Witold Lutoslawski (1913 – 1994): String Quartet (Kronos)

Gosto tanto da música de Lutoslawski que chego a dizer que ele é meu compositor favorito; claro, ao lado de Messiaen. Tenho praticamente sua obra completa na cabeceira da minha cama. Destaco esse pequeno disco (23 minutos) com uma de suas obras mais importantes: o Quarteto de Cordas (1964). Obra que submete os músicos a certas liberdades de tempo, improvisações controladas, e quase total independência entre os instrumentos. Mas não se enganem Lutoslawski é extremamente preciso em suas composições. Um senhor metódico e disciplinado escrevendo música de natureza rebelde.

Outro destaque é o Kronos Quartet, músicos que estavam possuídos nesta gravação.

Faixas:

1. String Quartet: Introductory Movement
2. String Quartet: Main Movement

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CDF

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Em primeiro lugar, dirijo-me aos neófitos: trata-se de música do século XX, o que pressupõe que o ouvinte conhece e gosta de música atonal, de dissonâncias, de ambientes tensos, e não procura linha melódica… Os devotos exclusivos de Mozart ou Haydn, em termos de quartetos de cordas, correm o risco de se assustarem… Por outro lado, os aventureiros correm o risco de se apaixonarem por este disco magnífico, magistral, com obras de grande intensidade e de interesse constante, que revela música profunda e soberba, no topo da sua arte, com o extraordinário Quarteto LaSalle, cuja discografia é infelizmente muito pequena.

Aqui temos um belíssimo quarteto de cordas de Lutoslawski de 1964, em dois movimentos; um de Penderecki de 1960, muito curto (menos de 7 minutos), num único movimento, muito denso, muito vivo, espetacular; um Prelúdio para quarteto de cordas de Toshiro Mayuzumi de 1961 (11 minutos), em um único movimento, e finalmente um quarteto de John Cage, de 1950, em 4 movimentos. São 4 obras, compostas ao longo de cerca de quinze anos, que dão um excelente panorama do que havia de bom naquela época, em vários estilos, com o Quarteto de Cage se destacando mais pela tendência de tocar sem vibrato e de fazer os instrumentos soarem como violas. É sem dúvida o menos denso, o menos tenso e, portanto, talvez o menos cativante, tendo Cage horror a efeitos dramáticos. O disco, no entanto, não contém fraquezas e tem o mérito de nos fazer mergulhar num estado de espírito refinado e numa atenção muito atenta com o som, o silêncio e os timbres das cordas. Quanto à interpretação, os Lasalle são de uma perfeição indescritível, pois sabem dar às pontuações toda a sua densidade, dando sentido aos mínimos detalhes. Estão claramente em osmose com a música, como estiveram com a de Ligeti, Webern ou Berg, que encontramos em outras gravações… Além disso, e para esse tipo de música isso não é um detalhe, a qualidade do som, embora com cerca de quarenta anos, são exemplares, com notável equilíbrio, especialmente nos quartetos de Lutoslawski, Penderecki e Mayuzumi (dezembro de 1967).

Lutosławski / Penderecki / Mayuzumi / Cage: Quartetos de Cordas (LaSalle Quartet)

Witold Lutosławski*– String Quartet (1964)
– 1. Introductory Movement 8:29
– 2. Main Movement 15:08

Krzysztof Penderecki– Quartetto Per Archi (1960) 6:56

Toshirō Mayuzumi*– Prelude For String Quartet (1961) 11:03

John Cage– String Quartet In Four Parts (1950)
– 1. Quietly Flowing Along 4:16
– 2. Slowly Rocking 4:55
– 3. Nearly Stationary 10:36
– 4. Quodlibet 1:33

LaSalle Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A persistência da memória (1931), de Salvador Dali.

PQP

Lutosławski (1913-1994): Cello Concerto, Symphony No. 4 / Szymanowski (1882-1937): Overture, Op. 12

Música polonesa gravada na Polônia. Uma boa introdução à obra mais madura de Lutoslawski, mais atonal e menos folclórica do que o Concerto para Orquestra (1954) ou a 1ª Sinfonia (1947). Ao contrário de discos mais focados em um tipo de obras – por exemplo, só com sinfonias ou só com concertos – aqui temos um tipo de programa típico de uma apresentação ao vivo.

O concerto para violoncelo de Lutosławski, estreado por Mstislav Rostropovitch em Londres (1970), tem sido considerado uma das obras-primas para violoncelo e orquestra. Muita gente buscou encontrar nessa obra subtextos socio-políticos: suspeitou-se que o polonês pretendia mostar o papel delicado do indivíduo em diálogo com o poder estatal repressivo, a partir da orquestração muitas vezes brutal e em contrastes tensos e assimétricos com o solista. Porém, mais de uma vez o compositor se posicionou contra essa interpretação: “Se eu quisesse escrever um drama sobre o conflito entre indivíduo e coletividade, eu teria feito isso em uma obra com palavras.”

Gautier Capuçon

Vou me arriscar a interpretar essas palavras de Lutosławski, correndo o risco de falar besteira: é como se ele dissesse que a música instrumental tem como vocação tratar de coisas mais pra além, aspectos da nossa vida para os quais as palavras não dão conta. Mesmo assim, essa interpretação política do concerto não é de se jogar fora: apenas não se deve achar que o sucinto par “indivíduo x sociedade” ou “artista x Estado” chega perto de descrever as emoções e novidades que vão aparecendo ao longo dos vinte e poucos minutos dessa obra. O jovem solista francês Gautier Capuçon – 34 anos na época da gravação – dá conta de todas as dificuldades que haviam sido colocadas antes para o veterano Rostropovich. Em comum com o russo, o interesse por música contemporânea: nos últimos anos, Capuçon estreou obras de Danny Elfman e Thierry Escaich, além de ter no seu repertório H. Dutilleux e D. Shostakovich.

Também para a sua 4ª e última Sinfonia, estreada em 1993 em Los Angeles, Lutosławski não quis atribuir um apelido ou um programa. Aspas para ele novamente: “toda tentativa de definir o conteúdo expressivo da música com palavras, ou seja, com meios extra-musicais, se expõe a erros de interpretação e não tem valor objetivo intrínseco.”

Já a a Abertura de Szymanowski, esboçada em 1904 e estreada só em 1919 em Viena, é representativa das primeiras composições sinfônicas desse que é o principal compositor polonês da dita Belle Époque. Para os meus ouvidos, é música bem mais previsível e banal do que a de Lutosławski.

Karol Szymanowski:
1. Concert Overture, Op. 12 (13:15)

Witold Lutosławski:
2. Cello Concerto (24:27)
3. Symphony No. 4 (21:48)

Polish National Radio Symphony Orchestra, Alexander Liebreich
Cello – Gautier Capuçon
Recorded: Katowice, Poland, 2016

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (mediafire) ou BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (mega)

Witold Lutosławski tomando vinho tinto, ou seria suco de uva?

Pleyel

Ligeti / Lutosławski / Schnittke: Quartetos de Cordas / Cânon em Memória de Igor Stravinsky (Hagen Quartett) — 28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

Ligeti / Lutosławski / Schnittke: Quartetos de Cordas / Cânon em Memória de Igor Stravinsky (Hagen Quartett) — 28/04/2023 — 100 anos de Ligeti!

Mais Ligeti aqui.

Certa vez, vi o Quarteto Hagen tocando Bartók no Southbank Center de Londres. Foi um dos melhores concertos a que fui na vida. O Hagen foi fundado em 1981 por quatro irmãos, Lukas, Angelika (primeiramente substituída por Annette Bik, que foi substituída por Rainer Schmidt em 1987), Veronika e Clemens, em Salzburgo. Os membros do quarteto são professores e mentores no Salzburg Mozarteum e na Hochschule für Musik Basel. Aqui, eles estão no seu chão e dão um chocolate. O Quarteto de Cordas Nº 1 de Ligeti, intitulado Métamorphoses nocturnes, foi composto em 1953–54. É, portanto, representativo do que Ligeti costumava chamar de “o Ligeti pré-histórico”, referindo-se às obras que escreveu antes de deixar a Hungria em 1956. Este quarteto foi fortemente inspirado pelo terceiro e quarto quartetos de Bartók, tanto que recebeu a alcunha “o sétimo quarteto de cordas de Bartók” pelo compositor húngaro György Kurtág. Ligeti só pode estrear este quarteto fora de sua Hungria natal, a performance dele foi proibida. Mas mesmo assim, ele guarda muito do Ligeti posterior. O bom humor e as surpresas estão por todo lado. 

