Khatchaturian / Zakarian / Sharafyan / Komitas: Armenian Rhapsody (Chaushian / Armenian Philharmonic Orchestra / Topchjan)

Khatchaturian / Zakarian / Sharafyan / Komitas: Armenian Rhapsody (Chaushian / Armenian Philharmonic Orchestra / Topchjan)

Um excelente disco de compositores armênios. Claro que Khatchaturian é o mais famoso e é sua a melhor obra do CD, mas os outros “ian” não lhe ficam devendo muita coisa. O violoncelista Alexander Chaushian, solista do disco, é sensacional. As obras de Khatchaturian (1903-1978) e Zakarian (1895-1967) foram compostas durante o regime soviético e isto fica claro em cada compasso. Já Sharafyan é de 1966 e sua música vem bem mais leve e contemplativa, “100% Jdanov free”. Sua Suíte é lindíssima. E o muito talentoso Komitas Vardapet (1869-1935) tem uma história horrível. No período da Primeira Guerra Mundial, o governo dos Jovens Turcos iniciou seu monstruoso programa de extermínio do povo armênio. Em abril de 1915, Komitas foi preso junto com vários escritores, médicos e advogados armênios proeminentes. Após a prisão, acompanhada de tortura, ele foi deportado para a Anatólia, onde se tornou testemunha do extermínio brutal das mentes mais brilhantes da nação. Graças à intervenção de figuras influentes, Komitas foi devolvido a Constantinopla, mas o pesadelo experimentado por ele fê-lo enlouquecer, sem atinar para o mundo exterior. Ele acabou internado em um hospital psiquiátrico na França até o fim de seus dias.

Khatchaturian / Zakarian / Sharafyan / Komitas: Armenian Rhapsody (Chaushian / Armenian Philharmonic Orchestra / Topchjan)

Concerto-Rhapsody, For Cello And Orchestra
Composed By – Aram Khatchaturian
(25:52)
1 I. Andante Sostenuto E Pesante 13:23
2 II. Allegro Animato 9:29
3 III. Allegro Vivace 3:00

4 Monograph, For Cello And Chamber Orchestra
Composed By – Suren Zakarian
17:16

Suite For Cello And Orchestra
Composed By – Vache Sharafyan
(22:24)
5 I. Mattinata 6:25
6 II. Waltz 5:01
7 III. Sarabande-Courante 7:10
8 IV. Postero Die (The Next Day) 3:40

9 Krunk = Crane, For Duduk, Cello And Piano
Arranged By, Piano – Vache Sharafyan
Composed By – Komitas Vardapet
Duduk – Emmanuel Hovhannisyan

Cello – Alexander Chaushian
Conductor – Eduard Topchjan (tracks: 1 to 8)
Orchestra – Armenian Philharmonic Orchestra (tracks: 1 to 8)

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Katcha dando uma geral antes de um encontro na PQP Bach Blind Dates Limited de Ierevan, aliás, Erebango.

PQP

Stravinsky / Milhaud / Khachaturian / Menotti: Música do Século XX para Trio de Clarinete, Violino e Piano

Um disco que poderia ser melhor. O Stravinsky e o Khachaturian poderiam render mais, penso. Não é uma first choice, mas esta é apenas minha opinião, confira você! Conheço muito bem as obras citadas acima e já as ouvi em melhores versões vindas da parte mais oriental da Europa. Juntar violino, clarinete e piano é obter grande variedade timbrística. Fica bonito. São três instrumentos muito diferentes a cooperar entre si, três instrumentos com origens, timbres e técnicas completamente diversas. O violino é o mais antigo dos três, conquistou sua forma definitiva já no período barroco, embora pequenas modificações continuem sendo feitas. Tanto o clarinete quanto o piano, ao contrário, derivam de protótipos extremamente antigos, mas encontraram sua forma definitiva em uma data muito posterior. A verdadeira ascensão desses dois instrumentos ocorreu apenas no século XVIII, e eles atingiram todo o potencial de suas qualidades virtuosas no século XIX. Ouçam e tenham suas próprias opiniões.

Stravinsky / Milhaud / Khachaturian / Menotti: Música do Século XX para Trio de Clarinete, Violino e Piano

Stravinsky
01. Suite from “L’Histoire du Soldat”: I. I. Marche du soldat (For Clarinet, Violin and Piano)
02. Suite from “L’Histoire du Soldat”: II. Le violon du soldat (For Clarinet, Violin and Piano)
03. Suite from “L’Histoire du Soldat”: III. Petit concert (For Clarinet, Violin and Piano)
04. Suite from “L’Histoire du Soldat”: IV. Tango-Valse-Rag (For Clarinet, Violin and Piano)
05. Suite from “L’Histoire du Soldat”: V. Danse du diable (For Clarinet, Violin and Piano)

Milhaud
06. Suite, Op. 157b: I. Ouverture (For Clarinet, Violin and Piano)
07. Suite, Op. 157b: II. Divertissement (For Clarinet, Violin and Piano)
08. Suite, Op. 157b: III. Jeu (For Clarinet, Violin and Piano)
09. Suite, Op. 157b: IV. Introduction et Final (For Clarinet, Violin and Piano)

Khachaturian
10. Trio: I. Andante con dolore, con molto espressione (For Clarinet, Violin and Piano)
11. Trio: II. Allegro (For Clarinet, Violin and Piano)
12. Trio: III. Moderato (For Clarinet, Violin and Piano)

Menotti
13. Trio: I. Capriccio (For Clarinet, Violin and Piano)
14. Trio: II. Romanza (For Clarinet, Violin and Piano)
15. Trio: III. Envoi (For Clarinet, Violin and Piano)

Trio Manfredi

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Fiquem tranquilos, não se joguem!

PQP

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Sem dúvida, as duas obras mais interessantes deste LP/CD são Contrastes, de Béla Bartók e o Trio de Khachaturian. A extraordinária Contrastes é uma composição de 1938 baseada em melodias de dança húngaras e romenas. Bartók escreveu a obra em resposta a uma encomenda do clarinetista Benny Goodman. Na época, o compositor já residia nos EUA, fugido do nazismo. Aram Khachaturian é geralmente celebrado como o principal compositor armênio do século XX, fazendo a junção da música clássica européia com elementos marcantes da música folclórica de seu país. Excelente maestro e professor, Khachaturian é lembrado hoje principalmente por sua música orquestral que compreende sinfonias, concertos, música para balé e filmes. Ele nasceu e foi criado em Tbilisi, Geórgia (então parte do império russo). Aos dezessete anos mudou-se para Moscou para buscar uma educação superior, primeiro em biologia, depois em performance de violoncelo e finalmente composição. Após anos de estudo e prática, Khachaturian alcançaria uma reputação internacional atraindo elogios de Prokofiev e Shostakovich, que, como o próprio Khachturian, ganhou prêmios e censuras fulminantes do estado soviético. Embora tenha escrito pouca música de câmara, em 1932 Khachaturian compôs um maravilhoso trio em três movimentos para clarinete, violino e piano. Este é magistral e único, uma mostra perfeita da mistura de elementos folclóricos clássicos e exóticos de Khachaturian, particularmente enfatizados pela instrumentação colorida. O primeiro movimento cujo título é Andante con dolore, con molto espressione, imediatamente evoca um novo mundo sonoro. Aqui e ao longo do trio, você ouve melodias ondulantes que evocam cantos emotivos e improvisados. O segundo movimento celebra a dança. O final mais moderado é um tema e variações baseadas em uma melodia folclórica uzbeque.

