Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Concerto para 2 pianos e Orquestra, em Dó Maior, BWV1061, Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concerto para 2 pianos em Mi Bemol Maior, KV 365, Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para Piano, nº1, in Dó Maior, op. 15 – Anda, Haskill, Philharmonia – Galliera

Os senhores gostam de gravações antigas, realizadas há mais de cinquenta anos? Eu adoro, pois assim podemos conhecer os grandes intérpretes do passado e identificar a evolução das interpretações, comparando-as com as mais recentes.
Neste CD temos duas lendas dos teclados, duas gerações em confronto, digamos assim. A já idosa romena Clara Haskil e o então jovem húngaro Geza Anda, ainda com seus trinta e poucos anos na época destas gravações, e que morreu precocemente de câncer no esôfago, ainda nos anos 70 (1976 para ser mais exato). Clara Haskil nasceu em 1895 e é considerada uma das maiores pianistas do século XX, especializada no repertório clássico e romântico, e que veio a morrer poucos anos depois destas gravações serem realizadas.
Mas enfim, temos três concertos bem específicos em suas particularidades, e porque não dizer, verdadeiros monumentos da literatura pianística. Bach, Mozart e Beethoven: é preciso falar alguma coisa? A destacar, a evolução do próprio conceito de concerto, e claro, o talento dos intérpretes. Até nos esquecemos que são gravações remasterizadas, e que ao menos o Concerto de Bach foi ainda gravado em modo mono. Mas não se atenham a estes detalhes, e sim à clareza das interpretações. Outro destaque a ser feito aqui é o excepcional trabalho da engenharia de som da poderosa EMI em seu famoso estúdio da Abbey Road. Um primor.
Outra coisa que chama a atenção é a cumplicidade entre os intérpretes. temos a impressão de que tocam juntos há décadas, o que é mais uma mostra do enorme talento de jovem Anda, que não temeu tocar com uma verdadeira lenda do piano.
Para seu deleite, como diria nosso colega Carlinus.

01. Haskil & Anda – Bach- BWV 1061 I
02. Haskil & Anda – Bach- BWV 1061 II
03. Haskil & Anda – Bach- BWV 1061 III
04. Haskil & Anda – Mozart- KV 365 I
05. Haskil & Anda – Mozart- KV 365 II
06. Haskil & Anda – Mozart- KV 365 III
07. Anda – Beethoven- op 15 I
08. Anda – Beethoven- op 15 II
09. Anda – Beethoven- op 15 III

Clara Haskil & Géza Anda – Pianos
Philharmonia Orchestra
Alceo Galliera – Conductor

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FDPBach

Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Óperas – (9) Colombo (1964-Belardi) [link atualizado 2017]

175 anos do nascimento de Antonio Carlos Gomes

Um baita CD!
Apresentamos nesta semana o patriótico poema coral-sinfônico Colombo (aqui agrupado entre as óperas; embora não seja, se aproxima do formato), a última obra de vulto de Antonio Carlos Gomes, apresentada três anos antes de sua morte.
As coisas não iam nada bem pra Carlos Gomes: depois das recepções ruins da injustiçada Odaléa (confira aqui) na Itália e no Brasil, ele voltou a Milão um tanto desanimado. Encontrou lá seu filho Carlos André doente, com tuberculose (este faleceria apenas dois anos depois do pai. Sua única descendente que sobreviveria e que organizaria seu legado seria sua filha Ítala), o que lhe abateu ainda mais.
Como se aprontavam festejos em vários locais pelo 4º dentenário do Descobrimento das Américas, Carlos Gomes começava então a trabalhar em uma peça que tratasse da saga de Colombo, com vistas em alguns concursos, como modo de saldar suas dívidas:

Ainda no Brasil, pedira a seu amigo, o deputado Annibal Falcão, que lhe escrevesse um poema sobre Cristóvão Colombo. Era duplo o objetivo de Carlos Gomes: o concurso que a Prefeitura de Gênova abrira para uma obra musical em homenagem ao IV Centenário do Descobrimento da América; e concurso semelhante que escolheria a cantata a ser apresentada em Chicago, durante a exposição que celebraria essa efeméride. Desta vez, viu-se frustrado. Não foi premiado nem em Chicago nem nas Festas Colombianas de Gênova, onde o comitê organizador preferiu o Cristoforo Colombo de Alberto Franchetti (Lauro Machado Coelho).

Os problemas pessoais não interferiram na qualidade ca composição gomiana. Carlos Gomes continua, em Colombo, a seguir alguns padrões que apresentara em Odaléa: há uma partitura mais leve e mais coesa, bastante melodiosa (esta, admitamos, não tanto quanto aquela ópera) e uma organização mais ágil e sucinta. Além de tudo, esse formato, de poema sinfônico, não admite peças tão extensas. Aqui também, como em Lo Schiavo, ele foge dos padrões comuns e coloca um barítono para o papel do conquistador italiano.
A execução da peça está a cargo de Armando Belardi, um dos grandes entusiastas da obra do mestre campineiro, provavelmenteo regente que mais gravou Carlos Gomes: aqui no P.Q.P., Belardi está em Il Guarany, Fosca, Odaléa e este Colombo. Cercado, também, de ótimos solistas, numa gravação (e captação, graças a Deus) de alta qualidade. Um senão: há alguns cortes.
Semana que vem, a última postagem da série: a versão de Colombo regida por Ernani Aguiar (integral), que considero melhor ainda que esta de Belardi.
Ouça, que vale muito a pena!

Antônio Carlos Gomes (1836 – 1896)
Colombo – poema vocal sinfônico em quatro partes.
Libreto de Albino Falanca (pseudônimo de Albino Falcão).

01 Introdução
02 Ove sono
03 Tal_ cui non ha la terra
04 Era un tramonto d’oro
05 Gloria! trionfo
06 Pur a toccar l’eccelsa ambita meta
07 Non fosti mai si bel
08 Augusta regina
09 È sempre puro il ciel_ calmo il mar
10 Vitoria! Vitoria!
11 Salve immortal conquistator

Colombo – Constanzo Mascitti, barítono
Isabella – Lucia Quinto Morsello, soprano
Fernando – Sérgio Albertini, tenor
Il Frate – Paulo Adonis, baixo
Don Diego – Paulo Scavone, baixo
Dona Mercedes – Mariângela Rea, mezzo-soprano
Don Ramiro – João Calil, tenor

Orquestra e Coro do Theatro Municipal de São Paulo.
Armando Belardi, Regente
São Paulo, 1964.

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Ouça! Deleite-se!

Bisnaga

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Violin Concerto in D Major,op. 35 – Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) – Concerto for Violin & Orchestra in D Major, op. 35 – Mutter, Previn, LSO


Existem dezenas, talvez centenas de gravações do Concerto para Violino, op. 35, de Tchaikovsky. Aqui mesmo no PQP já devem ter sido postadas pelo menos uma meia dúzia delas (ou estarei enganado? Alguém se proporia a contar?).Meus intérpretes para estes concertos são David Oistrakh, Jascha Heifetz, Viktoria Mullova. Mullova? Digamos que esta gravação da russa com o Ozawa esteja nesta lista por motivos particulares.

A vida de Anne-Sophie Mutter é conhecida: menina prodígio, aos 14 anos de idade já estreava no mundo das gravações ao lado de ninguém menos que Karajan, que a apresentou ao mundo num LP com Concertos de Mozart gravados pela poderosa gravadora Deutsche Grammophon. Realizou diversas gravações com o velho Kaiser, inclusive do próprio concerto de Tchaikovsky, isso tudo antes de completar 20 anos de idade.

Não entrarei no mérito da qualidade destas interpretações de juventude, algumas delas sensacionais, com certeza, como seu Brahms, tocado com uma maturidade e competência invejáveis. Não lembro de ter ouvido seu Tchaikovsky de juventude, talvez influenciado pela Mullova, sua grande “rival”, pelo menos no meu ranking. Até fiz uma brincadeira há alguns anos atrás colocando gravações das sonatas de Brahms com as duas, para deixar nas mãos dos senhores a escolha do “quem é a melhor”.
Mas o tempo passa, o tempo voa. A maturidade chega, e talvez por cláusulas contratuais, sei lá, ela resolve gravar novamente o op. 35 de Tchaikovsky. Desta vez, acompanhada do maridão, o excelente regente Andre Previn. O contraste é claro: a bela Mutter, que, apesar de já estar chegando nos 50 anos continua muito bonita e charmosa, e o velho Previn, já adentrado nos seus setenta e poucos anos, mas sempre grande galanteador, lembrando que ele foi o primeiro marido da atriz Mia Farrow, isso nos idos do início dos anos 70. Talvez por este motivo resolveram gravar este CD juntos, sabe como é, o amor é lindo, né? Dois concertos românticos, que curiosamente tem o mesmo opus, 35, e escritos na mesma tonalidade de Ré maior.

Ok. Mas por que acho que a química entre os dois não funciona? Sei lá,entende? Não dá liga, Mutter às vezes toca de forma tão mecânica que deixa de lado toda a força dramática da obra, e para piorar Previn torna a grande Sinfônica de Londres uma orquestra burocrática, também sem emoção, sem apelo. Vi um documentário certa vez com uma aula magna do Maxim Vengerov em que ele explicava para um “aluno” que para tocar Tchaikovsky o músico tem de suar sangue, tem de chegar no final da interpretação tão extenuado que mal consegue se manter em pé, tamanha a entrega que ele tem de fazer na execução da obra. Mutter, quem diria, minha musa inspiradora, a violinista que me inspira já há mais de 30 anos não conseguiu me comover desta vez. Será que a idade está chegando e FDPBach está se tornando um chato que exige cada vez mais de si mesmo para encontrar um nível que talvez nunca mais seja atingido? Afinal suas gravações favoritas destas obras (Oistrakh e Heifetz) foram realizadas há mais de cinquenta anos atrás… o que falta? É pouco provável que surjam novamente músicos do nível destes dois gigantes citados acima, reconheço, mas como diria a velha frase dos guevaristas, “hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás”. Mutter, nesta gravação, realizada ao vivo, por sinal, endureceu sim porém perdeu a ternura. Talvez a explicação seja esse comentário seu que consta na contracapa do CD: “Performing contemporary music has added immeasurably to the way I play Tchaikovsky´s concerto”.
Curiosamente, no Concerto de Korngold reencontro a Mutter que conheço há tanto tempo. É comovente ouvi-la tocar o magnífico primeiro movimento deste concerto único. Vá entender. E sempre acompanhada do maridão e da LSO. Heifetz era um gênio, sem dúvidas, mas segundo testemunhos, sempre acabava virando um showman, exagerando no virtuosismo. Mutter aqui, ao contrário, exibe o virtuosismo de sempre e faz seu Stradivarius chorar, assim como também faz fraquejar e apertar o coração deste chato de galocha que vos entedia com tantas considerações inúteis e lhes impede de apreciar a mais bela e talentosa violinista de sua geração.

Me perdoa por te traíres, Viktoria Mullova.