Ligeti / Lutosławski / Schnittke: Quartetos de Cordas / Cânon em Memória de Igor Stravinsky (Hagen Quartett)

1 György Ligeti– Streichquartett Nr. 1 = String Quartet No. 1 = Quatuor À Cordes N° 1 = Quartetto Per Archi N. 1 (Métamorphoses Nocturnes)
– – 20:08
– Allegro Grazioso
– Vivace, Capriccioso
– A Tempo
– Adagio, Mesto
– Presto
– […] Molto Sostenuto – Andante Tranquillo
– Più Mosso
– Tempo Di Valse, Moderato, Con Eleganza, Un Poco Capriccioso
– Subito Prestissimo
– Subito: Molto Sostenuto
– Allegretto, Un Poco Giovale
– Allarg. Poco Più Mosso
– Subito Allegro Con Moto, String. Poco A Poco Sin Al Prestissimo
– Prestissimo
– Allegro Comodo, Giovale
– Sostenuto, Accelerando
– Lento

Witold Lutosławski*– Streichquartett = String Quartet = Quatuor À Cordes = Quartetto Per Archi
2 I. Introductory Movement 9:04
3 II. Main Movement 16:36

Alfred Schnittke– Kanon In Memoriam I. Strawinsky Für Streichquartett = For String Quartet = Pour Quatuor À Cordes = Per Quartetto D’archi
4 Lento 8:02

Hagen Quartett

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ligeti coçando a cabeça e tomando café. Precisa explicar?

PQP

Witold Lutoslawski / Matyas Seiber / Howard Blake: Concertos para Clarinete (King)

Witold Lutoslawski / Matyas Seiber / Howard Blake: Concertos para Clarinete (King)

Um disco alegre e muito bem interpretado por Thea King e orquestra. O som alegre do clarinete presta-se não apenas a Poulenc… Gostei demais das peças de Lutoslawski e de Seiber! Nos anos imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial, os músicos e cineastas da Polônia floresceram repentinamente. Foi um notável ressurgimento, mas o regime comunista exigia uma música que fosse ‘acessível’ e folclórica. Witold Lutoslawski cumpria os requisitos sem comprometer muito seus princípios. Os Prelúdios de Dança são um produto desse período difícil e continuam sendo uma de suas obras mais populares. Mátyás Seiber foi um compositor que buscou refúgio na Grã-Bretanha durante tirania nazista. Seiber, aluno de Kodály em Budapeste, trouxe consigo sua herança húngara e o amor pelo jazz, bem como o conhecimento da música de seus contemporâneos mais ilustres, Bartók e Hindemith. Todas essas influências eventualmente se destilaram em um estilo pessoal cujo desenvolvimento foi cruelmente interrompido em 24 de setembro de 1960 por um acidente de carro fatal no Parque Nacional Kruger durante uma visita à África do Sul. Howard Blake nasceu em Londres em 1938. Aos dezoito anos ganhou uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music em Londres, onde estudou piano com Harold Craxton e composição com Howard Ferguson. Então, durante os dez anos seguintes, ele provou ser um músico versátil, trabalhando em Londres como pianista, regente e orquestrador, mas especialmente como compositor. Em 1971 ele deixou Londres para viver em Sussex, onde começou a forjar um estilo pessoal de composição – rítmico, contrapontístico e, acima de tudo, melódico.

Witold Lutoslawski / Matyas Seiber / Howard Blake: Concertos para Clarinete (King)

Witold Lutoslawski Dance Preludes (Preludia Taneczne)
A1 – Allegro Molto 1:56
A2 – Andantino 2:26
A3 – Allegro Giocoso 1:11
A4 – Andante 1:32
A5 – Allegro Molto 1:32

Matyás Seiber* Concertino For Clarinet And String Orchestra
A6 – Toccata (Allegro) 2:38
A7 – Variazioni Semplici (Andante) 3:39
A8 – Scherzo (Allegro) 2:45
A9 – Recitativo (Introduzione) (Rubato) 2:55
A10 – Finale (Allegro) 3:14

Howard Blake Clarinet Concerto
B1 – Invocation: Recitativo – Moderato, Molto Deciso 7:51
B2 – Ceremony: Recitativo – Lento Serioso 7:12
B3 – Round Dance: Vivace 6:28

Clarinet – Thea King
Composed By – Howard Blake (faixas: B1 to B3), Matyás Seiber (faixas: A6 to A10), Witold Lutoslawski (faixas: A1 to A5)
Conductor – Andrew Litton (faixas: A1 to A10), Howard Blake (faixas: B1 to B3)
Leader – José-Luis Garcia
Orchestra – English Chamber Orchestra

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Lutoslawski prestando muita atenção. Arrã…

PQP

Witold Lutosławski (1913-1994): The Symphonies

Witold Lutosławski (1913-1994): The Symphonies

Texto retirado daqui.

SINCERIDADE MÁXIMA DA EXPRESSÃO: A MÚSICA DE WITOLD LUTOSLAWSKI

Witold Lutoslawski (1913-94) nasceu em Varsóvia, onde passou a vida criando uma obra que o coloca entre os maiores compositores do século XX. Uma vida marcada por grandes sucessos, mas também por experiências traumáticas. Alguns meses depois do início da 1ª Guerra Mundial (1914), ele e sua família viveram alguns anos em Moscou — onde seu pai foi assassinado em 1918.

Formado em piano e em composição pelo Conservatório de Varsóvia, Lutoslawski estreou como compositor com Variações Sinfônicas, apresentadas em Cracóvia em 1939, às vésperas da 2ª Guerra Mundial. Nos anos da ocupação alemã, ganhou a vida tocando piano nos cafés de Varsóvia e, em 1941, começou a trabalhar com sua primeira obra de grande formato, a Sinfonia nº 1. Depois da guerra, tomou parte na organização da Associação dos Compositores Poloneses e no Festival Outono de Varsóvia, dedicado à música contemporânea.

Depois da estreia da Sinfonia nº 3, em Chicago, em 1983, um crítico escreveu que a obra só poderia ter sido escrita na Polônia, aludindo à situação política do país naquele momento. Lutoslawski, contudo, dizia que nunca havia sido sua intenção representar o mundo exterior, uma vez que ele não precisa ser representado pela arte para que possamos presenciá-lo. A música é “o domínio do mundo ideal, o mundo que emerge da nossa imaginação, dos nossos desejos, da nossa concepção do ideal”. Para ele, a missão do artista era uma atuação nesse “mundo ideal” e sua “expressão” em obras, para assim torná-lo acessível aos outros.

Lutoslawski nunca cedeu às pressões enfrentadas pelos artistas do seu país nos tempos stalinistas. Um exemplo basta: em 1949, depois da estreia da sua Sinfonia nº 1 — tachada pela crítica oficial como “formalista” —, o então ministro da cultura Wlodzimierz Sokorski declarou que um compositor como ele deveria ser atropelado por um bonde.

Não são somente às pressões externas, afinal, que o artista precisa resistir em nome da liberdade criativa. É preciso também recusar a repetição das próprias ideias, em busca de novas formas de expressão: “Eu me cuido muito para que nenhum dos meus pensamentos me domine e para que nenhum deles me possa tirar a liberdade de ir ao encontro de tudo o que a imaginação me possa trazer no futuro”.

Nem as primeiras obras, desde Variações Sinfônicas até Sinfonia nº 1 (1941-47), inspiradas nos clássicos do século XX, nem as da fase seguinte, em que explorava os motivos da música folclórica (Canções Populares Para Piano, 1945; Concerto Para Orquestra, 1950-54), satisfaziam o compositor na busca de uma nova linguagem sonora. Nos anos 1960, Lutoslawski surpreendeu a todos com um novo estilo (Jeux Vénitiens, Sinfonia nº 2, Prelúdios e Fugas), próximo ao da vanguarda ocidental do pós- -guerra: forma aberta, linguagem amelódica e modos não convencionais de articulação do som.

Inspirado pelo aleatorismo de John Cage, ele inventou uma técnica de “aleatorismo controlado”. Mas Lutoslawski manteve distanciamento crítico diante da “ideologia do vanguardismo”. Mesmo os meios extremos do novo estilo presentes nas suas obras não são apenas manifestação de rompimento com a tradição, mas servem para expressar conteúdos e aspirações que a música persegue há séculos.

Nas obras das últimas três décadas da vida do compositor, perde força a presença dos meios radicais do estilo da vanguarda, que entram em simbiose com os elementos da tradição, como linhas melódicas mais acentuadas, segmentação clássica da forma, ou uma emocionalidade “romântica”. Mas Lutoslawski evitava sempre o sistema tonal, dispensável para quem chegou a criar seu próprio sistema de seleção dos intervalos melódicos e harmônicos.

Concluída em 1983, a Sinfonia nº 3 — uma composição monumental e exuberante escrita ao longo de cerca de dez anos — é considerada o auge de sua obra sinfônica e um marco na música da segunda metade do século XX. Nos últimos anos de vida, porém, Lutoslawski não deu continuidade a esse tipo de expressão, procurando uma nova coloração instrumental. Sua linguagem tornou-se mais camerística e ainda menos vanguardista do que nas obras anteriores. Chain 1, 2, 3 (1983-86), Concerto Para Piano (1987-88) e Sinfonia nº 4 (1988- 92) são obras-primas dessa fase. Lutoslawski dá continuidade também às suas composições vocais, com o ciclo de canções Chantefleurs et Chantefables (sobre poemas de Robert Desnos) para soprano e orquestra, em que se manifesta sua afinidade com a poesia francesa e o gosto de escrever obras para crianças, a que se dedicara muito nos anos do pós-guerra.

