BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – “A Vitória de Wellington”, Op. 91 – Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Abertura Solene “O Ano de 1812”, Op. 49 – Capricho Italiano, Op. 45 – Doráti

Todo Marlon Brando tem seu dia de Alberto Roberto, e todo Beethoven tem sua “Vitória de Wellington”.

Essa composição sui generis teve imenso sucesso quando de sua estreia, num concerto em benefício dos soldados feridos na batalha de Hanau, no qual também foi estreada a sinfonia no. 7. A orquestra foi regida pelo próprio Beethoven, numa de suas últimas aparições públicas como intérprete antes da surdez torná-las impossíveis.

A despeito da aclamação da turba, incensada pelas notícias dos reveses sofridos por Napoleão nos campos de batalha, e pela bufunfa considerável que trouxe aos bolsos sempre carentes do compositor, houve também muita estranheza, principalmente entre seus admiradores e seu círculo de amigos mais próximos. Ludwig, afinal, amplamente reconhecido como o maior compositor em atividade, sempre fora muito meticuloso com aquilo que levava a público. Isso aplicava-se em especial à sua música sinfônica, porque ele sabia que seriam cada vez mais as massas pagadoras de ingressos, e não os estipêndios da nobreza, que garantiriam seu pão e seu schnapps naquela nova Europa que se redesenhava. Assim, parecia incongruente que um homem que passara anos rabiscando seus cadernos de anotações para parir um só movimento sinfônico – o primeiro de sua quinta sinfonia – tenha tão rapidamente composto uma peça ruidosa para surfar a voga nacionalista e encher a mão de gaita.

O que soou mais constrangedor aos admiradores, na época – à parte da desilusão de ver o idolatrado mestre preterir os ideais em favor do vil metal -, foi a maneira crua com que foi representado o embate dos exércitos – inglês de um lado, representado por “Rule, Britannia”, e francês do outro, com “Marlbrough s’en va-t-en guerre” (que nos é familiar como “Ele é um bom companheiro”), com percussão imitativa e ruídos bélicos variados . Nada havia de pioneirismo, claro, numa composição assim, dada a tradição de battaglie escritas por gente do naipe de Byrd e Biber, e mesmo várias peças francesas a celebrarem os feitos de Napoleão, como “La Bataille d’Austerlitz”, de Louis-Emmanuel Jadin. Nunca, no entanto, um compositor na posição de Beethoven tinha feito algo do gênero, e para exposição tão escancarada.

Embora nunca tenha defendido que seu Op. 91 fosse uma obra-prima, Beethoven não reclamou do dinheiro que ganhou com a peça e, ademais, estava contente com a possibilidade de garantir para si um futuro como compositor para grandes eventos públicos. Admito que, ao reouvi-la agora, depois de muitos anos, ela não me pareceu tão ruim: se a “Batalha” soa só barulhenta, a “Sinfonia da Vitória” tem bons momentos. Independentemente de minha desimportante opinião, o truque deu certo e teve seus imitadores. Tchaikovsky não teve dúvidas de seguir o mesmo roteiro em sua Abertura Solene “O Ano 1812”,  ainda mais grandiloquente e ruidosa (embora seu uso de “La Marseillaise” seja um anacronismo, pois a canção fora banida por Napoleão ao proclamar-se imperador e era pouco provável que tenha sido escutada entre suas legiões durante a invasão da Rússia).

A “1812”, assim como o “Capricho Italiano”, também está incluída no disco que lhes alcanço, em que o ótimo Antal Doráti conduz orquestras, banda e uma série de artefatos geradores de morte, cuja descrição na capa do disco tem tanto destaque quanto os intérpretes não letais. Apesar de jurássica, é muito bem gravada e inclui comentários muito pertinentes, feitos pelo compositor e crítico Deems Taylor naquele engraçadíssimo sotaque mesoatlântico típico dos filmes estadunidenses até os anos 50.

Dessa feita, ouçam as barulhentas crias de Tchai e Lud Van, mas peguem leve com os tomates, pois Beethoven não os levava na esportiva e, certa vez, respondeu uma crítica mais áspera à sua “Vitória de Wellington” com essa sentença que eu me nego a traduzir:

Was ich scheiße ist beßer, als was du je gedacht

Googleiem aí.

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Abertura Solene “O Ano 1812”, para orquestra e banda, Op. 49 (orquestração original)
01 – Abertura
02 – Comentários sobre a abertura (em inglês)

Minneapolis Symphony Orchestra
University of Minnesota Brass Band
com um canhão de bronze fabricado em Douay, França, em 1775, cedido pela Academia Militar de West Point (Estados Unidos) e os sinos do carrilhão memorial Laura Spelman Rockefeller na Riverside Church, New York City, Estados Unidos
Antal Doráti, regência

Capriccio Italien, para orquestra, Op. 45
03 – Andante un poco rubato

London Symphony Orchestra
Antal Doráti, regência

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Wellingtons Sieg oder die Schlacht bei Vittoria in Musik gesetz von Ludwig van Beethoven (“A Vitória de Wellington ou a Batalha de Vitoria, posta em música por Ludwig van Beethoven”), Op. 91
Composta em 1813
Publicada em 1816
Dedicada a George, príncipe regente da Inglaterra (futuro rei George IV)

04 – Die Schlacht (A Batalha): Marsch, Rule Britannia – Marsch, Marlbororough – Schlacht, Allegro
05 – Sieges-Symphonie (Sinfonia da Vitória): Intrada, Allegro ma non troppo – Allegro con brio
06 – Comentários sobre a obra (em inglês) – efeitos sonoros

London Symphony Orchestra
com um dois canhões de bronze de 6 lb, um obuseiro de 12 lb, mosquetes franceses estilo Charleville e mosquetes ingleses Brown Bess, cedidos pela Academia Militar de West Point
Salvas de artilharia e mosquetes sob o comando de George C. Stowe, da unidade reativada da Guerra Civil, Bateria B da 2nd New Jersey Light Artillery
Antal Doráti, regência

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Melhor capa da história

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Sergey Prokofiev (1891-1953) – Piano Concerto nº3 in C Major, op.26, Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Major, op. 23 –

Hoje trago sangue novo para o blog, um nome que provavelmente ainda iremos ouvir falar e muito. Trata-se de Behzod Abduraimov, jovem pianista (nasceu em 1991) que veio do longinquo Uzbequistão, e que vem se destacando nos palcos do mundo inteiro, com um talento imenso e uma técnica apuradíssima. Foi vencedor do prestigiadíssimo “Van Cliburn International Piano Competition“, e na esteira deste sucesso, vem se apresentando com as mais renomadas orquestras e regentes, inclusive gravando CDs.

Neste CD que ora vos trago, Behzod encara duas pedreiras, o Concerto nº1 de Tchaikovsky e o Terceiro de Prokofiev, dois concertos conhecidos não apenas por suas dificuldades de execução mas também pela forte carga emotiva e dramática que carregam. São obras que exigem muito do solista, mas aqui a juventude fala mais alto, e o então garoto brilha com todo o seu talento, tirando de letra.  Vale a pena ouvir, para conhecer.

Seguindo as recomendações de René Denon, que sempre diz que a fila anda, quando conversamos sobre antigos intérpretes, apresento para os senhores, então, uma das gratas surpresas que tivemos no mundo do piano neste novo século. Espero que apreciem. Vamos dar voz aos novos talentos que surgem.

Sergey Prokofiev (1891-1953) – Piano Concerto nº3 in C Major, op.26

1 – I – Andante – Allegro
2 – II – Andantino con Variazoni
3 – III – Allegro ma non troppo

Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Major, op. 23

4 – I – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
5 – II – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
6 – III – Allegro con fuoco

Behzod Abduraimov – Piano
Orchestra Sinfonica Nazionale della RAI
Juraj Valcuha – Conductor

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BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano e orquestra no. 5 em Mi bemol maior, Op. 73, “Imperador” – Horowitz/Reiner – Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23 – Horowitz/Toscanini

Depois de honrarmos as úlceras que “Fidelio” deu a Beethoven, concedendo-lhe dez dias de nosso ano do jubileu, e darmos de presente a vós outros alguns dias de ausência para que o colega FDP Bach lhes apresentasse a soberba integral das sonatas de Lud Van com Bavouzet, prosseguiremos a travessia de sua obra com um dos seus maiores blockbusters, o mais conhecido de seus concertos para piano, que dispensaria apresentações se não houvesse tanto para se escrever sobre ele.

Primeiramente, claro, sua alcunha, apócrifa como quase todos os apelidos dados às obras de Beethoven. O “Imperador” foi assim chamado por Johann Baptist Cramer, seu editor londrino. Muitos pensam que, assim como aquela sinfonia que seria “titolata Buonaparte”, o “Imperador” seria Napoleão, o que é uma tremenda bobagem, já que, em pleno 1809, o corso não era nem querido na Áustria, que derrotara naquele mesmo, tampouco em Londres, mesmo derrotado em Trafalgar anos antes. Cramer tão só apôs um título para descrever, e não sem felicidade, a pompa e imponência da obra, e com isso impressionar sua clientela. Funcionou tão bem que, bem, funciona até hoje.

Este foi o único dos cinco concertos para piano que Beethoven nunca tocou em público. Há quem pense que ele não o fez por conta da surdez, e ela certamente já estava muito avançada quando o concerto foi terminado. Ludwig, no entanto, continuou a apresentar-se como pianista até 1815, quando tocou para a nobreza reunida em Viena para o Congresso epônimo que refatiou a Europa pós-napoleônica. O “Imperador”, aliás, teve duas estreias. A primeira foi privada, na casa do príncipe Lobkowitz, e o solista foi o próprio dedicatário da obra, o arquiduque Rudolph. A estreia pública, com solo do também compositor Friedrich Schneider, aconteceu em Leipzig, onde o concerto foi publicado. A cidade saxã estava longe demais de Viena para que Beethoven, cada vez menos interessado em pegar estradas, se dispusesse a estrear a obra. Quando houve a oportunidade de fazê-la ouvir em Viena, Beethoven não tinha o melhor interesse em tocá-la em público, de modo que a estreia naquela cidade foi dada em 1812 por seu aluno Carl Czerny – o ano da famosa carta à “Amada Imortal”, de imensos problemas financeiros e do início de suas contendas pela tutela de seu sobrinho.


Mais uma barbeiragem factual, num oferecimento daquela baboseira
chamada  “Minha Amada Imortal”

Enfim, a obra. De tão executada, gravada e repetida, pode-se até esquecer sua imensa originalidade. O plano geral é mesmo do concerto para violino, embora seja radicalmente diferente deste: um longo e elaborado movimento inicial, um expressivo movimento lento, e um finale impetuoso que resolve os movimentos anteriores. No imenso primeiro movimento, há tantas cadências para o piano solo – incluindo as três que abrem os trabalhos, com a entrada quase imediata do solista, entremeadas por majestosos acordes da orquestra em progressão harmônica – que Beethoven abriu mão, pela primeira vez em seus concertos, de designar um espaço para o executante improvisar livremente. Com um primeiro movimento tão extenso e imponente, é admirável que o cerne da obra, seu verdadeiro coração, esteja no contido, maravilhoso Adagio na remota tonalidade de Si maior, já anunciada por episódios do movimento inicial. Seu caráter hínico é realçado pelo silêncio dos instrumentos marciais (metais e tímpanos) e pelo acompanhamento das cordas em surdina, pelas madeiras, e de delicadas figurações do piano. O resultado é um dos pontos mais altos de toda obra de Beethoven, daqueles que um ludwigomaníaco como eu poderia escutar ad aeternum, e que a gente lamentaria que acabasse, se o genial compositor também não tivesse dado um jeito nisso: em vez de encerrar o Adagio impossivelmente belo, que parece suspender a passagem do tempo, ele prepara a transição ininterrupta para o movimento seguinte com sugestões do tema, e um simples semitom – um longo Si natural do fagote que dá lugar a um Si bemol – abre as comportas para o impetuoso finale que parece resolver tudo que a meia hora anterior deixou em aberto.

Por último, o solista. Não é segredo que Vladimir Horowitz, idolatrado por tantos grandes pianistas e certamente objeto de inveja de qualquer um que já tentou tocar piano, seja frequentemente criticado por suas idiossincrasias, em particular sua inclinação por subverter indicações da partitura para fazer ouvir seus fantásticos truques ao teclado. Esta gravação vem, então, como uma tentativa de desagravo. Ela mostra que Horowitz conseguia, sim, respeitar as intenções do compositor sem deixar de demonstrar seu fabuloso domínio do instrumento. Vá lá que seu parceiro nesta gravação ao vivo, o temido Fritz Reiner, certamente arrancar-lhe-ia a coluna vertebral pelas órbitas se ele tentasse botar as manguinhas de fora, mas é notável como o brilho de Horowitz não soçobra a cuidadosa realização do acompanhamento orquestral pelo húngaro. Se não é o “Imperador” para ouvir pela eternidade, é certamente um dos que mais gosto de revisitar.

