Arnold Schönberg (1874-1951): Moses und Aron (Cambreling)

Arnold Schönberg (1874-1951): Moses und Aron (Cambreling)

“Acho, acima de tudo, que a expressão “música atonal” é muito infeliz – é o mesmo que chamar voar de “a arte de não cair” ou de nadar como “a arte de não se afogar”, a citação de “Hauer’s Theories” (1923) de Arnold Schönberg (1874-1951) personifica bem a figura do artista inovador e revolucionário. Em diversas situações ao longo da história da arte, inovar e romper com um sistema ou situação estabelecida, pressupõe um conhecimento sólido e profundo nessa área específica. De outro modo, não se estaria a romper com nada. Schönberg tinha um grande conhecimento prático e teórico da música e da sua evolução, tendo afirmado: “sou um conservador que foi forçado a tornar-se revolucionário”. Schönberg encarou esta nova organização sonora como uma consequência inevitável da desagregação do sistema tonal, já iniciada por Liszt (últimas peças) mas sobretudo por Wagner, e que conduziu ao que ele designou a “emancipação da dissonância”. De formação essencialmente autodidata, interpretação (tocou violino e violoncelo) e composição, Schönberg foi um teórico e pedagogo notável. Deixou trabalhos e escritos fundamentais sobre as bases da composição e da análise musical. Schönberg foi a figura central da “Segunda Escola de Viena”, juntamente com os seus brilhantes discípulos Alban Berg (1885-1935) e Anton Webern (1883-1945), ambos vienenses (a designação “segunda” resulta da existência em Viena nos séculos XVIII e XIX de uma outra famosa tríade constituída por Haydn, Mozart e Beethoven).

Arnold Schoenberg. Auto retrato 1910

Em 1898, Schoenberg se converteu ao cristianismo na igreja luterana. Isso foi em parte para fortalecer seu apego às tradições culturais da Europa Ocidental, e em parte como um meio de autodefesa “em uma época de ressurgimento do anti-semitismo”. Em 1921, Arnold Schoenberg foi forçado a deixar sua casa de férias na Áustria por causa da crescente onda de anti-semitismo na Europa. Foi uma experiência traumática à qual Schoenberg frequentemente se referia, e da qual uma primeira menção aparece em uma carta dirigida a Wassily Kandinsky (abril de 1923): “Finalmente aprendi a lição que me foi imposta este ano, e Jamais esquecerei. É que não sou alemão, nem europeu, na verdade, talvez nem mesmo um ser humano (pelo menos, os europeus preferem o pior de sua raça a mim), mas sou judeu”. Essa experiência o levou a reavaliar sua identidade judaica e, por fim, o levou à composição de sua “obra-prima fragmentária”, “Moses und Aron”. A ópera extrai suas figuras e motivos do Livro do Êxodo, e o conflito entre as crenças dos dois personagens centrais é refletido na música. Schoenberg morreu seis anos antes de sua estréia, mas considerou “Moses und Aron” como sua obra mais importante. Com a ascensão do Partido Nazista , as obras de Schoenberg foram rotuladas de música degenerada , porque eram modernistas e atonais. Ele emigrou para os Estados Unidos em 1933, após longa meditação, regressou ao judaísmo, pois percebeu que “a sua herança racial e religiosa era incontornável” e assumiu uma posição inconfundível ao lado da oposição ao nazismo. Tornou-se cidadão americano em 1941.

“Moses und Aron” tem suas raízes na peça anterior de Schoenberg, “Der biblische Weg” (1926-27), uma resposta de forma dramática aos crescentes movimentos antijudaicos no mundo de língua alemã após 1848 e uma expressão profundamente pessoal de sua própria crise de “identidade judaica”. Schoenberg deixou “Moses und Aron” inacabado quando fugiu da Alemanha em 1932. Ele começou a esboçar a obra em 1926, que originalmente deveria ser um oratório, e escreveu os Atos I e II do que se tornou uma ópera entre 1930 e 1932. Há um libreto completo para o Ato III, mas a música nunca foi terminada. Às vezes é lido após o final da música, mas a tradição passou a ser interpretar os Atos I e II como uma ópera completa – o final do Ato II é uma conclusão poderosa. Apesar de seu status inacabado, é amplamente considerado como a obra-prima de Schoenberg (o compositor húngaro Zoltán Kocsis completou o último ato, com a permissão dos herdeiros de Schoenberg, em 2010). “Moses und Aron” quase sempre é interpretado do jeito como Schoenberg o deixou em 1932, com apenas dois dos três atos planejados concluídos.

Em suas excelentes notas de livreto, Sergio Morabito escreve astutamente: “O objetivo de Schoenberg é representar os choques de personalidade entre os personagens individuais de Moisés, Aarão e o povo, e por causa do posicionamento religioso-filosófico da ópera, não há referências diretas ao passado histórico ”. Schoenberg traz tudo para nossos próprios tempos. Não é de surpreender, portanto, que olhando para as fotos da produção no livreto, os performers estão em trajes modernos e bastante informais. É uma ópera muito incomum, sem cantoras principais. O único papel principal é de Aron, um alto tenor. A parte de Moisés, para voz baixa, é escrita como um canto falado. O outro papel vocal são os refrões, com vários personagens. Há muitas passagens de polifonia altamente complexa e deve ser lembrado que esta é uma partitura completa de doze tons – um fato do qual Schoenberg estava especialmente orgulhoso. Portanto, também é difícil para o ouvinte, mas acredito que a ópera é a obra-prima avassaladora de Schoenberg, tanto em seu sentido dramático quanto em seu equilíbrio quase clássico de ópera numérica e sua adoção do conceito de Wagner de desenvolvimento sinfônico contínuo. A escrita vocal e orquestral de Schoenberg é excelente e, embora a ópera não seja exatamente parte do repertório padrão, ela é encenada regularmente e há um número crescente de gravações. Gosto muito desta gravação que ora compartilhamos com os amigos do blog.

O Enredo de Moses und Aron
Uma curiosidade sobre o título da ópera: Schoenberg omitiu um “A” no nome de Aaron porque o compositor era extremamente supersticioso sobre o número 13; “Moses und Aaron” tem 13 letras!

Premiere: 6 June 1957 – Zurich Opera House

O Moisés de Michelangelo
Século XIII a.C.
Local: Egito e deserto.

Ato 1
Moisés, na presença da sarça ardente, relutantemente recebe de Deus a ordem para se tornar um profeta e libertar Israel da escravidão no Egito. Moisés pede para ser poupado de tal tarefa, ele está velho e embora possa pensar, ele não pode falar. Deus lhe garante que colocará palavras em seu coração e ordena que ele encontre seu irmão Aron.

No deserto, Moisés cumprimenta Aron, que terá que ser seu porta-voz, explicando suas idéias difíceis em termos que as pessoas possam entender. Logo os dois começam a se desentender: Moisés lhe assegura que o amor é a chave para desvendar esse mistério, mas Aron louva a Deus por ouvir orações e receber ofertas. Moisés adverte que a purificação do próprio pensamento é a única recompensa que se pode esperar dos tributos.

