W. A. Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete K.622 / Adágio e Fuga K.546 / Quinteto para Clarinete K.581

W. A. Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete K.622 / Adágio e Fuga K.546 / Quinteto para Clarinete K.581

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IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande repertório e um grande CD! Os clarinetistas são pessoas de sorte. Mozart e Brahms começaram a compor obras para o instrumento quando estavam em seus auges como compositores. O Concerto e o Quinteto para Clarinete de Mozart merecem estar em quaquer panteão de grandes obras. Ambos são esplêndidos e nesta gravação a DG teve o bom gosto de separar os dois monstros com outra bela obra da maturidade de Mozart, o Adágio e Fuga, K. 546. É música para você ouvir quinhentas vezes até decorar cada notinha, tá? E esses italianos são muito bons. O que tá esperando para ouvir?

W. A. Mozart (1756-1791): Concerto para Clarinete K.622 / Adágio e Fuga K.546 / Quinteto para Clarinete K.581

Mozart: Clarinet Concerto In A, K.622
01. Allegro
02. Adagio
03. 3. Rondo (Allegro)
Fabrizio Meloni
Artkronos
Ezio Rojatti

Mozart: Adagio and Fugue in C Minor, K.546 – Orchestral version
04. Adagio
05. Fugue
Artkronos
Ezio Rojatti

Mozart: Clarinet Quintet in A, K.581
06. Allegro
07. Larghetto
08. Menuetto
09. Allegretto con variazioni
Danilo Rossi
Fabrizio Meloni
Giovanni Gnocchi
Laura Bortolotto
Marco Rizzi

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Bonito armário, Meloni!
Bonito armário, Meloni!

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J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola da Gamba e Cravo / Kim Kashkashian e Keith Jarrett

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola da Gamba e Cravo / Kim Kashkashian e Keith Jarrett

Aqui nós temos uma derrapada. A culpa não é de Jarrett, mas da viola de Kashkashian. Kim é impecável, coloca as notas todas em seus lugares, mas não faz mágica e aqui nós estamos em terreno de deuses; ou seja, é requerida a magia. Nós temos muitíssimas gravações melhores do que esta com na duplas de cravo e gamba ou piano e violoncelo. Acho que a escolha da viola foi fatal. Além da sonoridade alienígena, também há um sotaque moderno na viola de Kim que não combina com o cravo de Jarrett. Parece um registro… transdisciplinar (?). O cravo e a viola (por que tal escolha?) e, porra, Shosta, Bartók, Carter, Berio, Schnittke, Kodály, Hindemith… — estes parecem ser compositores bem mais Kashkashian-like, not Bach. A qualidade da música é extraordinária, por isso é que esperávamos um extraordinário CD.

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola Da Gamba e Cravo

1. Sonata in G BWV 1027 – Adagio
2. Allegro ma non tanto
3. Andante
4. Allegro moderator
5. Sonata in D BWV 1028 – Adagio
6. Allegro
7. Andante
8. Allegro
9. Sonata in G minor BWV 1029 – Vivace
10. Adagio
11. Allegro

Kim Kashkashian, viola
Keith Jarrett, cravo

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Kim Kaskashian: um pontinho a menos numa carreira espetacular.
Kim Kaskashian: um pontinho a menos numa carreira espetacular.

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.: interlúdio :. Paul Bley / Gary Peacock / Tony Oxley / John Surman: In The Evenings Out There

.: interlúdio :. Paul Bley / Gary Peacock / Tony Oxley / John Surman: In The Evenings Out There

Paul Bley estava em turnê pela escandinávia com seu velho companheiro Gary Peacock no baixo e dois brilhantes jazzistas ingleses, o baterista Tony Oxley e o sax barítono e o clarone de John Surman, quando Manfred Eicher interrompeu a excursão chamando-os para gravar em Oslo. Era o ano de 1991. O CD é muito bom, consistindo de sete solos de puro improviso, três duetos e duas faixas onde toca o quarteto completo. Os temas são lentos, quase solenes. Olha, só músicos excepcionais como estes podem manter um disco interessante com tão alto grau de improvisação. Nada parece ter sido programado e, no entanto, são mostradas profundidades vertiginosas.

Paul Bley / Gary Peacock / Tony Oxley / John Surman: In The Evenings Out There

Afterthoughts 4:04
Portrait Of A Silence 5:55
Soft Touch 3:38
Speak Easy 2:44
Interface 5:19
Alignment 3:47
Fair Share 6:01
Article Four 8:26
Married Alive 4:14
Spe-cu-lay-ting 1:24
Tomorrow Today 2:15
Note Police 7:54

Baritone Saxophone, Bass Clarinet – John Surman
Bass – Gary Peacock
Drums – Tony Oxley
Piano – Paul Bley

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Il capo Bley.
Il capo Bley.

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Georg Philipp Telemann (1681-1767): 12 Fantasias para Violino Solo

Georg Philipp Telemann (1681-1767): 12 Fantasias para Violino Solo

Telemann gostava deste formato. Suas 12 Fantasias para Violino Solo foram publicadas em Hamburgo, no anos de 1735. É apenas uma das coleções de Telemann de música para instrumentos não acompanhados, sendo os outros as doze fantasias para flauta solo e as trinta e seis para cravo solo que foram publicados em Hamburgo em 1732-33. Há também um conjunto de doze fantasias para solo de viola da gamba que foi publicado em 1735, mas que hoje está perdido.

Telemann era um violinista autodidata. Muita das fantasias revelam a influência de sonatas e concertos italianos, mas o estilo-base é a polifonia alemã, tanto que as fantasias 2, 3, 5, 6, 10 incluem fugas.

Apenas dois anos depois da obra-prima de Jonathan Swift ser publicada, As Viagens de Gulliver foram musicadas na Alemanha. A suíte, escrita para dois violinos , se tornou uma sensação instantânea nos lares alemães. Afinal, quem não gostaria de seguir Gulliver em sua viagem emocionante?

Telemann interessava-se pela dança. A sátira de Swift deu-lhe ideia para uma diminuta suíte de danças programática, com cada um dos dedicados a cenas e personagens de Swift. Mais ousada do que imponente, é uma peça deliciosa.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): 12 Fantasias para Violino Solo

01 Fantasia in B-flat major (Largo—Allegro—Grave—Si replica l’allegro)
02 Fantasia in G major (Largo—Allegro—Allegro)
03 Fantasia in F minor (Adagio—Presto—Grave—Vivace)
04 Fantasia in D major (Vivace—Grave—Allegro)
05 Fantasia in A major (Allegro—Presto—Allegro—Andante—Allegro)
06 Fantasia in E minor (Grave—Presto—Siciliana—Allegro)
07 Fantasia in E-flat major (Dolce—Allegro—Largo—Presto)
08 Fantasia in E major (Piacevolumente—Spirituoso—Allegro)
09 Fantasia in B minor (Siciliana—Vivace—Allegro)
10 Fantasia in D major (Presto—Largo—Allegro)
11 Fantasia in F major (Un poco vivace—Soave—Da capo un poco vivace—Allegro)
12 Fantasia in A minor (Moderato—Vivace—Presto)

13 – Gulliver Suite (para dois violinos): Intrada
14 – Chaconne of the Lilliputians
15 – Gigue of the Brobdingngians
16 – Daydreams of the Laputians and their attendant flappers
17 – Loure of the well-mannered Houyhnhnms & Wilddance of the untamed Yahoos

Andrew Manze, violino
Caroline Balding, violino

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Vida complicada
Gulliver: Vida complicada entre os liliputianos para depois privar da educação e inteligência dos Houyhnhnms

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Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Hindemith compôs mais de 30 sonatas para os mais diversos instrumentos e, vejam bem, ele podia tocar todas elas!!! Esta fascinante seleção de obras escritas entre 1935 (quando se tornou persona non grata na Alemanha nazista) e 1948 (a brilhante sonata de violoncelo para Piatigorsky) é interpretada por alguns dos melhores solistas de hoje, com o grande Alexander Melnikov ao piano. Quantas vezes alguém ouve uma Sonata para Althorn (uma trompa diferente, variando em forma, algo não muito agudo, mas não tão grave quanto um cello ou fagote), publicada junto com um poema escrito pelo compositor? Aqui temos também as notáveis Sonatas para Violino e para trompete. Felicidade completa.

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Paul Hindemith (1895–1963): Sonatas for… (Várias Sonatas para alguma coisa e piano)

Sonata for Althorn and Piano
01. I. Ruhig bewegt (02:05)
02. II. Lebhaft (03:30)
03. III. Sehr langsam (02:04)
04. IV. Das Posthorn (04:00)

Sonata for Violoncello and Piano
05. I. Pastorale (06:34)
06. II. Moderately fast – Slow – Tempo I (06:16)
07. III. Passacaglia (08:42)

Sonata for Trombone and Piano
08. I. Allegro moderato maestoso (02:54)
09. II. Allegretto grazioso (03:11)
10. III. Lied des Raufbolds (02:10)
11. IV. Allegro moderato maestoso (02:52)

Sonata for Violin and Piano
12. I. Ruhig bewegt (03:57)
13. II. Langsam – Sehr lebhaft – Langsam – Wieder lebhaft (06:34)

Sonata for Trumpet and Piano
14. I. Mit Kraft (05:22)
15. II. Mässig bewegt – Lebhaft – Wie zuerst (02:19)
16. III. Trauermusik (08:31)

Alexander Melnikov, piano
Teunis van der Zwart, althorn (1-4)
Alexander Rudin, violoncello (5-7)
Gérard Costes, trombone (8-11)
Isabelle Faust, violin (12-13)
Jeroen Berwaerts, trumpet (14-16)

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Hindemith não era nazista, mas apreciava torturar pianistas.
Hindemith não era nazista, mas apreciava torturar pianistas.

