Sergiu Celibidache defeca sobre Herbert von Karajan

Uma entrevista de 1979 com Sergiu Celibidache, o mítico regente de Munique que, perguntado sobre alguns de seus colegas, disparou contra Karajan.

“Herbert von Karajan”, disse, “é o caso mais trágico de decadência dentre todos os maestros. Quando jovem, tinha potencial, mas depois sucumbiu a uma vaidade sem limites e chegou a uma completa incompreensão da música. Tornou-se um péssimo músico, na verdade tornou-se um não-musical”.

Perguntado por que o público adorava Karajan, Celi respondeu: eles adoram Coca-cola também.

Eu acho que as gravações falam por si. A maioria é mesmo uma merda.

Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) – Concerto for violin and Orchestra in E minor, op. 64, Antonin Dvorák (1841-1904) – Concerto for Violin and Orchestra in A minor, op. 53 – Stern, Ormandy, PO

JFrontá comentei em postagem anterior deste mesmo concerto de Mendelssohn que este foi o primeiro concerto para violino ao vivo que ouvi na minha vida . Teatro Guaira de Curitiba, segunda metade da década de 1970. Eu estava no início de minha adolescência, e fiquei encantado com tudo: música, os trejeitos do solista, o movimento dos braços do maestro, enfim, não foi a primeira vez em que fui a uma apresentação de uma orquestra, mas com certeza foi a primeira vez que me encantei com todo aquele espetáculo.
O Concerto de Mendelssohn com certeza é uma dos melhores já compostos para o instrumento, e com certeza um dos mais gravados e interpretados nas salas de espetáculo do mundo inteiro. Então porque trazer outra gravação, se aqui mesmo no PQPBach devem existir ainda umas três ou quatro de excelente qualidade ainda disponíveis? A resposta é bem simples: exatamente por se tratar do concerto para violino de Mendelssohn, aquele mesmo que todos conhecem, que sabem assobiar a alegre melodia do allegretto final, aquele que nos emociona como poucas outras obras são capazes de nos emocionar. E o solista aqui é Isaac Stern, um dos grandes nomes do instrumento do século XX. E a Orquestra é a de Philadelphia no seu apogeu, nas mãos de Eugene Ormandy. Tudo aqui funciona às maravilhas, solista, orquestra, todos juntos num dos grandes momentos da carreira destes excepcionais músicos.
Para completar o cd, Stern, Ormandy e a Orchestra of Philadelphia encaram outro petardo, o Concerto para Violino de Dvorák. É para não sobrar pedra sobre pedra.

01 – Violin Concerto in E minor, Op. 64- Allegro molto appassionato
02 – Violin Concerto in E minor, Op. 64- Andante
03 – Violin Concerto in E minor, Op. 64- Allegro non troppo – Allegro molto vivace
04 – Violin Concerto in A minor, B. 96-B. 108 (Op. 53)- Allegro ma non troppo
05 – Violin Concerto in A minor, B. 96-B. 108 (Op. 53)- Adagio ma non troppo
06 – Violin Concerto in A minor, B. 96-B. 108 (Op. 53)- Finale, Allegro giocoso, ma non troppo
07 – Romance for violin & orchestra in F minor (arr. from Andante of Str Qrt No. 5)

Isaac Stern – Violin
Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

stern1
Isaac Stern – Um grande violinista com certeza

Museu da Música de Mariana no Facebook

Mensagem do Prof. Paulo Castagna:

O Museu da Música de Mariana inaugurou, na última Páscoa, um serviço informativo diário em sua página do Facebook: veja aqui.

Nesse serviço apresentaremos áudios, vídeos, imagens e informações musicológicas interessantes relacionadas ao acervo e à história do Museu da Música. Para visualizar os posts diários basta entrar na página e curtir.

Com esse serviço pretendemos estimular o interesse pela musicologia histórica e pelo Museu da Música. Seria possível dar uma nota a respeito no PQP? Quanto mais curtidas maior o número de pessoas que será alcançada pelos posts. Pretendemos chegar à marca de 10 mil curtidas até julho.

Abraço!

Paulo Castagna
[email protected]
http://paulocastagna.com/

Avicenna

Teodorico Pedrini (1671-1746), Joseph-Marie Amiot (1718-1793) – Concerto barroco na Cidade Proibida [link atualizado 2017]

Mais um que é IM-PER-DÍ-VEL !!!

Tem na Amazon: aqui.

Continuando na minha saga e meu afã de conhecer mais e divulgar a música ocidental feita no oriente, apresento-vos este belíssimo Concerto Barroco na Cidade Proibida, uma obra que o próprio encarte afirma ser de (entre aspas, mesmo) “barroco chinês”. na verdade, o termo é bastante apropriado para classificar o que seria a música composta por religiosos ocidentais, com um sistema musical e ritos europeus, realizada na distante China no período que, para a Europa e Latino-América, consideramos como barroco. Falar de um barroco na China (sem as aspas) seria forçação de barra, pois toda a arte deles não se alinha com a nossa e seus padrões estéticos são bem diversos dos que estamos acostumados.

Este CD mostra muito bem a  diferença e a beleza da junção entre as culturas de cá e de acolá, alternando os Divertimentos Chineses, do padre jesuíta francês Joseph-Marie Amiot (1718-1793), e as Sonatas para Instrumento, do frei vicentino italiano Teodorico Pedrini (1671-1746), missionários contemporâneos que provavelmente se conheceram.

Essa alternância é proposital, para mostrar a diferença entre as peças de Pedrini, compositor que nunca conseguiu se desvencilhar dos padrões e sonoridades de sua terra nas obras executadas na China; e as de Amiot que, ao contrário de seu colega, mergulhou de cabeça na cultura chinesa (chegando a ser membro da Academia de Ciências Chinesa, tradutor do imperador e escrevendo dicionários e uma obra de 15 volumes sobre a história, ciência e arte chinesas), compondo peças que apresentam uma mescla da música que aprendeu com a que incorporou no oriente.

O jesuíta francês soube muito bem criar algo novo e rico aos nossos ouvidos. De forma contrária a ele, a música sem grande novidade formal do colega italiano surpreende, não pela novidade (pois quase não há), mas pela beleza, mesmo. Pedrini é um baita melodista! Como suas sonatas são lindas! Por isso mesmo seu nome deva aparecer sozinho na capa do álbum. Ainda mais: as obras são executadas pelos preciosistas do XVIII-021 Musique des Lumières, grupo que não erra nas execuções, mestres do bem-executado, de um capricho inestimável.

Um verdadeira pérola do oriente! Ouça! Ouça! Deleite-se!

Amostra: A primeira sonata de Pedrini:
http://youtu.be/JmJd2mYw-Mg

Concert Baroque à la Citè Interdite
Concerto barroco na Cidade Proibida

Joseph-Marie Amiot (1718-1793)
01. Primeiro Divertimento chinês
Teodorico Pedrini (1671-1746)
Sonata No. 1 para violino e baixo continuo em Lá maior
02. I. Adagio
03. II. Allegro
04. III. Largo
05. IV. Adagio
06. V. Allegro
Joseph-Marie Amiot (1718-1793)
07. Primeiro Divertimento chinês
Teodorico Pedrini (1671-1746)
Sonata No. 7 para flauta e baixo continuo em Si bemol maior
08. I. Grave
09. II. Vivace
10. III. Adagio
11. IV. Baleto allegro
12. V. Allegro
Joseph-Marie Amiot (1718-1793)
13. Terceiro Divertimento chinês
Teodorico Pedrini (1671-1746)
Sonata No. 4 para violoncelo e baixo continuo em Sol menor
14. I. Grave
15. II. Cantabile
16. II. Allegro
17. IV. Grave e arcate lunghe
18. V. Allegro
Joseph-Marie Amiot (1718-1793)
19. 19. Segundo Divertimento chinês.
Teodorico Pedrini (1671-1746)
Sonata No. 10 para violino e baixo continuo em Dó menor
20. I. Prelúdio
21. II. Corrente Andante
22. III. Grave
23. IV. Sarabanda Vivace
24. V. Minuetto Allegro
25. VI. Adagio
26. VII. Giga Allegro
Joseph-Marie Amiot (1718-1793)
27. 27. Terceiro divertimento chinês.
Teodorico Pedrini (1671-1746)
Sonata No. 5 para flauta e baixo continuo em Sol maior
28. I. Largo
29. II. Allegro
30. III. Vivace
31. IV. Allegro
32. V. Adagio
33. VI. Allegro

Martine Chappuis, cravo
Claire Antonini, teorba
Patrik Bismuth, violino
Hagger Hanana, violoncelo
Jean-Christophe Frisch, flauta transversa e regência
XVIII-21 Musique des Lumières

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 113Mb

Sabe aquela coisa de fazer um comentário? Eu ainda gosto. Pode comentar, pessoal!