Bartók: Contrastes / Milhaud: Suíte para Violino, Clarinete & Piano / Khachaturian: Trio para Clarinete, Violino, & Piano / Prokofiev: Overture On Hebrew Themes para Clarinete, 2 Violinos, Viola, Cello & Piano (de Peyer, Hurwitz*, Crowson, Members Of The Melos Ensemble Of London)

Contrasts, For Violin, Clarinet & Piano
Composed By – Bartók
1st Movement: Verbunkos (Recruiting Dance) – Moderato, Ben Ritmato
2nd Movement: Pihenö (Relaxation) – Lento
3rd Movement: Sebes (Fast Dance) – Allegro Vivace

Suite For Violin, Clarinet & Piano
Composed By – Milhaud
1st Movement: Ouverture
2nd Movement: Divertissement
3rd Movement: Jeu
4th Movement: Introduction Et Final

Trio For Clarinet, Violin & Piano
Composed By – Khachaturian
1st Movement: Andante Con Dolore, Con Molto Espressione
2nd Movement: Allegro
3rd Movement: Moderato

Overture On Hebrew Themes, Op. 34 For Clarintet, 2 Violins, Viola, ‘Cello & Piano
Composed By – Prokofiev

Cello – Terence Weil
Clarinet – Gervase de Peyer
Ensemble – Members Of The Melos Ensemble Of London
Piano – Lamar Crowson
Viola – Cecil Aronowitz
Violin – Emanuel Hurwitz, Ivor McMahon

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Um sofá de peso: Prokofiev, Shostakovich e Khachaturian de papo em 1945

PQP

Kabalevsky (1904-1987): Cello Concerto No. 2 Op. 77 / Khachaturian (1903-1978): Cello Concerto / Glazunov (1865-1936): Chant du Menestrel Op. 71

Kabalevsky (1904-1987): Cello Concerto No. 2 Op. 77 / Khachaturian (1903-1978): Cello Concerto / Glazunov (1865-1936): Chant du Menestrel Op. 71

kkAí você tem uma raridade. Os concertos de para Violoncelo e Orquestra de Kabalevsky e Khatchaturian são bastante divulgados na Europa oriental, mas aqui raramente — ou nunca — fazem parte do repertório das orquestras. Uma pena, pois trata-se de boa e divertida música. Eu curto muito estas obras — refiro-me às de Kabalevsky e Khachaturian — que daqui alguns dias reaparecerão aqui no PQP com outros intérpretes. O Glazunov apenas serve para completar o disco.

Kabalevsky: Cello Concerto No. 2 Op. 77 /
Khachaturian: Cello Concerto /
Glazunov: Chant du Menestrel Op. 71

Dmitry Kabalesky (1904-1978)
Cello Concerto No.2 Op.77
1. Cello Concerto No. 2, Op. 77: I. Molto sostenuto – Allegro molto e energico
2. Cello Concerto No. 2, Op. 77: II. Presto marcato
3. Cello Concerto No. 2, Op. 77: III. Andante con molto

Alexander Glazunov (1865-1936)
4. Chant du Ménestrel for Cello and Orchestra Op.71

Aram Khachaturian (1903-1987)
Cello Concerto
5. Cello Concerto: I. Allegro moderato
6. Cello Concerto: II. Andante sostenuto
7. Cello Concerto: III. Allegro (a battuta)

Raphael Wallfisch
London Philharmonic Orchestra
Bryden Thompson

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Kabalevsky ensina ao celista Samuel Mayes o que ele deve fazer para ser feliz (foto de 1961)
Kabalevsky ensina ao celista Samuel Mayes o que ele deve fazer para ser feliz (foto de 1961)

PQP

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sétima Década (2001-2010) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sétima Década (2001-2010) [Martha Argerich, 80 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Se o novo milênio da Rainha teve poucas gravações em estúdio, ele abundou em registros ao vivo. O Festival de Lugano, que aconteceu entre 2002 e 2016, garantiu pelo menos um álbum triplo anual à discografia de Martha, sempre em companhias por ela escolhidas, e com muitas obras novas em seu repertório. Passaremos ao largo do legado de Lugano, no entanto, pois o colega FDP Bach já vem publicando seus discos há algum tempo e pretende prosseguir sua série. Assim, hemos de lhes alcançar o que La Diosa gravou fora do Ticino, que também privilegia a colaboração com outros artistas, particularmente aqueles bem mais jovens que ela.


A primeira gravação de estúdio da década nada tem de jovem guarda: à  mui madura troika de Martha, Kremer e Maisky, veterana de tantas gravações importantes, soma-se a também calejada viola de Yuri Bashmet. O resultado, mais que a soma de solistas, é um conjunto afiado, especialmente no eletrizante Brahms que abre o disco, que desfaz os rumores não só de que Martha não gosta de Brahms, como também de que não o toca bem. Sobre o tópico, aliás, ela declarou ano passado: “quando eu toco [Brahms], eu amo, mas a música dele não é do tipo ao qual sou naturalmente inclinada. Eu estudei o concerto no. 2 com o Gulda [seu professor], mas nunca o toquei em concerto. Pode ser uma história de libido. Certas pianistas adoram sua música: Irene Russo, Hélène Grimaud, Karin Lechner… Elas são talvez mulheres atraídas por homens mais velhos. Esse nunca foi meu caso. Eu toquei sua sonata para piano no. 2 por um tempo porque ela é muito schumanniana (…) Eu gosto de Brahms. Era Gulda que não gostava muito dele”.

O álbum é encerrado pelas Fantasiestücke de Schumann para trio, que, ainda que executadas com muita competência (e talvez vibrato demais pelos cordistas), não deixam de soar um pouco frugais depois da tempestade brahmsiana daquele “Rondó à Moda Cigana” que encerra o quarteto.

Johannes BRAHMS (1833-1897)
Quarteto para piano, violino, viola e violoncelo em Sol menor, Op. 25
1 – Allegro
2 – Intermezzo: Allegro ma non troppo – Trio: Animato
3 – Andante con moto
4 – Rondo alla Zingarese

Gidon Kremer, violino
Yuri Bashmet, viola
Mischa Maisky, violoncelo

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Fantasiestücke para piano, violino e violoncelo, Op. 88
5 – Romanze: Nicht schnell, mit innigem Ausdruck
6 – Humoreske: Lebhaft
7 – Duett: Langsam und mit Ausdruck
8 – Finale: Im Marschtempo

Gidon Kremer, violino
Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Berlim, Alemanha, fevereiro de 2002

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Martha é uma pianista dos pianistas, e nos perderíamos facilmente na conta dos colegas que a admiram. Mikhail Pletnev, que foi por um tempo seu vizinho na Suíça, é um de seus maiores fãs, e pôs sua admiração à obra, dedicando à Rainha uma transcrição para dois pianos da “Cinderella” de Prokofiev, estreada e gravada por ambos em 2003. A gravação, à qual se segue uma charmosa “Mamãe Gansa” de Ravel, é um deleite, e nos permite saborear os contrastes entre o estilo único de Marthinha (no piano à esquerda em Prokofiev e sentada à esquerda no Ravel) com o clássico sonzão russo de Pletnev (sentado à direita nas duas gravações).

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Suíte de Cinderella (Zolushka), balé em três atos, Op. 87
Arranjo para dois pianos de Mikhail Vasilyevich Pletnev (1957)
1 – Introduction: Andante dolce
2 – Querelle: Allegretto
3 – L’Hiver: Adagio – Allegro moderato
4 – Le Printemps: Vivace con brio – Moderato – Presto
5 – Valse de Cendrillon: Andante – Allegretto – Poco più animato – Più animato – Meno mosso
6 – Gavotte: Allegretto
7 – Gallop: Presto – Andantino – Presto
8 – Valse Lente: Adagio – Poco più animato – Assai più mosso – Poco più animato – Meno mosso (più animato dell’adagio
9 – Finale: Allegro moderato – Allegro espressivo – Presto – Allegro moderato – Andante

Mikhail Pletnev, piano II

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Ma Mère l’Oye, suíte para piano a quatro mãos, M. 62
10 – Pavane de la Belle au Bois Dormant: Lent
11 – Petit Poucet: Très modéré
12 – Laideronnette, Impératrice des Pagodes: Mouvement de Marche
13 – Les Entretiens de la Belle et de la Bête: Mouvement de Valse très modéré
14 – Le Jardin Féerique: Lent et Grave

Martha Argerich e Mikhail Pletnev, piano

Gravado em Vevey, Suíça, agosto de 2003

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Apesar das muitas décadas morando na Europa, de ser cidadã suíça há mais de cinquenta anos, e de ter criado filhas francófonas, Martha nunca deixou de ser argentina, tanto no passaporte, quanto, principalmente, na identidade cultural. Em seus frequentes retornos a seu país, faz breves turnês por cidades do interior, de Rosario a Córdoba, e de Salta a Tucumán, e colabora, sempre que pode, com músicos argentinos.