O trabalho de composição, para Lutoslawski, vinha sempre acompanhado de reflexão crítica e teórica, registrada em inúmeras anotações, principalmente no que ele chamava de Caderno de Pensamentos, mas também em entrevistas, palestras e artigos. São comentários à margem da obra que podem ajudar a compreender melhor seus princípios, sua trajetória e suas metas, e que também articulam uma singular filosofia de relacionamento do artista com o seu destinatário. O Caderno de Pensamentos foi traduzido para o inglês e publicado na coletânea Lutoslawski on Music (Scarecrow Press, 2007), organizada pelo musicólogo Zbigniew Skowron. Em anotação de 24 de março de 1972, o compositor afirma:

“Não quero captar nada, quero encontrar. Encontrar os que no fundo da alma sentem como eu. Como realizá-lo? Só por uma máxima sinceridade de expressão artística em todos os níveis, desde um detalhe técnico até as profundezas mais misteriosas, mais íntimas. Sei que essa atitude elimina de antemão um grande número de potenciais ouvintes das minhas composições. Em compensação, os que ficam são um tesouro inestimável”. Ao falar da sua linhagem artística, Lutoslawski apontava Debussy, Bartók, Ravel e Stravinsky — todos eles artistas que sabiam conciliar uma extensa gama emocional e sensorial com uma ordem sonora precisa em todos os seus detalhes. Embora a vida inteira fizesse experiências com o dodecafonismo, a ideia da ordem serial de Arnold Schoenberg e Anton Webern não o atraía muito, resistindo ao cálculo intelectual sistemático. A diversidade das formas e técnicas revelada ao longo de uma trajetória artística de mais de 60 anos não nos impede de vislumbrar traços de unidade numa obra original e inconfundível. A crítica aponta, entre eles, a virtuosidade e a precisão dos detalhes, o colorido brilhante e a sensualidade do som, a energia do movimento e a sutileza de suas partículas, a moderação da expressão emocional junto a gestos de comoção lírica, a expansividade e a intimidade.

São contrastes que moldam o mundo de sons de Lutosawski e que geram, em grande medida, a força e a dramaticidade de suas obras.

HENRYK SIEWIERSKI é doutor em Ciência da Literatura pela Universidade Jaguelloniana de Cracóvia e professor titular do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília.

Witold Lutosławski (1913-1994): The Symphonies

1. Fanfare for Los Angeles Philharmonic 0:55

2. Symphony No. 1: I. Allegro giusto 5:10
3. Symphony No. 1: II. Poco adagio 9:26
4. Symphony No. 1:  III. Allegretto misterioso 4:21
5. Symphony No. 1: IV. Allegro vivace 5:31

6. Symphony No. 2: I. Hésitant 13:40
7. Symphony No. 2: II. Direct 14:11

8. Symphony No. 3 31:26

9. Symphony No. 4 21:01

Dawn Upshaw, na Sinfonia N° 2
Peter Crowley, na Sinfonia N° 2
Los Angeles Philharmonic
Esa-Pekka Salonen

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

LINK ALTERNATIVO

Há que ouvir mais Lutosławski, gente!
Há que ouvir mais Lutosławski, gente!

P.S. de Pleyel ao repostar:

O século XX teve alguns compositores com uma ou duas grandes sinfonias e outras esquecidas: penso em Honegger, Chávez e Prokofiev, que têm em comum o ciclo desigual de sinfonias.
Não é o caso de Lutoslawski. Com a 1ª mais ligada à música folclórica (próxima do Concerto para Orquestra e sua influência de Bartók) e com a 2ª, a 3ª e a 4ª mais atonais e inovadoras, o nível é sempre lá em cima. A 2ª tem uma forma binária: introdução, com a indicação “Hesitante” e o “prato principal”, com a indicação “Direto”. A 3ª e a 4ª são em um movimento único mas seguem um pouco esse esquema geral de primeiro as apresentações um pouco tímidas e depois os finalmentes.

PQP (2014) / Pleyel (2022)

Frank Bridge (1879-1941): The Sea-Suite For Orchestra / Benjamin Britten (1913-1976): Violin Concerto, op. 15 / Witold Lutoslawski (1913-1994): Concerto for Orchestra (Tortelier)

Frank Bridge (1879-1941): The Sea-Suite For Orchestra / Benjamin Britten (1913-1976): Violin Concerto, op. 15 / Witold Lutoslawski (1913-1994): Concerto for Orchestra (Tortelier)

Atentem para a data da postagem original. É de 2011.

O maestro Yan Pascal Tortelier tem um currículo respeitável. Não havia escutado nada ainda sob a sua condução. Sou sabedor de que, após os problemas com John Neschling, em 2009, Tortelier foi contratado para ser o regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). Tortelier é francês de nascimento. Mas já teve a oportunidade de conduzir importantes orquestras como a de Londres, São Francisco, Montréal, Paris e São Petersburgo. Vale ressaltar que o seu principal protagonismo foi à frente da orquestra da BBC de Londres. Seu trabalho na BBC lhe rendeu uma láurea (inclusive, as peças regidas neste post estão a cargo da sinfônica inglesa). A primeira impressão foi positiva. As três peças (broadcastings) que surgem nesta postagem, deixaram-me feliz. Conhecia somente o concerto para violino de Britten, compositor que se sempre provoca admiração e surpresa quando o escuto. A suíte de Bridge também provocou uma impressão de contentamento. Fato importante é que Frank Bridge foi professor de Britten, o maior compositor inglês de todos os tempos (em minha humilde opinião). Lutoslawski, por sua vez, com sua linguagem áspera, continua a ser um desafio. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Frank Bridge (1879-1941) – The Sea-Suite For Orchestra
01. 1. Seascape (Allegro ben moderato)
02. 2. Sea-foam (Allegro vivo)
03. 3. Moonlight (Adagio ma non troppo)
04. 4. Storm (Allegro energico)

Benjamin Britten (1913-1976) – Violin concerto, op. 15
05. I. Moderato Con Moto-
06. II. Vivace-Cadenza-
07. III. Passacaglia Andante Lento (Un Poco Meno Mosso)

Dabiel Hope, violin

Witold Lutoslawski (1913-1994) – Concerto for Orchestra
08. I. Intrada: Allegro maestoso
09. II. Capriccio notturno e arioso: Vivace
10. III. Passacaglia, toccata e corale: Andante con moto

Você pode comprar na Amazon AQUI, AQUI e AQUI

BBC Symphony Orchestra
Yan Pascal Tortelier, regente
Daniel Hope, violino

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Britten e Bridge: Lutoslawski chegou atrasado para a foto no Complexo Wimbledon-PQP Bach

Carlinus

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014 – CDs 1-5 de 13

O maestro Marriss Jansons tem uma ampla discografia, sobretudo à frente de duas orquestras renomadas: a do Concertgebouw de Amsterdam e a da Rádio Bávara de Munique. Ambas as orquestras têm, já há alguns anos, seus próprios selos que lançam seus CDs (uma tendência neste século XXI), e por motivos comerciais privilegiaram pesos-pesados do repertório sinfônico sob a regência de Jansons: Sinfonias de Brahms e de Mahler, Balés de Stravinsky, etc.

Nessa coleção de gravações de rádio da Orquestra do Concertgebouw, Brahms, Mahler e Stravinsky também aparecem, mas o que mais me interessa aqui é a presença de outros nomes que mostram a diversidade da música orquestral do século XX: o polonês Lutoslawski, o tcheco Martinů, os franceses Messiaen, Poulenc e Varèse, o russo Prokofiev… Poderíamos desejar também música brasileira, mexicana, um pouco mais dos poloneses… enfim, não se pode ter tudo.

A coleção, aos meus ouvidos, começa muito bem, com uma envolvente interpretação da Sinfonia Fantástica em que se nota a concentração absoluta de toda a orquestra nos pizzicati, tremolos, valsa com harpas, marcha com tutti de metais e outras formas expressivas do genial orquestrador que foi Berlioz. Depois o nível cai em uma La Valse de Ravel quase no piloto automático, com bem menos espírito dançante do que as gravações de Haitink/Concertgebouw ou Munch/Boston. Mas o nível melhora muito com uma interpretação de tirar o fôlego do Concerto para Orquestra de Lutoslawski. Estreado em Varsóvia em 1954 e logo alcançando notoriedade dos dois lados da Cortina de Ferro, esse Concerto encerrou em grande estilo a primeira fase de Lutoslawski como compositor. Nessa fase, ele se inspirava bastante em melodias folclóricas polonesas. Após obras mais curtas, de câmara ou para voz e orquestra, ele resolveu fazer esse Concerto de maior fôlego, antes de se aventurar por caminhos mais vanguardistas. Obviamente está presente o tempo todo a inspiração de Bartók, aliás este último aparece também nessa caixa de Jansons com seu Concerto para Orquestra, de 1943, em uma interpretação sem defeitos, mas menos espetacular que este Bartók aqui e este aqui.

