Marais / Rebel / Couperin / Leclair: Le Parnasse Français (Goebel / MAK)

Marais / Rebel / Couperin / Leclair: Le Parnasse Français (Goebel / MAK)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um dos melhores e mais belos discos que já ouvi! Algo verdadeiramente incrível! O barroco francês é período curioso, onde se encontram uma maioria de obras bastante entediantes misturadas a outras pepitas sensacionais. A obra de abertura La Sonnerie é um ostinato levado à frente por um Corelli enlouquecido. Talvez a melhor peça do CD seja Tombeau De Monsieur De Lully, obra absolutamente sentida e bela, mas que também parece fazer referências ao terrível caráter de Lully. O MAK, com seu líder Reinhard Goebel, são um dos pioneiros da Música Historicamente Informada e dá um show à parte neste CD de 1979.

Marais / Rebel / Couperin / Leclair: Le Parnasse Français (Goebel / MAK)

1 La Sonnerie De Sainte-Geneviève Du Mont De Paris
Composed By – Marin Marais
7:50

Tombeau De Monsieur De Lully
Composed By – Jean-Féry Rebel
(15:51)
2 1. Lentement – Gravement 3:07
3 2. Vif – Marqué – Gai 1:59
4 3. Lentement – Doux – Récit – Grave 3:09
5 4. Doux – Récit – Vivement 4:33
6 5. Lentement – Gravement 3:03

Sonate << La Sultane >>
Composed By – François Couperin
(11:43)
7 1. Gravement 4:53
8 2. Gaiement 1:55
9 3. Air (Tendrement) – Gravement 3:05
10 4. Légèrement – Vivement 1:50

Sonate À La Marésienne
Composed By – Marin Marais
(13:53)
11 1. Un Peu Grave 1:47
12 2. Légèrement 1:39
13 3. Un Peu Gai 1:37
14 4. Sarabande 2:27
15 5. Très Vivement – 2:05
16 Gravement 2:06
17 6. Gigue 2:12

Ouverture, Op. 13, No. 2
Composed By – Jean-Marie LeClair
(13:28)
18 1. Grave – Allegro 6:03
19 2. Andante 4:53
20 3. Allegro 2:32

Ouverture (From: Trio In A Major, Op. 14)
Composed By – Jean-Marie LeClair
(8:50)
21 Gravement – Vivement 8:50

Cello [Violoncello] – Jaap ter Linden
Ensemble – Musica Antiqua Köln
Flute [Transverse Flute] – Wilbert Hazelzet
Harpsichord – Henk Bouman
Leader, Directed By – Reinhard Goebel
Viol [Viola Da Gamba] – Jonathan Cable
Viol [Viola Da Gamba], Violone – Charles Medlam
Viola – Karlheinz Steeb
Violin – Hajo Bäß, Reinhard Goebel

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Le Parnasse français: maquete de um projeto abandonado de monumento de Évrard Titon du Tillet para os jardins de Versalhes. Bronze e madeira, ambiente altivo 3 m. Realizado por Louis Garnier, Simon Curé e Augustin Pajou. Museu do Castelo de Versalhes, Inv: 6023. Terminado em 1762.

PQP

JS Bach / CPE Bach / JC Bach / Böhm / F Couperin / Hasse / Pezold / Stölzel: Notebooks for Anna Magdalena (Esfahani / Sampson)

JS Bach / CPE Bach / JC Bach / Böhm / F Couperin / Hasse / Pezold / Stölzel: Notebooks for Anna Magdalena (Esfahani / Sampson)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Disco de uma delicadeza e intimidade maravilhosas!

A encantadora música doméstica dos Bach

Mahan Esfahani e Carolyn Sampson revivem o Pequeno Livro de Anna Magdalena.

Por João Marcos Coelho em 20 de agosto de 2023

Nascido em Teerã, no Irã, 39 anos atrás, Mahan Esfahani cresceu nos Estados Unidos, onde estudou musicologia na Universidade de Stanford. Estudou cravo em Praga com Zuzana Ruzicková. Em 2009, fixou-se em Londres. E hoje vive em Praga. Ele é decididamente um cravista fora da curva. Nos últimos treze anos encomendou obras a compositores contemporâneos e as estreou, algumas para cravo e orquestra. E, claro, notabilizou-se também no chamado repertório fundamental do instrumento – as obras do período barroco, sobretudo as de Bach. Já tocou com nomes ilustres do mundo clássico, como François Xavier-Roth, Ilan Volkov, Thomas Dausgaard, Antoni Wit, Jiri Belohlávek e o atual maestro titular e diretor artístico da Osesp Thierry Fischer. Entre seus parceiros de concertos e gravações estão Michala Petri e Emmanuel Pahud; e estreou obras de compositores como George Lewis, Brett Dean, Ben Sorensen. Grava para a Hyperion e para a Deutsche Grammophon.

E é da Hyperion, selo independente inglês que foi recentemente comprado pelo grupo Universal, que também detém a Deutsche Grammophon, o excepcional CD desta semana. Ele se intitula “Bach: os Pequenos Livros para Anna Magdalena”. Pela primeira vez, juntam-se no mesmo álbum as peças curtas instrumentais com nove árias sacras constantes dos álbuns de 1722 e 1725, onde Bach inclui, além de suas peças, as de outros compositores seus contemporâneos, como o cravista francês François Couperin.

No texto do encarte brilhante – tão bom quanto suas interpretações ao cravo – Esfahani denuncia a misoginia multissecular que transformou em praticamente material descartável, mero gesto de gentileza do gênio para sua segunda esposa estes cadernos manuscritos, para serem usados na atmosfera familiar. Ora, escreve o cravista, Anna era cantora profissional até casar-se com Johann Sebastian e praticamente abandonou o canto para se dedicar à numerosa família: “A presença de peças para cravo e também outras vocais de caráter sacro tem um significado mais profundo do que a descrição em geral informal desta música como subprodutos menores e até mesmo imperfeita do que se descreve imperfeitamente como “devoção pessoal’. Se as obras do ‘pequeno livro’ são modestas e parecem de escasso valor comparadas às grandes suítes e variações e às fantasias e fugas virtuosísticas, elas representam, porém, o espírito de uma civilização que coloca no mesmo patamar tanto estas quanto as que exigem maiores competências técnicas e expressivas”.

E fecha com chave de ouro: “Cada uma delas é um precioso artefato que sobreviveu até os dias atuais, de uma mulher sobre quem sabemos tão pouco que nem temos uma representação física. Para conhecê-la e conhecer o homem que era Johann Sebastian, seria bom prestarmos atenção à música que ambos consideravam digna o bastante para acompanhar seus pensamentos diários, em família”.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Notebooks for Anna Magdalena (Esfahani / Sampson)

01. Bach: Minuet in F major, BWVAnh113 (1:46)
02. Pezold: Minuets in G major / G minor, BWVAnh114 & 115 (3:34)
03. Couperin: Rondeau in B flat major, BWVAnh183 (4:17)
04. Bach: Minuet in G major, BWVAnh116 (1:44)
05. Bach: Polonaise in F major, BWVAnh117 (1:18)
06. Bach: Minuet in B flat major, BWVAnh118 (1:24)
07. Bach: Polonaise in G minor, BWVAnh119 (1:13)
08. Bach: Wer nur den lieben Gott lässt walten, BWV691 (1:36)
09. Bach: Gib dich zufrieden, BWV510 (1:20)
10. Bach: Gib dich zufrieden, BWV511 (1:14)
11. Bach: Minuet in A minor, BWVAnh120 (1:28)
12. Bach: Minuet in C minor, BWVAnh121 (1:03)
13. Bach (CPE): March in D major, BWVAnh122 (1:04)
14. Bach (CPE): Polonaise in G minor, BWVAnh123 (1:19)
15. Bach (CPE): March in G major, BWVAnh124 (1:26)
16. Bach (CPE): Polonaise in G minor, BWVAnh125 (1:59)
17. Bach: Erbauliche Gedanken eines Tobackrauchers, BWV515a, ‘So oft ich meine Tobackspfeife’ (5:28)
18. Böhm: Menuet fait par Mons Böhm in G major (1:09)
19. Bach: Musette in D major, BWVAnh126 (0:43)
20. Bach (CPE): March in E flat major, BWVAnh127 (1:13)
21. Bach: Polonaise in D minor, BWVAnh128 (1:17)
22. Stölzel: Bist du bei mir, BWV508 (2:47)
23. Bach: Goldberg Variations ‘Aria mit verschiedenen Veränderungen’, BWV988 – Movement 01: Aria (4:21)
24. Bach (CPE): Solo per il cembalo, BWVAnh129 (2:13)
25. Hasse: Polonaise in G major, BWVAnh130 (2:00)
26. Bach: The well-tempered Clavier Book 1, BWV846-869 – No 01 in C major, BWV846. Movement 1: Prelude (2:11)
27. Bach (JC): Rigaudon in F major, BWVAnh131 (0:44)
28. Bach: Warum betrübst du dich?, BWV516 (1:37)
29. Bach: Ich habe genug, BWV82 – No 2. Recitativo: Ich habe genug (1:07)
30. Bach: Ich habe genug, BWV82 – No 3. Aria: Schlummert ein, ihr matten Augen (7:09)
31. Bach: Schaffs mit mir, Gott, BWV514 (0:57)
32. Bach: Minuet in D minor, BWVAnh132 (0:54)
33. Bach: Willst du dein Herz mir schenken, BWV518 (2:58)
34. Bach: Dir, dir, Jehova, will ich singen, BWV299b (0:55)
35. Bach: Wie wohl ist mir, o Freund der Seelen, BWV517 (1:32)
36. Bach: Gedenke doch, mein Geist, zurücke, BWV509 (0:58)
37. Bach: O Ewigkeit, du Donnerwort, BWV513 (1:22)
38. Bach: Jesus, meine Zuversicht, BWV728 (1:49)
39. Bach: Minuet in G major, BWV841 (1:18)
40. Stölzel: Bist du bei mir, BWV508 (2:40)

Mahan Esfahani, cravo
Carolyn Sampson, soprano

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Mahan Esfahani e Carolyn Sampson

PQP

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

 

Time Traveler’s Suite

Inon Barnatan

 

 

 

Este interessantíssimo disco para piano solo é interpretado pelo estreante aqui no blog (pelo menos como solista) – Inon Barnatan – distingue-se por seu programa não usual.

Sala de gravação do disco…

O título, Time Traveler’s Suite (Suíte do Viajante do Tempo), indica que teremos uma sequência de peças – talvez inspiradas em danças – mas que foram colecionadas ao longo de uma jornada, não linear, no tempo.

Pode parecer estranho, peças de períodos diferentes e compositores diferentes, colocadas uma depois da outra, mas o resultado é surpreendente, gostei de ouvir todo o disco. A viagem começa na geração dos compositores que nasceram em 1685 com uma das Toccatas de Bach, seguida de uma deliciosa Allemande da Quinta Suíte de Handel. A próxima parada da nave-ampulheta de Inon é em Paris, com o ponteiro ainda marcando um passado mais distante. Duas peças dos grandes compositores franceses para teclado – uma Courante de Rameau e de François Couperin a peça chamada Atalanta.

Depois desses mestres do barroco, Barnatan regula seu ponteiro para avançar até o século XX, chegando a uma das composições de Ravel – o Rigaudon da sua suíte Tombeau de Couperin, que ele escreveu durante a Primeira Guerra tanto para reverenciar o seu colega antecessor como para homenagear os amigos cujas vidas foram perdidas na guerra.

Inon avistou de sua escotilha a TARDIS, do Dr. Who…

A viagem segue e a próxima parada é na Londres de nossos dias – composição de Thomas Adès, Blanca Variations, uma espetacular peça para piano de uns seis minutos que é a um tempo inovadora, com sonoridades belíssimas, mas que também tem um olhar voltado para a música do passado. E depois disso, vamos com o pianista até a Hungria da metade do século XX, agora com duas peças de um conjunto composto por György Ligeti, chamado Musica Ricercata. Aqui ouvimos as Décima e Décima Primeira peças, mas em ordem retrógrada. Essa diversidade toda evidencia a técnica e as habilidades ao piano de Inon Barnatan. E como a última peça de Ligeti é compatível com a próxima parada, agora a Fuga composta como último movimento da Sonata para Piano que Samuel Barber compôs para o pedido de Volodya Horowitz, o mais virtuoso dos pianistas.