A colaboração mais marcante, com sobras, foi aquela que aconteceu durante o Festival Argerich, em sua Buenos Aires natal, em setembro de 2003. Na ocasião, Martha e a Camerata Bariloche acompanharam a voz mítica de Mercedes Sosa (1935-2009), que, já abalada pelos problemas de saúde que a calariam alguns anos depois, não deixou de lotar o Teatro Colón e transformar a escadaria da avenida Libertad numa cachoeira de lágrimas. A colaboração foi proposta por Martha, para a completa incredulidade de Mercedes, tesouro nacional argentino e lenda viva da música do continente, que achou estar a receber um trote:

De repente eu peguei o telefone e ouvi ‘sou Martha Argerich’ e eu não entendi nada. Perguntei: ‘Martha, é você mesma?’ A minha surpresa foi tanta que só consegui convidá-la para comer empanadas. Mas ela me disse: ‘quero que você cante comigo no Colón’. Eu pensei que era uma piada. Nunca imaginei… Meus planos iam até cantar com Mina ou com Carlos Santana… E foi a Martha quem me ofereceu isso. Apesar de conhecê-la há muitos anos, nunca imaginei que ela me chamaria para fazer algo juntas. Nunca, nunca… Ela interpreta Prokofiev e nunca se apresentou com um cantor popular. Tenho toda a coleção de Chopin da Martha, comprada na França. Agora vamos fazer juntas obras como ‘A canção da árvore do esquecimento’, de Alberto Ginastera. Isso é um sonho.”

Sonho é uma boa palavra, que também descreve a vontade minha, tiete apaixonado das duas, de virar um besouro para me embrenhar nas coxias do Colón naquela noite portenha de inverno. Para minha, e por certo também nossa alegria, se o único encontro entre La Diosa e La Negra nunca foi lançado em álbum, alguma boa alma fez-nos o favor de colocá-lo no YouTube.



MERCEDES SOSA Y MARTHA ARGERICH EN VIVO EN EL TEATRO COLÓN

1 – La tempranera (León Benarós) 00:00
2 – Como pájaros en el aire (Peteco Carabajal) 05:12
3 – El alazán (Atahualpa Yupanqui – Pablo del Cerro) 08:32
4 – Doña Ubensa (Chacho Echeñique) 13:15
5 – Allá lejos y hace tiempo (A. Tejada Gómez – Ariel Ramírez)
16:33
6 – Canción del árbol del olvido (F. Silva Valdés – A. Ginastera) 21:27
7 – Las cartas de Guadalupe (Félix.Luna – Ariel Ramirez) 23:44
8 – El alazán (Atahualpa Yupanqui – Pablo del Cerro)
27:05
9 – Alfonsina y el mar (Félix Luna – Ariel Ramirez) 31:47

Gravado ao vivo no Teatro Colón em Buenos Aires, Argentina, em 8 de setembro de 2003


Um expediente recorrente de Martha no novo milênio passou a ser o de fazer participações especiais em álbuns de jovens colegas, seus protegidos. É o caso deste, da pianista petersburguense Polina Leschenko, com quem Martha divide a saborosa transcrição da por si só deliciosa “Sinfonia Clássica” de seu xodó Prokofiev. Leschenko prossegue com boas companhias, entre as quais o legendário violinista romani Roby Lakatos, que a despeito do shape de cantor de churrascaria e de flertar com ambiências semelhantes às de André Rieu, é um instrumentista e improvisador monstruoso, dos maiores que estão presentemente a respirar nesta mesma atmosfera. Prova disso é a “Dança do Sabre” de Khachaturian que surge como surpresa após o “Vocalise” de Rachmaninov extinguir-se: pura doideira!

Sergey PROKOFIEV

Sinfonia no. 1 em Ré maior, Op. 25, “Clássica”
Transcrição para dois pianos de Rikuya Terashima
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Gavotta: Non troppo allegro
4 – Finale: Molto vivace

Polina Leschenko, piano II

Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
5 – Allegro inquieto
6 – Andante caloroso
7 – Precipitato

Polina Leschenko, piano

Sonata em Dó maior para violoncelo e piano, Op. 119
8 – Andante grave
9 – Moderato
10 – Allegro ma non troppo

Christian Poltéra, violoncelo
Polina Leschenko, piano

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
De Souvenir d’un lieu cher, para violino e piano, Op. 42:
11 – No. 3: Mélodie

Sergey PROKOFIEV
De Lyubov k Tryom Apelsinam (“Amor das Três Laranjas”), Op. 33:
Arranjo para violino e piano de Jascha Heifetz (1901-1987)
12 – Marcha

Roby Lakatos, violino
Polina Leschenko, piano

Sergey Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Dos Quatorze Romances, Op. 34:
13 – No. 14: Vocalise (arranjo para piano, violino e violoncelo)

Polina Leschenko, piano
Roby Lakatos, violino
Christian Poltéra, violoncelo

BÔNUS – faixa oculta (após o Vocalise):

Aram KHACHATURIAN (1903-1978)
Arranjo para violino e piano de Roby Lakatos (1965)
Dança do Sabre, do balé Gayane

Roby Lakatos, violino
Polina Leschenko, piano

Gravado em Bruxelas, Bélgica, março a abril de 2005

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Da mesma maneira que colabora com jovens talentos, Martha empresta seu prestígio para impulsionar carreiras de contemporâneas sem muita projeção discográfica. Nascida no Uzbequistão soviético e educada no Conservatório de Moscou, Dora Schwarzberg imigrou para Israel para depois radicar-se em Nova York. Importante pedagoga, cuja aluna mais ilustre é a enfant terrible Patricia Kopatchinskaja, Dora começou a construir sua discografia depois que Martha colou nela e não mais a largou. Aqui, na estreia do duo em álbum próprio – pois já tinham gravado Schumann naquele pacotão que lhes alcancei na postagem passada – elas atravessam um repertório familiar a Martha, especialmente pela sonata de Franck, em que ela já acompanhou inúmeros pianistas, de Accardo a Perlman, passando por Gitlis e Kremer.

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Sol menor para violino e piano
5 – Allegro vivo
6 – Intermède. Fantasque et léger
7 – Finale. Très animé

Robert SCHUMANN
Fantasiestücke para violino e piano, Op. 73
8 – Zart und mit Ausdruck
9 – Lebhaft, leicht
10 – Rasch und mit Feuer

Dora Schwarzberg, violino

Gravado em Bruxelas, Bélgica, dezembro de 2005

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Martha dificilmente estará em território mais seguro que o de Schumann, seu grande amor de longuíssima data, e cujas composições seus dedos e temperamento tocam como ninguém. Poucas pessoas conseguem devorar o concerto de Robert como ela, que facilmente o toma como café da manhã, sem a menor taquicardia, nem derramar qualquer gotícula de suor. Martha, que o toca há setenta anos, nunca deixa de voltar a ele, como foi no caso da última vez que a ouvi ao vivo, ou como foi sob a batuta de outro grande schumanniano, Riccardo Chailly, na Gewandhaus da mesma Leipzig em que o compositor viveu tantos momentos fundamentais de sua breve existência. Esse registro é o meu preferido dela para essa obra, e recomendo fortemente aos que puderem assistir ao vídeo correspondente que observem o quão absoluto é o domínio de Martha sobre seu cavalo de batalha, e quão comovente é o contraste com o singelo bis (não incluso no CD) das Kinderszenen que ela toca no final.

Robert SCHUMANN

De Genoveva, ópera em quatro atos, Op. 81:
1 – Abertura

Concerto em Lá menor para piano e orquestra, Op. 54
2 – Allegro affettuoso
3 – Intermezzo: Andantino grazioso
4 – Allegro vivace

Sinfonia no. 4 em Ré menor, Op. 120
5 – Ziemlich langsam – Lebhaft
6 – Romanze: Ziemlich langsam
7 – Scherzo & Trio: Lebhaft
8 – Langsam – Lebhaft – Schneller – Presto

Gewandhausorchester
Riccardo Chailly, regência

Gravado ao vivo em Leipzig, Alemanha, junho de 2006

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Martha reencontra Rabinovitch, e ambos reencontram Varsóvia – e a Rainha presta uma homenagem a seu mestre, Friedrich Gulda, dividindo o palco com dois dos filhos dele no concerto para três pianos de Mozart. A noite seguiu com um ótimo No. 1 de Shostakovich, uma das peças favoritas de Martha (e o verdugo dos pobres trompetistas escalados para acompanhá-la), e concluiu com uma ótima leitura de Rabinovitch para a Nona de Dmitri. Por algum motivo, talvez contingências de espaço, o Mozart não coube no álbum oficial lançado pelo Instituto Nacional Chopin de Varsóvia, mas eu dei um jeito de consegui-lo e oferecê-lo em separado.

