Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 6 – Michel Gielen

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 6 – Michel Gielen
hänssler, ótima gravadora, mas as capas…

Bruckner 

Sinfonia No. 6

Bach/Schoenberg

Prelúdio e Fuga BWV 552

Anton Bruckner nunca ouviu a sua Sexta Sinfonia em sua totalidade. Ela foi composta entre setembro de 1879 e setembro de 1881, com algumas revisões feitas em 1882. Anton era obcecado por revisões. O segundo e o terceiro movimento da Sexta foram estreados em 11 de fevereiro de 1883 pela Filarmônica de Viena, regida por Wilhelm Jahn. A estreia de toda a sinfonia ocorreu em 26 de fevereiro de 1899, também pela Filarmônica de Viena, agora regida por Gustav Mahler.

Falando em uma entrevista sobre as escolhas das versões das Sinfonias de Bruckner para as suas gravações, Michael Gielen diz que “felizmente, há apenas uma versão da Sexta, assim como da Quinta, portanto não havia escolha a ser feita”.

Bruckner gastou tanto tempo revendo as primeiras sinfonias e compondo as últimas que não teve tempo para revisar estas duas nem para terminar a Nona. Sobre este tema, você poderá ler um pouco mais aqui.

Ainda sobre a Sexta Sinfonia, Gielen afirma: “Eu amo esta peça. (…) Acho simplesmente incrível a maneira como este ritmo dançante no início contrasta com o tema principal, que tem mais um caráter de tipo canção, fazendo a sinfonia começar subitamente com duas ideias”.

Em uma crítica sobre este disco, Victor Carr Jr menciona a meticulosa atenção dada por Gielen à estrutura rítmica e aos detalhes contrapontísticos, resultando em uma performance vibrante, com uma textura excepcionalmente clara. Gielen encurta os românticos ritardandos no fim do primeiro e último movimento, permitindo que os maravilhosos finais abruptos de Bruckner tenha seus devidos impactos. Você poderá ler a crítica completa aqui.

Arnold, achando tudo um grande barato…

Para completar o disco, a transcrição para orquestra do Prelúdio e Fuga em mi bemol maior, BWV 552, de Johann Sebastian Bach, feita por ninguém mais do que Arnold Schoenberg. O cara entendia de orquestração! Realmente, esta parte do disco merece atenção e é mais do que apenas um complemento. O contraste da Sinfonia para esta peça é maravilhoso, assim como ouvir a peça de Bach vestida de modernidade nos lembra da sua atemporalidade.

E a orquestra, hein? Maravilhosa, assim como a gravação.

 

 

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia No. 6 em lá maior

  1. Maestoso
  2. Sehr feierlich
  3. Nicht schnell – Trio. Langsam
  4. Bewegt, doch nicht zu schnell

Johann Sebastian Bach (1685-1750)/Arnold Schoenberg (1874-1951)

Prelúdio e Fuga para órgão em mi bemol maior, BWV 552

  1. Prelúdio
  2. Fuga

SWR Sinfonieorchester Baden-Baden und Freiburg

Michael Gielen

Direção artística: Helmut Hanusch

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FLAC | 306 MB

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MP3 | 320 KBPS | 163 MB

Aproveite!

René Denon

Robert Schumann (1810-1856) – Sinfonias – Christian Thielemann, Staatskapelle Dresden

Christian Thielemann vem construindo uma sólida carreira como maestro nas principais orquestras alemãs. E tem gravado bastante, também. Esta integral dedicada a Schumann foi recém lançada, e tem muita qualidade, ainda mais com uma Orquestra do nível desta de Dresden.

Schumann foi um dos maiores expoentes do Romantismo, como todos devem saber, apesar da doença mental que o afetou e o levou a morte. Foi casado com uma das grandes personagens do século XIX, Clara Schumann, e provavelmente foi um dos casais mais apaixonados da história da música ocidental.

Estas suas sinfonias são uma das maiores provas da genialidade de Schumann. Prestem atenção na qualidade da orquestração, na riqueza dos timbres, da harmonia … nas belíssimas melodias que ele criava. Impossível não se inspirar com tal música.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Staatskapelle Dresden
Christian Tielemann – Conductor

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S. Prokofiev (1891-1953): Romeu e Julieta – Sonata para Piano No. 2 – Elena Kuschnerova, piano

S. Prokofiev (1891-1953): Romeu e Julieta – Sonata para Piano No. 2 – Elena Kuschnerova, piano

Um disco quase todo russo!

 

Eu tenho uma enorme predileção por música ao piano. Adoro CDs com piano solo. Quando ouvi rumores de uma pianista russa que migrara para a Alemanha e era tudo menos convencional, saí logo à caça.

O primeiro CD dela que ouvi foi de música de Bach. Disco excepcional, já está escalado para futura postagem. Mas, olhando o rol de minhas postagens, achei que estava faltando um certo tempero russo, algo assim ovas de esturjão e vodcas. Como o pessoal do blog vetou o disco da orquestra de balalaicas, escalei o disco de Prokofiev, música para piano, interpretada pela Elena Kuschnerova. Sergei Prokofiev compôs um dos melhores concertos para piano do Século XX e é um bamba do teclado. Ainda tenho que explorar parte de sua obra, mas adoro três de seus cinco concertos para piano e a tal cantata com música do filme do Eisenstein. A Sinfonia Clássica nem conta, todo mundo gosta. Veja mais informações sobre ele neste site.

Prokofiev

Este disco traz dez peças que Prokofiev transcreveu para piano a partir de movimentos do seu justamente famoso balé Romeu e Julieta.

Este balé, assim como a música para o filme Alexander Nevsky, foram compostos em 1935 e 1938, respectivamente quando a política em vigor na Rússia exigia maior comunicação dos artistas com o público. Prokofiev agiu com atenção a esta orientação sem, no entanto, deixar de produzir obras primas.

Estas dez faixas, na minha opinião, valem o disco. Recriar ao piano o universo sonoro de tão sofisticada orquestra é para poucos. Mas, esqueça a orquestra, mergulhe neste ambiente sonoro de piano e aproveite uma delícia após a outra.

Prokofiev compôs nove sonatas para piano e aqui temos a segunda delas, composta em 1912, antes da Revolução, quando Prokofiev ainda era um talentoso jovem de 21 anos. A sonata tem quatro movimentos, apesar de bastante compacta. Nestes movimentos já se apresentam algumas das linhas básicas criação artística do compositor e são muito contrastantes. Por exemplo, o segundo movimento lembra uma tocata e segue a linha chamada cinética. Para maiores detalhes sobre os demais movimentos da sonata, você pode consultar aqui.

A última faixa do disco funciona assim como um bis, um encore. É uma marcha com menos de dois minutos que originalmente pertence à ópera O Amor das Três Laranjas, composta em 1921 e apresentada pela primeira vez em Chicago, sob a direção do próprio Prokofiev.

Elena Kuschnerova

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Romeu e Julieta – Dez Peças para Piano, Op. 75 (1937)

  1. Dança folclórica. Allegro giocoso
  2. Allegretto
  3. Assai moderato
  4. A jovem Julieta. Vivace
  5. Máscaras. Andante marciale
  6. Os Montecchios e os Capuletos. Allegro pesante
  7. Frei Lourenço. Andante expressivo
  8. Allegro giocoso
  9. Dança das jovens com lírios. Andante com eleganza
  10. Romeu e Julieta, antes da partida. Lento

Sonata para Piano No. 2 em ré menor, Op. 14 (1912)

  1. Allegro, ma non tropo
  2. Allegro marcato
  3. Andante
  4. Vivace

Da Ópera O Amor das Três Laranjas, Op. 33 (1919)

  1. Marcha (transcrição para piano) (1922)

Elena Kuschnerova, piano

Gravação de 1966

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FLAC | 166 MB

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MP3 | 320 KBPS | 117 MB

Elena

Sobre a pianista Elena Kuschnerova, o crítico de música para o The New York Times, Harold Schonberg disse: A pianist who grabs the imagination.

Ouçam o disco e me digam depois!

René Denon

.: interlúdio :. Oscar Peterson Plays Cole Porter

.: interlúdio :. Oscar Peterson Plays Cole Porter

 

 

Oscar Peterson plays The Cole Porter Song Book

Este disco é um clássico! Oscar Peterson foi um dos maiores pianistas de todos os tempos. Com uma carreira que perdurou por mais de sessenta anos e decolou quando começou a trabalhar com o produtor Norman Granz. Granz havia formado o selo Verve para gravar Ella Fitzgerald e acabou reunindo uma constelação de grandes artistas, entre eles Oscar Peterson. Nesta época, Oscar Peterson era acompanhado por Ray Brown (contrabaixo) e Ed Thigpen (bateria). Essa formação jazzística, um trio, gravou excelentes discos para o selo Verve.

O Oscar Peterson palys the Cole Porter Song Book é um álbum que faz parte de uma série dedicada a grandes nomes da música americana, como George Gershwin e Duke Ellington. As canções, originalmente com letras, escritas para musicais, são apresentadas nesta roupagem jazzística, pelo Oscar Peterson Trio.

Linda e Cole Porter

Cole Porter foi um playboy, no sentido exato da palavra, mas foi também muitas outras coisas. Teve uma vida intensa, mas com muitas, muitas dificuldades também. Nascido em Peru, Indiana, no coração do Midwest (Meio-Oeste americano), não poderia ter vindo de um lugar mais conservador. Logo ele que era, em tudo, diferente. Vale a pena descobrir um pouco mais sobre a vida deste fascinante compositor. Como a literatura acessível é vasta, deixo isso com você. O que importa é que ele foi um compositor como poucos. Criou canções maravilhosas, daquelas que grudam na nossa pele, não saem da nossa cabeça. Suas letras são sobre temas urbanos e são sofisticadas. Mas principalmente, verdadeiros hits!

Oscar e seus parceiros tomam doze delas e as trazem para você. O som do piano, acompanhado pelo baixo, com o ritmo marcado pelos drums, é irresistível. Gosto de todas, mas se me torcerem o braço, digo que Night and Day, I’ve Got You Under My Skin e I Love Paris são as minhas mais queridas.

Oscar, de boas

Oscar Peterson Plays The Cole Porter Song Book

  1. In the Still of The Night
  2. It’s All Right With Me
  3. Love for Sale
  4. Just One of Those Things
  5. I’ve Got You Under My Skin
  6. Every Time We Say Goodbye
  7. Night and Day
  8. Easy to Love
  9. Why Can’t You Behave
  10. I Love Paris
  11. I Concentrate on You
  12. It’s De-Lovely

Oscar Peterson, piano

Ray Brown, contrabaixo

Ed Thigpen, bateria

Produção: Norman Granz

Gravado em 1959

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FLAC | 154 MB

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MP3 | 320 KBPS | 76 MB

Play it again, OP…

A capa deste disco é uma coisa maravilhosa. As capas desta série poderiam ser emolduradas e irem direto para a parede da minha sala. São de Merle Shore e eu não consegui descobrir nada sobre essa pessoa. Se você sabe algo, por favor, diga-me!

René Denon

Antonio Vivaldi (1678-1741) – Gloria, RV 589, Nisi Dominus, RV 608, Nulla in Mundo Pax Sincera, RV 630 – Julia Lezhneva, Franco Fagioli, Diego Fasolis

Eis mais um discaço de Diego Fasolis, frente ao fantástico ‘Coro della Radiotelevisione svizzera ‘, e de sua querida orquestra, I Barocchisti, e novamente em parceria com Julia Lezhneva, turma que recém esteve presente aqui no PQPBach interpretando Pergolesi.