Para terminar a viagem e o programa, o pianista escolheu a integral das Variações Handel, de Brahms, outro compositor que reverenciava a música do passado.

O disco é recente e a produção é excelente!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata in E minor, BWV914
  1. Toccata

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Suite em mi maior, HWV 430 – ‘The Harmonious Blacksmith’
  1. Allemande

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

Suíte em lá menor das “Nouvelles suites de pièces de clavecin (c1729–30)”
  1. Courante

François Couperin (1668 – 1733)

Pièces de clavecin II: Ordre 12ème em mi maior
  1. L’Atalante

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Le Tombeau de Couperin
  1. Rigaudon. Assez vif “Piere & Pascal Gaudin”

Thomas Adès (nascido em 1971)

Blanca Variations
  1. Variações

György Ligeti (1923 – 2006)

Musica Ricercata
  1. 11, Andante misurato e tranquillo “Girolamo Frescobaldi”
  2. 10, Vivace. Capriccioso

Samuel Barber (1910 – 1981)

Sonata para Piano, Op. 26
  1. Fuga. Allegro con spirito

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Variações e Fuga sobre um tema de Handel, Op. 24
  1. Variações e Fuga

Inon Barnatan, piano

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FLAC | 194 MB

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MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Inon Barnatan

On his third PENTATONE album Time Traveler’s Suite, pianist Inon Barnatan redefines our notions of the suite by taking us on a journey through time and space, from Baroque pieces by Bach, Handel, Rameau and Couperin to more recent works by Ravel, Barber, Adès and Ligeti. The program culminates in Brahms’s ingenious Variations and Fugue on a Theme by Handel. Inon Barnatan is one of the most admired pianists of his generation (New York Times). His complete recordings of Beethoven’s piano concertos together with the Academy of St Martin in the Fields and Alan Gilbert were released on PENTATONE in 2019 and 2020.

Barnatan plays with delightful alertness of phrasing and his ornamentation is sublimely executed. Some musical transitions work better than others, and I did wonder whether all of the Baroque works needed to be bunched at the start…Still, I love the concept, and anything that can so effectively and seamlessly bring old and new together is very welcome. BBC Music Magazine

Barnatan is palpably in his element [in the Barber], with a real clarity to his thinking and a whole range of colours and shadings from the most delicate pianissimos to stomping fortissimos…Barnatan is utterly at home in the midst of counterpoint. He’s beautifully recorded too. A winner! Gramophone

Aproveite!

René Denon

Inon chegando para mais uma seção de gravação…

Mr Couperin – Louis (1626-1661) François (1631-1701) e Charles (1639-1679) – Suítes para cravo (Pièces de clavecin) (Sailly)

Este CD do cravista francês Brice Sailly ganhou o cobiçado prêmio Diapason d’Or de l’année 2021 na categoria Barroco Instrumental. É evidente a intimidade do intérprete com o instrumento – réplica de um cravo por Tibaut de Toulouse, com som polido, redondo, aveludado como um bom vinho Bordeaux – e com as obras, que ele gravou após uma sessão intensa de estudos em casa devido ao isolamento social de 2020. Mas além disso, grande parte do charme do CD se dá, desde a capa, pelo fato de desconstruir o mito do genial Louis Couperin, grande nome do barroco francês do século 17 e tio de François Couperin, sendo este último um representante do barroco tardio como Rameau e J.S. Bach. Esses dois seriam os grandes compositores e os outros vários membros da família ocupariam notas de rodapé na história, com cargos de organistas de igreja, professores de cravo, cantoras e cravistas da corte em Versailles… Isso é o que achávamos que sabíamos, mas será verdade?

O manuscrito Bauyn é provavelmente a principal fonte conservada de música instrumental francesa da segunda metade do século 17. Ele contém peças de compositores como Chambonnières, Couperin (que aparece sem seu primeiro nome), Lebègue, La Barre, além do alemão Froberger e do italiano Frescobaldi. Desde o século 19, todas as obras desse manuscrito atribuídas a “Mr Couperin” (Monsieur Couperin, ou seja, Senhor Couperin) têm sido consideradas como de autoria de Louis Couperin (circa 1626-1661). Mais recentemente, pesquisadores têm encontrado boas razões para acreditar que parte das peças desse Couperin são de seus irmãos François Couperin (circa 1631-1701) e Charles Couperin (1638-1679).

As chaconas e passacailles tão característicos da obra de Couperin só se tornaram comuns na França nas obras de Lully no final da década de 1660. Da mesma forma, os minuetos só entraram nos balés de corte em uma data relativamente tardia: eles apareceram pela primeira vez em uma das obras de Lully para o palco em 1664. Devemos notar também que os únicos minuetos que aparecem no manuscrito de Bauyn são assinados por Couperin. Além disso, no prefácio de Les Gouts Réunis (1724), François Couperin o jovem (1668-1733), filho de Charles e sobrinho de Louis, fala das “obras dos meus antepassados” (“les ouvrages de mes ancêtres”), sem atribuir toda a autoria ao seu tio Louis, que aliás já tinha morrido quando ele nasceu, o que não impediu a transmissão dos conhecimentos para François, cuja música para cravo, por sua vez, dá continuidade à tradição das suítes francesas mas se distancia das danças e vai povoando suas suítes com miniaturas de títulos curiosos como “O rouxinol apaixonado” ou “As barricadas misteriosas”, que expressam diferentes atmosferas, muitas vezes com humor.

As pesquisas recentes de especialistas, principalmente a de Glen Wilson, nos obrigam a aceitar que este corpus de peças para cravo do velho Couperin (de novo: não confundir com o jovem François!) não podem consistir exclusivamente em composições de Louis Couperin, o mais velho dos irmãos e o que morreu mais jovem, antes dos 40 anos. Recentemente, a editora Breitkopf & Härtel fez uma nova publicação dos Prélúdios non mésurés, indicando na autoria a menção “Charles & Louis Couperin”. Esta editora não se arrisca a atribuir as peças individuais a um ou outro dos irmãos. É o mesmo questionamento que Brice Sailly e o selo Ricercar tiveram para este álbum. Eles admitem que foi grande a tentação, analisando vários elementos estilísticos e formais, de atribuir as peças selecionadas a um ou outro destes irmãos, Louis e Charles, e mesmo ao mais novo, François. Para certas peças, há evidências bastante precisas, por exemplo, a impossibilidade de um compositor francês falecido em 1661 ter composto um minueto…

Mas a busca pelo primeiro nome parece, no fundo, querer impor uma noção relativamente recente de identidade do autor (o gênio, o indivíduo inimitável), noção à qual os antigos não atribuíam importância tão grande. Como em todas as corporações do Antigo Regime, a profissão de músico também costumava ser um assunto de família, como vemos nas famílias Gabrieli, Couperin, Bach, Scarlatti, etc.

Charles Couperin ao órgão, retrato de Claude Lefebvre com a filha do pintor, possivelmente aluna do retratado

Uma das principais características das suítes de Louis Couperin e de seus irmãos é o Prélude non mésuré, ou prelúdio sem medidas, no sentido de sem compassos. O compasso, vocês sabem, divide a música em trechos com a mesma duração. Segundo os especialistas, compassos começaram a ser usados na notação musical no século 16, ou seja, a música anterior, como por exemplo, o canto gregoriano, era escrita sem compassos. No século 17 o compasso já era usual, mas não estritamente obrigatório como se tornaria no século 18. Jean-Henry d’Anglebert (1629-1691), Jean-Philippe Rameau (1683-1764) e Elisabeth Jacquet de la Guerre (c. 1664-1729) também foram mestres nessa arte libertária do Prelúdio sem medidas, que soam como improvisos livres, leves e soltos, sem o tempo bem marcado das danças que formam o miolo das suítes francesas. As obras para cravo de Jacquet de la Guerre, a principal compositora mulher da corte de Luís XIV, aparecerão em breve em um PQPBach perto de você.

Mr. Couperin – Obras do manuscrito Bauyn
Pièces en ré
1. Prélude (1) 5’43
2. Allemande (36) 3’44
3. Courante (42) 1’18
4. Courante (43) 1’37
5. Sarabande (51) 3’23
6. Canaries (52) 1’36
7. La Pastourelle (54) 1’33
8. Chaconne (55) 2’42
9. Volte (53) 1’03

10. Pavanne en fa # mineur (121) 9’15

Pièces en mi-la
11. Prélude (14) 1’40
12. Allemande de la Paix (63) 3’15
13. Courante (64) 1’36
14. Sarabande (65) 3’35
15. La Piémontoise (103) 1’53

Pièces en ut
16. Prélude (9) 3’05
17. Allemande la Précieuse (30) 3’19
18. Courante (31) 1’48
19. Courante (16) 1’27
20. Sarabande (32) 3’09
21. Sarabande (25) 1’12
22. Gigue (33) 1’58
23. Passacaille (27) 5’45
24. Menuet (29) 1’16
Brice Sailly – cravo por E.Jobin, cópia de cravo por Tibaut de Tolose (nasc. circa 1647)

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Ao contrário dos irmãos Couperin, Tibaut de Tolose fez questão de assinar seu nome completo nos cravos que fez

Pleyel

 

O PQPBach agora está no Instagram e Twitter: @pqpbach

Rameau / Couperin / D’Agincour / Dandrieu / Daquin / Dornel / Duphly / Février: ‘Le Rappel des Oiseaux’ e outras peças (Luc Beauséjour)

Rameau / Couperin / D’Agincour / Dandrieu / Daquin / Dornel / Duphly / Février: ‘Le Rappel des Oiseaux’ e outras peças (Luc Beauséjour)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um bonito disco de peças francesas do século XVIII para cravo. Luc Beauséjour é um músico muito elogiado não apenas por seu virtuosismo e pela sutileza de sua execução, mas porque nunca deixa de ter ideias quando se trata de oferecer programas cheios de originalidade. Para este álbum, Le rappel des oiseaux, o cravista propõe uma seleção de obras de compositores barrocos franceses, incluindo Rameau, Couperin, d’Agincourt e Daquin, inspiradas em pássaros. Muito mais do que exercícios técnicos para imitar o cantar de algumas belas criaturas emplumadas, o programa apresenta peças que oferecem tanto lindas melodias quanto sofisticados comentários musicais. Esses curtos retratos de aves — cucos, rouxinóis, galinhas, etc. — escritos por compositores franceses da primeira metade da década de 1700, são pequenas joias.

Rameau e vários outros compositores franceses: ‘Le Rappel des Oiseaux’ e outras peças (Luc Beauséjour)

1 Jean-Philippe Rameau – Le Rappel des Oiseaux
2 François D’Agincour – Les Tourterelles
3 Louis-Claude Daquin – Le Coucou
4 François Couperin – Le Rossignol-en-amour
5 François Couperin – La Linote-éfarouchée
6 François Couperin – Les Fauvétes Plaintives
7 François Couperin – Le Rossignol-Vainqueur
8 Antoine Dornel – Les Tourterelles
9 Louis-Claude Daquin – L’Hirondelle
10 Jacques Duphly – Les Colombes
11 François D’Agincour – La Fauvette
12 François Couperin – Les Coucous Bénévoles
13 Antoine Dornel – Le Chant de l’Alloüette
14 Antoine Dornel – Le Petit Ramage
15 Jean-François Dandrieu – Le Concert des Oiseaux
16 François Couperin – Le Gazoüillement
17 Pierre Février – Les Tendres Tourterelles
18 Jean-Philippe Rameau – La Poule

Luc Beauséjour, cravo

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Alexandre-François Desportes (1661-1743) : Duas tulipas e um pássaro

PQP

 

Lebègue / Marais / Couperin / Rameau: Folies

Lebègue / Marais / Couperin / Rameau: Folies

Um bonito disco de música francesa para viola da gamba. Ele traz grandes compositores dos séculos XVII e XVIII. Algumas peças são transcrições. A viola da gamba costumava aparecer em conjuntos ou acompanhada por alaúde. É claro que a formação em duo (ou com mais membros) era muito utilizada pelas famílias. A viola da gamba baixo foi muito usada para complementar o cravo no baixo contínuo. Foi o instrumento favorito de Luís XIV e ficou associado à corte e à França (como o violino à Itália). Compositores como Marin Marais e Sainte-Colombe escreveram músicas complexas para virtuosos do instrumento. Entretanto, as violas da gamba foram caindo no desuso à medida que as salas de concerto ficaram maiores e a tonalidade mais alta e mais penetrante dos instrumentos da família do violino se tornou mais popular. Porém, nos últimos cem anos, a viola da gamba e seu repertório foram revividos pelos entusiastas de música barroca e de música renascentista.

