Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 2 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 2 de 9 – BTHVN250

 

BTHVN

Op. 7 & Op. 10

 

Prosseguimos com nossas homenagens postando esta maravilhosa Integral das Sonatas para Piano, interpretadas por Igor Levit. Neste vídeo ele explica o que torna a música de Beethoven tão atual, apesar de ter sido escrita há tanto tempo.

Beethoven compôs duas sonatas após a grande sonata que fecha o Opus 2, mas que foram publicadas mais tarde, como Opus 49. Vocês terão que esperar um pouco para ouvir estas duas sonatinhas, pois estamos postando a série na sequência “oficial” de publicação. Assim, neste álbum temos a Grande Sonata em mi bemol maior, Opus 7, e as três sonatas que formam o Opus 10.

Condessa Babette von Keglevics

A Sonata No. 4 foi escrita em 1796 e dedicada à Condessa Anna Louisa Barbara (Babette) von Keglevics, uma de suas alunas. Segundo Carl Czerny, enquanto escrevia esta sonata, Beethoven estava repleto de ternos sentimentos pela aluna, mas também muito emotivo devido aos avanços das tropas de Napoleão em direção à Viena. A sonata é grandiosa e seu primeiro movimento deixa claro que é uma explosão de paixão e vigor. Só a Hammerklavier alcançará proporções ainda maiores.

As duas primeiras sonatas do Opus 10 são em dó menor e fá maior, respectivamente, e são estruturadas em três movimentos. As tonalidades são significativas para Beethoven. Dó menor é a tonalidade do Concerto de Mozart que Beethoven tanto admirava e a sonata remete a este mundo dramático, assim como a uma das sonatas para piano de Mozart, também em dó menor. Não deixe de notar o lindo Adagio molto, o segundo movimento. Já a Sonata em fá maior tem um tom mais relaxado, de quem está caminhando ao ar livre, em contato com a natureza, como será também o caso da Sinfonia Pastoral.

A última sonata do disco, a terceira do Opus 10, é em ré maior e novamente se expande em quatro movimentos. Contraste é uma constante nesta sonata, que abre com um agressivo e dinâmico primeiro movimento, continua com um angustiado largo, um quase convencional minueto e termina em um caprichoso rondó. Sir Donald Francis Tovey escreveu que o primeiro movimento desta sonata “parece saltar sobre a gente como uma pantera”. Portanto, agarre-se na poltrona!

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 4 em mi bemol maior, Op. 7

  1. Allegro molto e con brio
  2. Largo, com gran espressione
  3. Allegro
  4. Poco allegretto e grazioso

Sonata para piano No. 5 em dó menor, Op. 10, 1

  1. Allegro molto e con brio
  2. Adagio molto
  3. Prestissimo

Sonata para piano No. 6 em fá maior, Op. 10, 2

  1. Allegro
  2. Allegretto
  3. Presto

Sonata para piano No. 7 em ré maior, Op. 10, 3

  1. Presto
  2. Largo e mesto
  3. Allegro
  4. Allegro

Igor Levit, piano

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Igor Levit

Certa vez, Beethoven ficou aborrecido com seus ouvintes em uma apresentação em Berlim, pois todos chegaram às lágrimas com sua interpretação. Ele teria reclamado com um amigo: Não é isto que nós artistas queremos. Nós queremos aplausos!

Pois então, batam palmas! Aplausos paro o artista!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 1 de 9 – BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Igor Levit – 1 de 9 – BTHVN250

 

 

BTHVN Op. 2

 

 

Começamos aqui nossas homenagens ao grande aniversariante do ano – Ludwig van Beethoven! Em 17 de dezembro ele completará 250 anos, vivo, vivíssimo! Sua música soará o ano todo com a mesma energia, vibração e encantamento de sempre.

Acreditem, datas como esta são apenas casualidades. Tivesse a Terra um pouco mais de pachorra ao girar em torno do Sol e teríamos anos mais longos e estaríamos comemorando talvez o centenário de nascimento de Beethoven. Caso nossos ancestrais tivessem quatro dedos em cada mão (como o Mickey e o Pato Donald) no lugar de cinco e contaríamos de oito em oito no lugar de dez em dez e pronto, de novo estas datas simbólicas estariam totalmente mudadas.

