Georg Friederich Händel (1685-1759) – Ode for St. Cecilia`s Day

O dia de Santa Cecília é o 22 de novembro. Tá bom, por favor, ignorem esta inexatidão.

Vamos ao que interessa: sugiro a vocês começarem a audição desta fantástica música, escrita sobre versos de John Dryden, pela ária What passion cannot Music raise. Duvido que não sigam ouvindo todo o resto. Du-vi-do!

HANDEL: Ode for St. Cecilia’s Day – HWV 76

1 Overture 03:35
2 Interlude 01:23
3 Recitative: From harmony, from heav’nly harmony 03:20
4 Chorus: From harmony 03:27
5 Air: What passion cannot Music raise 08:19
6 Air and chorus: The trumpet’s loud clangour 03:25
7 March 02:02
8 Air: The soft complaining flute 05:08
9 Air: Sharp violins proclaim 04:10
10 Air: But oh! what art can teach 04:15
11 Air: Orpheus could lead the savage race 01:46
12 Recitative: But bright Cecilia 00:42
13 Air and chorus: As from the powers of sacred lays 07:11

Dorothee Mields, soprano
Mark Wilde, tenor
Performed by: Concerto Polacco
Alsfelder Vocal Ensemble
Conducted by: Wolfgang Helbich

Total Playing Time: 44:43

BAIXE AQUI

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) e Max Bruch (1838-1920) – Concertos para Violino

Texto e upload de F.D.P. Bach.

Creio que todos tenhamos uma obra favorita, entre todas as que ouvimos. Seja um concerto para piano, uma sonata, um concerto para violino, enfim, por algum motivo, a elegemos como nossa favorita. Este concerto para violino de Mendelssohn é meu concerto para violino favorito, apesar da paixão que tenho pelo concerto de Brahms e pelo de Beethoven.

A primeira vez que ouvi essa obra eu deveria ter uns 12 ou 13 anos, morava em Curitiba, e fui com minha mãe e minha irmã a uma apresentação de um violinista húngaro no Teatro Guaíra. Nem imagino qual seria o nome do solista, sei que era húngaro pois minha mãe comentou com minha irmã. Claro que com esta idade eu até teria uma tênue noção de onde seria a Hungria, mas daí saber da tradição dos violinistas húngaros é outra história. Enfim, fiquei fascinado com a apresentação e com a música. Nunca tinha ouvido nada parecido. Lembro-me perfeitamente dos trejeitos do solista, ficamos na terceira ou quarta fila, bem próximos do palco, e pude observar seus olhos fechados enquanto tocava, e quando os abria, era para trocar algum sinal com o maestro. Ou seja, me marcou muito. E o público o aplaudiu muito durante vários minutos, ´se não me engano ele até bisou, mas nem me perguntem o quê.

Nessa fase de nossas vidas, a entrada na adolescência, somos extremamente influenciáveis, e com certeza essa apresentação marcou minha vida. Não sei se seria tão apaixonado pela música em si se não fosse esse concerto, entre outros que vim a assistir naquele mesmo palco.

Já tive várias versões desse concerto, umas 20 talvez, mas as que mais me chamaram a atenção foram a do Itzak Perlman, junto com o Andre Previn e a LSO, em uma gravação que também ganhou o Diapason d`or, e esta do Maxim Vengerov. Duas gerações, duas escolas bem diferentes. Toda sensibilidade, delicadeza e alma que Perlman impõe em sua interpretação em Vengerov é substituída pela força, versatilidade e fluência. Diria que encaro estas interpretações como um duelo de titãs, mas cada qual com suas armas, e no final das contas, não há necessariamente um vencedor. Apenas nós, meros ouvintes, somos vencedores, por termos tido oportunidade de ouvir essa obra tão fantástica, e interpretada com tanta competência.

Perguntei ao meu caro irmão P.Q.P. qual a versão que poderia postar, e ele, sem demonstrar qualquer dúvida, sugeriu a do Vengerov. Creio que ele possa explicar sua veneração por este mago do violino, talvez o maior violinista de sua geração. Seu estilo me lembra muito David Oistrakh, pela energia com que toca. É o espírito e a tradição eslavas, com certeza, falando mais alto (e bota mais alto nisso, Oistrakh tinha pelo menos 1,90 de altura).

Antes que me esqueça, nesta gravação Maxim Vengerov é acompanhado por um de meus regentes favoritos, Kurt Masur, que dirige a Leipzig Gevandhaus Orchestra, que por sua vez, também foi dirigida pelo mesmo Mendelssohn há mais de 150 anos atrás…

Violin Concerto No.1 in G minor, Op. 26
Composed by Max Bruch
Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov
Conducted by Kurt Masur
1. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Vorspiel: Allegro Moderato
2. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Adagio
3. Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26: Finale: Allegro Energico

Violin Concerto in E minor, Op. 64
Composed by Felix Mendelssohn
Performed by Leipzig Gewandhaus Orchestra with Maxim Vengerov
Conducted by Kurt Masur
4. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegro Molto Appassionato
5. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Andante
6. Violin Concerto In E Minor, Op. 64: Allegretto Non Troppo – Allegro Molto Vivace

BAIXE AQUI

Claude Debussy (1862-1918) – Obras Orquestrais (Nocturnes, La Mer, Prélude A L’Après-Midi D’Un Faune, etc.)

Você quer baixar um CD que ganhou um Grammy e foi indicado para outro? Ou você quer um que recebeu o Gran Prix du Disque? Talvez você queira dois que tenham a grife do Diapason d`Or? Ou você prefere um Gramophone Record of the Year?

No caso dos CDs abaixo, tanto faz se você gosta mais da Diapason ou da Gramophone ou se considera o Grammy muito comercial em relação ao Gran Prix du Disque, pois Pierre Boulez e a Orquestra de Cleveland interpretando Debussy ganhou todos esses prêmios.

Nem vou falar da música, OK? Ouça!