Porém aqui o parceiro de Julia Lezhneva é Franco Fagioli, outro contratenor que vem se destacando nos últimos anos. E todos eles juntos nos apresentam um Vivaldi fresco e atualizado. Sei que já trouxemos diversas versões destas mesmas obras, principalmente da ‘Gloria’, todos elas de excelente qualidade, e esta leitura de 2018 de Fasioli junta-se a elas.

A voz de Lezhneva é suave e delicada, em outros momentos intensa, e nos envolve em uma áurea de mistério e fé. E conta com a cumplicidade de um excepcional coral, com o perdão do excesso de adjetivos. Mas este é um daqueles CDs que nos deixam extasiados, e ao mesmo tempo perplexos com a qualidade e talento destes músicos. E claro, apenas reforça aquilo que temos destacado tanto por aqui: Vivaldi foi uma figura única,  um gênio do Barroco, um dos maiores compositores de todos os tempos, ao lado de Bach e Händel.

Enquant que na ‘Gloria’ Julia Lezhneva se destaca, no ‘Nisi Dominus’, é a incrível voz de Franco Fagioli que domina totalmente. Não teme as dificuldades da peça, e se joga de corpo e alma.

Se possível, novamente peço para os senhores ouvirem este CD em um bom fone de ouvido, assim como o do Pergolesi recém postado, assim não perderão aqueles detalhes que somem em caixas de som. E novamente, deixo-lhes a opção de ouvirem em MP3 ou então em FLAC.

ANTONIO VIVALDI 1678–1741
GLORIA RV 589
1 Gloria in excelsis Deo
2 Et in terra pax
3 Laudamus te
4 Gratias agimus tibi
5 Propter magnam gloriam tuam
6 Domine Deus, Rex caelestis
7 Domine Fili unigenite
8 Domine Deus, Agnus Dei
9 Qui tollis peccata mundi
10 Qui sedes ad dexteram Patris
11 Quoniam tu solus Sanctus
12 Cum Sancto Spiritu

NISI DOMINUS RV 608
13 Nisi Dominus aedificaverit domum
14 Vanum est vobis
15 Surgite postquam sederitis
16 Cum dederit dilectis suis somnum
17 Sicut sagittae in manu potentis
18 Beatus vir qui implevit
19 Gloria Patri, et Filio
20 Sicut erat in principio
21 Amen

NULLA IN MUNDO PAX SINCERA RV 630
22 Aria: Nulla in mundo pax sincera
23 Recitative: Blando colore
24 Aria: Spirat anguis inter flores
25 Alleluia

JULIA LEZHNEVA soprano
FRANCO FAGIOLI countertenor
Coro della Radiotelevisione svizzera
I Barocchisti DIEGO FASOLIS

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F. Mendelssohn (1809-1847) / R. Schumann (1810-1856): Quartetos com Piano

F. Mendelssohn (1809-1847) / R. Schumann (1810-1856): Quartetos com Piano

Felix Mendelssohn

Robert Schumann

Quartetos com Piano

Märchenbilder

Este despretensioso disco reúne tantas coisas que eu gosto que decidi postá-lo. É mais um destes discos vendidos nas bancas junto com a BBC Music Magazine a esconder algumas gemas.

Felix Mendelssohn

O disco inicia com o Quarteto para Piano em si menor, Op. 3, de Mendelssohn, que foi composto quando Felix tinha apenas 16 anos. Nascido em família rica, ele foi criança prodígio e sua música tem muita ligação com a herança clássica de Mozart e Beethoven, mas com traços românticos, como em seu belíssimo Concerto para Violino. Este quarteto com piano é repleto de impetuosidade e brilhantismo.

Robert Schumann

Felix Mendelssohn e Robert Schumann foram amigos e nos primeiros dias do ano 1846, o casal Mendelssohn visitou o casal Schumann, que realizaram uma soirée. Nesta noite, Clara Schumann tocou a parte de piano e Mendelssohn a parte da viola do Quarteto para Piano em mi bemol maior de Robert Schumann. É uma obra de uma fase de intensa produção camerística do compositor, guarda muita beleza no Andante cantabile e imenso frescor nos outros movimentos. Fica um pouco na sombra do magnífico Quinteto com Piano, composto na mesma fase, mas é uma pequena obra prima.

Completam o disco quatro peças escritas por Schumann para viola e piano, os Märchenbilder, Op. 113. Schumann compôs estas peças para Wilhelm Joseph von Wasielewski, o primeiro violinista da Düsseldorf Musikverein, da qual Schumann era o diretor, e que fora roubado da Leipzig Gewandhaus, de Mendelssohn.

Talvez o Quarteto de Schumann seja a peça mais destacada do disco, mas as outras compõem com ele com muita harmonia.

Narek Hakhnazaryan
Juho Pohjonen

O disco, com repertório camerístico, tem por intérpretes músicos relativamente jovens, provenientes dos mais diferentes cantos do mundo. Como um produto típico de nossos dias, está repleto de diversidade. A sua gravação é proveniente da Chamber Music Society – CMS – do Lincoln Center, da cidade de Nova Iorque.

O violoncelista é Narek Hakhnazaryan, da Armênia, que em 2011 ganhou a Golden Medal do International Tchaikovsky Competition. Ao violino, Erin Keefe, a concertmaster da Minnesota Orchestra e detentora do Avery Fisher Carrer Grant de 2006. De uma geração anterior, o violista Paul Neubauer chegou ao posto de primeira viola da New York Philharmonic aos 21 anos, no início da década de 1980. Juho Pohjonen é um jovem pianista finlandês que tem se destacado por participar de muitos festivais de música e se apresentado com as principais orquestras do mundo.

Erin Keefe
Paul Neubauer

No entanto, o nome que me fez chegar ao disco é Da-Hong Seetoo, o produtor. A biografia de Da-Hong é impressionante. Nascido na China, de família musical, estudou violino na infância, mas tudo foi interrompido pela Revolução Cultural Chinesa. A música, os discos e livros, tudo foi banido de uma hora para outra. Nesta adversidade, Da-Hong acabou aprendendo muito sobre gravações. O gravador que ganhou de seu pai, que usava para gravar e regravar os discos que conseguiam emprestar, tudo por baixo dos panos, foi reparado por Da-Hong inúmeras vezes. Estudante do Conservatório de Shangai, foi ouvido em 1979 pelo primeiro violino da Sinfônica de Boston, Joseph Silverstein, que o recomendou para estudar no Curtis Institute of Music. Foi aceito sem mesmo uma audição. Posteriormente fez pós-graduação na Julliard School of Music. Neste período de estudos passou a gravar os discos de seus colegas. Esta experiência o ajudou a optar pela carreira de produtor de discos, na qual tem muito sucesso. Assim, seu nome completa esta constelação de talentos de diferentes países.

Da-Hong preparando-se para gravar a Abertura 1812

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Quarteto com Piano em si menor, Op. 3

  1. Allegro molto
  2. Andante
  3. Allegro molto
  4. Finale: Allegro vivace

Robert Schumann (1810 – 1856)

Märchenbilder (para viola e piano), Op. 113

  1. Nicht schnell (Não rápido)
  2. Lebhaft (Vivo)
  3. Rasch (Rápido)
  4. Langsam, mit melancholischem Ausdruck (Lento, com expressão melancólica)

Quarteto com Piano em mi bemol maior, Op. 47

  1. Sostenuto assai – Allegro ma non tropo
  2. Scherzo: Molto vivace
  3. Andante cantábile
  4. Finale: Vivace

Juho Pohjonen, piano

Erin Keefe, violino

Paul Neubauer, viola

Narek Hakhnazaryan, violoncelo

Produção: Da-Hong Seetoo

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FLAC | 298 MB

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MP3 | 320 KBPS | 173 MB

Aproveite, nem sempre temos tantas pessoas interessantes juntas vindo tocar para a gente.

René Denon

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) – Stabat Mater, Laudate Pueri Dominum, Confitebor Tibi Domine – Lezhneva, Jaroussky, Fasolis, I Barocchisti

É sempre um imenso prazer repostar o ‘Stabat Mater’, de Pergolesi. Trata-se de uma das mais belas obras já compostas, é de uma beleza e profundidade únicas, eleva o espírito, apesar de tratar da morte. É obra para meditar, para se esquecer dos problemas mundanos e concentrar-se. Lembro do impacto inicial que senti quando a ouvi pela primeira vez, com a nossa divina Dame Emma Kirkby, que com sua voz nos faz acreditar em anjos. O filósofo francês jean-Jacques Rosseau declarou que a Abertura da obra é o ‘mais perfeito e tocante dueto que já foi escrito pela pena de qualquer compositor’. E tenho de concordar com ele.
A dupla de solistas aqui é de peso pesados: a soprano russa Julia Lezhneva e o magnífico contra-tenor francês Phillipe Jaroussky Ambos estão em perfeita sintonia, suas vozes se complementam,  e tornam a obra ainda mais bela, mas Jarrousky ganha com um corpo de diferença. Para acompanhá-los, temos o excelente conjunto I Barocchisti, dirigido pelo experiente maestro Diego Fasolis, ou seja, só tem fera em Barroco aqui.
Lembro que uma das últimas gravações que o maestro italiano Claudio Abbado realizou foi exatamente destas três obras de Pergolesi, na verdade foram três CDs dedicados ao compositor, que ele admirava muito.
Em anexo aos arquivos de áudio compactados, em FLAC e MP3, também estou disponibilizando o booklet do CD, que tem um texto explicativo das obras, além de suas respectivas letras.
Discaço que certeza leva o selo de IM-PER-DÍ-VEL !!! Para se ouvir sem moderação.
Pergolesi viveu apenas vinte e seis anos, dá para acreditar que alguém em tal idade conseguiu compor obra de tal envergadura ?

01. Stabat Mater – Stabat Mater dolorosa
02. Stabat Mater – Cujus animam gementem
03. Stabat Mater – O quam tristis et afflicta
04. Stabat Mater – Quae moerebat et dolebat
05. Stabat Mater – Quis est homo qui non fleret
06. Stabat Mater – Vivit suum dulcem natum
07. Stabat Mater – Eja Mater, fons amoris
08. Stabat Mater – Fac ut ardeat cor meum
09. Stabat Mater – Sancta Mater, istud agas
10. Stabat Mater – Fac ut porterm Christi mortem
11. Stabat Mater – Inflammatus et accensus
12. Stabat Mater – Quando corpus morietur

Julia Lezhneva – Soprano
Phillipe Jaroussky – Contratenor
I Barrocchisti
Diego Fasolis – Conductor

13. Laudate pueri Dominum – Laudate pueri Dominum
14. Laudate pueri Dominum – A solis ortu usque ad occasum
15. Laudate pueri Dominum – Excelsus super omnes gentes Dominus
16. Laudate pueri Dominum – Quis sicut Dominus Deus noster
17. Laudate pueri Dominum – Suscitans a terra inopem
18. Laudate pueri Dominum – Gloria Patri
19. Laudate pueri Dominum – Sicut erat in principio

Julia Lezhneva – Soprano
Phillipe Jaroussky – Contratenor
I Barrocchisti
Coro della Radiotelevisione Svizzera, Lugano
Diego Fasolis – Conductor

20. Confitebor tibi Domine – Confitebor tibi Domine
21. Confitebor tibi Domine – Confessio et magnificentia opus ejus
22. Confitebor tibi Domine – Fidelia omnia mandata ejus
23. Confitebor tibi Domine – Rademptionem misit populo suo
24. Confitebor tibi Domine – Sanctum et terribile nomen ejus
25. Confitebor tibi Domine – Gloria Patri
26. Confitebor tibi Domine – Sicut erat in principio

Julia Lezhneva – Soprano
Phillipe Jaroussky – Contratenor
I Barrocchisti
Coro della Radiotelevisione Svizzera, Lugano
Diego Fasolis – Conductor

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J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro II

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro II

Como eu escrevi dias atrás, na postagem do Livro I com Keith Jarrett, o I é muito melodioso, alegre e bem mais curto — em termos de tempo, não de peças — do que o Livro II. Se o primeiro nos alegra, o segundo faz-nos levitar em poesia. OK. O que não entendo é porque Jarrett gravou o Livro I no piano e o II no cravo… Como não li o libreto do CD e não sei a história da gravação, estou boiando a respeito dos motivos que o levaram a fazer isto. Mas a versão é convincente e gostei de ouvi-la.

