.: interlúdio :. Sonny Rollins – Saxophone Colossus

.: interlúdio :.  Sonny Rollins  –  Saxophone Colossus

 

 

C O L O S S A L

 

 

 

Em 1986 os CDs chegaram ao Brasil. Comprar um CD-player não era tarefa fácil, mas consegui o meu, um CCE, lindo! Só um pouco mais tarde vim a entender a sigla: Cuidado Com Ele! Mas, uma vez com o CD-player ligado ao amplificador, cadê os CDs? Uma amiga trouxe dos states (como dizíamos então) unzinho com o Peter Hofmann cantando árias de Wagner. Não era bem a minha praia, mas servia para passar som.

Na loja de departamentos que se chamava Mesbla, no Centro do Rio de Janeiro, consegui meu primeiro CD de Telemann – Wassermusik, com o Musica Antiqua Köln e Reinhard Goebel. Nunca entendi o trema em Köln e o ‘oe’ em Goebel. Vá saber…

Vivíamos assim, à espreita, em busca de CDs. Comprei o CD do Winton Marsallis tocando os concertos de Haynd e Hummel, para trompete. Só o CD na caixa de acrílico, sem o libreto. Deve ter vindo direto do Japão e o livreto seria apenas para ver as figuras. E era assim, se quer, quer, se não quer, tem quem quer!

Foi então que uma (outra) amiga recém retornada de uma estadia em Nova York me emprestou uns dois ou três CDs de Jazz. Calma, os CDs da minha amiga foram devolvidos, eu não sou de ficar com as coisas dos outros. Posteriormente consegui comprar minha própria cópia.

O primeiro que decidi ouvir foi um disco com a capa mais estilosa que já havia visto: a silhueta de um artista tocando sax sobre um fundo azul, com o título em baixo. A palavra SAXOPHONE em azul sobre fundo preto, seguida de COLOSSUS em branco, que a destaca sobremaneira. O nome do artista, SONNY ROLLINS sob o título, com outro tipo, sans-serif, alongadas as letras.

Eu levei um quase susto ao ouvir pela primeira vez a entrada do sax, potente, rasgando sobre o ritmo forte criado pelo piano, bateria e baixo. Não sabia que minhas caixas de som poderiam produzir um som tão espetacular, forte e quente. Desde então passei a colecionar, mesmo que modestamente, alguns bons álbuns de Jazz.

Saxophone Colossus é um álbum icônico, formador e um dos mais influentes da história do Jazz. São apenas cinco faixas, três delas compostas por Sonny Rollins. A St. Thomas, que abre o álbum, tem o ritmo das origens de Sonny, cuja família vêm das Ilhas Virgens. A melodia é daquelas inesquecíveis, que cola, gruda na nossa memória musical. A terceira faixa, Strode Rode faz referência a um clube de Jazz em Chicago, cidade onde Sonny estudou. Também com ritmo rápido, com o som fluente do piano de Tommy Flanagan. Na última faixa, Blue 7, todos os músicos têm a oportunidade de brilhar.

As outras faixas do álbum são uma linda balada (que Tim Maia chamaria mela-cueca), com o belíssimo título You don’t know what love is, de autoria de Don Raye e Gene DePaul e o Moritat, da Three Penny Opera, musical de Weill-Brecht, que foi apropriada pelo Jazz.

Ira Gitler, escreveu as notas que aparecem no verso da capa do LP original, explica o título: O dicionário diz colossal é gigante, enorme, vasto. Quando aplicado ao talento de Sonny Rollins, também significa profundo!

Portanto, sem mais delongas, aqui está:

Saxophone Colossus (1956)

  1. St. Thomas (Rollins)
  2. You Don’t Know What Love Is (de Paul/Raye)
  3. Strode Rode (Rollins)
  4. Moritat (Mack The Knife) (Weill)
  5. Blue 7 (Rollins)

Sonny Rollins, saxofone tenor

Tommy Flanagan, piano

Doug Watkins, baixo

Max Roach, bateria

Gravado por Rudy Van Gelder, em Hackensack, New Jersey, 22 de junho de 1956

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FLAC | 250 MB

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MP3 | 320 KBPS | 94 MB

Mais um trechinho do Ira Gitler: Saxophone Colossus não é simplesmente um álbum clássico porque todo mundo toca tão bem – o suave e fervoroso Flanagan; o sólido, articulado Watkins; Roach, o melodista rítmico da bateria; e a combinação dos temas e seus desenvolvimentos por Rollins. É também um sucesso devido a diversidade do material e da habilidade de Rollins ao realizar cada uma das seleções com autoridade.

Colossal!

René Denon

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Vivaldi   x2

 

Aqui está mais um ensolarado álbum com concertos duplos de Vivaldi, tão lindo como um dia em Veneza! Se você baixou os arquivos da postagem The Italian Job, não vai deixar passar este aqui.

O conjunto é espetacular, os solistas excelentes e Adrian Chandler, o fundador da banda, cuida para que o balanço geral seja perfeito, permitindo que apreciemos toda a inventividade, a facilidade do Padre Vermelho desenhar belíssimas melodias, traços constantes na sua produção!

Na lista das obras, temos os dois concertos que Vivaldi compôs para duas trompas, ambos na tonalidade fá maior. O Concerto RV 539 é bem conhecido e tem um movimento lento com as trompas provocando uma a outra. No outro concerto, um violoncelo assume o papel principal no movimento lento, dando uma oportunidade para os trompistas recuperarem o fôlego.

A lista continua com dois dos três concertos para dois oboés compostos por Vivaldi. Novamente o contraste dos instrumentos de madeira sobre as cordas dá um brilho todo especial aos concertos.

Puxando uma brasa para a sua sardinha, Chandler e Waltham são os respectivos solistas de dois concertos para violino e violoncelo. A intercalação de concertos para diferentes combinações de instrumentos é um outro fator que torna o álbum muito prazeroso.

O Concerto para oboé e fagote dá a oportunidade aos dois solistas de provocarem um ao outro num desafio que só nós ganhamos.

Para fechar com chave digital (essa coisa de chave de ouro está fora de moda) temos o enigmático Concerto S.A.S.I.S.P.G.M.D.G.S.M.B. para um montão de instrumentos, onde todos os solistas têm a oportunidade de brilhar. Ganha um doce quem adivinhar o significado desta longa lista de letras.

Veja como é a música de Vivaldi, do ponto de vista do violista!

Antonio Vivaldi (1678-1741)

Concerto para duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 539
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro
Concerto para dois oboés, cordas e contínuo em ré menor, RV 535
  1. Largo
  2. Larghetto
  3. Allegro
  4. Allegro molto
Concerto para violino, violoncelo, cordas e contínuo em lá maior, RV 546
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto para oboé, fagote, cordas e contínuo em sol maior, RV 545
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto para duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 538
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto para violino, violoncelo, cordas e contínuo em si bemol maior, RV 547
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro molto
Concerto para dois oboés, cordas e contínuo em lá menor, RV 536
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto per S.A.S.I.S.P.G.M.D.G.S.M.B. para violino, violoncelo, dois oboés, duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 574
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro
Mark Baigent e Rachel Chaplin, oboés
Jocelyn Lightfoot e Anneke Scott, trompas
Vladimir Waltham, violoncelo
Peter Whelan, fagote

La Serenissima

Adrian Chandler, violino e regência

Gravado em fevereiro de 2018, Cedars Hall, Wells, Somerset

Simon Fox-Gál, produtor

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FLAC | 185 MB

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MP3 | 320 KBPS | 162 MB

La Serenissima!

Aqui está um momento do ensaio para a Sinfonia de Torelli, que está no outro disco – The Italian Job. É claro, é a perspectiva do violista….

E aqui a gravação do Concerto para dois Oboés, RV 536.

Viva Vivaldi!

Este merece o nosso selo

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 5 de 22 – Ton Koopman, Amsterdam Baroque Orchestra & Choir, etc.

Este é o único volume desta impressionante coleção que tem quatro CDs. E há um motivo para tanto: estes CDs trazem o restante das cantatas seculares, entre elas a última que Bach teria composto, de BWV 212. A única coisa que se tem certeza sobre este período da vida de Bach, apesar de ser muito bem documentado, é o fato de terem-se perdido dezenas, quiçá, centenas de partituras. Existem boatos, rumores, fofocas sobre o destino destas peças, mas não se tem certeza de nada.

Espero que estejam gostando dessa série. Para os fãs de Bach ela é fundamental e indispensável.

COMPACT DISC 1

“Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten” BWV 207a
For the name day of August III, August 3 1734

1 March (instrumental)
2 Chorus: “Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten”
3 Recitative (Tenor): “Die stille Pleiße spielt mit ihren kleinen Wellen”
5 Recitative (Bass, Soprano): “Augustus’ Wohl ist der treuen Sachsen Wohlergehn”
6 Aria Duetto (e Ritornello) (Bass, Soprano) “Mich kann die süße Ruhe laben”
7 Ritornello (instrumental)
8 Recitative (Alto): “Augustus schützt die frohen Felder”
9 Aria (Alto): “Preiset, späte Folgezeiten”
11 Chorus: “August lebe, lebe, König!”
12 March (instrumental)

Sybilla Rubens (5) e Anne Grimm (10) sopranos
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

“Weichet nur, betrübte Schatten” BWV 202
Wedding cantata

13 Aria (Soprano): “Weichet nur, betrübte Schatten”
14 Recitative (Soprano): “Die Welt wird wieder neu”
15 Aria (Soprano):
16 Recitative (Soprano): “Drum sucht auch Amor sein Vergnügen”
17 Aria (Soprano): “Wenn die Frühlingslüfte streichen”
18 Recitative (Soprano): “Und dieses ist das Glücke”
19 Aria (Soprano): “Sich üben im Lieben”
20 Recitative'(Soprano): “So sei das Bund der keuschen Liebe”
21 Gavotte: “Sehet in Zufriedenheit”

Lisa Larsson soprano

COMPACT DISC 2
“Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde ” BWV 206
For the birthday and name day of August III, October 7, 1733

1 Chorus: “Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde”
2 Recitative (Bass): “O glückliche Veränderung!”
3 Aria (Bass): “Schleuß des Janustempels Türen”
4 Recitative (Tenor): “So recht! beglückter Weichselstrom!”
5 Aria (Tenor): “Jede Woge meiner Wellen”
6 Recitative (Alto): “Ich nehm zugleich an deiner Freude teil”
7 Aria (Alto): “Reis, von Habsburgs hohem Stamme”
8 Recitative (Soprano): “Verzeiht, bemooste Häupter starker Ströme”
9 Aria (Soprano): “Hört doch! der sanften Flöten Chor”
10 Recitative (Soprano, Alto, Tenor, Bass): “Ich Muß, ich will gehorsam sein”
11 Chorus: “Die himmlische Vorsicht der ewigen Güte”

Sybilla Rubens, Anne Grimm (11) sopranos
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

“O holder Tag, erwünschte Zeit” BWV 210
Wedding Cantata – Cantate du manage – Hochzeitskantate

12 Recitative (Soprano):
13 Ario (Soprano): “Spielet, ihr beseelten Lieder”
14 Recitative (Soprano): “Doch, haltet ein”
15 Aria (Soprano): “Ruhet hie, matte Töne”
16 Recitative (Soprano): “So glaubt man denn, daß die Musik verführe”
17 Aria (Soprano): “Schweigt ihr Flöten, schweigt, ihr Töne”
18 Recitative (Soprano): “Was Luft? was Grab?”
19 Aria (Soprano): “Großer Gönner, dein Vergnügen”
20 Recitative (Soprano): “Hochteurer Mann, so fahre ferner fort”
21 Aria (Soprano): “Seid beglückt, edle beide”

Lisa Larsson soprano

COMPACT DISC 3:

“Mer hahn en neue Oberkeet” BWV 212
Peasant Cantata

1 Sinfonia
2 Aria. Duetto (Soprano, Bass): “Mer hahn en neue Oberkeet”
3 Recitative (Bass, Soprano): “Nu, Mieke, gib dein Guschel immer her”
4 Aria (Soprano): “Ach, es schmekt doch gar zu gut”
5 Recitative (Bass): “Der Herr ist gut: Allein der Schösser”
6 Aria (Bass): “Ach, Herr Schösser, geht nicht gar zu schlimm”
7 Recitative (Soprano): “Es bleibt dabei, daß unser Herr der beste sei”
9 Recitative (Soprano, Bass): “Er hilft uns allen, alt und jung”
10 Aria (Soprano): “Das ist galant”
11 Recitative (Bass): “Und unsre gnäd’ge Frau”
12 Aria (Bass): “Fünfzig Taler bares Geld”
13 Recitative (Soprano): “Im Ernst ein Wort!”
14 Ario (Soprano): “Klein-Zschocher müsse so zart und süße”
15 Recitative (Bass): “Das ist zu klug vor dich”
16 Aria (Bass): “Es nehme zehntausend Dukaten”
17 Recitative (Soprano): “Das klingt zu liederlich”
18 Aria (Soprano): “Gib, Schöne, viel Söhne”
19 Recitative (Bass): “Du hast wohl recht”
20 Aria (Bass): “Dein Wachstum sei feste”
21 Recitative (Soprano, Bass): “Und damit sei es auch genung”
22 Aria (Soprano): “Und daß ihr’s alle wißt”
23 Recitative (Soprano, Bass): “Mein Schatz! erraten”
24 Chorus (Soprano, Bass): “Wir gehn nun, wo der Tudelsack”

Lisa Larsson soprano
Klaus Mertens bass

Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft” BWV 205
Aeolus Satisfied

25 Chorus: “Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Graft”
26 Recitative (Bass): “Ja! Die Stunden sind nunmehro nah”
27 Aria (Bass): “Wie will ich lustig lachen”
28 Recitative (Tenor): “Gefiircht’ter Aeolus”
29 Aria (Tenor): “Frische Schatten, meine Freude”
30 Recitative (Bass): “Beinahe wirst du mich bewegen”
31 Aria (Alto): “Können nicht die roten Wangen”
32 Recitative (Alto, Soprano): “So willst du, grimm’ger Aeolus”
Aria (Soprano): “Angenehmer Zephyrus”
34 Recitative (Soprano, Bass): “Mein Aeolus”
35 Aria (Bass): “Zurücke, zurücke, geflügelten Winde”
36 Recitative (Soprano, Alto, Tenor): “Was Lust!”
37 Duetto (Alto, Tenor): “Zweig und Äste”
38 Recitative (Soprano): “Ja, ja!”
39 Chorus: “Vivat August, August vivat!”

