Beethoven (1770 – 1827): Sinfonias Nos. 5 & 7 – WP & Carlos Kleiber ∞ #BTHVN 250 ֍

BTHVN

Sinfonias Nos. 5 & 7

Wiener Philharmoniker

Carlos Kleiber

 

 

Em dez de cada dez listas que mencionam melhores gravações de música clássica aparece a gravação da Quinta Sinfonia de Beethoven feita por Carlos Kleiber regendo a Wiener Philharmoniker e lançada pelo selo amarelo. Em umas seis ou sete delas, ela aparece em primeiro lugar. É por isso que esta gravação não poderia faltar nas nossas postagens comemorativas do #BTHVN 2020.

Esta gravação de 1974 foi relançada pela DG reunida em um CD com a gravação da Sétima Sinfonia, pelos mesmos protagonistas, na série DG-Originals. Como este CD já foi postado aqui pelo nosso intenso colaborador FDP Bach, fazemos oportunamente a nova editação como um PQP-Originals! Além do que o link da postagem anterior já estava inativo.

Aqui está o texto da postagem original, que foi ao ar em 19 de setembro de 2014:

Falar o que dessa gravação, cara pálida? Que é a melhor gravação destas sinfonias? Para não repetir o óbvio, só direi que com certeza este cd está entre os Top Ten de minha lista, e na lista de muita gente. Esqueça Karajan, esqueça Jochum, esqueça Celibidache, esqueça qualquer outro que lhe venha a cabeça. Carlos Kleiber é o nome a ser batido nesse repertório.

Carlos Kleiber não era uma pessoa de fácil convivência. Segundo relatos de músicos que estiveram sob sua direção, ele chegava a ser tirânico, humilhando seus músicos, para que se atingisse o seu ideal de perfeição. E isso dirigindo orquestras do nível da Filarmônica de Viena, de Berlim, do Concertgebow de Amsterdam …

E a sonoridade que ele conseguiu extrair da Filarmônica de Viena ao executarem esses dois pilares da música ocidental até hoje ninguém conseguiu.
Ouçam e tirem suas conclusões.

Vejam os comentários do Penguin Guide que atribuiu ao disco uma Roseta ֍, uma honra que os editores da publicação costumam dar a um seletíssimo conjunto de CDs:

‘Se alguma vez houve uma gravação lendária, será esta de Carlos Kleiber […].’ As comparações mencionam Giulini e Klemperer e termina dizendo: ‘…esta é sem dúvida uma das maiores performances desta obra que já foi colocada em disco’. Eu acredito que o comentário continua atualíssimo.

Da gravação da Sétima Sinfonia a menção de ‘charme da dança’ nos diz tudo. Portanto, não demore e baixe os arquivos!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 5 em dó menor, Op. 67

  1. Allegro com brio
  2. Andante com moto
  3. Allegro
  4. Allegro

Sinfonia No. 7 em lá maior, Op. 92

  1. Poco sostenuto – Vivace
  2. Allegretto
  3. Presto – Assai meno presto
  4. Allegro com brio

Wiener Philharmoniker

Carlos Kleiber

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 328 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Observação: As duas últimas faixas da Quinta Sinfonia estão em um só arquivo.

Dizer o que?

Bravo, maestro!

Aproveite!

René Denon

 

16 comments / Add your comment below

  1. Obrigado, René. Não é exagero não: o próprio Beethoven reconheceu isso, em 1826.
    Quanto à data, desde lá 1o de abril é o dia da mentira. Por isso Haydn pediu a seu biógrafo que colocasse a data do dia anterior. É que ele não sabia que num certo país gorilas milicos dariam um golpe justo neste dia… Abraço

  2. Pedro, o golpe nesse país (se for o mesmo que eu tô pensando) também foi dia 1o de abril e os generais tiveram a mesma preocupação de Haydn.
    Nossa sorte é que hoje em dia ninguém mais falsifica a História, né? 😉

  3. Não tinha ouvido ainda esta versão. Adorei. Aquela velha história: na sétima pude descobrir certos elementos musicais novos, depois de já ter escutado várias vezes a sinfonia, com diferentes regentes — chegando a pensar que um havia chegado no nível máximo de expressividade –, alguns dos quais estimo muito o ciclo. De todo modo avulsamemte alguns são incontornáveis e fundamentais, como o Klemperer na 3a. Grato. Gosto muito de suas postagens.