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.: interlúdio :. Vienna Art Orchestra: All that Strauss

.: interlúdio :. Vienna Art Orchestra: All that Strauss

Um CD bem humorado de improvisações e brincadeiras sobre a música do ultra vienense Strauss. Pegue uma valsa de Strauss, adicione algumas expressões jazzísticas, técnica, improvisação, e você saberá o que é este All that Strauss. Claro que a projeto representava um desafio. Neste caso, o tratamento dado pelos arranjos foi muito bem concebido a fim de ficar bem longe dos conceitos sinfônicos. A coesão da Vienna Art Orchestra é notável. Acho que Strauss ficaria feliz de ouvir a loucura que esses vienenses fizeram com ele. Se o compositor tivesse vivido mais 25 anos, ouviria o jazz.

A Vienna Art Orchestra
A Vienna Art Orchestra

Vienna Art Orchestra: All that Strauss

01. Wein, Weib und Gesang (09:12)
02. Process-Plolka (02:04)
03. Ein Morgen, ein Mittag, ein Abend in Wien (07:58)
04. Mit Extrapost (03:29)
05. Albion-Polka (03:52)
06. Gruss an Prag (03:16)
07. Lagunen-Walzer (09:00)
08. Persischer Marsch (03:20)
09. Hellenen Polka (04:40)
10. Marienklange walzer (07:09)
11. Eljen a Magyar (04:10)
12. Czardas (04:51)
13. Donauwalzer (10:51)

Vienna Art Orchestra

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Vienna Art Orchestra all that Strauss

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Giacomo Facco (1676–1753): Pensieri Adriarmonici / Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerto RV 157

Giacomo Facco (1676–1753): Pensieri Adriarmonici / Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerto RV 157

Giacomo Facco foi um violinista, maestro e compositor barroco italiano. Mesmo sendo um dos mais famosos compositores italianos de sua época, foi completamente esquecido até 1962, quando seu trabalho foi redescoberto. O ciclo de concertos Pensieri Adriarmonici — para violino, cordas e órgão — são suas obras mais importantes. Facco também compôs cantatas e outras obras sacras. O curioso é que ele mesmo escrevia os textos. Era respeitado também como poeta. Facco é bom, mas lembra Vivaldi e isto é péssimo para o primeiro. Sem a inspiração de Totonho, Giacomo tem a leveza, o estilo e o som do mestre veneziano. Só que é muito inferior. A L’arte dell’arco e Federico Guglielmo dão mais uma demonstração de sua altíssima qualidade. O disco finaliza com Vivaldi, o que é uma tremenda sacanagem com Facco.

Giacomo Facco (1676–1753): Pensieri adriarmonici / Antonio Vivaldi (1678-1741): Concerto RV 157

1 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: I. Allegro 3:38
2 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: II. Adagio 3:20
3 Concerto in E Minor, Op. 1, No. 1: III. Allegro 2:43

4 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Allegro assai (I) 3:31
5 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Grave staccato (II) 2:39
6 Concerto in B flat major, Op. 1/2: Allegro assai (III) 1:55

7 Concerto in E major, Op. 1/3: Allegro assai (I) 2:05
8 Concerto in E major, Op. 1/3: Adagio (II) 1:49
9 Concerto in E major, Op. 1/3: Allegro assai (III) 2:05

10 Concerto in C minor, Op. 1/4: Allegro (I) 4:46
11 Concerto in C minor, Op. 1/4: Grave (II) 4:27
12 Concerto in C minor, Op. 1/4: Allegro (III) 3:15

13 Concerto in A major, Op. 1/5: Allegro (I) 2:57
14 Concerto in A major, Op. 1/5: Grave (II) 4:03
15 Concerto in A major, Op. 1/5: Allegro (III) 2:21

16 Concerto in F major, Op. 1/6: Allegro (I) 4:23
17 Concerto in F major, Op. 1/6: Adagio cantabile (II) 3:44
18 Concerto in F major, Op. 1/6: Allegro (III) 2:58

19 Concerto in G minor, RV 157: Allegro (I) 2:02
20 Concerto in G minor, RV 157: Largo (II) 1:27
21 Concerto in G minor, RV 157: Allegro (III) 1:56

L’arte dell’arco
Federico Guglielmo

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My name is Facco, Giacomo Facco.
My name is Facco, Giacomo Facco.

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Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Concerto para Violino

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Concerto para Violino

Mais um do repertório básico. Como concerto sinfônico para violino, esta obra-prima de Tchaikovsky só pode ombrear-se com outros gigantes como o concerto de Brahms, o de Beethoven, o de Sibelius, o de Berg e o segundo de Bartók. O resto fica atrás. A gravação de Mutter e Karajan não é uma referência. A gravação é de 1988, com HvK já com 80 anos e os tempos utilizados podem ser discutidos. Mutter está dramática, tentando dar expressividade à monotonia de Karajan. Os campeões estão, em sua maioria, mais ao oriente, o que é compreensível: procure por Oistrakh, Stern, Heifetz, Mullova e Ferras. Esses são os caras do concerto para violino de Tchai. O FDP Bach deve ter quase todos. O homem tem tudo. Peçam para ele e vocês tomarão um susto com a qualidade que este concerto pode ter.

Violin Concerto in D, Op.35
1) opening applause [0:23]
2) 1. Allegro moderato [19:19]
3) 2. Canzonetta (Andante) [7:18]
4) 3. Finale (Allegro vivacissimo) [10:09]
5) closing applause [1:18]

Anne-Sophie Mutter
Wiener Philharmoniker
Herbert von Karajan

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Tchaikovsky
Tchaikovsky

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G.P. Telemann (1681-1767): Concerto in D Major / La Bouffonne / Grillen-Symphonie / Alster Overture

G.P. Telemann (1681-1767): Concerto in D Major / La Bouffonne / Grillen-Symphonie / Alster Overture

Um grande disco com um belo concerto e três das melhores Aberturas (ou Suítes) de Telemann. Gosto muito de La Bouffonne e da Grillen, mas adoro mesmo é a Alster, com sua radical irreverência. A versão deste disco é mais comportada do que a da Akademie für alte Musik Berlin, mas ainda assim é muito digna. No vídeo abaixo, temos a Akademie dando um banho de conhecimento sobre como abordar o grande Telemann, compositor muito inferior a Bach, mas infinitamente mais popular do que o mestre em suas épocas. Ouçam por exemplo o vídeo abaixo a partir dos 8min30. A Akademie se esparrama, enquanto que O Collegium Musicum 90 apenas se deita.

Babem:

Telemann:
Concerto in D Major / La Bouffonne / Grillen-Symphonie / Alster Overture

1 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: I. Allegro 4:07
2 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: II. Grave 3:27
3 Concerto for 3 Corni da caccia, 2 Oboes and Violin in D Major, TWV 54:D2: III. Presto 2:45

4 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: I. Overture 7:09
5 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: II. Loure 2:17
6 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: III. Rigaudon I and II 3:11
7 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: IV. Menuett I and II 3:36
8 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: V. Entree 2:30
9 Overture (Suite) in C Major, TWV 55:C5, “La bouffonne: VI. Pastourelle 3:04

10 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: I. Etwas lebhaft 3:44
11 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: II. Tandelnd 2:38
12 Sinfonia in G Major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: III. Presto 3:05

13 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: I. Overture 5:15
14 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: II. Die canonierende Pallas (Pallas in canon) 3:01
15 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: III. Das Alster-Echo (Alster Echo) 1:56
16 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: IV. Die Hamburgischen Glockenspiele (Hamburg Carillons) 2:37
17 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: V. Der Schwanen Gesang (Swan Song) 2:53
18 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: VI. Der Alster Schaffer Dorff Music (Village music of the Alster shepherds) 2:03
19 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: VII. Die concertierenden Frosche und Krahen (Concertizing frogs and crows) 3:02
20 Overture (Suite) In F Major, Twv 55:F11, “Alster”: VIII. Der Ruhende Pan (Pan At Rest) 3:51
21 Overture (Suite) in F Major, TWV 55:F11, “Alster”: IX. Der Schaffer und Nymphen eilfertiger Abzug (The hurried departure of nymphs and shepherds) 3:29

Collegium Musicum 90
Simon Standage

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Telemann foi substituído pelos e-mails e pela internet em geral.
Telemann foi substituído pelos e-mails e pela internet em geral.

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantatas, Vol. 1 – Koopman

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Cantatas, Vol. 1 – Koopman

Papai faz anos e quem ganha o presente são vocês. Eu, FDP Bach, e meu irmão, PQP, estaremos hoje postando só obras de papai; afinal, não é todo dia que alguém completa 324 anos e continua tão vivo e emocionante.

Já cogitei em certa ocasião postar a integral das cantatas, mas, visto o tamanho da empreitada, acabei desistindo. Digo isso porque estou postando um dos melhores intérpretes de papai, Tom Koopman e sua Amsterdam Baroque Orchestra & Choir. Estou postando o primeiro box, que contém 3 cds. Ah, recomendo o excelente booklet, que traz um histórico das cantatas, além das letras das mesmas, traduzidas para o inglês e para o francês. As traduções para o português sugiro buscarem no site listado ao lado, Cantatas de Bach, feito por especialistas da área.

Quando consegui esta série fiquei me perguntando quando diabos teria tempo de ouvir tudo isso, afinal de contas são 67 cds. Mas passados 5 anos, posso dizer que já ouvi uma boa parte, e tiro o chapéu para a interpretação de Koopman, sempre correta, e sempre contando com excepcionais solistas,  além de uma orquestra montada por músicos especialistas no repertório não apenas bachiano, mas também barroco. Possuo outras duas integrais, a de Helmut Rilling, que não se importou com o aspecto “histórico” da interpretação, mas isso de forma alguma tira o mérito da empreitada, e aquela considerada por muitos a melhor de todas, dirigida por Nikolaus Harnoncourt, num projeto em que esteve envolvido durante mais vinte anos, e auxiliado simplesmente por Gustav Leonhardt. Coisa de gente grande que viveu e respirou a música de papai durante suas vidas inteiras.