O Cravo bem Temperado é uma das obras musicais mais importantes da música ocidental, de grande envergadura, profundidade, diversidade musical, estética e psicológica e de grande complexidade. Embora a obra de Bach não fosse a primeira composição pan-tonal (utilizando todas as tonalidades), foi de longe a mais influente. Beethoven foi fortemente influenciado por O Cravo Bem Temperado desde a sua juventude — quando a interpretação em concertos públicos de peças dos dois Livros de Bach, contribuiu para a sua fama e reputação.

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro II

Das Wohltemperierte Klavier, Buch II
Präludien Und Fugen I–XII

1-1 I. C-dur 4:12
1-2 II. C-moll 4:29
1-3 III. Cis-dur 3:31
1-4 IV. Cis-moll 6:00
1-5 V. D-dur 8:08
1-6 VI. D-moll 3:38
1-7 VII. Es-dur 4:57
1-8 VIII. Dis-moll 7:36
1-9 IX. E-dur 7:53
1-10 X. E-moll 7:15
1-11 XI. F-dur 5:41
1-12 XII. F-moll 5:49

Präludien Und Fugen XIII–XXIV
2-1 XIII. Fis-dur 5:53
2-2 XIV. Fis-moll 7:18
2-3 XV. G-dur 4:11
2-4 XVI. G-moll 6:24
2-5 XVII. As-dur 7:53
2-6 XVIII. Gis-moll 8:45
2-7 XIX. A-dur 3:12
2-8 XX. A-moll 7:14
2-9 XXI. B-dur 10:06
2-10 XXII. B-moll 8:10
2-11 XXIII. H-dur 5:20
2-12 XXIV. H-moll 4:09

Harpsichord, Technician [Temperaments And Tuning] – Keith Jarrett

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Jarrett: na primeira parte o piano, na segunda o cravo

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para Violino – Daniel Barenboim, Nathan Milstein, Erich Leinsdorf, Philharmonia Orchestra

Depois de um afastamento de algumas semanas do blog, volto fazendo uma brincadeira com os senhores. Trata-se do mesmo Concerto para Violino de Beethoven, op. 61, e já imortalizada por diversos solistas, só que com duas versões bem diferentes (não, não é a versão do Gidon Kremer / Nikolaus Harnoncourt) : o que trago é a versão para Piano do mesmo concerto, que o próprio Beethoven fez, aqui sob responsabilidade do Daniel Barenboim, que atua tanto como regente, quanto como solista, lá nos meados da década de 1970. Provavelmente trata-se de uma das obras mais bizarras do gênio de Bonn. A  outra versão é lá do Período Jurássico, 1961, classicaço, com o grande Nathan Milstein, acompanhado pela Orquestra Philharmonia, dirigida por Erich Leinsdorf.

Nem preciso falar muito. A música fala por si só. Trata-se apenas do maior dos Concertos para Violino já compostos (ou seria o de Brahms?). Reconheço que a versão para piano não me atrai, principalmente na escolha da Cadenza do primeiro movimento, mas quem sou eu para criticar a DG e o Daniel Barenboim?

 

1 Allegro ma non troppo
2 Larghetto
3 Rondo Allegro

Nathan Milstein – Violin
Philharmonia Orchestra
Erich Leinsdorf – Conductor

English Chamber Orchestra
Daniel Barenboim – Piano & Conductor

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BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (Violin Version)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nros. 24 & 25

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nros. 24 & 25

Ronald Brautigam com certeza é um dos maiores pianistas da atualidade, seja tocando Beethoven em um pianoforte, vide suas gravações das sonatas que postei há algum tempo atrás, ou então atrás de um piano de cauda, em suas gravações dos Concertos do gênio de Bonn, ou então agora, novamente com um pianoforte, tocando os concertos para piano de Mozart. Esqueci de comentar que ele também gravou as sonatas de Haydn e do próprio Mozart também em um pianoforte.. Ah, essas sonatas de Mozart já estão a caminho.

Eu diria que coerência e regularidade fazem parte de sua personalidade musical. Difícil dizer qual seu cd é mais ou menos bom. Tudo o que ouvi até hoje é ótimo. E estes Concertos para Piano de Mozart não fogem a regra. Coisa de gente grande. Obras da maturidade mozartiana, são tão perfeitos e completos que nem precisamos falar muito sobre eles. Basta ouvirmos. Os mais tradicionais vão sentir falta da sonoridade de um bom piano de cauda, mas o instrumento que Brautigam usa aqui está bem equilibrado, e nele o pianista pode demonstrar todas as suas possibilidades.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Piano Concertos Nros. 24 & 25

01 – Piano Concerto No.24 in C minor, K491 – I. Allegro
02 – Piano Concerto No.24 in C minor, K491 – II. Larghetto
03 – Piano Concerto No.24 in C minor, K491 – III. Allegretto

04 – Piano Concerto No.25 in C major, K503 – I. Allegro maestoso
05 – Piano Concerto No.25 in C major, K503 – II. Andante
06 – Piano Concerto No.25 in C major, K503 – III. Allegretto

Ronald Brautigam – Pianoforte
Die Kölner Akademie
Michael Alexander Willens – Conductor

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Ronald Brautigam – excelente pianista inglês que para esta foto até aparou um pouco seus longos cachos…

FDP

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro I

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro I

O Cravo Bem Temperado é uma coleção de peças para cravo solo (ou, modernamente, teclado solo), composta por Johann Sebastian Bach. Ele inicialmente escreveu prelúdios e fugas tendo por base os 24 tons (12 maiores mais 12 menores), surgida em 1722 “para o proveito e uso dos jovens músicos desejosos de aprender e, especialmente, para o entretenimento daqueles já experientes com esse estudo”. Mais tarde, Bach compilou um segundo livro de prelúdios e fugas (seguindo o mesmo esquema de composição tonal do primeiro) aparecido em 1744, desta feita, intitulando-o apenas Vinte e quatro Prelúdios e Fugas. Atualmente, os dois volumes são conhecidos e citados como Livro I e Livro II de O Cravo Bem Temperado.

O Livro I é muito melodioso, alegre e bem mais curto — em termos de tempo, não de peças — do que o II. Se o primeiro nos alegra, o segundo faz-nos levitar em poesia.

A interpretação do gigante, dublê de jazzista e erudito, Keith Jarrett ao piano é das melhores, mas ainda fico com Chorzempa (cravo, clavicórdio e órgão, a melhor gravação que conheço), Hewitt (piano), Moroney (cravo) e Gould (piano).

J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado — Livro I
Prelúdios e fugas I-XXIV

CD1
1-1 I C-Dur
1-2 I C-Dur
1-3 II C-Moll
1-4 II C-Moll
1-5 III Cis-Dur
1-6 III Cis-Dur
1-7 IV Cis-Moll
1-8 IV Cis-Moll
1-9 V D-Dur
1-10 V D-Dur
1-11 VI D-Moll
1-12 VI D-Moll
1-13 VII Es-Dur
1-14 VII Es-Dur
1-15 VIII Es-Moll/Dis-Moll
1-16 VIII Es-Moll/Dis-Moll
1-17 IX E-Dur
1-18 IX E-Dur
1-19 X E-Moll
1-20 X E-Moll
1-21 XI F-Dur
1-22 XI F-Dur
1-23 XII F-Moll
1-24 XII F-Moll

CD2
2-1 XIII Fis-Dur
2-2 XIII Fis-Dur
2-3 XIV Fis-Moll
2-4 XIV Fis-Moll
2-5 XV G-Dur
2-6 XV G-Dur
2-7 XVI G-Moll
2-8 XVI G-Moll
2-9 XVII As-Dur
2-10 XVII As-Dur
2-11 XVIII Gis-Moll
2-12 XVIII Gis-Moll
2-13 XIX A-Dur
2-14 XIX A-Dur
2-15 XX A-Moll
2-16 XX A-Moll
2-17 XXI B-Dur
2-18 XXI B-Dur
2-19 XXII B-Moll
2-20 XXII B-Moll
2-21 XXIII H-Dur
2-22 XXIII H-Dur
2-23 XXIV H-Moll
2-24 XXIV H-Moll

Piano – Keith Jarrett

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Jarrett: o jazzista amante de Bach

PQP

Shostakovich / Pärt / Kancheli / Rachmaninov: Echoes of Time

Shostakovich / Pärt / Kancheli / Rachmaninov: Echoes of Time

IM-PER-DÍ-VEL !!! (o disco é ótimo e o repertório… MINHA NOSSA!)

O som de Shostakovich pertence às primeiras memórias de Lisa Batiashvili. Durante sua infância, ela frequentemente ouvia o quarteto de cordas de seu pai ensaiar a música do compositor, e em casa e em concerto, este era o mundo sonoro que moldava seu senso de cultura.

Lisa Batiashvili e sua família deixaram a Georgia quando ela tinha onze anos de idade, mas a música de Shostakovich viajou com eles. Mark Lubotsky, seu professor em Hamburgo, foi aluno de David Oistrakh, para quem Shostakovich escreveu seus concertos de violino e, para a jovem Lisa Batiashvili, isso parecia uma linha direta com a fonte. “Quando minha professora começou a contar histórias sobre o Primeiro Concerto para Violino, eu me apaixonei completamente por essa peça. David Oistrakh havia compartilhado informações muito emocionais e precisas sobre cada movimento. De alguma forma, a peça se tornou simbólica do tempo na União Soviética, que eu também a havia experimentado durante os primeiros dez anos da minha vida. Os artistas, durante os tempos soviéticos, estavam procurando a liberdade que Shostakovich buscava através de sua música. A música era uma fuga e um símbolo de liberdade em um momento difícil. Quando viajei para Moscou com meus pais, encontramos muitas pessoas, e tive a forte impressão de que essa música era um reflexo do que eles estavam passando”.

Esta gravação de Lisa foi sua estreia na DG e traz, claro, o primeiro Concerto para Violino de Shostakovich. Sob o título Echoes of Time, Lisa Batiashvili reuniu uma coleção de obras que iluminam a Rússia soviética. Traz também a Georgia com uma belíssima peça de Kancheli, E a peça de Pärt é ainda melhor.