E, como eu adoro uma Folia, acho que o destaque do disco é a última faixa. Ao lado é claro, de Le Dodo, a terceira.

Lebègue / Marais / Couperin / Rameau: Folies

1 – Nicolas-Antoine Lebègue – Les cloches

2 – Marin Marais – Les Voix Humaines, for viola da gamba & continuo in D major

3 – François Couperin – Le Dodo, ou L’Amour au berceau, for harpsichord
4 – François Couperin – Muséte de Choisi et Muséte de Taverni

5 – Jean-Philippe Rameau – La Coulicam, for harpsichord, violin & viol
6 – Jean-Philippe Rameau – La Livri, for harpsichord, violin & viol
7 – Jean-Philippe Rameau – Le Vézinet, for harpsichord, violin & viol

8 – François Couperin – Le Trophée, for harpsichord
9 – François Couperin – Airs pour la suite du Trophée
10 – François Couperin – Le Point du jour, Allemande, for harpsichord
11 – François Couperin – L’Anguille, for harpsichord

12 – Marin Marais – La Muzette, for viola da gamba & continuo in G major
13 – Marin Marais – Couplets de folies (Les folies d’Espagne), for viola da gamba & continuo in D minor

Les Voix Humaines:
Susie Napper (viola da gamba)
Margaret Little (viola da gamba)

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‘Uma jovem mulher tocando uma viola da gamba’, pintura de Gerrit van Honthorst (1592-1656)

PQP

François Couperin (1668-1733) e Claude Debussy (1862-1918): Les ondes – Amandine Habib, piano

François Couperin (1668-1733) e Claude Debussy (1862-1918): Les ondes – Amandine Habib, piano

Couperin  ֎  Debussy

Músicos Franceses

 

Um álbum reunindo obras de Couperin e Debussy não é algo com o que nos deparamos a todo o instante. Assim, este aqui chamou-me a atenção no momento que o notei em meio a vários outros. A capa de fundo escuro com uma flor dente-de-leão estilizada, letras dispostas na vertical e estilo minimalista, como o belíssimo nome – Les ondes – deram o empurrão final.

Você deve estar se perguntando: o que há em comum entre estes dois compositores que viveram duzentos anos um do outro, além de serem franceses?

Pois há várias coisas, como nos adianta e explica no interessante texto do livreto, incluído nos arquivos, a ótima pianista Amandine Habib. Para começar, ambos foram inovadores e dedicaram-se à música para o teclado. Couperin foi deixando o formalismo das danças que predominava nos seus dias – minuetos, gavotas e outras  – mantendo seus ritmos em suas músicas, mas cobrindo-as com mais poesia. Os nomes de suas peças dão-nos um prazer e um estímulo a mais. Poesia e imaginação também estão presentes nas peças de Debussy, assim como a arte de escolher os nomes – que não se impõem, mais se insinuam.

No disco, Amandine intercala Couperin e Debussy e disto eu muito gostei. Percebemos nas obras de Couperin uma faixa tonal mais estreita, afinal suas peças não foram compostas para grande piano. Mas não lhes faltam vivacidade e cores. Podemos perceber certos ecos destes ritmos nas peças de Debussy, que teve o privilégio de conhecer bem as peças do mestre mais antigo.

A escolha das peças também é enorme mérito da pianista e dos produtores, e eleva este disco bem acima da média dos que tenho ouvido.

Amandine nasceu em Marseille em uma família que ama a música, de maneira eclética, e estudou em Marseille e Lyons. Tem já uma carreira de concertista e de atuação em música de câmera bem estabelecida, além de fazer duo com Raphaël Imbert, um saxofonista de jazz.

Gostei muitíssimo de suas interpretações neste disco, que já ouvi muitas vezes. Espero que isso aconteça também com você.

François Couperin (1668-1733)

Claude Debussy (1862-1918)

  1. L’Étincelante ou la Bontemps (Couperin)
  2. Doctor Gradus ad Parnassum (Debussy)
  3. La Flore (Couperin)
  4. Bruyères (Debussy)
  5. Les lis naissans (Couperin)
  6. Les colliens d’Anacapri (Debussy)
  7. Le dodo ou L’amour au berceau (Couperin)
  8. Toccata (Debussy)
  9. Le tic-toc-choc ou Les maillontins (Couperin)
  10. Les Jumèles (Couperin)
  11. La Cathédrale engloutie (Debussy)
  12. Les ondes (Couperin)
  13. Poissons d’or (Debussy)
  14. Les Ombres errantes (Couperin)
  15. Les tierces alternées (Debussy)
  16. Les Tricoteuses (Couperin)
  17. Les rozeaux (Couperin)
  18. L’Isle joyeuse (Debussy)

Amandine Habib, piano

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Para explorar mais o tema da influência sobre Debussy e sua relação com a música de Couperin e Rameau, sugiro a leitura deste texto, que é proveniente da página de Jeffrey La Deur.

Aproveite!

René Denon

François Couperin (1668-1733): Les Nations / Jean-Féry Rebel (1666-1747): Les caractères de la danse

François Couperin (1668-1733): Les Nations / Jean-Féry Rebel (1666-1747): Les caractères de la danse

Não é um grande disco, é um bom disco. Jean-Féry Rebel é um dos compositores barrocos franceses mais fascinantes. Sua suíte Les elements inclui um acorde dissonante e pioneiro de 12 notas. Nenhuma dissonância atonal ocorre aqui em seu mais educado Les caractères de la danse, uma suíte de danças populares que fazem alusões a canções favorita da época. A música é leve em comparação com a riqueza das suítes elaboradas por Couperin em Les Nations, representando os gostos francês e espanhol em uma sequência de movimentos de dança, cada um incluindo uma fina e nobre Passacaille. Mas, sabem?, prefiro os 9 minutinhos de Rebel à quase uma hora de Couperin. O Florilegium é ótimo, com duas flautas particularmente bem equilibradas.

Francois Couperin (1668-1733): Les Nations / Jean-Féry Rebel (1666-1747): Les caractères de la danse

Francois Couperin
1. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Sonate – Couperin 07:08
2. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Suite – Couperin 03:45
3. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Courante – Couperin 01:35
4. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Seconde courante – Couperin 02:14
5. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Sarabande – Couperin 02:19
6. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Gigue – Couperin 01:16
7. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Chacone ou Passacaille – Couperin 02:52
8. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Gavotte – Couperin 00:58
9. Les Nations Premiere Ordre_La Francoise – Menuet – Couperin 01:12

10. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Sonate – Couperin 08:47
11. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Suite – Couperin 02:51
12. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Courante – Couperin 03:23
13. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Seconde Courante – Couperin 01:44
14. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Sarabande – Couperin 02:45
15. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Gigue Louree – Couperin 02:21
16. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Gavotte – Couperin 01:01
17. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Rondeau – Couperin 02:39
18. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Bouree – Couperin 00:50
19. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Double de la Bouree prededente – Couperin 01:37
20. Les Nations Deuxieme Ordre_ L’Espagnole – Passacaille – Couperin 04:47

Jean-Féry Rebel
21. Les Caracteres de la danse – Rebel 09:12

Florilegium Chamber Ensemble

Total time: 65:24

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As danças muito gentis e estudadas da Corte Francesa pré-corte… de cabeças.

PQP

J. S. Bach, Balbastre, F. Couperin, Daquin, Fischer, Händel, Rameau, D. Scarlatti: The Harmonious Blacksmith – Trevor Pinnock, cravo

J. S. Bach, Balbastre, F. Couperin, Daquin, Fischer, Händel, Rameau, D. Scarlatti: The Harmonious Blacksmith – Trevor Pinnock, cravo

Favourite Harpsichord Pieces

PERIGO!

Música altamente contagiante

Lidar com muito cuidado!

 

Este álbum deveria ser distribuído na saída das escolas, nas salas de espera de consultórios, nas filas para elevadores, nas travessias de barcas e ferryboats. Isto é pura propaganda!

Por favor, faça uma corrente, distribua esta postagem para mais dez pessoas e você alcançará a graça de ouvir música por muito, muito tempo!

Havia o cassette do álbum!

The Harmonious Blacksmith – Favourite Harpsichord Pieces são título e subtítulo do álbum. O Ferreiro Harmonioso é o nome da peça que inicia o disco e consiste de tema e cinco variações, o último movimento da Suite No. 5, em mi maior, HWV 430, que de tão bonito ganhou carreira solo. Outra peça favorita de quem quer que a ouça é Les baricades mistérieuses, de François Couperin. Com um nome assim misterioso e uma melodia que gruda na gente para toda a vida, é um hit das paradas de sucesso de música barroca desde que foi composta.

E o Concerto Italiano? Bach gostava tanto dos concertos de Vivaldi que fez um só para tocar para as pessoas que o iam visitar. Ele dizia: Ah, o roter Priester, ele é assim…. E aí, tocava o Concerto Italiano.

Foca na Música!

O som do disco? Bem, como eu diria? Ressonante! Um amigo me disse que este disco foi gravado em algum banheiro. Mas, quem liga para isto? Foca na música! A música é tão boa de se ouvir.

Tem as duas contrastantes sonatinhas de Scarlatti, com seu ares de Espanha. Tem a Le coucou (cuco!), do Daquin, e também La Suzanne, do Balbastre. E mais umas outras peças marcantes do repertório para cravo.

Trevor Pinnock estudou cravo no London’s Royal College of Music e lhe disseram que ele nunca ganharia a vida tocando instrumento tão arcano. Ele queimou a predição quase de saída, tornando-se o cravista da veneranda Academy of St. Martin-in-the-Fields. Em 1972 criou The English Concert, e começaram a se apresentar em festivais onde encontraram um big shot da Archiv Produktion. Tiveram que ralar com o cara por uns quatro anos antes do primeiro contrato de gravação. Depois, só sucesso. Pinnock continuou como regente do grupo por uns trinta anos.

Pelas entrevistas que andei lendo e pelas gravações que continuam a aparecer, podemos deduzir que Pinnock é um excelente músico e parece ótimo sujeito. Dividindo seu tempo como regente e solista, Pinnock continua bastante ativo. Sua segunda gravação das Partitas para Cravo de Bach é excelente, assim como um disco intitulado Journey, que reúne música para cravo cobrindo um longo período. Ele está a caminho de realizar um de seus grandes desejos, gravando os dois livros do Cravo Bem Temperado, antes de chegar aos 80 anos. Como ele diz, é uma questão de força de vontade: acordar cedo, praticar os Prelúdios e Fugas e depois brincar com o neto.

Georg Frideric Handel (1685 – 1759)

  1. Aria e variações “The Harmonious Blacksmith”

Johann Caspar Fischer (1656 – 1746)

  1. Passacaglia da Suíte “Urania”, para cravo, em ré menor

François Couperin (1668 – 1733)

  1. Les baricades mistérieuses

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

  1. Concerto Italiano, BWV 971

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

  1. Gavotte (com 6 Doubles), em lá menor

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata para cravo em mi maior, K. 380
  2. Sonata para cravo em mi maior, K. 381

Joseph-Hector Fiocco (1703 – 1741)

  1. Adagio em sol maior, Da Suíte No. 1, Op. 1

Louis-Claude Daquin (1694 – 1772)

  1. Le coucou

Claude-Béninge Balbastre (1724 – 1799)

  1. La Suzanne

Trevor Pinnock, cravo

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Trevor, de bem com a vida!

Aproveite, baixe, desfrute e divulgue!

René Denon

Tous les Matins du Monde/Todas as Manhãs do Mundo – Trilha Sonora Original

Tous les Matins du Monde/Todas as Manhãs do Mundo  – Trilha Sonora Original

47688f586426ddf3d1cd7daf3b9b4c45Anteontem postei uma ótima gravação de obras para viola da gamba, e não demorou para que, entre os comentários, este bonito filme de 1991 fosse lembrado. Para minha surpresa, sua excelente trilha sonora ainda não tinha sido postada por aqui. Por isso, eu me apressei em compartilhá-la com vocês neste domingo.

Dirigido por Alain Corneau e estrelado por Jean-Pierre Marielle e Gérard Dépardieu, “Todas as Manhãs do Mundo” foi um inesperado sucesso para um filme que trata da relação entre dois gambistas franceses do século XVII: o célebre Marin Marais (1656-1728) e seu mestre, o enigmático Monsieur de Sainte-Colombe (ca. 1640-1700). Magnificamente interpretado, fotografado e realizado, e bastante fiel ao romance homônimo em que se baseou, é uma belíssima sucessão de tableaux-vivants acompanhados por uma trilha sonora M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A, a cargo daquele Midas da Música que é Jordi Savall.

