Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Os dois Concertos para Violino de Prokofiev são incontornáveis, autênticas obras-primas da música do século XX. Arabella Steinbacher e Vasily Petrenko dão-lhes tratamento sublime. A violinista é excelente e fez a muito boa escolha de se fazer acompanhada por russos. O resultado ficou como deve ser. Claro que a concorrência é forte, mas Arabella coloca-se bastante bem dentro dela. O primeiro concerto é lindo, mas o segundo sempre foi inquilino de meu ventrículo esquerdo — que é onde o coração bate mais forte. Ambos são esplêndidos!

A Sonata para Violino Solo, Op. 115, foi composta em 1947. Foi encomendada pelo Comitê de Assuntos de Artes da União Soviética como um trabalho pedagógico para estudantes de violino. É uma peça originalmente projetada para ser tocada ou por um solista ou por vários jovens intérpretes em uníssono. Não foi apresentada até 10 de julho de 1959 — seis anos após a morte de Prokofiev — por Ruggiero Ricci no Conservatório de Moscou.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Violin Concerto No. 1 In D Major Op. 19
1 Andantino 10:22
2 Scherzo – Vivacissimo 3:59
3 Moderato – Allegro Moderato – Più Tranquillo 9:09

Violin Concerto No. 2 In G Minor Op. 63
4 Allegro Moderato 11:20
5 Andante Assai – Alegretto – Andante Assai 10:06
6 Allegro, Ben Marcato 6:12

Sonata For Violin Solo In D Major Op. 115
7 Moderato 5:15
8 Theme – Andante Dolce 0:28
9 Variation 1 0:28
10 Variation 2 – Scherzando 0:26
11 Variation 3 – Andante 0:32
12 Variation 4 0:37
13 Variation 5 0:41
14 Con Brio – Allegro Precipitato 4:07

Violin – Arabella Steinbacher
Orchestra – Russian National Orchestra (tracks: 1 to 6)
Conductor – Vasily Petrenko (tracks: 1 to 6)

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Arabella Steinbacher caminhou por toda a sede de verão da PQP Bach Corp. em Florianópolis. Ela estava procurando Vassily Genrikhovich para ir à praia com ele, mas não teve sucesso.

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770 – 1827) ∾ Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Olivier Cavé – Kammerakademie Potsdam & Patrick Hahn ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770 – 1827) ∾ Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Olivier Cavé – Kammerakademie Potsdam & Patrick Hahn ֍

BTHVN

Concertos para Piano Nos. 1 & 2

Olivier Cavé

Kammerakademie Potsdam

Patrick Hahn

 

Dia destes postei estes dois concertos para piano de Beethoven – suas primeiras tentativas a chegar na lista de opus, pois que houve esboços anteriores. Digo isso para enfatizar que ele teve que percorrer um bom trecho antes fazer suas enormes conquistas.

Patrick Hahn

Naquela postagem a motivação era a cadência escrita por Glenn Gould para o primeiro movimento do Primeiro Concerto. Para esta postagem a motivação é bem outra. O que me chamou a atenção neste disco é a perspectiva contemporânea da interpretação, na qual a orquestra toca com instrumentos modernos, mas é de tamanho reduzido e as experiências das interpretações que consideram as práticas da época se fazem ouvir. Olivier Cavé além de ter uma excelente técnica, tem uma forte identificação com este tipo de repertório, música do período clássico, como ficou bem evidente de seus discos até agora, sendo que alguns deles podem ser encontrados aqui no blog, com Concertos para Piano de Mozart, assim como Sonatas de Haydn e do próprio Beethoven. Para completar o pacote, um jovem e promissor regente que impele sua orquestra com sua energia e uma produção primorosa do selo Alpha.

Veja o que um site holandês disso do disco, via Google Translator: Olivier Cavé nos oferece aqui pela primeira vez sua interpretação dos dois primeiros concertos de Beethoven, escritos entre 25 e 30 anos. Nos concertos de Mozart que gravou em 2016, houve uma verdadeira alquimia e este novo projeto caracteriza-se pela mesma vitalidade juvenil em duas obras de um Beethoven ainda impregnado da influência de Mozart. Sua energia ganha um impulso extra com a colaboração com Kammerakademie Potsdam, uma orquestra com muita experiência no repertório de Beethoven, e com o jovem maestro Patrick Hahn, um dos membros mais promissores da nova geração, que celebrará seu 25º aniversário em 2020.

Tá esperando o que? Anda, baixe logo e depois nos conte…

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano No. 1 em dó maior, Op. 15

  1. Allegro com brio
  2. Largo
  3. Rondo (Allegro)

Concerto para Piano No. 2 em si bemol maior, Op. 19

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Rondo (Allegro molto)

Olivier Cavé, piano

Kammerakademie Potsdam

Patrick Hahn

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MP3 | 320 KBPS | 143 MB

Olivier em recente visita a Florianópolis (pré-pandemia, claro…)

Você sabia? At the time [that the First Piano Concerto was written], Beethoven regularly gave piano lessons to various young women of noble descent. Amongst his various pupils was the young princess Odeschali, born Barbara de Keglevics. The precise nature of their relationship sparked numerous rumours, given that the composer dedicated no less than fours works to the princess, including the Concerto no.1 for piano. Though there was no indication of a romantic attachment, the two were neighbours and Beethoven would allegedly often come to give his lessons in a dressing gown and slippers! (Michel Lecompte, La Musique Symphonique de Beethoven).

Pois é, numerosos rumores! Esse Ludovico…

Aproveite!

René Denon

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Wolfang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Concertos – Olivier Cavé, Divertissement, Rinaldo Alessandrini

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

 

Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍

Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍

 

Debussy

Peças para Piano

Steven Osborne

 

Um disco para quem gosta de música para piano! Mas, também adequado para quem gosta de música. Que festa de sons!

É impressionante o número de maravilhosos pianistas gravando e regravando um repertório que há quarenta ou cinquenta anos era restrito a um círculo de menos do que meia dúzia deles.

Concorrência anda braba, certo, Steven?

Basta tomar como parâmetro a obra para piano de Ravel, com o dificílimo Gaspard de la nuit, que pode ser acomodada em dois CDs. Veja só alguns nomes que podem lhe ser familiares: Angela Hewitt, Bertrand Chamayou, Jean-Efflam Bavouzet, Jean-Yves Thibaudet, Alexander Tharaud, Artur Pizarro e Steven Osborne, só para ficar nos selos mais conhecidos…

Mesmo assim, ao ouvir um disco como este, não posso deixar de admirar a qualidade técnica e a beleza da interpretação. Sem mencionar a escolha do repertório, de capa e outras pequenas coisas que distinguem um lançamento como este.

O disco começa com duas peças menos conhecidas, para chamar a nossa atenção e, então, L’isle joyeuse – um verdadeiro show de pirotecnia ao piano. Impossível ficar indiferente.

A seguir os dois trípticos chamados de Images, começando com a peça Reflets dans l’eau, que é também usada como encore por vários pianistas.

Seguindo as Images, mais um tríptico, Estampes. As três peças – Pagodes, de inspiração oriental (javanesa), La soirée dans Grenade e o Jardins sous la pluie, mais uma vez a inspiração das gotas de água e os seus ritmos, soam são tão inovadoras como eram ao serem escritas.

Completando o programa a suíte Children’s Corner com seus títulos em inglês. Debussy dedicou a suíte à sua filha, Claude-Emma, de apelido Chou-Chou. Na dedicatória ele colocou: ‘Para minha querida pequenina Chouchou, com a terna desculpa de seu pai pelo que seguirá’. E aí, toma de música linda com inspiração no universo das crianças e seus brinquedos. Enfim, um disco para ser ouvido miles de vezes.

Claude Debussy (1860 – 1911)

Masques L 110 (1903/4)

  1. Masques

… D’un cahier d’esquisses L 112 (1904)

  1. … D’un cahier d’esquisses

L’isle joyeuse L 109 (1903/4)

  1. L’isle joyeuse

Images pour piano I L 105(1905)

  1. Reflets dans l’eau
  2. Hommage à Rameau
  3. Mouvement

Images pour piano II L 120 (1907)

  1. Cloches à travers les feuilles
  2. Et la lune descend sur le temple qui fut
  3. Poissons d’or

Estampes L 108 (1903)

  1. Pagodes
  2. La soirée dans Grenade
  3. Jardins sous la pluie

Children’s Corner L119 (1906/8)

  1. Doctor Gradus ad Parnassum
  2. Jimbo’s lullaby
  3. Serenade for the doll
  4. The snow is dancing
  5. The little shepherd
  6. Golliwogg’s cake-walk

Steven Osborne, piano

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MP3 | 320 KBPS | 171 MB

Atenção! A peça Et la lune descend sur le temple qui fut é uma das mais bonitas do disco, mas é muito especial e merece ser ouvida com toda a atenção, especialmente numa linda e silenciosa noite. Não deixe o encanto ser quebrado…

I couldn’t agree more: here Osborne’s phrasing and pacing is pure and poetic, as well as raptly atmospheric in ‘The Snow is Dancing’ and it finishes with a deliciously louche cake-walk. — BBC Music Magazine, October 2017

Aproveite!

René Denon

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Debussy (1862-1918): Images e Estampes – Paul Jacobs

Claude Debussy (1862-1918): Images I e II – Estampes – Ivan Moravec, piano

Claude Debussy (1862-1918): Préludes II, Images II, Children’s Corner

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · (Algumas) Sonatas · ∾ · Einar Steen-Nøkleberg ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · (Algumas) Sonatas · ∾ · Einar Steen-Nøkleberg ֍

 

BTHVN

Sonatas para Piano

Einar Steen-Nøkleberg

 

 

Esta postagem traz dois discos – dois álbuns – com sonatas para piano de Beethoven interpretadas por um dos mais famosos pianistas noruegueses – Einar Steen-Nøkleberg.

Apesar da única capa, realmente são dois álbuns. No primeiro três das mais famosas sonatas para piano de Beethoven, três sonatas com apelidos. Este disco é de 1990. O outro não poderia ser mais contrastante, tanto em repertório quanto na interpretação, e é 13 anos mais novo, de 2003.

Nosso correspondente de arte, Caspar David Friedrich, enviou este luar sobre o mar na Noruega…

No disco com as Sonatas ‘Pathétique’, ‘Mondschein’ e ‘Appassionata’ o som é de acordar os vizinhos, a interpretação não economiza no virtuosismo. Disco para tirar o fôlego! Faz pensar na teoria de que Beethoven foi o último compositor clássico e o primeiro músico romântico!

No disco com as três últimas sonatas, a interpretação é mais contida, mas não é menos intensa por isso. Parece mais adequada a um pianista 13 anos mais velho, interpretando um compositor que já amadurecera não só na experiência profissional, mas principalmente com as agruras da vida.

Eu tenho uma grande admiração pelas três últimas sonatas para piano de Beethoven. Acho que ele atingiu um alto nível de criação artística nestas peças, assim como foi no caso dos últimos quartetos.

Eu sei que o artista da postagem é o pianista, mas esse tema do romantismo e Beethoven mexeu comigo e fui buscar no baú de minhas notas um resumo deixado sobre o tema pelo inesquecível Leonard Bernstein. Fala aí, Lenny!

‘Os compositores românticos não realizaram uma convenção em Chicago onde decidiram se tornar românticos: novamente, é um reflexo das mudanças que acontecem na história, a maneira como as pessoas vivem, pensam, sentem e agem. E tudo começou, por estranho que pareça, com o maior classicista de todos, Beethoven. Veja, ele era duas coisas ao mesmo tempo: ele foi o último homem do período clássico, e o primeiro homem do período romântico, tudo de uma vez. Acho que você poderia dizer que ele foi um classicista que foi longe demais; ele estava tão cheio de sentimento e emoção que não conseguia se manter acorrentado a todas aquelas regras e regulamentos do século 18; e então ele quebrou suas correntes e começou um novo tipo de música. E esse foi o fim da música clássica.

Beethoven é o início da música romântica. Não se esqueça que ele ainda sai do século 18, embora tenha vivido por cerca de 25 anos no século 19; mas suas regras, embora ele as quebre, ainda são regras clássicas. Ele ainda estava tentando aperfeiçoar essas regras; e no melhor de sua música ele chegou tão perto da perfeição quanto qualquer ser humano desde o início do mundo’.

