Franz-Joseph Haydn (1732-1809) – 4 Masses, Stabat Mater, Die Sieben letzten Worte unseres Erlösers am Kreuze – Cd 1 de 6 – Harnoncourt, Concentus musicus Wien

frontFDP: Ainda dentro da minha modesta comemoração ao aniversário de Haydn, resolvi trazer mais um pacotaço do mestre austríaco, desta vez com outro mestre, descendente direto da família Habsburgo: Nikolaus Harnoncourt, recentemente falecido [em 2016, primeira repostagem desses CDs], e já devidamente reverenciado e homenageado aqui no PQPBach.

Estas missas são um dos pontos altos da imensa obra de Haydn, e Harnoncourt lhe dá a devida e merecida atenção, dirigindo seu excelente conjunto ‘Concentus Musicus Wien’ e o excepcional ‘Arnold Schoenberg Choir’ , e rodeado de excelentes solistas. Vale cada minuto de audição.

Pleyel: Estou repostando essas gravações que FDP trouxe no aniversário de 180 anos de Haydn em 2012. Já começamos com uma das minhas obras preferidas de Haydn, a Missa in tempore belli (Missa em tempos de guerra), nome escrito pelo compositor no alto da partitura. Desde 1792 os Habsburgos estava em guerra com a França Revolucionária, e em 1796, ano em que essa missa foi composta, uma estrela em ascensão chamada General Napoleão Bonaparte vencia várias batalhas na Itália e podia invadir Viena a qualquer momento. Naquela época, era estritamente proibido defender a paz, que significaria uma rendição contra aqueles bárbaros que mataram Maria Antonieta, tia do então Imperador da Áustria. Então o que Haydn fez foi dar enorme ênfase, no trecho final da missa (Agnus Dei), àquela velha frase “Cordeiro de Deus… dai-nos a paz.”

Mas é uma paz em tempos de guerra, tempos revolucionários, tempos imprevisíveis, e Haydn expressa esse clima bélico com o rufar dos tambores… Não conheço outra obra da tradição católica que utilize percussões com tanta intensidade quanto essa, que tem em alemão o apelido Paukenmesse (missa do tímpano).

Franz-Joseph Haydn (1732-1809):
01 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – I. Kyrie
02 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – II. Gloria
03 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – III. Credo
04 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – IV. Sanctus
05 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – V. Bendictus
06 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – VI. Agnus Dei
07 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll – I. Salve regina
08 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll – II. Eja ergo, advocata nostra
09 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll –  III. Et Jesum

Dorothea Röschmann – Soprano
Elisabeth von Magnus – Mezzo-Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Oliver Widmer – Bass Baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor

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Papa Haydn

PS: Agora estamos também no Twitter: twitter.com/pqpbach

F. J. Haydn (1732-1809): L’isola disabitata (Bernhard Forck, André Morsch, Anett Fritsch, Sunhae Im, Krystian Adam & Akademie für Alte Musik Berlin)

F. J. Haydn (1732-1809): L’isola disabitata (Bernhard Forck, André Morsch, Anett Fritsch, Sunhae Im, Krystian Adam & Akademie für Alte Musik Berlin)

Este recentíssimo CD traz de volta a Akademie für Alte Musik Berlin (AKAMUS), desta vez em uma ópera de Haydn. Como eu ouço meus CDs caminhando na rua, sem libreto, a impressão que me ficou foi a de “muito recitativo para poucas árias”, mas deve ser uma limitação causada por minhas condições. Bem, a ópera L’isola disabitata, de Joseph Haydn, traz um excelente quarteto de cantores. Oficialmente chamada de azione teatrale, L’isola é uma ópera séria sobre amor, perda e mal-entendidos com um final feliz, ambientada em uma exótica ilha deserta. O especial nesta ópera é que Haydn escolheu escrever acompanhamentos orquestrais para toda a obra, com recitativos fartamente orquestrados. Na partitura impressa de Haydn, muitas das elaboradas seções instrumentais foram deliberadamente cortadas, porque ele temia que exigissem muito dos músicos e que algumas audiências não fossem cultas o suficiente para apreciá-las plenamente. A Akademie für Alte Musik Berlin, liderada por Bernhard Forck, tocam esplendidamente, enquanto Anett Fritsch (Costanza), Sunhae Im (Silvia), Krystian Adam (Gernando) e André Morsch (Enrico) oferecem uma bela e virtuosística entrega vocal. A Akademie für Alte Musik Berlin é um dos melhores conjuntos de instrumentos de época da atualidade, sem dúvida, e este CD é mais uma comprovação do fato.

F. J. Haydn (1732-1809): L’isola disabitata (Bernhard Forck, André Morsch, Anett Fritsch, Sunhae Im, Krystian Adam & Akademie für Alte Musik Berlin)

01. Overture
02. Recitative : Qual contrasto non vince
03. Recitative : Ah germana! Ah Costanza!
04. Aria : Se non piange un’infelice
05. Recitative : Che ostinato dolor!
06. Recitative : Ma sarà poi, Gernando
07. Aria : Chi nel cammin d’onoro
08. Recitative : Che fu mai quel ch’io vidi!
09. Aria : Fra un dolce deliro
10. Recitative : Ah presaga fu l’alma
11. Aria : Non turbar quand’io mi lagno
12. Recitative : Non s’irriti fra’ primi
13. Aria : Come il vapor s’ascende
14. Aria : Ah, che invan per me pietoso
15. Recitative : Giacché da me lontana
16. Arietta & Recitative : Giacché il pietoso amico
17. Recitative : Ignora il caro amico le sue felicità
18. Recitative : Costanza, Costanza?
19. Quartet : Sono contenta appieno

Bernhard Forck
André Morsch
Anett Fritsch
Krystian Adam
Sunhae Im
Akademie für Alte Musik Berlin

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O Brasil está de um jeito que estou aceitando convites para uma ilha desabitada.

PQP

Joseph Haydn (1732 – 1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis, piano (2021) ֍

Joseph Haydn (1732 – 1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis, piano (2021) ֍

 

Joseph Haydn

(Mais) Sonatas para Piano

Paul Lewis

 

Duas sonatas para piano, do período em que Haydn estava a serviço da família Esterházy, e mais duas compostas na época em que ele estava às voltas com as viagens a Londres. Com esta fórmula Paul Lewis nos brindou com um disco maravilhoso, postado aqui.

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

Lewis gostou do passeio na sede de campo do PQP Bach Club de Pomerode

Pois ele repetiu a dose, com a mesma maestria – outro ótimo disco.

As sonatas para piano de Haydn levam uma numeração dada por H. C. Robbins Landon, musicólogo especializado na obra de Haydn, e uma outra mais antiga, proveniente do catálogo Hobken. Por exemplo, temos a Sonata No. 33 (Landon) em dó menor, Hob. XVI: 20 (Hobken), de 1771, e Sonata No. 53 em mi menor, Hob. XVI: 34, de 1778 ou 1783. As outras duas sonatas do disco são as No. 61 em ré maior, Hob. XVI: 51 e No. 62 em mi bemol maior, Hob. XVI: 52, ambas de 1794. Estas duas últimas, juntas com a No. 60 em dó maior, Hob. XVI: 50, gravada no outro disco de Lewis, foram as últimas sonatas compostas por Haydn, em 1794.

Todas estas sonatas são muito lindas e aparecem também no conjunto de sonatas gravadas por Alfred Brendel em vários discos reunidos em um só volume pela Philips, outra grande referência para quem gosta deste tipo de música.

As sonatas deste disco compostas na década de 1770 são próximas das composições de CPE Bach e as outras, da década de 1790, são típicas do estilo clássico vienense, como também são as primeiras sonatas para piano de Beethoven.

Não se iluda com o relativamente baixo número no catálogo da Sonata Hob, XVI: 20, em dó menor. Ela é favorita de pianistas como Alfred Brendel e András Schiff. A sonata começa moderadamente, com um arco inquisitório que vai se resolvendo com a enorme inventividade de Haydn. Não espere uma demonstração de virtuosismo, mas aprecie a elegância e graciosidade tão plenamente realizadas por Paul Lewis.

A Sonata em dó maior, Hob. XVI: 52 é uma das Top 10 da Gramaphone – uma das escolhidas para as melhores dez sonatas para piano, ever! (Pelo menos até que o editor não decida reescrever o artigo…)

O seu movimento final é ótimo exemplo do bom humor de Haydn.

O início da Sonata em mi menor, Hob. XVI: 34 é maravilhosamente borbulhante, cheia de perguntas seguidas de respostas afirmativas, deliciosa. O adagio é seguido de um brilhante finale, molto vivace, com a mesma verve do primeiro movimento, cheio do famoso bom humor haydniano.

Graciosidade também não falta na última sonata, em dois curtos movimentos, mas cheia de novas atitudes.

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para piano No. 33 em dó menor, Hob.XVI:20

  1. Moderato
  2. Andante con moto
  3. Finale. Allegro

Sonata para piano No. 62 em i bemos maior, Hob.XVI:52

  1. Allegro moderato
  2. Adagio
  3. Finale. Presto

Sonata para piano No. 53 em mi menor, Hob.XVI:34

  1. Presto
  2. Adagio
  3. Finale. Molto vivace

Sonata para piano No. 61 em ré maior, Hob.XVI:51

  1. Andante
  2. Finale. Presto

Paul Lewis, piano

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Esse foi olhar que Paul mandou quando perguntamos pelas gaivotas…

In 2018, Paul Lewis embarked on an exploration of one of the richest bodies of work of the Classical era: the keyboard sonatas of Haydn.

For his second volume, the British pianist tackles some of the most remarkable pieces in this vast oeuvre: the exceptionally concise Sonata in D major Hob. XVI:51, for example, which is surprisingly pre-Romantic (Schubert is not far off), or the celebrated Sonata in E flat major Hob. XVI:52, with which Haydn conferred well-nigh symphonic dimensions on the keyboard sonata for the very first time.

 

Piano do Joe Haydn

Se você gostou desta postagem poderá explorar também esta aqui:

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

Diversos Compositores: Günter Wand em Concerto ֍

Diversos Compositores: Günter Wand em Concerto ֍

Haydn • Mozart

Beethoven • Brahms

Tchaikovsky • Sain-Saëns

Günter Wand

 

Houve um tempo em que grandes pianistas e violinistas andavam sobre a terra e dominavam o planeta! Inclusive, foi nesta época que os pianos tiveram que ser reforçados, ganharam tonalidades mais escuras e os violinos eram venerados e conhecidos por nomes próprios ou apelidos. Era o período que nós, os estudiosos do que ficou registrado nas fitas magnéticas da época, mastertapes, chamamos de Período Jurássico.

Sempre que surge um registro novo, algo que se encontrava esquecido em alguma prateleira de algum estúdio ou arquivo de rádio, segue um reboliço, um frisson, um alvoroço nesta comunidade de paleantapeólogos…

Firkušný

Pois o que vos trago nesta postagem é uma série de registros deste tempo passado, mas jamais esquecido… O denominador comum é o regente, ele também uma versão de regente-jurássico, que por diversas vezes apareceu em nossas páginas, mas quase sempre em gravações comerciais regendo sinfonias… Aqui ele faz o papel de regente acompanhante, na maioria das obras – Günter Wand a frente de duas orquestras de rádios alemãs.

Explorador de arquivos jurássicos…

Os solistas, como você pode imaginar, são figuras quase míticas, principalmente pianistas, mas um violinista também, a título de diversidade. Esta conversa toda não deve causar qualquer preocupação entre aqueles que, como eu, ao ouvirem falar de grandes nomes e gravações esquecidas já antecipam chiados e pigarros das plateias, sem contar som encaixotado e tenebroso. Não será necessário colocar colete ou chapéu de antropólogo explorador para se enveredar nos arquivos sonoros, pois que o som é sempre para lá de decente.

Magaloff

Temos quatro concertos para piano, quatro ao todo, iniciando no período clássico e culminando em dois enormes cavalos de batalha.

Nikita Magaloff, conhecido por suas gravações de Chopin, aqui faz as honras a um lindo concerto de Haydn, e Rudolf Firkušný, que conhecemos aqui por outras gravações de concertos clássicos, mais uma vez toca um concerto de Mozart. E um em tonalidade menor…

Gilels

Para o grande Emperor foi escalado o lendário pianista Emil Gilels, que deixou pelo menos três registros comerciais deste concerto. Acompanhado pela Orquestra de Cleveland regida por George Szell em uma delas e outra acompanhado pela Philarmonia Orchestra, regida por Leopold Ludwig. Mas há ainda uma gravação, esta sim bem datada, com orquestra regida por Kurt Sanderling.

Bolet

Como para dar um descanso aos seus solistas, Wand rege uma (linda) Serenata de Brahms, que ensaiou bastante antes de escrever sua Primeira Sinfonia.

Avançando com os concertos, temos o mais conhecido dos concertos para piano, se não o mais amado pelos connoisseurs, o Concerto de Tchaikovsky, interpretado pelo virtuose americano de origem cubana, Jorge Bolet. Sparkling!

Outro americano, este violinista de ascendência italiana, Ruggiero Ricci, interpreta um concerto de Camille Saint-Saëns.

Ricci

Para fechar este cortejo, três lindas aberturas de óperas de Mozart…

Estas gravações foram compiladas de uma caixa na qual havia muitas outras coisas, mas o que eu gostei mais está aqui. Tenho certeza de que cada um entre os leitores poderá encontrar aqui um bom trecho de música para se deliciar e apreciar a arte destes grandes intérpretes. As outras coisas da caixa resolvemos deixar para os outros blogs mais especializados…

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para Piano em ré maior, Hob. XVIII/11

  1. Vivace
  2. Un poco Adagio
  3. Rondo all’Ungarese. Allegro assai

Nikita Magaloff, piano

NDR Sinfonieorchester

Günter Wand

Gravação de 2 de dezembro de 1985, Hamburg Musikhalle

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano em ré menor, Nr. 20,  K 466

  1. Allegro
  2. Romance
  3. Allegro assai

Rudolf Firkušný, piano

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 13 de setembro de 1969, Köln

Produção: Hermann Lang

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano Nr. 5 em mi bemol maior, Op. 73 – Emperor

  1. Allegro
  2. Adagio un poco mosso (attacca) & Rondo. Allegro

Emil Gilels, piano

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 13 de dezembro de 1974, Köln

Direção de gravação: Otto Nielen

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Serenata em ré maior, Op. 11

  1. I Allegro molto
  2. II Scherzo, Allegro non troppo
  3. III Adagio non troppo
  4. IV Menuetto
  5. V Scherzo, Allegro
  6. VI Rondo. Allegro

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 2 de Outubro de 1968

Funkhaus am Wallraff-Platz, Saal 1, Köln

Direção de gravação e som: Otto Nielen

Pyotr I. Tchaikovsky (1840 – 1893)

Concerto para Piano Nr. 1 em si bemol menor, Op. 23

  1. Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
  2. Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
  3. Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo

Jorge Bolet, piano

NDR Sinfonieorchester

Günter Wand

Gravação de 13 de novembro de 1985, Musikhalle Hamburg

Produção executiva: Rolf Beck

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Concerto para Violino Nr. 3 em si menor, Op. 61

  1. Allegro non troppo
  2. Andantino quasi Allegretto
  3. Molto moderato e maestoso – Allegro non troppo

Ruggiero Ricci, violino

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação entre 1 e 5 de dezembro de 1970, Köln

Diretor de gravação: Hans-Georg Daehn

Wolfgang Amadeus Mozart

Aberturas

  1. Così fan tutte K588
  2. Zauberflöte K620
  3. Le Nozze di Figaro K492

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

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Nosso selo Jurássico de Qualidade

Aproveite!

Günter Wand regendo uma serenata…

René Denon

Essa foi a cara que o Ruggiero fez quando um de nossos entrevistadores lhe perguntou se ele atuara na série dos Soprano…
Rudolf disse que não estava vendo nenhum outro pianista a sua frente

 

 

 

 

 

 

 

Se você gostou desta postagem, não deixe de visitar:

Brahms & Schubert: Sinfonias // Liszt: Les Preludes – Philharmonia Orchestra & Karajan

Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5, Op. 73 – Emperor – Christoph Eschenbach – Boston SO – Seiji Ozawa

Beethoven (1770-1828): Sinfonias Nos. 5 & 7 – Chicago Symphony Orchestra – Fritz Reiner

 

Haydn (1732-1809) & Mozart (1756-1791): Sinfonias – Australian Chamber Orchestra & Richard Tognetti ֎

Haydn (1732-1809) & Mozart (1756-1791): Sinfonias – Australian Chamber Orchestra & Richard Tognetti ֎

Haydn: Sinfonias Nos. 49 & 104

Mozart: Sinfonia No. 25

Australian Chamber Orchestra

Richard Tognetti

 

Richard Tognetti rege a Australian Chamber Orchestra tocando violino. A foto que vi me deixou bem impressionado. Parte dos músicos, como os violinistas, tocam em pé e as partituras estão dispostas em tablets. Que fusão de tecnologias, pois a orquestra pode usar instrumentos de época ou instrumentos modernos, dependendo da situação.

O disco desta postagem reúne três sinfonias do período clássico. Duas de Haydn e uma de Mozart. As Sinfonias No. 49 de Haydn e No. 25 de Mozart foram gravadas em concertos em 2013 e a Sinfonia No. 104, de Haydn, foi gravada também ao vivo cinco anos depois. Apesar de serem típicas obras do classicismo, revelam a incrível evolução do gênero em um curto espaço de tempo, muito por conta da criatividade de Haydn.

Uma ótima La Passione, esta aqui…

A Sinfonia ‘La Passione’ (maravilhosa) é de 1768, quando Mozart tinha 12 anos, e a Sinfonia ‘pequena’ em sol menor, foi escrita por Mozart, um maduro compositor de 17 anos, que saboreava o sucesso de sua ópera séria, Lucio Silla, escrita um ano antes. A Sinfonia ‘La Passione’ é um excelente exemplo das obras produzidas por Haydn em seu período Sturm und Drang.

Já a impressionante Sinfonia ‘London’ veio coroar a série de 12 sinfonias escritas por Haydn para as suas viagens a Londres, a convite do empresário J.P. Salomon, e revela o compositor de 62 anos com completo domínio de sua maestria.

Se você já conhece este repertório, certamente gostará de ouvir a interpretação deste grupo que acompanhou a maravilhosa Angela Hewitt tocando os concertos de Bach. Caso você ainda esteja iniciando sua exploração das sinfonias deste período, certamente terá aqui uma excelente opção. De qualquer forma, um disco na medida certa para o prazer de conhecedores e iniciantes…

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 49 em fá maior – ‘La Passione’

  1. Adagio
  2. Allegro di molto
  3. Menuet
  4. Finale (Presto)

Wolfgang Amandeus Mozart

Sinfonia No. 25 em sol menor, K183

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Allegro

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 104 em ré maior – ‘London’

  1. Adagio – Allegro
  2. Andante
  3. Menuet (Allegro)
  4. Finale (Spiritoso)

Australian Chamber Orchestra

Richard Tognetti

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MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Veja o que o pessoal andou falando dos músicos e do disco:

“Richard Tognetti and his group (ACO) produced playing of fabulous alertness and tight ensemble; if there’s a better chamber orchestra in the world today, I haven’t heard it.”

One of the inextinguishable joys of music is hearing another performance of a work you know almost by heart, and hearing something you never heard before. There’s a lot of that in these performances. Want an example? Just listen to the trio section of the third movement of the Mozart “Little G Minor” Symphony. Wow!

Se você gostou desta postagem, poderá visitar esta aqui:

Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias 22 ● 26 ● 67 ● 80 – BBC Philharmonic ● Nicholas Kraemer

Caso ainda tenha sobrado 16 minutos, o vídeo aqui explica a Sinfonia “London”…

J. Haydn (1732 – 1809): Sinfonia N0. 99 • F. Schubert (1797 – 1828): Sinfonia No. 5 – Concentus musicus Wien • Stefan Gottfried ֎

J. Haydn (1732 – 1809): Sinfonia N0. 99 • F. Schubert (1797 – 1828): Sinfonia No. 5 – Concentus musicus Wien • Stefan Gottfried ֎

Haydn • Schubert

Sinfonia No. 99 • Sinfonia No. 5

Concentus musicus Wien

Stefan Gottfried

 

Há vida após a morte. A orquestra Concentus musicus Wien – Ensemble für Alte Musik – foi criada por Nikolaus Harnoncourt bem no início de sua carreira de músico dedicado a interpretação de música antiga na forma como era tocada quando foi composta. A orquestra e seu maestro conviveram por mais de 60 anos desde o início desta jornada em busca de autenticidade.

O trabalho deles certamente contribuiu para que tivéssemos uma perspectiva mais realista da música antiga, mas o mais importante para nós, amantes da boa música, é que eles enriqueceram nossas audições com ótimas interpretações vibrantes e intensas.

Apesar do interesse em música ‘antiga’, o lema de Harnoncourt era ‘Arte é sempre nova’ (Art is always new) e esteve sempre presente em suas interpretações e reinterpretações das principais obras do repertório musical.

Pois foi com muita alegria que ouvi este disco com duas lindas sinfonias de compositores vienenses gravadas ao vivo e mostrando que a vida e a orquestra continuam sua vibrante jornada.

O novo diretor musical é o regente Stefan Gottfried e nomes ligados a orquestra, como Erich Höbarth e Andrea Bischof (membros do Quatuor Mosaïques) estão também presentes.

No programa uma sinfonia de Haydn, de seu período de maturidade, e uma sinfonia do jovem e talentosíssimo Schubert. A Sinfonia No. 99 é uma das que foram escritas para serem apresentadas em Londres nos concertos promovidos por Salomon, o empresário que promoveu duas visitas de Haydn a Londres. Esta foi estreada em 10 de fevereiro de 1794 no Hanover Square Rooms e possivelmente por influência de Mozart é a primeira das sinfonias de Haydn onde é usado clarinete na orquestração. Isso mostra que mesmo aos 61 anos, ele estava aberto a inovações.

A Sinfonia No. 5 de Schubert, apesar de ter sido composta quando o compositor ainda estava com 19 anos, mostra todo o seu talento. Apesar de uma orquestração mais modesta, sem uso de clarinete, trompete ou tímpano, talvez considerando as reais chances de ter a obra apresentada por alguma orquestra, esta obra tem uma grande afinidade com a música de Mozart.

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 99 em mi bemol maior, Hob. I: 99

  1. Adagio – Vivace assai
  2. Adagio
  3. Menuetto e Trio – Allegretto
  4. Finale. Vivace

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sinfonia No. 5 em si bemol maior, D. 485

  1. Allegro
  2. Andante con moto
  3. Menuetto. Allegro molto
  4. Allegro vivace

Concentus musicus Wien

Stefan Gottfried

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Concentus musicus Wien e seu novo diretor musical Stefam Gottfried

A real treat! Aproveite!

René Denon

Outra gravação da linda sinfonia de Schubert:

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nos. 5 e 6 – Camerata Academica des Mozarteums Salzburg – Sandor Végh

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Sexta Década (1991-2000) [Martha Argerich, 80 anos]


1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


A década de 90 foi, para Martha, desgraçadamente assombrada pela morte. Além de perder sua mãe, Juanita, e sua melhor amiga, Diane, para o câncer, ela própria viu-se acometida pelo flagelo. Desde o diagnóstico de melanoma, no início da década, até que a declararam curada, no final dela, a Rainha foi submetida a tratamentos dolorosos e duras escolhas. A mais difícil delas deu-se na recidiva, em meados da década, quando o tumor metastatizou para os pulmões e linfonodos. Foi-lhe sugerida uma cirurgia no tórax que poderia salvar a mulher, mas certamente mataria a pianista, cortando vários músculos fundamentais para sua arte. Martha escolheu submeter-se a um tratamento experimental a base de vacinas, que lhe permitiu uma operação menos radical. Deu certo e, num gesto de gratidão ao Instituto de Câncer John Wayne em Santa Mônica, Estados Unidos, onde recebeu o bem-sucedido tratamento, a Rainha voltou a subir sozinha ao palco, depois de quase vinte anos, para dar um recital em prol do Instituto para um Carnegie Hall lotado:

Naturalmente, a luta pela vida repercutiu na carreira de Martha. Sua discografia na década reflete essas imensas dificuldades pessoais – alguns anos passaram completamente em branco, sem gravações – e consolidou as tendências da década anterior: nenhum registro solo, muitas gravações de música de câmara com os velhos parceiros de sempre. Entre as novidades, a exploração de repertório novo e a colaboração estreita com Alexandre Rabinovitch em duos para piano, tocando sob sua regência, e gravando suas composições.


Não me lembro onde, mas tenho impressão de já ter lido que Martha não é muito fã de Rachmaninov. Se isso pode surpreender quem, como eu e o resto do Universo, fica de queixo caído com sua gravação do concerto no. 3 sob Chailly, também parece meio óbvio pela virtual ausência das peças solo de Rach do repertório da Rainha. Em seus recitais em duo, em compensação, Sergei Vasilyevich é figurinha fácil – e tem esse disco todinho dedicado a ele, com a primeira das muitas aparições de Alexandre Rabinovitch na discografia marthinhiana da década de 90, e a primeira das capas da Teldec em que nossa deusa parece estar no meio dum climão com quem era então su guapo.

Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943)
Suíte para dois pianos no. 1 em Sol menor, “Fantaisie-Tableaux”, Op. 5
1 – Barcarolle
2 – La Nuit….L’Amour
3 – Les Larmes
4 – Pâques

Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
5 – Introduction
6 – Valse
7 – Romance
8 – Tarantella

Danças Sinfônicas, para orquestra, Op. 45
Transcrição para piano do próprio compositor
9 – Non allegro
10 – Andante con moto
11 – Lento assai

Alexandre Rabinovitch, piano II

Gravado em Berlim Ocidental, setembro de 1991

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As composições de Alexandre Rabinovitch mereceriam uma postagem à parte, mas, enquanto eu os afogo com melífluas torrentes de Martha, deixo-lhes algumas amostras do que o pibe criou. Nascido e educado na União Soviética, aluno de Dmitry Kabalevsky, Rabinovitch destacou-se como pianista, tocando muita música contemporânea enquanto buscava rumo como compositor. Sua dedicação inicial à música serial, banida pelo regime soviético, foi abandonada depois que Alexei Lubimov lhe apresentou a música dos minimalistas dos Estados Unidos. Deixou o país de origem, por completa falta de perspectivas, para encontrar menos perspectivas ainda em Paris, onde Boulez reinava absoluto e deixava pouca coisa crescer a seu redor. Mudanças para Bruxelas e Genebra acabaram por colocá-lo no caminho de Martha Argerich, com quem dividiu palcos e estúdios, cigarros e dentifrícios – e que é o motivo maior para o moço aparecer por aqui. Sua música é muito interessante, sobretudo por nutrir-se de diversas referências, como poderão perceber pela obra que abre o álbum duplo a seguir, e porque seu estilo contrasta com a música “estática” que desinformados como eu muitas vezes esperam de obras minimalistas. A participação da Rainha na coletânea resume-se à gravação ao vivo da Musique Populaire, assim chamada por basear-se em temas de música popular, notória por ser, depois de meio século de vida e quase isso tanto a tocar pianos acústicos, sua primeira num instrumento plugado.

Alexandre RABINOVITCH Barakovsky (1945)

Six États Intermediaires (1998), sinfonia baseada no livro tibetano dos mortos, “Bardo Thödol”
1 – La Vie
2 – Le Rêve
3 – La Transe
4 – Le Moment de la Mort
5 – La Réalité
6 – L’Existence

Beogradska Filharmonija (Filarmônica de Belgrado)
Alexandre Rabinovitch, regência

7 – Musique Populaire (1980), para dois pianos amplificados

Martha Argerich e Alexandre Rabinovitch, pianos

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La Triade (1998), Sinfonia Concertante para violino amplificado e orquestra
1 – Le Deuil
2 – La Transe
3 – Le Silence

Yayoi Toda, violino
Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, regência

Trois Invocations (1995), para quarteto de cordas e celesta amplificada
4 – Invocation I
5 – Invocation II
6 – Invocation III

Alexandre Rabinovitch, celesta
Filarmonica Quartet

7 – La Belle Musique no. 4 (1987), para quatro pianos amplificados 

Alexandre Rabinovitch, Alexei Ieriomine, Anton Batagov e Mikhail Adamovitch, pianos

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“Musique Populaire” gravada em Varsóvia, Polônia, abril de 1992


Num dos raros retornos a Varsóvia sem tocar Chopin, Martha não esqueceu de trazer a tiracolo seu amigo e vizinho inseparável, Mischa Maisky. A dupla ofereceu um programa inteiramente dedicado a Haydn, com o bônus de uma das poucas gravações lançadas da famosa sonatinha de Scarlatti que nossa deusa costuma tocar como bis – e como ninguém mais entre os terráqueos – para o pasmo das plateias mundo afora.