A gravação encerra com uma outra notável parceria, aquela entre Horowitz e outro notório déspota do pódio, e ademais seu sogro, Arturo Toscanini. Também realizada ao vivo, no Carnegie Hall, com todas as limitações esperadas de uma gravação de 1943, ela mostra o recém-quarentão Volodya no auge de suas forças, numa interpretação elétrica de um de seus cavalos de batalha, o primeiro concerto de Tchaikovsky. O concerto em questão era destinada à arrecadação de bônus de guerra, numa época em que os soviéticos retomavam Stalingrado e o teatro de operações do Pacífico ficava cada vez mais encarniçado. Todos esperavam o inacreditável de Horowitz, e ele pelo jeito o entregou ao público, com direito a algumas de suas características traições à partitura para exibir sua incomparável técnica de oitavas. O resultado foi uma leitura única, inconfundível dessa obra popularíssima da qual, confesso, eu já gostei mais, mas que provavelmente agradará seus muitos fãs.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Mi bemol maior para piano e orquestra, Op. 73, “Imperador”
Composto em 1809
Publicado em 1811
Dedicado ao arquiduque Rudolph da Áustria

1 –  Allegro
2 – Adagio un poco mosso – attacca:
3 – Allegro ma non troppo

Vladimir Horowitz, piano
RCA Victor Symphony Orchestra
Fritz Reiner, regência

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23

4 – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
5 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
6 – Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo

Vladimir Horowitz, piano
NBC Symphony Orchestra
Arturo Toscanini, regência

Gravado ao vivo no Carnegie Hall, New York City, em 25 de abril de 1943.

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Foto aleatória do dia

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Antonin Dvorák (1841-1904) – Concerto para Violoncelo – Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Variações Rococo – Rostropovich, Karajan, BPO

Sem querer, descobri uma grande falha em nossa coleção, e se trata exatamente deste disco, gravado lá em 1969 por dois dos maiores músicos do século XX, Herbert von Karajan e Mstislav Rostropovich. Em hipótese alguma esta gravação histórica poderia estar faltando aqui. As Variações Rococo, esta mesma leitura de Rostropovich, até apareceu em outra série, dedicada a Tchaikovsky, mas não o Concerto de Dvorák.

Estamos aqui tratando simplesmente uma das melhores gravações já realizadas tanto do Concerto quanto das Variações. O tempo já se encarregou de consagrá-las, e as sucessivas reimpressões desde então são outra prova de sua importância. Os alemães da DG não podem estar tão errados.

Com certeza, este seria um dos discos que eu levaria para uma ilha deserta. Quem não conhece, por favor, baixe. O que Rostropovich faz aqui é algo de outro mundo, coisa de gênio, poucos músicos atingiram tal nível de excelência.

1 Cello Concerto In B Minor, Op.104, B. 191 – 1. Allegro
2 Cello Concerto In B Minor, Op.104, B. 191 – 2. Adagio ma non troppo
3 Cello Concerto In B Minor, Op.104, B. 191 – 3. Finale (Allegro moderato)58
4 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Moderato assai quasi andante
5 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Tema: Moderato semplice
6 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione I: Tempo del Tema
7 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione II: Tempo del Tema
8 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione III: Andante sostenuto
9 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione IV: Andante grazioso
10 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione V: Allegro moderato
11 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione VI: Andante
12 Variations On A Rococo Theme, Op.33, TH.57 – Variazione VII e Coda: Allegro vivo

Mstislav Rostropovich – Violoncelo
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan – Conductor

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“Você sabia que o PQPBach ainda não tinha postado essa nossa gravação?”

Tchaikovsky / Nielsen: Concertos para Violino (Frang)

Tchaikovsky / Nielsen: Concertos para Violino (Frang)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Vilde Frang é muitas vezes comparada com a jovem Anne-Sophie Mutter e elas muitas vezes tocam juntas. É merecido. Surgiram muitas violinistas depois de Mutter e Mullova, mas a única que pode conversar com elas no mesmo degrau é Frang. Fico feliz por tê-la descoberto sem ter lido nada antes a respeito. Cruzei com um CD dela e disse logo de cara: isso não é normal!

Bem, voltemos. Aqui, Vilde Frang interpreta o muito amado Concerto de Tchaikovsky e nos dá sua terceira versão para o Concerto de Nielsen. Note que ela tinha 25 anos quando gravou este CD e já estava na terceira versão (hoje tem 29). No Tchai, Frang demonstra um virtuosismo seguro mas, longe de soltar fogos de artifício vazios, ela usa sua incrível técnica para reduzir um pouco a emoção habitual dos violinistas que costumam enfrentar a peça de forma ardente. A coisa fica mais sofisticada. O resultado final é uma gravação verdadeiramente notável — de cair o queixo — deste cavalo de batalha. Tudo o que se ouve desmente a juventude de Frang. Peça difícil e célebre, é complicado demonstrar novidades nela, só que a menina consegue. Já o Concerto de Nielsen mora em seu coração. Composto por Nielsen na terra natal da solista, a Noruega, foi estreado na Dinamarca. Vilde sempre foi louca por ele. O trabalho é muito escandinavo: melodias simples e sinceras colocadas em locais espaçosos e varridos pelo vento. Ouça com atenção. Frang é a violinista.

E nasceu num 19 de agosto, o que é um selo de alta qualidade.

Em colaboração com mamãe Mutter
Em colaboração com Mutter
E recebendo nosso aplauso
E ambas recebendo nosso aplauso

Tchaikovsky: Violin Concerto in D Major, Op. 35
1 I. Allegro moderato 18:33
2 II. Canzonetta (Andante) 6:27
3 III. Finale (Allegro vivacissimo) 10:10

Nielsen: Concerto for Violin and Orchestra Opus 33
4 I. Part I: Praeludium – Largo 6:47
5 II. Part I: Allegro cavalleresco 13:09
6 III. Part 2: Poco Adagio 6:14
7 IV. Part 2: Rondo: Allegretto scherzando 10:25

Vilde Frang
Danish National Symphony Orchestra
Eivind Gullberg Jensen

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Se eu tivesse o talento dela, jamais pararia de rir.
Se eu tivesse o talento dela, jamais pararia de rir.

PQP

Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893) – Swan Lake, Op. 20, Serenade for String Orchestra in C Major, Op. 48, The Nutcracker Suite, Op. 71a The Sleeping Beauty, Op. 66 – Anatole Fistoulari, Royal Concertgebow Orchestra

Anatole Fistoulari foi um maestro ucraniano que viveu 88 anos, entre 1907-1995, e foi, mesmo que por um curto período, genro de Gustav Mahler, apesar deste já ter falecido há bastante tempo quando se casou com Anna Mahler, sim, ele também foi genro de Alma Mahler, figura ímpar na história da cultura vienense. Sugiro aos senhores a leitura de um livro chamado ‘Viena Fin-de-Siecle’, para melhor conhecerem o ambiente em que Alma e Gustav viveram, sempre cercados dos maiores intelectuais do século que acabava e do século que se iniciava. Também existe uma biografia dela, que creio que esteja com  edição esgotada.

Foi um maestro que fez considerável sucesso ali na metade do século, e gravou muito. Este disco que ora vos trago, foi recém lançado pela DECCA, gravado há quase sessenta anos, entre 1961 e 1963, devidamente remasterizado, e mostra todo o talento e versatilidade de Fistoulari frente a duas  das melhores orquestras do mundo, a do Concertgebow de Amsterdam, fama que ele ajudou a construir e Sinfônica de Londres, que também dispensa apresentações.

Aliás, gosto muito desse repertório (quem não gosta?), temos excelentes gravações destas obras que já foram postadas por aqui, mais uma não vai ter maiores problemas. Afinal, senhores, tratam-se dos balés de Tchaikovsky. Nestes sombrios tempos em que estamos vivendo, serve para alegrar e animar o dia.

São dois CDs, mas por preguiça, o ripador original colocou em apenas um arquivo. Divirtam-se.

Disc: 1
1. 1-13 Swan Lake, Op. 20 (Highlights)

Royal Concertgebow Orchestra
Anatole Fistoulari – Conductor

2. 14-17 Serenade for Strings in C Major, Op. 48

London Symphony Orchestra

Disc: 2
1. 1-8 the Nutcracker: Suite, Op. 71A
2. 9-23 Sleeping Beauty (Highlights)

London Symphony Orchestra
Anatole Fistoulari – Conductor

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#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856) – Concerto para violoncelo, Op. 129 – Antonín Dvořák (1841-1904): Concerto para violoncelo, Op. 104 – Pyotr Tchaikovsky (1840-1893) – Pezzo capriccioso, Op. 62 – Rostropovich – Britten – Svetlanov

Há muito queria alcançar esse disco a vocês, mas ora me faltava a oportunidade, ora completamente o elã. Essa celebração do aniversário de Schumann, que já está na terceira semana, deu-me o pretexto que faltava. Ei-lo!

Imenso músico, cidadão do mundo, incrível figura humana: difícil falar mal de Mstislav Rostropovich, a quem a família e as multidões chamavam de Slava. Isso, claro, se tu não dessem ouvidos ao Politburo soviético, sempre reticente em permitir as turnês do grande homem pelo Exterior, onde encontrava-se abertamente com dissidentes do regime e nunca deixava de expressar sua opinião em prol da abertura de seu país.

Nunca lhe faltaram amigos, e estes lhe foram essenciais no início de seu exílio, depois que – muito por conta de suas ações cada vez mais francas de apoio à dissidência, que incluíram acolher em sua casa o desgraçado escritor Aleksandr Solzhenitsyn – teve que fugir da União Soviética com a roupa do corpo e buscar guarida nos Estados Unidos. Um de seus mais leais colaboradores no Ocidente era Benjamin Britten, que não só lhe dedicou o considerável conjunto de uma sonata para violoncelo e piano, três suítes para violoncelo solo e uma sinfonia para violoncelo e orquestra, como também o acompanhou ao piano e na regência em muitas de suas apresentações. Nesta gravação, os dois juntam forças numa apaixonada leitura do concerto de Schumann e numa breve peça de Tchaikovsky que, apesar do título caprichoso, conjura suas dores pela perda de um amigo. Apesar da qualidade da gravação deixar bastante a desejar – são, afinal, registros de rádio e televisão, coletados e lançados pela BBC -, o “som Rostropovich” e a afinação de sua parceria com Britten valem a audição.

Parceiros no palco…
… amigos na vida

A gravação mais notável do disco – e uma das mais eletrizantes de todos os tempos – é a do concerto de Dvořák, uma obra-prima apreciada mesmo por quem detesta o compositor. Realizada ao vivo em Londres durante o festival The BBC Proms em 21 de agosto de 1968, tornou-se notória por acontecer exatamente no dia em que as forças do Pacto de Varsóvia, lideradas pela União Soviética, invadiram a Tchecoslováquia para esmagar os movimentos de reforma liderados por Alexander Dubček, conhecidos pela posteridade como a Primavera de Praga. Rostropovich, que amava a magnífica capital da Boêmia – onde tocava com frequência, tinha muitos amigos e, o mais especial para ele, conhecera Galina, sua esposa – ouviu impotente as notícias da invasão, enquanto colocava-se na terrível situação de a um só tempo desejar alcançar apoio e solidariedade aos tchecoslovacos enquanto personificava, como cidadão soviético, o detestado agressor ante o engajado público londrino. A ironia de estar escalado para tocar exatamente uma obra do compositor mais célebre do país invadido não colaborou para melhorar o clima da acolhida, e protestos muito pervasivos ocorreram dentro e fora do Royal Albert Hall, tanto de quem pretendia impedir os soviéticos de tocarem, quanto daqueles que defendiam seu direito de escutá-los. Slava, enfim, decidiu tocar. A Orquestra Sinfônica Estatal da União Soviética foi recebida no palco com muita hostilidade, que só aumentou quando solista e regente – o legendário Evgeny Svetlanov – entraram em cena. Os protestos continuaram – ouvem-se gritos e apupos logo no começo da gravação – e, não obstante, o concerto continuou. O que aconteceu em seguida as senhoras e os senhores poderão bem ouvir, se não quiserem em minhas palavras fúteis: uma interpretação elétrica, emocionada, incomparável da obra-prima. Conta-se que Rostropovich chorava a terminar o Adagio e que passou o resto da peça a morder os lábios. Quando terminou e veio a chuva de aplausos, Slava ergueu sobre a cabeça uma partitura com o nome do compositor, dando uma demonstração clara de sua solidariedade aos tchecoslovacos e de seu amor pelo país e por sua cultura. Mesmo temendo pelos entes que estavam na União Soviética e pela própria segurança, ele – um corajoso inimigo da injustiça – não poderia deixar de se posicionar. Fê-lo com o gesto, fê-lo com a música – e esse registro do concerto de Dvořák, especialmente seu Adagio, nunca deixará de me emocionar como uma das mais incríveis gravações jamais realizadas.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)

Concerto em Lá menor para violoncelo e orquestra, Op. 129

1 – Nicht zu schnell
2 – Langsam
3 – Sehr lebhaft

Mstislav Rostropovich, violoncelo
London Symphony Orchestra
Benjamin Britten, regência

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)

Concerto em Si menor para violoncelo e orquestra, Op. 104

4 – Allegro
5 – Adagio, ma non troppo
6 – Finale: Allegro moderato — Andante — Allegro vivo

Mstislav Rostropovich, violoncelo
Orquestra Sinfônica Estatal da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
Evgeny Svetlanov, regência

 

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Pezzo capriccioso em Si menor para violoncelo e orquestra, Op. 62

07 – Andante con moto

Mstislav Rostropovich, violoncelo
English Chamber Orchestra
Benjamin Britten, regência

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21-8-1968

Vassily

 

Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival

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Comecei a postar esta coleção lá em 2016, mas acabei parando. Não tenho muita certeza de que tenho todos os cds desta série, mas trarei o que tenho. Começo então renovando os links que trouxe naquela época. 