Teodorico Pedrini e Jean-Marie Amiot, já adaptados e aculturados à China.

Bisnaga

Vésperas à Virgem Maria na China [link atualizado 2017]

ES-PE-TA-CU-LAR !!!
(Mesmo! Não tô brincando!)

Tem na Amazon: aqui.

Álbum apresentado a este postulante que vos fala pelo fino gosto de Camilo Di Giorgi, inspirado pelos ventos do oriente (como diria o Avicenna): 前夕把中國人,管!
.

Feliz Páscoa!

Minha mãe sempre me disse: “oriente-se, rapaz!“. Bom, ela não pode reclamar, pois essa semana estou indo cada vez mais fundo no Oriente (o termo orientar remonta, dizem, à época das cruzadas, quando os olhos da Europa se voltavam novamente para Jerusalém. Orientar-se era voltar-se para a Terra Santa, para Cristo, e dar um sentido à sua vida). Assim, depois de passar pela Rússia, agora cheguei à China!

A história do catolicismo na China é bastante longa: já havia missionários católicos naquele imenso país no século XIII. Expulsos no início da dinastia Ming (1368-1644), eles retornaram nos fins do século XVI.Se estabeleceram em Macau, foram avançando no território e em poucos anos chegaram a Pequim. Ali tiveram como líder o jesuíta Matteo Ricci, que construiu a primeira capela naquela cidade no ano de 1605. Essa capela foi reconstruída e ampliada várias vezes e foi o embrião da atual Catedral Metropolitana de Pequim, a Igreja da Imaculada Conceição. Assim, os católicos têm uma presença ininterrupta de mais de 400 anos na capital do país mais populoso do mundo. Hoje, os eles são 15 milhões na China, ou seja, 1,15% da população do país.

<– Matteo Ricci (esq.) e Xu Guangqi (direita)

O que é mais interessante é que os missionários que se estabeleceram na China não encontraram uma cultura tecnologicamente menos desenvolvida, ou sociedades tribais, como aqui nas Américas ou na África: eles chegaram a um país muito bem estabelecido, com sistemas de governo e uma sociedade de tradições milenares, e com algumas técnicas e soluções mais arrojadas que o ocidente. A postura ante os chineses não poderia ser a de impor a cultura europeia, como foi feito aqui no Brasil, mas sim a de aceitar a complexa (e fantástica) cultura chinesa e adaptar-se a ela. Reparem que as imagens dos jesuítas chineses (como a de Matteo Ricci, acima) os apresentam com vestimentas orientais, aculturados. Além de tudo, os católicos que foram à China também encontraram uma gama imensa de instrumentos diferentes que a população tocava, além de um sistema musical próprio, estabelecido há milênios, diferente do que conheciam. Desse mesmo modo, a música sacra composta em terras orientais escaparia um tanto dos padrões europeus e acabaria se mesclando mais às formas chinesas.

É o que veremos nessas Véspera à Virgem Maria na China. Em alguns momentos soarão apenas os instrumentos de lá, com muitos pratos e pesada percussão, com aquele som estrondoso que parece mesmo a Ópera de Pequim (que deixa o pessoal da primeira fila meio surdo). Em outros, a música parecerá a nós, ocidentais, muito mais familiar, com um cadências muito mais italianizadas.

É bom que vocês percebam que essas Vésperas não são uma obra fechada, de um mesmo autor, mas uma compilação de obras de vários autores e de épocas diferentes, uma reunião de obras dentro de uma formação litúrgica para formar um todo coerente, montado a partir de vários fragmentos musicais e informações dispersas sobre a música católica chinesa.

Estes elementos díspares tornam possível para nós, se estamos preparados para nos aventurarmos em algumas hipóteses, reconstruir um serviço de Vésperas Marianas, ou para ser mais exato o “Pequeno Ofício da Santíssima Virgem” – Shengmu xiao rike em chinês – como descrito pelo Padre Buglio em 1676: uma quantidade considerável de música mariana em italiano e chinês, música de vésperas que não possuem o texto estritamente litúrgico, e alguns fragmentos da própria liturgia. Esta liturgia pode não ter sido destinada a toda a comunidade dos neófitos, para certos mistérios do Cristianismo (como a Imaculada Conceição e a Santíssima Trindade) foram muito suspeito aos olhos das autoridades chinesas a serem revelados a todos. A restauração “paralitúrgica” para os espectadores foi provavelmente dispensada fora da igreja.
A organização dos componentes musicais disponíveis tem seu lado arbitrário, mas é a única forma plausível para apresentar essas curiosidades da história da música: o Magnificat ou um madrigal de Francesco Anerio com um texto em chinês, a música original chinês composta pelo convertido Wu Yushan, conhecido como Wu Li, ou das “oito canções com acompanhamento de instrumentos ocidentais” escritas por Matteo Ricci, conhecido por ter sido o primeiro jesuíta a chegar na China (extraído e traduzido do encarte).

E ora, se as primeiras vésperas conhecidas, as de Monteverdi (aqui), foram uma compilação de peças compostas anteriormente por ele, porque a turma do XVIII-21 Musique des Lumières não poderia fazer o mesmo? Ainda, esse pessoal, comandado pelo Jean-Christophe Frisch, tem um toque de Midas: eles fazem uma leitura muito cuidadosa das obras que se propõem a executar (basta ver o esplendoroso Negro Spirituals au Brésil Baroque, já postado pelo Avicenna aqui) e tudo que fazem é muito bom! Só ouvindo pra entender.

Bom, em suma: é de cair o queixo! Ouça! Ouça! Deleite-se!

Palhinha: Ouça a última faixa, o fantástico Magnificat:

https://www.youtube.com/watch?v=U69TE5XEg4w

Vêpres à La Vierge en Chine
Véspera à Virgem Maria na China

Anônimo
01. La feuille de Saule
Joseph Marie Amiot (1719-1793)
02. Shengmu jing (Ave Maria)
Giovanni Francesco Anerio (1567-1630)
03. Alla Miracolosa Madonna
Matteo Ricci (1552-1610), Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
04. Le berger sur la colline
Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
05. Ardente desiderio di morir
06. Qual Ape al favo
Wu Li (1632-1718)
07. Louanges a la Sainte Mère
Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
08. Mentre piü coce
Wu Li (1632-1718)
09. Le demon de l’orgueil
Anônimo
10. La feuille de Saule
Matteo Ricci (1552-1610), Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
11. Equilibre interieur
Joseph Marie Amiot (1719-1793)
13. Sandixima (Priere à la Vierge)
Athanasius Kircher (1601c-1680), Lodovico Buglio (1606–1682)
14. Ave maris stella
Joseph Marie Amiot (1719-1793) / tradicional
15. L’aloes et le santal brülent / Salve Regina
Giovanni Francesco Anerio (1567-1630), Lodovico Buglio (1606–1682)
16. Magnificat

Shi Kelong, canto, declamação
Christophe Laporte, contralto, gongo daluo
Benoît Porcherot, tenor
Howard Shelton, tenor
Ronan Nedelec, barítono, címbalo xiaocha
Cyrille Gerstenhaber, soprano
Choeur du Beitang (Pequim)
XVIII-21 Musique des Lumières
Jean-Christophe Frisch, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 113Mb

EU POSTO UMA PÉROLA DESSAS E VOCÊ NÃO VAI NEM DAR UMA PALAVRINHA? COMENTA, VAI…

Coisa fofa Nossa Senhora e o Jesuzinho chineses!

Bisnaga

Johannes Brahms (1833-1897) – Violin Concerto in D major, Op.77, Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – Oistrakh, Rostropovich, Kondrashin, MPO

Oistrakh_Rostropovich_bbcl41972Esses registros ao vivo dos concertos para violino e do concerto duplo de Brahms foram gravados no Royal Albert Hall, em 1963, do op. 77, e em 1965, do op. 102 e provavelmente foram transmitidos pelas ondas da Radio 3 da BBC. O trio principal, o violinista David Oistrakh, o violoncelista Mstislav Rostropovich e o maestro Kiryll Kondrashin, dispensa apresentações. São três gigantes do século XX, que deixaram sua marca bem registrada nos estúdios de gravação e palcos do mundo inteiro. É interessante, para não dizer que é ainda mais prazeroso ouvi-los assim, ao vivo, sem retoques. Oistrakh dominou como poucos este concerto, e na minha opinião, e a de muita gente, é o grande intérprete deste concerto no século XX. Como amigos que eram, era comum estes três realizarem excursões juntos com a Filarmônica de Moscou, sob os auspícios do próprio governo soviético, como tentativa de demonstrar a qualidade e superioridade de seus músicos (e precisava?). Curioso seria saber que acordos foram feitos para Kondrashin poder tocar o Hino da URSS em pleno Royal Albert Hall, em plena Guerra Fria.
Como todas os registros ao vivo, é comum ouvirmos tosses no meio da gravação, entre outros ruídos, ranger de cadeiras, etc. Mas tudo bem. Dá mais verossimilhança ao registro. E convenhamos, Oistrakh, Rostropovich, Kondrashin e Filarmônica de Moscou tocando Brahms ao vivo em pleno Royal Albert Hall? Quem vai reparar em ruídos, tosses ou ranger de cadeiras?
Deleitem-se, mortais.