Joseph HAYDN (1732-1809)
Concerto em Ré maior para piano e orquestra, Hob. XVIII:11
1 – Vivace
2 – Un poco adagio
3 – Rondo all’Ungarese: Allegro assai

Orkiestra Kameralna Polskiego Radia Amadeus
Agnieszka Duczmal, regência

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré menor, K. 141
4 – Allegro

Joseph HAYDN
Concerto para violoncelo e orquestra no. 1 em Dó Maior, Hob. VIIb/1
5 – Moderato
6 – Adagio
7 – Allegro molto

Mischa Maisky, violoncelo
Orkiestra Kameralna Polskiego Radia Amadeus

Agnieszka Duczmal, regência

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Suíte para violoncelo no. 2 em Ré menor, BWV 1008
8 – Sarabande

Da Suíte para violoncelo no. 3 em Dó maior, BWV 1009
9-10 – Bourrée I & II

Da Suíte para violoncelo no. 5 em Dó menor, BWV 1011
11-12 – Sarabande

Mischa Maisky, violoncelo

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, abril de 1992

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Para alguém que idolatrava Horowitz a ponto de se mudar de mala e cuia para Nova Iorque para tentar tornar-se sua aluna, é curioso que Scriabin, um dos xodós de Volodya, estivesse fora do repertório e da discografia de Martha até o lançamento desse álbum, dedicado integralmente a obras que tangem o mito de Prometeu. Acompanhada por Claudio Abbado e os filarmônicos de Berlim, a Rainha executa a parte de piano obbligato do “Poema do Fogo” de Scriabin, somando-se às forças orquestrais, a um coro e a uma iluminação colorida prescrita pelo compositor e originalmente destinada a um clavier à lumières  inventado por ele. Apesar da baixa qualidade da imagem, vale a pena conferir o vídeo da performance para ter uma ideia aproximada do que tramou Alexander.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Suíte de Die Geschöpfe Des Prometheus, Op. 43
1 – Introduction. Allegro non Troppo
2 – No. 1: Poco adagio – Allegro con brio
3 – No. 9: Adagio – Allegro molto
4 – No. 10: Pastorale. Allegro
5 – No. 14: Allegretto
6 – No. 15: Adagio – Allegro
7 – No. 16: Finale. Allegretto

Franz LISZT (1811-1886)
Prometheus, poema sinfônico, S. 99
8 – Allegro energico ed adagio assai – Allegro molto appassionato

Aleksandr Nikolayevich SKRIABIN (1871-1915)
9 – Promethée, Le Poème du Feu, Op. 60

Martha Argerich, piano
Berliner Singakademie

Luigi NONO (1924-1990)
Suíte de Prometeo, Tragedia dell’Ascolto 
10 – 3 Voci (baseado em texto de Walter Benjamin)
11 – Isola Seconda (baseado em Hyperions Schicksalslied, de Friedrich Hölderlin)

Mathias Schadock e Ulrike Krumbiegel, narradores
Ingrid-Ade Jesemann e Monika Bair-Ivenz, sopranos
Susanne Otto, contralto
Peter Hall, tenor
Michael Hasel, flauta baixo
Manfred Preis, clarinete contrabaixo
Christhard Gössling, eufônio e tuba
Solistenchor Freiburg

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regência

Gravado em Berlim, Alemanha, em maio de 1992

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Peça final de seu triunfo no Concurso Chopin de 1965, o concerto em Mi menor do Frederico é uma das figurinhas mais fáceis na discografia e nos programas dos concertos de Martha mundo afora: difícil, enfim, é que ela volte a Varsóvia e deixe de tocá-lo. O CD a seguir registra um desses retornos, curiosamente pareado com Rossini e Mendelssohn, sob a batuta de Grzegorz Nowak, que mais tarde se tornaria regente associado da Royal Philharmonic em Londres, e com a Sinfonia Varsovia, orquestra fundada e apadrinhada pelo grande Yehudi Menuhin.

Gioachino Antonio ROSSINI (1792-1868)
L’italiana in Algeri, drama jocoso em dois atos
1 – Sinfonia

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
2 – Allegro maestoso
3 – Romance. Larghetto
4 – Rondo. Vivace

Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Sinfonia no. 4 em Lá maior, Op. 90, “Italiana”
5 – Allegro vivace
6 – Andante con moto
7  – Con moto moderato
8 – Presto e finale: Saltarello

Sinfonia Varsovia
Grzegorz Nowak, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, dezembro de 1992

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O velho amigo Abbado, lá em 1992, devia estar afiadíssimo na difícil arte de persuadir a nada persuadível Martha a aprender novo repertório: depois do primeiro (e policromático) Scriabin da carreira da distinta senhora, Claudio a pôs para tocar seu primeiro Strauss. Vá lá que a Burleske, composta mais ou menos na época em que Richard atingiu a maioridade penal, seja fichinha para suas hábeis mãos, mas ainda sim deve-se notar sua proeza em dotar essa estranha cria concertística, renegada tanto pelo seu dedicatário, Hans von Bülow, quanto por muito tempo pelo próprio compositor, de um interesse que passa ao largo da maioria das gravações da obra.

Richard Georg STRAUSS (1864-1949)
1 – Don Juan, poema sinfônico, Op. 20

Toru Yasunaga, violino

2 – Burleske em Ré menor, para piano e orquestra

Martha Argerich, piano

3 – Till Eulenspiegels Lustige Streiche, poema sinfônico, Op. 28

Da ópera Der Rosenkavalier, Op. 59
4 – Ato III: Trio e Finale

Kathleen Battle e Renée Fleming, sopranos
Frederica von Stade, mezzo-soprano
Andreas Schmidt, barítono

Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado, regência

Gravado em Berlim, Alemanha, em 31 de dezembro de 1992

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Um xodó tardio na carreira de Martha é o primeiro concerto de Shosta, uma composição ebuliente e hiperativa, bem no estilo do nicotinado compositor e muito afeita a quem toca o terceiro de Prokofiev como ninguém. Sempre que volta à obra, a Rainha parece se divertir ao fazer um racha com o pobre solista de trompete, que invariavelmente passa por maus lençóis ao tentar acompanhar a velocidade lúbrica dos deditos de Marthinha, que, por sua vez, despacha a obra numa lepidez comparável à do próprio Shosta. Aqui, o trompetista sai-se muito bem – Guy Trouvon é feríssima, fruto mui digno da brilhante escola francesa de seu instrumento – e o registro resultante é um marco tanto na carreira de Martha quanto na discografia da obra, só superado pelo embate épico, de décadas depois, entre a deusa portenha do piano e Sergei Nakariakov, que é chamado de “Paganini do trompete” e não sem bons motivos.

Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio

Guy Touvron, trompete

Joseph HAYDN
Concerto em Ré maior para piano e orquestra, Hob. XVIII:11
4 – Vivace
5 – Un poco adagio (cadenza: Wanda Landowska)
6 – Rondo all’Ungarese: Allegro assai

Württembergisches Kammerorchester Heilbronn
Jörg Faerber, regência

Gravado em Ludwigsburg, Alemanha, janeiro de 1993

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Esta gravação do inseparável duo Marthita/Nelsito traz aquela peça de resistência de seu repertório – a sensacional Sonata para dois pianos e percussão de Béla Viktor János – acrescida de composições de Ravel para dois pianos… e percussão. A atraente contribuição da carinhosamente chamada “cozinha” aos cordofones solistas foi acrescentada por Peter Sadlo (1962-2016), um tremendo percussionista que também participa desse registro de seus arranjos.

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para dois pianos e percussão, Sz. 110
1 – Assai lento – Allegro molto
2 – Lento, ma non troppo
3 – Allegro non troppo

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Ma Mère l’Oye, suíte para piano a quatro mãos, M. 62
Transcrição para dois pianos: Gaston Choisnel (1857-1921)
Arranjo para dois pianos e percussão: Peter Sadlo (1962-2016)
4 – Pavane de la Belle au Bois Dormant: Lent
5 – Petit Poucet: Très modéré
6 – Laideronnette, Impératrice des Pagodes: Mouvement de Marche
7 – Les Entretiens de la Belle et de la Bête: Mouvement de Valse très modéré
8 – Le Jardin Féerique: Lent et Grave

Rapsodie Espagnole, para orquestra, M. 54
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
Arranjo para dois pianos e percussão de Peter Sadlo
9 – Prélude à la Nuit. Modéré
10 – Malagueña. Assez vif
11 – Habanera. En demi-teinte et d’un rythme las
12 – Feria. Assez vif

Nelson Freire, piano II
Edgar Guggeis e Peter Sadlo, percussão

Gravado em Nijmegen, Países Baixos, fevereiro de 1993

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Se há qualquer um entre vós outros que sonhou em ouvir Martha tocar algo que não fosse piano, eu ora anuncio com júbilo:

– Regozijai!

Em mais um álbum dedicado a obras de Rabinovitch, a Rainha não só toca celesta – tanto acústica quanto amplificada – como divide o palco possivelmente pela primeira vez com uma guitarra elétrica, além dum bocado de marimbas e vibrafones. Sua contribuição pianística e desplugada, a quatro mãos com o próprio compositor, é a Liebliches Lied (“Adorável Canção”), baseada em temas de Brahms e de Schubert (a cuja identificação desafio os atentos leitores-ouvintes).

Alexandre RABINOVITCH
1 – Incantations (1996)
Martha Argerich, piano amplificado e celesta
Daisuke Suzuki, guitarra elétrica
Hidemi Nurase, Mitsuyo Wada, Momoko Kamiya e Naoaki Kobayashi, marimbas e vibrafones
Hibiki String Orchestra
Alexandre Rabinovitch, regência

2 – Schwanengesang an Apollo (1996)
Yayoi Toda, violino
Martha Argerich, celesta amplificada
Alexandre Rabinovitch, piano

3 – La Belle Musique no. 3 (1977)
Budapesti Rádió Szimfonikus Zenekara (Orquestra Sinfônica da Rádio de Budapeste)
György Lehel, regência

4 – Liebliches Lied
Alexandre Rabinovitch e Martha Argerich, piano

Gravado em Berna, Suíça, novembro de 1993 (Liebliches Lied) e em Tóquio, Japão, maio de 1998 (Incantations)

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A integral das sonatas de Beethoven com Gidon Kremer foi retomada, duma forma surpreendemente ordeira para a carreira de nossa errática Marthinha, na exata ordem de publicação das obras. As três sonatas do Op. 30, em que os dois instrumentos ensaiam a igualdade de tratamento que receberão na “Kreutzer” e na Op. 96, são claramente conduzidas por ela, e dum jeito que nos faz imaginar, uma vez mais, o que ela teria sido capaz de ter feito se tivesse tocado, além de tão só esta, essa e aquela, algumas das outras vinte e nove sonatas para piano do renano.

Ludwig van BEETHOVEN
Três sonatas para violino e piano, Op. 30

No. 1 em Lá maior
1 – Allegro
2 – Adagio molto espressivo
3 – Allegretto con variazioni

No. 2 em Dó menor
4 – Allegro con brio
5 – Adagio cantabile
6 – Scherzo: Allegro
7 – Finale: Allegro – Presto

No. 3 em Sol maior
8 – Allegro assai
9 – Tempo di minuetto, ma molto moderato e grazioso
10 – Allegro vivace

Gidon Kremer, violino

Gravado em Montreux, Suíça, novembro de 1993

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A julgar pela capa, as coisas andavam às mil maravilhas entre a pareja Martha & Alexandre durante a gravação desse álbum. O que nele se escuta corrobora a impressão: Rabinovitch é excelente pianista, muito bom intérprete de Mozart, e certamente ajudou a Rainha a sentir-se à vontade com este compositor que, a despeito da farta dose vienense de sua formação pianística, confessamente nunca foi muito seu chão.

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Sonata para dois pianos em Ré maior, K.448 (375a)
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Allegro molto

Andante e variações para piano a quatro mãos em Sol maior, K.501
4 – Andante – Variações I-V

Sonata para piano a quatro mãos em Dó maior, K.521
5 – Allegro
6 – Andante
7 – Allegretto

Sonata para piano a quatro mãos em Ré maior, K.381 (123a)
8 – Allegro
9 – Andante
10 – Allegro molto

Alexandre Rabinovitch, piano

Gravado em Berlim, Alemanha, dezembro de 1993

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Martha nunca foi muito de dar alegria aos completistas: só para ficar em Beethoven, levou a público apenas três entre as trinta e duas sonatas para piano, e gravou somente os três primeiros entre os cinco concertos (tocou o “Imperador” apenas duas vezes, e “mal”, e recusou-se a vida toda, e duma maneira quase fóbica, a aprender o concerto no. 4, em função duma epifania que experimentou ao ouvi-lo com Arrau, e arrepiar-se, aos seis anos de idade: “tenho medo do que aconteceria; é muito importante para mim”). Assim, é muito significativo que ela tenha se disposto a gravar, e de fato concluir, a integral das sonatas para violino ao lado do amigo Gidon Kremer. O disco final da série tem, na “Kreutzer”, tudo o que se pode esperar de temperamento argerichiano, embora o ponto alto para mim seja a tão subestimada Op. 96, escrita no limiar do período criativo transcendental do mestre de Bonn, em que o diálogo entre os instrumentos de Martha e Gidon transparece a mesma cumplicidade que suas caras preparadas na capa do álbum.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

Sonata para violino e piano em Sol maior, Op. 96
4 – Allegro moderato
5 – Adagio espressivo
6 – Scherzo: Allegro – Trio
7 – Poco allegretto

Gidon Kremer, violino

Gravado em Montreux, Suíça, março de 1994

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Falando em completistas, essa soirée schumanniana gravada por Martha e outras estrelas nos Países Baixos traz quase a integral da música de câmara de Robert Alexander para três ou mais instrumentos. No estrelado elenco, destaco Natalia Gutman, professora do Conservatório de Moscou, que, apesar de muito grata a seu professor Rostropovich, teve como maior mentor um pianista, o gigante Sviatoslav Richter, e se dá muito bem no dueto com Martha. Chamo a atenção também para o Op. 46, que nunca tinha ouvido antes, com sua incomum instrumentação para dois pianos, dois violoncelos e trompa (!), e para a maior obra-prima do álbum, o belíssimo quinteto com piano, ao qual Martha empresta decisivamente seu inigualável élan.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856
Quinteto em Mi bemol maior para piano, dois violinos, viola e violoncelo, Op. 44
1 – Allegro brillante
2 – In modo d’una marcia (un poco largamente – agitato – a tempo)
3 – Scherzo (molto vivace) & trio
4 – Allegro ma non troppo

Dola Schwarzberg e Lucy Hall, violinos
Nobuko Imai, viola
Mischa Maisky, violoncelo

Andante e variações em Si bemol maior para dois pianos, dois violoncelos e trompa, Op.46
5 – Sostenuto – Andante espressivo – Un poco piu animato – Più animato – Più lento – Un poco più lento
6 – Più lento – Animato
7 – Doppio movimento – Tempo primo – Più adagio

Alexander Rabinovitch, piano II
Mischa Maisky e Natalla Gutman, violoncelos
Marie-Luise Neunecker, trompa

Quarteto em Mi bemol maior para violino, viola, violoncelo e piano, Op. 47
8 – Sostenuto assai- Allegro ma non troppo
9 – Scherzo (Molto vivace) & Trio
10 – Andante cantabile
11 – Finale (Vivace)

Dora Schwarzberg, violino
Nobuko Imai, viola
Natalia Gutman, violoncelo
Alexander Rabinovitch, piano

Fantasiestücke para violoncelo e piano, Op. 73
1 – Zart und mit Ausdruck
2 – Lebhaft, leicht
3 – Rasch und mit Feuer

Natalia Gutman, violoncelo

Adagio e Allegro em Lá bemol maior para trompa e piano, Op. 70
4 – Langsam, mit innigem Ausdruck
5 – Rasch und feurig

Marie-Luise Neunecker, trompa
Alexandre Rabinovitch, piano

Märchenbilder para viola e piano, Op. 113
6 – Nicht schnell
7 – Lebhaft
8 – Rasch
9 – Langsam, mit melancholischem Ausdruck

Nobuko Imai, viola

Sonata em Ré maior para violino e piano, Op. 121
10 – Zeimlich langsam – Lebhaft
11 – Sehr lebhaft
12 – Leise, einfach
13 –  Bewegt

Dora Schwarzberg, violino

Gravado ao vivo em Nijmegen, Países Baixos, setembro de 1994

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E dessa capa, o que acham vocês?

Martha e Rabinovitch parecem não só num climão meio tenso, como também as últimas pessoas capazes de tocar Mozart em dueto. Felizmente, o álbum é bem melhor que a capa (afirmação quase sempre verdadeira, quando se trata da Teldec): Martha volta ao concerto no. 20, que tocou muitas vezes quando menina e garota, Rabinovitch toca e conduz o de no. 19, e os pombinhos voltam a se reunir no concerto para dois pianos. Seguirão a arrulhar juntos? Resposta no álbum seguinte.

Wolfgang Amadeus MOZART

Concerto para piano e orquestra no. 20 em Ré maior, K. 466
Cadenze: Ludwig van Beethoven
1 –  Allegro
2 – Romance
3 – Allegro assai

Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, regência

Concerto para piano e orquestra no. 19 em Fá maior, K. 459
Cadenze do próprio compositor
4 – Allegro
5 – Allegretto
6 – Allegro assai

Orchestra di Padova e del Veneto
Alexandre Rabinovitch, piano e regência

Concerto em Mi bemol maior para dois pianos e orquestra, K. 365
Cadenze do próprio compositor
7 – Allegro
8 – Andante
9 – Rondo. Allegro

Württenbergisches Kammerorchestra Heilbronn
Alexandre Rabinovich, piano I e regência

Gravado em Stuttgart, Alemanha, janeiro de 1995 (K. 365) e em Pádua, Itália, setembro de 1998 (K. 459 e K. 466) 

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Sim: os pombinhos seguiram juntos e, a julgar pela capa, os tacapes pararam de voar numa certa casa em Genebra. Uma vez mais Martha arrisca repertório novo, e o que há neste disco é muito curioso. Esperava, admito, um pouco mais do “Aprendiz de Feiticeiro”, certamente por estar acostumado ao original e sua espirituosa orquestração, mas reconheço a competência do arranjo de Rabinovitch e a qualidade da execução, adequadamente temperamental. A grande surpresa, sem dúvidas, é o arranjo da “Sinfonia Doméstica” de Strauss, uma obra que nunca me despertou qualquer interesse na versão original, e que cintila sob os vinte talentosos dedinhos do casal. Se duvidam, ouçam a Wiegenlied (“Canção de Ninar”) e o Adagio e depois me contem se não estão entre as melhores coisas que Martha já tocou em duo!

Paul Abraham DUKAS (1865-1935)
Transcrição para dois pianos de Alexandre Rabinovitch
1 – L’Apprenti Sorcier

Richard STRAUSS
Transcrição para dois pianos de Otto Singer (1863-1931)
Symphonia Domestica, poema sinfônico, Op. 53
2 – Bewegt – Ⅰ. Thema: Sehr lebhaft –  Ⅱ. Thema: Ruhig   – Ⅲ. Thema
3 – Scherzo: Munter
4 – Wiegenlied: Mäßig langsam
5 – Adagio: Langsam
6 – Finale: Sehr lebhaft

Maurice RAVEL
7 – La Valse, poema coreográfico

Alexandre Rabinovitch, piano II

Gravado em Berlim, Alemanha, março de 1995

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Os quase três anos que separam este álbum do anterior tiveram, para Martha, o emblema do câncer que lhe voltou, que ela enfrentou, e do qual se curou. É bastante significativo, portanto, que, ao retomar sua discografia, ela tenha incorporado peças novas a seu repertório, escolhido a companhia segura de queridos parceiros de palco e da vida, e tocado ante uma plateia no Japão que ela tanto adora. As duas obras-primas incluídas no álbum – o segundo trio de Shostakovich e seu congênere, dedicado por Tchaikovsky à memória de Nikolai Rubinstein – receberam leituras inesquecíveis. Não tenho qualquer prurido em declarar essa interpretação do trio no. 2 de Shosta a melhor que já ouvi dessa obra, nem em reconhecer que o som ultrarromântico e sentimental de Mischa Maisky aqui se encaixa à perfeição com a melancolia da peça de Tchaikovsky, e que Martha e Kremer lhe somam à altura.

1 – Aplauso

Dmitri SHOSTAKOVICH
Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Mi menor, Op. 67
2 – Andante – Moderato – Poco più mosso
3 – Allegro con brio
4 – Largo
5 – Allegretto – Adagio

Pyotr TCHAIKOVSKY
Trio em Lá menor para piano, violino e violoncelo, Op. 50
6 – Pezzo Elegiaco: Moderato assai – Allegro giusto – In tempo molto sostenuto – Adagio con duolo e ben sostenuto – Moderato assai – Allegro giusto
7 – Tema con variazioni: Andante con moto
8 – Variazione I
9 – Variazione II: Più mosso
10 -Variazione III: Allegro moderato
11 – Variazione IV: L’istesso tempo (Allegro moderato)
12 – Variazione V: L’istesso tempo
13 – Variazione VI: Tempo di valse
14 – Variazione VII: Allegro moderato
15 – Variazione VIII: Fuga (Allegro moderato)
16 – Variazione IX: Andante flebile, ma non tanto
17 – Variazione X: Tempo di mazurka
18 – Variazione XI: Moderato
19 – Variazione finale e coda: Allegro risoluto e con f
20 – Coda: Andante con moto – Lugubre

Peter KIESEWETTER (1945-2012)
21 – Tango Pathétique

Gidon Kremer, violino
Mischa Maisky, violoncelo

Gravado ao vivo em Tóquio, Japão, maio de 1999

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Ao assinar com a EMI, Martha foi prontamente convidada a gravar com outra grande estrela da gravadora, o israelense Itzhak Perlman. A admiração entre ambos, sempre mútua e imensa, teve que esperar até o verão de 1998 para virar parceria nos palcos, durante o Festival de Saratoga Springs, nos Estados Unidos. O repertório não fugiu do habitual: a sonata de Franck, em que a Rainha já acompanhou tantos violinistas, e a “Kreutzer” de Beethoven, para a qual é difícil imaginar pianista melhor. O recital é uma deleite tão grande quanto devem ter sido seus bastidores: Martha é declaradamente viciada em conversar, que é sua droga favorita, e o bonachão Itzhak, com seu vozeirão de barítono, um tremendo contador de histórias.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
4 – Allegretto ben moderato
5 – Allegro
6 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
7 – Allegretto poco mosso

Itzhak Perlman, violino

Gravado ao vivo em Saratoga Springs, Estados Unidos, julho de 1998

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A participação de Martha no Festival de Saratoga também incluiu uma parceria com sua alma gêmea, Nelson Freire, no Concerto Pathétique de Liszt, uma interessante peça para dois pianos que antecipa, em muitos aspectos, a revolucionária forma cíclica e mesmo algum material temático de sua obra-prima, a Sonata em Si menor. Antes dele, fez uma vigorosa leitura dos Contrastes de Bartók, tocando a parte que coube ao próprio compositor na primeira gravação da obra, acompanhada do excelente clarinetista Michael Collins e pela violinista Chantal Juillet, amiga de Martha e atual esposa de Charles Dutoit, ex-Don Argerich.

Zoltán KODÁLY (1882-1967)
Duo para violino e violoncelo, Op. 7
1 – Allegro serioso, non troppo
2 – Adagio – Andante – Tempo I
3 – Maestoso e largamente, na non troppo lento – Presto

Chantal Juillet, violino
Truls Mørk, violoncelo

Béla BARTÓK
Contrasts, para violino, clarinete e piano, Sz. 111

4 – Verbunkos
5 – Pihenö
6 – Sebes

Chantal Juillet, violino
Michael Collins, clarinete

Franz LISZT
7 – Concerto Pathétique em Mi menor, para dois pianos e orquestra, S. 258

Nelson Freire, piano II

Gravado ao vivo em Saratoga Springs, Estados Unidos, julho de 1998

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Se a instabilidade e o temperamento terrível de Martha sempre garantiram emoções fortes durante seus relacionamentos, tudo indica também que nossa Rainha é uma excelente ex-esposa. Prova disso é que que ela continua não só muito amiga de Charles Dutoit, com quem foi casada entre 1969 e 1973, como segue a gravar e tocar com ele (não sem faíscas, claro, algumas repletas de bom humor). Dutoit é ótimo regente e sabe, como talvez nenhum outro, envolver o indomável som de Martha com a orquestra. Seu período à frente da Sinfônica de Montreal foi um dos melhores de sua carreira e certamente o mais brilhante que esse conjunto já viveu, e acabou coroado com essa soberba gravação dos concertos de Chopin, na qual destaco aquele em Fá menor, que Martha tocou tão raras vezes, e que aqui recria com seu estilo inimitável, quase improvisatório, que torna sua leitura do Larghetto tão especial.

Fryderyk CHOPIN

Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11

1 – Allegro maestoso
2 – Romance. Larghetto
3 – Rondo. Vivace

Concerto para piano e orquestra no. 2 em Fá menor, Op. 21

4 –  Maestoso
5 – Larghetto
6 – Allegro vivace

Orchestre Symphonique de Montréal
Charles Dutoit, regência

Gravado em Montreal, Canadá, outubro de 1998

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Entre os tantos discos que lhes trouxe para celebrar as idades de Marthinha, foi este o mais difícil de conseguir. Lançado somente no Japão, ele celebra a estreia do Festival Argerich na cidade de Beppu, uma estação termal localizada em Kyushu, a mais meridional das grandes ilhas do arquipélago japonês. O parceiro da Rainha no recital de abertura é o velho amigo Ivry Gitlis, e o programa – nenhuma surpresa – traz o tradicional combo Franck-Kreutzer. A surpresa genuína é o quanto Gitlis, um intérprete bastante idiossincrático (para dizer o mínimo) segura sua onda improvisatória na “Kreutzer”: se duvidam, comparem o registro de Beppu com esta outra gravação do duo que vocês me entenderão.

Ludwig van BEETHOVEN

Sonata para violino e piano em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
1 – Adagio sostenuto – Presto
2 – Andante con variazioni
3 – Presto

César FRANCK
Sonata em Lá maior para violino e piano
4 – Allegretto ben moderato
5 – Allegro
6 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
7 – Allegretto poco mosso

Ivry Gitlis, violino

Gravado em Beppu, Japão, novembro de 1998 (Beethoven) e novembro de 1999 (Franck)

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Assim como o Japão, a Polônia é um dos locais a que Martha mais gosta de voltar. Não surpreende, pois, que ela tenha celebrado a notícia de sua cura, em 1999, com uma série de concertos em Varsóvia, cidade donde foi catapultada para a fama mundial mais de três décadas antes. Este CD, gravado ao vivo, registra uma das poucas noites em que Martha ofereceu dois concertos para piano no mesmo programa: antes de encerrar com seu tradicional cavalo de batalha, o primeiro concerto de Chopin, que ela nunca deixa de tocar quando volta à capital polonesa, a Rainha conduz a plateia por uma alucinante travessia do primeiro concerto de Liszt. La re putissima madre, Marthinha.

Wolfgang Amadeus MOZART
Sinfonia no. 35 em Ré maior, K. 385, “Haffner”
1 – Allegro con spirito
2 – Andante
3 – Menuetto
4 – Presto

Franz LISZT
Concerto para piano e orquestra nº 1 em Mi bemol maior, S.124
5 – Allegro maestoso
6 – Quasi adagio
7 – Allegretto vivace – Allegro animato
8 – Allegro marziale animato

Fryderyk CHOPIN
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Mi menor, Op. 11
9 – Allegro maestoso
10 – Romance. Larghetto
11 – Rondo. Vivace

Sinfonia Varsovia
Alexandre Rabinovitch, regência

Gravado ao vivo em Varsóvia, Polônia, maio de 1999

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A sexta década da discografia de Martha encerrou em território amigo: tocando Schumann com o vizinho Mischa Maisky – que sempre cresce nas parcerias com sua vizinha – e fotografada para a capa pela caçula Stéphanie, responsável pela maior janela que já tivemos ao palácio interior de nossa Rainha. Este álbum bonito, ainda que sem grandes surpresas, é encerrado por uma ótima gravação do concerto de Robert por Maisky e pela Orpheus.