CD1
1. Prélude A L’Après-Midi D’Un Faune
2. Images Pour Orchestre : N°1 Gigues
3. Images Pour Orchestre : N°2 Iberia : Par Les Rues & Par Les Chemins
4. Images Pour Orchestre : N°2 Iberia : Les Parfums De La Nuit
5. Images Pour Orchestre : N°2 Iberia : Le Matin D’Un Jour De Fête
6. Images Pour Orchestre : N°3 Rondes De Printemps
7. Printemps : Très Modéré
8. Printemps : Modéré

Performed by Cleveland Orchestra Chorus and Cleveland Orchestra,
Conducted by Pierre Boulez,
Franklin Cohen, Clarinete.

BAIXE AQUI

CD2
1. Nocturnes: Nuages. Modéré
2. Nocturnes: Fêtes. Animé et trÞs rythmé
3. Nocturnes: Sirènes. Modérément animé
4. Première Rhapsodie pour Clarinette et Orchestre
5. Jeux
6. La Mer: I. De l`aube a midi sur la mer. Très lent
7. La Mer: II. Jeux de vagues. Allegro
8. La Mer: III. Dialogue du vent et de la mer. Animé et tumultueux

Performed by Cleveland Orchestra Chorus and Cleveland Orchestra,
Conducted by Pierre Boulez,
Franklin Cohen, Clarinete.

BAIXE AQUI

Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach

O Caderno de Notas de Anna Magdalena Bach não é uma “obra” de meu pai, Johann Sebastian Bach. Trata-se simplesmente, como diz nome, de um caderno de notas mantido por sua segunda mulher, a jovem Anna Magdalena Wilcken (ou Wülckens). Ali estavam anotadas as músicas que executávamos em nossos saraus noturnos. Servia a nossa diversão e a de nossos amigos, é um registro de um hábito que perdeu-se no século XX, substituído pela tela da TV. Antes, saraus com boa música; agora, Faustão. É, nem tudo é evolução. (Rimou…)

São músicas ligeiras e agradáveis. Há de tudo neste caderno: o tema base das Variações Goldberg, a Allemande inicial das Suítes Francesas, o Prelúdio Nº 1 do Cravo Bem Temperado, porém há também temas escritos por meu meio-irmão Carl Philip Emmanuel Bach, por François Couperin – que meu pai amava – e pelos alunos que nos freqüentavam. A ária mais famosa desta série, Bist du bei mir, foi provavelmente escrita por um aluno de nome Stölzel. Sim, ela leva o BWV 508, porém os freqüentadores do PQP devem saber que nem sempre podemos acreditar nos catálogos.

Então, como o Caderno é uma coleção imensa e arbitrária de músicas compostas exclusivamente próprio caderno ou não, cada grupo escolhe o que quer executar e faz o seu Notenbüchlein.

Este é o de Gustav Leonhardt, o que não é pouca coisa.

1. Polonaise g-moll, BWV Anh. 119 0:54
2. Marche Es-dur, BWV Anh.127 1:35
3. Menuet G-dur & g-moll, BWV 114/115 2:40
4. Willst du dein Herz mir schenken, BWV 518 2:27
5. Rondeau B-dur (Fr.Couperin), BWV Anh. 183 4:40
6. Bist du bei mir, BWV 508 2:21
7. Aria fur Clavier G-dur, BWV 988, 1 2:16
8. So oft ich meine Tobackspfeife, BWV 515a 3:47
9. Marche G-dur, (C,Ph.E.Bach), BWV Anh.124 1:27
10. Allemande d-moll, BWV 812, 1 4:08
11. Dir, dir, Jehova, will ich singen, BWV 299 2:29
12. Praeludium C-dur, BWV 846, 1 1:53
13. Menuet G-dur, BWV Anh.116 1:22
14. Marche D-dur (C.PH.E.Bach), BWV Anh. 122 0:54
15. Musette D-dur, BWV Anh.126 0:48
16. BWV 82, 2&3 8:13
17. Chorealbeabeitung Er nur den lieben Gott lasst walten, BWV 691 1:39
18. O Ewigkeit du Donnerwort, BWV 513 (4 stimmig) 1:18

Soprano: Elly Ameling
Barítono: Hans-Martin Linde
Cravo: Gustav Leonhardt
Viola da Gamba: Johannes Koch
Violoncelo: Angelica May
Órgão: Rudolf Ewerhart

BAIXE AQUI

Astor Piazzolla (1921-1992) – Música Completa para Flauta e Violão

Inteiramente baseada no tango, a obra de Piazzolla vai migrando lentamente para os salões de música erudita. uma das discussões mais inúteis que conheço é aquela que pretende decidir o que é clássico e o que é popular. Certamente, a complexidade e virtuosismo exigidos nas composições de Piazzolla, somadas ao fato de que a maioria de suas obras são escritas para pequenos grupos instrumentais, contribuem para que o grande argentino circule nos dois meios sem maiores problemas.

O destaque deste CD é, obviamente, a Histoire Du Tango: seus movimentos Bordel 1900, Cafe 1930, Nightclub 1960 e Concert d’aujourd’hui, dão-nos uma curiosa visão do que foi a evolução do tango. Imperdível.

Outro detalhe: os solistas deste CD são simplesmente espetaculares.

PIAZZOLA: Complete Music for Flute and Guitar

Cinco Piezas para Guitarra Solo
1 Campero 04:05
2 Romantico 04:17
3 Acentuado 03:22
4 Triston 04:54
5 Compadre 02:54
Hugo German Gaido, guitar

Tango Etudes para Flauta Solo
6 Etude No. 1 03:34
7 Etude No. 2 07:21
8 Etude No. 3 03:35
9. Etude No. 4 04:29
10 Etude No. 5 02:11
11 Etude No. 6 04:33
Irmgard Toepper, flute

Histoire du Tango para Flauta e Violão
12 Bordel 1900 03:51
13 Cafe 1930 06:47
14 Nightclub 1960 05:55
15 Concert d’aujourd’hui 05:14
Irmgard Toepper, flute
Hugo German Gaido, guitar

Total Playing Time: 01:07:02

BAIXE AQUI

Claude Debussy (1862-1918) – Suite Bergamasque, Estampes, Children`s Corner, etc.