Esta coleção de gravações de Martha Argerich é sensacional, e virou meio que uma tradição. A EMI lançou durante aproximadamente dez anos um conjunto de três Cds de cada vez, que trazia as principais performances dos mais diversos músicos em um festival em uma cidadezinha suiça chamada Lugano.

Nestes três cds temos performances realizadas entre os anos de 2002 e 2004. Em minha modesta opinião, o melhor momento é a transcrição para dois pianos da Sinfonia Clássica de Prokofiev. Martha e Yefim Bronfman dão um show de versatilidade, talento e virtuosismo, mas o que mais poderiamos esperar destes dois?

Temos Maxim Vengerov, os irmãos Capuçon, Lilya Zilberstein, entre outros nomes não tão conhecidos.

Então vamos ao que viemos.

Martha Argerich & Friends – Live from Lugano Festival

CD 1
Prokofiev:
01. Symphony No. 1 in D major (‘Classical’), Op. 25 I. Allegro
02. Symphony No. 1 in D major (‘Classical’), Op. 25 II. Larghetto
03. Symphony No. 1 in D major (‘Classical’), Op. 25 III. Gavotte Non troppo all
04. Symphony No. 1 in D major (‘Classical’), Op. 25 IV. Finale Molto vivace

Martha Argerich & Yefim Bronfman – Pianos

Tchaikovsky:
05. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a I. Ouverture miniature
06. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Marcia viva
07. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Danse de la fée dragée – Andante non tropo
08. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Danse russe: trépak
09. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Danse arabe: Allegretto
10. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Danse chinoise: Allegro Moderato
11. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a II. Danses caractéristiques. Dans de mirlitons: Moderato assai
12. Nutcracker, suite from the ballet, Op. 71a III. Valse des fleurs

Martha Argerich & Mirabela Dina – Pianos

Shostakovich:
13. Piano Trio No. 2 in E minor, Op. 67 I. Andante – Moderato
14. Piano Trio No. 2 in E minor, Op. 67 II. Allegro non troppo
15. Piano Trio No. 2 in E minor, Op. 67 III. Largo
16. Piano Trio No. 2 in E minor, Op. 67 IV. Allegretto

Martha Argerich – Piano
Maxim Vengerov – Violin
Gautier Capuçon – Cello

CD 2
Brahms:
01. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108- I. Allegro
02. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108- II. Adagio
03. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108- III. Un poco presto e co
04. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108- IV. Presto agitato

Lilya Zilberstein – Piano
Maxim Vengerov – Violin

Schubert:
05. Piano Trio in B flat major, D. 898 (Op. 99)- I. Allegro moderato
06. Piano Trio in B flat major, D. 898 (Op. 99)- II. Andante un poco mosso
07. Piano Trio in B flat major, D. 898 (Op. 99)- III. Scherzo- Allegro
08. Piano Trio in B flat major, D. 898 (Op. 99)- IV. Rondo- Allegro vivace

Yefim Bronfman – Piano
Renaud Capuçon – Violin
Gautier Capuçon – Cello

CD 3
Schumann:
01. Piano Quintet in E flat major, Op. 44 I. Allegro brillante
02. Piano Quintet in E flat major, Op. 44 II. In modo d’una marcia – Un poco lar
03. Piano Quintet in E flat major, Op. 44 III. Scherzo Molto vivace
04. Piano Quintet in E flat major, Op. 44 IV. Allegro ma non troppo

Martha Argerich – Piano
Dora Schwarzberg – Violin
Renaud Capuçon – Violin
Nora Romanoff-Schwarzberg – Viola
Mark Dobrinsky – Cello

 

Schumann:
05. Sonata for violin & piano No. 1 in A minor, Op. 105 I. Mit leidenschaftliche
06. Sonata for violin & piano No. 1 in A minor, Op. 105 II. Allegretto
07. Sonata for violin & piano No. 1 in A minor, Op. 105 III. Lebhaft

Martha Argerich – Piano
Géza Hossu-Legocky – Violin

Dvořák:
08. Piano Quartet No. 2 in E flat major, B. 162 (Op. 87) I. Allegro con fuoco
09. Piano Quartet No. 2 in E flat major, B. 162 (Op. 87) II. Lento
10. Piano Quartet No. 2 in E flat major, B. 162 (Op. 87) III. Allegro moderato
11. Piano Quartet No. 2 in E flat major, B. 162 (Op. 87) IV. Allegro ma non troppo

Walter Delahunt – Piano
Renaud Capuçon – Violin
Lida Chen – Viola
Gautier Capuçon – Cello

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FDP

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Um excelente repertório numa interpretação que está fora de moda, mas que foi de alto nível em sua época. Também não sei porque Grieg ficou fora da capa — ou se esta é realmente a capa do CD. Sua Suíte Holberg é belíssima e não merece este descaso…

Sobre a Serenata para Cordas de Tchai: ele pretendia que o primeiro movimento fosse uma imitação do estilo de Mozart, e foi baseado na forma da sonatina clássica, com uma introdução lenta. A agitada introdução do Andante é marcada como “sempre marcatissimo”. A introdução é reafirmada no final do movimento, e depois reaparece, transformada, no quarto movimento, unindo toda a obra. Na segunda página da partitura, Tchaikovski escreveu: “Quanto maior o número de músicos na orquestra de cordas, mais isso estará de acordo com os desejos do autor.” O segundo movimento, Valse, tornou-se uma peça popular por si só.

Souvenir de Florence, também de Tchai, é originalmente um sexteto, mas não chega aos pés da Serenata.

Já a Suíte Holberg, de Grieg, é demais! A Suíte Holberg, op. 40, mais propriamente “Da época de Holberg”, com o subtítulo “Suite in olden style” é uma suíte de cinco movimentos baseados nas formas de dança do século XVIII, escritos por Edvard Grieg em 1884 para celebrar o 200º aniversário do nascimento do dramaturgo humanista Ludvig Holberg. Ela foi originalmente composta para piano, mas um ano depois foi adaptada pelo próprio Grieg para orquestra de cordas. A suíte consiste em uma introdução e um conjunto de danças. É um ensaio inicial do neoclassicismo, uma tentativa de ecoar tanto quanto se sabia no tempo de Grieg da música da época de Holberg. Embora não seja tão famosa quanto a música incidental de Grieg de Peer Gynt, muita gente boa consideram ambas como obras como de igual mérito.

É claro que as interpretações modernas da Holberg são muito melhores.

Tchaikovsky (1840-1893) / Grieg (1843-1907): Cordas e mais cordas (Serenata, Souvenir, Holberg)

Tchaikovsky (1840-1893): Serenade for strings in C major, Op.48
01. I. Pezzo in forma di sonatina_ Andante non troppo — Allegro moderato
02. II. Walzer_ Moderato, tempo di valse
03. III. Elégie_ Larghetto elegiaco
04. IV. Finale (Tema russo)_ Andante — Allegro con spirito

Tchaikovsky (1840-1893): Souvenir de Florence, Op.70
05. I. Allegro con spirito
06. II. Adagio cantabile e con moto
07. III. Allegro moderato
08. IV. Allegro vivace

Edvard Grieg (1843-1907): Holberg Suite, Op.40

09. I. Praeludium_ Allegro vivace
10. II. Sarabande_ Andante
11. III. Gavotte_ Allegretto — Musette_ Poco più mosso
12. IV. Air_ Andante religioso
13. V. Rigaudon_ Allegro con brio

Academy of St. Martin in the Fields
Sir Neville Marriner

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Tchai

PQP

The Art of Anne Sofie von Otter – 2013


The Art of
Anne Sofie von Otter

Anne Sofie von Otter é uma das principais mezzo-soprano da atualidade, conhecida por sua versatilidade em papéis de óperas, suas interessantes opções de recitais e sua disposição em assumir riscos vocais. Seu pai era um diplomata sueco cuja carreira levou a família a Bonn, Londres, e de volta a Estocolmo enquanto Anne Sofie estava crescendo. Como resultado, ela ganhou fluência em idiomas. Estudou música na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Sua principal professora de voz era Vera Rozsa, enquanto Erik Werba e Geoffrey Parsons a treinavam na interpretação de lieder.

Ela ganhou um contrato com a Basle Opera em 1983 e permaneceu na empresa até 1985, estreando como Alcina no Orlando Paladino de Franz Joseph Haydn. Ela também assumiu vários papéis masculinos escritos para mezzo-sopranos femininos, incluindo Cherubino no casamento de Mozart com Figaro, Hänsel no Hänsel und Gretel de Humperdinck e Orpheus no Orfée et Eurydice de Gluck. Em 1984, estreou no Festival de Aix-en-Provence como Ramiro em La Finta Giardiniera, de Mozart. Outras interpretações incluem Otaviano em Rosenkavalier de Strauss, o Compositor em Ariadne auf Naxos de Strauss e o papel-título de Tancredi de Rossini, entre outros.

Uma mulher alta e escultural, ela sente-se em casa em inúmeras séries de óperas do século XVIII, nas quais vozes altas costumavam interpretar os heróis. Ela cantou em Covent Garden, La Scala, Berlim, Munique, Roma e outras grandes casas de ópera.

Outra razão para a alta proporção de óperas da era barroca e clássica em seu repertório é uma importante relação de trabalho com o maestro John Eliot Gardiner, maestro britânico que começou como especialista em barroco. Ela fez o primeiro teste para ele em 1985, mas não conseguiu impressionar. Foi apenas com uma chance subseqüente para ele ouvi-la que ele começou a trabalhar com ela. Ela se juntou a ele em gravações da Nona Sinfonia de Beethoven; Clemenza di Tito de Mozart, Idomeneo e Requiem; Favola d’Orfeo de Monteverdi e L’Incoronazione di Poppea; Agripina e Jefté, de Handel; Orfée et Eurydice, de Gluck; e Oratório de Natal de Bach e St. Matthew Passion. Ele também conduziu a gravação de Seven Deadly Sins, de Weill, por von Otter, e selecionou músicas de teatro. Gravações significativas desde 2000 incluem Terezin / Theresienstadt, música do campo de concentração, e Boldemann, Gefors, Hillborg, canções orquestrais suecas contemporâneas.

Seu outro grande parceiro artístico é o pianista sueco Bengt Forsberg, seu parceiro de recital. Como Forsberg é um dos principais estudiosos no campo da literatura musical, von Otter conta com ele para sugerir músicas e organizar os programas de seus recitais. Com ele, ela se especializou em lieder desde os períodos do início e do final do período romântico, incluindo gravações bem recebidas de músicas de Schubert, Schumann, Brahms, Zemlinsky, Korngold e Mahler, além dos compositores românticos nórdicos, Alfvén, Rangstrom, Stenhammer e Sibelius.

