In memoriam Leon Fleisher (1928-2020): Two Hands

O terceiro ato da incrível trajetória de Leon Fleisher começou na década de 90, quando, após mais de trinta anos sem tocar com as duas mãos, a misteriosa condição que levou seus dedos da direita a desobedecerem-no ganhou um nome.

A distonia focal, de causas ainda não bem compreendidas e sem cura definitiva, leva os músculos a contraírem-se involuntariamente. Fleisher, que nunca desistira de voltar a tocar com as duas mãos, submeteu-se a tratamentos experimentais com toxina botulínica e recuperou o controle sobre os dedos amotinados. Depois de alguns recitais pouco divulgados, anunciou, para assombro do mundo, que voltaria aos palcos com um repertório convencional.

Enquanto deixava claro que não estava curado, pois as injeções de Botox precisavam ser repetidas a cada poucos meses, Fleisher pegou novamente a estrada e voltou a ser aclamado, também, por sua mão direita. Embora sem dúvidas tenha sido cuidadoso com as dificuldades propostas pelo repertório – o que, enfim, qualquer pianista a caminho dos oitenta anos faria de qualquer maneira -, jogou-se com muito apetite à carreira bimanual. Sem abandonar suas atividades pedagógicas, passou a apresentar em concertos e recitais não só o repertório para uma e duas mãos, com também regeu concertos do teclado e peças orquestrais do pódio (o trabalho de regente, brincava ele, dava-lhe a sensação da “bunda crescer dez vezes, depois de tantos anos escondendo-a da plateia”). Tocou muito jazz, também, instigado pelo filho Julian, compositor e cantor do gênero que, por ser o primeiro filho do segundo casamento de Fleisher, era por ele bem-humoradamente chamado de “Op. 2, no. 1”.

Em 2004, depois de quarenta anos sem gravar com as duas mãos, ele lançou um álbum chamado… “Duas Mãos”. O repertório combina um pot pourri de peças curtas, pelas quais Fleisher tinha carinho especial – a peça de Bach/Petri lhe soava como um “antônimo ao 11 de setembro”, e o noturno de Chopin era a peça favorita de sua mãe – com a monumental, derradeira sonata de Schubert, uma das peças favoritas do pianista. e que ele já gravara no vigor de seus trinta e poucos anos. Mesmo que desmerecêssemos a obstinada, belíssima trajetória de superação que tornou possível esta gravação, não precisamos olhá-la com admiração ou piedade para apreciar seus imensos méritos artísticos. Talvez os dedos do jovem virtuoso que conseguiu a proeza de tocar George Szell sem levar um sabão sequer do tirano fossem capazes de mais prestigitação melhor, mas quem compara a gravação da D. 960 com aquela que Fleisher fez da mesma obra aos trinta e poucos anos encontra na versão de 2004 um maravilhoso controle do andamento e uma sabedoria, especialmente no expressivo uso dos silêncios, que escancaram sua superioridade.

A sonata de Schubert é daquelas obras, como a Op. 111 de Beethoven, à qual só se pode seguir silêncio. Com ela, pois, encerramos nossa homenagem ao grande homem que nos deixou há exatos trinta dias, depois de tanto dar ao mundo em oito décadas de carreira.

Descanse em paz, Leon – e grato por tudo.

LEON FLEISHER – TWO HANDS

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Myra Hess (1890-1965)

1 – Jesu, Joy of Man’s Desiring (transcrição para piano do coral “Jesus bleibet meine Freude”, da cantata “Herz und Mund und Tat und Leben”, BWV 147)

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Transcrição de Egon Petri (1881-1962)

2 – Sheep May Safely Graze (transcrição para piano da ária “Schafe können sicher weiden”, da cantata “Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd”, BWV 208)

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)

3 – Sonata em Mi maior, K. 380 (L. 23)

Fryderik Franciszek CHOPIN (1810-1849)

4 – Mazurka em Dó sustenido menor, Op. 50 no. 3
5 – Noturno em Ré bemol maior, Op. 27 no. 2

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

6 – Suite Bergamasque: Clair de Lune

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Sonata em Si bemol maior, D. 960, Opus Póstumo

7 – Molto moderato
8 – Andante sostenuto
9 – Allegro vivace con delicatezza
10 – Allegro ma non troppo

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Leon Fleisher – Two Hands from Thomas Duperre on Vimeo.
A incrível trajetória de Leon Fleisher e seu comovente retorno ao repertório para as duas mãos inundam de emoção os vinte minutos de “Two Hands – The Leon Fleisher Story”, documentário realizado por Nathaniel Kahn em 2006.

Vassily

Música Barroca de Câmera com Bandolins – Artemandolino

Música Barroca de Câmera com Bandolins – Artemandolino

dall’Abaco · Arrigoni

Castello · Matteis · Weiss

Vivaldi · Fasch

Uccellini

Artemandoline

 

Em abril de 2019 éramos felizes sem o saber e eu postei um álbum maravilhoso – uma coletânea de peças barrocas interpretadas pelo Palladian Ensemble, com o cativante nome An Excess of Pleasure. Duas faixas daquele álbum me chamaram demais a atenção – Aria sopra la Bergamasca, de Marco Uccellini, e uma Ayre de Nicola Matteis chamada Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona.

Pois não foi com pouco espanto que reencontrei as duas peças neste álbum da postagem, aqui com outras plumas, interpretadas por um conjunto de bandolins. Em italiano, mandolinos. Como gostei do disco todo, presto postei-o.

Bandolineros…

A palavra mandola surgiu pela primeira vez como referência a um instrumento musical nas descrições do casamento de Ferdinando de Medici e Christiane of Lorraine, em Florença. O grande construtor de instrumentos Stradivarius definiu mandola como um instrumento de tamanho médio com o tampo em forma de uma amêndoa, um tipo de alaúde, e usou a palavra mandolino para descrever o mesmo instrumento em tamanho menor. Outras denominações são leutino e armandolino.

A esta altura você deve estar impressionado com minha erudição e perguntando-se como o René sabe de tudo isto? Bom, revelo o segredo: li no livreto que acompanha o arquivo de músicas…

Além das lindas peças de Uccellini e Matteis, temos um concertinho de Vivaldi, sonatas de Evaristo Felice dall’Abaco, Carlo Arrigoni e Dario Castello, Domenico Scarlatti e duas peças dos teutônicos John Sigismund Weiss e Johann Friedrich Fasch. John Sigismund era irmão de Silvius Leopold Weiss e de Jiuliana Margaretha, filhos de Johann Jacob Weiss. Todos grandes alaudistas. Silvius Leopold era amigo de Wilhelm Friedemann Bach e conheceu Johann Sebastian por ele.

O disco é uma festa de sonoridades agradabilíssimas, com produção impecável e variação suficiente nos andamentos das peças. Prepare-se para uma hora de grandes prazeres…

Uccellini

Evaristo Felice dall’Abaco (1675 – 1742)

Concerto a più instrumenti Op. V. 6

  1. Allegro
  2. Aria cantabile
  3. Ciacona alegro spiccato – Rondeau
  4. Allegro

Carlo Arrigoni (1697 – 1744)

Sonata per mandolino basso

  1. Preludio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro

Dario Castello (Veneza, século 17)

Sonata seconda a soprano solo

  1. Sonata

Nicola Matteis (1670 – 1749)

Ayr

  1. Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata K. 89

  1. Allegro
  2. Grave
  3. Allegro

John Sigismund Weiss (c1690 – 1737)

Concerto em ré minore

  1. Concerto

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto da ripieno in do maggiore

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Ciacona

Johann Friedrich Fasch (1688 – 1758)

Sonata d-moll

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Allegro

Marco Uccellini (1603 – 1680)

La Bergamasca

  1. Aria sopra la Bergamasca

ArteMandoline

Ensemble baroque

Juan Carlos Muñoz, mandoline & mandole baroque

Mari Fe Pavón, mandoline baroque

Alla Tolkacheva, mandoline & mandole baoque

Manuel Muñoz, guitare baroque & luth renaissance

Jean-Daniel Haro, viola de gambe & violone

Jean-Christophe Leclère, clavecin

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Artemandoline dando uma palhinha para o pessoal do PQP Bach Corp. e convidados, pouco antes da pandemia…

Na contracapa do álbum podemos ler muitas loas ao conjunto… Their playing is expressive, their dinamics extremely flexible, the suppleness of their phrasing inpregnated with warmth and generosity, and their virtuosityis extraordinary.

Depois diga-me você…

Aproveite… e cuide-se!

René Denon

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 5/50 – The Baroque (c.1600 to 1750)


“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Baroque – The Essencials

Música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da ópera por Claudio Monteverdi no século XVII, até a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.

Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda, revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também a mais influente. As características mais importantes são o uso do baixo contínuo, do desejo e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de dois modos: o modo jônico (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”). Essa era seguiu a era da música renascentista e foi seguida, por sua vez, pela era clássica. A música barroca constitui uma parte importante do cânone “clássico”, e agora é amplamente estudada, executada e ouvida. 

Do Período Barroco na música surgiu o desenvolvimento tonal, como os tons dissonantes por dentro das escalas diatônicas como fundação para as modulações dentro de uma mesma peça musical; enquanto em períodos anteriores, usava-se um único modo para uma composição inteira causando um fluir incidentalmente consonante e homogêneo da polifonia.

Durante a música barroca, os compositores e intérpretes usaram ornamentação musical mais elaboradas e ao máximo, nunca usada tanto antes ou mais tarde noutros períodos, para elaborar suas ideias; fizeram mudanças indispensáveis na notação musical, e desenvolveram técnicas novas instrumentais, assim como novos instrumentos. A música, no Barroco, expandiu em tamanho, variedade e complexidade de performance instrumental da época, além de também estabelecer inúmeras formas musicais novas. Inúmeros termos e conceitos deste Período ainda são usados até hoje.

Os principais compositores da era barroca incluem Johann Sebastian Bach, Antonio Vivaldi, George Frideric Handel, Monteverdi, Scarlatti, Alessandro Scarlatti, Purcell, Georg Philipp Telemann, Jean-Baptiste Lully, Jean-Philippe Rameau, Jean-Baptiste Lully, Tomaso Albinoni, François Couperin, Giuseppe Tartini, Heinrich Schutz, Giovanni Battista Pergolesi, Buxtehude e Johann Pachelbel.

Baroque – Essentials

Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
01. Solomon, HWV 67-Arrival Of The Queen Of Sheba
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741)
02. Concerto For Violin And Strings In E Major, Op.8, No.1, RV 269 “La Primavera”-1. Allegro
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
03. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048-1. (Allegro)
Johann Pachelbel (Alemanha, 1653-1706)
04. Canon in D, P.37
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
05. Suite No.2 in B minor, BWV 1067-7. Badinerie
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu”
Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643)
07. Vespro della Beata Vergine, SV 206-1. Domine ad adiuvandum a 6
Louis-Claude Daquin (França, 1694-1772)
08. Premier livre de pieces de clavecin / Troisième Suite-16. Le coucou
Henry Purcell (Inglaterra, 1659-1695)
09. Come, Ye Sons Of Art Away, Z. 323-3. Sound The Trumpet, Sound
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741)
10. Gloria In D Major, RV 589-1. Gloria in excelsis Deo
Tomaso Albinoni (Itália, 1671 – 1750)
11. Adagio For Strings And Organ In G minor
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
12. Messiah, HWV 56 / Pt. 2-“Hallelujah”
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
13. Suite No.3 in D, BWV 1068-2. Air
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741)
14. Concerto For Violin And Strings In F Minor, Op.8, No.4, RV 297 “L’inverno”-1. Allegro non molto
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
15. Music For The Royal Fireworks: Suite HWV 351-4. La Réjouissance
Georg Philipp Telemann (Alemanha, 1681-1767)
16. Tafelmusik-Banquet Music In 3 Parts / Production 1-1. Ouverture-Suite In E Minor-6. Air. Un peu vivement
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
17. Herz und Mund und Tat und Leben, Cantata BWV 147-Arr. Guillermo Figueroa-10. Jesu, Joy Of Man’s Desiring
Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764)
18. 6 Concerts transcrits en sextuor / 6e concert-1. La poule (Live)
Giovanni Battista Pergolesi (Iesi, 1710-Pozzuoli, 1736)
19. Stabat Mater, P. 77-1. Stabat Mater
Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764)
20. Hippolyte et Aricie-Overture
Domenico Scarlatti (Nápolis, 1685 – Espanha, 1757)
21. Sonata In E, K.380
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759)
22. Zadok The Priest, HWV 258
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750)
23. Christmas Oratorio, BWV 248 / Part Two-For The Second Day Of Christmas-No.10 Sinfonia
Arcangelo Corelli (Italia, 1653-1713)
24. Concerto grosso In G Minor, Op.6, No.8, MC 6.8 “Fatto per la Notte di Natale”-3. Adagio-Allegro-Adagio
Gregorio Allegri (Itália, 1582-1652)
25. Miserere

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Palhinha – 06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu”, com Andreas Scholl.

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 2/50 – Vladimir Horowitz (1903-1989)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Vladimir Horowitz – The Essentials

Vladimir Samoylovych Horowitz, Kiev, 1 de outubro de 1903Nova Iorque, 5 de novembro de 1989) foi um pianista russo-americano. É considerado como um dos mais brilhantes pianistas de todos os tempos, devido à sua excepcional técnica aliada às suas performances contagiantes. (1) Destacou-se pelo seu toucher sem igual, pelo controle dinâmico excepcional e pela sua mecânica única. As suas interpretações mais conhecidas e tidas como inigualáveis se referem às obras que variam do barroco Domenico Scarlatti, passando pelos românticos Chopin, Schumann, Liszt e chegando ao moderno Prokofiev. É considerado por muitos o indiscutível mestre em Scriabin e Rachmaninoff.

G. F. Handel (1685-1759): Suítes para Teclado – /|\ – D. Scarlatti (1685-1757): Sonatas – \|/ – Murray Perahia, piano

G. F. Handel (1685-1759): Suítes para Teclado – /|\ – D. Scarlatti (1685-1757): Sonatas – \|/ – Murray Perahia, piano

Handel – Suítes Nos. 2, 3 e 5

&

Chaconne

Scarlatti – 7 Sonatas

 

O que torna um disco avassaladoramente bom? Qual é a medida? Quais são os ingredientes ou as circunstâncias? A norma atual são discos tecnicamente bem produzidos com ótimos intérpretes, não há muito espaço para amadores. Mas há circunstâncias que permitem um disco quebrar, de longe, todas as possíveis graduações de bom, muito bom, ótimo, excelente…

Pois é o caso deste disco, um caso bem acima da curva. É certamente um dos meus dez melhores discos, talvez fique entre os cinco melhores…

Sei, estou um pouco eufórico, mas este disco faz isto comigo. Portanto, peço-vos, ouçam a música!

Mr. Handel

Vamos às circunstâncias do disco. Imagine um pianista renomado, no auge de sua carreira, sofre um corte em um de seus polegares, feito por uma folha de papel. O corte inflama e a coisa toda torna-se um pesadelo. Antibióticos, complicações diversas, até cirurgias. Como resultado, o pianista é forçado a um sabático de suas atividades. Mas música é a sua vida e ele precisa viver. Ouvir música, estudar música, talvez um pouco de regência.

Foi isso o que aconteceu com Murray Perahia no início da década de 1990. As complicações realmente o deixaram sem poder tocar por anos. Talvez para variar de suas principais escolhas musicais: Mozart, Beethoven, Schubert, Brahms, um pouco de música barroca. Afinal, na juventude convivera em Vermont com Pablo Casals e CIA. Bach, é claro, mas também os outros dois fenomenais compositores que nasceram no ano de 1685. Deve ter havido um grande alinhamento de planetas!

Diz a lenda que em um passeio qualquer, Perahia entrou em um sebo de livros e saiu de lá com uma partitura das Grandes Suítes de Handel. As sonatas de Scarlatti ele certamente conhecia de sua amizade e convivência com Horowitz. Se bem que suas interpretações são diferentes das do Volodya. Pois foi assim que, ao recobrar-se, Perahia gravou uma série de discos excepcionais com música de Bach, além deste aqui, com algumas das Suítes de Handel e umas Sonatas de Scarlatti.

Don Domenico

Entre as oito Grandes Suítes de Handel, escolheu as de Nos. 5, 3 e 2. A Suíte No. 5 termina com o mais famoso de todos os movimentos, as variações chamadas “The Harmonious Blacksmith” – “O Ferreiro Harmonioso”. Estas e a belíssima Chaconne.

A música de Handel, se comparada à música de Bach, parece mais simples, mais fácil, para não dizer mundana (a comparação me faz pensar em Tamino e Papageno). Mas a interpretação de Perahia realiza esta simplicidade, naturalidade, mas também um aspecto de solenidade que é fundamental. A fluidez desta música é irresistível. Se você não conseguir parar de ouvir a Chaconne, vez e de novo, não se preocupe, isto ocorre com frequência entre os ouvintes deste disco. Lembre-se que Handel era muito admirado por Mozart, Beethoven e Brahms.

No disco, a transição de Handel para Scarlatti é impactante. Saímos da solene Inglaterra para a estonteante Espanha, com suas procissões e igrejas, cavalheiros, guitarras e lindas damas. Preste atenção, está tudo aí na música. Se não perceberes, é só ouvir novamente.

Ande, baixe o disco e prepare-se para um período puro deleite musical.

George Frideric Handel (1685-1759)

Suíte No. 5 em mi maior, HWV 430

  1. Preludio
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Air con Variazioni – ‘The Harmonious Blacksmith’

Chaconne em sol maior, HWV 435

  1. Chaconne

Suíte No. 3 em ré menor, HWV 428

  1. Preludio – Presto
  2. Allegro
  3. Allemande
  4. Courante
  5. Air con Variazioni
  6. Presto

Suíte No. 2 em fá maior, HWV 427

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro [Fugue]

Domenico Scarlatti (1685-1757)

  1. Sonata em ré maior, K. 491
  2. Sonata em si menor, K. 27
  3. Sonata em dó sustenido menor, K. 247
  4. Sonata em ré maior, K. 29
  5. Sonata em lá maior, K. 537
  6. Sonata em mi maior, K. 206
  7. Sonata em lá maior, K. 212

Murray Perahia, piano

Produção: Andreas Neubronner
Gravado em 1996

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Murray Perahia

Você poderá ler uma interessante entrevista com Murray Perahia aqui. Lamentavelmente há notícias que ele passa novamente por um período de dificuldades com a saúde. Que seja rápida a recuperação!

Enquanto isso, aproveite! Este disco merece o nosso selo altíssima qualidade!René Denon

J. S. Bach, Balbastre, F. Couperin, Daquin, Fischer, Händel, Rameau, D. Scarlatti: The Harmonious Blacksmith – Trevor Pinnock, cravo

J. S. Bach, Balbastre, F. Couperin, Daquin, Fischer, Händel, Rameau, D. Scarlatti: The Harmonious Blacksmith – Trevor Pinnock, cravo

Favourite Harpsichord Pieces

PERIGO!

Música altamente contagiante

Lidar com muito cuidado!

 

Este álbum deveria ser distribuído na saída das escolas, nas salas de espera de consultórios, nas filas para elevadores, nas travessias de barcas e ferryboats. Isto é pura propaganda!

Por favor, faça uma corrente, distribua esta postagem para mais dez pessoas e você alcançará a graça de ouvir música por muito, muito tempo!

Havia o cassette do álbum!

The Harmonious Blacksmith – Favourite Harpsichord Pieces são título e subtítulo do álbum. O Ferreiro Harmonioso é o nome da peça que inicia o disco e consiste de tema e cinco variações, o último movimento da Suite No. 5, em mi maior, HWV 430, que de tão bonito ganhou carreira solo. Outra peça favorita de quem quer que a ouça é Les baricades mistérieuses, de François Couperin. Com um nome assim misterioso e uma melodia que gruda na gente para toda a vida, é um hit das paradas de sucesso de música barroca desde que foi composta.

E o Concerto Italiano? Bach gostava tanto dos concertos de Vivaldi que fez um só para tocar para as pessoas que o iam visitar. Ele dizia: Ah, o roter Priester, ele é assim…. E aí, tocava o Concerto Italiano.

Foca na Música!

O som do disco? Bem, como eu diria? Ressonante! Um amigo me disse que este disco foi gravado em algum banheiro. Mas, quem liga para isto? Foca na música! A música é tão boa de se ouvir.

Tem as duas contrastantes sonatinhas de Scarlatti, com seu ares de Espanha. Tem a Le coucou (cuco!), do Daquin, e também La Suzanne, do Balbastre. E mais umas outras peças marcantes do repertório para cravo.

Trevor Pinnock estudou cravo no London’s Royal College of Music e lhe disseram que ele nunca ganharia a vida tocando instrumento tão arcano. Ele queimou a predição quase de saída, tornando-se o cravista da veneranda Academy of St. Martin-in-the-Fields. Em 1972 criou The English Concert, e começaram a se apresentar em festivais onde encontraram um big shot da Archiv Produktion. Tiveram que ralar com o cara por uns quatro anos antes do primeiro contrato de gravação. Depois, só sucesso. Pinnock continuou como regente do grupo por uns trinta anos.

Pelas entrevistas que andei lendo e pelas gravações que continuam a aparecer, podemos deduzir que Pinnock é um excelente músico e parece ótimo sujeito. Dividindo seu tempo como regente e solista, Pinnock continua bastante ativo. Sua segunda gravação das Partitas para Cravo de Bach é excelente, assim como um disco intitulado Journey, que reúne música para cravo cobrindo um longo período. Ele está a caminho de realizar um de seus grandes desejos, gravando os dois livros do Cravo Bem Temperado, antes de chegar aos 80 anos. Como ele diz, é uma questão de força de vontade: acordar cedo, praticar os Prelúdios e Fugas e depois brincar com o neto.

Georg Frideric Handel (1685 – 1759)

  1. Aria e variações “The Harmonious Blacksmith”

Johann Caspar Fischer (1656 – 1746)

  1. Passacaglia da Suíte “Urania”, para cravo, em ré menor

François Couperin (1668 – 1733)

  1. Les baricades mistérieuses

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

  1. Concerto Italiano, BWV 971

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

  1. Gavotte (com 6 Doubles), em lá menor

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata para cravo em mi maior, K. 380
  2. Sonata para cravo em mi maior, K. 381

Joseph-Hector Fiocco (1703 – 1741)

  1. Adagio em sol maior, Da Suíte No. 1, Op. 1

Louis-Claude Daquin (1694 – 1772)

  1. Le coucou

Claude-Béninge Balbastre (1724 – 1799)

  1. La Suzanne

Trevor Pinnock, cravo

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Trevor, de bem com a vida!

Aproveite, baixe, desfrute e divulgue!

René Denon

Switched-on Boxed Set (2 de 4): The Well-Tempered Synthesizer (1969) – Wendy Carlos

bach-portada 2O sucesso mastodôntico de “Switched-on Bach” trouxe não só os holofotes para a ademais mui discreta Wendy Carlos, como também a pressão dos executivos da Columbia para que produzisse (“cuspisse”, segundo ela própria) um novo álbum arrasa-quarteirões. A ideia dos tubarões fonográficos era, claro, um outro disco dedicado a Bach, mas a laboriosa e criativa Wendy tinha outros planos, que incorporavam os novos módulos desenvolvidos em colaboração com Robert Moog para o sintetizador – incluindo o recurso spectrum follower, que permitia incluir vocalizações, ouvidas na segunda seleção de Monteverdi e, posteriormente, nos trechos da Nona Sinfonia de Beethoven incluídos na trilha sonora de Carlos para “A Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick.

O resultado do trabalho de Moog, Wendy, e de sua produtora e co-intérprete Rachel Elkind foi “The Well-Tempered Synthesizer” (“O Sintetizador bem Temperado”), lançado em 1969, um ano depois de “Switched-on Bach”. Apesar de bem aceito por parte da crítica (pois os puristas, naturalmente, detestaram), as vendas não foram nem de longe semelhantes às do predecessor. Glenn Gould, que, como dissemos, virara tiete de Wendy, escreveu as notas que acompanharam o disco, em que taxativamente afirmava que “a realização de Carlos do Quarto Concerto de Brandenburgo, é, para colocá-lo com franqueza, a melhor interpretação de qualquer dos Brandenburgos – ao vivo, enlatada, ou intuída – que eu jamais ouvi”. Os pastiches também não paravam de brotar, lançando mão de todos os trocadilhos possíveis com “Switched-on”. Um deles foi lançado pela própria Columbia: “Switched-off Bach”, que incluía as mesmas seleções do célebre disco de 1968, executada com instrumentos convencionais.

Carlos levaria cinco anos para voltar a Bach, dedicando o ínterim a trabalhos autorais (“Sonic Seasonings”, somente com composições originais) e à realização da trilha sonora para “A Laranja Mecânica” de Kubrick, realizador cricri e perfeccionista de quem Wendy ainda musicaria “O Iluminado”, em 1980.

SWITCHED-ON  BOXED SET – THE WELL-TEMPERED SYNTHESIZER

Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI (1567-1643)
01 – Suíte da ópera “Orfeo”: toccata – ritornello I – coro I – ritornello II – coro II – ritornello II

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
02 – Sonata em Sol maior, L. 209/K. 455
03 – Sonata em Ré maior, L. 164/K. 491

Georg Friedrich HÄNDEL (1685-1759)
Música Aquática, Suíte em Fá maior, HWV 348
04 – Bourrée
05 – Aria
06 – Allegro deciso

Giuseppe Domenico SCARLATTI
07 – Sonata em Mi maior, L. 430/K. 531
08 – Sonata em Ré maior, L. 465/K. 96

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Concerto de Brandenburg no. 4 em Sol maior, BWV 1049
09 – Allegro
10 – Andante
11 – Presto

Claudio Giovanni Antonio MONTEVERDI
12 – Vésperas (1610) – Domine ad adjuvandum

13 – Teste de alinhamento de estéreo

14 – Experimentos (em inglês, narração de Wendy Carlos)

Wendy Carlos, sintetizador Moog (em colaboração com Rachel Elkind)

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A produtora Rachel Elkind e Wendy Carlos (na época, ainda, legalmente chamada Walter Carlos)
A produtora Rachel Elkind e Wendy Carlos (na época, ainda, legalmente chamada Walter)

Vassily Genrikhovich

Domenico Scarlatti (1685-1757) – Sonatas (Essercizi) – Horowitz

Domenico Scarlatti (1685-1757) – Sonatas (Essercizi) – Horowitz

41SKJWMX6BLPara desespero dos tantos que o detestam, Horowitz está de volta.

Defendo minha postagem: acho que os truques pianísticos de que Horowitz tanto abusava se prestam muito bem às obras de Scarlatti. O colorido e o staccato de Volodya, em especial, deixam estas deliciosas miniaturas ainda mais atraentes.

Horowitz, que já alimentava um séquito de ferozes odiadores desde o começo de sua carreira nos Estados Unidos, viu o coro do desprezo aumentar às custas de suas interpretações de Scarlatti, porque, claro, não podiam conceber que alguém executasse ao piano peças compostas originalmente para o cravo. A favor de Horowitz contam a amizade, as consultorias e a estreita colaboração com o cravista Ralph Kirkpatrick, a maior autoridade da época na obra de Scarlatti – o “K.” que acompanha a numeração das Sonatas (ou “Essercizi”, como preferia o compositor) nada mais é que a abreviatura de “Kirkpatrick”, responsável pela elaboração do catálogo cronológico dos “Essercizi”, que substituria a até então consolidada classificação de Alessandro Longo (“L.”).

Ok, não é um cravo, e sim um Steinway, e não temos um cravista, mas um feiticeiro prestidigitador com um sem-fim de truques pianísticos. Detestem-no ou não, Horowitz imprime sua cara a estas obras, e sob suas mãos elas me soam sensacionais.

Sim, eu gosto de Horowitz. Sim, tem gosto pra tudo.

Julguem-me.

Domenico SCARLATTI (1685-1757)

Sonatas (“Essercizi”) para teclado

01 – Em Ré maior, K. 33 (L. 424): Allegro
02 – Em Lá maior, K. 54 (L. 241): Allegro
03 – Em Fá maior, K. 525 (L.188): Allegro
04 – Em Fá maior, K. 466 (L. 118): Andante Moderato
05 – Em Sol maior, K. 146 (L. 349): Allegretto
06 – Em Ré maior, K. 96 (L. 465): Allegro
07 – Em Mi maior, K. 162 (L. 21): Andante
08 – Em Mi bemol maior, K. 474 (L. 203): Andante e cantabile
09 – Em Mi maior, K. 198 (L. 22): Allegro
10 – Em Ré maior, K. 491 (L. 164): Allegro
11 – Em Fá maior, K. 481 (L. 187): Andante e cantabile
12 – Em Lá maior, K. 39 (L. 391): Allegro
13 – Em Sol maior, K. 547 (L. 528): Allegro
14 – Em Si maior, K. 197 (L. 147): Andante
15 – Em Fá sustenido maior, K. 25 (L. 481): Allegro
16 – Em Ré maior, K. 52 (L. 267): Andante moderato
17 – Em Sol maior, K. 201 (L. 129): Vivo
18 – Em Dó maior, K. 303 (L. 9): Allegro

Vladimir Horowitz, piano

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A Cornucópia de Truques de Horowitz, capítulo MCLVI: como tocar com as MÃOS ESPALMADAS
Da Cornucópia de Truques de Horowitz, capítulo MCLVI: como tocar com as MÃOS ESPALMADAS


Vassily Genrikhovich

Nelson Freire, 75 anos – Nelson Freire: Encores

Nelson Freire, 75 anos – Nelson Freire: Encores

Estamos no último minuto do 18 de outubro, e ainda em tempo de celebrar o septuagésimo quinto aniversário do Sr. Nelson José Pinto Freire, nascido no rio Grande, não o Rio Grande donde eu venho, mas o que banha a pacata Boa Esperança das Minas Gerais, um cidadão do mundo, e certamente um dos compatriotas que nunca nos deixará sem respostas se alguém nos perguntar o que de bom tem o Brasil, além de butiás e jabuticabas. Parabenizamos o célebre Sr. Freire e abraçamos o gentil Nelsinho, alcançando-lhe nossa gratidão pela longa e profícua carreira, que não para de nos trazer alegrias nessas já tantas décadas que o veem elencado entre os maiores pianistas em atividade. Além do quilate artístico, o mineirinho Nelson é um amor de criatura, ouro maciço. Discreto, caseiro e reservado, vive para a arte e para os amigos. Agora há pouco cheguei a brincar com os companheiros de blog, imaginando-o a bebemorar seu aniversário, entre um cigarro e outro, com a grande amiga Martha Argerich, parceira de vida e arte há seis décadas, só para depois me lembrar de ter lido numa entrevista que ele parou de fumar há alguns anos, por querer manter-se por muito tempo ainda ativo: menos em recitais e concertos, pois a rotina de viagens lhe aborrece muito, e cada vez mais em gravações, depois de por tanto tempo relutar em fazê-las, e legar ao futuro uma resposta a quem quer que pergunte “como tocava Nelson Freire?”.

Numa bonita postagem, o Pleyel já afirmara que muito se poderia “falar do talento de Nelson para escolher peças de bis, parte essencial de recitais à moda antiga”. Pois neste fresquíssimo álbum, nosso cintilante compatriota apresenta-nos parte de seu arsenal de tira-gostos, digestivos e, também, fogos de artifício para arrematar concertos e recitais, abarcando o longo arco de tempo entre os gênios de Purcell e do tabagistíssima Shostakovich. O pianismo é, naturalmente, de chorar de bom, e ao final da guirlanda de peças a gente só consegue se admirar por lhe descobrir mais um talento: o de fazer um recital coeso só com tantos, e tão diversos, e diminutos bombons e bagatelas.

Que sirva de exemplo para tantos outros. E muitas outras.

E, sim: refiro-me a ti, gostosona.

NELSON FREIRE – ENCORES

Christoph Willibald GLUCK (1714-1787)
Arranjo de Giovanni Sgambati
1- Orfeo ed Euridice: Melodia

Henry PURCELL (1659-1695)
2 – Hornpipe em Mi menor

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1759)
3 – Sonata em Ré menor, K. 64
4 – Sonata em Si menor, K. 377

Zygmunt Denis Antoni Jordan de STOJOWSKI (1870-1946)
5 – Aspirations, Op. 39: no. 1, “Vers l’Azur”

Ignacy Jan PADEREWSKI (1860-1941)
6 – Miscellanea, Op. 16: no. 4: Noturno em Si bemol maior

Richard Georg STRAUSS  (1864-1949)
Arranjo de Leopold Godowsky
7 – Seis Lieder, Op. 17: No. 2, Ständchen

Edvard Hagerup GRIEG (1843-1907)
Das “Peças Líricas” para piano:
8 – Livro I, Op. 12 – no. 1: Arietta
9 – no. 2: Valsa
10 – no. 5: Melodia Popular
11  – Livro II, Op. 38 – no. 1.: Berceuse
12 – Livro III, Op. 43 – no. 2: Viajante Solitário
13 – no. 4: Pequeno Pássaro
14 – no. 6: À Primavera
15 – Livro IV, Op. 47 – no. 4: Halling
16 – Livro V, Op. 54 – no. 1: Jovem Pastor
17 – Livro VIII, Op. 65 – no. 6: Dia de Casamento em Troldhaugen
18 – Livro IX, Op. 68 – no. 3: A seus pés
19 – no. 5: No berço

Anton Grigoryevich RUBINSTEIN (1829-1894)
20 – Duas Melodias, Op. 3 – no. 1 em Fá maior

Alexander Nikolayevich SCRIABIN (1872-1915)
21 – Dois Poemas, Op. 32 – no. 1 em Fá sustenido maior

Sergei Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)
22 – Prelúdios, Op. 32 – no. 10 em Si menor: Lento
23 – no. 12 em Sol sustenido maior: Allegro

Dmitry Dmitryevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Danças Fantásticas, Op. 5
24 – no. 1: Marcha. Allegretto
25 – no. 2: Valsa. Andantino
26 – no. 3: Polka. Allegretto

Enrique GRANADOS Campiña (1867-1916)
27 – Goyescas, Suíte para piano – no. 4: Quejas ó la maja y el ruiseñor

Frederic MOMPOU Dencausse (1893-1987)
28 – Scenes d’enfants – no. 5: Jeunes filles au jardin

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
29 – España, Op. 165 – Tango em Ré maior (arranjo de Leopold Godowsky)
30 – Navarra (completada por Déodat de Sévérac)

Nelson Freire, piano

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Nelson com Guiomar Novaes, 1977. Foto do acervo particular de Nelson Freire, publicada pelo sensacional Instituto Piano Brasileiro (http://institutopianobrasileiro.com.br), comandado pelo indispensável Alexandre Dias, apoiado por Nelson e que recomendamos demais.
No vídeo abaixo, parte do documentário “Nelson Freire” de João Moreira Salles, o aniversariante de hoje relembra a influência inspiradora de Guiomar em sua carreira, enquanto ouve, com olhos suados, a melodia de Gluck (que abre o CD que ora compartilhamos) na interpretação de sua ídola. E a “Nise” a que ele se refere é Nise Obino, sua maior mestra, decisiva para Nelson superar a transição de menino-prodígio a jovem artista e que, como descobrimos pelo documentário (que não podemos recomendar o bastante aos fãs de Nelson), muito mais que professora, foi-lhe uma grande paixão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vassily, com um agradecimento ao incansável FDP Bach por lhe ter alcançado esta gravação.

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

Lembram daquela série interminável de discos da Philips — lançados nos anos 70 e 80 — que eram seleções malucas de clássicos e que tinham gatinhos na capa? Ali, o Aleluia de Händel podia vir antes de um trecho de Rhapsody in Blue, o qual era seguido pela Abertura 1812 e pela chamada Ária na Corda Sol (mentira, corda sol coisa nenhuma) de Bach, por exemplo. Salada semelhante é servida por Khatia Buniatishvili neste CD. Mas o importante é faturar enquanto a beleza não abandona a pianista. Ela tem alguns anos de sucesso ainda. Como habitualmente, neste disco ela é muita emoção e languidez — principalmente a última –, acompanhada de um talento que não precisaria ter registros gravados. Temos tanta gente melhor! Depois deste disco altamente suspeito, ela sucumbe aqui. Só a aparência não basta. Afinal, ouvimos o CD. Vocês sabem que eu amo as belas musicistas, mas tudo tem limite.

O volume 1 da numerosa série

Bach, Brahms, Chopin, Debussy, Dvořák, Grieg, Kancheli, Kempff, Ligeti, Liszt, Mendelssohn, Pärt, Ravel, Scarlatti, Scriabin, Tchaikovsky: Motherland (com Khatia Buniatishvili)

1 Johann Sebastian Bach: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208: IX. Schafe können sicher weiden (Arr. for Piano)
2 Pyotr Ilyich Tchaikovsky: The Seasons, Op. 37b: X. October (Autumn Song)
3 Felix Mendelssohn-Bartholdy: Lied ohne Worte in F-Sharp Minor, Op. 67/2
4 Claude Debussy: Suite Bergamasque, L. 75: III. Clair de lune
5 Giya Kancheli: Tune from the Film by Lana Gogoberidze: When Almonds Blossomed
6 György Ligeti: Musica ricercata No. 7 in B-Flat Major
7 Johannes Brahms: Intermezzo in B-Flat Minor, Op. 117/2
8 Franz Liszt: Wiegenlied, S. 198
9 Antonín Dvorák: Slavonic Dance for Four Hands in E Minor, Op. 72/2: Dumka (Allegretto grazioso)
10 Maurice Ravel: Pavane pour une infante défunte in G Major, M. 19
11 Frédéric Chopin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 25/7
12 Alexander Scriabin: Etude in C-Sharp Minor, Op. 2/1
13 Domenico Scarlatti: Sonata in E Major, K. 380
14 Edvard Grieg: Lyric Piece in E Minor, Op. 57/6: Homesickness
15 Traditional: Vagiorko mai / Don’t You Love Me?
16 Wilhelm Kempff: Suite in B-Flat Major, HWV 434: IV. Menuet
17 Arvo Pärt: Für Alina in B Minor

Khatia Buniatishvili, piano

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Desculpe, Khatia, não rolou.

PQP

Ainda mais Cordas: o Banjo (Perpetual Motion – Béla Fleck)

51ZgNDY+BULPassada em revista a parte da família das cordas que é tocada com arcos, enveredamos por um outro ramo da família com quem os arcos não falam muito, pois as salas de concerto costumam torcer-lhes os narizes: aquele das cordas dedilhadas.

Antes que me joguem os tomates, ou me perguntem por que exus eu não apus a palavrinha .:interlúdio:. ao título de uma gravação, vejam só, de banjo, de BANJO, de B A N J O! incongruentemente atirada no meio das sacrossantas interpretações dos Pollinis e Bernsteins que os blogueiros não-vassílycos publicam por aqui, bem, antes que venham os apupos, os “foras!” e que me defenestrem, eu antecipadamente me defendo: Béla Fleck é um TREMENDO músico e merece ser ouvido.

Ok, o repertório do CD é um balaio de gatos cheio de figurinhas fáceis do repertório das coleções “The Best of”, só que ele é feito sob medida para Fleck exibir com sobras seu talento. Asseguro-lhes que dificilmente ouvirão um banjo ser tocado com tanta maestria, ainda mais acompanhado por músicos do naipe de, entre outros, Joshua Bell, John Williams e Edgar Meyer. No final, para relaxar, Fleck colocou uma ótima versão bluegrass do “Moto Perpétuo” de Paganini, mas ela está claramente identificada como tal e os puristas entre vós outros poderão deletá-la antes que ela fira algum ouvido.

E, se vocês acharam interessante o Fleck ter o nome de Béla, saibam que o nome completo do cavalheiro é Béla Anton Leoš Fleck. Sim: uma homenagem ao grande Béla, àquele Anton e a este Leoš.

PERPETUAL MOTION – BÉLA FLECK

Domenico SCARLATTI (1685-1757)
01 – Sonata em Dó maior, K. 159

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
02 – Invenção a duas vozes no. 13 em Lá menor, BWV 784

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
03 – Children’s Corner, L. 113 – “Doctor Gradus ad Parnassum”

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
04 – Mazurkas, Op. 59 – no. 3 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
05 – Partita no. 3 em Mi maior, BWV 1006 – Prélude

Fryderyk Franciszek CHOPIN
06 – Études, Op. 10 – no. 4 em Dó sustenido menor
07 – Mazurkas, Op. 6 – no. 1 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
08 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Sol maior, BWV 796

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
09 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 3: Mélodie

Johannes BRAHMS (1833-1897)
10 – Cinco estudos para piano, Anh. 1a/1 – no. 3 em Sol menor, após Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian BACH
11 – Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 – Prelude
12 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Si menor, BWV 801

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
13 – Moto Perpetuo, Op. 11

Domenico SCARLATTI
14 – Sonata em Ré menor, K. 213

Johann Sebastian BACH
15 – Invenção a duas vozes no. 6 em Mi maior, BWV 777

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
16 – Sonata no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Luar” – Adagio sostenuto

Johann Sebastian BACH
17 – Invenção a duas vozes no. 11 em Sol menor, BWV 782

Ludwig van BEETHOVEN
18 – Sete Variações sobre “God Save the King”, WoO 78

Johann Sebastian BACH
19 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Mi menor, BWV 793

Niccolò PAGANINI
arranjo de James Bryan Sutton
12 – Moto Perpetuo, Op. 11 (versão bluegrass)

Béla Fleck, banjo
Joshua Bell, violino
Gary Hoffmann, violoncelo
Evelyn Glennie, marimba
Edgar Meyer, contrabaixo
Chris Thile, bandolim
James Bryan Sutton, violão folk
John Williams, violão

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Vassily Genrikhovich

 

Domenico Scarlatti (1685-1757): 18 Sonatas – Alexandre Tharaud, piano

Domenico Scarlatti (1685-1757): 18 Sonatas – Alexandre Tharaud, piano

Scarlatti – 18 Sonatas

Como o personagem do livro de Virginia Woolf, Domenico Scarlatti viveu duas vidas em uma, mas não fez mudança de sexo.

Nascido no mesmo ano em que nasceram Johann Sebastian Bach e George Frideric Handel, mostrou talento fenomenal para música desde cedo. Seu pai, Alessandro Scarlatti, era músico famoso e muito bem estabelecido em Nápoles. Exerceu grande influência sobre a carreira do filho. Após a sua morte, em 1725, Domenico começou uma outra vida, pelo menos para a música, e produziu a obra pela qual agora é justamente famoso. Se a sua vida tivesse terminado na primeira etapa, ele teria sido um mestre menor. O que lhe garante o destaque na História da Música são as perto de 550 sonatas para cravo que produziu em sua segunda vida.

Scarlatti, por Velasco, em trajes de Cavaleiro da Ordem de Santiago

Produzidas como exercícios, nelas ele explorou e desenvolveu a técnica do teclado imensamente, mas produziu também verdadeiras pérolas que estão no repertório dos maiores (e menores) pianistas. Nestas peças exuberantes notamos ritmos de danças, muita alegria e elementos da música folclórica da Espanha. Scarlatti, com respeito a técnica do teclado, foi tão inovador quanto seriam, muitos anos depois, Liszt e Chopin. Saltos e arpejos extensíssimos, notas de passagens duplas, cruzamentos de mãos e rápidas repetições de notas. Chopin tinha grande admiração pelas peças de Scarlatti. Vladimir Horowitz sempre teve as suas sonatas em seu repertório e muito fez para o seu reconhecimento. Suas gravações ainda hoje são referências.

Scarlatti conviveu com os nobres e os grandes artistas de seu tempo. Em Roma frequentava os encontros musicais promovidos pelo Cardeal Pietro Ottoboni, que em uma destas ocasiões foi o juiz de um duelo entre os jovens Scarlatti e Handel. Considerados empatados no cravo, o enorme saxão levou a melhor no órgão. A disputa não impediu que os dois extraordinários músicos fossem amigos por toda a vida. Neste círculo de convivência conheceu o Embaixador de Portugal, o Marques de Fontes. Esta conexão o levou posteriormente, após um período em Londres, à Lisboa, onde o rei D. João V o tornou professor de música da Princesa Maria Bárbara de Bragança. A princesa casou-se em 1729 com o Príncipe Fernando de Astúrias, de Espanha, e assim Scarlatti mudou-se para Madri. Scarlatti e sua música tornaram-se espanhóis. A princesa tornou-se rainha e o protegeu por toda a vida.

Maria Barbara quando era a Princesa de Astúrias

Neste disco temos o pianista francês, Alexandre Tharaud, que nos explica a escolha do repertório. As Sonatas K. 239, K. 420 e K. 141 trazem o elemento folclórico da Música Espanhola e o Flamenco. Nas Sonatas K. 72, K. 29, K. 514 e K. 3 destaca-se o estilo virtuosístico. As Danças da Corte estão presentes nas Sonatas K. 430 e K. 64, enquanto as Sonatas K. 208, K. 32 e K. 132 lembram árias de óperas. As Sonatas K. 380, K. 9 e K. 481 são figurinhas carimbadas, aparecem em quase todos os álbuns de música de Scarlatti e Tharaud as estudava desde a adolescência.

Apesar de suas sonatas terem sido compostas para cravo, elas adaptam-se maravilhosamente ao piano. Eu tenho grande predileção pelas gravações de Horowitz, Perahia, Pogorelich, Pletnev e Subdin. Mesmo o despretensioso disco da pianista eslovena Dubravka Tomšič merece atenção. Mas o artista da vez, Alexandre Tharaud, é de primeira grandeza e o disco, com selo Virgin Classics, é muito bem produzido por Cécile Lenoir.

Minha Sonata preferida é a dolente K. 208. Cuidado, ela derreterá seu coração!

A aula da princesa, pintada por Gaspare Traversi

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

  1. Sonata K. 239 em fá maior – Allegro
  2. Sonata K. 208 em lá maior – Adagio è cantabile
  3. Sonata K. 72 em dó maior – Allegro
  4. Sonata K. 8 em sol menor – Allegro
  5. Sonata K. 29 em ré maior – Presto
  6. Sonata K. 132 em dó maior – Cantabile
  7. Sonata K. 430 em ré maior – Non presto mà a tempo di ballo
  8. Sonata K. 420 em dó maior – Allegro
  9. Sonata K 481 em fá menor – Andante è cantabile
  10. Sonata K. 514 em dó amior – Allegro
  11. Sonata K. 64 em ré menor – Gavota: Allegro
  12. Sonata K. 32 em menor – Aria
  13. Sonata K. 141 em ré menor – Allegro
  14. Sonata K. 472 em si bemol maior – Andante
  15. Sonata K. 3 em lá menor – Presto
  16. Sonata K. 380 em mi maior – Andante commodo
  17. Sonata K. 431 em sol maior – Allegro
  18. Sonata K. 9 em ré menor – Allegro

Alexandre Tharaud, piano

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MP3 | 320 KBPS | 156 MB

Alexandre agradecendo aos leitores do blog!

A música de Scarlatti é perfeita para ser ouvida numa manhã ensolarada de domingo, garantia-me um querido amigo matemático inglês, já há muitos anos. Agora eu o entendo, perfeitamente!

René Denon

J. S. Bach (1685-1750): English Suites 2 & 3 / D. Scarlatti (1685-1757) 4 Sonatas – Ivo Pogorelich, piano

J. S. Bach (1685-1750): English Suites 2 & 3 / D. Scarlatti (1685-1757) 4 Sonatas – Ivo Pogorelich, piano

J. S. Bach – Suítes Inglesas Nos. 2 & 3

D. Scarlatti – Quatro Sonatas

 

O ano era 1989 e o inverno do Meio-Oeste Americano, próximo ao Lago Michigan, implacável. Eu passava os dias em um escritório minúsculo, sem janelas, sentado em uma espartana cadeira, estudando certos grupos de K-teoria não finitamente gerados. Mas não estava sozinho submetido a tão rigoroso regime – dividia o minúsculo escritório com um enorme croata com eterna cara de garoto, olhos pequenos e curiosíssimos por trás de óculos metidos em uma armação grande e de resina escura, típicas da Europa Ocidental. Ele tornou-se um amigo para a vida inteira e trocamos muitas informações. Com ele aprendi que a Iugoslávia, que estava prestes a deixar de existir como tal, era na verdade formada por vários países, diferentes etnias e credos. Aprendi também que há croatas e sérvios.

Esta é a capa da última edição, com um Pogorelich mais jovial. Ele já não está mais assim, acredite…

Ele, também amante da boa música, falou-me do BMG Direct, um clube de venda de CDs pelo correio, meio como o nosso Clube do Livro. E mais (como ouvimos nas propagandas do Polishop), ao aderir ao clube ganhava-se um ou outro CD de brinde – coisa de americanos, que são uns bambas no marketing. Imaginem o que era isso para nós, que vivíamos de bolas de estudo, duríssimos como cocos. Meu primeiro CD foi uma revelação, uma epifania, tornei-me addicted ao Piano-Bach. Claro, o escritório encheu-se de confabulações, qual CD pedir, até que Žarko mencionou o Bach interpretado pelo Pogorelich. Pogorelič, ele me explicou, mas o danado do acento não havia nos teclados americanos. Pogorelich que era filho de um croata com uma sérvia – Capuleti e Montecchi.

Meu CD americano, que chegou pelo correio (ainda sinto um frêmito cada vez que chego em casa e imagino que haverá uma caixinha de papelão entregue pelo correio com um ou outro CDzinho), não existe mais, morreu oxidado. Mas sua imagem continua gravada na minha mente (d’àpres Manuel Bandeira) e há outra cópia de uma nova edição na prateleira de CDs queridos, acrescentada de quatro lindíssimas sonatas de Scarlatti. Ah, Piano-Scarlatti é outra das minhas manias, mas sobre isso, depois.

João Sebastião Ribeiro

Que dizer da música? Bach é metade já andada e as Suítes Francesas, Suítes Inglesas, as Partitas – fontes inesgotáveis de prazer. Aqui temos duas Suítes Inglesas, as de No. 2 e de No. 3. No CD caberia mais uma, é claro, mas este CD foi gravado ainda na transição do LP para CD e, então, uma suíte para cada lado. Nesta edição a distribuidora acrescentou quatro sonatas de Domenico Scarlatti, de um outro disco impecável do Pogorelich, que espero postar em propícia ocasião.

Domingos Escarlate

Sobre a interpretação, veja o que disse um crítico da revista Diapason, especializada em música: …claridade inebriante, trabalho de um joalheiro…uma interpretação prazeirosa e cheia de vivacidade… [De Scarlatti]: As quatro sonatas são a expressão de uma arte de piano de sombras e de luzes, não há como ser mais sofisticado.

As Suítes Inglesas foram gravadas em 1985 na Salle de Musique, Le Chaux de Fonds, Suíça.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

English Suite No.2 In A Minor, BWV 807

  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourrée I & II
  6. Gigue

English Suite No.3 In G Minor, BWV 808

  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Gavotte
  6. Gigue

Domenico Scarlatti

  1. Sonata em mi maior, K. 380 – Andante comodo
  2. Sonata em si menor, K. 87 – Andante
  3. Sonata em sol menor, K. 450 – Allegrissimo
  4. Sonata em mi maior, K. 135 – Allegro

Ivo Pogorelich, piano

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MP3 | 320 KBPS | 174 MB

Com essa bola toda, posso colar o selo de IM-PER-DÍ-VEL e desejar uma ótima audição!

Vá em frente e aproveite!

René Denon

Ingmar Bergman: Music from the Films (2018): J. S. Bach / Chopin / Mozart / D. Scarlatti / Schubert / Schumann

Ingmar Bergman: Music from the Films (2018): J. S. Bach / Chopin / Mozart / D. Scarlatti / Schubert / Schumann

7318599923772IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu não deixo por menos: Ingmar Bergman foi o maior artista do século XX. E este é um disco para se ouvir imaginando as cenas dos filmes ou meramente como uma seleção de trechos aleatórios, mas de extremo bom gosto. Claro que é um choque sair da lindíssima Sarabanda da Suíte Nº 5 (violoncelo solo), de Bach, para a quase histeria do Op. 12, Nº 2 de Schumann, mas enfim, fazer o quê? As outras “passagens” me pareceram menos contundentes.

Bergman amava a música. Ela sempre foi fundamental em seus filmes. Sempre houve referências a ela na obra deste artista total. Ele filmou A Flauta Mágica de Mozart, Sonata de Outono — sobre uma pianista — e Sarabanda. A música, a literatura, o teatro e o cinema sempre se confundiram na obra deste gênio. E é muito legal que o pianista Roland Pöntinen e turma tenham assumido este projeto no ano dos 100 anos de nascimento de Ingmar Bergman. As interpretações são absolutamente de primeira linha, fantásticas.

Ingmar Bergman: Music from the Films (2018)

1. Bach: Cello Suite No. 5 in C minor, BWV 1011 : IV. Sarabande (Cries and Whispers, Saraband) 03:54
2. Schumann: Fantasiestücke, op. 12 : No. 2. Aufschwung (Music in Darkness, Smiles of a Summer Night) 03:23
3. Chopin: Nocturne No. 7 in C-Sharp Minor, Op. 27 No. 1 : Nocturne No. 7 in C-Sharp Minor, Op. 27, No. 1 (Fanny and Alexander) 05:09
4. Chopin: 24 Preludes, Op. 28 : 24 Preludes, Op. 28: No. 24 in D Minor (Music in Darkness) 02:41
5. Bach: Cello Suite No. 4 in E-Flat Major, BWV 1010 : IV. Sarabande (Autumn Sonata) 05:07
6. Mozart: Fantasia in C minor, K. 475 : (Face to Face) 12:33
7. Chopin: Mazurkas, Op. 17 : Mazurka No. 13 in A Minor, Op. 17, No. 4 (Cries and Whispers) 03:50
8. Schubert: Piano Sonata No. 21 in B-Flat Major, D. 960 : II. Andante sostenuto (In the Presence of a Clown) 09:43
9. Scarlatti: Keyboard Sonata in D Major, K.535/L.262/P.531 : (The Devil’s Eye) 03:18
10. Chopin: 24 Preludes, Op. 28 : No. 2 in A Minor (Autumn Sonata) 02:24
11. Scarlatti: Keyboard Sonata in E Major, K. 380/L.23/F.326 : (The Devil’s Eye) 04:25
12. Bach: Goldberg Variations, BWV 988 : Variatio 25. a 2 Clav. (The Silence) 06:47
13. Bach: Cello Suite No. 2 in D minor, BWV 1008 : IV. Sarabande (Through a Glass Darkly) 05:53
14. Schumann: Piano Quintet in E-Flat Major, Op. 44 : II. In modo d’una Marcia (Fanny and Alexander) 09:15

Personnel:
Roland Pöntinen, piano
Torleif Thedéen, cello
Stenhammar Quartet

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Ele
Ele

PQP

Bizet, de Falla, Granados, Rodrigo, Romero, Torroba, Vivaldi: Los Romeros — Celebração do Jubileu de Ouro

Bizet, de Falla, Granados, Rodrigo, Romero, Torroba, Vivaldi: Los Romeros — Celebração do Jubileu de Ouro

frontAndrés Segovia, Narciso Yepes, etc. Os espanhóis e o violão. Há que igualmente colocar no Olimpo Los Romeros, também chamada de A Família Real do Violão. O quarteto foi fundado em 1960 por Celedonio Romero. Três de seus filhos, Angel, Celin e Pepe tocavam com o pai desde os sete anos, formando o Quarteto. Então, eles desenvolveram certa experiência… Em 1957, já tinham ido para os EUA. Não gostavam muito de Franco. Moram lá até hoje. Em 1990, Angel deixou o quarteto, sendo substituído pelo filho de Celin, Celino. Celedonio Romero morreu em 1996. Entrou em seu lugar o filho de Angel, Lito.

Vamos à música. O Quarteto é requintado. São donos de uma habilidade e de uma competência extraordinária. Neste post temos a formação original, ainda com Celedonio. O fato é que é um CD muito bom. O repertório é maravilhoso — Vivaldi, Torroba, Scarlatti, Rodrigo (Concerto de Aranjuez e etc), Bizet (Carmen) entre outros, com obras originais para violão (ou violões) e transcrições. Boa apreciação!

Los Romeros – Celebração do Jubileu de Ouro

DISCO 01

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 4 violões in B menor, RV 580
*
01. Allegro
02. Largho Larghetto
03. Allegro

Celedonio Romero (1913-1996)
Noche en Málaga

04. Noche en Málaga
Romantic Prelude
05. Romantic Prelude

Francisco Moreno Torroba (1891-1982)
Sonatina trianera

06. Torroba – Sonatina trianera

Domenico Scarlatti (1685-1757)
Sonata in G major, Kk 391

07. Sonata in G major, Kk 391

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto em C maior para violão, RV 425*
08. Allegro
09. Largo
10. Allegro

Enrique Granados (1867-1916)
Intermezzo (Goyescas)

11. Intermezzo (Goyescas)

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto Madrigal
**
12. Fanfarre (Allegro marziale)
13. Madrigal (Andante nostálgico)
14. Entrada (allegro vivace)
15. Pastorcito (Allegro vivace)
16. Girardilla (Presto)
17. Pastoral (Allegro)
18. Fandango
19. Arieta (andante nostálgico)
20. Zapateado (Allegro vivace)
21. Caccia a la española ( Allegro…)

DISCO 02

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 2 violões em G maior, RV 532*
01. Allegro
02. Andante
03. Allegro

Manuel de Falla (1876-1946) El Sombrero de tres picos
04. Danza del corregidor
05. Danza del molinero

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto de Aranjuez*
06. Allegro con spirito
07. Adagio
08. Allegro gentile

Georges Bizet (1838-1875)
Suíte da Ópera Carmen

09. Prélude
12. Séguedille
13. Chanson bohème
14. Entr’acte
15. Chanson du toreador

Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Concerto Andaluz**
16. Tiempo de Bolero
17. Adagio
18. Allegretto

* San Antonio Symphony Orchestra
Victor Alessandro, regente
** Academy of St Martin in the Fields
Sir Neville Marriner, regente

Angel Romero, violão
Caledonio Romero, violão
Celin Romero, violão
Pepe Romero, vilão
Angelita Romero castanhetas in
Sonatine trianera, El sombrero de tres picos and Carmen Suite

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Uma das várias formações da Família Romero
Uma das várias formações da Família Romero

Carlinus / PQP

Domenico Scarlatti (1685–1757): Sonatas e mais Sonatas, ¿como no?

Domenico Scarlatti (1685–1757): Sonatas e mais Sonatas, ¿como no?

A música erudita nos causa curiosos problemas. Imaginem que eu formatei este post colocando os discos na ordem de qualidade que esperava encontrar. Coloquei em primeiro lugar Rousset, depois Kirkpatrick, seguido de Yepes. Bem, é exatamente o contrário. Após ouvir os três CDs que não possuem sonatas em comum, diria que o melhor é o das transcrições de Yepes, seguido pelo do cravista-estudioso de Scarlatti Ralph Kirkpatrick e depois pelo francês Rousset.

Os três são bons, mas Yepes vence. Confiram!

Ah, Domenico não é tão talentoso quanto seu pai Alessandro, mas as 555 sonatas em um movimento que escreveu para comer a princesa portuguesa Maria Magdalena Bárbara são bem legais.

Christophe Rousset – Domenico Scarlatti: 15 Harpsichord Sonatas

1. Scarlatti – Kk 461 – Sonata in C major (4:01)
2. Scarlatti – Kk 124 – Sonata in G major (5:19)
3. Scarlatti – Kk 147 – Sonata in E minor (7:39)
4. Scarlatti – Kk 531 – Sonata in E major (3:40)
5. Scarlatti – Kk 44 – Sonata in F major (5:57)
6. Scarlatti – Kk 469 – Sonata in F major (3:17)
7. Scarlatti – Kk 426 – Sonata in G minor (7:37)
8. Scarlatti – Kk 427 – Sonata in G major (2:25)
9. Scarlatti – Kk 52 – Sonata in D minor (8:16)
10. Scarlatti – Kk 53 – Sonata in D major (3:39)
11. Scarlatti – Kk 120 – Sonata in D minor (4:15)
12. Scarlatti – Kk 144 – Sonata in G major (4:22)
13. Scarlatti – Kk 450 – Sonata in G minor (3:52)
14. Scarlatti – Kk 140 – Sonata in D major (3:59)
15. Scarlatti – Kk 141 – Sonata in D minor (4:24)

Christophe Rousset, cravo

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Ralph Kirkpatrick – Domenico Scarlatti: Sonatas for Harpsichord

01. Sonata for keyboard in G minor, K. 347 (L. 126)
02. Sonata for keyboard in G major, K. 348 (L. 127)
03. Sonata for keyboard in D minor, K. 213 (L. 108) “The Lover”
04. Sonata for keyboard in D major, K. 214 (L. 165)
05. Sonata for keyboard in F sharp major, K. 318 (L. 31)
06. Sonata for keyboard in F sharp major, K. 319 (L. 35)
07. Sonata for keyboard in E major, K. 380 (L. 23) “Cortege”
08. Sonata for keyboard in E major, K. 381 (L. 225)
09. Sonata for keyboard in C major, K. 356 (L. 443)
10. Sonata for keyboard in C major, K. 357 (L. S45)
11. Sonata for keyboard in C minor, K. 526 (L. 456)
12. Sonata for keyboard in C major, K. 527 (L. 458)
13. Sonata for keyboard in D major, K. 478 (L. 12)
14. Sonata for keyboard in D major, K. 479 (L. S16)
15. Sonata for keyboard in F major, K. 524 (L. 283)
16. Sonata for keyboard in F major, K. 525 (L. 188)
17. Sonata for keyboard in G major, K. 454 (L. 184)
18. Sonata for keyboard in G major, K. 455 (L. 209)
19. Sonata for keyboard in B flat major, K. 248 (L. S35)
20. Sonata for keyboard in B flat major, K. 249 (L. 39)
21. Sonata for keyboard in D major, K. 436 (L. 109)

Ralph Kirkpatrick, harpsichord

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Narciso Yepes – Domenico Scarlatti: Sonatas Transcribed for 10-String Guitar

1. Sonata in G major, K.146: [Allegretto] [3’16]
2. Sonata in D minor, K.34: Larghetto [3’37]
3. Sonata in F minor, K.238: Andante [3’07]
4. Sonata in Bb major, K.42: Minuetto [1’29]
5. Sonata in Eb major, K.474: Andante e cantabile [6’05]
6. Sonata in D minor, K.32: Aria [2’10]
7. Sonata in A major, K.322: Allegro [2’56]
8. Sonata in D minor, K.77: Moderato e cantabile [7’58]
9. Sonata in G major, K.283: Andante allegro [4’57]
10. Sonata in D minor, K.64: Gavotte [2’29]
11. Sonata in F major, K.446: Pastorale [4’50]
12. Sonata in B minor, K.377: Allegrissimo [3’23]

Narciso Yepes, 10-String Guitar

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Flagrante nada posado de Domenico, o que cara que namorou a princesa portuguesa Maria Magdalena Bárbara (Maria Bárbara de Bragança). Espalhem!
Flagrante nada posado de Domenico, o que cara que namorou a princesa portuguesa Maria Magdalena Bárbara (Maria Bárbara de Bragança). Espalhem!

PQP

Sonata 2ª (Sabará): Antonio Carlos de Magalhães, cravo (Acervo PQPBach)

307ssnqSonata 2ª – Sabará:
Antonio Carlos de Magalhães

Provém de Sabará a primeira informação sobre a presença de cravos e cravistas no Estado de Minas Gerais: em 1739, o músico José Soares tocou cravo na Matriz de Nossa Senhora da Conceição para festejar o dia de Nossa Senhora do Amparo. Não sabemos o que e como ele tocou, e muito menos a reação do público. Infelizmente, a escassez de informações desse tipo nos impede de reconstituir satisfatoriamente a trajetória dos instrumentos de teclado no Brasil Colonial, a fim de podermos avaliar o impacto de um repertório tecladístico na nascente musicalidade brasileira.

Cresce, assim, em importância o desvelamento de uma peça instrumental, única até o momento, de música colonial mineira, encontrada nos arquivos da Sociedade Musical Santa Cecília de Sabará. Trata-se da Sonata 2º para teclado, de autor anônimo, composta pelos seguintes movimentos: a) Allegro, com estrutura muito próxima dos esquemas da forma sonata bitemática, textura típica do classicismo musical do século XVIII; b) Adagio, com estrutura formal do lied instrumental, atendendo aos padrões de andamentos lentos do século XVIII; c) Rondó, com textura típica do estilo rococó cravístico.

A existência desta sonata nos conduz a uma série de exercícios analíticos, pelos quais tentamos, através de associações de ordem estilística, filosófica e sociológica, situá-la no tempo e no espaço. Acreditamos, no entanto, que tais exercícios seriam inúteis se faltasse à obra a oportunidade de ser em si mesma, isto é, realizar- se enquanto experiência musical. Surge, então, a figura do intérprete, que, com a dimensão transcendental de sua subjetividade, nos oferece o ser da obra.

Neste trabalho, o cravista Antonio Carlos de Magalhães cria um espaço possível de realização da Sonata 2ª – “Sabará”-, ao inseri-la em um universo que se caracteriza pela pluralidade de composições, no qual ocorrem relações de alteridade. Esse universo se constitui a partir de uma lógica historiográfica que nos permite supor, para a música colonial brasileira, vínculos com a música praticada por povos que de alguma forma participaram de nossa colonização. Atendendo a esta lógica, Antonio Carlos de Magalhães imagina o contexto sonoro daquele cravista do século XVIII e reúne em um só objeto peças de doze compositores – a saber: Frescobaldi, Cabezon, Sweelink, Couperin, Purcell, Zipolli, Scarlatti, Carlos Seixas, Rameau, Francisco Xavier Baptista, Padre José Maurício e o anônimo sabarense. Resulta disso que o CD Sabará foi concebido em duas dimensões – uma estética, quando ele exercita a ação reflexiva de nossos sentidos, e outra histórica, no momento em que ele presentifica a intuição de um passado.

Ressaltamos o belo jogo de cores a que Antonio Carlos de Magalhães procede ao alternar as sonoridades de dois cravos – o primeiro, um raro exemplar dobrável, que possui sons mais ásperos e rústicos, e o segundo, um Taskin, que produz sons mais aveludados. Esse procedimento revela urna sensibilidade fragmentadora, típica do fazer musical contemporâneo, que tensifica a sensibilidade unificadora característica das músicas do sistema tonal, realçada pelo respeito uniforme às convenções de dinâmica, agógica e ornamentação inerentes aos períodos de composição das peças.

(José Eduardo Costa Silva, extraído do encarte)

Girolamo Frescobaldi (Italy, 1583-1643)
01. Toccatta prima
Antonio de Cabezón (Spain, 1510-1566)
02. Diferencias cavallero
Jan Pieterszoon Sweelinck (Netherlands, 1562-1621)
03. More palatino
François Couperin (France, 1668-1733)
04. Quatrième prélude (L’art du toucher clavecin)
05. La superbe ou la Forqueray (Dixseptième ordre)
Henry Purcell (England, 1659-1695)
06. Ground (z.D221)
Domenico Zipoli (Prato, Itália,1688 – Córdoba, Argentina 1726)
07. Corrente
Giuseppe Domenico Scarlatti (Italy, 1685-1757)
08. Sonata XXX
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
09. Sonata em Sol m
Jean-Philippe Rameau (France, 1683-1764)
10. Allemande (Pieces de clavecin, avec une table pour les agrémens)
Francisco Xavier Baptista (Portugal, ? – 1797)
11. Sonata IV – 1. Allegro
12. Sonata IV – 2. Allegro
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
13. Fantasia 6ª (Método do pianoforte)
Anônimo (Sabará, MG, final do séc. XVIII)
14. Sonata 2ª (Sabará) – 1. Allegro
15. Sonata 2ª (Sabará) – 2. Adágio
16. Sonata 2ª (Sabará) – 3. Rondó

Sabará – 1999
Antonio Carlos de Magalhães
2jcbrls

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XLD RIP | FLAC 470,0 MB | HQ Scans 13,2 MB |

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MP3 320 kbpm – 252,0 MB – 1,1 hr
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Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

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.Avicenna

Domenico Scarlatti (1685-1757) – Sonatas – Angela Hewitt

DISCAÇO, IM-PER-DÍ-VEL!!!, vou me limitar a definir com apenas estes dois adjetivos este sensacional CD de Angela Hewiit dedicado a Scarlatti. A mulher não é brincadeira não. Encara com toda a naturalidade algumas pedreiras de sonatas, mostrando uma técnica impecável e um virtuosismo absurdo.