Robert SCHUMANN

Adagio e Allegro em Lá bemol menor para violoncelo e piano, Op. 70
1 – Langsam, mit innigem Ausdruck
2 – Rasch und feurig

Fantasiestücke para violoncelo e piano, Op. 73
3 – Zart und mit Ausdruck
4 – Lebhaft, leicht
5 – Rasch und mit Feuer

Dos Três Romanzen, Op. 94
6 – No. 1: Nicht schnell

Fünf Stücke im Volkston, Op. 102
7 –  “Vanitas Vanitatum”, mit Humor
8 – Langsam
9 – Nicht schnell, mit viel Ton zu spielen
10 – Nicht zu rasch
11 – Stark und Markiert

De Märchenbilder, para viola e piano, Op. 113
Transcrição de Mischa Maisky para violoncelo e piano
12 – No. 1: Nicht schnell

Mischa Maisky, violoncelo

Concerto em Lá menor para violoncelo e orquestra, Op. 129
13 – Nicht zu schnell
14 – Langsam
15 – Sehr lebhaft

Mischa Maisky, violoncelo
Orpheus Chamber Orchestra

Gravado em Bruxelas, Bélgica, dezembro de 1999 (1-12) e em Nova York, Estados Unidos, março de 1997 (13-15)

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Dessa década da carreira da Rainha vocês já encontravam as seguintes gravações no PQP Bach:

[Restaurado] Sergei Prokofiev (1891-1953) – Sonatas para Violino e Piano e 5 Melodias

1991


[Restaurado] Aniversário da Rainha: Martha Argerich, 79 anos – Robert Schumann (1810-1856) – Concerto para piano em Lá menor, Op. 54 – Concerto para violino em Ré menor, WoO 23 – Argerich – Kremer – Harnoncourt #SCHMNN210

1992


A Quatro Mãos: Johannes Brahms (1833-1897) – Obras para dois pianos – Martha Argerich e Alexandre Rabinovitch

1993


Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Piano Concerto No. 1 / The Nutcracker Suite for two pianos

1994


[Restaurado] Prokofiev (1891-1953): Concertos para piano Nº 1 & 3 / Bartók (1881-1945): Concerto para piano Nº 3

1997


Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano No 3 & No 2 – Martha Argerich – Mahler CO – Claudio Abbado

2000


Chopin / Franck / Debussy: Sonatas para Violoncelo

2000



Notre Reine parle le français – et fume beaucoup

Vassily

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Martha chegou aos trinta anos com a carreira já consolidada, após o triunfo no VII Concurso Internacional Chopin. Baseada na Suíça Romanda e casada com o regente Charles Dutoit, via-se bastante requisitada pelos estúdios e em turnês pela Europa, Américas e Japão. Restava pouco tempo para a família que crescia: além da genebrina Lyda e da bernesa Anne-Catherine, filha de Dutoit, a década ainda veria o nascimento de outra menina, Stéphanie, fruto de seu breve relacionamento com o pianista Stephen Kovacevich – e que, após um frugal cara e coroa, recebeu o sobrenome da mãe.

Passaremos ao largo da colorida, dir-se-ia rocambolesca vida pessoal de nossa deusa, uma porque jamais conseguiríamos contá-la de maneira tão deliciosa quanto a do documentário que Stéphanie lhe dedicou, outra porque, no que tange ao nosso interesse maior, que é a grande música que faz a Rainha, sua década foi por demais prolífica para perdermos tempo com ninharias que envolvam fraldas e ruidosos compartilhamentos de lençóis.

Vamos, pois, à música:


A primeira gravação da quarta década de Martha inclui aquela que é, talvez, a mais sensacional leitura jamais feita da sonata de Liszt. Sei que muitos preferem a atenção ao detalhe à pirotecnia, mas, claramente inspirada no legendário registro de seu ídolo Horowitz, a Rainha aqui entrega puro frenesi. Muitas vezes vejo-me em saturação sensorial após ouvir essa sonata, mas sempre vale a pena. Completa o disco a sonata em Sol menor de Schumann, uma obra menos visitada desse compositor que é, confessadamente, o xodó da vovó.

Franz LISZT (1811-1886)
Sonata para piano em Si menor, S. 178
1 – Lento assai – Allegro energico
2 – Grandioso
3 – Cantando espressivo
4  – Pesante – Recitativo
5 – Andante Sostenuto
6 – Quasi adagio
7 – Allegro energico
8 – Più mosso
9 – Cantando espressivo senza slentare
10 – Stretta quasi presto – Presto – Prestissimo
11 – Andante Sostenuto – Allegro Moderato – Lento Assai

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22
12 – So rasch wie möglich
13 – Andantino
14 – Scherzo. Sehr rasch und markiert
15 – Satz: Rondo. Presto – Etwas langsamer – Prestissimo

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em junho de 1971

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É curioso que, numa discografia relativamente pequena como a de Martha, haja duas gravações tocando uma das quatro partes para piano da “cantata dançada” Les Noces, de Stravinsky. Nesta, que é a primeira delas, ela colabora com o então esposo, Charles Dutoit, e inaugura em disco a parceria com Nelson Freire, seu velho amigo desde os tempos de estudantes em Viena (a segunda gravação de Les Noces, sob Bernstein e na distinta companhia de Krystian Zimerman, já apareceu antes por aqui)

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)
Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
1 – La tresse
2 – Chez le Marié
3 – Le Départ de la Mariée
4 – Le Repas de Noces

5-10 – Renard, Histoire burlesque chantée et jouée
6 – Ragtime para onze instrumentos

Basia Retchitzka, soprano
Arlette Chedel, contralto
Eric Tappy, tenor
Philippe Huttenlocher, baixo
Chœur Universitaire de Lausanne
Michel Corboz, regente do coro
Harald Glamsch, Jean-Claude Forestier, Markus Ernst, Rafael Zambrano, Roland Manigley e Urs Herdi, percussão
Edward Auer, Nelson Freire e Suzanne Husson, pianos
Charles Dutoit, regência

Gravado em Lausanne, Suíça, em junho de 1972

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Os raros registros seguintes, jamais lançados em mídia digital, são provavelmente os primeiros testemunhos de três vertentes que viriam a ter importância crescente na carreira da Rainha: sua participação em festivais, muitas vezes centrados nela; a colaboração com outros virtuoses em música de câmara; e as gravações ao vivo. Dignos de nota são os belíssimos quintetos com piano de Dvořák e de Schumann, em colaboração com Salvatore Accardo, diretor do Festival Internazionale di Musica d’Insieme, durante o qual foram feitas as gravações. Note-se também, ainda que sem a participação de Martha, a primeira gravação de que se tem registro do Quartettsatz, a única obra que Mahler deixou para um conjunto de câmara.

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Lá maior, Op. 81

1 – Allegro, ma non tanto
2 – Dumka: Andante con moto
3 – Scherzo (Furiant): Molto vivace
4 – Finale: Allegro

Salvatore Accardo e Pierre Amoyal, violinos
Luigi Alberto Bianchi, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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Robert SCHUMANN
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Mi bemol maior, Op. 44
1 – Allegro brillante
2 – In modo d’una marcia
3 – Scherzo: Molto vivace. Trio
4 – Allegro ma non troppo

Salvatore Accardo e Felice Cusano, violinos
Dino Asciolla, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Salvatore Accardo, violino

Gustav MAHLER (1860-1911)
Quartettsatz em Lá menor para piano, violino, viola e violoncelo
5 – Nicht zu schnell

Claude Levoix, piano
Salvatore Accardo, violino
Pasquale Pellegrino, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

Gravado em Nápoles, Itália, em novembro de 1973

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Evidente que não faltaria Chopin a essa década, e Martha capricha neste álbum: a sonata em Si bemol menor tem uma marcha fúnebre impressionante e o mais líquido e tempestuoso de todos seus finales. Completam o disco um scherzo – talvez o gênero na obra do polonês mais afeito à personalidade artística da Rainha – e uma Grande Polonaise realmente brilhante, antecedida dum Andante spianato tão delicado que a gente chega quase a duvidar de que os dedos que o fizeram foram os mesmos que causaram a torrente da faixa anterior.

 Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Sonata para piano no. 2 em Si bemol maior, Op. 35
1 – Grave – Doppio movimento
2 – Scherzo
3 – Marche Funèbre. Lento
4 – Finale. Presto

Grande Polonaise Brillante para piano em Mi bemol maior, precedida de um Andante spianato, Op. 22
5 – Andante spianato: Tranquillo – Polonaise: Allegro molto

Scherzo para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 31
6 – Presto

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em julho de 1974

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Ravel é outro xodó a quem Martha dedicou gravações insuperáveis. Este é possivelmente o melhor Gaspard de la Nuit jamais gravado e, uma vez que se o escuta, torna-se impossível confundi-lo com qualquer outro: somente a Rainha, afinal, seria capaz de fazer um Scarbo tão veloz, soturno e grotesco (muito embora, como bem lembrou um amigo, Martha tenha declarado que quis morrer ao ouvir o produto dessa gravação, pois estava grávida  e achou que tocara “muito devagar” (!))

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Gaspard de la nuit, três poemas para piano após Aloysius Bertrand, M. 55
1 – Ondine
2 – Le gibet
3 – Scarbo

Sonatina para piano
4 – Modéré
5 – Mouvement de Menuet
6 – Animé

Valses Nobles et Sentimentales, para piano
7 – Modéré – Très franc
8 – Assez lent – Avec une expression intense
9 – Modéré
10 – Assez animé
11 – Presque lent – Dans un sentiment intime
12 – Vif
13 – Moins vif
14 – Epilogue. Lent

Gravado em Berlim Ocidental, Alemanha Ocidental, em novembro de 1974

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Se foram os prelúdios que começaram a mudar a história de Martha no VII Concurso Internacional Chopin, aqui se tem uma ótima prova: o Op. 28, com suas miniaturas concisas e expressivas, é perfeitamente afeito ao toque da Rainha. A curiosa inclusão dos pouquíssimo gravados prelúdios Op. 45 e Op. póstumo sugere que esta gravação fizesse parte dos planos de uma integral chopiniana, que jamais foi adiante.

Fryderyk CHOPIN
Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 28
1 – No. 1 em Dó maior: Agitato
2 -No. 2 em Lá menor: Lento
3 – No. 3 em So maior: Vivace
4 – No. 4 em Mi menor: Largo
5 – No. 5 em Ré maior: Molto allegro
6 – No. 6 em Si menor: Lento assai
7 – No. 7 em Lá maior: Andantino
8 – No. 8 em Fá sustenido menor: Molto agitato
9 – No. 9 em Mi maior: Largo
10 – No. 10 em Dó sustenido menor: Molto allegro
11 – No. 11 em Si maior: Vivace
12 – No. 12 em Sol sustenido menor: Presto
13 – No. 13 em Fá sustenido maior: Lento
14 – No. 14 em Mi bemol menor: Allegro
15 – No. 15 em Ré bemol maior: Sostenuto
16 – No. 16 em Si bemol menor: Presto con fuoco
17 – No. 17 em Lá bemol maior: Allegretto
18 – No. 18 em Fá menor: Molto allegro
19 – No. 19 em Mi bemol maior: Vivace
20 – No. 20 em Dó menor: Largo
21 – No. 21 em Si bemol maior: Cantabile
22 – No. 22 em Sol menor: Molto agitato
23 – No. 23 em Fá maior: Moderato
24 – No. 24 em Ré menor: Allegro appassionato

Prelúdio para piano em Dó sustenido menor, Op. 45
25 – Sostenuto

Prelúdio para piano em Lá bemol maior, Op. Posth.
26 – Presto con leggierezza

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em outubro de 1975 (Op. 28) e Watford, Reino Unido, em fevereiro de 1977 (Op. 45, Op. Posth.)

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O violinista israelo-francês Ivry Gitlis (1922-2020) foi amigo de Martha por mais de seis décadas e com ela tocou em muitos festivais, sobretudo a sonata de Franck. Esta é a única gravação que fizeram em estúdio e, embora eu não seja fã nem do timbre, nem do rubato de Gitlis, ela vale para imaginar o que a Rainha seria capaz de fazer se tocasse mais Debussy.

César FRANCK
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Sol menor para violino e piano
5 – Allegro vivo
6 – Intermède. Fantasque et léger
7 – Finale. Très animé

Ivry Gitlis, violino

Gravado em Milão, Itália, em 1976

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Ainda que realizadas no final dos anos 70, estas gravações ao vivo naquele templo da perfeita acústica que é o Concertgebouw de Amsterdã foram lançadas somente em nosso século. Nelas pode-se apreciar uma parte do vasto repertório que a Rainha jamais trouxe aos estúdios e perceber que seu temperamento artístico em performances ao vivo é ainda mais ebuliente. Martha não teme correr riscos – poucos se animam a encarar o Gaspard de la Nuit ante uma plateia, ainda mais com tanta agilidade – e tampouco liga para as eventuais esbarradas. Se o Scherzo de Chopin certamente não é o seu melhor, as seleções de Bartók e Prokofiev seguramente estão entre seus mais sensacionais momentos. Ouvi-la in natura é, enfim, expor-se a um fenômeno da Natureza, sem abrigos, nem truques, e com absoluta certeza do estupor: já tive esse privilégio duas vezes, e ainda quererei tê-lo outra vez, enquanto a deusa quiser dar os ares de sua imensa graça num palco que eu possa visitar.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826
1 – Sinfonia — Grave. Adagio
2 – Sinfonia – Andante
3 – Allemande
4 – Courante
5 – Sarabande
6 – Rondeau – Capriccio

Fryderyk CHOPIN
Dos Dois noturnos para piano, Op. 48:
7 – No. 1 em Dó menor: Lento

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
8 – Presto con fuoco

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para piano, Sz. 80
9 – Allegro moderato
10 – Sostenuto e pesante
11 – Allegro molto

Alberto Evaristo GINASTERA (1916-1983)
Danzas Argentinas, para piano, Op. 2
12 – Danza del Viejo Boyero
13 – Danza de la Moza Donosa
14 – Danza del Gaucho Matrero

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
15 – Allegro inquieto — Andantino
16 – Andante caloroso
17 – Precipitato

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
18 – Allegro

Johann Sebastian BACH
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
19 – Bourrée

Gravado em Amsterdã, Países Baixos em maio de 1978 (7-14, 18-19) e abril de 1979 (1-6, 15-17)

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Robert SCHUMANN
Fantasiestücke, para piano, Op. 12
1 – Des Abends
2 – Aufschwung
3 – Warum?
4 – Grillen
5 – In der Nacht
6 – Fabel
7 – Traumes Wirren
8 – Ende vom Lied

Maurice RAVEL
Sonatine, para piano
9 – Modéré
10 – Mouvement de Menuet
11 – Animé

Gaspard de la Nuit
12 – Ondine
13 – Le Gibet
14 – Scarbo

Gravado em Amsterdã, em maio de 1978 (1-8, 12-14) e em abril de 1979 (9-11)

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Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto para piano e orquestra no. 25 em Dó maior, K. 503
1 – Allegro maestoso
2 – Andante
3 – Allegretto

Nederlands Kamerorkest
Szymon Goldberg, regência

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Dó maior, Op. 15
4 – Allegro con brio
5 – Largo
6 – Allegro scherzando

Koninklijk Concertgebouworkest
Heinz Wallberg, regência

Gravado em Amsterdã em maio de 1978 (Mozart) e outubro de 1992 (Beethoven)

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Se a Rainha tem os seus xodós musicais, ela também tem seus países favoritos. Um deles é a Polônia, onde venceu o concurso que lhe foi a catapulta para o superestrelato, e para a qual volta com muita frequência. Nessa gravação, ela se faz acompanhar da mesma orquestra com que tocou na fase final do VII Concurso Chopin, ainda que curiosamente passe ao largo das obras do polonês em prol de dois de seus outros cavalos de batalha: o concerto no. 1 de Tchaikovsky, do qual ela fez gravações famosas com Kondrashin e Dutoit, e o concerto de Schumann, que ela toca praticamente desde o ovo.

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
1 – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo Ⅰ
3 – Allegro con fuoco

Robert SCHUMANN
Concerto para piano e orquestra em Lá menor, Op. 54
4 – Allegro affetuoso
5 – Intermezzo. Andante grazioso – attacca:
6 – Allegro vivace

Orkiestra Filharmonii Narodowej w Warszawie
Kazimierz Kord, regência

Johann Sebastian Bach
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
7 – Bourrée

Fryderyk Chopin
Das Três mazurcas para piano, Op. 63:
8 – No. 2 em Fá menor

Domenico SCARLATTI
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
9 – Allegro

Alberto Ginastera
Das Danzas argentinas, Op. 2
10 – No. 2: Danza de la Moza Donosa

Gravado em Varsóvia, Polônia, em dezembro de 1979

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Por fim, uma gravação pouco conhecida em que Martha não só nos encanta ao teclado, como também dirige a orquestra. Em seu único registro fonográfico como regente, o concerto de Haydn – o gênio que ela gravou tão pouco – com a London Sinfonietta é especialmente delicioso.

Ludwig van BEETHOVEN
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19

1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondò. Molto allegro

Joseph HAYDN (1732-1809)
Concerto para piano em Ré maior, Hob. ⅩⅧ-11
4 – Vivace
5 – Un poco adagio
6 – Rondo all’ungherese. Allegro assai

London Sinfonietta
Nona Liddell, spalla
Martha Argerich, regência

Gravado em Londres, Reino Unido, em 1980

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Martha Argerich, piano

Da mesma década da carreira de Marthinha vocês já encontravam no blog:

[Restaurado] Serguei Prokofiev – Sonate for Flute in D, op. 94, Cesar Franck – Sonata in A (transcribed for Flute) – Martha Argerich, James Galway


#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856): Fantasia op. 17; Fantasiestücke op. 12 (Martha Argerich)


Igor Stravinsky (1882-1871) – Les Noces III (The Wedding), ballet in 4 tableaux for vocal soloists, chorus, 4 pianos & percussion e Mass, for chorus & double wind quintet


Bela Bartok (1881-1945): Sonata for 2 Pianos and Percussion, BB 115, W. A. Mozart (1756-1791): Andante and Five Variations in G for Piano (4-Hands), K.501, Debussy: En blanc et noir, L.134


[Restaurado] Argerich Collection – Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Schumann, Liszt, Prokofiev e Ravel


J. S. Bach (1685-1750): Toccata BWV 911 / Partita BWV 826 / English Suite No. 2 BWV 807


Serguei Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto nº3, in D Minor, op. 30, Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Minor, op. 23 (Argerich, Chailly, Kondrashin)


[Restaurado] Chopin: Cello Sonata; Polonaise Op.3; Schumann: Adagio & Allegro – Rostropovich – Argerich


 

 



La nostra regina parla italiano

Vassily

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465 #BRTK140

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465 #BRTK140

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Reverenciado desde o auge da era clássica até hoje, o quarteto de cordas é o gênero ideal para os compositores darem vazão às suas ideias mais inovadoras. O Quarteto Modigliani ilumina essas obras-primas brilhantes, cada uma testemunhando um ponto de importante na obra de seus autores. Gosto muito de CDs que parecem programas de concertos. É o caso deste. Tudo parece muito coerente, com Bartók colocado entre os dois clássicos. Trata-se de um disco excelente, com interpretações maduras de grandes obras. Todo o Op. 76 de Haydn é espetacular e este Quarteto “Das Quintas” é sensacional. O Quarteto Nº 3 de Bartók já foi muito comentado aqui e  o que dizer do Quarteto das Dissonâncias de Mozart? Bem, está tudo aí.

Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2 / Bartók: Quartet No. 3 / Mozart: Quarteto No. 19, K. 465

~ Haydn: Quarteto Op. 76 No. 2
01. String Quartets, Op. 76: I. Allegro (D Minor) (9:52)
02. String Quartets, Op. 76: II. Andante o più tosto allegretto (D Major) (6:10)
03. String Quartets, Op. 76: III. Minuet (D Minor) – Trio (D Major) (3:41)
04. String Quartets, Op. 76: IV. Finale. Vivace assai (D Major) (4:07)

~ Bartók: Quartet No. 3
05. String Quartet No. 3, Sz. 85, Prima parte: I. Moderato (4:50)
06. String Quartet No. 3, Sz. 85, Seconda parte: II. Allegro (5:37)
07. String Quartet No. 3, Sz. 85, Recapitulazione della prima parte: III. Moderato – Coda. Allegro molto (5:05)

~ Mozart: Quarteto No. 19, K. 465
08. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: I. Adagio — Allegro (11:28)
09. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: II. Andante cantabile (F Major) (7:42)
10. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: III. Menuetto and Trio. Allegro (4:46)
11. String Quartet No. 19 in C Major, K. 465: IV. Allegro (8:01)

Quatuor Modigliani

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PQP

Makaris: Wisps in the Dell #BTHVN250

Makar (plural: makaris): originalmente o nome dos bardos da corte real escocesa nos séculos XV e XVI, posteriormente atribuído aos gigantes literários do Iluminismo de Edinburgh no século XVIII, e hoje um termo para se referir a um menestrel ou poeta escocês”


​A primeira viagem de Haydn a Londres, em 1791, rendeu-lhe um encontro com o editor William Napier, que tinha o plano de publicar coleções de canções escocesas arranjadas por grandes compositores do continente. Napier, claro, sonhava contar com Haydn, mas as dívidas em que chafurdava tornavam altamente improvável remunerar à altura o maior mestre vivo da nobre Arte. Ainda assim, devia ter a cara bastante dura, pois fez a proposta ao Mestre de Rohrau e, para sua surpresa, não só ela foi aceita, como Haydn declinou qualquer pagamento antecipado. Acabou por arranjar-lhe cento e cinquenta canções, que salvaram o editor da prisão por insolvência e abriram um rico filão.

Em Edinburgh, como já lhes contei noutra postagem, George Thomson resolveu explorar a vereda aberta por Napier, editando arranjos para voz e conjunto de câmara para numerosas canções de diversas nacionalidades. Para refinar as letras, em sua maioria em dialetos considerados chucros, Thomson contou com a valiosa assistência de seu amigo Robert Burns, o poeta nacional da Escócia. Para os arranjos, recrutou a crème de la crème da Música continental, incluindo o próprio Haydn e, como vimos há alguns meses, aquela fonte de enxaqueca de nome Beethoven. Entre bloqueios continentais napoleônicos e a genuína teimosia beethoveniana, o tráfico de música através da Mancha floresceu e rendeu algumas boas centenas de publicações, a maioria das quais hoje jaz em esquecimento.

Quando publiquei os arranjos de Beethoven, há alguns meses, vários leitores-ouvintes, ao manifestarem sua grata surpresa com o evidente zelo que o renano dedicou à tarefa, estranharam nas interpretações a falta de um sotaque mais apropriado às canções e suas origens que, se não de todo folclóricas, são por demais plebeias para que, na voz impostada de cantores líricos, não soem constritas.

Creio, pois, que esses leitores-ouvintes gostarão dessa gravação que ora lhes trago. Com exceção da primeira e da penúltima faixas, todas as outras foram adaptadas por notáveis compositores alemães e austríacos, e aqui aparecem em seus arranjos autênticos. O conjunto Makaris interpreta-as com um gracioso equilíbrio de precisão clássica e espontaneidade popular. A soprano Fiona Gillespie, que vem duma família com longa tradição em música celta, tem a voz sob medida para o repertório, e seu bonito timbre, aplicado a inflexões escocesas e livre de vibrato, garante o encanto do começo ao fim. Os demais músicos também são extraordinários, e o clima geral é de frescor e espontaneidade, como se estivéssemos a acompanhar o animado sarau de talentosos amigos. De lambujem, para alegria dos completistas compulsivos, duas premières mundiais (faixas 12 e 18), de versões preliminares de arranjos de Beethoven que nosso herói acabou por reescrever porque Thomson as achou difíceis demais para o seu público-alvo (o que o fez levar, como já lhes contei, um senhor sabão do mestre). Aos brasileiros, há a curiosidade do arranjo de Sigismund von Neukomm (faixa 11), que morou no Rio de Janeiro entre 1816 e 1821: por muitos anos atribuído a seu professor Haydn, sabe-se hoje que foi feito pelo então aluno.

Wisps in the Dell será um deleite aos ouvidos menos ortodoxos, e o belíssimo som dos Makaris fica fortemente recomendado para quem quiser começar o dia a sorrir – do que, sinceramente, estamos todos precisando demais.


MAKARIS: WISPS IN THE DELL

ANÔNIMO
1 – The Burning of Auchindoun (arranjo para vozes)

Carl Maria Friedrich Ernst Freiherr von WEBER (1786-1826)
2 – Canções populares escocesas – No. 4, True-hearted Was He, J. 298

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
3 – Canções irlandesas, WoO 152 – No. 14, Dermot & Shelah

Franz Joseph HAYDN (1732-1809)
4 –  I Do Confess Thou Art Sae Fair, Hob.XXXIa:110

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
5 – Canções irlandesas, WoO 152 – No. 8, Come Draw We Round a Cheerful Ring

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)
6 – An Old Scottish Ballad, D. 923

Joseph HAYDN
7 – My Love She’s but a Lassie Yet, Hob.XXXIa:194

Ludwig van BEETHOVEN
8 – Vinte e cinco canções escocesas, Op. 108 – No. 2, Sunset

Ignaz Josef PLEYEL (1757-1831)
9  – Trinta e duas canções escocesas – No. 13, The Ewe Bughts, B. 719

Johann Nepomuk HUMMEL (1778-1837)
10 – Arranjos de canções escocesas para Thomson, S. 169: Jock o’ Hazeldean

Sigismund Ritter von NEUKOMM (1778-1858)
11 – Jenny Dang the Weaver, Hob.XXXIa:240 (atribuído anteriormente a Joseph Haydn)

Ludwig van BEETHOVEN
12 – On the Massacre of Glencoe, Hess 192 – PRIMEIRA GRAVAÇÃO

Carl Maria von WEBER
13 – Dez canções escocesas: No. 6, Pho Pox o’ This Nonsense, J. 300

Friedrich Daniel Rudolf KUHLAU (1786-1832)
Sete variações sobre uma canção escocesa, Op. 105
14  – Tema – Variação 1 – Variação 5 – Variação 6 – Variação 7

Joseph HAYDN
15 – My Boy Tammy, Hob.XXXIa:18

Ignaz PLEYEL
16  – Trinta e duas canções escocesas – No. 17, Sweet Annie, B. 723

Carl Maria von WEBER
17 – Dez canções escocesas: No. 1, The Soothing Shade of Gloaming, J. 295

Ludwig van BEETHOVEN
18 – Bonny Laddie, Highland Laddie, Hess 201 – PRIMEIRA GRAVAÇÃO

Ignaz PLEYEL
19  – Trinta e duas canções escocesas – No. 10, From Thee Eliza I Must Go, B. 716

Leopold KOŽELUH (1747-1818)
20 – Vinte canções escocesas, irlandesas e galesas, P. XXII:1  – Should Auld Acquaintance Be Forgot

Muzio Filippo Vincenzo Francesco Saverio CLEMENTI (1752-1832)
21 -“Lochaber”, ária escocesa

ANÔNIMO
22 – The Bonnie House o’ Airlie (arranjo de Doug Balliett)

Ludwig van BEETHOVEN
23 – Vinte e cinco canções escocesas, Op. 108 – No. 13, Come Fill, Fill, My Good Fellow

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Makaris e a breja gelada (foto do site do conjunto Makaris, https://www.makaris.org/)
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

F. J. Haydn (1732-1809): A Criação (McCreesh)

F. J. Haydn (1732-1809): A Criação (McCreesh)

A coisa é meio cômica — o fato é que Haydn sempre foi “acusado” de ser muito alegre em suas Missas e Oratórios. Bem, eu não sou nada religioso e acho que um oratório que faz o elogio das realizações divinas ao criar o mundo deveria ser mesmo meio alegre. Afinal, foram seis dias de muito trabalho. Não há árias ou corais que eu considere memoráveis, mas o Oratório é sempre bom. A Representação do Caos — bem no início da obra — é certamente um de seus pontos mais altos. McCreesh é um excepcional maestro para este tipo de repertório e não decepciona com sua turma historicamente informada.

A Criação (originalmente Die Schöpfung, aqui traduzido para o inglês como The Creation) é um oratório dividido em três partes, escrito em 1797 por Haydn. Seu texto, com versões em alemão e inglês, é baseado no livro do Gênesis, no livro de Salmos e no poema O Paraíso Perdido, de John Milton. Este oratório, que faz parte do Classicismo, apresenta algumas semelhanças com o período Barroco devido ao uso do contraponto em várias passagens, como pode ser constatado nos coros Stimm an die Saiten, ergreift den Leier! (um dos mais famosos do oratório), na primeira parte, e Singt den Herren, alle Stimmen, que encerra o oratório. Ao mesmo tempo, muitos musicólogos veem também neste oratório um prenúncio do Romantismo, especialmente na abertura sinfônica, chamada A Representação do Caos, utilizando estruturas melódicas adotadas mais tarde por Richard Wagner, bem como a dramaticidade instrumental de algumas passagens, típicas dos poemas sinfônicos de compositores como Hector Berlioz.

F. J. Haydn (1732-1809): A Criação (McCreesh)

Part One

The First Day
1-1 Introduction: The Representation Of Chaos 6:19
1-2 Recitative And Chorus : “In The Beginning God Created The Heaven And The Earth” 3:11
1-3 Aria And Chorus : “Now Vanish Befor The Holy Beams” 4:07

The Second Day
1-4 Recitative : “And God Made The Firmament” 2:02
1-5 Solo With Chorus : “The Glorious Heav’nly Hierarchy” 2:16

The Third Day
1-6 Recitative : “And God Said : Let The Waters ..” 0:39
1-7 Aria : “Rolling In Foaming Billows” 4:10
1-8 Recitative : “And God Said: Let The Earth Bring Forth Grass” 0:30
1-9 Aria : “With Verdure Clad The Fields Appear” 5:12
1-10 Recitative : “And The Heavenly Host The Third Day Proclaimed” 0:11
1-11 Chorus: “Awake The Harp, The Lyre Awake” 2:10

The Forth Day
1-12 Recitative : “And God Said : Let There Be Light.. ” 0:40
1-13 Recitative : “In Brightest Splendour Rises Now The Sun” 3:06
1-14 Chorus And Trio : “The Heavens Are Telling The Glory Of God” 4:09

Part Two

The Fifth Day
1-15 Recitative : “And God Said : Let The Waters Bring ..” 0:31
1-16 Aria : “On Mighty Pens Uplifted Soars The Eagle” 8:10
1-17 Recitative : “And God Created Great Whales” 2:38
1-18 Recitative : “And The Angels Struck Their Immortal Harps” 0:18
1-19 Trio And Chorus : “Most Beautiful Appear, With Verdure Young Adorn’d” 6:53

The Sixth Day
1-20 Recitative : “And God Said : Let The Earth Forth The Living Creature” 0:24
1-21 Recitative : “Straight Opening Her Fertile Womb” 3:27
1-22 Aria : “Now Heaven In Fullest Glory Shines” 3:38
1-23 Recitative : “And God Created Man” 0:49
1-24 Aria : “In Native Worth And Honour Clad” 3:54
1-25 Recitative : “And God Saw Everything That He Had Made” 0:21
1-26 Chorus And Trio (Gabriel, Uriel, Raphael): “Achieved Is The Glorious Work” 9:43

Part Three
2-1 Recitative : “In Rosy Mantle Now Appears” 4:22
2-2 Duet With Chorus : “By Thee With Bliss, O Bounteos Lord” 10:32
2-3 Recitative : “Our Duty Have We Now Perform’d” 2:16
2-4 Duet : “Graceful Consort!” 8:03
2-5 Recitative : “O Happy Pair” 0:33
2-6 Chorus: “Praise The Lord, Uplift Your Voices” 3:43

Baritone Vocals – Peter Harvey
Bass Vocals – Neal Davies
Choir – Chetham’s Chamber Choir
Conductor – Paul McCreesh
Contralto Vocals – Ruth Massey
Orchestra – Gabrieli Consort, Gabrieli Players
Soprano Vocals – Miah Persson, Sandrine Piau
Tenor Vocals – Mark Padmore

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A criação de Adão, revisada por Harmonia Rosales.

PQP

BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Christian Gottlob Neefe (1748-1798) – Joseph Haydn (1732-1809) – Johann Albrechtsberger (1735-1809) – Beethoven and his Teachers – Rachmanov – Bryant

Depois que publiquei o epílogo de nossa travessia da integral da obra beethoveniana, um querido colega procurou-me aqui em minha jaulinha no subsolo da PQP Tower. Ele me agradeceu pelas postagens e comentou que eu adotara uma abordagem à Benjamin Button, descrevendo, às portas do aniversário de Beethoven e com toda riqueza de excretas e coágulos, as miseráveis semanas finais de nosso herói.

O colega, que tem toda razão no comentário, completou, com seu habitual bom humor, que esperava “sangue e pústulas” na descrição do nascimento de Ludwig, que aconteceu em algum dia próximo ao 17 de dezembro em que foi batizado.

Registro de nascimento de Beethoven na paróquia de São Remígio em Bonn. “17ma [Decima septima] Xbris [Decembris]. Parentes: D: Joannes van Beethoven & Helena Keverichs, conjuges. Proles: Ludovicus. Patrini: D: Ludovicus van Beethoven & Gertrudis Müllers dicta Baums” (“17 de dezembro. Pais: Johann van Beethoven & Helena [Magdalena] Keverich, casados. Criança: Ludwig. Padrinhos: Ludwig van Beethoven [avô do compositor] & Gertrude Müller, nascida Baum [vizinha]”

Temia decepcioná-lo, pois Ludovicus van Beethoven era um Zé-Ninguém (ou, talvez, uns “Niemand-Hans”) quando nasceu na casinha da Bonngasse, no. 20. Assim, diferentemente de sua morte, cinquenta e seis anos depois, quando era amplamente reconhecido como o maior músico da Europa, não há qualquer registro preciso nem da data, nem  das circunstâncias em que ocorreu seu nascimento. Suponho que não houvesse pústulas, pois elas costumam surgir em infecções, e naquela época elas costumavam matar os recém-nascidos. O sangue, no entanto, me parece assegurado: o parto, afinal, sempre foi uma cena poderosa, talvez bela, e invariavelmente brutal.

Assegurado, também, era que Ludwig se tornaria músico – ou, pelo menos, que tentariam transformá-lo num. Afinal, seu avô e padrinho, nascido Lodewijk na flamenga Mechelen, mas que adorarei chamar de Ludwig van Beethoven, o Velho, chegara a Bonn para ser baixo e galgara a hierarquia musical da corte do Eleitor de Colônia até chegar ao cargo de Kapellmeister. Seu único filho que sobreviveu à infância, Johann, seria tenor na mesma corte e, após casar-se com a cozinheira Maria Magdalena Keverich, deu ao mundo nosso herói daqueles meados de dezembro de 1770.

Digo 1770, mas se o dissesse a Ludwig, o Jovem, ele não acreditaria em mim, pois jurou de pés juntos uma boa parte da vida que nascera em 1772. Quando lhe apresentaram um certificado baseado no registro de batismo, dando conta de que um Ludwig van Beethoven nascido em 1770, ele escreveu no verso dele o seguinte:

Es scheint der Taufschein nicht richtig, da noch ein Ludwig vor mir. Eine Baumgarten war glaube mein Pathe
(“A certidão de batismo não parece correta, há outro [ou é um outro] Ludwig antes de mim. Eu acho que uma Baumgarten era minha madrinha”)

E assinava:

“1772.   Ludwig van Beethoven”

Teimosia? Certamente, e muita – e legendária! -, mas Ludwig tinha seus motivos para acreditar no engano. Seu pai, Johann, era um sujeito avaro e truculento (e deixo barato ao assim chamá-lo), que enxergou na óbvia aptidão do primogênito uma potencial mina de ouro, ao torná-lo um menino-prodígio. Sob muita violência física e psíquica, tentou forjar um Wunderkind e, quando o apresentou em público pela primeira vez em Colônia, em 1778, alegava que ele tinha seis anos. Quando o garoto publicou sua primeira obra, em 1772, o frontispício atribuía-lhe apenas dez.

“Variações para o cravo sobre uma marcha do Sr. Dresler [sic] – Compostas e dedicadas à Sua Excelência Madame Condessa de Wolfmetternich, nascida Baronesa de Afsebourg [sic] por um jovem amador, Louis de Betthoven [sic], com dez anos de idade”

Ludwig teve vários professores na infância – incluindo o próprio pai, Johann; Gilles van den Eeden, organista da corte; Tobias Friedrich Pfeiffer, professor de piano; e Franz Rovantini, que lhe ensinou violino e viola. A pedagogia era incorporada aos maus tratos. Sem nem mencionar os do pai, a quem Ludwig odiaria por toda a vida, o tal Pfeiffer tinha insônia e tirava o menino da cama de madrugada para obrigá-lo a estudar. O primeiro professor de quem guardou boas lembranças foi Christian Gottlob Neefe, um saxão luterano que só foi empregado na corte católica de Bonn porque o novo Eleitor de Colônia, Maximilian Franz, era razoavelmente liberal e aberto a todas artes e artistas. Neefe certamente não era um músico brilhante, mas era culto e amável com o menino, para quem arranjou o cargo de seu assistente como organista da corte e também a publicação das variações “Dressler” em Mannheim. O competente moleque não se tornaria um menino-prodígio, apesar de sua grande capacidade, e só atrairia alguma atenção quando adolescente. A morte da querida mãe piorou a situação doméstica, que só afundava com o alcoolismo de Johann. Em 1792, como já lhes contei em outra postagem, Ludwig deixou Bonn para nunca mais retornar. Seus destinos eram Viena e Haydn, o maior compositor europeu vivo, com quem estudaria sob o patrocínio do Eleitor de Colônia. Os estudos com Papa foram erráticos e, a seu ver, insatisfatórios. Depois de causar uma saia-justa ao velho mestre, a quem mentiu sobre composições novas que tinham sido compostas em Bonn, e que deve ter ficado com cara de tacho quando escreveu ao Eleitor de Colônia citando-as como obras novas, terminaram de comum acordo a relação pedagógica. Embora nunca poupasse acidez ao falar dos estudos com o Mestre de Rohrau, Beethoven admitiria paulatinamente que os estudos com ele lhe foram importantes. Mais tarde, como também já lhes contamos, Ludwig tomaria lições de contraponto com Albrechtsberger, o organista e Kapellmeister da Stephansdom, na capital imperial – um sujeito que eu, confesso, escolheria só pelo sobrenome para ter aulas de contraponto.

[e acharam que eu não mencionaria aqueles hilariantes concertos para marranzano? Pois se enganaram]

Vocês já devem ter deduzido que eles meus chalalás sobre os professores de Beethoven tinham só a finalidade de introduzir-lhes estas gravações. Pois bem: além da integral de Ludwig para piano a quatro mãos, na qual somente a transcrição da Grande Fuga é digna de nota, este ótimo álbum duplo traz obras dos ditos-cujos – o que é ótimo, pois é sempre uma dureza apresentar o repertório beethoveniano para duo pianístico. Não que estas sejam lá coisas inesquecíveis, mas os arranjos de Neefe para trechos da “Flauta Mágica” são muito simpáticos, e a fuga de Albrechtsberger pareceu a primeira obra do homem a merecer algum lugar no repertório. O ponto alto, para mim, é o divertimento de Haydn. Baseado no tema do “Ferreiro Harmonioso” e alcunhado “‘Il Maestro e lo Scolare” (“O Mestre e o Aluno”), descreve a relação de ambos. A obra foi composta antes de Haydn conhecer o aluno mais famoso, e fico imaginando, se ele a compusesse depois disso, se o “tema com variações” e o “minuetto” não seriam substituídos com um “Grave con furia” e um “Andante con molta malinconia”. E me redimo da infeliz piada de tiozão comentando que a escolha de fortepianos para executar as obras foi muito feliz, e que a Grande Fuga, em particular, soa muito satisfatória no timbre dos instrumentos anciões.

Em tempo: apesar do que alega a ademais cuidadosa Naxos na capa do disco, o conde Waldstein não foi professor de Beethoven. Ele foi, sim, seu patrono e empregador – Beethoven foi o ghost writer do Ritterballet que Waldstein estreou num baile como seu próprio – e lhe forneceu o tema para as variações para piano a quatro mãos que está no disco, além de dedicatário da brilhante sonata “Waldstein” e autor do profético bilhete que adornou o livro de despedida de Ludwig, quando este partiu para Viena:


Lieber Beethowen!
Sie reisen itzt nach Wien zur Erfüllung ihrer so lange bestrittenen Wünsche. Mozart’s Genius trauert noch und beweinet den Tod seines Zöglinges. Bey dem unerschöpflichem Hayden fand er Zuflucht, aber keine Beschäftigung; durch ihn wünscht er noch einmal mit jemanden vereinigt zu werden. Durch ununterbrochenen Fleiß erhalten Sie: Mozart’s Geist aus Haydens Händen.

Bonn d 29t. Oct. 792. Ihr warer Freund Waldstein”

“Caro Beethowen!
Você viaja agora para Viena para realizar suas vontades tão longamente constritas. O gênio de Mozart ainda está de luto
e chorando pela morte de seu pupilo. Ele encontrou refúgio no inesgotável Hayden, mas não tinha emprego; através deste, ele deseja unir-se uma vez mais a alguém. Por meio de diligência ininterrupta você obtém: o espírito de Mozart das mãos de Hayden.

Bonn, 29 de outubro de [1]792. Seu querido amigo Waldstein”

 

Ludwig van BEETHOVEN (1770–1827)

Sonata para piano a quatro mãos em Ré maior, Op. 6 (1797)
1- Allegro molto
2 – Rondo: Moderato


Christian Gottlob NEEFE (1748–1798)

Seis peças fáceis para piano a quatro mãos, baseadas em trechos da ópera Die Zauberflöte, de Mozart (1793)
3 – No. 1: Der Vogelfänger bin ich ja
4 – No. 2: Bei Männern, welche Liebe fühlen
5 – No. 3: Soll ich dich, Teurer, nicht mehr seh’n
6 – No. 4: Das klinget so herrlich
7 – No. 5: Ein Mädchen oder Weibchen
8 – No. 6: Klinget, Glockchen, klinget


Ludwig van BEETHOVEN

Oito variações em Dó maior sobre um tema do conde Waldstein, para piano a quatro mãos, WoO 67 (1794)
9 – Thema – Variationen I-VIII


Johann Georg ALBRECHTSBERGER (1736–1809)

Prelúdio e fuga em Si bemol maior (1796)
10 – Sem indicação de andamento


Ludwig van BEETHOVEN

Três marchas para piano a quatro mãos, Op. 45 (1804)
11 – No. 1 em Dó maior
12 – No. 2 em Mi bemol maior
13 – No. 3 em Ré maior

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Ludwig van BEETHOVEN

Seis variações em Ré maior sobre a ária Ich denke dein, para piano a quatro mãos, WoO 74 (1805)
1 – Thema – Variationen I-VI

Maria Ferrante, soprano


Franz Joseph HAYDN (1732–1809)

Divertimento em Fá maior, Hob.XVIIa:1, “Il Maestro e lo Scolare”  (c.1766–1767)
2 – Tema con Variazioni
3 – Tempo di menuet


Ludwig van BEETHOVEN

Grande Fuga em Si bemol maior, para piano a quatro mãos, Op. 134 (1827)
4 – Overtura – Fuga – Meno mosso e moderato – Fuga – Coda

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Cullan Bryant e Dmitry Rachmanov, fortepianos (Caspar Katholnig, Vienna, ca. 1805–1810 e Johann Nepomuk Tröndlin, Leipzig, 1830)


Apesar desse famoso retrato, hoje no Kunsthistorisches Museum em Viena, ser conhecido como “Beethoven aos doze anos”, a Beethovenhaus de Bonn diz que não há provas de que ele seja autêntico. As bochechas vermelhas e os olhos desde já dardejantes me dizem que o menino é Ludwig. E vocês, o que acham?

 

Vassily

F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aqui, você encontrará toda a gentileza, elegância, classe e catiguria de Haydn. E a música é de primeira linha. Os quatro trios deste disco são ótimos, mas o destaque vai para o famoso Trio Nº 39, o famoso Gypsy, nome devido a seu último movimento, um sensacional Rondo a l’Ongarese. Quem garante a chega de um Haydn completinho até você é o excelente Trio Wanderer.

“Quão doce é o gosto da liberdade”, escreveu Haydn de Londres para sua amiga Marianne von Genzinger durante sua primeira turnê por lá em 1791. Londres o vinha chamando há vários anos, mas ele não foi à cidade até a morte de seu empregador, o Príncipe Nicolau Esterházy. A “doce liberdade” se tornou uma realidade para o compositor só aos 58 anos. Ele finalmente aceitou o último de muitos convites do promotor de concertos Johann Peter Salomon para compor e conduzir uma série de concertos.

Pouco depois de sua chegada, Haydn recebeu uma carta de Rebecca Schroeter, uma viúva rica de seus 40 anos, procurando seus serviços como professor. O que se seguiu foi um caso clássico de professor e aluna entrando em relação íntima. A Sra. Schroeter escreveu-lhe 22 cartas demonstrando seu amor, enviou-lhe presentes e até copiou músicas para ele. Haydn não estava apenas lisonjeado, mas igualmente apaixonado por sua aluna. Ele fez esta declaração a seu primeiro biógrafo que “embora eu tivesse 60 anos, ela ainda era amorosa e amável, e com toda a probabilidade eu teria me casado com ela se fosse solteiro”. Na sua segunda estada em Londres em 1794, Haydn se hospedou em um aposento perto da casa da Sra. Schroeter… Foi durante esta visita que ele lhe dedicou alguns trios de piano, incluindo o segundo, Nº 39, em Sol maior, o Gypsy.

F. J. Haydn (1732-1809): Trios para Piano Nº 39, 43, 44 e 45 (Wanderer)

Haydn: Piano Sonata No. 43 in E flat major, Hob.XVI:28 17:00
I. Allegro 7:32
II. Andante 4:56
III. Finale – Presto 4:32

Haydn: Piano Trio No. 44 in E Major, Hob.XV:28 14:57
I. Allegro moderato 6:57
II. Allegretto 2:47
III. Finale – Allegro 5:13

Haydn: Piano Trio No. 45 in E flat Major, Hob.XV:29 15:45
I. Poco allegretto 7:30
II. Andantino ed innocentemente 3:04
III. Finale ‘in the German style’ – Presto assai 5:11

Haydn: Piano Trio No. 39 in G major, Hob.XV:25 ‘Gypsy’ 14:05
I. Andante 5:56
II. Poco adagio 5:07
III. Rondo a l’Ongarese: Presto 3:02

Trio Wanderer

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Trio Wanderer: esses caras são bons demais!

PQP

Mozart (1756 – 1791) – Concerto para Oboé ֍ Haydn (1732 – 1809) – Sinfonia Concertante ∾ Lucas Macías Navarro – Orchestra Mozart – Claudio Abbado ∞

Mozart (1756 – 1791) – Concerto para Oboé  ֍ Haydn (1732 – 1809) – Sinfonia Concertante  ∾  Lucas Macías Navarro – Orchestra Mozart – Claudio Abbado  ∞

Mozart – Concerto para Oboé

Haydn – Sinfonia Concertante

Lucas Macías Navarro

Mozart Orchestra

Claudio Abbado

 

Quando deitei os olhos neste disco, notei os nomes Mozart, Haydn, Abbado, mas notei também a ausência da cor amarela na capa. Um olhar mais detalhado revelou o nome do selo suíço – Claves, ótimo, mas que não costuma abrigar nomes assim estelares como o do maestro Abbado.

Lucas Macías Navarro

A história deste disco é interessante e está na net. O principal oboé da Concertgebouw Amsterdam ligou para um produtor do selo perguntando se haveria interesse de gravar o concerto de Mozart com a orquestra e o maestro. Certamente, foi a resposta.  Mas, um pouco de cautela era necessário, pois ao que parece, o oboísta é dado a brincadeiras. Para nossa grande felicidade, desta vez a coisa era séria. Alguns anos passados na agenda de todo mundo e com a ajuda de algum gracioso patrocínio, o disco foi gravado na Espanha em 2013.

E como de um só concerto não se faz um disco, a Sinfonia Concertante de Haydn completou adoravelmente a empreitada, permitindo aos outros músicos da orquestra brilharem, assim como nos proporcionar ouvir Abbado regendo Haydn.

Noto que esta Sinfonia Concertante em si bemol maior, Hob. I/105, de Haydn, escapou da Grande Postagem do colega Ammiratore, com todas as Sinfonias de Haydn. Esta é ‘concertante’…

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Oboé em dó maior, K. 314 (1777)

  1. Allegro aperto
  2. Adagio non troppo
  3. Allegretto

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia Concertante em si bemol maior, Hob. I/105 (1792)

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro con spirito

Lucas Macías Navarro, oboé

Gregory Ahss, violino

Konstantin Pfiz, violoncelo

Guilhaume Santana, fagote

Orchestra Mozart

Claudio Abbado

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FLAC | 177 MB

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MP3 | 320 KBPS | 95 MB

Claudio, casting his spell…

Para nosso ‘Momento Babel’, duas críticas ao disco:

BBC Music Magazine on Mar 15, 2017

“The performance of the Mozart Oboe Concerto is admirably beautiful, with fine playing from Lucas Macias Navarro, and every orchestral phrase lovingly caressed by Abbado. At 40 minutes the disc isn’t generously filled, but few would want to measure the musical riches it offers by the clock.”

Grandiose!!!

George F. on Jan 18, 2016

Magnifique album et si étonnant qu’un petit label indépendant ai pu l’enregistrer! À écouter et ré-écouter sans limite, grandiose Claudio Abbado!!

Magnífico, grandioso! Você deve ter pego a ideia. Aproveite!

René Denon

Se você gostou deste álbum, poderá também gostar de:

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Symphonies – Abbado – Orchestra Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Sinfonia concertante in E flat major K. 297b , Concerto for Flute, Harp and Orchestra in C major K. 299 – Orchestra Mozart – Claudio Abbado

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W. A. Mozart (1756-1791): Piano Concerto No.25 K.503 & Piano Concerto No.20 K.466

Fasch · Haydn · Kohaut · Hagen: Concertos para Alaúde (Hopkinson Smith)

Fasch · Haydn · Kohaut · Hagen: Concertos para Alaúde (Hopkinson Smith)

Um disco que ouvi com moderado entusiasmo. A popularidade do alaúde estendeu-se por três séculos e seu centro de gravidade foi se deslocando através da Europa: no século XVI triunfou na Itália, no século XVII teve o seu período de ouro em França e no século XVIII ganhou apreço no mundo austro-germânico. Este último florescimento foi mais breve, pois em meados do século XVIII sua popularidade estava já em acentuado declínio, apesar de ter sido por essa altura que o instrumento atingiu o ponto culminante do seu desenvolvimento, com o aparecimento de alaúdes de 13 e 14 cordas (geralmente estas eram duplas, o que implicava, portanto, 26 cordas). Embora o repertório para alaúde solo seja abundante, já os concertos para alaúde são raros, uma vez que o débil volume sonoro do instrumento torna difícil que não seja engolido pela orquestra. Dos poucos concertos para alaúde que sobreviveram, só o RV.93 de Vivaldi é tocado regularmente, mas vale a pena descobrir outros exemplares do gênero.

Fasch · Haydn · Kohaut · Hagen: Concertos para Alaúde (Hopkinson Smith)

Johann Friedrich Fasch (1688-1758)
Concerto en ré mineur pour luth, 2 violons, alto et b. c.
1 Allegro Moderato 05:44
2 Andante 06:16
3 Un Poco Allegro 03:36

Joseph Haydn (1732-1809)
Cassation en ut Majeur pour luth obligé, violon et violoncelle (Hob. III:6)
4 Presto 02:09
5 Minuetto- Trio 04:03
6 Adagio 04:30
7 Finale. Presto 2:35

Carl Kohaut (1726-1784)
Concerto en fa Majeur pour luth, 2 violons et violoncelle
8 Allegro 05:42
9 Adagio 04:40
10 Tempo Di Minuetto 03:56

Bernhard Joachim Hagen (c. 1720-1787)
Concerto en la Majeur pour luth, 2 violons, alto et violoncelle (Cadences B. J. Hagen / H. Smith)
11 Allegro Moderato 05:12
12 Largo 04:28
13 Allegro 04:01

HOPKINSON SMITH: 13-course lute,
CHIARA BANCHINI: violin,
DAVID COURVOISIER: viola,
ROEL DIELTIENS: cello,
DAVID PLANTIER: violin

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Alaudista, DE Theodoor Rombouts, c.1620

PQP

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 99-104

Foram só alegrias os dezoito meses da primeira visita de Haydn (1732 — 1809) em Londres nas temporadas de concertos de 1791 e 1792. Abriremos este último post da integral das sinfonias do mestre com o empresário Johann Peter Salomon tentando trazê-lo a Londres para o início da nova temporada no “Hanover Square Rooms” que iria se iniciar em Fevereiro de 1793. Porém alguns imprevistos impediram o mestre de retornar a Londres: primeiro por problemas de saúde (fez uma cirurgia mal sucedida no nariz) e sobretudo pelas tensões políticas da época: a Europa se deteriorava gradualmente com a repercussão da Revolução Francesa: os franceses haviam guilhotinado o rei Luís XVI em janeiro de 1793. Era o início da guerra que se estenderia até a Batalha de Waterloo, em 1815. Eles chegaram a um acordo e fizeram um novo contrato para a temporada de 1794. Após um intervalo vienense relativamente tranquilo de dezoito meses, durante o qual deu aulas intermitentes ao jovem Beethoven, Haydn chegou a Londres, para sua segunda visita em 4 de fevereiro de 1794. Trazia consigo quartetos, uma sinfonia recém-concluída, a número 99 e mais duas em andamento, a centésima e a centésima primeira. No final da temporada de 1794, Salomon foi forçado a suspender seus concertos nesta temporada porque a guerra com a França estava impossibilitando o envolvimento dos principais talentos, sobretudo vocais, vindos do exterior. Para a temporada seguinte Haydn concordou em escrever mais três sinfonias (as suas últimas) para a série de concertos de 1795.

As últimas seis sinfonias de Haydn foram escritas para sua segunda visita a Londres. A primeira delas, a sinfonia número 99 em Mi bemol maior, havia sido concluída no ano anterior, em Viena, e foi apresentada pela primeira vez em Londres, no concerto da “Hanover Square”, em 10 de fevereiro, em um programa que incluía a habitual mistura de música vocal e instrumental, com um novo concerto escrito e tocado pelo famoso violinista Viotti e um novo concerto para piano de Dussek. Salomon reuniu uma orquestra com cerca de sessenta músicos. A sinfonia começa com uma introdução lenta ao primeiro movimento, levando a um Vivace assai, no qual o tema principal é introduzido pelos primeiros violinos, a ser retomado pelos instrumentos de sopro, com um segundo tema que também faz uso melódico do clarinete. Haydn faz uso mais pleno dos instrumentos de sopro os tratando com um maior grau de independência. O movimento lento é um bom exemplo disso, quando flauta, oboé e fagote ecoam. O belo minuet, com seus contrastes dinâmicos, com a linda pontuação dos oboés, clarinetes, fagotes e cordas. O último movimento é na forma de sonata-rondo, com dois temas que evoloem de forma surpreendente. A centésima sinfonia foi tocada no oitavo concerto, em 31 de março, em um programa que incluía a apresentação de um novo quarteto Haydn e um concerto composto e tocado pelo violinista Viotti. A “Grande Abertura Militar”, como o novo trabalho foi descrito, começa com uma introdução lenta, evolui para o alegro, a segunda parte foi, mais tarde, utilizada por Johann Strauss. O segundo movimento, allegretto, inclui uma bateria militar, triângulo, pratos e bumbo em sua pontuação. O minuet é relativamente lento, com um toque de mistério. A sinfonia termina com um rondo, cujo tema principal se tornou rapidamente popular na Inglaterra, nos salão de baile. No final, a percussão militar é novamente usada proporcionando uma peculiaridade neste trabalho.

A sinfonia 101 é aberta com uma introdução lenta e portentosa e pela primeira vez, é o movimento lento que dá o apelido ‘The Clock’, derivados do acompanhamento ostinato de ‘tique-taque’ até o tema principal do andante. Incomum nas obras do mestre, uma combinação diferente do rondo, o tema principal recorrente nunca aparece exatamente da mesma forma: em sua reexposição ‘tique-taque’ é dado à flauta e fagote, com o tema evoluindo entre os dois nos violinos. Nessa fase de sua carreira, os minuetos de Haydn estavam assumindo maior importância na sinfonia e já tendendo para os scherzos, neste caso, um trio prolongado que diverte-se com um ostinato, um movimento muito elaborado e divertido de ouvir! Muitos críticos cravam que o final desta sinfonia seria o seu melhor “finale. Em minha nula opinião, cravar apenas um movimento como sendo o “melhor” não faz sentido. Mas este finale é tão brilhante que sim está entre os “top 10” melhores. A orquestração é sublime, se final realmente é exuberante. A estreia desta sinfonia trouxe consigo ondas de aclamação da imprensa londrina: “…como sempre, a parte mais deliciosa do entretenimento foi a nova grande Overture (sinfonia) de Haydn; inesgotável, o maravilhoso, o sublime Haydn! …. Toda a composição foi de autêntica alegria. Cada nova sinfonia que ele escreve, tememos, até que seja ouvido, ele pode apenas se repita; e sempre estamos enganados….”.

A belíssima sinfonia número 102 teve a seguinte repercussão na imprensa inglesa em 3 de fevereiro (Morning Chronicle) … a nova Overture, composta pelo inimitável Haydn, foi realizada em um estilo magistral, como merecia ser o mais ricamente possível. Sua genialidade, como já tivemos oportunidade de observar com frequência, é inesgotável. Em harmonia, modulação, melodia, paixão e efeito, ele é totalmente incomparável…” A introdução lenta tornou-se uma prática mais ou menos comum nas sinfonias de Haydn e a 102º não é exceção. No primeiro incrível desenvolvimento do movimento existe um rigor temático comparável ao final da 101º. O Adagio aqui é mais direto, qualidade e uma calma que beira um sonho. Da mesma forma, o minuet mostra um lado diferente da personalidade de Haydn da relativa dignidade exibida na de número 101; aqui o sentimento é totalmente mais rústico, com o contraste proporcionado pelo trio levemente pontuado e dominado pelos instrumentos de sopro. O final é um dos sonata-rondos mais humorísticos e alegres de Haydn, com suas raízes musicais na ópera italiana “buffa”, tanto quanto na tradição sinfônica, contrsta esta alegria com a seriedade dos movimentos iniciais.

Chegamos ao último CD desta série com as sinfonias 103 e 104. Haydn escreveu a sinfonia número 103, apelidada de “Mit dem Psukenwirbel” em 1795, durante sua segunda visita a Londres. A sinfonia foi apresentada pela primeira vez no “King’s Theatre” em 2 de março, no Opera Concert. A lenta introdução do primeiro movimento começa com um soar dos tímpanos, seguido de um longo tema de violoncelos, contrabaixos e fagotes, sugerindo o “Dies irae” da missa de Requiem, (um contraste absurdo em comparação com o alegre final da 102) com seus contrastes dinâmicos que levam a um animado Allegro, no final os tímpanos reaparecem assim como o adagio inicial (sei não… tem alguma coisa do primeiro movimento da quarta sinfonia de Beethovem também… ou tenho que visitar o otorrino…). O segundo movimento é um conjunto de variações duplas, temas aparentemente de origem folclórica dos Bálcãs e depois uma chuva de belíssimas variações, com toda a sutileza de que Haydn era um enorme mestre. O minuet permite aos clarinetistas de Londres uma perigosa liberdade. As trompas introduzem o Finale, notavelmente baseado em mais um tema e tão original quanto qualquer coisa que o genial Haydn escreveu.

A última sinfonia de Haydn, a centésima quarta, estreou com o aplausos de êxtase habitual do público no concerto beneficente de 4 de maio de 1795, que lhe trouxe uma soma colossal em bônus “…tal coisa só é possível na Inglaterra…”, ele registrou em seu caderno. Se ele pretendia ou não mostrar neste trabalho o seu testamento sinfônico, sua grandeza e vigor, poder argumentativo e poesia visionária fazem dele uma gloriosa “última sinfonia”. Uma das explicações mais plausíveis para o motivo pelo qual essa, das doze últimas sinfonias, ficou conhecida como ‘Londres’, é que o tema principal do final lembrou aos ouvintes um grito de rua de Londres com as palavras “Live cod!” A lenta introdução rivaliza com tensão e mistério com a segunda parte, evocando uma vastidão cósmica dentro de seu período de dois minutos. O Allegro tem uma melodia linda. Essa música retorna, variada, como um reesposição; e há outra variação agradável, pontuada por flautas e oboés. O magnífico desenvolvimento é talvez o mais poderoso e rigoroso em todas as sinfonias de Haydn, o tema se desenvolve até um clímax de intensidade muito quente. A abertura tranquila do Andante é enganosa. A segunda parte da melodia se expande com uma amplitude e profundidade magníficas, enquanto a ferocidade do episódio central é comparável no Andante da sinfonia 101 “Clock”. A música flutua em formas tonais “sobrenaturais” antes de voltar magicamente de volta, como tantas vezes nesses movimentos lentos das últimas sinfonias, são impregnadas de um brilho nostálgico. O minueto nos leva a ópera com incomuns contrastes dinâmicos. Há uma “brincadeira” típica de Haydn, suas pausas terminando em pianíssimo. Haydn começa o trio pastoral com uma brincadeira mais sutil que para o público de Londres, sua origem também foi atribuída a uma música folclórica croata, é um tema contrastante em notas sustentadas, de um tipo único nos finales de Haydn. Fiel à forma, o compositor continua a explorar o potencial da música “folk” da abertura, até uma coda incandescente que Brahms – um fervoroso defensor da música de Haydn – deveria se lembrar ao compor o final da sua sinfonia número dois.

Ao falecer aos 77 anos de idade, em 31 de maio de 1809, em Viena, Joseph Haydn era o mais popular e, sem dúvida, também um dos mais abastados compositores da Europa. Sua música era executada em todo o continente, o público aclamava cada nova obra com entusiasmo. Altezas imperiais convidavam à sua mesa o filho de um artesão e de uma cozinheira. Sua carreira, no entanto, durou o período em que a sinfonia clássica se desenvolveu como a principal forma orquestral. Ele próprio certamente desempenhou um papel importante nesse desenvolvimento, espero que estes despretensiosos posts levem todo o entusiasmo que este mero admirador teve desde a audição de sua primeira sinfonia até a série final.

Adam Fischer feliz, tal qual as sinfonias de Haydn

Ufa!!! Chegamos ao fim de mais esta série. Hoje em dia, a imagem de Joseph Haydn é ambivalente. Por um lado, continua celebrado como o verdadeiro criador do classicismo vienense. Por outro, jamais conseguiu sair da sombra super-humana de Mozart e Beethoven – os quais, por sua vez, sempre apontaram o compositor mais velho como seu ponto de partida. Se Beethoven foi transformado pela posteridade em “Titã da Música”, e Mozart permaneceu o “menino-prodígio”, com Haydn ficava difícil aplicar tais rótulos. Ainda em 1870, o crítico musical Eduard Hanslick o definia como “um vovô sacudido, bonzinho, simpático que dava vontade de apertar e beijar”. E assim nascia um clichê fatídico. Mas felizmente nas últimas décadas representantes da “prática de execução historicamente informada” – como estas interpretações que tivemos a honra de compartilhar com os amigos do blog – começaram a trazer à tona um Haydn novo, inesperado. Para além de clichês petrificados e dos preconceitos auditivos, é possível redescobrir, hoje, a obra haydniana, em sua profunda humanidade. Um tesão !

Austro-Hungarian Haydn OrchestraPosando com lentes amarelas

A apresentação da Orquestra Austro-Húngara Haydn é limpa, articulada e totalmente profissional. Em suma, eu não poderia pedir uma orquestra melhor para estes posts. A característica principal de Adam Fischer é sua sempre excelente escolha dos tempos e a claridade das interpretações. Esta é uma coleção impressionante que merece ser ouvida por todos que amam a música de Franz Josef Haydn !!!!

Disc: 31 (Recorded September 1988 (#100) and September 1989 (#99))
1. Symphony No. 99 (1793) in E flat major, H. 1/99: Adagio-vivace assai
2. Symphony No. 99 (1793) in E flat major, H. 1/99: Adagio
3. Symphony No. 99 (1793) in E flat major, H. 1/99: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 99 (1793) in E flat major, H. 1/99: Finale, vivace
5. Symphony No. 100 (1793 & 4) in G major (‘Military’) H. 1/100: Adagio-allegro
6. Symphony No. 100 (1793 & 4) in G major (‘Military’) H. 1/100: Allegretto
7. Symphony No. 100 (1793 & 4) in G major (‘Military’) H. 1/100: Menuet & trio, moderato
8. Symphony No. 100 (1793 & 4) in G major (‘Military’) H. 1/100: Finale, presto

Disc: 32 (Recorded June 1987 (#101) and June 1988 (#102))
1. Symphony No. 101 (1793 & 4) in D major (‘Clock’), H. 1/101: Adagio-presto
2. Symphony No. 101 (1793 & 4) in D major (‘Clock’), H. 1/101: Andante
3. Symphony No. 101 (1793 & 4) in D major (‘Clock’), H. 1/101: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 101 (1793 & 4) in D major (‘Clock’), H. 1/101: Finale, presto
5. Symphony No. 102 (1794) in B flat major, H. 1/102: Largo-allegro vivace
6. Symphony No. 102 (1794) in B flat major, H. 1/102: Adagio
7. Symphony No. 102 (1794) in B flat major, H. 1/102: Menuetto & trio, allegro
8. Symphony No. 102 (1794) in B flat major, H. 1/102: Finale, presto

Disc: 33 (Recorded June 1987 (#103) and September 1989 (#104))
1. Symphony No. 103 (1795) in E flat major (‘Drumroll’), H. 1/103: Adagio-allegro con spirito
2. Symphony No. 103 (1795) in E flat major (‘Drumroll’), H. 1/103: Andante più tosto allegretto
3. Symphony No. 103 (1795) in E flat major (‘Drumroll’), H. 1/103: Menuet & trio
4. Symphony No. 103 (1795) in E flat major (‘Drumroll’), H. 1/103: Finale, allegro con spirito
5. Symphony No. 104 (1795) in D major (‘London’), H. 1/104: Adagio-allegro
6. Symphony No. 104 (1795) in D major (‘London’), H. 1/104: Andante
7. Symphony No. 104 (1795) in D major (‘London’), H. 1/104: Menuetto & trio, allegro
8. Symphony No. 104 (1795) in D major (‘London’), H. 1/104: Finale, spiritoso

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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O verdadeiro “Quarteto fantástico” !

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 91-98 e Sinfonia Concertante, Adam Fischer

Como vimos no post anterior a década de 1780 viu um rompimento gradual das composições regulares exclusivamente para Eszterháza, com obras produzidas a pedido de editoras de toda a Europa. Um resultado dessa nova liberdade contratual foi o conjunto das chamadas Sinfonias de Paris de 1784-1786. O clímax da carreira sinfônica de Haydn (1732 — 1809), entretanto, ocorreu após 1790, o ano da morte do príncipe. Quando o príncipe Nikolaus morreu em 1790, ele foi sucedido por seu filho, príncipe Antal, que não gostava de música e acabou por demitir a maioria dos músicos da corte mantendo Haydn, que estava ao serviço da família há quase trinta anos, como Kapellmeister apenas no nome.

Foi um ponto de virada na carreira de Haydn. Nenhum dever era exigido dele, permitindo que Haydn fizesse o que quisesse. Depois de tanto tempo na corte de Ezsterházy o compositor estava ansioso por experimentar um modo de vida diferente. Ofertas começaram a chegar aos montes para o compositor recém emancipado, estava a ponto de aceitar um cargo com o rei de Nápoles quando um estranho apareceu na porta de seu alojamento, em Viena, e proferiu palavras imortais: “Eu sou Salomon de Londres e vim procurar você”. Johann Peter Salomon, natural da cidade natal de Beethoven, Bonn, foi um dos promotores e empresários de concertos mais bem-sucedidos de Londres. Com a promessa de comissões generosas e bônus de ‘faturamento de estrelas’ em sua temporada de concertos em Londres, Haydn foi facilmente persuadido a fazer a viagem de dezessete dias do continente europeu à Inglaterra, apesar de raramente ele ter viajado antes além dos limites de Viena e das propriedades Ezsterházy. Salomon, chegou e encomendou a Haydn 6 novas sinfonias e 20 composições menores a serem conduzidas pelo próprio compositor em uma série de concertos orquestrais em Londres patrocinados por Salomon. Haydn aceitou de bom grado essa oferta e os dois homens partiram para Londres em dezembro de 1790. Finalmente pela primeira vez Haydn desembarcou na Inglaterra no dia de Ano Novo de 1791, pouco depois chegando a Londres, onde se alojou com o violinista-empresário Johann Peter Salomon, que havia organizado a visita. A temporada de shows de Salomon começou no dia 11 de março, na Hanover Square Rooms, onde Johann Christian Bach e seu colega Carl Friedrich Abel haviam feito anteriormente uma série de concertos. A orquestra de Salomon naquela época consistia em cerca de quarenta artistas altamente competentes e foi para eles que Haydn escreveu o primeiro de seus Salomon ou London Symphonies. Em junho, a temporada chegou ao fim e, em julho, Haydn viajou para Oxford, onde participou de uma série de concertos e recebeu o diploma de Doutor em Música. Conforme relatou à sua amiga e confidente Maria Anna von Genzinger, uma semana após sua chegada a Londres: “Todo mundo quer me conhecer. Eu tive que jantar fora seis vezes até agora e, se quisesse, poderia receber um convite todos os dias; mas primeiro devo considerar minha saúde e depois meu trabalho. Exceto pela nobreza, não admito encontros até as duas da tarde”. A fama de Haydn na Inglaterra, como na França, baseava-se sobretudo em suas sinfonias das décadas de 1770 e 1780, particularmente a número 53, apelidada de “L’Impériale”, a favorita do público até então.

Johann Peter Salomon

A parte principal de seu lucrativo acordo com Salomon foi a composição de seis novas sinfonias (da 93 até a 98) em duas temporadas, pelas quais ele receberia 300 libras – na época uma fortuna. Haydn agora está menos inclinado à excentricidade, suas melodias se tornam mais amplas e cativantes (a maioria dos movimentos da sonata contém um ‘segundo tema’ distinto e afinado), suas formas ainda mais livres, suas modulações ainda mais ousadas. Inspirado também pelas substanciais forças londrinas, o tratamento de Haydn à orquestra supera até os trabalhos escritos para Paris. Essas são as sinfonias mais brilhantes e mundanas, refletindo o ambiente emocionante em que foram escritas e a determinação de Haydn de impressionar um público diferente. Talvez mais do que qualquer música instrumental anterior ou posterior, as sinfonias de “Londres” encapsularam e moldaram o “gosto” de seus ouvintes, enquanto os expandiam e desafiavam cada vez mais. Juntamente com as maiores sinfonias da década de 1780 (principalmente 82, 86, 88 e 92), elas são a consumação do que Charles Rosen, em seu grande livro “The Classical Style”, chamou de “pastoral heroica”: não apenas pela trios rústicos e melodias quase-folclóricas, mas para “aquela combinação de ironia sofisticada e inocência superficial que faz parte do gênero pastoral”. As duas primeiras sinfonias de “Londres” foram os números 95 e 96, estrearam nos concertos de Salomon numa noite de sexta-feira no “Hanover Square Rooms” (com capacidade para cerca de 500 ouvintes) em abril ou no início de maio de 1791.

Enquanto estava em Londres em 1791, Haydn ficou profundamente comovido com a música de George Frid eric Handel em performances magistrais dos oratórios. Decidindo compor outros trabalhos nesse gênero, obteve um libreto adequado e, depois de se estabelecer em Viena e retomar suas funções para o príncipe Ezsterházy, começou a trabalhar no oratório “A Criação” , mas ai é outra história, aliás outro lindo post (AQUI)…. Em junho de 1792, Haydn deixou Londres para voltar a Alemanha. Em sua jornada, ele parou em Bonn, onde o jovem de 22 anos, Ludwig van Beethoven, foi apresentado a ele, e foi combinado que o jovem e tempestuoso compositor se mudasse para Viena para receber as instruções de Haydn. Em uma carta de 1793 ao patrono de Beethoven, o eleitor de Colônia, Haydn afirmou que “Beethoven será um dia considerado um dos maiores compositores da Europa, e terei orgulho em ser chamado de professor”…. né que estava certo ? Estas e outras histórias do Renano estão sendo lindamente contadas ao longo deste ano pelo querido Vassily Genrikhovich (AQUI).

A sinfonia que inicia o CD 28 é a sinfonia concertante. Tem uma curiosa historinha: Haydn teve grande sucesso em sua primeira temporada em Londres que provou ser imbatível nos concertos de Salomon, onde ele apresentou novas e brilhantes sinfonias escritas para a ocasião. Na próxima temporada, uma organização rival, a Professional Concerts, contratou o ex-aluno de Haydn, Ignace Pleyel, como contra-atração. Haydn escreveu a um amigo em Viena em janeiro de 1792: “Então uma guerra sangrenta e harmoniosa começará entre mestre e aluno.” Aparentemente, era ideia de Salomon que Haydn enfrentaria agora uma das poucas formas que ele nunca havia testado antes – a sinfonia concertante, no qual Pleyel se destacava. E foi assim que Haydn, que havia escrito mais de noventa sinfonias e cerca de quatro dúzias de quartetos de cordas, compôs a única sinfonia concertante de sua longa carreira. O manuscrito de Haydn parece ter sido escrito com tanta pressa que ele pode tê-lo escrito entre 27 de fevereiro e 9 de março, a data da estreia de Haydn. Independentemente das circunstâncias de sua criação e a pressa da composição, a Sinfonia concertante foi um sucesso; foi repetido na semana seguinte. “Foi profundo, arejado, comovente e original”, escreveu o crítico do Morning Herald. As sinfonias números 90, 91 e 92 foram trabalhos que Haydn escreveu no continente antes de sair em sua histórica primeira viagem a Londres. O Largo que abre a sinfonia 91 é uma imponente introdução, o Allegro começa enganosamente simples, com seu tema principal pouco mais que uma escala crescente cromática. O movimento lento está em forma de variação. O minuet e o trio são seguidos por outro final monotemático em forma de sonata. Haydn completou a Sinfonia nº 92 em 1789. Em julho de 1791, ele recebeu um doutorado honorário pela Universidade de Oxford e conduziu para a ocasião sua sinfonia no “Sheldonian Theatre”, de onde ganhou seu apelido de “Oxford”. Foi realmente o trabalho ideal para demonstrar seu valor. A última sinfonia antes do doze obras de Londres, resume sua conquista sinfônica dos trinta anos anteriores, com sua introdução refinada levando a um de seus Allegros mais motivadamente concisos, cuja vivacidade contrasta com a poético lirismo do Adagio cantabile. Um minuet representativo e trio leva ao final do Presto, um cruzamento entre a forma sonata e rondo, com uma das invenções melódicas mais envolventes de Haydn.

Haydn iniciou as sinfonias números 93 e 94 no verão de 1791 enquanto permanecia na propriedade rural, perto de Hertford, do banqueiro e comerciante Nathaniel Brassey e sua família. Durante a temporada de 1791, ele teve tempo de estudar o gosto inglês; e os dois trabalhos são mais amplos em escala e mais ousados, ambas as sinfonias foram projetadas para atrair seu público londrino a contrastes espetaculares, às vezes irônicos. A sinfonia número 93 foi tocada pela primeira vez em 17 de fevereiro de 1792 como peça central do primeiro concerto de Salomon da nova temporada no “Hanover Square Rooms” e foi recebida com entusiasmo. “Tal combinação de excelência estava contida em todos os movimentos” – comentou o Times na manhã seguinte – “…, como inspirou todos os artistas, bem como deixou o público com entusiasmado. Novas idéias, capricho agradável combinado com a grandeza sublime e habitual de Haydn deu mais alma e sentimentos para cada indivíduo presente.” A sinfonia começa com uma introdução lenta, o ‘Allegro assai’ que se desenvolve lindamente. O movimento lento é um conjunto de variações sobre um tema apresentado por um quarteto de de cordas e repetido com tutti cordas e com a melodia posteriormente dobrada por um fagote solo, lembrando uma variação de Handel, cuja música Haydn já tinha tido contato desde a sua chegada a Londres. O Minuet espirituoso é seguido por um rondo finale com o mesmo humor genial que o tema principal do primeiro movimento. A belíssima e popular nonagésima quarta sinfonia teve que esperar até o sexto concerto da Temporada de 1792 de Salomon para sua primeira apresentação e foi muito bem recebido. O ‘Vivace assai’ que segue a lenta introdução é um dos mais brilhantes e inventivos movimentos de Haydn, cheios de energia e harmônicos, delícias temáticas e rítmicas. Apesar da lenda, Haydn mais tarde desmentiu que a ‘surpresa’ do acorde alto no movimento lento não foi adicionado para acordar um público desatento, mas simplesmente como um efeito dramático. O Minuet e o final continuam o nível particularmente alto de inspiração encontrado nesta sinfonia, sendo o último movimento uma emocionante sonata rondo que passa por uma vasta gama de notas e combinações instrumentais em seu caminho agitado para sua conclusão. A sinfonia número 95 em dó menor também foi escrita em Londres em 1791 e foi apresentada em algum momento durante a primeira temporada de Haydn lá, aparentemente se mostrando menos popular do que suas outras novas sinfonias. A forte figura de abertura do primeiro movimento é anunciada por sopros e cordas. O Andante cantábile é introduzido pelas cordas. A primeira variação usa um violoncelo solo, seguido dos primeiros violinos, ecoados pelo violoncelo solo. O Minuet composto na escala de um sinistro dó menor. O Trio, no entanto, agora emdó maior, com um violoncelo solo acompanhado por cordas em alegre contraste. O Final, em dó maior, iniciado pelas cordas, seguindo-se uma passagem em fuga, após a qual o tema principal retorna em recapitulação, com um toque a mais de contraponto antes da conclusão firme.

A sinfonia nº 96 conhecida como “The Miracle”: ao invés de ter conotações religiosas o apelido se deu por causa da escapada milagrosa de várias pessoas da plateia que saíram de seus lugares e avançaram para ver Haydn de perto quando ele apareceu, evitando assim serem esmagados por um candelabro que caiu em seguida em seus lugares. O primeiro movimento abre, assim como a maioria das sinfonias de Londres, com uma introdução lenta, o oboé solo que leva ao Allegro, no qual o primeiro violino propõe o tema principal, o desenvolvimento parece terminar com uma pausa repentina, mas o que se segue é uma bela recapitulação. O movimento lento permite que os instrumentos de sopro desenvolvam gradualmente, após o tema principal tocado pelo primeiro violino. O Minuet pede a orquestra completa, com suas flautas, oboés, fagotes, trompetes e tímpanos, enquanto o companheiro Trio é dominado pelo oboé solo. O final é aberto pelas cordas com o tema principal, um rondo animado e delicado. O início da sinfonia 97 é marcado com uma introdução lenta, utilizando material melódico intimamente relacionado ao final do exposição e à coda que conclui o movimento. O Vivace abre triunfantemente com uma figura de fanfarra compartilhada por toda a orquestra. O movimento lento é introduzido pelas cordas, o tema principal pontuado por acordes de sopros. O Minuet faz uso de contrastes dinâmicos e enquadra um trio que leva os primeiros violinos às alturas. Há surpresas estruturais no belíssimo Finale. A sinfonia

Adam posando num belo jogo de sombras no PQPBach Hall Center

número 98 que encerra esta postagem novamente é iniciada de forma lenta, a figura de abertura do Allegro fornece material para o início do desenvolvimento central, para que apareça novamente para iniciar a recapitulação e dominar a coda final. O famoso Adagio tem seu tema principal um hino que sugere “Deus salve o rei”. O material é desenvolvido com movimento e a recapitulação se abre com o acompanhamento de um violoncelo solo. O Minuet é direto, com sua bonita duplicação dos primeiros violinos com o fagote. O Finale permite que os primeiros violinos afirmem o tema principal, ecoado por um oboé solo.

Ótimas sinfonias em belíssimas interpretações da valorosa Austro-Hungarian Haydn Orchestra e seu maestro Adam Fischer, penso eu nesta penúltima postagem que o maestro chamando a atenção para a profundidade e a beleza das sinfonias, produziu interpretações de primeira classe de todos os movimentos, em cada performance ele nos traz uma condução mais expressiva sem exageros, Haydn iria amar estas performances. Trabalho formidável !

Disc: 28 (Recorded September 1988 (Hob. I:105), September 1990 (#92) and September 1991 (#91))
1. Symphony No. 91 (1788) in E flat major (‘Letter T’), H. 1/91: Largo-allegro assai
2. Symphony No. 91 (1788) in E flat major (‘Letter T’), H. 1/91: Andante
3. Symphony No. 91 (1788) in E flat major (‘Letter T’), H. 1/91: Menuet & trio, un poco allegretto
4. Symphony No. 91 (1788) in E flat major (‘Letter T’), H. 1/91: Finale, vivace
5. Symphony No. 92 (1789) in G major (‘Oxford’/’Letter Q’), H. 1/92: Adagio-allegro spiritoso
6. Symphony No. 92 (1789) in G major (‘Oxford’/’Letter Q’), H. 1/92: Adagio
7. Symphony No. 92 (1789) in G major (‘Oxford’/’Letter Q’), H. 1/92: Menuet & trio, allegretto
8. Symphony No. 92 (1789) in G major (‘Oxford’/’Letter Q’), H. 1/92: Presto
9. Sinfonia Concertante (1792) for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: Allegro
10. Sinfonia Concertante (1792) for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: Andante
11. Sinfonia Concertante (1792) for violin, cello, oboe, bassoon & orchestra, H. 1/105: Allegro con spirito

Disc: 29 (Recorded June 1989 (#93 & 95) and September 1998 (#94))
1. Symphony No. 93 (1791) in D major, H. 1/93: Adagio-allegro assai
2. Symphony No. 93 (1791) in D major, H. 1/93: Largo cantabile
3. Symphony No. 93 (1791) in D major, H. 1/93: Menuetto & trio, allegro
4. Symphony No. 93 (1791) in D major, H. 1/93: Finale, presto ma non troppo
5. Symphony No. 94 (1791) in G major (‘Surprise’), H. 1/94: Adagio-vivace assai
6. Symphony No. 94 (1791) in G major (‘Surprise’), H. 1/94: Andante
7. Symphony No. 94 (1791) in G major (‘Surprise’), H. 1/94: Menuet & trio, allegro molto
8. Symphony No. 94 (1791) in G major (‘Surprise’), H. 1/94: Finale, allegro di molto
9. Symphony No. 95 (1791) in C minor, H. 1/95: Allegro moderato
10. Symphony No. 95 (1791) in C minor, H. 1/95: Andante
11. Symphony No. 95 (1791) in C minor, H. 1/95: Menuetto & trio
12. Symphony No. 95 (1791) in C minor, H. 1/95: Finale, vivace

Disc: 30 (Recorded June 1988 (#96) and June 1989 (#97 & 98))
1. Symphony No. 96 (1791) in D major (‘Miracle’), H. 1/96: Adagio-allegro
2. Symphony No. 96 (1791) in D major (‘Miracle’), H. 1/96: Andante
3. Symphony No. 96 (1791) in D major (‘Miracle’), H. 1/96: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 96 (1791) in D major (‘Miracle’), H. 1/96: Finale, vivace assai
5. Symphony No. 97 (1792) in C major, H. 1/97: Adagio-vivace
6. Symphony No. 97 (1792) in C major, H. 1/97: Adagio ma non troppo
7. Symphony No. 97 (1792) in C major, H. 1/97: Menuetto & trio, allegretto
8. Symphony No. 97 (1792) in C major, H. 1/97: Finale, presto assai
9. Symphony No. 98 (1792) in B flat major, H. 1/98: Adagio-allegro
10. Symphony No. 98 (1792) in B flat major, H. 1/98: Adagio
11. Symphony No. 98 (1792) in B flat major, H. 1/98: Menuet & trio, allegro
12. Symphony No. 98 (1792) in B flat major, H. 1/98: Finale, presto

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 82-90, Adam Fischer

Músico admirado, que criou gêneros totalmente inéditos em sua época, que não se curvava a nenhuma regra teórica e que sabia como poucos traduzir em sons o humor e a comicidade. Contrapondo expectativas e surpresas, o convencional e o anticonvencional, simetrias e assimetrias, ele sabia fazer seu público se divertir, Franz Joseph Haydn (1732 — 1809) era um homem simpático e organizado, considerado “apenas” como o pai do classicismo musical vienense. Com muito carinho e reverência, nós deste delicioso e despretensioso blog, estamos fazendo uma singela homenagem a talvez um dos poucos gênios que em sua época recebeu “grande reverência” dos seus contemporâneos. Porém por alguma razão as interpretações de sua obra a posteriori de sua morte foram “esfriando”. Por incrível que pareça, no fim do século XIX e meados do século XX, Haydn foi rotulado como compositor “antiquado”que deixou composições bastante agradáveis, porém “sem muito arrojo”. Neste conjunto de 11 postagens estamos mostrando que vale a pena reencontrar sua música. As oito postagens já publicadas nos mostraram o Haydn do “palácio”, um funcionário extremamente criativo que bolava seus trabalhos para servir a corte do seu “mecenas”. Limitado por sua pequena orquestra em Eszterháza e mesmo assim fazendo trabalhos espetaculares. Nas próximas três postagens veremos um Haydn fazendo geniais criações para “o mundo”.

Papa Haydn !!

Um fato que nós do blog não podemos deixar passar: a relação entre Haydn e o pequeno “menino prodígio” Mozart. A relação entre Haydn e Mozart foi realmente uma das maiores amizades artísticas da história. Haydn era 24 anos mais velho que Mozart, e quando se conheceram em Viena perto do Natal de 1783, Haydn provavelmente era o compositor mais famoso do mundo. Diz a lenda que Mozart, ao ser apresentado a Haydn, ficou tão emocionado ao simplesmente vê-lo que foi as lágrimas antes mesmo de poder dizer “oi”, tal a mágica empatia que nascia ali. Haydn foi um dos maiores entusiastas e o que mais defendeu a música do jovem. Exaltando as virtudes musicais de Mozart a todos que quisessem ouvir sua música. Em carta informou o pai de Mozart que seu amado filho era o maior compositor conhecido por ele: “Eu digo a você, Leopold, diante de Deus e, como homem honesto, seu filho é o maior compositor conhecido, por pessoa e reputação, ele tem bom gosto que é impressindível para se ter habilidade em composição”. Mozart por sua vez idolatrava as sinfonias de Haydn e os quartetos de cordas, chegando a dedicar ao velho mestre em 1785 seus seis genias quartetos K. 387, 421, 428, 458, 464 e 465, conhecidos como “Quartetos Haydn” e AQUI postados pelo querido fdpbach. Estes quartetos foram tocados pela primeira vez num concerto privado para amigos das famílias de Mozart e Haydn. Em 1789, Mozart convidou Haydn para os ensaios da ópera “Cosi fan Tutte”. Por esta época um inglês chamado Johann Peter Salomon convidou Haydn e Mozart para visitar Londres em 1790. Mozart planejava ir, mas Constanze estava grávida. A lenda nos diz que em um jantar na véspera da viagem Mozart disse: “Papa, você não pode ir a Londres, não conhece o idioma deles”. Haydn respondeu: “Minha música é entendida em todo o mundo, não se preocupe”. No dia da viagem, no porto de Viena, Mozart despediu-se de seu grande amigo com um grande e carinhoso abraço e comentou, com lágrimas nos olhos, que ele temia que nunca mais iriam se ver. Isso seria verdade, pois menos de 18 meses depois, Mozart morreria aos 35 anos. Eles se influenciaram enormemente e eram acima de tudo bons amigos. Mas o mais legal desta relação é a completa ausência de ciúmes profissional entre os dois compositores.

Como foi dito, até a sinfonia 81 Haydn compunha com o objetivo de agradar o gosto do seu chefe e sua corte. Belez, a partir da octogésima segunda Haydn compunha para o público dos grandes teatros da Europa, e com total liberdade para inovar. São obras com o melhor do melhor estilo alegre e brilhante que o mestre poderia oferecer. São obras mais livres, mais virtuosísticas.

Apesar de restrito aos eventos da corte de Ezsterházy, a música de Haydn se espalhou por toda parte, em toda a Europa, para lugares tão distantes da Áustria-Hungria como Espanha e Inglaterra. Os parisienses, em particular, o tinham com muito respeito, como mostra o grande número de publicações de suas obras. Com liberdade que aos poucos estava conquistando na corte, Haydn fazia trabalhos externos e ganhou popularidade. Aproveitou todas as oportunidades para responder às comissões no exterior, particularmente em Paris, a mais importante das quais resultou nas seis sinfonias conhecidas como ‘Paris’, números 82 até 87. Haydn gozava de considerável estima em Paris e, em 1785, em resposta a uma encomenda do jovem conde Comte d’Ogny (1757-1790), ele forneceu um conjunto de seis sinfonias, projetadas para a maior orquestra disponível no teatro da capital francesa (na época esta orquestra dispunha de quarenta violinos e dez baixos), bem diferente de sua pequena orquestra no palácio de Eszterháza, os “Concert de la Loge Olympique”, para a qual ele escreveu suas novas sinfonias eram obras com novas perspectivas, mais complexas. Como vimos nos posts anteriores a numeração das sinfonias era uma zona e não reflete a ordem do período em que foram compostas, Haydn solicitou a sua editora, a Artaria, para emiti-los na ordem em que ele enviou (87, 85, 83, 84, 86, 82), porém a editora Artaria, presumivelmente por razões comerciais, deixou na ordem em que os conhecemos hoje.

As seis sinfonias foram apresentadas pela primeira vez com grande aclamação durante a temporada de 1787 do Olympique (com o jovem Cherubini entre os violinistas) e logo depois foram repetidas no Concert Spirituel. Em janeiro de 1788, eles foram anunciados para venda pela editora parisiense Imbault (Haydn também deu os direitos das obras às editoras de Viena e Londres): “…essas sinfonias … não podem deixar de ser avidamente procuradas por aqueles que tiveram a sorte de ouvi-las, e também por aqueles que não as conhecem. O nome de Haydn responde por seu extraordinário mérito! “

A sinfonia número 82 que inicia o CD 25 ganhou o apelido de “L’Ours” existe um vigor e excitação quase animal no movimento de abertura. O Allegretto tem uma semelhança com a forma de variação, mas o tratamento de Haydn sobre o seu tema é caracteristicamente idiossincrático. O minuet favorece a graça e grandeza francesas e no trio ele põe em teste a estimada reputação dos instrumentistas de sopro do Olympique. Passagens virtuosísticas continuam no movimento final (definitivamente rústico), um movimento de sonata em que o ostinato ‘parecido com um urso’ marca cada momento. Uma excelente sinfonia! Haydn raramente retornou à escala menor para uma sinfonia depois dos trabalhos do período “Sturm e Drang”, porém na sinfonia 83 o resultado é deslumbrante. Está em pé de igualdade com as sinfonias equivalentes de Mozart. Apelidada de “La Poule” o primeiro movimento é muito intenso e belo. O Andante é um movimento cheio de contrastes dinâmicos dramáticos, enquanto o minuet é talvez um pouco mais no estilo germânico. O final é lembra um galope de cavalos. Coisa de lôco meu, que sinfonia! A sinfonia 84 diferente de suas irmãs não tem “apelido”. Sua individualidade não é menos aparente a introdução Largo e Allegro deliciosamente seguido por um conjunto de variações aproveitando ao máximo seus instrumentos de sopro, no segundo tema ouvimos ressoar o primeiro movimento da sinfonia 45 em belíssimas variações. O do Andante eles conseguem independência das cordas numa passagem breve, mas eficaz, acompanhada de pizzicato. O minuet e final espirituoso completam mais este genial trabalho. Tal foi o sucesso desses trabalhos que ninguém menos que a rainha Marie Antoinette expressou seu agradecimento, alegando que a sinfonia 85 era a sua favorita. Esperto o editor Imbault adicionou a legenda “La Reine de France” para a primeira edição. Haydn já tinha conquistado seu lugar nos corações parisienses por ter incluindo uma canção folclórica francesa, ‘La gentille jeune Lisette’, como tema de seu movimento lento na sinfonia. A última frase do flautista no solo da segunda metade do movimento, na primeira partitura publicada, tinha uma instrução para uma exclamação de alegria. O minuet revela um uso solo distinto dos instrumentos de sopro, característicos dessas obras parisienses, enquanto o final energético é um bom exemplo da forma sonata de Haydn.

A sinfonia 86 é um dos trabalhos harmonicamente mais avançados de Haydn. A introdução do Adagio é direta, mas o primeiro tema do Allegro chega apenas por meio de uma manobra que dá a Haydn muito espaço para modulações rápidas na seção de desenvolvimento, bem legal. O movimento lento – incomumente chamado Capriccio – continua a tendência ao cromatismo, com passagens de uma pungência digna de Haydn no melhor estilo. O minuet vê o mestre introduzindo elementos de sonata especialmente no desenvolvimento, em a estrutura de dança tripartida padrão. O final é outro rondo caracteristicamente espirituoso. Háaaa… a alegre octogésima sétima sinfonia foi provavelmente a primeira deste conjunto a ser escrita, embora todas as seis tenham sido compostas em um breve período de tempo. São todas sinfonias equivalentes, não há uma mais avançada que outra. Dito isto, a abertura da 87 (transmite muita alegria) apresentam maior concisão e transparência de textura do que suas irmãs mais elaboradas. O Adagio faz muito uso de solo sopros de madeira (flauta, oboé e fagote) e há um extenso solo para o oboé no trio simples do minuet. Um rápido rondo finale termina uma das sinfonias mais iluminadas, ensolaradas, felizes de Haydn (provavelmente ele transmitiu toda a alegria do momento que vivia na partitura desta obra ao ser contratado para elaborar as sinfonias “Paris”).

Austro-Hungarian Haydn Orchestra

O CD 27 inicia com a “volta para casa” do Kapellmeister. A sinfonia nº 88 em sol maior foi escrita para a orquestra de Eszterháza para o benevolente príncipe Nikolaus Ezsterházy. É a primeira de suas sinfonias escrita após a conclusão das seis sinfonias de Paris em 1786. A sinfonia foi concluída em 1787, assim como sua 89ª sinfonia. É uma das obras mais conhecidas de Haydn, apesar de não ser uma das sinfonias do grupo de “Paris” ou “Londres” e não ter um apelido descritivo. O primeiro movimento começa com uma breve introdução que se espalha rapidamente e é o corpo principal do movimento. As cordas abrem o Allegro, afirmando o tema principal e o restante do movimento se desenvolve a partir daí, com quase todas as frases derivadas deste tema. O movimento lento em ré maior consiste principalmente em variações do tema do oboé e do solo de violoncelo que o abrem, embora de vez em quando seja pontuado por acordes tocados por toda a orquestra. Depois de ouvir esse movimento lento, reza a lenda que Johannes Brahms observou: ‘Quero que minha Nona Sinfonia seja assim’ (sem brincadeira a introdução parece o momento solene da “Flauta Mágica”…. lindo é pouco. O movimento lento mais genial de Haydn de todas as sinfonias em minha modesta opinião). É a segunda das sinfonias de Haydn a usar trombetas e tímpanos no movimento lento (a outra foi a número 60 “Il Distratto”). O belo minuet está em sol maior. O final é estilo sonata-rondo, com o tema rondo apresentado pela primeira vez em forma binária. A primeira seção disso é digna de nota por terminar em cadência incomum um “final de movimento perpétuo”, é considerado um dos mais insanamente alegres que Haydn já escreveu. A sinfonia no.89 em Fá maior cordas em tutti abrem o primeiro movimento que leva ao tema principal. O movimento lento é emprestado, como é o último movimento, de um dos concertos escritos em 1786 para o rei de Nápoles. O tema principal do último movimento é marcado com a incomum direção strascinando (arrastar), quando faz sua primeira reaparição e há marcados contrastes dinâmicos que fornecem o elemento necessário de surpresa, com o qual Haydn encantava seu público. A sinfonia 90 que encerra este post foi composta 1788. O Allegro inicial é vivo e belo, o tema secundário é dada à flauta, depois ao oboé, e mostra nos escritos de Haydn a ansiedade para ir trabalhar em Londres. O movimento lento é a forma favorita de Haydn: a dupla variação. Uma melodia em Fá maior em um padrão A – B – A – B. Segue-se um menuet de som francês (Haydn até usa o título francês) com uma seção de trio delicadamente pontuada. O final em forma de sonata, um notável final para mais esta sensacional sinfonia.

Quem não conhece a obra do mestre ou acha que ele é um compositor “morno” vai se surpreender, háaaaaa se vai !!!!! Comecem pela 88 e me digam se o tal de Johannes Brahms estava errado. Este post vale o download, com certeza.

Disc: 25 (Recorded September 1991 (#83), September 1992 (#82) and June 1994 (#84))
1. Symphony No. 82 (1786) in C major (‘The Bear’), H. 1/82: Vivace assai
2. Symphony No. 82 (1786) in C major (‘The Bear’), H. 1/82: Allegretto
3. Symphony No. 82 (1786) in C major (‘The Bear’), H. 1/82: Menuet & trio
4. Symphony No. 82 (1786) in C major (‘The Bear’), H. 1/82: Finale, vivace
5. Symphony No. 83 (1785) in G minor (‘The Hen’), H. 1/83: Allegro spiritoso
6. Symphony No. 83 (1785) in G minor (‘The Hen’), H. 1/83: Andante
7. Symphony No. 83 (1785) in G minor (‘The Hen’), H. 1/83: Menuet & trio, allegretto
8. Symphony No. 83 (1785) in G minor (‘The Hen’), H. 1/83: Finale, vivace
9. Symphony No. 84 (1786) in E flat major (‘In Nomine Domini’), H. 1/84: Largo-allegro
10. Symphony No. 84 (1786) in E flat major (‘In Nomine Domini’), H. 1/84: Andante
11. Symphony No. 84 (1786) in E flat major (‘In Nomine Domini’), H. 1/84: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 84 (1786) in E flat major (‘In Nomine Domini’), H. 1/84: Finale, vivace

Disc: 26 (Recorded September 1991 (#85), September 1992 (#86) and June 1994 (#87))
1. Symphony No. 85 (1785) in B flat major (‘La Reine’), H. 1/85: Adagio-vivace
2. Symphony No. 85 (1785) in B flat major (‘La Reine’), H. 1/85: Romance, allegretto
3. Symphony No. 85 (1785) in B flat major (‘La Reine’), H. 1/85: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 85 (1785) in B flat major (‘La Reine’), H. 1/85: Finale, presto
5. Symphony No. 86 (1786) in D major, H. 1/86: Adagio-allegro spiritoso
6. Symphony No. 86 (1786) in D major, H. 1/86: Capriccio, largo
7. Symphony No. 86 (1786) in D major, H. 1/86: Menuet & trio, allegretto
8. Symphony No. 86 (1786) in D major, H. 1/86: Finale, allegro con spirito
9. Symphony No. 87 (1785) in A major, H. 1/87: Vivace
10. Symphony No. 87 (1785) in A major, H. 1/87: Adagio
11. Symphony No. 87 (1785) in A major, H. 1/87: Menuet & trio
12. Symphony No. 87 (1785) in A major, H. 1/87: Finale, presto

Disc: 27 (Recorded September 1990 (#88 & 90) and September 1991 (#89))
1. Symphony No. 88 (1787) in G major (‘Letter V’), H. 1/88: Adagio-allegro
2. Symphony No. 88 (1787) in G major (‘Letter V’), H. 1/88: Largo
3. Symphony No. 88 (1787) in G major (‘Letter V’), H. 1/88: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 88 (1787) in G major (‘Letter V’), H. 1/88: Finale, allegro con spirito
5. Symphony No. 89 (1787) in F major (‘Letter W’), H. 1/89: Vivace
6. Symphony No. 89 (1787) in F major (‘Letter W’), H. 1/89: Andante con moto
7. Symphony No. 89 (1787) in F major (‘Letter W’), H. 1/89: Menuet & trio, allegretto
8. Symphony No. 89 (1787) in F major (‘Letter W’), H. 1/89: Finale, vivace assai
9. Symphony No. 90 (1788) in C major (‘Letter R’), H. 1/90: Adagio-allegro assai
10. Symphony No. 90 (1788) in C major (‘Letter R’), H. 1/90: Andante
11. Symphony No. 90 (1788) in C major (‘Letter R’), H. 1/90: Menuet & trio
12. Symphony No. 90 (1788) in C major (‘Letter R’), H. 1/90: Finale, allegro assai

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 73-81, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 73-81, Adam Fischer

Como vimos nos posts anteriores as três décadas em que Joseph Haydn (1732 — 1809) passou a serviço da família Eszterházy se mostrou como uma das associações artisticamente mais frutíferas do mecenato musical. Em meados do século XVIII, os Eszterházy era a família mais rica e poderosa da Hungria a aristocracia e tinha sede em Eisenstadt, uma pequena cidade nas Colinas de Burgenland, ao sul de Viena, perto da atual Áustria na fronteira húngara. Aqui, na década de 1750, o príncipe Paul Ezsterházy (1711-1762) fundou uma orquestra permanente e estabeleceu temporadas de performances teatrais. Haydn foi contratado em 1761, primeiro como vice Kapellmeister, então como titular.

Prince Paul Anton [Pál Antal] (1711–1762)
Em 1764, o sucessor de Paul, o príncipe Nikolaus (conhecido como ‘O Magnífico’), visitou Versalhes pela primeira vez e ele ficou tão impressionado que em seu retorno à Hungria resolveu construir seu próprio e sumptuoso palácio na margem sul do Neusiedlersee. Ainda em fase de conclusão em 1766, quando Haydn se mudou para lá, chamado de Palácio de Eszterháza, tornou-se o castelo de residência de verão – o clima bastante úmido os obrigou a passar o inverno em Eisenstadt – mas suas confortáveis instalações superaram qualquer uma de suas outras propriedades a tornando a preferida. Havia uma casa de ópera (inaugurado em 1768) que podia acomodar mais de quatrocentas pessoas, um teatro de marionetes (de 1773) e um “Music House” especial com mais de noventa quartos, fornecendo alojamentos para Haydn, todos os músicos, atores, servidores e quem estivesse trabalhando lá.

Com sua extensa temporada de ópera (Haydn costumava se apresentar duas ou três vezes por semana) Eszterháza logo se tornou renomado em toda a Europa como um centro de excelência musical e cultural, com visitas regulares de aristocratas e músicos de toda europa. Para Haydn se fez necessário fornecer um fluxo constante de sinfonias, óperas ,e música litúrgica, vocal e de câmara para cada uma dessas ocasiões especiais. Assim, no início da década de 1780 – quando estas nove sinfonias aqui compartilhadas foram compostas – Haydn esteva trabalhando quase que exclusivamente para a família Ezsterházy há cerca de vinte anos. Apesarde estar confortavelmente bem em termos de remuneração e condições, ele já tinha começado a querer sair do ambiente “claustrofóbico” de Eszterháza (apesar de estar livre para visitar Viena no inverno) e, ignoran do os termos de seu contrato original (exclusividade), ele foi escrevendo cada vez mais obras para encomendas externas. As sinfonias 73, 74 e 75 representam ambos os lados dessa divisão. Apesar de viver praticamente isolado do mundo boa parte do ano, sua música já gozava de imensa popularidade e ele era uma espécie de celebridade em toda a Europa. De fato, no final de 1770, suas sinfonias eram apresentadas regularmente em concertos em Paris e Londres, as duas cidades que em poucos anos fariam mais do que qualquer outro momento na vida do mestre para nutrir alguns de seus maiores trabalhos.

As colunas de mármore, sem músicos

Nesta fase o desenvolvimento da sinfonia como um gênero, a forma de quatro movimentos estava bem estabelecida e é seguido por todas as nove sinfonias aqui postadas. Destas sinfonias, apenas uma, a de número 73, tem uma ligação afetiva com o príncipe: Nikolaus ficou particularmente impressionado com a ópera de Haydn, “La fedelta premiata”, estreada em fevereiro de 1781 para reabrir a casa de ópera em Eszterhaza que havia queimado no inverno anterior. O início da sinfonia começa com os temas do final da ópera, parece bastante provável que Haydn tenha montado o trabalho para comemorar o retorno do príncipe de uma viagem a Paris no final de1781, dando-lhe as boas-vindas em casa com uma reformulação surpresa de um dos trabalhos favoritos de Nikolaus. A música do movimento lento também foi emprestado, desta vez de um dos “German Lieder” de Haydn,“Gegenliebe” (publicado na mesma época). O subtítulo’La Chasse‘ corretamente se aplica apenas ao final. Haydn era um caçador afiado e fez uso de um então famoso chamado de caça para os solos dos sopros.

As colunas de mármore, com músicos

As sinfonias 74 e 75 provavelmente datam do ano antes da 73 (como dissemos nos posts anteriores a numeração das sinfonias de Haydn contém muitas discrepâncias de cronologia). A primeira aparição registrada da septuagésima quarta é sua chegada em agosto de 1781 à editora londrina William Forster, a quem Haydn havia vendido os direitos através da intercessão do embaixador britânico no tribunal vienense, general Herningham. O primeiro movimento, marcado vivace assai, chama a atenção imediata do público com acordes fortes para toda a orquestra, respondidos pela suavidade das cordas, ornamentado com repetição. A número 75 também apareceu pela primeira vez em 1781, embora provavelmente também tivesse sido escrita no ano anterior. A sinfonia foi estreada em Londres durante a primeira apresentação de Haydn pelas bandas de lá. Em sua viagem à Inglaterra em 1792 e ele relatou em seu diário: “ Em 26 de março, no concerto de Barthelemon, um inglês estava presente e me disse que um clérigo que assistia a apresentação caiu na mais profunda melancolia ao ouvir o Andante … isso porque ele sonhara na noite anterior que esta peça era uma premonição de sua morte. Ele deixou o concerto imediatamente e foi para a cama. Hoje, 25 de abril, ouvi de Herr Barthelemon que esse clérigo protestante havia morrido….”  A sinfonia não tem outras associações mórbidas, no entanto. De fato, seu o final é um dos mais espirituosos de Haydn, repleto de súbitas pausas e lindas surpresas.

Sabemos que naquela época não havia nenhuma lei de direitos autorais, a disseminação da a música era frequentemente através do trabalho de editores que não tinham remorso na recriação de versões piratas de partes da orquestração (uma forma usual de publicação), ainda mais se a cópia que lhes caisse em mãos tivesse sido elaborada por copistas de má reputação. Haydn, logicamente avesso às publicações piratas de sua música já que não lhe dava recompensa financeira, era astuto o suficiente e muitas vezes mandava seus trabalhos para mais de um editor. Esse foi o caso das sinfonias 76, 77 e78, editadas no início da década de 1780 por nada menos que três empresas: Torricella em Viena, Boyer em Paris e Forster em Londres. Estes foram os primeiros trabalhos que Haydn escreveu expressamente para desempenho fora dos limites de Eszterháza. Eles eram destinados a uma turnê em Londres, uma viagem que Haydn nunca fez (ele teve que esperar até a morte do príncipe em 1790  – além de tudo Haydn era extremamente profissional e grato – para o empresário Johann Peter Salomon finalmente leva-lo para Londres). Em 1781 (o ano em que ele começou sua associação com o editor William Forster) Haydn parece ter sido convidado apresentar pessoalmente algumas de suas óperas e sinfonias para o público de Londres.

Adam feliz com a ótima acolhida dos amigos do blog

A popularidade de Haydn só crescia e nessa época sua sinfonia número 53 havia sido apresentada na Inglaterra, com grande sucesso em um dos concertos de Bach-Abel (dirigido pelo ‘Bach Londrino’, Johann Christian e Karl Friedrich Abel) no jornal “The Morning”o jornalista Herald cravava, em novembro de 1781, que Haydn era o “Shakespeare da composição musical”e lamentava que o mestre ainda não havia visitado Londres. Em fevereiro de 1783, quando o mesmo Herald novamente disse“….nós ainda não temos nem ele nem toda sua música e provavelmente, o músico ainda permanecerá em Viena este ano”. Dois anos depois, quando o compositor ainda era ansiosamente esperado, foi discutido e até sutilmente sugerido que ele poderia ser sequestrado, como segue, de outro periódico, o “Gazetteer and New Advertiser Daily”: “….este homem maravilhoso, que é o “Shakespeare da música”, está fadado a residir no palácio de um obscuro príncipe alemão, que é incapaz de recompensá-lo dignamente … não seria uma conquista para alguns jovens corajosos, a resgatá-lo e transplantá-lo para a Grã-Bretanha, o país para o qual a música parece ter sido feita?” Em carta de recomendação oferecendo as três sinfonias (76, 77 e 78) a Boyer em Paris, Haydn as descreve como “bonitas, elegantes e de modo algum longas demais … são todas muito leves e sem muitas dificuldades para os músicos”. Elas realmente se destacam dos trabalhos dedicados a corte de Eszterháza, faltando algumas das idiossincrasias que, embora adequado para suas próprias performances na corte, podem assustar artistas não acostumados com suas obras. Isso não quer dizer, no entanto, que eles não têm nada em originalidade ou qualidade. A Sinfonia nº 76, como as outras duas, tem o padrão de quatro movimentos. O que é mais notável sobre a sinfonia número 77 é o seu finale, um dos primeiros exemplos de uma forma sonata-rondo que recapitula motivos dos movimentos anteriores. A septuagésima oitava sinfonia é uma verdadeira aula de contraponto. Ouvimos fragmentos da melodia principal fragmentados por toda a orquestra, linda obra, os instrumentos de sopro são integrados ao tema desde o início.

Mais uma foto do auditório do palácio dos Esterházy, dá para o gasto né ?

O grupo de três sinfonias que incluem as números 79,80 e 81, escritas entre 1783 ou 1784, foram publicadas em Viena, Paris e Londres pela empresa holandesa-alemã de Hummel , com sede em Berlim e Amsterdã, testemunham a grande popularidade que o trabalho de Haydn agora desfrutava no exterior. A sinfonia número 79 em Fá maior mais uma das tantas obras primas do gênio Haydn! Começa com um primeiro tema oferecido pelo primeiro violino, após a reexposição do tema, o desenvolvimento central muda abruptamente de tom, levando a um dramático contraponto. Haydn avança para no segundo movimento atacar uma dança “country” marcada como “un poco allegro”, novamente uma grata surpresa criativa. O minuet, usa e abusa dos sopros. O final é um legítimo rondo, com um tema principal recorrente, encerrando uma elegante obra-prima no estilo rococó. A sinfonia nº 80 em ré menor inicia de forma dramática, a segunda exposição é bem contrastante, Haydn era f…., um final de delicadeza alternada, quase um minuet só que dramático. O bonito movimento lento nos leva até o minuet em ré menor tem um trio em contraste com uma melodia na qual o oboé, a trompa e o primeiro violino se juntam. O último movimento é caracterizado pela sincopação que marca o tema principal, retornando ao clima geral da sinfonia, apesar de iniciar de forma “dramática” ela finaliza alegremente ! A terceira sinfonia do grupo, a sinfonia número 81 em Sol maior, está nos padrões clássicos de suas irmãs, também muito leve e muito interessante.

Citações de jornais foram retiradas do artigo de Christopher Roscoe( ‘Haydn and London in the 1780s’ in Music and Letters 49 )(1968). ‘Haydn and London years 1780’ Música e letras 49 (1968). Matthew Rye 1991.

Deliciem-se com mais este precioso conjunto de sinfonias do mestre Haydn !

Disc: 22 (Recorded June 1997 (#73) and May 1998 (#74 & 75))
1. Symphony No. 73 (1782) in D major (‘La chasse’/’The Chase’), H. 1/73: Adagio-allegro
2. Symphony No. 73 (1782) in D major (‘La chasse’/’The Chase’), H. 1/73: Andante
3. Symphony No. 73 (1782) in D major (‘La chasse’/’The Chase’), H. 1/73: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 73 (1782) in D major (‘La chasse’/’The Chase’), H. 1/73: La Chasse, presto
5. Symphony No. 74 (1781) in E flat major, H. 1/74: Vivace assai
6. Symphony No. 74 (1781) in E flat major, H. 1/74: Adagio cantabile
7. Symphony No. 74 (1781) in E flat major, H. 1/74: Menuetto & trio, allegretto
8. Symphony No. 74 (1781) in E flat major, H. 1/74: Finale, allegro assai
9. Symphony No. 75 (1781) in D major, H. 1/75: Grave-presto
10. Symphony No. 75 (1781) in D major, H. 1/75: Poco adagio (andante con variazioni)
11. Symphony No. 75 (1781) in D major, H. 1/75: Menuetto & trio, allegretto
12. Symphony No. 75 (1781) in D major, H. 1/75: Finale, vivace

Disc: 23 (Recorded May 1998 (#76-78))
1. Symphony No. 76 (1782) in E flat major, H. 1/76: Allegro
2. Symphony No. 76 (1782) in E flat major, H. 1/76: Adagio, ma non troppo
3. Symphony No. 76 (1782) in E flat major, H. 1/76: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 76 (1782) in E flat major, H. 1/76: Finale, allegro ma non troppo
5. Symphony No. 77 (1782) in B flat major, H. 1/77: Vivace
6. Symphony No. 77 (1782) in B flat major, H. 1/77: Andante sostenuto
7. Symphony No. 77 (1782) in B flat major, H. 1/77: Menuetto & trio, allegro
8. Symphony No. 77 (1782) in B flat major, H. 1/77: Finale, allegro spiritoso
9. Symphony No. 78 (1782) in C minor, H. 1/78: Vivace
10. Symphony No. 78 (1782) in C minor, H. 1/78: Adagio
11. Symphony No. 78 (1782) in C minor, H. 1/78: Menuetto & trio, allegretto
12. Symphony No. 78 (1782) in C minor, H. 1/78: Finale, presto

Disc: 24 (Recorded May 1998 (#79-81))
1. Symphony No. 79 (1784) in F major, H. 1/79: Allegro con spirito
2. Symphony No. 79 (1784) in F major, H. 1/79: Adagio cantabile-un poco allegro
3. Symphony No. 79 (1784) in F major, H. 1/79: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 79 (1784) in F major, H. 1/79: Finale, vivace
5. Symphony No. 80 (1784) in D minor, H. 1/80: Allegro spiritoso
6. Symphony No. 80 (1784) in D minor, H. 1/80: Adagio
7. Symphony No. 80 (1784) in D minor, H. 1/80: Menuetto & trio
8. Symphony No. 80 (1784) in D minor, H. 1/80: Finale, presto
9. Symphony No. 81 (1784) in G major, H. 1/81: Vivace
10. Symphony No. 81 (1784) in G major, H. 1/81: Andante
11. Symphony No. 81 (1784) in G major, H. 1/81: Menuetto & trio, allegretto
12. Symphony No. 81 (1784) in G major, H. 1/81: Finale, allegro, ma non troppo

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 64-72, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 64-72, Adam Fischer

Hoje vamos trazer aos amigos do blog mais um conjunto soberbo com nove sinfonias do mestre Haydn (1732 — 1809), interpretação de altíssimo nível da Filarmônica Haydn – orquestra residente no Palácio Eszterháza – que foi fundada por Adam Fischer em 1987 como a “Filarmônica Austro-Húngara Haydn”, composta por membros da Filarmônica de Viena e da Filarmônica Nacional da Hungria. A intenção de Fischer – antes da queda da “Cortina de Ferro” – era reunir os melhores músicos originários desses dois países para superar musicalmente a barreira política tocando as obras de Joseph Haydn.

A sinfonia que inicia esta nova postagem é a número 64 em Lá maior escrita por volta de 1773. O estranho título “Tempora mutantur” é encontrado nas partes manuscritas autênticas que sobreviveram ao tempo. A citação em si é bem conhecida – “Tempora mutantur, et nos in illis” (os tempos mudam e mudamos com o tempo) – mas sua relevância precisa para a sinfonia não é clara. O primeiro movimento se contrasta com o calmíssimo e belíssimo “largo” lembra muito uma área de ópera de um certo menino prodígio da época. Segue-se o belo minuet e trio, e a obra se encerra num breve presto. Foi sugerido que a sinfonia número 65 em Lá maior originalmente concebida como uma introdução ou música incidental para um dos muitos trabalhos dramáticos realizados em Eszterháza. Foi datado dos anos 1771-1773. O animado primeiro movimento começa com três acordes, fazendo lindos desenhos nas cordas. Uma obra de sutil beleza. O presto final inicia como um movimento de caça no qual oferece aos sopros a liberdade apropriada para desenvolver.

Adam Fischer

Em meados da década de 1770, Haydn encontrou-se ocupado com as variadas obrigações de sua posição. As óperas deveriam ser compostas e encenadas tanto para o teatro em Eszterháza quanto para o teatro de marionetes o “Marionette Theatre“, e havia também as apresentações no Palácio Imperial de Schönbrunn. Embora a maior parte do trabalho de Haydn tenha sido realizada em Eszterháza, houve períodos mais curtos em Viena no qual ele era solicitado. Os meses de intenso trabalho trouxeram a composição em um nível mais pesado, várias sinfonias, incluindo as de número 66, 67 e 68, datadas dos anos de 1774 a 1776. O primeiro movimento da sinfonia 66 começa com uma fórmula que Haydn teve a oportunidade de usar em outras sinfonias, um acorde inicial em fortíssimo, seguido pelas notas descendentes do arpejo. A maior parte do belo movimento lento é confiada às cordas, com contrastes dinâmicos para os violinos. Um clímax dramático termina a primeira seção em um violino, seguido por uma seção central que é uma pérola. O tradicional minuet, emoldurando um trio no qual o fagote e o oboé se revezam para dobrar o primeiro violino. O rondo final começa com o tema principal, que são imediatamente repetidas, e esse material é usado para desenvolver uma série de nuances contrastantes. Da mesma forma orquestrada, a sinfonia número 67 em Fá maior abre com um tema muito suave e rápido dos primeiros violinos, logo respaldados pelos segundos, antes de um desenvolvimento mais forte. O ritmo raramente é interrompido ao longo do movimento, e apenas diminui para introduzir o tema secundário no qual o mesmo tema persiste. Violinos introduzem o tranquilo movimento lento. Segue-se mais um bonito minuet como terceiro movimento. O último movimento apresenta uma surpresa quando, após a apresentação dos dois temas iniciais, a orquestra silencia e seu lugar é ocupado por um trio de cordas, dois violinos solo e um violoncelo solo, em um movimento ainda mais lento, marcado como adagio, em que toda a orquestra se junta para encerrar a obra com um “allegro di molto”. Um brilhante vivace abre a sinfonia 68 em si bemol maior, sua abertura é desenvolvida por pares de oboés e fagotes. O tema secundário é anunciado pelo primeiro violino acompanhado em staccato do segundo violino, viola, violoncelo e contrabaixo, fórmula utilizada na recapitulação final, após o desenvolvimento central do tema. O minuet, aqui colocado como segundo movimento, enquadra um trio de contrastes dinâmicos. O clima muda com um rondo final de grande alegria, o movimento final é uma bela conclusão muito animada. Haydn provavelmente escreveu sua sinfonia número 69 em 1778 ou por volta do ano, dedicando-a ao general Laudon (Freiherr von Laudon), um herói célebre nas guerras contra a Turquia. Em 1783, Haydn fez um arranjo para a sinfonia ser tocada em pianoforte ( violino opcional), embora o último movimento tenha sido omitido na publicação. Em correspondência com a editora Artaria, Haydn deixou claro que a dedicatória a Laudon atrairia compradores. O movimento final é brilhante, dominado pelas cordas.

Esterhazy palace, legalzinho né ?

Por volta de 1772 a resposta do príncipe Nikolaus para o castelo de Versalhes foi concluída. Este novo palácio de verão de Eszterháza, que faz fronteira com o Neusiedlersee, agora tornou-se a casa de Haydn por grande parte do ano, e foi aqui, com as performances regulares de óperas e concertos, que a reputação do castelo como um dos mais cultos da Europa foi crescendo. O palácio ostentava sua própria casa de ópera e também como um teatro de marionetes. Mas em novembro de 1779, um incêndio, que começou quando os fogões superaqueceram e explodiram enquanto estavam trabalhando para atender a uma cerimônia de casamento, varreram a área da ópera, vizinha a cozinha. Haydn perdeu seu cravo e inúmeros manuscritos (particularmente de suas óperas) e a vida cultural do palácio parecia condenada. No entanto, a companhia de ópera se retirou para o pequeno teatro de marionetes e os fantoches para um pavilhão ainda menor nos jardins e exatamente um mês após o incêndio uma cerimônia foi realizada em que o príncipe lançou a pedra fundamental para um novo e ainda maior teatro de ópera. Foi nessa ocasião que Haydn escreveu uma nova sinfonia, sempre pronto para responder a

Pensa em um trabalhador dedicado !

circunstâncias particulares, ele produziu um trabalho digno da ocasião, sua septuagésima sinfonia em Ré maior, datada de 18 de dezembro de 1779, começa de maneira convencional. O primeiro tema é um vivace, porém é na breve seção de desenvolvimento que algo diferente do convencional acontece, o motivo é fragmentado em três camadas sobrepostas nas cordas. Este “stretto” (uma fuga, quando tema aparece em todas as vozes da orquestra em rápidas sucessões) é altamente condensado, embora não seja inédito para o período, é um antegozo do arcaísmo que está por vir. O segundo movimento andante é tão frio e bonito quanto o mármore. As repetições das diferentes seções e a enigmática estrutura contrapontística aparece por toda parte. Essa austeridade de pontuação é levada adiante para o ágil minuet (lembra muito uma passagem do “Rapto de Serralho”), para levar ao monumental allegro final. Aqui, depois de uma passagem introdutória com cadências concisas, essas notas repetidas se transformam em temas curtos que são os elementos básicos da notável seção principal, uma fuga a três vozes. A densidade e a tensão aumentam progressivamente, principalmente através do uso do “stretto”, um acorde dissonante introduz o material da fuga de forma brilhante, com o qual o movimento termina. Esta sinfonia vale o download !

Datado por volta de 1780, a sinfonia 71 em Mi bemol maior é um trabalho mais sutil e o tradicional positivismo do mestre está em toda a obra é uma ótima representante das sinfonias mais diretas de Eszterháza. Um breve adagio de introdução nos leva a um genial ‘Allegro con brio‘. Um Andante pacífico e tranquilo nos leva ao minuet (o trio é pontuado por dois solos de violino e em grande parte acompanhamento pizzicato) levam a um final exuberante. A sinfonia número 72 pertence ao período entre 1763 e 1765 mais ou menos como uma peça de exibição para seu novo quarteto de trompas na sua orquestra, ainda em formação, lembrando a estrutura da sinfonia 31, sua irmã.

Este conjunto de sinfonias nos mostram como o mestre criava efeitos sonoros inusitados, o humor haydniano é como um mundo de fundos falsos e alçapões. Mas quando um desses alçapões se abre, não se cai no abismo, mas sim no humano. Bom divertimento !

Disc: 19 (Recorded June 1997 (#64-66))
1. Symphony No. 64 (1778) in A major (‘Tempora Mutantur’), H. 1/64: Allegro con spirito
2. Symphony No. 64 (1778) in A major (‘Tempora Mutantur’), H. 1/64: Largo
3. Symphony No. 64 (1778) in A major (‘Tempora Mutantur’), H. 1/64: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 64 (1778) in A major (‘Tempora Mutantur’), H. 1/64: Finale, presto
5. Symphony No. 65 (1778) in A major, H. 1/65: Vivace e con spirito
6. Symphony No. 65 (1778) in A major, H. 1/65: Andante
7. Symphony No. 65 (1778) in A major, H. 1/65: Menuetto & trio
8. Symphony No. 65 (1778) in A major, H. 1/65: Finale, presto
9. Symphony No. 66 (1779) in B flat major, H. 1/66: Allegro con brio
10. Symphony No. 66 (1779) in B flat major, H. 1/66: Adagio
11. Symphony No. 66 (1779) in B flat major, H. 1/66: Menuetto & trio
12. Symphony No. 66 (1779) in B flat major, H. 1/66: Finale, scherzando e presto

Disc: 20 (Recorded June 1997 (#67-69))
1. Symphony No. 67 (1779) in F major, H. 1/67: Presto
2. Symphony No. 67 (1779) in F major, H. 1/67: Adagio
3. Symphony No. 67 (1779) in F major, H. 1/67: Menuetto & trio
4. Symphony No. 67 (1779) in F major, H. 1/67: Finale, allegro di molto-adagio e cantabile-allegro di molto
5. Symphony No. 68 (1779) in B flat major, H. 1/68: Vivace
6. Symphony No. 68 (1779) in B flat major, H. 1/68: Menuetto & trio
7. Symphony No. 68 (1779) in B flat major, H. 1/68: Adagio cantabile
8. Symphony No. 68 (1779) in B flat major, H. 1/68: Finale, presto
9. Symphony No. 69 (1779) in C major (‘Laudon’), H. 1/69: Vivace
10. Symphony No. 69 (1779) in C major (‘Laudon’), H. 1/69: Un poco adagio più tosto andante
11. Symphony No. 69 (1779) in C major (‘Laudon’), H. 1/69: Menuetto & trio
12. Symphony No. 69 (1779) in C major (‘Laudon’), H. 1/69: Finale, presto

Disc: 21 (Recorded June 1997 (#70 & 71) and May 1998 (#73))
1. Symphony No. 70 (1779) in D major, H. 1/70: Vivace con brio
2. Symphony No. 70 (1779) in D major, H. 1/70: Specie d’un canone in contrrapunto doppio, andante
3. Symphony No. 70 (1779) in D major, H. 1/70: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 70 (1779) in D major, H. 1/70: Finale, allegro con brio
5. Symphony No. 71 (1780) in B flat major, H. 1/71: Adagio-allegro con brio
6. Symphony No. 71 (1780) in B flat major, H. 1/71: Adagio
7. Symphony No. 71 (1780) in B flat major, H. 1/71: Menuetto & trio
8. Symphony No. 71 (1780) in B flat major, H. 1/71: Finale, vivace
9. Symphony No. 72 (1765) in D major, H. 1/72: Allegro
10. Symphony No. 72 (1765) in D major, H. 1/72: Andante
11. Symphony No. 72 (1765) in D major, H. 1/72: Menuet & trio
12. Symphony No. 72 (1765) in D major, H. 1/72: Finale, andante (Thema, variationen I-VI)-presto

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 55-63, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 55-63, Adam Fischer

Nesta sexta postagem da série dedicada as sinfonias de Joseph Haydn (1732 — 1809) vamos trazer aos amigos do blog mais três CDs com a Austro-Hungarian Haydn Orchestra sob aregência do maestro Adam Fischer. Estas sinfonias marcam a época em que o compositor mostra sua maturidade e consolidou sua fama de grande músico. O sucesso profissional de Haydn não foi acompanhado em sua vida pessoal. Seu casamento com Maria Anna Keller em 1760 não produziu um lar agradável e pacífico, nem filhos. A esposa de Haydn não entendia de música e não demonstrou interesse no trabalho do marido. Seu desdém foi ao extremo de usar os manuscritos dele para forros de panelas. Haydn não era insensível às atrações de outras mulheres e, durante anos, manteve um caso de amor com Luigia Polzelli, uma jovem mezzo-soprano italiana a serviço do príncipe.

As três sinfonias do CD 16 foram escritas em Esterhaza em 1774, por sinal um ano movimentado em que Haydn recebeu recompensas extras de seu patrono. A sinfonia no.55 em Mi bemol maior, popularmente conhecida como “Der Schulmeister” (The Schoolmaster) a origem de seu apelido não é clara, mas foi listada em 1805 pelo assistente de Haydn, Eissler, como “Der verliebte Schulmeister”. O primeiro movimento começa com quatro acordes em fortíssimo, seguidos por uma resposta mais suave das cordas. Sinfonia elegante e bela. No segundo movimento temos um tema simples no qual alguns detectaram a mão do pedagogo e sua subsequente paixão. Haydn faz diversas variações sobre o tema, mantendo durante a maior parte do movimento a textura simples de duas vozes, com violinos dobrando um ao outro e viola dobrando violoncelo e contrabaixo. O jocoso minuet tem um trio contrastante para violinos e violoncelo solo, enquanto o Rondo final reserva uma seção apenas para os quatro instrumentos de sopro. A sinfonia termina com uma troca espirituosa entre todos os instrumentos em uma breve coda. A sinfonia nº 56 inicia elegantemente, na sequência a orquestra se junta em arpejo descendente, gentilmente respondida pelas cordas, que mais tarde introduzem o elegante segundo tema. O movimento lento desta sinfonia é um primor, aberto por violinos e depois silenciados, seguido pelo surgimento de um fagote solo, acompanhado pelas cordas. O movimento, à medida que prossegue, traz um uso efetivo dos dois oboés e passagens lindas do violino. O Prestíssimo final agitado proporciona empolgação no encerramento desta bela obra. A sinfonia nº 57 começa com uma introdução lenta, seguida por um Allegro energético, o destaque desta obra é o final rápido de movimento quase perpétuo, uma peça de escrita tecnicamente exigente.

Austro-Hungarian Haydn Orchestra – Haydn Esterházy Palace – Viena

O CD 17 começa com a sinfonia número 58 em Fá maior que foi datado de 1768. Já a sinfonia número 59 em Lá maior, apelidada de “Feuersymphonie” (Fire Symphony), pode ter adquirido seu epíteto descritivo por associação a uma peça encenada no teatro Eszterháza, e parece pelo menos ter sido utilizado, alguns anos após a sua composição, como um “entr’acte” para a peça de teatro. Em 1774, Haydn, agora estabelecido definitivamente em Eszterháza, fez uma sinfonia para a peça “Der Zerstreute“, uma adaptação da comédia francesa “Le distrait“, de Jean François Regnard, apresentada pela trupe de teatro liderada por Carl Wahr, que vinha se apresentando em sucessivas temporadas para o príncipe Nikolaus. A distração do personagem principal, sobre a qual a comédia gira, ecoou na música incidental de Haydn, a base de sua sinfonia número 60 em dó maior (“Il Distratto“) com seis movimentos. Marcada para uma orquestra que inclui trompetes e tímpanos, ela inicia com uma espécie de abertura, com um imponente Adagio inicial e um animado Allegro. O segundo movimento é o andante e nos oferece uma melodia suave, interrompida com mais pelos instrumentos de sopro e na seção central descrevendo uma antiga melodia francesa . Há um minuet e trio, sugerindo influência camponesa local. As cordas entram em uníssono no presto que se segue. O sexto movimento é um prestissimo que aparece mais uma canção folclórica, identificada por estudiosos como “O Vigia Noturno” e, em consequência, uma alusão à narrativa da peça. Sensacional este último movimento !

Haydn se divertindo com os amigos nos idos de 1775

A sinfonia n ° 61 em ré maior que inicia o CD 18 pertence a um período ligeiramente posterior da vida de Haydn. Foi escrito em 1776, numa época em que predominavam os interesses do príncipe Nikolaus Ezsterházy no teatro e na ópera, com grupos de teatro visitantes trabalhando em Eszterháza e um teatro de marionetes estabelecido lá em 1773. Haydn forneceu música para óperas em ocasiões especiais, mas a presença sazonal dos atores e os requisitos do teatro de marionetes envolviam o fornecimento de música incidental para uma variedade de peças alemãs, incluindo traduções de Shakespeare. Embora o material da sinfonia 61 não possa ser diretamente associado a nenhuma das peças conhecidas por terem sido apresentadas em Eszterháza, ele pertence a um grupo de sinfonias que fazem uso de músicas incidentais originalmente destinadas a acompanhar os dramas. A vigorosa abertura Vivace desta sinfonia é seguida por um Adagio em movimento e um Menuet alegre, com a repetição habitual após um trio contrastante. Há um movimento final particularmente teatral que parece contar sua própria história. A Sinfonia número 62 é bela

Bora para a sexta postagem ?

e dramática, uma das obras do mestre que é relativamente desconhecida do período intermediário, compostas por volta de 1780 em Eszterháza, quando Haydn, cada vez mais ocupado com atividades teatrais, muitas vezes adaptava seus trabalhos de palco em sinfonias. A sinfonia número 63 em dó maior, conhecida como “La Roxelane”, parece ter sido concluída em sua segunda versão em 1780. O primeiro movimento foi retirado da abertura de Haydn para a ópera “Il mondo della luna”, encenado em Eszterháza em 1777. O movimento lento, do qual a sinfonia leva seu nome popular, foi retirado da comédia de “Favart Les trois sultanes”, aparentemente apresentada em Eszterháza em 1777 por uma trupe visitante. A própria Roxelane é uma das mulheres do elenco, e notavelmente problemática. Uma ótima obra, para encerrar esta postagem. Deliciem-se com mais estas nove sinfonias do mestre Haydn, sempre com a magnífica Austro-Hungarian Haydn Orchestra sendo regida pelo mestre Adam Fischer !

Disc: 16 (Recorded May 1996 (#55-57))
1. Symphony No. 55 (1774) in E flat major (‘The Schoolmaster’), H. 1/55: Allegro di molto
2. Symphony No. 55 (1774) in E flat major (‘The Schoolmaster’), H. 1/55: Adagio, ma semplicemente
3. Symphony No. 55 (1774) in E flat major (‘The Schoolmaster’), H. 1/55: Menuet & trio
4. Symphony No. 55 (1774) in E flat major (‘The Schoolmaster’), H. 1/55: Finale, prestissimo
5. Symphony No. 56 (1774) in C major, H. 1/56: Allegro di molto
6. Symphony No. 56 (1774) in C major, H. 1/56: Adagio
7. Symphony No. 56 (1774) in C major, H. 1/56: Menuet & trio
8. Symphony No. 56 (1774) in C major, H. 1/56: Finale, prestissimo
9. Symphony No. 57 (1774) in D major, H. 1/57: Adagio-allegro
10. Symphony No. 57 (1774) in D major, H. 1/57: Adagio
11. Symphony No. 57 (1774) in D major, H. 1/57: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 57 (1774) in D major, H. 1/57: Prestissimo

Disc: 17 (Recorded May 1996 (#58-60))
1. Symphony No. 58 (1775) in F major, H. 1/58: Allegro
2. Symphony No. 58 (1775) in F major, H. 1/58: Andante
3. Symphony No. 58 (1775) in F major, H. 1/58: Menuet alla zoppa-trio
4. Symphony No. 58 (1775) in F major, H. 1/58: Finale, presto
5. Symphony No. 59 (1769) in A major (‘Fire’), H. 1/59: Presto
6. Symphony No. 59 (1769) in A major (‘Fire’), H. 1/59: Andante o più tosto allegretto
7. Symphony No. 59 (1769) in A major (‘Fire’), H. 1/59: Menuetto & trio
8. Symphony No. 59 (1769) in A major (‘Fire’), H. 1/59: Allegro assai
9. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Adagio-allegro di molto
10. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Andante
11. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Menuetto & trio
12. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Presto
13. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Adagio (di Lamentatione)
14. Symphony No. 60 (1774) in C major (‘Il distratto’), H. 1/60: Finale, prestissimo

Disc: 18 (Recorded May 1996 (#61 & 63) and June 1997 (#62))
1. Symphony No. 61 (1776) in D major, H. 1/61: Vivace
2. Symphony No. 61 (1776) in D major, H. 1/61: Adagio
3. Symphony No. 61 (1776) in D major, H. 1/61: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 61 (1776) in D major, H. 1/61: Prestissimo
5. Symphony No. 62 (1781) in D major, H. 1/62: Allegro
6. Symphony No. 62 (1781) in D major, H. 1/62: Allegretto
7. Symphony No. 62 (1781) in D major, H. 1/62: Menuet & trio, allegretto
8. Symphony No. 62 (1781) in D major, H. 1/62: Finale, allegro
9. Symphony No. 63 (1781) in C major (‘La Roxelane’), H. 1/63: Allegro
10. Symphony No. 63 (1781) in C major (‘La Roxelane’), H. 1/63: La Roxelane, allegretto (o più tosto allegro)
11. Symphony No. 63 (1781) in C major (‘La Roxelane’), H. 1/63: Menuet & trio
12. Symphony No. 63 (1781) in C major (‘La Roxelane’), H. 1/63: Finale, presto

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 46-54, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 46-54, Adam Fischer

Dando continuidade as postagens da integral das sinfonias de Joseph Haydn (1732 — 1809) em mais três conjuntos vamos apreciar as sinfonias que vão da quadragésima sexta à quinquagésima quarta. O baixo número de sinfonias nas escalas menores reflete o gosto do público da época que esperavam apenas o entretenimento pouco exigente. Na década de 1770, o quarteto de cordas estava se desenvolvendo de gênero de divertimento informal dos grandes salões para concertos em pequenas reuniões onde se parava para apreciar a música; o concerto, por outro lado, era direcionado para o povão, que não parava para escutar, algo como “música ambiente” dos grandes salões ou ao ar livre. As sinfonias, porém, podem refletir o desejo dos clientes que as encomendavam em incentivar a escuta atenta, objetivos que ajudariam a explicar uma linguagem mais elaborada encontrado nessas obras. As obras em escalas menores provavelmente eram encomendadas para serviços religiosos, ou introspectivos, um teórico de música Joseph Riepel observou que a partir de 1765 “….a maioria dos amantes de música não gosta mais de ouvir coisas tristes, exceto a Igreja….”.

A linda Sinfonia nº 49 intitulada “La Passione” (A Paixão) em seu tom menor e apesar do seu número, é a mais antiga das deste post, datada de 1768 o nome sugere que ela foi destinada à Igreja e composta para o ser tocada no período da Quaresma – provavelmente na própria Sexta-Feira Santa. Esta sinfonia marca algo como um divisor de águas no desenvolvimento sinfônico de Haydn, combinando uma forma relativamente antiquada – a da sonata igreja – com o emocional particularmente moderno no conteúdo. Todos os quatro movimentos de ‘La Passione’ são em Fá menor, o movimento lento da abertura sugere uma visão da “Via Crucis”, enquanto o bonito movimento ‘Allegro di molto’ nos transmite seriedade e após o minuet, o presto, leva ao fim de uma das sinfonias mais sombrias e austeras de Haydn, uma obra de tal paixão que não se pode deixar de sentir a dor explicita escrita em suas páginas. Já a sinfonia 46, escrita em 1772, Haydn volta a usar uma escala raramente usada, si maior. O primeiro movimento é um dos mais legais que este admirador acha, conciso, lindo. O final é um movimento notável: não apenas contém passagens extensas divididas em duas partes nas vozes dos violinos, mas muitas vezes a música para abruptamente, ou desaparece, em pausas dramáticas; depois, no clímax, temas do minuet são lembrados, antes da coda final temas do início do presto são espirituosamente retomados.

Tapete vermelho estendido na Entrada do PQPBach Hall, denominada “Esterházy Palace”

As sinfonias 48 e 50, são trabalhos festivos em Dó maior. Haydn não recorre a meras fórmulas do tipo fanfarra para transmitir o espírito de festa. O primeiro movimento da sinfonia número 48 intitulado “Maria Theresa” é complexo, com uma riqueza de temas diferentes. O final, fornece uma conclusão adequada para um dos mais importantes trabalhos sinfônicos de Haydn. A obra tem o apelido de Maria Theresa, porque se pensava ter sido composta para uma visita da Imperatriz Maria Teresa da Áustria em 1773. Porém anos mais tarde foi encontrada uma cópia desta obra com a data de 1769, mas o apelido pegou. A sinfonia composta, provavelmente, para a visita da imperatriz era a número 50. Apesar de sua proximidade numérica, a quinquagésima datada de 1773 foi composta umas oito ou nove sinfonias após a 48º e combina fórmulas mais antigas contrastando com as mais recentes. Esta sinfonia retorna ao padrão dominado pelas cordas e seu final é um ‘Presto’ sério, finalizado com uma coda no bom estilo positivo que tanto caracterizou as obras do mestre Haydn. A sinfonia nº 52 em dó menor é uma das últimas sinfonias no estilo “Sturm und Drang” ( “tempestade e ímpeto”, movimento ocorrido na Alemanha no final do século XVIII que era marcado por combater a influência francesa na cultura alemã). Foi descrita como “o avô de Quinta Sinfonia de Beethoven”. É possível que, como em outras sinfonias do mestre, esta teria sido encomendada para algum serviço litúrgico, prática comum da época era tocar sinfonias nos eventos da Igreja. Dificilmente se pode imaginar um contraste mais forte entre a Sinfonia nº 52 e a Sinfonia nº 53 em ré maior. O início cerimonioso da sinfonia 53 “L’Imperiable” implica um trabalho mais imponente em contraste com a dramática sinfonia 52, seu caráter não é apressado, com seu lento início ele muda para um bonito vivace. No Andante, ouvimos dois temas encantadores que podem estar relacionado a um tema folclórico. O terceiro movimento, um minuet, transparente e leve. O movimento final termina de uma maneira animada e literalmente marcante, com um solo para o “timpanista”. Esta sinfonia se tornou a mais popular até então.

Os eleitos de Euterpe e Apolo fazendo rodinha.

A belíssima sinfonia que fecha esta postagem é a sinfonia 54, acho notável o avanço na orquestração devido à independência do fagote das outras partes do baixo além da utilização dos instrumentos de sopro que sustentam a harmonias enquanto as cordas se expandem nas melodias. O movimento lento é um dos que este mero ouvinte-blogueiro mais gosta, seja pela calma e principalmente pelo lindo solo de violino. Assim como a sinfonia número 40 esta interpretação do Adam Fischer e a Austro-Hungarian Haydn Orchestra também levou o prêmio de “Melhor do ano” da revista de música inglesa Gramophone. Sem mais delongas, pois vou escrevendo enquanto ouço as magnificas obras, deliciem-se com este mega conjunto lindamente interpretado pelo Adam e sua afinadíssima orquestra dos eleitos de Euterpe e Apolo.