Então, vamos ao que interessa:

“Ich hatte viel Bekümmernis” BWV 21
PRIMA PARTE
1 Sinfonia 3’00
Oboe, Violini, Viola, Fagotto, Organo, Violone
2 Coro: “Ich hatte viel Bekümmernis” 3’44
Oboe, Violini, Viola, Fagotto, Vwlone, Organo
3 Aria (Soprano): “Seufzer, Tränen, Kummer, Not” 4’46
Oboe, Violoncello, Organo
4 Recitativo (Soprano): “Wie hast du dich, mein Gott” 1’34
Violini, Viola, Violone, Organo, Fagotto
5 Aria (Soprano): “Bäche von gesalznen Zähren” 6’34
Violini, Viola, Violone, Organo
6 Coro: “Was betrübst du dich, meine Seele” 3’35
Oboe, Violini, Viola, Fagotto, Violone, Organo
SECONDA PARTE
7 Recitativo (Soprano, Basso): “Ach Jesu, meine Ruh” 1’35
Violini, Viola, Violone, Organo, Fagotto
8 Duetto (Soprano, Basso): “Komm, mein Jesu” 4’26
Violoncello, Organo
9 Coro: “Sei nun wieder zufrieden” 5’39
Oboe, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Organo
10 Aria (Soprano): “Erfreue dich, Seele” 3’18
Violoncello, Organo
11 Coro: “Das Lamm, das erwürget ist” 2’53
Trombe, Timpani, Oboe, Violini, Viola, Fagotto, Violone, Organo

“Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir” BWV 131 22’15
Penitential Service? – Bußgottesdienst? – Office de Pénitence?
12 Sinfonia-Choral: “Aus der Tiefe rufe ich, Herr, zu dir” 4’18
Oboe, Fagotto, Violino, Viole, Violone, Organo
13 Aria (Basso, Choral): “So du willst, Herr, Sünde zurechnen” 4’20
Oboe, Violoncello, Organo
14 Coro: “Ich harre des Herrn” 3’35
Oboe, Fagotto, Violino, Viole, Violone, Organo
15 Aria (Tenore, Choral): “Meine Seele wartet auf den Herrn” 6’05
Violoncello, Organo
16 Coro: “Israel, hoffe auf den Herrn” 3’57
Oboe, Fagotto, Violine, Viole, Violone, Organo
“Ich hatte viel Bekümmernis” BWV 21 (Appendix):
17 Coro: “Sei nun wieder zufrieden'” 5’48
Oboe, Tromboni, Cornetto, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Contrabasso, Organo

“Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit” (Actus tragicus) BWV 106 19’40
1 Sonatina 2’26
Flauti dolci, Viole da gamba, Violone, Organo
2 a [Coro]: “Gottes Zeit ist die allerbeste Zeit” 8’24
b [Arioso] (Tenore): “Ach Herr, lehre uns bedenken”
c [Arioso] (Basso): “Bestelle dein Haus; denn du wirst sterben”
Flauto dolce, Viola da gamba, Violone, Organo
3 a [Aria] (Alto): “In deine Hände befehl ich meinen Geist” 5’56
b [Arioso – Choral] (Alto, Basso): “Heute wirst du mit mir im Paradies sein”
Viole da gamba, Flauti dolci, Violone, Organo
4 Coro: “Glorie, Lob, Ehr und Herrlichkeit” 2’54
Flauti dolci, Viole da gamba, Violone, Organo

“Der Herr denket an uns” BWV 196 10’54
Wedding cantata – Trauungskantate – Cantate de mariage
5 Sinfonia . 1’41
Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
6 Coro: “Der Herr denket an uns” 1’53
Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
7 Aria (Soprano): “Er segnet, die den Herrn fürchten” 2’35
Violino, Violoncello, Organo
8 Duetto (Tenore, Basso): “Der Herr segne euch” 2’09
Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
9 Coro: “Ihr seid die Gesegneten des Herrn” 2’36
Violini, Viola, Violoncello, Violone, Organo
Eis Bongers, soprano
Richard Bryan, alto
Joost van der Linden, tenor
Matthijs Mesdag, bass

“Gott ist mein König” BWV 71 18’15
Ratswechsel – For the Town Council Inauguration – Pour le changement du Conseil municipal • Mühlhausen, 4.2.1708
10 Coro: “Gott ist mein König” 1’48
Trombe, Timpani, Flauti, Oboi, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Violone, Organo
11 Aria – Choral (T, S): “Ich bin nun achtzig Jahr” • “Soll ich auf dieser Welt” 3’29
Organo obbligato
12 Coro [a 4 voci]: “Dein Alter sei wie deine Jugend” 1’31
Organo
13 Arioso (Basso): “Tag und Nacht ist dein” 2’52
Flauti, Oboi, Fagotto, Violoncello, Organo
14 Aria (Alto): “Durch mächtige Kraft” I’ll
Trombe, Timpani, Organo
15 Coro: “Du wollest dem Feinde nicht geben” 3’51
Flauti, Oboi, Fagotto, Violini, Viola, Violoncello piccolo, Violone, Organo
16 Coro [Soli, Coro]: “Das neue Regiment” 3’33
Trombe, Timpani, Flauti, Oboi, Violini, Viola, Fagotto, Violoncello, Violone, Organo

“Nach dir, Herr, verlanget mich” BWV 150 14’34
Occasion unspecified – Ohne Bestimmung – Sans destination
17 Sinfonia 1’24
Fagotto, Violini, Violone, Organo
18 Coro: “Nach dir, Herr, verlanget mich” 3’08
Fagotto, Violini, Violone, Organo
19 Aria (Soprano): “Doch bin und bleibe ich vergnügt” 1’37
Violine, Violoncello, Organo
20 Coro: “Leite mich in deiner Wahrheit” 1’41
Fagotto, Violini, Violone, Organo
21 Aria (Terzetto: Alto, Tenore, Basso): “Zedern müssen von den Winden” 1’2O
22 Coro: “Meine Augen sehen stets zu dem Herrn” 2’03
Fagotto, Violini, Violone, Organo
23 Coro: “Meine Tage in dem Leide” 3’21
Fagotto, Violini, Violone, Organo
Anne Grimm, soprano
Peter de Groot, alto
Joost van der Linden, tenor
Donald Bentvelsen, bass

“Der Himmel lacht! die Erde jubilieret” BWV 31 20’56
On the 1st day of Easter – Am 1. Osterfeiertag – Pour la lère Fête de Pâques
1 Sonata 2’33
Trombae, Timpani, Oboi, Taille, Violini, Viole, Fagotto, Violone, Violoncello, Organo
2 Coro (Coro, Soprano, Alto): “Der Himmel lacht! die Erde jubilieret” 3’36
Trombe, Timpani, Oboi, Fagotto, Violini, Viole, Violone, Violoncello, Organo
3 Recitativo (Basso): “Erwünschter Tag! Sei, Seele, wieder froh” 2’05
Violoncello, Organo
4 Aria (Basso): “Fürst des Lebens, starker Streiter” 3’24
Violoncello, Organo
5 Recitativo (Tenore): “So stehe dann, du gottergebne Seele” l’O7
Violoncello, Organo
6 Aria (Tenore): “Adam muß in uns verwesen” 2’18
Violini, Viole, Violoncello, Violone, Organo
7 Recitativo (Soprano): “Weil dann das Haupt sein Glied” 0’50
Violoncello, Organo
8 Aria (Soprano): “Letzte Stunde, brich herein” 4’04
Oboe, Violini, Viole, Violoncello, Violone, Organo
9 Choral (Coro): “So fahr ich hin zu Jesu Christ” 0’59
Oboi, Taille, Violini, Viole, Fagotto, Tromba, Violone, Organo

“Barmherziges Herze der ewigen Liebe” BWV185 14’30
For the 4th Sunday after Trinity – Am 4. Sonntag nach Trinitatis – Pour le 4ème Dimanche après la Trinité
10 Aria (Duetto: Soprano, Tenore): “Barmherziges Herze der ewigen Liebe” 4’05
Oboe, Violoncello, Soprani di Coro, Organo
11 Recitativo (Alto): “Ihr Herzen, die ihr euch” 1’58
Violini, Viola, Violone, Organo
12 Aria(Alto): “Sei bemüht in dieser Zeit” 3’43
Oboe, Violini, Viola, Violone, Organo
13 Recitativo (Basso): “Die Eigenliebe schmeichelt sich” I’ll
Organo, Fagotto
14 Aria (Basso): “Das ist der Christen Kunst” 2’19
Organo, Fagotto
15 Choral (Coro): “Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ” 1’14
Oboe, Violini, Viola, Violone, Fagotto, Organo

«Christ lag in Todesbanden” BWV 4 18’50
For the 1st day of Easter – Am 1. Osterfeiertag – Pour la lère Fête de Pâques
16 Sinfonia 1’1O
Violini, Viole, Violone, Organo
17 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden” 3’42
Violini, Viole, Violone, Organo
18 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt” 3’45
Cometto, Trombone, Violoncello, Organo
19 [Aria] (Tenore) Versus III: “Jesus Christus, Gottes Sohn” 2’03
Violino, Violone, Organo
20 [Coro] Versus IV: “Es war ein wunderlicher Krieg” 2’08
Violone, Organo
21 [Aria] (Basso) Versus V: “Hier ist das rechte Osterlamm” 2’55
Violini, Viole, Violone, Organo
22 [Duetto] (Soprano, Tenore) Versus VI: “So feiern wir das hohe Fest” 1’57
Violone, Organo
23 Choral (Coro) Versus VII: “Wir essen und leben wohl” l’IO
Violini, Viole, Violone, Organo

“Christ lag in Todesbanden” BWV 4 (Appendix):
24 Sinfonia l’O9
Violini, Viole, Violoncello, Contrabasso, Organo
25 [Coro] Versus I: “Christ lag in Todesbanden” 3’47
Violini, Viole, Cornetto, Tromboni, Violoncello, Contrabasso, Organo
26 [Duetto] (Soprano, Alto) Versus II: “Den Tod niemand zwingen kunnt” 4’10
Cometto, Trombone, Violoncello, Organo
27 Choral (Coro): Versus VII: “Wir essen und leben Wohl” 1’18
Violini, Cornetto, Viole, Trombone, Violoncello, Contrabasso, Organo