Com a pianista Hélène Grimaud, Lisa toca para Spiegel im Spiegel de Arvo Pärt e o Vocalise de Rachmaninov. “Estávamos planejando há anos tocar juntas. Ela adora esse tipo de repertório. Eu a admiro muito, não apenas por sua musicalidade, mas também como uma pessoa incrivelmente séria. Enquanto Pärt e Kancheli, como Shostakovich, ambos sentiam o peso da opressão soviética, a música de Rachmaninov expressa um desejo nostálgico por sua pátria. Ah, há também a Valsa Lírica de Shostakovich, escrita para piano e arranjada para violino e orquestra por meu pai, com ecos de outra era”, diz ela.

Alemanha, Finlândia, Geórgia, Moscou, França. Lisa Batiashvili menciona um número surpreendente de lugares que são quase, mas não completamente, sua casa. “Aconteceu com frequência nos últimos quinze anos que eu não tinha certeza de onde eu era. Quando voltei para a Geórgia, descobri que não entendia mais quem eu era ou de onde pertencia. Eu não me integrei totalmente ao estilo de vida alemão, me sentia uma convidada em todos os lugares. Por outro lado, para os músicos, é uma enorme vantagem poder fazer a sua casa onde quer que vá. Agora tenho um marido francês, nossos filhos nasceram na Alemanha e não me sinto mais desconfortável com esse modo de vida. Quando você traz música para o mundo todo, é importante ter uma conexão fácil com todos os tipos de pessoas. E então, no final, você não é mais um estranho em qualquer lugar ”.

Shostakovich / Pärt / Kancheli / Rachmaninov: Echoes of Time

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)
Violin Concerto No.1 in A minor, Op.99 (formerly Op.77)
1) 1. Nocturne (Moderato) [12:23]
2) 2. Scherzo (Allegro) [6:17]
3) 3. Passacaglia (Andante) [14:10]
4) 4. Burlesque (Allegro con brio – Presto) [4:42]

Giya Kancheli (1935 – )
5. V & V [10:51]

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)
Dance of the Dolls
6. Lyric Waltz (orchestrated by Tamas Batiashvili) [3:25]

Lisa Batiashvili
Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Esa-Pekka Salonen

Arvo Pärt (1935 – )
7. Spiegel im Spiegel [10:21]

Sergey Vasil’yevich Rachmaninov (1873 – 1943)
8. Vocalise, Op.34 No.14 [5:39]

Lisa Batiashvili
Hélène Grimaud

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Lisa Batiashvili: em casa (e fora dela) em qualquer lugar do mundo

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nros. 20, 17 e 9 / Adágio e Fuga K. 546

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nros. 20, 17 e 9 / Adágio e Fuga K. 546

A gente fica velho e bobô, velho e sensível. Ouvindo estes concertos, lembrei de como meu pai os amava — e de como até nos torturava, de tanto que os ouvia. Então, são obras que conheço de cor e salteado. A interpretação de Jarrett é mais seca e contida do que o habitual, mas é muito boa. Os concertos para piano e orquestra de Mozart formam um conjunto de vinte e sete obras desse gênero escritas entre 1767 e 1791. A estrutura de tais concertos é sempre a mesma, apesar de eles diferirem muito entre si. Eles seguem o esquema clássico de três movimentos: um primeiro rápido (costuma ser um ‘allegro’), um segundo lento (costuma ser um adagio ou um andante) e um terceiro rápido (normalmente, allegro). Quanto à forma, os primeiros andamentos são compostos em forma sonata, o segundo, em forma sonata abreviada, enquanto o terceiro costuma ser um rondó. Três de seus concertos para piano (os de números 20, 21 e 23) estão entre as obras mais gravadas e conhecidas da repertório do período clássico.

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nros. 20, 17 e 9 / Adágio e Fuga K. 546

Concerto For Piano And Orchestra No. 20 In D Minor K. 466
1-1 Allegro 14:57
1-2 Romance 9:14
1-3 Allegro Assai 8:16

Concerto For Piano And Orchestra No. 17 In G Major K. 453
1-4 Allegro 12:38
1-5 Andante 10:05
1-6 Allegretto – Finale: Presto 7:45

Concerto For Piano And Orchestra No. 9 In E-flat Major K. 271 “Jeunehomme”
2-1 Allegro 10:57
2-2 Andantino 10:31
2-3 Rondeau: Presto 10:54

2-4 Adagio And Fugue In C Minor K. 546 For String Orchestra

Piano – Keith Jarrett
Orchestra – Stuttgarter Kammerorchester
Conductor – Dennis Russell Davies

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Retrato do gênio após aos 70

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 91, 121, 40 e 110

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 91, 121, 40 e 110

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Comentário recebido aqui no PQP Bach. O autor é Sal. Certamente trata-se de um caso severo de hipobachemia, doença grave e incurável.

“Sem exagerar, estou a procura de conselho.

“Eu peguei uma doença. Sério, faz bem quase um ano que 99% do meu tempo de audição é dedicado às Cantatas de Bach (e eu nem ouço música o dia todo), não consigo ouvir outra coisa, parece que mais nada me satisfaz, sempre que tento outra coisa me sinto tentado a voltar ao vasto território das Cantatas.

“Aprender e apreciar essa parte de Bach tem sido uma experiência cultural e humana incansável. E viciante.

“Como me desvencilhar? Até agora não consegui esgotar esse repertório.

“Alguém já teve doença igual? Ou parecida?”

Eu respondi: “Também sofro de hipobachemia. Não consigo passar muito tempo longe Dele. Mas teu caso parece ser mais severo. Nunca vi algo tão centrado nas Cantatas. Tens Unimed?”.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 91, 121, 40 e 110

For Christmas Day
Gelobet Seist Du, Jesu Christ BWV 91 (16:02)

1 1. Coro (Choral) Gelobet Seist Du, Jesu Christ 2:46
2 2. Recitativo E Choral: Soprano Der Glanz Der Höchsten Herrlichkeit 1:54
3 3. Aria: Tenor Gott, Dem Der Erden Kreis Zu Klein 2:26
4 4. Recitativo: Bass O Christenheit! 1:16
5 5. Aria (Duetto): Sopran, Alto Die Armut, So Gott Auf Sich Nimmt 6:50
6 6. Choral Das Hat Er Alles Uns Getan 0:48

Christum Wir Sollen Loben Schon BWV 121 (18:04)
7 1. Coro (Choral) Christum Wir Sollen Loben Schon 2:37
8 2. Aria: Tenor O Du Von Gott Erhöhte Kreatur 4:36
9 3. Recitativo: Alt Der Gnade Unermesslich’s Wesen 1:11
10 4. Aria: Bass Johannis Freudenvolles Springen 7:37
11 5. Recitativo: Sopran Doch Wie Erblickt Es Dich In Deiner Krippe? 0:55
12 6. Choral Lob, Ehr Und Dank Sei Dir Gesagt 1:05

For The Second Day Of Christmas
Dazu Ist Erschienen Der Sohn Gottes BWV 40 (14:32)

13 1. Coro Dazu Ist Erschienen Der Sohn Gottes 3:59
14 2. Recitativo: Tenor Das Wort Ward Fleisch Und Wohnet In Der Welt 1:21
15 3. Choral Die Sünd Macht Leid 0:47
16 4. Aria: Bass Höllische Schlange 1:54
17 5. Recitativo: Alt Die Schlange, So Im Paradies 1:09
18 6. Choral Schüttle Deinen Kopf Und Sprich 0:48
19 7. Aria: Tenor Christenkinder, Freuet Euch! 3:26
20 8. Choral Jesu, Nimm Dich Deiner Glieder 1:03

Unser Mund Sei Voll Lachens BWV 110 (22:16)
21 1. Coro Unser Mund Sei Voll Lachens 6:10
22 2. Aria: Tenor Ihr Gedanken Und Ihr Sinnen 3:59
23 3. Recitativo: Bass Dir, Herr, Ist Niemand Gleich 0:31
24 4. Aria: Alt Ach Herr, Was Ist Ein Menschenkind 3:21
25 5. Aria (Duetto): Sopran, Tenor Ehre Sei Gott In Der Höhe 3:43
26 6. Aria: Bass Wacht Auf, Ihr Adern Und Ihr Glieder 3:34
27 7. Choral Halleluja! Halleluja! Gelobt Sei Gott 0:55

Alto Vocals – Robin Tyson (tracks: 1-6, 13-20), William Towers (tracks: 7-12, 21-27)
Bass Vocals – Peter Harvey
Choir – The Monteverdi Choir
Conductor – Gardiner
Orchestra – The English Baroque Soloists
Soprano Vocals – Joanne Lunn (tracks: 21-27), Katharine Fuge (tracks: 1-12)
Tenor Vocals – James Gilchrist

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Vale repetição.

PQP

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. IV – Aminta e Fillide / Clori, mia bella Clori

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. IV – Aminta e Fillide / Clori, mia bella Clori

Mais um lindo disco desta notável empreitada de Bonizzoni e seu excelente conjunto La Risonanza. Entre 1707 e 1709, Haendel fez três viagens à Itália e se tornou um dos mais importantes compositores do estilo do país. Além de óperas, oratórios e música de circunstância de várias naturezas, Handel compôs, nesse período, quase uma centena de cantatas profanas. Scarlatti, o pai, é uma influência dominante. Aqui, o camaleão Handel sofria sua primeira transformação. Apesar de que muitas dessas obras sejam de textura bastante simples, para uma única voz e baixo-contínuo somente, são belas peças. Pelo menos 60% delas incluem instrumentos obbligati e, por vezes, movimentos puramente instrumentais. Esse gênero foi logo abandonado quando nosso camaleão resolveu ser um compositor tipicamente inglês, ou seja, ao estabelecer residência em Londres. Mas suas cantatas da juventude são um magnífico tesouro que têm recebido muito pouca atenção, pois quem levaria à sério a obra italiana de um jovem músico alemão de vinte e poucos anos que viria a preferir viver em Londres? Pois ouça o disco e sinta nos ouvidos o tamanho do engano.

