Haydn (1732-1809) & Cia: Legacy – Concertos para Violoncelo & outras obras – Christian-Pierre La Marca – Le Concert de la Loge & Julien Chauvin ֍

Haydn (1732-1809) & Cia: Legacy – Concertos para Violoncelo & outras obras – Christian-Pierre La Marca – Le Concert de la Loge & Julien Chauvin ֍

Legacy

Christian-Pierre La Marca

Le Concert de la Loge

Julien Chauvin

 

Christian-Pierre La Marca

Eu sempre imagino Papa Haydn já idoso, compositor renomado, mais velho do que Mozart e Beethoven. Mas é fato que houve um jovem Joseph Haydn – cantor de coro que declinou da castrazione para manter a bela voz e que estudou música com outros mestres até tornar-se um mestre ele mesmo. Um destes músicos de uma geração anterior que a dele foi Nicola Porpora, que além de compositor de óperas foi professor de canto. Teve entre seus alunos famosos castrati, como Farinelli e Caffarelli. Haydn trabalhou como factótum (assessor para assuntos gerais) para Porpora enquanto este viveu em Viena e lembrava-se do mestre com um sorriso nos lábios. Aprendeu muito palavras italianas com ele, tais como asino, coglione e birbante. Havia também boas lembranças de cutucões nas costelas…

Foi também coisa da juventude de Haydn a composição de concertos diversos, nos primeiros anos que passou na Petit Versailles, a Corte de Estérhazy, para brindar os bons músicos que serviam a orquestra que estava a sua disposição.

Foi assim que surgiu, nos primeiros anos da década de 1760 o seu primeiro concerto para violoncelo, composto provavelmente para o violoncelista Joseph Weigl, que trabalhava ali. Aliás, o concerto ficou perdido por muito tempo, até ser redescoberto nos arquivos de um museu em Praga, em 1961. O manuscrito estava ao lado de um outro concerto de Joseph Weigl. De qualquer forma, a primeira frase do concerto havia sido registrada por Haydn em um catálogo de obras que ele começara a fazer em Estérhazy.

Julien Chauvin

O segundo concerto é tecnicamente mais difícil e foi escrito em 1783. Este foi atribuído a Anton Kraft, outro violoncelista que atuou em Estérhazy. Anton foi excelente violoncelista e deve ter dado seus pitacos na parte técnica do concerto, coisa que pode ter ajudado a causar a confusão. Kraft foi o violoncelista para quem Beethoven escreveu a parte de violoncelo de seu Concerto Triplo.

Neste ótimo disco os dois concertos são apresentados pelo violoncelista Christian-Pierre La Marca, acompanhado pela orquestra com prática de instrumentos de época, Le Concert de la Loge, regida por Julien Chauvin. O disco traz ainda obras de outros compositores da época, perfazendo um agradável programa musical. Temos uma ária do Nicola Porpora, cantada aqui pelo ótimo contratenor Philippe Jaroussky, um movimento (largo) de um concerto para violoncelo, também de Porpora, uma Sinfonia Concertante, que fora deixada inacabada por Mozart, numa reconstrução feita por Robert Levin. E também uma transcrição para violoncelo da música de balé de Gluck, danse des ombres heureuses, escrita para a ópera Orphée et Eurydice, feita por Christian-Pierre La Marca.

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para violoncelo No. 1 em dó maior, Hob. VIIb:1

Cadenza: Christian-Pierre La Marca

  1. Moderato
  2. Andante
  3. Allegro molto

Nicola Porpora (1686 – 1768)

Concerto para violoncelo em sol maior
  1. Largo

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Reconstrução: Robert Levin

Sinfonia Concertante em lá maior (KV Anhang 104 / 320E)
  1. Fragmento

Christoph Willibald Gluck (1714 – 1787)

Orphée et Euridice
  1. Dança dos Espíritos Abençoados (Transcrição de Christian-Pierre La Marca)

Nicola Porpora (1686 – 1768)

