European Choral Music: Eric Ericson, Coro da Rádio de Estocolmo & Coro de Câmara de Estocolmo (6 cds)

European Choral Music: Eric Ericson, Coro da Rádio de Estocolmo & Coro de Câmara de Estocolmo (6 cds)

Admiradores do canto coral, o post de hoje é para vocês. Nada mais, nada menos que uma caixa com 6 cds trazendo o crème de la crème do trabalho que o regente Eric Ericson desenvolveu ao longo de décadas à frente de dois coros na capital sueca: o Coro da Rádio de Estocolmo (hoje Coro da Rádio Sueca) e o Coro de Câmara de Estocolmo, fundado por ele.

Correndo o risco de soar exagerado, essa caixinha é o tipo de coisa que eu botaria na sonda Voyager para que os habitantes extraterrestres do cosmos soubessem que, apesar de ter dado um tanto errado como espécie, a humanidade teve seus momentos de extrema beleza, de uma verdade essencial. Um troço assim como aquele gol do Maradona contra os ingleses em 86, a Annunziata de Antonello da Messina ou o filé à francesa do Degrau.

Não sei bem explicar o porquê, tem alguma coisa na música coral que me pega fundo na alma. Talvez seja algo verdadeiramente animal, instintivo – nos sentimos tocados quando ouvimos nossos semelhantes emitindo sons em conjunto. As Paixões de Bach, a Nona de Beethoven, o Réquiem de Mozart, para ficar só em algumas das mais consagradas páginas do repertório de concerto, todas têm aquele(s) momento(s) em que o coro descortina sua avalanche sonora e a gente se agarra na cadeira, como que soterrado por tamanha beleza, tamanho feito humano. A voz humana tem esse poder, mexe com a gente, sei lá, em nível celular…

Pois esta caixinha de seis discos faz um voo panorâmico amplo, percorrendo mais de cinco séculos de música coral europeia: de Thomas Tallis (1505?-1585) a Krzystof Penderecki (1933-2020). Os seis discos são divididos em dois trios: os três primeiros levam o nome de Cinco Séculos de Música Coral Europeia e trazem obras de: Badings, Bartók, Brahms, Britten, Byrd, Castiglioni, Debussy, Dowland, Edlund, Gastoldi, Gesualdo, Ligeti, Martin, Monteverdi, Morley, Petrassi, Pizzetti, Poulenc, Ravel, Reger, Rossini, Schönberg, R. Strauss e Tallis. Os três restantes, por sua vez, são agrupados como Música Coral Virtuosa e o repertório consiste em Jolivet, Martin, Messiaen, Monteverdi, Dallapiccola, Penderecki, Pizzeti, Poulenc, Reger, R. Strauss e Werle.

Eric Ericson e György Ligeti

O texto de Michael Struck-Schloen sobre o repertório que integra o encarte é bem bom e vale a extensa transcrição, em livre tradução deste blogueiro:

Cinco séculos  de música coral europeia (cds 1 – 3)
A seleção estritamente pessoal de Ericson do vasto repertório de música coral europeia dos séculos XVI a XX para a lendária produção de 1978 da Electrola pode surpreender, a princípio, pelas muitas lacunas que contém. Não há nada da audaciosamente complexa música coral do Barroco Protestante, de Schütz a Bach, nem obras do início do período Romântico, quando grandes mestres como Schubert e Mendelssohn contribuíram para a era dourada da tradição coral burguesa. As obras desses discos não foram selecionadas tendo em mente uma completude enciclopédica, mas por sua flexibilidade e brilhantismo, por sua mistura de cores e suas características tonais gerais.

A riqueza e o desenvolvimento da tradição coral europeia são melhor iluminadas quando agrupamos as obras de acordo com sua procedência ao invés de seu período de composição. A música coral europeia foi profundamente influenciada desde o início pelo som e expressão específicos do idioma utilizado; e, no século XIX, as harmonias e ritmos típicos da música tradicional folclórica também começaram a desempenhar um papel importante. As Quatro Canções Folclóricas Eslovacas (1917) e as Canções Folclóricas Húngaras (1930), de Béla Bartók, demonstram bem essa tendência rumo a uma identificação nacional, bem como os primeiros coros Manhã Noite, de György Ligeti, escritos em 1955, um ano antes de ele escapar do regime comunista de sua Hungria natal.

Os quatro exemplos de música sacra a capella alemã incluídos aqui merecem o título dado por Brahms de Quatro Canções Séries já somente pela escolha do texto. Em uma de inflação tanto da intensidade expressiva como dos recursos musicais utilizados – como demonstrado por Paz na Terra (1907) de Schönberg e o Moteto Alemão (1913) de Richard Strauss para quatro solistas e coral de 16 vozes –, havia também um claro renascimento no interesse por antigos ideais composicionais e estilísticos. Assim, a esparsa ttécnica coral praticada por Schütz e seus contemporâneos foi a principal fonte de inspiração para os Motetos, op. 110 de Max Reger, trabalhando com textos biblicos (1909), ou para Fest-Gedenksprüche com que um Brahms de 56 anos de idade reconheceu a liberdade que a sua Hamburgo natal o concedeu.

A mais importante revolução na história da música vocal entre a Renascença e Schönberg foi a introdução na Itália, por volta de 1600, do canto solo dramático. Esse novo estilo, que atendia pelo despretensioso nome de “monodia”, pavimentou o caminho para o gênero inteiramente novo da ópera, e também diminuiu gradativamente a importância do coral de múltiplas vozes ao norte dos Alpes. Dessa forma, os madrigais de Gesualdo e Monteverdi, com suas harmonias distintas, são na verdade música solo em conjunto, fazendo deles terreno fértil para grupos vocais ágeis e esguios como o Coro de Câmara de Estocolmo. Enquanto as extravagantes Péchés de ma vieillesse de Rossini foram escritas para quarteto e octeto vocais, o quarteto desacompanhado teve que esperar até o século XX para ser redescoberto como um meio expressivo em si mesmo. Ildebrando Pizzeti faz uma referência deliberada ao contraponto renascentista em suas duas canções Sappho, de 1964, enquanto seu conterrâneo Goffredo Petrassi explora uma ampla gama de técnicas corais modernas, de glissandi ilustrativos ao caos dissonante, em seus corais Nonsense (publicados em 1952) baseados em versos de Edward Lear.

Em uma época em que uma carga expansiva e sobrecarregada de som era a ordem do dia no trabalho coral alemão, compositores franceses ofereceram narrativas caprichosas e a poesia colorida da natureza. As Trois Chansons (1915) de Maurice Ravel, com textos dele mesmo, são uma mistura cativante de atrevida sabedoria popular e engenhosa simplicidade, enquanto Debussy incorpora antigos textos franceses em uma linearidade arcaica em suas Trois Chansons de Charles d´Orléans (1904). As Chansons bretonnes do compositor holandês Henk Badings são brilhantes estudos vocais no idioma francês, enquanto os coros Ariel do grande compositor suíço Frank Martin são importantes estudos preliminares para sua ópera A Tempestade. Não bastassem esses belos trabalhos, é a cantata para 12 vozes A Figura Humana (1943), de Francis Poulenc, a obra-prima do grupo francês: oito complexos movimentos corais a partir de textos do poeta comunista francês Paul Eluards que são o grito pessoal de protesto do compositor contra a ocupação nazista na França.

A Itália não foi o único reduto da música vocal no limiar do Barroco: a Inglaterra também manteve um alto nível em seus diversos esplendorosos corais de catedrais e na exclusiva Capela Real em Londres. O grande Thomas Tallis e seu pupilo William Byrd foram ambos membros da Capela Real, e Tallis serviu sob nada menos que quatro monarcas: Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I. Enquanto a fama de Tallis reside em sua música coral de ingenuidade contrapuntística e grande destreza técnica, Byrd e seu pupilo Thomas Morley possuíam um alcance mais amplo, escrevendo refinadas séries de madrigais em estilo italiano. Esses, ao lado das canções usualmente melancólicas de John Dowland (“Semper Dowland, semper dolens“), representam o florescer supremo da música vocal elizabetana. Após a música vocal inglesa atingir seu pico barroco com as obras de Henry Purcell, o “sceptrd` Isle” teve que esperar até o século XX com o compositor Benjamin Britten para renovar a bela tradição coral do país com peças como seu Hino para Santa Cecília (1942).

As obras do pós-guerra incluídas nessa seleção não se prestam a serem rotuladas em nenhum escaninho nacional. Elegi, do compositor e professor sueco Lars Edlund, a intrincada Lux aeterna (1966) para 16 vozes de György Ligeti e Gyro de Niccolò Castiglione representam a vanguarda internacional no período posterior à Segunda Guerra Mundial, em que estilos individuais contavam mais que escolas locais.

Música coral virtuosa (cds 4 – 6)
Música coral virtuosa: o título da lendária produção da Electrola lançada em 1978 não foi escolhido apenas para ressaltar a perfeição técnica de tirar o fôlego do Coro da Rádio de Estocolmo e de seu irmão, o Coro de Câmara de Estocolmo. O termo “virtuoso” também se aplica ao repertório gravado: as peças corais italianas do cd 4 são ampla evidência dos tesouros aguardando descoberta por alguém com ouvidos tão sensíveis como Eric Ericson.

A abertura aqui fica por conta de Claudio Monteverdi, cuja Sestina, de 1614, sobre a morte de uma soprano da corte de Mantua ergue o sarrafo no que se refere ao estilo vocal italiano e à riqueza harmônica. Como muitos compositores italianos do século XX, de Gian Francesco Malipiero a Luca Lombardi, Luigi Dallapiccola sentiu-se em dívida para com o novo e expressivo estilo vocal introduzido por Monteverdi. Os dois primeiros corais de seus Sei cori di Michelangelo il Giovane (1933-36) apresentam, em sagaz antítese, os coros das esposas infelizes (malmaritate) e o dos maridos infelizes (malammogliati). Mais heterogêneos em estilo são os três coros que Ildebrando Pizzetti dedicaram ao Papa Pio DII em 1943, para marcar seu 25º jubileu como sumo pontífice. O noturno no poema Cade la sera de D´Annunzio se desdobra em largos arcos que preenchem o espaço tonal, enquanto os textos bíblicos inspiram Pizzetti a um estilo mais arcaico e austero.

Lars Johan Werle, que chefiou por muitos anos o departamento de música de câmara da Rádio Sueca, apresentou um cartão de visitas em nome da música coral sueca contemporânea – que somente desenvolveu uma tradição autônoma sob a influência de Ericson e seus corais – com seus Prelúdios Náuticos de 1970. O compositor adorna a combinação do tratamento experimental das vozes com idéias precisas sobre articulação e a transformação do texto em música com expressões marítimas. Em contraste com este virtuoso estudo, Krzystof Penderecki escreveu seu Stabat Mater em 1962, no antigo estilo de música sacra funeral. O gênio altamente individual com que Penderecki procede da abertura com sinos em uníssono, atravessando uma intrincada polifonia tecida por três corais de 16 vozes, até o casto, luminoso acorde em puro ré maior do Gloria lhe renderam o status de um dos principais compositores jovens da Polônia na estreia de sua Paixão de São Lucas, em 1966, da qual o Stabat Mater faz parte.

Um dos focos das atividades dos dois corais, ao lado da música italiana de Gabrieli a Dallapiccola, sempre foi o repertório alemão a capella do Romantismo tardio, cujos antípodas característicos foram Max Reger e Richard Srauss. Enquanto Reger trabalhou para promover uma renovação da música litúrgica protestante no espírito de Bach, como fica evidente em seus Acht Gesänge (“Oito hinos”) de 1914, Strauss enxergava no coral de múltiplas vozes um equivalente vocal do grandioso entrelaçamento de seu estilo instrumental. Essa tendência da música coral de Strauss está documentada nessas duas peças, separadas por quase quatro décadas: sua adaptação para o poema Der Abend (“A noite”, de 1897), de Friedrich Schiller, e a caprichosamente ocasional Die Göttin im Putzzimmer (“A deusa no quarto de limpeza”), de 1935, com seus ecos da bucólica ópera Daphne, de Strauss.

Nessa jornada de descoberta ao longo da música coral europeia do século XX, é  sobre as obras-primas francesas de Poulanc e Jolivet, e particularmente de Messiaen e Martin, que os dois corais de Estocolmo lançaram uma nova luz. O espectro expressivo dos ciclos apresentados aqui é inegavelmente impressionante. Enquanto em 1936 – muito após o Grupo dos Seis ter rompido – Poulenc voltou mais uma vez à poesia de Apollinaire e Eluard em suas Sept chansons, André Jolivet combinou textos sacros egípcios, indianos, chineses, hebreus e gregos em seu Epithalame, escrito em 1953 para celebrar seu vigésimo aniversário de casamento de uma forma mística. Naquele mesmo 1936, Olivier Messiaen, então com 28 anos, juntou-se a Jolivet e Daniel Lesur para criar o grupo Jeune France (“França jovem”), mas logo partiria novamente em seu idiossincrático caminho, alternando entre catolicismo, técnicas avant-garde e uma filosofia totalizante da natureza. Em termos de conteúdo, os Cinq Rechants de Messiaen, ligados entre si por refrões (rechants), representam um homólogo vocal de sua Sinfonia Turangalîla, que parte da história de Tristão e Isolda para criar uma mitologia de amor, natureza e morte. Frank Martin, nascido em Genebra, por sua vez, considerou sua Missa (1922-6) como algo “que diz respeito apenas a mim e Deus”. É música de pureza espiritual e arcaica, cuja estreia Martin autorizou apenas quarenta anos depois de sua composição.”

 

Ericson em ação

Obs.: para não deixar esse post ainda mais comprido, a lista completa de movimentos, intérpretes e afins está fotografada, dentro do arquivo de download.

*******

Five centuries of European choral music

Disco 1
Johannes Brahms (1833-1897)
Fest. und Gedenksprüche, op. 109

Max Reger (1873-1916)
O Tod, wie bitter bist du, op 110/3

Arnold Schönberg (1874-1951)
Friede auf Erden, op. 13

Richard Strauss (1864-1949)
Deutsche Motette, op. 62

Lars Edlund (1922-2013)
Elegi

Béla Bartók (1881-1945)
Vier slowakische Volkslieder

Disco 2
Béla Bartók (1881-1945)
Ungarische Volkslieder

György Ligeti (1923-2006)
Morgen
Nacht
Lux aeterna

Carlo Gesualdo (1560?-1613)
Itene ò miei sospiri

Giovanni Gastoldi (ca. 1556-1622)
Amor vittorioso

Claudio Monteverdi (1567-1643)
Ecco mormorar l´onde

Gioachino Rossini (1792-1868)
I Gondolieri
Toast pour le nouvel an
La Passegiata

Goffredo Petrassi (1904-2003)
Nonsense

Ildebrando Pizzetti (1880-1968)
Due composizioni corali (Sappho)

Niccolò Castiglioni (1932-1996)
Gyro

Disco 3
Claude Debussy (1862-1918)
Trois Chansons de Charles d´Orléans

Henk Badings (1907-1987)
Trois Chansons brettones

Maurice Ravel (1875-1937)
Trois Chansons

Francis Poulenc (1899-1963)
Figure humaine

Frank Martin (1890-1974)
Ariel choirs from Shakespeare´s The Tempest

William Byrd (1543-1623)
This sweet and merry month

John Dowland (1563-1626)
What if I never speed

Thomas Morley (1557-1602)
Fire! Fire!

Thomas Tallis (1505?-1585)
Spem in alium

Benjamin Britten (1913-1976)
Hymn to St. Cecilia, op. 27

Virtuoso Choral Music

Disco 4

Claudio Monteverdi (1567-1643)
Sestina “Lagrime d´amante al sepolcro dell´amata”

Luigi Dallapiccola (1904-1975)
Sei cori di Michelangelo il Giovane

Ildebrando Pizzetti (1880-1968)
Tre composizioni corali

Lars Johan Werle (1926-2001)
Nautical Preludes

Krzysztof Penderecki (1933-2020)
Stabat Mater

Disco 5
Max Reger (1873-1916)
Acht geistliche Gesänge, op. 138
Ach, Herr, strafe mich nicht, op. 110 Nr. 2

Richard Strauss (1864-1949)
Die Göttin im Putzzimmer
Der Abend

Francis Poulenc (1899-1963)
Sept Chansons

Disco 6
André Jolivet (1905-1974)
Epithalame

Olivier Messiaen (1908-1993)
Cinq Rechants

Frank Martin (1890-1974)
Messe

Rundfunkchor Stockholm
Stockholmer Kammerchor
Eric Ericson, regência

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

O Coro da Rádio Sueca: alguém aí sabe pra que lado é a saída?

Karlheinz

Jenő Jandó (1952 – 2023): Uma Pequena Antologia ֎

Jenő Jandó (1952 – 2023): Uma Pequena Antologia ֎

“De muitas maneiras, Jenő Jandó definiu a abordagem que a Naxos tem para o seu catálogo: inovação, completude, qualidade, abrangência e disponibilidade. A isso pode-se acrescentar talvez a supremacia da obra sobre o ego do intérprete.”

Em 4 de julho de 2023 o mundo da música gravada perdeu um de seus mais prolíficos artistas – Jenő Jandó, pianista húngaro. Nascido em Pécs, em 1º de fevereiro de 1952, começou a carreira como a maioria dos pianistas, ganhando concursos e visibilidade. Atuou também como professor da Academia Franz Liszt de Budapest. O acervo de gravações deixado por Jenő Jandó merece as características listadas na página da Naxos – inovação, completude, qualidade, abrangência e disponibilidade.

Gravou para o selo Hungaroton, mas sua carreira de artista de disco se confunde com a do selo Naxos, para o qual deixou um enorme legado.

Para reverenciar tudo o que ele fez pelos amantes da música, especialmente os menos abastados, reuni nesta postagem quatro de seus discos, tentando dar alguma representatividade à sua extensa e bela obra.

Piano e Orquestra: Neste gênero Jenő Jandó deixou muitas gravações memoráveis, como a Integral dos Concertos para Piano de Mozart, que você encontrará aqui no PQP Bach. Há uma gravação da dobradinha com os concertos de Grieg e Schumann e outro disco espetacular com os Concertos de Bartók. Esse último também está aqui no blog. Como neste ano também reverenciamos o último dos românticos, decidi postar o Concerto No. 2 de Rachmaninov, que vem acompanhado da Rapsódia sobre um tema de Paganini. Música para milhões! Veja os louvores do Penguin Guide sobre esse disco, pela tradução feita pelo Chat PQP: As performances dessas obras por Jenő Jandó são muito recomendáveis. Ele tem a completa medida das idas e vindas, a fluência da fraseologia rachmaninoviana e o movimento lento é romanticamente expansivo, a reprise particularmente bela, assim como o final tem bastante energia e um sentimento lírico maduro. A Rapsódia é interpretada brilhantemente, tão boa quanto qualquer performance no catálogo.

Sergei Rachmaninov (1873 – 1943)

Concerto para Piano No. 2 em dó menor, Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando

Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op. 43

  1. Rapsódia

Jenő Jandó, piano

Budapest Symphony Orchestra

Giőrgy Lehel, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 191 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 133 MB

 

Piano Solo: Aqui a lista de gravações é imensa. Nomes como Beethoven, Mozart, Bach, Schubert, Haydn, Schumann, Liszt, Scarlatti estão por lá. De Beethoven, Mozart, Haydn e Schubert gravou as integrais das sonatas para piano e outras cositas… De Bach há gravações do Cravo Bem Temperado e das Variações Goldberg. De qualquer forma, para mim, a Integral das Sonatas para Piano de Beethoven merece uma referência, mesmo tendo seus montes e vales, como disse o Conde Vassily. Desta coleção escolhi o disco que foi lançado como o Volume 2, com três sonatas que têm apelidos: Waldstein, Tempest e Les Adieux. Mais uma vez, o Penguin Guide: Jenő Jandó oferece aqui três das famosas sonatas, interpretadas com muito prazer, e elas soam bem agradáveis devido à sua abordagem direta.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 21 em dó maior, Op. 53 “Waldstein”

  1. Allegro con brio
  2. Introduzione: Molto Adagio
  3. Rondo: Allegretto Moderato

Sonata para Piano No. 17 em ré menor Op. 31 No. 2 “Tempest”

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata para Piano No. 26 em mi bemol maior Op. 81a “Les Adieux”

  1. Adagio – Allegro (Les Adieux)
  2. Andante Espressivo (L’Absence)
  3. Vivacissimamente (Le Retour)

Jenő Jandó, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 187 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 146 MB

Alguns dias após está postagem ter ido ao ar, recebemos alguns comentários singelos. Entre eles, uma menção a esse disco, que decidi acrescentar à pequena antologia. Vale!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 8 em dó menor, Op. 13 ‘Pathetique’

  1. Grave – Allegro di molto e con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Rondo: Allegro

Sonata para Piano No. No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27 No. 2 ‘Ao Luar’

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para Piano No. No. 23 em fá menor, Op. 57 ‘Appassionata’

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo – Presto

Jenő Jandó, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 128 MB

Música de Câmara: Jenő era ótimo músico camarístico e há vários discos primorosos nesse gênero. Sonatas para Violino e Piano com Takako Nishizaki, música para violoncelo e piano, de Kodaly, por exemplo, com a violoncelista Maria Kliegel, música para clarinete e piano com o clarinetista Kálmán Berkes. Para essa postagem escolhi uma gravação na qual ele faz parceria com o ótimo Quarteto Kodály, outra instituição da Naxos. Veja os comentários sobre a gravação dos Quintetos com Piano de Schumann e Brahms por esses titulares absolutos do time Naxos. Sobre o Quinteto de Brahms: “Essa ótima gravação da Naxos tem muito a oferecer, mesmo que não inclua a repetição da exposição do primeiro movimento. A execução é ousadamente espontânea e possui muita energia e sentimento expressivo. A abertura do final também possui um certo mistério e, de maneira geral, com uma gravação cheia de corpo e muita presença, isso causa uma forte impressão. Certamente, é uma pechincha.” Sobre o Quinteto de Schumann: “Uma performance fortemente caracterizada do belo Quinteto de Schumann, interpretado por Jenő Jandó e o Quarteto Kodály. Esta é uma interpretação vigorosa, romântica em espírito, e sua espontaneidade é bem transmitida por uma gravação vívida, feita em uma acústica atraente e ressonante.”

Robert Schumann (1810 – 1856)

Quinteto com Piano em mi bemol maior, Op. 44

  1. Allegro Brillante
  2. In Modo D’una Marcia. Un Poco Largamente
  3. Scherzo: Molto Vivace – Trio I – Trio II – L’istesso Tempo
  4. Allegro, Ma Non Troppo

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Quinteto com Piano em fá menor, Op. 34

  1. Allegro Non Troppo
  2. Andante, Un Poco Adagio
  3. Scherzo: Allegro – Trio
  4. Finale: Poco Sostenuto – Allegro Non Troppo – Presto, Non Troppo

Jenő Jandó, piano

Kodaly Quartet

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 245 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 152 MB

 

Música Ligeira: Num outro aspecto da música gravada, decidi trazer esse disco com selo Hungaroton, com música mais leve e despretensiosa – típica do período austro-húngaro, que revela outro aspecto da produção deste verdadeiro maratonista do piano que foi Jenő Jandó. O disco contém peças de Rossini e Schubert arranjadas para piano por Liszt. Rossini era frequentador das soirées nas casas dos abastados Aguado e Rothschild, onde ele geralmente acompanhava trechos mais famosos de suas óperas ao piano. Eventualmente ele acabou compondo novas peças para essas ocasiões. Isso deu surgimento a árias e duetos que foram posteriormente publicadas em ciclos, com o nome Soirées musicales. Liszt gostava bastante dessas peças e acabou fazendo arranjos delas para piano, que é o que ouvimos aqui. Já as Soirées de Vienne foram feitas sobre melodias de Schubert e buscam entreter e encantar.

Arranjos de Ferenc Liszt (1811 – 1886)

Composições de Franz Schubert (1797 – 1828)

Soirées De Vienne

  1. 2 Poco Allegro

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Gioacchino Rossini (1792 – 1868)

Soirées Musicales R.236: Part One

  1. 1 La Promessa (The Promise) – Canzonetta
  2. 5 Il Rimprovero (Reproach) – Canzonetta
  3. 7 La Partenza (Depart) – Canzonetta
  4. 11 L’Orgia (The Orgy) – Arietta
  5. 3 L’Invito (Invitation) – Bolero
  6. 6 La Pastorella Dell’Alpi (The Shepherdess Of The Alps) – Tirolese
  7. 7 La Gita In Gondola (By Gondola) – Barcarola
  8. 8 La Danza (Dance) – Tarantella Napoletana

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Franz Schubert

Soirées De Vienne

  1. 7 Allegro Spiritoso

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Gioacchino Rossini

Soirées Musicales R.236: Part Two

  1. 2 La Regata Veneziana (The Venice Regatta) – Notturno
  2. 8 La Pesca (Fishing) – Notturno
  3. 10 Serenata (Serenade) – Notturno
  4. 12 Li Marinari (The Sailors) – Duetto

Arranjos de Ferenc Liszt

Composições de Franz Schubert

Soirées De Vienne

  1. 8 Allegro Con Brio

Jenő Jandó, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 282 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 203 MB

 

Aproveite e celebre a obra desse grande artista!

René Denon

Gioachino Rossini (1792-1868) – Ouvertures – Abbado 90! & London SO

Gioachino Rossini (1792-1868) – Ouvertures – Abbado 90! & London SO

Na última segunda-feira, dia 26 de junho, completaram-se 90 anos do nascimento de um músico excepcional: o milanês Claudio Abbado. Creio que não é necessário fazer maiores apresentações deste que é, seguramente, uma das estrelas mais brilhantes do cintilante panteão de grandes regentes da história. Basta jogar o nome dele ali na caixinha de busca desse site e viajar pela era de ouro do disco.

Abbado faleceu em 2014, aos 80 anos. Gravou muito, muito mesmo, deixando um legado imenso de interpretações que primam pela limpidez e pelo colorido. Foi do barroco a obras de seus contemporâneos, sendo reconhecidamente um grande defensor da música do nosso tempo. Entre as orquestras que dirigiu, estão “apenas” a Sinfônica de Londres, Sinfônica de Chicago, Ópera Estatal de Viena, La Scala, Festival de Lucerna, Orquestra de Câmara Mahler, Orquestra Mozart, Orquestra Jovem da União Européia e, claro, ela, the one and only Filarmônica de Berlim.