Lisa Larsson soprano
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

COMPACT DISC 4

“Laßt uns sorgen, laßt uns wachen” BWV 213
Hercules at the Crossroads. For the birthday of Prince Friedrich Christian, September 5. 1733

1 Chorus: “Laßt uns sorgen, laßt uns wachen”
2 Recitative (Alto): “Und wo? Wo ist die rechte Bahn”
3 Aria (Soprano): “Schlafe mein Liebster, und pflege der Ruh”
4 Recitative (Soprano, Tenor): “Auf! folge meiner Bahn”
5 Aria (Alto): “Treues Echo dieser Orten”
6 Recitative (Tenor): “Mein hoffnungsvoller Held!”
7 Aria (Tenor): “Auf meinen Flügeln sollst du schweben”
8 Recitative (Tenor): “Die weiche Wollust locket zwar”
9 Aria (Alto): “Ich will dich nicht hören, ich will dich nicht wissen”
10 Recitative (Alto, Tenor): “Geliebte Tugend, du allein”
11 Aria – Duetto (Alto, Tenor): “Ich bin deine, du bist meine”
12 Recitative (Bass): “Schaut, Götter, dieses ist ein Bild”
13 Chorus: “Lust der Völker, Lust der Deinen”

Anne Grimm soprano (Wollust)
Elisabeth von Magnus alto (Herkules)
Christoph Prégardien tenor (Tugend)
Klaus Mertens bass (Merkur)

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN harpsichord and conductor

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FDPBach

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Bom disco!

Bem, meus caros. Como vocês sabem, sou filho de Bach. Um filho bastardo. O 21º. Infelizmente, minha mãe me criou sozinha, na maior dificuldade. Não tive uma educação musical como meus irmãos tiveram. Mas gosto de música. Muito. Afinal carrego a carga genética de meu pai. Este é um CD com músicas de meus irmãos. Não os odeio. Fazer o quê? E eles, apesar de não serem tão competentes como papai, eram compositores até que bons.

Vejam bem, aos 22 anos de idade, papai casou-se com uma prima, Maria Barbara Bach. Deste casamento, ele teve 7 filhos, dos quais sobreviveram quatro:  Catharina Dorotheia, Johann Gottfried Bernhard e os compositores Wilhelm Friedmann e Carl Philipp Emanuel. Maria Barbara morreu em maio de 1720. Depois ele conheceu a soprano Ana Magdalena Wilcken e casou-se pela segunda vez em 1721. Teve 13 filhos com ela, dos quais 7 faleceram ainda bebês. Sua casa, ainda acrescida de diversos alunos residentes, era lotada. Como ele arranjava tempo para compor e ainda ter casos extra-conjugais como o que teve com minha amada genitora?

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795)
Quartett Nr. 3 C-Dur Für Flöte, Violine, Viola & B.c. (c.1768) – Quartet No. 3 in C Major For Flute, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christoph Friedrich Bach
1 Allegretto 5:44
2 Scherzo 3:46

Johann Christian Bach (1735-1782)
Quintett F-Dur Op. 11 Nr. 3 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In F Major For Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
3 Andante 5:25
4 Rondo: Allegretto 3:47

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Sinfonia D-Dur H 585 Für 2 Violinen & B.c. (c.1754) – Sinfonia In D Major For 2 Violins & B.c.
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
5 Allegro 3:59
6 Andantino 3:06
7 Tempo Di Minuetto 2:14

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonate Für Cembalo Und Violine H-Moll H 512 (1763) – Sonata For Harpsichord And Violin In B Minor
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
8 Allegro Moderato 7:06
9 Poco Andante 5:30
10 Allegretto Siciliano 4:56

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonata A-Dur H 570 Für Flöte, Violine & B.c. – Sonata In A Major Fpr Flute, Violin & B.c. (1731 Revidiert / Revised 1747)
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
11 Allegretto 5:55
12 Andante 3:44
13 Vivace 3:08

Johann Christian Bach
Quintett G-Dur Op. 11 Nr. 2 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In Gmajor Fpr Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
14 Allegro 5:30
15 Allegro Assai 2:48

Les Adieux:
Flute [Traversflöte/Transverse Flute] – Wilbert Hazelzet
Fortepiano [Hammerflügel], Harpsichord [Cembalo] – Andreas Staier
Oboe – Hans Peter Westermann*
Violin – Mary Utiger
Violin, Viola – Hajo Bäss*
Violoncello – Christine Kyprianides

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A casa em que J. S. Bach nasceu em Eisenach.

PQP

Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 310 ● 330 ● 331 – Paul Badura-Skoda, pianoforte

Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 310 ● 330 ● 331  –  Paul Badura-Skoda, pianoforte

Paul Badura-Skoda

 

(6-10-1927  –  25-09-2019)

 

 

 

Os desmentidos sobre as notícias da morte de Paul Badura-Skoda, lamentavelmente, também foram agora desmentidos. Vivemos uma época de tamanha celeridade na divulgação das informações que situações tais como esta que experimentamos dias atrás sobre a morte/não-morte de Badura-Skoda são mais comuns do que seria desejável.

A morte do famoso pianista agora foi noticiada em várias fontes confiáveis ligadas a música, tais como a Gramaphone (Inglaterra), Limelight (Austrália) e France musique (França)

Com esta postagem de Paul Badura-Skoda tocando três lindas sonatas para piano de Mozart, em um piano de época, fazemos uma homenagem a este distintíssimo artista.

Ele foi aluno de Edwin Fischer e ganhou fama internacional ao substituí-lo de última hora no Festival de Salzburg em 1950.

Paul Badura-Skoda além de pianista, também foi regente, musicólogo e pedagogo. Interessava-se por todos os aspectos da vida musical. Fazia parte da Troika Vienense ao lado de Friedrich Gulda e Jörg Demus. Com Jörg Demus formou um duo que deixou inúmeras gravações.

Gravou as integrais das sonatas de Mozart, Beethoven e Schubert em ambos pianos, moderno e de época.

Ele também dedicou-se à música contemporânea como atestam seus trabalhos de edição e gravação de obras do compositor suíço Frank Martin.

Teve alunos que atuam até hoje, como Anne Queffélec e Jean-Marc Luisada.

Ao lado de sua mulher, Eva Badura-Skoda, deixou premiadas contribuições acadêmicas que incluem valiosas edições de obras de Mozart, Beethoven e Schubert.

Em 1993 foi feito Chevalier de la Légion d’honneur e Commandeur des Artes e des Lettres em 1997.

Podemos dizer que viveu uma invejável (no bom sentido) longa e produtiva vida.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Sonata para piano No. 8 em lá menor, K. 310

  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantábile com espressione
  3. Presto

Sonata para piano No. 10 em dó maior, K. 330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 11 em lá maior, K. 331 – “Alla turca”

  1. Andante grazioso (Tema e variações)
  2. Menuetto
  3. Alla turca: Allegretto

Paul Badura-Skoda, pianoforte

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MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Paul Badura-Skoda (Foto: Irène Zandler)

“Eu sempre busco o que se passa por trás das notas”

P. Badura-Skoda

Vale!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia nº3 in E Flat, op. 55, ‘Eroica’, Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonia nº 8, in B Minor, ‘Inacabada’ – Sir Malcolm Sargent, Royal Philharmonic Orchestra

NOVO LINK!!!

Nos últimos tempos eu estava procurando um boa gravação da Terceira Sinfonia de Beethoven, não sei o motivo, talvez alguma conversa com alguém conhecido, enfim. Aí encontrei em meu acervo esta belíssima gravação do saudoso Sir Malcolm Sargent, maestro inglês que foi muito famoso no seu tempo, então resolvi postá-la.

Os dois registros, tanto o de Beethoven, quanto o de Schubert, foram realizados no começo da década de 60, quando este que vos escreve ainda nem era projeto, nasci alguns anos depois. Mas em ambos os registros podemos ter uma amostra do talento de Sargent, de seu total e completo domínio da orquestra. Na Sinfonia ‘Eroica’, a ‘Marcia Funebre’ é o grande momento de qualquer maestro. Sua capacidade de articulação é fundamental para extrair destas dolorosas notas toda a sua expressividade. O tempo de execução deste movimento aqui é de 17:53, e é bem coerente, não tão longo quanto alguns outros maestros (já vi alguns que chegam ou passam dos 21 minutos na execução, enquanto outros demoram apenas dezesseis minutos, que considero rápido demais). Claro que é uma questão de gosto. Lembro de quando ouvi esta passagem na última versão que Bernstein gravou, com a Filarmônica de Viena. Eu estava em casa, passando um pano nos móveis da sala, era um dia ensolarado, eu deveria ter uns dezesseis ou dezessete anos. Coloquei o LP para tocar, e de repente, tive de sentar, tamanho o impacto que a música que causou. Fiquei sentado, ouvindo. Estava sozinho em casa, creio. Não era uma obra desconhecida para mim, já ouvira outras versões, Karajan, Klemperer ou Jochum, mas com certeza foi o Bernstein quem me derrubou. A partir de então, aquela gravação tornou-se a minha favorita. Ainda tenho o velho LP, está guardado.

A Sinfonia Inacabada foi tema de uma discussão dia destes no grupo do Whattsap do PQPBach. Encontrei na internet uma gravação em que um maestro conclui a obra, baseado em rascunhos dos dois últimos movimentos que o próprio Schubert deixou. A discussão era exatamente sobre a necessidade de sua ‘conclusão’. Consideramos a obra perfeita em seus dois movimentos, ela se completa totalmente. Claro que novamente se trata de questão de gosto, e gosto não se discute, dizem os mais antigos.

Mas vamos ver o que Sir Malcolm Sargent tem a nos dizer. Gostei muito desse CD, que faz parte de uma série de 17 CDs da série ICON, da EMI, grande parte destes CDs são dedicados aos compositores ingleses. Com o tempo, trago outras gravações.

01. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ I. Allegro con brio
02. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ II. Marcia funebre – Adagio assai
03. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ III. Scherzo & Trio – Allergro vivace
04. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ IV. Allegro molto – Poco andante – Presto
05. Symphony No.8 in B minor D759 ‘Unfinished’ I. Allegro moderato
06. Symphony No.8 in B minor D759 ‘Unfinished’ II. Andante con moto

Royal Philharmonic Orchestra
Sir Malcolm Sargent – Conductor

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FDPBach

Serguei Prokofiev (1891-1953): Integral dos Concertos para Piano – Michel Béroff – Gewandhausorchester, Leipzig – Kurt Masur

Serguei Prokofiev (1891-1953): Integral dos Concertos para Piano – Michel Béroff – Gewandhausorchester, Leipzig – Kurt Masur

 

Prokofiev

Concertos para Piano

O primeiro concerto para piano de Prokofiev que conheci foi o No. 3, numa gravação cujo solista era Vladimir Ashkenazy, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Londres, regida por André Previn. Completava o disco o Concerto No. 3 de Bartók, com Ashkenazy agora acompanhado pela Orquestra Filarmônica de Londres, regida por Georg Solti. Confesso que comprei o disco pela capa: Os Cossacos, de Wassily Kandisky! As duas gravações desse álbum fazem parte das integrais de Concerto para Piano dos dois compositores, gravadas pelo Ashkenazy.

Cossacks 1910-1 – Wassily Kandinsky

Descobri depois, os dois concertos têm em comum apenas a numeração. De qualquer forma, apaixonei-me por eles. Enquanto o concerto de Bartók foi o último a ser composto, deixado quase inacabado, com o compositor pensando em como deixar pão na mesa da esposa, Prokofiev ainda comporia mais dois concertos e, ao compor o terceiro concerto, estava ainda bem no início de sua carreira.

