Franz Schubert (1797-1828): Sonata para Arpeggione e Piano D. 821 / Quinteto de Cordas D. 956 (Deletaille, Badura-Skoda, Quatuor Rosamonde)

Franz Schubert (1797-1828): Sonata para Arpeggione e Piano D. 821 / Quinteto de Cordas D. 956 (Deletaille, Badura-Skoda, Quatuor Rosamonde)

51ZhTFFnS+LIM-PER-DÍ-VEL !!!

Gravação muito interessante, combinando a Sonata “Arpeggione” de Schubert tocada no instrumento que lhe deu o nome, e uma poderosa interpretação do Quinteto para cordas D. 956, aquele com dois violoncelos.

O arpeggione, para quem não sabe, é um instrumento de cordas com o feitio e as seis cordas de cordas de um violão, mas tocado com o arco à maneira de um violoncelo. Ele teve uma breve voga no começo do século XIX, e a única peça que sobreviveu de seu repertório é a Sonata em Lá maior de Schubert, publicada quase cinquenta anos depois de sua morte, quando o arpeggione já era quase só encontrado em museus, e a Sonata, propriedade de violistas e violoncelistas do mundo.

O violoncelista Nicolas Deletaille, que é acompanhado na Sonata pelo incansável Paul Badura-Skoda, dedica-se a reviver o arpeggione e ampliar seu repertório, tanto através de transcrições quanto por obras originais comissionadas de compositores contemporâneos. No encarte, ele expõe detalhadamente a história do instrumento e suas peculiaridades, entre as quais a notórias dificuldades de articulação, ilustradas pelas várias “escorregadas” que Deletaille dá nesta gravação que, apesar delas, é muito boa.

Quando ele, entretanto, deixa o arpeggione e une seu violoncelo ao Quarteto Rosamunde, o resultado é uma interpretação inesquecível do Quinteto D. 956 de Schubert, sua última obra de câmara.

Vassily Genrikhovich

Grande disco, grande disco! Talvez a dupla Deletaille e Badura-Skoda façam uma Arpeggione apenas boa, mas o Rosamonde garante uma linda interpretação do esplêndido Quinteto 956 de Schubert. Este poderoso quinteto — que tem o mais delicado dos Adágios (o qual também possui um trecho vigoroso) — é uma das peças preferidas deste humilde escriba que vos serve. Preparem-se porque é chumbo grosso e do bom (ui!).

Neste disco temos um dos melhores resumos de Schubert. Na Arpeggione, o estupendo melodista; no Quinteto, o criador de estruturas. Enquanto a primeira é ouvida no sentido horizontal, a outra é ouvida verticalmente.

Franz Schubert (1797-1828): Sonata para Arpeggione e Piano D. 821 / Quinteto de Cordas D. 956 (Deletaille, Badura-Skoda, Quatuor Rosamonde)

1. Sonata for Arpeggione and Pianoforte In A Minor, D. 821: I. Allegro moderato 11:33
2. Sonata for Arpeggione and Pianoforte In A Minor, D. 821: II. Adagio 3:27
3. Sonata for Arpeggione and Pianoforte In A Minor, D. 821: III. Allegretto 9:05

Nicolas Deletaille, arpeggione
Paul Badura-Skoda, pianoforte

4. String Quintet In C Major, D. 956: I. Allegro ma non troppo 20:02
5. String Quintet In C Major, D. 956: II. Adagio 13:35
6. String Quintet In C Major, D. 956: III. Scherzo: presto – Trio: andante sostenuto – Scherzo: presto 10:04
7. String Quintet In C Major, D. 956: IV. Allegretto 9:17

Quatuor Rosamonde + Nicolas Deletaille, violoncelo

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Quatuor Rosamonde
Quatuor Rosamonde

PQP

J. S. Bach / Beethoven / Haydn / Mozart / Schubert: Encores After Beethoven (Bis depois de Beethoven) (András Schiff)

J. S. Bach / Beethoven / Haydn / Mozart / Schubert: Encores After Beethoven (Bis depois de Beethoven) (András Schiff)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Gostei muito. As gravações são todas ao vivo, tomadas na Tonhalle de Zurique, com aplausos. Trata-se de uma coleção dos ‘bis depois de Beethoven’ que András Schiff deu durante seu ciclo das 32 sonatas do mestre entre 2004 e 2006. Com 52 minutos, equivalem a um banquete dos finais clássicos dos recitais do pianista – de Bach, Haydn e Mozart, passando por Beethoven até Schubert. Se você pensa nos bis como coisas leves, bem, eles podem ser ou não ser. Esses compositores escreveram muitas peças características que são menos ambiciosas do que as grandes sonatas, mas que não devem ser descartadas como miniaturas. Composições mais curtas, sim, mas com longas reflexões por trás delas.

O que tocar depois de uma noite de, digamos, cinco sonatas de Beethoven? Nada, afirmariam muitos pianistas. E Schiff está de acordo com aqueles que, depois da última Sonata de todas (a famosa Op. 111), considerariam a adição de qualquer coisa que não fosse o silêncio como um terrível erro. No entanto, ele nos chega com uma atitude do tipo “por que não?, não há razão para negar a um público entusiasmado um pouco mais de música, desde que estejam relacionadas com as sonatas ouvidas anteriormente”. Os bis variam em extensão e escopo, desde a pequena Giga em Sol maior de Mozart, K. 574 (1’42” e bem traiçoeira), até a Sonata em Sol menor de dois movimentos de Haydn (nº 44 em Hob.) que chamou a atenção de vários grandes pianistas, como Sviatoslav Richter. E ainda temos Bach! Uma joia de CD!

J. S. Bach / Beethoven / Haydn / Mozart / Schubert: Encores After Beethoven (Bis depois de Beethoven) (András Schiff)

Three Piano Pieces D 946 (Franz Schubert)
1 No. 1 e- Flat minor. Allegro assai 07:26

2 Allegretto c minor D 915 (Franz Schubert) 04:59

3 Eine kleine Gigue in G Major KV 574 (Wolfgang Amadeus Mozart) 01:42

Sonata g minor Hob XVI :44 (Joseph Haydn)
4 Moderato 09:33
5 Allegretto 04:04

6 Hungarian Melody in b minor D 817 (Franz Schubert) 03:59

7 Andante favori F major WoO 57. Andante grazioso con moto (Ludwig van Beethoven) 08:41

Partita No. 1 B-flat Major BWV 825 (Johann Sebastian Bach)
8 Menuet I & II 02:32
9 Gigue 02:33

Prelude and Fugue b-flat minor BWV 867 (Johann Sebastian Bach)
10 Prelude 02:30
11 Fugue 03:27

András Schiff, píano

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É difícil não chamar Schiff de volta ao palco

PQP

Schubert (1797 – 1828), Schumann (1810 – 1856), Mahler (1860 – 1911): Seleção de Canções – Samuel Hasselhorn, barítono ֎

Schubert (1797 – 1828), Schumann (1810 – 1856), Mahler (1860 – 1911): Seleção de Canções – Samuel Hasselhorn, barítono ֎

Nasce uma estrela!

Nesta postagem reuni uma coleção de Lieder de Schubert, o ciclo Dichterliebe de Schumann e duas canções do Des Knaben Wunderhorn de Mahler, interpretados pelo (ainda) jovem barítono alemão Samuel Hasselhorn. Veja também [1] e [2] e [3].

Essas canções foram escolhidas de três álbuns gravados entre 2014 e 2018. As canções de Schubert vêm do disco de 2014, Nachtblicke, no qual além de Schubert há canções de Hans Pfitzner e Aribert Reimann.

O ciclo de Schumann vem do álbum de 2018, Dichterliebe2, no qual o já mencionado ciclo é precedido de canções sobre os mesmos exatos poemas musicados por outros compositores, o que dá conta para o símbolo matemático usado no título (eu teria preferido 2 x Dichterliebe, mas…).

As duas canções de Mahler e a segunda gravação do Erlkonig vêm do álbum que reúne todas as apresentações de Samuel no Queen Elisabeth Competition, 2018. Desde 2020 Hasselhorn tem gravado para o selo harmonia mundi, que considera o quinquênio 2023 – 2028 parte das homenagens que devem ser prestadas pelos 200 anos desde a morte de Franz Schubert. Assim, em breve teremos mais postagens com o cantor, que já tem neste novo selo pelo menos três álbuns.

 

 

Franz Schubert (1797 – 1828)

Lieder

  1. Schwanengesang, D. 957 No. 8: Der Atlas
  2. Schwanengesang, D. 957 No. 7. Abschied
  3. Schwanengesang, D. 957 No. 9. Ihr Bild
  4. Erlkonig, Op. 1, D. 328
  5. Erlkonig, Op. 1, D. 328 (Live)
  6. Am Tage aller Seelen, D. 343, ”Litanei auf das Fest aller Seelen”
  7. Nachtstuck, Op. 36, No. 2, D. 672
  8. Im Freien, D. 880
  9. Des Sangers Habe, D. 832
  10. Widerschein, D. 949
  11. Schwanengesang, D. 957 No. 14. Die Taubenpost

Robert Schumann (1810 – 1856)

Dichterliebe, op. 48

  1. 1 – Im wunderschönen Monat Mai
  2. 2 – Aus meinen Tränen spriessen
  3. 3 – Die Rose, die Lilie, die Taube, die Sonne
  4. 4 – Wenn ich in deine Augen seh
  5. 5 – Ich will meine Seele tauchen
  6. 6 – Im Rhein, im heiligen Strome
  7. 7 – Ich grolle nicht
  8. 8 – Und wüßten’s die Blumen, die kleinen
  9. 9 – Das ist ein Flöten und Geigen
  10. 10 – Hör’ ich das Liedchen klingen
  11. 11 – Ein Jüngling liebt ein Mädchen
  12. 12 – Am leuchtenden Sommermorgen
  13. 13 – Ich hab’ im Traum geweinet
  14. 14 – Allnächtlich im Traume
  15. 15 – Aus alten Märchen winkt es
  16. No – 16, Die alten, bösen Lieder

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Des Knaben Wunderhorn

  1. Wer hat dies Liedlein erdacht (Live)
  2. Wo die schönen Trompeten blasen (Live)

Samuel Hasselhorn, barítono

Takako Miyazaki, piano (1-4, 6-11)

Joseph Middleton, piano (5)

Boris Kusnezow, piano (12-27)

La Monnaie Symphony Orchestra (28-29)

Alain Altinoglu, regente

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MP3 | 320 KBPS | 192 MB

Following his First Prize triumph at the 2018 Queen Elisabeth Competition, Samuel Hasselhorn has quickly established himself internationally as a versatile artist who is equally at home in the genres of opera, Lied, and oratorio.

As an internationally sought-after and esteemed Lied interpreter, Samuel Hasselhorn regularly collaborates with renowned pianists such as Helmut Deutsch, Malcolm Martineau, Ammiel Bushakevitz, Julien Libeer, Philippe Cassard and Joseph Middleton.