G. F. Handel (1685-1759): As Cantatas Italianas, Vol. IV – Aminta e Fillide / Clori, mia bella Clori

01 – Aminta e Fillide HWV 83 – Sinfonia & Recitativo- Arresta il passo
02 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Fermati, non fuggir!
03 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Questa sol volta almeno
04 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Fiamma bella ch’al ciel invita
05 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Credi a’miei detti, Aminta
06 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Forse ch’un giorno
07 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Invano, invan presumi
08 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Fu scherzo, fu gioco
09 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Libero piè fugga dal laccio
10 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Se vago rio
11 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- D’un incognito foco
12 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Sento ch’il Dio bambino
13 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Felicissimo punto, in cui nel seno
14 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Al dispetto di sorte crudele
15 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Vincesti, Aminta, e l’amoroso affanno
16 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- È un foco quel d’amore
17 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- Gloria bella d’Aminta
18 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Chi ben ama non paventi
19 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- E pur, Filli vezzosa
20 – Aminta e Fillide HWV 83 – Aria- Non si può dar un cor
21 – Aminta e Fillide HWV 83 – Recitativo- O felice in amor dolce tormento
22 – Aminta e Fillide HWV 83 – Duetto- Per abbatere il rigore
23 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Recitativo- Clori, mia bella Clori
24 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Aria- Chiari lumi, voi che siete
25 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Recitativo- Temo, ma pure io spero
26 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Aria- Ne’gigli e nelle rose
27 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Recitativo- Non è però che non molesta e grave
28 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Aria- Mie pupille
29 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Recitativo- Tu, nobil alma, intanto
30 – Clori, mia bella Clori HWV 92 – Aria- Di gelosia il timore

Maria Grazia Schiavo – Soprano
Nuria Rial – Soprano
La Risonanza
Fabio Bonizzoni – Harpsichord & direction

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Handel na Itália

FDP / PQP (texto desta repostagem)

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 9 Coral – Leopold Stokowski (1882-1977)

Beethoven (1770-1827): Sinfonia Nº 9 Coral – Leopold Stokowski (1882-1977)

Esta é a segunda postagem em homenagem ao maestro Leopold Anthony Stokowski que nasceu em 18 de abril de 1882 em Marylebone, uma área do centro-norte de Londres. Considerado o maestro mais extravagante do século 20. O cara era tão famoso por seus efeitos chamativos quanto por sua produção musical. Embora sempre aclamado tecnicamente como um grande maestro, ele foi, até recentemente, desprezado por intelectuais e críticos “sérios” por ser um maestro que muitas vezes barateava e alterava a música original por aceitação popular. Como era moda entre alguns dos maestros da primeira metade do século XX, ele re-orquestrava grandes obras-primas com frequência, fazendo por exemplo Bach soar como Tchaikovsky, e ele frequentemente cortava partituras e reescrevia seus finais. Hoje há um novo respeito por suas orquestrações e pelo rico som que ele obteve de suas orquestras.

Ele foi, até a época de Leonard Bernstein , um dos mais populares, bem como um dos melhores, maestros do século XX. Seu trabalho na rádio e gravações o tornaram, junto com o maestro Arturo Toscanini , um nome familiar, mesmo entre aqueles que nunca haviam assistido a um concerto clássico.

Nas próximas postagens faremos uma breve biografia , baseado no site oficial do maestro (www.stokowski.org). Porque agora compartilharei e tentarei tecer um despretensioso texto com os amigos do blog sobre “a maior das sinfonias”….

“All Men shall be Brothers…”, “Todos os homens devem ser irmãos …” assim está escrito em letras garrafais na capa original do meu velho e de todos o mais querido LP.

Em 1818, depois de ter completado a Sonata Hammerklavier, Beethoven começou a rascunhar uma sinfonia em Ré menor, conseguindo escrever algum material para o primeiro movimento, acrescentando algumas anotações especulativas para os outros três. O primeiro movimento veio antes; depois os outros cresceram lentamente, na ordem, entre a primavera de 1823 e o final do ano; uma parte do trabalho foi feita durante os retiros de verão de Beethoven em Hetzendorf e Baden, e o restante depois do seu retorno a Viena, em outubro. A elaboração do final em sua forma definitiva exigiu um extenso trabalho antes que a melodia fosse encontrada, e as diferentes versões que Beethoven tentou em seus rascunhos mostram os muitos estágios do trabalho que teve para chegar à melodia principal, que parece ser, em sua forma final, um protótipo de simplicidade melódica. A ideia de Beethoven de musicar o poema de Schiller é mencionada por um conhecido de Bonn já em 1793; cinco anos mais tarde, Beethoven escreveu rapidamente um rascunho para as palavras “Muss ein lieber Vater wohnen” (“Certamente habita um Pai amado”) do primeiro coro da “Ode”. Sua Fantasia coral, de 1808, antecipa o final da Nona combinando o coro e a orquestra num conjunto de variações que culminam numa melodia natural sobre um texto edificante e benigno acerca de” Fried und Frade” (“paz e alegria”). A “Ode a Alegria” de Schiller (1759 – 1805) havia obcecado a mente de Beethoven por trinta anos; encontrou nela a glorificação poética do humanismo e dos ideais progressistas da Revolução Francesa, tão arraigados em seu espírito.

No “Caderno de Conversação” de Beethoven seu amigo Schindler escreveu o sentimento da turbulência que envolvia a política e a moral da época: “… Antes da Revolução Francesa havia grade liberdade de pensamento e liberdade política. A revolução tornou o governo e a nobreza desacreditados perante as pessoas comuns, o que levou à atual repressão…. Os regimes, como são agora constituídos, não estão de acordo com as necessidades da época; consequentemente, eles terão que mudar ou se tornar mais condescendentes, ou seja, tomar-se um pouco diferentes.”

Schiller e Beethoven

É nesse cenário que devemos considerar a decisão de Beethoven, em 1821-24, de retomar sua velha ideia de compor sobre o poema de Schiller a “Ode a alegria” e de apresentá-lo não como uma canção solo para ser ouvida nos salões privados dos amantes da música, mas como um hino que pudesse ser apresentado na sala de concerto, na maior proporção possível, e na maioria dos ambientes públicos, a mais pública das composições. Seu plano posterior, tornar essa melodia o clímax de uma grande sinfonia, lembra remotamente o uso que Haydn fez do seu famoso hino “Gott erhalte Franz den Kaiser”, integrando-o como um movimento lento com variações em seu Quarteto em Dó maior no 3, Opus 76, composto em 1797, apenas alguns meses depois de ter escrito o próprio hino. Nessa nova sinfonia, centralizada na “Ode a alegria” de Schiiler, Beethoven queria deixar um monumento público dos seus sentimentos liberais, para a posteridade. Sua decisão de elaborar uma grande obra para transmitir a visão utópica do poeta sobre a irmandade humana é uma declaração de apoio aos princípios de democracia, numa época em que a ação política direta, em relação a esses princípios, era difícil e perigosa. A seu modo, a sinfonia lhe permitiu realizar o que Shelley queria dizer quando chamou os poetas de “os legisladores não reconhecidos do mundo”.

A Nona, em meu ponto de vista, foi escrita para reviver um idealismo perdido. Ela representava uma forte afirmação política, feita num tempo em que as possibilidades práticas de realizar os ideais de fraternidade universal tinham sido virtualmente extintas pelos regimes pós-napoleônicos. A decisão de Beethoven de completar a obra com o poema de Schiller pretendeu, assim, corrigir o equilíbrio, enviar uma mensagem de esperança para o futuro e proclamar essa mensagem para o mundo. Musicando estrofes selecionadas, Beethoven escolheu textos que iriam enfatizar primeiro a fraternidade humana entrando no reino da santidade em busca da alegria, depois a voz do compositor (como, antes dele, a do poeta), que apaixonadamente abraça as multidões e as incita a olhar para o alto: “irmãos, acima da abóbada estrelada do céu, um Pai amado deve habitar”.

Beethoven a concluiu doze anos depois da “Oitava”. Sua elaboração foi precedida por vários anos de depressão e total desespero. Um período em que quase nada produziu. Em grande parte, a extraordinária visão universal de Beethoven surgiu da tragédia privada. Nas últimas duas décadas, Beethoven tornou-se inteiramente surdo, a pior perda possível para um músico e um que constantemente o mergulhou no desespero. No entanto, apesar de uma maldição pessoal, sua aflição tornou-se um benefício gigantesco para a humanidade, pois o libertou do reino do som real e permitiu que ele ouvisse em um nível que os outros não podiam sequer começar a imaginar.

A grande obra estava pronta para sua apresentação de estreia – um evento muito esperado em Viena – em 9 de maio de 1824, juntamente com a abertura “A consagração da casa”, e os três movimentos da “Missa Solemnis”. Esse foi o famoso concerto no qual um Beethoven surdo precisou ser virado para a plateia, que o ovacionava ruidosamente. A imersão de Beethoven em um mundo próprio foi aparente nesta estreia. Ele ficou tão absorto em si mesmo que continuou a bater os compassos para o maestro muito tempo depois que a peça terminou – somente quando um dos solistas pegou em seu braço e o virou para encarar a plateia ele percebeu o que estava acontecendo. Só assim pode fazer uma respeitosa reverência ao público em agradecimento.

Ela pode ser claramente vista como a mais ampla expressão musical de Beethoven, daquilo que ele disse para a desconhecida Emilie M. numa carta de 1812: que “a arte não tem limites”, que o artista se esforça incessantemente porque “ainda não alcançou o ponto que o seu melhor gênio só ilumina como uma estrela distante”. Ao utilizar a “Ode à alegria” de Schiller para se dirigir diretamente à humanidade como um todo, Beethoven transmite a luta individual e de milhões para abrir seu caminho experimentando desde a tragédia até o idealismo e para preservar a imagem da fraternidade humana como uma defesa contra a escuridão.

Para citar um amargo crítico, “…esta sinfonia sobreviveu a despeito do fato de que “o cânone” se tornou o ossificado objeto de uma genuflexão automática, inteiramente perturbada,…, os avanços técnicos e estilísticos de Beethoven há muito tempo foram absorvidos e amplamente sobrepujados pela linguagem moderna”. Ao que eu poderia responder que o “cânone” pode ter ossificado a mente dos críticos devido à superexposição, mas seus ossos possuem a estranha capacidade de recuperar carne e sangue quando novas gerações têm acesso às suas melhores obras e interpretações e se comovem com a inteligência dos antigos e os valores humanos que elas incorporam.

Sinfonia No.9 em ré menor, op.125 – Coral

O primeiro movimento da última sinfonia de Beethoven inicia-se de forma original e totalmente novo para a época. Maynard Solomon cita o “senso de expectativa, logo a ser cumprido por uma aceleração na vida, … um enigma a ser resolvido no resto da peça”. Nenhuma sinfonia antes desta havia iniciado com pura atmosfera de suspense, em que o compositor obscurece e depois evoca os três elementos básicos da música – tonalidade, ritmo e melodia – que ele deliberadamente deixa em aberto a todas as possibilidades. O mais antigo e misterioso intervalo da música, A (lá) e E (mi), sugere A maior ou menor. A orquestra soa como um tremolo sem ritmo. Esse é apenas o primeiro meio minuto! Todo o primeiro movimento é uma viagem extremamente dramática, mas coesa, através da exposição, desenvolvimento e recapitulação da forma de sonata estabelecida. Beethoven encerra com uma coda apropriada que retorna ao mistério da introdução do tema inicial.

O segundo movimento, um scherzo, combina brilhantemente a tensão nervosa e explosões alegres. Embora muitas vezes ofuscada pelos outros movimentos, ela também começa com uma inovação surpreendente de tímpanos sendo usados não apenas em seu papel habitual de reforço rítmico, mas como um solo melódico. A libertação que Beethoven introduziu para este instrumento anteriormente coadjuvante indubitavelmente inspirou Berlioz (em sua Symphonie Fantastique), Mahler (sua Sexta Sinfonia), Stravinsky (seu Rito da Primavera) e tantos outros, e possivelmente pavimentou o caminho para usos improvisados. Outro grande avanço foi o uso da pausa (silêncio) como elemento musical – dos oito compassos do tema, quatro não contêm notas. O conceito de tratar o som e a calma como componentes musicais iguais é completamente moderno para a época e uma base essencial para o minimalismo e a música aleatória.

O terceiro movimento é o mais formal e convencional dos quatro, um devaneio adorável e melancólico de variações de dois temas complementares que acalma a plateia para a complexidade emocional do movimento final.

O milagre do quarto movimento talvez seja a realização mais significativa do compositor e a mais profunda prova de seu gênio – Beethoven pega uma sacola de ideias aparentemente aleatórias e não-relacionada e consegue integrá-las em uma estrutura que não é apenas totalmente coesa, mas imensamente enriquecida pela diversidade de seus componentes (e assim simbolicamente ilustra seu tema da universalidade da humanidade). De fato, Beethoven não desafia, mas transcende a racionalidade.


Ó, amigos, não esses sons!
Em vez disso, cantemos algo mais
Agradável e alegre

Alegre! Alegre!

Alegria, formosa centelha divina
Filha do Elíseo
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce voo se detém

Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!

Sim, e também aquele que chame de sua
Apenas uma só alma no mundo
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza
Todos os bons, todos os maus
Seguem seu rastro de rosas

Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos
Alegremente como o herói diante da vitória

Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!

Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Alegria, formosa centelha divina
Filha do Elíseo
Alegria, formosa centelha divina, centelha divina !

De todas as obras de Beethoven, a Nona sinfonia tem tido o impacto mais amplo, e o espectro mais variado de interpretações. Desde o tempo de Beethoven até os nossos dias, gerações de eruditos, músicos, artistas e críticos deram um passo à frente para dar voz a suas interpretações, muitos deles focalizando somente a “Ode”, em vez de a sinfonia como um todo.

Esta foi a primeira gravação da Sinfonia número 9 de Beethoven que possuí, dada por um querido tio italiano (Paschoal) que adorava samba. Este disco tem a falha horrível de dividir o terceiro movimento entre os lados “A” e “B” . A música, claro, é subjetiva, e muitos fatores podem afetar nossas decisões o fato é que ainda depois de mais de quarenta anos desde a minha primeira audição deste vinil é a performance que mais gosto. Mas isso realmente não importa, cada um de nós tem sua própria nostalgia. Há excelentes gravações desta obra, som digital, orquestras afiadas, regentes modernos e talentosos tantas vezes postados aqui no blog (esta versão AQUI do amigo fdpbach por exemplo). Leopold, no entanto, ainda traz aos meus ouvidos todo o poder, intensidade e amplitude que se poderia desejar, e os últimos momentos da sinfonia – momentos que costumo usar como um desempate quando se trata de julgar uma performance – é para mim a melhor. Eu absolutamente amo do começo ao fim o velho LP.

A interpretação de Stokowski da 9ª sinfonia de Beethoven tem muitos bons momentos e é uma adição valiosa a qualquer coleção de Beethoven. É incrivelmente leve e claro, especialmente para um regente que tinha 85 anos quando o gravou; Stokowski gera nobreza e grandeza sem nunca se arrastar. O coro e os solistas são excelentes: Heather Harper é vibrante e apaixonada. Sempre é um prazer ouvir os tons ricos de Heather Watt, Alexander Young é surpreendentemente incisivo para uma voz tenor e Donald McIntyre uma torre de força.

Aumentem o volume do aparelho e viajem nesta magnífica interpretação de Leopold Stokowski !

Sinfonia No.9 em ré menor, op.125 – Coral
02 – Beethoven – Symphony No.9 in D minor, op.125 ‘Choral’ I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
03 – Beethoven – Symphony No.9 in D minor, op.125 ‘Choral’ II. Molto vivace, Scherzo
04 – Beethoven – Symphony No.9 in D minor, op.125 ‘Choral’ III. Adagio molto e cantabile
05 – Beethoven – Symphony No.9 in D minor, op.125 ‘Choral’ IV. Presto

Leopold Stokowski regendo a Orquestra Sinfonica de Londres e Coro
Coro: John Alldis
Heather Harper, Soprano;
Helen Watts, Contralto;
Alexander Young, Tenor;
Donald McIntre, Baixo.
Recorded at Kingsway Hall, London on 20th-21st September 1967
Disco – 1970, The Decca Record Company Limited, London

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“Todos os homens devem ser irmãos …” Quem sabe Beethoven, quem sabe….

Franz Schubert (1797-1828): Violin Sonatas (CD 1 de 2)

Franz Schubert (1797-1828): Violin Sonatas (CD 1 de 2)

Mutter é a mais exibida. E talvez seja a melhor de todas essas belas violinistas que apareceram nas últimas décadas. Hahn vai na mesma linha, mas tem a característica de ser muito bem humorada e de não se levar muito a sério — o que é uma enorme qualidade. Jansen é a mais sanguínea e gosto muito dela. Mas creio que minha preferência vá para Julia Fischer, a mais discreta, a mais voltada para dentro de si, a mais íntima delas (opinião de PQP em post original de FDP). 

Depois do bombardeio japonês-schubertiano do mano PQP, resolvi contra-atacar com artilharia não tão pesada, mas certamente mortal. Estou para postar esta pérola já há algum tempo, mas sempre aparecia outra coisa para atrapalhar, ou me fazer mudar de ideia.

Julia Fischer é uma das melhores violinistas que surgiram nos últimos anos, ela garota tem um talento indiscutível, e não teme se expor, como fez em suas gravações dos concertos de Papai Bach. E seu colega Martim Helmchem também mostra um talento ímpar. Reparem, por exemplo, no perfeito balanço que conseguem ao tocarem o andante da sonata D. 385. Não sei se rola alguma coisa entre os dois.

Este CD que ora posto é belíssimo, e traz um Schubert que eu até então desconhecia: suas sonatas para violino e piano, claramente inspiradas no gênio beethoveniano. São obras muito inspiradas, e tocadas com grande paixão pelo jovem casal de instrumentistas.

Trata-se de um CD para ser apreciado com calma e tranquilidade, de preferência lendo um bom livro e tomando um bom vinho. Espero que apreciem.

Franz Schubert (1797-1828): Violin Sonatas (CD 1 de 2)

Sonata (Sonatina) For Violin And Piano In D Major / D-Dur, D 384 (Op. 137, No. 1)
1-1 Allegro Molto 4:10
1-2 Andante 4:25
1-3 Allegro Vivace 4:00

Sonata (Sonatina) For Violin And Piano In A Minor / A-Moll, D 385 (Op. 137, No. 2)
1-4 Allegro Moderato 6:48
1-5 Andante 7:29
1-6 Menuetto (Allegro) 2:13
1-7 Allegro 4:36

Sonata (Sonatina) For Violin And Piano In G Minor / G-Moll, D 408 (Op. 137, No. 3)
1-8 Allegro Giusto 4:46
1-9 Andante 4:43
1-10 Menuetto (Allegro Vivace) 2:28
1-11 Allegro Moderato 4:04

Rondo For Violin And Piano In B Minor / H-Moll “Rondo Brillant”, D 895 (Op. 70)
1-12 Andante – Allegro 14:28

Julia Fischer – Violino
Martin Helmchen – Piano

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Bom dia, Julia | Foto: Felix Broede

FDP

Georg Philip Telemann (1681-1767) – Recorder Sonatas and Fantasias – Franz Brüggen, Anner Bylsma, Gustav Leonhardt

Então os senhores acharam que eu já havia terminado as postagens de obras de Telemann? Ledo engano. Ainda tenho algumas cartas na manga. E uma delas é este belíssimo CD que traz obras para Flauta. Temos sonatas para Flauta Doce e acompanhamentos, Fantasias para Flauta Solo, uma overdose de Flauta Doce, interpretada por  um dos grandes nomes do instrumento, e da regência, Frans Brüggen, ao lado de seus amigos Anner Bylsma e Gustav Leonhardt. Só tem fera em barroco aqui. São apenas os caras que revolucionaram a interpretação deste estilo musical lá nos anos  60.

Divirtam-se. É música de primeira tocada por músicos de altíssimo nível.

Frans Brüggen – Recorder (Flauta Doce)
Anner Bylsma – Cello
Gustav Leonhardt – Harpsichord

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Frans Brüggen (1934-2014) pensando na vida.

Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Règne Amour (Árias de amor de diversas óperas)

Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Règne Amour (Árias de amor de diversas óperas)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um belíssimo disco maravilhosamente bem interpretado pelo soprano Carolyn Sampson e a Ex Cathedra. O repertório — igualmente muito bem escolhido — são de árias de amor escritas por Rameau para suas óperas. Tudo coisa do melhor nível.

Além de eventualmente tecer bons comentários em nosso blog, Jean-Philippe Rameau foi um dos maiores compositores do período Barroco. Na França, porém, é tido como a maior expressão do Classicismo… Bem, são franceses. Filho de um organista da catedral de Dijon, Rameau seguiu a carreira do pai, na qual distinguiu-se desde cedo, trabalhando em várias catedrais. Não foi apenas um dos compositores franceses mais importantes do século XVIII, como também influenciou a teoria musical. Seu estilo de composição lírica pôs fim ao reinado póstumo de Jean-Baptiste Lully, cujo modelo dominara a França por meio século. Rameau foi grande, grandíssimo.

Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Règne Amour (Árias de amor de diversas óperas)

1. Fra le pupille (Les Indes galantes)
2. Rigaudon I & II — Fuyez, vents orageux ! (Les Indes galantes)
3. Tambourin I & II — Partez ! (Les Indes galantes)
4. Régnez, Amour (Les Indes galantes)
5. Tempête : La nuit couvre les cieux ! (Les Indes galantes)
6. C’est trop soupirer (Les Paladins)
7. Soleil, fuis de ces lieux ! (Platée)
8. Règne Amour (Zoroastre)
9. Marche — Par tes bienfaits (Dardanus)
10. Air gracieux — L’Amour, le seul Amour (Dardanus)
11. Menuet en rondeau — Si l’Amour coûte des soupirs (Dardanus)
12. Tambourin I & II (Dardanus)
13. Du pouvoir de l’Amour (Pygmalion)
14. Rossignols amoureux (Hippolyte et Aricie)
15. Musettes, résonnez — Menuet en rondeau (Les Indes galantes)
16. Formons les plus brillants concerts(Platée)
17. Aux langueurs d’Apollon(Platée)
18. Honneur à la Folie — Aimables jeux(Platée)
19. Honneur à la Folie — Je veux finir — Hymen(Platée)

Carolyn Sampson
Ex Cathedra Choir and Baroque Orchestra
Jeffrey Skidmore

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Super Sampson

PQP

Alexander Scriabin (1872-1915): The Complete Piano Sonatas

Alexander Scriabin (1872-1915): The Complete Piano Sonatas

Não há experiência mais interessante e encantadora que perceber o desenvolvimento de Beethoven nas suas 32 sonatas para piano. Elas descrevem praticamente todas as fases técnicas e pessoais na carreira do compositor. Algo que chega próximo disso é a audição das 10 sonatas para piano do compositor russo Alexander Scriabin. Ouça a sonata n.1 e depois a n.10, dois compositores completamente distintos.

Nas primeiras três sonatas sentimos uma forte influência de Chopin, mas não o Chopin delicado das valsas e noturnos, e sim dos estudos e das duas últimas sonatas, o Chopin revolucionário. Eu já considero a primeira sonata para piano op.6 uma obra-prima. Ela tem quatro movimentos e é a mais longa de suas sonatas. O primeiro movimento (allegro con fuoco) já arrebata a atenção do ouvinte. O quarto movimento, uma marcha fúnebre em homenagem a Chopin, é uma das coisas mais lindas já escritas.

A sonata n.2 op.19 é chamada de sonata-fantasia, pois tem dois movimentos (lento-rápido) praticamente ligados. Um início melancólico com um movimento final arrebatador. Essa obra foi meu primeiro contato com a música de Scriabin, e ainda guardo na memória a época e lugar que ouvi.