Busto de Claudio Abbado na Philharmonie, em Berlim

Para celebrar a data, um disco gravado em Londres, em 1978: aberturas de óperas de Gioachino Rossini — um daqueles casos em que as aberturas são muito mais tocadas por aí do que as próprias óperas. Fiz questão de trazer esse álbum que, à parte a universalmente aclamada Guglielmo Tell (e do curioso caso que conto a seguir), passeia por um repertório menos conhecido, como La scala di seta Il turco in Italia.

O caso de Elisabetta, regina d’Inghilterra, estreada no San Carlo em Nápoles, é interessante. Enquanto escutava, pensei: “ué, conheço isso!” Pois é, conhecia mesmo: Rossini usou material de obras anteriores para fazer essa ópera, além de usar trechos desta em obras posteriores. A abertura de Elisabetta, regina d’Inghilterra (1815), que já havia sido reaproveitada de Aureliano in Palmira (estreada no La Scala, em Milão, em 1813), foi usada tim tim por tim tim novamente em um de seus maiores sucessos: Il barbiere di Siviglia, de 1816 (estreada no Teatro di Torre Argentina di Roma). A editora Amanda Holden afirmou que é como se Rossini quisesse apresentar, com essa ópera, um cartão de visitas, reunindo algumas de suas bem sucedidas melodias.

Ferdinando Roberto “Interno del Teatro San Carlo di Napoli con la rapprasentazione de “L´ultimo giorno di Pompei´”

Confesso que nem sabia que algumas dessas óperas existiam. Não é uma maravilha quando a gente topa com música que nunca ouviu na vida? Sobretudo quando ela se revela de grande beleza?

Pois vamos celebrar a memória deste grande mestre com esses registros londrinos de um Rossini, talvez, algo b-side, ao menos aos olhos de hoje, já que à época o sucesso que teve foi colossal. O mundo é grande e, que bom, a música é um recurso inesgotável… Viva Abbado!

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Gioachino Rossini – Ouvertures

1 – Semiramide
2 – La scala di seta
3 – Il turco in Italia
4 – Elisabetta, regina d’Inghilterra
5 – Tancredi (edition: Philip Gossett)
6 – Guglielmo Tell

London Symphony Orchestra
Claudio Abbado, regência

Algo me diz que Rossini era uma companhia agradável e animada

 

 

 

 

 

 

 

 

“Non conosco un’occupazione migliore del mangiare, cioè, del mangiare veramente. L’appetito è per lo stomaco quello che l’amore è per il cuore. Lo stomaco è il direttore che dirige la grande orchestra delle nostre passioni” (Gioachino Rossini)

Karlheinz

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Diversos Compositores: Retrospectiva de 2022 do René Denon ֍

Retrospectiva

2022

Mais uma vez a Terra está a completar uma volta em sua órbita celeste e nos aproximamos do fim deste peculiar ano de 2022. Alguns ciclos se completam, outros estão a vir, já anunciados. É um bom momento para, como Janus, olharmos para trás, considerando o que foi feito e desejarmos o que está chegando. Eu estou tentando criar espaço no presente para receber o que o futuro trará.

Passei em revista minha atividade no blog, entre 1 de dezembro de 2021 e 30 de novembro de 2022. Este ano não tive energia para verificar todas as publicações e limitei às que resultaram de meus próprios esforços. Estas postagens refletem meu envolvimento com música, que posso observar, é grande. Algumas delas foram fáceis de preparar, vindas de alguma boa inspiração, outras demandaram mais estudo e dedicação, mas todas me deram bastante prazer, ao longo do caminho. Prazer em ouvir a música, de eventualmente comparar com outras interpretações ou de seguir as direções que ela me apontava. Prazer também em burilar o texto, em catar as ilustrações e depois esperar que elas surgissem, no blog. Esperar os aguardados comentários, estes mais parcos do que eu gostaria. De qualquer forma, os que recebi ao longo deste período me pareceram sinceros e foi gratificante lê-los.

Olhar estas postagens mais uma vez me fez pensar o quanto é importante valorizar o tempo, que ouvir música demanda tempo. Talvez seja por isso que alguns de nós se agarre a um repertório mais restrito, voltando sempre aos mesmos intérpretes. Eu sou por demais curioso para isso, o que me força a constantemente abrir mão desse tipo de segurança, abrindo espaço para as novidades.

Neste período fiz 64 postagens e acabei selecionando uma playlist entre as peças que considerei representativas do total. Caso você tenha o tempo de ouvir, poderá se interessar em visitar a correspondente postagem e descobrir algumas outras novidades.

Três dessas postagens selecionadas são de nosso padroeiro, São Sebastião Ribeiro. Uma gravação estalando de nova das seis sonatas para cravo e violino, com o violinista Andoni Mercero e o cravista Alfonso Sebastián; um disco com cantatas para baixo interpretadas pelo (jovem) David Greco, acompanhado pelo Luthers Bach Ensemble, sob a direção de Tymen Jan Bronda; uma outra gravação (plena de reflexões feitas durante o afastamento social resultado da pandemia) das seis (maravilhosas) suítes para violoncelo pelo jovem e talentoso Bruno Philippe.

Duas postagens refletem essa minha busca por novidades. Assim, na minha playlist de Retrospectiva 2022 há duas peças que conheci este ano e que me impressionaram: num deles, o Concerto para Piano de Sir Michael Tippett, interpretado pelo veterano pianista Howard Shelley, com a Bournemouth Symphony Orchestra, regida pelo (late) Richard Hickox, num disco do selo Chandos, inglês em todas as instâncias; no outro, o Cantus Articus do compositor finlandês Einojuhani Rautavaara. A peça Cantus Articus foi a que me motivou investigar a música de Rautavaara e o disco também traz a sua Sinfonia No. 7 e o Concerto para flautas.

O repertório de música francesa dos séculos 19 e 20 aparece sempre nas minhas postagens e um exemplo é este disco de músicos poloneses (ótimos) tocando lindas peças de câmara com instrumentos de sopros, o Gruppo di Tempera. Veja o discreto charme deste La chaminée du roi René, de Darius Milhaud.

Outro exemplo é o disco Exotisme, sonorités pittoresques, com peças para piano solo ou a quatro mãos, interpretadas pelos ótimos Ludmilla Guilmaut e Jean-Noël Dubois. Uma mescla de música de compositores mais conhecidos com música de compositores que recebem menos exposição e que merecem maior divulgação. Muita alegria, charme e beleza, como num lindo buque de flores.

Cantores também me interessam muito e adorei ter conhecido o trabalho da mezzo-soprano Elisabeth Kulman cantando algumas canções de Mahler, acompanhada por um pequeno conjunto de músicos com o sugestivo nome Amarcord Wien.

Muito trabalho me deu a postagem das 40 árias, que passou incólume pelos nossos leitores. Muito trabalho, uma vez que ópera é um gênero musical que eu conheço pouco, mas muito prazer também em descobrir um pouco o sentido de tão belos momentos musicais. Para esta Retrospectiva 2022 escolhi algumas das árias que considerei mais emblemáticas. Entre elas Casta Diva, da ópera Norma, composta por Bellini, e Vissi d’arte, de Tosca, composta por Puccini.

Uma grata surpresa neste ano foi a descoberta da música para piano de Radamés Gnattali, num disco primoroso. O intérprete Luís Rabello é sobrinho do violonista Raphael Rabello e ótimo pianista.

Para completar essa retrospectiva, não poderia deixar de mencionar mais música barroca. Escolhi algumas sonatas de Scarlatti, parte da postagem de um disco da espetacular pianista Zhu Xiao-Mei e uma postagem dedicada ao Opus 3 de Vivaldi, pelo Concerto Italiano, sob a direção de Rinaldo Alessandrini. Esta coleção tem de especial o fato de que os concertos de Vivaldi estarem entremeados com algumas das suas transcrições feitas por Bach.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonata No. 6 em sol maior, BWV1019
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Adagio
  5. Allegro

Andoni Mercero, violino

Alfonso Sebastián, cravo

Cantata BWV 82 ‘Ich habe genug’
  1. Ich habe genug
  2. Ich habe genug! Mein Trost ist nur allein
  3. Schlummert ein, ihr matten Augen
  4. Mein Gott! Wann kömmt das schöne
  5. Ich freue mich auf meinen Tod

David Greco, baixo

Joanna Huszcza, violino

Amy Power, oboé

Luthers Bach Ensemble

Tymem Jan Bronda

Suíte para Violoncelo No. 6 in D major, BWV1012
  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavottes I & II
  6. Gigue

Bruno Philippe, violoncelo

Michael Tippett (1905 – 1998)

Concerto para Piano e Orchestra
  1. I Allegro non troppo
  2. II Molto lento e tranquilo
  3. III Vivace

Howard Shelley, piano

Bournemouth Symphony Orchestra

Richard Hickox

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205
  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano
Agata Igras-Sawicka, flauta
Sebastian Aleksandrowicz, oboé
Adrian Janda, clarinete
Artur Kasperek, fagote
Tomasz Bińkowski, trompa

Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Ging heut morger übers Feld – Mahler (Lieder eines fahrenden Gesellen)
  2. Ich atmet’ einen linden Duft – Rückert-Lieder
  3. Blicke mir nicht in die Lieder – Rückert-Lieder
  4. Liebst du um Schönheit – Rückert-Lieder
  5. Adagietto – 4 movimento da Quinta Sinfonia

Elisabeth Kulman, mezzo-soprano

Amarcord Wien:

Tommaso Huber, acordeão

Sebastian Gürtler, violino

Michael Williams, violoncelo

Gerhard Muthspiel, contrabaixo

Einojuhani Rautavaara (1928 – 2016)

Cantus Arcticus, Op. 61 (Concerto para Pássaros e Orquestra)
  1. Suo (Pântano)
  2. Melankolia
  3. Joutsenet muuttavat (Cisnes migrando)

Sinfonia Lahti

Osmo Vänskä

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

40 Best Arias

  1. Bellini- Norma – Casta Diva – Maria Callas
  2. Verdi- Rigoletto – La Donna E Mobile – Richard Leech
  3. Bizet- Carmen – Habanera – ‘L’amour Est Un Oiseau Rebelle – Julia Migenes
  4. Bizet- Carmen – Flower Song – Placido Domingo
  5. Offenbach- Les Contes d’Hoffmann – Barcarolle – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  6. Mozart- Don Giovanni – Dalla Sua Pace – [Don Ottavio] – Hans-Peter Blochwitz
  7. Delibes- Lakme – Flower Duet – [Lakme, Mallika]) – Jennifer Larmore & Hei-Kyung Hong
  8. Verdi- La Traviata – Brindisi- Libiamo Ne’Lieti Calici – Neil Schicoff & Edita Gruberova
  9. Puccini- La Boheme – Che Gelida Manina [Rodolfo]) – Jose Carreras
  10. Puccini- La Boheme – Si. Mi Chiamano Mimi – Barbara Hendricks
  11. Puccini- Tosca – Vissi D’arte’ [Tosca] – Kiri Te Kanawa
  12. Puccini- Tosca – E Lucevan Le Stelle [Cavaradossi] – Placido Domingo
  13. Gluck- Orphee Et Eurydice – J’ai Perdu Mon Eurydice – Susan Graham
  14. Rossini- La Cenerentola – Non Piu Mesta [Angiolina] – Jennifer Larmore

Radamés Gnattali (1906 – 1988)

  1. Rapsódia Brasileira
  2. Poema de Fim de Tarde
  3. Manhosamente
  4. Uma rosa para o Pixinguinha

Luís Rabello, piano

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata em mi maior, K. 531 (L. 430)
  2. Sonata em si menor, K. 87 (L. 33)
  3. Sonata lá maior, K. 533 (L. 395)
  4. Sonata em ré menor, K. 32 (L. 423)
  5. Sonata em lá maior, K. 39 (L. 391)

Zhu Xiao-Mei, piano

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 8 for 2 Violins in A Minor, Op. 3, RV 522
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for organ after RV 522 in A Minor, BWV 593
  1. [Allegro]
  2. Adagio
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto No. 10 for 4 Violins in B Minor, Op. 3, RV 580
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto for 4 Harpsichords after RV 580 in A Minor, BWV 1065
  1. [Allegro]
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto Italiano

Rinaldo Alessandrini, cravo e regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 681 MB

Assim, mantendo ainda viva a memória da música que nos alegrou no ano que passou, voltamos os planos e as expectativas para este ano novo.

Aproveite!

René Denon

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014 – CDs 10-13 de 13

Nascido em Riga durante a Segunda Guerra mundial, Mariss Jansons passou a primeira infância escondido dos nazistas com sua mãe, uma cantora de ópera judia. Na década de 1950, mudou-se com seu pai para Leningrado (hoje São Petersburgo), onde aos 30 anos foi nomeado maestro substituto do grande Yevgeny Mravinsky.

Estudaria também com Hans Swarowsky em Viena e com Karajan em Salzburg. Aprendeu muito, é claro, com esses maestros do período jurássico, trazendo parte dessa sonoridade grandiosa das orquestras soviéticas e austro-germânicas de meados do século XX, mas atualizando tudo como um homem do seu tempo. Raramente se ouve uma de suas interpretações e se pensa “nossa, que surpresa!” Ao mesmo tempo, raras são as decepções e raras as escolhas excêntricas.

Após seu sucesso com a Filarmônica de Oslo (Noruega) entre 1979 e 2002, Jansons torna-se em 2004 o Maestro Principal da Real Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam (Países Baixos), sucedendo Riccardo Chailly e Bernard Haitink. Seu contrato inicial era de três anos, se estendendo depois até 2015. Ele faleceu em 2019, em casa, após algus anos com problemas no coração. Seu pai, que também era maestro, já havia morrido do coração, mas à maneira de Molière, no palco, enquanto regia a Hallé Orchestra de Manchester.

Prokofiev e Strauss estão entre as especialidades de Jansons. Além disso, nesses álbuns ao vivo, ele aborda muitos outros compositores que merecem um lugar ao sol, como o italiano Berio, o francês Poulenc e o tcheco Martinů. Em postagem de CVL neste blog há alguns anos, aprendi que há “duas principais fases de Martinu: a fase da guerra, com a Missa de campo e o Concerto para duas orquestras de cordas, piano e tímpano; e a fase impressionista, do final da vida, com os Afrescos de Piero della Francesca. A fase da guerra é impressionante. Quem gosta da Música para cordas, percussão e celesta de Bartók vai se identificar prontamente…”

Zimmerman, o solista no concerto de Martinů

O 2º Concerto para Violino de Martinů, assim como a 5ª Sinfonia de Prokofiev, são dessa fase da guerra, época em que o bebê Jansons vivia na clandestinidade. Martinů, que detestava os nazistas ao menos desde a invasão da Checoslováquia pela Alemanha em 1938, vivia em exílio em Nova York, enquanto Prokofiev respirava o ar pesado da Moscou stalinista. O último disco da caixa de Jansons/Concertgebouw, portanto, fecha com chave de ouro: já falei que Prokofiev é uma especialidade desse maestro?

CD 10:
Gioachino ROSSINI
Overture – La gazza ladra (1817)

Luciano BERIO
4 Dédicaces (1978-1989)

Francis POULENC
Organ Concerto (1938)
Leo van Doeselaar – organ

Louis ANDRIESSEN
Mysteriën, version No. 1 (2013)

Baixe aqui – Download here – CD10

CD 11:
Richard STRAUSS
Tod und Verklärung, Op. 24 (1889)

Sergei RACHMANINOV
Symphony No. 2 in E minor, Op. 27 (1906)

Baixe aqui – Download here – CD11

CD 12:
Richard WAGNER
Vorspiel und Liebestod, from Tristan und Isolde (1859)

Anton BRUCKNER
Symphony No. 3 in D minor (1877, rev. 1889)

Baixe aqui – Download here – CD12

CD 13:
Bohuslav MARTINŮ
Violin Concerto No. 2, H 293 (1943)
Frank Peter Zimmermann – violin

Sergei PROKOFIEV
Symphony No. 5 in B flat major, Op. 100 (1944)

Baixe aqui – Download here – CD13

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Mariss Jansons

Jansons entre os músicos em sua última temporada no Concertgebouw

Pleyel

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sexta Década (1991-2000) [Martha Argerich, 80 anos]


1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


A década de 90 foi, para Martha, desgraçadamente assombrada pela morte. Além de perder sua mãe, Juanita, e sua melhor amiga, Diane, para o câncer, ela própria viu-se acometida pelo flagelo. Desde o diagnóstico de melanoma, no início da década, até que a declararam curada, no final dela, a Rainha foi submetida a tratamentos dolorosos e duras escolhas. A mais difícil delas deu-se na recidiva, em meados da década, quando o tumor metastatizou para os pulmões e linfonodos. Foi-lhe sugerida uma cirurgia no tórax que poderia salvar a mulher, mas certamente mataria a pianista, cortando vários músculos fundamentais para sua arte. Martha escolheu submeter-se a um tratamento experimental a base de vacinas, que lhe permitiu uma operação menos radical. Deu certo e, num gesto de gratidão ao Instituto de Câncer John Wayne em Santa Mônica, Estados Unidos, onde recebeu o bem-sucedido tratamento, a Rainha voltou a subir sozinha ao palco, depois de quase vinte anos, para dar um recital em prol do Instituto para um Carnegie Hall lotado:

Naturalmente, a luta pela vida repercutiu na carreira de Martha. Sua discografia na década reflete essas imensas dificuldades pessoais – alguns anos passaram completamente em branco, sem gravações – e consolidou as tendências da década anterior: nenhum registro solo, muitas gravações de música de câmara com os velhos parceiros de sempre. Entre as novidades, a exploração de repertório novo e a colaboração estreita com Alexandre Rabinovitch em duos para piano, tocando sob sua regência, e gravando suas composições.


Não me lembro onde, mas tenho impressão de já ter lido que Martha não é muito fã de Rachmaninov. Se isso pode surpreender quem, como eu e o resto do Universo, fica de queixo caído com sua gravação do concerto no. 3 sob Chailly, também parece meio óbvio pela virtual ausência das peças solo de Rach do repertório da Rainha. Em seus recitais em duo, em compensação, Sergei Vasilyevich é figurinha fácil – e tem esse disco todinho dedicado a ele, com a primeira das muitas aparições de Alexandre Rabinovitch na discografia marthinhiana da década de 90, e a primeira das capas da Teldec em que nossa deusa parece estar no meio dum climão com quem era então su guapo.

Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Suíte para dois pianos no. 1 em Sol menor, “Fantaisie-Tableaux”, Op. 5
1 – Barcarolle
2 – La Nuit….L’Amour
3 – Les Larmes
4 – Pâques

Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
5 – Introduction
6 – Valse
7 – Romance
8 – Tarantella

Danças Sinfônicas, para orquestra, Op. 45
Transcrição para piano do próprio compositor
9 – Non allegro
10 – Andante con moto
11 – Lento assai

Alexandre Rabinovitch, piano II

Gravado em Berlim Ocidental, setembro de 1991

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


As composições de Alexandre Rabinovitch mereceriam uma postagem à parte, mas, enquanto eu os afogo com melífluas torrentes de Martha, deixo-lhes algumas amostras do que o pibe criou. Nascido e educado na União Soviética, aluno de Dmitry Kabalevsky, Rabinovitch destacou-se como pianista, tocando muita música contemporânea enquanto buscava rumo como compositor. Sua dedicação inicial à música serial, banida pelo regime soviético, foi abandonada depois que Alexei Lubimov lhe apresentou a música dos minimalistas dos Estados Unidos. Deixou o país de origem, por completa falta de perspectivas, para encontrar menos perspectivas ainda em Paris, onde Boulez reinava absoluto e deixava pouca coisa crescer a seu redor. Mudanças para Bruxelas e Genebra acabaram por colocá-lo no caminho de Martha Argerich, com quem dividiu palcos e estúdios, cigarros e dentifrícios – e que é o motivo maior para o moço aparecer por aqui. Sua música é muito interessante, sobretudo por nutrir-se de diversas referências, como poderão perceber pela obra que abre o álbum duplo a seguir, e porque seu estilo contrasta com a música “estática” que desinformados como eu muitas vezes esperam de obras minimalistas. A participação da Rainha na coletânea resume-se à gravação ao vivo da Musique Populaire, assim chamada por basear-se em temas de música popular, notória por ser, depois de meio século de vida e quase isso tanto a tocar pianos acústicos, sua primeira num instrumento plugado.

Alexandre RABINOVITCH Barakovsky (1945)

Six États Intermediaires (1998), sinfonia baseada no livro tibetano dos mortos, “Bardo Thödol”
1 – La Vie
2 – Le Rêve
3 – La Transe
4 – Le Moment de la Mort
5 – La Réalité
6 – L’Existence

Beogradska Filharmonija (Filarmônica de Belgrado)
Alexandre Rabinovitch, regência

7 – Musique Populaire (1980), para dois pianos amplificados

Martha Argerich e Alexandre Rabinovitch, pianos

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 

La Triade (1998), Sinfonia Concertante para violino amplificado e orquestra
1 – Le Deuil
2 – La Transe
3 – Le Silence

Yayoi Toda, violino
Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, regência

Trois Invocations (1995), para quarteto de cordas e celesta amplificada
4 – Invocation I
5 – Invocation II
6 – Invocation III

Alexandre Rabinovitch, celesta
Filarmonica Quartet

7 – La Belle Musique no. 4 (1987), para quatro pianos amplificados 

Alexandre Rabinovitch, Alexei Ieriomine, Anton Batagov e Mikhail Adamovitch, pianos

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

“Musique Populaire” gravada em Varsóvia, Polônia, abril de 1992


Num dos raros retornos a Varsóvia sem tocar Chopin, Martha não esqueceu de trazer a tiracolo seu amigo e vizinho inseparável, Mischa Maisky. A dupla ofereceu um programa inteiramente dedicado a Haydn, com o bônus de uma das poucas gravações lançadas da famosa sonatinha de Scarlatti que nossa deusa costuma tocar como bis – e como ninguém mais entre os terráqueos – para o pasmo das plateias mundo afora.

Joseph HAYDN (1732-1809)
Concerto em Ré maior para piano e orquestra, Hob. XVIII:11
1 – Vivace
2 – Un poco adagio
3 – Rondo all’Ungarese: Allegro assai

Orkiestra Kameralna Polskiego Radia Amadeus
Agnieszka Duczmal, regência

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré menor, K. 141
4 – Allegro

Joseph HAYDN
Concerto para violoncelo e orquestra no. 1 em Dó Maior, Hob. VIIb/1
5 – Moderato
6 – Adagio
7 – Allegro molto

Mischa Maisky, violoncelo
Orkiestra Kameralna Polskiego Radia Amadeus

Agnieszka Duczmal, regência

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Suíte para violoncelo no. 2 em Ré menor, BWV 1008
8 – Sarabande

Da Suíte para violoncelo no. 3 em Dó maior, BWV 1009
9-10 – Bourrée I & II

Da Suíte para violoncelo no. 5 em Dó menor, BWV 1011
11-12 – Sarabande

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, abril de 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Para alguém que idolatrava Horowitz a ponto de se mudar de mala e cuia para Nova Iorque para tentar tornar-se sua aluna, é curioso que Scriabin, um dos xodós de Volodya, estivesse fora do repertório e da discografia de Martha até o lançamento desse álbum, dedicado integralmente a obras que tangem o mito de Prometeu. Acompanhada por Claudio Abbado e os filarmônicos de Berlim, a Rainha executa a parte de piano obbligato do “Poema do Fogo” de Scriabin, somando-se às forças orquestrais, a um coro e a uma iluminação colorida prescrita pelo compositor e originalmente destinada a um clavier à lumières  inventado por ele. Apesar da baixa qualidade da imagem, vale a pena conferir o vídeo da performance para ter uma ideia aproximada do que tramou Alexander.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Suíte de Die Geschöpfe Des Prometheus, Op. 43
1 – Introduction. Allegro non Troppo
2 – No. 1: Poco adagio – Allegro con brio
3 – No. 9: Adagio – Allegro molto
4 – No. 10: Pastorale. Allegro
5 – No. 14: Allegretto
6 – No. 15: Adagio – Allegro
7 – No. 16: Finale. Allegretto

Franz LISZT (1811-1886)
Prometheus, poema sinfônico, S. 99
8 – Allegro energico ed adagio assai – Allegro molto appassionato

Aleksandr Nikolayevich SKRIABIN (1871-1915)
9 – Promethée, Le Poème du Feu, Op. 60

Martha Argerich, piano
Berliner Singakademie

Luigi NONO (1924-1990)
Suíte de Prometeo, Tragedia dell’Ascolto 
10 – 3 Voci (baseado em texto de Walter Benjamin)
11 – Isola Seconda (baseado em Hyperions Schicksalslied, de Friedrich Hölderlin)

Mathias Schadock e Ulrike Krumbiegel, narradores
Ingrid-Ade Jesemann e Monika Bair-Ivenz, sopranos
Susanne Otto, contralto
Peter Hall, tenor
Michael Hasel, flauta baixo
Manfred Preis, clarinete contrabaixo
Christhard Gössling, eufônio e tuba
Solistenchor Freiburg

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regência

Gravado em Berlim, Alemanha, em maio de 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Peça final de seu triunfo no Concurso Chopin de 1965, o concerto em Mi menor do Frederico é uma das figurinhas mais fáceis na discografia e nos programas dos concertos de Martha mundo afora: difícil, enfim, é que ela volte a Varsóvia e deixe de tocá-lo. O CD a seguir registra um desses retornos, curiosamente pareado com Rossini e Mendelssohn, sob a batuta de Grzegorz Nowak, que mais tarde se tornaria regente associado da Royal Philharmonic em Londres, e com a Sinfonia Varsovia, orquestra fundada e apadrinhada pelo grande Yehudi Menuhin.

Gioachino Antonio ROSSINI (1792-1868)
L’italiana in Algeri, drama jocoso em dois atos
1 – Sinfonia

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
2 – Allegro maestoso
3 – Romance. Larghetto
4 – Rondo. Vivace

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Sinfonia no. 4 em Lá maior, Op. 90, “Italiana”
5 – Allegro vivace
6 – Andante con moto
7  – Con moto moderato
8 – Presto e finale: Saltarello

Sinfonia Varsovia
Grzegorz Nowak, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, dezembro de 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


O velho amigo Abbado, lá em 1992, devia estar afiadíssimo na difícil arte de persuadir a nada persuadível Martha a aprender novo repertório: depois do primeiro (e policromático) Scriabin da carreira da distinta senhora, Claudio a pôs para tocar seu primeiro Strauss. Vá lá que a Burleske, composta mais ou menos na época em que Richard atingiu a maioridade penal, seja fichinha para suas hábeis mãos, mas ainda sim deve-se notar sua proeza em dotar essa estranha cria concertística, renegada tanto pelo seu dedicatário, Hans von Bülow, quanto por muito tempo pelo próprio compositor, de um interesse que passa ao largo da maioria das gravações da obra.