Samuel Hasselhorn is a prizewinner of numerous competitions and studied at the Hannover University of Music, Drama and Media with Prof. Marina Sandel and at the Conservatoire National Supérieur de la Musique et de Danse de Paris with Malcolm Walker. He received further musical impulses in master classes with Kiri Te Kanawa, Kevin Murphy, Thomas Quasthoff, Helen Donath, Annette Dasch, Susan Manoff, Jan-Philip Schulze, Anne Le Bozec and Martin Brauß.

Aproveite!

René Denon

Schubert (1797 – 1828): Lieder – Uma Antologia – Dietrich Fischer-Dieskau & Gerald Moore ֎

Schubert (1797 – 1828): Lieder – Uma Antologia – Dietrich Fischer-Dieskau & Gerald Moore ֎

Franz Schubert

Coleção de Canções

Dietrich Fischer-Dieskau, barítono

Gerald Moore, piano

 

No dia 12 de maio de 1955 três pessoas se reuniram no Sala 3 da Abbey Road Studios (naqueles dias era EMI Studio 3), o menor dos espaços do famosíssimo estúdio de gravações londrino, ideal para música de câmera e recitais. Eles gravaram sete canções (Lieder) naquele dia, algumas delas estão na antologia dessa postagem. O cantor Dietrich Fischer-Dieskau estava no seu primor, aos 30 anos; o pianista Gerald Moore já era referência na arte de acompanhamento (sua autobiografia intitula-se ‘Am I too loud?’); o terceiro personagem era o produtor musical Walter Legge, que amava música e especialmente Lieder. Essa dedicação a este gênero musical me encanta e espero que chegue também a tocar você.

DFD e Gerald Moore formam uma dupla espetacular quando o repertório é Lieder e eles gravaram uma imensidade, algumas coisas mais do que uma vez. Em 1955 gravaram canções e o ciclo Winterreise, de Schubert, para a EMI, que depois gravariam novamente para a Deutsche Grammophon.

Esta antologia reúne 30 canções que estão espalhadas em três LPs de quatro gravados para a EMI entre 1955 e 1959. Selecionei essas canções dos LPs nos quais DFD é acompanhado por Gerald Moore. No disco de número três o acompanhante é o menos conhecido, mas muito competente Karl Engel e o repertório formado de algumas canções mais longas.

As canções que escolhi são exemplares da arte de Schubert, muito representativas. O som não é espetacular, mas a beleza da voz e o entrosamento do cantor e seu acompanhante de longe compensam qualquer restrição que você possa fazer.

Se você tem alguma familiaridade com esse repertório, reconhecerá cada uma das canções. Caso contrário você terá um porto seguro para iniciar suas futuras navegações. Espero que a postagem motive maiores explorações nesse repertório e você verá que essas figurinhas carimbadas reaparecerão muitas vezes nos discos e nos programas dos artistas desse gênero.

Quanto a música, deixe-me dizer que não falo alemão, mas isso nunca foi um impedimento para apreciar os Lieder e como ouço essas canções há bastante tempo, mesmo eu acabei aprendendo algumas coisas. Ou seja, aprecio a musicalidade que elas exalam, a maneira como a voz expressa os sentimentos e como se combina com o som do piano, criando um argumento musical, um universo sonoro que narra as histórias, mesmo que você não as perceba literalmente. De qualquer forma, aqui vão algumas dicas…

Heimkehr vom Feld im Abendrot, Ignaz Raffalt

Alguns temas são recorrentes, como vaguear (Wanderer), água (Wasser, Meer), noite (Nacht), primavera (Frühling). Há um bocado de sofrência (dois ciclos são impregnados disso) e algumas imagens perpassam muitas canções. A noite é sempre profunda (tiefer Nacht), o protagonista está sempre em busca de paz (ruh) ou felicidade (Glück). O céu tem a Lua (Mond) e estrelas (Sterne).

Há canções onde a letra é formada por estrofes e a música vai se repetindo de novo e de novo e formam uma boa parte delas. Veja alguns nomes: Der Wanderer na den Mond, Der Wanderer, Der Einsame (O Solitário), Fruhlingssehnsucht, Fruhlingsglaube, Im Frühling, Im Abendrot, Die Sterne.

Wanderer do David

Há na coleção duas canções com nomes de mulheres: An Sylvia e Alinde. ‘Para Silvia’ tem por letra uma tradução para o alemão de um texto de Shakespeare, Who is Sylvia, da peça Dois Cavalheiros de Verona.

Muitas canções da antologia foram compostas no fim da (curta) vida de Schubert, como indicam os altos números do catálogo D (Deutsch), mas ele era um mestre completo na arte da canção mesmo quando muito novo, como nos atestam o inquieto Rastlose Liebe D. 138 e Nahe des Geliebten D. 162, ambos com poesia de Goethe.

Temos também oito canções do Schwanengesang, um conjunto de canções que foi publicado como um ciclo logo após a morte de Schubert, com canções sobre letras de diferentes poetas. Entre elas as belíssimas Die Taubenpost, Standchen e Abschied, que resolvi deixar no fim da fila.

Há duas baladas – canções cuja letra narra uma história ou um fragmento de história, com estilo folclórico, fantasmagórica ou com tema medieval. São elas Der Zwerg e Erlkönig, que tem letra de Goethe. Essas canções são verdadeiras provas de fogo para os intérpretes, que têm pouco tempo para dar o recado, inclusive fazendo diversos personages – o narrador, o anão, a rainha, o cavaleiro, a criança e o Rei dos Elfos… Não menos dramáticas são Der Kreuzzug, Kriegers Ahnung e Heimweh. Deixo com você a tarefa de decifrá-las.

E tem ainda a música, a maravilhosa música que era amadrinhada com Schubert e que a arte de pessoas como Dietrich Fischer-Dieskau (100 anos em 2025) e Gerald Moore nos revelam, em uma linda cançãozinha, An die Musik, uma ode à música…

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Der Wanderer an den Mond D870 (Johann Gabriel Seidl)
  2. Der Einsame, D800 (Karl Lappe)
  3. Nachtviolen, D752 (Johann Mayrhofer)
  4. Frühlingssehnsucht – Schwanengesang, D. 957: No. 3 (Ludwig Rellstab)
  5. Geheimes, D. 719 (Johann Wolfgang von Goethe)
  6. Rastlose Liebe, D138 (Johann Wolfgang von Goethe)
  7. Liebesbotschaft – Schwanengesang, D. 957: No. 1 (Ludwig Rellstab)
  8. Im Abendrot, D799 (Joseph von Eichendorff)
  9. Die Sterne, D939 (Karl Gottfried von Leitner)
  10. An die Musik D547 (Franz von Schober)
  11. Wehmut, D. 772 (Matthäus Casimir von Collin)
  12. Kriegers Ahnung – Schwanengesang, D. 957: No. 2 (Ludwig Rellstab)
  13. Der Kreuzzug, D932 (Karl Gottfried von Leitner)
  14. Totengräbers Heimweh, D842 (Jacob Nicolaus Craigher de Jachelutta)
  15. Der Zwerg, D. 771 (Matthäus Casimir von Collin)
  16. Der Wanderer, D. 489 (Georg Lübeck)
  17. Frühlingsglaube, D. 686 (Johann Ludwig Uhland)
  18. Die Taubenpost – Schwanengesang, D. 957: No. 14 (Johann Gabriel Seidl)
  19. An Sylvia, D. 891 (Eduard von Bauernfeld, de William Shakespeare)
  20. Im Frühling, D. 882 (Ernst Schulze)
  21. Auf der Bruck, D853 (Ernst Schulze)
  22. Ständchen ‘Leise flehen meine Lieder’ – Schwanengesang, D957: No. 4 (Ludwig Rellstab)
  23. Alinde, D.904 (Johann Friedrich Rochlitz)
  24. Nähe des Geliebten, D162 (Johann Wolfgang von Goethe)
  25. Normans Gesang, D846 (Adam Storck, de Sir Walter Scott)
  26. In Der Ferne – Schwanengesang, D957: 6 (Ludwig Rellstab)
  27. Aufenthalt – Schwanengesang, D957: No. 5 (Ludwig Rellstab)
  28. Erlkönig, D328 (Johann Wolfgang von Goethe)
  29. Nachtstück, D.672 (Johann Mayrhofer)
  30. Abschied – Schwanengesang, D. 957: No. 7 (Ludwig Rellstab)

Dietrich Fischer-Dieskau, barítono

Gerald Moore, piano

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MP3 | 320 KBPS | 219 MB

A primeira canção, que conta a história do Wanderer e da Lua é linda, remete à poesia chinesa do Li Po. Na terceira, a voz do DFD é reduzida a quase um fiapo, mas vai em frente… siga a deixa e ouça as outras.

Aproveite!

René Denon

DFD & Gerald Moore na Liedgrosssaal do PQP Bach Corporation em Niterói

Não deixe de visitar também essas postagens:

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Franz Schubert (1797-1828): Sinfonia Nº 8 (Inacabada) e Nº 9 (A Grande) (Blomstedt)

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonia Nº 8 (Inacabada) e Nº 9 (A Grande) (Blomstedt)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Herbert Blomstedt realizou esta gravação aos 94 anos a fim de comemorar seus 95 anos. E é a melhor gravação para este repertório de todos os tempos da última semana. Estou brincando mas nem tanto. O que ouvi foi um registro extremamente cuidadoso, moderno, respeitoso e original. Blomstedt valorizou ao extremo as melodias de Schubert e, vocês sabem, Schubert era um gênio para inventar melodias. A delicadeza da abordagem favorece intensamente o compositor. Li que Blomstedt observa meticulosamente as marcações nas últimas edições, corrigindo erros em partituras do século XIX que se tornaram tradição. Curiosamente, na Inacabada, Blomstedt parece vê-la como um todo de dois movimentos, o Andante levando a obra a uma conclusão serena. Na Grande, não lembro de ter ouvido gravação melhor.  A Oitava e a Nona de Blomstedt,  tem a sabedoria, a experiência e o afeto acumulados durante uma vida inteira. CD obrigatório!

Franz Schubert (1797-1828) Sinfonia Nº 8 (Inacabada) e Nº 9 (A Grande) (Blomstedt)

Sinfonia nº 8 em si menor, D. 759 “Inacabada”
1.1 I. Allegro moderado 14:48
1.2 II. Andante com moto 11:06

Sinfonia nº 9 em dó maior, D. 944 “A Grande”
2.1 I. Andante. Allegro Ma Non Troppo 15:20
2.2 II. Andante com moto 14:37
2.3 III. Scherzo. Allegro Vivace 15:10
2.4 4. Allegro Vivace 16:22

Gewandhausorchester
Herbert Blomstedt

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Nada mais jovem do que o velho Blomstedt

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Impromptus D899 & D935- Murray Perahia

Relembrando algumas antigas postagens, encontrei uma lá de 2019, com estas mesmas obras de Schubert, nas mãos mais que competentes de András Schiff. Mas o velho mestre optou em gravá-las em um pianoforte, instrumento com o qual vem gravando seus últimos discos.

A conversa aqui é outra e os tempos idem. Precisamos retroceder quase quarenta anos no tempo, quando éramos jovens e ambiciosos, e planejávamos um futuro brilhante para nós. Este que vos escreve já estava entrando em sua maioridade legal, 18 anos, e morando em uma pequena cidade do interior do país, nem imaginava o que poderia vir pela frente. Mas a paixão pela música já existia,  e apesar das dificuldades de acesso a bons discos, principalmente devido a falta de dinheiro, ainda vivendo sob as asas dos pais, cada centavo que conseguia guardar era gasto em discos, o que deixava os pais irritados, mas orgulhosos, de certa forma: poderia estar gastando com drogas ou álcool, mas ia até a capital pelo menos uma vez por mês para comprar adquirir os bons e velhos LPs.

Enfim, em certa ocasião então lhe caiu em mãos uma fita cassete, isso mesmo, onde o pianista Murray Perahia interpretava os belíssimos “Impromptus” de Franz Schubert. Na primeira vez em que colocou a fita para tocar no velho 3×1 a mãe veio até o quarto querendo saber que maravilha de música era aquela. Expliquei para ela que era Schubert, mas também muito mais que isso não sabia. As informações que vinham, quando vinham, nos encartes dos LPs e fitas cassetes eram escassas. Fui então até a Biblioteca Municipal pesquisar na famosa Enciclopédia Barsa (caraca, deve ter gente que nem imagina o que seja isso), e lá encontrei o verbete Franz Schubert. Fiz as anotações necessárias, e voltei para casa e contei para minha mãe quem era o compositor, em que época ele havia vivido, quando morreu, etc. (puxa, morreu tão jovem mas fez uma música tão bonita e profunda!!!).

É neste adjetivo que pretendo focar o resto de minha digressão aqui. Bela e profunda são dois adjetivos por demais simples para definirmos tais obras. Estes ‘improvisos’ schubertianos sempre me deixaram maravilhado, por mais que os ouça. Eles nos deixam mais introspectivos e concentrados. E curioso que mesmo sem saber do que se tratava, foi a primeira sensação que tive, assim como minha mãe. Depois de tanto tempo, ouvindo novamente essa gravação de Murray Perahia, fico feliz ao reconhecer que ela envelheceu muito bem. O romântico Perahia mergulha fundo na obra, e nos apresenta uma interpretação segura, madura, com paixão porém sem excessos.

Mas vou deixá-los degustar esse belíssimo disco, um de meus favoritos, daqueles eu levaria para uma praia deserta.

Impromptus, Op. 90 / D 899 (1827)
No. 1 in C minor. Allegro molto moderato
No. 2 in E flat major. Allegro
No. 3 in G flat major. Andante
No. 4 in A flat major. Allegretto

Impromptus, Op. 142 / D 935 (1827)
No. 1 in F minor. Allegro moderato
No. 2 in A flat major. Allegretto
No. 3 in B flat major. Andante
No. 4 in F minor. Allegro scherzando

Murray Perahia – Piano

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FDP

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

Mais um disco — agora duplo — com este repertório de que tanto gosto. Este lançamento de 2023 me pareceu muito satisfatório e não é nem pelo pianoforte e pelo violino sem vibrato e essas coisas técnicas, mas pela interpretação altamente cantante, perfeitamente schubertiana. Ouvi e fiquei feliz e isto não é pouca coisa em minha vida. Bem jovem, entre março de 1816 a agosto de 1817, Franz Schubert compôs quatro sonatas para violino. Todos as quatro foram publicadas após a morte do compositor: as três primeiras — D. 384, 385 e 408 –, como Sonatinas em 1836 (Op. posth. 137), e a última –, D. 574 –, como Duo em 1851 (Op. posth. 162). Schubert compôs ainda duas peças para violino e piano, respectivamente em outubro de 1826 e dezembro de 1827: um Rondo, D. 895 , publicado durante a vida do compositor (Op. 70), e uma Fantasia, D. 934, estreada em janeiro de 1828, menos de um ano antes da morte do compositor. As sonatas de 1816–1817 respiram uma atmosfera intimista, não exigindo grande virtuosismo de seus intérpretes, enquanto as peças de 1826–1827, compostas para o violinista Josef Slavík, são mais exigentes e possuem um caráter mais extrovertido. Schubert era um violinista talentoso e já havia composto extensivamente para violino, incluindo mais de uma dúzia de quartetos de cordas quando começou a escrever sonatas para violino aos 19 anos.

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

CD 1
Sonata for Violin and Piano in D Major, D 384 (1816)
1. Allegro molto 04:27
2. Andante 04:00
3. Allegro vivace 04:18

Sonata for Violin and Piano in A Minor, D 385 (1816)
4. Allegro moderato 06:29
5. Andante 06:13
6. Menuetto. Allegro 02:09
7. Allegro 04:45

Sonata for Violin and Piano in G Minor, D 408 (1816)
8. Allegro giusto 04:32
9. Andante 04:30
10. Menuetto 02:19
11. Allegro moderato 03:58

CD 2
Rondo for Violin and Piano in B Minor, D 895 (1826)
1. Andante 03:12
2. Allegro 12:29

Sonata for Violin and Piano in A Major, D 574 (1817)
3. Allegro moderato 08:56
4. Scherzo. Presto 04:13
5. Andantino 03:39
6. Allegro vivace 05:26

Fantasia for Violin and Piano in C Major, D 934 (1827)
7. Andante molto 03:44
8. Allegretto 05:29
9. Andantino 10:18
10. Tempo I 01:19
11. Allegro vivace – Allegretto – Presto 04:47

Total Time: 01:51:19

Maria Kubizek, violino
Christoph Berner, piano

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Maria Kubizek não é bisneta do presidente Juscelino Kubitschek.

PQP

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling / Baldwin)

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling / Baldwin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um disco maravilhoso de Elly Ameling cantando Schubert. Por anos ouvi este vinil que guardo até hoje. Ameling está perfeitamente à vontade, como se estivesse entre amigos, no centro de uma schubertíada. É uma felicidade ouvi-la tranquila a desfiar sua sensibilidade sobre as melodias do maior inventor melódico de todos os tempos. Schubert canta, Elly também. Estas gravações dos anos 70 foram adoráveis em sua época e ainda não perderam o viço. Ameling era o soprano mais doce, clara e comovente que cantava lieder e a Philips gravou-a cantando 26 LPs de Schubert. As performances são primorosas. Ameling torna a música fundida a seu espírito. Sábia, mas também inocente, vivaz e incandescente, a voz de Ameling respira o ar puro do mundo de Schubert.

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling , Baldwin)

«An Die Music» D.547 2:46
«Schwestergruß» D.762 6:26
«Sei Mir Gegrüßt» D.741 3:20
«Die Blumensprache» D.519 1:47
«An Den Mond» D.296 4:55
«Abendbilder» D.650 5:03
«Frühlingssehnsucht» D.957/5 3:02
«Erster Verlust» D.226 1:56
«Nachthymne» D.687 4:56
«Die Sterne» D.684 3:34
«Der Knabe» D.692 1:36
«Wiegenlied» D.498 2:50
«Bertas Lied In Der Nachte» D.653 4:22

Piano – Dalton Baldwin
Voz Soprano – Elly Ameling

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Elly: não dá pra não amar.

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Lieder (Ameling / Jansen)

Franz Schubert (1797-1828): Lieder (Ameling / Jansen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os LPs de Elly Ameling (1933) cantando lieder de Schubert foram quem me trouxeram para o mundo cheio de beleza e melodias do compositor austríaco. Não sou uma pessoa muito nostálgica, mas é difícil para mim esquecer a voz de Elly passeando pelos campos e ladeiras schubertianas. Pensei que a cantora já tinha falecido, mas Elly permanece viva aos 90 anos. Ela foi a mais perfeita dos sopranos e, para nossa alegria, amava mais a música de câmara e o barroco dos que as grandiosidades operísticas. Imaginem que ela colaborou muito nos primórdios da música historicamente informada! Não sei se ela já está presente em gravações no PQP Bach — não consultei por preguiça –, mas estamos chegando aos 8000 posts e me sinto preenchendo uma lacuna, pois não lembro da nenhuma de suas 150 gravações sendo postada aqui. Na apreciação do crítico Martin Bernheimer,

Ameling, que estreou em 1953, nunca teve uma carreira convencional. Sem dúvida, ela nunca quis uma. Sua voz, um soprano leve e límpido, foi sempre pequena. Seu temperamento nunca foi considerado extravagante. Sua escala expressiva era baseada na sutileza. Ela se aventurou poucas vezes na ópera. Mas, em um mundo dominado pelo brilho fácil e pela vulgaridade fria, ela provou o valor duradouro de certas virtudes antiquadas: imaginação, calor, bom gosto, sensibilidade, honestidade e refinamento.

Franz Schubert (1797-1828): Lieder (Ameling / Jansen)

A1 Ganimede D. 544 See More 4:52
A2 Die Götter Griechenlands D. 677 4:42
A3 Der Musensohn D. 764 2:00
A4 Fülle Der Liebe D. 854 6:35
A5 Sprache Der Liebe D. 410 2:52
A6 Schwanengesang D. 744 2:45
A7 An Den Tod D. 518 3:05
B1 Die Forelle D. 550 2:09
B2 Am Bach Im Frühling D. 361 3:51
B3 Auf Dem Wasser Zu Singen D. 774 3:45
B4 Der Schiffer D. 694 3:17
B5 An Die Entfernte D. 765 3:19
B6 Sehnsucht D. 516 3:59
B7 An Die Untergehende Sonne D. 457 6:29
B8 Abendröte D. 690 3:48

Composição : Franz Schubert
Piano – Rudolf Jansen
Voz Soprano – Elly Ameling

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Elly Ameling hoje. Essa merece viver muito e bem!

PQP

Franz Schubert – Quinteto para Cordas – Tákacs Quartet, Miklós Perenyi

Em minha modesta opinião, este Quinteto para Cordas, de Franz Schubert, é uma das mais belas obras já compostas pelo espírito criativo humano. Difícil destacar uma parte específica, ele soa tão perfeito, os instrumentos estão tão bem integrados, que soam como um só.

E aqui Schubert apronta uma marotagem. Ao invés de dobrar as violas, algo normal nas composições para esta formação, ele dobra os violoncelos. Trata-se de obra longa, de fôlego, que intercala momentos de puro lirismo com outros momentos em que os instrumentistas precisam se desdobrar para dar conta do recado.

A gravação que me apresentou esta obra foi uma realizada pelo então jovem Yo-Yo Ma junto ao Cleveland Quartet, pelo antigo selo Columbia. Aquele disco me acompanhou durante muito tempo, mas infelizmente tive de me desfazer dele em determinado momento de vacas magras. O que lembro daquela gravação é o espírito essencialment romântico, como não poderia deixar de ser. O segundo movimento, um Adagio, emociona até mesmo o coração duro.

Mas vos trago duas gravações dessa obra, uma com o timaço formado pelos húngaros do Tákacs Quartet, acompanhados pelo violoncelista, também húngaro, Miklós Perenyi. A segunda, a citada acima, com o jovem Yo-Yo Ma acompanhando o excelente Cleveland Quartet, gravação essa que embalou meus primeiros sonhos e desejos, românticos inclusive.

Também gostaria de citar outra gravação dessa obra, também histórica, com o lendário Mistslav Rostropovich acompanhando o Mellos Quartett, também um primor de execução e de competência. Já postamos essa gravação por aqui, e creio que o texto do mano PQPBach sintetiza e ilustra bem o que sentimos sobre essa obra.

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto de Cordas, D. 956 (Melos)

1. String Quintet in C Major, D. 956, Op. 163 I. Allegro ma non troppo
2. String Quintet in C Major, D. 956, Op. 163 II. Adagio
3. String Quintet in C Major, D. 956, Op. 163 III. Scherzo. Presto
4. String Quintet in C Major, D. 956, Op. 163 IV. Allegretto

Yo-Yo Ma – Violoncelo
Cleveland Quartet

Miklós Perenyi – Violoncelo
Tákacs Quartet

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Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas para Piano, D. 958, 959 e 960 (Perahia)

Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas para Piano, D. 958, 959 e 960 (Perahia)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Deus gravou este mesmo repertório melhor do que Perahia. Deus é Pollini, óbvio. Mas a gravação do pianista e maestro nova-iorquino também é sensacional. Ele é enormemente elegante nos movimentos lentos. Seu problema é a comparação com os movimentos rápidos de Pollini, onde este é diabolicamente decidido e exato. Mas, se fosse você, eu baixaria estes CDs sem medo. É um grande repertório que os pianistas costumam não tocar juntos em concertos em função dos tamanhos de cada uma das 3 últimas sonatas. Ou seja, Perahia enfrenta uma forte concorrência de nomes como Brendel, Pollini e Arrau, bem como de veteranos como Schnabel. Mesmo em tal companhia ele se sai bem, tocando com uma sonoridade enxuta que marca claramente as belas linhas melódicas de Schubert. Sua abordagem mantém a visão geralmente clássica das obras, sem transformá-las em extravagâncias românticas. Argh! Perahia é uma adição digna à discografia de Schubert.

Franz Schubert (1797-1828): As Últimas Sonatas para Piano, D. 958, 959 e 960

CD1:
1. Sonata in C minor for Piano, D. 958/I. Allegro 10:50
2. Sonata in C minor for Piano, D. 958/II. Adagio 8:27
3. Sonata in C minor for Piano, D. 958/III. Menuetto. Allegro – Trio 3:08
4. Sonata in C minor for Piano, D. 958/IV. Allegro 9:09

5. Sonata in A Major for Piano, D. 959/I. Allegro 15:20
6. Sonata in A Major for Piano, D. 959/II. Andantino 8:03
7. Sonata in A Major for Piano, D. 959/III. Scherzo. Allegro vivace – Trio. Un poco più lento 4:45
8. Sonata in A Major for Piano, D. 959/IV. Rondo. Allegretto 11:41

CD2:
1. Sonata in B-flat Major for Piano, D. 960/I. Molto moderato 19:04
2. Sonata in B-flat Major for Piano, D. 960/II. Andante sostenuto 9:34
3. Sonata in B-flat Major for Piano, D. 960/III. Scherzo. Allegro vivace con delicatezza 3:48
4. Sonata in B-flat Major for Piano, D. 960/IV. Allegro ma non troppo 7:57

Murray Perahia, piano

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OK, Murray eu sei dizer, mas e Perahia?

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto "A Truta", D. 677 / Movimento para Quarteto de Cordas D. 703 (Gilels / Amadeus)

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto "A Truta", D. 677 / Movimento para Quarteto de Cordas D. 703 (Gilels / Amadeus)

Sim, o fantástico Quinteto para Piano “A Truta” de Schubert!

Como estou meio ocupado, transcrevo um excelente texto explicativo encontrado neste blog:

Esta peça em Lá Maior foi composta quando Schubert tinha apenas 22 anos embora tenha sido publicada em 1829 – um ano após a sua morte.

A peça é composta à volta de um conjunto de variações de um Lied anterior de Schubert Op.32 (D.550) e é formada por cinco andamentos. Tal como em muitas das obras de Schubert podemos criticar uma composição pouco perfeita , como uma espécie de esquisso. A esta obra em particular é frequentemente apontado o facto de existir uma fraca coesão entre andamentos e de serem frequentes longas repetições de material temático com pouca ou nenhuma transformação. A composição do quinteto é pouco usual pela presença do contrabaixo tendo permitido a Schubert a exploração de outras sonoridades.

1º Andamento (Allegro vivace) : Este andamento está escrito na forma de sonata. A explicação sobre o significado deste termo está prometida para um destes dias.

2º Andamento (Andante) : Este andamento está construído com base em diálogos entre instrumentos que por várias vezes parecem estar a terminar mas que depois recomeçam transmitindo algum humor (pela repetição do fim anunciado … )

3º Andamento (Scherzo – Presto) : Este andamento é rápido como o nome indica transmitindo um grande vigor a que se junta um melancólico trio para balancear o andamento.

4º Andamento (Andantino – Allegretto) : Este andamento é baseado em variações sobre a canção de que falámos no início deste post. Cada um dos instrumentos toca a melodia a seu tempo.

5º Andamento (Allegro giusto) : Semelhante na construção ao segundo andamento mas por vezes considerado excessivamente repetitivo (em alguns casos os interpretes optam mesmo por não fazer as repetições marcadas pelo compositor).

Franz Schubert (1797-1828): Quinteto “A Truta”, D. 677, e Movimento para Quarteto de Cordas D. 703

Quintet for Piano, Violin, Viola, Cello and Double-bass in A major, D 667 “The Trout”

1. 1. Allegro vivace – 1. Allegro vivace 13:41
2. 2. Andante – 2. Andante 7:17
3. 3. Scherzo (Presto) – 3. Scherzo (Presto) 4:02
4. 4. Thema – Andantino – Variazioni I-V – Allegretto – 4. Thema – Andantino – Variazioni I-V – Allegretto 8:00
5. 5. Finale (Allegro giusto) – 5. Finale (Allegro giusto) 6:20

6. Quartet Movement in C minor, D 703

Emil Gilels
Amadeus Quartett

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O Quarteto Amadeus espera que a Truta seja imediatamente servida

PQP

F. Schubert (1797-1828): Octeto D. 803 (Academy Of Ancient Music Chamber Ensemble)

F. Schubert (1797-1828): Octeto D. 803 (Academy Of Ancient Music Chamber Ensemble)

Postagem dedicada àquela que foi
a mulher de Schumann,
possivelmente a amante de Brahms,
mas que gosta mesmo é de Schubert.

 

(Notem que o “gosta” da dedicatória está no presente. Quem de vocês conseguirá entender esta dedicatória?)

Concebido como o esboço de uma grande sinfonia, o extraordinário Octeto D. 803 foi escrito durante a primavera de 1824. E realmente o Octeto, com seus inúmeros tutti, tem uma feição um pouco sinfônica, apesar de possuir muitos episódios puramente camarísticos. Mas é uma tremenda música, uma obra que cresce muito, principalmente após o Allegro Vivace.

Poderia postar um septeto agora, né? Talvez o de Beethoven. Ou o de Berwald.

Octeto D. 803 para clarinete, trompa, fagote, quarteto de cordas e contrabaixo

1. Schubert: Octet In F, D 803 – 1. Adagio, Allegro
2. Schubert: Octet In F, D 803 – 2. Adagio
3. Schubert: Octet In F, D 803 – 3. Allegro Vivace
4. Schubert: Octet In F, D 803 – 4. Andante con Variazioni
5. Schubert: Octet In F, D 803 – 5. Menuetto
6. Schubert: Octet In F, D 803 – 6. Andante Molto, Allegro

Academy Of Ancient Music Chamber Ensemble

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Schubert bebendo vinho com amigos. Gravura de Ralph Bruce.

PQP

Klára Würtz Plays Romantic Piano Music – Romantischer Klavierabend ֎

 

Música Romântica

Para Piano

Klára Würtz

 

 

Recebi uma pasta musical que prometia – Concerto para Piano No. 2 de Brahms mais as Quatro Peças para Piano, op. 119 – um total de oito arquivos na pasta, um disco virtual com oito faixas, quatro do concerto e as outras quatro, das lindas peças. O selo holandês Brillant não é assim, uma Brastemp, mas traz ótimas gravações e oferece muitas outras possibilidades além do que costuma ser gravado de novo e de novo. A pianista Karin Lechner pode não ser muito conhecida, mas foi protegida de Martha Argerich e isso não costuma acontecer por nada.  A expectativa pelo disco era alta, mas ao colocar para tocar a música que surgiu foi bem outra. Escondidas atrás das informações sobre a música de Brahms estava um recital para piano, música do período romântico. Pois a deliciosa dúvida imediatamente se pôs – o que e quem estaria tocando? Até parecia um desafio do PQP Bach.

As quatro primeiras faixas eram familiares, melodias bem conhecidas, mas eu não conseguia exatamente descobrir o que estava tocando. Depois de uma segunda audição, algumas cascatas de notas começaram a se revelar. Busquei a confirmação comparando com arquivos do meu acervo (atividade bem divertida) e assim surgiu o primeiro nome – Gnomenreigen, de Liszt. Eu confesso não ter muita paciência com Liszt, mas não faz muito tempo postei dois discos de Murray Perahia e lá estava a confirmação. Daí para descobrir que a faixa quatro era a Valsa Mefisto foi um pulo, pois ela também estava num disco que havia ouvido há pouco, um disco com valsas gravado pelo pianista Vassilis Varvareso. A terceira faixa foi a que mais me iludiu. Eu achava que poderia ser um noturno de Chopin, mas não conseguia nenhuma coincidência. Fui para outra parte do disco e duas faixas descobri de cara. Schubert, Impromptu, só faltou verificar qual deles. O disco mais a mão era uma gravação de Marc-André Hamelin. Logo em seguida a faixa oito, a Primeira Balada de Chopin, linda, como interpretada por Nobuyuki Tsujii. Fui dormir com o placar empatado, quatro a quatro. No outro dia, cedo, outra faixa logo se revelou, Arabesco de Schumann, como não percebi antes? Lá estava a prova, no disco do Fabrizio Chiovetta. Mas essas vitórias empalideciam quando eu pensava na terceira faixa, tão perto, mas tão distante. Dei tratos à bola, mas nada… Neste ponto me ocorreu algo, e você pode até dizer que foi golpe baixo, mas a curiosidade me aguçava e então, apelei: Google Search – Pesquisar uma música – e a peça revelou-se o Sonho de Amor, de Liszt. Como não pude ver antes? Como dizem os gringos, I was barking to the wrong tree, pensando que pudesse ser algo de Chopin. Aí o recital se revelou por inteiro. A primeira peça, o outro estudo de Liszt, também gravado pelo Perahia, Ruídos da Floresta, e a quinta faixa, outra famosíssima, Les Jeux d’eau à la Villa D’Este, que tenho tocada pelos dedos de outro grande pianista, Pierre-Laurent Aimard. De posse do programa, faltava descobrir o pianista, mas com a lista dos nomes das peças, não foi difícil localizar. O Google logo deu o serviço, a pianista é a ótima Klára Würtz, que já teve discos aqui por mim postados, num disco do mesmo selo Brillant, com o sugestivo nome ‘Música Romântica para Piano’. O tal disco da Klára tem, na verdade, mais duas faixas, outra de Chopin, a lindíssima Barcarolle, e uma peça virtuosística de Debussy, L’isle joyeuse. Eu já havia montado um disco paralelo com as peças interpretadas pelos outros pianistas, que havia usado como referência para confirmar as peças do disco misterioso. Gostei tanto da atividade que resolvi postar assim, o romântico recital de Klára Würtz e depois, tudo de novo, com os outros intérpretes. Fica com você ouvir tudo e depois me contar do que gostou mais…

Franz Liszt (1811 – 1886)

  1. Estudo de Concerto No. 1 – Waldesrauschen
  2. Estudo de Concerto No. 2 – Gnomenreigen
  3. Liebestraume, S. 541 / R. 211
  4. Valsa Mefisto No. 1
  5. Années de pèlerinage, Livro 3, S. 163 – No. 4, Les jeux d’eau a la Villa d’Este

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu, D935, No. 3 em si bemol maior

Robert Schumann (1810 – 1856)

  1. Arabeske em dó maior, Op. 18

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

  1. Ballade No. 1 em sol menor, Op. 23
  2. Barcarolle em fá sustendo maior, Op. 60

Claude Debussy (1862 – 1918)

  1. L’isle joyeuse

Klára Würtz, piano

Klara Würtz

Disco Paralelo

Franz Liszt (1811 – 1886)

  1. Estudo de Concerto No. 1 – Waldesrauschen
  2. Estudo de Concerto No. 2 – Gnomenreigen

Murray Perahia, piano

  1. Liebestraume, S. 541 / R. 211

Nobuyuki Tsujii, piano

  1. Valsa Mefisto No. 1

Vassilis Varvareso, piano

  1. Années de pèlerinage, Livro 3, S. 163 – No. 4, Les jeux d’eau a la Villa d’Este

Pierre-Laurent Aimard, piano

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu, D935, No. 3 em si bemol maior

Marc-André Hamelin, piano

Robert Schumann (1810 – 1856)

  1. Arabeske em dó maior, Op. 18

Fabrizio Chiovetta, piano

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

  1. Ballade No. 1 em sol menor, Op. 23

Nobuyuki Tsujii, piano

  1. Barcarolle em fá sustendo maior, Op. 60

Dong-Hyek Lim, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

  1. L’isle joyeuse

Van Cliburn, piano

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MP3 | 320 KBPS | 181 MB

 

 

 

 

 

 

 

 

 

When chosen Gramophone’s Pick of the Month (May 2022), the review sums up: “Würtz’s performances have disarming freshness which throws our listening emphases away from her and back on to the music.” The Hungarian-born pianist Klára Würtz is based in The Netherlands and is best known for her numerous recordings on Brilliant Classics.

Aproveite!

René Denon

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D.574, Sonatina D.385, Fantasie D.934 (Lupu, Goldberg)

Franz Schubert (1797-1828): Sonata D.574, Sonatina D.385, Fantasie D.934 (Lupu, Goldberg)

Apesar dos intérpretes, não chega a ser uma gravação de referência. À exceção da belíssima Fantasia D. 934, é a terceira vez que este repertório aparece no PQP em 2023 e creio esta que seja a pior gravação. Refiro-me à Sonata e à Sonatina, porque a Fantasia é tão linda que a gente esquece da vida. Na verdade, com raras exceções, as gravações dos anos 70 envelheceram mal. Sim, amo Radu Lupu. Acho que o problema aqui seja mesmo o violinista Goldberg. Há certos vibratos que me fazem pensar num corpo pendente após o enforcamento, naquele momento em que as pernas tremem. Hoje, Schubert renasce menos romântico e mais realista do era em 1979.  Temos um cara renovado e, acredito, mais próximo daquele das schubertíadas das quais o compositor participava. Não sabem o que é? A schubertíade ou schubertíada é um evento realizado para celebrar a música de Franz Schubert. Durante a vida de Schubert, esses eventos eram geralmente reuniões informais, não anunciadas, realizadas em casas particulares. As schubertiadas na Viena do início do século 19 eram tipicamente patrocinadas por amigos ricos aficionados da música de Schubert.

Franz Schubert (1797-1828): Music For Violin & Piano (Lupu, Goldberg)

Sonata In A Major D.574
1 I Allegro Moderato 9:37
2 II Scherzo: Presto – Trio 4:00
3 III Andantino 3:44
4 IV Allegro Vivace 5:08

Sonatina In A Minor D.385
5 I Allegro Moderato 6:49
6 II Andante 7:11
7 III Menuetto – Trio 2:16
8 IV Allegro 4:34

Fantasie In C Major D.934
9 I Allegro Moderato 3:30
10 II Allegretto 5:20
11 III Andantino 10:20
12 IV Tempo Primo – Allegro Vivace – Allegretto – Presto 6:16

Piano – Radu Lupu
Violin – Szymon Goldberg

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Szymon Goldberg e Radu Lupu na época em que todo mundo fumava

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonia nº 8 “Inacabada”, e Sinfonia nº 9 “Grande” – Janowsky, Dresdner Philharmonie

As duas obras primas incontestes de Schubert estão em muito boas mãos neste CD que recém saiu dos fornos da Gravadora Pentatone. O experiente maestro Marek Janowski nos traz uma leitura atualizada desta obras tão gravadas, mas tão cheias de possibilidades.

A Sinfonia Inacabada tem uma áurea de mistério que a cerca. Nunca deixo de me emocionar com aquele início misterioso, tenso, parece que estamos entrando em uma caverna lúgubre, sem saber direito o que iremos encontrar ali dentro. Janowski coloca um pouco de esperança em sua interpretação, tirando assim um pouco daquele ambiente lúgubre, trazendo uma possibilidade de se enxergar uma luz no final do túnel. Para quem gravou todos os grandes românticos do século XIX, incluindo as óperas wagnerianas, o que ouvimos aqui é um romantismo não tão expressivo e intenso. Confesso que sinto falta daquela carga dramática, tão comum em algumas gravações, principalmente no Primeiro Movimento, onde ele explora mais o lado lírico da obra. Dentre todas as versões que já ouvi desta sinfonia, minha escolha sempre recai sobre a velha guarda, como os bom Günter Wand e Karl Böhm. Ainda não ouvi os mais recentes e elogiados registros de René Jacobs, com uma leitura mais historicamente informada, característica deste excelente maestro, e um especialista neste gênero de interpretação.

O maestro Marek Janowsky, junto a Filarmônica de Dresden, nos oferecem uma interpretação segura e correta destas duas obras primas do repertório sinfônico. Tenho certeza de que os senhores irão gostar.

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonia nº 8 “Inacabada”, e Sinfonia nº 9 “Grande” – Janowsky, Dresdner Philharmonie

01. Schubert Symphony in B Minor, D. 759 Unfinished I. Allegro moderato
02. Schubert Symphony in B Minor, D. 759 Unfinished II. Andante con moto

03. Schubert Symphony in C Major, D. 944 The Great I. Andante – Allegro, ma non troppo – Più moto
04. Schubert Symphony in C Major, D. 944 The Great II. Andante con moto
05. Schubert Symphony in C Major, D. 944 The Great III. Scherzo. Allegro vivace – Trio
06. Schubert Symphony in C Major, D. 944 The Great IV. Allegro Vivace

Dredsner Philharmonie
Marek Janowsky

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FDP

 

 

 

Franz Schubert (1797-1828): Symphonie Nº 8, D. 759, Symphonie Nº 9, D. 944 (Karajan)

Franz Schubert (1797-1828): Symphonie Nº 8, D. 759, Symphonie Nº 9, D. 944 (Karajan)

Essa gravação realizada pelo Karajan dos anos 60 tem uma característica muito interessante: a alta velocidade com que a 9ª Sinfonia é interpretada. Mas deixa ele, trata-se de Herr Karajan, o maior vendedor de discos da DG. Comentários irônicos diziam que possivelmente o maestro tinha algum compromisso inadiável no dia da gravação da Sinfonia Nº 9, por isso acelerou o tempo dos movimentos, para acabar o quanto antes e não se atrasar. Ou talvez ele quisesse deixar a Grande menor do que ele, quem sabe.

Ironias á parte, o próprio Karajan confessava que se sentia perdido quando interpretava essa obra, pois as indicações deixadas por Schubert na partitura eram muito tênues e muito sujeitas a interpretações. De qualquer forma, trata-se aqui da visão de um regente muito ouvido. Mas há versões melhores como a do CD análogo de Wand ou o de Végh. Ou o de Abbado ou o de Harnoncourt. Ou a do Janowsky, que FDP Bach programou para o próximo dia 27 e você deverá ter a fineza de aguardar.

Franz Schubert (1797-1828): Symphonie Nº 8, D. 759, Symphonie nº 9, D. 944 (Karajan)

Symphonie nº 8 in B Minor, D. 759
1 – Allegro moderato
2 – Andante com moto

Symphony nº 9 in C, D. 944

4 – Andante – Allegro ma non troppo
5 – Andante com moto
6 – Scherzo (Allegro vivace)
7 – Allegro vivace

Berliner Philarmoniker
Herbert von Karajan

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von Karajan preparando seu Schubert

HvK regendo a 9ª de Schubert

PQP

Jenő Jandó (1952 – 2023): Uma Pequena Antologia ֎

Jenő Jandó (1952 – 2023): Uma Pequena Antologia ֎

“De muitas maneiras, Jenő Jandó definiu a abordagem que a Naxos tem para o seu catálogo: inovação, completude, qualidade, abrangência e disponibilidade. A isso pode-se acrescentar talvez a supremacia da obra sobre o ego do intérprete.”

Em 4 de julho de 2023 o mundo da música gravada perdeu um de seus mais prolíficos artistas – Jenő Jandó, pianista húngaro. Nascido em Pécs, em 1º de fevereiro de 1952, começou a carreira como a maioria dos pianistas, ganhando concursos e visibilidade. Atuou também como professor da Academia Franz Liszt de Budapest. O acervo de gravações deixado por Jenő Jandó merece as características listadas na página da Naxos – inovação, completude, qualidade, abrangência e disponibilidade.

Gravou para o selo Hungaroton, mas sua carreira de artista de disco se confunde com a do selo Naxos, para o qual deixou um enorme legado.

Para reverenciar tudo o que ele fez pelos amantes da música, especialmente os menos abastados, reuni nesta postagem quatro de seus discos, tentando dar alguma representatividade à sua extensa e bela obra.

Piano e Orquestra: Neste gênero Jenő Jandó deixou muitas gravações memoráveis, como a Integral dos Concertos para Piano de Mozart, que você encontrará aqui no PQP Bach. Há uma gravação da dobradinha com os concertos de Grieg e Schumann e outro disco espetacular com os Concertos de Bartók. Esse último também está aqui no blog. Como neste ano também reverenciamos o último dos românticos, decidi postar o Concerto No. 2 de Rachmaninov, que vem acompanhado da Rapsódia sobre um tema de Paganini. Música para milhões! Veja os louvores do Penguin Guide sobre esse disco, pela tradução feita pelo Chat PQP: As performances dessas obras por Jenő Jandó são muito recomendáveis. Ele tem a completa medida das idas e vindas, a fluência da fraseologia rachmaninoviana e o movimento lento é romanticamente expansivo, a reprise particularmente bela, assim como o final tem bastante energia e um sentimento lírico maduro. A Rapsódia é interpretada brilhantemente, tão boa quanto qualquer performance no catálogo.

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Concerto para Piano No. 2 em dó menor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando

Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op. 43

  1. Rapsódia

Jenő Jandó, piano

Budapest Symphony Orchestra

Giőrgy Lehel, regência

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FLAC | 191 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

 

Piano Solo: Aqui a lista de gravações é imensa. Nomes como Beethoven, Mozart, Bach, Schubert, Haydn, Schumann, Liszt, Scarlatti estão por lá. De Beethoven, Mozart, Haydn e Schubert gravou as integrais das sonatas para piano e outras cositas… De Bach há gravações do Cravo Bem Temperado e das Variações Goldberg. De qualquer forma, para mim, a Integral das Sonatas para Piano de Beethoven merece uma referência, mesmo tendo seus montes e vales, como disse o Conde Vassily. Desta coleção escolhi o disco que foi lançado como o Volume 2, com três sonatas que têm apelidos: Waldstein, Tempest e Les Adieux. Mais uma vez, o Penguin Guide: Jenő Jandó oferece aqui três das famosas sonatas, interpretadas com muito prazer, e elas soam bem agradáveis devido à sua abordagem direta.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 21 em dó maior, Op. 53 “Waldstein”

  1. Allegro con brio
  2. Introduzione: Molto Adagio
  3. Rondo: Allegretto Moderato

Sonata para Piano No. 17 em ré menor Op. 31 No. 2 “Tempest”

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata para Piano No. 26 em mi bemol maior Op. 81a “Les Adieux”

  1. Adagio – Allegro (Les Adieux)
  2. Andante Espressivo (L’Absence)
  3. Vivacissimamente (Le Retour)

Jenő Jandó, piano

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Alguns dias após está postagem ter ido ao ar, recebemos alguns comentários singelos. Entre eles, uma menção a esse disco, que decidi acrescentar à pequena antologia. Vale!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 8 em dó menor, Op. 13 ‘Pathetique’

  1. Grave – Allegro di molto e con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Rondo: Allegro

Sonata para Piano No. No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27 No. 2 ‘Ao Luar’

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para Piano No. No. 23 em fá menor, Op. 57 ‘Appassionata’

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo – Presto

Jenő Jandó, piano

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Música de Câmara: Jenő era ótimo músico camarístico e há vários discos primorosos nesse gênero. Sonatas para Violino e Piano com Takako Nishizaki, música para violoncelo e piano, de Kodaly, por exemplo, com a violoncelista Maria Kliegel, música para clarinete e piano com o clarinetista Kálmán Berkes. Para essa postagem escolhi uma gravação na qual ele faz parceria com o ótimo Quarteto Kodály, outra instituição da Naxos. Veja os comentários sobre a gravação dos Quintetos com Piano de Schumann e Brahms por esses titulares absolutos do time Naxos. Sobre o Quinteto de Brahms: “Essa ótima gravação da Naxos tem muito a oferecer, mesmo que não inclua a repetição da exposição do primeiro movimento. A execução é ousadamente espontânea e possui muita energia e sentimento expressivo. A abertura do final também possui um certo mistério e, de maneira geral, com uma gravação cheia de corpo e muita presença, isso causa uma forte impressão. Certamente, é uma pechincha.” Sobre o Quinteto de Schumann: “Uma performance fortemente caracterizada do belo Quinteto de Schumann, interpretado por Jenő Jandó e o Quarteto Kodály. Esta é uma interpretação vigorosa, romântica em espírito, e sua espontaneidade é bem transmitida por uma gravação vívida, feita em uma acústica atraente e ressonante.”

Robert Schumann (1810 – 1856)

Quinteto com Piano em mi bemol maior, Op. 44

  1. Allegro Brillante
  2. In Modo D’una Marcia. Un Poco Largamente
  3. Scherzo: Molto Vivace – Trio I – Trio II – L’istesso Tempo
  4. Allegro, Ma Non Troppo

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Quinteto com Piano em fá menor, Op. 34

  1. Allegro Non Troppo
  2. Andante, Un Poco Adagio
  3. Scherzo: Allegro – Trio
  4. Finale: Poco Sostenuto – Allegro Non Troppo – Presto, Non Troppo

Jenő Jandó, piano

Kodaly Quartet

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Música Ligeira: Num outro aspecto da música gravada, decidi trazer esse disco com selo Hungaroton, com música mais leve e despretensiosa – típica do período austro-húngaro, que revela outro aspecto da produção deste verdadeiro maratonista do piano que foi Jenő Jandó. O disco contém peças de Rossini e Schubert arranjadas para piano por Liszt. Rossini era frequentador das soirées nas casas dos abastados Aguado e Rothschild, onde ele geralmente acompanhava trechos mais famosos de suas óperas ao piano. Eventualmente ele acabou compondo novas peças para essas ocasiões. Isso deu surgimento a árias e duetos que foram posteriormente publicadas em ciclos, com o nome Soirées musicales. Liszt gostava bastante dessas peças e acabou fazendo arranjos delas para piano, que é o que ouvimos aqui. Já as Soirées de Vienne foram feitas sobre melodias de Schubert e buscam entreter e encantar.

Arranjos de Ferenc Liszt (1811 – 1886)

Composições de Franz Schubert (1797 – 1828)

Soirées De Vienne

  1. 2 Poco Allegro

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Gioacchino Rossini (1792 – 1868)

Soirées Musicales R.236: Part One

  1. 1 La Promessa (The Promise) – Canzonetta
  2. 5 Il Rimprovero (Reproach) – Canzonetta
  3. 7 La Partenza (Depart) – Canzonetta
  4. 11 L’Orgia (The Orgy) – Arietta
  5. 3 L’Invito (Invitation) – Bolero
  6. 6 La Pastorella Dell’Alpi (The Shepherdess Of The Alps) – Tirolese
  7. 7 La Gita In Gondola (By Gondola) – Barcarola
  8. 8 La Danza (Dance) – Tarantella Napoletana

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Franz Schubert

Soirées De Vienne

  1. 7 Allegro Spiritoso

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Gioacchino Rossini

Soirées Musicales R.236: Part Two

  1. 2 La Regata Veneziana (The Venice Regatta) – Notturno
  2. 8 La Pesca (Fishing) – Notturno
  3. 10 Serenata (Serenade) – Notturno
  4. 12 Li Marinari (The Sailors) – Duetto

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Franz Schubert

Soirées De Vienne

  1. 8 Allegro Con Brio

Jenő Jandó, piano

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Aproveite e celebre a obra desse grande artista!

René Denon

Franz Schubert (1797-1828): Complete Violin Sonatas (Neudauer, Brunner)

Franz Schubert (1797-1828): Complete Violin Sonatas (Neudauer, Brunner)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma Schubertiade ou, aportuguesando, uma Schubertíada é um evento realizado para celebrar a música de Franz Schubert. À princípio era um evento privado, de salão. As Schubertíadas modernas também incluem séries de concertos e festivais. Durante a vida de Schubert, esses eventos eram geralmente reuniões informais e não anunciadas, realizadas em residências particulares. As Schubertiades na Viena do início do século 19 eram tipicamente patrocinadas por amigos ricos e aficionados da música de Schubert. Numerosos recitais foram organizados a partir de 1815 no grande apartamento do jurista e patrono austríaco Ignaz von Sonnleithner. Um amigo de Schubert, Leopold Kupelwieser, afirmou que os mantinha porque “Eu me mimo com uma Schubertiade de vez em quando”. Até aí tudo bem. Mas… Vocês não acham que Schubert escreveu apenas sinfonias para seguir Beethoven e o restante de suas obras para as Schubertíadas? Por que ele escreveu apenas sinfonias e música de câmara, muita música de câmara, onde realmente metia a cara e avaliava o impacto sobre os ouvintes? Cadê os concertos de Schubert? Ah, quero mais schubertíadas na minha vida. Este CD é sublime. E mais não digo.

Franz Schubert (1797-1828): Complete Violin Sonatas (Neudauer, Brunner)

Sonata In G Minor D 408, Nº 3, Op. 137 (16:16)
1 Allegro Giusto 5:02
2 Andante 4:30
3 Menuetto 2:38
4 Allegro Moderato 4:06

Sonata In D Minor D 384, Nº 1, Op. 137 (12:27)
5 Allegro Molto 4:54
6 Andante 4:27
7 Allegro Vivace 4:06

Sonata In Minor D 385, Nº 2, Op. 137 (20:20)
8 Allegro Moderato 6:28
9 Andante 6:52
10 Menuetto. Allegro 2:25
11 Allegro 4:35

Sonata In A Major D 574, Nº 4, Op. 162 (22:09)
12 Allegro Modereato 8:59
13 Scherzo. Presto 4:06
14 Andantino 3:53
15 Allegro Vivace 5:11

Fortepiano – Wolfgang Brunner
Violin – Lena Neudauer

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Uma schubertíada com o próprio

PQP

Schubert (1797 – 1828): Sonata para Piano em lá maior, D. 959 – 3 Minuetos – Arcadi Volodos ֍

Schubert (1797 – 1828): Sonata para Piano em lá maior, D. 959 – 3 Minuetos – Arcadi Volodos ֍

Schubert

Sonata para Piano No. 20, D. 959

3 Minuetos

Arcadi Volodos

 

Volodos has everything – imagination, passion and a phenomenal technique – to carry out his ideas on the piano. His limitless virtuosity, combined with a unique sense of rhythm, color and poetry, makes Volodos the narrator of intense stories and infinite worlds!

Eu ouço música o tempo todo. Enquanto dirijo, quando vou caminhar, sempre que posso no trabalho. Por conta disso, tenho diversas formas de ouvir música: do sistema principal no escritório, na sala de casa, desde o computador ou usando até um velho DVD Player…

O telefone está sempre recheado de coisas que quero ouvir, uma verdadeira caixa de desejos guardados. Mesmo que fique preso em algum elevador, o tédio não me alcançaria, pelo menos não tão rapidamente. Assim, nas noites insones, você sabe, no lugar de contar carneirinhos, ouço música. Mas, à noite, especialmente mais tarde na noite, as coisas ganham outras dimensões. Por exemplo, nada de espelhos! Borges que o diga.

Pois estava eu noite destas, tentando ouvir algo interessante pelo headphone, quando meu desastrado dedo confundiu o aplicativo e alcançou um arquivo que estava adormecido na pasta com as músicas e ouvi, assim às cegas, o andantino desta gravação da Sonata em lá maior de Schubert. Meu Deus, o que foi isso? Começa assim, agarrando a gente pelos ouvidos e vai nos enredando até a irrupção do episódio central, uma erupção de som. Fiquei mesmerizado e, bom, ouvi tudo de novo, agora desde o enorme começo.

Volodos não é um pianista convencional e seus discos são sempre muito interessantes, mesmo que sejam, digamos assim, bastante impregnados de sua personalidade. Ou seja, nada de apagar os arquivos com outras gravações da Sonata, nem pensar em passar adiante os CDs do Pollini ou Kempff ou Brendel, só para mencionar alguns. Mas esse disco é realmente muito especial e se você ainda não ficou convencido das maravilhas que Schubert nos deixou, tente este aqui. Assim, sem mais delongas, vá em frente!

Franz Schubert (1757 – 1828)

Sonata para Piano No. 20 em lá maior, D. 959

  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Allegro Vivace
  4. Allegretto

3 Minuetos

  1. Minueto em lá maior, D 334
  2. Minueto em mi maior, D 335
  3. Minueto dó sustenido menor, D 600 com Trio em mi maior, D 610

Arcadi Volodos, piano

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Every time Arcadi Volodos brings out a new record we are in for a treat. This time he tackles Schubert’s sonata D959, a piece he has been perfecting for years and it shows. The playing is wonderfully intimate, the recording quality superb. The second movement (andante) might be one of the best interpretations I have ever heard. The three minuets (D334, D335 D600) are true gems. The only criticism I have is the short duration. Less than an hour but apart from that 5 stars. [Philip Blackmarr]

Volodos, with his devotion to the work and the subtlety of his phrasing, turns my favorite late Schubert sonata into a magical musical experience, eclipsing even Krystian Zimerman’s wonderful recording.

I wouldn’t go that far, but he may have a point!

Aproveite!

René Denon

Franz Schubert (1797-1828): Trios para Piano nº 1 & 2 (Magaloff, Grumiaux, Fournier)

Schubert é um exemplo de notoriedade póstuma. Não conseguiu se impor como um dos grandes, num período marcado pela reconhecida genialidade de Ludwig van Beethoven (1770-1827).

Chegou a desfrutar de pequena notoriedade nos salões musicais vienenses. Mas foi rejeitado pelas casas de ópera e pela corte dos Habsburgo. Seus insucessos profissionais são quase tão numerosos quanto as partituras que integram o catálogo de todas as suas obras.
Não conseguiu se tornar diretor de um conservatório em Liubliana, nem seduzir Goethe sobre o valor de seus lieder. Jamais assistiu a uma montagem de óperas suas, como “Alfonso und Estrella”. Não se tornou, conforme desejava, o mestre-de-capela-adjunto da corte de Viena, quando se aposentou seu ex-professor e titular do posto, Antonio Salieri. (…) Para completar um cenário existencial que comoveria seus hagiógrafos, ele ainda contraiu sífilis e passou os últimos anos de sua vida com a saúde debilitada. São ingredientes que se aproximam com perfeição da imagem do “gênio pobre e incompreendido, que a posteridade resgatou”.

Só ganharia seu merecido lugar no establishment musical germânico pelas mãos de maestros e compositores, sobretudo Felix Mendelssohn (1809-1847), que souberam apreciar as inovações harmônicas com que ele reinventou algo bastante prezado no século 19: o sentimento.
(O texto acima é de João Batista Natali)

Robert Schumann, outro compositor que participou da reavaliação da obra de Schubert, escreveria em 1836, apenas 8 anos após a morte do austríaco: “Um vislumbre dos trios de Schubert e a agitação e a angústia da existência humana desaparecem.” De fato, nesses dois trios, como em tantas outras obras de Schubert, nada indica esse conjunto de frustrações, pés-na-bunda e doenças que constam na sua biografia. Há nos trios uma certa elegância, um refinamento de quem não quer chorar ou berrar em público, mas expressa os sentimentos lá no fundo, nas entrelinhas.

Pierre Fournier

A gravação dos trios que trago hoje tem ao mesmo tempo a elegância e experiência de grandes intérpretes e o ar de espontaneidade e intimidade das apresentações ao vivo para um público mais ou menos pequeno. Nascidos em 1906 (Fournier), 1912 (Magaloff) e 1921 (Grumiaux), os três eram grandes mestres nos seus instrumentos e eventualmente se juntavam para tocar música de câmara. Sorte nossa que essa noite tão especial tenha sido gravada e depois lançada pela gravadora italiana Arkadia, com uma capa absolutamente aleatória. Aliás, desafio os leitores-ouvintes a encontrarem alguma semelhança entre os trios de Schubert e a crucificação de Jesus.

Arthur Grumiaux

Fournier nasceu em Paris. Magaloff, na Rússia, mas foi ainda criança para Paris, onde estudou com Isidor Philipp, professor também de Guiomar Novaes anos antes. E Grumiaux nasceu na metade francófona da Bélgica. Portanto, os três eram – se me permitem uma generalização para simplificar o argumento – representantes de uma escola francesa que, desde os tempos de Fauré e Debussy, evitava os exageros românticos. Assim, tinham uma certa vocação para tocar obras de compositores da primeira onda do romantismo como Schubert, Chopin (aqui e aqui por Magaloff, na integral muito elogiada por FDP Bach) e Mendelssohn (aqui seu concerto para violino por Grumiaux/Haitink, numa gravação que em 2021 eu chamei de “expressividade sem choradeira”).

Torre art déco em Charleroi, onde Grumiaux estudou no Conservatório

Franz Schubert (1797-1828):
1-4. Piano Trio No. 1, Op. 99
I. Allegro Moderato 14:45
II. Andante Un Poco Mosso 11:01
III. Scherzo. Allegro 6:46
IV. Rondo. Allegro Vivace 9:25

5-8. Piano Trio No. 2, op. 100
I. Allegro 9:38
II. Andante Con Moto 16:03
III. Scherzando. Allegro Moderato 9:27
IV. Allegro Moderato 13:19

Nikita Magaloff – piano
Arthur Grumiaux – violino
Pierre Fournier – violoncelo
Gravado ao vivo em Crissier, Suíça, 18/12/1972

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Nikita Magaloff (1912-1992)

Pleyel

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas for Violin & Piano (Biondi / Tverskaya)

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas for Violin & Piano (Biondi / Tverskaya)

Estas Sonatas não têm nada a ver com o nome “Sonatinas”, através do qual eram chamadas no passado. Estão mais para “Sonatões”. Schubert era um hábil violinista que escrevia de forma orgânica para um instrumento que conhecia muito bem e isto é encantadoramente evidente aqui. Biondi e Tverskaya tocam, respectivamente, uma cópia moderna de um violino de 1740 e um pianoforte de 1820 que evocam vividamente a atmosfera dessa música. Eles cantam demais, o que significa que seu Schubert é convincente. Poucos compositores inventaram melodias tão belas como ele! A espontaneidade cativante – revigorada pelas elegantes ornamentações de Biondi – revela uma mistura potente de vigor, paixão e, muitas vezes, delicadeza. Um disco essencial para todos os schubertianos.

Franz Schubert (1797-1828): Sonatas for Violin & Piano (Biondi / Tverskaya)

Sonata in A major, op. posth. 162, D.574
1. I. Allegro moderato – 7:57
2. II. Scherzo: presto – 3:49
3. III. Andantino – 4:27
4. IV. Allegro vivace – 4:43

Sonata in D major, op. 137, no.1
5. I. Allegro molto – 4:08
6. II. Andante – 4:23
7. III. Allegro vivace – 3:59

Sonata in A minor op.137, no.2
8. I. Allegro moderato – 9:09
9. II. Andante – 7:37
10. III. Menuetto: allegro – 2:12
11. IV. Allegro – 4:32

Sonata in G minor op.137, no.3
12. I. Allegro giusto – 4:31
13. II. Andante – 7:17
14. III. Menuetto – 2:25
15. IV. Allegro moderato – 5:09

Fabio Biondi – violin
Olga Tverskaya – piano

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Schubert, mostrando como se descansava na primeira metade do século XIX.

PQP

Egon Petri (1881-1962) – His Recordings 1929-42, vol. 3– Chopin, Busoni, Franck, Schubert, Bach, Gluck (2 CDs)

Egon Petri (1881-1962) – His Recordings 1929-42, vol. 3– Chopin, Busoni, Franck, Schubert, Bach, Gluck (2 CDs)

Egon Petri (1881-1962) foi um pianista de cidadania holandesa nascido na Alemanha. Dono de uma técnica refinada, é alguém ainda por ser propriamente redescoberto pelos ouvintes do século XXI. Seu nome não é lembrado e louvado com a atenção que merece, talvez justamente por encarnar uma espécie de forma de tocar que tem algo de arcaica, com raízes profundas no século XIX.

Petri foi um dos discípulos mais dedicados do lendário pianista, compositor e professor italiano Ferruccio Busoni (1866-1924), e um ardoroso defensor de sua música, por toda a vida. Petri acompanhou Busoni à Suíça durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente seguiu o mestre para Berlim, onde também deu aulas. Entre seus alunos estavam Vitya Vronsky (do duo Vronsky & Babin), Gunnar Johansen e o comediante e pianista dinamarquês Victor Borge.

Em 1927 ele se estabeleceu em Zakopane, na Polônia, dedicando-se ao ensino e a gravações. Ele viveu lá até 1939, quando escapou às pressas literalmente na véspera da invasão alemã, em setembro daquele ano. Petri então passou a dar aulas na Cornell University, em Ithaca, e mais tarde no Mills College, em Oakland. Ele se naturalizaria americano nos anos 50, e teve entre seus pupilos em solo americano o brilhante pianista inglês John Ogdon (1937-89), aquele que dividiu o primeiro lugar do Concurso Tchaikovsky com Vladimir Ashkenazy em 1962 (as finais deste concurso foram lançadas em disco e logo mais vão pintar aqui no PQP).

As gravações presentes neste disco duplo são deste trágico período, em que Petri teve que cruzar um oceano para sobreviver, realizadas entre 1938 e 1942. São testemunhos sonoros de uma época e de uma filosofia musical e pianística.

Duas curiosidades desimportantes sobre Busoni. A primeira é que o nome completo dele é, no mínimo, pomposo: Dante Michelangelo Benvenuto Ferruccio Busoni. A segunda é que ele está enterrado no Friedhof Schöneberg III, também conhecido como Friedhof Stubenrauchstraße, mesmo endereço em que também desfrutam o repouso eterno a atriz Marlene Dietrich e o fotógrafo Helmut Newton.

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CD 1

1 – SCHUBERT-TAUSIG: Andante & Variations
2 a 25 – CHOPIN: Preludes, op. 28
26 a 28 – FRANCK: Prélude, choral et fugue

CD 2

1 – GLUCK-SGAMBATI: Mélodie
2 – J. S. BACH-PETRI: Menuet
3 – J. S. BACH-BUSONI: Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ
4 – J. S. BACH-BUSONI: In dir ist Freude
5 – J. S. BACH-BUSONI: Wachet auf, ruft uns die Stimme
6 – J. S. BACH-BUSONI: Nun freut euch, lieben Christen gemein
7 – BUSONI: Fantasia after J. S. Bach
8 – BUSONI: Serenade (Mozart, Don Giovanni)
9 – BUSONI: An die Jugend, no. 3
10 – BUSONI: Sonatina no. 3
11 – BUSONI: Sonatina no. 6
12 – BUSONI: Indianisches Tagebuch
13 – BUSONI: Albumblatt no. 3
14 – BUSONI: Elegie no. 2

Karlheinz

J. S. Bach / Brahms / Chopin / Rachmaninov / Domenico Scarlatti / Schubert / Schumann: Yara Bernette – Encores – Semana do Dia Internacional da Mulher

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio com obras do gênio brasileiro, pelos motivos expostos AQUI


Uma semana de celebrações por conta do Dia da Mulher não poderia deixar de prestar reverência a um território específico de excelência no nosso panorama musical: o piano. A galeria de pianistas brasileiras é uma verdadeira constelação que atravessa gerações: Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Cristina Ortiz, Eliane Rodrigues, Erika Ribeiro, Diana Kacso, Linda Bustani, Clara Sverner, Menininha Lobo, Mariinha Fleury, Anna Stella Chic, Eudóxia de Barros, Felicja Blumental (nascida na Polônia, naturalizada brasileira), Rosana Martins…

Entre elas, uma estrela brilha com particular intensidade, por conta de sua sonoridade singular: estamos falando de Yara Bernette (1920-2002), uma artista de carreira tão impecável quanto longeva: foram mais de 4.000 concertos e recitais, ao longo de quase sete décadas. Uma vida inteira dedicada ao instrumento.

O verbete dedicado a ela na Enciclopédia do Instituto do Piano Brasileiro, escrito por Marcia Pozzani, está bem completo e rico em informações – vale a leitura. Para atiçar um pouco a curiosidade, no entanto, deixo um trecho de uma crônica escrita por Tarsila do Amaral (recolhida no livro Tarsila Cronista, organizado por Aracy Amaral e publicado pela Edusp em 2001). Ela relata uma história contada para ela pela própria Yara, quando se vira em apuros ao estar sem uma partitura para um concerto no Canadá. É um delicioso relato do frisson causado pela pianista, que a levaria inclusive até a glória de ter o selo dourado da Deutsche Grammophon estampado na capa de seus discos:

       ” (…) Nisso bate alguém na porta. Aparece um velhinho simpático – o maior crítico musical do Canadá – com uma música na mão e diz: “Miss Bernette, desculpe incomodá-la justamente agora, mas estou curioso por saber se a ‘Chaconne’ que a senhora vai tocar é desta edição”. Yara Bernette diz ao anjo que os céus lhe enviaram: “Peço-lhe deixar aqui a música. No primeiro intervalo conversaremos”. Deu-se o milagre. E o mais interessante é que o crítico não costumava levar música aos concertos. Apenas abriu a primeira página, foi chamada para o palco. Nunca tocou tão bem como naquela noite. O crítico musical, A. A. Alldrick, que a salvara sem o saber, dedicou-lhe excepcionalmente dois artigos ao invés de um, como de costume, afirmando no Winnipeg Free Press: “O recital de Yara Bernette foi um acontecimento fascinante… Yara Bernette é obviamente uma artista do calibre de ‘uma entre mil’. 
       Ao terminar a narrativa a grande pianista me diz: “Desde então, sinto que existe na minha carreira artística uma proteção divina”.
       Mais tarde num de seus inúmeros concertos, dizia o crítico Irving Kolodin no New York Sun: “Miss Bernette, prendendo a atenção dos ouvintes, fez com que a versão da ‘Chaconne’ de Bach  por Busoni valesse a pena de ser ouvida. Isso acontece uma vez por temporada e essa vez coube a Miss Bernette na sua execução definitiva”.
       Na sua tournée pelo México, disse o crítico musical do Excelsior: “Há muito não ouvíamos uma pianista do seu calibre, e também há muito tempo nenhum outro pianista havia interessado tanto os críticos nem obtido tantos elogios”.
       O New York Post exclama: “Tirem os chapéus, senhores! Miss Bernette é a última e irresistível palavra”, enquanto o New York Sun comenta: “Talentos pianísticos deste calibre têm raros similares”. (…)”

Flavio de Carvalho, “Retrato de Yara Bernette”, óleo sobre tela, 1951

O disco que apresento nesse post – gravado em 1995, já nos últimos anos de vida de Yara, no auge de sua maturidade – evoca essas antigas turnês, já que reúne uma série de peças que ela costumava tocar como bis (ou encore, em francês) em seus concertos e recitais. São peças emblemáticas do repertório pianístico, que refletem as preferências da artista. As interpretações são puro deleite; é um disco a que retorno, de tempos em tempos, há muitos anos.

Lançado em comemoração pelos 75 anos da pianista, o álbum foi gravado em fevereiro de 1995 no Teatro Cultura Artística, no centro de São Paulo, em um dos Steinways que faziam parte do acervo da casa. Tragicamente, o piano queimou junto com o teatro no dantesco incêndio que o consumiu em 17 de agosto de 2008. São, portanto, memórias fonográficas de um tempo que um universo que já nos deixou.

Áudio da apresentação de Yara Bernette na TV Excelsior, em 1961, tocando Debussy e Chopin. Créditos, como de praxe, para o espetacular Instituto Piano Brasileiro

Viva Yara Bernette!

Karlheinz

 

1. Domenico Scarlatti (transcr. Carl Tausig) – Pastorale
2. Domenico Paradies – Sonata em Lá – Tocata
3. J. S. Bach (transcr. W. Kempff) – Sonata BWV 1.031 – Siciliano
4. Felix Mendelssohn – Rondó Capriccioso, op. 14
5. Felix Mendelssohn – Scherzo, op. 16 no. 2
6. Robert Schumann – Cenas Infantis, op. 15 no. 7 – Rêverie
7. Robert Schumann – Cenas da Floresta, op. 82 no. 7 – O pássaro profeta
8. Johannes Brahms – Intermezzo, op. 117 no. 2
9. Frederic Chopin – Mazurka, op. 7 no. 3
10. Frederic Chopin – Mazurka, op. 17 no. 4
11. Frederic Chopin – Mazurka, op. 24 no. 4
12. Frederic Chopin – Estudo póstumo no. 1
13. Frederic Chopin – Noturno, op. 48 no. 1
14. Frederic Chopin (transcr. Franz Liszt) – Canção polonesa, op. 74 no. 5 – Minhas alegrias
15. Claude Debussy – Segundo Caderno – Prelúdio no. 7 – La Terrasse des Audiences du Clair de Lune
16. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 5
17. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 10
18. Sergei Rachmaninoff – Prelúdio, op. 32 no. 12
19. Heitor Villa-Lobos – Suíte Prole do Bebê no. 1 – O Polichinelo

Yara Bernette, piano

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Diversos Compositores – Antologia de Intérpretes Femininas – Semana do Dia Internacional da Mulher

Diversos Compositores – Antologia de Intérpretes Femininas – Semana do Dia Internacional da Mulher

Ji Su Jung, percussionista

Marin Alsop, regente

Maria João Pires, pianista

Gina Bachauer, pianista

 

Nesta postagem especial preparada para homenagear as mulheres nesta semana do Dia Universal da Mulher, escolhi algumas excelentes intérpretes que representam a enorme e inestimável contribuição delas para a música.

Ji Su Jung

Começamos nosso programa com o Concerto para Marimba, escrito pelo jovem compositor norte-americano Kevin Puts. A solista chama-se Ji Su Jung, que foi a primeira percussionista a ganhar a prestigiosa bolsa Avery Fisher Career Grant. Formada pelo Peabody Institute, da Johns Hopkins University, e pela Yale School of Music, Ji Su Jung é agora uma solista requisitada universalmente e professora do Curtis Institute of Music e do Peabody Institute.

Marin Alsop

Sobre o Concerto, o compositor explicou como surgiu a inspiração: A melodia da abertura do Concerto foi provavelmente inspirada quando ouvi o aquecimento de um pianista no placo do Teatro Eastman enquanto por lá passava a caminho da aula. A tonalidade de mi bemol maior sempre me foi muito próxima devido à sua riqueza e também por aparecer com frequência nas obras de Mozart, em particular em dois de seus concertos para piano, que de certa forma serviram como modelo para a minha peça.

Ji Su Jung é acompanhada pela Baltimore Symphony Orchestra, regida pela maestrina Marin Alsop, que foi uma das primeiras a interpretar as obras de Kevin Puts.

M-J Pires

Como eu gosto muito de ouvir o piano, na sequência teremos uma linda Sonata de Schubert interpretada pela maravilhosa pianista Maria João Pires.

Com uma carreira longa e de excelente qualidade, passou pelas gravadoras Denon e Erato e tem sido uma das estrelas do selo amarelo, Deutsche Grammophon. Esta sonata de Schubert é uma das mais belas e faz parte de um lançamento que reúne algumas obras de Schubert gravadas por Maria João Pires.

Gina Bachauer

Para a última etapa da nossa compilação escolhi uma artista que chamou a atenção exatamente por desempenhar um papel que estava quase exclusivamente dominado por homens, interpretando grandes concertos para piano, como o Concerto em si bemol maior, de Brahms, o Concerto de Grieg, Concerto em mi bemol maior de Liszt e o Concerto em si bemol maior, de Tchaikovsky. Gina Bachauer nasceu em Atenas, de pais estrangeiros, e iniciou sua carreira na Grécia. Estudou em Paris com Alfred Cortot e nos anos 1930 trabalhou na França e na Suíça com Rachmaninov em seus Concertos para Piano. Ela tornou-se uma expoente nestes concertos, especialmente no de No. 3. Suas gravações para o selo Mercury são bastante conhecidas. Aqui podemos ouvir suas interpretações de algumas peças solo de Debussy e atuando como solista de um concerto de Mozart. A orquestra da gravação foi fundada pelo seu regente, Alec Sherman que foi o segundo marido de Gina Bachauer.

Kevin Puts (Nascido em 1972)

Concerto para Marimba (1997, ver. 2021)

  1. Flowing
  2. Broad and deliberate
  3. With energy

Ji Su Jung, marimba

Baltimore Symphony Orchestra

Marin Alsop

Franz Schubert (1757 – 1828)

Sonata para piano em lá maior, D. 664

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Allegro

Maria João Pires, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Pour le piano

  1. Prélude
  2. Sarabande
  3. Toccata

Prelúdios

  1. La cathédrale engloutie
  2. Bruyères
  3. Danseuses de Delphes

Gina Bachauer, piano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano No. 17 em dó maior, K. 453

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Gina Bachauer, piano

London Orchestra

Alec Sherman

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MP3 | 320 KBPS | 268 MB

Maria-João Pires

Viva as mulheres!

Ji Su Jung