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto em Fá maior para três pianos e orquestra, K. 242, “Lodron”
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Rondo: Tempo di minuetto

Rico Gulda, piano II
Paul Gulda, piano III

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Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio
5 – Allegro con brio (bis)

Jakub Waszczeniuk, trompete

Sinfonia no. 9 em Mi bemol maior, Op. 70
6 – Allegro
7 – Moderato
8 – Presto
9 – Largo
10 – Allegretto — Allegro

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Sinfonia Varsovia
Alexandre Rabinovitch-Barakovsky, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, agosto de 2006


Nesta nova parceria com seu amigo letão menos hirsuto, gravada ao vivo na Grande Sala da Philharmonie de Berlim, Martha escolheu repertório familiar a ambos e, a partir dele, teceu um programa engenhoso. O álbum abre com a mais impetuosa das sonatas de Schumann, da qual o duo já nos legou uma das melhores gravações disponíveis, e prossegue com dois números solo. Com a cabeluda sonata para violino solo de Bartók, Kremer passa consideravelmente mais trabalho que Martha, que toca as Kinderszenen que já têm impregnadas no tálamo, e que são sua primeiríssima opção sempre que tem que – como sabemos, a contragosto – voltar sozinha ao palco. A dupla volta a reunir seus esforços para uma elétrica sonata no. 1 de Bartók, uma das especialidades de Gidon, após a qual surpreendentemente restam forças para oferecer os dois singelos bombons de Kreisler.

Robert SCHUMANN
Sonata para violino e piano no. 2 em Ré menor, Op. 121
1 – Ziemlich langsam – Lebhaft
2 – Sehr lebhaft
3 – Leise, einfach
4 – Bewegt

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para violino solo, Sz. 117, BB 124 (1943-44)
5 – Tempo di ciaccona
6 – Fuga. Risoluto, non troppo vivo
7 – Melodia. Adagio
8 – Presto

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Robert SCHUMANN
Kinderszenen
, para piano, Op. 15
1 – Von fremden Ländern und Menschen
2 – Kuriose Geschichte
3 – Hasche-Mann
4 – Bittendes Kind
5 – Glückes genug
6 – Wichtige Begebenheit
7 – Träumerei
8 – Am Kamin
9 – Ritter vom Steckenpferd
10 – Fast zu ernst
11 – Fürchtenmachen
12 – Kind im Einschlummern
13 – Der Dichter spricht

Béla BARTÓK
Sonata para violino e piano no. 1, Sz. 75
14 – Allegro appassionato
15 – Adagio
16 – Allegro

Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
17 – Liebesleid
18 – Schön Rosmarin

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Gidon Kremer, violino

Gravado ao vivo em Berlim, Alemanha, dezembro de 2006


O protagonista desde álbum, obviamente, é Vadim Repin e seu belo, nobre timbre que fazem do concerto de Beethoven uma delícia ainda maior de se ouvir, quanto mais sob a batuta de Riccardo Muti. Martha participa com uma de suas especialidades: ser a endiabrada pianista da “Kreutzer”, em contraste vivo com o som mais polido de Repin. O resultado – dir-se-ia um violino apolíneo e um teclado dionisíaco – é excelente e remete a gravações de outras duplas com o mesmo temperamento, como Oistrakh e Richter.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto em Ré maior para violino e orquestra, Op. 61
1 – Allegro ma non troppo
2 – Larghetto
3 – Rondo: Allegro

Vadim Repin, violino
Wiener Philharmoniker
Riccardo Muti, regência

Sonata para violino e piano em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
4 – Adagio sostenuto – Presto
5 – Andante con variazioni
6 – Presto

Dmitri SHOSTAKOVICH
Arranjo para violino e piano de Dmitri Tziganov (1903-1992)
Dos Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 34
7 – No. 10 em Dó sustenido menor

Vadim Repin, violino

Gravado em Viena, Áustria, fevereiro de 2007 (concerto) e ao vivo em Lugano, Suíça, junho de 2007

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Eis que Marthinha faz uma nova participação especial para dar novamente uma força (uma tremenda força) a um muito jovem colega. Pelo obscuro selo Dynamic, ela e o estiloso garoto Gabriele Baldocci – então com tenros dezoito anos – gravaram um recital de muito sumo e com repertório de vasto escopo, de Mozart a Shostakovich. Na Brazileira de Scaramouche, Milhaud cita (sem creditar) temas de Ernesto Nazareth, da mesma forma que fez, décadas antes, em Le Boeuf sur le Toit – também, avacalhadamente, sem crédito algum ao nosso gênio do Morro do Pinto.

Wolfgang Amadeus MOZART
Sonata para dois pianos em Ré maior, K.448 (375a)
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Allegro molto

Dmitri SHOSTAKOVICH
Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94

4 – Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto

Sergei RACHMANINOFF
Suíte para dois pianos no. 1 em Sol menor, “Fantaisie-Tableaux”, Op. 5
6 – Barcarolle
7 – La Nuit….L’Amour
8 – Les Larmes
9 – Pâques

Darius MILHAUD (1892-1974)
Scaramouche, suíte para dois pianos, Op. 165b
10 – Vif
11 – Modéré
12 – Brazileira

Maurice RAVEL
13 – La Valse, poema coreográfico

Gabriele Baldocci, piano II

Gravado ao vivo em Livorno, Itália, fevereiro de 2008

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O encerramento discográfico da década de Martha deu-se, como ocorrera na anterior, com Chopin. Num de seus muitos retornos a Varsóvia, ela apresentou a oferenda quase compulsória do concerto em Mi menor de Fryderyk, além de peças para violoncelo e piano na companhia de seu irmão quase siamês, Mischa Maisky. As gravações ao vivo resultantes foram realizadas no contexto do Festival “Chopin e sua Europa”, promovido pelo Instituto Nacional Fryderyk Chopin da capital polonesa, para o qual Marthinha e seus amiguinhos costumam ser arroz de festa.

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
1 – Allegro maestoso
2 – Romance. Larghetto
3 – Rondo. Vivace

Sinfonia Varsovia
Jacek Kaspszyk, regência

Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 65
4 – Allegro moderato
5 – Scherzo
6 – Largo in B-flat major
7 – Finale. Allegro

Introdução e Polonaise Brilhante em Dó maior, para violoncelo e piano, Op. 3
8 – Introduction: Lento – Alla polacca: Allegro con spirito

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado em Varsóvia, Polônia, agosto de 2010

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Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam no blog as seguintes gravações:

Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival

2002/2004


Stravinsky (1882-1971): Suite italienne / Prokofiev (1891-1953): Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119, Valsa do balé “Stone Flower” / Shostakovich (1906-1975) Sonata para Violoncelo e Piano, Op.40

2003


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival 2003

2003


Martha Argerich & Friends – Live in Lugano 2005 #BTHVN250

2005

Martha Argerich & Friends – Live in Lugano 2006

2006


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival – 2007 #BTHVN250

2007


¡Larga vida a la Reina! – Carte Blanche [Martha Argerich, 81 anos]

2007


Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival – 2008

2008


Brahms, Rachmaninov, Schubert, Ravel: Martha Argerich & Nelson Freire — Salzburg

2009


Vassily

Aram Katchaturian (1903-1978) – Cello Concerto in E Minor, Krzysztof Penderecki (1933) – Cello Concerto nº 2 – Astrig Siranossian, Sinfonia Varsovia, Adam Klocek

Apresentado pela primeira vez em 30 de outubro de 1946, no Grande Salão do Conservatório de Moscou, no meio da turbulência soviética, o Concerto para Violoncelo foi o último de uma série de três concertos, como violino ou piano, a serem apresentados a Sviatoslav Knouchevitski (dedicado) no violoncelo e na direção de Aleksandr Gauk. Embora tenha sido apresentado pela primeira vez em 1946, foi escrito muitos anos antes, enquanto o compositor estudava violoncelo no Instituto Gnessin. O “Prêmio Stalin” (1941) por seu Primeiro Concerto para Violino (que contribuiu para sua fama internacional), bem como sua Terceira Sinfonia, realizada pela primeira vez em 1947 pelo trigésimo aniversário da Revolução de Outubro, não o impediu, após o Zhdanov de 1948 Decreto, de ser acusado – como Prokofiev e Shostakovich – de escrever música hermética formalista com dissonâncias incompreendidas. Ser barrado da União de Compositores Soviéticos deixou uma forte marca nos três amigos.