Ei-la, pois, para vosso deleite.

TODAS AS MANHÃS DO MUNDO – TRILHA ORIGINAL DO FILME
Direção musical: JORDI SAVALL

Jean-Baptiste LULLY (1632-1687)

01 – Marche pour la Céremonie des Turcs
Le Concert des Nations
Jordi Savall, regência

Marin MARAIS (1656-1728)

02 – Improvisation sur les Folies d’Espagne (excertos)
Jordi Savall, viola da gamba baixo

Jordi SAVALL (1941)

03 – Prélude pour Mr Vauquelin
Jordi Savall, viola da gamba baixo

Monsieur de SAINTE-COLOMBE (ca. 1640-1700)

04 – Gavotte du Tendre

Jordi Savall, viola da gamba baixo

TRADICIONAL, arranjo de Jordi SAVALL

05 – Une jeune fillette
Montserrat Figueras e Maria-Cristina Kiehr, sopranos
Rolf Lislevand, teorbo
Jordi Savall, viola da gamba baixo

Monsieur de SAINTE-COLOMBE

06 – Les Pleurs (versão para viola da gamba solo por Jordi Savall)
Jordi Savall, viola da gamba baixo

07 – “Le Retour”, Concert pour deux violes
Christophe Coin e Jordi Savall, violas da gamba baixo

Marin MARAIS

08 – Pièces de viole, 4e. livre: “La Rêveuse”
Jordi Savall, viola da gamba baixo
Pierre Hantai, cravo
Rolf Lislevand, teorbo

François COUPERIN (1668-1733)

09 – Troisième Leçon de Ténèbres à 2 voix
Montserrat Figueras e Maria-Cristina Kiehr, sopranos
Rolf Lislevand, teorbo
Pierre Hantai, cravo
Jordi Savall, viola da gamba baixo

Marin MARAIS 

10 – Pièces de viole, 4e. livre: “L’Arabesque”
Jordi Savall, viola da gamba baixo
Pierre Hantai, cravo
Rolf Lislevand, teorbo

ANÔNIMO (século XVII), arranjo de Jordi SAVALL

11 – Fantaisie en Mi mineur
Jordi Savall, viola da gamba baixo

Monsieur de SAINTE-COLOMBE

12 – Les Pleurs
Christophe Coin e Jordi Savall, violas da gamba baixo

Marin MARAIS 

13 – Pièces de viole, 4e. livre: “Le Badinage”
Jordi Savall, viola da gamba baixo
Rolf Lislevand, teorbo

14 – Pièces de viole, 2e. livre: “Tombeau por Monsieur de Sainte-Colombe”
Jérôme Hantai e Jordi Savall, violas da gamba baixo
Pierre Hantai, cravo
Rolf Lislevand, teorbo

15 – Pièces de viole, 3e. livre: Muzettes I-II
Jordi Savall, viola da gamba baixo
Pierre Hantai, cravo
Rolf Lislevand, teorbo

16 – Sonnerie de Sainte Geneviève du Mont-de-Paris
Fabio Biondi, violino
Jordi Savall, viola da gamba baixo
Pierre Hantai, cravo
Rolf Lislevand, teorbo

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Shut_20up_20and_20play-thumb-380x213-28669MATINS

 

Um dos belíssimos tableaux-vivants compostos por Alain Corneau
Alguns dos tableaux-vivants criados por Alain Corneau para “Tous les Matins du Monde”


Vassily Genrikhovich

François Couperin (1668-1733): Peças para Piano – Alexandre Tharaud

François Couperin (1668-1733): Peças para Piano – Alexandre Tharaud

tic, toc, choc

Tharaud joue Couperin

Eu gosto de tudo neste disco. A capa é matadora! A mão com os dedos lembrando uma pessoa correndo, sobre fundo preto é uma imagem e tanto. A escolha dos tipos para compor o título, misturando itálicos com normais, bold com simples, as tonalidades, tudo em letras minúsculas depois uma palavra com letras maiúsculas. E o charme do título – tic, toc, choc! Até a casquinha do nautilus do selo harmonia mundi dá a esta capa um toque especial.

François Couperin

O compositor, Couperin, François Couperin (há outros Couperins), deixou um legado de maravilhosas peças para cravo – e aqui temos um piano, o rei dos instrumentos, um grand piano, capaz de tocar desde o mais leve sussurro da ninfa até entoar a trovoada da tempestade. Esse disco é uma destas vencedoras confluências do antigo e do novo.

Tem a maravilhosa escolha do repertório, começando com uma peça de nome intrigante – Les baricades mistérieuses. A primeira vez que a ouvi foi em um disco com uma coletânea de peças famosas para cravo, interpretado pelo Trevor Pinnock. Desde então essa peça grudou em minha memória musical. Você ouvirá peças com nomes envolvendo carrilhões, querubins. Algumas peças têm até dois nomes, como a que dá título ao disco: Le tic, toc, choc ou les maillotins. Bruit de guerre, Les tricoteuses. Os títulos servem para despertar a imaginação, para criar um clima, uma atmosfera.

Muséte

As peças foram escolhidas das suítes que Couperin publicou ao longo da vida e eram chamadas Ordres. O próprio Couperin esperava que os intérpretes escolhessem as peças e montassem as suas próprias Ordres, como fez aqui o Tharaud.

Ouça o disco, mesmo que você tenha preferência por ouvir música interpretada pelo instrumento para o qual ela foi originalmente escrita. Ande, permita-se esta pequena indulgência, ouça este prazeroso disco. Aposto uma cocada que você não se arrependerá.

François Couperin (1668 – 1733)

  1. Les Baricades Mistérieuses (6e ordre)
  2. Le Tic-Toc-Choc ou Les Maillotins (18e ordre)
  3. La Couperin (21e ordre)
  4. Les Calotines (19e ordre)
  5. Les Ombres Errantes (25e ordre)
  6. Les Tricoteuses (23e ordre)
  7. Le Carillon de Cithére (14e ordre)
  8. Muséte de Taverni (à 5 mains) (15e ordre)
  9. Les Rozeaux (13e ordre)
  10. L’Atalante (12e ordre)
  11. Passacaille (8e ordre)
  12. La Muse Plantine (19e ordre)
  13. Les Tours de passe-passe (22e ordre)
  14. Bruit de guerre (extrait de La Triomphante) (10e ordre)*
  15. Le Dodo ou L’Amour au berceau (15e ordre)
  16. La Visionnaire (25e ordre)
  17. La Logivière (5e ordre)
  18. Les Juméles (12e ordre)
  19. Les Chérubins ou l’aimable Lazure (20e ordre)
  20. Jacques Duphly: La Pothouïn (4e Livre de Pièces pour clavecin)

Alexandre Tharaud, piano

*com a participação de Pablo Pico, tambor Dawul  

Direção artística: Cécile Lenoir

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Alexandre vai sair do concerto direto para a Festa Junina do PQP.

Permita-se esta pequena indulgência, ouça este prazeroso disco. Aposto um pé-de-moleque que você não se arrependerá.

René Denon

Delalande, Couperin, Lully: Messe du Roi Soleil – Ensemble Marguerite Louise, dir. Gaétan Jarry

Messe du Roi Soleil

Michel Richard Delalande (France, 1657-1726)
François Couperin (França, 1668 – 1733)
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)

Ensemble Marguerite Louise
dir. Gaétan Jarry

2019

 

A Missa do Rei Sol foi sem dúvida um dos rituais privilegiados para a construção da glória do soberano, tanto pelo seu esplendor quanto pelo aspecto cerimonial que paralisa o tempo, solidificando a imagem eterna do poder real. Os maiores compositores do reino distinguiram-se fazendo do serviço sagrado um verdadeiro concerto celestial. O sino tocou, os pífanos e os tambores anunciaram a chegada do rei na galeria, o órgão explodiu os Grands Motets de Lully e Delalande, encantados sob as abóbadas douradas, os delicados e íntimos Petits Motets de Couperin aparecem com graça nas alcovas da Capela Real…

O Rei Sol ouviu vários tipos de missa em sua capela, a mais famosa a “missa baixa solene” que consistia em um grand motet, um petit motet e um Domine salvum fac regem, todos cantados enquanto o padre falava calmamente a liturgia. Em outras ocasiões, ele ouviu música de órgão e canto e aqui nós temos um pouco de tudo, às vezes um pouquinho. Assim, o efeito geral é bastante insatisfatório, embora as obras principais – configurações de salmo de Delalande e Lully – sejam peças esplêndidas, dignamente cantadas. De fato, os solos e duetos de soprano são alguns dos melhores que eu já ouvi há muito tempo. No entanto, o veredicto geral tem que ser “poderia fazer melhor”. (ex-internet)

François-André Danican Philidor (França, 1726 – 1795
01. Marche pour fifres et tambours
Jean-Adam Guilain (Alemanha, c. 1680 – after 1739)
02. Suite du troisième ton: Plein Jeu
Michel Richard Delalande (France, 1657-1726)
03. Exaltabo te Domine, S.66: I. Exaltabo te Domine
04. Exaltabo te Domine, S.66: II. Psallite Domino,
05. Exaltabo te Domine, S.66: III. Ad vesperum demorabitur
06. Exaltabo te Domine, S.66: IV. Ego autem dixi
07. Exaltabo te Domine, S.66: V. Avertisti faciem tuam
08. Exaltabo te Domine, S.66: VI. Ad te clamabo
09. Exaltabo te Domine, S.66: VII. Quae utilitas
10. Exaltabo te Domine, S.66: VIII. Audivit Dominus
François Couperin (França, 1668 – 1733)
11. Messe des couvents: Dialogue sur les grands jeux
12. Venite exultemus Domino
13. Messe des couvents: Tierce en taille
Anonyme
14. Communion de la Messe pour Saint Louis: Introibo in domum tuam Domine
Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
15. Exaudiat te Dominus: I. Exaudiat
16. Exaudiat te Dominus: II. Tribuat tibi secundum
17. Exaudiat te Dominus: III. Impleat Dominus
18. Exaudiat te Dominus: IV. Exaudiet ilum de Coelo Sancto Suo
19. Exaudiat te Dominus: V. Ipsi obligati sunt
20. Exaudiat te Dominus: VI. Domine salvum fac Regem
21. Exaudiat te Dominus: VII. Gloria Patri e Filio

Messe du Roi Soleil
Delalande, Couperin, Lully
Ensemble Marguerite Louise – 2019
dir. Gaétan Jarry

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powered by iTunes 12.8.2 | 54 min

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

A.Scarlatti (1660-1725): Infirmata, Vulnerata. F.Couperin (1668-1733): Leçon de Ténèbres I. J.Rosenmüller (1619-1684): Von himmlischen Freuden. G.Ph.Telemann (1681-1767): ‘Cantata do Canário’. Dietrich Fischer-Dieskau, barítono.

Esta é uma seleção composta:  as faixas 1 e 2 foram gravadas e lançadas em 1963  no vinil com a capa ao lado; a faixa 4, já em 1957/62, e a faixa 3 apenas em 1969/72 – o que deixa entreouvir que a técnica e timbre do “barítono do século” ainda podem ter amadurecido entre seus 32 e 44 anos.

O repertório é todo barroco, e geralmente entendemos isso como “contemporâneo de Bach” – mas vejamos: quando João Sebastião nasceu:

  • Rosenmüller tinha morrido há um ano (com 65)
  • Alessandro Scarlatti estava na ativa, com 25 anos
  • Couperin tinha 17
  • Telemann tinha seus 4 aninhos (e sobreviveria JSB por mais 18)

Aldous Huxley chama a atenção, em um ensaio, para que “barroco” não parece significar o mesmo em música e nas demais artes: nestas, “barroco” sugere uma extensão da inventividade renascentista pelos terrenos do tenso, assimétrico, dramático, exagerado; já na música, o trajeto parece ser do irregular para o regular, do inventivo e do emocional para o cada vez mais padronizado e convencional (com o que Bach aparece como uma espécie de canto de cisne da invenção e originalidade no barroco).