Disc: 13 (Recorded June 1995 (#46-48))
1. Symphony No. 46 (1772) in B major, H. 1/46: Vivace
2. Symphony No. 46 (1772) in B major, H. 1/46: Poco adagio
3. Symphony No. 46 (1772) in B major, H. 1/46: Menuet & trio, allegretto
4. Symphony No. 46 (1772) in B major, H. 1/46: Finale, presto e scherzando
5. Symphony No. 47 (1772) in G major (‘The Palindrome’/’Letter L’), H. 1/47: Allegro
6. Symphony No. 47 (1772) in G major (‘The Palindrome’/’Letter L’), H. 1/47: Un poco adagio, cantabile
7. Symphony No. 47 (1772) in G major (‘The Palindrome’/’Letter L’), H. 1/47: Menuet & trio
8. Symphony No. 47 (1772) in G major (‘The Palindrome’/’Letter L’), H. 1/47: Finale, presto assai
9. Symphony No. 48 (1769) in C major (‘Maria Theresia’), H. 1/48: Allegro
10. Symphony No. 48 (1769) in C major (‘Maria Theresia’), H. 1/48: Adagio
11. Symphony No. 48 (1769) in C major (‘Maria Theresia’), H. 1/48: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 48 (1769) in C major (‘Maria Theresia’), H. 1/48: Finale, allegro

Disc: 14 (Recorded June 1994 (#51) and June 1995 (#49 & 50))
1. Symphony No. 49 (1768) in F minor (‘La passione’), H. 1/49: Adagio
2. Symphony No. 49 (1768) in F minor (‘La passione’), H. 1/49: Allegro di molto
3. Symphony No. 49 (1768) in F minor (‘La passione’), H. 1/49: Menuet & trio
4. Symphony No. 49 (1768) in F minor (‘La passione’), H. 1/49: Finale, presto
5. Symphony No. 50 (1773) in C major, H. 1/50: Adagio e maestoso – allegro di molto
6. Symphony No. 50 (1773) in C major, H. 1/50: Andante moderato
7. Symphony No. 50 (1773) in C major, H. 1/50: Menuet & trio
8. Symphony No. 50 (1773) in C major, H. 1/50: Finale, presto
9. Symphony No. 51 (1774) in B flat major, H. 1/51: Vivace
10. Symphony No. 51 (1774) in B flat major, H. 1/51: Adagio
11. Symphony No. 51 (1774) in B flat major, H. 1/51: Menuetto-trio I-trio II
12. Symphony No. 51 (1774) in B flat major, H. 1/51: Finale, allegro

Disc: 15 (CD15 Recorded June 1994 (#52) and June 1995 (#53 & 54))
1. Symphony No. 52 (1774) in C minor, H. 1/52: Allegro assai con brio
2. Symphony No. 52 (1774) in C minor, H. 1/52: Andante
3. Symphony No. 52 (1774) in C minor, H. 1/52: Menuetto & trio, allegretto
4. Symphony No. 52 (1774) in C minor, H. 1/52: Finale, presto
5. Symphony No. 53 (1778) in D major (‘L’Impériale’/’Festino’), H. 1/53: Largo maestoso-vivace
6. Symphony No. 53 (1778) in D major (‘L’Impériale’/’Festino’), H. 1/53: Andante
7. Symphony No. 53 (1778) in D major (‘L’Impériale’/’Festino’), H. 1/53: Menuetto & trio
8. Symphony No. 53 (1778) in D major (‘L’Impériale’/’Festino’), H. 1/53: Finale-Capriccio, presto
9. Symphony No. 54 (1774) in G major, H. 1/54: Adagio maestoso-presto
10. Symphony No. 54 (1774) in G major, H. 1/54: Adagio assai
11. Symphony No. 54 (1774) in G major, H. 1/54: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 54 (1774) in G major, H. 1/54: Finale, presto

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 38-45, “A” e “B” – Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 38-45, “A” e “B” – Adam Fischer

Nesta quarta postagem das belíssimas sinfonias do mestre de Joseph Haydn (1732 — 1809) teremos o prazer de compartilhar mais três Cds que compreendem as sinfonias de número 38 até a de número 45. No CD 10 encontraremos as sinfonias 38, 39 e as Sinfonias “A” e “B”. As sinfonias “A” e “B” , provavelmente foram escritas para a orquestra do conde Mozin entre 1757 e 1760. Não está no esquema de numeração usual das sinfonias, porque foi originalmente considerado como sendo quarteto de cordas (Op. 1/5) por estudiosos do século XIX. A sinfonia 38 também conhecida como “Echo” devido ao uso de motivos de imitação (ou eco) no fraseado da cadencia do segundo movimento. O efeito de eco é criado marcando a linha principal para os primeiros violinos não silenciados e a resposta dos segundos violinos silenciados. Essa inovação na pontuação expande uma prática barroca comum anterior de repetição de frases. A linda sinfonia 39 (“Tempesta di mare”) escrita em sol menor influenciou a sinfonia 25 de Mozart, um verdadeiro espetáculo! No CD 11 a sinfonia 42 representa o período intermediário de Haydn um trabalho colorido em ré maior, ele revela o seu poder sinfônico, essas qualidades são exibidas no lindo primeiro movimento ‘moderato e maestoso‘. O movimento lento é mais expansivo, permitindo a elaboração gradual de seus dois temas principais. O minuet é notável pela simplicidade, enquanto o final representa um dos primeiros movimentos em que o rondo aparece completo, os quais Haydn logo se tornaria conhecido. Para a adorável sinfonia número 40, a presente gravação do Adam Fischer e orquestra fizeram uma interpretação que levou o prêmio de “Melhor do ano” da revista de música inglesa Gramophone, tá bom ou querem mais?

Austro-Hungarian Haydn Orchestra in the Haydnsaal

Nada menos que dezessete sinfonias datam do início da década de 1770, anos em que a forma “sinfonia” verdadeiramente atingiu a maturidade em suas mãos. Foi também o período em que uma nova tendência entre as artes contemporâneas influenciou a sua música. Embora muitas vezes vinculado ao movimento “Sturm und Drang” na literatura, essas atividades foram efetivamente as primeiras do movimento romântico que dominariam o empreendimento artístico no século seguinte. Junto com maior aceitação da emoção na expressão artística, encorajados pelos ideais humanistas da Era do Iluminismo, foi a grande influência nesses primeiros romances da nova literatura tendo como um dos expoentes Goethe. Esse novo movimento intelectual alemão mal tocou os círculos literários austríacos e Haydn, com presença de espírito, já os colocava na sua música. Neste período alegres sinfonias se encontram ao lado de suas obras mais abertamente “introspectivas” ou “trágicas”. A maioria dessas características está presente na incrivelmente bela sinfonia 44 do CD 12 conhecida como “Trauersinfonie” ou “Luto Symphony”, diz a lenda que Haydn solicitou que o movimento lento deveria ser tocado em seu funeral. Não há tentativa de marcha fúnebre como o luto transmite é mais o sentimento de perda e contemplação silenciosa. O tenso movimento de abertura resume o “Sturm” de Haydn com seus contrastes ferozes de dinâmica, uma breve passagem combinando contraponto com cromatismo. O contraponto está novamente em destaque no minuet um humor mais brilhante do trio prepara o caminho para o sublime adagio, um movimento que fornece a contemplação calma contrastando com o primeiro movimento. O final é um dos mais notáveis de Haydn, um movimento repleto de energia tremendamente bem escrito e lindamente interpretado pela turma do Fischer. A fonte do apelido “Mercury” da sinfonia 43 permanece desconhecido. Pode se referir ao seu uso como música incidental de alguma peça. Esta sinfonia é marcada por uma figura unificadora que une o material temático dos movimentos da mesma maneira que Beethoven fez com o motivo de sua quinta sinfonia. O tema é ouvido pela primeira vez na abertura do alegro, esta ideia principal é repetida no adagio, e, finalmente, repetido no minuet, apenas o final não utiliza, sendo a sinfonia elegantemente encerrada.

O verão já acabou! Como vou explicar lá em casa?

A divertida história de como a sinfonia 45 “Farewell” foi composta foi contada por Haydn na sua velhice aos biógrafos Albert Christoph Dies e Georg August Griesinger. “….naquela época, o patrono de Haydn, o príncipe Eszterházy era residente, junto com todos os seus músicos e comitiva, em seu palácio de verão em Eszterháza, na zona rural da Hungria. Naquela temporada a estadia foi mais longa do que o esperado, foi-se o verão e já estavam nas primeiras semanas do outono, e a maioria dos músicos foi forçado a adiar o retorno para casa, deixando as esposas e família que os estavam esperando revoltadas, sabemos que isso é um perigo!!! Além disso o palácio ficava a um dia de viagem do vilarejo aonde as famílias dos músicos moravam. Desejando voltar, os músicos pediram ajuda ao Kapellmeister. O diplomático e incrivelmente criativo Haydn, em vez de fazer um apelo direto, colocou seu pedido na música da sinfonia: durante o adágio final, cada músico suavemente para de tocar, apaga a vela da sua estante de partitura e sai um por vez, até que no final restariam apenas dois violinos (interpretados pelo próprio Haydn e seu mestre do concerto, Luigi Tomasini)”. Eszterházy parece ter entendido a mensagem subliminar do final da obra: de bom humor parece ter dito ‘…se eles todos estão indo, nós também devemos ir…”. Então a comitiva de músicos pode retornar a Eisenstadt no dia seguinte à apresentação.

Papa Haydn

Temos ai o “porque” dos músicos da orquestra do castelo de Esterházy tinham o hábito de chamar  “Pai” a seu Kapellmeister, numa demonstração de carinho e respeito. Com a mesma admiração profissional e pessoal, Mozart se dirigia ao veterano, fundador da sinfonia e do quarteto de cordas clássicos, como “Papa Haydn”. Seus contemporâneos descreveram seu caráter como amigável, informal, engraçado e modesto. Ele era, além disso, bom homem de negócios, econômico, patriótico, religioso, aplicado e organizado. Apesar de, em suas últimas duas décadas de vida, haver sido cumulado de honrarias, adulado por imperadores, reis, príncipes e outras personalidades importantes, jamais se deixou impressionar. “Não quero intimidades com essas pessoas”, escreveu certa vez, “prefiro estar com a gente de minha classe.” Deliciem-se com mais esta mega postagem das sinfonias do querido Kapellmeister Franz Joseph Haydn, nas belíssimas interpretações de Adam Fischer e sua afinadíssima Austro-Hungarian Haydn Orchestra !

Disc: 10 (Recorded June 2000 (“A” & “B”) and May 2001 (#38 & 39))
1. Symphony No. 38 (1769) in C major, H. 1/38: Allegro di molto
2. Symphony No. 38 (1769) in C major, H. 1/38: Andante molto
3. Symphony No. 38 (1769) in C major, H. 1/38: Menuet & trio, allegro
4. Symphony No. 38 (1769) in C major, H. 1/38: Finale, allegro di molto
5. Symphony No. 39 (1770) in G minor (‘The Fist’), H. 1/39: Allegro assai
6. Symphony No. 39 (1770) in G minor (‘The Fist’), H. 1/39: Andante
7. Symphony No. 39 (1770) in G minor (‘The Fist’), H. 1/39: Menuet & trio
8. Symphony No. 39 (1770) in G minor (‘The Fist’), H. 1/39: Finale, allegro di molto
9. Symphony No. 107 (1762) in B flat major (‘Letter A’), H. 1/107: Allegro
10. Symphony No. 107 (1762) in B flat major (‘Letter A’), H. 1/107: Andante
11. Symphony No. 107 (1762) in B flat major (‘Letter A’), H. 1/107: Allegro molto
12. Symphony No. 108 (1765) in B flat major, H. 1/108: Allegro molto
13. Symphony No. 108 (1765) in B flat major, H. 1/108: Menuetto & trio, allegretto
14. Symphony No. 108 (1765) in B flat major, H. 1/108: Andante
15. Symphony No. 108 (1765) in B flat major, H. 1/108: Finale, presto

Disc: 11 (Recorded May 1991 (#40), June 1994 (#42) and June 1995 (#41))
1. Symphony No. 40 (1763) in F major, H. 1/40: Allegro
2. Symphony No. 40 (1763) in F major, H. 1/40: Andante piu tosto allegretto
3. Symphony No. 40 (1763) in F major, H. 1/40: Menuet & trio
4. Symphony No. 40 (1763) in F major, H. 1/40: Finale-fuga, allegro
5. Symphony No. 41 (1770) in C major, H. 1/41: Allegro con spirito
6. Symphony No. 41 (1770) in C major, H. 1/41: Un poco andante
7. Symphony No. 41 (1770) in C major, H. 1/41: Menuet & trio
8. Symphony No. 41 (1770) in C major, H. 1/41: Finale, presto
9. Symphony No. 42 (1771) in D major, H. 1/42: Moderato e maestoso
10. Symphony No. 42 (1771) in D major, H. 1/42: Andantino e cantabile
11. Symphony No. 42 (1771) in D major, H. 1/42: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 42 (1771) in D major, H. 1/42: Finale, scherzando e presto

Disc: 12 (Recorded September 1988 (#45) and June 1994 (#43 & 44))
1. Symphony No. 43 (1772) in E flat major (‘Mercury’), H. 1/43: Allegro
2. Symphony No. 43 (1772) in E flat major (‘Mercury’), H. 1/43: Menuetto & trio, allegretto
3. Symphony No. 43 (1772) in E flat major (‘Mercury’), H. 1/43: Adagio
4. Symphony No. 43 (1772) in E flat major (‘Mercury’), H. 1/43: Finale, presto
5. Symphony No. 44 (1772) in E minor (‘Trauer’ /’Funeral’/’Letter E’), H. 1/44: Allegro con brio
6. Symphony No. 44 (1772) in E minor (‘Trauer’ /’Funeral’/’Letter E’), H. 1/44: Menuetto & trio, allegretto
7. Symphony No. 44 (1772) in E minor (‘Trauer’ /’Funeral’/’Letter E’), H. 1/44: Adagio
8. Symphony No. 44 (1772) in E minor (‘Trauer’ /’Funeral’/’Letter E’), H. 1/44: Finale, presto
9. Symphony No. 45 (1772) in F sharp minor (‘Farewell’/’Candle’/’Letter B’), H. 1/45: Allegro assai
10. Symphony No. 45 (1772) in F sharp minor (‘Farewell’/’Candle’/’Letter B’), H. 1/45: Adagio
11. Symphony No. 45 (1772) in F sharp minor (‘Farewell’/’Candle’/’Letter B’), H. 1/45: Menuet & trio, allegretto
12. Symphony No. 45 (1772) in F sharp minor (‘Farewell’/’Candle’/’Letter B’), H. 1/45: Finale, presto-adagio

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 25-37, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 25-37, Adam Fischer

Continuando nossa saga, nesta terceira postagem da integral das sinfonias de Joseph Haydn (1732 — 1809), vamos compartilhar mais doze sinfonias com os amigos do blog, da vigésima quinta a trigésima sétima. A época destas sinfonias o príncipe Eszterházy havia construído, em seu suntuoso castelo em Eisenstadt, um ‘prédio exclusivo para os músicos’, em que os instrumentistas, cantores e o próprio Haydn viviam durante os movimentados meses de verão. O Kapellmeister trabalhou duro para manter seus músicos abastecidos de sinfonias originais, óperas e música de câmara seja para eventos cerimoniais ou sociais. Devido ao contrato inédito na Europa e com a moral em alta, sua reputação como compositor logo conseguiu alcançar centros musicais em outras partes do Velho Continente, provavelmente através da influência dos visitantes nas performances em Eisenstadt.

O suntuoso castelo em Eisenstadt

Nesta postagem, algumas sinfonias se destacam e no CD 07 temos a sinfonia 25 que é uma sinfonia “híbrida”, com uma introdução lenta no estilo sonata de igreja. A sinfonia 26 é a primeira escrita pelo mestre em tonalidade menor (ré menor), intitulada “Lamentação”, tem a estrutura de três movimentos. O agitado início com sua emocionante sincopação do começo até o lamento apaixonado do minueto, este trabalho atinge uma nota de sofrimento e desespero. Estas duas sinfonias mostram bem como Haydn foi capaz de assumir e usar as formas antigas, mesmo arcaicas, que ele herdara, enquanto as transformava com sua própria criatividade. O CD 08 começa com a linda sinfonia número 30 conhecida como “Alleluja”, o primeiro movimento lembra muito a principal linha melódica do final da sinfonia número 41 de Mozart. A sinfonia 31 é uma das maiores sinfonias que Haydn escreveu, inventiva e encantadora, nesta obra ele dá chance a cada grupo de instrumentistas a mostrar o seu talento, muito bacana. Essa era, supostamente, a maneira de Haydn sugerir ao seu patrono, o príncipe Eszterházy, que seus músicos mereciam seu apoio. No CD 09 inicia com a segunda sinfonia em tom menor escrita pelo mestre, o adagio de abertura da sinfonia 34 adota o plano de movimento lento-rápido-lento-rápido da sonata barroca, um movimento de notável beleza. A número 35 é um trabalho

Adam rindo da piada que o René Denon fez no PQPBach’s Caffé

mais leve. Seu movimento lento, nos lembra um dos movimentos de concerto de Mozart. Já a sinfonia número 37 é daquelas em que a numeração é completamente enganosa, uma cópia desta partitura encontrada é datada de 1758. Pode-se presumir que foi escrita para a orquestra do conde Morzin, na qual Haydn foi empregado até fevereiro de 1761. Essa sinfonia é candidata à primeira que ele deve ter escrito. Divirtam-se com mais este conjunto de sinfonias, sempre com o maestro Adam Fischer à frente da ótima Austro-Hungarian Haydn Orchestra.

Disc: 7 (Recorded June 1989 (#27), September 1990 (#25) and June 2000 (#26 & 28))
1. Symphony No. 25 in C major, H. 1/25: Adagio-allegro molto
2. Symphony No. 25 in C major, H. 1/25: Menuet & trio
3. Symphony No. 25 in C major, H. 1/25: Presto
4. Symphony No. 26 in D minor (‘Lamentatione’), H. 1/26: Allegro assai con spirito
5. Symphony No. 26 in D minor (‘Lamentatione’), H. 1/26: Adagio
6. Symphony No. 26 in D minor (‘Lamentatione’), H. 1/26: Menuet & trio
7. Symphony No. 27 in G major (‘Brukenthal’), H. 1/27: Allegro molto
8. Symphony No. 27 in G major (‘Brukenthal’), H. 1/27: Andante: siciliano
9. Symphony No. 27 in G major (‘Brukenthal’), H. 1/27: Finale, presto
10. Symphony No. 28 in A major, H. 1/28: Allegro di molto
11. Symphony No. 28 in A major, H. 1/28: Poco adagio
12. Symphony No. 28 in A major, H. 1/28: Menuet & trio, allegro molto
13. Symphony No. 28 in A major, H. 1/28: Presto assai
14. Symphony No. 29 in E major, H. 1/29: Allegro ma non troppo
15. Symphony No. 29 in E major, H. 1/29: Andante
16. Symphony No. 29 in E major, H. 1/29: Menuet & trio, allegretto
17. Symphony No. 29 in E major, H. 1/29: Finale, presto

Disc: 8 (Recorded April 2001 (#30-32) and May 2001 (#33))
1. Symphony No. 30 in C major (‘Alleluja’), H. 1/30: Allegro
2. Symphony No. 30 in C major (‘Alleluja’), H. 1/30: Andante
3. Symphony No. 30 in C major (‘Alleluja’), H. 1/30: Finale, tempo di menuet, piu tosto allegretto
4. Symphony No. 31 in D major (‘Hornsignal’), H. 1/31: Allegro
5. Symphony No. 31 in D major (‘Hornsignal’), H. 1/31: Adagio
6. Symphony No. 31 in D major (‘Hornsignal’), H. 1/31: Menuet & trio
7. Symphony No. 31 in D major (‘Hornsignal’), H. 1/31: Finale, moderato molto-presto
8. Symphony No. 32 in C major, H. 1/32: Allegro molto
9. Symphony No. 32 in C major, H. 1/32: Menuet & trio
10. Symphony No. 32 in C major, H. 1/32: Adagio, ma non troppo
11. Symphony No. 32 in C major, H. 1/32: Finale, presto
12. Symphony No. 33 in C major, H. 1/33: Vivace
13. Symphony No. 33 in C major, H. 1/33: Andante
14. Symphony No. 33 in C major, H. 1/33: Menuet & trio
15. Symphony No. 33 in C major, H. 1/33: Finale, allegro

Disc: 9 (Recorded May 2001)
1. Symphony No. 34 in D minor/D major, H. 1/34: Adagio
2. Symphony No. 34 in D minor/D major, H. 1/34: Allegro
3. Symphony No. 34 in D minor/D major, H. 1/34: Menuet & trio, moderato
4. Symphony No. 34 in D minor/D major, H. 1/34: Presto assai
5. Symphony No. 35 in B flat major, H. 1/35: Allegro di molto
6. Symphony No. 35 in B flat major, H. 1/35: Andante
7. Symphony No. 35 in B flat major, H. 1/35: Menuet & trio, un poco allegretto
8. Symphony No. 35 in B flat major, H. 1/35: Finale, presto
9. Symphony No. 36 in E flat major, H. 1/36: Vivace
10. Symphony No. 36 in E flat major, H. 1/36: Adagio
11. Symphony No. 36 in E flat major, H. 1/36: Menuetto & trio
12. Symphony No. 36 in E flat major, H. 1/36: Allegro
13. Symphony No. 37 in C major, H. 1/37: Presto
14. Symphony No. 37 in C major, H. 1/37: Menuet & trio
15. Symphony No. 37 in C major, H. 1/37: Andante
16. Symphony No. 37 in C major, H. 1/37: Presto

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 13-24, Adam Fischer

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias Completas 13-24, Adam Fischer

Nesta segunda postagem da integral das 104 sinfonias do Mestre austríaco Franz Joseph Haydn (1732 — 1809) vamos trazer aos amigos do blog as sinfonias de número 13 até a de número 24. Em meados do século XVIII, os Eszterházy eram a família mais rica e poderosa da aristocracia húngara e também estavam entre os mais influentes culturalmente, com Haydn trabalhando e sendo o ponto central de uma infraestrutura musical altamente desenvolvida, apresentando regularmente concertos de orquestra e também eventos especiais como a semana dedicada a ópera. Por volta de 1766, o príncipe Paul Anton foi sucedido por Nikolaus, que se tornou conhecido como um dos os patronos mais culturalmente esclarecidos do final do século XVIII. Ele logo começou uma reorganização completa da infraestrutura musical da corte, aumentando principalmente a orquestra e empregando muitos dos maiores instrumentistas da época. Aqui, mesmo na ausência do príncipe, concertos de orquestra eram realizados toda terça e sábado exigindo de Haydn um fluxo constante de novas sinfonias e outras obras. É notável que, ao compor mais de cem sinfonias durante um período de trinta e seis anos, Haydn nunca tomou o caminho mais fácil, recorrendo a fórmulas fáceis ou a prática barroca de emprestar música de outras fontes. Assim, Haydn constantemente procurava novas soluções originais de forma sinfônica e deliberadamente tornando cada nova sinfonia diferente da última.

Prince Nikolaus Esterházy I, “O Magnífico” (1714 – 1790 )

O grande salão do palácio em Eisenstadt era amplo e tinha ótima acústica, algo que Haydn levou em conta nas suas vinte e tantas sinfonias escritas ali entre 1761 e 1765. Isso é notável no primeiro movimento da sinfonia n° 13, cujos acordes sustentados, como os de órgãos, contrabalançam e apoiam as vigorosas repetições rítmicas do tema uníssono de cordas de arpejo que domina o primeiro movimento. Apesar de sua numeração, as quatro sinfonias do CD 04 não foram escritas consecutivamente. É mais provável que sua ordem de composição seja o inverso de 16, 15, 14, 13. Estas sinfonias já mostram a propensão de Haydn para movimentos sinfônicos monotemáticos. Deste conjunto eu achei, em minha humilde opinião,  a Sinfonia nº 15 uma das obras mais interessantes desse período. Seu primeiro movimento é invulgarmente no estilo de uma abertura francesa, extensas seções do adagio emoldurando um animado presto. O segundo movimento também possui um caráter francês, principalmente nos ritmos pontilhados da seção principal do minueto.

No CD 04 estão mais cinco sinfonias. Seguindo a confusão cronológica das primeiras composições elas provavelmente foram escritas na seguinte ordem: 18, 19, 20, 17 e 21, durante um período possivelmente de até sete anos e com um bom número de outras sinfonias se intercalaram entre elas. A interessante sinfonia número 18 é uma das obras com estrutura mais antiquadas de termos de forma com três movimentos. O aspecto mais característico desta forma é o movimento lento de abertura, simpaticíssima obra, contém um tema de abertura no qual Haydn parece aludir às origens barrocas. A de número 17 Haydn aproveita mais os instrumentos de sopro porém eles ainda são usados amplamente como suporte harmônico e na duplicação das linhas dos violinos, enquanto entre as próprias cordas o tema está concentrado nos primeiros violinos.

A Competente Austro-Hungarian Haydn Orchestra posando para os amigos do PQPBach

No Cd 06 encontramos talvez a primeira sinfonia datada no manuscrito original sobrevivente, a de número 21 com data de 1764. Da mesma forma que a sinfonia número 18, essa sinfonia novamente volta na forma sonata de igreja, embora Haydn mantenha os quatro movimentos completos na estrutura. O presto final apresenta algumas formas alternadas bem bacanas entre os violinos. A linda sinfonia 22 denominada “Der Philosoph”, tem um primeiro movimento que é praticamente um prelúdio de coral orquestral e seu andamento lento e muito bonito nos conduz a natureza pensativa da a sinfonia também se distingue por sua bela orquestração. A sinfonia 23 tem um incrível finale com um movimento de sonata, com a característica favorita de Haydn das primeiras sinfonias, ritmos acelerados em um verdadeiro “perpetuum mobile”, e um belo exemplo do compositor nos mostrando na surpreendentemente conclusão fazendo com que a música acabe num coral pianissimo pizzicato. Já na sinfonia 24 o movimento de abertura do é um dos mais dramáticos compostos no primeiro período das sinfonias de Haydn. Dispensando a sutilezas de crescendos e diminuendos, a pontuação está cheia de alternâncias frequentes das marcações de piano e forte, enquanto o desenvolvimento se torna uma sucessão de fortíssimos. Haydn gostava de prestigiar os instrumentistas mais talentosos com trechos em sinfonias feito para eles brilharem o movimento lento desta sinfonia ele introduz um magnífico solo de flauta provavelmente um teste já que levaria alguns anos até que o instrumento encontrasse um lugar permanente na orquestra sinfônica de Haydn. As sinfonias 22 a 24 podem ser datadas com precisão de manuscritos que sobreviveram até hoje. Divirtam-se com mais estes três CD’s !

Disc: 4 (Recorded April 1991)
1. Symphony No. 13 (1763) in D major, H. 1/13: Allegro molto
2. Symphony No. 13 (1763) in D major, H. 1/13: Adagio cantabile
3. Symphony No. 13 (1763) in D major, H. 1/13: Menuet & trio
4. Symphony No. 13 (1763) in D major, H. 1/13: Finale, allegro molto
5. Symphony No. 14 (1764) in A major, H. 1/14: Allegro molto
6. Symphony No. 14 (1764) in A major, H. 1/14: Andante
7. Symphony No. 14 (1764) in A major, H. 1/14: Menuetto & trio, allegretto
8. Symphony No. 14 (1764) in A major, H. 1/14: Finale, allegro
9. Symphony No. 15 (1764) in D major, H. 1/15: Adagio-presto-adagio
10. Symphony No. 15 (1764) in D major, H. 1/15: Menuet & trio
11. Symphony No. 15 (1764) in D major, H. 1/15: Andante
12. Symphony No. 15 (1764) in D major, H. 1/15: Finale, presto
13. Symphony No. 16 (1766) in B flat major, H. 1/16: Allegro
14. Symphony No. 16 (1766) in B flat major, H. 1/16: Andante
15. Symphony No. 16 (1766) in B flat major, H. 1/16: Finale, presto

Disc: 5 (Recorded April 1991 (#17 & 18) and May 1991 (#19 & 20))
1. Symphony No. 17 (1765) in F major, H. 1/17: Allegro
2. Symphony No. 17 (1765) in F major, H. 1/17: Andante, ma non troppo
3. Symphony No. 17 (1765) in F major, H. 1/17: Finale, allegro molto
4. Symphony No. 18 (1766) in G major, H. 1/18: Andante moderato
5. Symphony No. 18 (1766) in G major, H. 1/18: Allegro molto
6. Symphony No. 18 (1766) in G major, H. 1/18: Tempo di menuet
7. Symphony No. 19 (1766) in D major, H. 1/19: Allegro molto
8. Symphony No. 19 (1766) in D major, H. 1/19: Andante
9. Symphony No. 19 (1766) in D major, H. 1/19: Presto
10. Symphony No. 20 (1766) in C major, H. 1/20: Allegro molto
11. Symphony No. 20 (1766) in C major, H. 1/20: Andante cantabile
12. Symphony No. 20 (1766) in C major, H. 1/20: Menuet & trio
13. Symphony No. 20 (1766) in C major, H. 1/20: Presto

Disc: 6 (Recorded April 1989 (#22 & 24) and June 2000 (#21 & 23))
1. Symphony No. 21 (1764) in A major, H. 1/21: Adagio
2. Symphony No. 21 (1764) in A major, H. 1/21: Presto
3. Symphony No. 21 (1764) in A major, H. 1/21: Menuet & trio
4. Symphony No. 21 (1764) in A major, H. 1/21: Finale, allegro molto
5. Symphony No. 22 (1764) in E flat major (‘Philosopher’), H. 1/22: Adagio
6. Symphony No. 22 (1764) in E flat major (‘Philosopher’), H. 1/22: Presto
7. Symphony No. 22 (1764) in E flat major (‘Philosopher’), H. 1/22: Menuetto & trio
8. Symphony No. 22 (1764) in E flat major (‘Philosopher’), H. 1/22: Finale, presto
9. Symphony No. 23 (1764) in G major, H. 1/23: Allegro
10. Symphony No. 23 (1764) in G major, H. 1/23: Andante
11. Symphony No. 23 (1764) in G major, H. 1/23: Menuet & trio
12. Symphony No. 23 (1764) in G major, H. 1/23: Finale, presto assai
13. Symphony No. 24 (1764) in D major, H. 1/24: Allegro
14. Symphony No. 24 (1764) in D major, H. 1/24: Adagio
15. Symphony No. 24 (1764) in D major, H. 1/24: Menuet & trio
16. Symphony No. 24 (1764) in D major, H. 1/24: Finale, allegro

Rainer Küchl, violin
Wolfgang Herzer, cello
Gerhard Turetschek, oboe
Michael Werba, bassoon
Austro-Hungarian Haydn Orchestra
Conductor: Adam Fischer

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