The Amsterdam Baroque Orchestra & Choir

Simon Schouten, Choirmaster
Tom Koopman, Conduktor

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Ton Koopman manda um oizinho para todos os pequepianos
Ton Koopman manda um oizinho para todos os pequepianos

FDP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Suites & Concertos para Flauta Doce

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Suites & Concertos para Flauta Doce

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Amazon resolveu mostrar este baita disco de costas, vá entender! E é um tremendo CD. Vim trabalhar hoje com ele nos ouvidos. Impossível não chegar feliz ao local da tortura diária. O desigual Telemann é maravilhoso e cheio de bom humor aqui. (Basta ouvir o final da Abertura Hamburger Ebb und Flut para comprovar!). Mesmo quando Steger se entusiasma, não deixa de ser musical (e barroco). E o som da Akademie Fur Alte Musik Berlin é, como sempre, impecável. Um disco que recomendo sem medo para os pequepianos de todas as latitudes e longitudes.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Suites & Concertos para Flauta Doce

1 Suite in A- Minor: Ouverture
2 Les Plaisirs
3 Air a l’Itailien
4 Menuett 1/ Meneutt 2
5 Rejouissance
6 Passepied 1/ Passepied 2
7 Polonoise

8 Concerto In C Major: Allegretto
9 Allegro
10 Andante
11 Tempo di Minuet

12 Overture in C Major ( “Hamburger Ebb und Flut”): Grave
13 Sarabande Thetis Asleep
14 Bourree Thetis Awakening
15 Loure Neptune in Love
16 Grave Naiads at play
17 Harlekinade Triton making merry
18 Der sturmende Aeolus (Blustery Aeolus
19 Minuet Pleasant Zephyrus
20 Gigue Ebb and Flow
21 Canaire Jolly Sailors

Maurice Steger, flauta doce
Akademie Fur Alte Musik Berlin

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A capa do CD
A capa do CD

PQP

Saint-Saens, Massenet, Wieniawski, Sarasate, Ravel, Chausson: Bohemian Rhapsodies

Saint-Saens, Massenet, Wieniawski, Sarasate, Ravel, Chausson: Bohemian Rhapsodies

Raramente postamos esses discos de clássicos populares e este é um deles. Não sei se a boa violinista Leila Josefowicz quis ou foi a gravadora que exigiu, mas garantimos que a moça divertiu-se bastante com toda a função. Estava animada. O programa não exigiu nada de seu intelecto, foi só trabalho para os dedos e braços. Como ocorre nestes trabalhos, o som do violino soa muito alto em relação à orquestra. Parece que estamos a um metro de Leila. A coisa vai indo mais ou menos até que… Bem, lembro de uma aluna de minha mulher que foi tocar a Meditação de Thais num recital da escola. A professora tinha-lhe dito — delicadamente, com outras palavras — para não cometer vulgares excessos melodramáticos. Mas a menina resolveu expressar-se… Calma, Leila não comete os mesmos erros. Curti mesmo foi a Tzigane de Ravel. O Poema de Chausson quase me matou.

Saint-Saens, Massenet, Wieniawski, Sarasate, Chausson, Ravel: Bohemian Rhapsodies

1. Carmen Fantasy, Op. 25 – Sarasate
2. Introduction And Rondo Capriccioso, Op. 28 – Saint-Saens
3. Zigeunerweisen, Op. 20 – Sarasate
4. Polonaise No. 1 In D, Op. 4 – Wieniawski
5. Meditation de Thais – Massenet
6. Tzigane – Ravel
7. Poeme, Op. 25 – Chausson

Leila Josefowicz
Academy of the St Martin-in-the-Fields
Sir Neville Marriner

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Desta vez, foi "sem penso" mesmo.
Desta vez, foi “sem penso” mesmo.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 5 ‘Imperador’ / Sonata para Piano Nº 28

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 5 ‘Imperador’ / Sonata para Piano Nº 28

Para surpresa de todos, inclusive minha, não sou exatamente um admirador do Concerto Imperador — parei na discussão entre Isak Dinesen (Karen Blixen) e Denys Finch-Hatton no meio da Africa, se me entendem –, mas Grimaud nos convence nesta gravação de sua grandiosidade. Sua abordagem é poética e poderosa. Gostei muito de ouvir. A Staatskapelle Dresden também é maravilhosa. Já a Sonata Op. 101 de Grimaud faz com que eu sinta saudades de Maurizio Pollini. Contrariamemte ao Concerto, na Sonata parece que ouvimos mais Grimaud do que Beethoven e sua interpretação pessoal não me agradoiu muito.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 5 ‘Imperador’ / Sonata para Piano Nº 28

Concerto For Piano And Orchestra No. 5 In E Flat Major, Op. 73 “Emperor” (38:18)
1 1. Allegro 20:09
2 2. Adagio Un Poco Mosso – Attacca: 8:05
3 3. Rondo. Allegro 10:04

Piano Sonata No. 28 In A Major, Op. 101 (20:58)
4 1. Allegretto, Ma Non Troppo 4:11
5 2. Vivace Alla Marcia 5:59
6 3. Adagio, Ma Non Troppo, Con Affetto 3:21
7 4. Allegro 7:27

Hélène Grimaud
Staatskapelle Dresden
Vladimir Jurowski

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Grimaud, musa de PQP
Grimaud, musa de PQP

PQP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Les plaisirs de la table (Vol.1)

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Les plaisirs de la table (Vol.1)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é o começo de uma caixa de sete CDs. Não tenho certeza se tenho os outros, mas o primeiro é tão, mas tão bom, que vale a postagem. A Tafelmusik (Música de mesa), de Telemann, é composta por uma série de obras-primas do prolífico compositor barroco alemão. E, neste primeiro volume, há várias delas. O Concerto para Flauta Doce e Flauta Transversa é extraordinário — ouçam o que é aquele Presto final! — e a famosa Abertura (Suíte) para Flauta e Orquestra merece ser a obra mais divulgada de Telemann. Um baita CD barroco.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Les plaisirs de la table (Vol. 1)

1 Concerto for Recorder and Viola da Gamba in A Minor, TWV 52:a1: I. Grave 3:36
2 Concerto for Recorder and Viola da Gamba in A Minor, TWV 52:a1: II. Allegro 4:02
3 Concerto for Recorder and Viola da Gamba in A Minor, TWV 52:a1: III. Dolce 3:08
4 Concerto for Recorder and Viola da Gamba in A Minor, TWV 52:a1: IV. Allegro 3:43

5 Concerto for Recorder and Bassoon in F Major, TWV 52:F1: I. Largo 4:20
6 Concerto for Recorder and Bassoon in F Major, TWV 52:F1: II. Allegro 5:11
7 Concerto for Recorder and Bassoon in F Major, TWV 52:F1: III. Grave 4:28
8 Concerto for Recorder and Bassoon in F Major, TWV 52:F1: IV. Allegro 3:53

9 Concerto for Recorder and Flute in E Minor, TWV 52:e1: I. Largo 3:38
10 Concerto for Recorder and Flute in E Minor, TWV 52:e1: II. Allegro 4:10
11 Concerto for Recorder and Flute in E Minor, TWV 52:e1: III. Largo 3:16
12 Concerto for Recorder and Flute in E Minor, TWV 52:e1: IV. Presto 2:38

13 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: I. Overture 6:58
14 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: II. Les plaisirs 2:48
15 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: III. Air a l’Italienne 7:02
16 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: IV. Menuet I-II 3:12
17 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: V. Rejouissance 2:13
18 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: VI. Passepied I-II 1:56
19 Overture (Suite) in A Minor for Recorder and Strings, TWV 55:a2: VII. Polonaise 3:27

Ricercar Consort

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É bom comer.
É bom comer.

PQP

Michael Haydn (1737-1806): Sinfonias

Michael Haydn (1737-1806): Sinfonias

Rapaz, este é um bom disco. Interpretação segura, belíssimo som e, ah, se Michael fosse como seu brother Franz Josef ou como o contemporâneo Mozart… Mas o disco não decepciona de forma alguma. A propósito, Michael Haydn foi vítima de um caso de póstuma identidade confundida. Durante muitos anos, a obra que hoje conhecemos como a sua Sinfonia Nº 26 foi considerada como a Sinfonia Nº 37 K.444 de Mozart. A confusão ocorreu porque descobriu-se um autógrafo de Mozart no movimento inicial da sinfonia. O resto não se parecia com a caligrafia de Mozart. Hoje considera-se que Mozart tinha composto um novo movimento lento para o início da sinfonia por razões ainda desconhecidas, mas sabe-se que o resto da obra é de Michael Haydn. A obra, que foi amplamente executada como sinfonia de Mozart, foi tocada consideravelmente menos desde esta descoberta em 1907. Por isso, Mozart não tem uma Sinfonia Nº 37. Pula da 36ª para a 38ª. Essa é uma boa pegadinha. “Admiro muito a 37ª de Mozart!’.

Michael Haydn (1737-1806): Sinfonias

Symphony P6 In A Major 14:24
1 I. Allegro Molto 3:54
2 II. Menuetto – Trio 3:42
3 III. Andante – 3:44
4 IV. Finale: Allegro Molto 3:01

Symphony P9 In B Flat Major 14:06
5 I. Allegro Assai 3:57
6 II. Andantino 2:40
7 III. Menuet – Trio 3:27
8 IV. Finale: Allegro Molto 3:55

Symphony P16 In G Major 16:03
9 I. Allegro Con Spirito 5:10
10 II. Andante Sostenuto 5:54
11 III. Finale: Allegro Molto 4:55

Symphony P26 In E Flat Major 9:00 <—
12 I. Allegro Con Brio 3:07
13 II. Adagietto – 2:44
14 III. Finale – Fugato: Allegro 3:07

Symphony P32 In F Major 15:22
15 I. Allegro Molto 5:56
16 II. Adagio Ma Non Troppo 4:57
17 III. Rondeau. Vivace

London Mozart Players
Matthias Bamert

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Já sei, PQP, vais dizer que meu irmão mais velho era mais bonito, né?
Já sei, PQP, vais dizer que meu irmão mais velho era mais bonito, né? Sim, ia dizer.

PQP

Giuseppe Tartini (1692-1770): Concertos

Giuseppe Tartini (1692-1770): Concertos

Tartini não tem a alegria de Vivaldi nem a categoria de Corelli. Está no segundo escalão do barroco italiano, mas de modo algum deve ser desconsiderado pelos melômanos, principalmente por aqueles que sofrem, como eu, de hipobarroquemia, isto é, de baixo teor de música barroca nos ouvidos, o que causa tremores, suores frios e profunda irritação. A interpretação dos solistas e do Ensemble 415 é uma coisa de louco. Mesmo! Vale a pena ouvir este disquinho!

Giuseppe Tartini (1692-1770): Concertos

1. Concerto grosso No.3 en – C Major: Grave
2. Concerto grosso No.3 en – C Major: Allegro – Adagio
3. Concerto grosso No.3 en – C Major: Allegro assai

4. Concerto pour violon et orchestra en – A Minor ‘Lunardo Venier’: Andante cantabile – Allegro assai
5. Concerto pour violon et orchestra en – A Minor ‘Lunardo Venier’: Andante cantabile
6. Concerto pour violon et orchestra en – A Minor ‘Lunardo Venier’: Presto

7. Concerto pour violoncelle et orchestre en – D Major: Largo
8. Concerto pour violoncelle et orchestre en – D Major: Allegro (assai)
9. Concerto pour violoncelle et orchestre en – D Major: Grave
10. Concerto pour violoncelle et orchestre en – D Major: Allegro

11. Concerto pour violon et orchestre en – G Major: Allegro
12. Concerto pour violon et orchestre en – G Major: Largo – Andante
13. Concerto pour violon et orchestre en – G Major: Presto

14. Concerto grosso No.5 en – E Minor: Largo
15. Concerto grosso No.5 en – E Minor: Allegro – Adagio
16. Concerto grosso No.5 en – E Minor: Allegro assai

Chiara Banchini e Enrico Gatti, violinos
Roel Dieltiens, violoncelo
Ensemble 415

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O homem tem até ESTÁUTA!
O homem tem até ESTÁUTA!

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Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra & Leoš Janáček (1854-1928): Sinfonietta (ambas com Seji Ozawa)

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra & Leoš Janáček (1854-1928): Sinfonietta (ambas com Seji Ozawa)

ozawaIM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um CD que não se encontra na Amazon. Um absurdo, pois é uma gravação que jamais deveria se tornar indisponível. Para meu gosto, Ozawa é um dos grandes mestres da regência e aqui nos dá um show de categoria em ambas as obras. Talvez esta seja a melhor gravação do Concerto para Orquestra que eu tenha ouvido.

Bem, vocês vão me permitir transcrever apenas no próximo post aqui a parte final daquela pequena biografia que estou postando, OK? Por quê? Ora, porque ao lado de uma das maiores obra-primas do século passado está a sensacional Sinfonietta de Janáček.

A Sinfonietta (com o subtítulo “Sinfonietta Militar” ou “Sokol Festival ‘) é um ultra expressivo e festivo trabalho escrito para grande orquestra (com 25 metais). Começou por Janáček ouvindo uma banda militar; daí, veio-lhe a vontade de escrever algumas fanfarras e… putz, saíram boas. Quando os organizadores do Festival de Ginástica de Sokol encomendaram-lhe uma obra bem escandalosa para o evento, ele desenvolveu o restante do material para a Sinfonietta. Mais tarde, ele tascou um “militar” no título, mas não pegou. Os militares perderam muito prestígio no decorrer do século… A primeira apresentação foi em Praga, em 26 de junho de 1926 sob a regência de Václav Talich.

Os fantásticos negrões dos metais da Orquestra Sinfônica de Chicago (devem ter tocado jazz desde crianças; aliás, vale a pena ouvir Bernstein falando sobre o naipe de metais de Chicago) dão mais uma demonstração absurda de sua competência — e isso nas duas obras. Vale a pena enfiar som na caixa.

Bèla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra & Leoš Janáček (1854-1928): Sinfonietta (ambas com Seji Ozawa)

1. Concerto for Orchestra, Sz. 116 – 1. Introduzione (Andante non troppo – Allegro vivace
2. Concerto for Orchestra, Sz. 116 – 2. Giuoco della coppie (Allegretto scherzando)
3. Concerto for Orchestra, Sz. 116 – 3. Elegia (Andante, non troppo)
4. Concerto for Orchestra, Sz. 116 – 4. Intermezzo interrotto (Allegretto)
5. Concerto for Orchestra, Sz. 116 – 5. Finale (Pesante – Presto)

6 I. Allegretto (Fanfare)
7.II. Andante (The Castle, Brno)
8.III. Moderato (The Queen’s Monastery, Brno)
9. IV. Allegretto (The Street Leading to the Castle)
10. V. Andante con moto (The Town Hall, Brno)

Chicago Symphony Orchestra
Seiji Ozawa

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ozawa-back

PQP

George Philipp Telemann (1681-1767): Concertos for Recorder & Harpsichord

George Philipp Telemann (1681-1767): Concertos for Recorder & Harpsichord

coverTelemann foi um compositor absolutamente prolífico. Compôs muita coisa boa, mas também entregava encomendas vazias de qualidade. Este disco de 2002 da combativa Hungaroton é da parte boa do compositor, trazendo quatro “concertos” — são sonatas — retirados de uma coleção de 1734. A dupla Boeke e Spányi está totalmente à vontade entre peças onde é fundamental a vivência com a coisa Barroca. Sem o charme dos executantes, o CD não iria nem até a esquina.

George Philipp Telemann (1681-1767): Concertos for Recorder & Harpsichord

Concerto for flute, violin (or harpsichord) & continuo in D major (Concerts & Suites No. 1), TWV 42:D6
1 1. Piacevole 2:22
2 2. Allegro 2:54
3 3. Largo 3:55
4 4. Vivace 6:08

Concerto for flute, violin (or harpsichord) & continuo in E minor (Concerts & Suites No. 4), TWV 42:e3
5 1. Largo 3:08
6 2. Vivace 6:11
7 3. Dolce 3:30
8 4. Vivace 3:19

Concerto for flute, violin (or harpsichord) & continuo in G minor (Concerts & Suites No. 2), TWV 42:g2
9 1. Largo 3:58
10 2. Vivace 3:14
11 3. Soave 3:06
12 4. Vivace 3:38

Concerto for flute, violin (or harpsichord) & continuo in A major (Concerts & Suites No. 3), TWV 42:A3
13 1. Tempo giusto 2:43
14 2. Vivace 3:15
15 3. Adagio 3:28
16 4. Presto 2:56

Anneke Boeke, flauta
Miklós Spányi, cravo

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Anneke Boeke dando uma aulinha
Anneke Boeke dando uma aulinha

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J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Dizem claramente meus ouvidos que esta talvez seja a melhor das gravações das célebres suítes. No mínimo, o extraordinário trabalho de Queyras fica no mesmo nível de outras grandes gravações. E, por favor, não me falem em Rostropovich e Yo-Yo Ma. É óbvio que são notáveis violoncelistas, mas em outro gênero de repertório. Falta-lhes o senso de estilo que sobra ao francês Queyras. Ouço a custo os Concertos para Violoncelo de Shosta por outro que não seja Rostrô. Mas ele ou Ma com Bach não dá.

Bem, nesta espetacular gravação da Harmonia Mundi, Queyras mostra o que se deve acentuar, onde se deve acelerar, o momento de desacelerar, quando brecar, etc. E tudo com o som do caraglio, limpinho, limpinho, de seu cello feito em 1696 por Goffredo Cappa.

E, ah, aquela gravação fantástica dos concertos de Haydn com a Freiburger Barockorchester é com ele também… Tá explicado.

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

J. S. Bach (1685-1750): As Suítes para Violoncelo (Jean-Guihen Queyras)

CD 1
1. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 1. Prélude
2. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 2. Allemande
3. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 3. Courante
4. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 4. Sarabande
5. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 5. Menuets 1 & 2
6. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 6. Gigue

7. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 1. Prélude
8. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 2. Allemande
9. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 3. Courante
10. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 4. Sarabande
11. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 5. Menuets 1 & 2
12. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 6. Gigue

13. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 1. Prélude
14. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 2. Allemande
15. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 3. Courante
16. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 4. Sarabande
17. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 5. Bourrées 1 & 2
18. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 6. Gigue

CD 2
1. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 1. Prélude
2. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 2. Allemande
3. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 3. Courante
4. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 4. Sarabande
5. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 5. Bourrées 1 & 2
6. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 6. Gigue

7. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 1. Prélude
8. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 2. Allemande
9. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 3. Courante
10. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 4. Sarabande
11. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 5. Gavottes 1 & 2
12. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 6. Gigue

13. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 1. Prélude
14. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 2. Allemande
15. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 3. Courante
16. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 4. Sarabande
17. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 5. Gavottes 1 & 2
18. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 6. Gigue

Jean-Guihen Queyras, violoncelo

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Music Abstract Painting Image Suite No. 1, by Carmen Guedez - Copyright © www.carmenguedez
Music Abstract Painting Image Suite No. 1, by Carmen Guedez – Copyright © www.carmenguedez

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Johannes Brahms (1833-1897): Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

Johannes Brahms (1833-1897): Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

Estava pensando no que postar. Decidi ouvir esta peça de um dos meus compositores favoritos, Brahms, e aí a dúvida cessou. O primeiro movimento é extraordinário, leve, suave. É diferente, por exemplo, do Concerto no. 1 para piano e orquestra e o primeiro movimento da Terceira Sinfonia. Ah! Já ia esquecendo! O regente é o grande Claudio Abbado à frente da Filarmônica de Berlim, numa gravação de 1983. Não é das principais composições de Brahms, mas é música de primeira linha. Brahms é Brahms.