Prokofiev

Mas o compositor desta postagem é o Serge Prokofiev e o seu Concerto No. 3 continua sendo meu preferido, mesmo que o Concerto No. 3 de Bartók tenha o mais sublime de todos os movimentos lentos, um Adagio religioso, baseado no “Heiliger Dankgesang”, terceiro movimento do Quarteto de cordas Op. 132, de Beethoven. Assim, passei a me interessar pela obra para piano e orquestra de Prokofiev. Nesta postagem temos os cinco concertos para piano em uma excelente gravação.

Michel Béroff é o solista, exibindo uma técnica imaculada e um excelente bom gosto nas escolhas feitas em sua interpretação. Mas para que uma integral dos cinco concertos possa ser considerada uma das melhores disponíveis, é preciso contar com a colaboração músical e técnica da orquestra e de sua regência. Pois temos isto de sobra na Orquestra do Gewandhaus de Leipzig com o regente Kurt Masur.

O primeiro concerto foi composto em 1911, quando Prokofiev ainda era estudante. É uma obra impetuosa e brilhante e Prokofiev ganhou o Prêmio Anton Rubinstein, a Batalha dos Pianos, do Conservatório de São Petersburgo, apresentando-se como o solista deste seu concerto em 18 de maio de 1914.

O Concerto No. 2 foi composto em 1912-13, mas sua partitura foi destruída em um incêndio durante a Revolução Russa. Prokofiev reescreveu o concerto em 1923, após haver terminado o terceiro concerto. A orquestração foi tão alterada que ele chegou a dizer que este seria seu ‘quarto’ concerto. Nesta nova forma, o concerto foi estreado em Paris, em 8 de maio de 1924, tendo o compositor como solista e a orquestra sob a regência de Serge Koussevitzky. O concerto começa de mansinho, com o piano surgindo logo no início, após uma curtíssima introdução nas cordas. Mas essa introdução misteriosa leva ao mais longo dos concertos e o que mais demandas faz do solista, que dirá dos ouvintes.

Eu considero o terceiro concerto um dos mais lindos escrito para piano e orquestra no século XX. Acho que o concerto apresenta combinação espetacular de inovação, de técnica, de lindas melodias, tudo na proporção exata, fazendo do concerto uma obra prima. Acho a sua abertura, com seu solo de clarinete, um golpe de gênio, realmente espetacular!

O quarto e o quinto concertos foram compostos no início da década de trinta. O quarto é para mão esquerda e assim como o concerto de Ravel, foi comissionado pelo pianista Paul Wittgenstein, que nunca o tocou, por considerar que nunca o entendera. Paul Wittgenstein perdera o braço direito durante a Primeira Grande Guerra e comissionara concertos para a mão esquerda a diversos compositores. Apesar de ter recusado o concerto, Paul e Prokofiev permaneceram em bons termos. O concerto tem a estrutura de quatro movimentos, com o primeiro e último mais curtos, servindo como moldura para os dois mais longos e contrastantes movimentos centrais: um refletivo andante e um sarcástico movimento central.

O quinto concerto surgiu da vontade de Prokofiev de novamente compor um concerto para piano a duas mãos. Inicialmente planejado para ser uma peça mais simples para piano e orquestra, a medida que a composição prosseguia foi ganhando definitivamente o estatus de concerto e incluído na lista como o quinto. Novamente uma estrutura inovadora, com cinco movimentos. Apenas um movimento mais lento, todos os outros apresentam andamentos mais rápidos e característica virtuosística na escrita para o piano. Como um todo a peça tem um caráter exaltado, terminando a série de maneira vociferante.

Neste álbum, os concertos estão acompanhado de dois simpaticíssimos complementos: Abertura sobre Temas Judaicos e Visões Fugitivas. A primeira peça é escrita para clarinete, quarteto de cordas e piano. Foi comissionada ao compositor em 1918, quando ele estava em Chicago. O pedido veio dos membros de um conjunto de músicos chamado Zimro Ensemble, que também estava por lá.

As Visions fugitives é um conjunto de vinte peças curtas para piano, verdadeiras vinhetas musicais. O título é proveniente de um verso de um poema escrito por Konstantin Balmont logo após uma interpretação das peças pelo compositor, na casa de um amigo em comum.

“Em todas visões fugazes eu vejo mundos

repletos de caprichosos jogos de arcos-iris”

É claro, o poeta escreveu em russo, mas uma amiga fluente em francês presente no momento, batizou a obra – Visions fugitives.

Em fim, considerando separadamente, há versões dos concertos das quais eu nunca me separaria, especialmente os de numeração ímpares. Evgeny Kissin (o jovem, com Abbado) nos concertos 1 e 3, a infadigável Martha Argerich no concerto No. 3, novamente com Abbado, a gravação do Concerto No. 5 com o bruxo Sviatoslav Richter, para não dizer que não dei nomes. De qualquer forma, estas gravações dos cinco concertos, com Beróff e Masur, passam no meu teste supremo para excelentes gravações: se fossem as únicas gravações dessas obras que eu tivesse conhecido, ainda assim me dariam a certeza absoluta de estar diante de obras primas, e são gravações às quais retornarei vez e mais vez, para apreciar e me deleitar.

Sergei Prokofiev (1891-1953)

Disco 1

[1-3] – Concerto para piano No. 1 em ré bemol maior, Op. 10
[4-7] – Concerto para piano No. 2 em sol menor, Op. 16
[8-10] – Concerto para piano No. 3 em dó maior, Op. 26
Michel Béroff, piano
Leipzig Gewandhaus Orchestra
Kurt Masur
Gravação: Versöhnungs-Kirche, Leipzig, 1974

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FLAC | 320 MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Disco 2

[1-4] – Concerto para piano (para a mão esquerda) No. 4 em si bemol maior, Op. 53
[5-9] – Concerto para piano No. 5 em sol maior, Op. 55
Michel Béroff, piano
Leipzig Gewandhaus Orchestra
Kurt Masur
Gravação: Versöhnungs-Kirche, Leipzig, 1974
[10] – Abertura sobre temas hebreus, em dó menor, op. 34
Michel Portal, clarinete, Michel Béroff, piano
Parrenin String Quartet
[11-30] – Visions fugitives para piano, Op. 22
Michel Béroff, piano

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FLAC | 297 MB

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MP3 | 320 KBPS | 174 MB

Sugestão: Use pause no seu sistema de som, entre os concertos, para dar alguns segundos a mais, na transição de um para outro. Isso seria interessante especialmente na transição do primeiro para o segundo concerto, no primeiro disco do álbum. Veja, apenas uma sugestão!

Estas gravações são de 1974, mas merecem ser divulgadas e apreciadas. Longe de serem da liga jurássica, merecem outra qualificação:

Aproveite!

René Denon

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Este é um disco de 1989, ou seja, da época áurea do Musica Antiqua Köln, de Reinhard Goebel. Ambos os trabalhos são obras-primas. A Cantata Dramática Ino foi composta em 1765, pouco antes da morte do compositor, é para solista soprano e orquestra. O episódio que descreve teria sido familiar a plateia de Hamburgo da época, mas agora não é. O libreto é do poeta-filósofo Karl Wilhelm Ramler e deriva de uma seção das Metamorfoses de Ovídio. Ino é ideal para uma jovem soprano imaginativa à procura de um repertório inusitado. É o caso. Um pouco menos interessante é a Abertura em Ré maior, uma suíte francesa que parece, muitas vezes comicamente, romper com a formalidade da tradição a cada passo.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Ouvertüre D-dur In D Major 21:13
1 Ouverture. Maestoso – Allegro – Maestoso 6:17
2 Plainte 6:18
3 Réjouissance. Très Vite 1:30
4 Carillon. Gracieusement 1:37
5 Tintamare. Légèrement 1:09
6 Loure 1:43
7 Menuet I & II 2:38

Ino (Dramatische Kantate) 32:20
8 Recitativo: »Wohin, Wo Soll Ich Hin?« 0:49
9 Aria: »Ungöttliche Saturnia« 5:30
10 Recitativo: »O All Ihr Mächte Des Olympus!« 2:15
11 [Arioso:] »Wo Bin Ich? O Himmel!« 6:26
12 Tanz Der Tritonen 2:24
13 Recitativo: »Ungewohnte Symphonien« 1:09
14 Aria: »Mein Ihr Mich, Ihr Nereiden?« 4:36
15 Recitativo: »Und Nun? Ihr Wendet Euch So Schnell Zurück?« 1:43
16 Aria: »Tönt In Meinen Lobgesang« 7:24

Cello – Karen Kaderavek, Phoebe Carrai
Conductor – Reinhard Goebel
Flute – Jed Wentz, Karl Kaiser
Harpsichord – Bibiane La Pointe*, Thierry Maeder
Horn – Andrew Joy, Charles Putnam
Oboe – Alison Gangler, Michael Niesemann
Orchestra – Musica Antiqua Köln
Soprano Vocals – Barbara Schlick (tracks: 8 to 16)
Viola – Claudia Steeb, Florian Deuter, Raimund Nolte
Violin [1st] – Katharina Wolff, Laura Johnson, Reinhard Goebel
Violin [2nd] – Cynthia Romeo, Florian Geldsetzer, Manfred Kraemer*
Violone – Denton Roberts

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O palhaço com o alaúde, de Frans Hals (1580-1666)

PQP

.:Interlúdio:. Herbie Hancock – New Standards

Renovando um link lá dos primórdios do PQPBach, 2008. Os fãs de Herbie Hancock o conhecem muito bem, quem não conhece, fique a vontade, sinta-se em casa, assim poderão conhecer uma verdadeira lenda do Jazz.

Eis que no último dia do ano resolvi postar um disco de Jazz. Na verdade, serão dois, portanto, acomodem-se, e aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ouvir estes dois grandes músicos, eis a grande oportunidade.

Começando pelo começo, temos Herbie Hancock. Já qualifiquei este pianista como genial, e creio que tenha sido sem exageros.  Em ação desde o começo dos anos 60, Hancock é o que podemos chamar de músico completo, já transitou em todos os gêneros, gravou com deus e o diabo na terra do sol, e sem ter medo de errar, cometeu equívocos, mas que não ofuscaram seus grandes momentos que, felizmente, foram em número maior.

Eis o comentário do editorialista do allmusic:

On first glance this record would not seem to have much promise from a jazz standpoint. Herbie Hancock performs a set of tunes which include numbers from the likes of Peter Gabriel, Stevie Wonder, Sade, Paul Simon, Prince, the Beatles (“Norwegian Wood”) and Kurt Cobain. However by adding vamps, reharmonizing the chord structures, sometimes quickly discarding the melodies and utilizing an all-star band, Hancock was able to transform the potentially unrewarding music into creative jazz. Hancock, who sticks to acoustic piano, shows that he is still in prime form, taking quite a few fiery solos. With Michael Brecker on tenor and surprisingly effective soprano, guitarist John Scofield, bassist Dave Holland, drummer Jack DeJohnette and percussionist Don Alias (along with an occasional horn or string section that was dubbed in later), the results are often quite hard-swinging and certainly never predictable. Although it is doubtful that any of these songs will ever become a jazz standard, Herbie Hancock has successfully created a memorable set of “new” music. Well worth investigating.

A lista de convidados é generosa, tendo Michael Brecker, John Scofield, Don Alias, Jack DeJohnette, Dave Holland entre outros, músicos com os quais Hancock já se envolveu em outras gravações, ou seja, todos se conhecem muito bem e sabem do que o outro é capaz.

Em outras palavras, um grande momento do Jazz. Espero que apreciem.

Herbie Hancock – New Standards

1 – New York Minute     (Henley, Kortchmar, Winding)
2 – Mercy Street     Gabriel
3 – Norwegian Wood (This Bird Has Flown) (Lennon, McCartney)
4 – When Can I See You (Edmonds)
5 – You’ve Got It Bad Girl (Wonder, Wright)
6 – Love Is Stronger Than Pride     (Adu,Hale,Matthewman)
7 – Scarborough Fair (Garfunkel, Simon)
8 – Thieves in the Temple (Prince)
9 – All Apologies (Cobain)
10 – Manhattan (Island of Lights and Love) (Hancock)

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Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5 & Suíte Cita

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5 & Suíte Cita

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Sinfonia Nº 5 de Prokofiev simplesmente não tem pontos fracos. É linda de cabo a rabo. Das sete sinfonias que escreveu, a Primeira e a Quinta são as mais populares em seu país e no estrangeiro. A Quinta, composta em 1944, foi estreada em Moscou a 13 de janeiro de 1945, sob a regência do próprio compositor. O compositor parecia olhar para o passado e para tudo o que acontecera. Prokofiev retornara ao momento anterior do exílio de dezessete anos e revivera seu passado como artista e como homem. Mesmo tolhido artisticamente, viu que era preciso voltar à música de sua Rússia. A Quinta Sinfonia foi escrita quinze anos após a Quarta e dez anos após o reingresso de Prokofiev na URSS. Nesse hiato, o compositor viu seu estilo de composição sofrer uma transformação considerável. Aqui, ele volta a buscar inspiração na força melódica autêntica do seu país: “o ar forasteiro não combina com a minha inspiração, porque eu sou russo e a coisa pior para um homem como eu é viver no exílio. Devo voltar. Devo ouvir ressoar em meus ouvidos a língua russa, devo falar com as pessoas, a fim de que possa restituir-me o que me falta: os seus cantos, os meus cantos.”

Sobre a Quinta Sinfonia, ele disse: “esta música amadureceu dentro de mim, encheu minha alma” […] “não posso dizer que escolhi estes temas, eles nascem em mim e devem se expressar”. A volta ao país natal se desdobrou no retorno às raízes musicais de sua juventude, na qual demonstrara amar profundamente a música de Haydn. A simplicidade e inocência das composições de Haydn eram vistas por Prokofiev como exemplo de clareza e sofisticação. O regresso à natureza neoclássica da Primeira Sinfonia deveu-se mais ao renascimento em si do espírito haydniano que propriamente pela censura impingida à sua música pelo Comitê Central do Partido Comunista. Ao compor nos moldes do “realismo socialista”, Prokofiev inaugurou uma fase chamada por ele de “nova simplicidade”.

Nas palavras do compositor: uma “linguagem musical que possa ser compreendida e amada por meu povo”. Simples, sem ser simplista, ele fez sua música retornar ao predomínio do elemento melódico, à transparência na orquestração e à nitidez da forma, de acordo com as normas clássicas. Se os movimentos lentos I e III – Andante e Adagio – se vestem de uma ternura elegíaca e de introspecção, os allegros II e IV, um scherzo e um finale refletem o puro humor advindo de Haydn. Desse contraste, sem dores nem tristezas, nasceu uma das obras mais célebres da música soviética, definida pelo compositor como o “canto ao homem livre e feliz, à sua força, à sua generosidade e à pureza de sua alma”.

A Suíte Cita fala de Alá e Lolli. Trata-se de uma história do antigo povo cita, popularmente associado, na Rússia da época, à selvageria e à violência. É essa associação que Prokofiev explora musicalmente em seu balé através da acumulação de dissonâncias, do uso insistente de ostinato e do recurso a longas passagens em fortíssimo, intensificadas pela grandiosidade da orquestração.

Fonte: aqui.

Symphony No. 5 in B flat major, Op 100 (1944) (44:24)
1 I. Andante 13:56
2 II. Allegro marcato 8:46
3 III. Adagio 12:44
4 IV. Allegro giocoso 9:08

Scythian Suite from Ala and Lolly, Op. 20 (1916) (22:59)
5 I. Adoration of Veless and Ala. Allegro feroce 7:02
6 II. The Enemy of God and the Dance of the Spirits. Allegro sostenuto 3:14
7 III. Night. Andantino 6:43
8 IV. Lolly’s Departure and the Sun’s Procession. Tempestoso 6:00

Deutsches Symphonie-Orchester Berlin
Tugan Sokhiev

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Prokofiev na cama com o compositor Nicolas Nabokov. Não, nada de sexo, just friends.

PQP

Leonid Kogan (1924-1983) – Artist Profile

Troquei o servidor para o Google Drive. Creio que agora o pessoal vai poder baixar os arquivos sem maiores problemas.

Ah, os russos… Que podemos dizer deles quando o assunto são os grandes violinistas do passado? David Oistrakh e Leonid Kogan entre outros, eram músicos excepcionais, acima da condição normal de um ser humano, eram seres iluminados, abençoados com um dom único, o de extrair de uma caixinha de madeira com quatro cordas toda a emoção que pudesse ser exposta. Não bastava o que estava no papel, havia de se ler o que estava nas entrelinhas, subentendido.
Leonid Kogan nasceu em 1924 e faleceu em 1983, em uma estação de trem, onde ia embarcar para mais uma apresentação. Foi casado com uma irmã do grande pianista Emil Gilels, que também era violinista, e pai de outro violinista. Leonid Kogan foi um gigante absoluto do instrumento, e neste CD toca cinco peças básicas do repertório do instrumento. Senti falta do Concerto de Mendelssohn, mas tudo bem. Kogan só foi apresentado ao Ocidente em 1958, tocando exatamente o Concerto de Brahms, e fez um sucesso estrondoso.
Kogan não foi tão prolífico em termos de gravação quanto seu amigo mais velho, David Oistrakh. Mas o que gravou foi o suficiente para demonstrar todo o seu imenso talento.
A gravadora EMI contratou para essas gravações dois grandes maestros russos para acompanhar  o músico: Kiril Kondrashin e Constantin Silvestri, ou seja, nada pode dar errado quando temos estes nomes envolvidos.
Espero que apreciem, fã que sou da escola russa de violino, sei que os senhores também irão gostar.

CD 1

01. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – I. Allegro non troppo
02. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – II. Adagio
03. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
04. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – I. Allegro non troppo
05. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – II. Scherzando (Allegro molto)
06. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – III. Intermezzo ( Allegro non troppo)
07. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – IV. Andante
08. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – V. Rondo (Allegro)
09. Tchaikovsky Serenade melancholique, Op.26

Leonid Kogan – Violin
Philharmonia Orchestra
Kiril Kondrashin – Conductor

CD 2

01. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – I. Allegro ma non troppo
02. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – II. Laghetto
03. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – III. Rondo Allegro
04. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – I. Allegro moderato
05. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – II. Canzonetta Andante
06. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – III. Finale Allegro vivace

Leonid Kogan – Violin
Orchestre de la Societé des Concerts du Conservatoire
Constantin Silvestri – Conductor

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grossi, Op. 6, Vol. 3

G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grossi, Op. 6, Vol. 3

Já postamos estes concertos diversas vezes. Eles são mesmo ótimos e estão presentes nos repertórios dos melhores grupos barrocos, mas não creio que alguém roubaria ou mataria por eles. Os 12 Concerti Grossi, Op. 6, ou Doze Grandes Concertos, HWV 319-330, são concertos escritos por Händel para um trio de concertinos de dois violinos e um violoncelo, orquestra de cordas e cravo contínuo. Foram publicados pela primeira vez em Londres no ano de 1739. Tendo como modelo os antigos concerti da chiesa e concerti da câmera de Arcangelo Corelli, e não os concertos venezianos de três movimentos de Vivaldi, eles foram escritos, pasmem, para serem tocados durante os intervalos das apresentações dos oratórios e odes de Handel. Apesar do modelo convencional, Handel incorporou nos movimentos toda a gama dos seus estilos composicionais, incluindo trio sonatas, árias, aberturas francesas, sinfonias italianas, fugas, temas, variações e uma variedade de danças. Os concertos foram em grande parte compostos de material novo: eles estão entre os melhores exemplos no gênero de concerto grosso barroco.

G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grosso, Op. 6, Vol. 3

Concerto Grosso, Op. 6 No. 10
1 Ouverture – Allegro 1:46
2 Allegro 2:09
3 Air: Lentement 3:09
4 Allegro 2:27
5 Allegro 2:53
6 Allegro Moderato 1:42

Concerto Grosso, Op. 6 No. 11
7 Andante Larghetto E Staccato 4:43
8 Allegro 1:47
9 Largo E Staccato 0:32
10 Andante 4:20
11 Allegro 5:54

Concerto Grosso, Op. 6 No. 12
12 Largo 2:02
13 Allegro 2:58
14 Aria: Larghetto E Piano 4:10
15 Largo 0:52
16 Allegro 1:57

Concerto Grosso “Alexander’s Feast”
17 Allegro 3:34
18 Largo 1:48
19 Allegro 3:19
20 Andante, Non Presto 3:53

Collegium Musicum 90
Simon Standage

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Olha o Händel chegando aí, gente!

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 4 de 22 – Ton Koopman, Amsterdam Baroque Orchestra & Choir, etc.

Problemas alheios à nossa vontade me fizeram trocar de servidor de armazenamento de meus arquivos (sim, mais uma vez o MEGA está fora do ar, aparentemente ação de hackers). E mais uma vez, estou trocando de servidor, desta vez estou migrando para o Zippyshare, que, segundo a propaganda, é gratuito e não tem limite de espaço. Aguardo a opinião dos senhores. Não sei se o MEGA vai voltar, e não, se não voltar, lamento, mas não tenho como subir novamente todo o meu acervo armazenado lá, sei lá quanto é.
O Quarto Volume da integral das Cantatas de Bach nas mãos de Ton Koopman está, como não poderia deixar de ser, impecável. Aqui teremos as magníficas Cantatas Seculares e foram compostas durante o período em Leipzig. Abaixo, um trecho do booklet explica :

“The fourth volume of the complete recordings of Bach’s cantatas is devoted exclusively to secular cantatas of the Leipzig period essentially from the years 1726-1734. Actually the term “secular cantata” is completely foreign to Johann Sebastian Bach and his time. It first became established in the latter half of the 19th century and paved the way for an almost fatal polarisation in the evaluation of Bach’s secular and religious vocal music, of which the effects are evident to this day, in both research and performance. In fact it is quite artificial to oppose sacred cantatas against secular. The first genre to emerge was the secular cantata, for the Italian term “cantata” was first used in the 17th century to designate the musical setting of a secular text, and it was not until 1700 in Protestant Germany that it was used to describe sacred music, when Erdmann Neumeister published his librettos Geistliche Cantatevi statt einer Kirchen-Musik in Weissenfeis, with far-reaching influence.”

Com exceção do Baixo Klaus Mertens e do tenor Paul Agnew, sempre presentes em outros volumes da coleção, Koopman troca aqui todos os outros cantores. A listagem está abaixo. Espero que apreciem esta postagem, sempre feita a toque de caixa, em virtude da total falta de tempo, e deste contratempo relatado acima, relativo ao servidor.

P.S. 1 – Depois de muitas reclamações, resolvi trocar de servidor de armazenamento. Agora estou usando o Google Drive, com o qual não creio que vá ter maiores problemas.

CD 1

“Laß Fürstin, laß noch einen Strahl” BWV 198

1 Chorus: “Laß Fürstin, laß noch einen Strahl”
2 Recitative (Soprano): “Dein Sachsen, dein bestürztes Meissen”
3 Aria (Soprano): “Verstummt, verstummt, ihr holden Saiten!”
4 Recitative (Alto): “Der Glocken bebendes Getön”
5 Aria (Alto): “Wie starb die Heldin so vergnügt!”
6 Recitative (Tenor): “Ihr Leben ließ die Kunst zu sterben”
7 Chorus: “An dir, du Fürbild grosser Frauen”
8 Aria (Tenor): “Der Ewigkeit saphirnes Haus”
9 Recitative (Bass): “Was Wunder ist’s?”
10 Chorus: “Doch, Königin! du stirbest nicht”

Lisa Larsson soprano
Elisabeth von Magnus alto
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

“Preise dein Glücke gesegnetes Sachsen” BWV 215

11 Chorus: “Preise dein Glücke, gesegnetes Sachsen”
12 Recitative (Tenor): “Wie können wir, großmächtigster August”
13 Aria (Tenor): “Freilich trotzt August’ Name”
14 Recitative (Bass): “Was hast dich sonst, Sarmatien, bewogen”
15 Aria (Bass): “Rase nur, verwegner Schwärm”
16 Recitative (Soprano): “Ja, ja! Gott ist uns noch mit seiner Hülfe nah”
17 Aria (Soprano): “Durch die von Eifer entflammeten Waffen”
18 Recitative and arioso (Tenor, Bass, Soprano): “Laß doch, o teurer Landesvater, zu”
19 Chorus: “Stifter der Reiche, Beherrscher der Kronen”

Eis Bongers soprano
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

CD 2

“Schweigt stille plaudert nicht” BWV 211 “Schweigt stille plaudert nicht” BWV 211

1 Recitative (Tenor): “Schweigt stille, plaudert nicht”
2 Aria (Bass): “Hat man nicht mit seinen Kindern”
3 Recitative (Soprano, Bass): “Du böses Kind, du loses Mädchen”
4 Aria (Soprano): “Ei! wie schmeckt der Coffee süße”
5 Recitative (Soprano, Bass): “Wenn du mir nicht den Coffee läßt”
6 Aria (Bass): “Mädchen, die von harten Sinnen”
7 Recitative (Soprano, Bass): “Nun folge, was dein Vater spricht”
8 Aria (Soprano): “Heute noch, lieber Vater tut es doch”
9 Recitative (Tenor): “Nun geht und sucht der alte Schlendrian”
10 Chorus (Soprano, Tenor, Bass): “Die Katze läßt das Mausen nicht”

Anne Grimm soprano (Liesgen)
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass (Herr Schlendrian)

“Tönet, ihr Pauken! Erschallet, Trompeten!” BWV 214

11 Chorus: “Tönet, ihr Pauken! Erschallet, Trompeten!”
12 Recitative (Tenor): “Heut ist der Tag, wo jeder sich erfreuen mag”
13 Aria (Soprano): “Blast die wohlgegriffnen Flöten”
14 Recitative (Soprano): “Mein knallendes Metall”
15 Aria (Alto): “Fromme Musen! meine Glieder!”
16 Recitative (Alto): “Unsre Königin im Lande”
17 Aria (Bass): Kron und Preis gekrönter Damen”
18 Recitative (Bass): “So dringe in das weite Erdenrund”
19 Chorus: “Blühet, ihr Linden in Sachsen, wie Zedern!”

Eis Bongers soprano
Elisabeth Von Magnus alto
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

“Non sa che sia dolore” BWV 209

20 Sinfonia
21 Recitative: “Non sa che sia dolore”
22 Aria: “Parti pur, e con dolore” 8’31
23 Recitative: “Tuo saver al tempo e l’età contrasta”
24 Aria: “Ricetti gramezza e pavento”

Lisa Larsson, soprano

CD 3

“Ich bin in mir vergnügt” BWV 204

1 Recitative: “Ich bin in mir vergnügt”
2 Aria: “Ruhig und in sich zufrieden”
3 Recitative: “Ihr Seelen, die ihr außer euch”
4 Aria: “Die Schätzbarkeit der weiten Erden”
5 Recitative: “Schwer ist es zwar, viel Eitles zu besitzen”
6 Aria: “Meine Seele sei vergnügt”
7 Recitative and arioso: “Ein edler Mensch ist Perlenmuscheln gleich”
8 Aria: “Himmlische Vergnügsamkeit”

Lisa Larsson, soprano

“Geschwinde, ihr wirbelnden Winde” BWV 201

9 Chorus: “Geschwinde, geschwinde ihr wirbelnden Winde”
10 Recitative (Soprano, Bass I & II): “Und du bist doch so unverschämt und frei”
11 Aria (Soprano): “Patron, das macht der Wind”
12 Recitative (Alto, Bass I & II): “Was braucht ihr euch zu zanken?”
13 Aria (Bass 1): “Mit Verlangen”
14 Recitative (Soprano, Bass II): “Pan, rükke deine Kehle nun”
15 Aria (Bass II): “Zu Tanze, zu Sprunge, so wakkelt das Herz”
17 Aria (Tenor): “Phoebus, deine Melodei”
18 Recitative (Bass II, Tenor II): “Komm, Midas, sage du nun an”
19 Aria (Tenor): “Pan ist Meister, laßt ihn gehn!”
20 Recitative (Soprano, Alto, Tenor I & II, Bass I & II): “Wie, Midas, bist du toll?”
21 Aria (Alto): “Aufgeblasne Hitze, aber wenig Grütze”
22 Recitative (Soprano): “Du guter Midas, geh nun hin”
23 Chorus: “Lobt das Herz, ihr holden Saiten”

Caroline Stani soprano (Momus)
Peter de Groot alto (Mercurius)
Paul Agnew tenori (Tmolus)
Jeremy Ovenden tenor II (Midas)
Klaus Mertens bass I (Phoebus)
Donald Bentvelsen bass II (Pan)

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

CD 1 – DOWNLOAD HERE – BAIXE AQUI

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J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande disco, magnificamente interpretado! O Concerto de Bach para Oboé é maravilhoso, mas logo depois temos a Cantata do Casamento, BWV 202. Esta Cantata é linda. A primeira ária me mói o coração. Tudo, a lentidão inicial, os passos, a seção rápida, o retorno. Que ária! E que lindo trabalho fazem todos aqui.

Esta primeira ária, “Weichet nur, betrübte Schatten” (Dissipai, sombras problemáticas), é acompanhada por todos os instrumentos. As cordas reproduzem um motivo repetitivo ilustrando o desaparecimento do inverno, enquanto o oboé conduz com uma linda melodia até a entrada da voz, depois tocando em dueto com ela. A seção de abertura é marcada como Adagio, enquanto a seção intermediária, sobre os prazeres da primavera, é marcada como Andante. É a mudança da sombra para a luz do sol, do frio do inverno para as flores da primavera.

A BWV 202 sobreviveu através de apenas uma cópia da década de 1730. Ela apresenta um estilo usado por Bach apenas até por volta de 1714. O lento-rápido-lento da primeira ária, por exemplo, foi raramente utilizado por Bach depois de 1714. Também o jogo entre a voz e o oboé obbligato do sétimo movimento é da mesma época. Mas os biógrafos pensam que esta Cantata é do tempo de Köthen e a ocasião a um casamento, possivelmente o próprio casamento de Bach com Anna Magdalena em dezembro de 1721. O libretista não é conhecido.

O texto relaciona o início do amor à chegada da primavera após o inverno. O cupido procura por um casal. Ele os encontra. Há o desejo de sorte. O tom é bem humorado e brincalhão, o que sugere um casamento civil.

O restante do CD também é de primeira linha.

J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

1 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: I. Allegro 4:26
2 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: II. Larghetto 5:10
3 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: III. Allegro Ma Non Troppo 4:28
Patrick Beaugiraud
Ricercar Consort
Philippe Pierlot

4 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Weichet Nur, Betrübte Schatten 6:18
5 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Die Welt Wird Wieder Neu 0:27
6 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Phoebus Eilt 2:55
7 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Drum Sucht Auch Amor 0:41
8 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Wenn Die Frühlingslüfte Streichen 2:29
9 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Und Dieses Ist Das Glücke 0:49
10 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Sich Üben Im Lieben 4:17
11 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: So Sei Das Brand Der Keuschen Liebe 0:22
12 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Gavotte – Sehet In Zufriedenheit 1:35
Nuria Rial
Patrick Beaugiraud
Philippe Pierlot
Ricercar Consort

13 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: I. Andante Allegro 6:00
14 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: II. Larghetto 3:48
15 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: III. Allegro Moderato 2:34
Giovanna Pessi
Ricercar Consort
Philippe Pierlot

16 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Tra Le Fiamme Tu Scherzi Per Gioco 5:28
17 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – Dedalo Già Le Fortunate Penne 0:49
18 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Pien Di Nuovo e Bel Diletto 4:39
19 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – Si, Pur Troppo e Vero 0:14
20 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Voli Per L’aria Chi Puo Volare 2:56
21 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – L’uomo Che Macque Per Salire Al Cielo 0:21
22 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Tra Le Fiamme Tu Scherzi Per Gioco 2:30
Nuria Rial
Philippe Pierlot
Ricercar Consort

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Handel é muito bom, mas Bach…

PQP

W. A. Mozart (1756-1791) – Concertos para Piano Nº 15, 16, 17 e 18 (Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

É impressionante pensar que em um ano, Mozart compôs seis concertos e, mais ainda, se pensarmos que não havia uma receita de bolo a seguir: foram concertos inovadores em comparação com os anteriores. Como estamos indo de trás pra frente, hoje o dia é do 15º ao 18º, todos compostos em 1784.

O Concerto nº 15 já começa quebrando paradigmas, com o oboé e o fagote tocando sozinhos, para só no terceiro compasso os violinos e violas entrarem. As partes das madeiras nos concertos de Mozart, a partir deste 15º, ganham independência em relação às cordas. É um concerto com uma atmosfera bucólica, pastoral, um pouco como um dos quadros de Watteau (1684-1721),  pintor francês que representa como poucos o Antigo Regime naquelas cenas campestres onde os aristocratas se divertiam sem se preocupar com o dia de amanhã. As paisagens campestres bucólicas de Watteau são palco de festas e encontros, formando retratos vivos de uma época considerada decadente mas extremamente elegante e requintada.

A flauta em “Accord Parfait” de Watteau

O Concerto 17 é outro que também combina com essa elegância bucólica do mundo pré-Revolução. Flauta, oboé e fagote fazem uma entrada surpresa no 4º compasso, algo que seria impensável nos concertos de juventude de Mozart. Como escreveu Aaron Copland, o oboé tem um som algo pastoral, enquanto o fagote, nos seus registros mais graves, é capaz de um staccato bem-humorado, que tem um efeito quase cômico.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Concerto para piano e orquestra n. 15 em Si Bemol Maior, KV. 450
1. Allegro
2. Andante
3. Allegro

Concerto para piano e orquestra n. 16 em Ré Maior, KV. 451
1. Allegro
2. Andante
3. Allegro di Molto

Concerto para piano e orquestra n. 17 em Sol Maior, KV. 453
1. Allegro
2. Andante
3. Allegretto – Finale (presto)

Concerto para piano e orquestra n. 18 em Si Bemol maior, KV. 456
1. Allegro Vivace
2. Andante un poco sustenuto
3. Allegro Vivace

Academy of St. Martin in the Fields
Alfred Brendel, Piano
Sir Neville Marriner, regência

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Baixe aqui o 1º mov. do Concerto 15, que faltou no link que estava até dia 24/9.

Pleyel

W. A. Mozart (1756-1791) – Concertos para Piano Nº 19, 20 e 21(Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

Imaginem só a cena: 1790, coroação de Leopoldo II como imperador do Sacro-Império Germânico, toda a pompa e circunstância na frente de incontáveis príncipes, duques e similares daquelas dezenas de reinos que formariam a Alemanha, todos querendo se impor para evitar o destino de Luís XVI, que ainda não tinha perdido a cabeça mas estava quase lá. Agora imaginem se a orquestra começasse a tocar a introdução densa, sombria e misteriosa do Concerto nº 20. Seria desastre garantido. Se introduzisse o sério tema do Concerto nº 21, apesar da indicação allegro maestoso, também não sei se os duques e os cardeais iriam aprovar.

O Concerto nº 19, que o acadêmico inglês A. Hutchings descreve como “atlético, combinando graça e vigor”, também é considerado o “outro” concerto da coroação, pois foi tocado por Wolfgang, junto com o nº 26, na coroação de Leopoldo II como imperador do Sacro-Império Germânico em 1790. O 20 e o 21, que o acompanham aqui, são bem diferentes e dificilmente seriam convenientes para aquela ocasião majestosa enquanto a Revolução Francesa espreitava. O Concerto nº 19 foi escrito em dezembro de 1784 e os dois seguintes, em fevereiro e março de 1785 (!).Essa sequência impressionante de concertos acompanha o período provavelmente de maior sucesso de Mozart com o público vienense.

Após as muitas viagens que Mozart fez quando criança, é quase certo que uma das razões para sua permanência em Viena a partir de 1781 foi a grande liberdade de opinião que vigorava naquela cidade. Segundo o padre que foi seu professor de direito, José II era um estudante “interessado pelas ideias novas, pelos ‘direitos humanos’ e pelo bem-estar do povo”.

Muito diferente era a situação em outros reinos: na França, por exemplo, quase todas as obras de Voltaire (1694-1778) eram proibidas, sendo publicadas na Holanda ou na Suíça e depois entrando clandestinamente em território francês.

A muitas e muitas léguas, no Brasil, a impressão de qualquer obra era quase impossível, por causa da necessidade das licenças da Inquisição e do Conselho Ultramarino em Portugal. É bom lembrar que só em 1821 se dá a extinção formal da inquisição em Portugal e no Brasil.

Após a Revolução Francesa, a liberdade geral que se vivia em Viena foi pro brejo. Nesses períodos de inquietude, os artistas são os primeiros a terem suas asinhas cortadas. Haydn, por exemplo, teve de ir pra Londres para continuar compondo suas obras orquestrais, mas lá também teve um contratempo: sua ópera L’anima del filosofo, ossia Orfeo ed Euridice (A Alma do Filósofo, ou Orfeu e Eurídice) não teve a licença do rei e só foi estreada muitos anos depois, quanto Haydn já tinha morrido.

Mas voltemos a Mozart. Nessa época, então, ele vivia o auge do seu sucesso de público e crítica: amigo de Haydn, que o respeitava enormemente, brilhando nos palcos de Viena, o que mais ele poderia querer? Talvez inventar um novo tipo de concerto para piano, após os seus dezenove anteriores, todos em tons maiores?

Isso ele fez com o Concerto nº 20, em ré menor. Na mesma tonalidade da famosa ária da Rainha da Noite, o concerto já começa com um clima misterioso e noturno que dura até o final. A popularidade deste concerto pode ser julgada pela lista de compositores que escreveram cadências para ele, provavelmente ao interpretá-lo eles mesmos ao piano:

  • Ludwig van Beethoven (1770-1827), que chegou a Viena Em 1792, já com 21 anos de idade, mudou-se definitivamente para Viena em 1792 (apenas um ano após a morte, na cidade, de Mozart),
  • Johann Nepomuk Hummel (1778-1837), que também era criança-prodígio, foi aluno de Mozart por dois anos e publicou um dos principais tratados sobre o pianoforte em 1828,
  • Franz Xaver Mozart (1791-1844), filho de Wolfgang,
  • Clara Schumann (1819-1896) e Johannes Brahms (1833-1897), que dispensam apresentações.

Será que os célebres concertos românticos em tons menores, como o de Schumann, os dois de Chopin e o de Grieg, existiriam sem o ré menor de Mozart?

O Concerto nº 21, em dó maior, é menos inovador mas também muito popular, especialmente o movimento lento.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Concerto para piano e orquestra n. 19 em Fá maior, KV. 459
1. Allegro vivace
2. Allegretto
3. Allegro assai

Concerto para piano e orquestra n. 20 em Ré Menor, KV. 466
1. Allegro
2. Romance
3. Rondo (Allegro Assai)

Concerto para piano e orquestra n. 21 em Dó maior, KV. 467
1. Allegro maestoso
2. Andante
3. Allegro vivace assai

Academy of St. Martin in the Fields
Alfred Brendel, Piano
Sir Neville Marriner, regência

BAIXE AQUI (DOWNLOAD)

PS: link novo no Mediafire. O Mega.nz está fora do ar no Brasil.

Pleyel

Beethoven (1770-1828): Sinfonia No. 9 – BBC National Orchestra and Chorus of Wales – François-Xavier Roth

Beethoven (1770-1828): Sinfonia No. 9 – BBC National Orchestra and Chorus of Wales – François-Xavier Roth

 

 

 

 

 

 

François-Xavier Roth chamou minha atenção por gravar duas obras primas de Stravinsky – A Sagração da Primavera e Petruchka – com a orquestra que ele fundou em 2003, Les Siècles, usando instrumentos de época. Bem, instrumentos de época em que estas peças foram compostas. A Sagração foi estreada em 29 de maio de 1913 e Petruchka em 13 de junho de 1911. A orquestra Les Siècles é inovadora, como seu regente fundador, e usa tanto instrumentos de época como instrumentos modernos, geralmente no mesmo concerto.

Professor Xavier

François-Xavier também rege outras orquestras. Atualmente é o Gürzenich-Kapellmeister und Generalmusikdirektor der Stadt Köln, Diretor Geral de Música da cidade de Colônia. Este posto foi ocupado por Günter Wand! Além disso, é o Principal Regente Convidado da London Symphony Orchestra. É maestro convidado por muitas outras orquestras, em várias partes do mundo.

Assim, quando cruzei com este disco, saltei-lhe em cima. Reunidos aqui temos então um inovador maestro, uma obra das mais icônicas de todo repertório clássico e uma gravação ao vivo, tomada em um festival – plateia entusiasmada!

Há realmente uma sensação de ocasião em toda a interpretação, que tem algumas características das bandas do movimento HIP com as quais já ficamos bastante acostumados. Som mais transparente, com os grupos de instrumentos bem diferenciados, tímpanos bem audíveis e a música fluindo com mais tensão e urgência. A bem da verdade, devo dizer que este é o mais urgente adagio que já ouvi. Batendo em menos do que 12 minutos é mais urgente do que a gravação do Gardiner com a Orchestre Révolutionnaire et Romantique, minha referência para as gravações historicamente informadas. Portanto, se a sua praia é o Beethoven granítico do Klemperer ou Böhm (especialmente a última gravação), pode se agarrar na poltrona, segurar o chapéu e se preparar para torcer o nariz.

Mas, ao final de umas doze audições, assim como eu, começará a achar que era exatamente isso o que o Ludovico queria dizer:

Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!

Sinfonia No. 9 em ré menor, op. 125 ‘Coral’

  1. Allegro ma non tropo e un poco maestoso
  2. Molto vivace – Presto
  3. Adagio molto e cantabile – Andante moderato
  4. Finale
Susan Gritton, soprano
Wendy Dawn Thompson, contralto
Timmothy Robinson, tenor
Matthew Rose, baixo

BBC National Orchestra and Chorus of Wales

François-Xavier Roth

Produção de Tim Thorne

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 255 MB

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MP3 | 320 KBPS | 134 MB

Agora os contrabaixos estão descansando

A gravação feita ao vivo em 2007, no Swansea Festival, é muito boa e a plateia só aparece no fim, para aplaudir com muito entusiasmo!

O outro Professor Xavier também gostou da Nona!

Gostei muito de ouvir a Nona mais uma vez com a sensação de descobrimento. Há tempos não fazia isso! Baixe, ouça (é menos do que uma hora…), depois me conte!

René Denon

F. Mendelssohn (1809-1847): Canções sem palavras (Lieder ohne Worte), com Guiomar Novaes

As paisagens como as do Sonho de uma noite de verão ou a Caverna de Fingal são, de certa forma, exteriores ao artista; elas não são ele mesmo. É nos Romances sem Palavras e nas Sinfonias que se deve procurar o Mendelssohn íntimo, o som, a tonalidade e o charme dessa alma. (Camille Bellaigue, 1909)

Década de 1820: Goethe tinha 75 anos quando Mendelssohn, então com doze anos, foi visitá-lo, apresentado por seu professor. Desde este primeiro encontro, Mendelssohn encantou Goethe tocando fugas de Bach e outras obras-primas, de forma que dois anos mais tarde, quando o jovem prodígio voltou a Weimar, o velho poeta, antes de cumprimentá-lo, abriu seu piano e disse “Vem aqui e me faz reviver os os espíritos adormecidos neste piano!” (Fonte: Goethe et Beethoven, por Henri Blaze de Bury, 1813-1888)

1830: Mendelssohn visita Goethe pela última vez e o poeta lhe dá de presente uma página do manuscrito do Fausto com as palavras “Ao amável Felix Mendelssohn, mestre soberano do piano, lembrança de amizade”. Após deixar Weimar e passar por Praga e Munique, em outubro de 1830 Mendelssohn chega a Veneza, aquela cidade única que foi o sonho de sua vida, como ele escreveu a suas irmãs.

Em Roma, onde chega em novembro de 1830, ele faz amizade com o abade Fortunato Santini, dono de uma rica biblioteca musical. Mendelssohn escreve à sua família pedindo que enviem da Alemanha uma coletânea de seis cantatas de Bach para presentear o abade. Em 1831, ainda em Roma, ele conhece o francês Hector Berlioz e as palavras a seguir, das memórias de Berlioz, mostram a relação de admiração um tanto agressiva entre os dois. Berlioz relata:

Um dia, eu falava do metrônomo e de sua utilidade.
“Por que usar o metrônomo?, questionou energicamente Mendelssohn, é um instrumento bastante inútil. Um músico que, olhando uma partitura, não adivinha logo o andamento é uma toupeira.”

No dia seguinte, quando pediu para olhar minha abertura Rei Lear que eu tinha escrito em Nice, ele a leu com atenção e, no momento de colocar os dedos no piano para tocá-la (o que ele fez com um talento incomparável), disse:
“Me dê o seu andamento”,
“Por quê? Você não disse ontem que qualquer um que olha uma partitura e não adivinha o andamento é uma toupeira?” (Fonte: Memórias de Hector Berlioz)

Sua forte ligação com a música de Bach, sua rejeição ao metrônomo, suas sinfonias em quatro movimentos (comparem com a inovadora Sinfonia Fantástica de Berlioz e os Poemas Sinfônicos de Liszt) fazem com que Mendelssohn seja considerado o mais clássico dos românticos. As Canções sem palavras mostram que a cabeça do compositor era mais complexa do que essas classificações. São obras curtas, de harmonia mais simples do que as que Chopin criava na mesma época. Não são equivalentes a noturnos por não terem uma seção contrastante no meio, nem muito menos se assemelham à forma sonata. Para um crítico de 1879, estes pequenos poemas formam, na música para piano, o equivalente dos Lieder de Schubert para o canto. São pequenas joias típicas do século XIX, perfeitas para serem tocadas em salas burguesas por donzelas puras ou senhoras respeitáveis, desde as amadoras até as grandes intérpretes, como Clara Schumann, a quem um dos livros de canções sem palavras foi dedicado.

Mendelssohn compôs um total de 48 peças para piano com este nome e mais uma para violoncelo. São pouco adaptadas aos recitais em grandes salas, aos concursos de piano e também, na minha opinião, às gravações de integrais: ouvir as 48 de uma só vez pode ser uma experiência repetitiva. Muito mais prazerosos são os discos em que pianistas tocam uma seleção de canções sem palavras, como um precioso LP gravado por Gieseking e este vinil de Guiomar, jamais editado em CD, que trago hoje para vocês.

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847): Songs Without Words (Lieder ohne Worte)

A1 No. 1 Op. 19, No. 1 ”Sweet Remembrance”
A2 No. 6 Op. 19, No. 6 ”Venetian Gondola Song”, No. 1
A3 No. 42 Op. 85, No. 6 ”Song Of The Traveller”
A4 No. 40 Op. 85, No. 4 ”Elégie”
A5 No. 29 Op. 62, No. 5 ”Venetian Gondola Song”, No. 3
A6 No. 30 Op. 62, No. 6 ”Spring Song”
B1 No. 12 Op. 30, No. 6 ”Venetian Gondola Song”, No. 2
B2 No. 45 Op. 102, No.3 ”Tarantella”
B3 No. 22 Op. 53, No. 4 ”Sadness Of Soul”
B4 No. 18 Op. 38, No. 6 ”Duet”
B5 No. 34 Op. 67, No. 4 ”Spinning Song”
B6 No. 25 Op. 62, No. 1 ”May Breezes”
B7 No. 20 Op. 53, No. 2 ”The Fleecy Cloud”
B8 No. 47 Op. 102, No. 5 ”The Joyous Peasant”

Guiomar Novaes, piano
Turnabout Vox LP, 1961 (stereo)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – FLAC

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – MP3 320 kbps

Todo(a) pianista tem fotos com a mão no rosto, já repararam?

Pleyel

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 8 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 5 de 5

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 8 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 5 de 5

Anton Bruckner

Sinfonia No. 8

Berliner Philharmoniker

Günter Wand

Chegamos ao último post da série com a Sinfonia de Todas as Sinfonias, a Bruckner-S#8!

Gramophone, a famosa revista inglesa sobre música, tem em seu site o artigo Top 10 Bruckner recordings e justifica esta lista dizendo que estas 10 gravações selecionadas representam os perfeitos pontos de partida para quem estiver embarcando em uma jornada pelo universo sonoro de Bruckner. A gravação desta postagem está na lista, que não é apresentada com uma numeração, a primeira, a segunda e assim por diante. Realmente, digamos assim, temos aqui dez primeiros lugares.

No meu caso, acho que esta gravação não é só ponto de partida, é de chegada, de permanência. Veja o que o crítico Richard Osborne disse sobre ela: ‘Esta nova Oitava é excepcionalmente boa. Quando, no Scherzo, você sente que as próprias montanhas estão começando a dançar, você percebe algo muito bom; neste caso, o próprio Olimpo parece estar com o vírus terpsicoreano. Não que haja algo exagerado ou descomedido. Depois de todos esses anos, Wand sabe onde cada cume está e como melhor se aproximar dele. Esta leitura é mais grandiosa do que já foi a vinte anos atrás, o que talvez seja devido às próprias predileções dos Berlinenses. Ainda assim, não há em qualquer parte um sentido de excesso inapropriado. ’

Sobre a religiosidade de Bruckner, veja as palavras do próprio Günter Wand:

‘Para que eu não seja mal compreendido: eu sou um músico e não um padre! Minha missão é completamente diferente, mesmo que eu intimamente sinta uma conexão entre arte e religião e talvez possa comunicar isto aos meus músicos e audiências. (…) Quando estou regendo Bruckner, quero mostrar que ele é um grande sinfonista e não apenas um compositor caracterizado pelo clima solene e sacro. Eu apenas quero que a música soe como Bruckner queria que ela soasse. ’

E ele arremata com essa temeridade: ‘Bruckner é o mais importante sinfonista depois de Beethoven.’

É pouco ou quer mais? Ouça o disco e diga você!

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia No. 8 em dó menor

1884-90 (publicado por Robert Haas)

  1. Allegro moderato
  2. Scherzo (Allegro moderato) & Trio (Langsam)
  3. Adagio (Feierlich lansam, doch nicht schnell)
  4. Finale (Feierlich, nicht schnell)

Berliner Philharmoniker

Günter Wand

Gravado ao vivo em janeiro de 2001

Produção: Gerald Götze

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FLAC | 394 MB

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MP3 | 320 KBPS | 199 MB

Günter, pensando nas coisas…

Entre nesta onda bruckneriana que estamos proporcionando. As canecas com a inscrição “❤ Bruckner” estão já acabando…

Aproveite!

René Denon

The Italian Job – Música Barroca Italiana – Adrian Chandler e La Serenissima

The Italian Job – Música Barroca Italiana – Adrian Chandler e La Serenissima

Il Mestiere Italiano

Apesar do italianíssimo nome, La Serenissima é um conjunto inglês fundado pelo virtuose Adrian Chandler. O grupo adota a prática de performances historicamente informadas, mas não temam nossos PQP-nianos amigos amantes do barroco italiano que preferem o som dos instrumentos modernos. Temos aqui o melhor dos dois mundos.

Este álbum reúne obras de compositores que vieram de quatro grandes e lindas cidades italianas.

Da sereníssima Veneza, temos Vivaldi, Albinoni e o menos conhecido Antonio Caldara, cuja deliciosa Sinfonia em dó maior abre o álbum, com o extravagante uso de trompetes, fagotes, oboés, violino solo e as outras cordas. O movimento lento, contrasta imensamente dos outros, devido a sua delicadeza e o uso de staccato.

De Roma, la Città Eterna, temos uma obra de Corelli que não é um de seus concerti grossi. A Sinfonia a Santa Beatrice d’Este é a peça mais séria do disco e foi composta para fechar um longo oratório de um outro compositor. Chandler e sua banda encontram a medida certa de energia e gravidade para apresentar propriamente a música.

Adrian Chandler

De Padova, La dotta (a sábia Pádua), temos Tartini com o seu espetacular concerto para violino. Tartini foi um precursor do compositor-intérprete-virtuose, como seriam posteriormente Paganini e Vieuxtemps, entre outros. Nesta peça Adrian Chandler tem uma ótima oportunidade de exibir seus talentos de violinista.

Seguimos de volta para Veneza, com o Padre Vermelho e seu lindo concertinho alla rustica, seguido pelo não menos mavioso concerto para fagote.

O concerto para dois oboés de Tomaso Albinoni tem um lindíssimo adagio, para derreter o mais empedernido coração.

Para fechar este ótimo disco, mais uma sinfonia com molti instrumenti, de volta muitos instrumentos de sopros e tímpanos, na generosa obra de Giuseppe Torelli, cidadão de Bologna, la grassa (a gorda), a cidade das massas e da gastronomia.

De um inspirado crítico: O álbum The Italian Job tem todas as coisas que caracterizam La Serenissima: um tom fresco, tinindo, pleno de vitalidade e divertimento, tudo parece fácil e simples para o conjunto e para os solistas, e com fundamentada erudição, tanto na escolha do programa quanto na sua execução, sem perder nem de leve qualquer graça.

The Italian Job

Antonio Caldara (c. 1671-1753)

Sinfonia para dois oboés, dois fagotes, dois trompetes, tímpanos, violino, cordas e contínuo, em dó maior

  1. Allegro
  2. Andante, piano e staccato
  3. Allegro

Arcangelo Corelli (1653-1713)

Sinfonia para o Oratório a Santa Beatriced’Este, para cordas e contínuo, em ré menor

  1. Grave
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Largo assai
  5. Vivace

Giuseppe Tartini (1692-1770)

Concerto para violino, cordas e contínuo, em mi maior, D 51

  1. Allegro
  2. Grave “Tortorella bacie…”
  3. Allegro assai

Antonio Vivaldi (1678-1741)

Concerto ‘alla rustica’ para dois oboés, cordas e contínuo, em sol maior, RV 151

  1. Presto
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para fagote, cordas e contínuo, em dó maior, RV 476

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Tomaso Albinoni (1671-1751)

Concerto à cinque, para dois oboés, cordas e contínuo, em fá maior, Op. 9, 3

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Giuseppe Torelli (1658-1709)

Sinfonia para quatro trompetes, tímpanos, dois oboés, dois fagotes, dois violinos, dois violoncelos, cordas e contínuo, em dó maior, G 33

Rachel Chaplin e Gail Hennessy, oboés
Peter Whelan, fagote

La Serenissima

Adrian Chandler, violin / diretor

Gravação: 23 – 26 de agosto de 2016, St John’s, Smith Square, Londres

Produção: Simon Fox-Gál

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FLAC |412MB

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MP3 | 320 KBPS | 199 MB

Resumindo, um disco para ser ouvido numa ensolarada manhã de domingo, preguiçosamente escolhendo o cardápio do almoço, deixando a louça do café da manhã para mais tarde…

Bella vita!

René Denon

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

Um belo e surpreendente disco de música cigana com todo aquele ambiente exótico e sem grandes pasteurizações ou tentativas de tornar a coisa mais “elegante” (sim, entre aspas). Então, amigos puristas, por favor, fujam, evitem ouvir este Gypsic da violinista romena-francesa Sarah Nemtanu.

O restante de vocês, no entanto, deve ouvir e, talvez, ficar intrigado. O álbum não é um conjunto convencional de peças orientais e orientadas para o cigano como são tocadas há meio século. Experimente ouvir com atenção, concentrando-se especialmente nas faixas 2, 3 e 8 para que saber bem no que está se metendo. O álbum de Nemtanu também tenta adicionar elementos de transição modernos à forma tradicional do concerto cigano-clássico. Mais tradicional é a sua versão da Sonata para Violino No. 3 em Lá menor, op. 25, “On Popular Romanian Themes”, de Georges Enescu, interpretado por Nemtanu e pelo pianista Romain Descharmes de uma maneira direta que não exagera os elementos ciganos. A Tzigane de Ravel já é meio suja e ESPETACULAR. Então a diversão se acentua… O Sarasate tem uma parte adicionada. O tecladista francês nascido no Canadá, Chilly Gonzales, adiciona elementos de eletrônica às Czárdás de Vittorio Monti… Mais inacreditável ainda é o movimento Blues da Sonata de Ravel para violino e piano de 1927. Esta peça recebe de Gonzales o que Nemtanu chama de “etno-percussão” — a melodia é reformulada como um pedaço do pop etíope. É um risco, pois parece não combinar o resto da música do álbum, só com a versão das Czárdás. Talvez seja uma tentativa de criar um ponto de encontro entre a França e a Romênia. Nemtanu choca com conceitos de como a música clássica e os eletrônicos de sabor internacional podem ser juntados e seus esforços valem a pena serem ouvidos. Enfim, um disco excelente e diferente.

Maurice Ravel, Pablo Sarasate, Georges Enescu, Vittorio Monti, Georges Boulanger: Gypsic

1 Vittorio Monti – Czardas
2 Maurice Ravel – Tzigane
3 Maurice Ravel – Berceuse
4 George Enescu – Sonate premier mouvement
5 George Enescu – Sonate deuxième mouvement
6 George Enescu – Sonate troisième mouvement
7 Pablo de Sarasate – Airs Bohémiens
8 Maurice Ravel – Blues
9 Georges Boulanger – Avant de mourir

Sarah Nemtanu – Violin
Chilli Gonzales – Piano, organ farfisa, Drum, Percussion
Romain Desmarches – Piano
Iurie Morar – Cimbalom

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Frans Hals — A Menina Cigana

PQP

Música Francesa para Piano a Quatro Mãos – Marylène Dosse e Annie Petit

Música Francesa para Piano a Quatro Mãos – Marylène Dosse e Annie Petit

 

 

Era uma vez…

 

 

 

Três palavras mágicas que aquietam qualquer plateia quando entoadas. A elas segue um cortejo de seres mágicos, extraordinários – a Gata Borralheira, a Fada Madrinha, o Pequeno Polegar…
Os ávidos ouvintes até sabem os enredos, os desfechos dos casos, mas ainda assim esperam por eles. Neste ambiente nasce e fortalece o amor pela literatura e pelas outras artes.
Este petit álbum reúne música com alguns temas e inspirações comuns e o universo das histórias infantis é um deles. Temos aqui obras de seis compositores franceses que as compuseram entre 1890 e 1918. São peças para piano a quatro mãos ou duetos para piano. Na virada do século XIX para o século XX esta forma musical era muito popular, pois permitia que as pessoas ouvissem boa música, mas que elas mesmas precisavam tocar. Este álbum dá uma perspectiva da música francesa para piano desta época.

Ravel
A família de Cipa Godebski, por Pierre Bonnard

Começamos com a suíte Ma mere l’Oye, que Maurice Ravel compôs para Mimi e Jean Godebski, filhos de Ida e Cipa Godebski, grandes amigos de Ravel. Para saber quanto eles eram amigos, leia aqui.

O próprio Ravel escreveu: Era minha intenção despertar a poesia da infância nestas peças e isto naturalmente levou-me a simplificar meu estilo e diluir minha maneira de escrever.

A suíte começa com uma bela e simplíssima pavane, para uma princesa adormecida. Segue uma peça que ilustra a história do Pequeno Polegar, vagando pela floresta.

Na próxima peça, Laideronnette – Impératrice des Pagodes, encontramos um aspecto que foi caro aos compositores franceses deste período: o interesse pela música e temas orientais. Esta é uma brilhante e bem humorada elegia à Feiosanete, a Imperatiz do Pagode! Um doce para quem descobrir a história que está aqui representada…

Nesta suíte de Ravel, a peça que eu mais gosto é a de A Bela e a Fera! A Fera entra em cena grunhindo (seu tema) no registro baixo e depois do beijo, um fulgurante glissando, reaparece em um registro mais alto, como o da Bela. Lindo!

Para arrematar a obra, um sensacional passeio pelo Jardim Encantado!

Debussy e seu vaso chines…

A obra de Debussy apresentada aqui chama-se Six épigraphes antiques e foi uma de suas últimas, datando de 1914. As épigraphes antiques são adaptadas da música incidental que ele escreveu para uma apresentação das Chansons de Bilitis, encenada como um recitativo em 7 de fevereiro de 1901. Apenas a metade do material foi aproveitado e o resultado é uma peça altamente atmosférica, lembrando sua origem. Os títulos, que você poderá ler por completo logo a seguir, por si são poesia pura. Pour que la nuit soit propice, pour remercier la pluie au matin.

Satie

Debussy, foi amigo de Satie, mas não deixou de criticá-lo, dizendo que este deveria dar mais atenção à forma em suas composições. Pois não é que o amigo entendeu o recado e imediatamente compôs está maravilha aqui: Trois morceaux em forme de poire. Três peças em forma de pera! Erik Satie foi um músico e compositor rebelde e iconoclasta, assim como o foi em sua vida pessoal. Mesmo assim, exerceu grande influência nos outros compositores de sua geração. Seu estilo tão pessoal é baseado na simplicidade, favorecendo a sutis nuances e absoluta modéstia. No extravagante título desta peça – Trois morceaux em forme de poire, tanto responde ao comentário do amigo, quanto leva em conta o fato de poire ter duplo sentido no francês coloquial, de pera mesmo, mas também de simplório, tolo. Bem Satie!

Ele trabalhava como pianista de café em Montmartre, um caldeirão cultural na época, e a peça é baseada em música de cabaré composta entre 1890 e 1903. O famoso café Le Chat Noir, de Rudolf Salis, certamente estava entre eles. Não deixe de ouvir aqui a simples e maravilhosa valsa, Je te veux.

Séverac

A próxima peça, Le soldat de plomb, O soldadinho de chumbo, nos traz de volta ao mundo das historinhas infantis. Déodat de Séverac passou  a maior parte de sua vida na província francesa de Languedoc. Sua música tem um forte traço de regionalismo. Esta peça conta bem a história e é leve e bem humorada. Ganha um Kit-Kat quem descobrir a citação da música francesa mais famosa. Composta em 1904-1905, teve sua estreia por Ricardo Viñes e Blanche Selva, em um concerto só com música de Séverac, em 25 de março de 1905, na Scola Cantorum.

A obra Le parapluie chinois, de Florent Schmitt, é a última peça de um conjunto de sete, intitulado Une semaine du petit elfe Ferme-l’Oeil. Nesta peça charmosa e brilhante temos história infantil e o apelo da música do oriente. A peça é deliciosa e uma das que mais me fez lembrar do disco. Para saber mais sobre esse ótimo compositor, veja aqui.

Florent Schmitt
Viñes ao piano

Para fechar o disco temos uma sonata em três (breves) movimentos de Poulenc, que estudou com Viñes (amigo, associado, colega e intérprete de todos os compositores deste álbum).  A sonata é uma composição bem do início da carreira e foi escrita antes que Poulenc recebesse maior treinamento. Mesmo assim, a peça tem os traços que marcariam a sua obra.

Poulenc, jovem
Notre-Dame du Liban, Paris

As intérpretes deste especialmente despretensioso disco, editado pelo selo americano Price-Less, Marylène Dosse e Annie Petit, estudaram no Conservatório de Paris, ganharam prêmios, mas se conheceram em Viena, em Master-Classes de Paul Badura-Skoda, Alfred Brendel e Jörg Demus. Passaram a tocar em duo quando mudaram-se para os Estados Unidos da América, onde tornaram-se professoras. As peças de Ravel, Debussy e Satie foram gravadas em 1985, na Igreja Libanesa, em Paris, onde por muitos anos foram gravados muitos e muitos discos, de artistas tais como Jean-Pierre Rampal e Maurice André. As outras peças foram gravadas em Nova Iorque, em 1988.

 

Maurice Ravel (1875-1937)

Ma mère l’Oye

  1. Pavane de la Belle au bois dormant
  2. Petit Poucet
  3. Laideronnette – Impératrice des Pagodes
  4. Les entretiens de la Belle et de la Bête
  5. Le jardin féerique

Claude Debussy (1862-1918)

Six épigraphes antiques

  1. Pour invoquer Pan
  2. Pour um tombeau sans nom
  3. Pour que la nuit soit propice
  4. Pour la danseuse aux crotales
  5. Pour l’egyptienne
  6. Pour remercier la pluie au matin

Erik Satie (1866-1925)

Trois morceaux em forme de poire

  1. Avec une manière de commencement, une prolongation du même, un En Plus suivi d’une Redite

Déodat Séverac (1872-1921)

Le soldat de plomb

  1. Sérénade interrompue
  2. Quat’jours de boite
  3. Défilé nuptial

Florent Schmitt (1870-1958)

Une semaine du petit elfe Ferme-l’Oeil

  1. Le parapluie chinois

Francis Poulenc (1899-1963)

Sonate

  1. Prélude
  2. Rustique
  3. Finale

Marylène Dosse e Annie Petit, piano a quatro mãos

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Erik

Se você não se deliciar com esse maravilhoso disquinho, tens um coração de pedra!

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 3 de 22 – Ton Koopman, Schlick, Mertens, Prégardien, Wessel

Em uma série deste tamanho, devemos nos preparar com antecipação, não acham? Deixar tudo prontinho … quem dera, na atual conjuntura de minha vida. Mal consigo sentar no computador … com a idade vem a responsabilildade, dizem, e a falta de tempo, idem. Estou tentando manter uma periodicidade semanal, se não conseguir, só tenho a lamentar. Para os apressados, sugiro procurarem na rede mundial, está tudo lá, bonitinho.

Não pretendo me estender em maiores explicações, a obra de Bach se explica por si só. Divirtam-se.