Veremos como se sai então nessa diversa empreitada nosso pianista que veio da Noruega!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

CD1

Sonata para Piano No. 8 em dó menor “Pathétique”, Op. 13

  1. Grave-Allegro molto e con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Rondo: Allegro

Sonata para Piano No. 14 em dó sustenido menor “Mondschein”, Op. 27/2

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para Piano No. 23 em fá menor “Appassionata”, Op. 57

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo

CD2

Sonata para Piano No. 30 em mi maior, Op. 109

  1. Vivace, ma non troppo
  2. Prestissimo
  3. Andante molto cantabile ed espressivo

Sonata para Piano No. 31 em lá maior, Op. 110

  1. Moderato cantabile molto espressivo
  2. Allegro molto
  3. Adagio, ma non troppo- Fuga: Allegro, ma non troppo

Sonata para Piano No. 32 em dó menor, Op. 111

  1. Maestoso-Allegro con brio ed appassionato
  2. Arietta: Adagio molto semplice e cantabile

Einar Steen-Nøkleberg, piano

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Einar Steen-Nøkleberg

Et liv med Beethoven (Uma vida com Beethoven)

Aproveite!

René Denon

Eu não deixaria de visitar esta postagem aqui:

Beethoven (1770-1827): (Algumas) Sonatas para Piano – Stephen Kovacevich, piano #BTHVN250

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Paixão Segundo Mateus, de Bach, vai como uma Cantatona da mais alta qualidade até a ária Erbarme dich, quando a coisa se torna cósmica, inatingível, original, profunda. É como se a Erbarme fosse um portal para uma dimensão pisciana, em que estivéssemos submersos, ocupados não somente com o que acontece em nosso plano, mas também com o que há acima e embaixo. Isto pra quem crê que estamos no meio.

Então, esqueça o comércio, mande às favas os parentes e os presentes. Muito melhor do que sair fazendo compras neste dia 23 é ouvir esta estupenda versão da Paixão Segundo Mateus a cargo de um supertime: René Jacobs mais a Akademie für Alte Musik Berlin e solistas.

A Paixão Segundo Mateus BWV 244 (em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum; em alemão: Matthäus-Passion), mais conhecida em países católicos como A Paixão segundo Mateus, é um oratório de Johann Sebastian Bach, que representa o sofrimento e a morte de Cristo segundo o Evangelho de Mateus, com libreto de Picander (Christian Friedrich Henrici). Com uma duração de mais de duas horas e meia (em algumas interpretações, mais de três horas) é a obra mais extensa do compositor. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma das obras mais importantes de Bach e uma das obras-primas da música ocidental. Esta e A Paixão segundo João são as únicas Paixões autênticas do compositor conservadas em sua totalidade. A Paixão Segundo Mateus consta de duas grandes partes constituídas de 68 números, em que se alternam coros, corais, recitativos, ariosos e árias.

A obra foi escrita, provavelmente, em 1727 e foi apresentada pela primeira vez na Sexta-feira da Paixão de 1727 ou na Sexta-feira da Paixão de 1729 na Thomaskirche (Igreja de São Tomás) em Leipzig, onde Bach era o Kantor. Ele a revisou em 1736, apresentando-a novamente em março desse mesmo ano, incluindo dessa vez dois órgãos na instrumentação.

Paixão Segundo Mateus não foi ouvida fora de Leipzig até 1829, quando Felix Mendelssohn apresentou uma versão abreviada em Berlim e foi vivamente aclamado. A redescoberta da Paixão Segundo Mateus através de Mendelssohn expôs a música de Bach — principalmente suas grandes obras — a uma atenção pública que persiste até hoje.

OK, há as duas versões de Gardiner (aqui e aqui), mas este registro está ali juntinho de ambas em qualidade. São as campeãs. Fantástico! Grande Jacobs!

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244

Disk: 1
1. Chor: Kommt, Ihr Töchter, Helft Mir Klagen (1. Teil)
2. Rezitativ: Da Jesus Diese Rede Vollendet Hatte
3. Choral: Herzliebster Jesu, Was Hast Du Verbrochen
4. Rezitativ: Da Versammelten Sich Die Hohepriester – Chor: Ja Nicht Auf Das Fest – Rezitativ: Da Nun Jesus
5. Rezitativ: Du Lieber Heiland Du
6. Arie: Buß’ Und Reu’
7. Rezitativ: Da Ging Hin Der Zwölfen Einer
8. Arie: Blute Nur, Du Liebes Herz
9. Rezitativ: Aber Am Ersten Tage Der Süßen Brot – Chor: Wo Willst Du, Daß Wir Dir Bereiten Das Osterlamm Zu Essen?
10. Choral: Ich Bins, Ich Sollte Büßen
11. Rezitativ: Er Antwortete Und Sprach
12. Rezitativ: Wiewohl Mein Herz In Tränen Schwimmt
13. Arie: Ich Will Dir Mein Herze Schenken
14. Rezitativ: Und Da Sie Den Lobgesang Gesprochen Hatten
15. Choral: Erkenne Mich, Mein Hüter
16. Rezitativ: Petrus Aber Antwortete Und Sprach Zu Ihm
17. Choral: Ich Will Hier Bei Dir Stehen
18. Rezitativ: Da Kam Jesus Mit Ihnen Zu Einem Hofe
19. Rezitativ: O Schmerz! Hier Zittert Das Gequälte Herz
20. Arie: Ich Will Bei Meinem Jesu Wachen
21. Rezitativ: Und Ging Hin Ein Wenig
22. Rezitativ: Der Heiland Fällt Vor Seinem Vater Nieder
23. Arie: Gerne Will Ich Mich Bequemen
24. Rezitativ: Und Er Kam Zu Seinen Jüngern
25. Choral: Was Mein Gott Will, Das G’scheh’ Allzeit
26. Rezitativ: Und Er Kam Und Fand Sie Aber Schlafend
27. Arie: So Ist Mein Jesus Nun Gefangen – Chor: Sind Blitze Und Donner In Wolken Verschwunden
28. Rezitativ: Und Siehe, Einer Aus Denen
29. Choral: O Mensch, Bewein’ Dein’ Sünde Groß
30. Arie: Ach, Nun Ist Mein Jesus Hin! (2. Teil)
31. Rezitativ: Die Aber Jesum Gegriffen Hatten
32. Choral: Mit Hat Die Welt Trüglich Gericht’t
33. Rezitativ: Und Wiewohl Viel Falsche Zeugen Herzutraten
34. Rezitativ: Mein Jesus Schweigt Zu Falschen Lügen Stille
35. Arie: Geduld! Wenn Mich Falsche Zungen Stechen
36. Rezitativ: Und Der Hohepriester Antwortete – Chor: Er Ist Des Todes Schuldig
37. Choral: Wer Hat Dich So Geschlagen

Disk: 2
1. Rezitativ: Petrus Aber Saß Draußen Im Palast
2. Chor: Wahrlich, Du Bist Auch Einer Von Denen
3. Arie: Erbarme Dich, Mein Gott
4. Choral: Bin Ich Gleich Von Dir Gewichen
5. Rezitativ: Des Morgens Aber Hielten Alle Hohepriester – Chor: Was Gehet Uns Das An
6. Rezitativ: Sie Hielten Aber Einen Rat
7. Choral: Befiehl Du Deine Wege
8. Auf Das Fest Aber Hatte Der Landpfleger Gewohnheit – Chor: Laß Ihn Kreuzigen
9. Choral: Wie Wunderbarlich Ist Doch Diese Strafe!
10. Rezitativ: Der Landpfleger Sagte
11. Rezitativ: Er Hat Uns Allen Wohlgetan
12. Arie: Aus Liebe Will Mein Heiland Sterben!
13. Rezitativ: Sie Schrieen Aber Noch Mehr – Chor: Laß Ihn Kreuzigen – Rezitativ: Da Aber Pilatus Sahe
14. Rezitativ: Erbarm’ Es Gott!
15. Arie: Können Tränen Meiner Wangen
16. Rezitativ: Da Nahmen Die Kriegsknechte – Chor: Gegrüßet Seist Du, Judenkönig – Rezitativ: Und Speieten Ihn An
17. Choral: O Haupt Voll Blut Und Wunden
18. Rezitativ: Und Da Sie Ihn Verspottet Hatten
19. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns Das Fleisch Und Blut
20. Arie: Komm, Süßes Kreuz, So Will Ich Sagen
21. Rezitativ: Und Da Sie An Die Stätte Kamen – Chor: Der Du Den Tempel Gottes Zerbrichst – Rezitativ: Desgleichen Auch Die
22. Rezitativ: Ach Golgatha
23. Arie: Sehet, Jesus Hat Die Hand
24. Und Von Der Sechsten Stunde An – Chor: Der Rufet Den Elias – Und Bald Lief Einer Unter Ihnen – Chor: Halt! Laß Sehen
25. Choral: Wenn Ich Einmal Soll Scheiden
26. Rezitativ: Und Siehe Da, Der Vorhang Im Tempel Zerriß
27. Rezitativ: Am Abend, Da Es Kühle War
28. Arie: Mache Dich, Mein Herze, Rein
29. Rezitativ: Und Joseph Nahm Den Leib – Chor: Herr, Wir Haben Gedacht – Rezitativ: Pilatus Sprach Zu Ihnen
30. Rezitativ: Nun Ist Der Herr Zur Ruh’ Gebracht
31. Chor 1 Und 2: Wir Setzen Uns Mit Tränen Nieder

Extra:
32. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns
33. Arie: Komm, Süßes Kreuz

Sunhae Im
Bernarda Fink
Werner Güra
Topi Lehtipuu
Johannes Weisser
Konstantin Wolff

RIAS Kammerchor
Akademie für Alte Musik Berlin
René Jacobs

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O belga René Jacobs: sai de baixo!
O belga René Jacobs.

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Quartetos Op. 18 · ∾ · Quatuor Sine Nomine ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Quartetos Op. 18 · ∾ · Quatuor Sine Nomine ֍

 

BTHVN

Quartetos de Cordas Op. 18

Quatuor Sine Nomine

 

 

Beethoven mudou-se para Viena em 1792 para estudar com Haydn e passou lá o resto de sua vida. Seus primeiros anos na capital austríaca foram de muitos estudos e muito trabalho, na busca de sua afirmação como compositor. Ele era reconhecido como exímio pianista e improvisador, mas os grandes compositores estabelecidos eram Haydn e Mozart, que morrera em 1791. Estes eram os padrões que Beethoven buscava alcançar.

Se olharmos a lista de suas 21 primeiras publicações ‘oficiais’, compostas entre (essencialmente) 1793 e 1800, podemos ver como ele se esforçou para a um só tempo conquistar sua própria voz, impregnando suas obras com seu imenso talento e criatividade, mas como ele também mantinha um olhar atento na ‘concorrência’.

Nestas 21 primeiras publicações temos principalmente sonatas e música de câmera. Os trios com piano, trios de cordas e o trio com clarinete estão nos Op. 1, 3, 8, 9 e 11. As sonatas para violoncelo e piano ou violino e piano nos Op. 5, 12 e 17. As maravilhosas sonatas para piano nos Op. 2, 7, 10 e 13, com mais as duas sonatazinhas do Op. 14 e a sonata para piano a 4 mãos do Op. 6. Entre estas uma das primeiras obras a ganhar um apelido, a Sonata Patética, Op. 13.

De olho no quinteto para piano e sopros de Mozart, Beethoven produziu o seu Op. 16, que com o quinteto do Op. 4 e o Septeto, Op. 20, formam assim a sua preparação para a primeira obra orquestral que viria com a Primeira Sinfonia, no opus 21. Isso mais os dois primeiros concertos para piano, publicado como Op. 15 e Op. 19.

Para fechar este primeiro ciclo, a menos de obras corais, faltava um gênero importante – o quarteto de cordas, cuja excelência havia sido alcançada pelas criações de Haydn, geralmente publicadas em grupos de seis ou dois grupos seguidos de três, e os maravilhosos seis quartetos produzidos por Mozart e dedicados a Haydn.

Assim, podemos imaginar a importância dada por Beethoven às peças que formam o número que falta na nossa lista – Opus 18.

Instrumentos dados a Beethoven pelo Príncipe Lichnowsky

Estes quartetos ocuparam Beethoven entre 1798 e 1800 e foram encomendados pelo príncipe Joseph Franz Maximilian Lobkowitz. As peças saíram maravilhosas e cumprem seu papel de estabelecer o Ludovico como mestre do quarteto clássico. As inovações viriam nas obras posteriores, mas estes são representantes absolutos do modelo estabelecido por Haydn e Mozart.

Eu gosto particularmente do Quarteto em lá maior, No. 5, e do Quarteto em si bemol maior, No. 6, com seu último lindíssimo movimento, La Malinconia. No início deste movimento, Beethoven deixou um importante recado: Questo pezzo si deve trattare colla più gran delicatezza.

Para a postagem escolhi a gravação feita por um quarteto suíço, o Quarteto Sine Nomine. Ao evitar escolher o nome de um específico compositor ou aludir a um especial momento da história da música, eles reafirmam seu desejo de estarem abertos a qualquer compositor e as suas músicas e com a intensão de apresentá-las com objetividade. Isto não quer dizer que suas interpretações sejam desprovidas de expressividade ou de intensidade.