01 – National Anthem of the USSR
02 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – I. Allegro non troppo
03 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – II. Adagio
04 – Brahms – Violin Concerto in D major, Op.77 – III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
05 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – I. Allegro
06 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – II. Andante
07 – Brahms – Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 – III. Vivace non troppo

David Oistrakh – Violin
Mstislav Rostropovich – Cello
Moscow Philharmonic Orchestra
Kiryll Kondrashin – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

David Oistrakh e Mstislav Rostropovich
David Oistrakh e Mstislav Rostropovich

 

Pyotr Goncharov (1888-1970), Alexei Lvov (1798-1970), Pavel Chesnokov (1877-1944), Alexander Grechaninov (1864-1956), Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) e Dimitry Bortnyansky (1751-1825) – Baixo Profundo da Velha Rússia [link atualizado 2017]

SHOW DE BOLA !!!

Tem na Amazon: aqui.

Pessoal, se vocês gostaram dos graves emanados do Panitchida do Chesnokov (aqui), entrarão em verdadeiro êxtase com as notas de baixíssima frequência desse coro russo! Os solistas parecem verdadeiros apitos de navio (póóóóóóóóó)!

Não é porque falo nesse tom jocoso, caros ouvintes, que isso desmereça esse conjunto de canções. Há vários trechos que são de arrepiar, de tremer as colunas das igrejas ortodoxas!

Fenomenal! Ouça! Ouça! Deleite-se!

Palhinha: Ouça a segunda faixa, We bow down before Your Cross:

Basso Profondo fron Old Russia

Anônimo séc. XVIII
01. Verily, He is worthy
Pyotr Goncharov (1888-1970)
02. We bow down before Your Cross
Alexei Fydorovich Lvov (1798-1970)
03. Standing by the Cross
Anônimo séc. XV
04. We Hymn Thee
Pavel Chesnokov (1877-1944)
05. Blessed is the man, Op. 37/2
06. Do not cast me off in the time of old age (Ne otverzhi mene vo vremya starosti)
Alexander Tikhonovich Grechaninov (1864-1956)
07. Liturgia Domestica for soloists, chorus & orchestra, Op. 79: The litany of supplication
Grigory Smirnov (arr.)
08. Anathema
Anônimo de Kiev
09. Ethernal Memory
10. (*deu pau: perdemos a faixa 10*)
Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893)
11. Song Of Penitence For Russia
Alexander Tikhonovich Grechaninov (1864-1956)
12. Lord of my days
Alexei Fydorovich Lvov (1798-1970)
13. God save the Tsar
Dimitry Stepanovich Bortnyansky (1751-1825)
14. Great and Glorious Is the God of Zion (Kol’ slaven nash)
Anônimo, texto de Nikolai Alekseevich Nekrasov (1821-1878)
15. The Twelve Brigands (Dvenadsat’ razboynikov)
Anônimo, texto de Alexander Pushkin (1799-1837)
16. Oleg the wise

Viktor Kroutchenkov (faixas 6 e 16)
Boris Tchepikov (faixas 6, 7, 15 e 16)
Yuri Wishniakov (faixas 1, 6 e 16)
Protodiácono Andrey Papkov (faixas 8, 9 e 10)
The Ortodox singers
Grigory Smirnov, regente
Rússia, 2004

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – 113Mb

Sabe aquela coisa de fazer um comentário? Eu ainda gosto. Pode comentar, pessoal!

Puuutz! Fui deixar a barbona como os russos fazem, acabei ficando a cara do Brahms!

Bisnaga

Capiba (1904-1997) – Grande Missa Armorial, Suíte sem lei nem rei [Acervo PQPBach] [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Postado originalmente em 28 de agosto de 2009 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

Nada melhor que começar o Domingo de Ramos com uma baita obra religiosa!

Aproveitando a vibe de missas de viés etnográfico, contribuo com esta aqui, que pode não ser tão importante quanto à Kewere de Marlui Miranda (aqui) ou a Crioula de Ariel Ramirez (aqui,com Mercedes Sosa, ou aqui, com José Carreras), mas que se destaca entre as obras sacras brasileiras por quebrar de modo respeitoso o excesso de sobriedade que às vezes irrefletidamente cerca a música litúrgica, mostrando que o serviço (a missa) pode ser uma celebração de júbilo do início ao fim e se aproximar das manifestações da cultura de seus fiéis.

Digo isso porque a missa de Capiba é, exceto pelo terno Benedictus, toda calcada em ritmos de forró (xote, xaxado e baião), como prescreviam as diretrizes da estética armorial, embora o texto usado seja em latim – pois os compositores armoriais não simpatizaram muito naquela época com o Concílio Vaticano II.

No final do ano passado postei a Grande missa nordestina, de Clóvis Pereira (aqui), num CD duplo do festival Virtuosi (vide categoria Música armorial). Enquanto a missa de Clóvis é sinfônica (requer uma orquestra mozartiana), esta de Capiba, de 1982, é camerística e quase usa a formação-tipo da Orquestra Armorial: cordas, duo de flautas, percussão pé-de-serra (zabumba, caixa e triângulo) – faltou somente o cravo.

Completa o CD a suíte Sem lei nem rei, de 1970, inspirada num romance armorial de Maximiniano Campos, pai do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Convém esclarecer que a Orquestra Armorial neste álbum – gravado em 1994, para celebrar os 90 anos de Capiba (que apesar de ser um notório compositor de frevos escreveu lá suas peças eruditas) – é um revival daquela que surgiu e atuou na década de 70, ainda que regida pelo mesmo Cussy de Almeida.

O coral, os solistas e a orquestra podem estar longe do ideal, mas bem sabemos que as grandes obras de arte passam por cima dos desvios acidentais. Espero que apreciem.

De minha parte – Bisnaga: Ouçam! Ouçam! Deleitem-se, que é uma obra e tanto!

Capiba (Lourenço da Fonsêca Barbosa, 1904-1997)
Capiba 90 anos

01. Grande Missa Armorial, I. Kyrie
02. Grande Missa Armorial, II. Gloria
03. Grande Missa Armorial, III. Credo
04. Grande Missa Armorial, IV. Credo: Et Incarnatus est
05. Grande Missa Armorial, V. Credo: Et ressurexit
06. Grande Missa Armorial, VI. Credo: Et in Spiritum Sanctum
07. Grande Missa Armorial, VII. Sanctus
08. Grande Missa Armorial, VI. Benedictus
09. Grande Missa Armorial, VII. Agnus Dei
10. Suíte Sem lei nem rei, I. Chamada (Moderato)
11. Suíte Sem lei nem rei, II. Aboio (Largo)
12. Suíte Sem lei nem rei, III. Galope esporeado (Allegro)

Julie Cássia, soprano
Alexandre Borba, tenor
Eduardo Xavier, barítono
Coro e Orquestra Armorial
Henrique Lins, regente do coro
Cussy de Almeida, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE:

FLAC (168Mb)
MP3 (66 MB)

Partituras e outros que tais? Clique aqui

POR FAVOR… NÃO ESQUEÇA DE ESCREVER UMAS LETRINHAS. Não se esqueça de mim…

Capiba feliz: “essa Missa Armorial ficou fuderosa!”

CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Marie-Juliette Olga Lili Boulanger (1893-1918) – Psaums 24, 129, Vieille Prière bouddhique, “Du fond de l´abime (Psaum 130), Igor Stravinsky (1882-1971) – Symphony of Psalms – Gardiner, Bruce-Payne, Podger, Monteverdi Choir, LSO

frontDia destes nosso colega Carlinus postou este mesmo cd lá em seu blog. Na verdade, eu já tinha um desejo antigo de postar esse cd aqui no PQP, principalmente por causa dessa Sinfonia dos Salmos de Stravinsky, e então pensei, porque postá-lo, por que não postá-lo? Ei-lo aqui, então, senhores.
Lili Boulanger viveu pouco, porém intensamente, e era a irmã mais nova de Nadia Boulanger, também compositora e professora de composição. Morreu com apenas 24 anos de idade, porém mesmo assim influenciou diversos compositores que vieram a se destacar no século XX, como Arthur Honneger.
O genial Igor compôs essa sua Sinfonia dos Salmos em 1930, por encomenda, para as comemorações dos cinquenta anos da Sinfônica de Boston, na época dirigida por seu editor, o grande maestro russo Serge Koussevitzky.
John Eliot Gardiner dirige com maestria, como sempre, a Sinfônica de Londres e o Monteverdi Choir. Espero que apreciem. Eu particularmente, gostei muito desse cd.

01. Lili Boulanger Psaume 24
02. Lili Boulanger Psaume 129
03. Lili Boulanger Vieille Prière bouddhique
04. Lili Boulanger ‘Du fond de l’abime’ (Psaume 130)
05. Stravinsky Symphonie de Psaumes – I. Exaudi orationem meam, Domine
06. II. Exspectans exspectavi Dominum
07. III. Alleluia, laudate Dominum

Sally Bruce-Payne – Mezzo-Soprano
Julian Podger – Tenor
The Monteverdi Choir
London Symphony Orchestra
John Elliot Gardiner – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

200px-Lili_Boulanger_1
Lili Boulanger (1893-1918)

 

 

 

 

 

 

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PQP

.:Interlúdio:. Candinho (1934) – Mergulhador [link atualizado 2017]

Postado originalmente em 1º de fevereiro de 2011 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

Não tenho a menor ideia da origem deste disco, que é mais para o perfil do Um que tenha do que pro nosso. Foi apenas fruto de uma garimpada no arquivo de CDs de um colaborador do blog que mora em Recife.

Estava na minha casa de praia em Maceió e dei um pulinho em Pernambuco quando soube que mais de 30 gravações copiadas em CDs estavam à minha espera – pois o dono achou que ficaria melhor se fossem divulgadas no PQP Bach.

Como não se trata nem de música clássica nem especificamente de música armorial (o que era de se esperar de Cussy), é bom vocês darem uma ouvida para decidir se querem realmente baixar o disco. Me parece que se trata do único registro fonográfico comercial do Stradivarius que o violinista potiguar teve (a história picaresca desse instrumento é um caso à parte).

Em tempo, agora já sabemos alguma coisa sobre Candinho (José Candido de Mello Mattos Sobrinho – Alambari, MG, 1934).

Iniciou sua carreira profissional em 1955, atuando como violonista, ao lado de Sylvinha Telles, no espetáculo “Gente bem e champanhota”, do comediante Colé, apresentado no Teatro Follies, no Rio de Janeiro. Gravou no primeiro 78 rpm lançado pela cantora, contendo as canções “Amendoim torradinho” (Henrique Beltrão), destaque do show, e “Desejo” (Garoto). O sucesso do disco lhe valeu um contrato com a Rádio Mayrink Veiga, onde integrou, ao lado de Luiz Eça (piano) e Jambeiro (contrabaixo), o Trio Penumbra. Algum tempo depois, passou a atuar como artista solista, apresentando-se em clubes, teatros e programas de Rádio e TV.
Em 1956, casou-se com Sylvinha Telles, com quem apresentou, nesse ano, o programa “Música e romance” (TV Rio), no qual os dois artistas recebiam convidados, como Garoto, Dolores Duran, Tom Jobim, Johnny Alf e Billy Blanco, e cuja música-tema era “Tu e eu” (Altamiro Carrilho e Armando Nunes). De sua união com Sylvinha Telles nasceu uma única filha, Claudia, hoje também cantora. O casal veio a se separar ainda na década de 1950.
Em 1959, bacharelou-se em Direito pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas. Nesse mesmo ano, abandonou a carreira de músico profissional embora tenha mantido a atividade de compositor, tendo participado de duas edições do Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com suas músicas “Mergulhador” e “Na roda do vento”, ambas em parceria com Lula Freire.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções vários artistas, como Elizeth Cardoso, Copinha, Déo Rian, Miúcha e Tom Jobim, Alaíde Costa, Roberto Menescal, Claudette Soares, Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho, entre outros, além de sua filha, Claudia Telles.
Exerce a função de Assistente Jurídico da União, no Ministério da Agricultura. (Dicionário CravoAlbin)


Candinho (José Candido de Mello Mattos Sobrinho – Alambari, MG, 1934)
Mergulhador

1. Dorme (parceria com Ronaldo Boscoli)
2. Arraial do Cabo
3. Mergulhador (parceria com Lula Freire)
4. Tema para Nelly
5. Canção do velho cais (parceria com Paulo César Pinheiro)
6. Farol de Olinda
7. Tema para Cussy
8. Sonhando (parceria com Lula Freire)
9. Sem mais chorar (parceria com Lula Freire)
10. Madrugada (parceria com Marino Pinto)

BAIXE AQUI 49Mb

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PS.1: Todos os áudios deste post, cópias caseiras, foram dados de presente por Cussy de Almeida ao camarada que nos repassou.
PS.2: Peço atenção aos dados complementares, valiosos para fins históricos, acrescentados nos comentários deste post.

CVL
Repostado por Bisnaga

Antonio Vivaldi (1678-1741) – As quatro estações, com Cussy de Almeida [link atualizado 2017]


Postado originalmente em 10 de março de 2011 pelo CVL. Repostado por Bisnaga.

Hoje, Cussy de Almeida faria 75 anos como bem lembrou um de nossos visitantes que quis permanecer anônimo (“Sinceramente e sem falsa modéstia, não tenho necessidade de receber créditos pelos arquivos”). Por isso, ele nos mandou uma gravação do violinista potiguar radicado no Recife tocando a célebre peça de Vivaldi – compositor no qual era especialista – ao lado da Osesp e do maestro Diogo Pacheco (que por sinal está chegando aos 90 anos de idade). De brinde, uma entrevista de Cussy ao próprio Diogo ilustrada por um pequeno trecho da mesma obra, mas tocada por Cussy com a Orquestra Armorial em ocasião anterior à da Osesp. As linhas abaixo são do nosso visitante-colaborador.

Era uma noite fria e úmida no inverno de 1984. No teatro Cultura Artística de São Paulo, Cussy de Almeida – com um violino (1750) de Tommaso Balestrieri – apresentou as Quatro Estações, de Vivaldi; com Terezinha Saghaard ao cravo e a Orquestra Sinfônica de São Paulo regida por Diogo Pacheco.

Conforme comentários do próprio maestro, algum tempo depois, o frio e a umidade prejudicaram a afinação dos instrumentos. Sofreram, então, o violino de Cussy e o cravo de Terezinha (nada tranquila na ocasião).

Cussy de Almeida, então com 48 anos, concedeu uma entrevista ao maestro Diogo Pacheco uma semana depois, no programa “Ligue Para um Clássico” da TV Cultura de São Paulo. Antecede a entrevista um trecho (com falha) das “Quatro Estações”, de Vivaldi, (também gravado pela TV Cultura, anos antes) com Cussy e a Orquestra Armorial.

As gravações aqui postadas têm 26 anos e foram feitas de transmissão da TV Cultura, com recursos limitados. Foi utilizado um monitor de TV Sony com dois canais monaurais, gravador Sony TC-129 e fita cassette Sony CHF90. Na gravação da entrevista foi utilizado o mesmo equipamento com fita cassette Basf C60. A conversão para MP3 recebeu um tratamento mínimo. Entretanto, é a oportunidade de ouvir Cussy de Almeida e homenagear sua alma nordestina, que certamente estará agradecida.

Antonio Vivaldi (1678-1741)
As quatro estações

01. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘A Primavera’, em Mi (As Quatro Estações Nº 1), I. Allegro
02. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘A Primavera’, em Mi (As Quatro Estações Nº 1), II. Largo
03. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘A Primavera’, em Mi (As Quatro Estações Nº 1), I. Allegro Pastorale
04. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Verão’, em Sol Menor (As Quatro Estações Nº 2), I. Allegro non molto
05. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Verão’, em Sol Menor (As Quatro Estações Nº 2), II. Largo – Presto
06. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Verão’, em Sol Menor (As Quatro Estações Nº 2), III. Presto (tempo impetuoso de’state)
07. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Outono’, em Fá (As Quatro Estações Nº 3), I. Allegro
08. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Outono’, em Fá (As Quatro Estações Nº 3), II. Adagio molto
09. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Outono’, em Fá (As Quatro Estações Nº 3), III. Allegro
10. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Inverno’, em Fá Menor (As Quatro Estações Nº 4), I. Allegro non molto
11. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Inverno’, em Fá Menor (As Quatro Estações Nº 4), II. Largo
12. Concerto para Violino, cordas e baixo contínuo ‘O Inverno’, em Fá Menor (As Quatro Estações Nº 4), III. Allegro
Faixa Bonus: entrevista de Cussy de Almeida a Diogo Pacheco.

Cussy de Almeida (1936-2010), violino
Orquestra Sinfônica de São Paulo
Diogo Pacheco, regente

BAIXE AQUI 132Mb

CVL
Repostado/guaribado por Bisnaga

Cussy de Almeida (1936 -2010), Nélson Ferreira (1902-1976), Lula Queiroga (1960), Luiz Gonzaga (1912-1989), Humberto Teixeira (1915-1979), Capiba (1904 -1997), César Guerra-Peixe (1914-1993) e Clóvis Pereira (1932) – Grupo Orange – Raízes Brasileiras [link atualizado 2017]

MUITO BOM !!!

Postado originalmente em 31 de outubro de 2008 por CVL, repostado em 10 de março de 2011 pelo mesmo CVL e trepostado por Bisnaga, agora.

Diz-se bastante que não amamos aquilo que não conhecemos. Realmente, os CDs mais baixados até aqui, dentre os que postei, foram os de Copland e de Piazzolla (mais do que os das obras do Villa, pois Magdalena e A floresta do Amazonas completa, p. ex., são pouquíssimo conhecidas). Não reclamo por Jorge Antunes e por Padre Penalva, não tão acessíveis ao gosto predominante.

É que exortei vocês a baixarem o Réquiem Contestado de Eli-Eri Moura – porque vocês não vão encontrar essa obra, muito bela, nem em sebo – mas os downloads foram muito tímidos na semana em que o postei. Este CD aqui, do Grupo Orange, é meio ruim de achar (exceto no Recife, onde há de sobra) e também vai com minha efusiva recomendação. Portanto, aproveitem.

A melhor resenha que achei sobre o CD, que insere o Grupo Orange no contexto da música armorial e que, por sua vez, remete a outros links sobre o Movimento Armorial* e seus principais nomes na música, está neste blog.

Embora o Grupo Orange esteja desafinadinho que só (em algumas músicas em particular, como o Mourão), o repertório é excelente – principalmente Dom Cariongo, De rabeca em cantoria, Modinha, Assum Preto, De viola e de rabeca (título original de Mourão) e Galope.

Grupo Orange
Raízes Brasileiras

Cussy de Almeida (1936 -2010)
1. Dom Cariongo, Rei dos Congos
2. Caboclinhos
3. De rabeca em cantoria
4. Maracatucá
5. Modinha
Nélson Ferreira (1902-1976) e Lula Queiroga (1960). Arranjo de Maestro Duda
6. Adivinhações
Cussy de Almeida (1936-2010)
7. Cipó Branco de Macaparana
Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979) Arra. Benny Wolkoff
8. Assum Preto
Cussy de Almeida (1936-2010)
9. Cirandância
Capiba (1904 -1997). Arr. Maestro Duda
10. Minha Ciranda
César Guerra-Peixe (1914-1993) e Clóvis Pereira (1932)
11. De viola e de rabeca
Cussy de Almeida (1936-2010)
12. Aboio
13. Esquente de zabumba
Clóvis Pereira (1932), Cussy de Almeida (1936-2010) e Jarbas Maciel (1933)
14. Cavalo marinho
Clóvis Pereira (1932)
15. Terno de pífanos
César Guerra-Peixe (1914-1993)
16. Galope

Grupo Orange
Moema Macedo, bandolim (faixa 5)
Cussy de Almeida,regente

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Cussy de Almeida: um senhor violinista e um senhor compositor!

CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Sivuca (1930-2006), Jarbas Maciel (1933), Maestro Duda (1935), José Siqueira (1907-1985), Glória Gadelha (1947) e Abdon Felinto Milanez (1858-1927): Orquestra Sinfônica da Paraíba & Sivuca [link atualizado 2017]

SHOW DE BOLA !!!

Postado originalmente em 25 dezembro de 2011 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

É época, entre outras coisas, de contribuir com a caixinha de natal dos funcionários de meu prédio. Moro no Leblon e meu porteiro é do Méier; minha primeira mulher mora no Leme e seu porteiro é mineiro de Carangola; o porteiro do empresarial onde tenho um escritório em Maceió é alagoano de Maceió mesmo… Já o síndico de meu edifício é um gerente de TI oriundo do Pólo Digital do Recife e é um branquelo filho de paranaense de forte sotaque “nortista” enquanto um “cabeça-chata” potiguar gerencia o empresarial de Maceió e se parece mais com o pressuposto que temos em mente quanto ao que seja um “nordestino”. Só não sei porque ninguém no Nordeste trata cariocas, capixabas, paulistas e mineiros como “sudestinos”. Bem, isso é o que rola por aí, fora do universo de visitantes de nosso blog pois por aqui nunca vi ninguém pensar nesses termos.

Se fosse para buscar uma lógica entre biótipos e estereótipos, o CD ora postado só poderia ser baixado por porteiros, camareiras, serventes e pedreiros, pois contém somente obras compostas por “paraíbas” (Jarbas Maciel é recifense, mas para boa parte da juventude do Sul e Sudeste, “do pescoço pra baixo, é tudo canela”). Como isso iria de encontro ao espírito natalino, e à própria mensagem de quem é lembrado no presente dia, desejo a todos vocês que visitam o PQP Bach que carreguem paz e amor em seus corações (pode soar piegas ou óbvio, mas é algo de efeito verdadeiro e eficiente) e curtam as gravações que vos deixo.
As peças são as seguintes:
Concerto sanfônico para ‘Asa branca’: Creio que seja a primeira obra sinfônica composta por Sivuca. Alguém, acho que um dos outros membros do blog, me disse que possui a partitura. Eu quero, hein?
Suíte miniatura no estilo armorial (dedicada a Ariano Suassuna): Linda suíte, toda construída em cima de um tema de contradança popular do interior paraibano e que resgata a instrumentação padrão da Orquestra Armorial. Destaque para o tratamento das cordas em pizzicato logo no início, como um imenso violão que faz a harmonia para o duo de flautas.
Suíte Monette: É a peça mais popularesca de todas. Sem mais comentários.
Abertura festiva das ‘Festas natalinas do Nordeste’: Obra razão de ser do presente post.
Feira de Mangaio: A segunda gravação dessa peça que posto aqui no blog. Muito interessante como Sivuca optou por incluir uma seção modificada em ritmo de valsa-choro antes de tocá-la como um baião.
Hino oficial do estado da Paraíba.

Sivuca (1897-1986)
Orquestra Sinfônica da Paraíba & Sivuca (1999)

Sivuca (Severino Dias de Oliveira – Itabaiana, PB, 1930 – João Pessoa, PB, 2006)
01. Concerto sanfônico para ‘Asa branca’
Jarbas Maciel (PE, 1933)
02. Suíte miniatura no estilo armorial ‘A pedra do Reino’, I. Chamada
03. Suíte miniatura no estilo armorial ‘A pedra do Reino’, II. Aboio
04. Suíte miniatura no estilo armorial ‘A pedra do Reino’, III. Cavalo marinho
Maestro Duda (José Ursicinio da Silva – Goiana, PE, 1935)
05. Suíte Monette, I. Ciranda
06. Suíte Monette, II. Balada
07. Suíte Monette, III. Valsa
08. Suíte Monette, IV. Boi-bumbá
José Siqueira (Conceição, PB, 1907 – Rio de Janeiro, RJ, 1985)
09. Abertura festiva das ‘Festas natalinas do Nordeste’
Glória Gadelha (Sousa, PB, 1947) e Sivuca (Itabaiana, 1930 – João Pessoa, 2006)
10. Feira de Mangaio
Abdon Felinto Milanez (Areia, PB, 1858 — Rio de Janeiro, RJ 1927)
11. Hino oficial do Estado da Paraíba (letra de Aurélio de Figueiredo)

Sivuca, sanfona
Nailson Simões, trompete (faixas 5 a 8)
Radegundis Feitosa, trombone (faixas 5 a 8)
Orquestra Sinfônica da Paraíba
Coral Collegium Pró-Música da Paraíba (faixa 11)
Osman Giuseppe Gioia, regente
João Pessoa, 1999

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 61Mb

Ô, Sivuca… Fazes uma falta aqui embaixo…

CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Para conhecer e gostar da música clássica brasileira

Nosso ouvinte Gabriel Cezar perguntou ao Bisnaga quais as principais obras ele deve ouvir para conhecer e gostar da música clássica brasileira.

A resposta foi tão boa que a compartilho aqui:

Eu, particularmente, de uns anos pra cá, tenho me viciado cada vez mais em música erudita brasileira: consigo ver movimentos e expressões de nosso país, nossas sonoridades e me sinto representado nelas.

Mas há que se começar e, pra isso, vou pensado aqui pra você em obras belas, melodiosas e que são fáceis, que agradarão na primeira audição.

– Se você gosta de música instrumental, sem vozes, indico o Episódio Sinfônico (Francisco Braga), a Sinfonia em Sol (Alberto Nepomuceno), as aberturas de Maria Tudor e Odaléa (Carlos Gomes), o Noturno de Odaléa (Carlos Gomes), as aberturas Zemira e Abertura em Ré (Padre José Maurício Nunes Garcia), o Despertar da Montanha (Eduardo Moura), a Alvorada da ópera Lo Schiavo (Carlos Gomes) e o maravilhoso, estupendo Concerto para Piano e Orquestra em Formas Brasileiras (Hekel Tavares).

– Ainda somente instrumental, mas de formação menor, para orquestras de câmara: a genial Sonata em Ré (Carlos Gomes), o Concerto para Harpa (Radamés Gnatali).

– Se você gosta de música do século XX, precisa conhecer Villa-Lobos, um dos grandes compositores do mundo nesse século. Recomendo dele: A Floresta do Amazonas (inteira), Choros nº10, Bachianas Brasileiras, especialmente as de nº 4, 5, 7 e 8, o Canto do Cisne Negro, o Concerto para Harmônica (gaita) e Orquestra e as Sinfonias 10 e 11, além dos 5 concertos para piano e Orquestra. Nossa, não poderia me esquecer do Estudo nº1 para Violão dele, é o toque do meu celular…Tem outras obras de compositores do século XX (ou da virada do XIX pro XX) que misturaram ritmos e sonoridades populares aos cânones clássicos, e saiu muita coisa boa como Mourão (César Guerra-Peixe), Maracatu do Chico Rei (Francisco Mignone), Congada (idem), Batuque (Alberto Nepomuceno), Batuque (Lorenzo Fernandez), Kyrie da Missa Armorial (Cussy de Almeida), o Capricho Medonho (Marcílio Onofre), a Missa de Alcaçuz (Danilo Guanais) e a sublime Ave Maria de Jorge Armando.

– Se gosta de solos vocais e ópera, comece com Il Guarany, Lo Schiavo e Maria Tudor, todas de Carlos Gomes. Veja primeiro os solos de soprano de Gomes, que são, a meu ver, os mais bonitos.

– Se, por fim, a sua praia for música com coral/sacra, ouça As Costureiras (Villa-Lobos), o Invitatório das Matinas de Natal (Pe. João de Deus de Castro Lobo – de arrepiar até os cabelos da nuca), o Credo (Inácio Parreira Neves), o Gloria da Missa a 5 Vozes (André da Silva Gomes), o estupendo Salmo 150 (Ernani Aguiar), o Requiem e a Missa de Santa Cecília (Padre Maurício Nunes Garcia), o Magnificat (Manoel Dias de Oliveira) e a portentosa Missa em Aclamação a Dom João VI (Neukomm).

Ainda pulei vários compositores bons, como Lobo de Mesquita, Camargo Guarnieri, Cláudio Santoro e muitos, mas muitos outros!

Dê uma olhada em parte disso. Você vai mudar de ideia. Se não quiser sair baixando tudo, veja no youtube: tem boa parte. Querendo baixar, tudo isso tem aqui no P.Q.P.Bach ou no Música Brasileira de Concerto.

Espero ter te ajudado a desvendar esse universo imenso e maravilhoso da música brasileira. Ainda tem muita coisa pra gente tomar conhecimento…

Abraço e boa sorte,

Bisnaga

Simpósio “Guerra-Peixe: 100 anos”, na UFMG.

Este ano, César Guerra-Peixe (1914-1993) completaria seu centenário. Um dos eventos que marcarão esta data é o Simpósio Guerra-Peixe: 100 anos, que ocorrerá na Escola de Música da UFMG, em Belo Horizonte.
Se estiver por esses dias na bela capital mineira, aproveite e participe!
Ah, tem concurso de composição!

Guerra-Peixe: 100 anos
Escola de Música da UFMG
09 a 11 de abril de 2014

Cronograma Geral do Evento

Dia 09 de abril

09:00: Abertura. Presença da Pró-Reitora de Extensão e de Dirigentes da
Escola de Música da UFMG. Número musical: Sonata (Guerra-Peixe),
violonista Flávio Barbeitas (UFMG).
10:00 – 17:00: Colóquio da Pós-Graduação: Música Brasileira em Contexto.
17:40: Palestra na Série Viva Música: Guerra-Peixe e a Música Brasileira.
Ana Cláudia Assis (UFMG) e Cecília Nazaré (UFMG).
18:30: Concerto com obras de Guerra-Peixe.

Dia 10 de abril

10:00: Mesa Redonda: Guerra-Peixe e o ensino de composição. Antônio
Guerreiro (UNIRIO), Guilherme Bauer (ABM), Nelson Salomé (UEMG), Sérgio
Freire (UFMG) e Gilberto Carvalho (UFMG).
14:00: Apresentação, do filme Terra é sempre terra (1951), produzido por
Alberto Cavalcanti, com trilha musical de Guerra-Peixe. Comentários de
Cecília Nazaré (UFMG).
18:00: Concerto com obras de ex-alunos de Guerra-Peixe.

Dia 11 de abril

09:00: Reunião da Banca Examinadora do Concurso Nacional de
Composição.
10:00: Mesa Redonda Guerra-Peixe e a Musicologia Brasileira. Paulo de
Tarso (USP), Frederico Barros (USP), Ana Cláudia Assis (UFMG), Cecília
Nazaré (UFMG) e Flávio Barbeitas (UFMG).
14:00: Apresentação do filme Canto do Mar (1953), produzido e dirigido por
Alberto Cavalcanti, com trilha musical de Guerra-Peixe. Comentários de
Cecília Nazaré (UFMG).
18:00: Concerto de encerramento com as obras finalistas do Concurso
Nacional de Composição Guerra-Peixe: 100 anos. Banca do concurso: Ernani
Aguiar (UFRJ), Rodrigo Cicchelli (UFRJ), João Pedro Oliveira (UFMG), Oiliam
Lanna (UFMG) e Lincoln Andrade (UFMG).
19:00: Deliberações da Banca Examinadora e apresentação dos resultados.
20:00: Encerramento do Seminário Guerra-Peixe: 100 anos.

VEJA MAIS SOBRE O EVENTO AQUI

Bisnaga

Korngold / Zemlinsky: Piano Trios – Beaux Arts Trio

Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) foi um dos grandes fenômenos musicais que o século XX produziu. Menino prodígio, aos 11 anos já tinha sido reconhecido e elogiado por Mahler, que o recomendou para estudar com Zemlinsky e Richard Strauss, deixando-os, cada um à sua maneira, completamente atônitos com seu talento precoce e espontâneo. Escreveu sua primeira obra orquestral completa aos 14 e sua primeira ópera aos 16. Sua ópera de maior sucesso, Die tote Stadt, foi escrita quando ele contava 23 anos. Esse pequeno currículo já nos dá uma boa base da qualidade da música que vamos ouvir. É sempre bom lembrar que Korngold foi solicitado por Hollywood para escrever música de cinema, e acabou ficando por lá por conta da perseguição nazista que assolava a Europa no final da década 30. Apesar das trilhas sonoras de qualidade incomparável (que, a bem da verdade, ensinaram aos americanos como escrever para cinema), ele acabou decepcionado com oamerican way of life e faleceu em 1957 bastante desgostoso. Mas a obra ora apresentada faz parte da sua impetuosa juvenília, e deve-se procurar ouví-la sem saber que tinha 12 anos quando a escreveu (é seu opus 1). É obra de um compositor maduro.

O outro compositor, Alexander Zemlinsky (1871-1942), já foi apresentado aqui em outro post, mas fica a dica: trata-se de uma obra surpreendente, música de câmara da melhor qualidade, diria: brahmsiana. Também é obra de juventude e já demonstra o potencial da competência musical de Zemlinsky.

O que é bacana neste CD é ouvir uma espécie de retrato de uma época, virada de século, novas idéias, e, principalmente, duas obras muito próximas, escritas uma pelo mestre (Zemlinsky), e outra por seu pupilo (Korngold). Comprei este CD sem saber nada dessas obras e devo dizer com satisfação que nunca me arrependi; pelo contrário, cada vez recomendo mais.

Korngold: Piano Trio In D, Op. 1
1. Allegro Non Troppo, Con Espressione
2. Scherzo – Trio. Viel langsamer, innig – Allegro
3. Larghetto. Sehr langsam
4. Finale: Allegro Molto E Energico

Zemlinsky: Piano Trio In D Minor, Op. 3
1. Allegro Ma Non Troppo
2. Andante
3. Allegro

BEAUX ARTS TRIO

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CHUCRUTEN

Francisco Mignone (1897-1986) – Festa nas igrejas e Maracatú do Chico-Rei [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este Álbum é uma delícia!!!

Postado originalmente em 16 de janeiro de 2009 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

Venho em dose dupla hoje.

Quem assistiu ao concerto de fim de ano da Osesp e se encantou com o Maracatu do Chico-Rei de Mignone agora pode acrescentá-lo a seu acervo fonográfico através deste very proudly blog.

Pouco vou falar de Festa nas igrejas, uma espécie de suíte em quatro movimentos emendados, muito benquista por Toscanini, que reproduz mais o ambiente dos fiéis das respectivas igrejas do que a personalidade dos templos em si.

Já o Maracatú de Chico-Rei (grafado originalmente com esse acento no u), um caso pouco comum de balé com coro e orquestra, encanta desde sua primeira execução, na década de 30. Do enredo vocês podem saber mais no encarte, mas o resumo aqui.

Chico-Rei foi trazido para o Brasil escravizado com seus súditos e veio a conquistar trabalhando a própria alforria e a dos demais. Faltam apenas os seis últimos seguidores e isso é o que ele vai resolver na praça principal de Ouro Preto, levando o pagamento em moedas de ouro aos senhores brancos.

Ou seja, o enredo é apenas pretexto pra dança, já que a ação consome meia hora de música.

Apesar da história se passar em Minas, o maracatu de baque virado, ao qual o balé alude, é um ritmo genuinamente pernambucano, no entanto não há nada de maracatu ao longo dos dez curtos movimentos. Minha memória acusa neste momento somente uma peça que bebe diretamente desse gênero folclórico: o primeiro movimento de Quatro momentos n° 3, de Ernani Aguiar (mas Guerra Peixe deve ter algo por aí).

O Maracatu de Chico-Rei é uma peça realista-nacionalista da primeira metade do século passado (de elementos nacionalistas mais exacerbados e não realista de influência jdanovista – pós 1948, como se vê em Guerra Peixe, Krieger e Santoro).

É sobretudo daquelas partituras que se regem sozinhas – estou pra ver um maestro que a estrague – porém digo isso afastando qualquer conotação de mediocridade (as polcas de Strauss II regem a si mesmas também e, por mais que venha a se apontar frivolidade nelas, são um primor de instrumentação, estruturação e comunicabilidade).

A Dança de Chico-Rei e da Rainha N’Ginga se enquadra entre os momentos mais felizes da música de concerto latino-americana, de um colorido orquestral invejável, digno dos melhores compositores russos, e de uma rítmica singular e contagiante nos pontos mais altos, conclamo a voi tutti a prestigiar a primeira aparição de Francisco Mignone aqui no PQP Bach.

Entenda como isso é legal, ouvindo o Maracatú do Chico Rei (se quiser, ouvir a Dança da Rainha N’Ginga, vá para 1:10min):

Ouça! Deleite-se! Atinja o êxtase! (essa frase já é do Bisnaga)

Francisco Mignone (1897-1986)
Festa nas Igrejas e Maracatú do Chico Rei

Festa das Igrejas
01. I. São Francisco da Bahia
02. II. Rosário de Ouro Preto – Minas
03. III. O Outeirinho da Glória – Rio de Janeiro
04. IV. Nossa Senhora da Aparecida – Aparecida
Maracatú de Chico-Rei
Bailado Afro-Brasileiro em 10 movimentos
05. I. Bailado
06. II. Chegada do maracatú
07. III. Dança das mucambas
08. IV. O Príncipe dança
09. V. Dança das três macotas
10. VI. Dança de Chico-Rei e da Rainha N’Ginga
11. VII. Dança do Príncipe Samba
12. VIII. Dança dos seis escravos
13. IX. Dança dos príncipes brancos: minueto e gavota
14. X. Dança final

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Coral Lírico da Fundação Clóvis Salgado
David Machado, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 95Mb

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CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Krzysztof Penderecki (1933) – Clarinet Concerto (world premiere recording), Sinfonietta nº2 for clarinet and Strings, 3 Miniatures for clarinet and piano, Präludium for solo clarinet, Witold Lutoslawski (1913-1994) – Dance Preludes for clarinet, harp, piano, percussion and strings

51bCSTfbTlLEis finalmente o quinto cd dessa coleção. A clarinetista israelense Sharon Kam interpreta dois compositores contemporâneos poloneses, Penderecki e Lutoslawski, sendo que o Concerto de Penderecki é uma “world premiere recording”. A moça não é fraca não, como diriam lá na minha terra.
Fiquei muito feliz com a repercussão que essa coleção teve. Até ter acesso a este material essa excelente clarinetista me era desconhecida, mas o talento dela está muito bem demonstrado nesta série de cinco cds que eu trouxe para os senhores nestas últimas semanas. Espero que tenham gostado.

1 Penderecki – Concerto – 1 Andante
2 Penderecki – Concerto – 2 Più mosso
3 Penderecki – Concerto – 3 Andante
4 Penderecki – Concerto – 4 Allegro con brio
5 Penderecki – Concerto – 5 Adagio
6 Penderecki – Concerto – 6 Vivace
8 Penderecki – Concerto – 7 Allegro molto – Andante recitativo
9 Lutoslawski – Dance Preludes – 1 Allegro molto
10 Lutoslawski – Dance Preludes – 2 Andantino
11 Lutoslawski – Dance Preludes – 3 Allegro giocoso
12 Lutoslawski – Dance Preludes – 4 Andante
13 Lutoslawski – Dance Preludes – 5 Allegro molto
14 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 1 Notturno_ Adagio
15 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 2 Scherzo_ Vivacissimo
16 Penderecki – Sinfonietta Nr.2 – 3 Serenade_ Tempo di Valse
17 Penderecki

– Sinfonietta Nr.2 – 4 Abschied_ Larghetto

Czech Philharmonic Orchestra
Krzysztof Penderecki – Conductor
Sharon Kam – Clarinet

18 Penderecki – Three Miniatures – 1 Allegro
19 Penderecki – Three Miniatures – 2 Andante cantabile
20 Penderecki – Three Miniatures – 3 Allegro ma nontroppo

Itamar Golam – Piano
Sharon Kam – Clarinet

21 Penderecki – Prelude – Lento sostenuto
Sharon Kam – Clarinet

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FDPBach

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Uma bela clarinetista, em todos os sentidos.

Alberto Nepomuceno: Quartetos de Cordas 1 e 3

Uma singela contribuição do Chucruten para o Acervo PQP de Música Brasileira, dois quartetos de Nepomuceno que são verdadeiras jóias da música erudita no Brasil. Acho que os méritos deste compositor dispensam maiores apresentações, principalmente por aqui. Trata-se de um compositor de primeiríssima grandeza, e só é pouco conhecido no mundo porque é brasileiro…

Ele foi, juntamente com Henrique Oswald, o grande expoente do romantismo na música erudita do Brasil, e estes quartetos são, além de lindos, de uma eloquência musical privilegiada.

A gravação é do acervo Funarte, e as obras são interpretadas pelo Quarteto de Cordas da Rádio MEC. No CD original não havia mudança de faixas entre os movimentos (o CD só tinha 2 faixas, uma para cada quarteto), o que também revela nosso grau de entendimento e compromisso com a cultura brasileira. Fiz a gentileza de separar os movimentos, espero que gostem.

Nepomuceno: Quarteto de Cordas no.1 em Si menor
1.allegro agitato
2.andante
3.scherzo
4.allegro spiritoso

Nepomuceno: Quarteto de Cordas no.3 em Ré menor
1.allegro moderato
2.andante
3.intermezzo
4.allegretto

Quarteto de Cordas da Rádio MEC

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Chucruten

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993) – 50 Ponteios e Flor do Tremembé [link atualizado 2017]

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Postado originalmente em 20 de fevereiro de 2009 pelo CVL. Repostado por Bisnaga

Mozart Camargo Guarnieri já nasceu com nome de grande compositor e tornou-se um de nossos maiores nomes nas partituras. A afirmação que um internauta fez certa vez aqui é bem acertada: “é compositor brasileiro do século XX superior a todos os demais, somente atrás mesmo de Villa-Lobos, cujo primeiro posto é indiscutível“. Aliás, a obra pianística de Camargo Guarnieri é simplesmente estupenda! Em qualidade, dificuldade técnica e melodia. Cara show de bola, aqui interpretado com muita sensibilidade por Laís de Souza Brasil, numa batelada com seus 50 ponteios!

Abaixo, o texto original desta postagem, do mano CVL:

Já pediram certa vez aqui no blog obras para piano de Guarnieri. Primeiro postei as sinfonias, pois me são mais queridas, e há muito tempo já havia o CD com os três primeiros concertos para piano (com Max de Barros como solista). Agora chegou a hora de disponibilizar o esperado monumento que são os cinco cadernos dos Ponteios.

Estou com preguiça de sintetizar o texto do encarte (que não segue para download. segue, sim: o Bisnaga inseriu) – copiei do blog Música Brasileira de Concerto as dedicatórias dos Ponteios. Se alguém escrever um comentário rochedo (imagino que o professor Edson Bandeira de Mello), o incorporarei aqui.

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993)
50 Ponteios

Primeiro caderno (1931-1935)
Ponteio n° 1 – Calmo, com profunda saudade (Nair de Carvalho Medeiros; 1931; 3′)
Ponteio n° 2 – Raivoso e ritmado (Carminha de Arruda Botelho; 1931; 1’50”)
Ponteio n° 3 – Dolente (Ayres de Andrade; 1931; 2’35”)
Ponteio n° 4 – Gingando (Anna Stella Schic; 1931; 0’55”)
Ponteio n° 5 – Fatigado (João Caldeira Filho; a. i.*; 3′)
Ponteio n° 6 – Apaixonado (Magdalena Tagliaferro; a. i.*; 1’14”)
Ponteio n° 7 – Contemplativo (Madeleine Benheim; a. i.*; 3’38”)
Ponteio n° 8 – Angustioso (Fritz Jank; a. i.*; 1’06”)
Ponteio n° 9 – Fervoroso (Guiomar Novais; a. i.*; 3’17”)
Ponteio n° 10 – Animado (Júlia da Silva Monteiro; 1935; 1’34”)
Segundo caderno (1947-1949)
Ponteio n° 11 – Triste (Diana Hearst; 1947; 1’38 ‘)
Ponteio n° 12 – Decidido (António de Sá Pereira; 1949; 0’40”)
Ponteio n° 13 – Saudoso (Lídia Simões; 1948; 2’25”)
Ponteio n° 14 – Confiante (José Kliass; 1949; 1’55”)
Ponteio n° 15 – Incisivo (Guilherme Fontainha; 1949; 0’55”)
Ponteio n° 16 – Tranquilamente (Miécio Horszowski; 1948; 1’50”)
Ponteio n° 17 – Alegre (Antonieta Rudge; 1948; 0’46”)
Ponteio n° 18 – Nostálgico (Aloísio Alencar Pinto; 1949; 2’07”)
Ponteio n° 19 – (Homenagem a Ernesto Nazareth) – Calmo (Andrade Muricy; 1949; 1’58”)
Ponteio n° 20 – Vagaroso (Jeannette Herzog; 1949; 3’10”)
Terceiro caderno (1954-1955)
Ponteio n° 21 – Decidido (Jaime Ingram; a. i.*; 1’10”)
Ponteio n° 22 – Triste (Nené Mediei; 1954; 1’09”)
Ponteio n° 23 – Vigoroso (Ivy Improta; a. i.*; 0’48”)
Ponteio n° 24 – Tranquilo (Isabel Mourão; 1954; 2’12”)
Ponteio n° 25 – Esperto (Nelly Hirsch; 1955; 1’09”)
Ponteio n° 26 – Calmo (Eurico Nogueira França; 1955; 3’15”)
Ponteio n° 27 – Cômodo e expressivo

(Henry Jolles; a. i.*; 1’40”)
Ponteio n° 28 – Calmo e sentido (Sebastião Benda; 1954; 2’20”)
Ponteio n° 29 – Saudoso (Eliane Richepin; a. i.*; 2’25”)
Ponteio n° 30 – Sentido (Mozart de Araújo; 1955; 1’50”)
Quarto caderno (1956-1957)
Ponteio n° 31 – Triste (Alda M. Savoy de Campos; 1956; 2’36”)
Ponteio n° 32 – Com alegria (Albert Farber; 1957; 0’58”)
Ponteio n° 33 – Queixoso (Norma Bojunga; 1956; 1’58”)
Ponteio n° 34 – Calmo e solene (1956; 4’08”)
Ponteio n° 35 – Dengoso (1957; 0’49”)
Ponteio n° 36 – Tristemente (Mariuccia Iacovino; 1957; 2’55”)
Ponteio n° 37 – Com humor (Italiano Tabarin; 1957; 1 ‘)
Ponteio n° 38 – Hesitante (Paulina d’Ambrosio; 1957; 2’35”)
Ponteio n° 39 – Dengoso (Kilza Setti; 1957; 0’56”)
Ponteio n° 40 – Con moto (Pavel Serebriakov; 1957; 1’37”)
Quinto caderno (1958-1959)
Ponteio n° 41 – Tristemente (Maria Abreu; 1958; 1’44”)
Ponteio n° 42 – Dengoso, mas sem pressa (Lia Cimaglia; 1958; 1’23”)
Ponteio n° 43 – Grandeoso (Ilana Vered; 1959; 1’25”)
Ponteio nº 44 – Desconsolado (Manuel Bandeira; 1959; 1’30”)
Ponteio nº 45 – Com alegria (Yara Bemette; 1959; 1’57”)
Ponteio n° 46 – Íntimo (Vera Sílvia Ferreira; 1959; 2’10”)
Ponteio n° 47 – Animado (Sequeira Costa; 1959; 1’30)
Ponteio n° 48 – Confidencial (dedicatória oculta; 1959; 2’34”)
Ponteio n° 49 – (Homenagem a Scriabin) – Torturado (dedicatória oculta; 1959; 2’30”)
Ponteio n° 50 – Lentamente e triste (In memoriam do saudoso amigo D. F.; 1959; 3’25”)
.
EXTRA: Flor do Tremembé, para 15 solistas

* a. i.: ano ignorado

Laís de Souza Brasil, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 207Mb

A título de presente surpresa, uma peça muito conhecida de quem já leu a biografia de Guarnieri, porém pouco ouvida: Flor do Tremembé, para 15 solistas. Ela é, como diriam os mais empolgados solecistas, “Felomenal!”. Creiam-me, o chorinho camerístico em questão apresenta-se como a cereja deste post e agrada em cheio.

Flor do Tremembé (1937), a cargo da Camerata de las Américas, regida por Joel Sachs.
(inserida pelo Bisnaga no mesmo pacote dos ponteios)

Partituras e outros que tais? Clique aqui

CVL
Repostado/recauchutado por Bisnaga

Gershwin: Rhapsody in Blue (1925 piano roll), An American in Paris etc – Thomas

Este é um disco muito particular da deliciosa Rhapsody in Blue, que gerou certa polêmica e opiniões críticas bastante controversas. A razão disso é que trata-se de uma gravação feita por cima de um registro do próprio Gershwin em uma pianola. A pianola era um piano que tinha a capacidade de tocar “sozinho” a partir de um rolo perfurado, e, apesar de existir uma gravação em cera de Gershwin tocando (lá pelos idos dos anos 20), esta é obviamente superior em termos de sonoridade, já que foi gravado na década de 70 com equipamento moderno. Com a pianola tocando o registro de Gershwin, Michael Tilson Thomas a acompanha com a Columbia Jazz Band, o que tb é surpreendente, pois trata-se da versão original para banda de Jazz, e não da orquestração posterior que Ferde Grofé fez para a obra, e que acabou se tornando mais popular.

Eu gosto muito desta Rhapsody, e o mais das vezes a prefiro à versão orquestral. Nem todos os críticos foram unânimes, e muitos torceram o nariz para esta “aberração”.

Mas este CD, além disso, é uma grande homenagem ao gênio de Gershwin, pois conta com uma excelente versão do American in Paris com a Filarmônica de NY (para mim, umas das melhores que já ouvi) e faixas de bonus tracks (que o LP não tinha) com algumas das suas aberturas para os musicais da Broadway. Pouco conhecidas, estas aberturas são verdadeiras pérolas da música americana. Só para constar, quando Gershwin encontrou Ravel em Paris e lhe pediu aulas de música (principalmente orquestração), Ravel disse: “mas você é o famoso compositor de musicais da Broadway, quanto você ganha para fazer um musical?” Quando Gershwin, de forma um pouco ingênua, respondeu, Ravel replicou: “então, você é que devia me dar aulas”.

Divirtam-se!

George Gershwin:
Rhapsody In Blue (1925 piano roll)
George Gershwin, Piano Roll
Columbia Jazz Band, Michael Tilson Thomas

An American In Paris

New York Philharmonic
Michael Tilson Thomas

Oh Kay! Overture
Funny Face Overture
Overture To Girl Crazy
Strike Up The Band Overture
Of Thee I Sing Overture
Let ‘Em Eat Cake Overture

Buffalo Philharmonic
Michael Tilson Thomas

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Chucruten