P.S. Como sempre, Ton Kopman está muito bem de solistas nesta caixa, temos aqui a presença ilustre de Andreas Schöll …

CD 1

01. BWV.063 – 1. Chorus ‘Christen, atzet diesen Tag’
02. BWV.063 – 2. Recitative (Alto)- ‘O selger Tag! o ungemeines Heute’
03. BWV.063 – 3. Duet (Soprano, Bass)- ‘Gott, du hast es wohl gefuget’
04. BWV.063 – 4. Recitative (Tenor)- ‘So kehret sich nun heut das bange Leid’
05. BWV.063 – 5. Duet (Alto, Tenor)- ‘Ruft und fleht den Himmel an’
06. BWV.063 – 6. Recitative (Bass)- ‘Verdoppelt euch demnach’
07. BWV.063 – 7. Chorus- ‘Hochster, schau in Gnaden an’
08. BWV.162 – 1. Aria (Bass)
09. BWV.162 – 2. Recitative (Tenor)- ‘O grosses Hochzeitfest’
10. BWV.162 – 3. Aria (Soprano)- ‘Jesu, Brunquell aller Gnaden’
11. BWV.162 – 4. Recitative (Alto)- ‘Mein Jesu, lass mich nicht’
12. BWV.162 – 5. Aria (Duet- Alto, Tenor)- ‘In meinem Gott bin ich erfreut’
13. BWV.162 – 6. Chorus- ‘Ach, ich habe schon erblicket’
14. BWV.155 – 1. Recitative (Soprano)
15. BWV.155 – 2. Aria (Duet- Alto, Tenor)- ‘Du musst glauben, du musst hoffen’
16. BWV.155 – 3. Recitative (Bass)- ‘So sei, o Seele, sei zufrieden’
17. BWV.155 – 4. Aria (Soprano)- ‘Wirf, mein Herze, wirf dich noch’
18. BWV.155 – 5. Chorale- ‘Ob sichs anlie als wollt er nicht’
19. BWV.063 – Appendix 1. Duet (Soprano, Bass)
20. BWV.162 – Appendix 1. Aria (Bass)
21. BWV.162 – Appendix 2. Chorus- ‘Ach, ich habe schon erblicket’

CD 2

01. BWV.022 – 1. Arioso & Chorus (Tenor, Bass, Chorus)- Jesus nahm zu sich die Zwolfe
02. BWV.022 – 2. Aria (Alto)- Mein Jesu, ziehe mich nach dir
03. BWV.022 – 3. Recitative (Bass)- Mein Jesu, ziehe mich
04. BWV.022 – 4. Aria (Tenor)- Mein Alles in Allem
05. BWV.022 – 5. Chorus- Ertot uns durch dein Gute
06. BWV.023 – 1. Duet (Soprano, Alto)- Du wahrer Gott und Davids Sohn
07. BWV.023 – 2. Recitative (Tenor)- Ach, gehe nicht voruber
08. BWV.023 – 3. Duett & Chor (Tenor, Bass, Chorus)- Aller Augen warten, Herr
09. BWV.023 – 4. Chorus- Christe, du Lamm Gottes
10. BWV.163 – 1. Arie (Tenor)- Nur jedem das Seine
11. BWV.163 – 2. Recitative (Bass)- Du bist, mein Gott
12. BWV.163 – 3. Aria (Bass)- Lass mein Herz die Munze sein
13. BWV.163 – 4. Recitative (Soprano, Alto)- Ich wollte dir, o Gott
14. BWV.163 – 5. Aria (Soprano, Alto)- Nimm mich mir und gib mich dir
15. BWV.163 – 6. Chorus- Fuhr auch mein Herz und Sinn
16. BWV.165 – 1. Aria (Soprano)- O heilges Geist- und Wasserbad
17. BWV.165 – 2. Recitative (Bass)- Die sundige Geburt verdammter Adams Erben
18. BWV.165 – 3. Aria (Alto)- Jesu, der aus grosser Liebe
19. BWV.165 – 4. Recitative (Bass)- Ich habe, ja, mein Seelenbrautigam
20. BWV.165 – 5. Aria (Tenor)- Jesu, meines Todes Tod
21. BWV.165 – 6. Chorus- Sein Wort, sein Tauf, sein Nachtmahl

CD 3

01. BWV.054 – 1. Aria (Alto) ‘Widerstehe doch der Sunde’
02. BWV.054 – 2. Recitative (Alto) ‘Die Art verruchter Sunde’
03. BWV.054 – 3. Aria (Alto) ‘Wer Sunde tut, der ist vom Teufel’
04. BWV.161 – 1. Aria (Alto) ‘Komm, du susse Todesstunde’
05. BWV.161 – 2. Recitative (Tenor) ‘Welt, deine Lust is Last’
06. BWV.161 – 3. Aria (Tenor) ‘Mein Verlangen ist den Heiland zu umfangen’
07. BWV.161 – 4. Recitative (Alto) ‘Der Schluss ist schon gemacht’
08. BWV.161 – 5. Chorus ‘Wenn es meines Gottes Wille’
09. BWV.161 – 6. Chorus ‘Der Leib zwar in der Erden’
10. BWV.208 – 01. Recitative (Soprano) ‘Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd’
11. BWV.208 – 02. Aria (Soprano) ‘Jagen ist die Lust der Gotter’
12. BWV.208 – 03. Recitative (Tenor) ‘Wie, schonste Gottin, wie’
13. BWV.208 – 04. Aria (Tenor) ‘Willst du dich nicht mehr ergotzen’
14. BWV.208 – 05. Recitative (Soprano, Tenor) ‘Ich liebe dich zwar noch!’
15. BWV.208 – 06. Recitative (Bass) ‘Ich, der ich sonst ein Gott in diesen Feldern bin’
16. BWV.208 – 07. Aria (Bass) ‘Ein Furst ist seines Landes Pan’
17. BWV.208 – 08. Recitative (Soprano) ‘Soll dann der Pales Opfer hier’
18. BWV.208 – 09. Aria (Soprano) ‘Schafe konnen sicher weiden’
19. BWV.208 – 10. Recitative (Soprano) ‘So stimmt mit ein’
20. BWV.208 – 11. Chorus ‘Lebe, Sonne dieser Erden’
21. BWV.208 – 12. Duet (Soprano, Tenor) ‘Entzucket uns beide’
22. BWV.208 – 13. Aria (Soprano) ‘Weil die wollenreichen Herden’
23. BWV.208 – 14. Aria (Bass) ‘Ihr Felder und Auen’
24. BWV.208 – 15. Chorus ‘Ihr lieblichsten Blicke’

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CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

BARBARA SCHLICK, CAROLINE STAM, RUTH HOLTON, ELS BONGERS soprano
ELISABETH VON MAGNUS soprano II, alto
ANDREAS SCHOLL alto(BWV54)
PAUL AGNEW tenor
KLAUS MERTENS bass
THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN – CONDUCTOR

 

Música en el Quijote (A Música do livro Dom Quixote): Romances, canções e temas instrumentais

Música en el Quijote (A Música do livro Dom Quixote): Romances, canções e temas instrumentais

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quando ouvi este CD ela primeira vez, o Quixote completava 400 anos. Eu estava perante uma contribuição distinta para a celebração do 4º centenário da obra-prima de Cervantes. Eu ouvia um trabalho que não era a “música nos tempos do…”, nem uma associação de um compositor ao mito com base unicamente na sua coincidência no tempo, nem uma obra inspirada no romance, mas precisamente aquela que todos sentiam falta: uma espécie de “trilha sonora” do Quixote, as próprias referências citadas pelo livro. Ou seja, aquilo que apimenta o grande trabalho de Cervantes e algumas de suas Novelas Exemplares são coletadas e executadas com amor e respeito. Romances e canções alternam-se com danças como chaconnes, folías e jácaras, criando uma paisagem musical bonita e precisa, na qual o bom leitor localizará facilmente as aventuras do nosso herói.

O disco marcava também o reencontro de José Miguel Moreno com seu renovado grupo, o Orphénica Lyra, após alguns anos. Nuria Rial, com uma voz que nos eleva a alturas sublimes de beleza, sensibilidade e agilidade, compartilha a cena com uma surpreendente Raquel Andueza, e ambos os sopranos se juntam à voz de Jordi Domenech. Um absurdo de perfeição. No âmbito instrumental, temos um conjunto que sabe transmitir o sabor da era cervantina: Eligio Quinteiro, Fernando Paz, Fahmi Alqhai e Álvaro Garrido, conduzido da vihuela por um Moreno em pleno comando de seus poderes.

Música en el Quijote: Romances, songs, instrumental pieces

01 Luys Milán: Pavana VI
02 Anónimo: Al alva venid
03 Juan Arañés: Chacona
04 Luys Milán: Romance de Durandarte
05 Alonso Mudarra: Gallarda
06 Francisco Guerrero: Prado verde y florido
07 Anónimo: Qué me queréis, caballero
08 Anónimo: Romance de Don Gayferos
09 Antonio Martín Y Coll: Canarios
10 Anónimo: Madre, la mi madre
11 Anónimo: Ay luna que reluces
12 Anónimo: Jácaras
13 Alonso Mudarra: Fantasía X, sobre la folía
14 Luys Milán: Romance de Valdovinos
15 Antonio Martín Y Coll: Villanos
16 Anónimo: Qué bonito niño chiquito
17 Alonso Mudarra: Beatus ille
18 Antonio de Ribera: Romance de Cardenio
19 Diego Coll: Recercada segunda
20 Gabriel: De la dulce mi enemiga
21 Anónimo: Romance del Marqués de Mantua
22 Diego Pisador: Flérida, para mí dulce
23 Anónimo: Al villano se la dan
24 Luys de Narváez: Romance de Conde Claros
25 Diego Ortiz: Recercada octava
26 Juan Arañés: Chacona: A la vida bona

Intérpretes: Orphénica Lyra : Nuria Rial, soprano; Raquel Andueza, soprano; Jordi Domenech, countertenor; Eligio Quinteiro, Renaissance guitar; Fernando Paz, recorders; Fahmi Alqhai, viola da gamba; Álvaro Garrido, percussion; José Miguel Moreno, vihuela y dir.

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Ilustração de Gustave Doré para o Quixote

PQP

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 7 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 4 de 5

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 7 – Berliner Philharmoniker – Günter Wand – Post 4 de 5

Anton Bruckner

Sinfonia No. 7

Berliner Philharmoniker

Günter Wand

Em seus mais de trinta anos regendo a Orquestra Gürzenich, de Colônia, Günter Wand construiu um repertório de centenas de peças de diferentes períodos históricos, incluindo música contemporânea. No entanto, neste período ele regeu apenas quatro das nove sinfonias de Bruckner. A Sétima foi a primeira, em 1949. Wand não teve pressa para introduzir as obras de Bruckner em seu repertório, mas tornou-se uma absoluta referência com suas muitas apresentações pelo mundo e pelas inúmeras gravações que deixou.

Há três principais registros da Sétima Sinfonia, certamente uma das que tem maior sucesso com o público. Em janeiro de 1980 ele fez uma gravação em estúdio com a Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester, que foi lançada em LP pela harmonia mundi/EMI e posteriormente em CD. Esta gravação faz parte do ciclo completo agora na RCA e está postada aqui no blog.

Ao tornar-se diretor principal da NDR-Sinfonieorchester em Hamburgo, registrou a Sétima Sinfonia novamente. Esta gravação foi feita ao vivo em 1992 e foi lançada pelo selo RCA.

A gravação desta postagem é com a poderosa Berliner Philharmoniker, feita também ao vivo em novembro de 1999 e atinge limites sônicos e técnicos ainda mais altos do que as gravações anteriores. Além disso, conta com a emoção e energia extra de todos os envolvidos, devido a ocasião. O respeito e a admiração da orquestra para com o venerando maestro ficaram evidentes quando esta lhe conferiu, durante o Festival de Berlim de 1996, a Hans-von-Bülow-Medaille. Esta medalha é dada apenas em raras ocasiões e deve ser vista como sinal de gratidão da orquestra para o maestro, devido a muitos anos de frutífera cooperação.

Hans-von-Bülow-Medaille

A principal virtude destas gravações feitas por Wand e a Berliner Philharmoniker está no fato de eles conseguirem revelar a grandeza da arquitetura destas peças, assim como sua profunda espiritualidade (estamos diante de algo que nos eleva), sem deixar que a música perca sua fluidez nem que sua texture torne-se demasiadamente densa. Não deixe de dançar no Scherzo e aproveite todos os momentos do poderoso Adagio.

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia No. 7 em mi maior

Originalfassung / Versão Original
  1. Allegro moderato
  2. Sehr feierlich und sehr langsam
  3. Sehr schnell
  4. Bewegt, doch nicht zu schnell

Berliner Philharmoniker

Günter Wand

Gravado ao vivo em novembro de 1999

Produção: Gerald Götze

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FLAC | 290 MB

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MP3 | 320 KBPS | 153 MB

Não espere mais, baixe o arquivo e arranje tempo de qualidade para ouvir uma obra prima gravada por um time maravilhoso, liderado por alguém com a experiência de uma vida preparando-se para este momento. Entre nesta onda bruckneriana que estamos proporcionando. Bandanas com o logo “❤ Bruckner” serão distribuídas posteriormente…

René Denon