E então chegamos às grandes Sinfonias, com destaque para uma 6ª de Tchaikovsky e uma 7ª de Mahler com a sonoridade marcante do Concertgebouw e a energia das apresentações ao vivo. Há também Strauss, Hindemith, uma obra juvenil e romântica de Webern… um programa com um pouco para cada gosto, como é de bom tom para a temporada anual de uma grande orquestra.

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014

CD 1:
Hector BERLIOZ
Symphonie fantastique, Op. 14 (1830)

Maurice RAVEL
La Valse (1919/20)

Baixe aqui – Download here – CD1

CD 2:
Witold LUTOSŁAWSKI
Concerto for Orchestra (1954)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY
Symphony No. 6, Op. 74 ‘Pathétique’ (1893)

Baixe aqui – Download here – CD2

CD 3:
Béla BARTÓK
Concerto for Orchestra (1943)

Gustav MAHLER
Symphony No. 7 in E minor (1st and 2nd movements) (1905)

Baixe aqui – Download here – CD3

CD 4:
Gustav MAHLER
(Cont.) Symphony No. 7 in E minor (3rd, 4th & 5th movements)

Paul HINDEMITH
Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber (1943)

Peter-Jan WAGEMANS
Moloch (2000)

Baixe aqui – Download here – CD4

CD 5:
Richard STRAUSS
Till Eulenspiegels lustige Streiche, Op. 28 (1895)

Anton WEBERN
Im Sommerwind (1904)

Johannes BRAHMS
Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 (1876)

Baixe aqui – Download here – CD5

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Mariss Jansons

Concertgebouw Amsterdam significa Sala de Concertos de Amsterdam. Os holandeses são bem práticos com nomes…

Pleyel

Stokowski rege Lutoslawski e Shostakovich

Stokowski rege Lutoslawski e Shostakovich

Encontrei, por acaso, ontem uma gravação que me deixou de queixo caído: não fazia ideia de que Stokowski houvesse gravado Lutosławski. Verdade que é o primeiro Lutosławski, ligado claramente à música de Bartók (de fato, mesmo depois, ele continuaria umbilicalmente ligado, mas de formas mais sinuosas, complexas, ambíguas; aqui, não, tudo é direto e cristalino, ainda que esteja longe, muito longe, de ser a obra que Bartók não escreveu), mas seja o compositor teoricamente visto como conservador (e tenho muitas ressalvas a essa percepção), seja o vanguardista de pouco depois, Lutosławski é grande, fantástico em sua capacidade de manejar a massa sonora, na compactação e na fluência de suas peças, na sua capacidade de construir climas. Pessoalmente, gosto mais desta 1ª Sinfonia do que de qualquer peça puramente orquestral de Bartók (salvo, talvez, pelo início do Mandarim Miraculoso). E nas mãos de Stokowski (numa gravação ao vivo, de 1959), a peça soa fresca, intensa, como nunca havia visto (ouvido) antes. A princípio, o primeiro impacto é a velocidade e a angulosidade da regência, mas não menos impressionante é a coesão que ela imprime, o frescor que tira aquele bolor de obra escolar que estava impregnado em nossa  (tanto Antoni Wit quanto o próprio Lutosławski acabam fazendo isso em suas gravações e, do que me recordo, não conheço outras interpretações), e que ele consegue mesmo quando é menos acelerado que Wit no último movimento. Por essas e outras, minha reverência por Stokowski só cresce.

Da 5ª Sinfonia do Shostakovich não tenho muito o que dizer. Não a escutei com atenção e não é, em absoluto, uma das minhas sinfonias favoritas (seria tão melhor por ouvir o Stokowski regendo uma das quatro primeiras ou a décima!).

Ótima diversão!

Witold Lutoslawski

Sinfonia nº1 (1947), para orquestra
01 I. Allegro giusto
02 II. Poco adagio
03 III. Allegro misterioso
04 IV. Allegro vivace

Dmitri Shostakovich

Sinfonia nº5 in Ré menor, Op. 47, para orquestra
05 I. Moderato
06 II. Allegretto
07 III. Largo
08 IV. Allegro non troppo

Orquestra Filarmônica Nacional de Varsóvia
(faixas 1-4)
Orquestra Filarmônica Tcheca de Praga (5-8)
Leopold Stokowski, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Stokowski era muito orgulhoso de seu perfil. Basta conferir no Google Images a vaidade do bofe.

itadakimasu

Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival – 2007 #BTHVN250

De acordo com a Wikipedia, Lugano é uma cidade com 65 mil habitantes, localizada no Sul da Suíça, um local paradisíaco, ao lado de um lago absolutamente magnífico.

Foi ali que Martha Argerich organizou por muitos anos um Festival de Música, revelando muitos músicos talentosos, e outros já famosos aproveitaram para desfilarem ainda mais seu talento.

A série começa com o genial Trio para Piano ‘Ghost’ de Beethoven, belamente interpretado por Martha, o Capuçon violinista, Renaud, e Mischa Maisky, que dispensa apresentações. Músicos deste nível tocando juntos, em um lugar como este, com certeza seria o passeio dos sonhos de muita gente.

CD 1:

Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Piano Trio in D major “Ghost”, Op. 70,1

Ferruccio Busoni (1866-1924) / Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791):
Fantasie für eine Orgelwalze, arrangement for 2 pianos in F minor (after Mozart, K. 608)

Robert Schumann (1810-1856):
Andante and Variations for 2 pianos in B flat major, Op. 46
Kinderszenen, Op. 15

Martha Argerich – piano
Lilya Zilberstein – piano
Gabriela Montero – piano
Renaud Capuçon – violin
Mischa Maisky – cello

CD 2:

Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Piano Quartet No. 2 in D major, WoO 36,2

Maurice Ravel (1875-1937):
Ma mère l’oye, suite for piano 4 hands

Mikhail Glinka (1804-1857):
Grand Sextet for piano, two violins, viola, cello and double-bass

Olivier Messiaen (1908-1992):
Theme and Variations, for violin & piano

Maurice Ravel (1875-1937):
Daphnis et Chloé, suite No. 2 (transcr. 2 pianos Lucien Garban)

Martha Argerich – piano
Alexander Mogilevsky – piano
Karin Lechner – piano
Francesco Piemontesi – piano
Sergio Tiempo – piano
Lucia Hall – violin
Alissa Margulis – violin
Lida Chen – viola
Nora Romanoff-Schwarzberg – viola
Mark Drobinsky – cello
Enrico Fagone – double bass

CD 3:

Béla Bartók (1881-1945):
Violin Sonata No.1 Sz75

Ernő von Dohnányi (1877-1960):
Piano Quintet No.1 in C minor, op.1

Witold Lutosławski (1913-1994):
Variations on a Theme by Paganini for 2 pianos

Martha Argerich – piano
Nicholas Angelich – piano
Mauricio Vallina – piano
Renaud Capuçon – violin
Dora Schwarzerg – violin
Lucia Hall – violin
Nora Romanoff-Schwarzberg – viola
Jorge Bosso – cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

 

Witold Lutoslawski (1913-1994): Sinfonias 1 e 2, Concerto for Orchestra, Jeux Venitiens, Livre pour Orchestre, Mi-Parti, etc

Na série de postagens com as grandes sinfonias do Século XX, trago hoje uma postagem original de CDF Bach em 2010. Não tenho notícias sobre o paradeiro deste irmão de PQP e FDP, quem souber dele, favor nos avisar nos comentários. O Lutoslawski da 1ª Sinfonia, do Concerto para Orquestra e da Música Fúnebre deve muito à linguagem de Bartók. Cito o que escreveu Itadakimasu em outra postagem dos primórdios deste site, quando muitos de nós tínhamos internet discada:
Verdade que é o primeiro Lutosławski, ligado claramente à música de Bartók (de fato, mesmo depois, ele continuaria umbilicalmente ligado, mas de formas mais sinuosas, complexas, ambíguas; aqui, não, tudo é direto e cristalino, ainda que esteja longe, muito longe, de ser a obra que Bartók não escreveu), mas seja o compositor teoricamente visto como conservador (e tenho muitas ressalvas a essa percepção), seja o vanguardista de pouco depois, Lutosławski é grande, fantástico em sua capacidade de manejar a massa sonora, na compactação e na fluência de suas peças, na sua capacidade de construir climas. Pessoalmente, gosto mais desta 1ª Sinfonia do que de qualquer peça puramente orquestral de Bartók (salvo, talvez, pelo início do Mandarim Miraculoso).