Richard Georg STRAUSS (1864-1949)
1 – Don Juan, poema sinfônico, Op. 20

Toru Yasunaga, violino

2 – Burleske em Ré menor, para piano e orquestra

Martha Argerich, piano

3 – Till Eulenspiegels Lustige Streiche, poema sinfônico, Op. 28

Da ópera Der Rosenkavalier, Op. 59
4 – Ato III: Trio e Finale

Kathleen Battle e Renée Fleming, sopranos
Frederica von Stade, mezzo-soprano
Andreas Schmidt, barítono

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regência

Gravado em Berlim, Alemanha, em 31 de dezembro de 1992

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Um xodó tardio na carreira de Martha é o primeiro concerto de Shosta, uma composição ebuliente e hiperativa, bem no estilo do nicotinado compositor e muito afeita a quem toca o terceiro de Prokofiev como ninguém. Sempre que volta à obra, a Rainha parece se divertir ao fazer um racha com o pobre solista de trompete, que invariavelmente passa por maus lençóis ao tentar acompanhar a velocidade lúbrica dos deditos de Marthinha, que, por sua vez, despacha a obra numa lepidez comparável à do próprio Shosta. Aqui, o trompetista sai-se muito bem – Guy Trouvon é feríssima, fruto mui digno da brilhante escola francesa de seu instrumento – e o registro resultante é um marco tanto na carreira de Martha quanto na discografia da obra, só superado pelo embate épico, de décadas depois, entre a deusa portenha do piano e Sergei Nakariakov, que é chamado de “Paganini do trompete” e não sem bons motivos.

Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio

Guy Touvron, trompete

Joseph HAYDN
Concerto em Ré maior para piano e orquestra, Hob. XVIII:11
4 – Vivace
5 – Un poco adagio (cadenza: Wanda Landowska)
6 – Rondo all’Ungarese: Allegro assai

Württembergisches Kammerorchester Heilbronn
Jörg Faerber, regência

Gravado em Ludwigsburg, Alemanha, janeiro de 1993

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Esta gravação do inseparável duo Marthita/Nelsito traz aquela peça de resistência de seu repertório – a sensacional Sonata para dois pianos e percussão de Béla Viktor János – acrescida de composições de Ravel para dois pianos… e percussão. A atraente contribuição da carinhosamente chamada “cozinha” aos cordofones solistas foi acrescentada por Peter Sadlo (1962-2016), um tremendo percussionista que também participa desse registro de seus arranjos.

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para dois pianos e percussão, Sz. 110
1 – Assai lento – Allegro molto
2 – Lento, ma non troppo
3 – Allegro non troppo

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Ma Mère l’Oye, suíte para piano a quatro mãos, M. 62
Transcrição para dois pianos: Gaston Choisnel (1857-1921)
Arranjo para dois pianos e percussão: Peter Sadlo (1962-2016)
4 – Pavane de la Belle au Bois Dormant: Lent
5 – Petit Poucet: Très modéré
6 – Laideronnette, Impératrice des Pagodes: Mouvement de Marche
7 – Les Entretiens de la Belle et de la Bête: Mouvement de Valse très modéré
8 – Le Jardin Féerique: Lent et Grave

Rapsodie Espagnole, para orquestra, M. 54
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
Arranjo para dois pianos e percussão de Peter Sadlo
9 – Prélude à la Nuit. Modéré
10 – Malagueña. Assez vif
11 – Habanera. En demi-teinte et d’un rythme las
12 – Feria. Assez vif

Nelson Freire, piano II
Edgar Guggeis e Peter Sadlo, percussão

Gravado em Nijmegen, Países Baixos, fevereiro de 1993

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Se há qualquer um entre vós outros que sonhou em ouvir Martha tocar algo que não fosse piano, eu ora anuncio com júbilo:

– Regozijai!

Em mais um álbum dedicado a obras de Rabinovitch, a Rainha não só toca celesta – tanto acústica quanto amplificada – como divide o palco possivelmente pela primeira vez com uma guitarra elétrica, além dum bocado de marimbas e vibrafones. Sua contribuição pianística e desplugada, a quatro mãos com o próprio compositor, é a Liebliches Lied (“Adorável Canção”), baseada em temas de Brahms e de Schubert (a cuja identificação desafio os atentos leitores-ouvintes).

Alexandre RABINOVITCH
1 – Incantations (1996)
Martha Argerich, piano amplificado e celesta
Daisuke Suzuki, guitarra elétrica
Hidemi Nurase, Mitsuyo Wada, Momoko Kamiya e Naoaki Kobayashi, marimbas e vibrafones
Hibiki String Orchestra
Alexandre Rabinovitch, regência

2 – Schwanengesang an Apollo (1996)
Yayoi Toda, violino
Martha Argerich, celesta amplificada
Alexandre Rabinovitch, piano

3 – La Belle Musique no. 3 (1977)
Budapesti Rádió Szimfonikus Zenekara (Orquestra Sinfônica da Rádio de Budapeste)
György Lehel, regência

4 – Liebliches Lied
Alexandre Rabinovitch e Martha Argerich, piano

Gravado em Berna, Suíça, novembro de 1993 (Liebliches Lied) e em Tóquio, Japão, maio de 1998 (Incantations)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


A integral das sonatas de Beethoven com Gidon Kremer foi retomada, duma forma surpreendemente ordeira para a carreira de nossa errática Marthinha, na exata ordem de publicação das obras. As três sonatas do Op. 30, em que os dois instrumentos ensaiam a igualdade de tratamento que receberão na “Kreutzer” e na Op. 96, são claramente conduzidas por ela, e dum jeito que nos faz imaginar, uma vez mais, o que ela teria sido capaz de ter feito se tivesse tocado, além de tão só esta, essa e aquela, algumas das outras vinte e nove sonatas para piano do renano.

Ludwig van BEETHOVEN
Três sonatas para violino e piano, Op. 30

No. 1 em Lá maior
1 – Allegro
2 – Adagio molto espressivo
3 – Allegretto con variazioni

No. 2 em Dó menor
4 – Allegro con brio
5 – Adagio cantabile
6 – Scherzo: Allegro
7 – Finale: Allegro – Presto

No. 3 em Sol maior
8 – Allegro assai
9 – Tempo di minuetto, ma molto moderato e grazioso
10 – Allegro vivace

Gidon Kremer, violino

Gravado em Montreux, Suíça, novembro de 1993

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


A julgar pela capa, as coisas andavam às mil maravilhas entre a pareja Martha & Alexandre durante a gravação desse álbum. O que nele se escuta corrobora a impressão: Rabinovitch é excelente pianista, muito bom intérprete de Mozart, e certamente ajudou a Rainha a sentir-se à vontade com este compositor que, a despeito da farta dose vienense de sua formação pianística, confessamente nunca foi muito seu chão.

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Sonata para dois pianos em Ré maior, K.448 (375a)
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Allegro molto

Andante e variações para piano a quatro mãos em Sol maior, K.501
4 – Andante – Variações I-V

Sonata para piano a quatro mãos em Dó maior, K.521
5 – Allegro
6 – Andante
7 – Allegretto

Sonata para piano a quatro mãos em Ré maior, K.381 (123a)
8 – Allegro
9 – Andante
10 – Allegro molto

Alexandre Rabinovitch, piano

Gravado em Berlim, Alemanha, dezembro de 1993

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Martha nunca foi muito de dar alegria aos completistas: só para ficar em Beethoven, levou a público apenas três entre as trinta e duas sonatas para piano, e gravou somente os três primeiros entre os cinco concertos (tocou o “Imperador” apenas duas vezes, e “mal”, e recusou-se a vida toda, e duma maneira quase fóbica, a aprender o concerto no. 4, em função duma epifania que experimentou ao ouvi-lo com Arrau, e arrepiar-se, aos seis anos de idade: “tenho medo do que aconteceria; é muito importante para mim”). Assim, é muito significativo que ela tenha se disposto a gravar, e de fato concluir, a integral das sonatas para violino ao lado do amigo Gidon Kremer. O disco final da série tem, na “Kreutzer”, tudo o que se pode esperar de temperamento argerichiano, embora o ponto alto para mim seja a tão subestimada Op. 96, escrita no limiar do período criativo transcendental do mestre de Bonn, em que o diálogo entre os instrumentos de Martha e Gidon transparece a mesma cumplicidade que suas caras preparadas na capa do álbum.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

Sonata para violino e piano em Sol maior, Op. 96
4 – Allegro moderato
5 – Adagio espressivo
6 – Scherzo: Allegro – Trio
7 – Poco allegretto

Gidon Kremer, violino

Gravado em Montreux, Suíça, março de 1994

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Falando em completistas, essa soirée schumanniana gravada por Martha e outras estrelas nos Países Baixos traz quase a integral da música de câmara de Robert Alexander para três ou mais instrumentos. No estrelado elenco, destaco Natalia Gutman, professora do Conservatório de Moscou, que, apesar de muito grata a seu professor Rostropovich, teve como maior mentor um pianista, o gigante Sviatoslav Richter, e se dá muito bem no dueto com Martha. Chamo a atenção também para o Op. 46, que nunca tinha ouvido antes, com sua incomum instrumentação para dois pianos, dois violoncelos e trompa (!), e para a maior obra-prima do álbum, o belíssimo quinteto com piano, ao qual Martha empresta decisivamente seu inigualável élan.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856
Quinteto em Mi bemol maior para piano, dois violinos, viola e violoncelo, Op. 44
1 – Allegro brillante
2 – In modo d’una marcia (un poco largamente – agitato – a tempo)
3 – Scherzo (molto vivace) & trio
4 – Allegro ma non troppo

Dola Schwarzberg e Lucy Hall, violinos
Nobuko Imai, viola
Mischa Maisky, violoncelo

Andante e variações em Si bemol maior para dois pianos, dois violoncelos e trompa, Op.46
5 – Sostenuto – Andante espressivo – Un poco piu animato – Più animato – Più lento – Un poco più lento
6 – Più lento – Animato
7 – Doppio movimento – Tempo primo – Più adagio

Alexander Rabinovitch, piano II
Mischa Maisky e Natalla Gutman, violoncelos
Marie-Luise Neunecker, trompa

Quarteto em Mi bemol maior para violino, viola, violoncelo e piano, Op. 47
8 – Sostenuto assai- Allegro ma non troppo
9 – Scherzo (Molto vivace) & Trio
10 – Andante cantabile
11 – Finale (Vivace)

Dora Schwarzberg, violino
Nobuko Imai, viola
Natalia Gutman, violoncelo
Alexander Rabinovitch, piano

Fantasiestücke para violoncelo e piano, Op. 73
1 – Zart und mit Ausdruck
2 – Lebhaft, leicht
3 – Rasch und mit Feuer

Natalia Gutman, violoncelo

Adagio e Allegro em Lá bemol maior para trompa e piano, Op. 70
4 – Langsam, mit innigem Ausdruck
5 – Rasch und feurig

Marie-Luise Neunecker, trompa
Alexandre Rabinovitch, piano

Märchenbilder para viola e piano, Op. 113
6 – Nicht schnell
7 – Lebhaft
8 – Rasch
9 – Langsam, mit melancholischem Ausdruck

Nobuko Imai, viola

Sonata em Ré maior para violino e piano, Op. 121
10 – Zeimlich langsam – Lebhaft
11 – Sehr lebhaft
12 – Leise, einfach
13 –  Bewegt

Dora Schwarzberg, violino

Gravado ao vivo em Nijmegen, Países Baixos, setembro de 1994

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


E dessa capa, o que acham vocês?

Martha e Rabinovitch parecem não só num climão meio tenso, como também as últimas pessoas capazes de tocar Mozart em dueto. Felizmente, o álbum é bem melhor que a capa (afirmação quase sempre verdadeira, quando se trata da Teldec): Martha volta ao concerto no. 20, que tocou muitas vezes quando menina e garota, Rabinovitch toca e conduz o de no. 19, e os pombinhos voltam a se reunir no concerto para dois pianos. Seguirão a arrulhar juntos? Resposta no álbum seguinte.

Wolfgang Amadeus MOZART

Concerto para piano e orquestra no. 20 em Ré maior, K. 466
Cadenze: Ludwig van Beethoven
1 –  Allegro
2 – Romance
3 – Allegro assai

Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, regência

Concerto para piano e orquestra no. 19 em Fá maior, K. 459
Cadenze do próprio compositor
4 – Allegro
5 – Allegretto
6 – Allegro assai

Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, piano e regência

Concerto em Mi bemol maior para dois pianos e orquestra, K. 365
Cadenze do próprio compositor
7 – Allegro
8 – Andante
9 – Rondo. Allegro

Württenbergisches Kammerorchestra Heilbronn
Alexandre Rabinovich, piano I e regência

Gravado em Stuttgart, Alemanha, janeiro de 1995 (K. 365) e em Pádua, Itália, setembro de 1998 (K. 459 e K. 466) 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Sim: os pombinhos seguiram juntos e, a julgar pela capa, os tacapes pararam de voar numa certa casa em Genebra. Uma vez mais Martha arrisca repertório novo, e o que há neste disco é muito curioso. Esperava, admito, um pouco mais do “Aprendiz de Feiticeiro”, certamente por estar acostumado ao original e sua espirituosa orquestração, mas reconheço a competência do arranjo de Rabinovitch e a qualidade da execução, adequadamente temperamental. A grande surpresa, sem dúvidas, é o arranjo da “Sinfonia Doméstica” de Strauss, uma obra que nunca me despertou qualquer interesse na versão original, e que cintila sob os vinte talentosos dedinhos do casal. Se duvidam, ouçam a Wiegenlied (“Canção de Ninar”) e o Adagio e depois me contem se não estão entre as melhores coisas que Martha já tocou em duo!

Paul Abraham DUKAS (1865-1935)
Transcrição para dois pianos de Alexandre Rabinovitch
1 – L’Apprenti Sorcier

Richard STRAUSS
Transcrição para dois pianos de Otto Singer (1863-1931)
Symphonia Domestica, poema sinfônico, Op. 53
2 – Bewegt – Ⅰ. Thema: Sehr lebhaft –  Ⅱ. Thema: Ruhig   – Ⅲ. Thema
3 – Scherzo: Munter
4 – Wiegenlied: Mäßig langsam
5 – Adagio: Langsam
6 – Finale: Sehr lebhaft

Maurice RAVEL
7 – La Valse, poema coreográfico

Alexandre Rabinovitch, piano II

Gravado em Berlim, Alemanha, março de 1995

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Os quase três anos que separam este álbum do anterior tiveram, para Martha, o emblema do câncer que lhe voltou, que ela enfrentou, e do qual se curou. É bastante significativo, portanto, que, ao retomar sua discografia, ela tenha incorporado peças novas a seu repertório, escolhido a companhia segura de queridos parceiros de palco e da vida, e tocado ante uma plateia no Japão que ela tanto adora. As duas obras-primas incluídas no álbum – o segundo trio de Shostakovich e seu congênere, dedicado por Tchaikovsky à memória de Nikolai Rubinstein – receberam leituras inesquecíveis. Não tenho qualquer prurido em declarar essa interpretação do trio no. 2 de Shosta a melhor que já ouvi dessa obra, nem em reconhecer que o som ultrarromântico e sentimental de Mischa Maisky aqui se encaixa à perfeição com a melancolia da peça de Tchaikovsky, e que Martha e Kremer lhe somam à altura.

1 – Aplauso

Dmitri SHOSTAKOVICH
Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Mi menor, Op. 67
2 – Andante – Moderato – Poco più mosso
3 – Allegro con brio
4 – Largo
5 – Allegretto – Adagio

Pyotr TCHAIKOVSKY
Trio em Lá menor para piano, violino e violoncelo, Op. 50
6 – Pezzo Elegiaco: Moderato assai – Allegro giusto – In tempo molto sostenuto – Adagio con duolo e ben sostenuto – Moderato assai – Allegro giusto
7 – Tema con variazioni: Andante con moto
8 – Variazione I
9 – Variazione II: Più mosso
10 -Variazione III: Allegro moderato
11 – Variazione IV: L’istesso tempo (Allegro moderato)
12 – Variazione V: L’istesso tempo
13 – Variazione VI: Tempo di valse
14 – Variazione VII: Allegro moderato
15 – Variazione VIII: Fuga (Allegro moderato)
16 – Variazione IX: Andante flebile, ma non tanto
17 – Variazione X: Tempo di mazurka
18 – Variazione XI: Moderato
19 – Variazione finale e coda: Allegro risoluto e con f
20 – Coda: Andante con moto – Lugubre

Peter KIESEWETTER (1945-2012)
21 – Tango Pathétique

Gidon Kremer, violino
Mischa Maisky, violoncelo

Gravado ao vivo em Tóquio, Japão, maio de 1999

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Ao assinar com a EMI, Martha foi prontamente convidada a gravar com outra grande estrela da gravadora, o israelense Itzhak Perlman. A admiração entre ambos, sempre mútua e imensa, teve que esperar até o verão de 1998 para virar parceria nos palcos, durante o Festival de Saratoga Springs, nos Estados Unidos. O repertório não fugiu do habitual: a sonata de Franck, em que a Rainha já acompanhou tantos violinistas, e a “Kreutzer” de Beethoven, para a qual é difícil imaginar pianista melhor. O recital é uma deleite tão grande quanto devem ter sido seus bastidores: Martha é declaradamente viciada em conversar, que é sua droga favorita, e o bonachão Itzhak, com seu vozeirão de barítono, um tremendo contador de histórias.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
4 – Allegretto ben moderato
5 – Allegro
6 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
7 – Allegretto poco mosso

Itzhak Perlman, violino

Gravado ao vivo em Saratoga Springs, Estados Unidos, julho de 1998

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


A participação de Martha no Festival de Saratoga também incluiu uma parceria com sua alma gêmea, Nelson Freire, no Concerto Pathétique de Liszt, uma interessante peça para dois pianos que antecipa, em muitos aspectos, a revolucionária forma cíclica e mesmo algum material temático de sua obra-prima, a Sonata em Si menor. Antes dele, fez uma vigorosa leitura dos Contrastes de Bartók, tocando a parte que coube ao próprio compositor na primeira gravação da obra, acompanhada do excelente clarinetista Michael Collins e pela violinista Chantal Juillet, amiga de Martha e atual esposa de Charles Dutoit, ex-Don Argerich.

Zoltán KODÁLY (1882-1967)
Duo para violino e violoncelo, Op. 7
1 – Allegro serioso, non troppo
2 – Adagio – Andante – Tempo I
3 – Maestoso e largamente, na non troppo lento – Presto

Chantal Juillet, violino
Truls Mørk, violoncelo

Béla BARTÓK
Contrasts, para violino, clarinete e piano, Sz. 111

4 – Verbunkos
5 – Pihenö
6 – Sebes

Chantal Juillet, violino
Michael Collins, clarinete

Franz LISZT
7 – Concerto Pathétique em Mi menor, para dois pianos e orquestra, S. 258

Nelson Freire, piano II

Gravado ao vivo em Saratoga Springs, Estados Unidos, julho de 1998

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Se a instabilidade e o temperamento terrível de Martha sempre garantiram emoções fortes durante seus relacionamentos, tudo indica também que nossa Rainha é uma excelente ex-esposa. Prova disso é que que ela continua não só muito amiga de Charles Dutoit, com quem foi casada entre 1969 e 1973, como segue a gravar e tocar com ele (não sem faíscas, claro, algumas repletas de bom humor). Dutoit é ótimo regente e sabe, como talvez nenhum outro, envolver o indomável som de Martha com a orquestra. Seu período à frente da Sinfônica de Montreal foi um dos melhores de sua carreira e certamente o mais brilhante que esse conjunto já viveu, e acabou coroado com essa soberba gravação dos concertos de Chopin, na qual destaco aquele em Fá menor, que Martha tocou tão raras vezes, e que aqui recria com seu estilo inimitável, quase improvisatório, que torna sua leitura do Larghetto tão especial.

Fryderyk CHOPIN

Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11

1 – Allegro maestoso
2 – Romance. Larghetto
3 – Rondo. Vivace

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Fá menor, Op. 21

4 –  Maestoso
5 – Larghetto
6 – Allegro vivace

Orchestre Symphonique de Montréal
Charles Dutoit, regência

Gravado em Montreal, Canadá, outubro de 1998

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Entre os tantos discos que lhes trouxe para celebrar as idades de Marthinha, foi este o mais difícil de conseguir. Lançado somente no Japão, ele celebra a estreia do Festival Argerich na cidade de Beppu, uma estação termal localizada em Kyushu, a mais meridional das grandes ilhas do arquipélago japonês. O parceiro da Rainha no recital de abertura é o velho amigo Ivry Gitlis, e o programa – nenhuma surpresa – traz o tradicional combo Franck-Kreutzer. A surpresa genuína é o quanto Gitlis, um intérprete bastante idiossincrático (para dizer o mínimo) segura sua onda improvisatória na “Kreutzer”: se duvidam, comparem o registro de Beppu com esta outra gravação do duo que vocês me entenderão.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

César FRANCK
Sonata em Lá maior para violino e piano
4 – Allegretto ben moderato
5 – Allegro
6 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
7 – Allegretto poco mosso

Ivry Gitlis, violino

Gravado em Beppu, Japão, novembro de 1998 (Beethoven) e novembro de 1999 (Franck)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Assim como o Japão, a Polônia é um dos locais a que Martha mais gosta de voltar. Não surpreende, pois, que ela tenha celebrado a notícia de sua cura, em 1999, com uma série de concertos em Varsóvia, cidade donde foi catapultada para a fama mundial mais de três décadas antes. Este CD, gravado ao vivo, registra uma das poucas noites em que Martha ofereceu dois concertos para piano no mesmo programa: antes de encerrar com seu tradicional cavalo de batalha, o primeiro concerto de Chopin, que ela nunca deixa de tocar quando volta à capital polonesa, a Rainha conduz a plateia por uma alucinante travessia do primeiro concerto de Liszt. La re putissima madre, Marthinha.

Wolfgang Amadeus MOZART
Sinfonia no. 35 em Ré maior, K. 385, “Haffner”
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Menuetto
4 – Presto

Franz LISZT
Concerto para piano e orquestra nº 1 em Mi bemol maior, S.124
5 – Allegro maestoso
6 – Quasi adagio
7 – Allegretto vivace – Allegro animato
8 – Allegro marziale animato

Fryderyk CHOPIN
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
9 – Allegro maestoso
10 – Romance. Larghetto
11 – Rondo. Vivace

Sinfonia Varsovia
Alexandre Rabinovitch, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, maio de 1999

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


A sexta década da discografia de Martha encerrou em território amigo: tocando Schumann com o vizinho Mischa Maisky – que sempre cresce nas parcerias com sua vizinha – e fotografada para a capa pela caçula Stéphanie, responsável pela maior janela que já tivemos ao palácio interior de nossa Rainha. Este álbum bonito, ainda que sem grandes surpresas, é encerrado por uma ótima gravação do concerto de Robert por Maisky e pela Orpheus.

Robert SCHUMANN

Adagio e Allegro em Lá bemol menor para violoncelo e piano, Op. 70
1 – Langsam, mit innigem Ausdruck
2 – Rasch und feurig

Fantasiestücke para violoncelo e piano, Op. 73
3 – Zart und mit Ausdruck
4 – Lebhaft, leicht
5 – Rasch und mit Feuer

Dos Três Romanzen, Op. 94
6 – No. 1: Nicht schnell

Fünf Stücke im Volkston, Op. 102
7 –  “Vanitas Vanitatum”, mit Humor
8 – Langsam
9 – Nicht schnell, mit viel Ton zu spielen
10 – Nicht zu rasch
11 – Stark und Markiert

De Märchenbilder, para viola e piano, Op. 113
Transcrição de Mischa Maisky para violoncelo e piano
12 – No. 1: Nicht schnell

Mischa Maisky, violoncelo

Concerto em Lá menor para violoncelo e orquestra, Op. 129
13 – Nicht zu schnell
14 – Langsam
15 – Sehr lebhaft

Mischa Maisky, violoncelo
Orpheus Chamber Orchestra

Gravado em Bruxelas, Bélgica, dezembro de 1999 (1-12) e em Nova York, Estados Unidos, março de 1997 (13-15)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam as seguintes gravações no PQP Bach:

[Restaurado] Sergei Prokofiev (1891-1953) – Sonatas para Violino e Piano e 5 Melodias

1991


[Restaurado] Aniversário da Rainha: Martha Argerich, 79 anos – Robert Schumann (1810-1856) – Concerto para piano em Lá menor, Op. 54 – Concerto para violino em Ré menor, WoO 23 – Argerich – Kremer – Harnoncourt #SCHMNN210

1992


A Quatro Mãos: Johannes Brahms (1833-1897) – Obras para dois pianos – Martha Argerich e Alexandre Rabinovitch

1993


Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Piano Concerto No. 1 / The Nutcracker Suite for two pianos

1994


[Restaurado] Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3

1997


Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano No 3 & No 2 – Martha Argerich – Mahler CO – Claudio Abbado

2000


Chopin / Franck / Debussy: Sonatas para Violoncelo

2000



Notre Reine parle le français – et fume beaucoup

Vassily

Gioacchino Rossini (1792-1868): La Cenerentola – Gabriele Ferro / Claudio Abbado

Gioacchino Rossini (1792-1868): La Cenerentola – Gabriele Ferro / Claudio Abbado

Gioachino Antonio Rossini (1792 — 1868) estava entrando num período de extrema produtividade e criatividade, só para se ter uma ideia entre 1814 e 1818 o jovem Rossini produziu nada menos do que 14 óperas (justamente no momento de maior hiato do nosso renano com 250 primaveras a completar este ano e que está sendo homenageado com as monumentais, espetaculares e sempre bem humoradas postagens do Vassily por AQUI). Com muito talento nadou de braçada o italiano em qualidade e em prestígio, alguns trabalhos deste curto período de cerca de 4 anos são obras primas indiscutíveis: “Il Turco in Italia” (1814) “Il barbiere di Siviglia” de (1816),” Otello, ossia Il moro di Venezia” (1816), “La gazza ladra” (1817) e a belíssima “La Cenerentola, ossia La bontà in trionfo” (Teatro Valle, Roma, 25 de janeiro de 1817) que teremos a alegria de compartilhar com os amigos do blog !