Você poderá dizer por si mesmo, se baixar e ouvir estas belezuras de quartetos postados aqui.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quartetos de Cordas, Op. 18

Quarteto de Cordas em fá maior, Op. 18 No. 1

  1. Allegro con brio
  2. Adagio affettuoso ed appassionato
  3. Scherzo
  4. Allegro

Quarteto de Cordas em sol maior, Op. 18 No. 2

  1. Allegro
  2. Adagio cantabile
  3. Scherzo
  4. Allegro molto, quasi presto

Quarteto de Cordas em ré maior, Op. 18 No. 3

  1. Allegro
  2. Andante con moto
  3. Allegro
  4. Presto

Quarteto de Cordas em dó menor, Op. 18 No. 4

  1. Allegro ma non tanto
  2. Andante scherzoso quasi allegretto
  3. Menuetto. Allegro
  4. Allegretto

Quarteto de Cordas em lá maior, Op. 18 No. 5

  1. Allegro
  2. Menuetto
  3. Andante cantabile
  4. Allegro

Quarteto de Cordas em si bemol maior, Op. 18 No. 6

  1. Allegro con brio
  2. Adagio ma non troppo
  3. Scherzo. Allegro
  4. La Malinconia. Adagio – Allegretto quasi allegro

Quatuor Sine Nomine

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FLAC | 722 MB

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MP3 | 320 KBPS | 353 MB

These are performances that allow Beethoven’s music to speak for itself, and are all the better for it. Speeds on the whole are temperate, with none of the racing allegros and galloping finales favoured by many.

Aproveite!

René Denon

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Mais um bonito disco com a música de Vivaldi! Como os concertos para fagote, os concertos para violoncelo de Vivaldi são recompensadores não apenas por sua escrita solo altamente imaginativa — que estende e explora o caráter versátil do instrumento –, mas também pelas ideias ricamente variadas contidas em seus ritornelos. Se há um único movimento enfadonho a ser encontrado entre essas obras cativantes, ainda não o encontrei. Dieltiens e sua parceira no  violino, Christine Busch, mais o Ensemble Explorations trazem vitalidade rítmica e articulação nítida aos movimentos externos, enquanto nos lentos eles prolongam sua poesia — às vezes elegíaca, às vezes puramente lírica — com fraseados eloquentes. Minha única crítica, e é pequena, é que o órgão de câmara é um pouco mais intrusivo do que deveria ser. Mas isso não é nada comparado com o resto.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 420 (F. III/21)
1 Andante 4:20
2 Adagio 3:48
3 Allegro 3:36

Concerto En Mi Bemol Majeur / E Flat Major / Es-dur RV 408 (F. III/5)
4 Allegro Non Molto 3:39
5 Largo 6:28
6 Allegro 2:09

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 411 (F. III/14)
7 Allegro 2:58
8 Largo 1:22
9 Allegro Molto 1:49

Concerto En Re Mineur / D Minor / D-moll RV 407 (F. III/23)
10 Allegro 3:25
11 Largo 4:13
12 Allegro 2:36

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 544 (F. IV/5) “Il Proteo O Sia Il Mondo Al Rovescio”
13 Allegro 3:54
14 Largo 3:06
15 Allegro 3:13

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 421 (F. III/13)
16 Allegro Non Troppo 3:24
17 Largo 2:30
18 Allegro 2:17

Concerto En Ut Majeur / C Major / C-dur RV 561 (F. IV/3)
19 Allegro 3:32
20 Largo 3:38
21 Allegro 2:42

Cello [Violoncelle Piccolo] – Roel Dieltiens
Ensemble – Ensemble Explorations
Violin – Christine Busch
Violoncello – Richte van der Meer

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Roel Dieltiens

PQP

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonias – Karajan, BPO (1959-1965)

NEW LINK !!!

De vez em quando volto a ouvir estas gravações de Karajan das sinfonias de Brahms. Sinto que preciso ouvi-las, talvez por entender que elas são a base de referência para outros registros destas obras que me caem em mãos.  Tenho uma ligação muito pessoal com estes discos, eles surgiram em um determinado momento muito importante de minha vida, um momento em que eu me encontrava em uma encruzilhada, tentando escolher o caminho a seguir. E foi ouvindo esta versão da primeira sinfonia que me inspirei a seguir o caminho que escolhi. Era um final de tarde de domingo, estava sentado na varanda da casa em que morava, coloquei a fita cassete no velho walkman, dia feio, meio nublado, para variar estava sozinho em casa. Se o caminho que escolhi foi o melhor não cabe discutir, só posso dizer que não me arrependo de minha escolha.

Já discutimos diversas vezes sobre esta obra, procurem lá atrás, nos primórdios do PQPBach, eram outros tempos, tudo bem, mas a idéia e a motivação continuam lá. Estas gravações foram realizadas entre 1959 – 1965. O próprio Karajan estava iniciando sua trajetória de sucesso frente à Orquestra Filarmônica de Berlim, onde veio a se consolidar como um dos maiores regentes do século XX.

Li uma crítica onde o autor considerava as quatro sinfonias de Brahms como uma uma obra só, cada sinfonia sendo um movimento. Depois de tanto ouvir estas obras, no correr destes últimos trinta anos, posso até concordar com esta hipótese, mas ao mesmo tempo, faço questão de ressaltar que cada uma delas tem uma personalidade própria, tem vida própria.

Portanto, está é a proposta desta postagem: todas as sinfonias de Brahms de uma só vez, para serem ouvidas na sequência, façam a experiência. Vale a pena.

Espero que apreciem. Com certeza, seriam discos que eu escolheria para levar para uma ilha deserta.

01 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 1. Un poco sostenuto – Allegro
02 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 2. Andante sostenuto
03 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 3. Un poco allegretto e grazioso
04 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 4. Adagio – Piùandante – Allegro non troppo, ma con brio

01 Symphony no. 2 op. 73 – 1 Allegro non troppo
02 Symphony no. 2 op. 73 – 2 Adagio non troppo
03 Symphony no. 2 op. 73 – 3 Allegro grazioso- Quasi andantino
04 Symphony no. 2 op. 73 – 4 Allegro con spirito

01 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 1. Allegro con brio
02 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 2. Andante
03 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 3. Poco allegretto
04 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 4. Allegro

01 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 1. Allegro non troppo
02 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 2. Andante moderato
03 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 3. Allegro giocoso
04 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- Allegro ernegico e passionato

Herbert von Karajan – Conductor
Berliner Philharmoniker

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W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD lindo, monstruoso, espetacular. A soma da melhor orquestra de instrumentos originais e de um esplêndido regente — além de especialista na música historicamente informada — só poderia resultar num grande disco. A versão da Sinfonia Praga é a melhor que já escutei — o primeiro movimento é uma pauleira digna de nota — e adorei as surpresas da Júpiter. O Andante Cantabile está bastante diferente do habitual e convence, convence muito.

A Sinfonia Nº 38, Praga, foi composta por Mozart no final de 1786 e estreada em Praga, claro, em 19 de janeiro de 1787, durante a primeira visita de Mozart à cidade. O autógrafo do compositor registra o dia 6 de dezembro de 1786 como a data de conclusão da obra. A versão de Jacobs apenas valoriza a Praga. E pasmem, Mozart, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia Nº 39 (K. 543), a Sinfonia Nº 40 (K. 550) e a Sinfonia Nº 41, “Júpiter” (K. 551). Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente dava ponto sem nó. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras. A “Júpiter”, como diz seu apelido, é a mais grandiosa de suas sinfonias. Ironicamente, o nome Júpiter parece ter sido criado em Londres pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.

.oOo.

Uma ilustração

A Elena diz que é uma artesã cansada, que não busca ouvir novas músicas, só as do trabalho. Só que ela casou com PQP Bach e o cara está sempre ouvindo coisas novas.

Hoje, preparei tudo direitinho. Quando ela chegou em casa, coloquei uma gravação das Sinfonias Nros. 38 e 41 de Mozart que sabia ser espetacular, mas não sabia por quê. É isso, eu sei quando é bom, sei que tenho sensibilidade, mas nem imagino os motivos de minhas admirações. E então ela me explica o que tem lá de diferente.

E ela ouviu, pediu pra repetir, ELOGIOU MUITO, destacou e detalhou o último movimento da Júpiter, com suas respirações diferentes, as puxadas de freio do maestro, as variações no andamento, etc.

Quando acabou, eu tirei o CD e coloquei um vinil com um contratenor cantando Purcell. Ela me olhou com estranheza. O que teria a ver? Será que a pequena cirurgia que fiz hoje teria afetado meu cérebro?

Expliquei que o contratenor que cantara Purcell nos anos 70 era o regente do Mozart de agora — um cara que se especializara na regência de óperas barrocas e clássicas.

E vieram considerações e pedidos para que eu ficasse mais tempo em casa. Passamos um bom dia. Eu com alguma dor pelo dente que morreu, mas com o resto ainda bem vivo.

Gravações citadas:
— W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41
Freiburger Barockorchester
Reg.: René Jacobs

— Henry Purcell (1659-1695): “Tis Nature Voice” and other songs and elegies
Contratenor: René Jacobs

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 38 “Prague”
1 I. Adagio – Allegro 15:59
2 II. Andante 9:53
3 III. Finale. Presto 6:42

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 41 “Jupiter”
4 I. Allegro vivace 10:38
5 II. Andante cantabile 9:52
6 III. Menuetto. Allegretto – Trio 3:23
7 IV. Molto Allegro 12:01

Freiburger Barockorchester
René Jacobs

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René Jacobs, um monstro

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Música para Piano · ∾ · Pavel Kolesnikov ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Música para Piano · ∾ · Pavel Kolesnikov ֍

BTHVN

Sonatas ‘Ao Luar’ e Op. 14, 2

Bagatelas Op. 33

Variações WoO 80

Pavel Kolesnikov

 

Nesta postagem vamos homenagear o aniversariante LvB e apresentar para vocês um jovem e sensacional pianista russo que vai assim estrear no nosso blog. Pavel Kolesnikov já está por aí há um certo tempo. Ele ganhou a atenção do mundo musical em 2012 ao tornar-se Prize Laureate do Honens International Piano Competition, que acontece em Calgary, no Canada. Desde então, Pavel Kolesnikov tem seguido uma ótima carreira musical, com muitas turnês pelo mundo, tocando inclusive com a Orquestra Sinfônica Brasileira.

Tem gravado uma sequência de ótimos discos para o selo Hyperion, com uma Goldberg saindo fresquinha do forno por estes dias – com muitos elogios dos críticos.

Por tanto, nosso leitor seguidor não perderá por esperar, mas começamos com este disco que traz um repertório assim … surtido.

Para aquecer os dedos, quatro peças sem número de opus seguidas pela romântica Sonata ‘Ao Luar’, que inicia com aquele movimento lento e termina no melhor estilo virtuose. Temos também o conjunto de Bagatelas do Opus 33, mais uma sonatazinha e, para arrematar ao estilo beethoveniano, as Variações em dó menor. Um ótimo recital para ser ouvido ao cair da tarde, vendo as cortinas da sala esvoaçarem. Mas, se você gosta de seu Beethoven logo pela manhã, sem problemas!

Vale a pena conferir. Espero poder trazer mais discos do moço para você em breve. Quem sabe, as Goldberg, que tal?

 

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quatro Peças para Piano

  1. Andante in C major
  2. Bagatelle in C minor, WoO52
  3. Bagatelle in C major, WoO56
  4. Allegretto in C minor,WoO 53

Sonata para Piano No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27 No. 2 ‘Ao Luar’

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Bagatelles (7), Op. 33

  1. 1 in E flat major. Andante grazioso, quasi allegretto
  2. 2 in C major. Scherzo. Allegro – Trio
  3. 3 in F major. Allegretto
  4. 4 in A major. Andante
  5. 5 in C major. Allegro ma non troppo
  6. 6 in D major. Allegretto quasi andante
  7. 7 in A flat major. Presto

Sonata para Piano No. 10 em sol maior, Op. 14 No. 2

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Scherzo: Allegro assai

Variações para Piano sobre um Tema Original em dó menor, WoO 80

  1. Variações

Pavel Kolesnikov, piano

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FLAC | 191 MB

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MP3 | 320 KBPS | 179 MB

Pavel em recente visita aos frios estados sulinos brasileiros, onde é forte a presença do PQP Bach

Veja o que disse a prestigiosa BBC Music Magazine sobre as interpretações do Pavel: Unexpected tempos, but the atmosphere is unmistakable. Kolesnikov finds nocturnal quietude in the Moonlight Sonata, and his lucid, thoughtful approach pays off elsewhere too.

E também a Gramophone: […] The G major Sonata, Op. 14 No. 2, also suits Kolesnikov well…And he gives a sparkling account of the playful and perky finale.

Sparkling, I would say!

Aproveite!

René Denon

PS: Aqui está a página do Pavel no site da Hyperion.

Bach (1685 – 1750) · ∞ · A Arte da Fuga (Arranjo para Orquestra de Fritz Stiedry) · ∞ · Radio-Symphonie-Orchester Berlin · ֎ · Hans Zender · ֍ ·

Bach (1685 – 1750) · ∞ · A Arte da Fuga (Arranjo para Orquestra de Fritz Stiedry) · ∞ · Radio-Symphonie-Orchester Berlin · ֎ · Hans Zender · ֍ ·

Bach – Stiedry

A Arte da Fuga

Radio-Symphonie-Orchester Berlin

Hans Zender

 

Esta é a primeira de pelo menos duas postagens que farei envolvendo o nome Hans Zender. Se chover reclamações, farei ainda mais…  Johannes “Hans” Wolfgang Zender foi um compositor e maestro alemão que morreu em 22 de outubro de 2019. No momento em que escrevo a postagem falta dez dias para completar um ano de sua morte. Como em nossas quase seis mil e quinhentas postagens o nome Hans Zender aparece só uma vez, como regente em um disco com músicas de Morton Feldman, em 2008 – postagem esta cujos links e arquivos se encontram already no grande oblivium, espero assim poder chamar a atenção de nossos leitores-seguidores para ele, trazendo outros de seus trabalhos.

Hans Zender

Hans Zender subiu a ladeira dos empregos musicais na Alemanha, passando por casas de óperas e trabalhando muito com as orquestras das rádios, um pouco assim como Michael Gielen. Com orquestras como SWR Sinfonieorchester Baden-Baden und Freiburg, Rundfunk-Sinfonieorchester Saarbrucken e Radio-Symphonie-Orchester Berlin, deixou registros de obras de compositores seus contemporâneos, como Boulez, Rhim, Morton Feldman, e compositores anteriores como Mozart, Schubert e Mahler.

Aqui temos uma gravação que pode parecer um pouco antiquada, mas merece ser ouvida. Do ano de 1985, mostra como foi cuidadoso e reverente o trabalho de Zander. A peça é uma obra máxima, Die Kunst der Fuge – A Arte da Fuga – de Bach, um ótimo desafio para os intérpretes, já que Bach não deixou muitas instruções de como a obra deveria ser executada. Aqui temos um arranjo, uma distribuição do material musical para os diferentes instrumentos da orquestra, feito por Fritz Stiedry, que também foi ótimo regente além de arranjador, mas de uma geração anterior a de Hans Zender.

 

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Die Kunst der Fuge, BWV 1080.
(Arranjo para grande orquestra, por Fritz Stiedry)

  1. I Allegro Moderato, BWV 1080, 1
  2. II Allegro con moto, BWV 1080, 2
  3. Canon I Allegro assai, BWV 1080, 17
  4. III Allegro moderato, BWV 1080, 3
  5. IV Allegro molto, BWV 1080, 6
  6. Canon II Allegro tranquillo, BWV 1080, 16
  7. V Allegro vivace, BWV 1080, 5
  8. VI Andante, BWV 1080, 6
  9. VII Andantino, BWV 1080, 7
  10. VII Allegrissimo, BWV 1080, 9
  11. IX Allegrissimo, BWV 1080, 10
  12. Canon III Presto non troppo, BWV 1080, 15
  13. X Allegro, BWV 1080, 8
  14. XI Allegro non troppo, BWV 1080, 11
  15. Canon IV Molto moderato, BWV 1080, 14
  16. XII Allegro con moto, BWV 1080, 12-I
  17. XIII Allegro con moto, BWV 1080, 12-II
  18. XIV Vivace ma non troppo, BWV 1080, 13-I
  19. XV Vivace ma non troppo, BWV 1080, 13-II
  20. XVI Allegro moderato, BWV 1080, 19

Klaus Hellwig e Thomas Weber, piano

Radio-Symphonie-Orchester Berlin

Hans Zender

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FLAC | 227 MB

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MP3 | 320 KBPS | 188 MB

Quem não fica assim, regendo a genial música de Bach?

Momento ‘The Book is on the Table’:

Probably no single work by Johann Sebastian Bach is surrounded with such an aura of mystery and secrecy as The Art of Fugue.

Aproveite!

René Denon

Detalhe de uma capa de outra gravação da Arte… Poucas obras inspiraram tanto os artistas que produzem as capas!

PS: Se você gostou desta postagem, não deixe de conferir estas gravações, bem diferentes, mas ótimas!

J S Bach – Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Le Consort de violes des Voix humaines

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Podger / Brecon)

Ravel (1875 – 1937) – Rapsodie espagnole · ∾ · Debussy (1862 – 1918) – La Mer · ∾ · London Symphony Orchestra & François-Xavier Roth ֍

Ravel (1875 – 1937) – Rapsodie espagnole · ∾ · Debussy (1862 – 1918) – La Mer · ∾ · London Symphony Orchestra & François-Xavier Roth ֍

Ravel

Rapsodie espagnole

Debussy

Prélude à l’après-midi d’um faune & La mer

LSO

François-Xavier Roth

Esta postagem traz um disco que segue uma tradição – um disco no qual uma grande orquestra inglesa interpreta um repertório de música francesa, regida por um maestro francês. E que disco! A música não poderia ser mais bonita, a orquestração é um verdadeiro luxo. E tudo realizado com maestria e competência. O melhor de dois mundos, disco gravado ao vivo, que acrescenta a energia e excitação da ocasião, mas com técnica para evitar ruídos estranhos.

O maestro François-Xavier Roth é o Diretor Musical Geral em Colônia desde 2015 e assim dirige a Gürzenich Orchestra e a Ópera. É o Principal Regente Convidado da London Symphony Orchestra e é Artista Associado (o primeiro a assumir tal posição) da Philharmonie de Paris. O sujeito está em plena atividade!

A Rapsódia Espanhola inicia o disco de maneira gentil, fazendo que prestemos bastante atenção e depois nos vai revelando os sons que aludem ao mundo Ibérico. A orquestra tem grandes oportunidades de exibir sua técnica, brilhando nos pequenos detalhes e exibindo seu potencial sonoro que aqui é enorme.

Funcionando como um interlúdio temos o Prélude à l’après-midi d’um faune de Debussy, destilando toda a sensualidade que uma orquestra de senhores e senhoras ingleses pode produzir sob o comando de um maestro francês.

Para completar, a grande peça orquestral de Debussy – La mer.

Mas esta postagem, além de divulgar tão linda música, tem a intensão de propor uma comparação entre diferentes formatos de arquivos musicais.

PQP Bach goes techno!

Provavelmente você já sabe a diferença entre mp3 e flac. Aqui está um resumo:

De certa forma, se o MP3 é semelhante a imagem em JPG (que têm compressão com perda de qualidade), um arquivo FLAC (Free Lossless Audio Codec) é mais parecido com uma imagem em PNG. Isso porque os arquivos FLAC também passam por compressão, mas sem que isso implique em perda de qualquer parte da informação original. As palavras LOSSY e LOSSLESS são usadas para reforçar a diferença.

A escolha entre um formato e outro deve levar em conta o fato de que a perda é pequena e para que possa ser notada é necessário um sistema de som adequado, sem contar com os ouvidos treinados e sensíveis do ouvinte. Estou aqui considerando mp3 de 320kbps, pois há outras versões nas quais a perda da qualidade é mais acentuada. O tamanho dos arquivos também é um fator a ser levado em conta.

Agora, entrando na arena, temos o flac-[Hi Re]. Enquanto os arquivos flac tem a qualidade de um CD, um arquivo flac de alta resolução seria o equivalente ao Master-Tape, a gravação de estúdio. Ou seja, oferecem mais qualidade ainda do que a de um CD. Estes arquivos são bem maiores do que os equivalentes arquivos mp3 e flac. Em um CD a amostra de música é feita em16 bit 44.1kHz. No caso da High Resolution Audio normalmente as amostras serão de 24bit 88.2kHz, 96kHz, 176.4kHz ou 192kHz.

Qual formato você escolheria? É preciso levar em conta a sua capacidade de armazenar (memória), a qualidade dos equipamentos disponíveis para a reprodução, a ocasião e as condições nas quais os arquivos serão ouvidos. Assim, espero que ao disponibilizar esse belo disco nestes três diferentes formatos possa contribuir para sua reflexão sobre o assunto. Depois me conte se essa provocação foi de alguma utilidade para você.

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Rapsodie Espagnole

  1. Prélude à la nuit
  2. Malagueña
  3. Habanera
  4. Feria

Claude Debussy (1862 – 1917)

Prélude à l’après-midi d’un faune

  1. Prèlude

La Mer

  1. De l’aube à midi sur la mer
  2. Jeux de vagues
  3. Dialogue du vent et de la mer

London Symphony Orchestra

François-Xavier Roth

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FLAC – 24bit-96kHz | 801 MB

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FLAC | 166 MB

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MP3 | 320 KBPS | 113 MB

Veja parte da crítica que você poderá ler na íntegra aqui: Although placed second, Debussy’s Faun makes for an ideal listening Prelude […] – sultry, fluid and ravishing from François-Xavier Roth, featuring numerous stellar LSO solos, not least a bewitching flute aperitif from Gareth Davies, and glorious strings. […] For the record Roth eschews the ad lib brass fanfares in La mer’s final movement and the recorded sound is superb in its clarity and presence.

Eu repito: Superb!

Aproveite!

René Denon

Certo, Professor F-X?

 

Se você gostou da música desta postagem, poderá se interessar por estas aqui:

Debussy (1862-1918): La Mer – Prélude à l’aprés-midi d’un faune – Images – Orchestre National de France & Daniele Gatti

Mussorgsky (1839-1881): Quadros de Uma Exposição / Ravel (1875-1937): Ma Mère l’Oye & Rapsódia Espanhola – Carlo Maria Giulini

Bach (1685–1750) · ∞ · Partitas BWV 825 – 830 · ∞ · Igor Levit ֍

Bach (1685–1750) · ∞ · Partitas BWV 825 – 830 · ∞ · Igor Levit   ֍

Bach

Partitas

Igor Levit

 

Um dos grandes prazeres naqueles dias era o de fazer a ronda – ir às lojas de CDs, ver as novidades. Como essas lojas também tinham seus barflies, sempre encontrava algum conhecido ou mesmo, com sorte, um amigo. Sabíamos os gostos (e desgostos) uns dos outros e parte da diversão consistia em correr na frente para provocar quem ficava para trás – sobrou só uns Tchaikoviskys aí para você… era o bordão.

Depois íamos tomar café e exibir os resultados das compras. Não sou saudosista, os tempos são outros, mas o prazer de ir passando os discos e se deparar com um álbum com a combinação – compositor – repertório – intérprete reunidos é algo difícil de esquecer.

Uma dessas últimas emoções, desses prazeres do passado, foi encontrar este álbum da postagem e me ocorreu na Arlequim, uma linda loja que havia no Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro.

O álbum duplo com as Partitas de Bach, interpretadas pelo então desconhecido Igor Levit foi a prenda do dia! I snaped it up, sem vacilar! E valeu cada centavo investido.

Revivo isto tudo e os faço saber pois que Igor Levit ganhou não um, mas dois prestigiosos prêmios da edição deste terrível ano de 2020 da Gramophone Awards, a premiação da prestigiosa revista de música inglesa.

O prêmio na categoria Instrumental, pela gravação das Sonatas para Piano de Beethoven, disponível já há um bom tempo no seu distribuidor PQP Bach Ars Blog mais próximo, já seria para monumentais comemorações. Mas Igor levou outro premio ainda, talvez de maior prestígio. Ele ganhou também na categoria Artista do Ano. Certamente suas aptidões artísticas o levaram a tanto, como você poderá verificar ouvindo o álbum desta postagem, mas a razão pela qual Levit segue ganhando prêmios de diversos segmentos vem de sua atitude e seus posicionamentos firmes e exemplares frente a tantas questões que nos afligem nestes tempos deveras conturbados que vivemos. Ele ganhou também o Beethoven Prize por suas claras e fortes posições externadas nas mídias, como você poderá ver aqui.

Mas hoje é dia de Bach e Levit nos levará pelo mundo maravilhoso das Partitas. Bach já havia produzido duas coleções de suítes para o teclado quando a Primeira das Partitas foi impressa em 1726 – com a promessa de mais outras que a seguiriam. A coleção ficou completa em 1731 e foi designada Clavier-Übung (Exercícios para Teclado), terminologia que já havia sido adotada por Johann Kuhnau, o predecessor de Bach como Kantor de Santo Tomás, em Leipzig.

A impressão desta coleção – Opus 1 de Bach – pode ter sido uma tentativa de aumentar a renda e criar uma nova frente de atividade, uma vez que o interesse pela música religiosa vinha declinando devido a várias dificuldades. Inclusive, esta seria a motivação para a criação de mais um novo ciclo de suítes, pois que os pretensos compradores da coleção eram os muitos estudantes de Bach e outros músicos profissionais, que já tinham certamente suas cópias das lindas Suítes Inglesas e Francesas. E melhor ainda para nós, que ganhamos mais uma coleção primorosa de Suítes de Bach, um verdadeiro compendio de estilos musicais – aberturas francesas, tocatas, fugas e fantasias, assim como uma miríade de danças. E tudo isto entregue a você pelas mãos do artista do ano: Igor Levit!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

CD1

Partita No. 1 em si bemol maior, BWV 825

Partita No. 2 em dó menor, BWV 826

Partita No. 4 em ré maior, BWV 828

CD 2

Partita No. 3 em lá menor, BWV 827

Partita No. 5 em sol maior, BWV 829

Partita No. 6 em sol menor, BWV 830

Igor Levit, piano

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FLAC | 457 MB

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MP3 | 320 KBPS | 349 MB

Quando Igor Levit deu seu primeiro recital nos Estados Unidos da América, em 2014, Alex Poots, que era o diretor artístico do Park Avenue Armory em 2014, ficou encantado com sua musicalidade e sua consideração. Ele teve então a ideia de apresentá-lo a Marina Abramović.

Foram então todos ao Chiltern Firehouse, um hotel chique em Londres, com um bar lotado e barulhento depois da meia-noite, quando Marina Abramović  pediu ao Levit que tocasse alguma coisa ao piano.

Levit lembra-se de ter dito “Marina, eu não posso tocar o piano aqui, todo o mundo está dançando”. Mas o dono do local silenciou o D.J. e Levit tocou o último movimento da Sonata Hammerklavier.

Mr. Poots disse que o salão ficou em silêncio: “Em um bar barulhento, cheio de festa e de vida, podia-se ouvir um alfinete cair ao chão”.

Believe it or not, Mr. Levit!

Aproveite o Bach!

René Denon

Se você gostou desta postagem, poderá se interessar por estas aqui:

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 1 de 9 – BTHVN250

J. S. Bach (1685-1750): Partitas BWV 825 a 830 – Angela Hewitt, piano (2ª Gravação – 2019)

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Partitas – Richard Egarr

 

.: interlúdio :. Bela Fleck / Zakir Hussain / Edgar Meyer: The Melody Of Rhythm

.: interlúdio :. Bela Fleck / Zakir Hussain / Edgar Meyer: The Melody Of Rhythm

Esses irrepetíveis CDs “fora de gênero”… Isto é jazz em razão de Bela Fleck? É world music por causa do grande Zakir Hussain? É clássica devido a Edgar Meyer? Bem, o mais importante é dizer que é tudo isso e que é tudo acessível, agradável e bem feito. Não é uma miscelânea de estilos, é algo com unidade e química próprias. Há as músicas em trio e há a participação de uma orquestra sinfônica com regência do excelente Leonard Slatkin.

Classifiquei o CD em jazz, mas não sei. Há improvisação mas não é jazz, certamente. Não é absolutamente vanguarda, nem free, nem world. Erudito seria adequado, mas não contaria toda a história. OK, fica sob o largo guarda-chuva do jazz.

Para vocês saberem se vão gostar, só ouvindo.

Bela Fleck / Zakir Hussain / Edgar Meyer – Melody Of Rhythm (2009)

1. Babar 6:10

2. Out Of The Blue 4:58

3. Bubbles 7:12

4. The Melody Of Rhythm, Movement 1 11:51
5. The Melody Of Rhythm, Movement 2 6:26
6. The Melody Of Rhythm, Movement 3 9:39

7. Cadence 3:56

8. In Conclusion 6:34

9. Then Again 6:40

Bela Fleck – five string banjo
Zakir Hussain – tabla
Edgar Meyer – double bass

Detroit Symphony Orchestra
Leonard Slatkin

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Bela Fleck, Edgar Meyer e Zakir Hussain na Sala Jazz de Detroit da PQP Bach Corp.

PQP

Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

Um bom disco de música barroca italiana. Mas Dall’Abaco não é Vivaldi, nem Corelli. Embora se trate de concertos sem instrumentos declaradamente solo ou concertante, o primeiro violino pode ter breves seções concertantes. Os modelos de Vivaldi, ou mais corretamente os modelos italianos da primeira metade do século, são evidentes: escrita extremamente fluente, raro uso de contraponto imitativo, predomínio da melodia. Dall’Abaco é um sujeito bem famoso em Verona. O cara era veronês e dá nome ao conservatório musical da cidade. Está escrito lá: Conservatorio Statale di Musica Evaristo Felice Dall’Abaco, Alta Formazione Artistica e Musicale. Trata-se de uma região muito musical, a gente anda na rua e os cartazes colados nas paredes e bancas, em vez de anunciar a Ivete Sangalo ou o grupo de rock da cidade, anunciam trios de Shostakovich ou a próxima atração da Arena. É outro mundo. Quando conheci a Piazza Bra em 2006, pensei que ali poderia ser o meu lugar se fosse rico; até hoje dou frequentemente uma olhada em como está a minha Piazza com uma webcam que transmite 24 horas sua situação. Estamos de olho!

Mas, não obstante as exigências neuróticas de genialidade de nosso blog, Evaristo foi um grande compositor. Aluno de Torelli, recebeu enorme influência de Corelli e Vivaldi, porém tem voz própria e original. Dall`Abaco acabou como Kammermusicker de Maximiliano Emanuel I. Ficou pouco tempo na Bavária, teve que fugir junto para a Bélgica após uma derrota militar. Viveu anos em Bruxelas e compôs também para cortes francesas e holandesas. Eu querendo ir morar em Verona e o compositor de cidade só fugiu por toda sua vida…

A propósito, eu me apaixonei pelo Concerto V In Sol.

Evaristo Felice Dall’Abaco (1675-1742): Concerti A Più Instrumenti Opera Sesta

CD 1
Concerto XII In Re
1-1 Allegro
1-2 Grave
1-3 Allegro ma Non Troppo
Concerto IV In Si Minore
1-4 Allegro
1-5 Adagio
1-6 Allegro
Concerto II In Mi
1-7 Allegro Ma Non Troppo
1-8 Aria. Cantabile
1-9 Allegro Assai
Concerto III In Fa
1-10 Allegro
1-11 Largo Sempre Piano
1-12 Allegro E Spiritoso
Concerto I In Do
1-13 Allegro
1-14 Largo
1-15 Presto E Spiccato
Concerto VIII In Re
1-16 Allegro
1-17 Largo
1-18 Allegro
CD 2
Concerto VII In La
2-1 Allegro
2-2 Grave
2-3 Presto
Concerto XI In Mi
2-4 Allegro
2-5 Aria. Cantabile
2-6 Allegro E Spiritoso
Concerto X In Do
2-7 Allegro
2-8 Largo
2-9 Allegro
Concerto IX In Sib
2-10 Allegro Ma Non Troppo
2-11 Largo Assai
2-12 Allegro Assai
Concerto V In Sol
2-13 Allegro E Vivace Assai
2-14 Aria. Adagio Cantabile
2-15 Allegro
Concerto VI In Fa
2-16 Allegro
2-17 Adagio
2-18 Allegro Ma Non Troppo
2-19 Allegro Assai

Il Tempio Armonico
Orchestra Barocca Di Verona
Alberto Rasi

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#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Hammerklavier · ∾ · Steven Osborne ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Hammerklavier · ∾ · Steven Osborne ֍

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Sonatas para Piano Nos. 27 – 29

Hammerklavier

Steven Osborne

 

Uma boa festa de aniversário tem seus diferentes momentos, tais como a chegada dos primeiros convidados, os últimos retoques na decoração, os animadores atuando. Com sorte, um número de mágica. Se a festa é para um adulto, boa parte da diversão vem das conversas, papos entre pessoas que há muito não se veem, até alguns distantes desafetos, essas coisas. Com o decorrer da festa, certos protocolos se fazem necessários, fotos com parentes ou amigos mais íntimos e o momento mais aguardado, de cantar parabéns, apagar as velinhas e cortar o bolo. Daí em diante é debandada geral, a festa está terminando.

Balões não podem faltar…

Mais ou menos é este o sentimento aqui nestas postagens – de que o momento de cantar parabéns está próximo e assim nosso projeto #BTHVN250 inicia suas últimas voltas em órbita e se prepara para reentrar na atmosfera.

Mas ainda há oportunidades de rememorar grandes momentos do aniversariante. No caso do Ludovico, eu preciso ainda mencionar algumas obras que são muito significativas. É claro, toda a sua obra está sendo meticulosamente postada num trabalho cuidadoso especialmente do Vassily, mas eu gostaria de lhes falar daquelas que me são especialmente caras. Pois agora vos falo da Hammerklavier. Não foi uma amizade – uma relação – assim fácil, desde o início. Nosso caso realmente ficou sério depois da gravação feita por Emil Gilels para a Deustche Grammophon. Com certeza esta gravação está por aí postada por algum de meus colegas de blog, pois que esta turma está ativa há um bom tempo e eles não dão mole em serviço.

Eu já fiz uma postagem de uma gravação que considero também maximal (isto é, uma gravação que atingiu, na minha concepção, um nível artístico insuperável, mas que não pode ser comparada com outra gravação maximal, como a de Gilels, pois que estas coisas não são comparáveis como se estivéssemos em um torneio ou em um concurso) feita por Murray Perahia também para a Deutsche Grammophon.

Steven e sua cara de roqueiro…

Mas, hoje, no contexto do #BTHVN250, apresento-vos a gravação feita pelo Steven Osborne, para a Hyperion.  Magistral! Muscular, física, intensa! Eu fiquei de queixo caído. Claro, cada um tem a sua gravação preferida, uma interpretação que chegue tão próximo quanto possível de sua imagem de gravação ideal da tal obra. Pois nestes dias estranhíssimos deste ano de 2020, para mim, Osborne, que tem sobrenome de roqueiro, é o cara da Hammerklavier. E para arredondar o disco, as duas outras sonatas que a antecederam, que formam assim um estranho, mas interessante triunvirato. Uma sonatinha com dois movimentos (Opus 90), uma sonata com quatro movimentos, os dois últimos ligados um ao outro (Opus 101) e a grande sonata Hammerklavier! Mas, no disco, elas são dispostas ao contrário da ordem cronológica.

Espero que você tenha a oportunidade de ouvir este disco lindo, gravado com os altíssimos padrões técnicos da Hyperion, com a produção sempre excelente de Andrew Keener. Achei que a capa foi feita pela equipe que estava de plantão quando o time oficial saiu de férias. Mas, tão pequena queixa não chega a macular o disco.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 29 in si bemol maior, Op. 106 ‘Hammerklavier’

  1. Allegro
  2. Scherzo: Assai vivace – Presto
  3. Adagio sostenuto, appassionato e con molto sentimento
  4. Largo – Allegro – Allegro risoluto

Sonata para Piano No. 28 in lá maior, Op. 101

  1. Allegretto ma non troppo (Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung)
  2. Vivace alla marcia (Lebhaft, Marschmäßig)
  3. Adagio, ma non troppo, con affetto (Langsam und sehnsuchtsvoll) + IIIb. Allegro (Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit)

Sonata para Piano No. 27 in mi menor, Op. 90

  1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
  2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Steven Osborne, piano

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FLAC | 281 MB

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MP3 | 320 KBPS | 177 MB

Veja o que disse a mídia sobre o disco:

[this] is about the big picture, objectivity and a powerful kinaesthesia that could propel rockets into space…the result is a virtuoso apotheosis as brilliant as molten iron from a blast furnace Grammophone – 2016

The Scottish pianist plays with an authority built on intelligent, very human musicianship: his accounts of these three late-period Beethoven sonatas are hugely personal but are never about him. The Guardian – 2016

Aproveite!

René Denon

Steven contando para o pessoal do PQP Bach de Santa Catarina quantas vezes ele precisa explicar que é o Osborne, não o Osbourne…

Eu não deixaria de visitar estas postagens:

Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Opp. 81a, 90, 101, 106, 109, 110 – Emil Gilels #BTHVN250

Beethoven (1770-1828): Hammerklavier & Moonlight – M. Perahia – DG

Georg Philipp Telemann (1681-1767) ∾ Suítes Orquestrais (Aberturas) ∾ Cappella Coloniensis – Hans-Martin Linde ∾∾

Georg Philipp Telemann (1681-1767) ∾ Suítes Orquestrais (Aberturas) ∾ Cappella Coloniensis – Hans-Martin Linde ∾∾

Telemann

Aberturas

Cappella Coloniensis

Hans-Martin Linde

 

Esta é a minha primeira postagem de um disco só com música do George Felipe e a escolha me fez pensar bastante sobre música, talento e coisas do gênero.

A pergunta que martelei estes dias, por conta disso, vai mais ou menos assim: Pode um talento a um só tempo ser prêmio e castigo? Pode o afortunado portador de um talento assombroso acabar, de certa forma, sucumbindo a ele?

Telemann, Handel e Bach nasceram próximos uns aos outros tanto do ponto de vista cronológico como geográfico e foram músicos de imenso talento (dããã…). Mas cada um deles usou seus talentos de maneira bastante diversa, como podemos observar nas obras destes três compositores que chegaram até nós.

Em seus dias, Telemann era mais famoso do que Bach e, de certa forma, Handel também. Este era cosmopolita, um verdadeiro cidadão do mundo.

Bach nos legou uma música ‘definitiva’, mais profunda, se pudesse aplicar este adjetivo para algo tão efêmero como música. Certamente isto se deve ao seu talento, mas também à sua atitude ao preparar seu legado, aperfeiçoando sua música de forma intensa, especialmente na fase final de sua vida. Os outros dois talentosos compositores desta já um pouco estranha conversa produziram em profusão, aspergindo sobre tudo que escreviam seus abundantes atributos, sua imensa facilidade musical, sua fluência no trato com a composição musical. Mas certamente tinham uma atitude mais pragmática em relação à sua obra.

O tema deste disco são as suítes orquestrais e já falei um pouco sobre elas em postagem dia destes. Pois enquanto Bach nos deixou quatro delas, Telemann, dito por ele mesmo, deitou pena em mais do que duzentas, das quais umas 134 foram preservadas. Assim, não foi difícil escolher mais duas para acompanhar neste álbum a mais famosa das três, a Wassermusik.

Vista do Elba atual com o Elbphilharmonie (https://www.elbphilharmonie.de/en/)

Com uma orquestração rica, dois piccolos, duas flautas doce, oboés, fagote, cordas e contínuo, esta suíte foi apresentada em 6 de abril de 1723 nas comemorações do Centenário do Almirantado de Hamburgo. Fez tanto sucesso que foi repetida pelos seguintes quatorze anos e ganhou nome: ‘Hamburger Ebb und Fluth” ou ‘Musica maritima’. Impossível não pensar em um paralelo com a Música Aquática de Handel. Há inclusive uma gravação que reúne as duas peças. A suíte composta para o Almirantado leva em conta o fato de Hamburgo ser um importante porto no rio Elba. Assim, figuras mitológicas relacionadas às águas são aludidas nos movimentos que a compõem. Deusas e deuses, ninfas, o movimento do mar e até os felizes (por estarem enfim em um porto) marinheiros.

Telemann deixou-nos tanta música que é preciso uma forma de catalogação científica, para distinguir as peças. As outras duas suítes são mais simples na orquestração e no escopo, mas adoráveis a seu próprio mérito. Veja, a Ouvertüre (Orchestersuite) C-dur, TWV 55: C6 foi composta para três oboés, cordas e contínuo, enquanto a Ouvertüre e-moll, TWV 55: e5 apenas para cordas e contínuo. É simples, C-dur é dó maior na notação germânica. TWV 55 atende ao grupo de suítes de Telemann. C6 quer dizer que esta é a de número 6 das suítes em dó maior. A Wassemusik é a TWV 55: C3. Isto é, a terceira suíte em dó maior catalogada. A e5 então é qual?

Este disco foi gravado entre 1985 e1987 e a edição que ouvi é de 1992. A Cappella Coloniensis é da cidade de Colônia e foi fundada em 1954 na Nordwestdeutscher Rundfunk (Radio Alemã), inspirada na Orquestra da Corte de Dresden, famosa na Europa no século 18 e alcançava cerca de 40 músicos. A Cappella Coloniensis é um grupo pioneiríssimo na prática de música com instrumentos e técnica de época. Aqui eles estão sob a regência de Hans-Martin Linde, um virtuose da flauta doce que fundou também uma orquestra – Linde Consort – e gravou inúmeros discos. Ele hoje está com 90 anos.

Georg Philipp Telemann (1681 – 1767)

Abertura (Suíte Orquestral) em dó maior, TWV 55: C6

  1. Ouverture
  2. Harlequinade
  3. Espagnol
  4. Bourree en trompette
  5. Sommeille
  6. Rondeau
  7. Menuet I-II
  8. Gigue

Abertura (Suíte Orquestral) em dó maior, TWV 55: C3 ‘Wassermusik’ – ‘Hamburger Ebb’ und Flut’

  1. Ouverture: Hamburger Ebb und Fluth
  2. Sarabande: Die schlaffende Thetis
  3. Bouree: Die erwachende Thetis
  4. Loure: Der verliebte Neptunus
  5. Gavotte: Die spielenden Najade
  6. Harlequinade: Der schertzende Tritonus
  7. Der sturmende Aeolus
  8. Menuet: Der angenehme Zephir
  9. Gigue: Ebbe und Fluth
  10. Canarie: Die lustigen Bots-Leute

Abertura (Suíte Orquestral) em mi menor, TWV 55: e3

  1. Ouverture
  2. Rejouissance
  3. Air
  4. Gigue
  5. Menuett
  6. Forlane

Cappella Coloniensis

Hans-Martin Linde

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FLAC | 310 MB

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MP3 | 320 KBPS | 144 MB

Se você gostou deste disco, poderá também verificar as postagens a seguir:

Georg Philipp Telemann (1681-1767) – Overture & Concerti – Holland Baroque Society, Alexis Kossenko

G. P. Telemann (1681-1767): Water Music / Alster Overture

Albinoni (1671-1751) & Telemann (1681-1767): Oboe Concertos – Han de Vries

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Suites & Concertos para Flauta Doce

Aproveite!

René Denon

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Bagatelas · ∾ · Christoph Scheffelt ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Bagatelas · ∾ · Christoph Scheffelt ֍

BTHVN

Bagatelas

Kleinigkeiten

Bagatelles

Christoph Scheffelt

 

Um pianista que nasceu no Chile e aperfeiçoou a sua arte na Alemanha, tornando-se um grande intérprete de Beethoven! Esta frase nos faz pensar imediatamente em um nome – Claudio Arrau! Bem, um nome e um sobrenome. Mas o disco da postagem foi gravado há poucos dias e seu lançamento oficial é hoje (30/10/2020, dia no qual escrevo estas mal traçadas). Assim, não pode ser Claudio, mas o jovem pianista Christoph Scheffelt preenche as características descritas na frase e já ganhou o prêmio “Claudio Arrau”, o renomado Rahn Music Prize. E ganhou também mais outras coisas.

Neste disco recentíssimo ele coloca todo o seu talento e sua preparação para nos brindar com sua interpretação das três coleções de pequenas joias do grande Ludovico, as Bagatelas op. 33, op. 119 e op. 126. A famosa ‘Pour Elise’ foi colocada também na cesta…

A crítica de The Observer, Fiona Maddocks, nos conta que as 11 pequenas peças que formam o Opus 119 foram compostas enquanto Beethoven trabalhava nas gigantescas peças corais e sinfônicas – a Missa Solemnis e a Nona Sinfonia. Talvez ele fosse do tipo que polia pedrinhas enquanto descansava de carregar pedronas. O seu editor em Leipzig reclamou que essas pecinhas, umas bagatelas, nem pareceriam que eram de Beethoven. Vejam que obtuso. Beethoven sabia do valor artístico delas e as enviou para seu antigo aluno Ferdinad Ries, que estava em Londres, onde elas foram então publicadas. Com estas peças, que foram compostas ao longo de toda a sua vida, Beethoven podia explorar uma grande variedade de sentimentos, expressões musicais, fazendo inovações. Mostrar todas estas cores e sons, a ideia de um caleidoscópio nos vem à mente, exige bastante do intérprete. Na minha opinião, Christoph Scheffelt conseguiu realizá-las com graça e eloquência e tudo isso sem resvalar na pieguice. Basta ver sua interpretação da surrada ‘Pour Elise’.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Bagatelles (7), Op. 33

  1. 1 in E flat major. Andante grazioso, quasi allegretto
  2. 2 in C major. Scherzo. Allegro – Trio
  3. 3 in F major. Allegretto
  4. 4 in A major. Andante
  5. 5 in C major. Allegro ma non troppo
  6. 6 in D major. Allegretto quasi andante
  7. 7 in A flat major. Presto

Bagatelles (11), Op. 119

  1. 1 in G minor. Allegretto
  2. 2 in C major. Andante con moto
  3. 3 in D major. À l’Allemande
  4. 4 in A major. Andante cantabile
  5. 5 in C minor. Risoluto
  6. 6 in G major. Andante – Allegretto
  7. 7 in C major. Allegro ma non troppo
  8. 8 in C major. Moderato cantabile
  9. 9 in A minor. Vivace moderato
  10. 10 in A major. Allegramente
  11. 11 in B flat major. Andante ma non troppo

Für Elise (Bagatelle in A minor, WoO59)

  1. Bagatela

Bagatelles (6), Op. 126

  1. 1 in G major. Andante con moto
  2. 2 in G minor. Allegro
  3. 3 in E flat major. Andante
  4. 4 in B minor. Presto
  5. 5 in G major. Quasi allegretto
  6. 6 in E flat major. Presto – Andante amabile e con moto – Tempo I

Christoph Scheffelt, piano

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FLAC | 163 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Nesta página aqui você poderá ver um vídeo mostrando como foi feita a gravação do disco.

Para nosso momento ‘The Book is on the Table’: A genius is also interesting in his little things. And what seems small on the outside, it does not necessarily have to be. Thus the Bagatelles are among the remarkable piano works of Ludwig van Beethoven.

Bagatelas, como não amá-las?

Aproveite!

René Denon

Aqui está uma opção de bagatelas com tempero russo:

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Variações, Bagatelas, Peças para Piano

#BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827): Symphony nº 9 in D Minor, op. 125 – Toscanini

#BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827): Symphony nº 9 in D Minor, op. 125 – Toscanini

Com esta postagem, inicio uma série que farei com gravações históricas, que incluirá Furtwangler, Toscanini, Fricsay, entre outros.

E vou começar simplesmente por esta que é considerada a maior das gravações já realizadas da Sinfonia nº 9 de Beethoven. Na verdade, esta e a de Furtwangler, apesar de terem sido realizadas ainda na década de 50, são consideradas imbatíveis até hoje, mesmo com os avanços das técnicas de gravação. Talvez seja este seja um dos grandes trunfos desta gravação. Realizada ao vivo no Carnagie Hall, em 1952, temos um Toscanini já no alto de seus 85 anos. Até então, o maestro nunca se sentira seguro com suas performances da obra, tanto que só autorizou esta que aqui temos para ser lançada. Conhecemos sua fama de rigor com que dirigia as orquestras. E ao que tudo indica, esse rigor ele aplicava a si mesmo também. Enfim, trata-se de uma 9ª Sinfonia absolutamente perfeita em todos os seus detalhes. Ninguém, absolutamente ninguém que a ouve, tem opinião diferente.

A NBC Symphony Orchestra foi montada pelo próprio Toscanini, que a regeu por 17 anos, até 1954. Ou seja, era a sua cara.

Abaixo, deixo o comentário de um cliente da amazon, sobre esta gravação.

“Arturo Toscanini (1867-1957) spent much of his conducting career trying to give a “definitive” performance of Beethoven’s ninth symphony. He conducted the symphony numerous times; it wasn’t until 1952 that he was sufficiently satisfied with a recording of this major work to authorize a commercial release.

Toscanini had hated to record during the days of 78-rpm discs. Each 12-inch record side played a little under five minutes, so it was necessary for the conductor and musicians to stop periodically while the master was changed. Only in the United Kingdom, where Toscanini made recordings with the BBC Symphony Orchestra, did a record producer (Fred Gaisberg) come up with a system using two recording machines, so that Toscanini and the musicians did not have to stop.

Toscanini was very happy when RCA Victor began using magnetic sound film to record his sessions with the NBC Symphony. Then, in 1948, RCA switched to magnetic tape. With both processes, continuous performance were possible and true high fidelity was realized. Toscanini told his friends that he was often very happy with the long-playing records that RCA began issuing in 1950. By 1952, RCA was using a single full range microphone, suspended above Toscanini’s head, to achieve its “New Orthophonic” process. Occasionally, an additional microphone was used to pick up soloists. The results in this recording were exceptional and very realistic.

Toscanini always felt there were problems with performances with Beethoven’s ninth symphony. Something always seem to go wrong, either with the soloists, the chorus, the orchestra, or the conductor himself. It’s likely other conductors and musicians recognized the challenges of this very difficult music. Just as Beethoven had done with his “Missa Solemnis,” the composer challenged the musicians with his very profound and very intricate music. Both works stretch the singers to their vocal limits; having sung “Missa Solemnis” and the ninth symphony, this writer can attest to the considerable challenges of the music.