Não sei de que planeta Angela Hewitt vem, só sei que seus cds sempre são um primor, um deleite para os ouvidos. Sempre são muito bem gravados e produzidos pelo excelente selo inglês Hyperion, com um trabalho de engenharia de som impecável.
Chega de falar e vamos ao que viemos. Deleitem-se, mortais …

Domenico Scarlatti (1685-1757) – Sonatas – Angela Hewitt

01 Sonata in D minor, Kk9
02 Sonata in C major, Kk159
03 Sonata in B minor, Kk87
04 Sonata in D major, Kk29
05 Sonata in A major, Kk113
06 Sonata in D major, Kk430
07 Sonata in G minor, Kk8
08 Sonata in G major, Kk13
09 Sonata in B minor, Kk27
10 Sonata in D major, Kk140
11 Sonata in D minor, Kk141
12 Sonata in F minor, Kk69
13 Sonata in G major, Kk427
14 Sonata in A minor, Kk109
15 Sonata in D major, Kk96
16 Sonata in E major, Kk380

Angela Hewitt – Piano

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FDP

Profane deliriums: 18th-century Portuguese Love Songs (Acervo PQPBach)

love songs18th-century Portuguese Love Songs

The most voluptuous imaginable, the best calculated to throw saints off their guard and to inspire profane deliriums (William Thomas Beckford (1760 – 1844), usually known as William Beckford, was an English novelist, a profligate and consummately knowledgeable art collector and patron of works of decorative art, a critic, travel writer and sometime politician, reputed at one stage in his life to be the richest commoner in England.)

Capa: Girl Listening to a Guitar (1796) by Francisco de Goya (1746-1828)

O L’Avventura London e seu diretor Zak Ozmo e as duas sopranos portuguesas Sandra Medeiros e Joana Seara fazem a sua estreia na Hyperion com um álbum deliciosamente espirituoso de canções de amor portuguesas do século XVIII. Descrito por um visitante contemporâneo como “voluptuosas e fascinantes”, estas modinhas têm uma génese incerta, mas é provável que tenham chegado a Portugal a partir do Brasil. Dois estilos altamente contrastantes predominam: um melancólico e lírico, e outro, luminoso e ritmado, muitas vezes com ritmos sincopados na voz. Também são intercaladas por obras instrumentais do período. (extraido da internet)

Anônimo
01. Ganinha, Minha Ganinha
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
02. Tempo Que Breve Passaste
03. Tocata Do Sr Francisco Gerardo
Anônimo
04. Foi Por Mim, Foi Pela Sorte
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
05. Onde Vas Linda Negrinha
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
06. Minuet IV
Anônimo
07. A Minha Nerina
08. E Delicia Ter Amor
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
09. Voce Trata Amor Em Brinco
Antônio da Silva Leite (Porto, 1759 – 1833)
10. Minuete
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
11. Ja, Ja Me Vai, Marilia
Joze Mauricio (Coimbra, 1752- Figueira da Foz, 1815)
12. Sobre As Asas Da Ternura
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
13. Toccata #8
José Maurício (Portugal, 1752-1815)
14. Que Fiz Eu A Natureza?
Pedro Antonio Avondano (Lisboa, 1714-1782)
15. Minuet VI
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
16. Cuidados, Tristes Cuidados
José Maurício (Portugal, 1752-1815)
17. E Amor A Lei Suave
Giuseppe Domenico Scarlatti (Nápolis, 1685 – Madri,1757)
18. Sonata In F Minor, Kk 466
Anônimo
19. Os Me Deixas Que Tu Das

18th-Century Portuguese Love Songs – 2012
L’Avventura London. Maestro Žak Ozmo
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Mais outro CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Não tem preço !!!

Boa audição.

puro prazer

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Avicenna

Alma Latina: Música de dos mundos: El barroco en Europa y América

Capa-Solo-WEB Música de dos mundos
El barroco en Europa y América
Siglo XVIII

Los americanos siempre hemos oscilado entre el complejo de inferioridad frente a Europa y el complejo de Patoruzú (somos una tierra joven con posibilidades inmediatas ilimitadas). A nuestros ojos, las músicas locales son, ora meramente epigonales, insignificantes apéndices colaterales de la gran tradición europea, ora radicalmente renovadoras, dinamita que hará explotar a las decrépitas formas del viejo continente.

La antítesis civilización-barbarie nos ha marcado a fuego, y solemos optar inconscientemente por el punto de vista de uno o otro de los términos así opuestos. Sólo raramente logramos ver nuestra realidad sin esos anteojos dualistas, para poder percibir la riqueza de los procesos dialécticos que la han conformado y la singularidad de los rasgos resultantes.

El programa de esta grabación apunta a marcar algunos de esos rasgos, dentro de los límites del repertorio musical del barroco. Esta constituido por pares de obras con textos iguales o, al menos, pertenecientes al mismo género. Cada par presenta una obra europea y una americana, o ejecutada en América durante el período colonial.

Las parejas no tienen conexión histórica ni cronológica, puesto que no hemos querido dar una clase de historia: simplemente presentan y contrastan ejemplos característicos. Dentro de un vocabulario y una sintaxis comunes, podemos entonces distinguir algunas de las virtudes y características de la música a ambos lados del Atlántico.

Si las obras europeas brillan por su complejidad, su sutileza en la expresión, y su esmerada construcción formal, las americanas se destacan por su espontaneidad, sus encantadoras melodías, y su genuina despreocupación por la estructura. Elaboradas fugas con reiteradas cadencias marcan y enfatizan el final de la Salve y el Nisi Dominus europeos; sus contrapartes americanas se limitan a evocar los ritmos y climas de los comienzos respectivos y terminan sin decir “agua va”.

El Alma redemptoris vienés enriquece con un contrapunto instrumental de variada figuración el irregular contorno de la melodía vocal, mientras que en el Regina coeli de las misiones bolivianas los instrumentos realzan con su brillo y su ritmo motórico las agradables y simétricas melodías del coro y los solistas. Los cromatismos y vuelos de fantasía del aria de Brentner contrastan con el sereno transcurso de la de Jerusalem. En resumen: elaboración y variedad en el Viejo Mundo, frescura y simplicidad en el Nuevo.

Está en nosotros el saber apreciar las cualidades de ambos.

Leonardo Waisman

Música de dos Mundos: El Barroco en Europa y en América

Juan de Araujo (Villafranca, España, 1646 – Chuquisaca, Bolívia 1712)
01. Villancicos de negros: Los Coflades De La Estleya – Alto Peru
Carlos Patiño (Santa María del Campo Rus, 1600 – Madrid, 1675)
02. Villancicos: No Duermas – España

Jan Josef Ignác Brentner (Checoslovaquia, 1689 – 1742)
03. Arias: Desidero Te – Bohemia
Ignacio de Jerusalem y Stella (Itália, 1707 – Cidade do México, 1769)
04. Arias: Fecit Me Deus – Mexico

Jean-Marie Leclair (Francia, 1697 – 1764)
05. Sonatas: Sonata Op. No.7 – Francia
Padre Martin Schmid (Suiza, 1694-1772)
06. Sonatas: Piezas En Re Menor – Misiones Jesuiticas de Chiquitos

Marco Antonio Ziani (Itália, ca. 1653 – Austria, 1715)
07. Antífonas marianas: Alma Redemptoris Mater III – Austria
Anónimo, ca. 1740 (Padre Martin Schmid ?)
08. Antífonas marianas: Regina Coeli – Misiones Jesuiticas de Chiquitos

Domenico Scarlatti (Nápoles, Reino de Nápoles,1685 – Madrid, Reino de España,1757)
09. Salves: Salve Regina – Italia
José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, hoje Serro, MG, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
10. Salves: Salve Regina – Brasil

Anónimo, (Chiquitos, Bolivia, ca. 1740)
11. Salmos: Nisi Dominus (Salmo 127) – Misiones Jesuiticas de Chiquitos
Giovanni Battista Martini (Padre Martini) (Itália, 1706 – 1784)
12. Salmos: Nisi Dominus (Salmo 127) – Italia

Música de dos mundos: El barroco en Europa y América – 1993
Musica Segreta & Ars Viva (Argentina)
Maestro Leonardo Waisman

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Mais um CD do acervo do musicólogo Prof. Paulo Castagna. Valeu!!

Boa audição.

luto pelo nosso rio doce.

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Avicenna

Kuhnau (1660-1722), Reincken (c.1633-1722), Scheidemann (c.1595-1663), J.S. Bach (1685-1750), Boehm (1661-1733), Handel (1685-1759), J.C.Bach (1735-1782), Frescobaldi (1583-1643), Turini (c.1589-1656), Caccini (1551-1618), D.Scarlatti (1685-1757): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 19, 20 e 21 de 21)

Kuhnau (1660-1722), Reincken (c.1633-1722), Scheidemann (c.1595-1663), J.S. Bach (1685-1750), Boehm (1661-1733), Handel (1685-1759), J.C.Bach (1735-1782), Frescobaldi (1583-1643), Turini (c.1589-1656), Caccini (1551-1618), D.Scarlatti (1685-1757): The Gustav Leonhardt Edition (CDs 19, 20 e 21 de 21)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Toda a série aqui, ó.

Mais uma série finalizada. Agora, é voltar ao Bach 2000 e a tantas otras cositas.

CD 19:

Johann Kuhnau

Musicalische Vorstellung Einiger Biblischer Historien
Musical Depiction Of Certain Biblical Stories
Representation Musicale De Quelques Histoires Bibliques

01-04. Sonata No. 4: Der Todtkrancke Und Wieder Gesunde Hiskias
Hezekiah is Mortally ill And Restored To Health
Ezechias Moribond Et Recouvrant La Sante

05-12. Sonata No. 5: Der Heylanb Israelis, Gideon
Gideon, The Saviour Of Israel – Gedeon, Le Sauveur D’Israel
13-18. Sonata No. 6: Jacobs Tod Und Begraebniss
The Death And Burial Of Jacob – La Mort Et Les Funerailles De Jacob

Gustav Leonhardt, organ / harpsichord / narration

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CD 20:

Johann Adam Reincken
01. An Den Wasserfluessen Babylon

Heinrich Scheidemann
02. Praeambulum In D Minor

Johann Sebastian Bach
03. Prelude & Fugue In D Minor, BWV 539

Georg Boehm
04-07. Suite No. 6 In E Flat Major
08-11. Suite No. 8 In F Minor
12-14. Suite No. 9 In F Minor

George Frideric Handel
15-19. Suite No. 8 In F Minor

Johann Christian Bach
20-22. Sonata In D Major, Op. 5 No. 2

Gustav Leonhardt, organ / harpsichord

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CD 21:

Girolamo Frescobaldi
01. Toccata Settima
02. Toccata Undecima In C Major
03. Canzona Terza
04. Toccata In G Major
05. Fantasia Sesta Sopra Doi Soggetti
06-10. 5 Galliards

Francesco Turini
11. Sonata In A Minor

Giulio Caccini arr. Peter Philips
12. Amarilli Mia Bella

Biagio Marini
13. Balletto Secondo A Tre & A Quattro

Domenico Scarlatti
14. Sonata in A minor, Kk 3 (Presto)
15. Sonata in D minor, Kk 52 (Andante moderato)
16. Sonata in E major, Kk 215 (Andante)
17. Sonata in E major, Kk 216 (Allegro)

Leonhardt-Consort / Gustav Leonhardt, harpsichord

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É assim que se toca, viram?
É assim que se toca, viram?