Eu já passei pelos 200 anos de nascimento de Beethoven, lá em 1970, pelos 200 anos da morte de Mozart, em 1991. Há muito de marketing sendo feito nestas ocasiões pelas gravadoras e pela mídia que vive de música, mas acabamos nos rendendo a isto tudo. Afinal, esta é uma boa desculpa para ouvir as músicas todas novamente.

Começaremos nossas homenagens postando esta maravilhosa Integral das Sonatas para Piano, interpretadas por Igor Levit. Neste vídeo ele explica o que torna a música de Beethoven tão atual, apesar de ter sido escrita há tanto tempo. Além disso, o vídeo serve como trailer das maravilhas que virão nesta série de postagens.

As sonatas serão postadas na ordem em que foram publicadas. No primeiro disco as três sonatas reunidas no Opus 2, são assim três jovens irmãs. Estas sonatas foram compostas por volta de 1795, resultados dos primeiros anos de Beethoven em Viena e refletem o arrojo, o ímpeto e a autoconfiança do compositor. Mas lembremos que Beethoven já estava então com 25 anos, era um virtuose do piano, excelente improvisador e não era exatamente inexperiente na arte de composição de sonatas para piano. Estruturadas em quatro movimentos, todas apresentam belíssimos movimentos lentos e apenas a primeira tem um minueto no terceiro movimento. As outras exibem já um scherzo e todas terminam com movimentos onde o solista pode exibir todo o seu virtuosismo.

Dedicadas a Haydn, estas peças mostram a qualidade do compositor e anunciam o escopo que ele alcançaria nas próximas sonatas.

O Largo appassionato da segunda sonata do grupo revela a capacidade de Beethoven produzir movimentos que nos tocam profundamente. O arrojo e as proporções da terceira sonata, em dó maior, a destacam do grupo e fizeram dela peça de repertório de muitos grandes pianistas.

A interpretação de Igor Levit evidencia tudo isto e nos prepara para uma viagem que, prometo, será espetacular.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Sonata para piano No. 1 em fá menor, Op. 2, 1

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Menuetto – Allegretto
  4. Prestissimo

Sonata para piano No. 2 em lá maior, Op. 2, 2

  1. Allegro vivace
  2. Largo appassionato
  3. Scherzo: Allegretto
  4. Rondo: Grazioso

Sonata para piano em dó maior, Op. 2, 3

  1. Allegro com brio
  2. Adagio
  3. Scherzo: Allegro
  4. Allegro assai

Igor Levit, piano

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Igor Levit

Que esta jornada seja tão empolgante para vocês quanto está sendo para mim!

Aproveitem!

René Denon

Beethoven (1770-1827): (Algumas) Sonatas para Piano – Stephen Kovacevich, piano #BTHVN250

Beethoven (1770-1827): (Algumas) Sonatas para Piano – Stephen Kovacevich, piano #BTHVN250

Stephen KOVACEVICH

Great Pianists of the 20th Century – No. 60

 

Como sempre acontece nesta época do ano (estamos nos tórridos dias de dezembro), volto os meus olhos para meus incontáveis CDs em suas prateleiras e trato de passá-los em revista. É quase um ritual, considero que vou me livrar da metade deles. É fácil, a cada dois, decida: este fica, este vai. Começo a construção de pilhas, este sim, este não, bom… talvez não, quem sabe?

Não tentem isto em casa sem os devidos equipamentos de segurança. As fotos são meramente ilustrativas…

Vocês já adivinharam, todos eles voltam para os seus lugares e eu deixo o grande projeto de reduzir todos os meus pertences a o que couber em um metro cúbico para o próximo ano.

No entanto, uma nova componente se meteu nesta arrumação de fim de ano:  vaga ideia de postar sistematicamente meus discos ‘mais queridos’. Sei, vaga pois o critério é subjetivo e, desde que comecei fazer as postagens aqui no PQP Bach, tenho usado deste critério – os discos mais queridos.

É claro, os maledicentes de plantão vão dizer – desculpas esfarrapadas para ouvir novamente estes velhos amigos a contar mais uma vez as antigas e adoráveis histórias…

Não importa, o que detonou de vez esta iniciativa foram os primeiros acordes da Sonata para Piano em mi bemol maior, Op. 31, 3, do Ludovico, interpretada pelo (jovem) Stephen Kovacevich. Não a segunda gravação, para a EMI, que também é ótima, mas a primeira, para a Philips, feita em dezembro de 1971, no Town Hall, Wembley, Londres.

A Philips bobeou feio em não ter conseguido que ele gravasse todas as sonatas, mas não sou de ficar olhando para a metade vazia do copo.

Quem adivinhar o nome destas cinco pessoas ganha uma cocada…

Assim, aqui vai esta postagem de um dos meus discos mais queridos, o Volume 60 da série ‘Great Pianists of the 20th Cetntury’, featuring Stephen KOVACEVICH, tocando algumas sonatas para piano de Beethoven. Entre elas, amigos, as três (maravilhosas) últimas.

Provavelmente este álbum já foi postado por algum de meus ‘parças’ aqui do PQP Bach, pode estar enterrado em uma destas caixas com muitos discos, pois que o lançamento de caixas com ‘todas’ as gravações de ‘fulano’ pelo selo ‘beltrano’ tornou-se prática corrente com as modernas estratégias de marketing… Mas, alguma repetição pode até ser benéfica, especialmente quando a música é tão espetacular.

As sete sonatas do disco são bem representativas, tanto da arte de Beethoven quanto da arte do intérprete, o então jovem Stephen Kovacevich. No primeiro CD a ‘Pathétique’ com seu maravilhoso movimento lento ‘Adagio cantabile’ e seu último movimento virtuosístico. Duas sonatas das três que formam o opus 31, entre elas a ‘Tempest’, com seu perpetuum mobile no final. A já mencionada Sonata em lá maior, op. 101, que é uma prova dos poderes mágicos que o Ludovico tinha de criar uma obra prima assim que vontade surgisse. Como se não bastasse tudo isto, as três últimas sonatas, reinvenção de tudo, a forma sonata levada ao limite.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

CD1

Sonata para piano No. 8 em dó menor, Op. 13 – ‘Pathétique’
  1. Grave – Allegro di molto e com brio
  2. Adagio cantábile
  3. Allegro
Sonata para piano No. 17 em ré menor, Op. 31, 2 – ‘Tempest’
  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto
Sonata para piano No. 18 em mi bemol maior, Op. 31, 3 – ‘Hunt’
  1. Allegro
  2. Allegretto vivace
  3. Moderato e grazioso
  4. Presto con fuoco
Sonata para piano No. 28 em lá maior, Op. 101
  1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung. Allegretto ma non troppo
  2. Lebhaft, marschmässig. Vivace alla marcia
  3. Langsam und sehnsuchtsvoll. Adagio ma non troppo, com affetto
  4. Geschwind, doch nicht zu sehr und mit Entschlossenheit. Allegro

CD2

Sonata para piano No. 30 em mi maior, Op. 109
  1. Vivace ma non troppo – Adagio expressivo – Tempo I
  2. Prestissimo
  3. Gesangvoll, mit innigster Empfindung. Andante cantabile ed expressivo
Sonata para piano No. 31 em lá bemol maior, Op. 110
  1. Moderato cantabile molto expressivo
  2. Allegro molto
  3. Adagio ma non troppo – Fuga. Allegro ma non troppo
Sonata para piano em dó menor, Op. 111
  1. Maestoso – Allegro com brio ed appassionato
  2. Adagio molto semplice e cantabile

Stephen Kovacevich, piano

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Uma palavra sobre os arquivos. No álbum original, com dois CDs, uma das sonatas com quatro movimentos ficou dividida, dois movimentos no primeiro, os outros dois no segundo CD. Aproveitei o espaço de CD virtual dos arquivos para colocar esta sonata completa no primeiro CD-arquivo, evitando assim a sua divisão. Além disso, os dois últimos movimentos foram ‘unidos’ em uma única faixa, para evitar a desagradável interrupção, uma vez que eles são tocados em seguida, quando ouvimos os CDs diretamente do CD player. Ao fazer isto, renomeei a faixa, mas subtrai as indicações em alemão (que podem ser lidas aqui, no texto). Desculpe-me, Ludovico, por esta ousadia, mas se o nome do arquivo ficar muito longo, certos leitores de arquivos flac ou mp3 ficam confusos e não conseguem decidir qual é o formato.

Então, quem já tem, aproveite para ouvir de novo, e quem ainda não tem, não perca tempo, aproveite, pois é difícil ficar melhor do que isto.

René Denon

Beethoven (1770-1827) & Schubert (1797-1828) – Últimas Sonatas para Piano – Zhu Xiao-Mei #BTHVN250

Beethoven (1770-1827) & Schubert (1797-1828) – Últimas Sonatas para Piano – Zhu Xiao-Mei #BTHVN250

Beethoven 

Sonata No. 32 em dó maior, Op. 111

Schubert

Sonata No. 23 em si bemol maior, D. 960

 

A primeira vez que ouvi falar da pianista chinesa Zhu Xiao-Mei (Zhu é o nome de família e Xiao-Mei é seu nome) foi ao assistir um documentário sobre a vida dela, seu retorno para uma turnê na China após uma ausência de trinta anos e sua relação com a peça musical que tornou-se sua pièce de résistence – as Variações Goldberg, de Bach.

Há também um livro autobiográfico – O Rio e Seu Segredo (La rivière et son secret) que pretendo ler em breve.

Fiquei muito impressionado com essa artista, mesmo sem nunca haver ouvido um de seus álbuns. Ela teve que enfrentar tantas dificuldades e apesar disto (e talvez por isto) alcançou um nível de profundidade artística que transcende a música, a arte, e transborda em direção ao que, na falta de palavras mais adequadas (ao aqui tosco redator) chamo de filosofia e espiritualidade.

Mas o disco desta postagem não trata das Variações Goldberg ou mesmo outra música de Bach, e sim das duas últimas sonatas para piano de dois geniais compositores que viveram em Viena, sob condições muito diferentes, um deles morrendo perto de um ano depois do outro.

O que faz uma pianista reunir em um disco as sonatas destes dois compositores tão próximos mas tão distintos em um só álbum? Ela escolheu de cada um deles a última sonata: de Beethoven a Sonata No. 32 em dó maior, Op. 111 e de Schubert, a Sonata em si bemol maior, D. 960. Ela explica isto no livreto que acompanha os arquivos de música, pois em ambas as sonatas os compositores abordam o tema de completar, terminar os ciclos. Pois é, uso de rodeios mas é dela mesmo que estamos falando, a indesejada das gentes. Inevitabilidade é a palavra. A inevitabilidade vem com um consolo, que é a ausência de seu conhecimento, digamos assim, pleno. Ah, sábio e bondoso é o Senhor. Mas há momentos, se você ainda não os experimentou é por que é jovem ou sortudo, nos quais mergulhamos mais na consciência desta inevitabilidade. Leiam o livreto, a Xiao-Mei (ouso chama-la pelo primeiro nome) explica de maneira mais simples e direta do que eu.

A ideia é que estes compositores, ao trabalharem nestas obras já estavam neste estágio avançado de sabedoria. É verdade, Beethoven compôs a sonata em 1822 e ainda viveria um bom tempo, enquanto Schubert tinha apenas dois meses ainda de vida. De qualquer forma, essas condições certamente tornaram o momento criativo de cada um deles muito especial.

A sonata de Beethoven com apenas dois movimentos, inicia com um movimento que, segundo Xiao-Mei, simboliza luta, combate. ‘É a mensagem de Beethoven – você deve lutar pela vida’. Enquanto o primeiro movimento trata de gerar constantemente tensão, o segundo movimento se resolve em um ciclo de variações, que como as Goldberg, termina voltando a apresentar o tema inicial, fechando o ciclo, e depois dissolvendo-se, com uma nota de aceitação, de entrega. Xiao-Mei usa a palavra délivrance, na entrevista em francês.

A Sonata de Schubert apresenta outra abordagem do tema. Enquanto Beethoven resolve sua sonata e a termina com uma certa aceitação, Schubert é bem mais relutante. Isto fica aparente nos dois dolorosos e hesitantes primeiros movimentos da sua sonata. A morte deve ser bem mais assustadora para alguém de 32 anos, mesmo que seja alguém com tantos problemas quantos os que Schubert enfrentava.

No entanto, os dois últimos movimentos trazem mais luminosidade e uma certa leveza, mesmo que ainda haja momentos de silêncio e hesitação.

A entrevista que você poderá ler no livreto do disco foi feita por Michel Mollard, o produtor do documentário que mencionei no início e que também aparece neste vídeo, ao lado de Zhu Xiao-Mei.

Mesmo que você não se impressione tanto com este papo, baixe os arquivos e ouça a música. São duas obras primas interpretadas por uma artista que fica longe da superficialidade e do brilho fácil. Alguém que realmente conviveu longos períodos com as peças e as reverencia de maneira profunda.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 32 em dó maior, Op. 111

  1. Maestoso – Allegro con brio e appassionato
  2. Arietta – Adagio molto, semplicie e cantábile

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sonata para piano No. 23 em si bemol maior, D. 960

  1. Molto moderato
  2. Andante sostenuto
  3. Scherzo – Allegro vivace com delicateza
  4. Allegro, ma non troppo

Zhu Xiao-Mei, piano

Gravação realizada na Igreja Saint Pierre, Paris, em 2004

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Disco para ouvir e refletir! Aproveitem!

René Denon

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

 

Haydn ֍ Beethoven

Sonatas para Piano

 

O pianista suíço Olivier Cavé chamou a minha atenção com um ótimo álbum – três lindos concertos para piano de Mozart, de períodos diferentes. O disco foi postado aqui mesmo no PQP Bach…

Assim, quando me deparei com este álbum, mais do que depressa, apanhei-o! E não é que gostei deste também? E então, os senhores sabem, se eu gosto, eu posto.

Você poderia achar estranho, reunir em um disco duas sonatas de Haydn com três de Beethoven. Mas, pensando um pouco, a ideia é boa. Permite que tenhamos uma perspectiva de quanto o compositor mais velho influenciou o voluntarioso Ludovico, mesmo que este não o admitisse.

Papa Haydn

As sonatas de Haydn são de períodos diferentes na carreira do compositor. A Sonata em si menor é do período em que Haydn trabalhava para a família Esterházy e não podia negociar diretamente com os editores. Assim, a sonata é, por assim dizer, para consumo interno. Já a outra sonata, em dó maior, foi composta sob comissão do editor Breitkopf, de Leipzig, e visava público mais amplo.

As três sonatas de Beethoven são de seu primeiro período de composição, nos seus primeiros anos em Viena. As duas primeiras do Opus 2, dedicadas a Haydn, e a segunda sonata do Opus 10.

O jovem Ludovico

Estas sonatas são obras típicas do período clássico, cheias de ótimas ideias e muito bom humor. Especialmente bonito é o movimento lento da Sonata Op. 2, 2 – Largo appassionato. E veja que todos os movimentos finais das sonatas do disco são grazioso, presto e prestíssimo!

A seguir, uma tradução livre do texto da página do disco.

Ludwig van Beethoven havia acabado de fazer vinte anos quando encontrou-se com Joseph Haydn pela primeira vez, em 1790. Dois anos depois, o jovem compositor reuniu-se aos muitos alunos do mestre vienense. Mas, cansado das constantes faltas do professor e incomodado por suas críticas, ele logo deixou as aulas, afirmando anos depois, de maneira amarga, não ter aprendido qualquer coisa com Haydn. É esta distância, esta diferença de estilos e de aspirações entre Beethoven e seu antigo professor que está para ser ouvida neste novo álbum de Olivier Cavé […]. A Sonata Hob. XVI: 32 (1776) de Haydn aponta para um estilo clássico mas vigoroso, Hob. XVI: 48, composta apenas quatro anos depois, é mais moderada e acadêmica. Beethoven almejou quebrar com este classicismo, permitindo-se um escopo expressivo maior e trocando o tradicional terceiro movimento – minueto – por um scherzo, na sua segunda sonata, um claro sinal de seu espírito revolucionário.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 1 em fá menor, Op. 2, 1
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto
  4. Prestissimo

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para piano em si menor, Hob. XVI: 32
  1. Allegro moderato
  2. Minuet – Trio
  3. Presto

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 2 em lá maior, Op. 2, 2
  1. Allegro vivace
  2. Largo appassionato
  3. Scherzo: Allegretto
  4. Rondo: Grazioso

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para piano em dó maior, Hob. XVI: 48
  1. Andante con espressione
  2. Presto

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para piano No. 6 em fá maior, Op. 10, 2
  1. Allegro
  2. Allegretto
  3. Presto

Olivier Cavé, piano

Gravação feita em setembro de 2017 – Studio TELDEX, Berlim
Produção: Johannes Kammann

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FLAC | 400 MB

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MP3 | 320 KBPS | 181 MB

Olivier dando um rolé em Veneza, após um almoço com a turma do PQP Bach…

Esta postagem é parte de nossas homenagens ao grande Ludovico: Vivat, vivat Beethoven! – 2020

Aproveitem!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 3 #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano Nº 3 #BTHVN250

Ontem, ao procurar por Mendelssohn no micro, encontrei este concerto assim dando sopa, avulso. Gosto demais desta gravação ao vivo onde Michelangeli dá um banho de interpretação no belíssimo terceiro concerto. Esta gravação do terceiro concerto é tão arrebatadora que agora desejaria ouvi-lo. Não adianta, cada vez que ouço uma gravação ao vivo como esta, mais me convenço de que a música vive mais no palco do que em estúdios. Se Bakhtin demonstrou que a ideia tinha natureza dialógica — pois seu habitat seria a expressão e o confronto com outras idéias –, digo que o habitat da música é a interação com os ouvintes. Ali, ganha sentido e magia, como aliás Emma Kirkby confirmou nesta entrevista.

Imperdível!

Beethoven: Concerto para Piano Nº 3

1. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 1. Allegro con brio – Cadenza 17:24
2. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 2. Largo 11:15
3. Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37 – 3. Rondo (Allegro) 9:35

Arturo Benedetti Michelangeli, piano
Vienna Symphony Orchestra (Sinfônica de Viena)
Carlo Maria Giulini

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Michelangeli foi profe de Pollini, só por isso tem que respeitar!

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Hoje são comemorados os 249 anos de nascimento de Beethoven. No ano que vem… Bom, vocês sabem.

Andris Nelsons (1978) é um jovem maestro letão. Atualmente, ele é o diretor musical da Orquestra Sinfônica de Boston e da Gewandhaus Orchestra de Leipzig. Também já foi chefe da respeitadíssima City of Birmingham Symphony Orchestra (CBSO). É uma estrela em plena ascensão e a Deutsche Grammophon já o contratou para gravar integrais das Sinfonias de Bruckner (Gewandhaus), de Shostakovich (Boston) e de Beethoven (com a Filarmônica de Viena).  As duas primeiras séries ainda estão sendo gravadas, mas a de Beethoven foi lançada neste mês.

E que esplêndido trabalho Nelsons fez com os filarmônicos de Viena! Um Beethoven forte e redondo, escandaloso e alegre, porém jamais, mas jamais mesmo, grosso. Certo pessoal do século XX achava que para tocar Beethoven, em certos trechos mais agitados, era só dar ênfase e berrar que estava bom. Era tudo muito emocional. Isso é ignorar a cultura. Beethoven foi um enorme artista de transição do classicismo para o romantismo. Se este é um dos fatores que o torna tão grande, também nos obriga a abordá-lo com conhecimento.

E Nelsons, com fraseados muito trabalhados, vai pelo outro lado e mata a questão com classe. E a Filarmônica de Viena fala beethoveniano, respira Beethoven. Creio que Nelsons deva ter ouvido muito os músicos da orquestra. Sei que se trata de um homem profundamente sensível e inteligente, conheço músicos que trabalham com ele. Sei das surpresas que apronta e que costuma dialogar com os músicos das orquestras que dirige.

O desenho do primeiro movimento da Eroica é quase erótico com a mágica das passagens da melodia de um instrumento para outro. Isso se repete a cada sinfonia, sublinhando a qualidade da orquestração. Raramente ouvi coisa mais natural, fluida e perfeita. E a sonoridade nem se fala.

Bem, ouvi as 4 primeiras sinfonias de Beethoven com Nelsons de enfiada. E vou completando o texto enquanto ouço tudinho. As duas primeiras — que jamais chamaram minha atenção — cresceram muito. A Eroica está sensacional, apesar de certas alegres liberdades tomadas na Marcha Fúnebre. A 4ª nem se fala. Mas logo voltei à Eroica (3ª), que está anormal de tão boa. Depois fui para uma excelente 5ª, cheia de sinuosidades e plena de tradição no terceiro movimento. Mas parece que Nelsons se dá melhor na delicadeza, pois sua 6ª é um primor, uma campeã.

Não, me enganei, sua sétima — com a sucessão fantástica de danças e o rock pauleira do último movimento — está sensacional!

(Comecei a frequentar os concertos de música erudita com a idade de 4 ou 5 anos. Meu pai me levava. Ele disse que, por uns 5 anos, eu sistematicamente dormia após dez minutos. Ele queria saber quando eu pararia com aquilo, ainda mais porque eu dizia que gostava de ir… Certamente gostava era da companhia dele, claro.

Mas houve um dia em que eu passei a não mais dormir. Foi quando assisti uma 7ª Sinfonia de Beethoven regida por Pablo Kómlos. Aquilo era enlouquecedor. Uma sucessão de agitadas danças com aquele Alegretto (uma Pavana) no meio.

Ouvi hoje a 7ª e, pela enésima vez… Toda aquela primeira impressão permanece viva. Eu sou o mesmo, de certa forma. De certa forma bem distorcida.)

A oitava está menos haydniana do que o costume e mais parruda. A nona se vem dentro do padrão de alta qualidade do restante. Adorei.

A DG rouba sempre a cena quando o assunto é Beethoven, né?

E Nelsons, contrariamente àquela outra grande estrela da DG no século XX, está mais pela música do que pelo negócio. Isto é muito claro.

E, para deixar claro, QUE NOTÁVEL ORQUESTRA É A FILARMÔNICA DE VIENA. Não creio que possa haver algo melhor atualmente!

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As 9 Sinfonias — Andris Nelsons

Symphony No. 1 in C Major, Op. 21
1. Adagio molto – Allegro con brio 9:45
2. Andante cantabile con moto 8:46
3. Menuetto (Allegro molto e vivace) 3:24
4. Finale (Adagio – Allegro molto e vivace) 5:55

Symphony No. 2 in D Major, Op. 36
5. Adagio molto – Allegro con brio 12:30
6. Larghetto 12:04
7. Scherzo (Allegro) 3:34
8. 4. Allegro molto 6:18

Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 “Eroica”
9. Allegro con brio 17:40
10. Marcia funèbre (Adagio assai) 16:34
11. Scherzo (Allegro vivace) 5:53
12 Finale (Allegro molto) 12:19

Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60
13. Adagio – Allegro vivace 11:30
14. Adagio 10:16
15. Allegro vivace 5:38
16. Allegro ma non troppo 6:54

Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67
17. Allegro con brio 7:42
18. Andante con moto 10:35
19. Allegro 5:14
20. Allegro 11:12

Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 “Pastoral”
21. Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande (Allegro ma non troppo) 9:45
22. Szene am Bach (Andante molto mosso) 12:20
23. Lustiges Zusammensein der Landleute (Allegro) 5:08
24. Gewitter, Sturm (Allegro) 3:38
25. Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm (Allegretto) 10:05

Symphony No. 7 in A Major, Op. 92
26. Poco sostenuto – Vivace 11:50
27. Allegretto 8:59
28. Presto – Assai meno presto 8:38
29. Allegro con brio 6:49

Symphony No. 8 in F Major, Op. 93
30. Allegro vivace e con brio 9:52
31. Allegretto scherzando 4:25
32. Tempo di menuetto 4:40
33. Allegro vivace 7:32

Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 “Choral”
34. Allegro ma non troppo, un poco maestoso 16:42
35. 2. Molto vivace 11:59
36. Adagio molto e cantabile 16:00
37. Finale. Presto 2:53
38. Allegro assai 3:50
39. Presto – Recitativo “O Freunde, nicht diese Töne!” 3:35
40. Allegro assai vivace (alla Marcia) 3:59
41. Andante maestoso 3:17
42. Allegro energico e sempre ben marcato 2:10
43. Allegro ma non tanto 2:16
44. Poco allegro, stringendo il tempo, sempre più allegro – Presto 1:43

Camilla Nylund
Gerhild Romberger
Klaus Florian Vogt
Johannes Prinz
Georg Zeppenfeld
Wiener Singverein
Wiener Philharmoniker
Andris Nelsons

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Nelsons com alguns filarmônicos de Viena.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Concertos para Piano (Uchida/Rattle) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Concertos para Piano (Uchida/Rattle) #BTHVN250

Amo todos os Concertos para Piano de Beethoven. Nem imagino quantas versões tenho, ou quantas já ouvi. e a pergunta se torna inevitável: com tantas versões no mercado há espaço para mais uma? Li crítica semelhante quando Alfred Brendel lançou sua terceira integral destes concertos, com o mesmo Simon Rattle, mas frente à Filarmônica de Viena. E estávamos falando de Alfred Brendel, um dos grandes pianistas do século XX.

Claro que Mitsuko Ushida tem seu lugar no Hall da Fama dos grandes pianistas do final do século XX, e ela também já havia gravado outra integral destes mesmos concertos pelo antigo selo Philips, e na época foi acompanhada pelo lendário maestro Kurt Sanderling. Já postamos esta série aqui, mas não creio que os links estejam ativos. E já se passaram uns vinte e poucos anos desde a realização daquelas gravações.

Esta edição que ora vos trago foi lançada pelo selo da própria Filarmônica de Berlim e foi gravada em 2010. É a edição mais completa a que já tive acesso. O booklet tem páginas e páginas de análises e informações e está disponível para os senhores.

Sir Simon Rattle impôs sua marca na orquestra nos anos em que esteve à sua frente, e agora cabe ao seu sucessor Kiril Petrenko a tarefa de manter o mesmo nível de qualidade.

Espero que apreciem.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concertos – Mitsuko Uchida, Berliner Philharmoniker, Sir Simon Rattle

01. Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in C major, op. 15 – 1. Allegro con brio
02. Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in C major, op. 15 – 2. Largo
03. Concerto for Piano and Orchestra No. 1 in C major, op. 15 – 3. Rondo. Allegro scherzando

04. Concerto for Piano and Orchestra No. 2 in B flat major, op. 19 – 1. Allegro con brio
05. Concerto for Piano and Orchestra No. 2 in B flat major, op. 19 – 2. Adagio
06. Concerto for Piano and Orchestra No. 2 in B flat major, op. 19 – 3. Rondo. Molto allegro

07. Concerto for Piano and Orchestra No. 3 in C minor, op. 37 – 1. Allegro con brio
08. Concerto for Piano and Orchestra No. 3 in C minor, op. 37 – 2. Largo
09. Concerto for Piano and Orchestra No. 3 in C minor, op. 37 – 3. Rondo. Allegro

10. Concerto for Piano and Orchestra No. 4 in G major, op. 58 – 1. Allegro moderato
11. Concerto for Piano and Orchestra No. 4 in G major, op. 58 – 2. Andante con moto
12. Concerto for Piano and Orchestra No. 4 in G major, op. 58 – 3. Rondo vivace

13. Concerto for Piano and Orchestra No. 5 in E flat major, op. 73 – 1. Allegro
14. Concerto for Piano and Orchestra No. 5 in E flat major, op. 73 – 2. Adagio un poco mosso
15. Concerto for Piano and Orchestra No. 5 in E flat major, op. 73 – 3. Allegro ma non troppo

Mitsuko Uchida – Piano
Berliner Philharmoniker
Sir Simon Rattle – Conductor

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