O Concerto para Violoncelo em Mi menor é um reflexo do amor precoce de Khachaturian pela ópera. Frequentemente descrito como “Symphonie Concertante”, apresenta os aspectos rítmicos, melódicos, virtuosos e populares da música da época. A longa cadência do primeiro movimento precede a “Sonata-Fantasia” para violoncelo de Khachaturian, publicada em 1974 e inclui vários temas caucasianos que estão intimamente relacionados à história de sua família.

Em 1962, ele escreveu, em colaboração com Mstislav Rostropovich, uma Rapsódia de Concerto em uma linguagem menos lírica, abrindo caminho para um estilo de escrita mais avant-garde para o violoncelo, que é inegavelmente encontrado no Segundo Concerto de Penderecki.

Apresentado pela primeira vez em 1982 por Mstislav Rostropovich, o Segundo Concerto para Violoncelo e Orquestra de Penderecki é composto em um único movimento: sua visão arquitetônica – em estilo de arco, incluindo várias cadências para o instrumento solo – mantém uma atmosfera dramática durante todo o trabalho. O compositor, tendo sido um precursor no uso de instrumentos clássicos como percussão na escrita em série nos anos 60, voltou, no entanto, a uma linguagem pós-romântica nos anos 80. Como em várias dessas peças de violoncelo, Penderecki baseia-se na herança do uso percussivo deste instrumento (seu Primeiro Concerto para Violoncelo criado em 1972 é um exemplo perfeito disso) e anuncia um novo período inspirado em seu gosto pela música sacra.

Muito parecido com o khachaturiano, mas em uma linguagem mais avant-garde, a idéia de dramatização está muito presente neste segundo concerto para violoncelo. O uso de aglomerados, glissandi, descansos, massas de som e imersão de passagens extremamente tonais criam um cenário para este trabalho. De fato, não é de admirar que a música de Penderecki tenha sido usada em muitos filmes como “O Exorcista”, de William Peter Blatty em 1973, “The Shining”, de Stanley Kubrick, em 1980, ou “Shutter Island”, de Martin Scorsese, em 2010. Com esses dois trabalhos, Khachaturian e Penderecki oferecem uma visão mais completa do uso do violoncelo como instrumento solo, apoiado por uma orquestração muito densa.

01. Cello Concerto in E minor- I. Allegro moderato
02. Cello Concerto in E minor – II. Andante sostenuto – Attacca
03. Cello Concerto in E minor – III. Allegro (a battuta)
04. Cello Concerto No. 2- Andante con moto
05. Cello Concerto No. 2- Poco meno mosso
06. Cello Concerto No. 2- Allegretto
07. Cello Concerto No. 2- Lento
08. Cello Concerto No. 2- Allegretto 2
09. Cello Concerto No. 2- Finale

Astrig Siranossian – Cello
Sinfonia Varsovia
Adam Klocek

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Aram Katchaturian (1903-1978): Cello Concerto, Violin Concerto – Arabella Steinbacher, Daniel Müller-Schott, CBSO, Oramo

Ando prestando atenção na obra de Katchaturian, e venho me surpreendendo cada vez mais. As duas obras presentes neste CD são dois monumentos do século XX, e nas mãos desta nova geração ansiosa para mostrar ao que veio, elas se tornam ainda mais especiais. Tanto Arabella Steinbacher, quanto Daniel Müller-Schott são músicos de altíssimo nível, apesar da precoce idade em que encararam estes petardos. Arabella esteve por aqui dia destes, tocando Shostakovich, e este CD foi muito elogiado. Müller-Schott também já apareceu por aqui algumas vezes.

Antes de ouvir esta gravação do Concerto para Violoncelo, estive ouvindo a versão original, gravada lá em 1946 por Sviatoslav Knushevitsky, a quem o próprio Kachaturiam dedicou a obra. Este excepcional músico foi parceiro de longa data de David Oistrakh, com quem, junto de Lev Oberin formaram um famoso trio lá entre os anos 50 e 60. Optei em trazer esta gravação mais recente, de 2003, por diversas razões, mas a principal delas é própria qualidade da gravação.

O Concerto para Violino foi dedicado a David Oistrakh, que também o estreou lá no final dos anos 40. Também tenho essa gravação, quem tiver interesse, basta pedir. Mas vamos dar voz a nova geração, que está muito bem preparada para estes desafios.

Mas vamos ao que viemos.

Aram Katchaturian (1903-1978): Cello Concerto, Violin Concerto – Arabella Steinbacher, Daniel Müller-Schott, CBSO, Oramo

01. Khachaturian – Cello Concerto – I. Allegro moderato
02. Khachaturian – Cello Concerto – II. Andante sostenuto
03. Khachaturian – Cello Concerto – III. Allegro a battuta

Daniel Müller-Schott – Cello
City of Birmingham Symphony Orchestra
Sakari Oramo – Conductor

04. Khachaturian – Violin Concerto – I. Allegro con fermezza
05. Khachaturian – Violin Concerto – II. Andante sostenuto
06. Khachaturian – Violin Concerto – III. Allegro vivace

Arabella Steinbacher – Violin
City of Birmingham Symphony Orchestra
Sakari Oramo – Conductor

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FDP

Aram Khachaturian (1903-1978) – Concerto for Flute and Orchestra (Sikorski) , Einojuhani Rautavaara (1928-2016) – Flute Concerto, Op.69, ‘Dances with the Winds’ – Sharon Bezaly, SPSO, Enrique Diemecke, Lahti Simphony Orchestra, Dima Slobodeniouk

Hoje trago mais um CD desta incrível flautista israelense, Sharon Bezaly. E hoje o negócio é peso pesado, pois ela encara dois petardos, o Concerto para Flauta de Khachaturian, originalmente composto para violino, e transcrito para flauta por Jean Pierre Rampal, que também contribuiu com a cadenza que Bezaly toca aqui,  um Concerto para Flauta do compositor finlandês Ratavaara. Diga-se de passagem que o Concerto original para violino foi dedicado e estreado por David Oistrakh, ou seja, o cara só frequentava altos círculos.
Esse concerto de Khachaturian é de um grau de dificuldade insano. Sharon Bezaly fez sua estréia nos palcos foi aos 13 anos de idade com a regência de Zubin Mehta. Diversos compositores já lhe dedicaram obras, como Kalevi Aho e Sofia Gubaldulina.
A outra curiosidade nesta gravação do selo BIS é ela ser acompanhada pela nossa Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, dirigida pelo maestro mexicano Enrique Diemecke.

A segunda obra deste CD é de autoria do compositor finlandês Einojuhani Rautavaara, que assim se descreve, em entrevista concedida em 1999:

‘I was born in 1928 – fortunately in Finland. Fortunately, because this is a country with dramatic destinies, situated between east and west, between Tundra and Europe, between the Lutheran and Orthodox faiths. It is full of symbols, of ancient metaphors, revered archetypes.’

Neste incrível Concerto o solista precisa se revezar entre quatro tipos de flauta. Maiores detalhes vocês podem encontrar no booklet se segue em anexo ao arquivo compactado.
Espero que apreciem. Já conhecia o Concerto de Khachaturian, tanto a versão para Violino quanto para Flauta, e a obra de Rautavaara é uma agradável surpresa, que permite que Sharon Bezaly demonstre todo o seu talento.