Gli orti esperidi
  1. Ária: Giusto amor tu che m’accendi

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para violoncelo No. 2 em ré maior, Hob. VIIb:2 (Op. 101)

Cadenza: Maurice Gendron

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Allegro

Christian-Pierre La Marca, violoncelo

Philippe Jaroussky, contatenor (Gluck)
Julien Chauvin (violino) e Adrien La Marca (viola) (Mozart)

Le Concert de La Loge

Julien Chauvin

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Le Concert de la Loge

Partes da entrevista dada por Christian-Pierre e Julien:

LM: I wanted this program to introduce new ways of listening to Haydn’s concertos. The title of the album Legacy emphasizes more of the aspect of transmition than that of inheritance – the goodwill one generation passes on to the next, the encounters between musicians who hand down a tradition, the development of styles of writing for the instrument.

JC: Haydns’s concertos are often recorded on their own, the fact that they are ‘enveloped’ in other pieces gives them an additional dimension.

I couldn’t agree more!

Aproveite!

René Denon

Porpora / Hasse / Galuppi: Musica degli Ospedali (Le Grazie Veneziane)

Porpora / Hasse / Galuppi: Musica degli Ospedali (Le Grazie Veneziane)

A música sacra escrita para cantoras e instrumentistas do Ospedale della Pietà tornou-se célebre durante o século XVIII. Esta tradição musical única tornou-se amplamente famosa pelas obras de compositores notáveis ​​como Vivaldi, Hasse, Porpora e Galuppi, que foram professores ativos nos quatro “Ospedali grandi”. O que eram os Ospedali? Eram orfanatos que recebiam meninas órfãs ou abandonadas, que muitas vezes lá permaneciam por toda a vida, caso não fossem adotadas. Meninos eram aceitos apenas temporariamente, devendo partir aos 16 anos após aprenderem ofícios simples como carpintaria. O Ospedale tinha a chamada Roda dos Expostos ou Roda dos Enjeitados. Tais mecanismos ficavam nas fachadas de instituições religiosas, embutidas na parede, dando para a rua. Consistiam em mecanismos utilizados para abandonar os recém-nascidos indesejados, que assim ficavam ao cuidado da instituição. O mecanismo era uma caixa cilíndrica que girava sobre um eixo vertical com uma portinhola ou apenas uma abertura. Quem desejava abandonar um recém-nascido, colocava ali seu filho e girava o cilindro, dando meia volta. Desta forma, quem abandonava a criança não era visto por quem a recebia. As rodas também serviam para que pessoas piedosas oferecessem anonimamente alimentos e medicamentos a tais casas. As crianças eram normalmente filhas de pessoas pobres, para quem seria um peso receber mais uma boca para alimentar, ou filhas de mães solteiras, nobres ou burguesas, que não desejavam ver descoberta sua gravidez. Lá eram formadas orquestras dirigidas por nomes como os compositores deste disco e mais Vivaldi, por exemplo. Aqui, mais detalhes.

Porpora / Hasse / Galuppi: Le Grazie Veneziane

Nicola Antonio Porpora (1686-1768)
De profundis, for chorus & orchestra
1. De profundis clamavi
2. Fiant aures tuae intendentes
3. Si iniquitates observabis Domine
4. Quia apud te
5. Sustinuit anima mea
6. A custodia matutina
7. Quia apud Dominum
8. Gloria Patri
9. Sicut erat

Johann Adolf Hasse (1699-1783)
Laudate pueri in A major (Psalm 112), for soprano, mezzo-soprano, chorus & orchestra
10. Laudate pueri
11. A solis ortu
12. Excelsus super omnes gentes
13. Quis sicut Dominus
15. Qui habitare facit
16. Gloria Patri
17. Sicut erat

Baldassare Galuppi (1706-1785)
Dixit Dominus (Psalm 110)
18. Dixit Dominus
19. Tecum principium
20. Juravit Dominus
21. Dominus a dextris tuis
22. Judicabit in nationibus
23. De torrente
24. Gloria Patri