Ela aprecia cantar músicas nas tonalidades especificadas originalmente pelos compositores. Quando ela veio gravar Seven Deadly Sins de Kurt Weill, ela usou a versão original para soprano alto, uma gama que ela possui, em vez da versão mezzo-soprano tradicional que foi feita para Lotte Lenya no final da carreira do cantor. Von Otter também gravou Seven Early Songs de Alban Berg, também música que é uma tensão para muitos sopranos. Além disso, ela não é avessa a esticar a voz para obter um efeito dramático. “Eu acredito em efeitos de choque”, ela disse uma vez em uma entrevista. No entanto, após os 40 anos de idade, ela teve algumas experiências particularmente ruins como resultado dessas duas tendências e, ela admite, magoou a voz. Como resultado, ela decidiu ser “sensata” e transpor para baixo. (extraído da internet)

Jacques Offenbach, nascido Jakob Eberst (Colônia, 1819 – Paris 1880)
1. Les Contes d’Hoffmann – Act – 1. Entr’acte (Barcarolle)
Anne Sofie von Otter, Stéphanie d’Oustrac & Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski & Chorus Of Les Musiciens Du Louvre

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
2. “Ellens Gesang III”, D839
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, Italy, 1792-Passy, Paris, 1868)
3. La Cenerentola, Act 2 “Nacqui all’affanno e al pianto”
Anne Sofie von Otter, Orchestra Of The Frankfurt Opera, James Levine

Edvard Grieg (Noruega, 1843 – 1907)
4. Haugtussa – Song Cycle, Op.67, Killingdans
Anne Sofie von Otter & Bengt Forsberg (piano)

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
5. Im Abendrot, D.799
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
6. I’m A Stranger Here Myself
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
St. Matthew Passion, BWV 244 – Part Two
7. No.47 Aria (Alto): “Erbarme dich, mein Gott”
Anne Sofie von Otter, Fredrik From, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893)
Eugene Onegin, Op.24, TH. – Act 1
8. Scene and Aria. “Kak ya lyublyu pod zvuki pesen etikh” – “Uzh kak po mostu, mostochku”
Mirella Freni, Anne Sofie von Otter, Staatskapelle Dresden, James Levine

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Requiem in D Minor, K. 626, compl. by Franz Xaver Süssmayer
9. 6. Benedictus

Anne Sofie von Otter, Barbara Bonney, Hans Peter Blochwitz, Willard White, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
10. Ved gjaetle – bekken
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
La clemenza di Tito, K. 621, Act 1
11. “Parto, ma tu ben mio”
12. “Oh Dei, che smania è questa”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
13. Speak Low
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Il pianto di Maria: “Giunta l’ora fatal” HWV 234
14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”
Anne Sofie von Otter, Musica Antiqua Köln, Reinhard Goebel

Gustav Mahler (1860 – 1911)
Rückert-Lieder, Op. 44
15. 2. Liebst du um Schönheit
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner
16. Serenade (from: “Don Juan”)
Anne Sofie von Otter, Ralf Gothoni

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Ariodante, HWV 33Act 2
17. “Tu preparati a morire”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Idomeneo, re di Creta, K.366Act 1
18. “Il padre adorato”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Mass in B Minor, BWV 232
Kyrie: No.1 Kyrie eleison
19. Agnus Dei
Widerstehe doch der Sünde, Cantata BWV 54
20. 1. “Widerstehe doch der Sünde”
Anne Sofie von Otter, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
21. Elsk
Kurt Weill (1900 – 1950)
22. Berlin im Licht – Song
Franz Schubert (1797 – 1828)
23. Der Wanderer an den Mond, D.870, op.80, no.1
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Christoph Willibald von Gluck (1714 – 1787)
Paride ed Elena, Wq 39Act 1
24. “O del mio dolce ardor”
Anne Sofie von Otter, Paul Goodwin, The English Concert, Trevor Pinnock

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Hercules, HWV 60Act 2
25. Aria: “When beauty sorrow’s liv’ry wears”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
26. Det syng
27. Med en Vandilje, Op.25, No.4
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Claudio Monteverdi (1567 – 1643)
L’incoronazione di Poppea, SV 308Act 2
28. Adagiati, Poppea – Oblivion soave (Arnalta)
Anne Sofie von Otter, Jakob Lindberg, Jory Vinikour

Johannes Brahms (1833 – 1897)
Fünf Lieder, Op.47
29. 3. Sonntag “So hab ich doch”
Franz Schubert (1797 – 1828)
30. Im Walde D 708
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

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Palhinha: ouça: 14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

If you have trouble unzipping files longer than 256 characters, for Windows, please try 7-ZIP, at https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ and for Mac, try Keka, at http://www.kekaosx.com/, to unzip, both at no cost.

Boa audição!

Avicenna

Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, Symphony nº 6 ‘Patetique’ – Sviatoslav Richter, Yevgeny Mravisnky, Leningrad Symphony Orchestra

Faltariam adjetivos para exaltar todos os músicos envolvidos nesta gravação. Sviatoslav Richter e Evgeny Mravinsky são músicos já apareceram por aqui, e seu nível de genialidade e de talento já foi mais do que demonstrado e discutido. E a Orquestra Filarmônica de Leningrado, nestes tempos de Mravinsky, era considerada uma das melhores orquestras do mundo.

Estes registros são lá da década de 50, já completaram seis décadas desde sua realização, mas felizmente a tecnologia nos permite o acesso elas. Temos aqui um Richter já devidamente reconhecido como gênio, e Mravinsky e sua Filarmônica de Leningrado também já tinham plantado suas raízes. O que temos aqui então é papa finíssima, como diria um amigo, aqueles discos para serem degustados devidamente, apreciando um bom vinho, ainda mais que estamos chegando no inverno, ao menos cá pelas bandas do sul, onde as manhãs já estão ficando um tanto quanto geladas.

Só para quem não frequenta o PQPBach há muito tempo, nem conhece o naipe destes músicos, ou então não acompanha esse mundo tão exclusivo quanto o da música clássica, só preciso dizer que nunca houve gravação das últimas três sinfonias de Tchaikovsky que se igualasse ao registro de Mravinsky. O CD da Deutsche Grammophon com estas obras é um dos mais vendidos de todos os tempos, está em catálogo há sessenta anos. E aqui Mravinsky e sua orquestra são acompanhados por outro gigante, um dos maiores pianistas de todos os tempos, Sviatoslav Richter.

Para aproveitar esse período de isolamento social e apreciarem uma bela trilha sonora, sugiro sentarem-se em sua melhor poltrona, abrirem um bom vinho e se deliciem.

Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, Symphony nº 6 ‘Patetique’ – Sviatoslav Richter, Yevgeny Mravisnky, Leningrad Symphony Orchestra

01. Piano Concerto No.1, Op.23 – I. Allegro non troppo e molto maestoso
02. Piano Concerto No.1, Op.23 – II. Andantino semplice
03. Piano Concerto No.1, Op.23 – III. Finale. Allegro con fuoco

Sviatoslav Richter – Piano
Lenigrad Philarmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky – Conductor

04. Symphony No.6, Op.74 ‘Pathetique’ – I. Adagio – Allegro non troppo
05. Symphony No.6, Op.74 ‘Pathetique’ – II. Allegro con grazia
06. Symphony No.6, Op.74 ‘Pathetique’ – III. Allegro molto vivace
07. Symphony No.6, Op.74 ‘Pathetique’ – IV. Finale.Adagio lamentoso

Lenigrad Philarmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky – Conductor

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Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in B-flat minor op. 23 – Emil Gilels, Chicago Symphony Ochestra, Fritz Reiner

Ontem fiquei por três horas cozinhando em fogo lento em um congestionamento gigantesco, voltando das festas de Natal, e pensando no que iria postar quando chegasse em casa. Curiosamente, o congestionamento, assim como surgiu desapareceu, sumiu, escafedeu-se. E pude concluir minha viagem. Mas enfim, vamos ao que viemos.
Nada que escreva vai mudar o fato de que este Concerto para Piano de Tchaikovsky é com certeza uma das maiores criações do ser humano, desde que o dito cujo começou a se expressar artisticamente, lá nos tempos da Idade da Pedra.
Junte-se a isso três cúmplices peso pesadíssimos (tudo superlativo aqui hoje), Emil Gilels, Fritz Reiner e Sinfônica de Chicago. Fala sério, você ainda não correu para baixar esse CD? Faz o favor, né?
P.S. Claro que Emil Gilels gravou essa obra em outras ocasiões, mas convenhamos, o que ele faz aqui é coisa de outro mundo, se é que me entendem.

P.S2. Não, não tem os excertos do Quebra Nozes neste CD. Apenas o Concerto, talquei?

Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in B-flat minor op. 23

1 I Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito 20:20
2 II Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
3 III Allegro con fuoco – Allegro vivo

Emil Gilels piano
Chicago Symphony Orchestra
Fritz Reiner conductor

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Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Lembram daquela série interminável de discos da Philips — lançados nos anos 70 e 80 — que eram seleções malucas de clássicos e que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Händel podia vir antes de um trecho de Rhapsody in Blue, o qual era seguido pela Abertura 1812 e pela chamada Ária na Corda Sol (mentira, corda sol coisa nenhuma) de Bach, por exemplo. Salada semelhante é servida por Khatia Buniatishvili neste CD. Mas o importante é faturar enquanto a beleza não abandona a pianista. Ela tem alguns anos de sucesso ainda. Como habitualmente, neste disco ela é muita emoção e languidez — principalmente a última –, acompanhada de um talento que não precisaria ter registros gravados. Temos tanta gente melhor! Depois deste disco altamente suspeito, ela sucumbe aqui. Só a aparência não basta. Afinal, ouvimos o CD. Vocês sabem que eu amo as belas musicistas, mas tudo tem limite.

O volume 1 da numerosa série

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

1 Johann Sebastian Bach: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208: IX. Schafe können sicher weiden (Arr. for Piano)
2 Pyotr Ilyich Tchaikovsky: The Seasons, Op. 37b: X. October (Autumn Song)
3 Felix Mendelssohn-Bartholdy: Lied ohne Worte in F-Sharp Minor, Op. 67/2
4 Claude Debussy: Suite Bergamasque, L. 75: III. Clair de lune
5 Giya Kancheli: Tune from the Film by Lana Gogoberidze: When Almonds Blossomed
6 György Ligeti: Musica ricercata No. 7 in B-Flat Major
7 Johannes Brahms: Intermezzo in B-Flat Minor, Op. 117/2
8 Franz Liszt: Wiegenlied, S. 198
9 Antonín Dvorák: Slavonic Dance for Four Hands in E Minor, Op. 72/2: Dumka (Allegretto grazioso)
10 Maurice Ravel: Pavane pour une infante défunte in G Major, M. 19
11 Frédéric Chopin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 25/7
12 Alexander Scriabin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 2/1
13 Domenico Scarlatti: Sonata in E Major, K. 380
14 Edvard Grieg: Lyric Piece in E Minor, Op. 57/6: Homesickness
15 Traditional: Vagiorko mai / Don’t You Love Me?
16 Wilhelm Kempff: Suite in B-Flat Major, HWV 434: IV. Menuet
17 Arvo Pärt: Für Alina in B Minor

Khatia Buniatishvili, piano

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Desculpe, Khatia, não rolou.

PQP

A Família das Cordas: Playing for the World – The New Violin Family

newviolinfamilyPois a história de Grigoriy Sedukh e seus violinos miúdos não parou em sua gravação que apresentamos ontem: esses instrumentos são apenas três duma série de oito, concebidos e confeccionados pela luthier Carleen Hutchins para reproduzir, em diferentes tamanhos, as qualidades sônicas do violino.

A luthier buscava criar um conjunto de instrumentos, ao estilo dos consorts de violas do século XVII, que tivessem características sonoras homogêneas, baseadas no violino. Seu trabalho, que envolveu colaboração com físicos, resultou num octeto de instrumentos que vão do sopranino ao contrabaixo, mas que são, essencialmente, violinos.

octet horizontal

Um desses instrumentos, o violino contralto, foi usado por Yo Yo Ma para tocar o Concerto para viola de Bartók, com recepção mista. Alguns saudaram o som como “revelador”, mas muita gente estranhou. A riqueza de timbre da viola se perde em prol de mais brilho e projeção, que é… bem, justamente aquilo que a gente não espera de uma viola.

Não obstante, várias instituições dedicam-se à divulgação do legado de Hutchins, alguns com devoção quase religiosa a sua figura, e comissionando novas composições para o peculiar conjunto instrumental.

Sério: olhem o T A M A N H O do violino contrabaixo!!!
Sério: olhem o T A M A N H O do violino contrabaixo!!!