Piotr Illyich Tchaikovsky – Violin Concerto in D Major,op. 35, Erich Wolfgang Korngold – Concerto for Violin & Orchestra in D Major, op. 35

01. Tchaikovsky Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – I. Allegro moderato
02. Tchaikovsky Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – II. Canzoneta. Andante- attacca
03. Tchaikovsky Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – III. Finale. Allegro vivacissimo
04. Korngold Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – I. Moderato nobile
05. Korngold Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – II. Romance. Andante
06. Korngold Concerto for Violin and Orchestra in D major, op.35 – III. Finale. Allegro assai vivace

Anne-Sophie Mutter – Violin
London Symphony Orchestra
Andre Previn – Conductor

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Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sinfonia Nº 3 / Concerto para piano, Op. 30 / Abertura 'A Grande Páscoa Russa'

Pois é. Gostei mais das interpretações deste Kitajenko, nascido em Leningrado, para obras de Rimsky-Korsakov, do que das de Karajan recém postadas. Bergen, Berlin; Berlim, Bergen. Bergen é humilde perto de Berlim — a qual pulsa cultura por todos os seus poros (pulsa pelos poros, francamente…). Segunda maior cidade da Noruega, Bergen abriga 250 mil almas congeladas. É uma belíssima cidade litorânea e deve ter inspirado a luminosa gravação da Grande Páscoa Russa, obra da absoluta preferência deste que vos escreve. O Concerto para Piano em um movimento também é bastante bom. Um disco bem legal com peças raramente gravadas.

Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sinfonia Nº 3 / Concerto para piano, Op. 30 / Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’

1. Russian Easter Overture: Lento Mistico – Andante Lugubre, Sempre Alla Breve

2. Sadko, Op.5: Moderato Assai – Allegro Molto – Allegretto – Poco Piu Vivo – Moderato Assai

3. Piano Concerto in C Sharp Minor, Op.30: Moderato – Allegretto Quasi Polacca – Andante Mosso – Allegro

Sinfonia Nº 3
4. I. Moderato Assai – Allegro
5. II. Scherzo. Vivo – Trio. Moderato
6. III. Andante
7. IV. Allegro Con Spirito

Geoffrey Tozer, piano
Bergen Philharmonic Orchestra
Dmitri Kitajenko

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PQP

Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sherazade / Tchaikovsky (1840-1893): Capricho Italiano e Abertura 1812

Eu gosto muito de Sherazade, a princesa que precisava divertir para não morrer, mas não apenas pelas 1001 noites, também pela música de Rimsky-Korsakov. O russo era um grande compositor e arranjador. E von Karajan faz-lhe justiça. Talvez alguns achem os andamentos um pouco arrastados — eu mesmo acho — , mas é indiscutível a qualidade e a grandiosidade da regência. E os solos de violino são belíssimos! Ele e sua modesta Filarmônica também vão bem no Capricho Italiano, cujo final parece ter uma mola que nos obriga a aplaudi-lo mesmo sozinho em casa.

Já na Abertura 1812, von Karajan parece ter enlouquecido. Tudo parece cortado a machado. É muito ruim. Gostei de ouvir a introdução coral aqui utilizada, mas o resto está fora do espírito da música. Os sons de canhão fizeram minha família rir no carro. Não sei que merda ele usou no lugar de canhões de verdade. Ouça por Sherazade e pelos italianos. E ria com 1812.

Rimsky-Korsakov (1844-1908): Sherazade /
Tchaikovsky (1840-1893): Capricho Italiano e Abertura 1812

1. Scheherazade, Op.35 – 1. Largo e maestoso 10:02
2. Scheherazade, Op.35 – 2. Lento 12:50
3. Scheherazade, Op.35 – 3. Andantino quasi allegretto 10:40
4. Scheherazade, Op.35 – 4. Allegro molto 12:55

5. Capriccio italien, Op.45 – Andante un poco rubato 16:59

6. Ouverture solennelle “1812,” Op.49 – Largo – Allegro giusto 15:35

Berlin Philharmonic Orchestra
Herbert von Karajan

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PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) – Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 – "O Ano de 1905" (LINK ATUALIZADO)

Postado inicialmente em 11 de dezembro de 2011.

A Sinfonia no. 11 de Shostakovich é uma das minhas composições favoritas entre todas aquelas que foram escritas poe Dmitri Shostakovich. Ela é uma obra que revela o quanto o conflito e a epicidade podem ser retratados numa obra de arte. É um desenho programático de um evento histórico. É uma descrição palpável de um episódio acontecido no ano de 1905 na Rússia. Contam os historiadores que dezenas de trabalhadores foram aniquilados pelas forças do ksar. Os vitimados eram homens comuns que buscavam ter os seus direitos atendidos no mês de janeiro daquele ano. Mas foram alvejados impiedosamente pela força pretoriana do soberano da Rússia. Tal fato se constituiu num evento marcante. O povo jamais esqueceria aquilo, principalmente Shostakovich que amava tanto o seu país. A Sinfonia no. 11 é repleta de insuações; de coloridos orquestrais; de tensão; de motivos de combate; marchas marciais; do som de corpos que tombam ao chão, num episódio terrível. É um trabalho denso, como denso era o mundo de Shostakovich. Esta gravação com Ashkenazy possui motivos para reverência. Não deixe de ouvir.

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) – Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 – “O Ano de 1905”

01 The Palace Square
02 The Ninth of January
03 In Memoriam
04 The Tocsin

Link da Amazon

St Petersburg Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy, regente

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Carlinus

Benjamin Britten (1913-1976): Cello Suites

Denise Djokic… o nome pode ser sérvio, mas a moça é uma talentosa violoncelista de Halifax, Nova Escócia, Canadá. Ela tem sido tem sido elogiada em todo o mundo por suas interpretações powerful e seu maiúsculo comando do instrumento. Pelo que se lê, é uma mulher dominadora. E é uma bela dominadora! Hum… Interessante. Quando se ouve o disco, duas coisas saltam a nossos ouvidos. O som estupendo de um violoncelo bem tocado e a bela música de Britten, o maior compositor inglês desde… desde… desde Purcell, claro. Este CD é uma esplêndida mistura de força, exatidão e sensibilidade. Coisa rara.

Agora, vejam só: Denise foi nomeada pela revista canadense MacLean como um dos “25 canadenses que estão mudando nosso mundo” e a Elle escolheu-a como uma das “Mulheres Mais Poderosas do Canadá”. Nossa, adoro!

Para quem não sabe, as Suítes para Violoncelo de Benjamin Britten são uma série de três composições para violoncelo solo, dedicadas a Mstislav Rostropovich. Britten era amigo de Rostrô, assim como de Shosta. Antes de escrever esta sensacionais suítes, Britten já havia composto para Rostrô uma cadência para o Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra de Haydn, em 1964. (Vi Rostrô em Buenos Aires tocando este Concerto de Haydn, ho, ho, ho). Rostropovich estreou o trio de obras que lhe dedicou Britten e gravou comercialmente as Suites N° 1 e 2. Na minha opinião, é um CD…

IM-PER-DÍ-VEL !!!! 

Benjamin Britten (1913-1976): Cello Suites

1. Denise Djokic – 1. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto primo: Sostenuto e largamente (2:37)
2. Denise Djokic – 2. Cello Suite No. 1, Op. 72: I. Fuga: Andante moderato (4:20)
3. Denise Djokic – 3. Cello Suite No. 1, Op. 72: II. Lamento: Lento rubato (3:21)
4. Denise Djokic – 4. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto secondo: Sostenuto (1:33)
5. Denise Djokic – 5. Cello Suite No. 1, Op. 72: III. Serenata: Allegretto: pizzicato (2:24)
6. Denise Djokic – 6. Cello Suite No. 1, Op. 72: IV. Marcia: Alla marcia moderato (3:40)
7. Denise Djokic – 7. Cello Suite No. 1, Op. 72: Canto terzo: Sostenuto – 2:50 (2:50)
8. Denise Djokic – 8. Cello Suite No. 1, Op. 72: V. Bordone: Moderato quasi recitativo (3:45)
9. Denise Djokic – 9. Cello Suite No. 1, Op. 72: VI. Moto perpetuo e Canto quarto: Presto (3:41)

10. Denise Djokic – 10. Cello Suite No. 2, Op. 80: I. Declamato: Largo (4:21)
11. Denise Djokic – 11. Cello Suite No. 2, Op. 80: II. Fuga: Andante (4:28)
12. Denise Djokic – 12. Cello Suite No. 2, Op. 80: III. Scherzo: Allegro molto (2:11)
13. Denise Djokic – 13. Cello Suite No. 2, Op. 80: IV. Andante lento (6:05)
14. Denise Djokic – 14. Cello Suite No. 2, Op. 80: V. Ciaccona: Allegro (8:28)

15. Denise Djokic – 15. Cello Suite No. 3, Op. 87: I. Introduzione: Lento (2:47)
16. Denise Djokic – 16. Cello Suite No. 3, Op. 87: II. Marcia: Allegro (1:53)
17. Denise Djokic – 17. Cello Suite No. 3, Op. 87: III. Canto: Con moto (1:29)
18. Denise Djokic – 18. Cello Suite No. 3, Op. 87: IV. Barcarola: Lento (1:48)
19. Denise Djokic – 19. Cello Suite No. 3, Op. 87: V. Dialogo: Allegretto (2:06)
20. Denise Djokic – 20. Cello Suite No. 3, Op. 87: VI. Fuga: Andante espressivo (3:11)
21. Denise Djokic – 21. Cello Suite No. 3, Op. 87: VII. Recitativo: Fantastico (1:26)
22. Denise Djokic – 22. Cello Suite No. 3, Op. 87: VIII. Moto Perpetuo: Presto (0:57)
23. Denise Djokic – 23. Cello Suite No. 3, Op. 87: IX. Passacaglia: Lento solenne (10:22)

Denise Djokic, cello

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PQP

Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Óperas – (8) Condor/Odaléa (1986-Belardi) [link atualizado 2017]

175 anos do nascimento de Antonio Carlos Gomes

Odaléa: IM-PER-DÍ-VEL !!!

Se fôssemos colocar um subtítulo para Odaléa (ou Condor), seria provavelmente “a ópera injustiçada”. Aqui Antonio Carlos Gomes está no auge de seu refinamento orquestral e melódico, mas a peça não emplacou: foi a obra certa no momento mais errado…
Gomes aceitou a encomenda de Cesare e Enrico Corti de uma ópera para a temporada de 1891 no Scala de Milão. Foi escolhido num cenário em que as grandes editoras de música  que dominavam a cena milanesa (Riccordi e Sonzogno) estavam em ferrenha disputa, por ser respeitado e por não ter contrato com nenhuma delas. Junto com a encomenda, já lhe foi entregue o libreto de Mario Canti para musicar. A história de Canti se passa em Samarcanda (cidade antiquíssima, de cultura persa, no atual Uzbequistão), onde a rainha, Odaléa, se apaixona por Condor, chefe das hordas que invadem seu país. Traindo seus patrícios, Condor é ameaçado, assim como Odaléa, e a única maneira de salvar sua amada é sacrificando sua própria vida para abater a fúria dos invasores.
Carlos Gomes alterou o nome original da ópera de Condor para Odaléa, tendo em vista possíveis apresentações na França, onde o nome do protagonista criaria um terrível cacófato com “con d’or” (ou cone de ouro, o apelido que se dava à região pubiana feminina, eufemizando aqui o termo)…
A ópera estreou em 1891 no Scalla com um elenco de primeira categoria, mas foi recebida com frieza pelo público. Um ano antes, subia ao palco a Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, uma revolução nos cânones operísticos italianos de então, que faria cair no gosto do público o formato dos veristas, da Giovane Scuola. Carlos Gomes introduziu em Odaléa mais inovações, mas a sua peça não era tão avançada como a de Mascagni: a crítica, sem uma análise aprofundada da partitura, estampou Gomes como um compositor tradicional demais. Ainda assim, a ópera teve dez récitas e foi a segunda mais assistidas no Scalla em 1891. Gomes a apresentou no mesmo ano no Rio de Janeiro, mas sua imagem, tão ligada ao imperador D. Pedro II, deposto pouco tempo antes, também fez com que o público e a crítica cariocas o vissem como um profissional antiquado, analisando-o pela sua postura política, e não pela sua música.
Dessa forma, Odaléa/Condor, foi apresentada apenas por uma temporada no Brasil e duas na Itália em todo o século XIX, e executada poucas vezes no século XX. Com o distanciamento que só o tempo proporciona, críticos e musicólogos têm afirmado que Condor é uma ópera das mais bem elaboradas de Carlos Gomes. É perceptível que ele buscava um caminho novo e o estava encontrando, aproximando-se da escola francesa.

Como na Fosca, percebe-se no Condor um esforço consciente de renovação formal. Há soluções harmônicas e empregos vocais que mostram o quanto Gomes acompanhava as modificações introduzidas pelos veristas no idioma do melodrama italiano – e que, na verdade, ele antecipara nas páginas mais inovadoras da Fosca ou da Maria Tudor. Haja vista a tessitura ousada do “Vampe folgori, rivolte!”, na entrada de Odalea no início do ato III, seguida da declamação entrecortada de “Febre fatal, sogno crudel d’ebra follìa!”, marcada andante cantabile con grande passione. (…). Há também, lado a lado do reconhecível estilo melódico do compositor – aqui tão inspirado quanto no Schiavo – um refinamento de expressão que mostra Gomes em dia com a ópera francesa, de que Condor retém o modelo: a elegância da música faz pensar em Gounod, Saint-Saëns, Massenet.
Um dos sinais da atenção à escola francesa, é o grande cuidado de Gomes – traço também presente na nova escola – em caracterizar musicalmente os ambientes (isso, de resto, já fora anunciado pela “Alvorada” do Escravo). O ambientismo do Condor está presente nos temas de sabor oriental que ele utiliza. Mas a escrita orquestral é muito bem trabalhada, não só no Prelúdio, no Noturno que introduz o ato III, ou no balé. mas também no acompanhamento instrumental, muito elaborado, e de alto grau de autonomia em relação à linha vocal.
O melodismo de Gomes está lá, sim, mas com movimentos mais flexíveis. O corte dos temas é menos tradicional do que no Guarany; menos popularesco do que no Salvator Rosa. Levam um passo à frente a madura expressão da Maria Tudor e do Schiavo. Há em Condor, em suma, a busca visível de um novo roteiro estético; ou, como diz Andrade Muricy, “não um ‘canto de cisne’, mas uma indistinta, tateante aurora”.
Condor/Odalea tem divisão em números muito tênue. Tende para a estrutura em blocos contínuos que Verdi consolidara no Otello; e, nesse sentido, confirma uma tendência já perceptível no autor desde o Guarany. Além da predominância, já observada, do tipo de vocalidade que faz a voz ascender subitamente do registro central para a região aguda – técnica que vai proliferar no Verismo –, é característica no Condor a preocupação com um tipo de declamação que valorize a clara pronúncia das palavras. E esse é outro ponto em que está intimamente associada à nova escola.

Condor/Odaléa é a ópera mais sucinta e mais ágil de Carlos Gomes. Tem também algumas das suas páginas mais bem escritas. Aqueles dez anos de hiato entre Maria Tudor (1879) e Lo Schiavo (1889) possibilitaram um grande refinamento na orquestração gomiana. As peças instrumentais, a abertura (que anuncia o oriente num delicado solo de harpa), o noturno e o balé são de uma beleza ímpar, e os trechos cantados são obras de muito esmero. A gravação, aviso, é ruim. Não pelos solistas, nem pela orquestra (Armando Belardi sempre se cercou de gente competente), mas pela captação quase caseira; é, no entanto, a única gravação que conheço, por isso não tiraria d forma alguma o “imperdível” lá do início.
Mas esqueça essas falhas, deixe-se levar pelas melodias magistrais desta última ópera de Carlos Gomes, coloque os problemas de lado e viaje para terras distantes na música de Nhô Tonico!
Semana que vem e na próxima, a última peça (disponibilizarei duas gravações): o Oratório Colombo, que, embora não seja, incluímos na categoria das óperas.
Bom, chega de lenga-lenga! Ouça! Ouça!

Odalea/Condor (1891)
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
Libreto original: Mário Canti

Ato I – 01 Prelúdio
Ato I – 02 Nele Regno delle Rose
Ato I – 03 Dell’Arme il Segnal
Ato I – 04 Aquila Pellegrina che Fendi L’etra a Vol
Ato I – 05 Dea Celeste Ideal
Ato II – 06 Già L’Albappar Fedeli Alla Preghiera
Ato II – 07 Orda Crudel Feroce
Ato II – 08 Orda Selvaggia
Ato II – 09 Vedo Commossa Ell’é
Ato III – 10 Noturno
Ato III – 11 Quanto Silenzio a me D’Intorno
Ato III – 12 Avea Sulatana Altera
Ato III – 13 Ti Vedo Ognor, intua Follia Sublime
Ato III – 14 Le mie stelle salutano in Te
Ato III – 15 Fissami in volto, Dimmi

Odalea – Renata Lucci, soprano
Condor – Sérgio Albertini, tenor
Adin – Niza de Castro Tank, soprano
Zuleida – Tereza Boschetti, mezzo-soprano
Almazor – Benedito Silva, baixo
O Mufti – Jairo Vaz, baixo

Orquestra e Coro do Teatro Municipal de São Paulo
Armando Belardi, regente
Sala Cidade de São Paulo, 1986

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Ouça! Deleite-se!


“Outros cães uivam para a lua. Treinei o meu para tocar Bach” 
Parabéns, Bach, pelos 327 anos (embora este seja um post sobre Carlos Gomes)!

Bisnaga

Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Óperas – (7) Lo Schiavo (1959-Guerra) [link atualizado 2017]

175 anos do nascimento de Antonio Carlos Gomes

Ah, Lo Schiavo, a segunda ópera mais famosa de Antonio Carlos Gomes e a segunda a ser gravada na história! Que deleite para os ouvidos esta obra simplesmente IM-PER-DÍ-VEL!
Carlos Gomes passou dez anos amargos sem conseguir subir uma ópera no palco. Depois de Maria Tudor, ele tinha movimentada e desagradável vida pessoal: discussões, separação, construção de um palacete que ele não conseguia manter (a famosa Villa Brasília, hoje um conservatório em Milão), hipotecas, dívidas para suster seu luxo… Gomes parecia que queria manter uma ilusão, para si e para os demais, de que estava tudo bem, de ostentar, a duras penas, uma imagem melhor do que a realidade. Talvez tenha imaginado que viver num palacete com belíssimos afrescos com araras em suas paredes conseguisse abater seu sofrimento. Sabemos que Tonico tinha um temperamento indócil, com várias crises de ira. Era, pelo que se pode saber pelos seus biógrafos, uma pessoa difícil de se lidar (ora, Beethoven era terrível. Por que Carlos Gomes não poderia ser intratável também?). Sofria também com um forte complexo de  inferioridade: qualquer mínimo sinal negativo na aprovação de suas obras era motivo para se achar o pior dos compositores, mesmo sendo o segundo em número de récitas na Itália da década de 1870. Devia também ter fortes problemas de depressão, pois iniciava muitos trabalhos e os abandonava em seguida.
E Lo Schiavo nasceu nesse turbilhão de problemas pessoais de Carlos Gomes, de projetos de óperas iniciados e nunca concluídos. A história original tratava de um texto de forte veia abolicionista, de 5, 6 páginas, escrito pelo Visconde de Taunay para Gomes. O texto daria uma ótima ópera, pois tinha bom enredo: revoltas de escravos, refúgios em quilombo e amor entre o senhor branco e a escrava negra. Os editores italianos não gostaram da ideia de um protagonista negro e escravo, simples, pobre, diferente de doutros protagonistas negros daquele tempo, como Aída (princesa etíope) e Otelo (que se tornara nobre). Assim, optou-se por transformar os escravos em índios e transportar a história para o século XVI, durante a Confederação dos Tamoios, o que criou algumas incongruências históricas à trama que obrigaram Tonico a se desdobrar pra resolvê-la com uma música coerente e boa.
Ao mesmo tempo, as preferências, em dez anos, mudavam na Itália: os compositores da geração de Carlos Gomes eram preteridos pelos da Giovane Scuola (os veristas). Autores como Gomes, que estavam na transição entre o Romantismo tradicional e o Verismo encontravam dificuldades para encenar suas óperas. Pese nisso o tempo no qual Gomes não produziu nenhuma peça, o que contribuiu para a perda de visibilidade na cena artística de então.
Não conseguindo estrear Lo Schiavo em Milão, o compositor entrou em contato com autoridades do Brasil e, por intervenção particular (apoio, bênção e imposição, mesmo)  do Imperador D. Pedro II, a ópera acabou estreando, finalmente, em 1889, no Rio de Janeiro, pouco mais de um mês antes da queda da Monarquia no país (e um ano após a abolição: melhor não tratar de escravidão negra naquele ambiente tenso, não?). O sucesso foi estrondoso: o público carioca pôde ver o Carlos Gomes que conheceu moço em sua obra mais melodiosa e com uma de suas orquestrações mais refinadas.

Do ponto de vista estrutural, Lo Schiavo é uma ópera de números relativamente convencional. Mas apresenta Carlos Gomes em um de seus melhores momentos de inspiração melódica – capaz de “encontrar harmonias e timbres raros, de aproveitar ritmos inusitados e de utilizar modulações as mais eficazes e inesperadas” (Marcus Góes). Como no Guarany, a música é, de um modo geral, italianada. Mas, como observa João Itiberê da Cunha, num ensaio publicado na Revista Brasileira de Música, há nela “certas estranhezas rítmicas e temas de sabor agreste e mesmo selvagem, que nada têm a ver com a música da Europa, e muito menos com a italiana. Sempre que Carlos Gomes quer apresentar o elemento autóctone do Brasil, sejam guaranis, tamoios ou aimorés, ele encontra no seu estro acentos característicos e inéditos, que surpreendem pela força de expressão e pela novidade, já não diremos pelo exotismo. (Lauro Machado Coelho)”

Lo Schiavo é uma ópera não tanto dramática em sua música, mas muito mais melodiosa e muito mais coesa e refinada, de uma orquestração mais elegante. Aqui Calos Gomes apresenta um domínio dos conjuntos instrumentais muito mais maduro.

Com Lo Schiavo, o ímpeto dramático de Gomes tende a atenuar-se; ele entra em uma fase reflexiva na qual o dinamismo do discurso musical se transforma em pintura de ambiente. O interesse, agora, redide primordialmente nas partes líricas; as dramáticas, embora não estejam privadas de eficiência, não atingem a intensidade de certas páginas da Fosca nem a imediateza que era uma das características do Guarany. A estrutura dramatúrgica apresenta carências que não são irrelevantes, principalmente na definição dos caracteres; mas algumas situações são bem conduzidas, com sentimento poético e resultados convincentes no plano da expressão teatral. A composição apresenta um equilíbrio geral, que lhe é conferido por uma certa organização estilística, o faz com o Escravo seja considerado, pela maioria dos estudiosos, uma das óperas mais bem-sucedidas de Carlos Gomes. (Marcos Conati)

Essa ópera é uma das melhores melodias de Gomes. A Alvorada, no início do quarto ato, é das peças mais belas por ele escritas em toda a sua carreira. Além da delicada abertura e das árias como “quado nascesti tu” e “O ciel di Parahyba“. Nessa montagem, a segunda gravação mundial de uma ópera de Carlos Gomes (alguns meses mais recente que Il Guarany de Belardi), temos nomes de cantores que fizeram história em nossos teatros, como a elegantíssima Ida Miccolis e o portentoso Lourival Braga, em um raro barítono protagonista.
Resumo da ópera: é muito bom! Não deixe de conhecer!
(Semana que vem, a ópera mais curta e tão melodiosa quanto esta: Odalea)

Lo Schiavo (1889)
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
Libreto: Rodolfo Paravicemi
Baseado em história do Visconde de Taunay

Ato I – 01 Preludio
Ato I – 02 Oggi imene qui prepara
Ato I – 03 Seghi e sorveglia i passi miei
Ato I – 04 In aspra guerra per la mia terra
Ato I – 05 Nobre stirpe del brasilio soul
Ato I – 06 Di ribellione Autore ti festi or ora
Ato I – 07 Ah! Per pietà!
Ato I – 08 Partito è! Gran Dio!
Ato II – 09 Piacer! Eccola Cura
Ato II – 10 Conte voi abigliarmi sembrate
Ato II – 11 Quando nascesti tu
Ato II – 12 Perchè! Gioia che di
Ato II – 13 Danza Indigena – Carigio
Ato II – 14 Danza dei canottieri
Ato II – 15 Danza Indigena – Goitacà
Ato II – 16 Baccanale
Ato II – 17 Un astro splendido nel cielo appar
Ato II – 18 Lo sguardo in me fissati
Ato III – 19 Oh Ciel di Parahyba
Ato III – 20 Fra questi fior que adori
Ato III – 21 Fragile cor di Donna
Ato III – 22 Gerrier Prodi e Fedele
Ato IV – 23 Siam Traditi si Amo perduti
Ato IV – 24 Sogni d’amore, spereanze di pace
Ato IV – 25 Alvorada
Ato IV – 26 Come serenamente
Ato IV – 27 Ecco l’ombra mia funesta
Ato IV – 28 Benchè le insigne
Ato IV – 29 Addio, fedele martire

Ilara – Ida Miccolis, soprano
Ibere – Lourival Braga, barítono
Americo -Alfredo Colosimo, tenor
Conde Rodrigo – Luiz Nascimento, baixo
Condessa de Boissy – Antea Claudia, soprano
Gianfera – Marino Terranova, barítono
Goitaca – Alvarany Solano, baixo
Lion – Carlos Dittert, baixo

Orquestra e Coro do Teatro Municipal de Rio de Janeiro
Santiago Guerra
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 1959.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (110Mb – 2CD, cartaz, info e resumo da ópera)
Ouça! Deleite-se! Mas antes, deixe um comentário pra gente…

Bisnaga

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – String Quartets – Cd 7 de 7

Acabou… This is The End…Ces´t fini… that´s all folks… aqui está o sétimo CD, com os impressionantes op. 132 e 135… para seu deleite e prazer. Monumentos da literatura musical, obras primas absolutas, nem vou chover no molhado. Nem para comentar a interpretação do Amadeus Quartet. Não serei mais tão óbvio, como alguém comentou dia destes. Ah, nem irei reclamar da internet vagabunda que tenho. Isso tudo os senhores já estão carecas de saber.O que realmente importa aqui é a música de Ludwig. Atemporal, com certeza, sendo o menos redundante e óbvio possível.
Hoje tive um dia complicado. Fila em banco e tensão no serviço, tentando conciliar o inconciliável (minha gerente inclusive elogiou minha atitude ao tentar conciliar esta questão inconciliável). E claro, ônibus lotado e atrasado para a volta para casa.  Cheguei á conclusão que nem irei mais me estressar. O bom e velho Ludwig serve neste momento de válvula de escape,  uma sessão de psicanálise gratuita. Não vou encarar o volume de quase 700 páginas que me observa já há alguns dias, esperando para ser concluído (devem faltar umas 120 páginas) simplesmente porque não tenho mais a mesma visão que tinha nos meus vinte e poucos anos,  a luz fraca me cansa rapidamente e os olhos começam a tremer, e em menos de cinco minutos adormeço. Ele que espere o final de semana.
Mas esse van Beethoven aqui está ansioso para sair do casulo. Quer se juntar aos seus outros seis colegas, que já andei distribuindo por aí.
Então vamos satisfazer o desejo do sétimo CD e colocá-lo no ar. Ainda mais o op. 132. Assim, acabo com a angústia de nosso caro leitor/ouvinte charliescampos, que escreve tão bem em seu blog que fico até com vergonha destas minhas mal traçadas linhas.

01- String Quartet 15, Op.132 – I. Assai sostenuto – Allegro
02- String Quartet 15, Op.132 – II. Allegro ma non tanto
03- String Quartet 15, Op.132 – III. Heiliger Dankgesang
04- String Quartet 15, Op.132 – IV. Alla marcia, assai vivace
05- String Quartet 15, Op.132 – V. Allegro appassionato
06- String Quartet 16, Op.135 – I. Allegretto
07- String Quartet 16, Op.135 – II. Vivace
08- String Quartet 16, Op.135 – III. Lento assai e cantante tranquillo
09- String Quartet 16, Op.135 – IV. Der schwer gefaßte Entschluß (Muß es sein)

Amadeus Quartet

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FDPBach

Eli-Eri Moura (1963) – Réquiem contestado [link atualizado 2017]

Acho que não se pode alegar conhecer a produção erudita brasileira atual sem conhecer este autor – e esta obra, absolutamente extraordinária. Baixem e ouçam e me digam se não é verdade! (Ranulfus)
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Eu iria esperar passar o fim de semana para enviar meu segundo post, mas pensei depois que esse é o período que muitos têm para dar uma escutada no que baixaram de segunda a sexta. *** Tentem se lembrar de um compositor erudito nordestino… “Alberto Nepomuceno… José Siqueira…” Eu ajudo: Lindembergue Cardoso, Hekel Tavares, Euclides Fonseca (conhecem Euclides Fonseca? Nem eu. Quase não há nada gravado dele, que parece ter sido o maior operista de Pernambuco)… Todos estão mortos. Vamos tentar os vivos. “Marlos Nobre…” Aê, pelo menos um vocês sabem. Outro empurrão: Danilo Guanais, Liduíno Pitombeira, Eli-Eri Moura, Wellington Gomes, Clóvis Pereira. Aos poucos vou postar o que eu tiver/conseguir deles. Começo com um da Paraíba: Eli-Eri Moura (se diz “Eliéri”). Professor da UFPB, 45 anos de idade, Mestre e Doutor em Composição pela McGill, no Canadá (mais informações, veja no Compomus, o Laboratório de Composição Musical da universidade, que ele fundou), Eli-Eri vive pacatamente em João Pessoa (onde estou neste momento, visitando meu Café do Rato Preto, na praia de Tambaú), cidade de maior estímulo à música clássica na década de 80 – tanto que, até hoje, o mainstream da música clássica nacional tem uma boa imagem da Paraíba, ainda que a única celesta daquele Estado esteja atualmente parada devido aos cupins. Não é pobreza. As capitais nordestinas dispõem de muito dinheiro porque concentram grandes indústrias. Falta é um Neschling por lá, como falta no resto do país todo (e um Mário Covas para dar carta branca). O Covas daquela era de esplendor em João Pessoa se chamava Tarcísio de Miranda Burity, ex-governador de 79 a 82 e de 86 a 90, famoso pelo Caso Gulliver, em 1993. Foi o seguinte: Ronaldo Cunha Lima, rival político de Burity e governador naquele período, partiu para defender a “honra” do filho Cássio (atual governador, que luta contra a cassação determinada pelo TRE, e então superintendente da Sudene) das críticas que sofrera do opositor. Defendeu-a no melhor estilo coronelista: entrou no restaurante onde Burity estava, o Gulliver, e deu-lhe três tiros na boca… Burity faleceu de problemas cardíacos, dez anos depois. Ele tinha uma irmã pianista, Isabel, e por influência dela injetou um senhor dinheiro na Sinfônica da Paraíba. A OSPB (por favor é a sigla da orquestra, não a velha disciplina escolar Organização Social e Política Brasileira) passou a chamar somente maestros ignotos, como Aylton Escobar, Neschling, Karabtchevsky e Eleazar de Carvalho e se tornou a primeira do país a gravar um CD, em 1988. Gravaram nos States, motivo pelo qual somente se podia comprá-lo importado. Nesse mesmo ano, abri minha filial do Café, perto de onde se situa o Mercado de Artesanato da Paraíba. Some-se a essa aurora da música clássica naquele Estado a fundação do Departamento de Música da UFPB, em 1984, salvo engano. A obra Enfim, Eli-Eri Moura tinha um sobrinho a quem era muito ligado, Franklin Moura, que morreu aos 29 anos, em 1991, duma infecção causada por uma bactéria desconhecida. Dois anos depois, o compositor voltou ao Brasil de seu mestrado no Canadá e procurou o amigo e poeta W. J. Solha para compor um réquiem. “Pra que um libretista prum réquiem, se basta o compositor recorrer ao texto litúrgico?” Bem, estamos falando de uma obra que se chama Réquiem Contestado. Coube a Waldemar José Solha inserir acréscimos perturbadores em momentos cruciais da missa fúnebre. Assim, após um intróito estático, belíssimo, o coral entoa, indignada e repetidamente, “Quero a lei, só!” em vez de “Kyrie Eleison”. Daí vem a subversão da estrutura do restante do réquiem. O Gloria, o Confiteor e o Credo – que não são rezados no réquiem tradicional, só na missa – aparecem aqui, e em ordem invertida. É bom explicar que as três orações são inapropriadas à missa de encomenda de almas por sua própria natureza: o Gloria é um canto de júbilo; o Confiteor (costumeiramente recitado, não cantado) e o Credo são, respectivamente, a confissão dos pecados e a profissão de fé, coisas que o defunto não pode fazer mais, nem ninguém pode fazer em nome dele. Sendo talvez redundante, talvez detalhista, pressupõe-se que o réquiem só pode ser rezado a quem admitiu os pecados (o Confiteor é obrigatório na Extrema-Unção) e subscreveu o “Creio em Deus Pai” em vida. Solha transformou o Credo, introduzido por arabescos oboísticos, em Non credo, interrompendo o coral com o protesto do narrador: “Não, não, não, não!!! Não creio que Tu, Deus, sendo a Bondade Suprema, tenha quase exterminado o gênero humano com o dilúvio…”. No Confiteor, onde o coral adquire mais magnificência e clama “Mea culpa”, o narrador acusa e contesta: “Amar a Deus? Quem conhece o ser humano sabe que não tem nada de secreto o fato de que ninguém ama por decreto”. No Gloria, voltam a atmosfera tensa e as palavras do Kyrie: a turba se enfurece com o narrador contestador e dá “Glória a Deus” para que, dessa forma, Ele faça justiça contra o herege. O contestador responde “Triste é a lei só!” e se dirige aos céus: “‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!’ Viste? É a pura luz! Que Te cega do alto da cruz”. Então, vem a Sequentia, a seqüência de orações do Proprio. O Proprio é o texto da missa que pode ser modificado de acordo com as circunstâncias em que ela é rezada, diferente do Ordinario (que, como o nome diz, é o texto da missa ordinária). No réquiem, o Proprio consta de trechos da Bíblia extraídos do Apocalipse e dos Salmos. Aqui, estão os três mais comuns: o Dies irae, o Rex tremendae e o Confutatis. As contestações do narrador continuam, sempre em confronto aos fiéis (o coral), e se tornam cada vez mais persuasivas ao soprano e ao tenor solistas, que ora recitam o texto litúrgico, ora o questionam. Em seguida, viria o Ofertorium – não a oferenda do dízimo, mas a seqüência de outros trechos bíblicos, para a encomenda da alma do falecido. Solha e Eli-Eri decidem não se estender e partem direto para o Communio, a retomada da prece por luz eterna aos mortos, cabendo ao narrador a devida encomenda, mais resignado: “Lembra-te, Senhor, de todos os que viveram, lutaram e morreram angustiados, nestas centenas de milhares de anos, sem saber a que vieram” Acontece que o Communio sucede três orações do Ordinario antes de encerrar o réquiem: Sanctus, Benedictus e Agnus Dei. O Communio, psicologicamente, foi o ponto final do pesar dos fiéis, que os permitiu voltar a expressar seu júbilo, porém eles retomam a ordem das orações de onde ela parou, do Sanctus. No meio da alegria da turba, o contestador revela quem realmente é. Os fiéis entendem o sentido de todas as “blasfêmias” proferidas até ali e ouvem o “Ite missa est” (“Ide, vossa missão está concluída”). O nome de Deus já está bendito e não é necessário rememorar o cordeiro que foi morto por Ele. Apêndice Este CD não foi lançado comercialmente e é raríssimo de se encontrar. As cordas do Quinteto da Paraíba, as quatro madeiras do Quinteto de Sopros Latino-Americano, o recitante e o Coral Gazzi de Sá são irrepreensíveis, somente os cantores solistas poderiam ter voz mais madura (embora cantem límpido e nos façam, assim, entender o texto). Com certeza, esta não é uma obra para ficar ignorada, e se você gosta da serenidade dos réquiens, aceite minha efusiva recomendação.

Eli-Eri Moura
Requiem Contestado

1. Introitus
2. Kyrie
3. Non credo
4. Confiteor
5. Gloria
6. Dies irae
7. Rex tremendae
8. Confutatis
9. Communio
10. Sanctus

Vianey Santos, tenor
Wanini Emery, soprano
Tião Braga, recitante
Coral Universitário da Paraíba
Gazzi de Sá
Orquestra de câmara formada por integrantes do Quinteto da Paraíba, do Quinteto de Sopros Latino-Americano e convidados.
Regência e composição: Eli-Eri Moura

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CVL
Repostado por Bisnaga

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – String Quartets – CD 6 de 7 – Amadeus Quartet

Dia destes acompanhei uma discussão nos comentários de uma postagem destes Quartetos de Cordas de Beethoven que trazia um questionamento no mínimo interessante: se ele não tivesse ficado surdo teria composto as obras que compôs, principalmente estes últimos quartetos, obras extremamente difíceis e complexas? Qual seria sua reação se por um milagre ele voltasse a ouvir e fosse na audição de um conjunto de cordas interpretando suas obras? Ele as reconheceria como suas?
Não pretendo entrar no mérito da discussão, minha formação é em História e esta partícula “se” não se aplica à nossa profissão. Trabalhamos com fatos, e não suposições. E se Napoleão não tivesse perdido a guerra? E se o Dia D fosse um fracasso da estratégia militar aliada? E se os romanos tivessem derrotado todos os bárbaros? E se eu tivesse ido estudar Engenharia Civil no lugar de História? E se Beethoven não tivesse ficado surdo?
O gigantismo de Beethoven é um fato, ninguém contesta sua inserção no cânone da cultura ocidental ao lado de Dante, Shakespeare, Goethe, Bach entre alguns outros. Não precisa de defensores. Na verdade somos nós quem precisamos da sua música para nos ajudar no dia a dia, nos aliviar das tensões existentes nas relações humanas e na nossa própia compreensão de nós mesmos.
Já contei para os senhores uma historinha sobre uma apresentação que assisti do maravilhoso Kódaly Quartet tocando o op. 130? Foi interesssante, porém vergonhoso para o recém inaugurado Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis, lá pelos idos de 1988. Antes de começarem a tocar, o líder do conjunto comentou que ainda estavam estudando aquela obra, e que era possível que se cometessem erros durante sua execução (alguns anos depois descobri já naquela época eles eram contratados da Naxos para a gravação da Integral de Haydn e do propio Beethoven). Pois bem, no meio da obra, talvez uns 20 e poucos minutos de execução, eis que o sistema de iluminação do teatro simplesmente se apaga, porém logo a luz retorna, menos de 15 segundos, talvez. Nunca esquecerei a cara dos músicos: via-se a frustração em seus rostos, pois ainda seguiam a partitura à risca dado à complexidade da peça, e claro que haviam parado, mas sem falarem nada, retornam exatamente de onde haviam parado, claro que depois de receberem aplausos, meio que constrangidos, de nossa parte. Não preciso dizer que a apresentação foi magnífica: um Haydn beirando a perfeição e um Beethoven inesquecível, apesar do problema técnico.
O op. 130 nas mãos do Amadeus Quartet também beira a perfeição. A sonoridade do conjunto é espantosa, e a cumplicidade entre os músicos deixa-nos atônitos. Coisa de gente grande.
Para seu deleite.

01- String Quartet 13, Op.130 – I. Adagio ma non troppo – Allegro
02- String Quartet 13, Op.130 – II. Presto
03- String Quartet 13, Op.130 – III. Andante con moto, ma non troppo
04- String Quartet 13, Op.130 – IV. Alla danza tedesca. Allegro assai
05- String Quartet 13, Op.130 – V. Cavatina. Adagio molto espressivo
06- String Quartet 13, Op.130 – VI. Finale. Allegro
07- String Quartet 14, Op.131 – I. Adagio, ma non troppo
08- String Quartet 14, Op.131 – II. Allegro molto vivace – attacca-
09- String Quartet 14, Op.131 – III. Allegro moderatto – attacca-
10- String Quartet 14, Op.131 – IV. Andante ma non troppo
11- String Quartet 14, Op.131 – V. Presto – Molto poco adagio
12- String Quartet 14, Op.131 – VI. Adagio quasi un poco andante
13- String Quartet 14, Op.131 – VII. Allegro

Amadeus Quartet

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FDPBach

Niza de Castro Tank – Árias de Mozart, Delibes, Donizetti, Verdi e Carlos Gomes [link atualizado 2017]

Hoje é o aniversário de Niza de Castro Tank e, embora as mulheres odeiem que se diga a idade, aviso que está esta soprano soprando 81 velinhas neste dia (tá, a piadinha soprano soprando é infame, mas não resisti).
Niza o quê?“, dirão alguns. Essa frase, infelizmente, será muito repetida, pois conhecemos ainda muito pouco dos nossos compositores eruditos e menos ainda de nossos intérpretes. Para os amantes de ópera, Niza é nome obrigatório: é uma das grandes divas do Brasil, dona de uma das vozes mais leves que nossos teatros e outras tantas salas de concerto da América do Sul, Europa e Oriente Médio viram. Uma flauta! Em nível de fazer bonito até mesmo ao lado de vozes como Natalie Dessay e Diana Damrau.
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Vivendo no interior de São Paulo, tive a oportunidade de vê-la (melhor ainda, de ouvi-la) em três ocasiões em sua terra natal, Limeira. Em uma dessas, junto com a orquestra sinfônica de lá, vi Niza deixar o público “absurdado” e sem fôlego com seu fôlego absurdo: ela me segura a última nota, muito aguda, do final d’A Floresta do Amazonas (de Villa-Lobos) por míseros 22 segundos!!! (parece pouco? Tente fazer isso em casa…) E já tinha, na época, 72 anos! Pra se ter uma ideia, na gravação existente dessa peça, a fantástica Bidu Sayão mantém aquela nota por 10 segundos, o que já é difícil…
Sobre sua técnica, impecável, há um comentário que resume tudo no youtube:

Marvelous! Wonderful voice and flawless technique. A trully coloratura for sure. Amazing pianos, breathtaking trills (and really high pianissimo trills), perfect staccatto, celestial agility, a really high range, exquisite portamentos, classy glissandos, and what is probably one of the most perfect pianissimos I’ve ever seen. I’m astonished. Simply unbelievable. There’s not even a single flaw. Bravissima!

Ou  seja:

Maravilhoso! Voz maravilhosa e técnica impecável. Uma verdadeira coloratura, com certeza. Pianos surpreendentes, trinados de tirar o fôlego (e realmente trinados muito pianíssimos) estacatos perfeitos, agilidade celestial, uma tessitura muito extensa, portamento requintado, glissandos elegantes, e o que é provavelmente um dos pianíssimo mais perfeitos que eu já vi. Estou espantado. Simplesmente inacreditável. Não há nem mesmo uma única falha. Bravissima!

Aqui, uma palhinha de seu timbre límpido, cantando a Ária das Campainhas (ou das sinetas) da ópera Lakmé:

E Niza, com sua longeva voz, ainda se apresenta com certa regularidade, especialmente nas cidades próximas: Campinas, onde vive (foi também professora de canto na Unicamp e formou muitos cantores líricos); Limeira, sua terra natal; Piracicaba, onde lecionou por muito tempo; e na capital, onde passou parte de sua vida. Soube que, às vésperas de completar os 80 anos, esteve em Piracicaba solando o Stabat Mater de Pergolesi… E deu show, claro!

Em tempo: isto não é um CD, mas uma reunião de árias encontradas em vários lugares, a maior parte delas avulsa. Alguns registros não são muito bons, por vezes até meio caseiros, mas há poucos registros de Niza (ou seja, nem dá pra escolher muito). Conheça esta senhora tão simples do interior, com sua voz estupendamente encantadora!
Um BAITA SOPRANO! Não perca! (= IM-PER-DÍ-VEL!)

Niza de Castro Tank (Limeira, SP, 1931 – )
Árias de Mozart, Delibes, Donizetti, Verdi e Carlos Gomes

01. A. Carlos Gomes – C’era una volta un principe – Il Guarany
02. A. Carlos Gomes – Gentile di Cuore – Il Guarany
03. A. Carlos Gomes – Sento una Forza Indómita – Il Guarany
04. A. Carlos Gomes – Nele Regno delle Rose – Odalea
05. A. Carlos Gomes – Cavattina de Joanna – Joanna de Flandres
06. G.Verdi – Tutte le feste al tempio – Rigoletto
07. G.Verdi – Caro Nome – Rigoletto (déc. 1970)
08. G.Verdi – Caro Nome – Rigoletto (déc. 1990)
09. W.A.Mozart – Der Hölle Rache (ária da rainha da Noite) – A Flauta Mágica
10. G.Donizetti – Quando rapito in estasi – Lucia de Lammermoor
11. G.Donizetti – Cena da loucura – Lucia de Lammermoor
12. C.P.L.Delibes – Dov’è l’indiana bruna (Ária das Campainhas) – Lakmé

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Ah, há uma biografia de Niza: “Niza, apesar das outras“, pela Imprensa Oficial. Tem o e-book aqui.
E há, ainda, uma ótima entrevista de quase 1h com ela no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=9TyrwxSTAyM.

Ouça! Deleite-se!

Bisnaga

Gustav Mahler (1860-1911) – Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete) e Symphony No. 5 in C sharp minor

Desde hoje cedo, encontrava-me com um desejo enorme de ouvir a Quinta Sinfonia de Mahler. Uma disposição quase que espiritual, fez-me desejar ouvir aquele turbilhão trágico. Aquela carga espiritual e nietzscheniana. Aquele engolfamento de desespero. De profunda cartase filósofica. As minhas sinapses desejaram como nunca a Quinta de Mahler. Enquanto estava no metrô, pensava nela. Ao caminhar para o trabalho nas ruas de Brasília, assobiava o primeiro movimento, as cenas iniciais, que surgem como borrascas avassaladoras. Solfejava aquele som de onda tempestuosa. A poderosa marcha fúnebre que fala mais do homem do que qualquer tese de filosofia. Mahler é assim. Pega-nos por completo. Leva-nos ao chão, com aquela sensação de que já não somos mais os mesmos. Hoje, almocei com um colega professor. Conversamos sobre religião, ateísmo, filosofia, Dawkins, a natureza e o sentido da vida. Parece muita pretensão, mas esses são temas que sempre me pertubam. E, neste instante, chego à conclusão de que o anseio por Mahler, porque hoje eu estou aberto às grandes reflexões. Li ainda pouco um texto do Milton Ribeiro (belíssimo texto!). Aquelas palavras repletas de um senso de segurança. De uma estabilidade que impressiona, deixou-me ainda mais com o senso da agudização do quanto Mahler é importante para eu me entender num mundo no qual as relações, as tragédias, os achaques variados, em suma, para a vida que acontece aqui embaixo sob o regime das leis naturais. Ah! Mahler, como você me faz existencializar a realidade e imaginar coisas grandes e absurdas, quando eu sou pequeno e multifacetado. Mas em ti, a vida é transcendida. Aquela afirmação de Nietzsche de que ‘eu devo tranformar a minha vida numa canção que o mundo precisa escutar’, dá-me forças para continuar. Não ligue para os desvarios e escute esta baita gravação de duas das sinfonias de Mahler com Rodolfo Barshai. Gravação primorosa – ao vivo, primorosa. Uma boa apreciação!

Gustavo Mahler (1860-1911) – Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete) e Symphony No. 5 in C sharp minor

DISCO 01

Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete)
01.Adagio
02. Scherzo
03. Purgatorio
04. Allegro pesante
05. Finale

DISCO 02

Symphony No. 5 in C sharp minor
01.Trauermarsch, in gemessenem Schritt, streng wie ein Kondukt Listen
02. Stürmisch bewegt, mit grösster Vehemenz Listen
03. Scherzo, kräftig, nicht zu schnell Listen
04. Adagietto, sehr langsam Listen
05. Rondo-Finale, allegro giocoso

Junge Deutsche Philharmonie
Rudolf Barshai, regente

BAIXAR AQUICD01
BAIXAR AQUICD02

Carlinus

Astor Piazzolla (1921-1992) – Tangazo (LINK REVALIDADO)

Se você é fã do compositor argentino, bon appetit; senão, se aventure a descobrir o universo sonoro do criador do Tango novo, impregnado de batidas fortes, bem marcadas, em compasso quaternário e andamento marcial ou mais vivo, reforçadas com acordes graves e violentos no piano, glissandos súbitos das cordas e um ríspido reco-reco, e fixadas na memória com melodias da melhor e mais peculiar emotividade exacerbada portenha. Não à toa, a primeira música do CD é Adiós Nonino, que reúne todas essas características, mas todo o disco, exceto a melancólica Oblivion, carrega o Piazzolla aqui descrito fugazmente.

***

Tangazo

1. Adíos Nonino (Tango Rapsodia)
2. Milonga del Angel
3. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 1. Introduction
4. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 2. Milonga
5. Double Concerto for Bandoneon & Guitar – 3. Tango
6. Oblivion
7. Tres movimientos tanguisticos portenos – 1. Allegretto
8. Tres movimientos tanguisticos portenos – 2. Moderato
9. Tres movimientos tanguisticos portenos – 3. Vivace
10. Danza Criolla
11. Tangazo

Bandoneão: Daniel Binelli
Violão, no Concerto: Eduardo Isaac
Oboé, em Oblivion: Louise Pellerin
Orquestra Sinfônica de Montreal, regida por Charles Dutoit

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CVL (Revalidado por PQP)

Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Óperas – (6) Maria Tudor (1998-Malheiro) [link atualizado 2017]

175 anos do nascimento de Antonio Carlos Gomes

Meu Deus! Essa é IM-PER-DÍ-VEL!!!

Maria Tudor, a sexta ópera de Antonio Carlos Gomes (a sexta que ele terminou;  se vocês vissem quantas ele deixou para trás, ficariam assustados, mas disso trataremos outro dia) finalmente ganha uma versão integral e bem acabada, como  merecia uma das melhores óperas do compositor campineiro.

Essa peça, densa e pesada, foi, como dissemos na postagem precedente (aqui), acintosamente rejeitada em sua estreia com vaias encomendadas, de pessoas que defendiam a apresentação de compositores italianos nos teatros de Milão, repugnando as obras do brasileiro Carlos Gomes de pronto, sem ouví-las. Isso embaçou o brilho desta ópera em suas apresentações posteriores, mas não pode lhe tirar as qualidades técnicas. A crítica da época, levada pelas tais vaias, teceu comentários negativos, várias deles infundados, de Maria Tudor, que foi seguidamente melhor apreciada conforme as récitas eram executadas.

Críticas que se tornam descabidas a partir do momento em que temos a opertunidade de fazer um exame isento da ópera em sua forma integral – como a que nos foi dada, em 1998, pela gravação do maestro Luiz Fernando Malheiro, o primeiro neste século a executar Maria Tudor absolutamente sem cortes. O que se constata é que se trata de uma obra perfeitamente equilibrada que, ao mesmo tempo, faz a síntese entre a gran maniera da ópera tradicional – por exemplo, o amplo concertato “Cielo! È l’uom da me tradito…” com que se encerra o ato III – e a modernidade de escrita. Os traços inovadores se revelam com as sonoridades inusitadas do Prelúdio, no qual Conati foi o primeiro a perceber “um surpreendente sabor pré-mascagnano”. É muito rica a combinação de timbres do primeiro tema, que reaparecerá várias vezes, no corpo da obra, sempre associado a situações de mistério, de expectativa. Segue-se uma marcha em largo cantabile espressivo – “de cativante beleza na sua solenidade e em seu desenvolvimento harmônico” (Góes) –, que será ouvida no final, quando Fabiano for levado para o cadafalso. A ela se fundem habilmente outros temas da ópera.
Maria Tudor ainda é uma ópera de números e, nesse sentido, de estrutura conservadora – não correspondendo, portanto, ao gosto da platéia mais sofisticada. Mas exemplifica perfeitamente a capacidade de Carlos Gomes de caracterizar musicalmente as suas personagens. (Lauro Machado Coelho)

Vemos aqui um Carlos Gomes maduro, bem conceituado no meio musical de seu tempo, com uma peça de peso, um compositor que apresentava inovações melódicas e de estilo, tentando renovar o batido esquema da ópera tradicional italiana, e que fazia a transição para o verismo, que despontaria em nomes como Mascagni e Puccini nas décadas seguintes. E esta gravação búlgaro-brasileira consegue dar o volume e a qualidade que a peça exige.
Muito boa! Ouça!

Maria Tudor (1876)
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
Libreto: Emilio Praga
Baseado no romance de Victor Hugo

Ato I – 01 Preludio
Ato I – 02 Coro e ronda – Le Reggia Tripudia
Ato I – 03 Romanza – Qianti Raggi del ciel
Ato I – 04 Scena – Buon Fratello e dolce Padre
Ato I – 05 Arioso – Tanti il mio cor, bell`angelo
Ato I – 06 Scena Non più m’attendono al lavoro
Ato I – 07 Serenata – Le all’ora bruna
Ato I – 08 Scena e Duetto – Canta sempre, canta, o bela
Ato II – 09 Coro – Viva il Re della fulgida mensa
Ato II – 10 Scena – Grazie vi rendo
Ato II – 11 Scena – Grazie, prodi cantor
Ato II – 12 Duetto – Colui que no canta
Ato II – 13 Scena, racconto e quarteto
Ato II – 14 Madrigale, Coro – Corse ciprigna
Ato II – 15 Scena – L’odii… Vendetta avrai
Ato II – 16 Gran Scena ed Aria – Finale secondo
Ato III – 17 Scenetta Dell’Ironia – Non Vo Gemme, Non vo fior
Ato III – 18 Romanza – Sol Ch’io Ti Sfiori
Ato III – 19 Scena e Duetto – Qual Ape Nomade
Ato III – 20 Scena e Baccanale
Ato III – 21 Sarabanda
Ato III – 22 Inno Della Regina – Dio Salvi L’eccelsa Regina
Ato III – 23 Danza Burlesca – Ripresa Del Baccanale
Ato III – 24 Scena e Duettino – Questo Cerchietto Splendido
Ato III – 25 Pezzo Concertante – Finale terzo
Ato IV – 26 Monologo ed Aria – O Mie Notte D’amor
Ato IV – 27 Scena Delle grida
Ato IV – 28 Aria – Lugubre Giocoliero
Ato IV – 29 Gran Scena Drammatica – Duetto – Qui Nell’ombra

Maria Tudor – Eliane Coelho
Giovanna – Elena Chavdarova-Isa
Fabiani – Kostadin Andreev
Don Gil – Franco Pomponi
Gilberto – Svetozar Ranguelov
Pagem – Elena Stoyanova
Lord Montagu – Ivan Ivanov
Lord Clinton – Biser Georgiev
Arauto – Stoil Georgiev

Sophia National Opera Orchestra
Sophia National Opera Choir
Luís Fernando Malheiro, regente
Plamen Kartaloff, regisseur (diretor)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (7-29) (135Mb – 2 CD, cartaz, info e resumo da ópera)
E deixe suas impressões, gratidões, flores, etc. nos comentários…

Ouça! Deleite-se!

Bisnaga

Sergei Taneyev (1856-1915): Suíte de Concerto para Violino e Orquestra / Entr'Acte e Oresteya Overture

Sergei Taneyev compôs sua última obra orquestral, a Suite Concerto para Violino e Orquestra, em 1909. Embora inspirado na era barroca, ele não deixa de dar a impressão de um imenso concerto para violino. Profundamente romântico — considere-se que ele era um discípulo de Tchaikovsky –, o trabalho começa com um curioso prelúdio ao estilo de Bach para depois tornar-se um conto de fadas.

O movimento principal é um tema e variações, notáveis tanto pela invenção quanto pela dificuldade para o pobre violinista. Pekka Kuusisto dá um show, oferecendo uma performance tecnica e musicalmente impressionante. Apesar de tchaikovskiniano, a tarantella parece o alegre final de Scheherezade de Rimsky-Korsakov.

Bem legais são os excertos da ópera Oresteya. Ela foi estreada pelo Teatro Maryinsky, em 1895, mas logo foi descartado por razões que nada têm a ver com sua qualidade musical. O material aqui apresentado faz a gente desejar ouvir toda a ópera, caralho.

Taneyev: Suíte de Concerto para Violino e Orquestra / Entr’Acte e Oresteya Overture

Suite de concert, for violin & orchestra, Op. 28
1. Suite de concert, Op. 28: I. Prelude: Grave 7:03
2. Suite de concert, Op. 28: II. Gavotte: Allegro moderato 5:55
3. Suite de concert, Op. 28: III. Fairy tale: Andantino 9:26
4. Suite de concert, Op. 28: IV. Theme: Andantino 0:57
5. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 1: Allegro moderato 1:08
6. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 2: Allegro con energico 1:26
7. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 3: Tempo di valse 1:55
8. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 4: Fuga doppia 1:44
9. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 5: Presto scherzando 0:50
10. Suite de concert, Op. 28: IV. Variation 6: Tempo di mazurka – Allegro con fuoco
11. Suite de concert, Op. 28: IV. Final Variation and Coda 3:56
12. Suite de concert, Op. 28: V. Tarantella: Presto 6:46

The Oresteia, opera: Entr’acte: The Temple of Apollo at Delphi
13. Oresteya: Oresteya, Act III, Entr’acte: The Temple of Apollo at Delphi 5:33

Oresteia Overture, for orchestra, Op. 6
14. Overture to Oresteya, Op. 6 16:48

Pekka Kuusisto, violino
Helsinki Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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PQP

Heitor Villa-Lobos, 125 anos

Esses dias estava pensando com meus botões e me lembrei que Heitor Villa-Lobos nasceu em 1887 eque, portanto, faria 125 anos neste ano de 2012. Pensei: “se não me engano, ele nasceu em março; vou ‘googar’ pra ver o dia certo e fazer uma postagem comemorando o aniversário do gênio“. Mas nem fiz isso, abro o google hoje e me deparo com este selo comemorando a data. Me senti impelido em responder.

Villa-Lobos não foi apenas um grande compositor brasileiro. Foi um dos mais prolíficos e versáteis autores de todo o mundo no século XX, um dos grandes nomes da música erudita de nosso planeta. Com mais de mil (isso, mil!) composições, o pai de CVL foi também o ser humano que mais registrou, em partitura, cantos de pássaro na história.

Não tenho como esconder aqui que Villa-Lobos é dos compositores que mais aprecio. Pra ser bem direto, o cara era muito foda! Fazia desde música infantil (“O Cravo Brigou com a Rosa”, “Teresinha de Jesus” e “Fui no Tororó” são algumas delas), até música de câmara e formações para pequenos grupos (orquestra de cordas, hepteto de sopros, oito violoncelos e uma soprano) chegando mesmo a coisas megalômanas, como o Choros nº14, com duas orquestras e fanfarra (infelizmente, sua partitura desapareceu…), ou o Choros nº10, com orquestra, reco-reco, ganzá, pandeiro e a turma cantando em tupi, assim como ocorre no Descobrimento do Brasil, músicas ensandecidas, delirantes e impregnantes.

Lembro de quando escapei da turma numa viagem didática em São Paulo e entrei no Theatro Municipal, pagando R$ 5,00 pra ver um concerto (estudante pooooobre…). A Orquestra Municipal e o seu Coro executaram o Choros nº10… Acho que nunca senti uma coisa como aquela em um concerto! Delírio, força, peso… Tinha tudo isso naquela partitura orgástica.
(Aproveite e veja o Choros nº10 – segunda parte – e talvez você me entenda)
http://www.youtube.com/watch?v=DKLvqhwzgTI

Ele compôs 14 choros, 9 Bachianas, 12 sinfonias, balés, óperas, concertos para todo o tipo de instrumento que você imaginar (um dos mais belos, por exemplo, é o Concerto para Harmônica e Orquestra), além da vastíssima obra para piano (5 concertos, o Choros nº11 e uma penca de peças solo e infantis) e para violão (Choros nº1, 5 prelúdios, 12 estudos e um concerto com orquestra), referências para os músicos nesses instrumentos.
Aqui, o Concerto para Harmônica (3º movimento):
http://www.youtube.com/watch?v=7UnVmG-DDhY

Sua orquestração demonstra um compositor com um domínio pleno (e raro) de todos os instrumentos da orquestra (Infelizmente, não postamos obras desse mestre aqui por conta de direitos autorais). Uns compositores puxavam mais para as cordas, outros para os sopros. Villa-Lobos passeia pelos timbres dos instrumentos como (quase) ninguém! E suas obras mais volumosas possuem uma base, um poder dos graves simplesmente absurdo! Soma-se a isso a sua capacidade de reelaborar os temas musicais, esticando-os, comprimindo-os, alternado e alternando-os de uma forma estritamente moderna e única.
(ops, melhor parar por aqui que acho que já estou começando a babar)

Bom, mas o que que eu vou dizer mais do cara?
Acho que um singelo “Parabéns, Villa-Lobos”! Como diria Obama, “You are the man“! P.Q.P, Villa-Lobos!

 

Bisnaga

Sergei Taneyev (1856-1915): Suíte de Concerto e Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Fantasia sobre temas russos

Editor`s Choice da Gramophone, bom regente, excelente orquestra, Taneyev e Rimsky-Korsakov fazem um CD que não poderia ser mais russo. Bom disco, de música séria e consistente. Como Taneyev é o mais desconhecido — ah, mais um compositor inédito no blog! — , copio aqui uma nota biográfica do moço retirada daqui:

Começando a estudar piano aos cinco anos de idade, Sergei Taneyev foi um dos primeiros músicos da sua geração a ingressar no recém criado Conservatório de Moscovo. Nesta instituição, foi aluno de Nikolai Hubert (teoria e contraponto), Eduard Langer e Nikolai Rubinstein (piano) e também daquele que seria seu amigo pessoal e grande mentor no domínio da composição, Piotr Ilitch Tchaikovsky. Em janeiro de 1875, Taneyev estreou-se como pianista, tocando o Concerto em Ré menor de Brahms, em Moscovo. A 3 de Dezembro do mesmo ano, tocou a parte do solista na estreia moscovita do Concerto para Piano Nº 1 de Tchaikovsky, vindo a apresentar subsequentemente todas as obras para piano e orquestra do compositor russo. Em 1878 sucedeu a Tchaikovsky como professor de harmonia e orquestração e em 1881 assumiu a direcção das classes de piano de Rubinstein, após a morte deste. Em 1883 sucedeu a Hubert como professor de composição, vindo igualmente a dirigir a instituição entre 1885 e 1889. Ao longo da sua actividade docente, que se estendeu até 1909, Taneyev foi responsável pela formação de alguns dos mais importantes expoentes da futura escola russa, como Scriabine, Rachmaninov e Liapounov. O interesse de Taneyev pelo contraponto vocal, cujas origens estudou intensivamente, reflectiu–se na publicação de uma obra fundamental da teoria musical russa deste período: o Contraponto invertível de estilo rigoroso(Leipzig e Moscovo, 1909).

Taneyev foi um pianista de primeiro plano, mas a sua situação como compositor é paradoxal; é uma das figuras mais respeitada da história da música russa, mas as suas obras são raramente interpretadas fora do seu país natal. Como compositor, deixou uma obra vasta que engloba a música sinfónica e de câmara, a música para piano, a canção para voz e piano e uma ópera, mas o fulcro da sua actividade criativa foi, sem dúvida, a música coral, domínio em que produziu, para além de uma enorme quantidade de peças para vozes a cappella, diversas cantatas com acompanhamento orquestral, das quais as mais importantes são a Cantata op.1, São João Damasceno, para coro e orquestra, e a monumental Cantata op.36, Após a leitura de um Salmo.

Sergei Taneyev: Suíte de Concerto e Nikolai Rimsky-Korsakov: Fantasia sobre temas russos

Rimsky-Korsakov – Fantasy on Russian Themes, Op. 33
1. Allegro moderato – Tranquillo
2. Lento
3. Allegro animato

Taneyev – Suite de Concert, Op. 28
4. I. Prelude. Grave
5. II. Gavotte. Allegro moderato
6. III. Fairy-tale. Andantino
7. IV. Theme with variations: Theme. Andantino
8. IV. Theme with variations: Variation 1. Allegro moderato
9. IV. Theme with variations: Variation 2. Allegro energico
10. IV. Theme with variations: Variation 3. Tempo di Valse
11. IV. Theme with variations: Variation 4. Fuga doppia
12. IV. Theme with variations: Variation 5. Presto scherzando
13. IV. Theme with variations: Variation 6. Tempo di Mazurka
14. IV. Theme with variations: Variatione finale e coda
15. V. Tarantella. Presto

Lydia Mordkovitch: violin
Royal Scottish National Orchestra
Neeme Järvi (cond.)

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PQP

Josef Suk (1874-1935): Quarteto e Quinteto para Piano + 4 peças

Às vezes, a gente ainda inclui um novo compositor nas categorias do blog… Estudante de Antonín Dvořák, Josef Suk casou-se com uma de suas filhas. Foi gradualmente se afastando da influência musical de seu sogro e evoluiu para uma linguagem musical mui discretamente moderna. Compôs principalmente música sinfônica, com influências da música popular, como era típico da tradição que vem com o checo Bedřich Smetana. Ele compôs duas óperas, duas sinfonias, três poemas sinfônicos, duas aberturas e música de câmara.

E lhes digo que este é um BOM DISCO deste membro da trabalhadora família Suk, que tantos músicos deu à Boêmia. O Nash Ensemble é espetacular, principalmente para caçar esquecidas obras de câmara. Se vocês virem um disco qualquer do Nash por aí me avisem. Os caras acertam mesmo! Aliás, o primeiro CD postado no PQP Bach foi um do Nash com obras extraordinárias de Korsakov e Arensky. Aquele é um dos melhores discos que possuo!

Josef Suk (1874-1935): Quarteto e Quinteto para Piano + 4 peças

1. Piano Quartet in A minor Op. 1, I – Allegro Appassionato
2. Piano Quartet in A minor Op. 1, II – Adagio
3. Piano Quartet in A minor Op. 1, III – Allegro con Fuoco

4. Four pieces, Op. 17, I – Quasi Ballata
5. Four pieces, Op. 17, II – Appassionato
6. Four pieces, Op. 17, III – Un poco triste
7. Four pieces, Op. 17, IV – Burlesca

8. Piano Quintet in G minor Op. 8, I – Allegro energico
9. Piano Quintet in G minor Op. 8, II – Adagio: Religioso
10. Piano Quintet in G minor Op. 8, III – Scherzo: Presto
11. Piano Quintet in G minor Op. 8, IV – Allegro fuoco

The Nash Ensemble

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PQP

Novidades Musicais

Li, gostei e repasso para os senhores:

Com apoio do Museu Villa-Lobos, quarteto lança obras inéditas do compositor
Quase três anos após a primeira e única interpretação na América do Sul da obra completa para quarteto de cordas de Heitor Villa-Lobos, realizada durante o Festival Villa-Lobos de 2009, o Quarteto Radamés Gnattali, considerado um dos melhores conjuntos de câmara do Brasil, lança em parceria com o Museu Villa-Lobos (Ibram/MinC) todas as 17 obras compostas para quarteto de cordas pelo maestro.
Gravada entre os meses de julho de 2010 e maio de 2011, nos palácios do Catete, Laranjeiras e Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a obra integral para quartetos foi filmada em Full HD e com alta resolução sonora em estéreo e surround. As gravações estão, agora, sendo lançadas nos formatos DVD e Blu-Ray.
Ganhador do XIII Prêmio Carlos Gomes como o melhor conjunto de câmara do Brasil, o Quarteto Radamés Gnatalli contou com a parceria do Museu Villa-Lobos para ter acesso aos manuscritos originais do compositor, o que possibilitou revisões das partituras e a correção de diversos erros de notas e ajustes rítmicos, permitindo ao grupo criar a própria edição dos quartetos.
Um detalhe curioso é que, além das 17 peças acabadas, foi encontrada no acervo do museu uma 18°obra inédita para a qual o maestro Villa-Lobos deixou compostos apenas três compassos, que são executados pelo Quarteto Radamés Gnattalli nesta produção. O lançamento é da gravadora carioca Visom Digital.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) String Quartets – CD 5 de 7

Mais um cd desta estupenda coleção. Desta vez temos a fenomenal Grande Fuga, op.133. E para variar o Amadeus Quartet dá um banho de interpretação.
O calor que tem feito aqui no sul do país está torrando meus neurônios, sem me dar ânimo para fazer o que for no computador. Mas acabar de postar esta coleção é meu objetivo único neste mês de março. Quem viver, verá.

Divirtam-se.

01- String Quartet 11, Op.95 – I. Allegro con brio
02- String Quartet 11, Op.95 – II. Allegretto ma non troppo
03- String Quartet 11, Op.95 – III. Allegro assai vivace ma serioso
04- String Quartet 11, Op.95 – IV. Larghetto espressivo – Allegretto
05- String Quartet 12, Op.127 – I. Maestoso – Allegro
06- String Quartet 12, Op.127 – II. Adagio, ma non troppo
07- String Quartet 12, Op.127 – III. Scherzando vivace – Presto
08- String Quartet 12, Op.127 – IV. Finale
09- Grosse Fuge Op.133 – I. Overtura. Allegro – Fuga
10- Grosse Fuge Op.133 – II. Meno mosso e moderato
11- Grosse Fuge Op.133 – III. Allegro molto e con brio
12- Grosse Fuge Op.133 – IV. Meno mosso e moderato
13- Grosse Fuge Op.133 – V. Allegro molto e con brio
14- Grosse Fuge Op.133 – VI. Allegro

Amadeus Quartet

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FDPBach

]Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Óperas – (6) Maria Tudor (1978-Perusso) [link atualizado 2017]

175 anos do nascimento de Antonio Carlos Gomes

Já peço desculpas aos ouvintes ávidos das óperas de Antonio Carlos Gomes que estamos postando todas as quintas. Sei que há gente esperando de madrugada para logo obter os arquivos, mas alguns problemas técnicos impediram de colocar no ar esta bela Maria Tudor nas primeiras horas deste 1º de março. Mas a ópera chegou, com algumas horas de atraso e lá se foi metade deste dia… Paciência, agora ela aí está para o deleite de vocês.

Maria Tudor nasce no momento que marca o início da decadência de Carlos Gomes, decadência pessoal e financeira, que seja bem destacado: em termos de composição, a meu ver ele nunca deixou de melhorar continuamente.
Gomes estava envolvido em vários problemas: seu casamento desmoronava, sua mulher o acusava de adultério e a situação estava insustentável. Houve um processo de separação tenso e Gomes acabou cedendo e, embora ainda oficialmente casados, permitiu a Adelina Peri viver com seus filhos em outra casa, pagando pensão a ela. Somavam-se a isso as disputas entre os diretores dos teatros de Milão e as exigências da Riccordi, que detinha os direitos de suas obras, de impor essa ou aquela solista em suas apresentações.
Para além disso, Carlos Gomes escolheu uma peça difícil para musicar: o drama de Victor Hugo sobre a rainha inglesa Maria Tudor lhe tomou muito mais tempo do que ele previa. Gomes apostou, acertadamente, no prestígio que o famoso escritor francês detinha na Itália, mas a necessidade de reescrever o libreto já existente do romance impossibilitou que seu parceiro Ghislanzoni o fizesse (por questões de ética, um libretista não sobrescrevia a obra de outro). Parecia que tudo conspirava contra naquele momento: Gomes contratou o poeta Emilio Praga, mas este estava envolvido também em uma separação litigiosa, teve depressão, problemas com álcool e drogas e acabou falecendo antes mesmo de concluir o texto, que teve de ser completado por Angelo Zanardini e Ferdinando Fontana, tornando o libreto entregue a Gomes um tanto “remendado”. a História, ainda assim, era ótima e renderia uma grande ópera:

Muito pouco da Maria Tudor real aparece no drama de Hugo. Como de hábito, o poeta dá aos fatos históricos uma interpretação livre. Imagina o envolvimento de Maria com o aventureiro italiano Fabiano Fabiani, a quem protege, por mais que a corte o despreze. Este, porém, a trai com Jane, moça do povo a quem seduziu por ter descoberto que ela é, na realidade, a herdeira da rica família dos Talbot. Jane (Giovanna na ópera) foi recolhida e educada por Gilbert, um cinzelador que tenciona casar-se com ela. O envolvimento da moça com Fabiano é descoberto por Simon Renard, embaixador da Espanha – cujo rei almeja casar-se com a soberana inglesa (no libreto, ele recebe o nome de Don Gil). O embaixador revela a Gilbert o namoro de sua amada com Fabiano. E o cinzelador, enciumado, aceita tornar-se o instrumento dos planos do espanhol. Denuncia à rainha a infidelidade de seu favorito, mas acaba sendo preso como seu cúmplice numa tentativa de regicídio, para que Maria possa castigar Fabiano, condenando-o à morte. No último momento, Maria se arrepende e pede a Don Gil que troque os condenados, fazendo Gilbert morrer no lugar do italiano. O embaixador espanhol não atende a seu pedido, e é o favorito quem é mandado ao cadafalso. (Lauro Machado Coelho)

A peça, que Carlos Gomes imaginava inicialmente fácil, no entanto, exigiu muito trabalho para adaptar as vozes dos personagens ao timbre necessário para representá-los, acima de tudo à personagem título, a ambígua rainha inglesa, cruel mas apaixonada, impiedosa mas condoída pela situação de seu amado. Colocava-se também a dificuldade para o público em aceitar uma protagonista que era ao mesmo tempo mocinha e vilã e um vilão que era também vítima. Até as vésperas da estreia, Carlos Gomes ainda fazia correções na partitura e, inseguro que era, diz-se que nunca gostou do resultado atingido.
A ópera, difícil, acabou por ser o mote para uma grande decepção de Carlos Gomes: desafetos pessoais, fãs de outra solista, preterida na montagem, críticos nacionalistas que refutavam os modelos trazidos pelo compositor “brasiliano” foram ao teatro prontos para vaiar a peça que, para piorar, tinha um antagonista italiano no enredo. Foi a primeira vez que Carlos Gomes foi vaiado. Foi um primeiro senão na carreira até então imaculada, de Nhô Tonico.

Mas – e em meio a extremos sucessos há sempre um “mas” – o sucesso e a fama de Carlos Gomes mais cedo ou mais tarde haveriam de despertar a inveja e as reclamações dos italianos. A reação viria, forte e compacta, e quem pagaria a conta seria a “MARIA TUDOR”, criada na Scala em 1879 em meio a vaias pré-fabricadas.
O ano de 1879 foi um ano infeliz na vida de Gomes. A separação da mulher Adelina Peri se desenvolveu litigiosamene em tribunal com todos os ingredientes de estilo: ofensas, acusações, brigas por quinquilharias, tudo à vista de todos. Será em 1879 que Gomes perderá o filho Mario Antonio, morto aos quatro anos de idade.
Antes desses acontecimento, no entanto, a imprensa e grande parte do público, por ela influenciado, prepararam um conjunto de argumentos contra Carlos Gomes que apareceria escrito antes, durante e depois das duas únicas récitas da MARIA, ocorridas em 27 e 29 de março de 1879.
Como era possível um “indiano selvaggio” ter suas óperas postas na Scala enquanto “talentosos” compositores italianos tinham de se contentar com teatros menores? E aí eram citados compositores italianos que hoje ninguém conhece, como um certo Dominicetti, de quem se diziam maravilhas em detrimento de Gomes. Disse-se até que o Dominicetti estava servindo de modelo a compositores alemães da época…
Assim, a MARIA foi vaiada sem piedade, por uma reação chauvinista de baixíssimo nível. No entanto, é ela uma belíssima ópera, com uma abertura muito bem composta, com trechos de grande beleza, como o dueto Fabiani/Giovanna “L´amore l´estasi”, como o dueto Maria/Fabiani “Colui che non canta” , como a preciosa grande ária de Maria “O mie notti d´amor”, como a notável marcha lenta do início e do final da ópera, como a ária de Fabiani. Uma ópera que depois teria seus modelos e inovações copiados na própria Itália, principalmente na era do verismo. (Marcus Góes)

A própria crítica teve que rever as suas colocações à medida que as novas récitas eram crescentemente mais bem recebidas pelo público. Ao final da temporada que esteve em cartaz, Maria Tudor tinha se redimido: era aplaudida e aclamada pelo público, que, agora, não estava lá preparado para denegrir a imagem do compositor brasileiro, mas sim pra fruir a obra de um autor já muito respeitado no meio milanês, o que lhe fazia jus: Maria Tudor possui uma orquestração mais refinada, burilada e complexa que suas obras anteriores. Carlos Gomes fez uma bela obra que, a despeito, da recepção ruim, é hoje considerada uma de suas melhores óperas e é a terceira mais executada dele no Brasil (atrás d’O Guarani e de Lo Schiavo).
A montagem que lhes presenteamos é a primeira gravação, histórica, ocorrida no Theatro Municipal de São Paulo, sob a batuta do experiente regente argentino Mário Perusso, diretor do importante Teatro Colón, de Buenos Aires (apenas o maior teatro de ópera das Américas), com solistas das terras platinas de alto quilate. Infelizmente devo advertir para três senões desta gravação: a captação de som da obra, ao vivo, não é das melhores e, embora haja grandes solistas, a orquestra comete alguns pequenos deslizes na execução. Além disso, foram feitos alguns cortes na partitura. Ainda assim, ouça, que é um registro da maior importância!
Semana que vem, a gravação mais recente, realizada na Bulgária (e sem cortes!), sob Luís Fernando Malheiro.
Ouça, ouça, ouça, ouça!!

Maria Tudor (1879)
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
Libreto: Emilio Praga
Baseado no romance de Victor Hugo

Ato I – 01 Preludio
Ato I – 02 Coro e ronda – Le Reggia Tripudia
Ato I – 03 Romanza – Qianti Raggi del ciel
Ato I – 04 Scena – Buon Fratello e dolce Padre
Ato I – 05 Arioso – Tanti il mio cor, bell`angelo
Ato I – 06 Scena – Non più m’attendono al lavoro
Ato I – 07 Serenata – Le all’ora bruna
Ato I – 08 Scena e Duetto – Canta sempre, canta, o bela
Ato II – 09 Coro – Viva il Re della fulgida mensa
Ato II – 10 Scena – Grazie vi rendo
Ato II – 11 Corse ciprigna (madrigale – coro)
Ato II – 12 Scena – Grazie, prodi cantor
Ato II – 13 Duetto – Colui que no canta
Ato II – 14 Scena, racconto e quarteto
Ato II – 15 Scena – L’odii… Vendetta avrai
Ato II – 16 Gran Scena ed Aria – Vendetta! vendetta! – Finale secondo
Ato III – 17 Che ve ne par
Ato III – 18 Romanza – Sol Ch’io Ti Sfiori
Ato III – 19 Scena e Duetto – Qual Ape Nomade
Ato III – 20 Viva Fabiani! viva!
Ato III – 21 Inno Della Regina – Dio Salvi L’eccelsa Regina
Ato III – 22 Danza Burlesca – Ripresa Del Baccanale
Ato III – 23 Scena e Duettino – Questo Cerchietto Splendido
Ato III – 24 Pezzo Concertante – Finale terzo
Ato IV – 25 Monologo ed Aria – O Mie Notte D’amor
Ato IV – 26 Scena Delle grida
Ato IV – 27 Aria – Lugubre Giocoliero
Ato IV – 28 Gran Scena Drammatica – Duetto – Qui Nell’ombra

Maria Tudor – Mabel Veleris, soprano
Fabiano Fabiani – Eduardo Álvares, tenor
Don Gil – Fernando Teixeira, barítono
Gilberto – Wilson Carrara, baixo
Lord Montago – Assadur Kiulitzian, tenor
Lord Clinton – Luis Orefice, barítono
Giovanna – Adriana Cantelli, soprano
Pagem – Leyla Tajer, soprano
Arauto – Odnilo Romanini, baixo

Orquestra e Coro do Teatro Municipal de São Paulo
Mário Perusso, regente
Teatro Municipal de São Paulo, 1978

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Ouça! Deleite-se!

Bisnaga