The commercial recording that Toscanini made with the NBC Symphony Orchestra in Carnegie Hall in 1952 was the culmination of years of trying to understand Beethoven’s intensely complicated musical score. That Toscanini succeeded in producing a legendary recording is a real tribute to his greatness. It’s particularly amazing that he made this recording the year he turned 85 years of age.

Joining Toscanini and the NBC Symphony in this recording were a group of outstanding vocal soloists, particularly American tenor Jan Peerce, whom Toscanini considered among his all-time favorite singers. Peerce first sang with Toscanini in a 1939 broadcast performance of this symphony. The Robert Shaw Chorale, which had first performed with Toscanini in a 1945 broadcast performance of the ninth, were on hand, again providing some of the best choral singing possible. Shaw would go on to become a symphony conductor himself (with the Atlanta Symphony) and some said that he was much influenced by his mentor.

It is well known that the four movements attempt to present various musical philosophies of life. Beethoven basically rejects the first three proposals, even reviewing them in the opening moments of the fourth symphony, and then has the bass soloist sing, “O friends, not these sounds.” Beethoven uses Schiller’s “Ode to Joy” and the recurring main theme has become one of his most famous melodies, later used as the tune for the hymn “Joyful, Joyful, We Adore Thee.” The composer clearly had already recognized that one must accept fate and not be discouraged; it was such determination that enabled to live and continue composing despite increasing deafness.

This performance set the standard for all recordings of the Beethoven ninth symphony. Few conductors, singers, and musicians have succeeded as well as Toscanini did in this memorable performance. “

Portanto, eis um grande momento da história da música no século XX.

Ludwig van Beethoven – Symphony nº 9 in D Menor, op. 125

1. Symphony No. 9, Op. 125 ‘Choral’ In D Minor: Allegro Ma Non Troppo, Un Poco Maestoso
2. Symphony No. 9, Op. 125 ‘Choral’ In D Minor: Molto Vivace
3. Symphony No. 9, Op. 125 ‘Choral’ In D Minor: Adagio Molto E Cantabile; Andante Moderato
4. Symphony No. 9, Op. 125 ‘Choral’ In D Minor: Presto; Allegro Assai

Eileen Farrell – Soprano
Nan Merriman – Contralto
Norman Scott – Bass
Jan Peerce – Tenor

NBC Symphony Orchestra
Robert Shaw Chorale
Arturo Toscanini

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Arturo Toscanini

FDP Bach

Vivaldi (1678-1741) · ∾ · 4 Concertos para Violino · ∾ · Monica Huggett ֍

Vivaldi (1678-1741) · ∾ · 4 Concertos para Violino · ∾ · Monica Huggett ֍

Vivaldi

Concertos para Violino

Monica Huggett

London Vivaldi Orchestra

Roy Goodman

Este é um típico lindo disco dos anos 1980. Este foi produzido em 1984 e ainda tem as proporções de um LP – quatro concertos, dois para cada lado do bolachão.

Apesar do compositor ser veneziano, este disco não poderia ser mais inglês. O selo Gaudeamus é o braço da ASV – Academy Sound and Vision – dedicado à música antiga. E é excelente no que faz. Ainda não ouvi um disco ruim desta turma e entre eles, muitos excelentes.

A capa é linda. O uso da guirlanda de flores fazendo uma moldura da linda ilustração escolhida é marca registrada do selo e lembra as ornamentações típicas de instrumentos do período barroco, como certos cravos, e estabelece uma característica importante de identificação do selo. Assim com outros selos ingleses, eles são bambas em fazer capas.

Mas o que importa é a música e como ela é tocada! Vivaldi era violinista e suas composições são primariamente para violino. É verdade, sua imaginação e verve, assim como o contato com as maravilhosas artistas órfãs, o estimularam a produzir música para outros instrumentos, assim como a grana indicou o caminho da ópera e da música sacra. Mas seu negócio era o violino e suas publicações são primariamente para este instrumento. Verdade, o Opus 10 são concertos para flauta, e no Opus 3 há uns dois concertos para oboé.

O primeiro concerto desta pequena, mas judiciosamente escolhida coleção, é o segundo do Opus 11 e tem nome – Il Favorito! Preste atenção no Andante, o movimento lento, que poderia ser uma ária em uma ópera do padre.

A coleção mais famosa é Il Cimento dell’Armonia e dell’Inventione (A Disputa entre Harmonia e Invenção), o Opus 8, que começa com os quatro concertos programáticos mais famosos do mundo – As Quatro Estações, garantia de sucesso e disco vendido. Pois o segundo concerto do disco é, assim, uma quinta estação. La Tempesta di Mare é um concerto também programático, mas agora o tema é outro. E para um veneziano, o mar era um elemento dos mais importantes. Os instrumentos imitam os sons da agitada tempestade.

Monica Huggett

Depois do Opus 13, uma coleção possivelmente espúria, mas bonitinha, o padre passou a comercializar ele mesmo os manuscritos de seus concertos. É por isso que uma enorme parte de sua obra foi encontrada em coleções de manuscritos em bibliotecas, como a de Turim, de onde vem este terceiro concerto do disco. O Concerto em lá maior é um ótimo exemplo de como as diferentes técnicas e truques do violino foram usadas pelo compositor para grande efeito.

De qualquer forma, o concerto do disco que eu mais gostei é o que leva o nome L’Amoroso e nos conta sobre um pastoral idílio, com simplicidade, mas ardor, e que termina de maneira confiante e feliz.

Roy participando de uma regata com o pessoal do PQP Bach nas águas frias do Guaíba…

A orquestra tem o genérico nome London Vivaldi Orchestra e certamente deve ser formada pelos especialistas de música tocada com instrumentos e práticas da época e no outro dia estariam no The English Concert, do Pinnock, no The Academy of Ancient Music, do Hogwood ou ainda no English Baroque Soloists do Gardiner. Aqui eles acompanham a espetacular violinista Monica Huggett, que também dirige a orquestra, cujo líder é o violinista Roy Goodman.

Eu achei o som um pouquinho passado, mas isso é reclamação pequena, o ouvido rapidamente se ajusta quando temos música tão linda e tão lindamente interpretada. Um bom exemplo de que quantidade não é tão necessária para se fazer um ótimo disco, que ainda pode dar muito prazer.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto para Violino em mi menor, RV 277 ‘Il Favorito’

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Concerto para Violino em mi bemol maior, RV 253 ‘La Tempesta di Mare’

  1. Presto – II. Largo
  2. Presto

Concerto para Violino em lá maior, RV 353

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Concerto para Violino em mi maior, RV 271

  1. Allegro
  2. Cantabile
  3. Allegro

Monica Huggett, violino e direção

London Vivaldi Orchestra

Roy Goodman, primeiro violino

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Monica e sua turma…

De um crítico amador (mas sensível) na Amazon.com: I rather prefer this version to the one Monica Huggett later recorded for Virgin Classics with the Raglan Baroque Players. But the other three concertos also have their own distinctive characters and certainly could not be confused with anything from the “Four Seasons”. L’Amoroso, in particular, lives up to its title perfectly, with some “lovely” violin playing to match the mood.

Lovely! I would say!

Aproveite!

René Denon

Para comparações, veja aqui:

Vivaldi (1678 – 1741) · ∾ · Le Passioni dell’Uomo · ∾ · Concertos para Violino ∞ La Magnifica Comunità ∞ Enrico Casazza ֍

Poderá gostar destes:

The Italian Job – Música Barroca Italiana – Adrian Chandler e La Serenissima

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violino La Cetra Op. 9

.: interlúdio :. John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

.: interlúdio :. John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meus amigos pequepianos, meus amores, não vou lhes enganar. Este CD de John Zorn é de uma tal pauleira que pulveriza os esforços e torna dietética a imensa maioria dos grupos de heavy metal. O que quero dizer é que a grande música contida em Spy Vs Spy não é para estômagos fracos que iniciam seus domingos ouvindo a primavera de Vivaldi e sim para aqueles que desejam ver os passarinhos vivaldianos perecerem arregalados sob o tremor de baixo, bateria e saxofones alucinantes. O CD começa em altíssima rotação, depois até pisa no freio, reduzindo a velocidade para os 220 Km/h.

Mas assim é a música de Coleman e assim é Zorn, que a acentuou. Sua intensidade é a do rock, mas a dificuldade é absurda. Há fanáticos por este disco e há pessoas que o odeiam mortalmente. Difícil ficar indiferente quando de uma audição. Eu e meu filho estamos no primeiro grupo. Mas nunca o toco perto de outrem que desconheço. Não sou louco.

Volume bem alto, OK? A menos que vocês tenham vizinhos bregas armados. Ou milicianos.

São dois saxofones, duas baterias e um seguríssimo baixo dando o maior chocolate.

John Zorn: Spy Vs Spy (The Music of Ornette Coleman)

1 WRU 2:38
2 Chronology 1:08
3 Word For Bird 1:14
4 Good Old Days 2:44
5 The Disguise 1:18
6 Enfant 2:37
7 Rejoicing 1:38
8 Blues Connotation 1:05
9 C. & D. 3:05
10 Chippie 1:08
11 Peace Warriors 1:20
12 Ecars 2:28
13 Feet Music 4:45
14 Broad Way Blues 3:42
15 Space Church 2:28
16 Zig Zag 2:54
17 Mob Job 4:24

Bass – Mark Dresser
Drums – Joey Baron, Michael Vatcher
Saxophone – Tim Berne
Saxophone, Producer – John Zorn

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PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · EVOLUTION · ∾ · Adolfo Gutiérrez Arenas & Christopher Park ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · EVOLUTION · ∾ · Adolfo Gutiérrez Arenas & Christopher Park ֍

BTHVN

Sonatas para Violoncelo

Adolfo Gutiérrez Arenas

Christopher Park

 

A capa deste álbum tem uma foto do violoncelista em pleno movimento – efeito conseguido pela longa exposição – tem uma escolha de tipos para o título e demais informações, em caixa alta, com algumas falhas, como se fosse resultado de um carimbo e coroando tudo o título: EVOLUTION.

Adolfo Gutiérrez Arenas

O que temos aqui são as sonatas compostas por Beethoven para violoncelo e piano. As variações que costumam ser adicionadas como contrapeso ficaram de fora desta vez, mas isto também é parte de um plano geral.

Plano este que é muito bem explicado pelos articulados artistas no excelente libreto que pode ser acessado na sua versão digital aqui.

Os músicos explicam que costumam apresentar as cinco sonatas em sequência em seus concertos – para que se possa apreciar a evolução do estilo de Beethoven.

Christopher Park

Para eles, as Sonatas do Opus 5 são as exclamações de alguém que entendeu que está destinado a ser ouvido, que a Sonata do Opus 69 reflete a conquista de uma nova voz, poderosa e certa de si mesma, e as duas últimas Sonatas, do Opus 102, mostram a necessária transição para uma reclusão interior.

Pois é, os músicos – o violoncelista Adolfo Gutiérrez Arenas e o pianista Christopher Park têm opiniões bem definidas e as explicam de forma clara no libreto.

Dizem que as interpretações politicamente corretas que arredondam as arestas da música de Beethoven, tornando-as peças polidas e bonitas, roubam-lhes alguma essência. Para eles, e eu concordo ao ler junto, é fundamental na interpretação da música de Beethoven o contraste entre uma incrivelmente brilhante, audaciosa e sofisticada arte e os mais puros e primitivos sentimentos trazidos por seu estilo de compor, levando a uma montanha russa de emoções que em uma mesma frase leva do doce ao amargo, do exultante ao desesperado, do vulgar ao elevado, mas sempre com honestidade.

Essa intensidade e mesmo brutalidade nas mudanças de emoções estão presentes em toda a sua música, desde os dias do classicismo do Opus 5 a uma metafísica musical, presente no Opus 102. Uma evolução artística e espiritual incrível e sem paralelos.

Depois disso, vale a pena conferir!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Violoncelo No. 1 em fá maior, Op. 5 No. 1

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegro
  3. Rondo. Allegro vivace

Sonata para Violoncelo No. 2 em sol menor, Op. 5 No. 2

  1. Adagio sostenuto ed espressivo
  2. Allegro molto più tosto presto
  3. Rondo. Allegro

Sonata para Violoncelo No. 3 em lá maior, Op. 69

  1. Allegro, ma non tanto
  2. Scherzo. Allegro molto
  3. Adagio cantabile
  4. Allegro vivace

Sonata para Violoncelo No. 4 em dó maior, Op. 102 No. 1

  1. Andante
  2. Allegro vivace
  3. Adagio + IIb. Allegro vivace

Sonata para Violoncelo No. 5 em ré maior, Op. 102 No. 2

  1. Allegro con brio
  2. Adagio con molto sentimento d’affetto
  3. Allegro

Adolfo Gutiérrerz Arenas, violoncelo

Christopher Park, piano

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FLAC | 420 MB

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MP3 | 320 KBPS | 204 MB

Spanish cellist Adolfo Gutierrez Arenas and German-Korean pianist Christopher Park deliver refreshingly vigorous, even irreverent performances of the complete Beethoven Cello Sonatas, works that offer the listener a unique overview of the composer’s evolving style.