Nesse álbum, gravado no que parece ser um congresso da The New Violin Family Association, várias peças de exibição são tocadas nos diversos instrumentos do octeto. A qualidade um tanto precária da gravação deixa para a nossa imaginação muito do tão apregoado brilho desses novos instrumentos, mas ouvir a Fantasia de Vaughan Williams tocada por eles, numa massa sonora mais homogênea que uma orquestra de cordas moderna, faz pensar que o sonho de Hutchins pode ter virado realidade.

Mais sobre a The New Violin Family Association em seu sítio na grande rede.

THE NEW VIOLIN FAMILY – PLAYING FOR THE WORLD

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
01 – Suíte no. 2 em Si menor, BWV 1067 – Badinerie

Jean-Marie LECLAIR (1703-1777)
02 – Sonata em Mi maior – Adagio

Johann Sebastian BACH
03 – Concerto em Ré menor para dois violinos e orquestra, BWV 1043 – Largo

Marin MARAIS (1656-1728)
04 – L’Agréable

05 – Improvisação de Stephen Nachmonavitch e Sera Smolen

Jules Émile Frédéric MASSENET (1842-1912)
06 – Thaïs – Méditation

Diana GANNETT (1947)
07 – Simple Grace

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
08 – Evgenyi Onegin, Op. 24 – Ária de Lensky

Ottorino RESPIGHI (1879-1936)
09 – Danze ed Arie Antiche – Danza d’il Conte Orlando

George GERSHWIN (1898-1937)
10 – Porgy and Bess – Summertime

Ástor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
11 – Libertango

Ralph VAUGHAN WILLIAMS (1872-1958)
12 – Fantasia em vinte e três partes sobre um tema de Tallis

Albert Consort
Hutchins Consort
The New Violin Family Association Festival Orchestra

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A família completa
A família completa

Vassily Genrikhovich

A Família das Cordas – Violino Piccolo – Grigoriy Sedukh

gscd– Um álbum só de violino piccolo, Vassily?

Quase.

Desde a primeira vez em que escutei os Concertos de Brandenburg de Bach, chamou-me a atenção aquele violininho serelepe e pungente a buscar espaço com valentia em meio aos tantos sopros do Concerto no. 1:

Nunca mais ouvi falar do tal violino piccolo, de tamanho a um violino 3/4 para jovens, com algumas diferenças de construção e que soa uma terça acima dos violinos convencionais, até encontrar alguns vídeos do ucraniano Grigoriy Sedukh tocando o que chamava de piccolo em peças convencionais do repertório violinístico.

Sem ler muito as letras miúdas, comprei seu CD (lançado pelo pitorescamente batizado selo “The Catgut Acoustic Society Co.”) para só depois descobrir – mais surpreso, talvez, que decepcionado – aquela história do gato comprado por lebre.

Pois aqui Sedukh não toca exatamente o instrumento de que Bach lançara mão, mas sim num chamado “violino sopranino”, que soa uma oitava acima do violino convencional e que tem, guardadas as proporções, as mesmas proporções deste. A gravação inclui somente uma faixa com um instrumento semelhante ao piccolo barroco, o  “Adagio” de Grazioli, executado num violino dito “soprano” (uma quarta acima do convencional, mais ou menos como o piccolo), além de uma peça num “mezzo” (afinado exatamente como o convencional).

O repertório é um balaio de gatos que, obviamente, não tem razão outra de ser que não a de exibir as qualidades dos instrumentos e do intérprete. Eu acho estranho abrir uma gravação com a Polonaise de Bach, que é uma obra que parece já começar no meio, mas depois as coisas melhoram bastante. Sedukh é bom violinista e, neste pequeníssimo nicho musical, mostra-nos um bom cartão de visitas.

GRIGORYI SEDUKH – VIOLIN SOLOIST

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Suíte Orquestral no. 2 em Si menor, BWV 1067
01 – Polonaise
02 – Badinerie

Giovanni Battista  GRAZIOLI (1756-1820)
03 – Adagio*

Niccoló PAGANINI (1782-1840)
04 – Sonatina no. 1 para violino e violão
05 – Sonatina no. 3 para violino e violão

Joseph Joachim RAFF (1822-1882)
06 – Cavatina, Op. 85 no. 3

Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
07 – O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Entrée et Adagio
08 – Álbum para a Infância, Op. 39 – no. 22: Canção da Cotovia
09 –  O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Adagio †
10 –  O Lago dos Cisnes, Op. 20 – Dança Russa

Jules Émile Frédéric MASSENET (1842-1912)
11 – Thaïs – Méditation

Nikolay Andreyevich RIMSKY-KORSAKOV (1844-1908)
12 – A Lenda do Czar Saltan – O Vôo do Zangão (Шмель, Mamangaba)

Riccardo Eugenio DRIGO (1846-1930)
13 – Les Millions d’Arlequin – Adagio

Friedrich (Fritz) KREISLER (1875-1962)
14 – Marcha dos Soldados de Brinquedo

Grigoryi Sedukh, violinos sopranino, *soprano e † mezzo
Inga Dzektser, piano

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Vassily Genrikhovich

Dzektser, Sedukh - e violinos para todos os gostos
Dzektser, Sedukh – e violinos para todos os gostos

 

Ainda mais Cordas: o Banjo (Perpetual Motion – Béla Fleck)

51ZgNDY+BULPassada em revista a parte da família das cordas que é tocada com arcos, enveredamos por um outro ramo da família com quem os arcos não falam muito, pois as salas de concerto costumam torcer-lhes os narizes: aquele das cordas dedilhadas.

Antes que me joguem os tomates, ou me perguntem por que exus eu não apus a palavrinha .:interlúdio:. ao título de uma gravação, vejam só, de banjo, de BANJO, de B A N J O! incongruentemente atirada no meio das sacrossantas interpretações dos Pollinis e Bernsteins que os blogueiros não-vassílycos publicam por aqui, bem, antes que venham os apupos, os “foras!” e que me defenestrem, eu antecipadamente me defendo: Béla Fleck é um TREMENDO músico e merece ser ouvido.

Ok, o repertório do CD é um balaio de gatos cheio de figurinhas fáceis do repertório das coleções “The Best of”, só que ele é feito sob medida para Fleck exibir com sobras seu talento. Asseguro-lhes que dificilmente ouvirão um banjo ser tocado com tanta maestria, ainda mais acompanhado por músicos do naipe de, entre outros, Joshua Bell, John Williams e Edgar Meyer. No final, para relaxar, Fleck colocou uma ótima versão bluegrass do “Moto Perpétuo” de Paganini, mas ela está claramente identificada como tal e os puristas entre vós outros poderão deletá-la antes que ela fira algum ouvido.

E, se vocês acharam interessante o Fleck ter o nome de Béla, saibam que o nome completo do cavalheiro é Béla Anton Leoš Fleck. Sim: uma homenagem ao grande Béla, àquele Anton e a este Leoš.

PERPETUAL MOTION – BÉLA FLECK

Domenico SCARLATTI (1685-1757)
01 – Sonata em Dó maior, K. 159

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
02 – Invenção a duas vozes no. 13 em Lá menor, BWV 784

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
03 – Children’s Corner, L. 113 – “Doctor Gradus ad Parnassum”

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
04 – Mazurkas, Op. 59 – no. 3 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
05 – Partita no. 3 em Mi maior, BWV 1006 – Prélude

Fryderyk Franciszek CHOPIN
06 – Études, Op. 10 – no. 4 em Dó sustenido menor
07 – Mazurkas, Op. 6 – no. 1 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
08 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Sol maior, BWV 796

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
09 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 3: Mélodie

Johannes BRAHMS (1833-1897)
10 – Cinco estudos para piano, Anh. 1a/1 – no. 3 em Sol menor, após Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian BACH
11 – Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 – Prelude
12 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Si menor, BWV 801

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
13 – Moto Perpetuo, Op. 11

Domenico SCARLATTI
14 – Sonata em Ré menor, K. 213

Johann Sebastian BACH
15 – Invenção a duas vozes no. 6 em Mi maior, BWV 777

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
16 – Sonata no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Luar” – Adagio sostenuto

Johann Sebastian BACH
17 – Invenção a duas vozes no. 11 em Sol menor, BWV 782

Ludwig van BEETHOVEN
18 – Sete Variações sobre “God Save the King”, WoO 78

Johann Sebastian BACH
19 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Mi menor, BWV 793

Niccolò PAGANINI
arranjo de James Bryan Sutton
12 – Moto Perpetuo, Op. 11 (versão bluegrass)

Béla Fleck, banjo
Joshua Bell, violino
Gary Hoffmann, violoncelo
Evelyn Glennie, marimba
Edgar Meyer, contrabaixo
Chris Thile, bandolim
James Bryan Sutton, violão folk
John Williams, violão

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Vassily Genrikhovich

 

Leonid Kogan (1924-1983) – Artist Profile

Troquei o servidor para o Google Drive. Creio que agora o pessoal vai poder baixar os arquivos sem maiores problemas.

Ah, os russos… Que podemos dizer deles quando o assunto são os grandes violinistas do passado? David Oistrakh e Leonid Kogan entre outros, eram músicos excepcionais, acima da condição normal de um ser humano, eram seres iluminados, abençoados com um dom único, o de extrair de uma caixinha de madeira com quatro cordas toda a emoção que pudesse ser exposta. Não bastava o que estava no papel, havia de se ler o que estava nas entrelinhas, subentendido.
Leonid Kogan nasceu em 1924 e faleceu em 1983, em uma estação de trem, onde ia embarcar para mais uma apresentação. Foi casado com uma irmã do grande pianista Emil Gilels, que também era violinista, e pai de outro violinista. Leonid Kogan foi um gigante absoluto do instrumento, e neste CD toca cinco peças básicas do repertório do instrumento. Senti falta do Concerto de Mendelssohn, mas tudo bem. Kogan só foi apresentado ao Ocidente em 1958, tocando exatamente o Concerto de Brahms, e fez um sucesso estrondoso.
Kogan não foi tão prolífico em termos de gravação quanto seu amigo mais velho, David Oistrakh. Mas o que gravou foi o suficiente para demonstrar todo o seu imenso talento.
A gravadora EMI contratou para essas gravações dois grandes maestros russos para acompanhar  o músico: Kiril Kondrashin e Constantin Silvestri, ou seja, nada pode dar errado quando temos estes nomes envolvidos.
Espero que apreciem, fã que sou da escola russa de violino, sei que os senhores também irão gostar.

CD 1

01. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – I. Allegro non troppo
02. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – II. Adagio
03. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
04. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – I. Allegro non troppo
05. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – II. Scherzando (Allegro molto)
06. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – III. Intermezzo ( Allegro non troppo)
07. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – IV. Andante
08. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – V. Rondo (Allegro)
09. Tchaikovsky Serenade melancholique, Op.26

Leonid Kogan – Violin
Philharmonia Orchestra
Kiril Kondrashin – Conductor

CD 2

01. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – I. Allegro ma non troppo
02. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – II. Laghetto
03. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – III. Rondo Allegro
04. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – I. Allegro moderato
05. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – II. Canzonetta Andante
06. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – III. Finale Allegro vivace

Leonid Kogan – Violin
Orchestre de la Societé des Concerts du Conservatoire
Constantin Silvestri – Conductor

CD 1 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Concert of the Century: Celebrating the 85th Anniversary of Carnegie Hall (1976)

61YHCGMSB4L._SX425_“Concerto do Século” é um título bastante presunçoso para esta gravação da celebração dos 85 anos (jubileu esquisito, né?) do Carnegie Hall em Nova York, e que eu comprei no Carrefour nos anos 90.

Os talentos reunidos talvez justifiquem a presunção: afinal, se hoje Leonard Bernstein, Isaac Stern, Yehudi Menuhin, Vladimir Horowitz, Slava Rostropovich e Dietrich Fischer-Dieskau provavelmente estão, entre uma piada e outra de Slava, a fazer música no Olimpo, no tempo em que eles repartiam conosco o ar pestilento do Hades era bem difícil vê-los repartindo um palco.

O repertório é um saco de gatos difícil de entender, cujo único critério de eleição, parece, era o da Roda da Fortuna. Talvez quisessem apenas achar pretextos para reunir o notável panteão musical e ganhar dinheiro com isso – a edição de luxo da gravação, por exemplo, limitada a mil exemplares e autografada pelos artistas, ainda pode trocar de mãos pela ninharia de duas mil e trezentas doletas.

Essa, no entanto, é uma questão que empalidece quando imaginamos o espetáculo sui generis que não deve ter sido assistir aos célebres instrumentistas cantando (!) o Hallelujah de Händel que encerra o festim musical. Não conseguimos, em momento algum, discernir suas vozes em meio ao coro e, por isso, provavelmente devamos à Oratorio Society e à Filarmônica de New York nossos efusivos agradecimentos.