KHACHATURIAN, Aram (1903–78)
Concerto for Flute and Orchestra (Sikorski) (transcribed and provided with a cadenza by Jean-Pierre Rampal)
I. Allegro con fermezza
II. Andante sostenuto
III. Allegro vivace

RAUTAVAARA, Einojuhani (b.1928)
Flute Concerto, Op.69, ‘Dances with the Winds’ (Original version for four flutes)
I. Andantino
II. Vivace
III. Andante moderato
IV. Allegro

Revised version for three flutes
I. Andantino
II. Vivace
III. Andante moderato
IV. Allegro TT:

Sharon Bezaly flute
[1–3] São Paulo Symphony Orchestra (OSESP)
Enrique Diemecke conductor
[4–11] Lahti Symphony Orchestra (Sinfonia Lahti)
Dima Slobodeniouk conductor

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Aram Khachaturian (1903-1978) / Dmitri Kabalevsky (1904-1987): Masquerade Suite / The Comedians

Aram Khachaturian (1903-1978) / Dmitri Kabalevsky (1904-1987): Masquerade Suite / The Comedians

R-5567213-1465547563-4680.jpegUm disco curtinho de música ligeira de boa qualidade. O estranho é que a versão que encontrei destas obras não incluem as peças de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov anunciadas na capa do CD ao lado. Paciência. Mas a coisa toda é de alto nível. A regência fica a cargo do grande Kiril Kondrashin (1914-1981), um cara de extrema coragem e talento. Afinal, ele foi o maestro que assumiu a regência da estreia da Sinfonia Nº 13 de Shostakovich depois que Mravinski foi pressionado e desistiu. Era um período perigoso e poucos fariam o que ele fez, ainda mais com aquele brilhantismo que hoje podemos ouvir no registro daquela noite. Aqui, ele se diverte com músicas para balé cheias de verve rítmica. E vamos para o baile.

Aram Khachaturian (1903-1978) / Dmitri Kabalevsky (1904-1987): Masquerade Suite / The Comedians

Masquerade Suite — Composed by Aram Khachaturian
1 Waltz 4:28
2 Nocturne 3:49
3 Mazurka 2:40
4 Romance 3:45
5 Galop 3:04

The Comedians, Op.26 — Composed by Dmitri Kabalevsky
6 Prologue 1:06
7 Comedians’ Galop 1:33
8 March 1:16
9 Waltz 1:21
10 Pantomime 1:52
11 Intermezzo 0:52
12 Little Lyrical Scene 1:09
13 Gavotte 1:44
14 Scherzo 1:47
15 Epilogue 2:17

RCA Victor Symphony Orchestra
Kiril Kondrashin

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Kondrashin: grande e importante figura da música soviética
Kondrashin: grande e importante figura da música soviética

PQP

Sibelius & Khachaturian: Concertos para Violino

Sibelius & Khachaturian: Concertos para Violino

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um excelente CD com o espetacular violinista armênio Sergey Khachatryan e a Sinfonia Varsóvia. É claro que, quando se emociona, Khachatryan torna seu Sibelius como se fosse música folclórica armênia, mas isso é um pequeno detalhe dentro de uma montanha de acertos. Grande musicalidade, linda sonoridade e incrível facilidade técnica, algo que não se ouve todo o dia. Vi um concerto seu ao vivo e o homem simplesmente não erra. E é entusiasmado, cheio de alegria e tesão. Depois, tocando seu conterrâneo e quase homônimo Khachaturian, está tudo em casa e Khachatryan dá um banho. Para ouvir e fazer a festa.

Sibelius & Khachaturian: Concertos para Violino

Jean Sibelius Violin Concerto In D Minor Opus 47
1 – Allegro Moderato 16:27
2 – Adagio Di Molto 8:12
3 – Finale (Allegro Ma Non Tanto) 7:48

Aram Khachaturian* Violin Concerto In D Minor 1940
4 – Allegro Moderato 15:05
5 – Andante Sostenuto 12:33
6 – Allegro A Battuta 9:47

Violin – Sergey Khachatryan
Orchestra – Sinfonia Varsovia
Conductor – Emmanuel Krivine

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Khachatryan: fenômeno
Khachatryan: fenômeno

PQP

Aram Khachaturian (1903-1978): Sinfonia Nº 2 / 4 Danças de Gayaneh

Aram Khachaturian (1903-1978): Sinfonia Nº 2 / 4 Danças de Gayaneh

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aram Khachaturian não era dono de uma arte discreta. Sua música é esparramada e barulhenta, mas não pensem que não possa ser boa e sutil. Contemporâneo de Shostakovich e Prokofiev, ele, porém, é muito mais “étnico” do que os outros dois. Sua música nunca deixou a região onde nasceu. Os compositores têm uma capacidade única de refletir a história, as tradições, as dores e os momentos alegres de seus povos em sua música. No entanto, apenas alguns deles ganham reconhecimento mundial. Khachaturian foi um destes. A Sinfonia Nº 2 talvez seja a menos luminosa — tanto em humor como em colorido orquestral — de suas sinfonias. Não é para menos: ela foi escrita em 1943, no meio da Segunda Guerra Mundial. É música para ser ouvida com o som bem alto. Neeme Järvi é um mestre neste tipo de repertório. E dá um show na agitação das quatro peças do balé Gayaneh. É para tirar o fôlego. O Ministério da Saúde adverte: se você inventar de dançar Gayaneh em casa, antes afaste tudo de seu caminho. Senão, pode acabar em despesa.

Aram Khachaturian (1903-1978): Sinfonia Nº 2 / Gayaneh

1. Symphony No. 2 (Original Version): I Andante Maestoso
2. Symphony No. 2 (Original Version): II Allegro Risoluto
3. Symphony No. 2 (Original Version): III Andante Sostenuto
4. Symphony No. 2 (Original Version): IV Andante mosso – Allegro Sostenuto

5. Gayaneh: Four Movements From Ballet Suite No. 1: 1 Sabre Dance
6. Gayaneh: Four Movements From Ballet Suite No. 1: 3 Dance Of The Rose Maidens
7. Gayaneh: Four Movements From Ballet Suite No. 1: 5 Lullaby
8. Gayaneh: Four Movements From Ballet Suite No. 1: 8 Lezghinka

Royal Scottish National Orchestra
Neeme Järvi

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Khachaturian: o campeão da Armênia é o Nº 3 da URSS
Khachaturian vendo o Jornal Nacional sem entender nada

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Glinka, Borodin, Rimsky-Korsakov, Khachaturian e Mussorgsky: Russian Orchestral Works

Glinka, Borodin, Rimsky-Korsakov, Khachaturian e Mussorgsky: Russian Orchestral Works

51KAxiC2p-L._SL500_Geralmente posto aquilo que ouço. E desde que este CD me chegou às mãos eu não cesso de ouvi-lo. São obras bastantes conhecidas. Mas identifiquei nele três questões: (1) ele é “todo russo” – orquestra e regente; obras e compositores, (2) ele possui peças que ao meu modo de ver são sublimes como, por exemplo, Nas Estepes da Ásia Central de Borodin, O Capricho Espanhol de Korsakov e a Abertura da ópera Kovantchina de Mussorgsky e (3) todos são compositores russos a que muito admiro. Em suma: o conjunto é maravilhoso e deve ser essa unidade que me cativou. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Overture Ruslan and Ludmilla
01. Overture Ruslan and Ludmilla

Aleksandr Porfirevich Borodin (1833-1887) – Danças Polovtsianas da ópera Príncipe Igor – Ato 2
02. Danças Polovtsianas da ópera Príncipe Igor – Ato 2

Nas Estepes da Ásia Central
03. Nas Estepes da Ásia Central

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Capricho Espanhol, Op. 34
04. Alborada
05. Variazioni
06. Alborada
07. Scena e canto gitano
08. Fandango asturiano

Aram Khachaturian (1903-1978) Dança do Sabre
09. Dança do Sabre

Modest Mussorgsky (1839-1881) – Abertura da Ópera Kovantchina
10. Abertura da Ópera Kovantchina

Uma noite no Monte Calvo
11. Uma noite no Monte Calvo

State Symphony Orchestra of Russian Federation
Evgeny Svetlanov, regente

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19th century landscape paintings | Gradovsky (Russian, 19th Century) - A Winter Landscape
19th century landscape paintings | Gradovsky (Russian, 19th Century) – A Winter Landscape

Carlinus

Aram Khachaturian (1903-1978): Piano & Violin Concerto

Aram Khachaturian (1903-1978): Piano & Violin Concerto


Khachaturian era georgiano como Stálin, mas é considerado um compositor armênio, pois seus pais eram 100% originários do país vizinho. Ele protagonizou um dos mais patéticos episódios da história da música ao ser obrigado por Stálin a escrever o hino da União Soviética a quatro mãos com Shostakovich. Diz a história que Shosta fez nhé e passou à tarefa ao georgiano — algo do tipo tô fora meu, vocês que são georgianos que se entendam… O hino saiu uma verdadeira bosta, tal a boa vontade de Khat, que escolheu suas piores melodias. Se algum de nossos leitores tiver acesso a este hino, eu até gostaria de ouvi-lo quando da próxima partida do Palmeiras. Bosta por bosta… Mas neste CD não há nada disso. Khat era excelente compositor e o demonstra com sobras aqui. Nada de Dança de Sabres e que tais, é música mesmo. Apenas lamento o fato do engenheiro de som ter gravado o som daquele fantasmal apito — que instrumento é aquele? — do segundo movimento do Concerto para Piano mais ou menos como Wagner Love bate seus pênaltis. Tsc, tsc, tsc… Vai chutar mal assim lá na Ossétia do Sul, meu.