Aqui temos em Rosenmüller (faixa 3) uma amostra do barroco seiscentista de sabor tardo-renascentista – e teríamos uma amostra do tardo-barroco mais tediosamente convencional se tivéssemos conservado a peça de Telemann incluída no vinil acima: uma cantata não-religiosa, humanista, sobre o valor da esperança (Die Hoffnung ist mein Leben), quem sabe prefigurando o que Schiller faria pouco mais tarde com o valor da alegria. Nobre intento… só que acabou dando numa das peças barrocas mais chatas que já ouvi!

Felizmente o próprio tio Dietrich se encarregou de salvar a honra de Telemann, gravando o que suspeito ser sua obra prima: a cantata tragicômica sobre a morte de um canário “experimentado em sua arte” por obra de um gato – animal que termina merecendo um movimento para xingar sua glutonice, e mais um para desejar que o canário o arranhe e bique por dentro – ao lado de frases da mais autêntica e compungida ternura dedicadas ao passarinho. Talvez mais uma confirmação de que o convívio com animais humaniza – enquanto o convívio só com ideais mumifica.

De entremeio temos o sempre intenso Couperin cantando as dores de Jerusalém subjugada pelos babilônios lá por 600 a.C. – isso como abertura das cerimônias católicas relativas à… morte de Jesus, nesse estranho sincretismo que é a cultura judaico-cristã.

E temos Alessandro! Alessandro Scarlatti, que, no meu sentir, enquanto os outros saíam do barroco provinciano seiscentista meramente para a convencionalidade dos salões da nobreza, Alessandro dá o passo e não vê só os salões: já vislumbra lá na frente a volta do primado do sentimento no romantismo, bem como a criatividade livre, expressa na imprevisibilidade e na assimetria, a ser reivindicada pelos criadores do século XX.

Eu falaria dias sobre os detalhes do meu xodó nesta seleção, que é a Infirmata, Vulnerata do Alessandro – que alguns querem ver como peça sacra, o que não me convence… – mas vou só mencionar que, quando minha mente está “tocando” Infirmata, Vulnerata, com a maior facilidade ela “desliza de faixa” e prossegue pela Actus Tragicus, composta por Bach aos 22-23 anos – ou seja: quando Alessandro estava nos seus 47-48. Para facilitar o acesso às sutilezas emocionais da obra, incluo abaixo o texto latino com uma tentativa de tradução… e deixo vocês com a música. Vão lá!

(Ah, sim: titio Dietrich & amigos foram de uma geração anterior ao movimento de instrumentos de época e interpretações estilisticamente autênticas – mas não por isso deixam de fazer música da melhor! Em todo caso, se vocês quiserem comparar com uma leitura “de época” da Infirmata, Vulnerata – com contratenor, dois violinos, órgão e tiorba no contínuo – a realização de que mais gostei até agora vocês encontram em https://www.youtube.com/watch?v=7Q1b6YsiROo . – Qual eu prefiro? As duas, claro! Se posso ter duas coisas gostosas, a troco do quê vou colocar hierarquia entre elas?)

INFIRMATA, VULNERATA: O TEXTO
(Tentativa de interpretação nas entrelinhas: Ranulfus)

Infirmata, vulnerata
Enfermada e ferida
puro deficit amore
por puro amor insuficiente
et liquescens gravi ardore
e pelo ardor penoso que se liquefaz,
languet anima beata.
jaz doente a alma abençoada.

O care, o dulcis amor,
Ó caro, ó doce amor,
quomodo mutatus es mihi in crudelem,
de que modo te transmudaste para mim em cruel,
quem numquam agnovisti infidelem!
a mim que nunca pudeste dizer infiel!

Vulnera percute, transfige cor.
Machuca, golpeia, transpassa o coração:
Tormenta pati non timeo.
sofrer as torturas não temo.

Cur, quaeso, crudelis
Por quê, por favor, cruel ...
es factus, es gravis?
... te tornaste, e sombrio?
Sum tibi fidelis,
A ti sou fiel,
sis mihi suavis.
a mim sê suave!

Vicisti, amor, vicisti,
Venceste, amor, venceste,
et cor meum cessit amori.
e meu coração se rende ao amor.

Semper gratus, desiderabilis,
Sempre bem-vindo e desejável,
semper, semper eris in me.
sempre, sempre estarás em mim.
Veni, o care, totus amabilis,
Vem, ó querido, todo amável,
in aeternum diligam te.
serei eternamente ligad@ a ti.
[Da capo] Semper gratus, desiderabilis,
[Da capo] Sempre bem-vindo e desejável,
semper, semper eris in me... In me.
sempre, sempre estarás em mim... Em mim.

FAIXAS

01 Alessandro SCARLATTI (1660-1725)
Infirmata, Vulnerata (Enferma e ferida)
Moteto(?) sobre poema em latim de autor desconhecido
Lançado em vinil em 1963 – 6 movimentos – 13’42

02 François COUPERIN (1668-1733)
Première Leçon de Ténèbres: Pour le Mercredi
(1º Ofício de Trevas: para a Quarta-Feira Santa)
Texto: Vulgata Latina: Lamentações de Jeremias, cap.1
Lançado em vinil em 1963 – 7 movimentos – 16’36

03 Johann ROSENMÜLLER (1619-1684)
Von den himmlischen Freuden (Das alegrias celestiais)
Cantata para barítono e baixo contínuo
Lançado em vinil em 1972 – 4 estrofes – 9’10

04 Georg Philip TELEMANN (1681-1767)
Trauermusik eines kunsterfahrenen Kanarienvogels
(Música fúnebre para um canário virtuose =
“Kanarienkantate” [Cantata do Canário])
Lançado em vinil em 1962 – 9 movimentos – 16’50

MÚSICOS
Voz (barítono): Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)
Flauta transversal: Aurèle Nicolet (faixas 1 e 2)
Oboé: Lothar Koch (faixa 4)
Violino: Helmuth Heller (f. 1, 2 e 4); Koji Toyoda (f. 3)
Viola: Heiz Kirchner (faixa 4)
Cello: Irmgard Popper (f. 1, 2 e 4); Georg Dondere (f. 3)
Contrabaixo: Hans Nowak (faixa 3)
Cravo: Edith Picht-Axenfeld

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Ranulfus – com a colaboração dos leitores
Pedro Goria, Carlos Alberto Penha e João Ferreira

François Couperin (França, 1668 – 1733) – Leçons de ténèbres: Sandrine Piau, Véronique Gens, Les Talens Lyriques, dir. Christophe Rousset

François Couperin
França, 1668 – 1733

Leçons de ténèbres

Les Talens Lyriques
dir. Christophe Rousset

Sandrine Piau & Véronique Gens – sopranos

1997

5 DIAPASON 

Télèrama ffff

Classics Magazine – rated 10

Para aqueles que amam um soprano barroco fluido, etéreo, elegante, com dissonâncias e resoluções cuidadosamente preparadas e um som que é puro e bonito, esta versão é para você. Dois dos melhores sopranos a emergir da França nas últimas décadas, Véronique Gens e Sandrine Piau, juntaram-se ao experiente especialista musical Christophe Rousset e ao conjunto Les Talens Lyriques para cobrir Leçons de Ténèbres de François Couperin (1714) bem como três obras sagradas anteriores notáveis que não são de maneira alguma insolentes. Pensou que os textos dos Leçons descreveriam a destruição do templo de Jerusalém? Os escritos de Couperin, com voz perspicaz e persuasiva, projetam um catolicismo calmo e luxuriante e não enfatizam esse tema trágico,

Piau, com uma voz mais incomum e mais baixa que sua parceira, assume o primeiro Leçon. Gens, cuja versão extraordinária de “Nuits d’ete” de Hector Berlioz ficou na minha memória, leva a parte superior e a segunda Leçons. A conclusão da seção “Jerusalém” deste segundo Leçons, cantada por Gens, tem que ser nos destaques, graciosa e crescente. Ambas as sopranos se juntam para o 3º Leçons onde a capacidade de contraponto de Couperin está totalmente em exibição. Os executores sequenciaram os Leçons como normalmente são feitos, mas essa ordenação é feita para melhorar a coesão do conjunto e não com base em fontes históricas. De fato, vários Leçons de Couperin foram perdidos, então os três Leçons que chegaram até nós formam um fragmento. Isso pode ser ouvido musicalmente, pois a última seção do terceiro Leçons termina de forma inconclusiva, não como uma conclusão estruturada tradicional. Em contraste, a excelente versão dos Leçons no Erato liderada por Laurence Boulay reorganiza os três Leçons sem nenhum efeito negativo. Ouvir o Boulay também ressalta como os artistas deste disco conceberam e executaram seus Leçons como leves e elegantes. O continuo de Boulay é comparativamente ocupado, enquanto o Rousset usa um mínimo de notas, as linhas de soprano ao redor de um acompanhamento de órgão e baixo constante e relativamente simples. Eu também comparei o desempenho com o de William Christie e Les Arts Florissants e descobri que, embora os dois compartilhem uma abordagem semelhante, Gens e Piau injetam muito mais vida e emoção em sua interpretação, tornando-a preferível.

Dois Motets e o Magnificat, datados de estudiosos da década de 1680, representam um estilo barroco médio anterior, relacionado, mas diferente do dos Leçons que preenche o lançamento. Todos os três são lindos e valem a pena. Com uma apresentação de mais de 10 minutos, o Magnificat pode ser minha única faixa favorita aqui, mais viva e um pouco menos serena do que a outra música.

Este disco é exemplar e bonito. Eu suspeito que alguns ouvintes vão amá-lo absolutamente por seu efeito cumulativo arrebatador e exaltado. Ajudado por uma engenharia de som muito boa, é calorosamente recomendado. (ex-Amazon)

Leçons de ténèbres – 1997
Les Talens Lyriques
dir. Christophe Rousset
Sandrine Piau & Véronique Gens – sopranos

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Sandrine Piau

 

 

 

 

 

 

 

Boa audição!

 

 

François Couperin (França, 1668 – 1733): Concerts Royaux – Duas versões, duas visões.

François Couperin

Concert Royaux (pour 2 clavecins)

Laurence Boulay & Françoise Lengellé

1996

 

 

 

François Couperin

Concert Royaux

Robert Claire – flauta transversal
Davitt Moroney – cravo
Jaap ter Linden – viola (baixo)
Janet See – flauta transversal

1985

 

Seleção e texto do nosso amigo Eratosthenes. Convidei-o para fazer o texto dos 2 CDs que me enviara, temendo estar criando uma cobra em casa, pois ele mantém olhares lânguidos na minha doce Sandrine! Mas, enfim, alea jacta est!

..oOo..

Estes dois discos com música de François Couperin, os Concerts Royaux (Concertos Reais), nos oferecem a oportunidade de ouvir música de um período maravilhoso sob duas diferentes perspectivas. É como se olhássemos um colar de pequenas gemas sob diferentes luzes.

Couperin, assim como muitos dos compositores contemporâneos seus, era membro de uma família de músicos – compositores e intérpretes. Além disso, ele fez excelentes conexões com toda a comunidade de músicos de seu tempo, assim como com a aristocracia. Recebeu o apoio de Delalande, correspondeu-se com Bach e ganhou por vinte anos o privilégio de publicar música. É desse período, de 1713 a 1730, as publicações de suas Pieces de Clavecin, quatro coleções de peças para cravo, organizadas em suites, chamadas ordres. Faz parte dessas peças a Les Baricades mystérieuses e outras não menos famosas.

Voltando aos Concerts Royaux – coleção de quatro “concertos”, mas que têm o formato de suites: um prelúdio e uma sequência de danças, tais como allemande, sarabande, courante e assim por diante. O que distingue essa coleção das outras suites é explicado pelo próprio Couperin: “Estas peças são diferentes em natureza daquelas que já publiquei até agora. Elas são adequadas não apenas para o cravo, mas também para o violino, a flauta, o oboé, a viola e o fagote. Eu as compus para os pequenos concertos de câmara nos quais Louis XIV me fez tocar quase todos os domingos do ano. Essas peças eram tocadas pelos senhores Duval, Philidor, Alarius e Dubois. Eu tocava o cravo. Eu as arranjei pelas suas tonalidades e mantive os nomes pelas quais eram conhecidas na corte em 1714 e 1715.”

Essa prática de tocar a mesma música por diferentes instrumentos era comum neste período, como sabemos das sonatas de Handel, por exemplo.