Johannes Brahms (1833-1897) – Serenade Nr. 1 D maior, Op. 11

01 Allegro molto [13:16]
02 Scherzo. Allegro non troppo – Trio. Poco piu moto [8:13]
03 Adagio non troppo [14:49]
04 Menuetto I – Menuetto II [4:08]
05 Scherzo. Allegro – Trio [2:40]
06 Rondo. Allegro [5:52]

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regente

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Abbado em procedimento de decolagem.
Abbado em procedimento de decolagem.

Carlinus

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

Esta é a milésima vez que posto as Variações Goldberg. Já postei até em versão para metais, acordeón e quarteto de vielas de rodas. Não, não, a última foi mentira. É a obra que mais amo neste mundo. Então, foda-se, azar é o do goleiro, vai mais um post. A gravação da bonitinha Christine Schornsheim fica no nível da primeira gravação que ouvi, a de Karl Richter. Coincidentemente, ambos a fazem em duplos, Richter num álbum de 2 LPs e Christine num duplo CD, pois ultrapassou o número mágico dos 80 minutos. Boa gravação? Sim sem dúvida um belo registro, mas que não chega aos pés do campeão absoluto.

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg

CD 1:
1. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Aria
2. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 1
3. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 2
4. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 3. Canone all’Unisono
5. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 4
6. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 5
7. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 6. Canone alla Seconda
8. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 7
9. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 8
10. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 9. Canone alla Terza
11. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 10. Fughetta
12. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 11
13. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 12. Canone alla Quarta
14. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 13
15. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 14
16. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 15. Canone alla Quinta. Andante

CD 2:
1. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 16. Ouverture
2. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 17
3. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 18. Canone alla Sesta
4. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 19
5. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 20
6. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 21. Canone alla Settima
7. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 22. Alla breve
8. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 23
9. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 24. Canone all’Ottava
10. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 25
11. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 26
12. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 27. Canone alla Nona
13. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 28
14. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 29
15. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Variation 30. Quodlibet
16. Goldberg Variations, for keyboard (Clavier-Übung IV), BWV 988 (BC L9): Aria

Christine Schornsheim, cravo

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Christine Schornsheim
Christine Schornsheim

PQP

A história dos 40 anos (e vários séculos) do Museu da Música de Mariana, MG

(Repostagem de 13.07.13)

Colegas,

Para quem estiver em Minas Gerais nessa ocasião, convido-os para os eventos comemorativos dos 40 anos do Museu da Música de Mariana (MG), que serão realizados nessa cidade nos dias 6 e 7 de julho próximos.

O Museu da Música foi a primeira instituição criada especialmente para reunir e preservar manuscritos musicais brasileiros, de maneira ainda informal na década de 1960, mas oficializado em 6 de julho de 1973 pelo então Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira. Centro do maior projeto conjunto de edição e gravação de música antiga brasileira (o Projeto Acervo da Música Brasileira, patrocinado pela Petrobras, entre 2001-2003), o Museu da Música de Mariana desenvolve atualmente vários projetos artísticos e sociais, e recebeu, do Programa Memória do Mundo da UNESCO, em 2 de dezembro de 2011, o Registro Regional para a América Latina e o Caribe (MOWLAC), tornando-se, assim, a primeira instituição brasileira do gênero com esse tipo de distinção.

Segue abaixo o texto publicado na revista portuguesa de música Glosas, sobre a história e as atividades atuais do Museu da Música, e seu respectivo link.

Abraço,

Paulo Castagna
[email protected]
http://paulocastagna.com/

A HISTÓRIA DOS 40 ANOS (E VÁRIOS SÉCULOS) DO MUSEU DA MÚSICA DE MARIANA

Prof. Paulo Castagna

.História de uma solução

O Museu da Música de Mariana, como tem sido popularmente chamado o Museu da Música do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (Minas Gerais), celebra 40 anos de uma contribuição que, de várias maneiras, vem participando da construção cultural de brasileiros e portugueses. Sua história, no entanto, exibe uma complexa teia de relações, que fez desta instituição um centro pioneiro de recepção, preservação e difusão do patrimônio histórico-musical luso-brasileiro, que se encontra em franco desenvolvimento.

A origem do Museu da Música está associada a um problema inicialmente observado pelo musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange (1903-1997), que realizou as primeiras investigações histórico-musicais em território brasileiro nas décadas de 1940 e 1950: a falta de pessoal especializado e, principalmente, de instituições locais destinadas ao cuidado e estudo de acervos de manuscritos musicais. A primeira solução adotada por Curt Lange foi, no entanto, discutível: o musicólogo obteve muitos manuscritos musicais com os quais se deparou nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, por compra ou por métodos obscuros, levando-os à sua residência, nessas décadas no Rio de Janeiro e em Montevidéu (Uruguai).

Mas se, nesse período, não havia no Brasil nenhuma instituição especificamente dedicada a esse tipo de acervo, ao menos nos moldes defendidos por Curt Lange, os manuscritos por ele recolhidos estavam sendo cada vez mais referidos no Brasil, principalmente a partir da primeira publicação de uma coletânea desse repertório (LANGE, 1951) e de sua primeira gravação, em 1958. Por outro lado, praticamente nenhum especialista, além dele próprio, tinha acesso a tais documentos, antes de sua transferência para o Museu da Inconfidência (Ouro Preto – MG) em 1983 e sua disponibilização pública na década seguinte.

Foi nesse contexto que se destacou o trabalho do terceiro arcebispo da Arquidiocese de Mariana, Dom Oscar de Oliveira (1912-1997). Desde o início de sua função arquiepiscopal, em 1960, Dom Oscar vinha tomando várias medidas referentes à preservação e acesso ao patrimônio histórico e artístico de sua região: em 1962 instituiu o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e em 1965 o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Até o final de sua atuação à frente da arquidiocese, em 1988, Dom Oscar fundou também o Museu do Livro (com o acervo da antiga Biblioteca dos Bispos de Mariana), o Museu dos Móveis, a Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana e a Fundação Marianense de Educação.

Mariana (figuras 01 a 03) é sede episcopal desde 1748 e a sexta diocese brasileira, depois das dioceses (ou bispados) da Bahia (1555), Rio de Janeiro (1676), Olinda (1676), Maranhão (1677) e Pará (1719), tendo sido elevada a arquidiocese em 1906. Primeira vila, cidade e capital de Minas Gerais, Mariana começou a se desenvolver economicamente em função da mineração aurífera, tornando-se região agropastoril no século XIX e, na recente fase industrial, um centro minerador de ferro.

A herança urbanística e eclesiástica de Mariana fez com que lá se concentrassem muitas reminiscências da antiga arte sacra (especialmente dos séculos XVIII e XIX), incluindo muitos manuscritos musicais e o conhecido órgão Arp Schnitger construído em Hamburgo (Alemanha) na primeira década do século XVIII e transferido para a catedral de Mariana em 1753.

Mudanças litúrgicas do século XX, no entanto, acarretaram uma sensível diminuição das atenções em relação ao repertório dos séculos anteriores, até o momento em que essa música começou a ser vista não apenas como componente litúrgico, mas também como patrimônio histórico. Quem pela primeira vez percebeu isso em Mariana foi Dom Oscar de Oliveira.

Desde sua consagração como arcebispo em 1960, Dom Oscar de Oliveira (figura 04) já manifestava especial interesse pela música sacra. Nesse mesmo ano publicou uma série de treze artigos com o título “Música sacra e liturgia” (OLIVEIRA, 1960), embora sem qualquer menção ao passado musical marianense. Em meio a tais iniciativas e sentindo a necessidade de uma ação também dirigida ao patrimônio histórico-musical, o arcebispo fundou em 1973 o Museu da Música, como parte do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Principalmente constituído de manuscritos musicais, apesar de também contar com alguns instrumentos musicais, o Museu da Música acabou recebendo esse nome em decorrência das instituições anteriormente fundadas por Dom Oscar para a proteção do patrimônio histórico marianense, como o Museu de Arte Sacra e o Museu do Livro.

A fundação do Museu da Música foi uma solução criada por Dom Oscar para a falta de instituições brasileiras destinadas à preservação e estudo de manuscritos musicais. Tal solução, entretanto, foi o resultado de uma longa série de ações anteriores à sua oficialização, que inclui a tradição dos mestres da capela do século XVIII e a acumulação de manuscritos musicais na cidade durante o século XIX.

Quando assumiu a arquidiocese, ou talvez mesmo antes disso, Dom Oscar de Oliveira percebeu que a cúria marianense, à época instalada na igreja de São Pedro dos Clérigos (figura 05), guardava um precioso acervo de manuscritos musicais, muitos deles bastante antigos. O arcebispo manifestou publicamente o interesse por esse acervo em 1966, quando convidou o irmão marista Wagner Ribeiro a publicar o artigo “Visita ao maravilhoso reino da música antiga mariananese” no jornal O Arquidiocesano, texto que se tornou a mais antiga notícia hoje disponível sobre o acervo que deu origem ao Museu da Música.

Entre outros impressos e documentos, Wagner Ribeiro (1966) descreveu dezenove manuscritos musicais do acervo da cúria, chegando a apresentar o incipit musical (figura 06) da Antífona de Nossa Senhora Regina Cæli lætare de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805), a partir de uma cópia de 1779 (figuras 07 e 08), o mais antigo manuscrito musical datado desse acervo. No ano seguinte, um artigo do mesmo jornal (VASCONCELLOS, 1967) já mencionava a existência de dois arquivistas musicais trabalhando na cúria: Aníbal Pedro Walter e Vicente Ângelo das Mercês. A partir desse período, o arcebispo estava firmemente decidido a cuidar desse acervo.