Debussy é um compositor de enorme importância não só na música francesa. Seu papel como renovador da linguagem harmônica, cujo vocabulário ampliou-se devido às novas concepções na formação e encadeamento dos acordes, foi fundamental para a música moderna e, mesmo que tenham sido consideradas por seus contemporâneos como subversivas dos princípios tradicionais, eram apenas um ousado e inteligente alargamento desses princípios e uma conseqüencia lógica dos trabalhos de Chopin, Liszt e Mussorgsky. Quanto ao ritmo, também foi ponto de partida para muitos compositores do século XX. Bartók, Stravinski e Villa-Lobos devem muito a ele.

Neste CD, o pianista Alexis Weissenberg apresenta algumas das maiores obras para piano do mestre. Tenho certeza de que não precisaremos esperar muito para que Philippe Entremont nos mostre um programa semelhante, pois em breve teremos uma nova colaboradora no PQP e ela prefere a gravação de Entremont. Eu, P.Q.P. Bach, conheço ambas e, sinceramente, gosto das duas.

1. Estampes: Pagodes
2. Estampes: La Soiree Dans Grenade
3. Estampes: Jardins Sous La Pluie
4. Etude N°11 : Arpèges Composés
5. Suite Bergamasque: Prelude
6. Suite Bergamasque: Menuet
7. Suite Bergamasque: Clair De Lune
8. Suite Bergamasque: Passepied
9. Children’s Corner: Doctor Gradus Ad Parnassum
10. Children’s Corner: Jimbo’s Lullaby
11. Children’s Corner: Serenade For The Doll
12. Children’s Corner: The Snow Is Dancing
13. Children’s Corner: The Little Shepherd
14. Children’s Corner: Golliwogg’s Cake-Walk
15. La Fille Aux Cheveux De Lin
16. L’isle Joyeuse
17. La Plus Que Lente

Composé par Claude Debussy
avec Alexis Weissenberg, piano.

BAIXE AQUI

Robert Schumann (1810-1856) – Concerto para Piano e outras obras

F.D.P. Bach nos manda a obra completa para piano e orquestra de Schumann acompanhada deste texto:

Creio que esta obra se encaixe bem com este ciclo brahmsiano, devido à amizade entre ambos, e à influência que ele exerceu sobre o jovem Brahms, e, claro, à paixão platônica (pero no mucho, segundo as más linguas), deste mesmo jovem Brahms pela maravilhosa Clara Schumann. Não importa, o que importa é que trata-se de uma música maravilhosa, extremamente virtuosística, e que mostra Schumann no apogeu de sua qualidade de compositor. Detalhe a se considerar, é o romantismo exacerbado dessa obra. Não há como não se emocionar com ela… há uma profunda sincronia entre piano e orquestra, e em momento algum um permite que o outro se destaque em demasia.

Nesta mesma gravação seguem duas outras obras para piano e orquestra menos conhecidas, mas de igual beleza.

Espero que apreciem.

1. Concerto For Piano And Orchestra, Op. 54, In A Minor: Allegro affettuoso
2. Concerto For Piano And Orchestra, Op. 54, In A Minor: Intermezzo. Andantino grazioso
3. Concerto For Piano And Orchestra, Op. 54, In A Minor: Allegro vivace
4. Konzertstuck, Op. 92 (Introduction & Allegro Appassionato For Piano And Orchestra) In G-Major
5. Konzertstuck, Op. 134 (Introduction & Allegro Concertante For Piano And Orchestra) In D Minor

Composed by Robert Schumann
with Berlin Philharmonic Orchestra,
Murray Perahia, piano
Conducted by Claudio Abbado

BAIXE AQUI

Radamés Gnattali (1906-1988) – Braziliana nº 13 e outras obras para violão solo

O grande Maestro Radamés fez frutífero contato com o violonista Rafael Rabello (1962-1995) numa época em que ressurgia o choro no Rio de Janeiro. Radamés foi um dos mestres mais requisitados nesse período, demonstrando uma jovialidade que encantou novos chorões como Joel Nascimento, Rafael Rabello e Maurício Carrilho. Nasceram assim amizades que geraram muitos encontros e parcerias. Em 1986, Rafael gravou este excepcional registro de obras do mestre gaúcho.

01 Braziliana nº 13: Samba bossa nova
02 Braziliana nº 13: Valsa
03 Braziliana nº 13: Choro
04 Tocata em ritmo de samba I
05 Tocata em ritmo de samba II
06 Dança brasileira
07 Estudo I – Presto possibile
08 Estudo V – Alegretto
09 Estudo VII – Comodo

Violonista: Rafael Rabello

BAIXE AQUI

J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas Profanas (3 de 8 CDs)

A Cantata BWV 205, que leva o nome, traduzido por mim, de Éolo Aplacado é uma das belas que meu pai fez. Trata-se de uma encomenda; foi escrita para comemorar o onomástico do respeitado acadêmico da Universidade de Leipzig August Friedrich Muller e é do ano de 1725. O libreto de Picander é levemente baseado em Virgílio, o qual deve ter dado cabeçadas em sua cova ao ver o que ele e meu pai fizeram de com seus versos da Eneida…

Éolo, deus dos ventos, está nervoso e soprando tudo, há sofrimento no mar e na terra, pois o homem não estava para brincadeiras. Zéfiro, filho de Éolo com tendências gays, ventinho suave como a brisa, mensageiro da primavera, protetor dos marinheiros, mais chegado a um hálito refrescante, foi lá tentar acalmar o pai, mas este não quis nem saber. Outros deuses também foram lá mas o homem estava incontrolável e mandava furacões pra todo lado. Porém…, Palas Atena, a deusa da sabedoria, conversou com Éolo utilizando mortal argumento. Disse ela:

– Olha, Éolo. O negócio é o seguinte: pára com esse coisa porque hoje é o onomástico do Dr. August Friedrich Muller, da Universidade de Leipzig. Não é legal fazer isso num dia em que tão ínclita pessoa está em festa recebendo os amigos, etc.

Éolo aceita o irrefutável, indiscutível e inteligente argumento da deusa e suspende a ventania. Isto em música? Vocês não imaginam! Uma obra-prima sensacional!

Anos depois, meu pai reutilizou a música para outro Augusto, este um advogado, também em data de onomástico. Mas não ficou tão bom quanto o original. O novo libreto ficou muito ruim. Éolo e Palas perderam seus respectivos élans quando tiveram de homenagear um advogado. Talvez naquela época eles já fossem tão preguiçosos, caros, complicados e sensíveis quanto são hoje.

Cantata Profana BWV 205 & Quodlibet BWV 524

1. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Chor der Winde: Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft 5:53
2. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Ja, ja! Die Stunden sind nunmehro nah 1:44
3. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Wie will ich lustig lachen 4:03
4. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Gefürcht’ter Äolus 0:45
5. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Frische Schatten, meine Freude 3:39
6. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Beinahe wirst du mich bewegen 0:39
7. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Können nicht die roten Wangen 3:36
8. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: So willst du, grimmger Äolus 0:48
9. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Angenehmer Zephyrus 3:51
10. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Mein Äolus, Ach! 2:22
11. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Zurücke, zurücke, gerflügelten Winde 3:13
12. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Was Lust! Was Freude! Welch Vergnügen! 1:27
13. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Aria: Zweig und Äste 2:51
14. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Recitativo: Ja, ja! Ich lad euch selbst zu dieser Feier ein 0:39
15. BWV 205 – Der zufriedengestellte Aeolus: Chor der Winde: Vivat! August, August vivat! 2:52

com Sibylla Rubens , Yvonne Naef , Christoph Genz , Andreas Schmidt,
Gächinger Kantorei Stuttgart,
Bach-Collegium Stuttgart.
Dirigiert von Helmuth Rilling

16. BWV 524 – Quodlibet 10:11

com Sibylla Rubens , Ingeborg Danz , Marcus Ullmann , Andreas Schmidt , Michael Gross , Harro Bertz , Michael Behringer
Gächinger Kantorei Stuttgart,
Bach-Collegium Stuttgart.
Dirigiert von Helmuth Rilling

BAIXAR AQUI

Edvard Grieg (1843-1907) – Peer Gynt

F.D.P. Bach escreve:

Para manter o clima escandinavo, minha próxima contribuição é de uma gravação estupenda do “Peer Gynt”, de Grieg, nas competentes mãos de Esa-Pekka Sallonen, regendo a Orquestra Filarmônica de Oslo, com seu respectivo coral e com a maravilhosa voz de Barbara Hendricks. Essa gravação se destaca exatamente pelas partes cantadas, que poucos conhecem. Geralmente o que é gravado são as duas suítes, se deixando de lado estas preciosidades vocais. Comprei este CD há muitos anos atrás, e nunca mais tive oportunidade de encontrá-lo em outro local. É uma gravação fora dos catálogos da Sony. Em minha opinião, as partes que se destacam, escolha difícil diante da beleza desta obra, são as conhecidas “Canção de Solveig”, interpretada por Hendricks, e o coral na conhecida passagem “In the Hall of Mountain King”. De qualquer forma, é uma gravação maravilhosa. Espero que seja devidamente apreciada, pois é um registro um tanto quanto raro.

1 Act one – Prelude : In the wedding garden
2 Act one – The bridal procession passes
3 Act one – Halling
4 Act one – Springar
5 Act two – Prelude : The abduction of the bride – Ingrid’s lament
6 Act two – In the hall of the mountain King
7 Act two – Dance of the mountain King’s daughter
8 Act three – Prelude : Deep in the coniferous forest
9 Act three – Solveig’s song
10 Act three – Ase’s death
11 Act four – Prelude : Morning mood
12 Act four – Arabian dance
13 Act four – Anitra’s dance
14 Act four – Solveig’s song
15 Act five – Prelude : Peer Gynt’s journey home
16 Act five – Solveig’s song in the hut
17 Act five – Whitsun hymn
18 Act five – Solveig’s lullaby

Barbara Hendricks
Oslo Philharmonic Chorus
Oslo Philharmonic Orchestra
Esa-Pekka Salonen
Data de gravação: mai 1989

BAIXE AQUI

Obs: Estou enviando o link para o booklet que converti para .pdf do CD. AQUI

Carl Nielsen (1865-1931) – Os Três Concertos

Os escandinavos, muito organizados, parecem ter acertado que cada país teria seu compositor importante de música erudita. A Noruega ficou com Grieg, a Suécia com Berwald, a Finlândia com Sibelius e a Dinamarca com Nielsen.

Carl Nielsen é mais conhecido como grande sinfonista. É justo e eu, P.Q.P., poderia postar a integral aqui, comprada há muitos anos e bastante ouvida por mim. Mas seus concertos – que receberam poucas gravações – não são de se jogar fora. São belos trabalhos. O longo concerto para violino, o instrumento de Nielsen, foi dedicado ao enteado do compositor, o violinista Emil Telmáyi. O concerto para clarinete é bastante bom, assim como o para flauta. Nielsen escrevia muito bem para sopros e isto pode ser notado em suas sinfonias assim como em seu famoso quinteto para sopros, que infelizmente só tenho em vinil.

Importante: Nielsen escreveu apenas estes 3 concertos: um para violino, o segundo para clarinete e o terceiro para flauta. Temos aqui, portanto, mais uma integral. Afinal, este blog parece ter viciado nelas…

Violin Concerto, Op. 33
Performed by: Bournemouth Symphony Orchestra
Conducted by: Kees Bakels
Jonathan Carney, violin
1. Praeludium: Largo – Allegro cavalleresco 18:54
2. Poco adagio 06:26
3. Rondo: Allegretto scherzando 10:36

Clarinet Concerto, Op. 57
Performed by: Bournemouth Symphony Orchestra
Conducted by: Kees Bakels
Kevin Banks, clarinet
4. Clarinet Concerto, Op. 57 24:41

Flute Concerto (1926)
Performed by: Bournemouth Symphony Orchestra
Conducted by: Kees Bakels
Gareth Davies, flute
5. Allegro moderato 11:06
6. Allegretto 07:14

BAIXE AQUI

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia Nº 1, Op. 68

Retirado – ainda que levemente alterado – de um e-mail de F.D.P. Bach:

Creio que a décima sinfonia de Beethoven, ops, a primeira de Brahms, seja um contraponto interessante para os últimos quartetos publicados.

Essa é a versão que eu ouvia em fita cassete quando morava em São Paulo, até o dia em que a fita arrebentou. Um grande regente, uma grande orquestra, um compositor genial, e uma música simplesmente fantástica. Com uma combinação de talentos como essa, é difícil as coisas não darem certo. Karajan tinha o timing perfeito para Brahms. Conduz a orquestra com uma força e uma energia impressionantes e dá à obra uma grandiosidade que lhe é inerente. Não há como ficar indiferente.

1. Symphonie Nr. 1 C-moll Op. 68: 1. Un Poco Sostenuto – Allegro
2. Symphonie Nr. 1 C-moll Op. 68: 2. Andante Sostenuto
3. Symphonie Nr. 1 C-moll Op. 68: 3. Un Poco Allegretto E Grazioso
4. Symphonie Nr. 1 C-moll Op. 68: 4. Adagio – Allegro Non Troppo Ma Con Brio

Orquestra Filarmônica de Berlim
Herbert von Karajan

BAIXE AQUI

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Quartetos Nros 15 e 16 – Op. 132 e 135

Curto e grosso: eu simplesmente não vejo, na história da música, obras superiores aos últimos quartetos de Beethoven. Vejo iguais, superiores não. Antes de publicarmos a integral deles, publicamos dois num extraordinário registro. Os “últimos” são os quatetos de Nº 12 à 16. Você terá de procurar muito se quiser encontrar música mais bela (e importante) que o Molto Adagio e o Alegro Appassionato do Op. 132. O Op. 135 é o famoso e enigmático Muss es sein? Es muss sein (É preciso? É preciso.)

Quando lhe disseram que alguns destes quartetos haviam sido mal acolhidos, o compositor respondeu: “Gostarão mais tarde”. Tinha inteira razão.

Toda a série foi composta entre o verão de 1824 e o outono de 1826.

1. String Quartet N 15 In A Minor, Op 132 : Assai Sostenuto, Allegro
2. String Quartet N 15 In A Minor, Op 132 : Allegretto Ma Non Tanto
3. String Quartet N 15 In A Minor, Op 132 : Molto Adagio
4. String Quartet N 15 In A Minor, Op 132 : Alla Marcia, Assai Vivace…
5. String Quartet N 15 In A Minor, Op 132 : Allegro Appassionato
6. String Quartet N 16 In F Major, Op 135 : Allegretto
7. String Quartet N 16 In F Major, Op 135 : Vivace
8. String Quartet N 16 In F Major, Op 135 : Lente Assai E Cantate Tranquillo
9. String Quartet N 16 In F Major, Op 135 : Allegro, Grave Ma Non Tratto…

Quarteto Prazak

BAIXE AQUI

Johannes Brahms (1833-1897) – Complete Chamber Music (CD 3 de 11) Completando os Trios

F.D.P. Bach escreve sobre Brahms:

Sempre fui apaixonado pela obra de Brahms, desde que ouvi o Concerto para Piano nº 2, em uma gravação que nunca mais vi, com a dupla Kovacevich Bishop/Colin Davis. Passei horas ouvindo a Sinfonia nº1, até arrebentou a fita cassete de uma gravação do Karajan, e sua grandiosidade sempre me emociona. Brahms tinha uma incrível capacidade de dizer muito com poucas notas. Para alguns, isso seria uma falha, mas para a imensa maioria esse detalhe apenas comprova sua genialidade. Ouvindo qualquer uma de suas obras, vemos um eterno ir e voltar aos temas originais, com variações múltiplas. Ele trabalha com poucas notas, mas sabe exatamente como escolhê-las, e onde encaixá-las.

Abaixo, P.Q.P. falou em sua postagem que ele era “um compositor que parece ter nascido maduro e basta ouvir seus primeiros opus para se ter certeza disto.” Em minha opinião essa maturidade vem de duas causas principais: Seu nível de exigência para consigo mesmo era altíssimo, não publicava suas obras antes de ter certeza de que estava tudo em seu lugar. Outro ponto era sua veneração por Beethoven. Ele achava que não havia necessidade de compor outras sinfonias, pois o mestre de Bonn havia esgotado todas as possibilidades. Seu primeiro Concerto para Piano também foi tão trabalhado, reescrito e analisado que acabou saindo já quando ele tinha seus 40 e poucos anos. Ele era antes de tudo seu principal crítico. . Não, ele nunca se utiliza de artifícios vulgares ou concertísticos, como P.Q.P. coloca. Creio que para resumir, sua genialidade reside exatamente nesta característica: a certeza de que estava tudo no lugar certo, e nada sobrando. E, ao utilizar um mínimo de recursos, conseguiu criar uma obra única. Ouçam a Sinfonia nº 1 e depois me digam se não estou certo.

Com esta postagem e mais a do dia 22 de janeiro, você tem os Trios Completos de Brahms. Os três para a formação clássica de violino, violoncelo e piano, mais o para violino, trompa e piano e o para clarinete, violoncelo e piano. É grande música.

Estes são os dois primeiros CDs da tarefa que se impôs F.D.P. Bach – a de publicar aqui integralmente a obra de Brahms. Não tenho muito tempo para escrever porque estou organizando o CD com os Trios Completos… Além disto, acho que falar sobre Brahms é muito complicado. É um compositor que parece ter nascido maduro e basta ouvir seus primeiros opus para se ter certeza disto. Suas músicas sempre me impressionaram por sua profundidade e intensidade e por nunca – mesmo – utilizarem artifícios concertísticos ou vulgares. É uma opinião pessoal: Brahms me altera e me melhora.

1. Trio In A Minor, Op. 114, For Piano, Clarinet And Cello: Allegro
2. Trio In A Minor, Op. 114, For Piano, Clarinet And Cello: Adagio
3. Trio In A Minor, Op. 114, For Piano, Clarinet And Cello: Andante grazioso
4. Trio In A Minor, Op. 114, For Piano, Clarinet And Cello: Allegro
5. Piano Trio in C, Op. 87: Allegro
6. Piano Trio in C, Op. 87: Andante con moto
7. Piano Trio in C, Op. 87: Scherzo (Presto)
8. Piano Trio in C, Op. 87: Finale (Allegro giocoso)
9. Piano Trio In C Minor, Op. 101: Allegro energico
10. Piano Trio In C Minor, Op. 101: Presto non assai
11. Piano Trio In C Minor, Op. 101: Andante grazioso
12. Piano Trio In C Minor, Op. 101: Allegro molto

Faixas de 1 a 4:
Bernard Greenhouse (cello) ,
George Pieterson (clarinete) e
Menahem Pressler (piano).

Faixas de 5 a 12:
Beaux Arts Trio, em sua formação clássica:
Bernard Greenhouse (cello),
Daniel Guilet (violino) e
Menahem Pressler (piano).

BAIXE AQUI

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia Nº 11, Op. 103 – O Ano de 1905

Esta sinfonia talvez seja a maior obra programática já composta. Há grandes exemplos de músicas descritivas tais como As Quatro Estações de Vivaldi, a Sinfonia Pastoral de Beethoven , a Abertura 1812 de Tchaikovski, Quadros de uma Exposição de Mussorgski e tantas outras, mas nenhuma delas liga-se tão completa e perfeitamente ao fato descrito do que a décima primeira sinfonia de Shostakovich.

Alguns compositores que assumiram o papel de criadores de “coisas belas”, vêem sua tarefa como a produção de obras tão agradáveis quanto o possível. Camille Saint-Saëns dizia que o artista “que não se sente feliz com a elegância, com um perfeito equilíbrio de cores ou com uma bela sucessão de harmonias não entende a arte”. Outra atitude é tomada por Shostakovich, que encara vida e arte como se fosse uma coisa só, que vê a criação artística como um ato muito mais amplo e que inclui a possibilidade do artista expressar – ou procurar expressar – a verdade tal como ele a vê. Esta abordagem foi adotada por muitos escritores, pintores e músicos russos do século XIX e, para Shostakovich, a postura realista de seu ídolo Mussorgsky foi decisiva. A décima primeira sinfonia de Shostakovich tem feições inteiramente mussorgkianas e foi estreada em 1957, ano do quadragésimo aniversário da Revolução de Outubro. Contudo, ela se refere a eventos ocorridos antes, no dia 9 de janeiro de 1905, um domingo, quando tropas czaristas massacraram um grupo de trabalhadores que viera fazer um protesto pacífico e desarmado em frente ao Palácio de Inverno do Czar, em São Petersburgo. O protesto, feito após a missa e com a presença de muitas crianças, tinha a intenção de entregar uma petição – sim um papel – ao czar, exatamente esta aqui, solicitando coisas como redução do horário de trabalho para oito horas diárias, assistência médica, melhor tratamento, liberdade de religião, etc. A resposta foi dada pela artilharia, que matou mais de cem trabalhadores e feriu outros trezentos.

O primeiro movimento descreve a caminhada dos trabalhadores até o Palácio de Inverno e a atmosfera soturna da praça em frente, coberta de neve. O tema dos trabalhadores aparecerá nos movimentos seguintes, porém, aqui, a música sugere uma calma opressiva.

O segundo movimento mostra a multidão abordar o Palácio para entregar a petição ao czar, mas este encontra-se ausente e as tropas começam a atirar. Shostakovich tira o que pode da orquestra num dos mais barulhentos movimentos sinfônicos que conheço.

O terceiro movimento, de caráter fúnebre, é baseado na belíssima marcha de origem polonesa Vocês caíram como mártires (Vy zhertvoyu pali) que foi cantada por Lênin e seus companheiros no exílio, quando souberam do acontecido em 9 de janeiro.

O final – utilizando um bordão da época – é a promessa da vitória final do socialismo e um aviso de que aquilo não ficaria sem punição.

Dmitri Shostakovich – Sinfonia Nº 11, Op. 103 – O Ano de 1905 (1957)

Concertgebouw Orchestra.
Bernard Haitink, regência.

1. The Palace Square (Adagio)
2. 9 January (Allegro)
3. In Memoriam (Adagio)
4. Alarme (Allegro non troppo).

BAIXE AQUI

Franz Schubert (1797-1828) – O Quinteto D.956

F.D.P. Bach, que apresenta claramente um fraco por Schubert, enciumou-se com minha postagem de anterior e resolveu vingar-se colocando no ar aquela que, talvez, seja sua maior obra de câmara. Não é pouca coisa escolher a “maior” na obra do compositor.

A gravação é a premiadíssima versão do Emerson String Quartet reforçado por ninguém menos do que o violoncelista Mstislav Rostropovich, que gravou a música mais de 4 vezes em sua carreira com os diferentes quartetos de cordas.

O cineasta Alain Corneau elevou o adágio deste quinteto ao status de personagem em seu filme Noturno Indiano – baseado no romance de Antonio Tabucchi.. Com ele, fez uma das mais estarrecedoras cenas de miséria que conheço.

E há um blogueiro metido a ficcionista que utilizou filme e música numa de suas histórias: aqui.

1. Streichquintett C-Dur D 956 (Op. Post.163): Allegro ma non troppo
2. Streichquintett C-Dur D 956 (Op. Post.163): Adagio
3. Streichquintett C-Dur D 956 (Op. Post.163): Scherzo. Presto – Trio. Andante sostenuto
4. Streichquintett C-Dur D 956 (Op. Post.163): Allegretto

BAIXAR AQUI

Franz Schubert (1797-1828) – Os Trios Completos

Esta é uma gravação absolutamente notável do Trio Wanderer, um grupo de três jovens franceses que estão repetindo a competência e o sucesso dos veteranos do Beaux Arts. Outro destaque extraordinário é a qualidade do som do CD áudio original. Pelos intérpretes e pela qualidade da música, vale o investimento.

Além de gênio absoluto, poucos compositores deixam os musicólogos mais felizes. Sua obra é a maior confusão. Schubert deixou uma montanha de manuscritos incompletos por razões ignoradas. Começava trabalhos e deixava-os pela metade; finalizava trabalhos e não apresentava em publicava. Por exemplo, a Sinfonia Nº 8 é a Inacabada, mas a Nº 9 está completa. Nestes belíssimos trios, há o detalhe de Schubert ter escrito primeiro o Nº 2 e depois o Nº 1; além disto, há dois movimentos avulsos que fariam parte de futuros trios nunca compostos. Um deles, o Noturno que está no primeiro CD, é música de primeiríssima linha que devia estar esperando companhia musical adequada…

A interpretação do Wanderer é antológica, com destaque para o famoso Andante con Moto do Trio Nº 2.

A não perder!

1. Trio Nº 1, D898 En Si Bémol Majeur : Allegro Moderato
2. Trio N°1, D898 En Si Bémol Majeur : Andante Un Poco Mosso
3. Trio N°1, D898 En Si Bémol Majeur : Scherzo
4. Trio N°1, D898 En Si Bémol Majeur : Rondo
5. Nocturne En Mi Bémol Majeur, D897

BAIXE AQUI

CD 2:
1. Trio N°2, D929 En Mi Bémol Majeur : Allegro
2. Trio N°2, D929 En Mi Bémol Majeur : Andante Con Moto
3. Trio N°2, D929 En Mi Bémol Majeur : Scherzando
4. Trio N°2, D929 En Mi Bémol Majeur : Allegro Moderato
5. Sonatensatz En Si Bémol Majeur, D28

BAIXE AQUI

Trio Wanderer

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – As Suítes Francesas

Primeiro, um artigo sobre o pianista:
A Provocação de Glenn Gould
Por: Milton Ribeiro

Antigamente, a música – mesmo a mais grandiosa – era utilizada como pano de fundo para jantares e comemorações. Para nós é difícil conceber isto, mas a música de Vivaldi, por exemplo, era ouvida sob o provavelmente alegre som de comensais italianos alcoolizados… Excetuando-se os saraus privados, o único local onde podia-se ouvir música em silêncio era nas igrejas. O ritual de deslocar-se até uma sala de concertos a fim de ouvir e ver silenciosamente a performance de orquestras, cantores e recitalistas é relativamente recente – começou há uns 150 anos. Sob uma forma mais barulhenta, a música popular aderiu a este ritual no século XX, porém hoje seus concertos visam mais a celebração do artista do que a finalidades “expressivas” ou “interpretativas”. Alguns radicais, como o extraordinário pianista canadense Glenn Gould (1932-1982) – cujas interpretações de Bach são até hoje difíceis de superar – trilharam o caminho inverso chegando ao extremo de abandonar suas carreiras de concertistas por não acreditarem mais que o formato de concertos e shows fosse aceitável, quando comparado às vantagens oferecidas pelos estúdios de gravação. Não obstante o abandono dos holofotes e dos aplausos – em seu caso sempre entusiásticos -, Gould seguiu pianista e continuou produzindo discos cada vez melhores; mesmo sem ter marcado um mísero concerto em seus 27(!) últimos anos de vida.

Glenn Gould acreditava que a tecnologia oferecida pelos estúdios o colocava mais próximo de seu ideal artístico, que colocava a técnica pianística em segundo plano. Apesar de ser um instrumentista absolutamente preciso e hábil, a impressão mais forte que temos ao ouvi-lo não é a do virtuosismo, mas a da expressividade. Com ele, pode-se ouvir a música. Gould pensava que existia somente uma interpretação perfeita de cada obra e que esta só poderia ser obtida em estúdio com auxílio da tecnologia.

A verdade é que as gravações revolucionaram inteiramente nossa abordagem à música. Em menos de um século, passamos do sarau ao CD, fomos do amadorismo afetuoso e comovedor de nossas residências (que bom se pudéssemos voltar no tempo, não?) ao sampler. Vejamos como:

1877: Thomas Edison constrói e dá nome ao primeiro fonógrafo, um aparelho que registra e reproduz sons, utilizando um cilindro de parafina.

1888: O disco envernizado substitui o cilindro de Edison.

1925: Aparece o primeiro toca-discos elétrico, que funcionava com discos de 78 rpm. Um movimento – cheio de chiados – de uma sonata de Beethoven poderia ocupar vários discos… Meu pai tinha o Op. 111 do compositor alemão em 8 discos ou 16 lados de discos 78 rpm!

1940: O acetato e o verniz começam a ser substituídos pela fita magnética.

1948: Surge o LP, que podia receber até 30 minutos de música (uma sinfonia de Mozart!) de cada lado. Todos os discos de 78 rotações deveriam ser jogados fora. (Este é outro assunto…)

1958: O som estereofônico torna obsoletas as gravações anteriores, feitas em mono. Chegou a vez de jogar fora tudo o que não era estéreo.

1965: A fita cassete ameaça o disco, mas não o vence.

1979: Aparecem as fitas digitais (DAT) com som semelhante ao do CD; isto é, muito mais claras do que tudo o que já havia surgido antes.

1983: Chega o CD, mais uma vez desvalorizando todas as outras gravações realizadas em outros meios.

Gould falava em quão recente era a supostamente eterna tradição das salas de concerto e ridicularizava vários de seus aspectos. Por que haveria de ser necessário atravessar a cidade – talvez com chuva ou sem a vestimenta adequada -, para ir sentar- com hora marcada -, em cadeiras normalmente piores do que as de nossas casas, a fim de ouvir o mesmo velho e conhecido repertório tocado com acompanhamento de sussurros e tosses? Segundo ele, a única coisa que mantinha viva a tradição dos concertos era a oligarquia do mundo dos negócios musicais, acrescida do que Gould chamava de “uma afetuosa, ainda que às vezes frustrante, característica humana: a relutância em aceitar as conseqüências de uma nova tecnologia.”

Eu, modestamente, adoro ir a concertos. Amo aquela celebração dedicada aos músicos e à música; mas concordo com Gould em muitas coisas. É complicado sair de casa para ver, muitas vezes, concertos constrangedoramente inferiores àquilo que temos em nossa discoteca. Outra coisa triste é o conservadorismo do repertório apresentado: principalmente no Brasil, considera-se que estejamos eternamente “educando o público para a música erudita”. Com este argumento, as orquestras obtém o aval para apresentarem somente o mainstream do repertório. (Há as exceções, mas são raras…) Enquanto isto, o LP e o CD abriram um leque de opções que mudaram nosso conhecimento musical. Obras extraordinárias puderam voltar a fazer parte de nossa cultura, grande parte da música de câmara (música escrita para pequenos grupos de instrumentistas) e da música antiga, inadequadas para as grandes salas, voltaram através dos discos.