O disco com a interpretação usando vários instrumentos é da tradicionalíssima Harmonia Mundi, ótimo selo para música antiga e barroca. Tem no seu time dois craques: Davitt Moroney ao cravo e Jaap ter Linden numa viola baixo (seja lá o que isso for).  O instrumento melódico é uma flauta, a cargo de Robert Claire, e em alguns movimentos é acompanhada também por uma segunda flauta, agora com a Janet See (de lindos concertos de Vivaldi, na mesma HM).

No outro disco, a música é interpretada por dois cravistas: Laurence Boulay e Françoise Lengellé. O selo Erato é garantia de excelente qualidade. A sonoridade dos cravos, tão singular nos nossos dias, é espandida com o uso dos dois instrumentos – uma festa para nossos ouvidos. Neste particular disco, não deixe de apreciar as três peças finais, que são das outras coleções. Eu gosto de maneira muito especial das duas musétes – de Choisi e de Taverni. Só os nomes dessa peças já desperta a nosssa curiosidade.

Entendo que a postagem já vai um pouco longa, mas queria salientar a elegância dessa música – o gesto musical – se é que você me entende, é fundamental. É música de um outro tempo, que transpira a gentileza, sobriedade, mas também contentamento e maturidade. Se você conseguir captar isso, ficarei feliz. Mas, se a música te levar ainda mais longe, que você experiencie ares de outras eras, então ficarei radiante. Não sei como você ouve música… Espero que não seja do tipo – deixo baixinho no fundo, enquanto leio, ela me acalma… Mas, sobre isso, em outra ocasião, outra postagem, caso haja! Enquanto isso, aumente o volume e deixe que os gestos desta música lhe transporte para outros tempos!

Aqui vai uma palhinha da Les Baricades mistérieuses (Sexième Ordre): 

Concert Royaux (pour 2 clavecins)
Laurence Boulay & Françoise Lengellé
01. Premier concert – Prélude, gravement
02. Premier concert – Allemande, légèrement
03. Premier concert – Sarabande, mesuré
04. Premier concert – Gavotte, notes égales et coulées
05. Premier concert – Gigue, légèrement
06. Premier concert – menuet en trio
07. Deuxième concert – Prélude
08. Deuxième concert – Allemande guguée, gayement
09. Deuxième concert – Air tendre
10. Deuxième concert – Air contrefugué, vivement
11. Deuxième concert – Echos, tendrement
12. Deuxième concert – Prélude, lentement
13. Deuxième concert – Allemande, légèrement
14. Deuxième concert – Corante
15. Deuxième concert – Sarabande, grave
16. Deuxième concert – Gavotte
17. Deuxième concert – Muzette, naïvement
18. Deuxième concert – Chaconne légère
19. Quatrième concert – Prélude, gravement
20. Quatrième concert – Allemande, légèrement
21. Quatrième concert – Courante françoise, galament
22. Quatrième concert – Courante à l’italienne, gayement
23. Quatrième concert – Sarabande, très tendrement
24. Quatrième concert – Rigaudon, légèrement et marqué
25. Quatrième concert – Foriane, rondeau, gayement
26. Neuvième ordre (2ième livre de pièces de clavecin, 1717) – Allemande à 2 clavecins
27. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Choisi à 2 clavecins
28. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Taverni à 2 clavecins
29. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Taverni à 2 clavecins

Concert Royaux (pour 2 clavecins) – 1996
Laurence Boulay & Françoise Lengellé

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..oOo..

Concert Royaux

Robert Claire – flauta transversal
Davitt Moroney – cravo
Jaap ter Linden – viola (baixo)
Janet See – flauta transversal

01. Premier Concert: I. Prélude
02. Premier Concert: II. Allemande
03. Premier Concert: III. Sarabande
04. Premier Concert: IV. Gavotte
05. Premier Concert: V. Gigue
06. Premier Concert: VI. Menuet en trio (2 flûtes)
07. Second Concert: I. Prélude
08. Second Concert: II. Allemande Fuguée
09. Second Concert: III. Air Tendre
10. Second Concert: IV. Air contrefugué
11. Second Concert: V. Echos
12. Troisième Concert: I. Prélude (2 flûtes)
13. Troisième Concert: II. Allemande
14. Troisième Concert: III. Courante
15. Troisième Concert: IV. Sarabande grave (2 flûtes)
16. Troisième Concert: V. Gavotte
17. Troisième Concert: VI. Muzette
18. Troisième Concert: VII. Chaconne Legere
19. Quatrième Concert: I. Prélude
20. Quatrième Concert: II. Allemande
21. Quatrième Concert: III. Courante Françoise
22. Quatrième Concert: IV. Courante à l’italiéne
23. Quatrième Concert: V. Sarabande (2 flûtes)
24. Quatrième Concert: VI. Rigaudon
25. Quatrième Concert: VII. Forlane
 

Concert Royaux (pour 2 clavecins) – 1985
Robert Claire – flauta transversal
Davitt Moroney – cravo
Jaap ter Linden – viola (baixo)
Janet See – flauta transversal

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Segue também um retrato do François, feito enquanto ele pensava em mais uma muséte para o rei.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seleção e texto – Eratosthenes
Lay-out & mouse operator – Avicenna

Boa audição!

 

Quadro Cervantes: Música Medieval, Renascentista & Barroca

Música Medieval, Renascentista & Barroca

Quadro Cervantes: Música Medieval, Renascentista & Barroca

1979

O Conjunto “Quadro Cervantes” possui um verbete na Wikipedia contando muito brevemente sua história.

Trilha extraída da internet e aqui postada, a pedido do Matheus. (Algumas faixas não estão boas.)

Esta postagem é dedicada a Helder Parente, membro do Quadro Cervantes, que mudou para o céu em 2017. Conheça mais sobre Helder Parente neste artigo da revista Concerto.

Vai Helder, tocar, cantar e dançar com os anjos, enquanto aqui choramos a sua perda. (Rosana Lanzelotte)

Quadro Cervantes
Música Medieval, Renascentista & Barroca – 1979

Anônimo séc. XVIII
01. Cuando El Rey Nimrod
Alfonso X, El Sabio (1221-1284)
02. Maravillosos Et Piadosos
03. Des Oge Mais
John Dowland (Inglaterra, 1563 – 1626)
04. Fine Knacks For Ladies
Henry Purcell (Inglaterra, 1659-1695)
05. Music For A While
Georg Philipp Telemann (Alemanha, 1681-1767)
06. Triosonata Em Fá Maior a. Vivace
07. Triosonata Em Fá Maior b. Mesto
08. Triosonata Em Fá Maior c. Allegro
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
09. Schafe Können Sicher Weiden
John Bartlet (Inglaterra, ca. 1580 – ca. 1620)
10. Whither Runneth, My Sweetheart
François Couperin (França, 1668 – 1733)
11. Les Barricades Mystérieuses
Anônimo
12. Corten Espadas Afiladas
13. Mariam Matrem
Jean Hotteterre (França, 1677 – 1720)
14. Les Noces Champétres a. Premiere Marche
15. Les Noces Champétres b. Appel De Rassemblement
16. Les Noces Champétres c. Sarabande
17. Les Noces Champétres d. Air I & II
18. Les Noces Champétres e. Marche Du Retour

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Boa audição.

Avicenna

200 Anos de Música em Versailles – Uma viagem ao coração do Barroco Francês – CD6/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: O Triunfo da Expressão Religiosa na Música Barroca.

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200 Anos de Música em Versailles
Uma viagem ao coração do Barroco Francês

CD6/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: O Triunfo da Expressão Religiosa na Música Barroca.

A expressão religiosa na música barroca triunfou não apenas nos grandes motetos que foram compostos para a Capela Real em Versalhes, mas também nas composições ambiciosas que foram escritas por mestres de capela de toda a França.

O repertório menos grandiloquente do petit motet inclui também alguns trabalhos notavelmente originais e expressivos. Escrito para poucos cantores, continuo e (às vezes) alguns instrumentos, o petit motet era um dos gêneros mais modernos do início do século XVIII. Seus expoentes eram Morin, Bernier, Couperin e, acima de tudo, Charpentier. Este último foi, sem dúvida, o maior compositor de obras sacras na época de Luís XIV. A maior parte de seu trabalho foi executada fora de Versalhes e, não tendo acesso aos recursos musicais disponíveis na corte real, ele redobrou seus esforços para encontrar motivação dramática que não fosse a pompa e um grande número de cantores e instrumentistas.

Em suas configurações de missa e motetos, que exigem uma grande variedade de recursos musicais, as combinações vocais e instrumentais que ele usa são bastante surpreendentes. Os motetos de 6 partes escritos para Mademoiselle de Guise, por exemplo, exigem um pequeno coro, dois instrumentos musicais e o baixo contínuo.

Finalmente, Leçons de Ténèbres de François Couperin estão entre as mais belas que foram compostas na época do Rei Sol.

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200 Anos de Música em Versailles
O Triunfo da Expressão Religiosa na Música Barroca.

François Couperin (France, 1668 – 1733)
01. Troisième Leçon de Ténèbres 1. YOD – Manum suam misit
02. Troisième Leçon de Ténèbres 2. CAPH – Omnis populus
03. Troisième Leçon de Ténèbres 3. LAMED – O vos omnes
04. Troisième Leçon de Ténèbres 4. MEM – De excelso misit
05. Troisième Leçon de Ténèbres 5. NUN – Vigilavit jugum iniquitatum
06. Troisième Leçon de Ténèbres 6. Jerusalem, Jerusalem
Marc-Antonie Charpentier (France, 1643-1704)
07. Litanies de la Vierge (H83) 1. Kyrie eleison
08. Litanies de la Vierge (H83) 2. Speculum justitiae
09. Litanies de la Vierge (H83) 3. Salus infirmorum
10. Litanies de la Vierge (H83) 4. Aguns Dei
11. Miserere (H193) 1. Miserere mei, Deus
12. Miserere (H193) 2. Averte faciem tuam
13. Miserere (H193) 3. Ne projicias me
14. Miserere (H193) 4. Libera me
15. Miserere (H193) 5. Sacrificium Deo
16. Miserere (H193) 6. Benigne fac Domine
17. Miserere (H193) 17. Tunc acceptabis sacrificium

200 Anos de Música em Versailles
CD6/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: O Triunfo da Expressão Religiosa na Música Barroca. – 2007

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Avicenna

200 Anos de Música em Versailles – Uma viagem ao coração do Barroco Francês – CD5/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: Concertos e Sinfonias para o Rei.

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200 Anos de Música em Versailles
Uma viagem ao coração do Barroco Francês

CD5/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: Concertos e Sinfonias para o Rei.

Em 1683, Luís XIV introduziu os “soirées d’appartement” em Versalhes: três noites por semana, jogos e música para o entretenimento dos cortesãos. No Mars Salon, onde as atividades musicais aconteciam, os virtuosos músicos do rei eram ouvidos, incluindo os Couperins, d’Anglebert, Marais, Hotteterre, La Barre e outros. Compostos no final do reinado de Luis XIV, os Concerts royaux de Francois Couperin estão entre as obras mais refinadas e mais pessoais já apresentadas na corte do Rei Sol. Em sua velhice, Luis XIV os ouvia todos os dias para alegrar sua solidão.

Em dias especiais, quando havia celebrações de algum tipo em Versalhes, o protocolo da corte exigia que a orquestra de câmara de Luís XIV, a 24 Violons du Roi, tocasse durante a Ceia do Rei, em uma sala conhecida como Antichambre du Grand Couvert. Ali, durante três quartos de hora (a duração da refeição), a orquestra tocava peças instrumentais, com o Surintendant de la Musique de la Chambre marcando o compasso. Estas Symphonies pour le Souper du Roi eram de fato suítes de dança, com as danças tiradas de óperas que estavam então na moda e organizadas para a ocasião. Mas alguns músicos, incluindo Lalande e Jean-Baptiste Lully (filho), compuseram peças especialmente para esse fim.

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200 Anos de Música em Versailles
Concertos e Sinfonias para o Rei.

François Couperin (France, 1668 -1733)
01. Premier Concert royal  1. Prelude
02. Premier Concert royal  2. Allemande
03. Premier Concert royal  3. Sarabande
04. Premier Concert royal  4. Gavotte
05. Premier Concert royal  5. Gigue
06. Premier Concert royal  6. Menuet
07. Deuxième Concert royal  1. Prelude
08. Deuxième Concert royal  2. Allemande fugue
09. Deuxième Concert royal  3. Air tendre
10. Deuxième Concert royal  4. Air contre-fugue
11. Deuxième Concert royal  5. Echos
Les Folies Françoises, Patrick Coën-Akenine, violon et dir.