Mas qual foi a origem dos manuscritos musicais preservados na cúria de Mariana? A existência de uma tradição musical do século XVIII (CASTAGNA, 2004b) na matriz e depois catedral de Mariana (figura 09), associada à presença de várias cópias desse período no acervo encontrado por Dom Oscar, sugeriram a hipótese de que o acervo musical da cúria fosse o remanescente do antigo arquivo musical da catedral de Mariana, suposição apoiada pela existência de várias cópias com a indicação de propriedade “catedral” na página de rosto (figura 10).

De fato, vários documentos atestam a relação entre o arquivo musical catedralício e o acervo encontrado por Dom Oscar de Oliveira na cúria, como a “Lista das músicas pertencentes à Catedral”, de 1832 (figura 11), embora seja evidente que boa parte do repertório acumulado nessa igreja nos séculos XVIII e XIX tenha se perdido. Paralelamente, em 1882, o arcediago José de Souza Teles Guimarães (figura 12) doou à catedral de Mariana 164 músicas “dos melhores autores conhecidos, para uso da Catedral”, encaminhando “a lista nominal de todas as peças” e solicitando que “as ditas músicas sejam acondicionadas e zeladas de modo que se prestem ao fim proposto” (CASTAGNA, 2010). Essa “lista nominal” parece corresponder à “Lista Geral de Todas as Músicas” (figura 13) localizada no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, a qual exibe muitas correspondências com o antigo acervo musical da cúria e nos ajuda a esclarecer a origem de uma parte dos manuscritos preservados.


Não são conhecidos registros sobre a transferência do arquivo musical da catedral para a cúria, mas isso deve ter ocorrido após a promulgação do Motu Proprio Tra le sollecitudini (22 de novembro de 1903) do papa Pio X, que acarretou o desuso da maior parte do repertório sacro dos séculos XVIII e XIX, decorrente da depuração do “funesto influxo que sobre a arte sacra exerce a arte profana e teatral” solicitada pelo pontífice. Essa determinação foi amplamente conhecida pelo clero marianense, pois além de ter sido transcrita nas atas do cabido, foi impressa em Mariana poucos meses após sua assinatura em Roma (PIO X, 1904).

Pelo menos trezentas obras devem ter sido transferidas da catedral à cúria de Mariana no início do século XX, a julgar pelo atual conteúdo da seção mais antiga do Museu da Música. Entre elas, estão principalmente composições de autores afro-mineiros dos séculos XVIII e XIX, mas também algumas obras de autores portugueses mais antigos, com destaque para as quatro Paixões da Semana Santa escritas por Francisco Luís no século XVII. Fica assim evidente que, embora instituído há 40 anos, o Museu da Música de Mariana partiu de um repertório acumulado ao longo de três séculos – obviamente com muitas perdas e substituições – mas cujas raízes remontam à história musical portuguesa, europeia e católica. Nesse sentido, o acervo do Museu da Música é a reminiscência, no Brasil, de uma rede de difusão musical que iniciou-se na Europa e cruzou várias vezes o Atlântico, reunindo e mesclando estilos, tendências, origens, formas e funções.

A visão planejadora de Dom Oscar de Oliveira

Interessado em preservar toda essa documentação musical, o arcebispo Dom Oscar de Oliveira tomou duas medidas, ainda no final da década de 1960: a primeira delas foi convidar, para a função de arquivista musical, a professora Maria Ercely Coutinho (figura 14), que trabalhou na cúria, ainda na igreja de São Pedro dos Clérigos, de 1968 a 1972 (em substituição aos primeiros arquivistas Aníbal Pedro Walter e Vicente Ângelo das Mercês, que lá atuaram em 1967). A segunda foi solicitar às famílias de músicos que o arcebispo encontrava, durante as visitas episcopais às paróquias da arquidiocese, a doação de músicas à cúria de Mariana, o que ocorreu várias vezes a partir dessa época: o primeiro desses acervos foi oferecido em 1969 por José Henrique Ângelo, descendente de uma família de músicos da cidade de Barão de Cocais (MG)

O tamanho e a complexidade do acervo de Barão de Cocais tornou necessária a intervenção de um musicólogo com experiência na área, o que representou novo desafio ao arcebispo. Francisco Curt Lange, que já tinha conhecimento do acervo musical da cúria de Mariana, começou a oferecer seu trabalho a Dom Oscar de Oliveira em 1967 (CASTAGNA, 2005), mas este acabou aceitando a colaboração do padre José de Almeida Penalva (1924-2002) (figura 15), que já vinha trabalhando com manuscritos musicais em Campinas, sua cidade natal: o primeiro trabalho de Penalva como pesquisador havia sido impresso em 1955, mas a catalogação, em 1970, das obras de Carlos Gomes (1836-1896) no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (SP), foi a iniciativa que diretamente o conectou à pesquisa que realizaria em Mariana dois anos mais tarde (PROSSER, 2000: 227).

Em Mariana, José Penalva organizou e elaborou um catálogo do arquivo de José Henrique Ângelo, parcialmente publicado no jornal O Arquidiocesano em 1972 (figura 16), porém impresso em sua forma integral no ano seguinte na revista Cadernos, periódico do Studium Theologicum de Curitiba (PR), cidade na qual o padre Penalva passou a residir.

Com o encerramento do trabalho de Maria Ercely Coutinho e do Padre José de Almeida Penalva, em 1972, surgiu novamente a necessidade de contar com alguém que continuasse o trabalho por eles iniciado. Dom Oscar de Oliveira, em nova ação planejadora, aceitou a colaboração de Maria da Conceição de Rezende, então professora de História e Estética Musical na Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte (MG), que assumiu as tarefas de organização, catalogação e estudo do acervo por doze anos ininterruptos.

Conceição Rezende conviveu pouco tempo com Penalva e Coutinho em Mariana e logo passou a desenvolver praticamente sozinha sua tarefa, às vezes contando com o auxílio de músicos e professores de Mariana e de Belo Horizonte (CASTAGNA, 2004a). Poucas semanas após o início do trabalho de Conceição Rezende, naquele agitado ano de 1972, a catalogação dos manuscritos musicais da cúria (especialmente do século XVIII) motivou constantes reportagens na imprensa diária (figura 17), o que acabou dando ao acervo, a partir desse período, uma notoriedade nacional e internacional.

Foi depois de tudo isso que Dom Oscar de Oliveira fundou o Museu da Música, inaugurado em uma sala do novo edifício da Cúria e Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (figura 18) em 6 de julho de 1973 (figura 19), paradoxalmente sem a presença do arcebispo, cuja mãe havia falecido nessa mesma época. A partir de então, as notícias sobre o Museu da Música tornaram-se frequentes e as doações de manuscritos musicais aumentaram consideravelmente.

Utilizando a metodologia desenvolvida por José de Almeida Penalva, Maria da Conceição de Rezende passou a separá-los pela cidade de origem e por seis categorias funcionais: 1) Te Deum; 2) Ladainhas; 3) Ofícios e Novenas; 4) Missas; 5) Semana Santa; 6) Fúnebres. Assim, o acervo encontrado na cúria por Dom Oscar tornou-se a seção “Mariana”, enquanto o acervo estudado por José Penalva tornou-se a seção “Barão de Cocais”, cada um deles divididos em seis seções referentes à categorias acima mencionadas.

Na década de 1980, os papéis de música já eram procedentes de cerca de trinta cidades mineiras – felizmente registradas por Conceição Rezende – e sua organização estimulou várias ações relacionadas ao patrimônio histórico-musical brasileiro. Uma delas foi a microfilmagem de parte dos manuscritos do Museu da Música (cujos fotogramas encontram-se na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), para a elaboração do catálogo O ciclo do ouro, que relaciona manuscritos musicais e outros documentos históricos de onze acervos mineiros e cariocas (BARBOSA, 1978).

Conceição Rezende, no entanto, encerrou seu trabalho no Museu da Música durante o I Encontro Nacional de Pesquisa em Música (Mariana, julho de 1984), ocasião na qual Dom Oscar providenciou o registro jurídico da instituição, abrindo-o finalmente à pesquisa. Em função da falta de espaço, o Museu da Música acabou sendo transferido para o recém-inaugurado Palácio Arquiepiscopal, na Praça Gomes Freire (figura 20), em 1988 (mesmo ano em que Dom Oscar de Oliveira encerrou sua atuação como arcebispo de Mariana) e, ao lado do Museu do Livro, continuou recebendo pesquisadores e estimulando ações semelhantes nos anos seguintes (figuras 21 a 23).

Felizmente, Dom Oscar foi sucedido por Dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006), que não apenas manteve o acervo aberto à pesquisa no Palácio Arquiepiscopal, como também, à frente da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, aceitou novas ações referentes à modernização e desenvolvimento do Museu da Música.

O Museu da Música de Mariana no século XXI

Um trabalho decisivo foi realizado no Museu da Música entre 2001 e 2003: o projeto “Acervo da Música Brasileira / Restauração e Difusão de Partituras”, da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, financiado pela Petrobras e administrado pelo Santa Rosa Bureau Cultural (Belo Horizonte – MG). Nessa fase, foi constituída uma equipe de pesquisadores para continuar a organização do acervo (figuras 24 a 29) e elaborar um instrumento de busca eletrônico, além de editar nove álbuns de partituras e coordenar sua gravação por coros e orquestras de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

O projeto Acervo da Música Brasileira gerou novo interesse e maior visibilidade em relação ao Museu da Música, que passou a contar com outras ações e projetos destinados a aumentar a difusão social de seu acervo. Após a restauração do antigo Palácio dos Bispos de Mariana, entre 2004 e 2007 (figura 30), o Museu da Música foi para lá transferido, onde se encontra atualmente (figura 31). O novo espaço tornou a instituição apta a desenvolver atividades diferentes, como a recepção de grupos de visitantes e o oferecimento de aulas e apresentações musicais, o que ampliou consideravelmente seu significado cultural e social.