Ver Horowitz soltando um dó de peito certamente foi uma das trombetas do Apocalipse, mas o fechamento meio bizarro do concerto não condiz com algumas das belezas nele contidas. Ok, o Concerto Duplo de Bach com Stern e Menuhin é decepcionante, meio cru e cheio de arestas, e também fica difícil entender por que o “Pater Noster” à capela de Tchaikovsky está ali, perdido entre Bach e Händel. No entanto, o “Pezzo Elegiaco” que abre o belo Trio em Lá menor de Tchaikovsky (com Stern, Horowitz e Rostropovich) e o Andante da Sonata para violoncelo e piano de Rachmaninov (com Rostropovich e Horowitz) são tão bons que a gente fica cá com os botões a se perguntar por que diachos deles foram tocados só excertos.

O ouro maciço, entretanto, está no MA-RA-VI-LHO-SO “Dichterliebe” de Schumann, na voz de seu maior intérprete, Dietrich Fischer-Dieskau, e com Horowitz ao piano. Não conseguiríamos tecer loas bastantes à maior voz do século XX, então concentramos nossos confetes sobre Horowitz, que não só acompanha impecavelmente como também acrescenta tensão e lirismo a momentos cruciais. Para mim, esta é disparadamente a melhor gravação que existe desta obra-prima do gênero, e tenho certeza de que, se fosse lançada separadamente e não escondida neste saco de gatos de pedigree, seria um sempiterno sucesso.

CONCERT OF THE CENTURY – CELEBRATING THE 85th ANNIVERSARY OF CARNEGIE HALL

Gravado ao vivo em 18 de maio de 1976

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

01 – Abertura “Leonore”, Op. 72a

New York Philarmonic
Leonard Bernstein, regência

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

02 – Trio em Lá menor para violino, piano e violoncelo, Op. 50 – Pezzo elegiaco

Isaac Stern, violino
Vladimir Horowitz, piano
Mstislav Rostropovich, violoncelo

Sergey Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)

03 – Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 19 – Andante

Mstislav Rostropovich, violoncelo
Vladimir Horowitz, piano

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CD2

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)

01 – Dichterliebe, Op. 48, ciclo de canções sobre poemas de Heinrich Heine

Dietrich Fischer-Dieskau, barítono
Vladimir Horowitz, piano

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

Concerto em Ré menor para dois violinos, orquestra de cordas e baixo contínuo, BWV 1043

02 – Vivace
03 – Largo ma non tanto
04 – Allegro

Isaac Stern e Yehudi Menuhin, violinos
New York Philarmonic
Leonard Bernstein, cravo e regência

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

05 – Nove Peças Sacras – Pater Noster

The Oratorio Society
Lyndon Woodside, regência

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)

06 – Messiah, Oratório HWV 56 – no. 42, coro: “Hallelujah”

Isaac Stern, Yehudi Menuhin, Vladimir Horowitz, Mstislav Rostropovich, Leonard Bernstein, Dietrich Fischer-Dieskau, vozes
The Oratorio Society
New York Philarmonic
Leonard Bernstein, regência

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Menuhin, Slava, Volodya, Bernstein e Stern cantam, e Fischer-Dieskau pergunta-se como veio parar no meio do pior coro do mundo.

Vassily

 

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

61nayAy+HeLMeu interesse em instrumentos musicais já me levou a tocar alguns deles em graus de sucesso que variam do sofrível ao ridículo. Minha experiência com todos, em especial os metais e as cordas, levou-me a admirar sobremaneira a dedicação dos instrumentistas para ajustarem suas bocas e dedos àqueles teimosos aparatos, extraindo deles não só sons agradáveis e condizentes com a intenção de um compositor, mas, o que é ainda mais impressionante, sem sucumbirem no processo.

Se acho uma façanha ser um virtuose de um instrumento que se toca tocando, que se pode dizer de um instrumento que se toca sem que se o toque?

Para mim, amigos, magia negra. Para o resto do mundo, é o assombroso teremim.

ooOoo

Inventado pelo físico russo Léon Theremin (Lev Termen, para os íntimos), este pioneiro entre os instrumentos eletrônicos é controlado pela posição das mãos do intérprete em relação a duas antenas: uma que regula a frequência, outra para o volume. O peculiar timbre resultante, já descrito como o de um “violoncelo perdido em neblina espessa, chorando por não saber como voltar para casa”, soa de melancólico a decididamente fantasmagórico. Não é à toa, portanto, que o teremim seja figurinha fácil de trilhas sonoras de filmes que abordam o incomum, o bizarro, e o inacreditável.

Parece difícil, e é mesmo. Por isso, talvez, passada a curiosidade inicial, o incrível instrumento de Theremin tenha ficado meio esquecido, e certamente limado de todos os círculos de música “séria”, até a entrada em cena de uma certa Clara Rockmore.

Nascida Klara Reisenberg em Vilnius (Lituânia), foi uma criança-prodígio no violino e chegou a estudar com Leopold Auer (sim, o professor de Heifetz; sim, o sujeito que esnobou o Concerto de Tchaikovsky) no Conservatório de São Petersburgo. Problemas de saúde fizeram-na abandonar o violino e a Música como um todo até encontrar, já nos Estados Unidos, o inventor Theremin. Trabalharam juntos no aperfeiçoamento do instrumento como meio de expressão artística. Foram tão próximos que Léon, que não era bobo, nem nada, lhe propôs casamento. Klara deu-lhe o fora, casou-se com um certo Rockmore, passou a chamar-se Clara e, emprestando ao teremim sua extraordinária musicalidade, transformou-se em sua primeira virtuose.

O vídeo acima, apesar do som precário, dá a vocês uma melhor ideia do que lhes tento dizer (além, claro,de ser deliciosamente funéreo!). O timbre, como já falamos, talvez seja um gosto adquirido, mas é assombrosa a expressividade que Rockmore obtém sem nada tocar além do éter. Se vocês perceberem, ao contrário da maior parte dos instrumentos, dos quais os silêncios são obtidos tão só pela suspensão da emissão do som, as pausas no teremim também têm que ser produzidas, através da ação a mão do volume (no caso de Rockmore, a esquerda).

Espero que, vencendo a natural estranheza, vocês possam apreciar a complicada arte desta virtuose incomum.

THE ART OF THE THEREMIN – CLARA ROCKMORE

Sergey Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)

01 – Canções, Op. 34 – no. 14: Vocalise
02 – Romances, Op. 4 – no. 4: “Ne poj, krasavitsa” [NOTA DO AUTOR: conhecida como “Canção de Grusia”, não se refere a qualquer pessoa, mas sim à região caucasiana da Geórgia, que tem este nome em russo]

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)

03 – O Carnaval dos Animais – no. 13: O Cisne

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

04 – El Amor Brujo – Pantomima

Yosif Yuliyevich AKHRON (1886-1943)

05 – Melodia hebreia, Op. 33

Henryk WIENIAWSKI (1835-1880)

06 – Concerto para violino no. 2 em Ré menor, Op. 22 – Romance

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)

07 – O Pássaro de Fogo: Berceuse

Joseph-Maurice RAVEL (1875-1937)

08 – Pièce en forme de Habanera

Pyotr Ilyitch TCHAIKOVSKY (1840-1893)

09 – Dix-Huit Morceaux, Op. 72 – No. 2: Berceuse
10 – Six Morceaux, Op. 51 – No. 6: Valse sentimentale
11 – Sérénade Mélancolique, para violino e piano, Op. 26

Aleksandr Konstantinovich GLAZUNOV (1865-1936)

12 – Chant du ménestrel, Op.71

Clara Rockmore, teremim e arranjos
Nadia Reisenberg, piano

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Boris theremin

Vassily Genrikhovich

A Família das Cordas: The Glory of Cremona – Ruggiero Ricci

FrontSerá que um Stradivarius vale tudo o que pedem por ele?

E um Amati? Ou um Guarneri?

Talvez este álbum possa ajudá-los a responder.

Nele, o virtuoso ítalo-americano Ruggiero Ricci (1918-2012) toca, em quinze famosos violinos, várias peças curtas que considera adequadas às características de cada instrumento. Depois, no que é talvez a parte mais interessante do álbum, ele toca o mesmo trecho – o início solo inicial do Concerto no. 1 de Max Bruch – com as mesmíssimas condições de estúdio em cada um dos violinos, a maior parte dos quais leva apelidos que remetem a ex-proprietários célebres. Apesar da overdose de Stradivari, o xodó de Ricci era seu inseparável Guarneri del Gesù (o “Ex-Huberman”, que surpreendemente não aparece nesta gravação), que foi, depois de sua morte, adquirido por uma companhia japonesa e cedido à violinista japonesa Midori Gotō.

A “Glória de Cremona” a que se refere o título é a rica tradição de luteria daquela cidade, que teve seu pináculo entre os séculos XVI e XVIII através de luthiers da estirpe de Stradivari, Guarnieri, Bergonzi, Amati e da Salo, cujos preciosos instrumentos são, há já muito tempo, o privilégio dos maiores virtuosos.

THE GLORY OF CREMONA – RUGGIERO RICCI

Jean-Antoine DESPLANES [Giovanni Antonio Piani] (1678-1760)
01 – Intrada [violino de Andrea Amati, c. 1560-170]

Pietro NARDINI (1722-1793)
02 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “ex-Rode”, 1733]

Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)
03 – Praeludium [violino de Nicolò Amati, 1656]

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
04 – Cantabile e Valzer [violino de Antonio Stardivari, “Il Monasterio”,1719]

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
arranjo de Carl Friedberg (1872–1955)
05 – Adagio [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden”, 1735]

Dmitri Borisovich KABALEVSKY (1904-1987)
06 – Improvisation, Op. 21 no. 1 [violino de Antonio Stradivari, “Il Spagnolo”, 1677]

Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
07 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 2: Mélodie [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont”, 1735]

Francesco Maria VERACINI (1690-1768)
08 – Largo [violino de Gasparo da Salo, ca. 1570-80]

Maria Theresia von PARADIS (1759-1824)
arranjo de Samuel Dushkin (1891-1976)
09 – Sicilienne [violino de Carlo Bergonzi, “Il Constable”, 1731]

Jenő HUBAY (1858-1937)
10 – The Violin Maker of Cremona  [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot”, 1744]

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)
11 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “El Madrileño”, 1720]

Robert SCHUMANN (1810-1856)
arranjo de Fritz Kreisler (1875-1962)
12 – Romance em Lá maior [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps”, 1739]

Johannes BRAHMS (1833-1897)
13 – Dança Húngara no. 20 [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Joachim”, 1714]
14 – Dança Húngara no. 17  [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Gibson”, 1734]

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN-Bartholdy (1809-1847)
arranjo de Fritz Kreisler
15 – Lieder ohne Wörte, Op. 62 – No. 1: “Mailüfte” (“Brisas de Maio”) [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Ernst”, 1709]

Ruggiero Ricci, violinos
Leon Pommers, piano

 

Max Christian Friedrich BRUCH (1838-1920)

Concerto para violino e orquestra no. 1 em Sol menor, Op. 26
I – Vorspiel. Allegro moderato (excerto – solo inicial)
Executado por Ruggiero Ricci nos seguintes instrumentos:

16 – Andrea Amati (c. 1560-70)
17 – Nicolò Amati (1656)
18 – Antonio Stradivari, “Il Spagnolo” (1677)
19 – Antonio Stradivari, “Ex-Ernst” (1709)
20 – Antonio Stradivari, “Ex-Joachim” (1714)
21 – Antonio Stradivari, “Il Monasterio” (1719)
22 – Antonio Stradivari, “El Madrileño” (1720)
23 – Antonio Stradivari, “Ex-Rode” (1733)
24 – Gasparo da Salo (c. 1570-80)
25 – Carlo Bergonzi, “Il Constable” (1731)
26 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Gibson” (1734)
27 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont” (1735)
28 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden” (1735)
29 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps” (1739)
30 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot” (1744)

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Quebre um, e passe reencarnações pagando.
Quebre um, e passe reencarnações pagando.

 

Vassily Genrikhovich

Os Índios Tabajaras – Casually Classic

Os Índios Tabajaras – Casually Classic

Casually Classic - frHá ficção e realidade – e contos, e novelas.

Há mitos, há lendas – e causos, e trovas.

Há histórias tão improváveis que são indeglutíveis.