Michel Richard de Lalande (France, 1657-1726)
12. Symphonies pour les Soupers du Roi  1. Ouverture
13. Symphonies pour les Soupers du Roi  2. Prelude
14. Symphonies pour les Soupers du Roi  3. Marche des Candiots
15. Symphonies pour les Soupers du Roi  4. Air des Candiots
16. Symphonies pour les Soupers du Roi  5. Air des Combattants
17. Symphonies pour les Soupers du Roi  6. Chaconne
18. Symphonies pour les Soupers du Roi  7. Air d’Ancelade
Jean-Baptiste Lully Fils (França, 1665-1743)
19. Concert donné au souper du Roi 1. Ouverture
20. Concert donné au souper du Roi 2. Sarabande
21. Concert donné au souper du Roi 3. Bourree
22. Concert donné au souper du Roi 4. Quatrième Air en suite
23. Concert donné au souper du Roi 5. Loure
24. Concert donné au souper du Roi 6. Premier et deuxième Rigaudon
25. Concert donné au souper du Roi 7. Grand Air en suite
26. Concert donné au souper du Roi 8. Rondeau en suite
27. Concert donné au souper du Roi 9. Grand Air en fanfare
28. Concert donné au souper du Roi 10. Passacaille
Musica Florea. Marek Štrynel, dir.

200 Anos de Música em Versailles
CD5/20: Os “prazeres” de Versailles durante o reinado de Luis XIV: Concertos e Sinfonias para o Rei. – 2007

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Avicenna

Clérambault / Couperin / Marais / Monteclair / Rameau: Cantates et Petits Macarons

Clérambault / Couperin / Marais / Monteclair / Rameau: Cantates et Petits Macarons

Este disco polonês consiste em uma agradável mistura de cantatas e peças instrumentais francesas que podem ser apreciadas como um concerto. Elas datam das três primeiras décadas do século XVIII, período entre a morte de Lully e a ascensão de Rameau, enorme compositor ainda subestimado. Esta combinação de compositores e a escolha do repertório oferecem um programa muito colorido e divertido. Com Clérambault, Montéclair e Rameau, a Cantata francesa atingiu uma espécie de apogeu, empurrando os limites de sua teatralidade e tornando-se cada vez mais operística. É como se estivéssemos num salão da Paris do século XVIII, numa tranquila tarde de verão, com a porta da sala de estar entreaberta e chegasse até nós um cheiro de perfume acompanhado do riso abafado das cortesãs e de sons de um violino virtuoso. Delícia.

Destaque para a faixa 22, a absurdamente linda e “ostinata” Sonnerie de Sainte Genevieve du Mont de Paris, de Marin Marais.

Cantates et Petits Macarons

1
Le Retour de la Paix: I. Vivement “Dans les maux qu’une afreuse guerre”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:36

2
Le Retour de la Paix: II. Air “Pourquoi de la Parque inflèxible”
De Michel Pignolet de Monteclair
5:21

3
Le Retour de la Paix: III. Legèrement “O ciel! La fureur qui les guide”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:20

4
Le Retour de la Paix: IV. Récitatif “Ah! quelle est mon erreur?”
De Michel Pignolet de Monteclair
0:25

5
Le Retour de la Paix: V. Lent et dètaché “Fille du ciel!”
De Michel Pignolet de Monteclair
3:14

6
Le Retour de la Paix: VI. Leger et doux “Mais quel èclat soudain!”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:15

7
Le Retour de la Paix: VII. Récitatif “Discorde tes èforts”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:32

8
Le Retour de la Paix: VIII. Air de Trompètes et de Musètes “Que les guerrieres trompètes”
De Michel Pignolet de Monteclair
2:05

9
L’Apothéose de Corelli in B Minor: I. Corelli au piéd du Parnasse prie les Muses de le Recevoir parmi elles
De François Couperin
2:06

10
L’Apothéose de Corelli in B Minor: II. Corelli charmé de la bonne réception qu’on lui fait au Parnasse, en marque Sa joye. Il continuë avec ceux qui L’accompagnen
De François Couperin
2:12

11
L’Apothéose de Corelli in B Minor: III. Corelli buvant à la Source D’hypocrêne. Sa Troupe Continuë
De François Couperin
1:55

12
L’Apothéose de Corelli in B Minor: IV. Enthouziasme de Corelli Causé par les eaux D’hypocrêne
De François Couperin
0:59

13
L’Apothéose de Corelli in B Minor: V. Corelli après son enthouziasme S’endort; et sa Troupe jouë le Sommeil suivant
De François Couperin
1:54

14
L’Apothéose de Corelli in B Minor: VI. Les Muses reveillent Corelli, Et le placent auprês d’Apollon
De François Couperin
0:43

15
L’Apothéose de Corelli in B Minor: VII. Remerciment de Corelli
De François Couperin
2:22

16
Le berger fidèle, RCT 24: “Prêt à voir immoler l’objet de sa tendresse” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:42

17
Le berger fidèle, RCT 24: “Diane , appaise ton courroux!” (Air plaintif)
De Jean-Philippe Rameau
4:31

18
Le berger fidèle, RCT 24: “Mais c’est trop me livrer à ma douleur mortelle” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:21

19
Le berger fidèle, RCT 24: “L’amour qui règne dans votre âme” (Air gai)
De Jean-Philippe Rameau
4:03

20
Le berger fidèle, RCT 24: “Cependant à l’autel le Berger se présente” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:58

21
Le berger fidèle, RCT 24: “Air vif et gracieux Charmant Amour, sous ta puissance”
De Jean-Philippe Rameau
4:14

22
Sonnerie de Sainte Genevieve du Mont de Paris
De Marin Marais
7:40

23
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: I. “Fort gravement” (Prelude)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:41

24
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: II. “Mortels, pour contenter vos desirs curieux” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:30

25
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: III. “Au son des trompettes bruiantes” (Air gai)
De Louis-Nicolas Clerambault
4:26

26
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: IV. “Mais quel bruit interrompt ces doux amusements” (Tempeste)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:03

27
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: V. “Non, les Dieux attendris” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:25

28
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VI. “Oyseaux, qui sous ces feüillages” (Air fort tendrement)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:44

29
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VII. “Vos concerts heureux Oyseaux” (Sommeil)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:03

30
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VIII. “Mais quels novueaux accords dont l’horreur est extréme?” (Prelude infernal)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:09

31
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: IX. “Ne craignons rien, un changement heureux” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:27

32
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: X. “Ce n’est qu’une belle chimere” (Air gay et piqué)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:39

Natalia Kawalek, soprano
Il Giardino d’Amore
Stefan Plewniak

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Engordei bastante no ano passado.
Engordei bastante no ano passado.

PQP

Sonata 2ª (Sabará): Antonio Carlos de Magalhães, cravo (Acervo PQPBach)

307ssnqSonata 2ª – Sabará:
Antonio Carlos de Magalhães

Provém de Sabará a primeira informação sobre a presença de cravos e cravistas no Estado de Minas Gerais: em 1739, o músico José Soares tocou cravo na Matriz de Nossa Senhora da Conceição para festejar o dia de Nossa Senhora do Amparo. Não sabemos o que e como ele tocou, e muito menos a reação do público. Infelizmente, a escassez de informações desse tipo nos impede de reconstituir satisfatoriamente a trajetória dos instrumentos de teclado no Brasil Colonial, a fim de podermos avaliar o impacto de um repertório tecladístico na nascente musicalidade brasileira.

Cresce, assim, em importância o desvelamento de uma peça instrumental, única até o momento, de música colonial mineira, encontrada nos arquivos da Sociedade Musical Santa Cecília de Sabará. Trata-se da Sonata 2º para teclado, de autor anônimo, composta pelos seguintes movimentos: a) Allegro, com estrutura muito próxima dos esquemas da forma sonata bitemática, textura típica do classicismo musical do século XVIII; b) Adagio, com estrutura formal do lied instrumental, atendendo aos padrões de andamentos lentos do século XVIII; c) Rondó, com textura típica do estilo rococó cravístico.

A existência desta sonata nos conduz a uma série de exercícios analíticos, pelos quais tentamos, através de associações de ordem estilística, filosófica e sociológica, situá-la no tempo e no espaço. Acreditamos, no entanto, que tais exercícios seriam inúteis se faltasse à obra a oportunidade de ser em si mesma, isto é, realizar- se enquanto experiência musical. Surge, então, a figura do intérprete, que, com a dimensão transcendental de sua subjetividade, nos oferece o ser da obra.

Neste trabalho, o cravista Antonio Carlos de Magalhães cria um espaço possível de realização da Sonata 2ª – “Sabará”-, ao inseri-la em um universo que se caracteriza pela pluralidade de composições, no qual ocorrem relações de alteridade. Esse universo se constitui a partir de uma lógica historiográfica que nos permite supor, para a música colonial brasileira, vínculos com a música praticada por povos que de alguma forma participaram de nossa colonização. Atendendo a esta lógica, Antonio Carlos de Magalhães imagina o contexto sonoro daquele cravista do século XVIII e reúne em um só objeto peças de doze compositores – a saber: Frescobaldi, Cabezon, Sweelink, Couperin, Purcell, Zipolli, Scarlatti, Carlos Seixas, Rameau, Francisco Xavier Baptista, Padre José Maurício e o anônimo sabarense. Resulta disso que o CD Sabará foi concebido em duas dimensões – uma estética, quando ele exercita a ação reflexiva de nossos sentidos, e outra histórica, no momento em que ele presentifica a intuição de um passado.

Ressaltamos o belo jogo de cores a que Antonio Carlos de Magalhães procede ao alternar as sonoridades de dois cravos – o primeiro, um raro exemplar dobrável, que possui sons mais ásperos e rústicos, e o segundo, um Taskin, que produz sons mais aveludados. Esse procedimento revela urna sensibilidade fragmentadora, típica do fazer musical contemporâneo, que tensifica a sensibilidade unificadora característica das músicas do sistema tonal, realçada pelo respeito uniforme às convenções de dinâmica, agógica e ornamentação inerentes aos períodos de composição das peças.

(José Eduardo Costa Silva, extraído do encarte)

Girolamo Frescobaldi (Italy, 1583-1643)
01. Toccatta prima
Antonio de Cabezón (Spain, 1510-1566)
02. Diferencias cavallero
Jan Pieterszoon Sweelinck (Netherlands, 1562-1621)
03. More palatino
François Couperin (France, 1668-1733)
04. Quatrième prélude (L’art du toucher clavecin)
05. La superbe ou la Forqueray (Dixseptième ordre)
Henry Purcell (England, 1659-1695)
06. Ground (z.D221)
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
07. Corrente
Giuseppe Domenico Scarlatti (Italy, 1685-1757)
08. Sonata XXX
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
09. Sonata em Sol m
Jean-Philippe Rameau (France, 1683-1764)
10. Allemande (Pieces de clavecin, avec une table pour les agrémens)
Francisco Xavier Baptista (Portugal, ? – 1797)
11. Sonata IV – 1. Allegro
12. Sonata IV – 2. Allegro
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
13. Fantasia 6ª (Método do pianoforte)
Anônimo (Sabará, MG, final do séc. XVIII)
14. Sonata 2ª (Sabará) – 1. Allegro
15. Sonata 2ª (Sabará) – 2. Adágio
16. Sonata 2ª (Sabará) – 3. Rondó

Sabará – 1999
Antonio Carlos de Magalhães
2jcbrls

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Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

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.Avicenna

Jean-Marie Leclair (1697–1764): Sonatas para Violino

Jean-Marie Leclair (1697–1764): Sonatas para Violino


IM-PER-DÍ-VEL !!!

Jean-Marie Leclair é considerado o fundador da escola de violino francesa. E que fundador! Bem, finalizando nosso improvisado Festival do Barroco Francês — o qual visa (?) demonstrar que antigamente se fazia música de verdade na França — apresentamos um CD absolutamente fantástico com o genial  violinista inglês Simon Standage. Porém, antes leiam a tese de nosso comentarista Haya de La Torre:

Eu acho que o que matou a vida musical francesa foi a inveja. Bem, ao menos a se julgar pela trajetória de Rameau, que parece ter sido vítima, junto com sua música, de todo tipo de difamação e intriga no meio intelectual francês de sua época, que por fim deu pra proclamar que Rameau não poderia escrever música boa visto que só os italianos sabiam fazer isso. Em todo caso, o declínio da produção musical francesa entre o desaparecimento de Rameau e o surgimento de Frank serviu para alimentar o mito de que só a Alemanha era capaz de fazer boa música, e eu desconfio que esse declínio francês e a supremacia alemã tem muito que ver com a situação política desses dois países, que não é nada relativo ao “DNA” cultural deles. Em todo caso, a música francesa com seus altos e baixos deve ser a segunda em importância no continente (ou será a da Rússia?). A Inglaterra, por ex…

Pois eu concordo e defendo a tese do empate entre a Rússia e a França como segundos lugares em termos de países em importância musical no continente. O primeiro, obviamente, é a Alemanha. Os barrocos franceses mais Ravel, Debussy, Franck, Fauré, os operistas, Poulenc, Messiaen, Boulez, etc. ganham em número dos russos, mas o politburo russo é foda de enfrentar, mesmo em minoria.

