clovis Marques fez para o concerto que incuía a Sinfonia Nº 13, Babi Yar, realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 27/07/2006. Volto no final do post:

Chostakovich, ‘for ever’Clovis Marques – Opinião & Noticia
30/07/2006

O contato em condições ideais com uma obra-prima do século XX é raro na vida musical de um mortal carioca. Na última quinta-feira, a Sinfonia nº 13 de Chostakovich passou pelo Teatro Municipal com uma carga tão densa de significado e beleza que quase não surpreendeu que a interpretação e o acabamento, a cargo da Petrobras Sinfônica, estivessem também em esferas muito altas.

“Babi Yar” é como ficou conhecida esta sinfonia-cantata para coro masculino, baixo e orquestra composta e estreada em 1962 em Moscou. O título vem do poema de Ievgueni Evtuchenko que causara rebuliço ao ser publicado no ano anterior na “Literaturnaia Gazeta”, tocando na chaga do anti-semitismo a propósito do massacre cometido pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, no local conhecido como “ravina das mulheres”, perto de Kiev.

A partir desse texto de dura indignação, e apesar dos problemas que uma tal inspiração de “protesto” ainda geraria na União Soviética pós-stalinista, Chostakovich construiu um painel de extraordinária força em torno de duas ou três mazelas trágicas do seu tempo: o medo e a opressão, o conformismo e o carreirismo, o massacre quotidiano num Estado policial e a possibilidade de superação pelo humor e a intransigência.

Em linguagem quase descritiva, contrastando a severidade da orquestra com a impostação épica das vozes, “Babi Yar” tem um poder de evocação propriamente cinematográfico: raramente se ouviu música tão plástica e de poder de invenção tão sustentado, com um grau de concentração expressiva que sublima a revolta, o negrume e a angústia como poucas vezes na música pós-romântica.

O realismo e a concisão imagética dos poemas são admiravelmente esposados pelo estilo alternadamente sombrio e irruptivo da música de Chostakovich, que apesar da forma atípica, para uma sinfonia, dota a obra de continuidade estrutural e organicidade musical mesmerizantes – para não falar da invenção melódica tão sua, que associamos indelevelmente à Rússia soviética. Não obstante o grande efetivo orquestral e a tensão dos clímaxes, as texturas são parcimoniosas e o coro, declamando ou murmurando, canta quase sempre em uníssono ou em oitavas – mais um elemento dessa pungência feita de desolação e sobreexcitação nervosa.

O primeiro movimento alterna estrofes que exploram o horror e a culpa de Babi Yar com relatos de dois outros episódios, sobre Anne Frank e um menino massacrado em Bielostok. No segundo movimento, os tambores em ritmo marcado, a maior animação da música e o tom enfático das vozes falam da resistência que o “Humor” jamais deixará de oferecer à tirania. “Na loja”, o Adagio que se segue, descreve pictoricamente as filas de humilhadas donas-de-casa em uma linha sinuosa nas cordas graves, entrelaçada a outra que, no registro médio, evoca a maneira como elas se insinuam cautelosas até o balcão. “Elas nos honram e nos julgam”, diz o poema, enquanto blocos e castanholas fazem as vezes de panelas e garrafas se entrechocando. A reserva da estupefação moral explode na última estrofe: “Nada está fora do alcance da força delas”.

A subjugada linha sinuosa torna-se reta, com permanente vibração surda na percussão, ao prosseguir sem interrupção no episódio seguinte, em ameaçador ‘sostenuto’ das cordas graves sob solo da tuba: é o “Medo”, componente constante da vida soviética. Frente ao negrume até aqui prevalecente, a sinfonia conclui em uma satírica meditação sobre o que é seguir “Carreira”. Em orquestração e harmonização reminiscentes da música do tcheco Martinu (1890-1959), no emprego de flautas e oboés oscilantes em ritmo de valsa lenta, ficamos sabendo que a verdadeira carreira não é a dos que se submetem, mas a de Galileu, Shakespeare ou Pasteur, Newton ou Tolstoi: “Seguirei minha carreira de tal forma que não a esteja seguindo”, conclui o baixo, com o eco do sino que abrira pesadamente a sinfonia, agora aliviado pela sonoridade onírica da celesta.

A Orquestra Petrobras Sinfônica esteve esplêndida, tocando como gente grande em cada naipe e coletivamente, sob a batuta do jovem maestro chileno Rodolfo Fisher. O barítono americano David Pittman-Jennings, embora não tenha aquele baixo profundo que impressiona nas interpretações russas, ostentou o metal nobre, a projeção plena e a capacidade de nuançar que permitiram total imersão nessa escorchante fantasia pânica. O Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, dirigido por Julio Moretzsohn, esteve mais coeso e homogêneo que nunca, em sua formação exclusivamente masculina. Faltou apenas a reprodução/tradução dos poemas.

Shostakovich Kondrashin Yevtuschenko<— Shostakovich (esquerda), com o poeta Evgeni Ievtuchenko (direita) e o regente Kiril Kondrashin na estréia da controversa 13ª Sinfonia.

A seguir, eu, P.Q.P. Bach, copiei para vocês trechos traduzidos por Lauro Machado Coelho dos poemas utilizados na 13ª Sinfonia. Notem como o poema Babi Yar não é só aquilo que diz Clóvis Marques, mas uma clara alusão ao anti-semitismo soviético. Depois, mais comentários sobre a grande estréia da peça na URSS.

Babi Yar

Tenho medo.
Tenho hoje tantos anos
quanto o próprio povo judeu.

Parece que agora sou um judeu.
Perambulo no Egito antigo.
E eis-me na cruz, morrendo.
E ainda trago em mim a marca dos pregos.
Parece que Dreyfus sou eu.
Os filisteus são os que me denunciam e são o meu juiz.
Estou atrás das grades.
Estou cercado,
perseguido, cuspido, caluniado.
E as mocinhas, com suas rendas de Bruxelas,
rindo, me enfiam a sombrinha na cara.

(…)

Eu, chutado por uma bota, sem forças,
em vão peço piedade aos pogromistas.

(…)

Que a Internacional ressoe
quando enterrarem para sempre
o último anti-semita da terra.
Não há sangue judeu no meu sangue,
mas sou odiado com todas as forças
por todos os anti-semitas, como se judeu fosse.
E é por isso que sou um verdadeiro russo.

Humor

Czares, reis, imperadores
soberanos do mundo inteiro,
comandaram as paradas
mas ao humor não puderam controlar.

Ó euzinho aqui!
De repente me desembaraço de meu casaco,
faço um gesto com a mão e “Tchau!”.

Na loja

Dar-lhes o troco errado é uma vergonha,
enganá-las no troco é um pecado.

(…)

E, enquanto enfio no bolso as minhas massas,
olho, solene e pensativo,
cansadas de carregar seus sacos de compras,
as suas nobres mãos.
Elas nos honram e nos julgam,
nada está fora do alcance de suas forças.

Medos

Lembro do tempo em que ele era todo-poderoso,
na corte da mentira triunfante.
O medo se esgueirava por toda parte, como uma sombra,
infriltava-se em cada andar.
Agora é estranho lembrarmo-nos disso,
o medo secreto que alguém nos delate,
o medo secreto de que venham bater à nossa porta.
E depois, o medo de falar com um estrangeiro…
com um estrangeiro? até mesmo com sua mulher!
E o medo inexplicável de, depois de uma marcha,
ficar sozinho com o silêncio.

Não tínhamos medo de construir em meio à tormenta,
nem de marchar para o combate sob o bombardeio,
mas tínhamos às vezes um medo mortal,
de falar, nem que fosse com nós mesmos.

Uma Carreira

Os padres diziam que Galileu era mau e doido.
Que Galileu era doido.
Mas, como o tempo o demonstrou,
o doido era o mais sábio.
Um cientista da época de Galileu,
não era menos sábio que Galileu.
Ele sabia que a Terra girava,
mas tinha uma família
e, ao subir com sua mulher na carruagem,
achava que tinha feito sua carreira,
quando, na realidade, a tinha destruído.

Para compreender nosso planeta,
Galileu correu riscos.
É isso — eu penso — que é uma carreira.
Por isso, viva sua carreira,
quando é uma carreira como
a de Shakespeare e Pasteur,
Newton e Tolstói.
Liev?
Liev!
Por que eles foram caluniados?
Talento é talento,
digam o que disserem.
Os que insultaram estão esquecidos,
mas nós lembramos dos que foram insultados.

Com estes textos, foi difícil estrear a sinfonia. Em 1962, todos tiram o corpo fora, até o velho amigo Mravinski alega excesso de trabalho. Shostakovich volta-se para um moço talentoso — Kirill Kondrashin –, que aceita reger. O regente escala Viktor Nietchpailo para cantar na noite de estréia, deixando o jovem Vitali Gromadski “na reserva”. Sábia providência, pois Nietchpailo não suporta as pressões, acrescidas de um bate boca entre Ievtushenko e Nikita Kruschev, numa reunião entre artistas que devia dissuadi-lo a manter o texto de Babi Yar na sinfonia, e, amedrontado, cai fora. Gromadski é chamado. Muitos outros músicos “adoecem” e o coro desiste de cantar. Kondrashin e Ievtushenko dão discursos indignados e o coral retorna. Popov, o Ministro da Cultura, telefona a Kondrashin perguntando se a sinfonia pode ser apresentada sem o primeiro e quarto movimentos. Kondrashin responde que não, porque mutilaria a forma da sinfonia e todos sabem que o primeiro movimento fala sobre os anti-semitas soviéticos e de Babi Yar… “Ministro, se cortarmos, haverá reações indesejáveis…”. Ouve Popov afirmar e perguntar: “A responsabilidade é sua. Faça como achar melhor. A propósito, há algo que possa impedi-lo de reger esta noite?”. “Não, todos estamos em excelente forma…”, responde Kondrashin. Enquanto isso, as pessoas brigam pelos ingressos de um concerto que fez a Grande Sala do Conservatório vir abaixo, com os aplausos ocorrendo entre cada movimento. O CD 11 é a som desta estréia.

CD 10

SYMPHONY No.13 in B flat minor, Op.113
For Bass Solo, Bass Choir and Orchestra in B Flat Minor, Op.113, “Babi Yar”
1. Babi Yar (Adagio)
2. Yumor – Humour (Allegretto)
3. V Magazine – In the Store (Adagio)
4. Strachi – Fears (Largo)
5. Kariera – A Career (Allegretto)

Recorded: August 23, 1967
Arthur Eisen, Bass
Choirs of the Russian Republic
Alexander Yourlov, Conductor
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 56:06

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

E aqui, o registro ao vivo da primeira apresentação. Esta gravação é superior à postada acima. O baixo é o excelente e corajoso Vitali Gromadski.

CD 11

Shostakovich: The Complete Symphonies – No.13
Artist: Moscow Philharmonic Orchestra cond. Kirill Kondrashin
Length: 0:56:35
Notes: Recorded live in the Large Hall of the Moscow Conservatory on December 18, 1962 with State Academic Choir, Yurlov Russian Choir, Vitaly Gromadsky (bass).

Tracks:
01 I Babi Yar (Adagio) [15:03]
02 II Humor (Allegretto) [7:52]
03 III In the Store (Adagio) [11:06]
04 IV Fears (Largo) [10:30]
05 V A Career (Allegretto) [12:04]

BAIXE AQUI (Ao Vivo – Estréia da obra) – DOWNLOAD HERE (Live – Premiere)

Gabriel Urbain Fauré (1845-1924) – Requiem in D minor, Op. 48

FDP Bach estará fazendo uma série de postagens de obras sacras nos próximos dias. Foram vários os pedidos para obras como o Requiem de Fauré, ou a Missa Solemnis de Beethoven, entre outras obras. Consegui montar um acervo relativamente grande nesta área. ALguns poderão me acusar de não postar compositores modernos, do século XX, mas creio que meu irmão CDF está dando conta de suprir essa área. Talvez um Stravisnky entre aqui, ainda não decidi, pois como todos sabem, o nosso blog não obedece nenhuma regra imposta, postamos aquilo que nos interessa naquele momento. Portanto, nada de pressões, pois como PQP Bach sempre informa, nosso SAC é uma droga.
Então começarei com o famoso Requiem de Gabriel Fauré. O texto abaixo foi tirado da Wikipedia:

Fauré’s reasons for composing his Requiem are uncertain. One possible impetus may have been the death of Fauré’s father in 1885, and his mother’s death two years later on New Year’s Eve 1887. However, by the time of his mother’s death he had already begun the work, which he later declared was “composed for nothing … for fun, if I may be permitted to say so!”[2]
The earliest composed music included in the Requiem is the “Libera Me”, which Fauré wrote in 1877 as an independent work.
In 1887–88, Fauré composed the first version of the work, which he called “un petit Requiem”[3] with five movements (Introit and Kyrie, Sanctus, Pie Jesu, Agnus Dei and In Paradisum), but did not include the “Libera Me”. This version was first performed January 16, 1888 under the composer’s direction in La Madeleine in Paris. The treble soloist was Louis Aubert, and the occasion was the funeral of one Joseph La Soufaché, an architect.
In 1889, Fauré added the “Hostias” portion of the Offertory and in 1890 he expanded the Offertory and added the 1877 “Libera Me”. This second version, known today as the chamber orchestra version, was premièred January 21, 1893, again at the Madeleine with Fauré conducting.
In 1899–1900, the score was reworked for full orchestra. There is some question as to whether this was the work of Fauré himself or one of his students (see below). This version was premiered April 6, 1900, with Eugène Ysaÿe conducting. It was the best known version until John Rutter rediscovered Fauré’s original manuscript of the chamber orchestra version in the Bibliothèque Nationale in Paris in the early 1980s.
In 1924 the Requiem was performed at Fauré’s own funeral. It was not performed in the United States until 1931, and then only at a student concert at the Curtis Institute in Philadelphia. It did not reach England until 1936.

Uma bela obra, com uma excelente interpretação de John Elliot Gardiner e sua Orchestre Révolutionnaire et Romantique e seu magnífico Monteverdi Choir.

Gabriel Urbain Fauré (1845-1924) – Requiem in D minor, Op. 48

I. Introït et Kyrie
II. Offertoire
III. Sanctus
IV. Pie Jesu
V. Agnus Dei et Lux Aeterna
VI. Libera me
VII. In Paradisum

Catherine Bott – Soprano
Gilles Cachemaille – Barítono
Monteverdi Choir
Salisbury Cathedral Boy Choristes
Orquestre Révolutionnaire et Romantique
John Elliot Gardiner

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The Sóstenes Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para Piano (CDs de 6 a 10)

Então, vamos acabar com esse negócio de Sonatas de Beethoven. Aqui estão todas elas com Claudio Arrau (1903-1991). Não gostei do chileno nas últimas sonatas — CDs 9 e 10 desta coleção –, muitíssimo inferiores às que já postei com Maurizio Pollini. Mas não podemos pedir a Arrau que faça aquilo, né? Também ele me pareceu frouxo na Waldstein (CD 7), mas no restante ele se sai muito bem. É uma i

O excelente desNorte, em 6 de fevereiro deste ano, publicou a compreensiva notícia biográfica que transcrevemos aqui:

Nos finais de Agosto de 1973, Augusto Pinochet (1915-2006) tomou posse com chefe das Forças Armadas Chilenas tendo, nessa altura, jurado fidelidade ao presidente Salvador Allende (1908-1973). Duas semanas e meia depois, no dia 11 de Setembro de 1973, Pinochet liderou um golpe militar que depôs o governo e deu início a uma ditadura que iria durar 17 anos. Allende morreu nesse mesmo dia, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas. Algo não tão pouco habitual como isso, os Estados Unidos desempenharam um papel importante, primeiro na campanha eleitoral que, ao contrário do que pretendiam, acabaria por colocar Allende no poder, e depois no apoio aos autores do golpe militar.

Inconformado com o rumo que o seu país natal levava, o pianista Claudio Arrau viria a assumir cidadania americana em 1978. Curiosa, esta escolha, pela contribuição dos EUA na situação criada no Chile… Arrau, contudo, nunca deixaria de ser idolatrado pelos seus conterrâneos; desde a sua primeira e triunfal turné, efectuada em 1921, passando pelos recitais dos finais da década de 1930 e terminando com uma turné em 1984. Nessa altura Claudio Arrau tinha já 81 anos, e há 17 que não tocava no Chile.

A Sociedade Robert Schumann, fundada em 1979, conta com 3 membros honorários, sendo um deles Claudio Arrau. Os outros 2 são Dietrich Fischer-Dieskau (1925-) e o maestro alemão Wolfgang Sawallisch (1923-). Em homenagem a Arrau, a sociedade estabeleceu a Medalha Arrau, destinada a premiar os pianistas que mais se distinguiram na preservação da tradição pianística do chileno; até hoje os premiados foram András Schiff (1953-), Martha Argerich (1941-) e Murray Perahia (1947), aquele dos “outros”…

Disc: 6
Piano Sonata No. 16 in G
1. 1. Allegro vivace
2. 2. Adagio grazioso
3. 3. Rondo (Allegretto)

Piano Sonata No. 17, “Tempest” in D minor
4. 1. Largo – Allegro
5. 2. Adagio
6. 3. Allegretto

Piano Sonata No. 18 in E flat
7. 1. Allegro
8. 2. Scherzo (Allegretto vivace)
9. 3. Menuetto (Moderato e grazioso)
10. 4. Presto con fuoco

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Disc: 7
Piano Sonata No. 21, “Waldstein” in C
1. 1. Allegro con brio
2. Introduzione (Adagio molto) – Rondo (Allegretto moderato – Prestissimo)

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Disc: 8
Piano Sonata No. 23, “Appassionata” in F minor
1. 1. Allegro assai
2. 2. Andante con moto
3. 3. Allegro ma non troppo

Piano Sonata No. 24 in F sharp
4. 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
5. 2. Allegro vivace

Piano Sonata No. 26, “Les adieux” in E flat
6. 1. Das Lebewohl (Adagio – Allegro)
7. 2. Abwesendheit (Andante espressivo)
8. 3. Das Wiedersehn (Vivacissimamente)

Piano Sonata No. 27 in E minor
9. 1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
10. 2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Piano Sonata No. 20 in G
11. 1. Allegro ma non troppo
12. 2. Tempo di Menuetto

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Disc: 9
Piano Sonata No. 28 in A
1. 1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung (Allegretto ma non troppo)
2. 2. Lebhaft, marschmäßig (Vivace alla marcia)
3. 3. Langsam und sehnsuchtsvoll (Adagio ma non troppo, con affetto)
4. 4. Geschwind, doch nicht zu sehr und mit Entschlossen- heit (Allegro)

Piano Sonata No. 29, “Hammerklavier” in B flat
5. 1. Allegro
6. 2. Scherzo (Assai vivace – Presto – Prestissimo – Tempo I)
7. 3. Adagio sostenuto
8. 4. Largo – Allegro risoluto

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Disc: 10
Piano Sonata No. 30 in E
1. 1. Vivace ma non troppo-Adagio espressivo-Tempo I 2. Prestissimo
2. 3. Gesangvoll, mit innigster Empfindung (Andante molto cantabile ed espressivo)

Piano Sonata No. 31 in A flat
3. 1. Moderato cantabile molto espressivo
4. 2. Allegro molto
5. 3. Adagio ma non troppo
6. 4. Fuga (Allegro ma non troppo)

Piano Sonata No. 32 in C minor
7. 1. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
8. 2. Arietta (Adagio molto semplice e cantabile)

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Claudio Arrau, piano.

Luigi Nono (1924-1990) – Como una ola de fuerza y luz, for Soprano, Piano, Orchestra and Magnetic Tape (1971-72) / …sofferte onde serene… For Piano and Magnetic Tape (1976) / Contrapunto dialettico alla mente, for Magnetic Tape (1968)

O veneziano Nono foi comunista como Pollini, Berio e Abbado e é com eles — menos Berio — que gravou este disco para a DG. Era mais do que comuna, foi casado com Nuria Schönberg, filha de Arnold Schönberg, o grande revolucionário da música da primeira metade do século XX. Nuria e Nono permaneceram juntos e casados até a morte do compositor. Seu interesse pela política era tanto que passou a combinar com frequência textos políticos com música revolucionária.

Como una ola fuerza y luz (1972) é uma homenagem a Luciano Cruz, líder revolucionário chileno, assassinado em 1971, dois anos antes de Henry Kissinger planejar e realizar o golpe do fascista Augusto Pinochet. O nome Luciano é ouvido claramente durante a obra. Já …Sofferte onde serene… (1976) é belíssima e dedicada ao luto do ex-aluno Maurizio Pollini, o qual perdera dois parentes na época. Contrappunto dialettico alla mente (1968) é a mais política das três obras, incluindo palavras de Malcolm X e de panfletos contra a guerra do Vietname. Tudo em italiano.

É um disco absolutamente notável, às vezes de incrível violência orquestral, mas não é para qualquer um ou para quem esteja chegando agora sem nenhuma noção daquilo que foi o Século XX. A estupenda atuação de Pollini e Abbado nesta gravação a eleva a níveis anormais musicalidade, virtuosismo e significação.

Luigi Nono – Como una ola de fuerza y luz, for Soprano, Piano, Orchestra and Magnetic Tape (1971-72) / …sofferte onde serene… For Piano and Magnetic Tape (1976) / Contrapunto dialettico alla mente, for Magnetic Tape (1968)

Como Una Ola De Fuerza Y Luz for soprano, piano, orchestra and tape
1. Beginning
2. I. Interno Dolce
3. II. Duro Deciso
4. Piano Entry
5. III. Dolcissimo Sereno
6. Orch Entry
7. Orch And Pno Entry
Slavka Taskova – soprano.
Maurizio Pollini – piano.
Bavarian Radio Symphony Orchestra.
Conductor – Claudio Abbado.

8. …Sofferte Onde Serene… for piano and magnetic tape
Maurizio Pollini – piano

9. Contrappunto Dialettico Alla Mente for magnetic tape
I. Diletto delitto moderno
II. Mascherata di vecchietti
III. Intermedio di venditore di soffio
IV. Lo zio Sam racconta una novella
Liliana Poli – soprano.
Cadigia Bove, Marisa Mazzoni, Elena Vicini, Umberto Troni – voices.
RAI Chamber Choir, Rome.
Director – Nino Antonellini.

Production and artistic supervision: Rainer Brock (1-8).
Artistic supervision: Luigi Nono (9).
Ballance engineers: Klaus Hiemann (1-7), Marino Zuccheri (9).
Sound engineer: Marino Zuccheri (8).
Sound direction: Luigi Nono (8)

CD: Deutsche Grammophon, Germany, 1988 (423 248-2).
1-7 originally released on LP by DG in 1974 (2530 436).
8 originally released on LP by DG in 1979 (DGG 2531 004).
9 originally released on LP by DG in 1970 (2561 044).

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Johann Christian Bach (1735-1782), Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795), Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784) – Sinfonias

Nhé, não é um grande CD, longe disso, mas, pô, é da família! Vale pela sinfonia de mano mais velho W.F., que era mesmo muito bom e nos garante algum prazer neste CD. Como sabemos, o mano J.C. tem o mérito de ter inventado o estilo de Mozart, é o perfeito Mozart-sem-talento e sua música chega a ser agradável se não prestarmos muita atenção a ela. O J.C.F. não merecia a atenção que papai lhe deu. Era tão sem inspiração quanto eu. A Accademia Bizantina é apenas OK e leva as obras até seus finais sem grandes surpresas. Se você baixar este CD, a família agradece. Sem entusiasmo. Ah, já que o iPod já foi quase todo postado, vou copiar para ele o Réquiem de Verdi para depois postar, OK? Mas ainda falta um Villa-Lobos, um Nono e uma coisinha de jazz.

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°1 in A-dur
1. Allegro
2. Rondò Grazioso

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°2 in D-dur
3. Andante
4. Minueto

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°3 in C-dur
5. Allegro
6. Rondò Grazioso

J.C.F.Bach – Symphonie in d-moll
7. Allegro
8. Andante Amoroso
9. Allegro Assai

W.F.Bach – Symphonie in F-dur
10. Vivace
11. Adagio
12. Allegro
13. Andante
14. Allegro
15. Minueto 1
16. Minueto 2

Accademia Bizantina
Carlo Chiarappa


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Witold Lutoslawski (1913 – 1994): Concerto for Cello / Livre pour orchestre

Quando por muito tempo um nome de importância não surge, é inevitável perguntar se a arte dá sinais de seu fim. Claro que tal pensamento apocalíptico não soa bem na boca de um crítico pançudo, cuja carreira sempre se baseou no fatalismo das coisas. Quantos críticos em diferentes épocas esbravejaram este fim, mesmo diante de nomes como Stravinsky, Picasso ou Joyce? Mas quando, por algum tempo, nenhum nome vem à cabeça, alguém que balance as estruturas e que mostre uma nova direção, o ar se enche mesmo é de pessimismo.

Talvez o nome de Lutoslawski não esteja entre os grandes transformadores, pois o compositor polonês teve sempre sua música muito próxima, inicialmente, a Szymanowski e Bartok, e depois, à música mais avançada dos anos 50 e 60. Enfim, a originalidade não foi seu grande trunfo. Mas será que isso é motivo de pessimismo? Ser original é mesmo importante? Conhecendo bem a obra de Lutoslawski, acredito realmente que ele foi sim um grande mestre, pois ao contrário de alguns criadores revolucionários, sua música não é artificial, ela é absolutamente sincera mesmo em estruturas complexas como o atonalismo ou aleatoriedade.

O concerto para violoncelo dedicada a Rostropovich é daquelas obras nascidas para ficar. É tão dramaticamente estruturada como se fosse um concerto de Brahms. Lembro de Brahms, pois o compositor foi de certa maneira chamado de conservador (não por Schoenberg). Brahms não trouxe uma linguagem revolucionária, mas quem ousaria diminuir o valor de sua música por isso? Penso o mesmo do compositor polonês. Esta obra escrita no fim dos anos 1960 está ao lado de qualquer concerto já escrito para este instrumento. É mesmo uma obra-prima.

Outra fantástica obra neste disco é Livre pour orchestre que também, como o concerto, permite que os músicos usem a imaginação em certos momentos bem limitados, ou seja, aqui vemos uma forte presença de John Cage rondando sua obra. Mas a sonoridade de Lutoslawski é tão inconfundível quanto a de Brahms.

Novelettes para orquestra, escrita no fim dos anos 1970, é vista por alguns como um retrocesso. Lutoslawski tinha certos momentos de crise. Ficava em dúvida no caminho que deveria seguir. Essa obra fica justamente numa dessas fases de transição. Apesar de ser uma obra menor e menos avançada que as duas obras anteriores, ela tem momentos encantadores.

Chain 3 para orquestra foi escrita após esta crise. O resultado é absolutamente fantástico. Para o meu pobre conhecimento de música contemporânea, uma das últimas grandes obras escritas. Talvez os pessimistas possam ver finalmente o fim da jornada da música ocidental. Mas Chain 3 foi escrita em 1986. Bem, não faz tanto tempo assim.

1. Livre pour orchestre
2. Concerto for Cello and Orchestra
3. Novelette: Announcement
4. Novelette: First Event
5. Novelette: Second Event
6. Novelette: Third Event
7. Novelette: Conclusion
8. Chain No. 3

Performed by Katowice Polish Radio Orchestra & Chorus
cello: Andrzej Bauer
Conducted by Antoni Wit


BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

La salud de hierro de la música antigua y barroca

Bernard Coutaz, fundador de Harmonia Mundi, cumple 50 años al frente de un sello centrado en la producción de novedades. No edita recopilaciones ni salda sus fondos.

Hace medio siglo, cuando el microsurco aún estaba en pañales, Bernard Coutaz (Saint Auban sur Ouveze, 1922), que entonces ejercía el periodismo, decidió dar un vuelco a su vida. Abandonó su puesto en la redacción del diario La Croix -“no soportaba la autoridad de los redactores jefes”- y fundó en París una empresa, a la que puso el nombre de Harmonia Mundi, con la intención de abrirse un hueco en el mercado del disco. Para soltar amarras, reclutó a mil melómanos dispuestos a comprar unas pocas acciones -tres como máximo, a cien francos antiguos por acción- de la nueva sociedad, que abrió su catálogo con un disco, a priori nada comercial, Cantos de la liturgia eslava. Así nació, en 1958, Harmonia Mundi, que es hoy el primer productor francés en el sector del disco clásico y uno de los más importantes sellos independientes del mundo.

“A pesar de las predicciones catastrofistas, yo creo sinceramente en el futuro del disco clásico”

Acostumbrado a hacer realidad sus sueños, Coutaz, a sus 85 años, acude cada mañana, muy temprano, a la casa de labor del siglo XVII, cerca de Arlès, donde están instaladas las oficinas y el gran almacén de la compañía, entre arrozales bañados por el sol y los colores únicos de la Camarga. Allí, rodeado de paz y silencio, lleva las riendas de la empresa junto a su mujer, Eva Coutaz, responsable artística de un sello que mantiene como motor espiritual la música antigua y barroca, sin desdeñar el repertorio romántico y contemporáneo. Este año celebran su 50º aniversario y lo hacen plantando cara a la crisis de la industria produciendo alrededor de 60 novedades anuales en Francia y en sus cinco filiales en Alemania, Benelux, España, Reino Unido y Estados Unidos.

Frente a los agoreros que dan al disco por enterrado, Coutaz responde con una salud económica y artística de hierro, aunque lamenta la progresiva desaparición de las tiendas, tendencia a la que planta cara a través de sus propias tiendas propias -ya tienen 44 en Francia y tres en España (Girona, Madrid y Santander)-. “Las multinacionales llevan años llorando por la crisis de la industria y muchos vaticinan el inminente final del CD pero, a pesar de las predicciones catastrofistas, yo creo en el futuro del disco clásico”, dice Coutaz con una convicción basada en su propia experiencia. “Las ventas han bajado por la desaparición de las tiendas y por la avaricia de las multinacionales que sólo buscan beneficios rápidos, pero nosotros, que reinvertimos todas las ganancias en la producción de nuevas grabaciones, hemos crecido en ventas este año”.

Para combatir la crisis de la industria, Coutaz recomienda paciencia. “Hay mucha gente que parece empeñada en enterrar el disco sin que esté muerto. Quienes en 1995 aseguraban que las descargas digitales acabarían en diez años con el disco compacto, se equivocaron por completo, puesto que en estos momentos las descargas no representan más que el 5% de las ventas. Claro que hay futuro para el disco, porque no hay crisis en la música”.

Su idea es que hay muchas músicas por descubrir y grabar, muchos intérpretes con carisma dispuestos a ofrecer nuevas lecturas de los clásicos. Y como muestra de lo que dice cita un ejemplo: “Cuando uno de nuestros artistas, el pianista Alexandre Tharaud, nos propuso grabar piezas de Couperin en un piano Steinway, le apoyamos plenamente y el resultado, que al principio podía sorprender en un sello que precisamente ha labrado su prestigio en la interpretación con instrumentos de época, fue un éxito de ventas. Hay que tener amplitud de miras. Y paciencia a la hora de obtener un razonable margen de beneficios”.

Su sello discográfico no edita recopilatorios, tampoco saldan su fondo de catálogo, ni buscan la rentabilidad inmediata. Además es el sello clásico que más grabaciones nuevas lanza al mercado actualmente. “En la música clásica cada nueva grabación tiene por delante una larga vida comercial si posee un nivel de excelencia técnica y artística. No fabricamos discos para venderlos en una semana, sino para que duren. Nuestro primer disco, publicado hace medio siglo, sigue en catálogo y lleva vendidas más de 200.000 copias. Lo mismo pasa con las grabaciones de uno de los artistas que más me ha impresionado, el desaparecido contratenor Alfred Deller. Y cuando tenemos un éxito inmediato, como el Don Giovanni mozartiano dirigido por René Jacobs, que vendió 50.000 copias en pocas semanas, lo celebramos, pero sin perder de vista que el secreto de nuestra supervivencia es reinyectar las ganancias en nuevos proyectos sin bajar la calidad artística y editorial de nuestras producciones. La riqueza de un sello es producir más discos, no licenciar las grabaciones de su fondo de catálogo para que se vendan a un euro en las grandes superficies comerciales. Nosotros no la hacemos, ni tampoco lanzamos recopilatorios que lo único que hacen es saturar el mercado”.

Para un hombre con la experiencia y la paciencia de Coutaz, la previsible desaparición del disco compacto a causa de los nuevos hábitos en el consumo de música auspiciados por las nuevas tecnologías no se cierne como una amenaza. “Editar discos es un oficio tan bello y artesanal como editar un buen libro. Cuidar la calidad del papel, escoger las ilustraciones, diseñar la portada…, el objeto que contiene la música grabada debe ser cuanto más bello mejor. Abaratar costes, mermar la calidad para buscar más ganancias, supone traicionar la confianza del público que espera lo mejor de nosotros. Por eso no temo la desaparición del cedé. Vivimos bajo demasiadas presiones, pero el disfrute de la música exige buscar tiempo para sentarse y, tranquilamente, gozar una buena interpretación, y mientras tengamos oídos, ojos y manos, tendremos ganas de mirar y tocar el disco, de tenerlo en casa”.

Pese a los años transcurridos le sigue gustando su oficio. Por eso lamenta la desaparición de puntos de ventas, “cada vez hay menos tiendas de música en las grandes ciudades, y el público tiene menos oportunidades de ver los discos, poderlos escuchar o hablar con el vendedor. Cuando vimos que en Francia desaparecerían los comercios discográficos, abrimos nuestra propia cadena de tiendas, que cada vez tienen más éxito y representan ya el 26% de nuestra cifra de negocios. También funcionan bien los puntos de venta en librerías -muchos melómanos son también ávidos lectores-, los propios auditorios y festivales. Hay muchas personas que se han emocionado en un concierto y al salir quieren comprar alguna grabación de los artistas que ha escuchado”.

Artistas consagrados que permanecen fieles al sello desde que comenzaron su carrera, como René Jacobs y Philippe Herreweghe, conviven en su catálogo con nuevos valores, como los pianistas Alexandre Tharaud, Paul Lewis y el español Javier Perianes, el violonchelista Jean-Guihen Queyras, la violinista Isabelle Faust, el Cuarteto Jerusalem o el barcelonés Cuarteto Casals. La fidelidad es un valor muy preciado en Harmonia Mundi, que ha visto crecer a artistas pero también ha sufrido la marcha de músicos tras haber impulsado sus carreras, como es el caso del director William Christie o el contratenor Andreas Scholl, aunque este último ha vuelto a casa tras una mala experiencia… “Mentiría si le dijera que no lamenté su marcha. Miles de melómanos descubrieron las óperas de Lully con las históricas producciones que hicimos con Christie, pero el tiempo me ha demostrado que, cuando una multinacional no satisface los deseos de un artista, quiere volver con nosotros. Andreas Scholl se fue por dinero pero ya ve, ahora ha vuelto porque aquí puede grabar el repertorio que le interesa. Muchos artistas de primera fila, como el barítono Matthias Goerne, el Cuarteto de Tokio o el pianofortista Andreas Staier, han venido a nuestra casa tras comprobar el poco interés que despertaban sus proyectos en otros sellos que les prometieron el oro y el moro”. –

Retirado daqui.

.:interlúdio:. Charlie Mingus – East Coasting

O mês de agosto de 1957 deu ao mundo os melhores frutos de todos os tempos. Dentre estes, há East Coasting, um disco mais tranqüilo e comportado de Charlie Mingus, identificado — e com razão — como um gênio visceral e de vanguarda. Aqui, Mingus nos contraria, mas cria um disco de extraordinária qualidade com um sexteto que, bem, que sexteto!

Clarence Shaw (trumpet)
Jimmy Knepper (trombone)
Curtis Porter (alto sax, tenor sax)
Bill Evans (piano)
Charles Mingus (bass)
Dannie Richmond (drums)

Ao lado dos habituais Knepper e Richmond, temos Clarence Shaw, Curtis Porter e um pianista que não necessito apresentar. O melhor deste CD é o maravilhoso standard Memories Of You, a turbulenta West Coast Ghost e a comovente Celia. Para mim, um admirador do Mingus revolucionário, foi uma grata surpresa conhecer algumas de suas composições mais tranqüilas, mas, como sempre, de altíssimo nível. Nada de agressividade rítmica, mensagens políticas ou antiracistas neste belo East Coasting. Enjoy!

Charlie Mingus – East Coasting
1. Memories Of You
2. East Coasting
3. West Coast Ghost
4. Celia
5. Conversation
6. Fifty-First Street Blues
7. East Coasting (Alternate Take 3)
8. Memories Of You (Alternate Take 3)

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Arvo Pärt (1935-) – Tabula Rasa, Colagem sobre Bach e Sinfonia Nº3

Arto Pärt é um estoniano — talvez seja o único vivente nascido na Estônia que eu tenha ouvido falar — que compõe uma obra muito ligada ao passado. Não gosto muito de suas composições, algumas hipnoticamente repetitivas, outras sem movimento algum, feitas só de harmonias. Questão de gosto. Pärt, assim como Reich, devem muito de sua fama a Manfred Eicher, dono da gravadora ECM, que começou a divulgá-los nos anos 70 e 80. Pärt naturalizou-se austríaco e hoje vive em Berlim.

Temos aqui a obra mais famosa de Pärt, Tabula Rasa, que já foi pedida e repedida por nossos visitantes-ouvintes. É bonita e interessante. Desta forma, neste sonolento sábado de manhã, reabrimos nosso SAC, o qual já está fechado para que vocês não se acostumem…

Arvo PART: Tabula Rasa / Symphony No. 3

Tabula Rasa
1. Ludus 00:09:50
2. Silentium 00:14:42

Collage uber Bach
3. Toccata 00:02:47
4. Sarabande 00:03:08
5. Ricercare 00:01:44

Symphony No. 3
6. First Movement 00:06:29
7. Second Movement 00:06:10
8. Third Movement 00:07:43

Lesley Hatfield, violin
Rebecca Hirsch, violin
Ulster Orchestra
Takuo Yuasa, Conductor

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J.S. Bach (1685-1750) – Oratório da Páscoa e Magnificat

Como no próximo domingo teremos a Páscoa, vamos a uma postagem alusiva ao coelhinho. Neste CD, acompanhando o Oratório, temos o Magnificat. Creio que já postamos ambas as obras, mas resolvi postar esta versão no Oratório basicamente por causa da esplêndida transparência da orquestra de Koopman na Sinfonia inicial e, principalmente, na ária “Sanfte soll mein Todeskummer”, uma das minhas mais radicais preferências no repertório bachiano.

O Magnificat de árias curtas e certeiras não preciso comentar, certo? E quem pensa que eu farei o trocadilho com magnífico se fudeu porque eu não vou fazer!

J.S. Bach – Oratório da Páscoa e Magnificat

1. Easter Oratorio BWV 249: Sinfonia
2. Easter Oratorio BWV 249: Adagio
3. Easter Oratorio BWV 249: Chorus: ‘Kommt, eilet und laufet’
4. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘O kalter Manner Sinn!’
5. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Seele, deine Spezereien’
6. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Hier ist die Gruft’
7. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Sanfte soll mein Todeskummer’
8. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Indessen seufzen wir’
9. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Saget, saget mir geschwinde’
10. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Wir sind erfreut’
11. Easter Oratorio BWV 249: Chorus: ‘Preis und Dank’
12. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Magnificat anima mea Dominum’
13. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Et exsultavit spiritus meus in Deo’
14. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Quia respexit humilitatem’
15. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Omnes generationes’
16. Magnificat BWV 243: Aria: Quia fecit mihi magna qui potens est’
17. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Et misericordia’
18. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Fecit potentiam in brachio suo’
19. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Deposuit potentes de sede’
20. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Esurientes implevit bonis’
21. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Suscepit Israel puerum suum’
22. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Sicut locutus est ad patres nostros’
23. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Gloria Patri, gloria Filio’

Lisa Larsson
Elisabeth von Magnus
Klaus Mertens
Gerd Türk
Bogna Bartosz

Amsterdam Baroque Orchestra and Choir
Ton Koopman

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The Sóstenes Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para Piano (CDs de 1 a 5)

Três recados para o Sóstenes: (1) muito obrigado!; (2) está cada vez mais complicado pegar as coisas no Megaupload, tive até que voltar ao Windows Explorer para que o Mega não contaminasse meu Firefox; (3) o CD 7 das sonatas de Beethoven está incompleto, tem somente duas faixas quando deveria ter sete.

Bem, aqui, nestes cinco CDs, temos a metade das sonatas para piano de Ludwig van. Depois posto o resto. Não sou um grande conhecedor das sonatas iniciais, mas gostei bastante das versões de Claudio Arrau. Fiquei apenas decepcionado com alguns maneirismos utilizados na Sonata Nº 13. Porém a qualidade de todo o restante — algumas horas! — fez com que eu passasse os últimos três dias ouvindo esses CDs sem parar e sem o menor incômodo.

Uma coisa admirável é a evolução que Beethoven, nascido 14 anos após Mozart, apresenta em relação a este. Pensava que as sonatas iniciais eram gentis e despreocupadas como a maior parte da obra pianística de Mozart. Estava enganado, são mundos inteiramente à parte.

Beethoven – Sonatas para piano

Disc: 1
Sonata 01 in F Op.2,1
1. 1. Allegro
2. 2. Adagio
3. 3. Menuetto (Allegretto)
4. 4. Prestissimo

Sonata 02 in F Op.2,2
5. 1. Allegro vivace
6. 2. Largo appassionato
7. 3. Scherzo (Allegretto)
8. 4. Rondo (Grazioso)

Sonata 05 in C Op.10
9. 1. Allegro molto e con brio
10. 2. Adagio molto
11. 3. Finale (Prestissimo)

Sonata 19 in G Op.49.1
12. 1. Andante
13. 2. Rondo (Allegro)

BAIXE AQUI O CD1 – DOWNLOAD CD1 HERE

Disc: 2
Sonata 03 in C Op.2,3
1. 1. Allegro con brio
2. 2. Adagio
3. 3. Scherzo (Allegro)
4. 4. Allegro assai

Sonata 04 in Eb Op.7
5. 1. Allegro molto e con brio
6. 2. Largo, con gran espressione
7. 3. Allegro
8. 4. Rondo (Poco allegretto e grazioso)

BAIXE AQUI O CD2 – DOWNLOAD CD2 HERE

Disc: 3
Sonata 06 in F Op.10
1. 1. Allegro
2. 2. Allegretto
3. 3. Presto

Sonata 07 in D Op.10
4. 1. Presto
5. 2. Largo e mesto
6. 3. Menuetto (Allegro)
7. 4. Rondo (Allegro)

Sonata 08 in C Op.13 “Pathetique”
8. 1. Grave – Allegro di molto e con brio
9. 2. Adagio cantabile
10. 3. Rondo (Allegro)

Sonata 09 in E Op.14,1
11. 1. Allegro
12. 2. Allegretto
13. 3. Rondo (Allegro comodo)

BAIXE AQUI O CD3 – DOWNLOAD CD3 HERE

Disc: 4
Sonata 10 in G Op.14,2
1. 1. Allegro
2. 2. Andante
3. 3. Scherzo (Allegro assai)

Sonata 11 in Bb Op.22
4. 1. Allegro con brio
5. 2. Adagio con molto espressione
6. 3. Menuetto
7. 4. Rondo (Allegretto)

Sonata 12 in Ab Op.26
8. 1. Andante con variazioni
9. 2. Scherzo (Allegro molto)
10. 3. Marcia funebre sulla morte d’un Eroe
11. 4. Allegro

Sonata 25 in G Op.79
12. 1. Presto alla tedesca
13. 2. Andante
14. 3. Vivace

BAIXE AQUI O CD4 – DOWNLOAD CD4 HERE

Disc: 5
Sonata 13 in Eb Op.27,1
1. 1. Andante – Allegro – Tempo I
2. 2. Allegro molto e vivace
3. 3. Adagio con espressione
4. 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto

Sonata 14 in C# Op.27,2 – ‘Moonlight’
5. 1. Adagio sostenuto
6. 2. Allegretto
7. 3. Presto

Sonata 15 in D Op.28 ‘Pastorale’
8. 1. Allegro
9. 2. Andante
10. 3. Scherzo (Allegro assai)
11. 4. Rondo (Allegro ma non troppo)

Sonata 22 in F Op.54
12. 1. In Tempo d’un Menuetto
13. 2. Allegretto

Claudio Arrau,
piano.

BAIXE AQUI O CD5 – DOWNLOAD CD5 HERE