Maria Grazia Schiavo, soprano
Emanuela Galli, soprano
José Maria Lo Monaco, alto
Vocal Concert Dresden
Dresdner Instrumental-Concert
Peter Kopp, conductor

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O Ospedale della Pietà
O Ospedale della Pietà, onde trabalhou Vivaldi, ausente neste disco…

PQP

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Um bom disco de um repertório pouco frequentado. Os compositores mais conhecidos do CD são Porpora e Leo. Nem conhecia Fiorenza e Sabatino, isso que sou um perseguidor de barrocos. Como disse tantas vezes, o barroco parece ser interminável, mas estes não são concertos especialmente belos, não são grandes achados. São animados, meridionais, rápidos, atléticos, soam bem, mas não têm magia. A extrema competência e compreensão dos músicos comandados pela extraordinária Chiara Banchini compensa e a gente sai bem convencido de que é grande música, só que depois esquece… É um disco que indico fortemente para as manhãs felizes!

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Nicola Fiorenza (?-1764)
Solo Cello Concerto in F major
01. Presto
02. Allegro
03. Largo
04. Allegro

Nicola Antonio Porpora (1686-1768)
Cello concerto in G major
05. Adagio
06. Allegro
07. Adagio
08. Allegro

Leonardo Leo (1694-1744)
Solo Cello Concerto in A major
09. Andantino gracioso
10. Allegro
11. Larghetto
12. Allegro

Nicola Fiorenza (?-1764)
Cello Concerto in A major
13. Largo
14. Allegro
15. Adagio
16. Allegro

Nicola Sabatino (1708-1796)
Solo di Violoncello con due violini e basso in G major
17. Largo assai
18. Fuga
19. Adagio
20. Allegro mà preso

Gaetano Nasillo, cello
Ensemble 415
Chiara Banchini, direction

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Chiara Banchini

PQP

Rosso – Italian Baroque Arias with Patricia Petibon – Venice Baroque Orchestra, dir. Andrea Marconi – 2010

   Rosso – Italian Baroque Arias

Patricia Petibon – soprano

Venice Baroque Orchestra
dir. Andrea Marconi

2010

 

Rosso, a coleção de árias de ópera barroca italiana da soprano Patricia Petibon, pode muito bem ser um dos recitais vocais barrocos mais divertidos que um ouvinte provavelmente encontrará, porque Petibon está obviamente tendo o momento de sua vida. As árias, algumas raridades familiares e genuínas, de óperas e oratórios de Handel, Vivaldi, Alessandro Scarlatti, Stradella, Porpora e Sartorio, expressam uma ampla gama de emoções, incluindo tristeza, delícia e maravilha, insinuações sedutoras e raiva explosiva.

Petibon, uma atriz cantora espetacular, se joga neles com um abandono tão inconsciente e com uma percepção interpretativa que o ouvinte, mesmo sem olhar para os textos, fica sem dúvida sobre os estados emocionais específicos, às vezes em evolução, dos personagens. Os puristas podem se ofender com as extremidades de suas interpretações, que usam suspiros, gritos, gritos e sussurros para transmitir a extremidade dos estados emocionais dos personagens, mas sua honestidade e franqueza expressivas são indiscutíveis.

A voz luminosa e lustrosa de Petibon e sua técnica impecável e um virtuosismo ágil devem dissipar as suspeitas de que ela recorra a extremos dramáticos para cobrir qualquer déficit vocal. Cada faixa é uma maravilha de profundidade interpretativa e vocalismo da mais alta ordem, mas o lamento de Alcina “Ah! Mio cor!” é especialmente deslumbrante; para aumentar a intensidade do desespero de Alcina, Petibon transpõe algumas passagens por uma oitava para a estratosfera e outras por uma oitava em uma faixa solidamente baritonal, produzindo efeitos impressionantes. No “Quando voglio“, de Cleópatra, do Sartorio de Giulio Cesare em Egito, Petibon cria um feitiço de sensualidade irresistível e divertida. O “Caldo sangue” de Scarlatti, de Ismaele, expõe a límpida pureza de sua voz; o fraseado sem costura e aveludado; e a sensibilidade de seus instintos dramáticos em exibição total.