E há a história de Muçaperê e Erundi, ou de Natalício e Antenor Lima, ou – como o mundo todo viria a conhecê-los – dos Índios Tabajaras.

ooOoo

Eles eram, de fato, indígenas, nascidos da nação Tabajara, na serra de Ibiapaba, perto da divisa entre o Ceará e o Piauí. Receberam seus nomes nativos porque eram o terceiro (“muçaperê”) e quarto (“erundi”) filhos de seu pai. Sua trajetória do sertão até o sucesso mundial é tão inacreditável que minha prosa não tem asas para contá-la: deixo o próprio Natalício fazê-lo, neste longo, fascinante depoimento.

Resumo da epopeia: um primeiro contato com militares (e com o violão) no sertão; um tenente os apadrinha, e adotam “nomes de branco”; a fome move a família para o Rio de Janeiro, a pé e em pau-de-arara, ao longo de três anos, durante os quais se familiarizam com a viola brasileira e o violão; primeiras aparições no rádio e em teatros da Capital Federal e em São Paulo, anunciados como “bugres que sabem tocar”; sem serem levados muito a sério, fazem suas primeiras gravações; saem em turnê pela América Latina; chegam ao México, onde são apresentados por Ricardo Montalbán como “analfabetos musicais”; o constrangimento leva-os a terem aulas de música em Caracas e Buenos Aires; excursão pelos Estados Unidos, onde gravam várias músicas do repertório easy listening, incluindo o fox “Maria Elena”; retorno desiludido ao Brasil e busca de uma nova carreira; no meio-tempo, o compacto de “Maria Elena” transforma-se num imenso sucesso retardado, com mais de um milhão de vendas; os irmãos são catapultados de volta aos Estados Unidos, onde, entre idas e vindas, se radicam e vivem até suas mortes.

A acreditar em tudo o que se conta deles, temos a mais fantástica trajetória artística que ainda não virou livro ou filme. Mas não é ela, claro, que nos interessa, pois isso aqui, afinal de contas, é o PQP Bach e quem me lê não quer saber de histórias fabulosas: quer música, e muita, e da muito boa.

Surge, pois, a minha deixa para apresentar-lhes esta gravação.

Se a maior parte do repertório da dupla consistiu em músicas melosas, feitas para pagar as contas e destinadas invariavelmente aos almoços de família e às salas de espera de consultórios de dentista, os largamente autodidatas Muçaperê e Erundi eram entusiastas da música clássica europeia e, sempre que podiam, incluíam suas peças em seus recitais. Em muitos deles, tocavam música de elevador vestidos em trajes, ahn, “indígenas” (daqueles para inglês ver) para, depois do intervalo e de smoking, tocarem as transcrições de obras de concerto habilmente feitas por Muçaperê.

Este álbum, Casually Classic, inclui algumas delas, com solos de Muçaperê, e acompanhamentos de Erundi.

Talvez alguns torçam o nariz para a transcrição de Recuerdos de la Alhambra para dois violões, em vez da difícil superposição entre melodia em tremolo e acompanhamento em arpejos com o polegar da versão solo. Eu a acho esplêndida e muito mais evocativa que o original. Os excertos orquestrais são cheios de verve, e a fuga de Bach – uma estranha no ninho entre as seleções – é deliciosamente trigueira. O ponto alto, para mim, é a Fantasia-Improviso de Chopin, transcrita e interpretada de uma maneira tão linda que me é até mais convincente que o original pianístico.

Se a muitos será uma surpresa a revelação de que houve um grande duo de violonistas brasileiros antes dos irmãos Assad conquistarem o planeta, espero que ela, ao escutarem esta gravação, seja muito grata.

OS ÍNDIOS TABAJARAS – CASUALLY CLASSIC (1966)

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)

01  – Valsa em Dó sustenido menor, Op. 64 no. 2

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

02 – O Quebra-Nozes, Op. 71: Valsa das Flores

Francisco de Asis TÁRREGA y Eixea (1852-1909)

03 – Recuerdos de la Alhambra

Nikolay Andreyevich RIMSKY-KORSAKOV (1844-1908)

04 – A Lenda do Czar Saltan – Ato III, Interlúdio: O Voo do Zangão

Fryderyk Franciszek CHOPIN

05  – Valsa em Ré bemol maior, Op. 64 no. 1

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

06 – O Cravo bem Temperado, livro I – Prelúdio e Fuga em Dó sustenido maior, BWV 848: Fuga

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

07 – El Amor Brujo: Dança Ritual do Fogo

Fryderyk Franciszek CHOPIN

08 – Fantasia-Improviso em Dó sustenido menor, Op. 66

Muçaperê (Natalício Moreira Lima) e Erundi (Antenor Moreira Lima), violões
Transcrições de Muçaperê

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Mussaperê e Herundi, vestidos para inglês ver
Erundi e Muçaperê, vestidos para inglês ver

Vassily

Piotr Illyich Tchaikovsky (1840-1893) – Symphonie nº 6 h-moll op. 74 ‘Pathétique’, Konzert für Violine und Orchester D-dur op. 35 – Menuhin, Fricsay, BPO, RIASSOB

Já tenho esse CD há muito tempo, e apesar de ser lá do Período Jurássico, gravado em Mono, é um de meus favoritos. Não apenas pelo repertório, pelos músicos envolvidos, pelas orquestras envolvidas, enfim, ele é um registro histórico de um dos maiores maestros do século XX, uma das poucas unanimidades dentre os membros do PQPBach, Ferenc Fricsay. Vou deixar a palavra com um dos maiores músicos do século XX, que o apresenta no libreto deste CD da série Dokumente, da gravadora Deutsche Grammophon:

“Entre as vantagens oferecidas pela atual mídia audiovisual está a esplêndida oportunidade de manter vivo o legado de todo grande músico. Este é um exercício particularmente valioso e valioso no caso de uma figura tão excepcional como a do grande Ferenc Fricsay. Quando ele conduziu pela primeira vez em Berlim, os iniciados sabiam que estavam na presença de um mestre genuíno, alguém que trouxe consigo idéias totalmente novas de técnica e interpretação orquestral. Um som orquestral pequeno, esguio e transparente como o conseguido por Fricsay agora pode ser visto inteiramente natural, mas o maestro que nos introduziu a esse som e revelou que a paixão total, absoluta e envolvente dentro de tais limitações auto-impostas não deve se desvanecer das mentes e memórias da geração atual de amantes da música. De todo o coração, portanto, devemos acolher o lançamento de uma nova edição destas gravações, uma edição de todos os sucessos. A oposição de Fricsay ao glamour e à superficialidade do período em que atuou como regente permanece totalmente exemplar e até hoje ainda é digno de emulação”.

Dietrich Fischer-Dieskau.

Essa sua gravação da Sinfonia Patética lá em 1953, frente à Filarmônica de Berlim, é uma da mais profundas e emocionantes que já tive a oportunidade de ouvir. Ele entendeu e compreendeu a obra de Tchaikovsky como poucos, se envolvia totalmente, não apenas com o que está na partitura, mas principalmente no que está nas entrelinhas. E isso em 1953, quando o maestro tinha apenas 39 anos de idade, e sem os recursos tecnológicos que temos atualmente. E não sou apenas eu, um mero diletante, e sim toda a imprensa especializada, e músicos do calibre de Dietrich Fischer-Dieskau, que realizou notáveis registros com ele. Já declarei que meu condutor favorito para esta sinfonia foi Karajan, mas Ferenc Fricsay, talvez por sua precocidade e principalmente por sua sensibilidade, e claro, também por ter nos deixado tão cedo, tem o meu carinho especial.

A gravação do Concerto para violino é mais velha ainda, 1949 (também jurássica), quando recém tínhamos saído da Segunda Guerra Mundial, e entrávamos no período que ficou conhecido como Guerra Fria. Yehudi Menuhin já era considerado um gênio do violino. E ele também nos apresenta Ferenc Fricsay como ‘um cometa que apareceu no horizonte, um dos mais brilhantes eventos musicais de seu tempo’.

Um grande CD, facilmente classificável como ‘IM-PER-DÍ-VEL’ !!!

01. Symphony No.6 in B minor, op.74 ‘Pathetique’ – I. Adagio – Allegro non troppo
02. Symphony No.6 in B minor, op.74 ‘Pathetique’ – II. Allegro con grazia
03. Symphony No.6 in B minor, op.74 ‘Pathetique’ – III. Allegro molto vivace
04. Symphony No.6 in B minor, op.74 ‘Pathetique’ – IV. Finale Adagio lamentoso –

Berliner Philharmoniker
Ferenc Fricsay – Conductor

05. Violin Concerto in D major, op.35 (Y. Menuhin on Violin) – I. Allegro moderato
06. Violin Concerto in D major, op.35 (Y. Menuhin on Violin) – II. Canzonetta Andante-attaca
07. Violin Concerto in D major, op.35 (Y. Menuhin on Violin) – III. Finale Allegro vivacissimo

Yehudi Menuhin – Violin
RIAS-Symphonie-Orchester Berlin
Ferenc Fricsay – Conductor

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FDPBach

Great Works for Flute and Orchestra – Sharon Bezaly, Residentie Orkest den Haag

Sharon Bezaly é um dos grandes nomes da flauta na atualidade. É jovem (ou ao menos aparenta, já que nasceu em 1972), ou seja, tem muito a contribuir ainda, muito versátil, e encara com tranquilidade petardos como este Concerto de Nielsen que temos neste CD, e o de Kachaturian, que pretendo trazer amanhã, ou depois de amanhã. Destaque especial para o arranjo que Kalevi Aho fez em 2008 do “Vôo do Besouro” de Korsákov e lhe dedicou e que fecha este CD.
Aqui nesta gravação ela é acompanhada pelo experiente maestro Neeme Järvi, que conduz a Residentie Orkest den Haag.

P.S. O booklet com maiores informações está anexo ao arquivo compactado.

NIELSEN, Carl (1865–1931) Concerto for Flute and Orchestra, FS119 (1926)
I. Allegro moderato
II. Allegretto, un poco – Adagio ma non troppo – Allegretto – Poco Adagio – Tempo di Marcia

GRIFFES, Charles Tomlinson (1884–1920) Poem for Flute and Orchestra(1918)
Andantino

REINECKE, Carl (1824–1910) Concerto for Flute and Orchestra in D major Op.283 (1908)
I. Allegro molto moderato 7’02
II. Lento e mesto 4’44
III. Finale. Moderato 6’08

CHAMINADE, Cécile (1857–1944) Concertino for Flute and Orchestra (Enoch & Cie) Op.107 (1902)
Moderato

TCHAIKOVSKY, Pyotr Ilyich (1840–93) adapted by Ernest Sauter
Largo and Allegro for two flutes and strings (1863–64) Version for solo flute and strings (Verlag Walter Wollenweber)

POULENC, Francis (1899–1963) orch. Lennox Berkeley Flute Sonata (1956–57) (Chester Music) 11’27
I. Allegro malinconico 4’22
II. Cantilena. Assez lent 3’32
III. Presto giocoso 3’21

RIMSKY-KORSAKOV, Nikolai (1844–1908) arr. Kalevi Aho 2008 –dedicated to Sharon Bezaly The Flight of the Bumblebee (1899–1900) (Fennica Gehrman)

Presto

Sharon Bezaly flute
Residentie Orkest Den Haag
Neeme Järvi conductor

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Chopin Evocations – Daniil Trifonov, Mikhail Pletnev, Mahler Chamber Orchestra

Este CD vai em homenagem à todos aqueles românticos babões, como este que vos escreve, que sempre se emocionam com as obras do polonês Chopin, mesmo que já as tenham ouvido dezenas, quiçá, centenas de vezes.
Daniil Trifonov é um dos grandes nomes do piano da atualidade, sem dúvida nenhuma. E esta sua parceria com o também pianista, regente e compositor Mikhail Pletnev, e claro, russo como ele, é uma grande prova disso. Os fãs destes concertos vão notar que existe uma diferença na parte orquestral, e aí é que entra Pletnev, que reescreveu essa parte. Li em certa ocasião que aí residia um dos grandes problemas destes concertos: a parte orquestral, que não seria a praia de Chopin. Alguns excessos desnecessários, diziam os críticos. Pletnev realmente deu um trato, digamos assim, enxugou estas partes. Volto a repetir, os fãs dos concertos e ouvintes destas obras há décadas, como este que vos escreve, irão entender do que estou falando. Aliás, antes de ouvir com mais atenção esta gravação, ouvi a histórica gravação de Samson François, lá do final dos anos 50, com a regência de Louis Fremaux, uma de minhas leituras favoritas. E Samson François foi um dos maiores intérpretes de Chopin do século XX.