Desde então, além de continuar o trabalho técnico (figuras 32 e 33) e de receber pesquisadores, o Museu da Música de Mariana têm realizado projetos destinados não somente ao desenvolvimento da pesquisa musicológica, mas também ao desenvolvimento musical, com a manutenção de espaços para exposições (figuras 34 e 35), aulas e apresentações musicais, e a realização de projetos de apresentações públicas com obras de seu acervo em várias cidades mineiras. Além disso, o Museu da Música mantém o projeto “Aperfeiçoamento de Maestros e Regentes de Coro”, destinado a desenvolver localmente a prática da música coral e a multiplicar ações nessa área.

Em reconhecimento à importância de seu acervo de manuscritos musicais, mas também por conta dos projetos acima referidos, o Museu da Música de Mariana recebeu, do Programa Memória do Mundo da UNESCO, em 2 de dezembro de 2011, o Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe (MOWLAC), tornando-se, assim, a primeira instituição brasileira do gênero com esse tipo de distinção.

Apesar dos projetos anteriores de edição e gravação, a maior parte do acervo do Museu da Música de Mariana é desconhecido do público. Bastante variado, esse acervo inclui instrumentos musicais, documentos históricos, recortes de jornais, livros cerimoniais, bibliografia musicológica, manuscritos e impressos musicais. Entre os manuscritos – que constituem a maior parte do acervo – estão obras sacras de vários períodos históricos e uma grande seção de música dos séculos XIX e XX para banda, ainda em processo de catalogação. É grande o número de autores de música sacra representados no acervo, entre eles muitos brasileiros, como José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746?-1805), Manoel Dias de Oliveira (c.1735-1813), Francisco Gomes da Rocha (c.1754-1808), João de Deus de Castro Lobo (1794-1832) e José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), e vários europeus, como os portugueses Francisco Luís (?-1693), Antonio Leal Moreira (1758-1819) e Marcos Portugal (1762-1830).

Por outro lado, a herança portuguesa e africana da maior parte dos compositores brasileiros representados no acervo – sem contar a música dos autores europeus que se transferiram para o Brasil – torna o Museu da Música de Mariana uma instituição de significado internacional. Os projetos nele desenvolvidos não afetam apenas a cidade de Mariana e nem somente o meio musicológico brasileiro, mas difundem pelo mundo, especialmente de língua portuguesa, uma herança cultural que vem participando de nossa vivência cultural por via direta ou indireta.

O Museu da Música de Mariana tem estimulado o surgimento de instituições semelhantes em outras cidades brasileiras – como o Museu da Música de Timbó (SC),[2] inaugurado em 2004, e o Museu da Música de Itu (SP),[3] inaugurado em 2007 – e seu desenvolvimento foi importante na elaboração de outros projetos de conservação, organização, catalogação, edição e gravação de obras, no Brasil e fora dele. Mesmo assim, as ações dessa instituição estão longe de serem encerradas: o Museu da Música planeja, atualmente, a digitalização e disponibilização eletrônica de seu acervo e outras iniciativas igualmente impactantes relacionadas ao patrimônio histórico-musical brasileiro.

Vivemos, entretanto, em um período bastante diferente das décadas de 1940 a 1980, nas quais a falta de informações, de instituições e de oportunidades mobilizou centenas de pessoas para o trabalho técnico e acadêmico relacionado ao patrimônio histórico-musical. Na atualidade, os desafios são quase opostos aos daquela época, estando entre os principais o excesso de informações e que circula nas sociedades e a falta de significado humano de boa parte das ações institucionais.

Em virtude da total reconfiguração do Museu da Música de Mariana e dos projetos nele desenvolvidos nos últimos treze anos, essa instituição vem se preparando para uma nova atuação junto à sociedade, que não se restringe somente à abertura de seu acervo aos especialistas (o que será permanentemente mantido), mas que visa também o desenvolvimento cultural e social, com ações de interesse público relacionados ao seu acervo. Se o Museu da Música foi, no passado, uma instituição pioneira no cuidado de antigos acervos musicais por especialistas, seu futuro aponta agora para o cuidado de pessoas por meio da música antiga.

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Os links para baixar os 9 CDs produzidos pelo MMM com músicas inéditas, em arquivos FLAC e MP3 320 kbps, com os respectivos encartes, podem ser encontrados AQUI, conforme forem sendo repostados.

Avicenna

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD vai direto para o rol das gravações clássicas. Dia desses estive criticando Dudamel na Sinfonia Nº 4 de Brahms, mas o que dizer desta associação com Barenboim? Ora, que é perfeita, impecável, sensível, musical e arrasadora. O senso de estilo demonstrado aqui foi poucas vezes alcançado. O curioso é que Barenboim é o regente titular da Staatskapelle Berlin e, nestes concertos, ele desce do pódio, senta no piano, e dá lugar a Dudamel. E o resultado é estupendo.

Johannes Brahms (1833-1897): The Piano Concertos (Live)

Brahms: Piano Concerto No.1 In D Minor, Op.15
1 – 1. Maestoso – Poco più moderato (Live) 23:24
2 – 2. Adagio (Live) 14:25
3 – 3. Rondo (Allegro non troppo) (Live) 13:20

Brahms: Piano Concerto No.2 In B Flat, Op.83
4 – 1. Allegro non troppo (Live) 18:40
5 – 2. Allegro appassionato (Live) 9:45
6 – 3. Andante – Più adagio (Live) 12:31
7 – 4. Allegretto grazioso – Un poco più presto (Live) 9:57

Daniel Barenboim, piano
Staatskapelle Berlin
Gustavo Dudamel

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Barenboim + Dudamel: dois craques e fácil entendimento
Barenboim + Dudamel: entendimento fácil entre dois supercraques

PQP

Grażyna Bacewicz (1909-1969): Sonata para Piano Nº 2 e Quintetos para Piano Nº 1 e 2

Grażyna Bacewicz (1909-1969): Sonata para Piano Nº 2 e Quintetos para Piano Nº 1 e 2


Este disco foi gravado em 2009, para as comemorações dos 100 anos da polonesa Grażyna Bacewicz, uma pioneira dentre as compositoras mulheres. O CD envolve apenas músicos polacos e é muitíssimo bom. Zimerman e seu grupo dá interpretações de altíssima temperatura emocional às obras de sabor neoclássico de Bacewicz.

Uma grande surpresa: um CD de primeira linha dedicado a uma compositora que não tinha obras postadas aqui no PQP! Daqui dois dias, posto outro, tá?

Grażyna Bacewicz (1909-1969):
Sonata para Piano Nº 2 e Quintetos para Piano Nº 1 e 2

Piano Quintet No.1
1. 1. Moderato molto espressivo [8:19]
2. 2. Presto [4:31]
3. 3. Grave [8:02]
4. 4. Con passione [5:11]

Sonata No. 2 for Piano
5. Maestoso [6:15]
6. Largo [8:56]
7. Toccata [3:36]

Piano Quintet No.2
8. 1. Moderato [7:12]
9. 2. Larghetto [7:36]
10. 3. Allegro giocoso [5:15]

Krystian Zimerman
Kaja Danczowska
Agata Szymczewska
Ryszard Groblewski
Rafal Kwiatkowski

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DGDGD
Zimerman: perfeito na homenagem a sua grande conterrânea

PQP

D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As três obras deste álbum abrangem uma vida inteira. E tudo é de primeira linha. É incrível a qualidade deste repertório. O primeiro trio de piano foi escrito por Shostakovich aos 17 para uma namorada. Era o ano de 1923. O domínio dos meios já era inegável e as impressões digitais de Shosta são instantaneamente reconhecíveis: o ceticismo, o sarcasmo e a justaposição de opostos. Esta não é a maneira como a maioria de nós iria cortejar uma moça, mas Shostakovich foi sempre um original e eclético. Tudo o que ele escreve pode ser interpretado igualmente como seu oposto, um dispositivo que se tornou a chave para a sobrevivência do compositor na Rússia Soviética.

O segundo trio de piano, escrito em 1943, aos 37 anos do compositor, é finalizado por uma dança klezmer muito mórbida que alguns consideram o reflexo dos assassinatos de judeus na Alemanha de Hitler, enquanto outros a entendem como um protesto contra o crescente anti-semitismo stalinista. Independentemente da forma como você se aproxima dele, os ritmos cáusticos grudam na consciência do ouvinte. Esta composição está evidentemente ao lado das vítimas.

A Sonata para Viola, opus 147, é um trabalho escrito no leito de morte, em julho de 1975. Shosta tinha 69 anos. Inesperadamente, dadas as alternâncias de tristeza e agitação de seu quarteto de cordas final, a sonata emana uma tranquila beleza que cita a Sonata ao Luar de Beethoven. Cada seção termina com a palavra ‘morendo’ na partitura. É uma música estarrecedora, por assim dizer.

O pianista nesta gravação, Vladimir Ashkenazy, tocou para Shostakovich e cresceu em seu mundo. Os outros artistas são húngaro (Zsolt-Tihamér Visontay), sueco (Mats Lidström) e norueguês (Ada Meinich). A mistura de conhecimentos subjetivos e objetivos funciona bem. Há tensão. Como deve ser.

De Norman Lebrecht, com pequenas adições. Traduzido livremente por PQP.

Dmitri D. Shostakovich (1906-1975): Trios Nros. 1 e 2 e Sonata para Viola

1. Piano Trio No. 1 in C minor Op. 8 13:08

Piano Trio No.2, Op.67
2. 1. Andante – Moderato – Poco più mosso 7:13
3. 2. Allegro con brio 2:52
4. 3. Largo 5:22
5. 4. Allegretto – Adagio 10:15

Vladimir Ashkenazy, Zsolt-Tihamér Visontay, Mats Lidström

Sonata for Viola and Piano, Op.147
6. 1. Moderato 9:50
7. 2. Allegretto 7:33
8. 3. Adagio 15:31

Vladimir Ashkenazy, Ada Meinich

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Shostakovich, música de três fases diferentes da vida e fumadinha com Bernstein
Shostakovich, música de três fases diferentes da vida e fumadinha com Bernstein

PQP