O Lutoslawski  da 2ª Sinfonia e do Livre pour Orchestre escreve de modo mais complexo, menos ligado à música folclórica, mas sempre buscando criar uma conexão íntima com o ouvinte, ainda que isso não vá acontecer com 100% das pessoas. Sem problemas: nem toda mensagem jogada em uma garrafa vai ser lida, nem todo poço furado encontra água. Como escreveu Lutoslawski, seu objetivo ao compor era “encontrar pessoas que no fundo de suas almas sintam o mesmo que eu sinto… Essas são as pessoas mais próximas de mim, ainda que eu não as conheça pessoalmente. Considero a atividade criativa como um tipo de pescaria de almas, e a melhor cura para a solidão, esta forma tão humana de sofrimento.” Fiquem com a postagem original de CDF Bach, que foi uma dessa almas pescadas.

Não há nada mais complexo e difícil que ouvir. Quando paramos de falar (um grande passo, aliás), não necessariamente paramos para ouvir. A mente continua sua tagarelice até entrar em uníssono com o interlocutor. Para os mais incontidos, frases rápidas são exclamadas para ressaltar as idéias do outro (que na verdade são também do ouvinte). No fim, tudo continua como começou. O prazer que sentimos na concordância desfaz qualquer possibilidade de aprendermos algo diferente.

A música, no entanto, nos faz aprender um bocado sobre essas deficiências. Ouvindo a música de Haydn, por exemplo, consigo ver minhas limitações, principalmente quando o mestre me prega aquelas surpresas: tudo levando a um caminho e, pronto! Dou de cara com um caminho inusitado e nunca imaginado por mim. No futebol, a experiência foi a mesma. Lembro de ter sido um jogador razoável na minha infância, mas ficava puto da vida com os dribles que um fedelho me dava. Ouvir, assim como viver, é confrontar nossas fraquezas. E quem está disposto a isso com frequência?

Outro compositor que mostra muito como é limitada minha imaginação é o polonês Witold Lutoslawski. Sua linguagem não é fácil, mas tem uma unidade e coerência que ajuda o ouvinte a seguir adiante. No fim tenho a sensação de que ganhei muito com meu silêncio.

Witold Lutoslawski (1913 – 1994): Concerto for Orchestra
/ Jeux Venitiens / Livre pour Orchestre / Mi-Parti

CD 1
1. Symphonic Variations
2. Symphony No. 1 – I:- Allegro guisto
3. Symphony No. 1 – II: Poco adagio
4. Symphony No. 1 – III: Allegro misterioso
5. Symphony No. 1 – IV: Allegro vivace
6. Musique funèbre.mp3
7. Symphony No. 2 – I: Hésitant
8. Symphony No. 2 – II: Direct

CD 2
1. Concerto for Orchestra: I. Intrada (Allegro Maestoso)
2. Concerto for Orchestra: II. Capriccio, Notturno E Arioso (Vivace)
3. Concerto for Orchestra: III. Passacaglia, Toccata E Corale (Andante Con Moto – Allegro Giusto)
4. Jeux Vénitiens
5. Livre Pour Orchestre
6. Mi-parti

CD 3
1. Preludia i fuga 1 Preludes Nos 1-7
2. Preludia i fuga 2 Fugue
3. Trois Poèmes d’Henri Michaux I: Pensées
4. Trois Poèmes d’Henri Michaux II: Le grand combat
5. Trois Poèmes d’Henri Michaux III: Repos dans le malheur
6. Paroles tissées
7. Trzy postludia No. 1

Performed By Polish Radio NSO
Witold Lutoslawski

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – FLAC

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – MP3

dsdsd
Lutoslawski: imaginativo e original

CDF / Pleyel

Brahms / Lutoslawski / Prokofiev / Rachmaninov / Tchaikovsky: Music for Two Pianos

Brahms / Lutoslawski / Prokofiev / Rachmaninov / Tchaikovsky: Music for Two Pianos

Muitas maneiras de dizer Martha

Por Juan Forn no Página 12 (traduzido e complementado por Milton Ribeiro)

O Japão costuma idolatrar os virtuosos do piano, porém se um pianista ou músico cancela um concerto no último momento, as consequências são implacáveis. Certa vez, o famoso Arturo Benedetti Michelangeli recusou-se a tocar por algum motivo. Em resposta, confiscaram seu piano pessoal e o mundo musical nipônico declarou-o persona non grata pelo resto da vida. Martha Argerich, hoje com 75 anos, décadas atrás também suspendeu um concerto em Tóquio, o último de sua primeira turnê do Japão, que estava sendo apoteótica. O imperador estaria presente, mas Martha brigara com seu namorado da época, o regente Charles Dutoit, e pegou um avião para o Alaska sem avisar ninguém. Jamais seria perdoada, só que… No ano seguinte, voltou ao Japão pagando sua passagem e deu 14 concertos sem receber nada. O mesmo organizador que tinha sido lesado por ela recebeu a renda de todos os 14 concertos, só que… Ela fez com que um pianista angolano — um dos muitos jovens que Martha auxiliou — sentasse a seu lado para virar as páginas da partitura. O angolano usava uma túnica sem mangas e a exposição da pele masculina no Japão é considerada quase tão obscena como o cancelamento de um concerto, mas ninguém disse nada porque Martha Argerich é algo sobre-humano para os japoneses.

Martha Argerich já tocou com lombalgia, com infecção dentária, em cadeira de rodas, de minissaia (pois perderam sua mala no aeroporto), com grama no cabelo (fizeram-na tocar numa floresta), mas só os concertos que ela suspendeu ficaram famosos. Declara que o que a sufoca desde os oito anos de idade são algumas das características da vida no mundo da música clássica: “Eu não quero ser uma máquina de tocar piano. Vivo sozinha, toco sozinha, ensaio sozinha, como sozinha, durmo sozinha. É muito pouco para mim”. Daniel Barenboim, que a adora, disse: “Martha fez todo o possível para destruir sua carreira, mas não conseguiu”. O primeiro concerto foi cancelado aos dezessete anos, “só para saber como eu me sentiria.” Aos vinte anos, com uma carreira brilhante pela frente, ela passou três anos sem se aproximar de um piano, assistindo TV em um pequeno apartamento em Nova York. Quando o dinheiro acabava, trabalhava como secretária. Afinal, para algo devia servir ter os dedos tão rápidos. A poucas quadras dali, vivia Vladimir Horowitz. Ela tinha a intenção de ir falar com ele para dizer: “Ajude-me a voltar a tocar piano”. Nunca se atreveu a uma visita. Melhor, pois Horowitz estava há dez anos sem tocar em público, submetia-se a sessões regulares de eletrochoque e só aceitava gravar discos em sua própria casa. Mas Argerich, como sabemos, voltou a tocar. Após sua consagração no Concurso Chopin em Varsóvia, em 1965, ela foi ao estúdio de Abbey Road gravar um álbum, porque todos os seus amigos estavam em Londres. Deixaram-na sozinha com um piano no estúdio. Ela pediu uma jarra de café, olhou hesitante para o teclado e executou três vezes o repertório que tinha escolhido. Abandonou a jarra de café vazia e nem ouviu o que tinha gravado. E passou a morar em uma espécie de pensão musical chamada Clube de Londres.

Quem morava lá? Barenboim, Jacqueline Du Pré, Nelson Freire, Fou-Tsong, Kovacevic, todos com apenas um único telefone na entrada do prédio cheio de vazamentos, pianos, sofás comidos pelas traças e cinzeiros. Todos em total liberdade e camaradagem. Havia gente que estava na casa para tocar algum instrumento e os que estavam lá para ouvir e conviver. Para quase todos, aquela comunidade era uma espécie de interlúdio feliz, mas ela entendeu que queria viver assim para sempre. Alugou um orfanato do século XIX, em Genebra — cuja porta não tem chave — povoou-a de pianos, gatos e sofás e recebeu todos os jovens pianistas em crise que a procuraram. Ela os adotava até a recuperação. O(a) adotado(a) tocava piano, participava de jogos de adivinhação, dançava e cozinhava para as filhas de Martha quando ela saía em turnê. Ela tem três filhas de três homens diferentes, apesar de a vida em comunidade lhe dar um ar respeitoso de mulher casada.

Há um belo documentário filmado por sua filha mais nova. É a história íntima da mãe e das filhas. Em uma cena, todas estão sentadas na grama pintando as unhas dos pés. As filhas decidem pintar cada dedo da mãe de uma cor diferente. A agitada Annie, segunda filha (do citado Dutoit), diz que sua lembrança mais viva da infância é a de ficar deitada debaixo do piano, olhando os pés descalços de sua mãe até dormir. “Isto é minha mãe, mais do que seus cabelos, cigarros e gestos: onde já se viram pés tão grandes e tão femininos ao mesmo tempo?”. Stephanie, a mais jovem — diretora do documentário e filha do referido Stephen Bishop Kovacevich –, conta sobre a primeira vez que acompanhou sua mãe num concerto e sobre sua imensa provação: “Tudo era muito solene, muito dramático, eu não gostei, me senti estranha”. Ouviu todo o concerto angustiada nos bastidores até que sua mãe voltou: “Eu estava exausta e ela dez anos mais jovem.” Lyda, a mais velha e a única que já é mãe — é também violoncelista profissional –, fala de quando a mãe foi operada de um feio melanoma em 1999. Depois de três horas e meia na sala de cirurgia, ela estava feliz e radiante em contraste com o esgotamento dos cirurgiões. Eles se recusaram a fazer uma cirurgia convencional para abrir a caixa torácica de Martha, pois “uma pianista precisa de todos os músculos do seu corpo para tocar”.