Excelente CD!

Piano Concerto
1. Allegro Maestoso (Piano Concerto)
2. Andante Con Anima (Piano Concerto)
3. Allegro Brillante (Piano Concerto)

Annette Servadei, piano
USSR Symphony Orchestra
Constantin Ivanov

Violin Concerto
4. Allegro Con Fermezza (Violin Concerto)
5. Andante Sostenuto (Violin Concerto)
6. Allegro Vivace (Violin Concerto)

Boris Gutnikov, violino
London Philharmonic Orchestra
Joseph Giunta

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Khachaturian pontificando em casa
Khachaturian pontificando em casa

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Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Nada posso fazer, este é mais um CD imperdível. Trata-se do próprio Khachaturian regendo a Filarmônica de Viena em duas de suas obras mais importantes, os balés SpartacusGayaneh. Não é uma música tímida, muito pelo contrário, a coisa é boa e barulhenta pacas. Este armênio é pouco divulgado, mas gosto muito do que conheço dele. A música vai do sereno ao agitado, da tradição ocidental ao exótico e é tão extraordinária que me dá uma estranha vontade de ver balé. Vejam só.

O único problema deste disco é suportar o Glazunov. Que bosta.

Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

1 Khachaturian: Spartacus – Adagio Of Spartacus And Phrygia 9:10
2 Khachaturian: Spartacus – Variation Of Aegina & Bacchanalia 3:19
3 Khachaturian: Spartacus – Scene & Dance With Crotalums 3:39
4 Khachaturian: Spartacus – Scene Of The Gaditanae Maidens & Victory Of Spartacus 6:55

5 Khachaturian: Gayaneh – Sabre Dance 2:32
6 Khachaturian: Gayaneh – Ayesha’s Dance 5:11
7 Khachaturian: Gayaneh – Lezghinka 2:43
8 Khachaturian: Gayaneh – Gayaneh’s Adagio 4:17
9 Khachaturian: Gayaneh – Gopak 2:57

10 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 1. Winter 9:53
11 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 2. Spring 5:28
12 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 3. Summer 11:12
13 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 4. Autumn 9:29

Faixas 1 a 9:
Wiener Philharmoniker
Aram Khachaturian

Faixas 10 a 13:
L’Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet

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Khachaturian ficando bonitinho para o concerto.
Khachaturian ficando bonitinho para o concerto.

PQP

Nielsen/Khachaturian: Flute Concertos – Rampal [link atualizado 2017]

khachaturian_Nielsen_fluteconcertosEste CD resume, de forma bastante contundente, a grandeza do talento de Jean-Pierre Rampal (1922-2000), um dos maiores mestres da milenar arte de tocar flauta.

As duas obras são raras de se ouvir, e de execução dificílima, mas o som de Rampal as faz parecer simples como atirei-o-pau-no-gato. O concerto de Nielsen tem uma conotação mais despojada e moderna. O dinamarquês, autor de 6 belíssimas sinfonias (que considero dentre as melhores escritas no século XX) tem algumas obras que definitivamente saem dos padrões convencionais. Este concerto é uma delas. Apenas 2 movimentos, mas muito densos, de clima frio e sóbrio. Um concerto quase experimental.

Mas em termos de virtuosismo, a vedete é o concerto de Khachaturian. Foi o próprio Rampal que sugeriu a Aram um concerto para flauta, mas ele, por algum motivo, fez uma contra-proposta: transcrever seu concerto para violino, dando autorização a Rampal para fazê-lo. O resultado é realmente impressionante. devo dizer que para quem não conhece o concerto para violino, esta transcrição para flauta cumpre todas as exigências.

A gravação da CBS é um pouco rara de se achar, e nem a amazon tinha uma imagem decente do CD. Por essas e outras é que é mais um item imperdível!

Nielsen / Khachaturian: Flute Concertos

Nielsen: Flute Concerto
I – Allegro Moderato
II – Allegretto
Jean Frandsen: Sjaellands Symphony Orchestra

Khachaturian: Flute Concerto
I – Allegro Con Fermezza
II – Andante Sostenuto
III – Allegro Vivace
Jean Martinon – Orchestre de O.R.T.F

Jean-Pierre Rampal, flute

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Chucruten
Repostado por Bisnaga

Aram Khachaturian (1903-1978) – Piano Concerto, Violin Concerto, Masquarade Suite, Symphony n°2 – Larrocha, Burgos, Ricci, et. all. “

img342Creio que esta seja a primeira vez que posto Khachaturian, um compositor que realmente não aparece muito aqui no PQPBach, o que convenhamos, é uma pena, pois ele tem obras belíssimas, como as presentes aqui neste cd da série Double Decca.
O primeiro CD traz com dois concertos belíssimos, o para Piano e o sensacional Concerto para Violino, ambos com dois gigantes em seus instrumentos, Alicia de Larrocha e Ruggiero Ricci. Khachaturian tinha uma característica bem particular em suas composições, que era misturar elementos da música folclórica de seu país natal, Armênia, e isso torna sua obra no mínimo, peculiar. O segundo cd traz outra obra que é mais conhecida e gravada do compositor, “Masquarade Suite”. E para concluir o próprio Kachaturian interpreta sua Segunda Sinfonia regendo a Filarmônica de Viena. Infelizmente neste cd não vamos ter o maravilhoso Adagio, do Ballet Spartacus, uma das mais belas obras compostas por Kachaturian. O trarei em outra ocasião.
Então, vamos ao que viemos. Espero que gostem.

CD 1
1 Piano Concerto I Allegro ma non troppo e maestoso
2 Piano Concerto -II- Andante con anima
3 Piano Concerto -III- Allegro brilliante

Alicia de Larrocha – Piano
London Philharmonic Orchestra
Rafael Frübeck de Burgos – Conductor

4 Violin Concerto -I- Allegro con fermezza
5 Violin Concerto -II- Andante sostenuto
6 Violin Concerto -III- Allegro vivace

Ruggiero Ricci – Violin
London Philharmonic Orchestra
Anatole Fistoulari – Conductor

CD 2

1 Masquerade suite_ Waltz
2 Masquerade suite_ Nocturne
3 Masquerade suite_ Mazurka
4 Masquerade suite_ Romance
5 Masquerade suite_ Galop

London Symphony Orchestra
Stanley Black – Conductor

6 Symphony No.2 -I- Andante maestoso
7 Symphony No.2 -II- Allegro risoluto
8 Symphony No.2 -III- Andante sostenuto
9 Symphony No.2 -IV- Andante mosso – Allegro sostenuto, maestoso

Wiener Philharmoniker
Aram Khachaturian – Conductor

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDPBach

khachaturian

Kabalevsky: Cello Concerto No. 2; Khachaturian: Cello Concerto; Rachmaninov: Vocalise

Infelizmente, Rostropovich não gravou este excelente concerto de Kabalevsky. Kaba prova que é um sub-Shostakovich de respeito. E o que faz este menino Lidström também é sensacional! E no Khachaturian então? O Concerto de Khacha não é tão bom quanto o de Kaba, mas faz-lhe belo par. Anotem este nome: Mats Lidström é um grande celista. Tanto que quase consegue salvar Rachmaninov!