    1. Otávio!
      Obrigado por mencionar!
      Com um de meus queridos amigos eu fazia uma eterna brincadeira: de qual Eroica você gosta mais: Klemperer (EMI, daquele ciclo mais tardio) ou Furt? Eramos íntimos do William. Aqui queríamos dizer também EMI, com a Filarmônica de Viena, mono…
      Dependia do momento, escolhíamos uma ou outra e prosseguíamos nas audições.
      Ah, você conhece a gravação que o Klemeperer fez da Eroica, uns anos antes, também mono?
      É isto, valeu pela mensagem!
      Abraços do
      René

  4. Olá, René! Boa noite.

    Fiquei muitíssimo feliz de ter encontrado seu blog, sou apenas um iniciante no mundo da música erudita, mas busco novas informações e compositores como quem procura ar para viver. E posso dizer que meus pulmões vibram ao enchê-los de Beethoven.
    Tenho algumas dúvidas de iniciante, que peço perdão de antemão se for alguma questão já batida ou muito discutida no blog.

    1. Primeiro contato que eu tive com as sinfonias de Beethoven, foram com a regência do Karajan. Tanto por áudio .flac como por vinil, uma vez que sou colecionador. Quando baixei a versão do Kleiber, eu não consegui distinguir a diferença, sei bem que deve ter, mas como educar meu ouvido para notá-las?
    2. Quando comecei a ir em apresentações no Theatro Municipal da minha cidade, reparei que muito se comenta sobre os temas musicais das obras, e fiquei sem saber do que estavam falando. Me emocionei muito ouvindo a Sinfonia No. 1 de Mahler, mas quando o regente comentou sobre ela, fiquei pensando no que perdi e fiquei confuso. Como eu noto essas nuances?
    Perdão pela redundância, entendo que a resposta de ambas questões, devem ser “educar a mente e o ouvido”, o que leva a terceira questão e a mais essencial:
    3. Como buscar conhecimento? Estou vendo um mundo vasto e ameaçador a minha frente, mas nem sei com que armas o desbravarei… Se resume em: “Como?”. Aceito recomendações de todos os formatos e línguas.
    Muito obrigado pelo blog, aprendi muito lendo seus comentários sobre as gravações e sei que elas hão de me ajudar na coleção dos vinis.

    Um grande abraço,
    Matheus Santana

    1. Caro Matheus,

      Seja bem-vindo. Este aqui é um dos blogs mais antigos do planeta em atividade sobre o tema, já são quase 13 anos (ou me perdi na conta, já bebi um pouco hoje).
      Mas aqui a música, ainda que vasta – ARS LONGA VITA BREVIS – não tem nada de ameaçadora! Repare nas postagens bem humoradas de nosso fundador PQP… Ou nas de seu irmão FDP, volta e meia apaixonado por alguma cantora ou violinista…
      Recomendo não sair tateando todos os compositores ao mesmo tempo, poderá se perder. Talvez ouvindo uma meia dúzia, depois adicionando mais uns dois de cada vez, você poderá ir criando intimidade.
      E quanto às diferentes gravações, com o tempo você vai reparar as suas nuances. Talvez, para perceber diferenças mais brutais, valha a pena ouvir gravações com instrumentos antigos (da época de Beethoven, ou réplicas destes), com uma sonoridade bem diferente daquela das orquestras de Karajan e Kleiber.
      Pode procurar no campo de busca do blog, por ex., os concertos para piano e orquestra com Brautigam.

      1. Olá, Pleyel, boa noite!

        Muito obrigado pelas dicas, vou procurar por essas gravações e comparar as versões assim como você indicou.
        Não tinha parado pra pensar, mas é realmente importante separar poucos compositores para se conhecer no início.
        Estou com dois ou três nomes na cabeça, qual você me recomendaria? Pra mim, o Beethoven é uma certeza.