Na comunidade israelita, muitos afirmam ter visto Deus em diferentes manifestações. Um jovem casal fala sobre o fato de Moisés ter sido escolhido para liderar os israelitas. Os anciãos temem que, por ter matado um guarda egípcio, trazendo retribuição a seu povo, ele os coloque em mais problemas. Um homem expressa esperança de que a nova ideia de um único Deus se mostre mais forte do que os múltiplos deuses do Egito, mais forte do que as garras do Faraó. O povo reitera essa esperança, olhando para a chegada de Moisés e Aron, que vão mudando de papéis de maneira que é difícil distinguir um do outro. Tentando explicar como Deus só pode ser percebido dentro de si mesmo, Moisés fica frustrado com a loquacidade de Aron, que parece enfraquecer sua ideia. Aron desafia Moisés, agarrando sua vara e jogando-a no chão, quando ela se transforma em uma serpente; isso, diz Aron, mostra como uma ideia rígida pode se tornar flexível. As pessoas se perguntam como esse novo Deus pode ajudá-las contra o poder de Faraó. Aron mostra-lhes outra maravilha: a mão de Moisés, que parece leprosa, é curada quando ele a coloca sobre o coração, onde Deus habita. O povo agora acredita que Deus fortalecerá suas próprias mãos: eles se livrarão de suas algemas e escaparão para o deserto, onde Moisés diz que a pureza de pensamento fornecerá o único sustento de que precisam. Derramando água do Nilo, que parece se transformar em sangue, Aron interpreta o sinal, dizendo que eles não suarão mais sangue pelos egípcios, mas serão livres. Quando a água parecer clara novamente, Aron diz que o Faraó se afogará nela. Prometida uma terra de leite e mel, o povo jurou fidelidade a este novo Deus.

Ato 2
INTERLÚDIO. Moisés partiu há quarenta dias e o povo ficou esperando no deserto. Incomodado por sua longa ausência, o povo se pergunta se Deus e Moisés os abandonaram.

No sopé da montanha, Aron, um sacerdote e um grupo de anciãos se perguntam por que Moisés se foi por tanto tempo, já que a licenciosidade e a desordem prevalecem entre o povo. Aron lhes garante que, assim que Moisés assimilar a intenção de Deus, ele a apresentará de uma forma que o povo possa compreender. Para as pessoas ansiosas que se aglomeram em busca de conselhos, ele admite que Moisés pode ter desertado ou estar em perigo. Vendo-os indisciplinados e prontos para matar seus sacerdotes, Aron tenta acalmá-los devolvendo-lhes seus outros deuses: ele lhes dará uma imagem que possam adorar. Um bezerro de ouro é colocado e as ofertas são trazidas, incluindo abnegação no altar. Um jovem emaciado que protesta contra a falsa imagem é morto por líderes tribais. Os sacerdotes sacrificam quatro virgens, e as pessoas, que andam bebendo e dançando, tornam-se selvagens e orgiásticas. Depois de esgotados e muitos adormecidos, um vigia vê Moisés voltando da montanha. Destruindo o bezerro de ouro, Moisés exige uma prestação de contas de Aron, que justifica sua indulgência para com o povo dizendo que nenhuma palavra viera de Moisés. Embora o amor de Moisés seja inteiramente por sua ideia de Deus, Aron diz, o povo também precisa de seu amor e não pode sobreviver sem ele. Em desespero, Moisés esmaga as tábuas das leis que trouxe da montanha. Aron o denuncia como tímido, dizendo que ele mesmo mantém viva a ideia de Moisés ao tentar explicá-la. Guiado por uma coluna de fogo na escuridão, que durante o dia se transforma em coluna de nuvem, o povo sai, encorajado mais uma vez a seguir o sinal de Deus para a Terra Prometida. Moisés desconfia da coluna como outra imagem vã, mas Aron diz que ela os guia verdadeiramente. Quando Aron se juntou ao povo em seu êxodo, Moisés se sentiu derrotado. Ao colocar palavras e imagens no que não pode ser expresso, Aron falsificou a percepção absoluta de Moisés sobre Deus, lamentando que ele não tenha a capacidade de falar.

Ato 3
(Schoenberg nunca compôs a música para a única cena do ato final.) Aron é preso, acusado de fomentar esperanças inúteis com suas imagens, como a da Terra Prometida. Aron insiste que a palavra de Moisés não significaria nada para o povo, a menos que fosse interpretada em termos que eles pudessem entender. Moisés declara que tal sofisma conquistará a fidelidade do povo às imagens e não a Deus; por deturpar a verdadeira natureza de Deus, Aron continua conduzindo o povo de volta ao deserto. Quando Moisés diz aos soldados para soltarem Aron, Aron cai morto. Mesmo no deserto, disse Moisés, o povo alcançará seu objetivo – a unidade com Deus.

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“Moses und Aron” que vamos compartilhar com os amigos do blog é uma experiência de audição incrivelmente intensa. O que quer que se pense sobre a linguagem musical de Schoenberg – aqui ela encontra uma expressividade e coesão da qual nós ficamos imersos. Aparecendo no papel de Moisés, o magistral barítono Franz Grundheber oferece uma caracterização impressionante do personagem profético / revolucionário em sua interpretação meio cantada e meio falada, maravilhoso com uma “grandeza rústica”. O tenor Andreas Conrad incorpora seu irmão, Aron, com uma intensidade incrível, e o Europa Chor Akademie se destaca como o terceiro componente do drama, os israelitas. Toda a produção é supervisionada por um dos maestros mais convincentes deste repertório na atualidade, Sylvain Cambreling, que conduz a orquestra de execução impecável. Cambreling traz controle e visão impressionantes (e necessários) para esta ópera musicalmente complexa, uma construção de forte intensidade dramática por toda parte. Sob a batuta de Cambreling, a música nem parece tão dissonante. Identificamos a beleza das linhas instrumentais e as harmonias resultantes soam mais inebriantes do que estranhas, são reproduzidas com suavidade e com cuidado. Em minha modesta opinião de entusiasta de óperas no geral os cantores são todos notáveis, mesmo os pequenos papéis são notavelmente bem cantados. A escrita complicada tem um tratamento de conjunto excelente.

Moses und Aron – Arnold Schoenberg

Moses – Franz Grundheber
Aron – Andreas Conrad
EuropaChorAkademie
SWR Sinfonieorchester Baden-Baden und Freiburg
Sylvain Cambreling, maestro
Gravado em setembro de 2012

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„Minha música não é moderna, é apenas mal tocada“ – Arnold desabafando no PQPBach Caffé

Ammiratore

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Chega o dia em que o grande violinista — no caso a grande violinista — acha que tem que roubar repertório de outros instrumentos. E o faz bem, roubando (ou transcrevendo) a belíssima Partita para Flauta Solo, BWV 1013, de Bach. O restante do repertório deste Guardian Angel é original, mas tudo fica opaco perto da Partita de Bach e da Passacaglia de Biber. Eu amo a Passacaglia, uma daquelas peças que não requerem virtuosismo e sim sensibilidade. Em mãos mais duras, ela cai na vala das obras descartáveis, mas quando cai nas mãos de uma Podger, rende loucamente. Um CD aparentemente despretensioso que é uma joia. Confiram!

J. S. Bach, Biber, Montanari, Pisendel & Tartini: Guardian Angel (Rachel Podger)

Johann Sebastian Bach (1685 -1750)
Partita for flute in A minor, BWV 1013:
01. I. Allemande (04:07)
02. II. Corrente (03:41)
03. III. Sarabande (05:26)
04. IV. Bouree Anglaise (02:40)

Nicola Matteis (d. after 1713)
From: Other Ayrs, Preludes, Allmands, Sarabands etc. – The 2nd Part:
05. Passagio rotto (02:34)
06. Fantasia (01:51)
07. Movimento incognito (02:49)

Giuseppe Tartini (1692-1770)
Sonata in A minor, B: a3:
08. I. Cantabile (01:40)
09. II. Allegro (02:15)
10. III. Allegro (03:41)
11. IV. Giga (01:21)
12. V. Theme and variations (12:12)
Sonata in B minor, No.13, B: h1:
13. I. Andante (04:45)
14. II. Allegro assai (02:48)
15. III. Giga. Allegro affettuoso (02:48)

Johann Georg Pisendel (1687-1755)
Sonata per violino solo senza basso:
16. I. (02:45)
17. II. Allegro (05:16)
18. III. Giga (02:49)
19. IV. Varoatione (04:00)

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704)
20. From: Mystery Sonatas: Passacaglia in G minor for solo violin (08:52)

Antonio Montanari (1676-1737)
21. Sonata Camera (Giga) — Bonus Track (02:27)

Rachel Podger, violino

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Quem não ama Rachel Podger?

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#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · (Alguns) Trios com Piano · ∾ · Smetana Trio ֍

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Trios com Piano

Smetana Trio

 

É claro que a Berliner Philharmoniker que atuou sob a batuta de Furtwängler ou Karajan é completamente outra do que aquela que atuou sob a regência de Abbado ou que atua hoje – fazendo ‘lives’ e concertos pela internet. Não só pela maneira como responde às demandas artísticas ou à personalidade do regente que a dirige no momento, fisicamente a orquestra é renovada. Mesmo assim, temos a tendência a considerar, tanto a orquestra de Berlim como outras formações orquestrais como instituições e assim um pouco imutáveis. Isso também acontece, de certa forma, com conjuntos de câmera. Basta tomar como exemplo o highlander Beaux Arts Trio. Assim como com as orquestras, também certos grupos musicais se institucionalizam e o nome permanece, apesar da renovação dos elementos.

O Smetana Trio que gravou o álbum da postagem certamente é bem outro do que aquele que se apresentou pela primeira vez, quando foi fundado há mais de 80 anos, pelo famoso pianista Josef Páleníček. Este sobrenome agora acompanha o nome Jan e se encontra atrás da estante do violoncelo. Mesmo recentemente a mão que segura o arco do violino é outra do que aquela dos discos que ainda estão listados na página do Trio. Mesmo assim, uma certa continuidade, um conjunto de características que define o conjunto permanece – afinal, é isso o que esperamos das instituições.

Assim, temos deste grupo musical de alta linhagem, com raízes bem estabelecidas num ambiente de cultura musical refinada, um álbum excelente.

A escolha de repertório – quatro belíssimos trios com piano do homenageado do ano – gravados com requinte pelo ótimo selo Supraphon, não poderia ser melhor.

Da juventude do compositor temos o Trio em dó menor, o terceiro do Opus 1, aquele que inquietou o Papa Haydn.

Depois o Trio em si bemol maior, dedicado ao patrono, aluno e melhor amigo do Ludovico – o Trio do Arquiduque, aqui aristocraticamente interpretado, com grande equilíbrio entre os instrumentos, muito garbo e ótimo som.

Para completar, os dois Trios do Opus 70, o famoso de apelido fantasmagórico, que adentra com impetuosidade o recinto assim que chega e seu par, também muito clássico e belo.

É verdade, não é uma integral, mas para que ficar olhando para o que não temos, se o que temos é de tão grande beleza e apresentado com requinte e competência? Não espere mais e vá logo arranjando espaço no pen-drive…

 

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Trio com Piano em dó menor, Op. 1, 3

  1. Allegro con brio
  2. Andante cantabile con variazioni
  3. Menuetto. Quasi allegro – Trio
  4. Finale. Prestissimo

Trio com Piano em si bemol maior, Op. 97

  1. Allegro moderato
  2. Scherzo. Allegro
  3. Andante cantabile ma pero con moto
  4. Allegro moderato

Trio com Piano em ré maior, Op. 70, 1 – “Fantasma”

  1. Allegro moderato
  2. Largo assai ed espressivo
  3. Presto

Trio com Piano em mi bemol maior, Op. 70, 2

  1. Poco sostenuto – Allegro ma non troppo
  2. Allegretto
  3. Allegretto ma non troppo
  4. Finale. Allegro

Smetana Trio

Jitka Čechová, piano

Jan Talich, violino

Jan Páleníček,  violoncelo

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FLAC | 473 MB

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MP3 | 320 KBPS | 301 MB

A cozinha é o melhor lugar da casa…

Veja o que o pianista Jitka Čechová disse: “We know from history that this type of piano trio crystallised during the era of Classicism. In his early works, Beethoven still foregrounded the piano, and only later did the other two instruments become equal, which is clearly heard on our new album.”

Nada como fazer uma média com os amigos…

Aproveite!

René Denon

Depois desta postagem, você poderá querer visitar:

Beethoven (1770-1827): Trios com clarinete ∞ Eric Le Sage – Paul Meyer – Claudio Bohórquez ֍ BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios “The Ghost” & “Archduke” #BTHVN250

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Blomstedt)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3 (Blomstedt)

Eu sou um bruckneriano. Sou um admirador embasbacado de suas sinfonias, principalmente da 4ª, 5ª, 7ª, 8ª e 9ª. A terceira está um degrau abaixo das 5 perfeições citadas. Mas tudo já está latente nesta terceira: a grandiosidade, os bons temas colocados dentro de estruturas poderosas e o caráter organístico, pois o órgão foi o instrumento de Bruckner. E aqui temos um scherzo e um movimento final espetaculares. Tudo leva aos fortissimi e depois aos silêncios. Nos silêncios de Bruckner, há os ecos das igrejas e da religião que lhe era tão necessária. Sou um ateu que sente a importância da religião na vida deste cara estranho que foi Anton. Crescendos e silêncios, longos adágios pontuados de mais silêncios e no meio, sempre um scherzo supimpa.

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 3
1 Mehr langsam, Misterioso
2 Adagio, bewegt, quasi Andante
3 Scherzo : Ziemlich schnell
4 Finale : Allegro

Leipzig Gewandhaus Orchestra
Herbert Blomstedt

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Não, ranhento ele não era.

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#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sonatas para Violino e Piano · ∾ · Mariko Senju & Yukio Yokoyama ֍

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Sonatas para Violino e Piano

千住真理子

横山幸雄

 

Durante dois dias – em 28 de junho de 2019 (Sonatas Nos. 1 a 3, 9 e 10) e em 14 de agosto de 2019 (Sonatas Nos. 4 a 8), reuniram-se no Kasakakeno Bunka Hall, Gunma, a violinista Mariko Senju e o pianista Yukio Yokoyama e gravaram todas as sonatas para violino e piano de Ludwig van Beethoven!

Você pode achar que foi muito, uma façanha e tanto. E foi, realmente, um grande feito, considerando o alto nível técnico e artístico do resultado, mas lendo as biografias destes astros da música no Japão, não parece muito surpreendente.

Mariko Senju começou a estudar violino com dois anos e três meses! Quando se começa tão cedo, a unidade de tempo para a idade precisa ser mais refinada, meses!

A moça é realmente espetacular. Em 1990, para comemorar o aniversário de 15 anos de seu debut musical, ela produziu e se apresentou em um recital, tocando Seis Sonatas para Violino de Ysaye, as Sonatas e Partitas para Violino Solo de Bach, os 24 Caprichos de Paganini e todos os Concertos para Violino de Mozart. Isso tudo em uma noite. Beethoven teria adorado a ideia.

Façanhas titânicas também aparecem no currículo de Yukio Yokoyama. Em 1998 ele interpretou todas as peças para piano de Beethoven, incluindo as 32 Sonatas, as Variações, as Bagatelas e tudo o mais em meros 10 meses em uma série de concertos a convite do Saitama Arts Center. É verdade que se o Vassily tivesse sido escalado para verificar se realmente toda a obra para piano foi apresentada, o Yukio provavelmente teria que inserir alguma novidade em algum de seus concertos…

Assim, não é surpreendente que estes dois grandes músicos tenham conseguido gravar as Sonatas para Violino e Piano em tão pouco tempo.

Mas o que importa é a música e essas sonatas são fonte de muitas alegrias musicais. É claro, cada um de nós tem um fraco por esta ou por aquela, ou mesmo um movimento especial de que mais gostamos, que mais nos emociona ou que nos convida a dançar.

As duas mais conhecidas são a Sonata Primavera e a Sonata Kreutzer. Eu sempre gostei muito da Sonata Primavera, mas me impressiona mais a Sonata Kreutzer, que parece mais intensa. Mas há outras ótimas sonatas. Ouça o Adagio cantabile, o segundo movimento da Sonata No. 7, em dó menor, Op. 30, 2, e me diga, não é uma maravilha? O Allegro vivace, último movimento da Sonata No. 8, em sol maior, Op. 30, 3 é outro movimento que eu gosto demais e sempre tenho que ouvir duas vezes.

As três primeiras são mais simples, mas têm aquela coisa da impetuosidade do jovem compositor. Veja o Andante con moto – um conjunto de variações, o segundo movimento da Primeira Sonata, em ré maior, Op. 12, 1. Maravilha. Há mais movimentos que são conjuntos de variações, inclusive na Sonata Kreutzer. E a última sonata? A mais madura de todas? Não espere mais, vá logo baixando…

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonatas para Violino e Piano – Volume 1

Violin Sonata No. 1 in D major, Op. 12 No. 1

  1. Allegro con brio
  2. Tema con variazioni (Andante con moto)
  3. Rondo (Allegro)

Violin Sonata No. 2 in A major, Op. 12 No. 2

  1. Allegro vivace
  2. Andante più tosto allegretto
  3. Allegro piacevole

Violin Sonata No. 3 in E flat major, Op. 12 No. 3

  1. Allegro con spirito
  2. Adagio con molt’espressione
  3. Rondo (Allegro molto)

Violin Sonata No. 9 in A major, Op. 47 ‘Kreutzer’

  1. Adagio sostenuto – Presto
  2. Andante con variazioni
  3. Finale (Presto)

Violin Sonata No. 10 in G major, Op. 96

  1. Allegro moderato
  2. Adagio espressivo
  3. Scherzo (Allegro)
  4. Poco allegretto

Sonatas para Violino e Piano – Volume 2

Violin Sonata No. 4 in A minor, Op. 23

  1. Presto
  2. Andante scherzoso, più allegretto
  3. Allegro molto

Violin Sonata No. 5 in F major, Op. 24 ‘Spring’

  1. Allegro
  2. Adagio molto espressivo
  3. Allegro molto
  4. Allegro ma non troppo

Violin Sonata No. 6 in A major, Op. 30 No. 1

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto con variazioni

Violin Sonata No. 7 in C minor, Op. 30 No. 2

  1. Allegro con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Allegro
  4. Allegro

Violin Sonata No. 8 in G major, Op. 30 No. 3

  1. Allegro assai
  2. Tempo di minuetto, ma molto moderato e grazioso
  3. Allegro vivace

Mariko Senju, violino

Yukio Yokoyama, piano

Volume 1

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MP3 | 320 KBPS | 271 MB

Volume 2

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FLAC | 438 MB

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MP3 | 320 KBPS | 260 MB

Yukio se preparando para uma festa a fantasia

Momento Babel: (Trecho de uma crítica de um CD com Sonatas de Brahms interpretadas pela Mariko Senju:

千住さんは心のある演奏家だ、とつくづく思う。

滑らかに奏でる素晴らしい演奏だ、と思う。

Acho que a Sra. Senju é uma artista com coração. Eu acho que é uma performance maravilhosa que toca suavemente.

Eu também acho! Aproveite!
René Denon

PS: Uma palhinha:

 

Iannis Xenakis (1922-2001): Oresteïa

Iannis Xenakis (1922-2001): Oresteïa

Liturgia selvagem e insolente sob o sol da Grécia de Ésquilo, a cantata Oresteïa é tudo menos música decorativa. Iannis Xenakis fascina e encanta o ouvinte com o alegria e o ritmo de seus movimentos, seus coros masculinos grandiosos [Agamenon] e o clamor opressor de suas vozes femininas [Les Chorephores].

As origens da Oresteïa de Iannis Xenakis são quase tão marcantes quanto a própria música. Em algum momento da década de 1960, a cidade de Ypsilanti, em Michigan (EUA), descobriu que seu nome não era derivado de alguma língua nativa americana, mas sim do grego. Cheia de orgulho por sua recém-descoberta associação étnica, a cidade decidiu realizar um festival grego em um anfiteatro construído no campo de beisebol da universidade local. Eles contrataram um autêntico diretor grego e também concordaram em contratar os serviços de um autêntico compositor grego para escrever a partitura incidental. Xenakis abraçou o projeto, escreveu mais de uma hora e meia de música para a produção, que ao que tudo indica foi um grande sucesso. Com o intuito de resgatar o trabalho para a atuação em concerto, Xenakis posteriormente preparou uma cantata com duração de cerca de 50 minutos, acrescentando em meados da década de 1980 o sensacional — e HILARIANTE, na minha opinião — movimento Kassandra – e aqui temos o resultado.

OK, ouvir Oresteïa não é tão fácil de ouvir quanto Alexander Nevsky de Prokofiev, outra cantata que nasceu de, digamos, raízes históricas e geopolíticas, mas qualquer um que pense que Xenakis seja inacessível pode ouvir Oresteïa e reconsiderar este julgamento precipitado. O que dá a essa música seu estranho fascínio é a combinação de elementos vocais geralmente semelhantes a um canto (apesar de hermeticamente atonal), com interlúdios instrumentais de sonoridade primitiva (mas na verdade muito sofisticados tecnicamente). A esse respeito, não estamos tão longe de A Sagração da Primavera, de Stravinsky, das obras vocais de Varèse ou dos cenários posteriores do drama grego de Carl Orff.

Você pode ouvir isso muito claramente no segundo movimento, Kassandra, com sua escrita delirante para percussão e barítono, bem como no canto do refrão em Les Choephores. A escrita instrumental estilizada, muitas vezes monofônica e permeada por estranhos sons de percussão e extremos de altura, adiciona a impressão de rigidez primordial que se adapta perfeitamente bem ao drama.

Iannis Xenakis – Oresteïa

Oresteïa (49:23)
1 Agamemnon 9:44
2 Kassandra 13:47
Baritone Vocals [Solo] – Spiros Sakkas*
Percussion [Solo] – Sylvio Gualda
3 Agamemnon (Suite Et Fin) 4:50
4 Les Choephores 11:44
5 Les Euménides 9:18

Maîtrise de Colmar
Ensemble Vocal d’Anjou
Ensemble de Basse-Normandie
Spiros Sakkas – baritone
Sylvio Gualda – percussion

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Xenakis, estrela grega de Ypsilanti | Foto: Wikimedia Commons

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#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sinfonias Nos. 4, 5 & 6 · ∾ · Britten Sinfonia & Thomas Adès ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Sinfonias Nos. 4, 5 & 6 · ∾ · Britten Sinfonia & Thomas Adès ֍

Thomas Adès e a Britten Sinfonia definitivamente adentram a arena de pesos pesados encarando as Sinfonias 4, 5 e 6 – Pastoral. Que ousadia! A julgar pela crocante Eroica que você pode ouvir na postagem anterior deste grupo, eu mal podia esperar para ouvir a nova trinca, e a quarta começou de maneira trepidante. Após a introdução um tanto sombria, em que parece estarmos atravessando um bosque em uma trilha, irrompe o sol – com o alegro, que é forte e intenso, sem ser frenético. Preste atenção nos borbulhantes sons dos sopros no primeiro movimento desta quarta.

Prosseguimos com majestade pelo segundo movimento, onde a orquestra de tamanho mais próximo daquela usada originalmente rende seus dividendos. O equilíbrio entre os diferentes naipes da orquestra é facilmente obtido. O final do adágio tem uma ótima pegada, aliás como muitas outras coisas neste lançamento.

O último movimento da Quarta Sinfonia avança coruscante e a antecipação pela Quinta é grande! Esta gravação da Quarta me faz lembrar, devido a intensidade, a gravação ao vivo da mesma obra com o Carlos Kleiber, minha very first postagem no blog!

A Quinta bate à porta com urgência, mas também com calor nas cordas – as diferenças nos timbres dos instrumentos, repetindo o tema da abertura é ótimo. O segundo movimento continua com seus intensos questionamentos, as lindas cordas, especialmente as mais graves, bem aparentes. O tímpano bem audível, mas sem se sobrepor aos outros instrumentos. E sem pressa. E o scherzo? Achei ótimo, assim como a transição para movimento final, com todas as suas mudanças de marchas… Intensidade, articulação, balanço, urgência sem pressão, são as palavras que voltam às minhas anotações, na medida que vou ouvindo. Adorei o flautim nos minutos finais e como Beethoven é enfático, não?

Bom, verdade, se você gosta de seu Beethoven extra cremoso, afaste seu mouse destes arquivos, busque outras paradas. Sinfonias de Beethoven – mesmo integrais – não faltam este ano, especialmente aqui no blog. Mas, se você está disposto a ousar um pouco e abrir ouvidos para diferentes perspectivas, este lançamento será uma festa.

Como na primeira leva das sinfonias, temos aqui duas obras do compositor contemporâneo Gerald Barry. Entre a Quinta e a Pastoral, um Concerto para Viola, em um movimento de uns 15 minutos. O concerto começa modernoso, com gongo e sons de vento – squishes – mas tem cara de concerto. A viola repetindo o tema apresentado no início, os outros instrumentos conversando com o solista… Uma certa aspereza que não é de toda má. A viola deve ter despertado a vontade de usar sons rascantes que permeiam a peça. Eu definitivamente a reconhecerei quando ouvir novamente. Há uma dissolução interessante no minuto final, onde o solista assobia (?) o tema. Essa intervenção moderna torna a chegada da Pastoral muito mais interessante do que se os acordes anteriores tivessem sido os da Quinta. Novamente notei o uso de uma orquestra menor como algo positivo, a mesma coisa de antes, as vozes dos diferentes setores da orquestra sendo ouvidas claramente. Há urgência, mas não pressa. Bom, melhor apressar aqui pois a redação já anda enorme e a tempestade está chegando com raios e trovões. Vou correr em busca de abrigo. Aposto que a volta da bonança será tranquila e a alegria dos ‘campesinos’ autêntica.

Bom, tem ainda a Conquista da Irlanda. Como no caso da postagem anterior, duas peças do Barry, em cada caso uma peça orquestral e outra com voz. Nos dois casos, preferi a peça orquestral, mas deixo para você decidir…

Não sei como prosseguiremos daqui. As Sinfonias 7 e 8 devem ser ótimas, a julgar pelo que ouvi até aqui, mas a Nona é mais desafiadora e propõe novos problemas. E enquanto esperamos, vamos nos divertindo com o que já temos.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60

  1. I. Adagio – Allegro vivace
  2. II. Adagio
  3. III. Allegro vivace
  4. IV. Allegro ma non troppo

Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67

  1. I. Allegro con brio
  2. II. Andante con moto
  3. III. Scherzo: Allegro  +  IV. Allegro

Gerald Barry (b. 1952)

Viola Concerto

  1. Concerto

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 “Pastoral”

  1. I. Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande. Allegro ma non troppo
  2. II. Scene am Bach. Andante molto moto
  3. III. Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro  +  IV. Gewitter. Sturm. Allegro    +   V. Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm. Allegretto

Gerald Barry

The Conquest of Ireland

  1. The Conquest of Ireland

Joshua Bloom, baixo

Lawrence Power, viola

Britten Sinfonia

Thomas Adès

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Thomas no maior papo com o pessoal do PQP Bach…

Vejam o que um crítico disse sobre o Concerto para Viola de Barry: ‘[…] he has never distinguished between the exercises all musicians play when they are learning their instruments and “regular music”. Exercises have given him “as much pleasure as Schubert”. In the concerto, almost all of the soloist’s material is exercise-like – repeated figures that run through the viola’s range with manic insistence, and are sometimes interrupted by rowdy volleys of brass and explosions of percussion, or taken up by one or more sections of the orchestra, always in rhythmic unison.

After just over 15 minutes of these exchanges, there is one final surprise: the soloist lights upon a fragile, wistful tune, which he first plays on his viola and then whistles quietly, as if to himself. Power may not be as superb a whistler as he is viola player, but it still adds an unexpectedly touching ending to this typically strange work.

E vocês, o que acharam?

René Denon

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este conjunto apareceu originalmente como LPs separados nos anos 70 e 80, e passou esgotado por muito tempo. Era um crime, já que Purcell passou boa parte de sua curta e prolífica vida profissional no teatro, seja escrevendo as músicas incidentais contidas nesses CDs, ou a música para suas obras maiores, as semi-óperas (Rei Arthur, The Fairy Queen, etc.). Quase todas essas obras são joias e certamente representam um pináculo da música inglesa do século XVII. Purcell tinha gênio para extrair ouro musical das letras mais pesadas e ele faz o mesmo com os textos das canções nessas peças. Hogwood e o AAM oferecem performances limpas. O som desses discos analógicos antigos foi limpo e melhorado — embora eles já fossem originalmente muito bons. Como acontece com a maioria das coisas que Hogwood gravou, os extremos emocionais são achatados, então a natureza “sobrenatural” da música do final do século 17, tão frequentemente enfatizada em apresentações barrocas mais recentes, não aparece aqui. Mas, nossa, como vale a pena ouvir! O CD recebe o selo de imperdível principalmente pelas lindas peças instrumentais que estão lá no final. São ouro puro!

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 6 de 6 (mais Scans)

CD6:

Love Triumphant, or Nature Will Prevail, incidental music, Z. 582
01. How happy’s the husband

Rule a Wife and Have a Wife, incidental music, Z. 587
02. There’s not a swain

The Female Virtuosos, incidental music, Z. 596
03. Love, thou art best

Epsom Wells, incidental music, Z. 579
04. Leave these useless arts

The Maid’s Last Prayer, or, Any Rather than Fail, incidental music, Z. 601
05. Though you make no return
06. No, resistance is but vain
07. Tell me no more

Aureng-Zebe, or, the Great Mogul, incidental music, Z. 573
08. I see, she flies me

The Canterbury Guests, or, A Bargain Broken, incidental music, Z. 591
09. Good neighbour why?

The Fatal Marriage, or, the Innocent Adultery, incidental music, Z. 595
10. The danger is over
11. I sigh’d and owned my love

Spanish Friar, or, the Double Discovery, incidental music, Z. 610
12. Whilst I with grief

Pausanias, the Betrayer of his Country, incidental music, Z. 585
13. Sweeter than roses
14. My dearest, my fairest

The Mock Marriage, incidental music, Z. 605
15. Oh! how you protest … ‘Twas within a furlong … Man is for the woman made

Oroonoko, incidental music, Z. 584
16. Celemene, pray tell me

17. Pavan for 2 violins & continuo in A major, Z. 748
18. Pavan for 2 violins & continuo in A minor, Z. 749
19. Pavan for 2 violins & continuo in B flat major, Z. 750
20. Pavan for 2 violins & continuo in G minor, Z. 751
21. Pavan for 3 violins & continuo in G minor, Z. 752
22. Sonata for violin & continuo (Trio Sonata) in G minor, Z. 780
23. Chacony, for 4 strings in G minor, Z. 730

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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Saudades de Christopher Hogwood (1941-2014)

PQP

Schubert (1797 – 1828) · ∞ · Winterreise · ∞ · Hotter & Moore · ∾ · Goerne & Johnson · ∾ · Kaufmann & Deutsch · ∾ · Desafio ֎

Schubert (1797 – 1828) · ∞ · Winterreise · ∞ · Hotter & Moore · ∾ · Goerne & Johnson · ∾ · Kaufmann & Deutsch · ∾ · Desafio ֎

 

Schubert

Winterreise

Desafio Revelado

 

 

Winterreise é uma viagem fadada à ruina e ao fracasso, um ciclo de 24 canções sobre coisas tristes, desoladoras, mas ainda hoje segue… Tentaremos entender um pouco este mistério.

Apesar da minha alta ascendência alsaciana, cresci cercado de culturas das mais mundanas, de farinhas de pau, feijões diversos e palmitos extraídos das matas vizinhas. Isto coloca uma questão das mais intrigantes: em que ponto desta vivência dolente e preguiçosa dei-me interessado e em pouquíssimo tempo obcecado e apaixonado pelas canções-arte, os chamados Lieder? Certamente o achado de um álbum duplo, velhíssimos LPs, selo Angel – de mavioso e seráfico logotipo – com Dietrich Fischer-Dieskau cantando o ciclo Die Schöne Müllerin, acompanhado ao piano pelo fiel Gerald Moore. E a atração para o vórtice foi completada com a descoberta do Winterreise, agora cantado pelo Hans Hotter, tendo mais uma vez ao teclado Gerald Moore.

Certamente o caso seria registrado nos anais da Sociedade Tapejarense de Antropologia, caso tal sociedade existisse: como pode um ser vivente que cresceu em um ambiente bucólico e semitropical, ter algum interesse, e quem poderia crer, paixão, por canções levadas em uma língua estranha, gutural, acompanhadas ao piano? Ainda que fosse uma violinha, haveria uma brecha ao entendimento… E se soubessem que a fiada de canções mais martelada na vitrolinha do ser em estudo tratava de uma série de desoladoras canções, que desfilam um completo desmantelamento psicológico do perturbado viajante, que atravessa as paragens nevadas iluminadas por muitos sóis? O tal personagem se debate entre a desilusão amorosa e encara uma solidão medonha e que encontra alívio apenas na companhia de cães e corvos e num final encontro com uma fantasmagórica figura?

Bem, eu diria que a atração pelo contrastante sempre foi forte na minha pessoa e o que parece reverso sempre tocou em mim uma tecla especial. Mas você precisará verificar por si mesmo: Há alguma razão para prosseguir canção após canção, ouvindo um rosário de tristezas e lamentações – quase todas em tom menor?

Caso você se dê uma chance, poderá descobrir a essência da arte de Franz Schubert – que se preparou por uma vida temperada de alegrias e sofrimentos vários – para compor o Winterreise.

Nestes dias eu me aproximo desta música intensa com alguma relutância e a ouço com parcimônia, pois que esta obra é uma daquelas que me é muito cara e, quando me pega, custa deixar-me para as outras coisas.

Desta vez ele pegou-me pela recomposição – ideia ou conceito – ainda não sei, feita pelo maestro e compositor, Hans Zender. Mas sobre isto, vocês precisarão esperar a próxima postagem.

Schubert iniciou a composição do Winterreise musicando em fevereiro de 1827 doze poemas de Wilhelm Müller, de quem ele já havia musicado o ciclo Die Schöne Müllerin. A vida já lhe havia imposto uma dose pesada de sofrimentos. Além da penúria econômica, ele sofria de sífilis, que de maneira ou outra o levaria a morte, no fim do ano seguinte. Naqueles dias a doença era incurável e causava sequelas vexatórias, além de dolorosas. O tom e tema dos poemas certamente despertaram a chama criativa mais intensa, mas a composição não foi fácil, como ele mesmo disse claramente. Nesta primeira fase da composição, Schubert lidou com as 12 primeiras canções do ciclo, sobre os poemas que encontrou publicados em um almanaque chamado ‘Urania für 1823’. A apresentação destes poemas no Urania é Wanderlieder von Wilhelm Müller – Die Winterreise. In 12 Liedern. Schubert achava que o ciclo estava completo. Esta etapa do ciclo começa com a maravilhosa Gute Nacht, que estabelece o teor e clima do ciclo todo, passa pela mais famosa do ciclo – Der Lindenbaum – e termina com a expressiva Einsamkeit – Solidão!

Mas Müller, que morreria em setembro de 1827, estendeu o ciclo acrescentando mais 12 poemas. Quando Schubert encontrou a versão do ciclo completo, publicada agora em um livro, se deu conta do problema: os novos poemas estavam entrelaçados com aqueles que ele já havia musicado. (Para detalhes sobre essas diferenças, veja aqui, nas excelentes notas escritas sobre o Winterreise pelo pianista Graham Johnson, responsável por um dos projetos mais completos sobre Lieder e Schubert, apresentado pela Hyperion). Schubert decidiu seguir musicando os novos poemas e os colocou como continuação dos que já havia composto, criando assim o seu ‘segundo volume’. Schubert adotou a mesma ordem que Müller, mas com uma significativa exceção. Na sua sequência, Schubert antecipou o penúltimo poema – Mut (Coragem) – para a antepenúltima posição, fazendo a troca com Die Nebensonnen – que vou chamar de ‘Três Sóis’. A inversão é providencial, uma vez que Mut é assim uma última tentativa de vencer a ruína e o fim. As frases ‘Klagen ist für Toren’ – Chorar é para Tolos – e ‘Will kein Gott auf Erden sein, sind wir selber Götter!’ – Se não podemos ter deuses na terra, seremos deuses nós mesmos, mostram um certo arroubo de coragem. Aí segue a canção dos três sóis, que faz menção a um fenômeno relativamente raro em que, devido a reflexão e refração de luz solar por pequenos cristais de gelo, tem-se a impressão que há três sóis suspensos no céu.

Neste ponto do ciclo, como diz um aristocrata amigo meu, na sua mais fleugmática e fluente maneira de colocar as coisas difíceis de se dizer, a saúde mental do nosso viajante de inverno já havia ido para as picas! (Pardon my French…) E a canção segue desolada, após os sóis se porem, o viajante desaparecerá na escuridão. Em alemão, ‘Im Dunkeln wird mir wohler sein’, é ainda mais escuro.

Fica assim a questão: como pode haver prazer em ouvir o ciclo todo após todas estas explicações? Você precisa tentar por si próprio e tirar suas próprias conclusões.

Antes que você prossiga para os downloads, deixarei algumas indicações a título de ‘aquilo que você não pode perder’:

– A primeira canção – Gute Nacht – dá o tom da obra toda e estabelece o sentido de despedida, num ciclo que oscila entre a desilusão amorosa, a solidão e a morte. Entendemos que há um amor que não frutificou, que desencadeou essa viagem mesmo no rigor do inverno. Boa Noite do título é menção ao que ele escreveu no portão da casa da amada ao partir.

– Der Lindenbaum é possivelmente a mais famosa canção do ciclo e é comum ouvi-la em recitais separada do ciclo. Mas não é uma canção que trata de alegria. Ela mistura as lembranças de momentos felizes passados junto à árvore do título, que chamamos tília, com a cruel situação vivida pelo viajante. Alguns comentários sobre esta canção falam até em suicídio.

– Frühlingstraum (Sonho de Primavera) e Die Post, que faz menção as trompas das Carruagens dos Correios, são duas canções em tom maior, mais animadas. Mas a animação apenas se refere às lembranças e só fazem tornar a realidade atual mais excruciante.

– Die Krähe (O Corvo) – Esta canção é terrível. O corvo o acompanha na viajem – uma imagem assustadora. Ele menciona que pelo menos há constância até a sepultura. O cara já está no bico do corvo…

– Mas, como naqueles bons romances ou filmes-cabeça, somos deixados a dar tratos a bola, com a última canção – Der Leiermann. Há imagens medievais que representam a morte como o homem do realejo, mas a canção final não deixa as coisas fáceis para conclusões. As muitas interpretações do desfecho do caminhante estão disponíveis por aí, mas a cada vez que ouço o ciclo, fico às voltas com novas possibilidades. Afinal, fica a pergunta que o viajante faz ao homem do realejo: Quando cantar minhas canções, você me acompanhará tocando seu realejo?

– As Gravações –

Gerald Moore

 

Há tantas gravações desta obra, como você pode observar nesta página aqui, que se faz necessária uma palavra sobre as escolhas feitas para esta postagem. Schubert escreveu a música para tenor, mas gravações com barítono ou baixo são até mais comuns. É claro, o mais famoso cantor de Lieder do qual temos notícias, Dietrich Fischer-Dieskau, gravou o ciclo inúmeras vezes e estabeleceu padrões altíssimos. Mas como já há uma postagem desse cantor no site, decidi escalar para esta postagem a gravação de Hans Hotter acompanhado pelo decano dos pianistas acompanhadores, Gerald Moore. Gosto muito desta gravação e creio que ela ainda pode oferecer muitas alegrias. Mas, como é uma gravação jurássica, escolhi outra gravação com voz de barítono, a gravação feita no âmbito do projeto de Graham Johnson – Integral dos Lieder de Schubert, no selo Hyperion. Acho que esta escolha presta uma devida homenagem a este excelente músico.

Graham contando sua saga aos pessoal do PQP Bach…

Para a voz de tenor, decidi trazer a gravação de Jonas Kaufmann, que talvez seja mais conhecido por suas atuações em óperas, mas também é um ótimo cantor de Lieder. Quase postei a gravação de Peter Schreier acompanhado por Sviatoslav Richter, mas basta um jurássico de cada vez.

Finalmente, como gosto de intrigar os leitores seguidores mais curiosos e detalhistas, tem aí uma gravação misteriosa para sua análise inquisidora. Posteriormente a identidade desta dupla de artistas será devidamente revelada.

Franz Schubert (1797 – 1828)

Winterreise, D 911

Com letras escritas por Wilhelm Müller (1794 – 1827)

  1. Gute Nacht (Boa Noite)
  2. Die Wetterfahne (O Catavento)
  3. Gefrorne Tränen (Lágrimas Congeladas)
  4. Erstarrung (Solidificação)
  5. Der Lindenbaum (A Tília)
  6. Wasserflut (Torrente de Água)
  7. Auf dem Flusse (Sob o Rio)
  8. Rückblick (Retrospectiva)
  9. Irrlicht (Fogo-fátuo)
  10. Rast (Descanso)
  11. Frülingstraum (Sonho de Primavera)
  12. Einsamkeit (Solidão)
  13. Die Post (O Correio)
  14. Der greise Kopf (A Cabeça Grisalha)
  15. Die Krähe (O Corvo)
  16. Letzte Hoffnung (Última Esperança)
  17. Im Dorfe (Na Aldeia)
  18. Der stürmische Morgen (A Manhã Tempestuosa)
  19. Täuschung (Engano)
  20. Der Wegweiser (O Sinal Indicador)
  21. Das Wirtshaus (A Estalagem)
  22. Mut (Coragem)
  23. Die Nebensonnen (Os Sóis Vizinhos)
  24. Der Leiermann (O Homem do Realejo)

Arquivo A

Hans Hotter, baixo-barítono

Gerald Moore, piano

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Arquivo B

Matthias Goerne, barítono

Graham Johnson, piano

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Arquivo C

Jonas Kaufmann, tenor

Helmut Deutsch, piano

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Birgit Breidenbach

Gerda Ziethen-Hantich, piano

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O futuro chegou…

Apareça lá na casa do Schober hoje e cantarei para você um ciclo de canções de arrepiar. Estou ansioso para saber o que você dirá delas. Elas me deram mais trabalho do que qualquer uma das minhas outras canções.

Vai deixar passar o convite do Franz?

Aproveite!

René Denon

Você não deve deixar de visitar:

Franz Schubert (1797-1828): Winterreise (com Dietrich Fischer-Dieskau)

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Schubert – Lieder – Dietrich Fischer-Dieskau & Gerald Moore

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 5 de 6

Henry Purcell (1659-1695): Música para o Teatro (Hogwood) — Vol. 5 de 6

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O quinto CD desta série traz uma monte de obras-primas do barroco. Para começar, quem conhece o filme A Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, logo reconhecerá o Prelúdio, faixa 3. Logo depois, temos a belíssima Music for a while (8) e, como se não bastasse, a faixa 11 é Retir’d from any mortal’s sight, aqui em interpretação linda de morrer de Emma Kirkby. E o que dizer da cômica At the close of the ev’ning?

Imagine os filmes mais estúpidos de Hollywood que você possa imaginar: filmes de ação cafonas, comédias fofinhas e sem graça, grandes épicos xaroposos. Agora imagine que um dos maiores compositores vivos trabalhando para eles, produzindo trilhas musicais surpreendentes, assustadoramente belas e emocionantes para esses filmes descartáveis. É isso que você obtém com este conjunto: música que Henry Purcell compôs para cerca de duas dúzias de peças, muitas vezes totalmente esquecíveis, outras não, pois, ocasionalmente, ele se juntava a um dramaturgo digno de sua estatura como John Dryden, Aphra Behn ou William Congreve. Nestes casos, os resultados são ainda melhores, mas na maioria das vezes você pode — e deve — curtir a música aqui sem saber nada sobre as peças originais…

CD5:

The Libertine, or, the Libertine Destroyed, incidental music, Z. 600
01. Nymphs and shepherds
02. We come
03. Prelude
04. Prepare, prepare, new guests draw near
05. To arms, heroic prince

The Massacre of Paris, incidental music, Z. 604
06. Thy genius, Io (2 settings)

Oedipus, incidental music, Z. 583
07. Hear, ye sullen powers below
08. Music for a while
09. Come away, do not stay … Laius! Hear, hear
10. Overture for 2 violins, viola & continuo in D minor, Z. 771

The History of King Richard II, or, The Sicilian Usurper, incidental music, Z. 581
11. Retir’d from any mortal’s sight

Sir Barnaby Whigg, or, No Wit Like a Woman’s, incidental music, Z. 589
12. Blow, blow, Boreas, blow

Sophonisba, or Hannibal’s Overthrow, incidental music, Z. 590
13. Beneath the poplar’s shadow

The English Lawyer, incidental music, Z. 594
14. My wife has a tongue

A Fool’s Preferment, or, The Three Dukes of Dunstable, incidental music, Z. 571
15. I sigh’d, and I pin’d … There’s nothing so fatal as woman
16. Fled is my love … ‘Tis death alone … I’ll mount to yon blue Coelum
17. I’ll sail upon the Dog-star
18. Jenny, ‘gin you can love
19. If thou wilt give me back my love

The Indian Emperor, or, The Conquest of Mexico, incidental music, Z. 598
20. I look’d, and saw within

The Knight of Malta, incidental music, Z. 599
21. At the close of the ev’ning

Why, my Daphne, why complaining? (A Dialogue between Thirsis and Daphne), song for soprano, bass & continuo, Z. 525
22. Why, my Daphne, shy complaining

The Wives’ Excuse, or, Cuckolds Make Themselves, incidental music, Z. 612
23. Ingrateful love!
24. Hang this whining way of wooing
25. Say, cruel Amoret … Corinna, I excuse thy face

Cleomenes, the Spartan Hero, incidental music, Z. 576
26. No, no, poor suff’ring heart

Regulus, or, the Faction of Carthage, incidental music, Z. 586
27. Ah me! to many deaths

The Marriage-Hater Match’d, incidental music, Z. 602
28. As soon as the chaos … How vile are the sordid intregues

Sopranos: Elizabeth Lane, Emma Kirkby, Joy Roberts, Judith Nelson, Prudence Lloyd
Countertenor: James Bowman
Tenors: Alan Byers, Julian Pike, Martyn Hill, Paul Elliott, Peter Bamber, Rogers Covey-Crump
Basses: Christopher Keyte, David Thomas, Geoffrey Shaw, Michael George
The Taverner Choir
Chorus Director: Andrew Parrott
Academy of Ancient Music
Conductor: Christopher Hogwood

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PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Três Conjuntos de Variações para Piano, Op. 34, 35 (Eroica) & 76 · ∾ · Yukio Yokoyama ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Três Conjuntos de Variações para Piano, Op. 34, 35 (Eroica) & 76 · ∾ · Yukio Yokoyama ֍

BTHVN

Variações para Piano

Rondós

Yukio Yokoyama

 

A primeira publicação de uma composição de Beethoven, então com menos do que 12 anos, foi um conjunto de 9 variações para piano sobre uma marcha de Dressler. Variações sempre fizeram parte da sua obra, às vezes com destaque de número de opus, às vezes como movimento de uma sonata ou outra obra, até culminar nas famosas Variações Diabelli.

Na juventude estas peças eram ainda mais comuns, pois serviam para mostrar suas habilidades como pianista e improvisador.

Eu gosto muito destes três conjuntos de variações, especialmente as que levam o apelido ‘Eroica’ e as agitadíssimas variações do Opus 76. Eu as conheci de um LP de selo Melodia com o lendário pianista Sviatoslav Richter. O disco da postagem de hoje foi gravado pelo espetacular pianista japonês Yukio Yokoyama.

Para completar o disco, além das várias variações, três rondós, sendo o último aquele que manifesta a raiva do sovina pela perda de sua pataca, agitadíssimo.

Uma das gratas surpresas deste estranhíssimo ano de 2020 foi ter conhecido algumas gravações deste pianista. Não há uma que tenha desgostado e várias delas gostei bastante! Assim, decidi compartilhar algumas com vocês, começando por esta postagem.

Yukio Yokoyama foi criança prodígio e além do interesse pelo piano, também se dedicou à composição. Estudou na Universidade de Belas Artes e Música de Tokyo e posteriormente estudou no Conservatório de Paris com bolsa do governo francês. Teve por mestres excelentes pianistas, como Jacques Rouvier e Vlado Perlemuter. Logo ganhou prêmios internacionais e consolidou sua carreira de concertista e além de ter muitos discos gravados, atua como professor e como jurado de vários concursos internacionais de piano.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Variações e Rondós

  1. 6 Variações para piano, Op. 34
  2. 15 Variações para piano, Op. 35 – “Variações Eroica”
  3. 6 Variações para piano, Op. 76
  4. Rondo em dó maior, Op. 51, 1
  5. Rondo em sol maior, Op. 51, 2
  6. Rondo a capriccio em sol maior, Op. 129 – “Die Wut uber den verlorenen Groschen”

Yukio Yokoyama, piano

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Mr. Yokoyama aproveitando a haute cuisine de PQP Bach Coop

Momento ‘The Book in on the Table’: The Op 34 Variations are played reasonably quickly and strongly and make for a fine diversion, the Op 76 Variations are superb […] The Eroica Variations are fine indeed. Each of the short variations holds one’s rapt attention, and the concluding fugue is superb, if perhaps a bit brittle sounding at times. The two Op 51 Rondos are superbly and beautifully played and deserve more air time […]. The ever delightful Rage over a Lost Penny is played in pure virtuoso fashion and thrills in so far as it can.

Fine, indeed! Aproveitem!

René Denon

PS: A cor da capa da postagem é uma homenagem à segunda camisa do Inter…

Outro pianista japonês que vale a pena conhecer:

Beethoven (1770-1827): 3 Sonatas para Piano ∞ Kotaro Fukuma #BTHVN250 ֍