A sonata n.3 op.23 talvez seja a obra, entre as demais, cujos temas são mais memoráveis. O movimento andante é sublime. Na sonata n.4 op.40 descobrimos uma sonoridade quase jazzística (Bill Evans?). Poderia ser tocada em qualquer bar “blue note” de esquina e seria muito bem recebida pela tribo do Jazz.

A partir da sonata n.5 op.53 já ouviremos um compositor que, independentemente da escola de Schoenberg, também estava explorando, no mesmo período, os limites do tonalismo. As sonatas também começam a ter apenas um só movimento.

Nesse período (pós-1903) a vida do compositor estava mudando completamente. Scriabin abandonou a mulher e quatro filhos. Partiu com a amante para Paris. Além disso, estava obcecado com as delirantes idéias teosóficas. Suas sonatas também são um reflexo dessas atividades metafísicas. A sonata n.7 op.64 chamada de White Mass é uma experiência mística. Harmonia dificílima, praticamente música atonal. A três últimas sonatas também atingem um ponto que nenhum outro compositor depois dele superou. Nem mesmo as sonatas de Prokofiev …

Devo confessar que apesar da extraordinária interpretação do pianista Marc-André Hamelin, ainda acho os registros feitos por Horowitz insuperáveis (infelizmente ele nunca gravou a integral) .

obs: Pode aparecer o nome do pianista Murray Mclachlan no seu player, mas acredite, a gravação é do Marc-André Hamelin.

Alexander Scriabin (1872-1915): The Complete Piano Sonatas

CD1:

1-4. Piano Sonata n.1, op.6
5-6. Piano Sonata n.2 (sonata-fantasy), op.19
7-10. Piano Sonata n.3, op.23
11. Fantasie op.28
12-13. Piano Sonata n.4, op.30

CD2:

1. Piano Sonata n.5, op.53
2. Piano Sonata n.6, op.62
3. Piano Sonata n.7, op.64
4. Piano Sonata n.8, op.66
5. Piano Sonata n.9, op.68
6. Piano Sonata n.10, op.70
7. Sonata-Fantaise (1886)

Performed by Marc-André Hamelin

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Marc-André Hamelin testando pianos na Sala Especial de Teclados do PQP Bach

CDF

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Harpsichords Concertos – CDs 3 e 4 de 4 – Lars Ulrik Mortensen, Concerto Copenhagen

Este CD duplo traz os concertos que Bach compôs para dois, três e quatro cravos.  Aqui temos a presença de um dos professores de Lars Ulrik Mortensen, o inglês Trevor Pinnock, um dos maiores intérpretes de Bach que já pisaram sobre o chão desta nossa Terra.
A complexidade destas obras é algo de outro mundo. Quatro instrumentos solistas? Só a cabeça de um gênio do nível de Bach para compor uma obra deste nível. E quatro instrumentos iguais, o que é ainda mais incrível.
Mas  não é nenhum desafio que o talento destes músicos incríveis do Concerto Copenhagen não consigam transpor e nos oferecer. Nós, fãs incondicionais de Bach, agradecemos. Mais uma excelente produção do selo CPO, que nunca nos decepciona com a qualidade de suas gravações.
Espero que apreciem. Eu gostei e muito, tanto que fazem uns dois ou três dias que não ouço outra coisa. Hoje mesmo precisei fazer uma pequena viagem e esta foi a minha trilha sonora. A inesperada tranquilidade do trânsito, aliado a uma belíssima manhã de sol tornaram a viagem mais agradável, tendo estes CDs como companhia.

CD 1

01. Concerto for 2 harpsichords BWV 1060 in c – Allegro
02. Concerto for 2 harpsichords BWV 1060 in c – Adagio
03. Concerto for 2 harpsichords BWV 1060 in c – Allegro
04. Concerto for 2 harpsichords BWV 1061 in C – Allegro
05. Concerto for 2 harpsichords BWV 1061 in C – Adagio ovvero largo
06. Concerto for 2 harpsichords BWV 1061 in C – Fuga
07. Concerto for 2 harpsichords BWV 1062 in c – Allegro
08. Concerto for 2 harpsichords BWV 1062 in c – Andante
09. Concerto for 2 harpsichords BWV 1062 in c – Allegro assai

Lars Ulrik Mortensen, Trevor Pinnock – Harpsichords

10. Triple Concerto BWV 1044 in A – Allegro
11. Triple Concerto BWV 1044 in A – Adagio ma non tanto e dolce
12. Triple Concerto BWV 1044 in A – Alla breve

Katy Birscher – Flute
Manfred Kraemer – Violin
Lars Ulrik Mortensen – Harpsichord

CD 2

01. Concerto for 3 harpsichords BWV 1063 in d – Allegro
02. Concerto for 3 harpsichords BWV 1063 in d – Alla siciliana
03. Concerto for 3 harpsichords BWV 1063 in d – Allegro
04. Concerto for 3 harpsichords BWV 1064 in C – Allegro
05. Concerto for 3 harpsichords BWV 1064 in C – Adagio
06. Concerto for 3 harpsichords BWV 1064 in C – Allegro

Trevir Pinnock, Marieke Spaans, Lars Ulrik Mortensen – Harpsichords

07. Concerto for 4 harpsichords BWV 1065 in a – Allegro
08. Concerto for 4 harpsichords BWV 1065 in a – Largo
09. Concerto for 4 harpsichords BWV 1065 in a – Allegro

Trevor Pinnock, Marieke Spaans, Marcus Mohlin, Lars Ulrik Mortensen – Harpsichords
Concerto Copenhagen

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W. A. Mozart (1756-1791): Integral Concertos para piano – Jenö Jandó – Post 6 de 5

W. A. Mozart (1756-1791): Integral Concertos para piano – Jenö Jandó – Post 6 de 5

W. A. Mozart

 

Concertos para Piano Nos. 1 a 4

Jenö Jandó

Ao chegar em casa após intensas reuniões tratando do planejamento das postagens do blog e de horas seguidas de audições dos arquivos postados pelos colegas, esperava apenas uma noite tranquila em frente à TV fazendo o leve exercício de entender os meandros e as sutilezas da política nacional. No entanto, ao abrir a caixa de correio, meu coração acelerou – envelope acolchoado com plástico de bolhas com clara indicação de ter chegado do exterior, enviado por um desconhecido Gidnek Selim. Quase não conseguia enfiar a chave no buraco da fechadura, com gana de abrir logo o teimoso envelope.

Alguns minutos depois e tudo foi se esclarecendo. O conteúdo do envelope era o CD que faltava à postagem da Integral dos Concertos para Piano de Mozart. Realmente, dias atrás, um atento leitor escreveu-me observando que, como num destes contos de Borges, havia uma lacuna e a minha postagem da Integral dos Concertos para Piano de Mozart restava incompleta. Mas como?, pensava eu, dez é o número da totalidade! Onde estão os quatro primeiros concertos?, insistia o leitor arguto. Argumentei que estes não eram exatamente concertos compostos por Mozart. Numa enciclopédia que imaginava ter consultado havia indicações de sonatas de Johann Christian Bach. Busquei a tal enciclopédia, mas as consultas feitas após a meia-noite são elusivas. O volume que eu buscava, com verbetes iniciados por Moz até verbetes iniciados por Rac estava desaparecido. Mais mistério. Iniciei buscas outras e até enviei alguns e-mails para um antigo endereço que Miles havia deixado na última vez que estivemos juntos.

Claro, Miles…

Foi assim que descobri a existência de mais um volume da coleção por mim postada, o de número 11. Pronto, imagino que agora a saga dos Concertos para Piano estará, enfim, completa. Sem dúvida, Gidnek Selim é um ardiloso anagrama de Miles Kendig. Em se tratando de espiões e agentes secretos, mesmo aposentados, todo o cuidado é pouco. Meu caro Miles deve ter percebido a falha na postagem e enviou-me o CD que faltava. Ah, o que seria da vida sem os amigos…

Então, aqui temos a coisa toda, os Concertos para Piano de Nos. 1 a 4 realmente são pastiches de obras de compositores alemães que atuavam em Paris. Foi lá que Mozart os conheceu, assim como as suas obras, em suas viagens de 1763, 1764 e novamente em 1766.

Hermann Friedrich Raupach era um compositor alemão. Mozart e ele improvisavam juntos, ao piano, enquanto Mozart, uma criança ainda, sentava-se sobre seus joelhos. Mozart e Johann Christian Bach fariam o mesmo, em Londres.

Leontzi Honauer era músico de Strasburgo e tinha muitas obras publicadas em Paris.

Johann Schobert foi cravista e compositor muito admirado em Paris, que em 1767 teve a infelicidade de comer cogumelos envenenados. Mozart admirava sua música, que achava charmosa. Leopold, o pai de Mozart não o tinha em grande conta.

Johann Gottfried Eckard havia se mudado para Paris em 1758 e lá permaneceu até a sua morte em 1809. Eckard aprendera muito com CPE Bach e preferia o emergente piano em oposição ao cravo. Era excelente pianista e mestre na improvisação.

Fica então assim a distribuição dos compositores das peças usadas na moldagem dos concertos.

J. Jandó

W. A. Mozart (1756 – 1791)

Concerto No. 1 em fá maior, K. 37

  1. Allegro (Raupach)
  2. Andante (Honauer)
  3. Allegro (Honauer)

Concerto No. 2 em si bemol maior, K. 39

  1. Allegro spiritoso (Raupach)
  2. Andante (Schobert)
  3. Molto allegro (Raupach)

Concerto No. 3 em ré maior, K. 40

  1. Allegro maestoso (Honauer)
  2. Andante (Eckard)
  3. Presto (CPE Bach)

Concerto No. 4 em sol maior, K. 41

  1. Allegro (Honauer)
  2. Andante (Raupach)
  3. Molto allegro (Honauer)

Jennö Jandó, piano

Concentus Hungaricus

Ildikó Hegyi, regente

Produção: Ibolya Tóth

Gravação de 1991

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FLAC | 223 MB

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MP3 | 320 KBPS | 124 MB

Estes pastiches revelam a habilidade de Mozart em revestir peças originalmente escritas como música de câmera ou como sonatas na forma de concertos e permitiam assim a exibição de seus dotes como virtuose do piano. São peças típicas do estilo galante, desenvolvido pelos alemães e que tanto caíra no gosto dos parisienses. Segundo a revista Classic CD, “You are in for a treat!”

Como? Nova ligação de Miles, ainda mais concertos para piano de Mozart? Bom, essa vai ter que ficar para depois! To be continued…

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Harpsichords Concertos – CDs 1 e 2 de 4 – Lars Ulrik Mortensen, Concerto Copenhagen

Não sei quantas versões tenho, quantas versões ouvi, ou sequer quantas versões postei aqui no PQPBach destes Concertos para Cravo de Bach. Muito menos quantas versões meus colegas postaram. Não importa. A única coisa que importa é ouvir estas obras. O resto é silêncio.
Lars Ulrik Mortensen é dinamarquês, e dirige o Concerto Copenhagen deste o início do século. É um especialista no repertório barroco, com diversos CDs gravados. Estes aqui já foram gravados há bastante tempo, lá em 2002, mas ainda soam muito atuais. Ah, ele foi aluno de Trevor Pinnock, que também participa destas gravações, mas lá no terceiro CD.
Serão quatro CDs para os Concertos para Cravo, e outros dois dedicados aos Concertos de Brandenburg. Overdose de Bach, para os senhores poderem melhor curtir sua semana.