        Grande abraço,

    2. Olá, Matheus!
      Fico muito feliz com sua mensagem. Espero poder responder em parte algumas das suas perguntas.
      As diferenças nas interpretações de uma mesma música podem ser muito sutis, mas algumas são mais evidentes. Assim, é bom começar por estas. No meu caso, o que eu noto primeiro é o andamento, o ‘tempo’ escolhido pelo regente. Isto para a mesma música. O compositor deixa indicado qual deve ser o andamento, mas música só chega aos ouvidos depois de interpretada. Eu tenho a tendência de gostar de andamentos mais rápidos, como o que é adotado aqui pelo Kleiber, digamos no primeiro movimento da Quinta Sinfonia. Isto imprime uma urgência especial na música. Alguns preferem andamentos mais moderados, como seria adotado, digamos, pelo Klemperer, na sua gravação para a EMI, na mesma música. Qual das duas escolher? Cada um dos regentes apresenta uma entre muitas possibilidades. Sem contar o conjunto de outros fatores. Houve um período que dois regentes (icônicos) apresentavam pólos opostos de interpretações: Toscanini e Furtwängler. Isto acabava criando legiões de seguidores e era muito bom para vender discos.
      Na resposta do Pleyel ele menciona as orquestras convencionais (que usam instrumentos atuais, modernos) e as que usam ‘instrumentos de época’. Estas diferenças de instrumentos (assim como as técnicas empregadas para tocá-los e o tamanho da orquestra) enfatizam as diferenças do ‘som’ que a orquestra produz. Houve uma época em que as grandes orquestras (com seus respectivos regentes) tinham, cada uma, a sua própria sonoridade. Assim Berliner Philharmoniker e Karajan ou Cleveland Orchestra e George Szell ou ainda Chicago Symphony Orchestra e Fritz Reiner soavam cada uma a sua própria maneira. Cada uma tinha (e se esforçava para isto) seu próprio som.
      Outro aspecto da interpretação que é importante é o equilíbrio entre os diferentes naipes da orquestra: cordas, madeiras, sopros, percussão. Há uma anedota em que o velho regente dá um conselho ao aprendiz: nunca olhe para os sopros com entusiasmo… ou eles vão se sobrepor a todo o resto. Bem, a piada é um pouco sem graça e muito velha, mas ilustra um pouco o que eu quero dizer.
      Agora, acho que o que é mais difícil de perceber, e isto acaba vindo com o tempo, é que a música tem um discurso próprio (pelo menos o tipo de música que ouvimos) e é formado por frases, por gestos e atitudes. Perceber este discurso sonoro, se é fluente, se é flexível se é demais enfático… isto é parte do que é menos evidente.
      Mudando de assunto, eu gosto muito da Sinfonia No. 1 de Mahler. Pois se você ouvir o segundo Lied do ciclo Lieder eines fahrenden Gesellen e o primeiro movimento da Sinfonia perceberá a conexão entre estas duas peças. Isto é o tal do ‘tema’….
      Quanto onde buscar conhecimento, você veio ao lugar certo (kkkkkk) Na verdade, você provavelmente tem bem mais ‘conhecimento’ do que propriamente admite… Nas minhas postagens tenho uma tendência a falar demais (como estou fazendo aqui). Se elas te ajudarem pelo menos a buscar mais informação e a ouvir a música, serei uma criatura feliz. Acredito que o tempo e seu interesse acabarão fazendo a diferença.
      De qualquer forma, alguma leitura que estabeleça um mínimo de noções históricas o ajudará a guiar-se nas suas próximas escolhas.
      Bom espero ter contribuído um pouco para satisfazer sua curiosidade e escreva sempre que quiser…
      Forte abraço do
      René
      PS: Aqui tem uma linda gravação da Primeira de Mahler: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/10/29/gustav-mahler-1860-1911-sinfonia-no-1-bp-claudio-abbado/
      Aqui tem uma linda gravação do ciclo Lieder eines fahrenden Gesellen: https://pqpbach.ars.blog.br/2015/10/08/gustav-mahler-1860-1911-mahler-lieder/

      1. Olá, René!

        Muito obrigado pela completa resposta, você comentou sobre as diferenças no andamento, que honestamente, nunca tinha reparado, e agora ouvindo (e colocando ao mesmo tempo no computador e na vitrola), ficaram bem mais claros.
        Cometi um equívoco, não foi a Primeira de Mahler, mas sim a Terceira, com seus incríveis seis movimentos, foi um espetáculo de apresentação.
        Se não for abusar muito, tem alguma gravação da Terceira que você recomende? E seguindo o embalo do meu último comentário, tem algum compositor que recomende? Por hora, pensei em conhecer melhor Beethoven e Mahler, que já gostei muito do que ouvi. Mas queria conhecer principalmente de outros períodos.

        Um grande abraço!

        1. Olá, Matheus!
          Eu gosto muito de Mahler. A minha primeira lembrança de ouvir Mahler é de um movimento da Terceira Sinfonia: “Symphony No. 3 in D Minor V. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck”. As vozes do coro, o solo acompanhado da orquestra causou grande impacto em mim.
          Acho que a Sinfonia que eu mais gosto dele é a Quarta. Aqui eu postei uma gravação já mais antiga, mas acho espetacular: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/20/gustav-mahler-1860-1911-sinfonia-no-4-emmy-loose-philharmonia-orchestra-paul-kletzki/
          Ainda não postei uma gravação da Terceira, mas minhas referências são:
          a) NYPO – Bernstein (primeira gravação, para a CBS-Masterworks – Sony)
          b) London SO – Horenstein (num selo inglês – Unicorn-Kanchana)
          c) Berliner Phi & Abbado – DG (esta é mais recente e o som é ótimo – o CD foi fabricado no Brasil, pela Microservice…)
          Há muitas outras gravações, você depois me conta qual gostou mais…
          Abraços do
          René

  5. Não sei por qual motivo, mas na adolescência quando comecei a ouvir o repertório não conseguia gostar tanto de Beethoven nem entender o hype. Aí ouvi essa gravação e atingi o nirvana.

Deixe um comentário