Ah, deixa eu contar pra vocês. O CD que ora posto tem quase o mesmo repertório que este aqui. Devia tê-los postado juntos, mas esqueci completamente…

Kabalevsky: Cello Concerto No. 2; Khachaturian: Cello Concerto; Rachmaninov: Vocalise 

Cello Concerto No. 2 in C major, Op. 77 — Dmitry Kabalevsky
1. Molto sostenuto – Allegro molto e energico – Tempo 1 – attacca 10:08
2. Cadenza 1 (Tempo I Rubato – Allegro molto agitato) – attacca 1:44
3. Poco marcato – attacca 5:33
4. Cadenza 2 (L’istesso tempo – Molto sostenuto) – attacca 2:36
5. Andante con moto – Allegro agitato – Molto tranquillo 7:30

Cello Concerto in E minor — Aram Khachaturian
6. Allegro moderato 14:24
7. Andante sostenuto – attacca 7:52
8. Allegro 9:08

9. Vocalise, song for voice & piano, Op. 34/14 — Sergey Rachmaninov 6:30

Mats Lidstrom, cello
Gothenburg Symphony Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Mats Lidström: fodão, ao menos no violoncelo
Mats Lidström: fodão, ao menos no violoncelo

PQP

Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano

Este é um CD que vale pelos Contrastes de Bartók. A redução da História do Soldado é boa, mas a versão original goleia. Posso estar enganado, mas as outras peças não me falaram muito, não. Só que Contrastes — que é dedicada originalmente a Benny Goodman — é tão pouco tocada e Bartók é um compositor tão perfeito que a gente fica feliz de poder ouvir e reouvir a peça. Um prato servido à francesa com um belo filé ali no meio, olha bem.

Milhaud / Bartók / Stravinsky / Khachaturian: Trios para Clarinete, Violino e Piano

Darius Milhaud (1892-1974) – Suite
01. Ouverture – Vif et gai
02. Divertissement – Animé
03. Jeu – Vif
04. Introduction et Final

Béla Bartók (1881-1945) – Contrasts
05. Verbunkos
06. Piheno
07. Sebes

Igor Stravinsky (1882-1971) – L’Histoire du Soldat, Suite
08. Marche du Soldat
09. Le violon du Soldat
10. Petit concert
11. Tango – Valse – Rag
12. Danse du Diable

Aram Khachaturian (1903-1978) – Trio
13. Andante con dolore
14. Allegro
15. Moderato

Michaela Paetsch Neftel, violin
Ralph Manno, clarinet
Liese Klahn, piano
(Ensemble Incanto)

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Retrato de um Bartók quando jovem: sempre bom pra cacete

PQP

Mravinsky Edition – Glazunov, Korsakov, Glinka, Steinberg, Salmanov, Kachaturian, Liadov e Mussorgsky (CDs 3 e 4)

Vamos a mais dois CDs com esta série de 10 discos com Evgeny Mravinsky. Não sei se alguém lembra do último post que fiz com essa série. Todavia, vamos lá! Deixo transparecer todas as vezes que falo sobre Mravinsky, que ele foi o maior regente do século XX. Particularmente, a minha predileção pelo russo surge em decorrência de “um quê” de força e pujança que as peças regidas por ele possuem. É diferente ouvir Mravinsky. É sempre um evento grandioso, de elevação, robusteza e vigor. Nestes dois CDs ora postados, as peças são todas de compositores russos, o que constitui um evento particular. É imperativo ouvir. Boa apreciação!

DISCO 3

Alexander Glazunov (1865-1936) – Sinfonia No. 4 in E-Flat Major, Op. 48
01. Andante – Allegro moderato
02. Scherzo, Allegro vivace
03. Andante – Allegro

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Tale of the Invisible City of Kitezh
04. Prelude – Hymn to Nature
05. Bridal Procession
06. Tartar invasion and Battle of Kerzenets
07. Death of Frevronya and Apotheosis

Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Overture Ruslan and Ludmilla
08. Overture Ruslan and Ludmilla

Osseyevich Maximilian Steinberg (1883-1946) – Dance of the Buffoons
09. Dance of the Buffoons

Dance of Gillina
10. Dance of Gillina

DISCO 4

Vadim Nikolayevich Salmanov (1912-1978) – Sinfonia No. 2 em Sol Maior
01. The Song of the Forest
02. Call of Nature
03. At the Sunset
04. The Forest Is Singing

Aram Khachaturian (1903-1978) – Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)
05. Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)

Anatoly Konstantinovich Liadov (1855-1914) – Baba Yaga Op. 56
06. Baba Yaga Op. 56

Modest Mussorgsky (1839-1881) – Khovantchina – Dawn on Moskwa River
07. Khovantchina – Dawn on Moskwa River

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

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Carlinus

Compositores estadunidenses

Este é um daqueles CDs comerciais de coletâneas, no caso destinado ao mercado norte-americano, mas nele estão as melhores gravações que possuo do Adágio de Barber, da Abertura de Candide e das peças de Copland em questão.

A Primavera apalache está na versão original, para 13 instrumentos; o Hoe-down teve uma sessão intermediária inteira suprimida (não sei por quê); o pianista na Rapsódia in Blue é o próprio Gershwin, cuja orquestra gravou a posteriori sobre o rolo com o registro do compositor (não ficou legal); e a Dança do sabre consta só pra preencher o tempo do CD.

Ao passar por NY, visite o Café do Rato Preto no Madison Square Garden.

1. Fanfarra para o homem comum – Copland
2. Abertura de Candide – Bernstein
3. Primavera apalache – Copland
4. Hoe-down, de Rodeo – Copland
5. Rapsódia in blue – Gershwin
6. Adágio para cordas – Barber
7. Dança do Sabre, do balé Gayané – Khatchaturian

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CVL

Aram Kachaturian (1903-1978) – Concerto para Piano e Orquestra / Johannes Brahms (1833-1897) – Quinteto para Clarinete

Os CDs da gravadora brasileira Imagem eram espécimes muito curiosos. Qual é a relação entre o belo concerto para piano de Kachaturian – ou Khachaturian – e uma das maiores obras já compostas, o quinteto para clarinete de Brahms? (Vocês sabiam que a autobiografia de Erico Verissimo, Solo de Clarineta, tem este nome em homenagem ao quinteto de Brahms? Pois é, vivendo e aprendendo…)

A Imagem talvez comprasse tapes – bons tapes – de gravadoras americanas a fim de distribuí-los no Brasil, mas fazia junções totalmente inusitadas, incluindo em um mesmo CD obras inteiramente diversas com os executantes mais variados. Uma loucura absoluta, não fosse a excelente qualidade das músicas e das interpretações. Grandes interpretações sempre! Sem dúvida, havia alguém lá na Imagem que sabia das coisas.

O Concerto para Piano de Aram Kachaturian é maravilhoso e mereceria maior destaque dentro do enorme – e batido – repertório pianístico. Cercado por dois movimentos de grande brilhantismo, temos um melodioso e original Andante con Anima ao qual você deveria dar sua atenção à altura dos 2min30 até 4min15. Aqui temos uma invenção fantasmagórica que leva a Armênia para bem perto da Transilvânia de Drácula – não da de Bartók!

Não vou escrever sobre o Quinteto de Brahms. Há livros a respeito. É uma das poucas músicas das quais podemos dizer que não possui nenhum momento inferior. São 35 minutos no Olimpo, em dia ensolarado, agradável, sem ventos, céu de brigadeiro, com vitória do Internacional e derrota do Grêmio, com vitória do Boavista e derrota do Porto. Um mundo perfeito.

P.Q.P. Bach.
(Que aproveita para avisar que este blog não tolera insultos)

Concerto para Piano e Orquestra de Aram Kachaturian
1. Allegro Maestoso
2. Andante Con Anima
3. Allegro Brilhante

Peter Katin, Piano
The London Symphony Orchestra
Regência: Hugo Rignold

Quinteto em Si Menor, Op. 115, para Clarinete e Cordas de Johannes Brahms
4. Allegro
5. Adagio
6. Andantino
7. Con Moto

Reginald Kell, Clarinete
The Fine Arts Quartet

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