CD 1

01. Concerto BWV 1052 in D minor – 1. Allegro
02. Concerto BWV 1052 in D minor – 2. Adagio
03. Concerto BWV 1052 in D minor – 3. Allegro
04 Concerto BWV 1054 in D major – 1
05. Concerto BWV 1054 in D major – 2. Adagio e piano sempre
06. Concerto BWV 1054 in D major – 3. Allegro
07. Concerto BWV 1053 in E major – 1
08. Concerto BWV 1053 in E major – 2. Siciliano
09. Concerto BWV 1053 in E major – 3. Allegro

Lars Ulrik Mortensen – Harpsichord & Conductor
Concerto Copenhagen

CD 2

01. Concerto BWV 1055 A major – Allegro
02. Concerto BWV 1055 A major – Larghetto
03. Concerto BWV 1055 A major – Allegro ma non tanto
04. Concerto BWV 1056 f minor – [without tempo indication]
05. Concerto BWV 1056 f minor – Largo
06. Concerto BWV 1056 f minor – Presto
07. Concerto BWV 1057 F major – [without tempo indication]
08. Concerto BWV 1057 F major – Andante
09. Concerto BWV 1057 F major – Allegro assai
10. Concerto BWV 1058 g minor – [without tempo indication]
11. Concerto BWV 1058 g minor – Andante
12. Concerto BWV 1058 g minor – Allegro assai

Lars Ulrik Mortensen – Harpsichord & Conductor
Concerto Copenhagen

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W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nº 23 e 24 (Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nº 23 e 24 (Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

“É uma revolta? – Não, Majestade, é uma revolução.”  (diálogo entre Luís XVI e o duque de La Rochefoucauld no dia 14 ou 15 de julho de 1789)

O músico, maestro e escritor autríaco Nikolaus Harnoncourt (1929-2016) disse uma vez: “A expressão historicamente informado me dá enjoo”. Ele se considerava “não informado, mas curioso”. Pois bem, sejamos curiosos.

A ideia de que algumas tonalidades eram apropriadas para expressar certos tipos de humor ou características psicológicas era universalmente aceita nos séculos 17 e 18, em parte por causa do temperamento desigual, que fazia com que as terças e quintas de cada tom fossem notavelmente diferentes. Isso se torna menos relevante com o temperamento uniforme, aquele que Bach “defendia” ao publicar o Cravo bem temperado.
A época da Revolução Francesa e da Revolução Industrial é também a época de uma mudança profunda nos gostos. O mundo da música barroca se caracterizava pelo temperamento desigual e por desigualdades também no ritmo e na articulação. Esse período revolucionário coincidiu com a popularização da ideologia do desenvolvimento e do progresso, que ocuparam até nossa bandeira brasileira. Esse conjunto de valores acompanha a uniformidade da produção industrial e da linha reta. É um mundo completamente diferente do anterior: uma revolução estética. Vejam por exemplo a caligrafia de Bach e de Mozart em partituras escritas pela mão dos compositores. Bach parece se divertir desenhando curvas elegantes, enquanto Mozart prefere a linha reta. É um golpe baixo naqueles que acham a música do pai de P.Q.P. um tanto quadrada ou uniforme… quem acha isso, me desculpe, mas está com pouca curiosidade.

Sonata para violino BWV 1001, pelas mãos de Bach. Niemeyer gostaria de ver essas curvas!
Concerto para piano nº 24, pelas mãos de Mozart

Resumindo: até meados do século 18, as desigualdades entre tonalidades dão a cada composição uma “cor” diferente, como se dizia na época. Por outro lado, era muito difícil modular (trocar de tonalidade durante a execução). Na música de Mozart e Beethoven, a escolha dos tons ainda tem uma grande importância, mesmo se as razões são mais culturais do que propriamente acústicas. E as modulações são abundantes.

Para os franceses Jean-Philippe Rameau (Tratado de Harmonia, 1722) e M. Charpentier (Regras de composição, 1690), o tom lá maior é alegre e camponês, enquanto para o alemão Christian Schubart (Ideias sobre a estética da música, séc.18), ele contém declarações de amor inocente, alegria juvenil. O Concerto nº 23 de Mozart, em lá maior, realmente é menos heroico e grandioso que os outros concertos de 1986, ele tem um caráter mais brilhante e bucólico como o 15º e o 17º concertos, mas com a presença do clarinete, que só aparece do 22º ao 24º.
O Concerto nº 24 é em dó menor, tonalidade que para Charpentier é obscura e triste e, para Rameau e Schubart, combina com lamentos de amor infeliz. Para Mozart, porém, essa tonalidade já apresenta o caráter de ombra, termo italiano usado para as cenas de ópera em que aparecem oráculos, demônios, bruxas ou fantasmas. Não por acaso, Beethoven ficaria muito associado ao dó menor em suas composições mais sombrias ou misteriosas: Sonata Patética, Sinfonia nº 5 (o tan-tan-tan-tan do “destino”), Sonata op.111, etc.

Outra obra de Beethoven em dó menor é o Concerto para piano nº3, em que o tema inicial que é quase um plágio do 24 de Mozart. E realmente não é uma coincidência: Beethoven teria dito a um amigo, ao ouvir este concerto nº 24: “nós nunca vamos conseguir fazer algo assim”. Na Beethoven-Haus em Bonn, há vários cadernos de Beethoven em que ele estudava os concertos de Mozart, cheios de anotações.

Last but not least, fiquem com a postagem original de P.Q.P., que descreve o pianista Alfred Brendel melhor do que eu conseguiria.

Antes que alguém tente algo mais violento, aí vão mais dois concertos para piano de Mozart. Nestas gravações, Brendel alcança aquele pontinho exato entre a pura alegria de tocar Mozart e o abismo representado por uma interpretação superficial. A naturalidade e a categoria com que o pianista permanece nesta posição é para qualquer um – aí sim! – abismar-se. A foto abaixo foi-me mostrada pela mais querida das amigas e não posso me furtar de mostrá-la a nossos leitores-ouvintes. Ah, com nossa exatidão habitual, informamos que o nome da gata de Brendel é Minnie.
P.Q.P. Bach.

Piano Concerto nº 23, K. 488, em lá maior
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Allegro Assai

Piano Concerto nº 24, K. 491, em dó menor
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Allegretto

Academy of Saint Martin in the Fields
Alfred Brendel – Piano
Neville Marriner – Conductor

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Brendel E Minnie ReduzidaPleyel

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas para viola da gamba – (Trio Sonatas) BWV 1027 – 1029 & 1039 – Nikolaus Harnoncourt & Frans Brüggen

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Sonatas para viola da gamba – (Trio Sonatas) BWV 1027 – 1029 & 1039 – Nikolaus Harnoncourt & Frans Brüggen

J. S. Bach

Sonatas para viola da gamba – BWV 1027-1029

Sonata para duas flautas transversas – BWV 1039

 

Ganha uma cocada quem encontrar o Nikolaus nesta foto…

Nikolaus Harnoncourt era de uma família nobre de Luxemburgo e Lorraine e foi batizado como Conde Johannes Nikolaus de la Fontaine und d’Harnoncourt-Unverzagt. Era descendente de imperadores. Seu primeiro emprego como músico foi de violoncelista da Orquestra Sinfônica de Viena, em 1952. Em 1953 fundou, com sua mulher, Alice Harnoncourt, o Concentus Musicus Wien, para tocar música antiga com instrumentos originais e práticas similares às usadas na época da composição das peças.

Posteriormente, Harnoncourt tornou-se regente de orquestras convencionais, regendo todo o repertório clássico. Deixou gravações (perto de 500 CDs) que incluem, por exemplo, as sinfonias de compositores que vão de Haydn e Mozart até Bruckner. O Ciclo das Sinfonias de Beethoven, que ele gravou com a Chamber Orchestra of Europe, ganhou importantes prêmios de discos e ainda é uma referência.

Vai dizer que não gostou da música?

Nesta postagem temos a oportunidade de ouvir Harnoncourt interpretando as sonatas para viola da gamba de Bach. Veja o que ele mesmo disse sobre o instrumento: Ao contrário do violino, a viola da gamba é essencialmente um instrumento introvertido, de sonoridade frágil e doce, que foi desde o seu surgimento destinado a espaços de dimensões restritas. Você poderá ler a integra dos comentários do disco, escritos pelo próprio Harnoncourt, neste site aqui.

Frans, no tempo em que levava a vida na flauta

Este disco traz as três (trio) sonatas para viola da gamba escritas por J. S. Bach. O termo triosonata deve-se ao fato de termos três vozes apresentando a música. A viola da gamba e o cravo, que tem papel importante, uma segunda voz, além do baixo contínuo. Estas composições são releituras de peças escritas para outras combinações de instrumentos. A primeira sonata, por exemplo, foi arranjada a partir da sonata para duas flautas e baixo contínuo, a última peça do disco. Você poderá comparar as duas peças e perceber a habilidade do magnífico Johann Sebastian Bach de apresentar (vestir) a música em diferentes maneiras. Após as três primeiras sonatas para viola da viola da gamba, ouvir a mesma peça interpretada ao som de duas flautas é algo que ainda hoje me surpreende e encanta.

Leopold Stastny

Para interpretar a sonata para duas flautas temos o lendário Frans Brüggen fazendo dupla com Leopold Stastny. Frans Brüggen é outro pioneiro da prática de instrumentos originais e foi virtuose flautista. Adaptando os dizeres das camisetas da Oktoberfest, ele tocava todas. Posteriormente passou a reger e deixou gravações excelentes. Assim como Harnoncourt, foi longevo e manteve-se ativo até seus últimos dias.

A produção do disco está ao cargo de Wolf Erichson, importante e premiado produtor. Você poderá ver parte de sua discografia aqui.

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Sonate G-dur für Viola da gamba und Cembalo, BWV 1027

  1. Adagio
  2. Allegro ma non tanto
  3. Andante
  4. Allegro moderato

Sonate D-dur für Viola da gamba und Cembalo, BWV 1028

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Allegro

Sonate g-moll für Viola da gamba und Cembalo, BWV 1029

  1. Vivace
  2. Adagio
  3. Allegro

Sonate G-dur (Triosonate) für Traversflöten und B.c., BWV 1039

  1. Adagio
  2. Allegro ma non presto
  3. Adagio e piano
  4. Presto

Nikolaus HarnoncourtGambe (Jacobus Stainer, Absam 1667) und Violoncello (Andrea Castagneri, Paris 1744)

Herbert TacheziCembalo (nach italienischen Vorbildern von Martin Skowroneck, Bremen)

Frans BrüggenTraversflöte (A. Grenser, Dresden 1750)

Leopold StastnyTraversflöte (Kopie nach Hotteterre von F. v. Huene, Boston)

Gravado em 1968

Produção de Wolf Erichson

Wolf verificando se o pessoal tocou mesmo todas as notas

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FLAC | 278 MB

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MP3 | 320 KBPS | 121 MB

Frans Brüggen experimentando uma flauta cubana

Você poderá ler uma crítica bastante pertinente deste disco aqui.

O disco foi gravado em 1968 e lançado em 1969, pelo então selo Telefunken! Faz, portanto, mais de cinquenta anos e isto o qualifica para nosso selo Jurassic CD!!!

Aproveite, a música é ótima!

René Denon