Mas tergiverso em vez de falar que as esplêndidas composições de Leclair e o incrível som e fraseado alcançados por Standage fazem este CD absolutamente necessário aos apaixonados pelo barroco.

Jean-Marie Leclair (1697–1764): Sonatas para Violino

Sonata for violin & continuo in A major, Op. 9/1
Jean-Marie Leclair
1 Adagio 4:32
2 Allegro assai 3:18
3 Andante. Arpeggio sempre 2:48
4 Minuetto. Allegro moderato 5:43

5 La Superbe, ou La Forqueray, for harpsichord (Pièces de clavecin, III, 17e ordre) 4:40
François Couperin

Sonata for violin & continuo in D major, Op. 9/3
Jean-Marie Leclair
6 Un poco andante 3:43
7 Allegro 3:01
8 Sarabanda. Largo 2:34
9 Tambourin. Presto 3:47

10 La Leclair (from Pièces de viole, Deuxième Divertissement) 3:24
Jean-Baptiste Forqueray

Sonata for violin & continuo in A minor, Op. 9/5
Jean-Marie Leclair
11 Andante 6:11
12 Allegro assai 4:14
13 Adagio 3:21
14 Allegro ma non troppo 2:22

15 La Forqueray, rondeau for harpsichord (from Pièces de Clavicin, Book 3) 6:24
Jacques Duphly

Sonata for violin & continuo in C major, Op. 9/8
Jean-Marie Leclair
16 Andante ma non troppo 3:42
17 Allegro assai 5:25
18 Andante 2:52
19 Tempo di Ciaccona 7:27

Simon Standage, violino
Nicholas Parle, cravo

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Que sofrimento esses concertos, né, Simon?
Graaande disco, Simon!

PQP

François Couperin (1668-1733), Alessandro Poglietti (?-1683), Nicolas de Grigny (1672-1703), Jean-Philippe Rameau (1682-1764) e Henry Purcell (1659-1695): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 10, 11 e 12 de 21)

François Couperin (1668-1733), Alessandro Poglietti (?-1683), Nicolas de Grigny (1672-1703), Jean-Philippe Rameau (1682-1764) e Henry Purcell (1659-1695): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 10, 11 e 12 de 21)


IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda a série aqui, ó.

Comentar alguma coisa? Mas para quê?

François Couperin (1668-1733), Alessandro Poglietti (?-1683), Nicolas de Grigny (1672-1703), Jean-Philippe Rameau (1682-1764) e Henry Purcell (1659-1695): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 10, 11 e 12 de 21)

CD 10: François Couperin
Messe a L’usage Ordinaire Des Paroisses
01. Offertoire Sur Les Grands Jeux

L’Art De Toucher Le Clavecin
02-09. Preludes 1-8

Alessandro Poglietti
10. Ricercar Primi Toni

Nicolas de Grigny
11. Cromorne En Taille A Deux Parties

Jean-Philippe Rameau

Pieces De Clavecin
12. La Triomphante
13. L’Entretien Des Muses
14. Menuet In G Major – Menuet In G Minor
15. Les Tourbillons
16. Sarabande In A Major
17. La Villageoise

Anon.
18. Daphne

Anon. 17th-century
19. Resonet In Laudibus

Gustav Leonhardt, harpsichord / organ

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CD 11: Jean-Philippe Rameau
Pieces De Clavecin En Concerts

Premier Concert
01. I La Coulicam (Kouli Khan)
02. II La Livri
03. III La Vezinet

Deuxieme Concert
04. I La Laborde
05. II La Boucon
06. III L’Agacante
07. IV Menuet I – Menuet II

Troisieme Concert
08. I La La Popliniere (Popliniere)
09. II La Timide
10. III Tambourin – Tambourin En Rondeau

Quatrieme Concert
11. I La Pantomime
12. II L’Indiscrete
13. III La Rameau

Cinquieme Concert
11. I La Forqueray
12. II La Cupis
13. III La Marais

Frans Brueggen, transverse flute
Sigiswald Kuijken, violin – Wieland Kuijken, viola da gamba
Gustav Leonhardt, harpsichord

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CD 12: Henry Purcell
01. Rejoice In The Lord Alway, Z49
02. Blow Up The Trumpet In Sion, Z10
03. O God, Thou Art My God, Z35
04. Chacony In G Minor, Z730
05. O God, Thou Hast Cast Us Out, Z36
06. My Heart Js Inditing, Z30
07. Remember Not, Lord, Our Offences, Z50

James Bowman, countertenor (01-03, 05 & 06)
Nigel Rogers Tenor (01-03, 05 & 06)
Max Van Egmond, bass (01-03, 05 & 06)
The Choir Of King’s College, Cambridge
Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord / organ

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Leonardt: fazendo uma visita aos franceses
Leonhardt: saindo de Bach, fazendo um passeio pela velha Europa

Apoie os bons artistas, compre suas músicas.
Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

PQP

Jordi Savall & Les Concert des Nations: François Couperin, Les Concerts Royaux

289y1ciFrançois Couperin
Les Concerts Royaux

Jordi Savall
Les Concert des Nations

A leveza, a ternura, a elegância e, acima de tudo, a poesia cativante e a musicalidade duradoura das obras de Couperin são tão insinuantes hoje como eram há 300 anos.

Isto é particularmente verdade nesta gravação da AliaVox para o Le Concert des Nations liderado pelo violista baixo Jordi Savall. Um dos mais profundos e mais sutis de todos os músicos atuais, as interpretações de Savall são calorosamente carinhosas, espirituosamente bem humoradas, maravilhosamente musicais, e profundamente poéticas.

Savall e seus músicos executam 4 suites de Couperin com uma simpatia que passa para a empatia e uma compreensão de que se torna identificação. Como nos melhores conjuntos de jazz, nunca se sente uma distinção entre a música e músico, mas sim a unidade completa de ambos. Pode-se apontar felicidades infinitas – a expressividade das frases, o fraseado de linhas, as nuances de harmonias, a graciosidade de ritmos – mas é a unanimidade poética da interpretação que é mais impressionante.

Embora tenha havido gravações superlativas de Le Concert des Nations no passado, esta gravação será certamente o ponto de referência para os próximos anos.
(traduzido e adaptado da internet)

François Couperin (France, 1668 – 1733)
01. Premièr Concert: Prélude – Gravement
02. Premièr Concert: Allemande – Légèrement
03. Premièr Concert: Sarabande – Mesuré
04. Premièr Concert: Gavotte – Notes Égales et Coulées
05. Premièr Concert: Gigue – Légèrement
06. Premièr Concert: Menuet En Trio
07. Second Concert: Prélude – Gracieusement
08. Second Concert: Allemande Fuguée – Gayement
09. Second Concert: Air Tendre
10. Second Concert: Air Contre Fugué – Vivement
11. Second Concert: Echos – Tendrement
12. Troisième Concert: Prélude – Lentement
13. Troisième Concert: Allemande – Légèrement
14. Troisième Concert: Courante
15. Troisième Concert: Sarabande – Grave
16. Troisième Concert: Gavotte
17. Troisième Concert: Muzette – Naïvement
18. Troisième Concert: Chaconne Légère
19. Quatrième Concert: Prélude – Gravement
20. Quatrième Concert: Allemande – Légèrement
21. Quatrième Concert: Courante Françoise
22. Quatrième Concert: Courante À L’Italiene
23. Quatrième Concert: Sarabande – Très Tendremen
24. Quatrième Concert: Rigaudon – Légèrement Et Marqué
25. Quatrième Concert: Forlane. Rondeau – Gayement

Les Concerts Royaux – 2004
Jordi Savall
Les Concert des Nations

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Boa audição.

Screen-Shot-2015-09-02-at-12.39.56

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 1 de 29

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 1 de 29

Bem, quando a Harmonia Mundi completou 50 anos e editou uma caixinha de 30 CDs (o último é um “.pdf” com as letras das obras e outros detalhes) com 50 obras-primas mostrando o melhor que a HM produziu em todos esses anos. Há de tudo, desde óperas ou a Paixão Segundo São Mateus até obras menores, há desde obras do barroco até modernas, há desde nomes consagrados até absolutas surpresas como este primeiro CD, que nunca imaginaria, mas que – puxa! – é sensacional. Nos próximos dias, meses ou anos, vou postando um a um destes enormes CDs. Serão mais ou menos 35 horas de esplêndida música. Tenham paciência e não me encham o saco. Sou lento e divagativo, mas, de forma tortuosa, vou até o fim. O Organista Doido é que vai adorar: os dois primeiros CDs são de obras para órgão.

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration

CD 1/29

François Couperin – Messe à l’usage des Paroisses – 43’27

1 Kyrie
2 Gloria
3 Offertoire
4 Sanctus
5 Beneditus
6 Agnus
7 Deo Gratias

Michel Chapuis, organ

Concert a l’organ de Cavarrubias

8 Medio registro de mano derecha – Andres de Sola 2’59
9 Pange lingua a tres voces – Sebastian Aguilera de Heredia 1’36
10 Salve de lleno – Sebastian Aguilera de Heredia 1’18
11 Tiento de falsas de quarto tono – Sebastian Aguilera de Heredia 3’13
12 Tiento lleno de primer tono – Sebastian Aguilera de Heredia 3’14
13 Gaitilla de mano izquierda – Sebastián Durón 3’07
14 Tiento sobre la letania de la Virgen – Pablo Bruna 5’57
15 Corrente Italiana – Juan Bautista José Cabanilles 3’27

Francis Chapelet, organ

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Um Couperin gordinho.
Um Couperin gordinho.

PQP

François Couperin (1668-1733): Obras para Cravo

François Couperin (1668-1733): Obras para Cravo

AvdWiele Nonesuch H71037 1IM-PER-DÍ-VEL !!!

Que disco foda! É mais um velho vinil garimpado e digitalizado pelo genial blog holandês 33 toeren klassiek, o que me faz amar ainda mais a Holanda. A cravista belga Aimée Van De Wiele (1907-1991) realizou, em 1965, uma leitura muito bonita e moderna da música de Couperin. Suas interpretações do grande francês — que já era um revolucionário por si só — são multifacetadas e cheias de humor. Muitas das obras para teclado de François Couperin têm títulos descritivos e evocativos que expressam diferentes atmosferas, de harmonias ousadas e algumas atonalidades. São como miniaturas de poemas sinfônicos. Este aspecto chamou a atenção de Richard Strauss, que chegou a orquestrar algumas dessas peças. A música para piano de Johannes Brahms foi influenciada pela música para teclado de Couperin. Brahms interpretou-a publicamente e contribuiu, em 1880, para a primeira edição completa das Pièces de clavecin.

François Couperin (1668-1733): Obras para Cravo

1 Prelude (L’Art De Toucher Le Clavecin, #7) 2:45
2 Les Fastes De La Grande Et Ancienne Menestrandise (II / 11) 9:37
3 L’Attendrissante (III / 18) 2:37
4 Le Tic-Toc-Choc, Ou Les Maillotins (III / 18) 2:10
5 La Favorite (I / 3) 6:40
6 Le Carillon De Cythere (III / 14) 2:25
7 Les Barricades Mysterieuses (II / 6) 2:58
8 Les Ombres Errantes (IV / 25) 2:26
9 Les Calotins Et Les Calotines Ou La Piece Á Tretous (III / 19) 3:05
10 Le Rossingnol En Amour (III / 14) 3:57
11 L’Arlequine (IV / 23) 1:51
12 La Garnier (I / 2) 3:54
13 Les Folies Francaises Ou Les Dominos (III / 13) 9:15

Aimée Van De Wiele, cravo

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Um dos vídeos mais lindos que conheço:

AvdWiele Nonesuch H71037 txt

PQP