I couldn’t agree more!

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

Mozart (1756 – 1791) · ∾ · (Algumas) Sonatas para Piano · ∾ · Alicia de Larrocha ֍

Mozart

Sonatas para Piano

K. 310 – 330 – 331 – 545

Alicia de Larrocha

 

Esta semana ainda não postei algum disco de Mozart? Deve estar havendo algo incomum, algo errado comigo… Assim, sem maiores delongas, escolhi entre os cinco discos de Mozart que ando ouvindo, aquele que mais gostei até agora. Digo até agora pois seguirei ouvindo todos mais uma vez e certamente dúvidas persistirão.

Mas esta postagem tem também o objetivo de chamar um pouco a atenção de nossos leitores-seguidores para a caríssima figura que foi a ‘enorme’ pianista catalã, Alicia de Larrocha.

Ela nasceu em 23 de maio de 1923, em Barcelona, e foi criança prodígio. Filha e sobrinha de pianistas que estudaram com Enrique Granados, ela estudou na Academia Granados com Frank Marshall. Neste ambiente conheceu Artur Rubinstein e Alfred Cortot. Mesmo medindo um metro e meio de altura e com mãos pequeninas, não experimentou dificuldades em tocar mesmo as obras para piano que desafiam a qualquer pianista, como os concertos de Brahms, Rachmaninov, Ravel, Bartók e Prokofiev. As interpretações que mais marcaram sua carreira foram as de compositores espanhóis como Albeniz, Granados, De Falla e Mompou. Ao ouvir este disco entenderá por que ela ganhou o apelido Lady Mozart!

O texto a seguir é uma tradução do espanhol de partes de um artigo que poderá ser apreciado na íntegra aqui.

Sua estatura – chegava apenas a um metro e meio –, sua aparente fragilidade, e ter mãos especialmente pequenas nunca foram empecilho para sua carreira. ‘Alongava suas mãos incluindo quando não estava tocando’, recorda-se sua filha. O maestro Gerard Schwartz destaca sua maestria e o ‘fato de que nunca soava mecanicamente, de que seus ritmos eram sempre sofisticados’. Seu desembaraço se comprovava mesmo quando enfrentava o Concerto para Piano e Orquestra No. 3 de Rachmaninov, uma peça que em sua época era considerada impensável interpretar com dedos tão pequenos como os dela. ‘Ela o tocava como se nada estivesse acontecendo, de uma forma muito romântica’, lembra o fascinado maestro.

Sua personalidade também foi destacada pelas palavras de David Frost, encarregado de produzir a maioria das suas gravações, na parte final de sua carreira. Ele afirma que ‘sua humildade não era uma pose, era real. Ela sentia que precisava atingir um ideal que havia proposto em música e que nunca parecia alcançar’.

O artigo também revela como ela foi ‘avançado em seu próprio tempo. Seu casamento com o também pianista Joan Torra propôs uma verdadeira revolução para a época. Ele deixou sua própria carreira de lado para que ela pudesse explorar seu talento. Torra passou a dar aulas para sustentar os primeiros passos da pianista nos EUA e quando a carreira dela decolou, ele cuidou dos filhos e os criou enquanto ela passava seis meses por ano em média no outro lado do oceano. ‘Ele foi meu herói, deixou tudo por mim e se dedicou a mim, por toda a vida’, disse ela emocionada em uma entrevista nos anos 80.

Ela brincava com sua altura: ‘Minha meta sempre foi fazer arte. Desde que nasci tive queda pela música. Minha mãe e minha tia, alunas de Granados, se horrorizavam com a ideia de que uma menina tão pequena se dedicasse a isto e que seria um obstáculo ao meu desenvolvimento. Talvez seja por isso que não terminei de crescer.’

Cercada de estrelas como Montserrat Caballé ou Dalí durante sua carreira, os que a conheceram insistem em destacar duas virtudes: seu virtuosismo ao piano e sua afabilidade com as pessoas. Pianista, maestros e alunas a recordam como uma pessoa ‘de energia positiva, carinhosa e generosa’ ou como uma mulher ‘pela qual a gente se apaixonava, era impossível não o fazer’.

Quanto a música do disco, o que dizer? Digo que são sonatas para piano de Mozart e já são do período de maturidade do compositor. A que eu mais gosto é a Sonata em lá maior, que começa com um andante grazioso, um conjunto de variações, e termina com a famosa ‘Marcha Turca’! Mas as outras são tão lindas quanto…

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata para piano em lá menor, K. 310

  1. Allegro majestoso
  2. Andante cantabile com espressione
  3. Presto

Sonata para piano em dó maior, K. 330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata para piano em lá maior, K. 331

  1. Andante grazioso
  2. Menuetto
  3. Alla Turca: Allegretto

Sonata para piano em dó maior, K. 545

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Rondo

Alicia de Larrocha, piano

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FLAC | 216 MB

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MP3 | 320 KBPS | 156 MB

Her Mozart performances, as well as her readings of Bach and Scarlatti, were so carefully detailed and light in texture that even as public taste shifted toward the more scholarly interpretations of period-instrument specialists, Ms. de Larrocha’s readings retained their allure.

Ao ouvir este disco você entenderá por que ela ganhou o apelido de Lady Mozart!

Aproveite!

René Denon

Se você gostou desta postagem, poderá se interessar por:

W. A. Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano – Murray Perahia

Isaac Albéniz – Iberia – Alicia de Larrocha (links revalidados)

 

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Concertos para Piano Nos. 3 e 5 ‘Emperor’ · ∾ · Rudolf Firkušný ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Concertos para Piano Nos. 3 e 5  ‘Emperor’ · ∾ · Rudolf Firkušný ֍

BTHVN

Concertos para Piano Nos. 3 e 5

Rudolf Firkušný

 

 

Há muitos exemplos que corroboram a tese de que os músicos são longevos e os pianistas, em particular, comprovam bem esta teoria. Além de envelhecer graciosamente, eles permanecem ativos por toda a vida e talvez este seja parte do segredo.

Foi este o caso de Rudolf Firkušný, pianista nascido na República Tcheca, em 1912, mas que nos fins da década de 1930 se estabeleceu nos Estados Unidos da América.

Sua linhagem musical é requintada. Estudou com Leoš Janáček, Josef Suk e piano com Vilém Kurz. Estudou também com Alfred Cortot e Arthur Schnabel. Não é por nada que Vladimir Horowitz elogiou uma de suas interpretações dos Klavierstücke de Schubert – beautiful!

Firkušný foi um pianista brilhante – interpretava os clássicos Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Chopin e Brahms com excelência, mas criou uma tradição na interpretação das obras de compositores tchecos, como Smetana, Dvořák, Janáček e Martinů, que compôs especificamente para ele.

Walter Susskind

Rudolf também foi músico camerístico, contribuindo com grandes nomes de sua época, como Pierre Fournier, Janos Starker, Nathan Milstein e com o Julliard String Quartet. Dia destes trarei um torso do projeto que ele começou com o Panocha Quartet, que infelizmentou restou inacabado e testemunha como ele poderia interagir com músicos muito mais jovens com resultados maravilhosos.

William Steinberg

A escolha da gravação da postagem busca contribuir para o projeto #BTHVN250 com ótimas interpretações destes dois seminais concertos do aniversariante Ludovico e também homenagear este importante intérprete. Isto sem contar que o disco é ótimo, som excelente, dois concertões para piano acompanhados por big bands!!

Aqui está um link para uma entrevista em inglês com o Firkušný.

Tomei a liberdade de traduzir o pequeno trecho do libreto (na verdade um folder, uma vez que a edição do meu CD é do tipo ‘budget’), escrito por David Foil.

Em que momento Ludwig van Beethoven tornou-se um fenômeno único que conhecemos simplesmente por “Beethoven”? Um bom palpite seria em algum ponto da noite de 5 de abril de 1803, quando ele estreou seu Terceiro Concerto para Piano como parte de um megaconcerto com músicas de sua autoria (chamado Akademie) no Theater an der Wien. O interminável programa incluía a Primeira e a Segunda Sinfonias, mais a estreia do Oratório Cristo no Monte das Oliveiras. O público certamente ficou feliz de modo geral – pois as outras obras eram de estilo muito familiar – mas as pessoas e os críticos ficaram intrigados, mesmo ofendidos pelo novo concerto para piano. A graça e o equilíbrio dos dois primeiros concertos foram-se dando lugar a uma voz sinfônica ousada, muscular. Ao abandonar a inevitabilidade do estilo clássico, o compositor de 33 anos estava em busca de mais, mais, mais, batendo forte especialmente com o papel audacioso do solista, como o protagonista em um drama puramente musical. Se este enorme salto artístico resultou em uma ainda mais idiossincrática obra no sublime Quarto Concerto para Piano – as audiências da época realmente não gostaram dele – tudo foi perdoado com o Quinto, uma obra de nobreza e força sem paralelos, chamada de Imperador. Escrito enquanto a Europa sofria pela ansia de Napoleão por mais domínios territoriais, o Imperador foi lançado como uma espécie de majestoso contra-ataque. É mais do que isto, é claro, mas a força e a formidável grandeza da expressão de Beethoven aqui merece ser coroada. Há concertos para piano mais longos, com som ainda mais alto, mas nenhum maior.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano No. 3 em dó menor, Op. 37

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Rondo (Allegro – Presto)

Concerto para Piano No. 5 em mi bemol maior, Op. 73

  1. Allegro
  2. Adagio un poco mosso & III. Rondo (Allegro)

Rudolf Firkušný, piano

Philarmonia Orchestra & Walter Susskind (Terceiro Concerto)

Pittsburgh Symphony Orchestra & William Steinberg (Emperor)

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FLAC | 350 MB

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MP3 | 320 KBPS | 164 MB

— Gramophone [5/1966, reviewing an LP release of the 3rd Concerto]:  Firkusny always strikes me as an admirable pianist and I don’t remember ever having failed to get pleasure from his playing and his artistry, certainly not here in this finely musical account of the Beethoven. He doesn’t storm the work (he is not that sort of pianist) but his interpretation is elegant, in the best sense of that word, and eloquent. This is a wholly musical performance. Firkusny plays Beethoven’s cadenza, by the way. Susskind contributes a good accompaniment and the mono sound, if not specially brilliant, is still very agreeable.

Apesar da crítica falar em gravação mono, o CD afirma que a gravação é estéreo. Naqueles dias havia uma transição na tecnologia e gravações mono e estéreo eram feitas simultaneamente.

Note que as iniciais dos nomes dos regentes são iguais – WS – e que os números de opus dos concertos são números reversos: 37 e 73! Depois dessa série de indícios cósmicos, pode apostar – o disco é ótimo!

Aproveite!

René Denon

Este também é jurássico:

Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5, Op. 73 – Emperor – Christoph Eschenbach – Boston SO – Seiji Ozawa

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Um bom disco de um repertório pouco frequentado. Os compositores mais conhecidos do CD são Porpora e Leo. Nem conhecia Fiorenza e Sabatino, isso que sou um perseguidor de barrocos. Como disse tantas vezes, o barroco parece ser interminável, mas estes não são concertos especialmente belos, não são grandes achados. São animados, meridionais, rápidos, atléticos, soam bem, mas não têm magia. A extrema competência e compreensão dos músicos comandados pela extraordinária Chiara Banchini compensa e a gente sai bem convencido de que é grande música, só que depois esquece… É um disco que indico fortemente para as manhãs felizes!

Fiorenza / Leo / Porpora / Sabatino: Concertos Napolitanos para Violoncelo

Nicola Fiorenza (?-1764)
Solo Cello Concerto in F major
01. Presto
02. Allegro
03. Largo
04. Allegro

Nicola Antonio Porpora (1686-1768)
Cello concerto in G major
05. Adagio
06. Allegro
07. Adagio
08. Allegro

Leonardo Leo (1694-1744)
Solo Cello Concerto in A major
09. Andantino gracioso
10. Allegro
11. Larghetto
12. Allegro

Nicola Fiorenza (?-1764)
Cello Concerto in A major
13. Largo
14. Allegro
15. Adagio
16. Allegro

Nicola Sabatino (1708-1796)
Solo di Violoncello con due violini e basso in G major
17. Largo assai
18. Fuga
19. Adagio
20. Allegro mà preso

Gaetano Nasillo, cello
Ensemble 415
Chiara Banchini, direction

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Chiara Banchini

PQP