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PQP

Alessandro Scarlatti (1660-1725) e Domenico Scarlatti (1685-1757): Concertos e Sinfonias

Alessandro Scarlatti (1660-1725) e Domenico Scarlatti (1685-1757): Concertos e Sinfonias

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Papai Scarlatti era muito superior ao filho Scarlatinho e este CD dá mais tempo ao pai do que ao filho. É justo. Aliás, este também é um disco de italianos competentes, o que nem sempre acontece. Fabio Biondi e seu Europa Galante são sensacionais, dá gosto e felicidade ouvi-los. Alessandro foi um compositor vário e colorido, cheio de imaginação. Domenico enfiou-se em centenas de micro-sonatas repetitivas para a nobreza portuguesa. Ele nunca pensou que o futuro ia colocá-las todas juntas nestes estranhos recitais domiciliares que são os CDs. Já Alessandro sobrevive a tudo. Confiram aí!

Alessandro Scarlatti (1660-1725)

1. Sinfonia avanti la Serenata: I. Largo 1:54
2. Sinfonia avanti la Serenata: II. Presto 0:47
3. Sinfonia avanti la Serenata: III. Minuet 0:48
4. Sinfonia avanti la Serenata: IV. Grave 0:49

5. Sinfonia in C major: I. Presto Margret Köll/ 0:53
6. Sinfonia in C major: II. Adagio Margret Köll/ 1:04
7. Sinfonia in C major: III. Allegrissimo Margret Köll/ 1:32

8. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: I. Grave 2:04
9. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: II. Allegro 1:47
10. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: III. Largo 2:22
11. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 1 in F minor: IV. Allemande [Allegro] 1:31

12. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: I. Allegro 2:20
13. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: II. Grave 3:19
14. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 2 in C minor: III. Minueto 2:41

15. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: I. Allegro 0:47
16. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: II. Largo 1:11
17. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: III. Allegro 1:52
18. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: IV. Largo 1:14
19. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 3 in Fmajor: V. Allegro 2:19

20. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: I. Allegro ma non troppo 1:55
21. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: II. Grave 2:30
22. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 4 in G minor: III. Vivace 0:45

23. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: I. Allegro 1:42
24. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: II. Grave 1:48
25. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: III. Allegro 0:47
26. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 5 in D minor: IV. Minuet (molto veloce) 0:48

27. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: I. Allegro 1:06
28. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: II. Allegro 1:39
29. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: III. Largo 0:50
30. Sei Concerti in sette parte per due violini e violoncello obligato, con in piu due violini, un tenore e basso continuo, Concerto grosso No. 6 in E major: IV. Affettuoso 3:48

Domenico Scarlatti (1685-1757)

31. Sinfonia a 3 in G major: I. Allegrissimo 0:48
32. Sinfonia a 3 in G major: II. Grave 1:00
33. Sinfonia a 3 in G major: III. Allegrissimo 1:00

34. Sinfonia in A minor: I. Allegrissimo 0:39
35. Sinfonia in A minor: II. Adagio 0:49

36. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: I. Allegro 1:56
37. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: II. Largo 1:54
38. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: III. Fuga 2:05
39. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: IV. Largo 2:15
40. Sonata [Concerto IX] in A minor for recorder, 2 violins & basso continuo: V. Allegro 2:03

Europa Galante
Fabio Biondi violin & direction

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Alex Scarlatti, o pai
Alex Scarlatti, o pai

PQP

Alessandro, Francesco e Domenico Scarlatti : Música Polifônica na Família Scarlatti

Alessandro, Francesco e Domenico Scarlatti : Música Polifônica na Família Scarlatti

Florian Heyerick é um regente de coro. Mas que regente, meu povo! Neste CD dedicado à família Scarlatti, temos 6 obras sacras saídas da lavra familiar dos Scarlatti. Alessandro — patriarca deste núcleo siciliano — é o craque da família e não faria feio em time nenhum. Domenico jogaria a segunda divisão com certo garbo. Já Francesco  seria reserva no time de Domenico. Porém, mais do que as obras, o que encanta neste CD é a performance do coral e dos solistas vocais. É realmente algo maravilhoso o Ex Tempore de Florian Heyerick.

Alessandro, Francesco e Domenico Scarlatti:
Música Polifônica na Família Scarlatti

Domenico Scarlatti
1 Missa Quatuor Vocum (di Madrid): Kyrie – Christe – Kyrie 4:33
2 Missa Quatuor Vocum (di Madrid): Gloria 5:55

Domenico Scarlatti
3 Magnificat Anima Mea: I. Magnificat 4:21
4 Magnificat Anima Mea: II. Fecit Potentiam 1:38
5 Magnificat Anima Mea: III. Esurientes Implevit Bonis 4:27
6 Magnificat Anima Mea: IV. Gloria Patri et Filio 3:12

Domenico Scarlatti
7 Missa Quatuor Vocum (di Madrid): Credo 7:23

Francesco Scarlatti
8 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): I. Miserere Mei, Deus 3:11
9 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): II. Amplius Lava Me 2:39
10 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): III. Ecce Enim 2:11
11 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): IV. Asperges Me 1:44
12 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): V. Cor Mundum 1:34
13 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): VI. Ne Proicias Me 1:46
14 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): VII. Redde Mihi 1:08
15 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): VIII. Docebo Iniquos 3:09
16 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): IX. Sacrificium Deo 2:23
17 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): X. Benigne Fac Domine 1:21
18 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): XI. Tunc Acceptabis 1:16
19 Miserere Mei, Deus (Psalm 50): XII. Gloria Patri 2:37

Domenico Scarlatti
20 Missa Quatuor Vocum (di Madrid): Sanctus – Benedictus 2:31
21 Missa Quatuor Vocum (di Madrid): Agnus Dei 2:31

Alessandro Scarlatti
22 Salve Regina, Op. 2, No. 10 9:02

Ex Tempore
Florian Heyerick

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Florian Heyerick: liderando um timaço
Florian Heyerick: liderando um timaço

PQP

Alessandro Scarlatti (1660-1725): Toccata del Primo Tono ‘Folia’ / Domenico Scarlatti (1685-1757): Sonatas K 328 e K 41 / Giovanni Maria Trabaci (1575-1647): Consonanze Stravaganti, 2 Ricercari, Canzona – Antichi Organi Italiani – Organo Positivo Napoletano dei ‘700

organo-positivo-napoli-19700sHá um tempo fiquei surpreso ao ver PQPBach dizer que Alessandro Scarlatti era superior a Domenico, mas ouvindo a toccata do pai e as sonatas do filho, tudo ficou claro. Hoje elas são mais tocadas no cravo ou no piano, mas aparentemente por volta de 1700 os órgãos portáteis estavam na moda na Itália e há quem diga que algumas das sonatas do filho foram pensadas para o órgão ou, mais provavelmente, tanto fazia o instrumento desde que afinado e bem tocado. O órgão portátil deve ter mais ou menos o peso de um piano de cauda: não é algo que dê pra esconder na bolsa.
O prato principal aqui é a Toccata de Alessandro Scarlatti em quatro movimentos, o último deles se encerrando com 29 variações sopra l’aria della Folia.
A Folia é uma dança portuguesa de raízes muito antigas, descrita como dança de fertilidade com homens vestidos de mulheres, pessoas enlouquecidas pelo som e pelo ritmo… não muito diferente do carnaval baiano ou carioca. A partir de 1500 aparecem alusões frequentes (Gil Vicente, Cervantes…) e vários exemplos musicais em cancioneiros. No século XVII tornou-se moda em toda a Europa, com o nome incorreto ‘Follies d’Espagne’.
A fronteira entre popular e clássico nunca foi clara e Lully (1672), Corelli (Sonata para violino La Follia, 1700), Vivaldi (Trio Sonata RV63 La Follia, 1705), J.S. Bach (ária ‘Unser trefflicher‘ da cantata dos Camponeses, BWV 212, 1742) e Liszt (Rapsódia Espanhola, de 1863) usaram o tema da Folia em suas obras. Alessandro Scarlatti (em 1723) e C.P.E. Bach (1778) compuseram variações sobre o tema para instrumentos de teclado.
O disco  apresenta as seguintes informações:
O instrumento utilizado aqui é um órgão portátil napolitano da segunda metade do século XVIII. Tem, portanto, todas as características da escola napolitana, com um som doce e cristalino que confere clareza e textura polifônica às notas. O autor do instrumento permanece anônimo, mas a qualidade do tom está relacionada com a de Dominicus Antonius Rossi, construtor de órgãos da Capela Real de Nápoles de 1761 a 1789.
Alessandro Scarlatti (1660-1725):
Toccata del Primo Tono:
1) Preludio
2) Adagio-Presto
3) Fuga
4) Adagio cantabile e appoggiato-Follia
Domenico Scarlatti (1685-1757): 
5) Sonata in Sol Maggiore, K 328
6) Sonata (Fuga) in Re Minore, K 41
Giovanni Maria Trabaci (1575-1647): 
7) Consonanze Stravaganti
8) Ricercare Primo Tono con Tre Fughe
9) Ricercare Sesto Tono con Tre Fughe et suoi Riversi
10) Canzona Franzesa Seconda
Wijnand Van De Pol – órgão portátil (século XVIII)
Órgão portátil italiano. Se você tiver um desses sobrando eu pago o frete!
Órgão portátil italiano. Se você tiver um desses sobrando eu pago o frete!

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

Um bom disco que alterna Sonatas de Scarlatti e árias “amorosas”, chamadas aqui de Cartas de Amor. As cantoras são esplêndidas. Filho do também músico e compositor Alessandro Scarlatti, o qual é superior ao filho, suas maiores contribuições para a música foram suas sonatas para teclado em um único movimento, em que empreendeu abordagens harmônicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca europeia, suas composições, mais leves e homofônicas, têm estilo mais próximo daquele do início do período clássico.

Domenico Scarlatti (1685-1757): Lettere amorose – Cantatas, Sonatas & Operatic Duets

1. Recitativo: Piangete, Occhi Dolenti
2. Aria: Sono Amante
3. Recitativo Accompagnato: Lumi, Non Piu
4. Aria: Messaggier Di Questo Foglio
5. Sonata In A Major K 208: Andante E Cantabile
6. Sonata In A Minor K 532: Allegro
7. Recitativo: Tinte A Note Di Sangue
8. Aria: Tuo Mi Chiami
9. Recitativo: Almen, Se D’altro Amante
10. Aria: Se Mi Dirai
11. Sonata In F Minor, K 466: Andante Moderato
12. Sonata In B Flat Major, K 248: Allegro
13. Sonata In E Flat Major, K 508: Allegro
14. Recitativo: Scritte Con Falso Inganno
15. Aria: Che Vuol Dir
16. Recitativo Accompagnato: Dimmi, Lingua Bugiarda
17. Aria: Vorresti, Si, Vorresti
18. Sonata In D Major, K 511: Allegro
19. Sonata In D Major K 492: Presto
20. Sonata In G Major, K 412: Allegro
21. Sonata In G Major, K 521: Allegro
22. Duetto: Se L’alma Non T’adora
23. Recitativo: Addio, Consorte Amato
24. Duetto: Empia Man Ci Divide

Anna Bonitatibus
Patrizia Ciofi
Il Complesso Barocco
Alan Curtis

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Teve escarlatina / Ou tem febre amarela / Só a bailarina que não tem
Teve escarlatina / Ou tem febre amarela / Só a bailarina que não tem

PQP