Até hoje Martha Argerich avisa seus companheiros de palco para não lhe beijarem a mão ou tocarem seu cabelo. Ela não gosta. Já não vive em Genebra, mas em Bruxelas, numa casa também está cheia de pessoas, gatos e pianos. Como Tchékhov, que construiu uma casa para sua família e amigos e um quarto afastado para escrever, ela tem um pequeno apartamento em Paris onde apenas cabem um piano, uma cama, uma televisão e uma imagem de Liszt presa com fita adesiva na parede. Seu próximo projeto é uma pensão para artistas aposentados, como a que fundou Verdi em Milão para cantores que ficaram sem voz. De todas as suas formidáveis frases — “Quando os pianos não me querem, não os toco de jeito nenhum”, “Eu acho que eu nunca me senti exatamente mulher, só consigo me ver como a menina de cinco anos e o menino de quatorze que me habitam”, “Chopin é ciumento, exclusivo, faz com que você toque mal qualquer outro compositor”, “Como me saí hoje? Como um cavalo selvagem ou como um carrossel de cavalinhos?” — a minha favorita é “Sou um pouco infantil. Se fosse inteiramente infantil não diria”.

.oOo.

Milton Ribeiro escreve:

(1) Há uns dez anos, fui pedir um autógrafo a Martha Argerich após um concerto. Como já tenho certa experiência, não levei um CD, mas um disco de vinil para que a assinatura saísse maior. A foto da capa era bonita pacas. Ela pegou o disco com a mão direita e tapou a boca com a esquerda, fazendo cara de admiração. Olhou para mim e disse:

— Como eu era bonita! Agora sou tão feia, tão horrível, uma bruxa velha.

Comecei a responder que não era nada disso e ela fez um gesto mandando eu me calar:

— Não minta, por favor.

(2) Em janeiro deste ano, vi Martha Argerich tocar o Concerto Nº 3 de Prokofiev no Southbank Center, em Londres, com a Orquestra Filarmônica de São Petersburgo sob a regência de seu velho amigo Yuri Temirkanov. Foi um arraso. Não é somente uma das músicas que mais amo como é uma espécie de “Concerto de Martha”. Ninguém toca aquilo como ela, com aquela miraculosa exatidão e sensibilidade. Após a introdução, quando ela começou a tocar… Olha, não lembro de outra oportunidade em que eu chorei num concerto. Não houve escândalo, ninguém viu, mas aconteceu.

.oOo.

Brahms / Lutoslawski / Prokofiev / Rachmaninov / Tchaikovsky: Music for Two Pianos

Piotr Tchaikovsky (1840-1893) · The Nutcracker – Suite
1. I. Ouverture miniature:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu)
2. Marche:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
3. Danse de la Fée Dragée:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
4. Danse russe Trepak:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
5. Danse Arabe:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
6. Danse Chinoise:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
7. Danse Mirlitons:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu), II. Danses caractérisque
8. III. Danse des Fleurs:- The Nutcracker, Suite from the Ballet (transcribed for two pianos by Nicolas Economu)

Sergei Rachmaninov (1873-1943) · Suite No.2 for two pianos
9. I. Introduction (Alla marcia):- Suite No. 2 in C Op. 17
10. II. Valse (Presto):- Suite No. 2 in C Op. 17
11. III. Romance (Andantino):- Suite No. 2 in C Op. 17
12. IV. Tarentelle (Presto):- Suite No. 2 in C Op. 17

Sergei Rachmaninov (1873-1943) · Six Morceaux for piano four hands
13. No. 1, Barcarolle (G minor):- 6 Morceaux Op. 11
14. No. 2, Scherzo (D major):- 6 Morceaux Op. 11
15. No. 3, Thème russe (B minor):- 6 Morceaux Op. 11
16. No. 4, Valse (A major):- 6 Morceaux Op. 11
17. No. 5, Romance (C minor):- 6 Morceaux Op. 11
18. No. 6, Slava (C major):- 6 Morceaux Op. 11

Disc: 2
Johannes Brahms (1833-1897) · Sonata in F minor for two pianos, Op. 34b
1. Allegro non troppo:- Sonata in F minor for 2 pianos Op.34b
2. Andante, un poco adagio:- Sonata in F minor for 2 pianos Op.34b
3. Scherzo (Allegro):- Sonata in F minor for 2 pianos Op.34b
4. Finale (Poco sostenuto – Allegro non troppo – Presto non troppo):- Sonata in F minor for 2 pianos Op.34b

Johannes Brahms (1833-1897) · St Antoni Variations
5. Theme – ‘St Anthony Choral’. Andante:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
6. Variation I. Andante con moto:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
7. Variation II. Vivace:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
8. Variation III. Con moto:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
9. Variation IV. Andante:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
10. Variation V. Poco presto:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
11. Variation VI. Vivace:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
12. Variation VII. Grazioso:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
13. Variation VIII. Poco presto:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b
14. Finale. Andante:- Variations on a theme by Haydn for 2 Pianos Op.56b

Sergei Prokofiev (1891-1953) . Symphony No.1 in D Major, Op.25 “Classical” (for two pianos):
15 I. Allegro 4:11
16 II. Larghetto 3:55
17 III. Gavotte. Non troppo Allegro 1:31
18 Finale. Molto vivace 4:20

Witold Lutosławski (1913-1994)
19 Variations on a Theme by Paganini for two pianos 5:34

Martha Argerich
Mirabela Dina
Gabriela Montero
Lilya Zilberstein
Polina Leschenko
Yefim Bronfman
Giorgia Tomasi

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Não há como não amar Martha Argerich
Não há como não amar Martha Argerich

PQP

Schnittke (1934-1998) / Lutoslawski (1913-1994) & Ligeti (1923-2006): Obras para Orquestra de Câmara

Schnittke (1934-1998) / Lutoslawski (1913-1994) & Ligeti (1923-2006): Obras para Orquestra de Câmara

schnittke ligeti Lutoslawski

Mais um grande disco de música da segunda metade do século XX. Aqui, Schnittke está acompanhado de Lutoslawski e Ligeti, mas permanece como a estrela deste CD da Deutsche Grammophon que faz parte da coleção Classikon, destinada aos clássicos modernos. E, com efeito, são gravações que já tinham aparecido em discos anteriores da DG. Apesar do disco abrir e fechar com Lutoslawski, penso que ele sirva de parênteses para as criações de Ligeti e Schnittke, a meu ver superiores. Vale muito a audição!

Schnittke (1934-1998) / Lutoslawski (1913-1994) & Ligeti (1923-2006): Obras para Orquestra de Câmara

Witold Lutoslawski (1913-1994)
Chain 3 (1986)
for Orchestra

1 1. Presto (4’42)
2 2. Presto (13) (4’59)
3 3. (38) (2’12)

BBC Symphony Orchestra
Dir.: Witold Lutoslawski

Alfred Schnittke (1934-1998)
Concerto grosso no.1 (1976-77)
for two violins, harpsichord, prepared piano and string orchestra

4 1. Preludio: Andante (5’00)
5 2. Toccata: Allegro (4’26)
6 3. Recitativo: Lento (6’55)
7 4. Cadenza (without tempo marking) (2’32)
8 5. Rondo: Allegro (7’08)
9 6. Postludio: Andante – Allegro – Andante (2’13)

Gidon Kremer, Tatiana Grindenko, violins
Yuti Smirnov, harpsichord & prepared piano
The Chamber Orchestra or Europe
Dir.: Heinrich Schiff

György Ligeti (1923-2006)
Chamber Concerto (1969-70)
for 13 instruments

10 1. Corrente (5’07)
11 2. Calmo, sostenuto (5’53)
12 3. Movimiento preciso e meccanico (3’58)
13 4. Presto (3’33)

Ensemble InterContemporain
Dir.: Pierre Boulez

Witold Lutoslawski
Novelette (1978-79)
for Orchestra

14 I. Announcement (1’45)
15 II. First Event (2’58)
16 III. Second Event (3’38)
17 IV. Third Event (2’10)
18 V. Conclusion (6’58)

BBC Symphony Orchestra
Dir.: Witold Lutoslawski

Deutsche Grammophon 439 452-2

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Alfred Schnittke: o grande talento do inventor do poili estilismo
Alfred Schnittke: o grande talento do inventor do poliestilismo

PQP

Transformations 20th Century Works Violin & Piano (com Roman Mints e Evgenia Chudinovich)

Transformations 20th Century Works Violin & Piano (com Roman Mints e Evgenia Chudinovich)

Grande CD de 1999 que traz uma espécie de apanhado, na verdade, da segunda metade do século XX. Para comprovar, basta notar que a maioria dos compositores da “mostra” ainda está viva em 2017. Claro que o destaque fica com Fratres, obra de Pärt (diga Piárt) tão famosa que já foi utilizada em mais de dez filmes, sendo os mais famosos Sangue Negro (There Will Be Blood), de Paul Thomas Anderson e Amor Pleno (To the Wonder), de Terrence Malick. O restante das peças também são excelentes. Um Penderecki da fase radical, uma Gubaidulina sensacional e um Schnittke, ah, Schnittke.

Transformations 20th Century Works Violin & Piano
(com Roman Mints e Evgenia Chudinovich)

Artem Vassilev
1. Pieces (5) for violin & piano
2. Pieces (5) for violin & piano
3. Pieces (5) for violin & piano
4. Pieces (5) for violin & piano
5. Pieces (5) for violin & piano

Arvo Pärt
6. Fratres, for violin & piano

Krzysztof Penderecki
7. Miniatures (3) for violin & piano: Movement 1
8. Miniatures (3) for violin & piano: Movement 2
9. Miniatures (3) for violin & piano: Movement 3

Elena Langer
10. Transformations for violin & piano
11. Transformations for violin & piano

Witold Lutoslawski
12. Subito, for violin & piano

Sofia Gubaidulina
13. Dancer on a Tightrope, for violin & piano

Alfred Schnittke
14. Silent Night (Stille Nacht), for violin & piano

Roman Mints, violino
Evgenia Chudinovich, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Pärt e Schnittke tentando repetir a foto de formatura de ambos, muitos ano depois
Pärt e Schnittke tentando repetir a foto de formatura de ambos, muitos anos depois

PQP

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este disco de 1990 é uma joia. E é também um CD de grandes artistas celebrando a talentosa violinista Anne-Sophie Mutter. Temos o imenso Paul Sacher regendo o Concerto de Stravinsky e Witold Lutoslawski conduzindo sua própria música. Garanto-lhes que você não poderá obter performances melhores desta música em CD. Ao menos por enquanto. O conhecido Concerto de Stravinsky é a peça mais conhecida e fácil de compreender neste CD. Mutter é absurdamente brilhante neste concerto. Os Lutoslawski são mais difíceis mas nada agressivos. Eu os colocaria em algum lugar na transição entre a música erudita conservadora do século 20 conservadora e os casos mais intrincados. De qualquer maneira, o prazer de ouvir Mutter é algo.

Igor Stravinsky (1882-1971) / Witold Lutoslawski (1913-1994): Violin Concerto / Chain 2 & Partita

Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Concerto en rPartie for violin and Orchestra
1) 1. Toccata [5:51]
2) 2. Aria I [4:09]
3) 3. Aria II [5:13]
4) 4. Capriccio [5:49]
Anne-Sophie Mutter
Philharmonia Orchestra
Paul Sacher

Witold Lutoslawski (1913 – 1994)
Partita (for Violin and Orchestra)
5) 1. Allegro giusto [4:14]
6) 2. Ad libitum [1:12]
7) 3. Largo [6:22]
8) 4. Ad libitum [0:47]
9) 5. Presto [3:51]
Anne-Sophie Mutter
Phillip Moll
BBC Symphony Orchestra

Witold Lutoslawski
Chain 2 Dialogue for Violin and Orchestra
10) 1. Ad libitum [3:48]
11) 2. A battuta [4:58]
12) 3. Ad libitum [4:58]
13) 4. A battuta – Ad libitum – A battuta [4:27]
Anne-Sophie Mutter
BBC Symphony Orchestra
Witold Lutoslawski

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Anne-Sophie Mutter em pode especial para o PQP Bach
Anne-Sophie Mutter em pose especial para o PQP Bach

PQP

Katia & Marielle Labèque – Sisters – CD 2 de 6

katia-marielle-labeque-sisters-2016O segundo CD do duo Labèque Sisters traz um repertório bem mais eclético, que vai de Tchaikovsky a Berio, passando por Brahms, Dvorák entre outros. Outro grande momento das irmãs, impecáveis em sua incrível capacidade de tocarem juntas como se fossem uma só.
Já trouxe em outra ocasião a gravação das Danças Húngaras de Brahms com essa dupla, mas já faz bastante tempo, então os links também já eram.

2.001. Tchaikovsky Swan Lake, Op.20, TH.12 – Arr. for piano duet – Russian dance
2.002. Brahms Hungarian Dance No.1 in G Minor, WoO 1 No.1 – for piano duet – Allegro molto
2.003. Brahms Hungarian Dance No.20 in E Minor, WoO 1, No.20 – Arr. for piano duet – Poco allegretto – Vivace
2.004. Brahms Hungarian Dance No.5 in G Minor, WoO 1 No.5 – for Piano Duet – Allegro – Vivace
2.005. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.72, B.147 – For Piano Duet – No.2 in E Minor (Allegretto grazioso)
2.006. Dvorák 8 Slavonic Dances, Op.46, B.83 – For Piano Duet – No.8 in G Minor (Presto)
2.007. Bizet Jeux d’enfants, Op.22 – 12 pieces for Piano duet – 11. Petit mari, petite femme
2.008. J. Strauss II Pizzicato Polka – for Piano Duet – Pizzicato Polka
2.009. J. Strauss II Auf der Jagd, Op.373 – for Piano Duet – Polka (Schnell)
2.010. Fauré Dolly Suite, Op.56 – for piano duet – 1. Berceuse
2.011. Poulenc L’Embarquement pour Cythère, valse-musette pour deux pianos FP 150
2.012. Milhaud Scaramouche – for 2 Pianos Op.165b – 3. Brazileira (Mouvement de samba)
2.013. Grainger Country Gardens (Handkerchief Dance) – Arr. for Piano Duet – Country Gardens (Handkerchief Dance)
2.014. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – I. Allegro ben ritmato e deciso, in B flat
2.015. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – II. Andante con moto e poco rubato, in C sharp minor
2.016. Gershwin Three Preludes for Piano (1926) – Arr. for Piano Duet – III. Allegro ben ritmato e deciso, in E flat minor
2.017. Stravinsky Three Easy Pieces (for Piano Four-Hands) – II. Waltz
2.018. Stravinsky 5 Easy Pieces for Piano Duet – 5. Galop
2.019. Lutoslawski Variations on a Theme of Paganini – Arr. for two pianos – Variations on a Theme of Paganini
2.020. Berio Polka, for piano quatre-mains

Katia & Marielle Labèque – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Witold Lutoslawski (1913-1994): Konzert für Orchester, Karol Szymanovski (1882-1937) – Symphonie nº3, für Tenor, Choir und Orchester, op. 27, Alexander Tschaikowski ((1946 ) – Symphonie nº4, für Orchester, Chor und Solo Bratsche, op. 78 – Jansons, Symphonieorchester des Bayerschen Rundfunk

coverJá declarei inúmeras vezes aqui no PQPBach que música contemporânea não é muito a minha praia, parei em Stravinsky e Prokofiev, e não me arrisco muito mais no repertório mais recente. Mas confesso que me rendi a este CD logo no início do Concerto para Orquestra do Lutoslawski. Um pouco com certeza pela condução segura de Mariss Jansons e pela execução como sempre impecável da Orquestra da Rádio Bávara. Mas ainda se trata de obra audível para os meus parâmetros.
Szymanowski não é tão novo assim, e essa terceira sinfonia talvez seja sua obra mais conhecida. O Tchaikowski que não é o Piotr, e até onde li não tem nenhum parentesco com aquele, me era um compositor totalmente desconhecido até então. Nunca tinha ouvido nada dele.
Mas volto a ressaltar o primor de execução desta orquestra espetacular, e Mariss Jansons com certeza é um dos grandes regentes da atualidade. Trata-se de um CD para ser ouvido com atenção e diversas vezes, se possível, para se acostumar os ouvidos com a sonoridade dessas obras.

1 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra I. Intrada
2 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra II. Capriccio notturno e arioso
3 (Witold Lutoslawski) Concerto for Orchestra III. Passacaglia, toccata e Corale
4 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 1 – Moderato asai
5 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 2 – Vivace scherzando
6 (Karol Szymanowsky) Symphony No. 3, Op. 27, ‘Piesn o nocy’ (The Song of the Night) 3 – Largo

Rafal Bartminski – Tenor
Andreas Röhn – Solo Violine

7 (Alexander Vladimirovich Tchaikovsky) Symphony No. 4, Op. 78

Nimrod Guez – Solo – Bratsche
Chor des Bayerischen Rundfunks
Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunk
Mariss Jansons – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Krzysztof Penderecki (1933) – Clarinet Concerto (world premiere recording), Sinfonietta nº2 for clarinet and Strings, 3 Miniatures for clarinet and piano, Präludium for solo clarinet, Witold Lutoslawski (1913-1994) – Dance Preludes for clarinet, harp, piano, percussion and strings

51bCSTfbTlLEis finalmente o quinto cd dessa coleção. A clarinetista israelense Sharon Kam interpreta dois compositores contemporâneos poloneses, Penderecki e Lutoslawski, sendo que o Concerto de Penderecki é uma “world premiere recording”. A moça não é fraca não, como diriam lá na minha terra.
Fiquei muito feliz com a repercussão que essa coleção teve. Até ter acesso a este material essa excelente clarinetista me era desconhecida, mas o talento dela está muito bem demonstrado nesta série de cinco cds que eu trouxe para os senhores nestas últimas semanas. Espero que tenham gostado.