Mas vamos ouvir o que Trifonov tem a dizer:
“Chopin revolutionized the expressive horizons of the piano. From very early in his musical output, Chopin’s lyrical grace, thematic sincerity, harmonic adventure and luminous virtuosity embodied all the qualities the Romantics, like Schumann, found irresistible.”

O texto do booklet continua a análise:

“In the context of these diverse works composed or inspired by Chopin, a new light is cast on his two piano concertos, written in close succession when he was turning 20. The F minor “Second” Concerto was in fact composed and premiered first, although it was published after the E minor “First” Concerto. Yet irrespective of sequence, the two works can be understood together as a singular experiment in a genre to which Chopin never returned. They reflect the young composer’s creative consciousness paying homage to his musical predecessors while searching for new expressive means. As Trifonov explains: “The concertos are more massive in terms of length and instrumentation than anything else Chopin ever wrote. He knew and admired the piano concertos of Mozart and Beethoven, yet his interest in the form was not in the Classical balance between soloist and orchestra, but in the concerto as a lyrical epic form, like a Delacroix painting, providing a huge tableau for his musical expression.”
The experiment was only partly successful. While the E minor Concerto is more bravura and the F minor more introversion, they are both full of candid sentiment, drama and pianistic innovation, their central movements evoking bel canto melodies of heartbreaking intimacy. But the proportions are challenging. Chopin eschews the Classical convention of discrete cadenzas, instead subsuming all elements of thematic variation and technical development in a continuous soloistic narrative. His typically delicate, improvisational style and compact elegance can get lost in the sprawling dimensions of the works, the authenticity of whose orchestrations have always been a matter of debate. In both concertos, the piano plays almost uninterruptedly from the solo introduction in the first movement exposition through to the final bars. Yet, as the soloist winds and twists and explores melodic nuances, the original orchestral accompaniment provides punctuation and amplitude but little affinity with this flow of ideas. It was the desire to restore these two works to more chamberlike proportions commensurate with the detail of the solo material and to allow for more faithful interaction between soloist and orchestra that motivated Mikhail Pletnev to create new orchestrations for the two Chopin concertos. The piano parts are unaltered, but Pletnev’s streamlined instrumentation, in Trifonov’s words, “liberates the soloist. The new orchestral transparency allows the pianist greater spontaneity and sensitive engagement with the other voices.” Himself a brilliant pianist-composer, Pletnev’s intimate knowledge of the scores as both performer and orchestrator make him an ideal partner in Trifonov’s Chopinist evocations. The Mahler Chamber Orchestra, a dynamic ensemble of soloists steeped in the responsiveness demanded by opera and chamber music, realizes Pletnev’s refreshed balances of voice and colour. Pletnev’s contribution to the musical constellation is not only material, but also spiritual. As Trifonov explains: “My mentor and teacher, Sergei Babayan, studied with Mikhail Pletnev in Moscow in the 1980s. That makes him a little bit like my musical forefather.” The family portrait is completed on this album by a rendition of Chopin’s rarely heard and devilishly difficult Rondo op. posth. 73, performed by Trifonov and Babayan together. This autobiographical element closes the circle of thematic motives in Trifonov’s project revolving around Chopin. “Chopin is one of the world’s most beloved composers – the poetry of his music goes straight to the heart and requires no justification”, Trifonov contends. “But in a sense, the genius of Chopin becomes even more clear in the context of those who influenced him and those who have been inspired by him.” The programme affords an opportunity to hear his familiar music afresh, transfigured within a tapestry of historical, musicological, personal and expressive “evocations”, as well as a glimpse of the young man to whose “genius, steady striving, and imagination” Schumann bowed his head.”

Espero que apreciem. Eu gostei muito deste CD.

CD 1
FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)
Concerto for Piano and Orchestra No.  2 in F minor op.  21 f-Moll | en fa mineur
1 1. Maestoso
2 2. Larghetto
3 3. Allegro vivace

Daniil Trifonov piano
Mahler Chamber Orchestra
Mikhail Pletnev

Variations on “Là ci darem la mano” from the opera Don Giovanni by W. A. Mozart in B flat major op.  2 B-Dur | en si bémol majeur
4 Introduction. Largo – Poco più mosso
5 Tema. Allegretto
6 Var. 1. Brillante
7 Var. 2. Veloce, ma accuratamente
8 Var. 3. Sempre sostenuto
9 Var. 4. Con bravura
10 Var. 5. Adagio

ROBERT SCHUMANN (1810–1856)
12 Chopin. Agitato 1:30 No. 12 from Carnaval op.  9

EDVARD GRIEG (1843–1907)
13 Study “Hommage à Chopin” op.  73 no. 5. Allegro agitato

SAMUEL BARBER (1910–1981)
14 Nocturne op.  33. Moderato

PYOTR ILYICH TCHAIKOVSKY (1840–1893)
15 Un poco di Chopin op. 72 no.  15. Tempo di Mazurka

Daniil Trifonov piano

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CD 2

1 Rondo for Two Pianos in C major op. posth. 73 n ut majeur
Daniil Trifonov, Sergei Babayan pianos

Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in E minor op. 11 e-Moll
2 1. Allegro maestoso
3 2. Romance. Larghetto
4 3. Rondo. Vivace

Daniil Trifonov piano
Mahler Chamber Orchestra
Mikhail Pletnev

FREDERIC MOMPOU (1893–1987) Variations on a Theme by Chopin
5 Theme. Andantino
6 Var. 1. Tranquillo e molto amabile
7 Var. 2. Gracioso
8 Var. 3. Lento (Para la mano izquierda / For the left hand)
9 Var. 4. Espressivo
10 Var. 5. Tempo di Mazurka
11 Var. 6. Recitativo
12 Var. 7. Allegro leggiero
13 Var. 8. Andante dolce e espressivo
14 Var. 9. Valse
15 Var. 10. Évocation. Cantabile molto espressivo
16 Var. 11. Lento dolce e legato
17 Var. 12. Galope y Epílogo 3:19

FRÉDÉRIC CHOPIN
18 Impromptu No.  4 in C sharp minor 5:36 “Fantaisie-Impromptu” op.  66

Daniil Trifonov piano

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Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Ballet “The Nutcracker, Op.71” – Ernest Ansermet & Orchestre de la Suisse Romande

“After Tchaikovsky’s qualified success with The Sleeping Beauty, in February 1891 he was invited to compose the music for a new ballet. The scenario was based on Alexandre Dumas père’s adaptation of a story by the German writer E.T.A. Hoffmann, Nussknacker und Mausekönig. From the outset, The Nutcracker had its critics, none more trenchant than the composer himself. He wrote to his beloved nephew, Vladimir (Bob) Davydov on 7 July: ‘…I finished the sketches of the ballet yesterday. You will remember that I boasted to you when you were here that I could finish the ballet in five days, but I have scarcely finished it in a fortnight. No, the old man is breaking up … he loses bit by bit the capacity to do anything at all. The ballet is infinitely worse than Sleeping Beauty – so much is certain … If I arrive at the conclusion that I can no longer furnish my musical table with anything but warmed up fare, I will give up composing altogether.’
At its St. Petersburg première on [6 December] 18 December 1892 The Nutcracker formed half of a double bill with the darker operatic component, Iolanta, generally thought superior. Posterity has reversed this judgement. It is true that hardly any story survives in the ballet’s voyage from the (mimed) semi-reality of an idealized family Christmas to the land of eternal sweetmeats (and nothing but virtuoso dancing). Yet the score itself is brilliantly alive with no hint of time-serving tinsel. Tchaikovsky’s exploitation of his unmatched gift for melody was never more audacious.
The miniature overture opening the work sets the fairy mood by employing only the orchestra’s upper registers. The first act is divided into two scenes. It is Christmas Eve and little Clara is playing with her toys. At midnight they come to life. Led by the Nutcracker, her special present, they overwhelm some marauding mice, after which he is transformed into a Prince. Clara and her Prince travel through a snowy landscape where they are greeted by waltzing snowflakes. Ivanov’s original choreography, in which the dancers evoked the movements of windswept snow, was much admired by the cognoscenti who climbed up to the cheaper seats in order to appreciate the patterns created.
In Act 2 the Sugar Plum Fairy and the people of the Land of Sweets proffer a lavish gala of character dances. There follows a magnificent pas de deux for the Prince and the Sugar Plum Fairy, the latter’s own variation realising the composer’s desire to showcase the celesta, a new instrument he had heard in Paris. Its unique timbre is here famously complemented by little downward swoops from the bass clarinet. Elsewhere Tchaikovsky incorporates several children’s instruments including a rattle, pop-gun, toy trumpet and
miniature drum. After the festivities Clara wakes up under the Christmas tree, the Nutcracker toy in her arms, although, in some versions she rides off with her Nutcracker Prince as if the dream has happened in reality q.v. Hoffmann’s original story.
Radical modern interpretations include Mark Morris’s The Hard Nut (1991), set in the Swinging Sixties but faithful to the original score, and Donald Byrd’s Harlem Nutcracker (1996), danced to Duke Ellington’s jazz adaptation and set in an African-American household where Clara, the little girl, has become clan matriarch. That Tchaikovsky’s invention should present such riches to plunder, given the slight, somewhat incongruous scenario with which he had to work, says much about the nature of his genius.”
C David Gutman, 2010

CD 16

01. The Nutcracker, Op.71 – a. Miniature Overture
02. The Nutcracker, Op.71 – b. Act I; N.1 – The Decoration Of The Christmas Tree
03. The Nutcracker, Op.71 – c. Act I; N.2 – March
04. The Nutcracker, Op.71 – d. Act I; N.3 – Children’s Galop & Entry Of The Parents
05. The Nutcracker, Op.71 – e. Act I; N.4 – Arrival Of Drosselmeyer
06. The Nutcracker, Op.71 – f. Act I; N.5 – Grandfather’s Dance
07. The Nutcracker, Op.71 – g. Act I; N.6 – Scene. Clara And The Nutcracker
08. The Nutcracker, Op.71 – h. Act I; N.7 – Scene. The Battle
09. The Nutcracker, Op.71 – i. Act I; N.8 – Scene. In The Pine Forest
10. The Nutcracker, Op.71 – j. Act I; N.9 – Waltz Of The Snowflakes
11. The Nutcracker, Op.71 – k. Act II; N.10 – Scene. The Kingdom Of Sweets
12. The Nutcracker, Op.71 – l. Act II; N.11 – Scene. Clara And The Prince
13. The Nutcracker, Op.71 – m. Act II; N.12-a – Divertissement. Chocolate–Spanish Dance
14. The Nutcracker, Op.71 – n. Act II; N.12-b – Divertissement. Coffee–Arabian Dance
15. The Nutcracker, Op.71 – o. Act II; N.12-c – Divertissement. Tea–Chinese Dance
16. The Nutcracker, Op.71 – p. Act II; N.12-d – Divertissement. Trepak–Russian Dance
17. The Nutcracker, Op.71 – q. Act II; N.12-e – Divertissement. Dance Of The Reed Pipes
18. The Nutcracker, Op.71 – r. Act II; N.12-f – Divertissment. Mother Gigogne
19. The Nutcracker, Op.71 – s. Act II; N.13 – Waltz Of The Flowers

CD 17

01. The Nutcracker, Op.71 – t. Act II; N.14 – Pas de Deux
02. The Nutcracker, Op.71 – u. Act II; N.14-a – Pas de Deux–Variation I. Tarantella
03. The Nutcracker, Op.71 – v. Act II; N.14-b – Pas de Deux–Variation II. Dance Of The Sugar-Plum Fairy
04. The Nutcracker, Op.71 – w. Act II; N.14-c – Pas de Deux–Coda
05. The Nutcracker, Op.71 – x. Act II; No.15 – Final Waltz & Apotheosis
06. Orchestral Suite No. 3 in G major, Op.55 – I. Elégie
07. Orchestral Suite No. 3 in G major, Op.55 – II. Valse mélancolique
08. Orchestral Suite No. 3 in G major, Op.55 – III. Scherzo
09. Orchestral Suite No. 3 in G major, Op.55 – IV. Thème et Variations
10. Orchestral Suite No. 4 in G major, ‘Mozartiana’, Op.61 – I. Gigue
11. Orchestral Suite No. 4 in G major, ‘Mozartiana’, Op.61 – II. Menuet
12. Orchestral Suite No. 4 in G major, ‘Mozartiana’, Op.61 – III. Preghiera
13. Orchestral Suite No. 4 in G major, ‘Mozartiana’, Op.61 – IV. Thème et Variations

Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet – Conductor

CD 16 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD 17 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE