BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia no. 1 em Dó maior, Op. 21 – Chailly – Furtwängler – Gardiner – Haitink – Huggett – Jansons – Karajan – Rattle – Reiner – Solti – Toscanini – Wand

Retorno após breve hiato, e não sem despertar questionamentos sobre se eu tomara chá de sumiço, ou se faria um prolongado retiro no Hades no feitio daquele que fez as senhoras e senhores terem um refresco de mim por quase quatro anos. Agradeço a preocupação e, talvez decepcionando aqueles que esperavam postais do Hades, esclareço que estava em férias em lugar bem distante e numa cicloviagem um pouco exigente demais para meus jamones, de tal maneira que, ao encerrar cada dia, quase nada restava de meus miolos, fritos pelo sol do trópico de Câncer, além duma pasta molenga e pouco apropriada a escrever sobre Beethoven.

Confesso, entretanto, que houve outro motivo, que me deixou talvez tão hesitante quanto ficou Beethoven em estrear sua primeira sinfonia: eu não tinha A MENOR IDEIA de como abordar uma postagem sobre uma sinfonia de Beethoven, fosse esta ou qualquer outra, na integral que lhes prometemos ao longo deste ano da Peste e do #BTHVN250.

Explico:

Tomemos como exemplo as trinta e duas sonatas para piano: há várias integrais, muitas das quais já publicadas neste blogue, e também sonatas gravadas em pequenos lotes, ou integrais inacabadas (os “torsos de integrais”, nas palavras do querido René Denon). Ainda que muitos pianistas as incluam avulsamente em seus recitais e gravações, são relativamente poucos os que se dedicam a tocar ou gravar o conjunto completo, certamente porque seu escopo – tanto de duração quanto de exigências técnicas e expressivas – é grande demais para caber num punhado de discos e ou de apresentações. Assim, e dentro da proposta de lhes trazer nesta série somente gravações inéditas no PQP Bach, não tive dificuldades de achar muito material, e abundante, para contemplar as sonatas para piano nesta celebração do BTHVN250.

As sinfonias são um caso muito diferente. Todo regente que se preza deseja registrar o seu ciclo completo, o que leva a uma abundância discográfica das nove meninas. Mais que isso, há encarniçadas e provavelmente insolúveis discussões sobre qual a melhor gravação do ciclo, muito mais do que as trinta e duas sonatas sonhariam em suscitar. Adicionando a este bolo de discórdia algumas camadas extras de complicação, menciono as várias edições das sinfonias, que tentam destrinchar as muitas correções que Beethoven – sempre o autocrítico implacável e procrastinador desorganizado – lhes incorporou ainda em vida, e via de regra com caligrafia medonha, e as incontáveis vertentes de tradição interpretativa que incidem sobre essas obras essenciais. A todas as camadas do bolo, enfim, somo a minha cobertura: eu gosto demais de vários ciclos, mas nunca algum deles me satisfez completamente, de maneira que qualquer escolha minha para oferecer-lhes seria, de antemão, insatisfatória.

A solução a que cheguei certamente não agradará a todos, e com ainda mais certeza revoltará aqueles que apreciam o cuidadoso rabalho de curadoria. Ainda assim, aqui vai ela: em vez de um ciclo, oferecer-lhes-ei doze, gravados em diferentes épocas, por renomados regentes imbuídos de diversas tradições interpretativas.

Pensei inicialmente em publicar um ciclo antigo, outro contemporâneo, e mais outro em instrumentos originais. Entre os antigos, Wilhelm Furtwängler esteve desde sempre firme em meus planos, e não demorou que eu me perguntasse se não valeria a pena também incluir o ciclo de seu contemporâneo Arturo Toscanini, outro virtuose da batuta, ao qual era inevitavelmente comparado, obra a obra. Falar deles lembrou-me do venerando Günter Wand que, perguntado se regeria a Nona Sinfonia como Furtwängler ou como Toscanini, respondeu nos rins: “como Beethoven”. Heribert von Karajan (sim, Heribert: googleiem para conferir) não estava em meus planos, mas inevitavelmente perguntariam – quiçá brandindo-me ancinhos e tochas – sobre ele. Em reconhecimento à sua enorme importância para a indústria discográfica, que incluiu vários registros completos do ciclo, praticamente uma a cada grande revolução nas técnicas de gravação (e também, claro, porque aqueles Porsches todos não saíam de graça), resolvi incluir aquele que considero o melhor, feito nos anos 60 com seus inseparáveis Berliners. Lembrei também dos brilhantes magiares que levaram as orquestras dos Estados Unidos a seus pináculos e incluí integrais de Fritz Reiner e Georg Solti, e que jamais – nunca, em hipótese alguma – deveria esquecer do maior regente vivo, Bernard Haitink, e de sua inseparável orquestra do Concertgebouw. Tampouco deixaria de lado duas gravações recentes das quais muito gosto – a de Riccardo Chailly com a orquestra do Gewandhaus de Leipzig, talvez o conjunto que responda mais instintivamente ao seu regente entre todas em atividade, e aquela de Simon Rattle, praticamente na saideira de sua era como diretor dos Berliners. Na turma da interpretação historicamente informada, nunca tive dúvidas de que o excelente ciclo de John Eliot Gardiner estaria neste rol, e achei por bem oferecer também uma outra integral menos conhecida e bastante estimulante, a da Hanover Band dirigida alternadamente por Roy Goodman e Monica Huggett. Por fim, e já aflito porque as doze poderiam facilmente chegar a vinte, lembrei que o patrão PQP Bach tinha botado tudo para quebrar ao postar a  m a r a v i l h o s a integral de Andris Nelsons com a Wiener Philarmoniker, a melhor gravação do ciclo nos últimos anos, e aí me dei conta de que outro letão, o imenso Mariss Jansons, recentemente desaparecido, também tinha deixado sua série, que aqui está numa sentida homenagem ao suave mestre.

Contaram doze? Pois bem, aqui vão elas. Claro que, por ter ouvido todas, adoraria para comentá-las uma a uma, e mesmo compará-las. Nossa travessia beethoveniana, entretanto, é ainda muito longa, e o tempo de que disponho, bastante curto. Prometo-lhes que, depois de 17 de dezembro, quando a série estiver completa, voltarei às postagens das sinfonias para, quem sabe, transformá-las em guias de gravações comparadas tão bom quanto aqueles que o colega Das Chucruten já publicou, inclusive da Pastoral. Por ora, escolham as que mais apetecerem, comparem-nas, e deixem-me saber o que pensaram delas nos comentários.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sinfonia no. 1 em Dó maior, Op. 21
Composta entre 1795-1800
Publicada em 1801
Dedicada ao barão Gottfried van Zwieten

1 – Adagio molto – Allegro con brio
2 – Andante cantabile con moto
3 – Menuetto: Allegro molto e vivace
4 – Adagio – Allegro molto e vivace

Wiener Philarmoniker
Wilhelm Furtwängler
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NBC Symphony Orchestra
Arturo Toscanini
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Chicago Symphony Orchestra
Fritz Reiner
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Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
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Chicago Symphony Orchestra
Sir Georg Solti
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Sinfonieorchester des Norddeutschen Rundfunks
Günter Wand
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Koninklijk Concertgebouworkest
Bernard Haitink
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The Hanover Band
Monica Huggett
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Orchestre Révolutionnaire et Romantique
John Eliot Gardiner
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Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons
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Gewandhausorchester Leipzig
Riccardo Chailly
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Berliner Philharmoniker
Sir Simon Rattle
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Ah – quase me esqueci de comentar a obra. Gestada ao longo de cinco anos, e certamente com muita preocupação por conta da sombra esmagadora das sinfonias de Mozart e Haydn (que ainda vivia), a Primeira é calcada firmemente nos modelos dos mestres mais velhos, com toques claramente beethovenianos como o uso dos sopros, frequentemente formando corais independentes das cordas, e os repetidos sforzandi. Há alguns truques interessantes, como o de “esconder” a tonalidade no movimento inicial, em vez de começar com uma afirmação estrondosa da mesma (como aqueles dois portentosos acordes que abrem a Eroica), embora não houvesse audácias tonais capazes de chocar o mui conservador público do Burgtheater, no qual “Le Nozze de Figaro” e “Così fan tutte” tinham vindo à luz e onde Beethoven estrearia várias de suas obras mais importantes. Meu movimento favorito é o faceiríssimo Menuetto, que é um scherzo em tudo, menos no título. O finale, que começa com uma escala marota que se desenrola lentamente, mantém a mesma verve do minueto e leva a uma conclusão muito efusiva uma obra que, se não se pode chamar de revolucionária, certamente mostrou a Viena que a voz do renano era diferente de todas outras.

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

 

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para violino, violoncelo e piano, Op. 56 – Sinfonia no. 7 – Mutter – Ma – Barenboim

Sim, esta postagem está queimando a ordem de publicação das obras de Lud Van, mas é por um excelente motivo: adorei esta gravação, e não queria que os leitores-ouvintes perdessem a oportunidade de ouvi-la o quanto antes.

É difícil de negar que este concerto triplo seja, talvez junto com o Op. 19 para piano (do qual o próprio Beethoven não gostava muito), a menos inspirada das obras concertísticas que o mestre publicou em vida. Não se sabe ao certo por que e para quem ele foi composto, embora o factotum Schindler, notório atochador, jurasse que a parte do piano tivesse em mente o arquiduque Rudolph, aluno e futuro patrono do compositor, o que explicaria sua relativa simplicidade. Como quase tudo o que vem de Schindler, no entanto, essa afirmação não se sustenta, uma vez que a obra já tinha sido iniciada em 1804, ano em que Rudolph, ainda adolescente, iniciou seus estudos de piano e composição. Ademais, quando de sua publicação, em 1808, o dedicatário foi outro patrono, o príncipe Lobkowitz – uma desfeita difícil de imaginar com o caçula da família real austríaca. O mais provável, assim, é que Beethoven a tenha escrito com virtuoses específicos em mente e que a parte para piano coubesse a ele próprio.

Nunca morri de amores por este concerto, especialmente pelo que percebo como prolixidade e previsibilidade do primeiro e do último movimentos. Por eliminação, conclui-se que o Largo central, muito bonito e conciso, seja meu preferido, muito pelo destaque dado ao violoncelo, que, aliás, abre os trabalhos solísticos em todos os movimentos. Beethoven, que já lhe escrevera duas revolucionárias sonatas, demonstra o quão bem sabia aproveitá-lo como protagonista – uma palhinha, acho, do que seria um seu concerto para violoncelo, numa época em que o gênero pouco tinha ido além daqueles dois de Haydn e dos tantos de Boccherini.

Embora uma obra concertística para piano, violino e violoncelo fosse totalmente sem precedentes, o concerto triplo está inscrito na tradição da sinfonia concertante iniciada na França e que ganhou voga em centros como Mannheim, o feudo dos Stamitz, e Bonn, cidade natal de Beethoven. Talvez por isso eu fique menos satisfeito com interpretações ao estilo “trio com piano vs. orquestra” do que com aquelas que exaltam as qualidades individuais dos solistas – exatamente o caso desta que agora lhes apresento, lançada no mês passado.

O destaque vai para Yo-Yo Ma, emprestando seu belíssimo timbre para as suculentas melodias que Ludwig dedicou ao violoncelo. Anne-Sophie Mutter, que é daquelas artistas das quais não se tem muito como falar de maus dias, estava num especialmente elétrico, e seu violino janta as partes com muito apetite. E Daniel Barenboim, no duplo papel de solista e regente, não só se sai bem na discreta parte para piano (o que é ótimo, considerando que a impressão de nós outros aqui no blogue é a de que ele não leve mais o piano tão a sério), como se permite algumas liberdades agógicas que Beethoven, um grande improvisador, provavelmente aprovaria. Além disso, conduz seu conjunto, a West-Eastern Divan Orchestra, com muita precisão e energia. O resultado é uma gravação que, mesmo com os precedentes da troika estelar (Oistrakh, Richter e Rostropovich sob Karajan em 1970, por ocasião do bicentenário de Beethoven) e dos próprios Ma e Mutter, ainda garotos (também sob Karajan e com o pianista moldavo-americano Mark Zeltser, em 1985), passou a ser minha preferida.

Completa o disco, com um destaque sacrilegamente minúsculo para obra tão maiúscula (olhem só o tamanho daquelas letrinhas na capa!), uma Sétima Sinfonia cheia de verve, muito melhor do que qualquer outra que Barenboim gravou.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Dó maior para violino, violoncelo, piano e orquestra, Op. 56
Composto entre 1803-05
Publicado em 1807
Dedicado a Joseph Franz Maximilian, príncipe Lobkowitz

1 – Allegro
2 – Largo (attacca)
3 – Rondo alla polacca

Anne-Sophie Mutter, violino
Yo-Yo Ma
, violoncelo
West-Eastern Divan Orchestra
Daniel Barenboim,
piano e regência

Sinfonia no. 7 em Lá maior, Op. 97
Composta entre 1811-12
Publicada em 1813
Dedicada ao conde Moritz von Fries

4 – Poco sostenuto – Vivace
5 – Allegretto
6 – Presto – Assai meno presto
7 – Allegro con brio

West-Eastern Divan Orchestra
Daniel Barenboim,
regência

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O supertrio e a WEDO em ação em Berlim, outubro de 2019.

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphony No.9 – Bruno Walter – Leslie Howard

61+AufDLfcLPUBLICADA ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 31/5/2014, RESTAURADO POR VASSILY EM 02/4/2020

Eis finalmente a nossa mui amada, salve, salve, Nona Sinfonia, in D Minor, de Beethoven, outro monumento da música ocidental, uma das mais importantes obras da criação humana. E mais não tenho o que dizer.
Confesso que fiquei um pouco decepcionado com a falta de comentários sobre esse projeto. Com raríssimas exceções, o silêncio dominou o campo dos comentários. Tivemos a grata satisfação de conhecermos o Beto, que nos deu uma verdadeira aula sobre as transcrições que Liszt realizou. frontAgradeço imensamente a ele, que mostrou como o PQPBach pode ser coletivo. Ninguém aqui é dono absoluto da razão, ou sabe tudo sobre tudo e todos.
Bruno Walter foi um dos maiores maestros do século XX, foi um regente que atravessou o século XX trazendo na bagagem uma vasta experiência nos palcos. Foi contemporâneo e amigo pessoal de Mahler, e só isso já seria um grande diferencial, mas sua arte ultrapassou barreiras. Beethoven, Brahms e Bruckner, sem contar obviamente Mahler, foram suas especialidades, mas também são memoráveis suas gravações das sinfonias de Mozart. Felizmente a tecnologia conseguiu nos trazer esses seus registros, que oferecemos aos senhores com o maior prazer, para mostrar os tesouros que existem no passado. E espero poder trazer mais dessas maravilhosas gravações.
Leslie Howard ainda frequenta os palcos. Esse excepcional pianista, talvez o maior especialista vivo em Liszt, com toda a sua versatilidade, nos mostrou um Beethoven diferente, sob a visão de um visionário, e não podemos negar que Liszt o fosse. Um compositor além de seu tempo, que mostrou um respeito muito grande pelo gênio de Bonn quando realizou essas transcrições.

01 – Symphony No.9 in D minor, Op. 125 ‘Choral’ – I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
02 – II. Molto vivace
03 – III. Adagio molto e cantabile
04 – IV. Presto
05 – Rezitativo O Fewunde, nicht diese Tone! Allegro assai

Leslie Howard – Piano
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Emilia Cundari – Soprano
Nell Rankin – Mezzo Soprano
Albert da Costa – Tenor
William Wildermann – Bass
Westminster Symphonic Choir
Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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FDPBach

Beethoven (1770 – 1827): Sinfonias Nos. 5 & 7 – WP & Carlos Kleiber ∞ #BTHVN 250 ֍

Beethoven (1770 – 1827): Sinfonias Nos. 5 & 7 – WP & Carlos Kleiber ∞ #BTHVN 250 ֍

BTHVN

Sinfonias Nos. 5 & 7

Wiener Philharmoniker

Carlos Kleiber

 

 

Em dez de cada dez listas que mencionam melhores gravações de música clássica aparece a gravação da Quinta Sinfonia de Beethoven feita por Carlos Kleiber regendo a Wiener Philharmoniker e lançada pelo selo amarelo. Em umas seis ou sete delas, ela aparece em primeiro lugar. É por isso que esta gravação não poderia faltar nas nossas postagens comemorativas do #BTHVN 2020.

Esta gravação de 1974 foi relançada pela DG reunida em um CD com a gravação da Sétima Sinfonia, pelos mesmos protagonistas, na série DG-Originals. Como este CD já foi postado aqui pelo nosso intenso colaborador FDP Bach, fazemos oportunamente a nova editação como um PQP-Originals! Além do que o link da postagem anterior já estava inativo.

Aqui está o texto da postagem original, que foi ao ar em 19 de setembro de 2014:

Falar o que dessa gravação, cara pálida? Que é a melhor gravação destas sinfonias? Para não repetir o óbvio, só direi que com certeza este cd está entre os Top Ten de minha lista, e na lista de muita gente. Esqueça Karajan, esqueça Jochum, esqueça Celibidache, esqueça qualquer outro que lhe venha a cabeça. Carlos Kleiber é o nome a ser batido nesse repertório.

Carlos Kleiber não era uma pessoa de fácil convivência. Segundo relatos de músicos que estiveram sob sua direção, ele chegava a ser tirânico, humilhando seus músicos, para que se atingisse o seu ideal de perfeição. E isso dirigindo orquestras do nível da Filarmônica de Viena, de Berlim, do Concertgebow de Amsterdam …

E a sonoridade que ele conseguiu extrair da Filarmônica de Viena ao executarem esses dois pilares da música ocidental até hoje ninguém conseguiu.
Ouçam e tirem suas conclusões.

Vejam os comentários do Penguin Guide que atribuiu ao disco uma Roseta ֍, uma honra que os editores da publicação costumam dar a um seletíssimo conjunto de CDs:

‘Se alguma vez houve uma gravação lendária, será esta de Carlos Kleiber […].’ As comparações mencionam Giulini e Klemperer e termina dizendo: ‘…esta é sem dúvida uma das maiores performances desta obra que já foi colocada em disco’. Eu acredito que o comentário continua atualíssimo.

Da gravação da Sétima Sinfonia a menção de ‘charme da dança’ nos diz tudo. Portanto, não demore e baixe os arquivos!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 5 em dó menor, Op. 67

  1. Allegro com brio
  2. Andante com moto
  3. Allegro
  4. Allegro

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Poco sostenuto – Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto – Assai meno presto
  4. Allegro com brio

Wiener Philharmoniker

Carlos Kleiber

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 328 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Observação: As duas últimas faixas da Quinta Sinfonia estão em um só arquivo.

Dizer o que?

Bravo, maestro!

Aproveite!

René Denon

 

Postagem restaurada – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphonies Nos. 7 & 8 – Bruno Walter – Leslie Howard #BTHVN250

61+AufDLfcLPUBLICADA ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 28/5/2014, RESTAURADO POR VASSILY EM 1/4/2020

Já declarei aqui mesmo no PQPBach que a sétima sinfonia de Beethoven é uma de minhas obras favoritas. A sinto como uma obra que me deixa bem, ela tem um alto astral, talvez pelo fato de não ter um movimento mais lento, como um adagio, e ser em um tom maior, Lá maior, enfim, não sei, só sei que ela me deixa de bem com a vida. Mesmo ouvindo-a em uma sexta feira chuvosa nossos ânimos ficam lá em cima. Para entender essa sensação fui atrás de meu biógrafo favorito de Beethoven, Maynard Solomon. Em um primeiro momento, Solomon cita um crítico do século XIX, que vê esta Sétima Sinfonia como uma segunda Sinfonia Pastoral, completa com casamento na aldeia e danças camponesas, e outro crítico famoso, Ernest Newman, a descreve como “um surto de um poderoso impulso dionisíaco, uma divina intoxicação do espírito”. Solomon continua com sua análise:
front“Por mais singulares ou exóticas que essas interpretações possam agora parecer, vale a pena procurar algum denominador comum subjacente nas opiniões de um tão eminente grupo de críticos. Claramente, uma obra que simboliza tão poderosamente o ato de transcendência, com seus sentimentos concomitantes de júbilo e libertação, pode ser representada em linguagem por uma infinidade de imagens transcendentes específicas – as quais podem explicar-nos muita coisa tanto acerca das livre associações de seus autores quanto a respeito de Beethoven e sua música. (Solomon, p. 286).
Em outra passagem inspirada, Solomon no brinda com essa belíssima análise:
“Ambas as sinfonias (sétima e oitava) omitem o tradicional movimento lento – isto é, o movimento da mágoa e contemplação, de luto de tragédia – presente em todas as outras Sinfonias de Beethoven. Com efeito, a oitava, como seu Minueto e seu Allegretto Scherzando, vai ainda mais longe nesse aspecto do que a Sétima, já que esta possui uma longa e lenta introdução para o primeiro movimento e um Allegretto onírico que, pelo menos, parece lento em contraste com os seus movimentos vizinhos Vivace e Presto. (Solomon, p 287)”.
Enfim, duas obras primas de Beethoven, e nesta postagem também temos a Oitava Sinfonia, que coloco na mesma situação da Quarta, no sentido de ser um tanto quanto negligenciada, ainda mais depois de refletirmos sobre essa análise de Solomon.
A leitura de Walter para a Sétima Sinfonia me pareceu mais reflexiva, diferente de outros regentes, como Kleiber e o próprio Karajan, que seguem mais uma linha de acordo com a visão de Solomon, “(essas sinfonias) transportam-nos para uma esfera lúdica, de risos e folguedos, de exuberante descarga de energia contida”. (Solomon, p. 287).
Mas vamos ao que viemos. Bruno Walter e sua Columbia Symphony Orchestra e a versão transcrita para piano por Liszt nas mãos muito seguras e competentes de Leslie Howard.

Symphony No.7 in A Major, Op. 92
I. Poco Sostenuto-Vivace
II. Allegretto
III. Presto
IV. Allegro Con Brio

Leslie Howard – Piano
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Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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Symphony No.8 in F major, Op. 93
I. Allegro vivace e con brio
II. Allegretto scherzando
III. Tempo di menuetto
IV. Allegro vivace

Leslie Howard – Piano
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Columbia Symphony Orchestra
Bruno Walter – Conductor
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Postagem restaurada – Ludwig Van Beethoven (1770-1827): Symphonies – Klemperer CD 6 de 6 – Symphony n°9, in D Minor, “Choral” op. 125 – Klemperer, Ludwig, Philharmonia

PUBLICADO ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 16/11/2012, RESTAURADO POR VASSILY EM 28/3/2020 e 06/05/2022

Então chegamos no momento culminante, a maior de todas as sinfonias. Esta sinfonia é tão grandiosa que dispensa maiores comentários. Ela fala por si própria. Basta a mencionarmos que o tema do Ode à Alegria nos vem a mente. É a celebração maior da vida, a culminação da carreira de um dos maiores gênios que a humanidade produziu. Só temos de render-lhe graças e apreciarmos cada detalhe, cada momento, e a termos sempre conosco, para nos alegrar nos momentos de tristeza, para sabermos que ainda existe esperança no final do túnel. Volto a repetir, antes de tudo, a Nona Sinfonia de Beethoven é uma celebração à vida.
Otto Klemperer morreria dois anos depois de realizar esta gravação, e com a certeza de dever cumprido. Foi um dos gigantes da regência do século XX.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Symphonies – CD 6 de 6 –
Symphony n°9, in D Minor, “Choral” op. 125 –
Klemperer, Ludwig, Philharmonia

01. 1. Allegro non troppo, un poco maestoso
02. 2. Molto vivace – Presto
03. 3. Adagio molto e cantabile – Andante moderato
04. 4. Finale
05. Prometheus, Op.43

Aase Nordmo Løvberg – Soprano
Christa Ludwig – Mezzo Soprano
Waldemar Kmentt – Tenor
Hans Hotter – Baixo
Philharmonia Orchestra & Chorus
Otto Klemperer

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FDP

Postagem restaurada – Ludwig Van Beethoven (1770-1827): Symphonies – Klemperer (5/6)

PUBLICADO ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 9/11/2012, RESTAURADO POR VASSILY EM 27/3/2020 e 6/5/2022

Neste volume Klemperer nos traz a 8ª Sinfonia, outro caso de uma obra de Beethoven pouco interpretada e até mesmo pouco gravada. O que é uma pena, pois ela é uma bela introdução para o que virá pela frente com todo o gigantismo da Nona Sinfonia.
Para completar o CD, temos as três aberturas Leonore e a abertura Coriolan, op. 72.

01. 1. Allegro vivace con brio
02. 2. Allegretto scherzando
03. 3. Tempo di Menuetto
04. 4. Allegro vivace
05. Leonore No.1, Op.138
06. Leonore No.2, Op.72
07. Leonore No.3, Op.72a
08. Coriolan, Op.62

Philharmonia Orchestra
Otto Klemperer – Conductor

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FDPBach

Postagem restaurada – Ludwig Van Beethoven (1770-1827): Symphonies – Klemperer (3/6)

PUBLICADO ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 24/11/2012, RESTAURADO POR VASSILY EM 25/3/2020 e 6/5/2022

ARQUIVO CORRIGIDO COM NOVO LINK !!!!!!!!!!

Os números dos downloads dos primeiros dois cds são motivadores quando se trata de uma postagem tão longa quanto esta (220 downloads cada cd). Ainda mais morando longe dos grandes centros, com uma estrutura de internet precária como a minha, é preciso paciência para subir tantos cds assim, por isso invejo o colega Bisnaga, que está botando no ar uma coleção imensa como a da Callas.
Mas Beethoven é Beethoven, e por isso preciso dar continuidade na coleção.
Este terceiro CD traz duas sinfonias diferentes em sua concepção. A Quinta Sinfonia dispensa comentários. E adoro o tom haydniano-mozartiano tardio empregado na Segunda Sinfonia. Já comentei em outra integral destas sinfonias que postei que os dois gênios do classicismo são facilmente identificáveis nesta sinfonia mas também já é possível reconhecer a linguagem beethoveeniana se estruturando, criando vida própria, e se impondo. Citando Maynard Ferguson, “a Segunda Sinfonia, op. 36, já é obra de um mestre maduro que está liquidando contas – ou fazendo a paz – com a tradição sinfônica clássica antes de embarcar numa viagem musical sem precedentes. É uma obra que tem características retrospectivas e prospectivas: está firmemente enraizada nas últimas sinfonias de Mozart e Haydn, ao mesmo tempo que prenuncia os desenvolvimentos subsequentes de Beethoven por seus contrastes dinâmicos, modulações inesperadas e movimento propulsivo, tudo controlado por um confiante e fluente classicismo”.
Klemperer continua com total domínio da excepcional Philharmonia Orchestra, e mostra toda sua categoria e maturidade com uma Quinta Sinfonia que pode assustar alguns karajanmaníacos, como eu próprio, mas depois de um tempo entendemos sua proposta e então nos deliciamos com uma das melhores gravações desta sinfonia que já tive a oportunidade de ouvir.

01 Symphony n° 2, op. 36 – 1. Adagio molto – Allegro con brio
02. 2. Larghetto
03. 3. Scherzo and Trio. Allegro
04. 4.  Allegro molto
05. 1. Symphony n°5, em C Minor, op. 67 – Allegro con brio
06. 2. Andante con moto – Piu mosso – Tempo I
07. 3. Allegro –
08. 4. Allegro – Presto

Philharmonia Orchestra
Otto Klemperer – Conductor

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FDPBach

 

Postagem restaurada – Ludwig Van Beethoven (1770-1827): Symphonies – Klemperer (2/6)

PUBLICADO ORIGINALMENTE POR FDP BACH EM 20/10/2012, RESTAURADO POR VASSILY EM 24/3/2020 e 6/5/2022

Continuo com a integral das Sinfonias de Beethoven com Otto Klemperer. Problemas com o uploaded.to e a falta de confiança em qualquer outro servidor de armazenamento me fizeram voltar para o rapidshare.
E aqui o negócio se torna mais sério. Temos a mítica Sinfonia n°3, também conhecida como “Eroica”. Dia destes PQPBach postou uma versão com o Fricsay, e a considerava a mais perfeita que já ouvira. Sugiro então que se faça a comparação entre estes dois gigantes da regência. Talvez Fricsay tenha certa vantagem pelo fato de ter atingido tal maturidade musical tão precocemente, lembrando que ele morreu com 46 anos de idade, ou seja, era mais jovem quando a gravou, enquanto que Klemperer já estava com 85 anos de idade quando encarou o desafio de gravar esta integral. Claro que esta não foi sua única gravação, na verdade, existem dez registros fonográficos que ele realizou desta sinfonia. Algumas em estúdio, outras ao vivo, em broadcasting. O próprio Karajan considera as interpretações da “Eroica” pelo Klemperer a base de suas próprias interpretações.
Alguns podem achar que o bom velhinho desacelerou um pouco na Marcia Funebre (16:53), mas no conjunto a leitura que Klemperer faz desta sinfonia, que é a divisora de águas das sinfonias é, em minha modesta opinião, perfeita. Claro que a orquestra ajuda, mas podemos sentir o pulso do regente alemão controlando cada nuance, cada detalhe da música. Para se ouvir sem medo, e várias vezes. De preferência, sentados em suas melhores poltronas, apreciando um bom vinho.

P.S. – Aos 62 primeiros downloaders deste arquivo peço desculpas, mas troquei os links e disponibilizei as sinfonias de n°2 e 5. O link com a 3ª Sinfonia já está corrigido.

 

01. Symphonie Nr. 3 Es-dur op. 55 – I. Allegro con brio
02. II. Marcia funebre Adagio assai
03. III. Scherzo und Trio Allegro vivace
04. IV. Finale Allegro molto – Poco andante – Presto
05. Grosse Fuge B-dur op. 133

Philharmonia Orchestra
Otto Klemperer

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FDPBach

Ludwig van Beethoven – Sonatas para Pianoforte e Violoncelo (Wispelwey, Komen)

As cinco sonatas para piano e violoncelo compostas por Beethoven têm uma vantagem em relação às sonatas para violino e aos concertos: abrangem as três fases de sua produção musical. Ou seja, em apenas dois CDs, pode-se ouvir um panorama da evolução musical do compositor, de forma mais resumida do que ao ouvirmos as 32 sonatas para piano solo. Como escreveu o pianista Paul Komen, são como peças de um quebra-cabeças que se combinam para formar um retrato de Beethoven em todos os aspectos de sua vida musical.

A primeira fase das obras com opus segue modelos típicos de Haydn e Mozart, mas já com algumas características próprias. As duas sonatas do opus 5 (1796) seguem o mesmo esquema: primeiro movimento lento, como uma preparação para o que está por vir; segundo movimento rápido com um tema marcante; terceiro movimento em rondó, forma caracterizada por uma seção principal (A) que se repete como um refrão, alternando com uma ou mais seções secundárias (B, C, D, etc.)

A segunda fase tem como marco inicial a 3ª Sinfonia, “Heróica (1804), é o Beethoven mais grandioso, da ópera Fidelio (1805) e da 5ª Sinfonia (1808). Esta fase, associada à época das revoluções e guerras napoleônicas, vai mais ou menos até o opus 93 (8ª sinfonia) ou o opus 97 (Trio Arquiduque) ou um pouco depois, não há consenso. A Sonata para piano e violoncelo op. 69 (1807), com seus arroubos de sentimentos à flor da pele desde o primeiro movimento, representa perfeitamente essa face de Beethoven, e é hoje talvez a mais famosa deste ciclo de cinco sonatas. Assim como nas sinfonias mais famosas do compositor, a obra não tem aquela introdução lenta típica do classicismo vienense: o violoncelo já chega chutando a porta com um tema bastante sentimental (Allegro ma non tanto – uma boa descrição do caráter de toda a sonata).

E finalmente a última fase, de cerca de 1811 até sua morte em 1827, quando o compositor compôs poucas obras por ano, mas cada vez mais complexas, menos destinadas a agradar ao público da época e mais voltadas para o futuro (já surdo, ele provavelmente ligava pouco para os aplausos). Nesta última fase, em quase todas as obras aparece alguma fuga, forma musical típica dos tempos de J.S.Bach. Assim, Beethoven olha para o futuro ao mesmo tempo em que intensifica o estudo dos mestres do passado.

Na segunda metade do século XX, uma série de músicos também buscou estudar profundamente a música do passado a partir dos documentos de época: tratados, cartas, artigos, além, é claro, dos próprios instrumentos e das pistas que eles deixavam sobre a música de tempos idos.

Alexei Lubimov (nascido em Moscou, 1944), um dos pioneiros no uso de pianos de época, escreveu: “cada instrumento pode nos dar pistas sobre o que o compositor estava pensando e ouvindo enquanto trabalhava. Para mim, tocar música antiga em um piano moderno é uma transcrição, não a peça original.”.

O pianoforte Broadwood de 1823, usado nesta gravação, é do mesmo modelo daquele que foi enviado por John Broadwood para Beethoven em 1818 como um presente e homenagem de Clementi e outros amantes da música de Beethoven residentes na Inglaterra, um gesto que o compositor apreciou como uma grande honra. Este instrumento inglês faz uma excelente harmonia com o violoncelo de 1710, também de origem inglesa, produzindo sons que vão do mais frágil pianíssimo até explosões heroicas que levam esses instrumentos ao limite. O som do pianoforte, que dura menos tempo após o dedo sair da tecla (em comparação com pianos modernos), permite que as passagens mais rápidas soem com uma clareza admirável. Por outro lado, na fuga da quinta sonata (de 1815), a clareza contrapontística dos dois russos carecas é imbatível, mesmo 50 anos depois daquela antológica gravação. Na dúvida, fique com os dois: instrumentos modernos e antigos!

O pianoforte inglês Broadwood

Ludwig van Beethoven – Sonatas para Pianoforte e Violoncelo

Sonata Op.5 nº1 em Fá Maior

1-1         Adagio Sostenuto
1-2         Allegro
1-3         Rondo (Allegro Vivace)

Sonata Op.5 nº2 em Sol Menor

1-4         Adagio Sostenuto e Espressivo
1-5         Allegro Molto Più Tosto Presto
1-6         Rondo (Allegro)

Sonate Op.69 em Lá Maior

2-1         Allegro Ma Non Tanto
2-2         Scherzo (Allegro Molto)
2-3         Adagio Cantabile
2-4         Allegro Vivace

Sonate Op.102 nº1 em Dó Maior

2-5         Andante
2-6         Allegro Vivace
2-7         Adagio
2-8         Allegro Vivace

Sonate Op.102 nº2 em Ré Maior

2-9        Allegro Con Brio
2-10       Adagio Con Molto Sentimento d’Affetto
2-11       Allegro Fugato

Pieter Wispelwey – cello (Barak Norman, 1710)
Paul Komen – pianoforte (Broadwood, 1823)
Gravado na Igreja Protestante de Renswoude, Países Baixos, em Junho de 1991

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#BTHVN250, por René Denon

Pleyel

BTHVN250 – Beethoven (1770-1827): The Beethoven Journey – Concertos para Piano ∞ Mahler Chamber Orchestra – Leif Ove Andsnes ֍

BTHVN250 – Beethoven (1770-1827): The Beethoven Journey – Concertos para Piano ∞ Mahler Chamber Orchestra – Leif Ove Andsnes ֍

BTHVN

Concertos para Piano

Fantasia Coral

Andsnes

Mahler Chamber Orchestra

 

Estamos em festa! As postagens homenageando o grande Ludovico estão surgindo, reunindo-se em um grande coro – Millionen – saudando o compositor mais Herz und Verstand que eu conheço!

Os Concertos para Piano ocupam um espaço importante na obra de Beethoven, mas diferentemente das Sonatas para Piano e dos Quartetos de Cordas, que foram produzidos ao longo de todas as fases criativas do mestre, a composição de concertos parou no alto do seu período heroico. De qualquer forma, ouvir os concertos na sequência é uma experiência e tanto, mesmo que isso seja dividido em dois ou três concertos…

O conjunto que escolhi para esta postagem tem a formação não muito usual de solista e regente, pelo menos para Concertos de Beethoven. Essa prática é mais comum para Concertos de Mozart. Além disso, temos uma orquestra de câmera, o que cria uma expectativa de interpretação com tintas de HIP, do movimento de instrumentos de época. Mas nada disso deve preocupar nosso seguidor, pois temos aqui ótimas interpretações e som excelente. Estas gravações são o resultado de um projeto intitulado ‘The Beethoven Journey’, idealizado e levado a cabo pelo pianista norueguês, que é excelente solista e muito atuante em conjuntos de câmera. Ele mesmo explica como foi o projeto: “Com a performance do Concerto para Piano No. 1, de Beethoven, no Festival de Stresa, em agosto de 2011, começarei a minha ‘Jornada Beethoven’ […]. O objetivo deste projeto é tocar e gravar os cinco extraordinários Concertos para Piano com os maravilhosos músicos da Mahler Chamber Orchestra em um ciclo de quatro anos, começando em 2012. Espero que você se junte a nós para esta viagem de descoberta musical que promete ser iluminativa e exuberante”.

O pacote também inclui a Fantasia Coral, que foi escrita para terminar o mastodôntico concerto que Beethoven promoveu em dezembro de 1808, no qual foram apresentadas nada mais do que as Quinta e Sexta Sinfonias.

O projeto começou com os Concertos Nos. 1 e 3, gravados ao vivo no Festival da Primavera de Praga, no histórico auditório chamado Rodolfinum. Em seguida vieram os Concertos Nos 2 e 4, gravados em Londres em 2013. O último álbum foi gravado ao vivo novamente no Festival da Primavera de Praga, em 2014.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

CD1

Concerto para Piano No. 1 em dó maior, Op. 15

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Rondo – Allegro

Concerto para Piano No. 3 em dó menor, Op. 37

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Rondo – Allegro

CD2

Concerto para Piano No. 2 em si bemol maior, Op. 19

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Rondo – Molto allegro

Concerto para Piano No. 4 em sol maior, Op. 58

  1. Allegro moderato
  2. Andante con moto
  3. Rondo (Vivace)

CD3

Concerto para Piano No. 5 em mi bemol maior, Op. 73 ‘Emperor’

  1. Allegro
  2. Adagio um poco moto – attacca
  3. Rondo – Allegro

Fantasia para Piano, Coro e Orquestra em dó menor, Op. 80 ‘Fantasia Coral’

  1. Adagio
  2. Allegro – Allegretto, ma non tropo, quase Andante con moto

The Prague Philharmonic Choir

Mahler Chamber Orchestra

Leif Ove Andsnes, piano e regente

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FLAC | 668 MB

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MP3 | 320 KBPS | 439 MB

 

Estas gravações estão na lista das melhores gravações das obras de LvB segundo a Gramophone. Vejam como eles são elogiosos, falando do último disco a lançado: ‘As qualidades que fizeram os lançamentos anteriores tão irresistíveis estão presentes aqui também: a naturalidade com que o piano e a orquestra se integram e conversam e, às vezes, medem as suas forças; a leveza das texturas; a sutileza dos detalhes’.

Confira você e depois me diga. Pode usar o famoso ‘LEAVE A COMMENT’, no alto da página.

Aproveite!

RD

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Sonatas para Fortepiano – Paul Badura-Skoda (9/9) #BTHVN250

O último volume da aventura fortepianística beethoveniana de PBS segue com o mesmo piano Graf usado no volume anterior e termina, bem, pelo fim. Talvez Beethoven, já completamente surdo, tivesse em sua visionária mente um som bastante distinto destes Grafs, Walters e Broadwoods que ouvimos. Se o som dos modernos pianos de concerto, com seus cepos de aço e mais de sete oitavas, agradaria o legendário turrão, nunca saberemos. Podemos supor que sim, pela insistência com que batia na tecla (desculpem o trocadilho) da ampliação da extensão e da robustez dos instrumentos. O fato é que esta finaleira de PBS é tão boa quanto o volume de abertura, e o som eventualmente tilintante dos agudos e os zumbidos dos baixos, somados aos, como os chama o patrão PQP, ruídos de marcenaria, trazem frescor e riqueza tímbrica para essa genial trinca de obras, que é e sempre será moderna.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para piano em Mi maior, Op. 109

1 – Vivace ma non troppo – Adagio espressivo – Prestissimo
2 – Andante – molto cantabile ed espressivo – Moderato cantabile – Molto espressivo

Sonata para piano em Lá bemol maior, Op. 110

3 – Allegro molto – Adagio ma non troppo – Fuga – Allegro ma non troppo

Sonata para piano em Dó menor, Op. 111

4 – Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
5 – Arietta – Adagio molto semplice e cantabile

Paul Badura-Skoda, hammerflügel (Conrad Graf, Viena, ca. 1824)

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Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Sonatas para Fortepiano – Paul Badura-Skoda (8/9) #BTHVN250

Beethoven só compôs a (prometo ser comedido com adjetivos hiperbólicos) colossal sonata Op. 106 porque o fortepiano tinha sido aperfeiçoado também em feitio colossal, não só pela ampliação de sua extensão para seis oitavas e meia, quanto por fortalecimento em sua estrutura que, se ainda não reforçada por metal, como nos pianos modernos, era incomparavelmente mais robusta que a daqueles instrumentos em que o compositor fora iniciado ao teclado, décadas antes. Muito desses avanços devem-se a construtores como Conrad Graf, cujo ateliê em Viena forneceria instrumentos, entre tantos outros, para Liszt e Chopin, além do próprio Beethoven, que ganhou um fortepiano especial de Graf, com uma corda extra junto a cada tecla, chegando a quatro cordas por nota. A intenção era facilitar-lhe as coisas ante a surdez, mas esta já era tão profunda que Ludwig quase não mais se aproximava do teclado para compor. A única obra para piano que publicaria depois do presente seria o arranjo para quatro mãos da Grande Fuga (Op. 134). Depois de sua morte, o piano foi devolvido a Graf, e acabou na Beethoven-Haus de Bonn, onde, claro, é conhecido como o “piano de Beethoven” – o que não é mentira, mas também não é uma verdade vibrante.

Sobre a Op. 106 nós já escrevemos tanto em outras ocasiões que privaremos os leitores-ouvintes de mais mortificação. Aponto, somente, que a Sonata Op. 101, que encerra o disco, também foi chamada “für der Hammerklavier” (“para o piano de martelos”), mas o termo só colou como apelido em sua irmã mais nova e transcendental. Embora longe das dificuldades acachapantes da Op. 106, ela também exige um piano como o de Graf, particularmente no maravilhoso, contrapontístico finale. PBS sai-se tão bem que, mesmo depois da “Hammerklavier” mais famosa, esta “Hammerklavier” soa como um belo poslúdio, e não como anticlímax.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Grande Sonata para piano em Si bemol maior, Op. 106, “Hammerklavier”

1 – Allegro

2 – Scherzo: Assai vivace

3 – Adagio sostenuto

4 – Introduzione: Largo – Allegro – Fuga: Allegro risoluto

Sonata para piano em Lá maior, Op. 101

5 – Etwas lebhaft, und mit der innigsten Empfindung. Allegretto, ma non troppo

6 – Lebhaft, marschmäßig. Vivace alla marcia

7 – Langsam und sehnsuchtsvoll. Adagio, ma non troppo, con affetto

8 – Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit. Allegro.

Paul Badura-Skoda, hammerflügel (Conrad Graf, Viena, ca. 1824)

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Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Sonatas para Fortepiano – Paul Badura-Skoda (7/9) #BTHVN250

 

 

 

 

Um sanduíche de sonatas parrudas com recheio leve: as sonatinas Op. 49, que mal conseguem dar o ar de sua muita graça após o portento da “Waldstein”, e a pobre Op. 54, que já nasceu eclipsada pelas gigantes que aqui também a antecedem e a sucedem, embora seja uma ótima e primorosamente concisa composição. Dou-me conta de que faltou eu lhes sugerir aquilo que o patrão PQP sempre faz, que é começar a audição de uma série de sonatas justamente pela “Waldstein”, para saber se o resto vale a pena. Eu acho que PBS se sai muito bem, assim como o piano Broadwood de 1815 – que, se comparado ao instrumento de 1796 do mesmo fabricante que quase rompeu as costuras com a Sonata Op. 7, atesta a notável evolução que houve nos recursos do pianoforte concomitantemente à carreira de Beethoven.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano em Dó maior, Op. 53, “Waldstein”

1 – Allegro con brio

2 – Introduzione. Adagio molto

3 – Rondo. Allegretto moderato. Prestissimo.

Duas sonatas para piano, Op. 49

No. 1 em Sol menor

4 – Andante

5 – Rondo. Allegro

No. 2 em Sol maior

6 – Allegro ma non troppo

7 – Tempo di menuetto

Sonata para piano em Fá maior, Op. 54

8 – In tempo d’un menuetto

9 – Allegretto. Più allegro

Sonata para piano em Fá menor, Op. 57, “Appassionata”

10 – Allegro assai

11 – Andante con moto

12 – Allegro ma non troppo – Presto

Paul Badura-Skoda, piano (John Broadwood, Londres, ca. 1815)

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Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Sonatas para Fortepiano – Paul Badura-Skoda (6/9) #BTHVN250

Ontem, um piano boêmio. Hoje, o piano do morávio Georg Hasska. Tem cinco oitavas e meia, em vez das meras cinco a que Beethoven se acostumara desde que foi apresentado a um pianoforte, e nelas Ludwig se esbalda em algumas de suas obras mais originais. Embora haja no disco sonatas mais votadas – como aquelas alcunhadas “A Caça” e “Les Adieux” -, meu xodó será sempre a Op. 78, aquela de menos votada alcunha, “À Thérèse”, um primor de concisão e criatividade suprassumamente beethovenianas.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Três sonatas para piano, Op. 31

No. 3 em Mi bemol maior

1 – Allegro

2 – Scherzo. Allegretto vivace

3 – Menuetto. Moderato e grazioso

4 – Presto con fuoco

Sonata para piano em Fá sustenido maior, Op. 78, “À Thérèse”

5 – Adagio cantabile — Allegro ma non troppo

6 – Allegro vivace

Sonata para piano em Sol maior, Op. 79

7 – Presto alla tedesca

8 – Andante

9 – Vivace

Sonata para piano em Mi bemol maior, Op. 81a (“Lebewohl”/”Les adieux”

10 – Das Lebewohl: Adagio – Allegro

11 – Abwesenheit: Andante espressivo (In gehender Bewegung, doch mit viel Ausdruck)

12 – Das Wiedersehen: Vivacissimamente (Im lebhaftesten Zeitmaße)

Sonata para piano em Mi menor, Op. 90

13 – Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck

14 – Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Paul Badura-Skoda, piano (Georg Hasska, Viena, ca. 1815)

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Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Três Últimas Sonatas para Piano (2020) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Três Últimas Sonatas para Piano (2020) #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os melhores pianistas vivos em nosso planeta são Maurizio Pollini, Martha Argerich, Grigory Sokolov e Angela Hewitt. Dito assim como se fosse uma lei — e para mim é –, escrevamos um pouco sobre o último CD deste semideus. É que Pollini acaba de regravar as 3 últimas sonatas para piano de Beethoven. Ele gravara as 5 últimas em 3 lendários discos de vinil nos anos 70, após transformados em um CD duplo. Estas foram gravações ultrapremiadas — campeoníssimas mesmo! — que se tornaram referência absoluta.

De qualquer modo, a DG tinha uma dívida no ciclo Beethoven de Maurizio Pollini, lançado em 2014 e que continha gravações que vinham desde o final da década de 1970 até a de 2010. As últimas sonatas para piano, nº 28-32, eram as únicas que estavam em gravação analógica, enquanto que algumas das outras sonatas tinham sido regravadas em formato digital antes do lançamento do ciclo completo. É que havia o consenso geral — se isso é possível no mundo das críticas da música clássica –, de que simplesmente não havia necessidade de regravar algumas das performances mais destacadas de Beethoven no catálogo, especialmente o “Hammerklavier” e o Op. 111, tal a perfeição do que Pollini fez nos anos 70. Seria impossível superar aquilo. Mas o evento dos 250 anos de Beethoven falou mais alto, e aqui temos novas performances ao vivo e digitais das três últimas sonatas para piano.

Aqui, nesta gravação ao vivo de 2020, Pollini está soltíssimo e, inclusive, canta à bocca chiusa consigo mesmo algumas vezes. E volta a prestar um ótimo serviço apresentando as sonatas da maneira mais precisa e limpa possível, sem efeitos grandiosos. Suas performances são lúcidas e fluidas, especialmente nas muitas passagens contrapontísticas que aparecem regularmente como características dessas obras. Antigamente, alguns acusavam Pollini de ser cerebral demais, mas quaisquer dúvidas sobre seu envolvimento emocional podem ser descartadas quando se ouve os movimentos lentos dos Op. 109 e 111. São performances sublimes.

E o que ele faz novamente na Arietta? Meu deus é Pollini!

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Três Últimas Sonatas para Piano

Piano Sonata No. 30 in E Major, Op. 109
1.1 1. Vivace, ma non troppo – Adagio espressivo 3:20
1.2 2. Prestissimo 2:15
1.3 3a. Gesangvoll, mit innigster Empfindung (Andante molto cantabile ed espressivo) 1:50
1.4 3b. Variation I: Molto espressivo 1:35
1.5 3c. Variation II: Leggiermente 1:27
1.6 3d. Variation III: Allegro vivace 0:25
1.7 3e. Variation IV: Etwas langsamer als das Thema 2:08
1.8 3f. Variation V: Allegro, ma non troppo 0:50
1.9 3g. Variation VI: Tempo I del tema 2:55

Piano Sonata No. 31 in A-Flat Major, Op. 110
1.10 1. Moderato cantabile molto espressivo 5:28
1.11 2. Allegro molto 1:53
1.12 3a. Adagio ma non troppo 3:11
1.13 3b. Fuga (Allegro ma non troppo) 6:05

Piano Sonata No. 32 in C Minor, Op. 111
1.14 1. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato 7:40
1.15 2a. Arietta. Adagio molto semplice e cantabile 2:14
1.16 2b. Variation I 1:49
1.17 2c. Variation II 1:48
1.18 2d. Variation III 1:50
1.19 2e. Variation IV 4:17
1.20 2f. Variation V 3:10

Total Playing Time 56:10

Maurizio Pollini, Piano

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Pollini, Martha e aquele metido.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Sonatas para Fortepiano – Paul Badura-Skoda (4/9) #BTHVN250

Para o quarto volume de sua beethoveniana em instrumentos antigos, PBS empresta de sua própria coleção um poderoso piano Walter, o preferido de Mozart, que se presta muito bem aos contrastes dinâmicos e ao cantabile da sonata “Patética”, bem como à miríade de necessidades das três sonatas que completam a gravação, frutos – juntamente com a Op. 28, “Pastoral” – daquele impressionante 1801 em que o procrastinador compulsivo da Renânia, e já locatário do apartamento mais caótico de Viena, completou e publicou quatro importantes sonatas para piano em sucessão, feito que jamais repetiria.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para piano em Dó menor, Op. 13, “Patética”

1 – Grave – Allegro di molto e con brio
2 – Adagio cantabile
3 – Rondo: Allegro

Sonata para piano em Lá bemol maior, Op. 26, “Marcha Fúnebre”
4 –  Andante con variazioni
5 – Scherzo. Molto allegro
6 – Marcia funebre sulla morte d’un eroe
7 –  Allegro

Duas sonatas para piano, Op. 27

No. 1 em  em Mi bemol maior, “Quasi una Fantasia”
8 – Andante
9 – Allegro molto e vivace
10 – Adagio con espressione
11 – Allegro vivace

No. 2 em Dó sustenido menor, “Quasi una Fantasia”, “Luar”
12 – Adagio sostenuto
13 – Allegretto
14 – Presto

Paul Badura-Skoda, hammerflügel (Anton Walter, Viena, ca. 1790)

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Professor PBS, colecionador de pianos, e de diplomas oficiais e honoríficos

Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 9 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 9 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 109 ◦ Op. 110 ◦ Op. 111

 

 

Após a composição das duas sonatas anteriores, ditas para Hammerklavier, ambas com quatro movimentos, sendo que a segunda delas alcançou todos os limites da forma sonata, estabelecendo novos patamares, o que fazer mais? Como prosseguir daqui? Pois a resposta genial veio com a composição de um conjunto de três sonatas que guardam cada uma delas enorme individualidade. Em um sentido, uma volta à proporções menores, mas com uma renovada liberdade. A palavra que me ocorre sempre que penso nestas três sonatas é transcendência. Nelas Beethoven exercita uma enorme flexibilidade e demonstra ainda uma concentrada dose de criatividade. Resumindo: sublimes.

Duas destas sonatas terminam em variações e uma delas em uma fuga. O lirismo também está presente. Não foram as últimas composições para piano do genial Ludovico, mas com elas ele definitivamente terminou o ciclo de sonatas.

Considero essas três peças indispensáveis e já as ouvi inúmeras vezes, com muitos intérpretes. Mas nunca me canso delas. Gosto muitíssimo das gravações do Kovacevich (Philips e EMI), gosto mais da última gravação (creio que ao vivo) do Brendel para a Philips, da gravação menos conhecida da pianista Inger Södergren, no selo Calliope. As Sonatas Nos. 30 e 31 foram gravadas pelo Emil Gilels na Deutsche Grammophon. Alas, ele não chegou a gravar a última sonata, transcendeu. Mas hoje, o dia é de Igor Levit e espero que você, caso tenha chegado até aqui, desfrute também desta gravação e lembre-se da enorme evolução alcançada por um dos maiores compositores de que temos notícia.

Vivat, vivat Beethoven!!

Desenho feito por August von Klöber

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 30 em mi maior, Op. 109

  1. Vivace ma non troppo
  2. Prestissimo
  3. Gesangvoll, mit innigster Empfindung. Andante molto cantabile ed expressivo

Sonata para piano No. 31 em lá sustenido maior, Op. 110

  1. Moderato cantabile molto expressivo
  2. Allegro molto
  3. Adagio ma non troppo – Fuga. Allegro ma non troppo

Sonata para piano No. 32 em dó menor, Op.111

  1. Maestoso – Allegro com brio ed apassionato
  2. Arietta – Adagio molto semplice e cantabile

Igor Levit, piano

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Igor adorando os jardins do PQP Bach!

Esta jornada teria sido impossível sem a condução impecável deste notável pianista e cidadão, Igor Levit! Você poderá ler uma curta entrevista com ele aqui.

Aproveite!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 8 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 8 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 101

Op. 106 – ‘Hammerklavier’

 

Chegamos ao terceiro período de composição de Beethoven. O compositor agora praticamente surdo comunica-se com seus amigos pelos cadernos de conversação. Esta condição e o surgimento de instrumentos com um teclado estendido certamente influenciaram sua maneira de compor. Isto marcaria as suas últimas cinco sonatas.

A Sonata No. 28 em lá maior Op. 101 foi composta em 1818, quando Beethoven passava uns dias em Baden, cidade perto de Viena. No nome desta sonata, Beethoven colocou a palavra Hammerklavier, para indicar que a sonata havia sido escrita para este novo instrumento, assim como fez na outra sonata deste disco: a Grösse Sonate für das Hammerklavier, que para nós e todo o mundo ficou conhecida como a ‘Hammerklavier’. Assim como o fez no caso da Sinfonia Eroica, ao compor esta sonata Beethoven expandiu os limites da forma como nunca havia sido nem imaginado. Demoraria muito para que outras sonatas surgissem com o escopo desta. Para termos uma ideia de sua magnitude, foi composta em 1818, mas apenas em 1836 foi apresentada publicamente, por ninguém menos do que Franz Liszt, na Salle Erard, Paris.

What is greatness in music? Before we talk about spiritual greatness, let us establish this: The art of music also has a physical size – width, height, circumference, time, density, weight, appearance and expression. When Ludwig van Beethoven announced his B Major Sonata op. 106 as a great one, his greatest, even (before a single note had been written down), he meant everything: No other sonata from his pen is longer, more compact in sound, fingering or compositional technique, no other is more comprehensive in the sense of the genres it contains – symphony, aria, choir, dance, fugue. And yet, it is conceived, explored and taxed entirely from the perspective of the piano: piano sound and piano playing that tests all limits, even the suggestive ones. Written between the final symphonies, it aspires to their public relevance and resonance – but as a piano work, as a statement of the individual.

A sonata foi dedicada ao Arquiduque Rodolfo, patrono, aluno e grande amigo de Beethoven. Dizem, os primeiros acordes da sonata seriam uma alusão à frase ‘Vivat, vivat Rudolfo’!

The first bar of Beethoven’s ovational Hammerklavier-Sonata is accompanied with the singing of “Vivat, vivat, Rodolfo”. The composer dedicated his opus 106 to the Archduke Rudolf of Habsburg.

Os textos em inglês são citações de um programa de concerto que pode ser lido na íntegra aqui.

Nesta penúltima postagem das Sonatas para Piano de Beethoven, com a intenção de lembrar com ênfase a passagem de 2020, ano que marca os 250 anos de nascimento do grande Ludovico, gostaria de prestar também uma homenagem ao pianista Igor Levit. Além de enorme artista, como essas suas interpretações atestam, mesmo quando o resultado não cai exatamente ao gosto do ouvinte, Levit destaca-se por sua atitude como ser humano, num mundo tão carente de pessoas de destaque cultural que se posicionem com clareza em relação a tantos temas sociais e políticos. Quando um artista deste quilate recebe um prêmio por esse tipo de atuação, é preciso reconhecer. Assim, hats off para o Levit.

Você poderá ler o artigo que conta como Igor Levit ganhou o ‘Beethovenpreis de Bonn’ por seu compromisso social e político na íntegra aqui.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 28 em lá maior, Op. 101

  1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung
  2. Marschmässig
  3. Langsam und sehnsuchtsvoll
  4. Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit

Sonata para piano No. 29 em si bemol maior, Op. 106 ‘Hammerklavier’

  1. Allegro
  2. Assai vivace
  3. Adagio sostenuto. Appassionato e con molto sentimento
  4. Allegro risoluto

Igor Levit, piano

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“Every crowd is curious if you take them seriously” – Igor Levit 
Pois é, e além de tudo, grande pianista! Aproveite!
René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 7 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 7 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 78 ◦ Op. 79 

Op. 81a ‘Les Adieux’ ◦ Op. 90

 

 

Mais um passo nesta série de postagens das Sonatas para Piano de Ludwig van Beethoven, parte das nossas comemorações de 250 anos de seu nascimento.

Após as duas monumentais sonatas postadas no volume anterior, a Waldstein e a Appassionata, temos uma série de pequenas sonatas. É como se o inovador e inesgotável Ludovico precisasse tomar um fôlego e mostrar para a sua audiência também ser capaz de criar lindas e charmosíssimas peças para piano.

A sonata de maior extensão neste disco é a intitulada ‘Les Adieux’ e como muitas outras de suas obras, foi dedicada ao Arquiduque Rodolfo. A sonata tem um caráter programático, fazendo alusão à ocasião na qual o Arquiduque e boa parte da nobreza deixaram Viena por uma temporada, devido ao cerco da cidade pelas tropas de Napoleão. Os movimentos da sonata são intitulados Liebewohl, Abwesenheit e Wiedersehen – Adeus, Ausência e Reunião. A palavra Le-be-wohl foi escrita com as sílabas assim separadas sobre as três primeiras notas da sonata.

As três primeiras sonatas foram escritas por volta de 1809 e 1810. A última sonata do disco, escrita em apenas dois movimentos, é de 1814 e dedicada ao Conde Moritz Lichnowsky. Neste período Beethoven estava usando alemão para deixar as indicações de andamentos dos movimentos de suas obras.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 24 em fá sustenido maior, Op. 78

  1. Adagio cantábile – Allegro ma non troppo
  2. Allegro vivace

Sonata para piano No. 25 em sol maior, Op. 79

  1. Presto alla tedesca
  2. Andante
  3. Vivace

Sonata para piano No. 26 em mi bemol maior, Op. 81a – ‘Les Adieux’

  1. Das Lebewohl. Adagio – Allegro
  2. Das Wiedersehen. Andante expressivo
  3. Das Wiedersehen. Vivacissimamente

Sonata para piano No. 27 em mi menor, Op. 90

  1. Mit Lebhaftigkeit und darchaus mit Empfindung und Ausdruck
  2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Igor Levit, piano

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Aproveite bem esta beleza de disco e prepare-se para as duas últimas postagens da série e que já estão a vir!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 6 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 6 de 9 – BTHVN250

BTHVN

Op. 49 ◦ Op. 53 Waldstein

Op. 54 ◦ Op. 57 Appassionata

 

As duas sonatinhas (leichten Sonaten) que abrem o disco pertencem ao passado, foram compostas em 1795/6, apesar só terem sido publicadas em 1805, sendo esta a razão para o número de opus 49. Elas são charmosas e muito lindas, e servem para abrir os trabalhos para o que vem pela frente: duas sonatas espetaculares: Waldstein e Appasionata. Cuidado, não subestime a Sonata No. 22, em fá maior, Op. 54, só por estar entre estas obras magníficas. Ela também merece toda a nossa admiração, mas é difícil não falar mais sobre as duas outras monumentais sonatas.

Conde Waldstein, amigo leal do Ludovico!

Na minha opinião, a Waldstein é a sonata mais decisiva entre todas as compostas pelo grande Ludovico. Esta sonata é um marco, uma espécie de Bojador… Se o pianista cruzar esta etapa, estará além, terá transposto as maiores dificuldades e estará pronto para as riquezas que estão a vir.

As sonatas Waldstein e Appassionata são do período heroico do compositor, junto com a Sinfonia No. 3, justamente apelidada ‘Eroica’. Veja o que diz Maynard Solomon: Com as sonatas Waldstein e Appassionata, compostas principalmente em 1804 e 1805, Beethoven transpôs irrevogavelmente as fronteiras do estilo pianístico clássico, criando sonoridades e tessituras que nunca haviam sido antes obtidas. Ele deixou de limitar as dificuldades técnicas de suas sonatas para permitir a execução por amadores competentes (…) As dinâmicas foram grandemente ampliadas; as cores são fantásticas e luxuriantes, aproximando-se de sonoridades quase orquestrais. Ainda Solomon: – os movimentos lentos estão organicamente ligados aos finales, de modo a dar a impressão de obra em dois movimento ampliados.

O livrinho sobre as sonatas para piano de Beethoven, escrito por Denis Matthews, para a coleção Guias Musicais BBC, conta que entre os fatores que contribuíram para a grandeza de estilo sem precedentes da Waldstein está o fato de Beethoven ter adquirido em 1803 um piano Erard, com um compasso a mais no agudo. Isso fizera inclusive que ele reescrevesse certas passagens do Concerto em dó menor. Também é desta época a Sonata a Kreutzer e Leonora (Fidelio) estava já pelo caminho.

Assim, temos mais uma postagem que homenageia este extraordinário compositor, repleta de música maravilhosa, com a interpretação audaciosa e competentíssima de Igor Levit, que nos dá aqui uma palhinha, só para a turma do PQP-Bach.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 19 em sol menor, Op. 49, 1

  1. Andante
  2. Allegro

Sonata para piano No. 20 em sol maior, Op. 49, 2

  1. Allegro, ma non troppo
  2. Tempo di Menuetto

Sonata para piano No. 21 em dó maior, Op. 53 – “Waldstein”

  1. Allegro com brio
  2. Adagio molto
  3. Allegretto moderato – Prestissimo

Sonata para piano No. 22 em fá maior, Op. 54

  1. Im tempo d’un Menuetto
  2. Allegretto – Più allegro

Sonata para piano No. 23 em fá menor, Op. 57 – “Appassionata”

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo – Presto

Igor Levit, piano

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Igor…

Ludovico disse à Andreas Streicher, em castiço alemão: I received your fortepiano the day before yesterday. It is really marvelous, anybody else would like to have it for his own, and I – you may laugh, but I would have to lie if I didn’t tell you that it is too good for me, and why? – because it deprives me of the freedom to create my own tone.

Aproveite mais este lindo disco da série…

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 5 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 5 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 31

 

 

 

Continuamos com as postagens da série das Sonatas para Piano de Beethoven interpretadas por Igor Levit. Agora ultrapassamos a metade do caminho com as três sonatas do Opus 31.

Do ponto de vista da obra de Beethoven, este é um momento importante. As obras produzidas em Bonn e em seus primeiros anos em Viena não ganharam número de opus, não constavam do catálogo oficial do compositor. As obras compostas em Viena, especialmente a partir de 1793, passaram a ter esta numeração e revelam a genialidade de Beethoven. As três Sonatas para piano do Opus 31, de 1802, representam um ponto significativo na carreira de nosso genial homenageado, mas havia muito ainda por vir.

Nesta primeira fase de sua carreira, era comum que Beethoven publicasse grupos de três peças reunidas em um único número de opus. Foi assim com o Opus 1 (Trios com Piano), Opus 2 (Sonatas para Piano), Opus 9 (Trios de Cordas), Opus 10 (Sonatas para Piano), Opus 12 (Sonatas para Violino e Piano), Opus 30 (Sonatas para Violino e Piano) e Opus 31, com as Sonatas para Piano deste álbum. Houve o Opus 18, com os seis primeiros quartetos de cordas e haveria ainda o Opus 59, mais 3 quartetos de cordas. No entanto, com opus 31 Beethoven parece terminar esta fase de sua carreira. Segundo Czerny, pouco depois da composição da Sonata em ré maior, Op. 28, Beethoven teria dito a seu amigo Krumpholz: Estou apenas um pouco satisfeito com minhas obras anteriores. De hoje em diante, tomarei outro rumo.

Assim como nos outros casos de conjuntos de três obras em um mesmo número de opus, neste conjunto de três sonatas, as duas primeiras são mais simples e a última, mais ousada. Realmente, as duas primeiras sonatas têm três movimentos cada e a última, uma típica Sonata Grande, tem quatro movimentos. No entanto, a segunda, intitulada “Tempest”, é possivelmente a mais famosa das três.

Eu gostei bastante da interpretação do Igor Levit para estas três sonatas, onde os movimentos mais rápidos ganharam uma bravura especial.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 16 em sol maior, Op. 31, 1

  1. Allegro vivace
  2. Adagio grazioso
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 17 em ré menor, Op. 31, 2 – “Tempestade”

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 18 em mi bemol maior, Op. 31, 3 – “Hunt”

  1. Allegro
  2. Allegretto vivace
  3. Moderato e grazioso
  4. Presto con fuoco

Igor Levit, piano

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Igor Levit

Beethoven também produziu dois conjuntos de três obras antes das publicações com números do opus. Há um conjunto de três quartetos com piano, catalogados como WoO. 36, em 1785, e um conjunto de três sonatas para piano, as Kurfürstensonaten, WoO. 47, de 1783. Mas o mais magnífico conjunto de três obras, só que cada uma com seu próprio número de opus, é o formado pelas últimas três sonatas para piano. Você não perde por esperar…

Enquanto isto, aproveitem estas três do Opus 31!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 4 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 4 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 26, Op. 27 & Op. 28

 

 

Mais uma postagem na série das Sonatas para Piano de Beethoven interpretadas pelo Igor Levit. Agora a postagem vem com quatro sonatas, três delas com apelidos, entre elas a famosa Sonata “Ao Luar”.

Começamos com a Sonata No. 12, chamada “Marcia funebre” e que foi terminada por volta de 1800, na mesma época da Primeira Sinfonia. A Sonata foi dedicada ao amigo (pelo menos por um certo tempo) e patrono, Príncipe Karl von Lichnowsky. A estrutura desta sonata é nada convencional, iniciando com um tema e variações. É verdade que Mozart já fizera isto antes e Beethoven compôs inúmeros conjuntos de variações. Mas o que é bastante inovador é o uso de um movimento intitulado “Marcia funebre”, prenunciando o que aconteceria na sua Terceira Sinfonia. Este movimento foi orquestrado por Beethoven e chegou a ser tocado no seu funeral, em 1827. Esta sonata certamente não era estranha à Chopin!

Princesa Josephina

O Opus 27 contém duas sonatas que foram intituladas “Quasi una fantasia”, indicando que o compositor tomaria algumas liberdades com a forma. No caso da Sonata No. 13, os movimentos se seguem ininterruptamente, como em uma fantasia, que passa de um episódio ao outro. Além disso, não seguem a ordem usual esperada para uma sonata. Esta sonata foi dedicada à Princesa Josephina von Liechtenstein, como era comum ocorrer com as dedicatórias, a alguém da nobreza.

Giulietta Guicciardi

Já isto não é o caso da Sonata “Ao Luar”, que foi dedicada à Condessa Giulietta Guicciardi. Beethoven conheceu a Condessa através de suas duas amigas, as irmãs Therese e Josephine Brunsvik. Beethoven tornou-se professor da Giulietta, candidatíssima à Amada Imortal, indicada para este papel por Anton Schindler. O assistente e biografo de Beethoven que foi bastante contestado em suas informações. Neste caso, a contestação veio de Therese, em favor de sua irmã, Josephine. Altas especulações. O que importa é que a sonata é uma das mais populares e com devida justiça. Em uma interpretação como esta aqui, do Igor Levit, passamos do maravilhoso e surpreendente Adagio inicial, pela distensão do Allegretto, para o tempestuoso e virtuosístico Presto agitato final. Deste movimento, Charles Rosen disse: É o mais desenfreado em sua representação da emoção. Mesmo hoje, duzentos (e vinte) anos depois, sua ferocidade é estonteante!

A Sonata No. 15, Pastoral, é reconhecida por suas dificuldades técnicas e por sua beleza. Foi dedicada ao Conde Joseph Sonnenfels. Em geral, o título Pastoral é dado a uma obra que faz referência ao campo ou à natureza, como é o caso da Sinfonia Pastoral. Não parece ser o caso aqui, onde pode aludir à calma, simplicidade e leveza da sonata. É claro que o nome foi dado pelos editores originais, que o fizeram sem maiores consultas ao Ludwig.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No.12 em lá bemol maior, Op. 26 – “Marcia funebre”

  1. Andante con variazioni
  2. Allegro molto
  3. Marcia funebre sulla morte d’um eroe
  4. Allegro

Sonata para piano No. 13 em mi bemol maior, Op. 27,1 – “Quasi una fantasia”

  1. Andante – Allegro
  2. Allegro molto e vivace
  3. Adagio con espressione
  4. Allegro vivace

Sonata para piano No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27, 2 – “Quasi una fantasia” – “Ao Luar”

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para piano No. 15 em ré maior, Op. 28 – “Pastoral”

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro vivace
  4. Allegro ma non tanto

Igor Levit, piano

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Uma vez, Friedrich Himmel, o pianista real da corte da Prússia, fez uma série de improvisações para Beethoven. Depois que Himmel tocou por um certo tempo, Ludwig mandou: “Muito bem, quando você vai começar? ” Mais tarde ele explicou: “Eu pensei que Himmel estava só preludiando um pouquinho…”

Então é isto, e não deixe de aproveitar!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 3 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 3 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 13, Op. 14 & Op. 22

 

 

 

Príncipe Lichnowsky

Este disco inicia com a primeira sonata de Beethoven que ganhou um apelido, a Pathétique. A Sonata em dó menor, Op.  13, é um microcosmo do tipo de música que associamos ao compositor: inicia gravemente e anuncia o drama que está por vir, mas irrompe em um episódio virtuosístico. E nesta gravação, isto é bastante evidenciado.  A música é cheia de paixão e lirismo, mas também demanda enorme técnica do intérprete. Esta alternância entre estes estados, o movimento lento, por exemplo, e o allegro final, ilustram a capacidade criativa de Beethoven e fazem dele um artista único. Composta em 1798 e dedicada ao Príncipe Karl von Lichnowsky, foi um sucesso instantâneo, firmando completamente a reputação de Beethoven como compositor, além de pianista.

Baronesa Josefa von Braun

Após esta intensa sonata, Beethoven criou duas lindas sonatinhas, as de números 9 e 10, em mi maior e sol maior, Op. 14. Cheias de charme e aparentemente bem mais simples do que suas predecessoras. Charles Rosen observa que estas duas sonatas oferecem menos dificuldades técnicas e parecem destinadas ao uso doméstico. Certamente devem ter agradado muito a Baronesa Josefa von Braun, a quem foram dedicadas.

A Sonata No. 9, em mi maior, foi também arranjada Quarteto de Cordas e esse arranjo mostra a maestria de Beethoven para escrever para cordas.

Sonata…
Quarteto!

Com a próxima Sonata No. 11, em si bemol maior, Op. 22, escrita em 1800, Beethoven retoma o estilo Grand Sonata, em quatro movimentos e era considerada por ele uma de suas melhores sonatas deste período inicial.

Beethoven em 1803

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 8 em dó menor, Op. 13 – “Pathétique”

  1. Grave – Allegro di molto e com brio
  2. Adagio cantabile
  3. Allegro

Sonata para piano No. 9 em mi maior, Op. 14, 1

  1. Allegro
  2. Allegretto
  3. Allegro comodo

Sonata para piano No. 10 em sol maior, Op. 14, 2

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro assai

Sonata No. 11 em si bemol maior, Op. 22

  1. Allegro con brio
  2. Adagio con molto espressione
  3. Menuetto
  4. Allegretto

Igor Levit

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Quando Beethoven estava ainda estava na casa dos vinte anos, os pianos eram todos feitos de madeira e bastante delicados. Uma vez, Ludovico quebrou tantas cordas enquanto tocava um concerto de Mozart que um de seus amigos precisou desembaraçar as cordas quebradas enquanto ele prosseguia tocando. Ainda bem que não precisamos nos preocupar com cordas quebradas com esta gravação.

Aproveite!

René Denon

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para piano Opp. 14, 26 e 28 – Perahia

Depois de alguns de vocês transformarem-me em bonequinho de voodoo por ter trazido duas postagens em sequência com pianistas malditos na interpretação de Beethoven, redimo-me em alto estilo enquanto desinfeto as agulhadas. Ninguém me espetará, espero, por postar Murray Perahia. Sua seleção de repertório para esta gravação é perfeita: abre com a sonata em Lá bemol maior, com suas belíssimas variações iniciais e a marcha fúnebre, prossegue com o par de diminutas sonatas do Op. 14, e encerra com a majestosamente serena sonata Op. 28, alcunhada “Pastoral”.

Depois do sucesso da predecessora “Patética”, Beethoven publicou duas sonatas muito curtas e contrastantes. A primeira do Op. 14 é tecnicamente facílima – provavelmente pensada na execução por amadores – e de escritura muito transparente, e não surpreende que o autor a tenha transcrito para quarteto de cordas dois anos depois. A segunda é composicionalmente mais complexa, cheia de surpresas e mudanças harmônicas, e está distante das mãos dos diletantes. Já a belíssima e bem acabada sonata “Pastoral” (outra das alcunhas atribuídas por editores que não tiveram a anuência de Beethoven), assim chamada talvez por seu caráter idílico, sem grandes dramas e tensões, ou pelo uso de bordões no baixo, é uma das minhas favoritas. Concluída e publicada no mesmo 1801 que testemunhou a saída das prensas da sonata Op. 26 e das duas do Op. 27, é um encerramento apropriado para essa tetralogia incomum para o compositor, que nunca mais comporia tantas sonatas para piano em tão pouco tempo. Mais que isso, demonstra, pelos contrastes vivos entre quatro obras de tanta qualidade, que o melhor pianista de Viena também já era, com folgas, seu maior compositor.

A leitura de Perahia, que muito me agrada, atenua a dramaticidade de movimentos como a “Marcia Funebre” da Op. 26 em prol de humor, que permeia todo o recital e lhe instila um convincente senso de continuidade – uma proposta de interpretação totalmente diferente daquela de Horowitz, que foi muito próximo de Perahia na velhice e lhe serviu, como não poderia deixar de ser, de profunda inspiração.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para piano em Lá bemol maior, Op. 26, “Marcha Fúnebre”
Composta em 1800-1801
Publicada em 1801
Dedicada ao príncipe Karl von Lichnowsky

1 –  Andante con variazioni
2 – Scherzo. Molto allegro
3 – Marcia funebre sulla morte d’un eroe
4 –  Allegro

Duas sonatas para piano, Op. 14
Compostas em 1798-1799
Publicadas em 1799
Dedicadas à baronesa Josefa von Braun

No. 1 em Mi maior
5 – Allegro
6 – Allegretto – Trio
7 – Rondo. Allegro comodo

No. 2 em Sol maior
8 – Allegro
9 – Andante
10 – Scherzo. Allegro assai

Sonata para piano em Ré maior, Op. 28, “Pastoral”
Composta em 1800-1801
Publicada em 1801
Dedicada ao conde Joseph von Sonnenfels

11 – Allegro
12 – Andante
13 – Scherzo. Allegro vivace
14 – Rondo. Allegro ma non troppo

Murray Perahia, piano

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Volodya mandando vocês espetarem as orelhas de seu bonequinho de voodoo

Vassily