Outro incrível e talentoso artista desta época foi o libretista Jacopo Ferretti (1784 – 1852). Ao todo, Ferretti escreveu cerca de 70 libretos para óperas. É mais conhecido por ter fornecido libretos para duas óperas compostas por Rossini (“La Cenerentola “ e “Matilde di Shabran” de 1821) e cinco óperas compostas por Donizetti. Seu primeiro grande sucesso como libretista foi “La Cenerentola”, escrita em grande velocidade para Rossini durante o Natal de 1816.

Jacopo e Gioacchino tirando onda

A história da criação desta ópera é bem divertida: O contrato de Rossini com o Teatro Valle para a temporada carnavalesca de 1817 fora firmado após a estreia de “Il barbiere di Siviglia” e pelo contrato Rossini deveria escrever a obra de abertura da temporada (26 de dezembro de 1816) e o teatro empenhou-se em lhe fornecer um libreto em outubro. O prazo, que já era apertado, sofreu um imprevisto e uma situação dificultou mais ainda a composição: nas memórias de Ferretti ele escreveu que o libreto original escolhido era “Ninnetta ala corte” e havia sido inesperadamente vetado pelo censor papal, por ter sido considerada “imoral e libertina” não deixando tempo para alterar o texto para que pudesse satisfazer todas as partes envolvidas (censura, empresário e autores). Um substituto teria que ser encontrado. O libretista se reuniu com o compositor e o empresário Cartoni e começou a sugerir temas para o novo trabalho, um após o outro foi rejeitado por diversas razões: um muito sério para a temporada de Carnaval; outro muito frívolo; outro muito caro e difícil de encenar…etc. Ferretti propôs mais de duas dúzias de título sem sucesso. Finalmente, entre bocejos, e com Rossini meio que dormindo em um sofá, o poeta mencionou “Cinderela”. Com isso, Rossini despertou o suficiente para desafiar Ferretti sobre se conseguiria escrever um libreto para o conto; Ferretti por sua vez retrucou com um desafio para Rossini musica-lo. Rossini então perguntou ao libretista se ele tinha alguns versos prontos para começar a trabalhar. Ferretti respondeu: “Apesar do meu cansaço, amanhã de manhã!” O compositor acenou com a cabeça, se acomodou em suas roupas, virou-se no sofá e voltou a dormir. Ferretti trabalhou durante a noite e tinha as primeiras partes do trabalho prontas como prometido pela manhã. Ele terminou o libreto em vinte e dois dias de trabalho, e Rossini completou a pontuação em 24 dias igualmente agitados, porém foi ajudado por outros músicos, ao estudarmos as óperas do mestre encontramos, com certa frequência, recitativos ou números musicais de personagens secundários escritos por colaboradores, certamente tendo como objetivo honrar os prazos dos contratos. Em “La Cenerentola” não foi diferente e o músico Luca Angolini, compositor romano conhecido pela sua Música Sacra, ficou responsável por elaborar alguns recitativos e a ária de Clorinda perto do fim do segundo ato. Rossini conseguiu compor quase que a ópera toda do “zero”, sem tomar “emprestado” música de outras obras acabadas. Porém Rossini economizou tempo reutilizando uma abertura de “La gazzetta” e parte de uma ária de O Barbeiro de Sevilha no rondó final da heroína “Non piu mestra acanto al fuoco”.

O Cabeludo Charles Perrault (1628-1703)

A versão de Cinderela mais conhecida é a de Charles Perrault, publicada em “Contos” de 1697 sob o nome de “Cendrilon ou La Petite pantoufe de verre” (Cinderela ou a pantufa de vidro). Devemos a Perrault a criação da fada madrinha, madrasta má, baile do príncipe, as doze badaladas da meia-noite, do sapatinho perdido bem como da abóbora, feitiços dos animais que se transformavam em cavalos, cocheiro e lacaios… todos associados de maneira indelével à história tão querida das crianças. Porém, contudo, no entanto….. nenhum desses elementos aparece no libreto do Ferretti. Rossini tinha aversão a elementos mágicos e acontecimentos sobrenaturais em suas óperas, pois ainda não havia tecnologia confiável para ser convincente a apresentação nos palcos, os “efeitos especiais” daquela época eram toscos demais e normalmente davam bem errado, tirando gargalhadas da plateia mudando completamente o foco.

“La Cenerentola” estreou em 25 de janeiro de 1817, e rapidamente ganhou popularidade tanto na Itália quanto internacionalmente, apesar de uma recepção inicial fria dos críticos na estreia, certamente devido à falta de ensaios e cenários. Em suma, a previsão de Rossini tornou-se inteiramente verdadeira, e “La Cenerentola” logo ofuscou até “Il barbiere di Siviglia” ao longo do século XIX.

O que mais me chama a atenção nesta belíssima ópera são os papeis dos “baixos”. Don Magnífico e Dandini são, naturalmente, personagens cômicos no sentido verdadeiro da tradição italiana, com suas árias a solo “buffo” são maravilhosas, quero dizer estupendas, um exemplo é o dueto “Um segreto d’importanza”(CD2 faixa13 com o Enzo Dara ou CD2 faixa 27 com o Paolo Montarsolo), este mero admirador acha que é um dos melhores duetos cômicos escritos pelo mestre Rossini. Aqui se encontra também a deliciosa estrutura típica dos duetos rossinianos, mas no seu contexto o mestre da suas pinceladas incisivas em cada parte do diálogo, individualizando os personagens e as suas reações. Para este admirador “o Barão de Montefiascone” é particularmente bem dotado de árias cômicas: são duas árias independentes e praticamente uma terceira que abre o primeiro finale. Estas árias são simplesmente deliciosas, oferecem uma gama extraordinária de efeitos e situações cômicas. São os pontos altos da ópera na minha nula opinião !!! Uma delícia de ouvir !

O Enredo
Sinopse baseada no encarte “La Cenerentola” de Zito Baptista Filho e Wikipédia

Ato 1
Primeira cena – Ao abrir das cortinas estamos no castelo de Don Magnífico, as suas filhas Tisbe e Clorinda experimentam vestidos e se admiram diante do espelho elas se divertem a ensaiar alguns passos de dança enquanto se arrumam com esmero. A enteada, Angelina (apelidada de Cinderela), encarregada de todas as tarefas domésticas, prepara café na cozinha enquanto canta uma cançoneta. Batem a porta, quando Cinderela abra a porta, entra um mendigo, é o disfarce de Alidoro o filósofo tutor do príncipe Ramiro. As irmãs negam qualquer ajuda, mas Cinderela lhe dá pão e café. O falso mendigo abençoa Angelina pelo seu gesto de bondade. As suas irmãs, contrariadas pela criada, atacam-na com fúria. Novamente alguém bate à porta. Entra então um grupo de cortesãos que anuncia a chegada do príncipe, Don Ramiro , que convida as filhas de Don Magnífico para uma grande festa no palácio. No decorrer do baile, Don Ramiro escolherá como esposa a mais bela das jovens presentes. Clorinda e Tisbe, agitadas pela grande notícia, atormentam a pobre Cinderela, exigindo continuamente os seus serviços para se tornarem as mais bonitas. A pobre criada lamenta-se pela sua sorte: ficará no castelo, junto às cinzas da lareira, enquanto Don Magnífico e suas filhas irão se divertir no baile. O falso mendigo vai-se embora, enquanto as irmãs discutem quem irá dar a notícia do baile ao pai.

Don Magnífico entra em cena bastante mal-humorado por ter sido acordado pela algazarra das irmãs. Don Magnífico havia sonhado que era um burro e que saíam plumas do burro. Após o sonho, o velho explica que esse sonho era um bom augúrio, pois suas filhas serão rainhas, e ele, avô de príncipes. Quando Clorinda e Tisbe comunicam ao pai que o príncipe chegará logo e que tem a intenção de se casar, Don Magnífico não consegue conter sua satisfação e diz que seu sonho tornar-se-á realidade e que ele estava próximo de pagar todas as suas dívidas.

Todos saem de cena. Entra o príncipe, disfarçado de valete, conforme lhe aconselhara o seu tutor, Alidoro. Já o valete do príncipe, Dandini, está disfarçado de príncipe. Dessa forma, o nobre pretende reconhecer com mais facilidade a bondosa mulher que vive naquela casa e que será a sua esposa, segundo o seu conselheiro Alidoro. Entra em cena Angelina que canta distraidamente uma canção, segurando uma bandeja com um copo e um prato. Ao encontrar o jovem, grita, assustada, derrubando a bandeja. Logo em seguida, os dois se apaixonam perdidamente, mas a troca de olhares é interrompida pelo chamamento de Don Magnífico e das suas filhas. Mal Angelina sai, chega o barão, vestido de gala para receber o príncipe. Entram em cena todos criados da corte do príncipe e Dandini disfarçado de príncipe, logo em seguida Don Magnífico apresenta as suas filhas Clorinda e Tisbe sob o olhar pasmo de Ramiro por não reconhecer a mulher que ele ama, depois Dandini convida as irmãs ao baile no palácio que as elogia muito, despertando as ilusões dos três ambiciosos. A pobre Cinderela troca olhares com Ramiro. Depois de Dandini e as irmãs saírem em direção á carruagem real, Angelina tenta convencer Don Magnífico para que lhe dê autorização para ir ao baile. O velho barão nega-se rotundamente, lembrando à jovem que ela é apenas uma criada, perante o olhar de Don Ramiro e Dandini, que voltou a cena. Perante a insistência da jovem, o velho barão ameaça bater-lhe com o seu bastão. Ramiro e Dandini defendem Angelina. Don Magnífico pede desculpa pelo seu comportamento perante o falso príncipe, dizendo que Angelina não passa de uma inútil, enquanto Ramiro tenta conter a sua raiva por Magnífico. Então entra em cena Alidoro, disfarçado agora de oficial de registro da corte, e solicita a persença de uma terceira filha de Don Magnífico, que conta estar no registro da corte. O velho explica que essa terceira filha morreu, mas Angelina fala para o velho que está bem viva e sussurrando o velho diz que irá estrangula-la se não ficar calada, mesmo assim os presentes não escutam e desconfiam da história. Todos saem de cena e Angelina vai para o seu quarto. Pouco depois recebe uma nova e surpreendente visita: Alidoro volta, só que agora vestido de mendigo para lhe pedir que o acompanhe ao baile, prometendo-lhe um prêmio pela sua bondade.

Segunda Cena – Num gabinete do palácio, Dandini, que continua se disfarçando de príncipe, promete a Don Magnífico nomeá-lo chefe dos mordomos real se ele conseguir estar equilibrado depois de 30 taças de vinho, e convida-o para fazer a prova. Depois, suporta com paciência a feroz briga em Clorinda e Tisbe, que rivalizam sem pudor pelo futuro trono.

Num pavilhão do palácio, diversos cavaleiros entregam a Don Magnífico uma capa bordada com cachos de uvas. O velho nobre suporta a prova e é nomeado finalmente chefe dos mordomos. Fazendo uso do seu novo cargo, ordena que, em 15 anos, não se acrescente água ao vinho e promete dar um prêmio a quem beber a maior quantidade de vinho.

Logo em seguida, Ramiro e Dandini encontram-se. O falso príncipe informa ao seu patrão que nenhuma das irmãs Clorinda e Tisbe é apropriada a ele. Entram em cena justamente as duas irmãs que anseiam saber que será a esposa do príncipe. Dandini conta-lhes que escolherá somente uma, mas a outra será destinada ao seu criado, esta decisão provoca ira entre as duas ambiciosas mulheres. Entra em cena Alidoro, que anuncia a chegada de uma mulher desconhecida. Trata-se de Angelina, que aparece com um deslumbrante e luxuoso vestido de gala e coberta por um véu que tampa o seu rosto. A jovem elogia o verdadeiro amor perante os bens materiais e então destapa o rosto, deixando todos os presentes estupefatos. De repente entra Don Magnífico que logo vendo a misteriosa mulher, fica mais surpreso ainda e comenta com suas filhas e que a mulher é parecidíssima com sua criada desprezada Angelina. Ramiro fica apaixonado ao ver a mulher. Um encerramento de ato lindo !!!!!

Ato 2
Primeira cena – Na adegado palácio. Don Magnífico comemora a nomeação para mordomo chefe experimentando os vinhos do príncipe. Don Magnífico confessa às suas filhas que lhe invade um sentimento de intranquilidade: acha que reconheceu a Angelina na dama recém-chegada e fica apreensivo se alguém descobrir que maltrata sua enteada, e que renegou todos os seus bens a favor de suas filhas. Mas, uma vez tranquilizado por Clorinda e Tisbe, faz planos sobre o que será a sua vida futura graças ao frutuoso casamento de uma delas.

Segunda cena – Quando saem do gabinete, chega Ramiro, mas esconde-se ao perceber que se aproxima alguém. Entram em cena Angelina e Dandini. Dandini diz que se apaixonou por Angelina, mas ela diz que está apaixonada por outro homem, este homem é o príncipe disfarçado de criado, assim Ramiro sai de seu esconderijo e declara o seu amor pela jovem, mesmo assustado pela jovem criada preferir um mero criado do que um príncipe. Angelina percebendo que logo depois do baile irá vestir as rasgadas roupas de criada, decide entregar ao príncipe um de seus braceletes e pede para que ele a encontre, colocando o bracelete em cada braço de cada mulher do reino, caso ele encontra-la ela se casará com o príncipe e ordena ao príncipe a não segui-la. Depois Angelina abandona a cena. Alidoro que também estava escondido observando a cena, sai também e aconselha a Don Ramiro que o seu coração o aconselhe. O príncipe disfarçado de criado, volta a ser príncipe e manda aos seus súditos uma carruagem para que possa procurar a misteriosa dama.

Don Magnífico encontra-se com Dandini. Dandini ainda continua disfarçado de príncipe, Don Magnífico tenta arrancar do suposto príncipe o veredicto final para se casar com uma de suas filhas. Dandini responde-lhe que existe um segredo que não pode revelar. Dandini pergunta à Don Magnífico como deverá tratar a sua futura esposa. Don Magnífico por sua vez responde-lhe que deverá tratá-la com muito luxo, pedras preciosas, e prazeres que um simples criado nunca poderia realizar. Dandini responde que sendo um mero criado não pode oferecer esta vida a sua esposa, o barão diz que ele está de brincadeira, mas então o criado tira a túnica de príncipe e revela ao barão que é um mero criado que lava roupas, e arruma o príncipe. Depois aconselha ao barão, que se sente enganado, a abandonar o palácio com suas filhas.

Terceira cena – No castelo de Don Magnífico. A cena começa num grande salão do castelo do barão. Angelina aparece em cena com as suas velhas e rasgadas roupas e canta uma cançoneta que conta como o rei escolhe, dentre três mulheres, a que possui bom coração. Entra em cena as duas filhas do barão e também o barão, que descontam na pobre Angelina a sua raiva pelo que aconteceu no palácio. De repente estoura uma violenta tempestade. Alidoro se encarregasse de que a carruagem do príncipe chegue ao castelo de Don Magnífico. Ouve-se baterem a porta. O barão abre a porta e entram o príncipe e Dandini, que se revela ao velho que é o verdadeiro príncipe. Don Magnífico ordena a Angelina que traga uma garrafa para o príncipe. A criada obedece à ordem, mas vê Dandini. Quando descobre que o seu amado Ramiro, é na verdade, o príncipe, tenta fugir escondendo o rosto. O apaixonado descobre o bracelete, reconhece-a e declara o desejo de fazer de Angelina a sua esposa e futura rainha. Apesar disso, o barão e suas filhas continuam a insultá-la. Angelina, ao contrário, implora ao seu amado que perdoe os três desalmados. Saem de cena Don Ramiro, Angelina, Dandini e Don Magnífico. Clorinda e Tisbe sozinhas em cena não dão importância para o acontecimento. Entra em cena Alidoro, que proclama a vitória da bondade sobre a maldade, e aconselha as duas malvadas a implorarem perdão à futura rainha.

Quarta cena – A cena muda para o salão do trono do palácio, os cortesãos proclamam e exaltam novamente o triunfo da bondade. Entram no salão do trono Angelina e Don Ramiro, vestidos de gala. Após os dois apaixonados entrarem em cena, entram Don Magnífico e suas filhas pedindo perdão a Angelina. Angelina perdoa a suas irmãs e ao seu padrasto, dizendo que, nela pode se ter filha, irmã e amiga. Em seguida todos se abraçam e todos acabam felizes para sempre….. desce o pano.

—————————–

Gioacchino Rossini – “La Cenerentola”

Personagens e intérpretes

Trago aos amigos do blog duas interpretações, que para mim, são mais que incríveis. Rossini é o favorito de muitos ouvintes e frequentadores da ópera, por sua trilha sonora leve que transmite a natureza cômica do libreto. Estas são duas mega gravações, bem cantadas e as orquestras são impecáveis. Pode-se realmente imaginar a atuação ocorrendo no palco através do canto e das vozes. Não me cansa de ouvi-las vezes sem conta. Como diz o mestre pqpbach “IM-PER-DI-VEL”.

A primeira é esta do Gabriele Ferro gravada em 1983. A que eu gosto mais e recomendo 100%, todos os cantores estão…… Magnificos. Um conjunto de dois CDs que comprei láaa na década de oitenta. A primeira ópera completa de Rossini que ouvi. De cara a ária do Don Magnifíco do início do segundo ato (“Sai qualunque Figlie” CD2 faixa 09) Enzo Dara é impressionante….. Escrevendo esta postagem acho que ouvi esta área umas 10 vezes…. vou tentar deixar que a passionalidade não me influencie no comentário, mas é difícil. Além de serem cantados e regidos soberbamente por Gabriele Ferro, os instrumentos de época adicionam muito ao ar de autenticidade estilística que permeia cada compasso dessa performance excepcional. Terrani (1946 – 1998) não apenas possuía exatamente a voz correta para o papel, ela abordou este e todos os seus papéis com um senso de dignidade, respeito e integridade musical raramente encontrado neste repertório. Ela deve ter abordado, estudado e trabalhado seus papéis da mesma forma como vimos em outras postagens que os grandes performers wagnerianos tratam os seus. No repertório de Rossini, em particular, ela é um dos

Enzo Dara (1938-2017)

MUITO poucos contraltos que consegue fazer as notas agudas flutuarem suavemente o suficiente para atender às demandas. Uma das principais mezzos contemporâneos de coloratura italiana, ela tinha uma voz rica, cremosa e ágil, usada com excelente musicalidade. O Francisco Araiza tem um tom de voz tão rico, bonito, agilidade sem esforço e confiança que todo tenor diferenciado tem! Com uma Angelina tão superlativa, Araiza foi capaz de cantar o Ramiro mais estiloso e expressivo que eu já ouvi. Com esta gravação, os amigos poderão entender o porque ele se tornou o tenor de Rossini e Mozart mais procurado do mundo durante os anos 1980.

Don Ramiro, Príncipe de Salerno – Francisco Araiza, tenor
Dandini, seu servo – Domenico Trimarchi, baixo
Don Magnífico, Barão de Monte Fiascone – Enzo Dara, baixo
Clorinda, filha do barão – Emília Ravaglia, soprano
Tisbe, filha do barão – Marilyn Schmiege, meio-soprano
Angelina, Cinderela, a enteada do Barão – Lucia Valentini Terrani, contralto
Alidoro, filósofo –Alessandro Corbelli, baixo
Coro da Rádio Alemã
Cappella Coloniensis (instrumentos da época)
Regente Gabriele Ferro

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A segunda é esta do Cláudio Abbado. Sem dúvida outra grande gravação, uma das melhores que existe. Na verdade, esta gravação foi a primeira de Abbado como regente de ópera em 1971. Ele oferece uma versão totalmente espirituosa, brilhante e viva, calorosa e humana, e faz com que a London Symphony Orchestra toque seus corações; a execução orquestral é tecnicamente impressionante, é claro, ritmicamente exata, mas o mais importante é conseguir realizar uma gama de cores e texturas e um frescor que raramente se ouve em uma ópera de Rossini. Porém, para este admirador influenciado pela gravação da Terrani, acho que os cantores talvez sejam um pouco mais variáveis. Teresa Berganza é maravilhosamente idiomática e simpática como Cenerentola, dando um retrato comovente e vívido, lindamente cantado e calorosamente

Tereza Berganza

caracterizado. Luigi Alva é um Don Ramiro firme e cantado de forma bela e Ugo Trama, embora às vezes seja um pouco pesado, geralmente é bom como Alidoro. Avaliar a atuação de Capecchi é mais difícil – por um lado, ele nos dá um papel cantado de forma impressionante, com muito caráter e cor, mas por outro parece que falta um pouco de humor. Algo parecido se aplica ao Don Magnifico de Montarsolo. No entanto, a glória do conjunto é inegavelmente Abbado e o LSO, e acredito que ele é responsável pelo fato de os conjuntos serem consistentes. É importante ressaltar que a qualidade do som de 1971 é exemplar; vívido e claro. No final das contas, esta não é uma gravação que você gostaria de ficar sem ouvir, eu diria que é um clássico. Lembrando que não sou especialista e sim apenas um entusiasta.

Don Ramiro, Príncipe de Salerno – Luigi Alva
Dandini, seu servo – Renato Capecchi
Don Magnífico, Barão de Monte Fiascone – Paolo Montarsolo
Clorinda, filha do barão – Margherita Guglielmi
Tisbe, filha do barão – Laura Zannini
Angelina, Cinderela, a enteada do Barão – Teresa Berganza
Alidoro, filósofo –Ugo Trama
Scottish Opera Chorus
London Symphony Orchestra
Claudio Abbado

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Rossini é fantástico. Experiências do “bel canto” deliciosas, com um bom vinho, pão e queijo então…… Se você tiver essas gravações, garanto que as ouvirão indefinidamente … um verdadeiro tesouro operístico! Deliciem-se !!!!

Ammiratore

Fascination Opera – Dorothea Seel, Christoph Hammer

Essa postagem vai para o nosso ex – colaborador Marcelo Stravinsky que, apesar de afastado do blog, ainda colabora conosco de uma forma ou outra. Se intitula um flautista amador (parece que tem uma banda de rock no estilo Jethro Tull), algo que eu nunca nem cheguei a ser, apenas soprava algumas melodias na minha velha Flauta Doce Yamaha (que por sinal, ainda tenho, jogada em algum lugar).  Mas vamos ao que viemos:

“Nineteenth-century opera arrangements for flute and piano have been extraordinary popular. Unfortunately the have so far received little attention in the annals of music history. Even in concerts you may hardly find them on the programmes. Therefore the present recording provides exciting music to rediscover with works by Briccialdi, Herman, Popp, Galli, Kuhlau, Furstenau, Boehm and Andersen. Dorothea Seel used three different flutes to reproduce the flute sound of the time in alI its diversity. This demands specific playing techniques, which can be determined from the h istor ical source texts. Christoph Hammer played an original pianoforte from the collection of the Tyrolean regional museum in Innsbruck. The woody tone, rich in harmonics, is a perfect foil for the flutes.”

Assim esse CD nos é apresentado no encarte (com o perdão da preguiça de traduzir). São árias de óperas transcritas para Flauta e Pianoforte. Quando eu era guri pequeno lá no interior, botava disco para tocar e ficava tentando tirar estas melodias, claro que dentro de um grau de amadorismo abaixo do crítico. E obviamente não tinha a técnica necessária para tirar estes sons, muito menos um instrumento adequado, ou então sequer a partitura. Era o famoso ‘tirar de ouvido’. Imaginem o resultado.

Dorothea Seel especializou-se em Flautas Tranversais do século XVIII e XIX, e é diretora artística do “Barocksolisten München”, ou seja, tem um currículo respeitável na área, basta ler o booklet em anexo.  Christoph Hammer especializou-se em performances historicamente informadas, e se utiliza nestas gravações de um pianoforte fabricado por Conrad Graf, fabricado em Viena em 1835.

Um belo CD, sem dúvida, e curioso. Estamos tão acostumados com estas melodias, de vez em quando as estamos assobiando (quem nunca?) …!! Estou ouvindo este CD em uma manhã de domingo de outono, com direito a céu de brigadeiro, e lhes garanto que está sendo uma bela trilha sonora.

01. Variations on ”The Barber of Seville”, Op. 83
02. ”Don Juan” de Mozart, Op. 24
03. Fantasia on ”La traviata”, Op. 76
04. Tannhäuser Fantasia – Lied vom Abendstern
05. 6 Variations on ”Euryanthe”, Op. 63
06. Opera Transcriptions, Op. 45 – No. 2, Norma
07. Polonaise de Carafa, Op. 8a
08. Fantaisie caprice sur ”Rinaldo”, Op. 203

Dorothea Seel – Flutes
Christoph Hammer – Pianoforte

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

The Art of Anne Sofie von Otter – 2013


The Art of
Anne Sofie von Otter

Anne Sofie von Otter é uma das principais mezzo-soprano da atualidade, conhecida por sua versatilidade em papéis de óperas, suas interessantes opções de recitais e sua disposição em assumir riscos vocais. Seu pai era um diplomata sueco cuja carreira levou a família a Bonn, Londres, e de volta a Estocolmo enquanto Anne Sofie estava crescendo. Como resultado, ela ganhou fluência em idiomas. Estudou música na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Sua principal professora de voz era Vera Rozsa, enquanto Erik Werba e Geoffrey Parsons a treinavam na interpretação de lieder.

Ela ganhou um contrato com a Basle Opera em 1983 e permaneceu na empresa até 1985, estreando como Alcina no Orlando Paladino de Franz Joseph Haydn. Ela também assumiu vários papéis masculinos escritos para mezzo-sopranos femininos, incluindo Cherubino no casamento de Mozart com Figaro, Hänsel no Hänsel und Gretel de Humperdinck e Orpheus no Orfée et Eurydice de Gluck. Em 1984, estreou no Festival de Aix-en-Provence como Ramiro em La Finta Giardiniera, de Mozart. Outras interpretações incluem Otaviano em Rosenkavalier de Strauss, o Compositor em Ariadne auf Naxos de Strauss e o papel-título de Tancredi de Rossini, entre outros.

Uma mulher alta e escultural, ela sente-se em casa em inúmeras séries de óperas do século XVIII, nas quais vozes altas costumavam interpretar os heróis. Ela cantou em Covent Garden, La Scala, Berlim, Munique, Roma e outras grandes casas de ópera.

Outra razão para a alta proporção de óperas da era barroca e clássica em seu repertório é uma importante relação de trabalho com o maestro John Eliot Gardiner, maestro britânico que começou como especialista em barroco. Ela fez o primeiro teste para ele em 1985, mas não conseguiu impressionar. Foi apenas com uma chance subseqüente para ele ouvi-la que ele começou a trabalhar com ela. Ela se juntou a ele em gravações da Nona Sinfonia de Beethoven; Clemenza di Tito de Mozart, Idomeneo e Requiem; Favola d’Orfeo de Monteverdi e L’Incoronazione di Poppea; Agripina e Jefté, de Handel; Orfée et Eurydice, de Gluck; e Oratório de Natal de Bach e St. Matthew Passion. Ele também conduziu a gravação de Seven Deadly Sins, de Weill, por von Otter, e selecionou músicas de teatro. Gravações significativas desde 2000 incluem Terezin / Theresienstadt, música do campo de concentração, e Boldemann, Gefors, Hillborg, canções orquestrais suecas contemporâneas.

Seu outro grande parceiro artístico é o pianista sueco Bengt Forsberg, seu parceiro de recital. Como Forsberg é um dos principais estudiosos no campo da literatura musical, von Otter conta com ele para sugerir músicas e organizar os programas de seus recitais. Com ele, ela se especializou em lieder desde os períodos do início e do final do período romântico, incluindo gravações bem recebidas de músicas de Schubert, Schumann, Brahms, Zemlinsky, Korngold e Mahler, além dos compositores românticos nórdicos, Alfvén, Rangstrom, Stenhammer e Sibelius.

Ela aprecia cantar músicas nas tonalidades especificadas originalmente pelos compositores. Quando ela veio gravar Seven Deadly Sins de Kurt Weill, ela usou a versão original para soprano alto, uma gama que ela possui, em vez da versão mezzo-soprano tradicional que foi feita para Lotte Lenya no final da carreira do cantor. Von Otter também gravou Seven Early Songs de Alban Berg, também música que é uma tensão para muitos sopranos. Além disso, ela não é avessa a esticar a voz para obter um efeito dramático. “Eu acredito em efeitos de choque”, ela disse uma vez em uma entrevista. No entanto, após os 40 anos de idade, ela teve algumas experiências particularmente ruins como resultado dessas duas tendências e, ela admite, magoou a voz. Como resultado, ela decidiu ser “sensata” e transpor para baixo. (extraído da internet)

Jacques Offenbach, nascido Jakob Eberst (Colônia, 1819 – Paris 1880)
1. Les Contes d’Hoffmann – Act – 1. Entr’acte (Barcarolle)
Anne Sofie von Otter, Stéphanie d’Oustrac & Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski & Chorus Of Les Musiciens Du Louvre

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
2. “Ellens Gesang III”, D839
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, Italy, 1792-Passy, Paris, 1868)
3. La Cenerentola, Act 2 “Nacqui all’affanno e al pianto”
Anne Sofie von Otter, Orchestra Of The Frankfurt Opera, James Levine

Edvard Grieg (Noruega, 1843 – 1907)
4. Haugtussa – Song Cycle, Op.67, Killingdans
Anne Sofie von Otter & Bengt Forsberg (piano)

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
5. Im Abendrot, D.799
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
6. I’m A Stranger Here Myself
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
St. Matthew Passion, BWV 244 – Part Two
7. No.47 Aria (Alto): “Erbarme dich, mein Gott”
Anne Sofie von Otter, Fredrik From, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893)
Eugene Onegin, Op.24, TH. – Act 1
8. Scene and Aria. “Kak ya lyublyu pod zvuki pesen etikh” – “Uzh kak po mostu, mostochku”
Mirella Freni, Anne Sofie von Otter, Staatskapelle Dresden, James Levine

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Requiem in D Minor, K. 626, compl. by Franz Xaver Süssmayer
9. 6. Benedictus

Anne Sofie von Otter, Barbara Bonney, Hans Peter Blochwitz, Willard White, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
10. Ved gjaetle – bekken
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
La clemenza di Tito, K. 621, Act 1
11. “Parto, ma tu ben mio”
12. “Oh Dei, che smania è questa”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
13. Speak Low
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Il pianto di Maria: “Giunta l’ora fatal” HWV 234
14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”
Anne Sofie von Otter, Musica Antiqua Köln, Reinhard Goebel

Gustav Mahler (1860 – 1911)
Rückert-Lieder, Op. 44
15. 2. Liebst du um Schönheit
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner
16. Serenade (from: “Don Juan”)
Anne Sofie von Otter, Ralf Gothoni

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Ariodante, HWV 33Act 2
17. “Tu preparati a morire”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Idomeneo, re di Creta, K.366Act 1
18. “Il padre adorato”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Mass in B Minor, BWV 232
Kyrie: No.1 Kyrie eleison
19. Agnus Dei
Widerstehe doch der Sünde, Cantata BWV 54
20. 1. “Widerstehe doch der Sünde”
Anne Sofie von Otter, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
21. Elsk
Kurt Weill (1900 – 1950)
22. Berlin im Licht – Song
Franz Schubert (1797 – 1828)
23. Der Wanderer an den Mond, D.870, op.80, no.1
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Christoph Willibald von Gluck (1714 – 1787)
Paride ed Elena, Wq 39Act 1
24. “O del mio dolce ardor”
Anne Sofie von Otter, Paul Goodwin, The English Concert, Trevor Pinnock

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Hercules, HWV 60Act 2
25. Aria: “When beauty sorrow’s liv’ry wears”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
26. Det syng
27. Med en Vandilje, Op.25, No.4
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Claudio Monteverdi (1567 – 1643)
L’incoronazione di Poppea, SV 308Act 2
28. Adagiati, Poppea – Oblivion soave (Arnalta)
Anne Sofie von Otter, Jakob Lindberg, Jory Vinikour

Johannes Brahms (1833 – 1897)
Fünf Lieder, Op.47
29. 3. Sonntag “So hab ich doch”
Franz Schubert (1797 – 1828)
30. Im Walde D 708
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 
XLD RIP | FLAC | 438 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 
MP3 | 320 KBPS | 258 MB

powered by iTunes 12.8.2 | 2 h 06 min

Palhinha: ouça: 14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

Avicenna

Gioachino Rossini (1863-1867): Petite messe solennelle – Pavarotti, Mirella Freni, Lucia Valentini-Terrani e Ruggero Raimondi

Gioachino Rossini (1863-1867): Petite messe solennelle – Pavarotti, Mirella Freni, Lucia Valentini-Terrani e Ruggero Raimondi

Essa peça peculiar de Rossini (1863-1867) é elegante e tem uma beleza irresistível, maravilhosa. Cerca de 30 anos após completar sua última ópera (Guilherme Tell) Rossini volta a compor (oficialmente). A “Petite messe solennelle”, escrita entre os anos de 1863 e 1864, em Passy, na França. Possivelmente a pedido do conde Alexis Pillet-Will para sua esposa Louise, a quem Rossini dedica a obra. O compositor a descreveu como o último dos “péchés de vieillesse” (pecados da velhice). O trabalho extenso é uma missa solemnis, mas Rossini o rotulou, não sem ironia como “pequena missa”.

O Harmonium

Rossini indicou originalmente a missa para doze cantores, quatro deles solistas, dois pianos e harmônium (instrumento de teclas que é similar a um órgão de igreja). Tons sagrados se misturam perfeitamente com alusões às suas óperas cômicas. A missa é enigmática, mas agradável, Rossini demonstra sua rica paleta musical, variando de remanescentes barrocos a audácias harmônicas que apontam para a música de Fauré. Apesar dessa variedade estilística, a missa soa inconfundivelmente no bom tom rossiniano. A missa foi cantada pela primeira vez em 14 de março de 1864 na capela particular do casal Pillet-Will em Paris . Mais tarde, Rossini produziu uma versão orquestral, incluindo um movimento adicional, uma composição do hino “O salutaris hostia” como uma ária soprano. Esta versão da missa não foi cantada durante sua vida, porque ele não pôde obter permissão para executá-la com cantoras de uma igreja. Foi apresentada pela primeira vez três meses após sua morte, no Salle Ventadour em Paris pela companhia do Théâtre-Italien em 24 de fevereiro de 1869. Dizem que Rossini orquestrou esse trabalho tardio antes de sua morte, a fim de impedir que outro compositor tentasse a tarefa, mostrando que ele realmente preferia a versão original íntima. AQUI o querido fdpbach postou a considerada melhor versão orquestral: maestro Pappano, e AQUI uma incrível versão do original a 12 vozes que o pqpbach postou com um texto mais incrível ainda.

Junto à composição foi achada as seguintes notações manuscritas por Rossini:
1 – “Petite Messe Solennelle”, para quatro vozes com acompanhamento de dois pianos e harmonium, composta em Passy durante minhas férias. Os doze cantores de três sexos (!!!) – homem, mulheres e castrati – serão o suficiente para esta performance; isso é, oito para o coro e quatro solistas, fazendo doze querubins no total. Querido Deus, perdoe-me pela seguinte comparação. Também há doze apóstolos na celebrada tela pintada por Leonardo, chamada A Última Ceia. Quem acreditaria que entre Teus discípulos há aqueles que cantam fora do tom! Senhor, tenha certeza: eu afirmo que nāo haverá um Judas em minha Ceia, e que os meus cantarão no tom e com amor as Tuas preces e essa pequena composição, que é o meu último pecado de minha velhice”.

2 “Querido Deus, aqui está, a pobre missazinha. Compus música sacra ou uma música amaldiçoada? Eu fui feito para a ópera cômica, como você bem sabe. Um pouco de competência, um pouco de coração e isso é tudo. Abençoado seja e deixe-me entrar em seu paraíso”.

Acho que a “Petite Messe solennelle” é um trabalho interessante e muito bonito sobretudo as faixas 1-Kyrie, 2-Gloria e 8-Credo. Os cantores são acompanhados apenas por um piano (Leone Magiera) e harmônium (Vittorio Rosetta). O Coro Polifonico del Teatro alla Scala canta sob a batuta de Romano Gandolfi. Os solistas são Pavarotti, Mirella Freni, Lucia Valentini-Terrani e Ruggero Raimondi. Eles conseguem uma interpretação muito calma e introspectiva. O timbre autêntico do Pavarotti é como sempre um sonho, Valentini-Terrani, referência em se tratando de Rossini, canta lindamente. Apenas Raimondi parece um pouco tenso em seu solo, sei lá… Já a Mirella Freni está encantadora.

Pessoal, divirtam-se com este “pecado da velhice”, a maravilhosa música de Rossini !!!

Rossini: Petite messe solennelle
01 – No. 1, ‘Kyrie’
02 – No. 2, ‘Gloria’
03 – No. 3, ‘Gratias agimus tibi’
04 – No. 4, ‘Domine Deus’
05 – No. 5, ‘Qui tollis peccata mundi’
06 – No. 6, ‘Quoniam tu solus sanctus’
07 – No. 7, ‘Cum sancto spiritu’
08 – No. 8, ‘Credo’
09 – No. 9, ‘Crucifixus’
10 – No. 10, ‘Et resurrexit’
11 – No. 11, ‘Preludio religioso’
12 – No. 12, ‘Sanctus’
13 – Rossini – Petite Messe solennelle, O salutaris
14 – Rossini – Petite Messe solennelle, Agnus Dei

Luciano Pavarotti – Tenor
Mirella Freni – Soprano
Lucia Valentini-Terrani – Mezzo-Soprano
Ruggero Raimondi – Baixo

Vittoria Rosetta – Harmonium
Leone Magiera – Piano

Coro Polifonico de Teatro Alla Scala
Romano Gandolfi – Regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ammiratore

Gioachino Rossini (1792-1868): Guilherme Tell (Guillaume Tell) – Ópera em quatro atos

Gioachino Rossini (1792-1868): Guilherme Tell (Guillaume Tell) – Ópera em quatro atos

O italiano Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, 29 de fevereiro de 1792 — Passy, Paris, 13 de novembro de 1868) criou 39 óperas e diversos trabalhos para música sacra e música de câmara. Hoje vou apresentar para os amigos do blog a sua última ópera: “Guillaume Tell”. Ela é bem mais do que apenas uma abertura famosa. Uma ópera em quatro atos e libreto de Victor-Joseph Étienne de Jouy e Hippolyte Bis, baseado na peça de Williamrich Tell, de Friedrich Schiller (o mesmo poeta da “Ode a Alegria” da sinfonia de Beethoven) (1759 – 1805), que, por sua vez, se inspirou na lenda de Wilhelm Tell. Como a ópera foi estreada na França e os cartazes de propaganda nominavam a ópera como “Guillaume Tell” irei adotar este título para o texto, ela também é conhecida em Português (Guilherme Tell), Alemão (Wilhelm Tell), Inglês (William Tell) e Italiano (Guglielmo Tell).

Como já mencionei, esta ópera foi a última de Rossini ele estava no auge dos seus 37 anos, e ele viveu até os 76 anos. A história conta que ele se retirou porque estava tendo crises de depressão por causa do excesso de trabalho (ele compunha sempre com muita pressão dos diretores de ópera para cumprir datas e contratos cerca de duas óperas por temporada, ainda tinha que lidar com a vaidade dos cantores e regentes). Ele tinha ótima reputação, um pé de meia legal que lhe garantiu a precoce aposentadoria dos palcos de ópera. Assim Rossini planejou que “Guillaume Tell” seria sua última ópera. Em 10 de julho de 1829, quando os ensaios da nova obra na Ópera de Paris estavam em alta velocidade, o libreto foi finalmente aprovado pelos censores oficiais. A estreia foi planejada para 15 de julho, mas teve que ser adiada por várias razões – entre elas a gravidez da primadonna Laure Cint-Damoreau, bem como algumas diferenças entre Rossini e os que haviam encomendado o trabalho. O compositor foi acusado por ter forçado o atraso e assim ter mais tempo para terminar a partitura.

Opera de Paris Séc. XIX

Tudo resolvido, foi encenada pela primeira vez pela “Opera de Paris”, na Salle Le Peletier, em 3 de agosto de 1829. A música é notável pela sua liberdade relativamente às convenções descobertas e utilizadas por Rossini nas suas obras anteriores, e marca uma fase de transição na história da ópera. “Guillaume Tell” pode não ser a ópera mais famosa de Rossini, mas tem pelo menos duas melodias muito populares. Você não precisa conhecer ou gostar de música clássica/ópera, é quase impossível que não tenha ouvido parte da abertura de “Guillaume Tell”. O famoso finale da abertura, a “Marcha dos Soldados Suíços”, está em filmes, desenhos animados, propagandas, programas de TV… até toque de celular!

Embora seja uma ótima ópera, ela não foi muito representada nos teatros da Europa na época, dizem que questões políticas influenciaram, e também é verdade que a ópera exige muito dos protagonistas e do elenco em geral, os cantores tinham que ser atletas para cantar por quase cinco horas, requer conjuntos imensos e ainda requer um elenco incrível, com um coro grande, dois papéis principais de soprano ( princesa e Jemmy ), um papel de mezzo, um papel de barítono, dois papéis de baixo e um dos papéis de tenor mais difíceis de toda a ópera. O papel de tenor é colocado muito alto na voz, requer um cantor que seja doce e lírico e, um minuto depois, ardente e heroico. Para se ter uma ideia Pavarotti se recusou a fazer sua estreia no papel no La Scala, temendo (provavelmente corretamente) que isso simplesmente estragasse sua voz, e Gedda só a cantou uma vez no palco. Com todas estas exigências titânicas de elenco ainda tem o conteúdo do libreto de Étienne de Jouy e Hippolyte Bis, baseado na peça de Friedrich Schiller, causou muita polêmica. Convenhamos, em qualquer país a glorificação de um herói que luta contra as autoridades no poder não é vista com bons olhos. Temos aqui um Rossini apresentando sua obra mais ambiciosa e politizada, uma verdadeira ode à liberdade. Na Itália, o número de produções foi drasticamente cortado com um número tímido de apresentações. Já em Viena, apesar de certa censura, “Guillaume Tell” foi contemplada com 422 apresentações entre 1830 e 1907.

Para sua ópera final, que foi até elogiada por Wagner(!), Rossini também lançou uma revolução, tanto no tema quanto na maneira de lidar com ele. Pois “Guillaume Tell” deixa para trás os caminhos que o mestre italiano havia tomado – entre a ópera buffa e a séria – e esboça os contornos das óperas que estão por vir. À dimensão política e ideológica dessa ode à liberdade e ao direito das pessoas à autodeterminação, o compositor acrescentou um suspiro de uma estética ambiciosamente espetacular, mas que não esconde profundidade nem pensamento, anunciando assim as grandes obras de Verdi e Wagner. Esta grande e última obra-prima de Rossini foi particularmente importante no desenvolvimento do estilo do canto romântico, ela se tornaria o grito de guerra da Revolução de 1830; a luta constante do homem contra a barbárie.

A Lenda
Wilhelm era conhecido como um especialista no manejo da besta. Na época, os imperadores Habsburgos lutavam pelos domínios de Uri e, para testar a lealdade do povo aos imperadores, Hermann Gessler, um governador austríaco tirano, pendurou num poste um chapéu com as cores da Áustria, numa praça de Altdorf (Suiça). Todos que por lá passassem teriam de fazer uma saudação como prova do seu respeito. O chapéu era guardado por soldados que se certificariam que as ordens do governador fossem cumpridas.

Monumento em Altdorf Suiça

Um dia, Wilhelm e seu filho passaram pela praça e não saudaram o chapéu. Prenderam-no imediatamente e levaram-no à presença do governador que, reconhecendo-o, o fez, como castigo, disparar a besta em uma maçã na cabeça do filho. Tell tentou demover Gessler, sem sucesso; o governador ameaçaria ainda matar ambos, caso não o fizesse.

Tell foi assim trazido para a praça de Altdorf, escoltado por Gessler e os seus soldados. Era o dia 18 de novembro de 1307 e a população amontoava-se na expectativa de assistir ao castigo (e, sobretudo, ao seu culminar). O filho de Wilhelm foi atado a uma árvore, e a maçã foi colocada na sua cabeça. Contaram-se 50 passos. Tell carregou a besta, fez pontaria calmamente e disparou. A seta atravessou a maçã sem tocar no rapaz, o que levaria a população a aplaudir os dotes do corajoso arqueiro.

Não obstante, Wilhelm trazia uma segunda seta. Gessler, ao vê-la, perguntou por que ele a trazia. Tell hesitou. Gessler, apressando a resposta, assegurou-lhe que se dissesse a verdade, a sua vida seria poupada. Wilhelm respondeu: “Seria para atravessar o seu coração, caso a primeira seta matasse o meu filho”.

Indignado, Gessler mandou o rebelde para a prisão alegando que dignaria a sua promessa deixando-o viver — mas preso, no castelo de Küsnacht. Wilhelm foi levado acorrentado de imediato para um barco em Flüelen, onde esperou que Gessler e seus soldados embarcassem. Não muito distante do porto, deu-se uma tempestade. O Föhn, um vento do Sul, causava ondas tão altas que dificultou a viagem, praticamente arremessando o barco contra as rochas. Os que lá viajavam, assustados, gritaram: “Só Wilhelm Tell nos pode salvar!”. Gessler libertou Tell, que conduziu barco em segurança ao sopé da Montanha Axenberg, perto de uma rocha chamada Tellsplatte.

Quando amarrou, Tell tirou uma lança de um soldado, saltou do barco e, empurrando-o com os pés, fugiu pela encosta de Schwyz. Gessler conseguiu sobreviver à tempestade e chegou ao castelo de Küsnacht nessa mesma noite. Tell se escondeu em arbustos num beco que levaria à residência do governador. Assim que Gessler e os seus soldados apareceram, Tell matou-o com uma seta da sua besta, libertando o país da tirania do governador.

Segundo a lenda, este evento marcou o início a revolta que ocorreu a 1º de janeiro de 1308.

Resumo da ópera “Guillaume Tell”
A ação ocorre na Suíça medieval, numa época em que grande parte do país é controlada pela Áustria. Guillaume Tell é um respeitado patriota suíço que se opõe ao domínio austríaco. O ATO UM começa às margens do Lago Lucerna, onde uma festa de casamento triplo está em andamento. As pessoas nesta parte do país estão começando a resistir à ocupação austríaca, e a música de Rossini inclui números de coral e balé que enfatizam a importância da cultura e tradições suíças.

Um reverenciado ancião local chamado Melcthal está presidindo a cerimônia de casamento. Ele se opõe aos austríacos, mas, ironicamente, o próprio filho de Melcthal, Arnold, está apaixonado por uma princesa austríaca, Mathilde. Quando Tell pede a Arnold que defenda a causa suíça, Arnold fica dividido entre amor e patriotismo.

Melcthal abençoa os três casais, e as festividades incluem um torneio de arco e flecha vencido pelo filho de Tell, Jemmy. Mas as coisas ficam sombrias quando um pastor chamado Leuthold entra correndo freneticamente. Ele pegou um soldado austríaco atacando sua filha e matou o homem. Agora os austríacos estão atrás dele, e ele pede ajuda. A única saída é atravessar o lago, mas há uma tempestade se aproximando, tornando as águas traiçoeiras. Fala apenas aos voluntários para manobrar a balsa e remar Leuthold em segurança. Tell não perde tempo com hesitações e trata de agir pois os guardas de Gessler já se aproximam, comandados por Rudolph. Com a ajuda de Tell, o fugitivo consegue escapar

Os austríacos chegam tarde demais para pegar Leuthold. Eles exigem saber quem o ajudou a escapar, mas ninguém fala. Enfurecidos, os austríacos se preparam para saquear a vila, e Rodolphe, o capanga do governador austríaco, toma Melcthal como refém.

O ATO DOIS abre as cortinas e o que temos é uma vista para o Lago Lucerna, é noite. Um coro de caça é ouvido, junto com os moradores cantando uma música folclórica suíça. O filho de Melcthal, Arnold, está sozinho com Mathilde. Os dois estão profundamente apaixonados, e Arnold está determinado a estar com ela. Ele decide que, para ser digno de Mathilde, pode ter que ficar do lado dos austríacos.

Tell e seu amigo Walter Furst, outro patriota suíço, veem os amantes juntos. Em um trio emocionante, um dos melhores números de Rossini, eles tentam convencer Arnold a ficar com seu próprio povo. Eles dão a notícia de que seu pai, Melcthal, foi assassinado pelos austríacos.

Os homens locais começam a se reunir, para jurar lealdade à causa suíça. À medida que o dia começa, há um toque de tambor e o grito repetido: “Para as armas!”

Quando o ATO TRÊS começa, Arnold e Mathilde estão sozinhos em um jardim da capela na cidade suíça de Altdorf. Com o pai morto nas mãos dos austríacos, Arnold sabe que não pode mais ficar com ela, e os dois se despedem.

A cena muda para a praça Altdorf. Gesler, o governador austríaco, ordenou festividades para celebrar 100 anos de domínio austríaco. Os suíços recebem ordens de fazer reverências diante do chapéu de Gessler que está instalado no topo de um mastro. Os aldeões são hostis, e as coisas ficam ainda mais tensas quando Gesler ordena que algumas mulheres suíças dancem com os soldados austríacos.

Tell chega trazendo seu filho Jemmy pela mão e recusa a se inclinar diante do chapéu. Quando alguém o reconhece como o homem que ajudou Leuthold a escapar dos soldados austríacos, Gesler prende Tell. E quando Tell ordena que seu filho Jemmy repasse o sinal para iniciar a rebelião suíça, Gesler também detém Jemmy.

Gesler então inicia o incidente que cimentou a lenda de Guillaume Tell. Ele ordena que Tell pegue sua besta e atire uma flecha através de uma maçã colocada na cabeça de Jemmy. Tell expressa seu desafio em uma das maiores árias de Rossini. Então ele puxa o arco e acerta a maçã. Mas ele também declara que sua segunda flecha foi destinada ao próprio Gesler, e Tell é rapidamente amarrado e levado. Mathilde intervém, exigindo que Jemmy seja libertado sob seus cuidados. Ela também diz que usará sua influência para liberar Tell. Mas Gesler dá ordens para que Tell seja preso nas famosas masmorras de Kussnacht.

Na primeira cena do ATO QUATRO, na casa da família de Melcthal, Arnold planeja vingar a morte de seu pai. Com Tell na prisão, Arnold também sabe que cabe a ele liderar a revolta suíça. Ele se junta a patriotas de todos os estados próximos e leva os rebeldes a um esconderijo de armas escondidas por Tell e seu pai.

A ópera termina em uma costa montanhosa do Lago Lucerna. Mathilde está lá, junto com Jemmy e Hedwige, que está procurando notícias sobre Tell. Jemmy acende a lanterna para sinalizar a revolta. Na margem oposta, Tell está em um barco com seus captores austríacos. Quando eles cortam suas correntes para que ele possa ajudar na travessia, ele os domina e corajosamente atravessa as águas tempestuosas. Quando Tell chega em terra firme, ele rapidamente caça Gesler e o mata. Quando Altdorf é libertado, o exército de patriotas se reúne sob o céu limpo. Arnold canta uma homenagem a seu pai morto, e a ópera termina com um hino à natureza e à liberdade.

———————————————

A ópera é longa, mas contém o que há de mais expressivo na música de Rossini que não apenas ajudou a desenvolver a ópera bel canto, mas também a escreveu. “Guillaume Tell”, juntamente com “Semiramide”, são para mim as melhores óperas de Rossini, superando até os imensamente populares “La Cenerentola”, “Il Barbiere di Siviglia”. A música é propriamente heróica e romântica alternadamente, e como sempre, Rossini brilha em conjuntos, só que aqui, as árias solo também são totalmente emocionantes. Acredito que Verdi admirava esta obra, ouvimos muito da sua primeira fase de composições em “Guillaume Tell”, mas é outra história que contaremos aqui no blog, com prazer e em breve!

Felizmente, existem estas duas excelentes gravações da ópera para apreciar em casa que ora compartilho com os amigos. Uma é cantada em italiano, dirigido por Ricardo Chailly, com um elenco estelar incluindo Pavarotti (que disse que era sua melhor performance gravada), Freni e Milnes. A outra, no original em francês, é dirigida pelo mestro Gardelli com Montserrat Caballé, Gabriel Bacquier, Nicolai Gedda.

Esta ópera é boa demais para ser lembrada apenas pela famosa Abertura. Aliás duas curiosidades: para que serviam, originalmente as Aberturas? Hoje nos pareceria risível a sua serventia, porém naqueles tempos a Abertura era o sinal que os ouvintes deveriam se sentar e ficar calados, isso era feito durante a execução das Aberturas. Ao invés do silencio sepulcral com que hoje ouvimos toda a obra desde a Abertura, naqueles tempos era o sinal para que todos se sentassem porque, logo a seguir, o espetáculo seria iniciado. Dá para imaginar a algazarra? Outra curiosidade, o povo, ficava na plateia. A elite, os nobres, os ricos assistiam dos camarotes, daí vem a expressão “assistir de camarote”. Porém nem todos assistiam sentados, os bancos só foram acrescentado em toda a parte reservada à plateia mais tarde. A maioria assistia os concertos de pé. E eram programas muito mais longos dos que hoje são representados. No entanto eram espetáculos populares e franqueados a todos os bolsos. Daí a popularidade das óperas, eram espetáculos para o povo.

Abrem-se as cortinas e ouçam a magnífica música de Rossini. Divirtam-se !!!!

Gioachino Rossini – Guillaume Tell – Gardelli

Soberba performance do maestro Gardelli com Royal Philharmonic Orchestra nesta gravação do original em francês, é uma regência de bom gosto, Gardelli foi um especialista em Verdi que se destaca aqui na obra-prima de Rossini. É estrelado por Montserrat Caballé, Gabriel Bacquier, Nicolai Gedda. Todos os amantes de ópera devem possuir essa gravação no francês original. Gedda é Arnoldo, com uma voz mais leve, que pode soar um pouco fraca nas passagens fortes, mas ele canta em bom estilo “bel canto” e aborda as notas altas no ato final com bravura. Os papéis de soprano são, no entanto, a principal atração vocal, com Caballe em seu auge absoluto, brilhando junto com a fantástica Mady Mesple no papel de Jemmy. Que Caballe é invencível nesse tipo de repertório nem vamos discutir, é evidente de que ela é a melhor intérprete de todos os tempos desse tipo de ‘grandes papéis soprano’ rossinianos. Se Caballe é a coloratura dramática invencível, Mesple é simplesmente a melhor legatura da sua época. Gosto muito de ouvir o trabalho no idioma para o qual foi escrito. Eu acho que funciona melhor. Afinal, Rossini escreveu sua música para encaixar nas palavras existentes, em francês. Esta gravação pertence a todas as coleções, grandes ou pequenas. Nenhum amante de ópera poderia se dar ao luxo de perder esta fantástica gravação.

Mathilde – Montserrat Caballé (soprano);
Jemmy – Mady Mesplé (soprano);
Hedwige – Jocelyne Taillon (mezzo);
Guillaume Tell – Gabriel Bacquier (baritone);
Arnold – Nicolai Gedda (tenor);
Gessler – Louis Hendrix (bass);
Melchthal – Gwynne Howell (bass);
Walter – KoloKovacs (bass);
Fisherman – Charles Burles (tenor);
Rodolphe – Ricardo Cassinelli (tenor);
Leuthold – Nicolas Christou (bass);
Huntsman – Leslie Fyson (tenor)

Ambrosian Opera Chorus
Royal Philharmonic Orchestra
Lamberto Gardelli

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Gioachino Rossini – Guillaume Tell – Chailly

Como disse o libreto original foi escrito em francês, para um público francês. Neste trabalho o texto está em italiano, não em francês. Acho que os sons nítidos de staccato do italiano não combinam muito com a música, o francês é mais suave. Rossini escreveu sua partitura para combinar com as palavras, deixando pouco espaço para improvisação pelos cantores. Porém este elenco está repleto de estrelas no auge da carreira que nos fazem apreciar esta ópera mesmo que em italiano. A interpretação é excelente, a Orquestra Filarmônica Nacional oferece um toque vibrante, vigoroso, animado e colorido sob o Chailly, com muita ternura e atmosfera, além de energia e impulso. Os cantores cumprem suas reputações. Pavarotti estava em excelente forma, com uma performance tão simpaticamente caracterizada quanto magnífica e calorosamente bonita. A grande ária do último ato com o coro e o grito de guerra (CD4 faixa 2) o Pav detona; eu não consigo imaginar nenhum outro tenor vivo que pudesse ter o alcance, a grandeza do timbre e o talento musical dele. Pode-se entender facilmente por que ele apelidou essa de sua melhor performance gravada em estúdio e o motivo de todo barulho em relação a esse grande tenor. Tell, de Sherrill Milnes, seu brilho é estupendo, uma interpretação com muita humanidade e a profundidade. Ghiaurov está igualmente em excelente forma, e seu retrato sinistro de Kessler é muito bom. As personagens femininas não são menos maravilhosamente cantadas. Mirella Freni é esplêndida como sempre, e na maioria dos papéis menores que canta é igualmente ótima. Acrescente a isso uma gravação finamente equilibrada, clara e quente, e o resultado é um conjunto para valorizar. Apesar do texto em italiano é recomendado com todo entusiasmo possível. A faixa 10 do CD 4 é um final alternativo com o motivo final da abertura.

Mathilde – Mirella Freni (soprano);
Jemmy – Della Jones (soprano);
Hedwige – Elizabeth Connel (mezzo);
Guillaume Tell – Sherill Milnes (baritone);
Arnold – Luciano Pavarotti (tenor);
Gessler – Nicolai Ghiaurov (bass);
Melchthal – John Tomlinson (bass);

Ambrosian Opera Chorus
National Philharmonic Orchestra
Riccardo Chailly

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Eu consegui me aposentar aos 37 anos. E vocês vão conseguir se aposentar ?

Ammiratore

Paul is not dead: celebrando a vida de Paul Badura-Skoda (A Man and His Music – Young and Curious [1941-46])

Paul is not dead: celebrando a vida de Paul Badura-Skoda (A Man and His Music – Young and Curious [1941-46])

Há dois dias, algumas postagens em minhas redes sociais deram conta do desaparecimento, aos 91 anos, do grande Paul Badura-Skoda, o subdecano dos pianistas (pois o decano é, sem dúvidas, o incansável Menahem Pressler: noventa e seis anos, oito décadas de carreira, participações em todas as formações do Beaux Arts Trio – de Daniel Guilet a Antonio Meneses – estreia com a Filarmônica de Berlim com noventa primaveras, e que tinha um recital marcado com o jovem Badura-Skoda para o mês passado, e que foi cancelado por indisposição do garoto austríaco). Imediatamente, comecei a escrever uma postagem lamentando o fato e celebrando a longa vida artística e, particularmente, o prolífico legado de Paul, fartamente registrado em gravações ao longo de sete décadas, muitas delas, como notou nosso colega Pleyel, em instrumentos de época, antes que esta prática entrasse em voga.

O sono me chamou, e a postagem jazeu incompleta, o que me poupou-me do vigoroso constrangimento de publicá-la só para depois constatar, com alegre cara de tacho, que, assim como acontecera com Mark Twain  e das muitas teorias a darem conta de que Sir James Paul is no more, os rumores da morte do Paul austríaco foram grandemente exagerados.

Ainda bem.

Com votos de que o notável vienense se recupere prontamente, deixo-lhes o primeiro duma série de discos comemorando seu septuagésimo quinto aniversário – efeméride que, como veem, já fez seu baile de debutantes. Nele, Paul – adolescente e adulto jovem – deixa-nos alguns bombons, tanto em leituras do repertório tradicional para o piano, em peças a que voltaria dezenas de vezes, quanto em gravações para o acordeão, o instrumento favorito na família Skoda – uma delas, o arranjo para a abertura de La Gazza Ladra, que dedica à mãe pelo seu dia.

Gute Besserung, und komm schnell wieder auf die Beine!

PAUL BADURA SKODA – A MUSICAL BIOGRAPHY – 75h BIRTHDAY TRIBUTE – CD1

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
O Cravo bem Temperado, livro 1: Prelúdio e Fuga em Dó sustenido menor, BWV 849
01 – Prelúdio
02 – Fuga

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Sonata para piano no. 21 em Dó maior, Op. 53, “Waldstein”
03 – I. Allegro con brio

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
04 – Barcarola em Fá sustenido maior, Op. 60
05 – Fantasia em Fá menor, Op. 49

Hans Ulrich STAEPS (1909-1988)
06 – Pan Pan

Louis GRUENBERG (1884-1964)
07-12 Six Jazz Epigrams

Billy GOLWYN (?-?)
13 – Verbena

Leopold MITTMANN (1904-1976)
14-16 Jazz Babies

Gioachino Antonio ROSSINI (1792-1868)
17 – La gazza ladra: Abertura

Pietro FROSINI (1885-1951)
18 – Serenade italienne

Hermann SCHITTENHELM (1893-1979)
19 – Der Eislaufer (The Ice Skater)

Josef SCHNEIDER (1866-1940)
20 – Tarantella

21 – Entrevista com Paul Badura-Skoda (em alemão)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Vassily Genrikhovich

“O piano não consegue respirar naturalmente – o pianista tem que insuflar vida no piano” – por isso que Paul também toca, como faz nesta gravação, o acordeão.

Maria, com Cecilia Bartoli

Maria, com Cecilia Bartoli

Com menos de vinte anos, a romana Cecilia Bartoli já era uma celebridade — ela disse que nasceu cacarejando… Hoje, aos 53 anos, ela segue como uma das principais cantoras líricas em atividade e nos prova que uma cantora pode ao mesmo tempo cantar bem , ser inteligente, ter auto-ironia e agir sem grandes poses. Sua praia é principalmente as óperas de Mozart e Rossini, mas ela explora outros repertórios em seus discos individuais.

Mais ou menos a cada dois anos, Cecilia Bartoli lança um álbum solo onde canta árias escolhidas. O primeiro que conheci, o espetacular The Vivaldi Album (1999), era belíssimo. Depois ouvi o também excelente Opera Proibita (2005), inteiramente dedicado a Handel, Scarlatti e Caldara. Ela é um sucesso de público e estes trabalhos receberam Grammys e o o escambal. Gosto muito dela e, por isso, atirei-me de cabeça neste recém lançado Maria.

Aqui, novamente — como faz em todos os seus álbuns — ela apresenta nada menos do que oito árias nunca antes gravadas, incluindo uma bonita Se un mio desir…Cedi al duol da ópera Irene, cuja partitura completa não chegou a nossos dias. Esta mistura de pesquisa e highlights como Casta Diva tornam interessantes os álbuns desta cantora que só cria álbuns de primeira linha, como The Gluck Album e The Salieri Album.

Na minha opinião, as melhores faixas são as que tem música de Bellini. Ontem, ao ouvir o CD, fui conferir por três vezes a faixa que estava tocando e sempre era uma de Bellini. Não é o melhor de seus discos. Há umas coisas tirolesas um pouco enervantes, mas uma cantora como Bartoli sempre vale a pena ouvir.

Cecilia Bartoli — Maria

1. Irene: Se un mio desir…Cedi al duol (3:45)
Composer Giovanni Pacini (1796 – 1867)

2. Irene: Ira del ciel (2:25)
Composer Giovanni Pacini (1796 – 1867)

3. Ines de Castro: Cari giorni (4:09)
Composer Giuseppe Persiani (1799-1869)

4. Infelice, Op. 94 (12:19)
Composer Felix Mendelssohn (1809 – 1847)
Maxim Vengerov (Violin) <—– ATENÇÃO, FDP!

5. El poeta calculista: Yo que soy contrabandista (2:28)
Composer Manuel García (1775 – 1832)

6. La sonnambula: Ah, non credea mirarti.
Composer Vincenzo Bellini (1801 – 1835)

7. La sonnambula: Ah, non giunge
Composer Vincenzo Bellini (1801 – 1835)

8. Air à la tirolienne avec variations, Op. 118 (7:27)
Composer Johann Nepomuk Hummel (1778 – 1837)

9 La figlia dell’aria: E non lo vedo…Son regina (7:05)
Composer Manuel García (1775 – 1832)

10 La fille du régiment: Rataplan (2:28)
Composer Gaetano Donizetti (1797 – 1848)

11. Tancredi: Di tanti palpiti (3:20)
Composer Gioachino Rossini (1792 – 1868)

12. I puritani: Qui la voce sua soave…
Composer Vincenzo Bellini (1801 – 1835)

13. I puritani: Vien, diletto
Composer Vincenzo Bellini (1801 – 1835)

14. Clari: Come dolce a me favelli (4:38)
Composer Jacques Halévy (1799 – 1862)

15. Amelia, ovvero Otto anni di costanza: Scorrete, o lagrime (2:34)
Composer Lauro Rossi (1810 – 1885)

16. L’Elisir d’Amore: Prendi, per me sei libero (4:18)
Composer Gaetano Donizetti (1797 – 1848)

17. Norma: Casta diva (6:47)
Composer Vincenzo Bellini (1801 – 1835)

Mezzo-soprano Vocals – Cecilia Bartoli
Leader [Orchestra La Scintilla] – Ada Pesch
Conductor – Adam Fischer

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Essa canta pra cacete!

PQP

Bellini / Caldara / Fauré / Frank / Giacomelli / Händel / Mozart / Persiani / Rossini / Vivaldi: Cecilia Bartoli – Sospiri

Bellini / Caldara / Fauré / Frank / Giacomelli / Händel / Mozart / Persiani / Rossini / Vivaldi: Cecilia Bartoli – Sospiri

Entre 2009 e 2010, Cecilia Bartoli foi do Sacrifizio ao Pasticcio, do Olimpo ao Mercado. Após o belíssimo álbum de 2009, Sacrificium, La Bartoli lança agora um CD para angariar mais admiradores e perder outros tantos. O disco é um rolo só. Uma mistura de gêneros, épocas e uma demonstração de um virtuosismo às vezes um tantinho vazio. Gente que conhece ópera ficou incomodada pelos abusos cometidos em Una voce poco fa. A tentativa de Bartoli de se tornar ainda mais popular — e precisa? — esbarrou nas limitações artísticas de um repertório pra lá de estranho e um tratamento pra lá de “modernoso”. A Diva escorregou. Aguardamos para breve sua saída do shopping. Mas as faixas de 5 a 7… Só ela para tanta maravilhosa perfeição.

Bellini / Caldara / Fauré / Frank / Giacomelli / Händel / Mozart / Persiani / Rossini / Vivaldi: Cecilia Bartoli – Sospiri

1. Handel – “Lascia la spina cogli la rosa” – Cecilia Bartoli, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski
2. Vivaldi – Gelido in ogni vena – Cecilia Bartoli, Il Giardino Armonico, Giovanni Antonini
3. Giacomelli – Sposa, non mi conosci – Cecilia Bartoli, Il Giardino Armonico, Giovanni Antonini
4. Caldara – Quel buon pastor son io – Cecilia Bartoli, Il Giardino Armonico, Giovanni Antonini
5. Mozart – “Voi che sapete” – Cecilia Bartoli, Wiener Philharmoniker, Claudio Abbado
6. Mozart – “Là ci darem la mano” – Cecilia Bartoli, Bryn Terfel, Orchestra dell’accademia Nazionale di Santa Cecilia, Myung-whun Chung
7. Mozart – Laudate Dominum omnes gentes (Ps. 116/117) – Cecilia Bartoli, Orchestra dell’accademia Nazionale di Santa Cecilia, Myung-whun Chung, Coro dell’accademia Nazionale Di Santa Cecilia, Roberto Gabbiani
8. Bellini – Ah! non credea mirarti si presto estinto, o fiore – Cecilia Bartoli, Juan Diego Flórez, Orchestra La Scintilla, Alessandro de Marchi
9. Persiani – “Cari giorni” (Romanza der Ines) – Cecilia Bartoli, Orchestra La Scintilla, Adam Fischer
10. Rossini – Una voce poco fa – Cecilia Bartoli, International Chamber Soloists, Orchestra La Scintilla, Adam Fischer
11. Bellini – Casta Diva – Cecilia Bartoli, International Chamber Soloists, Orchestra La Scintilla, Adam Fischer
12. Franck – Panis Angelicus – Cecilia Bartoli, Cinzia Maurizio, Luigi Piovano, Daniele Rossi
13. Gabriel Fauré – Pie Jesu – Cecilia Bartoli, Orchestra dell’accademia Nazionale di Santa Cecilia, Myung-whun Chung, Coro dell’accademia Nazionale Di Santa Cecilia, Roberto Gabbiani, Daniele Rossi

Cecilia Bartoli, mezzo-soprano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Ai, aqueles Mozart me fazem esquecer todo o resto, Cecilia.

PQP

Gioacchino Rossini (1792-1868): Pequena Missa Solene – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 22 de 29

Gioacchino Rossini (1792-1868): Pequena Missa Solene – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 22 de 29

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Pequena Missa Solene de Rossini é, em minha opinião, uma das melhores músicas já compostas. Aqui, recebe tratamento especialíssimo de Marcus Creed num dos 29 históricos CDs que foram escolhidos para comemorar os 50 anos da notável gravadora Harmonia Mundi. É para se ouvir de joelhos. Não por Deus, mas pela religião da música mesmo. Escrita para um agrupamento inacreditavelmente pequeno de coro, solistas, 2 pianos e harmônica, a Missa parece destinada ao riso. Mas isto só até a música começar. A abertura, utilizada com notável sensibilidade por Pedro Almodóvar em seu filme A Má Educação (cena das crianças fazendo ginástica na escola, lembram?), é linda e tem a propriedade de instalar-se em nossa cabeça de uma forma difícil de controlar…

Meu amigo Milton Ribeiro escreveu uma pequena história protagonizada por esta música. Durante o conto, ele explica, de forma sucinta, as circunstâncias de sua composição.

Todos os Pecados Perdoados

Dedicado a Fernando Monteiro

Eu estava estudando na Itália, mas o tema de maior interesse, aquele sobre o qual me debruçava com verdadeira afeição, era Antonella, minha pequena e saltitante romana. Um dia, tivemos uma discussão acerca de algumas grosserias que, segundo ela, eu cometera, e ela rompeu nossa ligação.

Dias depois, telefonei-lhe e convidei-a para assistirmos à Pequena Missa Solene de Rossini, que seria apresentada na Parrocchia dell’Assunzione, no Tuscolano. Depois de alguma hesitação e surpresa – ela não esperava uma ligação minha, ainda mais sem referências a nosso impasse -, ela aceitou. Antonella amava a música de tal forma que eu não tinha como saber se a aceitação do convite significava um perdão ou a mera impossibilidade de recusar a Missa de Rossini.

Caminhamos lado a lado, sem nos tocarmos. Tive todo o cuidado em ser verbalmente o mais gentil com ela, já que as circunstâncias não permitiam nada além. Quando a Missa começou, ela se riu. Disse em meu ouvido que achara engraçada a pobre instrumentação que Rossini utilizara. Passaram-se alguns minutos e notei que Antonella estava muito emocionada. Abracei-a e ela apoiou sua cabeça em meu peito. Enquanto lhe acariciava o rosto, sentia suas lágrimas molhando meus dedos. Soube que estava perdoado.

Rossini começou a escrever música muito jovem. Era prolífico e compunha, em média, duas óperas por ano. Então, aos 37 anos – enfadado do freqüente contato com cantores temperamentais e diretores de teatro ainda piores -, parou de trabalhar seriamente com música, tornando-a um divertimento pessoal. Riquíssimo e célebre, dedicou-se ao lazer e a um irônico e gentil convívio com todos, itens nos quais era mestre. Costumava promover freqüentes festas em sua casa. Ali, bebia-se champanhe, vinho, comia-se esplendidamente e ouvia-se música. Às vezes, Rossini apresentava ao piano peças de um certo compositor anônimo… O compositor ressurgiu surpreendentemente aos setenta e poucos anos publicando duas extraordinárias peças sacras – o Stabat Mater e a Petite Messe Solennelle (Pequena Missa Solene) -, além de peças para piano. Tais obras foram agrupadas sob o título genérico de Péchés de vieillesse.

Fomos a meu apartamento, onde nos amamos e dormimos como fazem os casais. Quando acordei, não vi Antonella. Havia somente um bilhete em italiano sobre meu criado-mudo. Meu amigo, fomos engolfados por um dos “pecados da velhice” de Rossini. O que aconteceu não tem relação nenhuma com nossa situação. Não me procure mais. Antonella.

Nunca mais vi minha pequena Antonella. Porém, ontem, recebi de um amigo uma gravação da Missa de Rossini. Comecei a ouvi-la, mas logo certo pudor fez-me interromper a audição. Deixei todos dormirem para religar o aparelho de som. Então, enquanto minha mulher dormia, ouvi toda a gloriosa Missa, imóvel, sentado no escuro, sentindo a presença de minha adorável Antonella e de uma possibilidade perdida.

Gioacchino Rossini – Pequena Missa Solene

1. Kyrie I. Kyrie 2:27
2. Kyrie II. Christe 1:49
3. Kyrie III. Kyrie 2:22
4. Gloria I. Gloria in excelsis Deo 0:37
5. Gloria II. Laudamus te 1:46
6. Gloria III. Gratias 4:45
7. Gloria IV. Domine Deus 5:37
8. Gloria V. Qui tollis 6:21
9. Gloria VI. Quoniam 7:32
10. Gloria VII. Cum Sancto Spiritu 5:33
11. Credo I. Credo in unum Deum 4:14
12. Credo II. Crucifixus 3:18
13. Credo III. Et resurrexit 4:51
14. Credo IV. Et vitam venturi 4:05
15. Prélude religieux (pendant l’Offertoire) 7:38
16. Ritournelle 0:33
17. Sanctus 3:53
18. O salutaris 5:27
19. Agnus Dei 7:25

Artist(s): Krassimira Stoyanova, Birgit Remmert, Steve Davislim, Hanno Müller-Brachmann,
RIAS Kammerchor
Marcus Creed

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Quem não gosta de um pecado, né, seu Rossini?
Quem não gosta de um pecado, né, seu Rossini?

PQP

Rossini (1792-1868): Música Sacra Inédita e Rara para Solo, Coro e Orquestra

qozorrTu le sais bien, bon Dieu ...

No campo da música sacra, com exceção da Messa di Gloria de Nápoles, recuperada por Salvatore Accardo, pouca coisa havia sido resgatada da obra sacra de Gioachino Rossini.

A partir da existência, em vários arquivos, dessas obras sacras de estrutura sinfônica, a Editora Paulus resolveu tentar recuperá-las em sua forma mais original possível. Desta forma, reuniu-se mais de 3 horas de música, com clara prevalência de obras escritas durante a sua juventude.

O título da série (Tu le sais bien, bon Dieu…) inspira-se na célebre dedicatória/testamento artístico da Messe Solennelle, e tem a finalidade de salientar a devoção filial de Rossini.

Obras contidas nestas gravações: Do Autógrafo de Milão e Do Manuscrito de Rieti (volume I), Dos Autógrafos de Bolonha e Dos Manuscritos de Paris (volume II) e Dos Manuscritos de Milão (volume III). (extraido do encarte)

Palhinha: ouça a integral Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini

Gioachino Antonio Rossini (Itália, 1792- Paris,1868)
CD1
01. Do autógrafo de Milão: 1. Kyrie
02. Do autógrafo de Milão: 2. Credo
03. Do autógrafo de Milão: 3. Crucifixus
04. Do autógrafo de Milão: 4. Et Resurrexit
05. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 1.Gloria
06. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 2.Laudamus
07. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 3.Gratias Agimus
08. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 4.Domine Deus
09. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 5.Qui Tollis
10. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 6.Quoniam
11. Do autógrafo de Milão: Glória de Ravenna 7.Cum Sancto
12. Do manuscrito de Rieti 1.Tantum Ergo
13. Dos manuscritos de Bolonha 1. Kyrie
14. Dos manuscritos de Bolonha 2. Christe
15. Dos manuscritos de Bolonha 3. Finale
CD2
16. Dos manuscritos de Bolonha . Partes da Missa 1. Benedicta
17. Dos manuscritos de Bolonha . Partes da Missa 2. Ave Maria
18. Dos manuscritos de Bolonha . Partes da Missa 3. Alleluja
19. Dos manuscritos de Bolonha . Partes da Missa 4. Qui tollis
20. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 1.Kyrie
21. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 2.Gloria
22. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 3.Laudamus
23. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 4.Gratias
24. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 5.Domine Deus
25. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 6.Qui Tollis
26. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 7.Qui Sedes
27. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 8.Quoniam
28. Do manuscrito de Paris. Missa de Rimini 9.Cum Sancto
CD3
29. Do manuscrito de Milão 1. Miserere
30. Do manuscrito de Milão 2. Domine, Lava Me
31. Do manuscrito de Milão 3. Ecce Enim
32. Do manuscrito de Milão 4. Asperges Me
33. Do manuscrito de Milão 5. Auditui Meo
34. Do manuscrito de Milão 6. Cor Mundum
35. Do manuscrito de Milão 7. Domine Labia Mea
36. Do manuscrito de Milão 8. Sacrificium
37. Do manuscrito de Milão 9. Giovanna D Arco
38. Do manuscrito de Milão 10. Quoniam
39. Do manuscrito de Milão 11. Tantum Ergo

Tu le Sais Bien, Bon Dieu… – 1993 – 3 CDs
Orquestra e Coro Filarmônico de Praga. Maestro Eduardo Brizio.
Regente do Coro: Pavel Kühn

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
XLD RIP | FLAC 923,2 MB | HQ Scans 19 MB |

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 320 kbps – 464,5 + 19 MB – 3,1 h
powered by iTunes 11.0.2

CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Ao meu amigo João Gilberto que mudou para o Céu no sábado 13.04.13 … Tu le sais bien, bon Dieu …

“Que destino é o meu senão o de assistir ao meu Destino…”
(Vinicius de Moraes, A vida vivida)

Avicenna

History of the Sacred Music vol 20/21: Stabat Mater

CD20_FRONTHarmonia Mundi: História da Música Sacra
vol 20/21: Stabat Mater

Stabat Mater ( latim para Estava a mãe) é uma prece ou, mais precisamente, uma sequentia católica do século XIII.
 
Há dois hinos que são geralmente chamados de Stabat Mater: um deles é conhecido como Stabat Mater Dolorosa (sobre as Dores de Maria), e o outro, chamado Stabat Mater Speciosa, que, de maneira alegre, se refere ao Nascimento de Jesus. A expressão Stabat Mater, porém, é mais utilizada para o primeiro caso – um hino do século XIII, em honra a Maria e atribuído ao franciscano Jacopone da Todi ou ao papa Inocêncio III.
 .
O título do hino mais triste (Dolorosa) é um incipit da primeira linha, Stabat mater dolorosa (que significa “A mãe permaneceu cheia de tristeza”). O hino chamado de Dolorosa, um dos mais pungentes e diretos poemas medievais, medita sobre o sofrimento de Maria, a mãe de Jesus, durante a crucificação. Ele é cantado em honra à Nossa Senhora das Dores. Dolorosa já recebeu diversas composições musicais por diversos artistas, principalmente Palestrina, Pergolesi, Scarlatti, Vivaldi, Haydn, Rossini, Boccherini e Dvořák.
 .
Dolorosa era bem conhecido já no final do século XIV e Georgius Stella escreveu sobre a sua utilização em 1388, com outros autores corroborando a afirmação mais para o final do século. Na Provença, por volta de 1399, ele era utilizado em procissões que duravam nove dias.
 .
Como sequência litúrgica, o Dolorosa foi suprimido, juntamente com centenas de outras, pelo Concílio de Trento, mas retornou ao missal por ordem do papa Bento XIII, em 1727, na festa de Nossa Senhora das Dores. (texto adaptado da Wikipedia).
 
vol. 20:
Giovanni Battista Pergolesi (Iesi, 1710-Pozzuoli, 1736)
01. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Stabat Mater Dolorosa
02. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Aria: Cuius animam gementem
03. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: O quam tristis et afflicta
04. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Aria: Quæ moerebat et dolebat
05. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Quis est homo, qui non fleret
06. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Aria: Vidit suum dulcem natum
07. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Aria: Eja, Mater, fons amoris
08. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Fac, ut ardeat cor meum
09. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Sancta Mater, istud agas
10. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Aria: Fac, ut portem Christi mortem
11. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Inflammatus et accensus
12. Stabat Mater pour soprano, alto, cordes et orgue – Duo: Quando corpus morietur – Amen
 
Luigi Boccherini (Luca, Itália, 1743 – Madri, Espanha, 1805)
13. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Stabat Mater dolorosa. Grave assai
14. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Cujus animam gementem: Allegro
15. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Quae moerebat et dolebat. Allegretto con motto
16. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Quis est homo. Adagio assai- Recitativo
17. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Pro peccatis suae gentis. Allegretto
18. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Eja mater, fons amoris. Larghetto non tanto
19. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Tui nati vulnerati: Allegro vivo
20. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Virgo virginum praeclara. Andantino
21. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Fac ut portem Christi mortem. Larghetto
22. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Fac me plagis vulnerati. Allegro commodo
23. Stabat Mater G. 532, Premiere Version 1781: Quando corpus morietur. Andante lento
 .
vol. 21:
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741)
01. Stabat Mater RV 621 – Stabat Mater dolorosa. Largo
02. Stabat Mater RV 621 – Cujus animam gementem. Adagio
03. Stabat Mater RV 621 – O quam tristis. Andante
04. Stabat Mater RV 621 – Quis est homo. Largo
05. Stabat Mater RV 621 – Quis non posset. Adagio
06. Stabat Mater RV 621 – Pro peccatis suae gentis. Andante
07. Stabat Mater RV 621 – Eja mater, fons amoris. Largo
08. Stabat Mater RV 621 – Fac ut ardeat. Lento
09. Stabat Mater RV 621 – Amen. Allegro
 
Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, Italy, 1792-Passy, Paris, 1868)
10. Stabat Mater – I. Introduzione. Andante moderato. Stabat Mater dolorosa
11. Stabat Mater – II. Aria. Allegretto maestoso. Cujus animam gementem
12. Stabat Mater – III. Duetto. Largo. Quis est homo, qui non fleret
13. Stabat Mater – IV. Aria. Allegretto maestoso. Pro peccatis suae gentis
14. Stabat Mater – V. Coro e Recitativo. Andante mosso. Eja Mater, fons amoris
15. Stabat Mater – VI. Quartetto. Allegretto moderato. Sancta Mater, istud agas
16. Stabat Mater – VII. Cavatina. Andante grazioso. Fac, ut portem Christi mortem
17. Stabat Mater – VIII. Aria e Coro. Andante maestoso. Inflammatus et accensus
18. Stabat Mater – IX. Quartetto. Andante. Quando corpus morietur
19. Stabat Mater – X. Finale. Allegro. In sempiterna saecula. Amen

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
 vol. 20+21: Stabat Mater
XLD RIP | FLAC | 627.0 MB
 .
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – vol. 20+21: Stabat Mater
MP3 320 kbps | 338.2 MB
 .
powered by iTunes 12.7.2 | 2 h 36 min

 

vol 30: Encarte e letras dos 29 CDs – 4,6 MB – AQUI – HERE

 

Boa audição.

CD21_FRONT

 

 

 

 

 

 

.

Avicenna

Rimsky-Korsakov (1844-1908): Suíte de O Galo de Ouro / Rossini (1792-1868): Abertura Guilherme Tell / Tchaikovsky (1840-1893): Marcha Eslava / Chabrier (1841-1894): España / Franz Liszt (1811-1886): Rapsódia Húngara No. 2 e Marcha Rakoczy

Rimsky-Korsakov (1844-1908): Suíte de O Galo de Ouro / Rossini (1792-1868): Abertura Guilherme Tell / Tchaikovsky (1840-1893): Marcha Eslava / Chabrier (1841-1894): España / Franz Liszt (1811-1886): Rapsódia Húngara No. 2 e Marcha Rakoczy

Em meados do século XX, este tipo de música era considerada “ligeira”, algo para concertos ao ar livre, para o grande público tomar seu primeiro contato com os clássicos. Hoje parece apenas música erudita em disco de gatinhos. O que houve conosco?

Em 1881, Henry Lee Higginson, o fundador da Orquestra Sinfônica de Boston, escreveu sobre seu desejo de apresentar em Boston “concertos de um tipo leve de música”. Então a Boston Pops foi fundada para apresentar este tipo de música ao público, com o primeiro concerto realizado em 1885. Chamado de “Concerto de Passeio” eles duraram até 1900, eram performances de música clássica “leve”.

A Orquestra não tinha um maestro próprio até o ano de 1930, quando Arthur Fiedler começou seu mandato. Fiedler trouxe aclamação mundial à orquestra. Ele sempre foi infeliz com a reputação de que a música erudita era para a elite aristocrática, e sempre fez esforços para levar os eruditos a um público vasto. Sempre promoveu concertos gratuitos em Boston, assim aos poucos foi popularizando a música clássica na região.

Sob sua direção a orquestra fez inúmeras gravações campeãs de vendas, arrecadando um total superior a US$ 50 milhões. As primeiras gravações da orquestra foram feitas em julho de 1935 para a RCA Victor, incluindo a primeira gravação completa da Rhapsody in Blue de Gershwin.

Fiedler também é lembrado por ter começado a tradição anual da orquestra se apresentar no 4 de julho (Independência dos Estados Unidos) na praça da Esplanada, uma das celebrações mais aclamadas, que contava com um público entre 200 e 500 mil pessoas.

Após a morde de Fiedler, em 1979, John Williams tomou o cargo, em 1980. Williams continuou com a tradição de levar a música clássica ao público mais vasto. Ele ficou no cargo até 1994, quando passou para Keith Lockhart em 1995. Lockhart segua à frente da Pops, acrescentando um toque de extravagância e um dom para o drama. Williams continua sendo maestro laureado e realiza uma semana de concertos por ano.

Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Suíte de O Galo de Ouro – Le Coq’or – Suíte, Rossini (1792-1868) – William Tell Overture, Tchaikovsky (1840-1893) – Marcha Eslava, Chabrier (1841-1894) – España e Franz Liszt (1811-1886) – Rapsódia Húngara No. 2 e Rakoczy March

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Suíte de O Galo de Ouro – Le Coq’or – Suíte
01. King Dodom in his Palace
02. King Dodom on the Battlefield
03. King Dodom with the Queen of Shemakha
04. March

Gioachino Rossini (1792-1868) – William Tell Overture
05. William Tell Overture

Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) – Marcha Eslava
06. Marcha Eslava

Emmanuel Chabrier (1841-1894) – España
07. España

Franz Liszt (1811-1886) – Rapsódia Húngara No. 2 e
08. Rapsódia Húngara No. 2

Rakoczy March
09. Rakoczy March

Boston Pops Orchestra
Arthur Fiedler, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Arthur Fiedler
Arthur Fiedler

PQP

Rossini: String Sonatas 1-6; Donizetti, Cherubini, Bellini Marriner ASMF DECCA 1991

Este ano Rossini não faz aniversário, porque o sortudo nasceu num dia 29 de fevereiro. Por isso, temos que contornar este pequeno ajuste do calendário Gregoriano, postando uma homenagem no dia seguinte ao dia que não houve (?). Ah, meu Santo Agostinho, que coisa louca é o Tempo!

Bem, mas este post é coisa fina: as Seis Sonatas para cordas de Rossini, escritas em sua juventude, e descobertas somente depois da 2a.Guerra, mostrando que o cara era realmente bom até na música de câmara. E mais incrível: há indícios de que elas foram escritas quando Rossini tinha 12 anos, segundo o autógrafo dos manuscritos. Mas há controvérsias, e elas podem ser datadas de quando ele tinha 14 e revisadas aos 17. De qualquer forma, é música muito boa, e o cara não era mais que um adolescente. Estas Sonatas também se destacam por conter partes significativas escritas para solo de Contrabaixo, e são referências no repertório dos contrabaixistas do mundo todo. Ao que consta, esta gravação de Marriner feita na década de 60, foi o primeiro sucesso de vendas da Academy of St.Martin-in-the-Fields, e o disco que consolidou os nomes do conjunto e de seu maestro mais famoso. Marriner, uma “máquina de gravação”, segundo Norman Lebrecht, também foi uma das personalidades que 2016 levou.

O disco duplo ainda inclui, nos tempos que faltam, um quarteto de Donizetti, arranjado para orquestra de cordas, um estudo de Cherubini para trompa e cordas e um concerto para oboe e cordas de Bellini. Vou te falar, eu achava que estes italianos da ópera eram todos uns chatos, mas estas peças mudaram minha impressão, são bem bacanas! O concerto de Bellini é quase uma ária de ópera, mas quem canta é o oboé. Mordi a língua e hoje acho eles menos chatos.

Boa audição!

CD1
Gioacchino Rossini (1792-1868)
String Sonata No.1 in G major
String Sonata No.2 in A minor
String Sonata No.3 in C major
String Sonata No.4 in B-flat major

CD2
String Sonata No.5 in E-flat major
String Sonata No.6 in D major

Gaetano Donizetti (1797-1848)
String Quartet in D (arr. for String Orchestra)

Luigi Cherubini (1760-1842)
Etude no.2 for French Horn & Strings

Vincenzo Bellini (1801-1835)
Concerto for Oboe & Strings in E-flat major

Academy of St.Martin-in-the-Fields
Sir Neville Marriner
compilação DECCA, 1991

DOWNLOAD HERE
Arquivo FLAC (sem perda de qualidade), 548Mb

Chucruten

Wendy Carlos (1939): música para The Clockwork Orange (versão completa)

Wendy Carlos's Clockwork Orange - vinil coverDizem que a primeira engenhoca eletrônica produtora de sons para fins musicais a usar o nome “sintetizador” foi a criada pela RCA em 1957 – mas foi Robert Moog, em 1964, quem criou o primeiro sintetizador utilizável de modo relativamente prático. E a primeira pessoa a gravar um disco de sucesso executado inteiramente com o Moog foi Wendy Carlos, com seu Switched-on Bach, em 1968.

Foi um trabalho de estúdio exaustivo: embora sintetizasse timbres nunca antes imaginados, o aparelho o fazia para uma nota de cada vez. Quer dizer: Wendy gravou voz por voz, separadamente, suas espantosas interpretações de Bach.

O outro pioneiro no uso do Moog foi o tecladista Keith Emerson, que se foi agora em 2016: em 1970 a banda Emerson, Lake and Palmer começou a levar o Moog para o palco, e em 1973 estrearia o Moog polifônico em Brain Salad Surgery.

Ao mesmo tempo (1970), Wendy propunha a Stanley Kubrick o uso de sua composição original Timesteps na trilha do filme A Laranja Mecânica, e saía feliz da vida com a encomenda de produzir toda a trilha do filme, inclusive recriações eletrônicas de Beethoven, Rossini e Purcell.

Não foi pequena, então, a decepção de Wendy em 1971: Kubrick havia usado no filme apenas fragmentos do seu trabalho, junto com versões orquestrais convencionais das obras de Beethoven e Rossini – e o LP oficial da trilha também continha só esses fragmentos.

P da vida – se me permitem -, em 1972 Wendy lançou outro disco, com a íntegra da sua produção destinada ao filme – ou quase a íntegra: as faixas 08 e 09 que vocês ouvirão só foram lançadas em 2000, na versão em CD.

Mais uma vez pioneira, o que Wendy introduziu desta vez foi o vocorder – simulador eletrônico de sons vocais – e o fez em nada menos que diversos solos e trechos corais da Nona de Beethoven (faixa 02), além de citações do hino gregoriano Dies Irae e de Singin’ in the Rain em sua própria composição Country Lane (faixa 10 – minha preferida).

Nos anos 70 este disco esteve entre os mais queridos do monge Ranulfus – mas só hoje, em 2016, graças ao trabalho de garimpagem de seu amigo Daniel the Prophet, o monge veio a ouvir as faixas 08 e 09. Notou sem surpresa que a última (Biblical Daydreams) parece construída a partir de hinos protestantes estadunidenses, mas na anterior (Orange Minuet) teve uma surpresa curiosa: o monge tem certeza de ter ouvido na obra do brasileiro Elomar Figueira de Melo a melodia usada na parte central do tal minueto! Terá Wendy ouvido Elomar, ou terão os dois se baseado em alguma fonte anterior, quer no próprio Nordeste brasileiro, quer no campo ibérico-provençal?

Termino confessando que muitas vezes pensei que o trabalho de Wendy Carlos ficaria pra trás como uma curiosidade datada – mas passado quase meio século a impressão se inverte: começo a pensar que a criatividade, sensibilidade e ousadia dessa mulher poderão ficar na história como emblemáticas do último terço do século XX – na história tanto da música quanto geral, pela ousadia, paralela à musical, de ter-se assumido como a mulher que desde a primeira infância sentia ser, mesmo pondo em risco a fama mundial já conquistada sob o nome masculino com que havia sido registrada ao nascer.

WendyCarlos_19891-768x565

WENDY CARLOS’S CLOCKWORK ORANGE (1972)
Gravações de estúdio de Wendy Carlos com o sintetizador Moog (1972)
Versão em CD lançada em 2000

  • 01 Timesteps – 13:47 (W.Carlos – na integra)
  • 02 March from A Clockwork Orange
    (Beethoven: Nona Sinfonia: Quarto Movimento, condensado) – 7:02
  • 03 Title Music from A Clockwork Orange
    (da Music for the Funeral of Queen Mary, de Purcell) – 2:23
  • 04 La Gazza Ladra ouverture (Rossini, condensado) – 6:00
  • 05 Theme from A Clockwork Orange
    (‘Beethoviana’, variação sobre 03) – 1:48
  • 06 Nona Sinfonia: Segundo Movimento: Scherzo (Beethoven) – 4:52
  • 07 William Tell ouverture (Rossini, condensado) – 1:18
  • 08 Orange Minuet (W.Carlos) – 2:35
  • 09 Biblical Daydreams (W.Carlos) – 2:06
  • 10 Country Lane (W.Carlos – versão aperfeiçoada) – 4:56
    (citações: Dies Irae; Singing in the Rain)

.  .  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here

Ranulfus (com a colaboração de Daniel the Prophet)

Gioachino Rossini (1792-1868) – Petite Messe Solennelle – Rebeka, Mingardo, Meli, Esposito, Pappano

81ceKJmkWSL._SL1417_Por algum motivo que não posso explicar, creio que esta obra de Rossini nunca apareceu por aqui, na verdade, Rossini não frequenta muito o PQPBach. O que é uma pena, pois é uma maravilha essa sua Missa, aqui belamente interpretada por um grupo de músicos sensacional, liderados por Antonio Pappano.
Já li críticas da obra sacra de Rossini reclamando que elas são por demais operísticas, fugindo de sua função litúrgica, por assim dizer. Pode até ser, alguns de seus corais realmente lembram os corais mais famosos de suas óperas, mas não creio que isso possa ser considerado um defeito. Ao contrário, dão à obra uma nova possibilidade, fugindo das regras mais tradicionais de uma Missa.
Antonio Pappano é um maestro experiente exatamente no repertório operístico, e aqui nesta gravação ele está em casa, com a fantástica Orchestra Dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia e seu impecável coral, contando com excepcionais solistas. Tudo para realizar uma gravação, com o perdão da redundância, impecável.

Aproveitem seu final de semana para melhor apreciarem esta obra, em minha opinião, um primor da escrita musical de Rossini.

P.S. Em anexo ao arquivo do segundo CD vai o interessante e explicativo booklet.

Gioachino Rossini (1792-1868) – Petite Messe Solennelle

1 – Kyrie eleison
2 – Christe eleison
3 – Gloria in excelsis Deo
4 – Gratias agimus tibi
5 – Domine Deus
6 – Qui tollis peccata mundi
7 – Quoniam tu solus Sanctus
8 – Cum Sancto Spiritu
9 – Credo in unum Deum
10 – Crucifixus
11 – Et resurrexit
12 – Et vitam venturi saeculi

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2

1 – Prelude religieux pendant l’Offertoire – Retournelle
2 – Sanctus – Benedictus
3 – O salutaris hostia
4 – Agnus Dei

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Marina Rebeka – Soprano
Sara Mingardo – Contralto
Francesco Meli – Tenor
Alex Sposito – Bass
Coro dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia  Roma
Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia  Roma
Sir Antonio Pappano – Conductor

Guia dos Instrumentos antigos 8/8 – Classicismo + LIVRO 200 pág. [link atualizado 2017]

ES-PE-TA-CU-LAR !!!

Livro com oito CDs fenomenalmente cedido pelo internauta Camilo Di Giorgi! Não tem preço!!!

Os arquivos foram todos renomeados e o livro tem o texto reconhecível graças ao trabalho do Igor Freiberger! Mais uma contribuição impagável!

Tem na Amazon: aqui.

Chegamos, após uma semana toda de deleites arcaicizantes, à última, derradeira e gloriosa postagem desta série!

Espero que para vocês, nossos estimados usuários-ouvintes, esse passeio pela música com instrumentos de época tenha sido tão prazeroso quanto o foi para mim.

E hoje, neste ensolarado dia das mães (pelo menos aqui na cidade da minha, no pujante interior de paulista – aliás, previsão de sol, porque eu escrevi o texto na véspera), brindemos a completude desta pequena mas valorosa coleção com mais pesos-pesados como Haydn, Mozart e Beethoven, primorosamente escolhidos e executados por instrumentistas dos mais gabaritados.

E, como prometido inicialmente, sege, logo após o link para o 8º CD, o enlace para o riquíssimo livro dos instrumentos, uma pesquisa minuciosa e de uma qualidade inquestionável.

Esquema do funcionamento de um órgão de foles na página 152.
Na página 114, uma iluminura com uma gaita de foles e uma Musette de Cour, utilizada na faixa 14 deste CD.

Essa sequência de superlativações não é à toa: estamos diante de um material estupendo, que auxiliará muitos profissionais e amantes da música a conhecerem e ensinarem outras pessoas a se apaixonarem ainda mais por esse universo maravilhoso!

Ouça! Leia! Estude! Divulgue e… Deleite-se, sem medida!!!

Guide des Instruments Anciens – CD8
Classicismo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD8) 184Mb

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Livro/Book) 59Mb

Pronto! Finalmente toda a coleção está aqui: CD1CD2, CD3, CD4, CD5, CD6 e CD7. Ouça!

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Tão bom quando vocês comentam… Pode comentar, pessoal!

– Ó, disse pra eu ficar à vontade, já fui ficando, tá?

Avicenna & Bisnaga

Maria Callas – Gravações em Estúdio Completas – CDs 21-31 de 70: Luigi Cherubini (1760-1842), Gasparo Spontini (1774-1851), Giacomo Meyerbeer (1791-1864), Gioachino Rossini (1792-1868), Vincenzo Bellini (1801-1835), Giuseppe Verdi (1813-1901), Léo Delibes (1836-1891), Arrigo Boito (1842-1918), Alfredo Catalani (1854-1893), Giacomo Puccini (1858-1924), Francesco Cilea (1866-1950) e Umberto Giordano (1867-1948) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Terceira das sete terças-feiras (ops, hoje é quarta) que postamos essa coleção show de bola das gravações em estúdio de Maria Callas.

E… Meu Deus! Não consigo dizer que este grupeto de dez CDs é melhor que o anterior ou o próximo! Tem tanta coisa embasbacadora nessa coleção…

Pra não sair da rotina dessa série, só tem peso-pesado nas peças de hoje: temos o felicíssimo encontro de Callas com Karajan, na Madame Butterfly de Puccini, além das regências inspiradas de Tulio Serafin e as vozes marcantes dos tenores: Gedda, Di Stefano e Tucker dão show, show esse compartilhado/ofuscado por Gobbi (barítono) e Rossi-Lemeni (baixo).

Callas cintila, soberba, tanto nas óperas como nos três álbuns de árias nos quais resgata e apresenta outros compositores não tão conhecidos intercalados aos famosos. As óperas de hoje estão no topo da lista das mais necessárias, das básicas que todo iniciante no meio operístico deve conhecer e todo experiente deve revisar: Il Turco in Italia, Madama Butterfly, Aida e Rigoletto.

Ouça! Está do caraglio hoje! Deleite-se! Atinja o êxtase!

Palhinha: Maria Callas canta Oh, mio babbino caro, da ópera Gianni Schicchi, de Puccini (faixa 08 do CD 23):

Maria Callas (1923-1977)
Complete Studio Recordings

CDs 21-22
Gioachino Rossini (1792-1868)
Il turco in Italia (2 CDs)

CD 21
01. Sinfonia
02. Nostra Patria e Il Mondo Intero (1º Ato)
03. Ho Da Fare Un Dramma Buffo
04. Ah! Se Di Questi Zingari L’Arrivo
05. Vado In Traccia Di Una Zingara
06. Chi Vuol Farsi Astrologar?
07. Ah, Mia Moglie, San Chi Sono
08. Non Si Da Follia Maggiore
09. Voga, Voga, A Terra, A Terra
10. Bella Italia, Alfin Ti Miro
11. Serva…Servo
12. Amici…Soccorretemi
13. Un Marito-Scimunito!
14. Ola, Tosto Il Caffe. Sedete
15. Siete Turchi, Non VI Credo
16. Lo Stupisco, Mi Sorprende
17. Come! Si Grave Scorno Soffrir Potete In Pace?
18. Un Vecchio Far Non Puo Maggior Follia
19. Per Piacere Alla Signora
20. No, Mia Vita, Mio Tesoro
21. Gran Meraviglie
22. Per La Fuga e Tutto Lesto
23. Perche Mai Se Son Tradito
24. Evviva d’Amore Il Foco Vitale
25. Chi Servir Non Brama Amor S’Allontani
26. Qui Mia Moglie Ha Da Venire
27. Ah! Che Il Cor Non M’Ingannava
28. Vada Via, Si Guardi Bene Di Cercar L’Amante Mio

CD 22
01. A Proposito, Amico (2º Ato)
02. d’un Bell’ Usodi Turchia
03. Se Fiorilla Di Vender Bramate
04. Non V’e Piacer Perfetto Se Nol Procura Amor
05. Che Turca Impertinente!
06. Credete Alle Femmine Che Dicon d’Amarvi!
07. In Italia Certamente Non Si Fa L’Amor Cosi
08. Fermate…Cosa C’e?
09. E Selim Non Si Vede!
10. Oh! Guardate Che Accidente!
11. Dunque Seguitemi
12. Questo Vecchio Maledetto
13. Si, Mi e Forza Partir
14. Son La Vite Sul Campo Appassita
15. Rida A Voi Sereno Il Cielo
16. Restate Contenti

Maria Callas, soprano
Nicolai Gedda, tenor
Nicola Rossi-Lemeni, baixo
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Gianandrea Gavazzeni, regente
Setembro de 1954, Milão

CD 23
Giacomo Puccini (1858-1924)
Puccini Arias (1 CD)

01. Manon Lescaut – In Quelle Trine Morbide
02. Manon Lescaut – Sola, Perduta, Abbandonata
03. Madama Butterfly – Un Bel Di Vedremo
04. Madama Butterfly – Con Onor Muore
05. La Bohème – Si. Mi Chiamano Mimi
06. La Bohème – Donde Lieta Usci
07. Suor Angelica – Senza Mamma
08. Gianni Schicchi – O Mio Babbino Caro
09. Turandot – Signore, Ascolta!
10. Turandot – In Questa Reggia
11. Turandot – Tu Che Di Gel Sei Cinta

Maria Callas, soprano
Philharmonia
Tullio Serafin, regente
Setembro de 1954, Londres

CD 24
Lyric and Coloratura Arias (1 CD)

Francesco Cilea (1866-1950)
01. Adriana Lecouvreur – Ecco: Respiro Appena. Lo Son L’Umile Ancella
02. Adriana Lecouvreur – Poveri Fiori
Umberto Giordano (1867-1948)
03. Andrea Chénier – La Mamma Morta
Alfredo Catalani (1854-1893)
04. La Wally – Ebben? Ne Andro Lontana
Arrigo Boito (1842-1918)
05. Mefistofele – L’Altra Notte In Fondo Al Mare
Gioachino Rossini (1792-1868)
06. Il barbiere di Siviglia – Una Voce Poco Fa
Giacomo Meyerbeer (1791-1864)
07. Dinorah – Ombra Leggera
Léo Delibes (1836-1891)
08. Lakmé – Dov’e L’Indiana Bruna?
Giuseppe Verdi (1813-1901)
09. I vespri siciliani – Merce, Dilette Amiche

Maria Callas, soprano
Philharmonia
Tullio Serafin, regente
Setembro de 1954, Londres

CD 25
Callas at La Scala (1 CD)

Luigi Cherubini (1760-1842)
01. Medea – Dei Tuoi Figli
Gasparo Spontini (1774-1851)
02. La Vestale – Tu Che Invoco
03. La Vestale – O Nume Tutelar
04. La Vestale – Caro Oggetto
Vincenzo Bellini (1801-1835)
05. La sonnambula – Compagne, Teneri Amici…Come Per Me Sereno
06. La sonnambula – Oh! Se Una Volta Sola…Ah! Non Credea Mirarti…Ah! Non Giunge