Andrea Marcon lidera a Orquestra Barroca de Veneza em realizações excepcionalmente atenciosas e inventivas das partituras. O som limpo, presente e bem equilibrado da Deutsche Grammophon fornece um ambiente ideal para a clareza primitiva das performances. O recital da Petibon estabelece um alto padrão para a apresentação barroca e deve agradar aos fãs de música da época e de cantos notáveis.( ex-encarte)

Rosso – Italian Baroque Arias
Antonio Sartorio (Itália, 1630 – 1680)
01. Giulio Cesare in Egitto – Quando voglio
Antonio Alessandro Boncompagno Stradella, (Itália, 1643 – 1682)
02. Giovanni Battista – Queste lagrime e sospiri
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
03. Alcina / Act 1 – Tornami a vagheggiar
04. Rinaldo, HWV 7a / Act 2 – “Lascia ch’io pianga”
05. Ariodante  HWV 33 / Act 1 – “Volate, amori”
06. Giulio Cesare / Act 3 – “Piangerò la sorte mia”
Alessandro Scarlatti (Itália, 1660 – 1725)
07. La Griselda / Act 3 / Scene 3 – Se il mio dolor t’offende
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
08. Alcina / Act 2 – Ah, mio cor
09. Ariodante, HWV 33 / Act 1 – Neghittosi, or voi che fate
Nicola Antonio Giacinto Porpora (Nápoles, 1686 – Nápoles, 1768)
10. Lucio Papirio / Act 1 – Morte amara
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741)
11. L’Olimpiade, RV 725/ Act 2 Scene 5 – Siam navi all’onde
Antonio Sartorio (Itália, 1630 – 1680)
12. L’Orfeo – Orfeo, tu dormi 
Benedetto Marcello (Veneza, 1686 – Bréscia, 1739)
13. Arianna – Come mai puoi vedermi piangere
Alessandro Scarlatti (Itália, 1660 – 1725)
14. Il Sedecia, Rè di Gerusalemme – Caldo sangue

Para degustar:

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Pergolesi: Stabat Mater – Sandrine Piau • Christopher Lowrey • Les Talens Lyriques, Christophe Rousset

Pergolesi: Stabat Mater – Sandrine Piau • Christopher Lowrey • Les Talens Lyriques, Christophe Rousset


Pergolesi: Stabat Mater

Sandrine Piau, Christopher Lowrey

Les Talens Lyriques, Christophe Rousset

2020

 

Volto a postar em grande estilo: Sandrine Piau embalada pelos Les Talens Lyriques! Excelente CD que ressalta a evidente cumplicidade de Sandrine com Les Talens Lyriques. C’est fantastique !

Parceiros de longa data, Sandrine Piau e Christophe Rousset têm interpretado com frequência o Stabat Mater, uma obra emblemática do repertório napolitano do século XVIII, tanto juntos quanto com outros músicos. Foi, portanto, um passo natural para eles gravar esta obra-prima suprema da música sacra. Eles se juntam aqui por um parente recém-chegado a Les Talens Lyriques, que também se tornou um parceiro regular do grupo, o contratenor americano Christopher Lowrey (já ouvido em um disco Alpha dedicado a Monteverdi, Alpha 216).

O programa é completado por um Beatus vir de Leonardo Leo (1694-1744), cantado por Sandrine Piau, e um Salve Regina para alto de Nicola Porpora (1686-1768), duas obras totalmente desconhecidas de dois compositores que, no entanto, eram muito famosos na época – Porpora, por exemplo, era o professor de canto de Farinelli e mentor do jovem Haydn.

Christophe Rousset encontra nessa música ‘uma expressão de piedade muito mediterrânea e com muito sabor, na qual a pessoa passa das lágrimas ao riso rapidamente’. Sandrine Piau vê em Leo “uma elegância de estilo, uma certa distância na tristeza”. (extraído da internet)

Giovanni Battista Pergolesi (Itália 1710 – 1736)
01. Stabat Mater in F Minor, P. 77: I. Stabat Mater dolorosa
02. Stabat Mater in F Minor, P. 77: II. Cujus animam gementem
03. Stabat Mater in F Minor, P. 77: III. O quam tristis et dolebat
04. Stabat Mater in F Minor, P. 77: IV. Quae moerebat et dolebat
05. Stabat Mater in F Minor, P. 77: V. Quis est homo qui non fleret
06. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VI. Vidit suum dulcem natum
07. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VII. Eia Mater fons amoris
08. Stabat Mater in F Minor, P. 77: VIII. Fac ut ardeat cor meum
09. Stabat Mater in F Minor, P. 77: IX. Sancta Mater istud agas
10. Stabat Mater in F Minor, P. 77: X. Fac ut portem Christi mortem
11. Stabat Mater in F Minor, P. 77: XI. Inflammatus et accensus
12. Stabat Mater in F Minor, P. 77: XII. Quando corpus morietur

Nicola Porpora (Itália, 1686-1768)
13. Salve Regina in G Major: I. Salve Regina
14. Salve Regina in G Major: II. Ad te clamamus
15. Salve Regina in G Major: III. Ad te suspiramus
16. Salve Regina in G Major: IV.Eia ergo
17. Salve Regina in G Major: V. Et Jesum
18. Salve Regina in G Major: VI. O clemens

Leonardo Ortensio Salvatore de Leo (Itália, 1694 – 1744)
19. Beatus vir qui timet in F Major: I. Beatus vir
20. Beatus vir qui timet in F Major: II. Exortum est
21. Beatus vir qui timet in F Major: III. Misericors
22. Beatus vir qui timet in F Major: IV. Iucundus homo
23. Beatus vir qui timet in F Major: V. Dispersit
24. Beatus vir qui timet in F Major: VI. Gloria
25. Beatus vir qui timet in F Major: VII. Sicut era

Pergolesi: Stabat Mater – 2020
Les Talens Lyriques, Christophe Rousset
Sandrine Piau & Christopher Lowrey

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Saudades de minha pombinha!

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

 

Nicola Porpora (1686-1768): L’amato nome, Cantatas Op. 1

Nicola Porpora (1686-1768): L’amato nome, Cantatas Op. 1

O conjunto de Cantatas da Câmara Italianas, Op. 1, de Nicola Porpora, recebe uma nova e impressionante leitura dirigida por Stefano Aresi, um dos principais intérpretes deste compositor barroco tardio. Porpora, nascido em Nápoles, levou sua nuove musiche a Londres lá por 1730. Na verdade, Porpora tentou imitar Handel, que ficou famoso (e rico?) na Inglaterra. Porpora rapidamente se deu bem com a nobreza britânica e suas 12 cantatas, embora provavelmente escritas em Nápoles, foram publicadas sob o patrocínio de Frederico Luís, príncipe de Gales. Elas desfrutaram de grande sucesso, refletindo a posição de liderança da música italiana em toda a Europa da época. Estas 12 obras são interpretadas pelas quatro cantoras do Stile Galante: Francesca Cassinari e Emanuela Galli, sopranos, Giuseppina Bridelli e Marina De Liso, contraltos. Um belo CD! Há joias espalhadas nele.

Nicola Porpora (1686-1768): L’amato nome, Cantatas Op. 1

CD1
01. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata V: Scrivo in te ‘amato nome
02. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata V: O pianta avventurosa
03. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata V: Per te d’amico Aprile
04. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata X: Oh se fosse il mio core
05. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata X: Se lusinga il labbro e ‘l ciglio
06. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata X: Mi fa barbara e ingrata
07. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata X: Sento pietade
08. All’Altezza Reale Di Federico Prencipe Reale Di Vallia, Op. 1, Cantata VIII: Or Che Una Nube Ingrata
09. All’Altezza Reale Di Federico Prencipe Reale Di Vallia, Op. 1, Cantata VIII: Senza Il Misero Piacer
10. All’Altezza Reale Di Federico Prencipe Reale Di Vallia, Op. 1, Cantata VIII: M’Intendi? Io Tutto Dissi
11. All’Altezza Reale Di Federico Prencipe Reale Di Vallia, Op. 1, Cantata VIII: Contemplar Almen Chi S’Ama
12. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata III: Tirsi chiamare a nome
13. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata III: Se in amor che sia vicino
14. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata III: Sì, sì, benché l’aspetto
15. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata III: So ben che la speranza
16. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IX: Destatevi, o pastori
17. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IX: Nei campi e nelle selve
18. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IX: Tornerò fra le gregge
19. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IX: Silvio amante disperato
20. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VI: Già la notte s’avvicina
21. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VI: Lascia una volta, o Nice
22. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VI: Non più fra’ sassi algosi

CD2
01. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XI: Oh Dio, che non è vero
02. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XI: Quella ferita
03. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XI: Passano i fiumi e i rivi
04. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XI: Se mi prestasse i vanni
05. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IV: Queste che miri, o Nice
06. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IV: Sei mio ben, sei mio conforto
07. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IV: Credimi, sì, mio sole
08. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata IV: Amo, né sarà mai
09. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VII: Veggo la selva e il monte
10. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VII: Le direi mormorando fra’ sassi
11. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VII: Poscia quando il pasto guida
12. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata VII: Ma la selva, il monte, intanto
13. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata II: Nel mio sonno almen talora
14. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata II: Pria dell’aurora, o Fille
15. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata II: Partì con l’ombra, è ver
16. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata I: D’Amore il primo dardo
17. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata I: Fra gl’amorosi lacci
18. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata I: Ch’io mai vi possa
19. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XII: Dal povero mio cor
20. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XII: Mensogniera dici
21. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XII: Pallido, ancor tremante
22. All’altezza reale di Federico Prencipe reale di Vallia, Op. 1, Cantata XII: Ha scogli e rie procelle

Stefano Aresi
Stile Galante

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Nicola Porpora se fazendo de gostoso.
Nicola Porpora se fazendo de gostoso.

PQP

Il diario di Chiara – Music from La Pietà in Venice in the 18th Century

Il diario di Chiara – Music from La Pietà in Venice in the 18th Century

Este é um disco de música barroca italiana que se baseia em três concertos escritos para Chiara, mas também para outras destacadas violinistas do Ospedale della Pieta, com os quais Vivaldi esteve especialmente associado. Há dois concertos de Vivaldi aqui, mas também de vários outros compositores. Chiara coletou essas peças em seu diário – daí o título do disco. O que torna este CD especial é a Europa Galante e Fabio Biondi. Eles são sensacionais. Brilham nos movimentos mais vivos, mas também trazem beleza e emoção nos movimentos mais lentos. A interpretação é vigorosa, apaixonado e reflexiva, conforme o apropriado em cada momento.

Mas quem eram estas meninas do Ospedale? O Ospedale della Pietà é uma casa fundada em 1346 pelo governo de Veneza a fim de receber meninas órfãs ou abandonadas, que muitas vezes lá permaneciam por toda a vida, caso não fossem adotadas. Meninos eram aceitos apenas temporariamente, devendo partir aos 16 anos após aprenderem ofícios simples como carpintaria.

A Roda dos Expostos

A Roda dos Expostos

O Ospedale tinha a chamada Roda dos Expostos ou Roda dos Enjeitados. Tais mecanismos ficavam nas fachadas de instituições religiosas, embutidas na parede, dando para a rua. Consistiam em mecanismos utilizados para abandonar os recém-nascidos indesejados, que assim ficavam ao cuidado da instituição. O mecanismo era uma caixa cilíndrica que girava sobre um eixo vertical com uma portinhola ou apenas uma abertura. Quem desejava abandonar um recém-nascido, colocava ali seu filho e girava o cilindro, dando meia volta. Desta forma, quem abandonava a criança não era visto por quem a recebia. As rodas também serviam para que pessoas piedosas oferecessem anonimamente alimentos e medicamentos a tais casas. As crianças eram normalmente filhas de pessoas pobres, para quem seria um peso receber mais uma boca para alimentar, ou filhas de mães solteiras, nobres ou burguesas, que não desejavam ver descoberta sua gravidez.

A imagem clássica de Vivaldi

A imagem clássica de Vivaldi

Muitas mães que entregavam seus filhos a tais instituições ofereciam-se depois como amas-de-leite e talvez amamentassem a própria filha ou filho.

As meninas eram abandonadas em maior número do que os meninos. A causa é bastante óbvia. Os meninos representariam uma força futura de trabalho produtivo e possibilidade de lucro, enquanto a ideia do sexo feminino como investimento ou lucro não existia. Tais instituições eram planejadas como moradias temporárias, mas frequentemente tornavam-se lugar definitivo. No orfanato, havia a garantia de alimentação, educação e cama.

Como o Ospedale della Pietà era um convento, orfanato e escola musical para mulheres, lá havia uma orquestra. A fama da orquestra de meninas era imensa e os concorridos concertos eram assistidos pela aristocracia veneziana e estrangeira. Havia todo um mistério, pois os concertos eram realizados atrás de um biombo que impedia que a plateia visse as intérpretes. Jean-Jacques Rousseau, de passagem por Veneza, assim descreveu sua impressão dos concertos e das intérpretes. Peço-vos que perdoem a falta de correção política do parágrafo de Rousseau.

Concerto no Ospedale

Concerto no Ospedale

“Não posso conceber nada mais voluptuoso, nada mais emocionante do que esta música. Desejava ver quem eram estas meninas exiladas, de quem apenas sua música atravessava as grades, as quais certamente ocultavam anjos adoráveis. Um dia comentei o fato na casa de um rico senhor veneziano. ‘Se estais tão curioso para ver estas mocinhas, posso facilmente satisfazer-vos a vontade. Sou um dos administradores da casa, e vos convido a lanchar com elas’, disse-me. Quando me dirigia com ele à sala que abrigava as desejadas beldades, senti tamanha agitação de amor como jamais experimentara. Meu guia apresentou-me uma após outra àquelas afamadas cantoras e instrumentistas, cujas vozes, sons e nomes já me eram todos conhecidos. ‘Vem, Sofia’… Ela era horrenda. ‘Vem, Cattina’…. Ela era cega de um olho. ‘Vem, Bettina’… A varíola a havia desfigurado. Mal haveria uma ou outra sem qualquer defeito considerável. Duas ou três eram apresentáveis. Fiquei desolado. Durante o encontro, elas se alegraram. Encontrei charme em algumas delas. Finalmente minha maneira de as considerar mudou tanto que quase me enamorei daquelas meninas disformes.”

Sim, é claro que as famílias também colocavam na Roda dos Expostos alguns de seus filhos que tivessem nascido com alguma deformidade física, mas o mais importante é acentuar o fato de que Vivaldi, projetava e providenciava instrumentos especiais para que estas meninas pudessem tocar.

Il diario di Chiara – Music from La Pieta in Venice in the 18th Century

Giovanni Porta
Sinfonia in D Major (rev. F. Biondi)
1 I. Allegro 1:38
2 II. Largo 1:49
3 III. Allegro 1:24

Antonio Vivaldi
Sinfonia for Strings in G Major, RV 149
4 I. Allegro molto 1:54
5 II. Andante 1:35
6 III. Allegro 3:01

Nicola Porpora
Sinfonia da camera in G Major, Op. 2, No. 1
7 I. Adagio 1:49
8 II. Allegro 4:17

Antonio Vivaldi
Oboe Concerto in F Major, RV 457 (arr. for violin and orchestra)
9 I. Allegro 4:42
10 II. Andante 3:45
11 III. Allegro 3:55

Antonio Martinelli
Concerto for Viola d’amore and Strings in D Major, “Per la S.ra Chiaretta”
12 I. Allegro assai 4:14
13 II. Adagio 3:06
14 III. Allegro 3:58

Antonio Martinelli
Violin Concerto in E Major, “Dedicato all S.ra Chiara” (rev. F. Biondi)
15 I. Maestoso 6:30
16 II. Grave 3:06
17 III. Allegro spiritoso 4:40

Gaetano Latilla
Sinfonia in G Major (rev. F. Biondi)
18 I. Allegro 2:11
19 II. Mezza voce andantino 3:06
20 III. Presto 4:40

Fulgenso Perotti
Grave for Violin and Organ in G Minor (from “Il Diario di Chiara”)
21 I. Adagio 2:56

Andrea Bernasconi
Sinfonia in D Major (rev. F. Biondi)
22 I. Allegro 2:09
23 II. Andantino 2:59
24 III. Presto assai 1:43

Europa Galante
Fabio Biondi

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Nicola Porpora (1686-1768): Or si m’aveggio, oh Amore – Cantatas for Soprano

Coisa linda esse disco de Cantatas de Nicola Porpora. Ele foi mais um napolitano brilhante cuja carreira foi prejudicada pelo fato de seu estilo ter ficado fora de moda ao final de sua vida. Como nós estamos longe das questões em voga na época de Porpora, fruímos alegremente a boa qualidade de sua música. Ele foi muito conhecido e respeitado em sua época, tendo andado de corte em corte. Trabalhou em Dresden, Viena e voltou para Nápoles. Atenção para a fluência dos recitativos — coisa rara — deste homem que foi um intelectual que conhecia profundamente os livros e principalmente a poesia de sua época. Porpora, gente, foi grande.

Nicola Porpora (1686-1768): Or si m’aveggio, oh Amore – Cantatas for Soprano

Or sì m’avveggio, oh Amore, cantata for voice, cello & orchestra
1 Recitative. Or sì m’avvegio, oh Amore 1:17
2 Aria. Dolce pace, lieta calma 5:28
3 Recitative. Più che nel ciel tra’ Numi 1:18
4 Aria. S’asconde Amor nel volto 3:39

Credimi pur che t’amo, cantata for voice & orchestra
5 Sinfonia. Presto 0:46
6 Sinfonia. Andante, e spiritoso 1:30
7 Sinfonia. Allegro 1:24
8 Recitative. Credimi pur che t’amo 0:54
9 Aria. Sì, sì t’adoro ma 3:55
10 Recitative. Sarò pur nell’amarti 0:51
11 Aria. Amami e non languir 4:34

Già la notte s’avvicina (La pesca), cantata for voice & orchestra, Op. 1/4
12 Aria. Già la notte s’avvicina 4:59
13 Recitative. Lascia una volta, oh Nice 1:48
14 Aria. Non più fra sassi algosi 4:49

Or che d’orrido verno, cantata for soprano, flute, strings & continuo
15 Sinfonia 1:35
16 Sinfonia 1:02
17 Recitative. Or che d’orrido Verno 1:32
18 Aria. Lungi dal ben che s’ama 7:57
19 Recitative. Pur fra tanta mia pena 1:06
20 Aria. Nocchier che mira 4:43

Elena Cecchi Fedi: Soprano
Carlo Ipata: Flauto and Direttore

Auser Musici:
Luca Ronconi, Heilke Wulff: Violino
Maurizio Borzone: Viola
Alessandro Palmeri: Violoncello
Riccardo Coelati: Contrabbasso
Francesco Romano: Tiorba
Daniele Boccaccio: Clavicembalo

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Elena Cecchi Fedi com parte da turma do disco.
Elena Cecchi Fedi com parte da turma do disco.

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