1 Penderecki – Concerto – 1 Andante
2 Penderecki – Concerto – 2 Più mosso
3 Penderecki – Concerto – 3 Andante
4 Penderecki – Concerto – 4 Allegro con brio
5 Penderecki – Concerto – 5 Adagio
6 Penderecki – Concerto – 6 Vivace
8 Penderecki – Concerto – 7 Allegro molto – Andante recitativo
9 Lutoslawski – Dance Preludes – 1 Allegro molto
10 Lutoslawski – Dance Preludes – 2 Andantino
11 Lutoslawski – Dance Preludes – 3 Allegro giocoso
12 Lutoslawski – Dance Preludes – 4 Andante
13 Lutoslawski – Dance Preludes – 5 Allegro molto
14 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 1 Notturno_ Adagio
15 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 2 Scherzo_ Vivacissimo
16 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 3 Serenade_ Tempo di Valse
17 Penderecki

– Sinfonietta Nr.2 – 4 Abschied_ Larghetto

Czech Philharmonic Orchestra
Krzysztof Penderecki – Conductor
Sharon Kam – Clarinet

18 Penderecki – Three Miniatures – 1 Allegro
19 Penderecki – Three Miniatures – 2 Andante cantabile
20 Penderecki – Three Miniatures – 3 Allegro ma nontroppo

Itamar Golam – Piano
Sharon Kam – Clarinet

21 Penderecki – Prelude – Lento sostenuto
Sharon Kam – Clarinet

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

Sharon-Kam_alias_400x300px
Uma bela clarinetista, em todos os sentidos.

Rachmaninov / Shostakovich / Lutoslawski: Rapsódia sobre um tema de Paganini / Concerto para Piano N° 1 / Paganini Variations

Um CD estranho, ao menos para mim. Não gosto desta obra de Rachmaninov, a coisa melhora muito no Shostakovich, mas volta a cair no Lutoslawski, espécie de resposta ou complemento a Rach. Mas, ouvindo o CD por inteiro, é indiscutível reconhecer a boa sacada do repertório ultra coerente, tendo Paganini como eminência parda que faz de Rach e Lutos pequenas marionetes prontas para serem depostas.

Se eu fosse você ouviria com atenção. Afinal, não pretendo ser o dono da verdade.

Rachmaninov / Shostakovich / Lutoslawski:
Rapsódia sobre um tema de Paganini / Concerto para Piano N° 1 / Paganini Variations

1. Rhapsody On A Theme Of Paganini, Op.43 23:07

2. Piano Concerto No.1 For Piano, Trumpet & Strings, Op.35 – 1. Allegretto 5:58
3. Piano Concerto No.1 For Piano, Trumpet & Strings, Op.35 – 2. Lento 8:27
4. Piano Concerto No.1 For Piano, Trumpet & Strings, Op.35 – 3. & 4. – Moderato – Allegro Con Brio 8:18

5. Paganini Variations, For Piano & Orchestra 8:42

Peter Jablonski, piano
Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Jablonski
Não adianta, os anos engordam a gente, Jablonski.

PQP

Lutosławski – 20 Canções Natalinas Polonesas

Para ser bem honesto, como não me dou lá muito bem com canto lírico e, ainda que seja fã de carteirinha de Lutosławski, não aceito muito as coisas cantadas dele (salvo peças para coro), mas entrando em clima natalino, aqui seguem as 20 canções natalinas polonesas dele, escritas logo depois da Guerra, para voz e piano, e rearranjadas no fim da vida para voz, coro e orquestra.  Não é o Lutosławski moderníssimo das décadas de 60 e 70, mas, quando a soprano está fora da parada, a música é uma delícia (o arranjo é bem bonito e de extremo bom gosto, como costuma ser o caso ao ser falar em Lutosławski). Tristemente a soprano não costuma estar fora da parada, claro (mas creio que, se não tiverem problemas com canto lírico, será muito boa a fruição).

De lambuja, acompanham a Lacrimosa (peça de 1937) e as muito mais arrojadas Cinco Canções, escritas em 1957.

Boa diversão!

Witold Lutosławski (1913-1994)

1-20 Vinte Canções Natalinas Polonesas, para soprano, coro feminino e orquestra

21 Lacrimosa, para soprano, coro e orquestra

22-26 Cinco Canções, para voz feminina e 30 instrumentos solo

Olga Pasichnyk, Soprano (faixas 1-21)
Jadwiga Rappé, Alto (faixa 22-26)
Polish Radio Chorus, Kraców (faixas 1-21) (Włodzimierz Siedlik, Chorus Master)
Polish National Radio Symphony Orchestra (Katowice)
Antoni Wit

BAIXE AQUI

itadakimasu

Witold Lutoslawski (1913 – 1994): Concerto for Cello / Livre pour orchestre

Quando por muito tempo um nome de importância não surge, é inevitável perguntar se a arte dá sinais de seu fim. Claro que tal pensamento apocalíptico não soa bem na boca de um crítico pançudo, cuja carreira sempre se baseou no fatalismo das coisas. Quantos críticos em diferentes épocas esbravejaram este fim, mesmo diante de nomes como Stravinsky, Picasso ou Joyce? Mas quando, por algum tempo, nenhum nome vem à cabeça, alguém que balance as estruturas e que mostre uma nova direção, o ar se enche mesmo é de pessimismo.

Talvez o nome de Lutoslawski não esteja entre os grandes transformadores, pois o compositor polonês teve sempre sua música muito próxima, inicialmente, a Szymanowski e Bartok, e depois, à música mais avançada dos anos 50 e 60. Enfim, a originalidade não foi seu grande trunfo. Mas será que isso é motivo de pessimismo? Ser original é mesmo importante? Conhecendo bem a obra de Lutoslawski, acredito realmente que ele foi sim um grande mestre, pois ao contrário de alguns criadores revolucionários, sua música não é artificial, ela é absolutamente sincera mesmo em estruturas complexas como o atonalismo ou aleatoriedade.

O concerto para violoncelo dedicada a Rostropovich é daquelas obras nascidas para ficar. É tão dramaticamente estruturada como se fosse um concerto de Brahms. Lembro de Brahms, pois o compositor foi de certa maneira chamado de conservador (não por Schoenberg). Brahms não trouxe uma linguagem revolucionária, mas quem ousaria diminuir o valor de sua música por isso? Penso o mesmo do compositor polonês. Esta obra escrita no fim dos anos 1960 está ao lado de qualquer concerto já escrito para este instrumento. É mesmo uma obra-prima.

Outra fantástica obra neste disco é Livre pour orchestre que também, como o concerto, permite que os músicos usem a imaginação em certos momentos bem limitados, ou seja, aqui vemos uma forte presença de John Cage rondando sua obra. Mas a sonoridade de Lutoslawski é tão inconfundível quanto a de Brahms.

Novelettes para orquestra, escrita no fim dos anos 1970, é vista por alguns como um retrocesso. Lutoslawski tinha certos momentos de crise. Ficava em dúvida no caminho que deveria seguir. Essa obra fica justamente numa dessas fases de transição. Apesar de ser uma obra menor e menos avançada que as duas obras anteriores, ela tem momentos encantadores.

Chain 3 para orquestra foi escrita após esta crise. O resultado é absolutamente fantástico. Para o meu pobre conhecimento de música contemporânea, uma das últimas grandes obras escritas. Talvez os pessimistas possam ver finalmente o fim da jornada da música ocidental. Mas Chain 3 foi escrita em 1986. Bem, não faz tanto tempo assim.

1. Livre pour orchestre
2. Concerto for Cello and Orchestra
3. Novelette: Announcement
4. Novelette: First Event
5. Novelette: Second Event
6. Novelette: Third Event
7. Novelette: Conclusion
8. Chain No. 3

Performed by Katowice Polish Radio Orchestra & Chorus
cello: Andrzej Bauer
Conducted by Antoni Wit


BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Witold Lutoslawski (1913-1994) – Concerto para Orquestra

Lutoslawski foi muito influenciado por Bartók. Considerava que ele e todos os compositores modernos tinham um enorme débito para com o húngaro. Chegou a dedicar obras a Bartók, como a “Música Fúnebre para Cordas”, de 1958. Gosto muito deste concerto feito sobre temas folclóricos polacos. O terceiro movimento – Passacaglia, Toccata e Corale – é notável.

1. Concerto Pour Orchestre : Intrada
2. Concerto Pour Orchestre : Capriccio, Notturno e Arioso
3. Concerto Pour Orchestre : Passacaglia, Toccata e Corale

Royal Stockholm Philharmonic Orchestra
Reg.: Andrew Davis

BAIXE AQUI