Maria Callas, soprano
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Junho de 1955, Milão

CD 26, 27
Giacomo Puccini (1858-1924)
Madama Butterfly (2 CDs)

CD 26
01. E Soffitto…E Pareti (1º Ato)
02. Questa e La Cameriera
03. Dovunque Al Mondo
04. Quale Smania VI Prendre!
05. Quanto Cielo! Ancora Un Passo Or Via
06. Gran Ventura
07. L’Imperial Commissario
08. Vieni, Amor Mio!
09. Leri Son Salita Tutta Sola
10. Ed Eccoci In Famiglia
11. Vieni La Sera
12. Bimba Dagli Occhi Pieni Di Malia
13. Vogliatemi Bene, Un Bene Piccolino
14. E Lzaghi Ed Izanami (2º Ato)
15. Un Bnel Di Vedremo
16. C’e. Entrate
17. Non Io Sapete Insomma

CD 27
01. A Voi Pero Giurerei Fede Costante
02. Ora A Noi
03. E Questo? E Questo?
04. Che Tua Madre Dovra
05. Io Scendo Al Piano
06. Vespa! Rospo Maledetto!
07. Una Nave Da Guerra
08. Scuoti Quella Fronda Di Ciliegio
09. Or Vienmi Ad Adornar
10. Coro A Bocca Chiusa
11. Oh Eh! Oh Eh! Oh Eh! (3º Ato)
12. Gia Il Sole!
13. Povera Butterfly!
14. Io So Che Alle Sue Pene
15. Addio, Fiorito Asil
16. Glielo Dirai?
17. Che Vuol Da Me?
18. Come Una Mosca Prigioniera
19. Con Onor Muore

Maria Callas, soprano
Nicolai Gedda, tenor
Lucia Danielli, mezzo soprano
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Herbert von Karajan, regente
Agosto de 1955, Milão

CD 28, 29
Giuseppe Verdi (1813-1901)
Aida (2 CDs)

CD 28
01. Preludio
02. Si, Corre Voce Che L’Etiope Ardisca (1º Ato)
03. Se Quel Guerriero Io Fossi!
04. Celeste Aida
05. Quale Insolita Gioia Nel Tuo Sguardo!
06. Vieni, O Diletta, Appressati
07. Alta Cagion V’Aduna
08. Su! Del Nilo Al Sacro Lido
09. Ritorna Vincitor!
10. Possente Ftha…Tu Che Dal Nulla Hai Tratto
11. Immenso Ftha! …Mortal, Diletto Ai Numi
12. Nume, Custode E Vindice
13. Chi Mai Fra Gl’ Innie I Plausi (2º Ato)
14. Danza Degli Schiavi Mori
15. Vieni, Sul Crin Ti Piovano
16. Fu La Sorte Dell’ Armia’ Tuoi Funesta
17. Pieta Ti Prenda Del Mio Dolor
18. Su! Del Nilo Al Sacro Lido…Numi, Pieta
19. Gloria All’ Egitto,ad Iside
20. Marcia Trionfale
21. Ballabile
22. Vieni, O Guerriero Vindice

CD 29
01. Salvator Della Patria
02. Che Veggo! Egli? Mio Padre! Anch’io Pugnai…Ma Tu, Re, Tu Signore Possente
03. Il Dolor Che In Quel Volto Favella
04. O Re, Pei Sacri Numi…Gloria All’ Egitto
05. O Tu Che Sei d’Osiride (3º Ato)
06. Vieni d’Iside Al Tempio
07. Qui Radames Verra!
08. O Patria Mia
09. Ciel! Mio Padre!
10. Rivedrai Le Foreste Imbalsamate
11. Pur Ti Riveggo, Mia Dolce Aida
12. Nel Fiero Anelito Di Nuova Guerra
13. Fuggiam Gli Ardori Inospiti…La, Tra Foreste Vergini
14. Ma Dimmi: Per Qual Via
15. L’Aborrita Rivale A Me Sfuggia (4º Ato)
16. Gia I Sacerdoti Adunansi
17. Ohime! Morir Mi Sento!
18. Spirto Del Nume
19. A Lui Vivo, La Tomba…Sacerdoti: Compiste Un Delitto!
20. La Fatal Pietra Sovra Me Si Chiuse
21. Vedi? Di Morte L’Angelo…Immenso Ftha
22. O Terra, Addio

Maria Callas, soprano
Richard Tucker, tenor
Fedora Barbieri, mezzo soprano
Tito Gobbi, barítono
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Agosto de 1955, Milão

CDs 30-31
Giuseppe Verdi (1813-1901)
Rigoletto (2 CDs)

CD 30
01. Preludio
02. Della Mia Bella Incognita Borghese (1º Ato)
03. Questa O Quella
04. Partite? Crudele!
05. In Testa Che Avete
06. Gran Nuova! Gran Nuova!
07. Ch’io Gli Parli
08. O Tu Che La Festa Audace
09. Quel Vecchio Maledivami!
10. Pari Siamo!
11. Figlia! Mio Padre!
12. Ah, Veglia, O Donna
13. Giovanna, Ho Dei Rimorsi
14. E Il Sol Del’ Anima
15. Addio! Speranza Ed Anima
16. Gualtier Malde! Silenzio!
17. Riedo! …Perch?? …Silenzio
18. Zitti, Zitti, Moviamo A Vendetta
19. Soccorso, Padre Mio!

CD 31
01. Ella Mi Fu Rapita! (2º Ato)
02. Parmi Veder Le Lagrime
03. Duca, Duca! Ebben?
04. Povero Rigoletto!
05. Cortigiani, Vil Razza Dannata
06. Mio Padre! Dio! Mia Gilda!
07. Tutte Le Feste Al Tempio
08. Compiuto Pur Quanto
09. Si, Vendetta, Tremenda Vendetta
10. E L’Ami? (3º Ato)
11. La Donna e Mobile
12. Un Di, Se Ben Rammentomi
13. Bella Figlia Dell’ Amore
14. Venti Scudi Hai Tu Detto?
15. E Amabile Invero
16. Della Vendetta Alfin Giunge L’Istante!
17. Chi Mai, Chi e Qui In Sua Vece?

Maria Callas, soprano
Giuseppe di Stefano, tenor
Tito Gobbi, barítono
Coro e Orchestra della Scala di Milano
Tullio Serafin, regente
Setembro de 1955, Milão

Só para os gulosos!
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 622Mb

POR FAVOR… TEÇA ALGUM COMENTÁRIO. DEU UM TRABALHÃO…

Bisnaga

Maria Callas – Gravações em Estúdio Completas – CDs 32-41 de 70: Gioachino Rossini (1792-1868), Vincenzo Bellini (1801-1835), Giuseppe Verdi (1813-1901) e Giacomo Puccini (1858-1924) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uhú! Quarta das sete terças-feiras que postamos essa coleção show de bola das gravações em estúdio de Maria Callas.

Como hoje está uma correria, apelei e colei abaixo um trecho do Wikipedia que fala de Callas. Achei-o bem correto na análise:
Callas possuía uma voz poderosa e amplitude fora do comum. Isto permitia à cantora abordar papéis desde o alcance do mezzo-soprano até o do soprano coloratura. Com domínio perfeito das técnicas do canto lírico, possuía um repertório incrivelmente versátil, que incluía obras do bel canto (Lucia di Lammermoor, Anna Bolena, Norma), de Verdi (Un ballo in maschera, Macbeth, (La Traviata) e do verismo italiano (Tosca), e até mesmo Wagner (Tristan und Isolde, Die Walküre).
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera por suas inigualáveis habilidades cênicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a “cor” da voz com o objetivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramaticidade mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete – o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cênicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua formação dramatúrgica e de sua figura cênica – que se traduz, por exemplo, na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.

Callas, nos anos dessas gravações, em fins dos anos 1950, estava no seu auge vocal e cênico, e sempre muito bem acompanhada nas orquestreas e nos duetos, como neste Trovatore de hoje, com Di stefano. Ainda temos o prazer de vê-la representando divinamente em La bohème, Un ballo in maschera, Il barbiere di Siviglia e La Sonnambula. Grandes jóias!
Preciso ir-me. O meu tempo acabou. Eu volto na quinta com Carlos Gomes e terça que vem, com Callas de novo…

Ouça! Como está bom! Deleite-se! Atinja o êxtase!

Palhinha: Maria Callas canta “D’amor sull’ali rosee”, de Il Trovatore, de Verdi (faixa 10 do CD 33):
http://www.youtube.com/watch?v=Yf15oAdOPHs

Maria Callas (1923-1977)
Complete Studio Recordings

CDs 32-33
Giuseppe Verdi (1813-1901)
Il trovatore (2 CDs)

CD 32
01. All’ Erta! All’ Erta! (1º Ato)
02. Di Due Figli Vivea Padre Beato
03. Abbietta Zingara, Fosca Vegliarda!
04. Brevi E Tristi Giorni Visse
05. Sull’ Orlo Dei Tetti
06. Che Piu T’Arresti?
07. Tacea La Notte Placida
08. Quanto Narrasti Di Turbamento M’ha Piena L’Alma!
09. Di Tale Amor
10. Tace La Notte!
11. Il Trovator! Io Fremo! …Deserto Sulla Terra
12. Anima Mia! …Più Dell’ Usato
13. Di Geloso Amor Sprezzato
14. Vedi! Le Fosche Notturne (2º Ato)
15. Stride La Vampa!
16. Mesta e La Tua Canzon!
17. Soli Or Siamo
18. Condotta Ell’ Erain Ceppi
19. Non Son Tuo Figlio!
20. Mal Reggendo All’ Aspro Assalto
21. L’Usato Messo Ruiz Invia! …Mi Vendica!
22. Perigliarti Ancor Languente
23. Tutto e Deserto
24. Il Balen Del Suo Sorriso
25. Qual Suono! Oh Ciel!
26. Per Me Ora Fatale
27. Ah! Se L’Error T’Ingombra
28. Perchè Piangete? …O Dolci Amiche
29. E Deggio E Posso Crederlo?

CD 33
01. Or Co’ Dadi,ma Fra Poco (3º Ato)
02. In Braccio Al Mio Rival!
03. Giorni Poveri Vivea
04. Deh! Rallentate, O Barbari
05. Quale d’Armi Fragor
06. Ah Si, Ben Mio, Coll’ Essereio Tuo
07. L’Onda De’ Suoni Mistici Pura Discendaal Cor!
08. Di Quella Pira, L’Orrendo Foco
09. Siam Giunti_ Ecco La Torre (4º Ato)
10. d’Amor Sull’ Ali Rosee
11. Miserere…Quel Suon, Quelle Preci
12. Di Te, Di Te Scordarmi Di Te
13. Udiste?
14. Mira, d’Acerbe Lagrime
15. Conte! Nè Basti!
16. Colui Vivra…Vivra! Contende Il Giubilo
17. Madre, Non Dormi?
18. Si, La Stanchezza M’Opprime
19. Ai Nostri Monti Ritorneremo
20. Che! Non M’Inganna
21. Parlar Non Vuoi? …Ha Quest’ Infamel’ Amor Venduto
22. Ti Scosta!
23. Prima Che d’Altri Vivere

Maria Callas, soprano
Giuseppe di Stefano, tenor
Rolando Panerai, baritono
Fedora Barbieri, mezzo soprano
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Herbert von Karajan, regente
Milão, Agosto de 1956

CDs 34-35
Giacomo Puccini (1858-1924)
La bohème (2 CDs)

CD 34
01. Questo Mar Rosso Mi Ammollisce E Assidera (1º Ato)
02. Abbasso, Abbasso L’Autor!
03. Si Puo? …Chi e La?
04. Al Quartiere Latin Ci Attendre Momus
05. Non Sono In Vena
06. Che Gelida Manina!
07. Si. Mi Chiamano Mimi
08. Ehi! Rodolfo! …O Soave Fanciulla
09. Aranci, Datteri! (2º Ato)
10. Chi Guardi? Odio Il Profano Volgo
11. Beviam…Ch’io Beva Del Tossico!
12. Quando Men’vo
13. Chi L’ha Richiesto? …Vediam

CD 35
01. Ohe, La, Le Guardie…Aprite! (3º Ato)
02. Mimi? ! …Speravo Di Trovarvi Qui
03. Marcello. Finalmente
04. d’Onde Lieta Usci Al Tuo Grido d’Amore
05. Dunque e Proprio Finita?
06. In Un Coupé? …Con Pariglia E Livree (4º Ato)
07. O Mimi, Tu Più Non Torni
08. Che Ora Sia?
09. C’e Mimi…C’e Mimi Che Mi Segue E Che Sta Male
10. Vecchia Zimarra, Senti
11. Schaunard, Ognuno Per Diversa Via
12. Sono Andatl?
13. Oh Dio! Mimi! …Che Avvien?

Maria Callas, soprano
Giuseppe di Stefano, tenor
Anna Moffo, soprano
Rolando Panerai, baritono
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Antonino Votto, regente
Milão, agosto-setembro de 1956

CDs 36-37
Giuseppe Verdi (1813-1901)
Un ballo in maschera (2 CDs)

CD 36
01. Preludio
02. Posa In Pace, A’Bei Sogni Ristora (1º Ato)
03. S’Avanza Il Conte
04. La Rivedra Nell’ Estasi
05. Il Cenno Mio Di La Con Essi Attendi
06. Alla Vita Che T’Arride
07. Il Primo Giudice
08. Volta La Terrea
09. Ogni Cura Si Doni Al Diletto
10. Zitti…L’Incanto Non Dessi Turbare…Re Dell’ Abisso, Affrettati – Verdi, Giuseppe
11. Arrivo Il Primo! E Lui, e Lui!
12. Su, Fatemi Largo, Saper Vo’il Mio Fato
13. Rallegrati Omai
14. Che V’Agita Cosi?
15. Della Citta All’ Occaso
16. Consentimi, O Signore
17. Figlia d’Averno, Schiudi La Chiostra
18. Su, Profetessa, Monta Il Treppie
19. Di’tu Se Fedele
20. Chi Voi Siate, L’Audace Parola
21. E Scherzo Od e Follia
22. Finisci Il Vaticinio
23. Preludio (2º Ato)
24. Ecco L’Orrido Campo Ove S’Accoppia
25. Ma Dall’ Arido Stelo Divulsa
26. Teco Io Sto
27. Nonm Sai Tu Che Se L’Anima Mia
28. Oh, Qual Soave Brivido

CD 37
01. Ahime! S’Appressa Alcun
02. Amico, Gelosa T’Affido Una Cura
03. Odi Tu Come Fremono Cupi
04. Seguitemi
05. Ve’ ,sedi Notte Qui Colla Sposa
06. A Tal Colpa e Nulla Il Pianto (3º Ato)
07. Morro, Ma Prima In Grazia
08. Alzati! La Tuo Figlio
09. Eri Tu Che Macchiavi Quell’ Anima…o Dolcezze Perdute!o Memorie
10. Siam Soli. Udite
11. Dunque L’Onta Di Tutti Sol Una
12. d’Una Grazia VI Supplico
13. Qual e Dunque L’Eletto? …Ah! Del Conte La Morte Si Vuole!
14. Il Messaggio Entri
15. Ah! Di Che Fulgor, Che Musiche
16. Forse La Soglia Attinse
17. Ma Se M’e Forza Perderti
18. Ah! Dessa e La
19. Fervono Amori E Danze
20. Saper Vorreste Di Che Si Veste
21. Fervono Amori E Danza
22. Ah! Perchè Qui! Fuggite
23. E Tu Ricevi Il Mio!
24. Ella e Pura: In Braccio A Morte

Maria Callas, soprano
Giuseppe di Stefano, tenor
Tito Gobbi, baixo
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Antonino Votto, regente
Milão, setembro de 1956

СDs 38-39
Gioachino Rossini (1792-1868)
Il barbiere di Siviglia (2 CDs)

CD 38
01. Ouverture
02. Piano, Pianissimo, Senza Parlar (1º Ato)
03. Ecco Ridente In Cielo
04. Ehi, Fiorello?
05. Mille Grazie, Mio Signore
06. Gente Indiscreta!
07. La Ran La Le Ra, La Ran La La. Largo Al Factotum
08. Ah, Che Bella Vita!
09. Se Il Mio Nome Saper Voi Bramate
10. Oh, Cielo!
11. All’ Ideadi Quel Metallo
12. Piano, Piano…Un’ Altra Idea!
13. Oh, Il Meglio
14. Ah, Che d’Amore La Fiamma
15. Una Voce Poco Fa
16. Si, Si, La Vincero
17. Ah, Disgraziato Figaro!
18. Ah! Barbiere d’Inferno
19. La Calunnia e Un Venticello
20. Ah! Che Ne Dite?
21. Ma Bravi! Ma Benone!
22. Dunque Io Son
23. Fortunati Affetti Miei
24. Ora Mi Sento Meglio
25. A Un Dottor Della Mia Sorte

CD 39
01. Finora In Questa Camera
02. Ehi, Di Casa, Buona Gente
03. Ah, Venisse, Il Caro Oggetto
04. Dunque, Lei Vuol Battaglia?
05. Che Cosa Accadde, Signori Miei
06. Fermi Tutti, Nessun Si Muova
07. Fredda Ed Immobile
08. Ma Signor…Ma Un Dottor
09. Ma Vedi Il Mio Destino! (2º Ato)
10. Pace E Gioia Sia Con Voi
11. Insomma, Mio Signore, Chi e Lei
12. Venite, Signorina
13. Contro Un Cor Che Accende Amore
14. Bella Voce! Bravissima!
15. Quando Mi Sei Vicina
16. Bravo, Signor Barbiere, Ma Bravo!
17. Don Basilio! …Cosa Veggo!
18. Buona Sera, Mio Signore
19. Orsu, Signor Don Bartolo
20. Che Vecchio Sospettoso!
21. Il Vecchiotto Cerca Moglie
22. Temporale
23. Alfine Eccoci Qua
24. Ah, Qual Colpo Inaspettato!
25. Zitti, Zitti, Piano, Piano
26. Ah, Disgraziati Noi!
27. Insomma Io Ho Tutti I Torti
28. Di Si Felice Innesto

Maria Callas, soprano
Luigi Alva, tenor
Tito Gobbi, baixo
Philharmonia Orchestra
Alceo Galliera, regente
Londres, fevereiro de 1957

CDs 40-41
Vincenzo Bellini (1801-1835)
La sonnambula (2 CDs)

CD 40
01. Viva! Viva Amina! …Tutto e Gioia, Tutto e Festa (1º Ato)
02. In Elvezia Non V’ha Rosa
03. Care Compagne
04. Come Per Me Sereno…Sempre, O Felice Amina
05. Sovra Il Sen La Man Mi Posa
06. Il Piu Di Tutti, O Amina
07. Perdona, O Mia Diletta
08. Prendi: L’Anel Ti Dono
09. Scritti Nel Ciel Gia Sono…Ah! Vorrei Trovar Parole
10. Domani, Appena Aggiorni
11. Come Noioso E Lungo Il Cammin…VI Ravviso, O Luoghi Ameni…E Gentil, Leggiadra Molto
12. Contezza Del Paese
13. A Fosco Cielo, A Notte Bruna
14. Basta Cosi. Ciascuno Si Attenga
15. Elvino! E Me Tu Lasci
16. Son Geloso Del Zefiro Errante
17. Davver, Non Mi Dispiace
18. Che Veggio?
19. O Ciel! Che Tento?
20. Osservate: L’Uscio e Aperto
21. E Menzogna
22. d’un Pensiero E d’un Accento
23. Non Più Nozze

CD 41
01. Qui La Selva e Più Folta Ed Ombrosa (2º Ato)
02. Reggimi, O Buona Madre
03. Vedi, O Madre…e Afflitto E Mesto
04. Viva Il Conte!
05. Ah! Perchè Non Posso Odiarti
06. E Fia Pur Vero, Elvino
07. Signor Conte, Agli Occhi Miei
08. Signor? …Che Creder Deggio?
09. Oh! Se Una Volta Sola
10. Ah! Non Credea Mirarti
11. No, Più Non Reggo
12. Ah! Non Giunge Uman Pensiero

Maria Callas, soprano
Eugenia Ratti, soprano
Fiorenza Cossotto, mezzo soprano
Nicola Monti, tenor
Coro e Orchestra della Scalla di Milano
Antonino Votto, regente
Milão, março de 1957

Só para os gulosos!
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 718Mb

POR FAVOR… TEÇA ALGUM COMENTÁRIO. DEU UM TRABALHÃO…

Bisnaga

Maria Callas – Gravações em Estúdio Completas – CDs 61-64 de 70: Gioachino Rossini (1792-1868), Gaetano Donizetti (1797-1848), Giuseppe Verdi (1813-1901) e Georges Bizet (1838–1875) [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

É, no fim acabei tendo que dividir as sete postagens das gravações em estúdio de Maria Callas em dez. Ia dividir em mais partes, por conta das restrições ao volume de downloads imposta pelo Rapidshare, mas não achei justo ceifar-lhes a alegria de ter a coleção completa neste Natal que se aproxima. Assim sendo, está é a penúltima postagem da série e semana que vem, dia de Natal, ho-ho-ho!, presente do Papai Noel: o ciclo se fecha, a coleção EMI de Maria Callas se completa! Enfim!

Hoje, Callas mostra toda a sua dramaticidade nas pesadas árias verdianas e nas obras não tão conhecidas de Rossini e Donizetti, mas ainda assim de grande beleza. Mas, a meu ver, o grande destaque destes quatro CDs de hoje é, sem dúvida, sua interpretação fidelíssima ao papel boêmio, irônico, fugaz e encantador da cigana Carmen. e esse é um papel para mezzo soprano, papel que não seria o mais adequado para Callas, não fosse sua tessitura tão extensa. E as notas graves saem com propriedade, com corpo. ela tinha total domínio da voz!

Ouça! Maria Callas era realmente foda! Deleite-se! Atinja o êxtase!

Palhinha: Maria Callas canta L’amour est un oiseau rebelle, de Carmen, de Bizet (faixa 06 do CD 63), com uma perfeição na expressão, na ironia da personagem…

Maria Callas (1923-1977)
Complete Studio Recordings

CD 61
Árias de Verdi (vol. 2 de 3) (1 CD)
Giuseppe Verdi (1813-1901)

01. Otello – Mi Parea…Mia Madre Aveva Una Povera Ancella
02. Otello – Piangea Cantando
03. Otello – Ave Maria Piena Di Grazie
04. Aroldo – Ciel, Ch’io Respir! …Salvami, Salvami Tu, Gran Dio!
05. Aroldo – O Cielo! Dove Son Io
06. Don Carlos – Non Pianger, Mia Compagna
07. Don Carlos – O Don Fatale

Maria Callas, soprano
Orquestra do Conservatório de Paris
Nicola Rescigno, regente
Paris, dezembro de 1963 e fevereiro de 1964

CD 62
Árias de Rossini & Donizetti (1 CD)

Gioachino Rossini (1792-1868)
01. La Cenerentola – Nacqui All’ Affanno…Non Più Mesta
02. Guglielmo Tell – S’Allontanano Alfine…Selva Opaca
03. Semiramide – Bel Raggio Lusinghier
Gaetano Donizetti (1797-1848)
04. La Figlia Del Reggimento – Convien Partir
Gioachino Rossini (1792-1868)
05. Lucrezia Borgia – Tranquillo Ei Posa…Com’e Bello
06. Sigismondo – Prendi, Prendi_ Per Me Sei Libero

Maria Callas, soprano
Orquestra do Conservatório de Paris
Nicola Rescigno, regente
Paris, abril de 1964

CDs 63-64
Georges Bizet (1838–1875)
Carmen (2 CDs)

CD 63
01. Prelude
02. Sur La Place (1º Ato)
03. Avec La Garde Montante
04. C’est Bien La, N’Est-Ce Pas
05. La Cloche A Sonné…Dans L’Air, Nous Suivons Des Yeux La Fumee – Bizet, Georges
06. L’Amour Est Un Oiseau Rebelle
07. Carmen! Sur Tes Pas, Nous Nous Pressons Tous!
08. Quels Regards! Quelle Effronterie!
09. Parle-Moi De Ma Mere!
10. Reste La, Maintenant, Pendant Que Je Lirai
11. Que Se Passe-T-Il Donc La-Bas? …Au Secours! Au Secours!
12. Mon Officier, C’Etait Une Querelle
13. Pres Des Remparts De Seville
14. Voici L’Ordre_ Partez
15. Entr’ Acte
16. Les Tringles Des Sistres Tintaient (2º Ato)
17. Messieurs, Pastia Me Dit
18. Vivat! Vivat Le Torero!
19. Votre Toast, Je Peux Vous Le Rendre
20. La Belle, Un Mot
21. Eh Bien! Vite, Quelles Nouvelles? Nous Avons En Tête Une Affaire

CD 64
01. Mais Qui Donc Attends-Tu?
02. Halte La!
03. Enfin, C’est Toi! …Tout Doux, Monsieur, Tout Doux
04. La Fleur Que Tu M’Avais Jetee…Non, Tu M’Aimes Pas
05. Hola Carmen! Hola! Hola!
06. Entr’ Acte
07. Ecoute, Ecoute, Compagnon, Ecoute (3º Ato)
08. Reposons-Nous Une Heure Ici, Mes Camarades
09. Melons! Coupons!
10. Eh Bien?
11. Quant Au Douanier, C’est Notre Affaire
12. C’est Des Contrebandiers Le Refuge Ordinaire…Je Dis Que Rien Ne M’Epouvante
13. Je Ne Me Trompe Pas…C’est Lui Sur Ce Rocher
14. Quelques Lignes Plus Bas…Hola, Hola! Jose
15. Entr’ Acte
16. A Deux Cuartos! A Deux Cuartos! (4º Ato)
17. Les Voici! Voici La Quadrille!
18. C’est Toi! …Carmen, Il Est Temps Encore…Viva! Viva! La Course Est Belle!

Maria Callas, “mezzo soprano”
Nicolai Gedda
Robert Massard
Orquestra da Ópera de Paris
Georges Prêtre, regente
Paris, abril de 1964

Só para os gulosos!
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 365Mb

POR FAVOR… TEÇA ALGUM COMENTÁRIO. DEU UM TRABALHÃO…

Bisnaga