Houve uma importante alteração na maneira de tocar a música e, por conseguinte, de ouvi-la e compreendê-la. Uma vez que, no estúdio, os músicos não tinham mais de preencher os grandes espaços das salas de concerto com som, todo o processo de fazer música passou a colocar mais ênfase na clareza e beleza do fraseado. Os microfones que fizessem o resto! Os antigos instrumentos – de som mais fraco – retornaram à vida e surgiram as gravações com interpretações históricas, utilizando instrumentos de época, que respeitam a dinâmica e a forma original das obras.

Ainda dá para brigar a favor ou contra estas opiniões de Gould ou estão definitivamente superadas?

Observação: A maior parte dos argumentos aqui colocados livremente estão sistematizados no livro de Otto Friedrich Glenn Gould: A Life and Variations.

Agora, a qualidade do pianista:

Bach: French Suites, BWV 812-817

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 1 in D Minor, BWV 812
I. Allemande 1:31
II. Courante 1:03
III. Sarabande 2:50
IV. Menuett I 1:12
V. Menuett II 2:28
VI. Gigue 2:07

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 2 in C Minor, BWV 813
I. Allemande 2:35
II. Courante 2:08
III. Sarabande 2:16
IV. Air :54
V. Menuett :50
VI. Gigue 1:41

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 3 in B Minor, BWV 814
I. Allemande 1:34
II. Courante 1:10
III. Sarabande 1:39
IV. Menuett – Trio 2:01
V. Anglaise :49
VI. Gigue 1:39

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 4 in E-Flat Major, BWV 815
I. Allemande 1:09
II. Courante 1:08
III. Sarabande 2:09
IV. Menuett, BWV 815a :56
V. Gavotte :45
VI. Air 1:04
VII. Gigue 1:53

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 5 in G Major, BWV 816
I. Allemande 1:47
II. Courante 1:16
III. Sarabande 2:52
IV. Gavotte :40
V. Bourée :48
VI. Loure 1:07
VII. Gigue 2:25

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)Suite No. 6 in E Major, BWV 817
I. Allemande 1:33
II. Courante 1:00
III. Sarabande 2:38
IV. Gavotte :36
V. Polonaise :54
VI. Menuett :47
VII. Bourée :58
VIII. Gigue 2:03

Glenn Gould, piano

BAIXE AQUI

Johannes Brahms (1833-1897) – Complete Chamber Music (CD 1 de 11) Trio Nº 1, Op. 8, e Trio para Trompa, Op. 40

Com este link, F.D.P. Bach inicia de forma sistemática a integral da obra de câmara de Brahms.

O fato de eu não lembrar do Trio Nº1 não significa que ele seja inferior. Mas garanto que o Trio para Trompa, Violino e Piano é uma obra-prima!

Em tempo: F.D.P. Bach vem em meu auxílio. A composição do Trio nº1, op. 8 foi iniciada com Brahms iniciou ainda jovem, quando frequentava a casa do casal Schumann em Düsseldorf. Ele nunca a apresentou em público, apenas alguns trechos para amigos mais próximos, incluíndo aí, é claro, o casal Schumann. Porém, nunca ficou satisfeito com o resultado. Ele o refez muitos anos mais tarde, 35 anos depois, para ser mais exato. De acordo com seu biógrafo Malcom MacDonald, a única idéia que permaneceu do original foram os acordes iniciais do piano, ainda no primeiro movimento. O restante foi todo refeito. Considero-a uma obra maior, de extrema profundidade e de um romantismo contido, porém facilmente perceptível. O Beaux Arts Trio dispensa apresentações. Creio que seja a melhor interpretração desta peça. Boa audição.

Como sempre faz, F.D.P. capricha na escolha da gravação. Leiam a relação dos músicos que executam os trios e sinta-se tranqüilo, pois não há outro jeito: qualquer gravação com esta turma sempre será referência para as outras.

Horn Trio in E flat, Op. 40:
1. Andante
2. Scherzo: Allegro
3. Adagio Mesto
4. Finale: Allegro Con Brio
Arthur Grumiaux (violin), Francis Orval (horn), Gyorgy Sebok (piano)

Piano Trio No. 1 in B major, Op. 8:
1. Allegro con brio
2. Scherzo: Allegro molto
3. Adagio
4. Allegro
Bernard Greenhouse (cello), Daniel Guilet (violin) e Menahem Pressler (piano); ou seja, o Beaux Arts Trio em sua formação original.

BAIXE AQUI

Georg Friederich Händel (1685-1759) – O Triunfo do Tempo e do Desengano

O anúncio da estréia dizia:

IL TRIONFO DEL TEMPO E DEL DISINGANNO

Oratorio in 2 parti
Libretto di Benedetto Pamphili

Musica di Georg Friedrich Händel

Roma, Collegio Clementino , giugno 1707

PERSONAGGI VOCI
BELLEZZA Soprano (Beauty)
PIACERE Soprano (Pleasure)
DISINGANNO Alto (Disillusion)
TEMPO Tenor (Time)


Direttore: Arcangelo Corelli

Com este nome, poderia ser um oratório existencialista com o tempo e o desengano (ou verdade, ou desilusão) triunfando sobre a beleza e o prazer.

Mas não, é um belíssimo oratório de Händel, muito pouco divulgado. O compositor, aos 22 anos, estava na Itália quando escreveu este que foi o primeiro de seus muitos oratórios. Curiosamente, foi também o último, pois ele o reescreveu, traduzindo-o para o inglês com o nome de The Triumph of Time and Truth. No texto do oratório as personagens Beleza, Prazer, Desengano (ou Verdade) e Tempo discutem. É um tema bastante comum no repertório cheio de alegorias do barroco.

CD 1

1. Prima Parte. Son: Allegro – Adagio – Allegro
2. Prima Parte. Aria: Fido Specchio…
3. Prima Parte. Recitativo
4. Prima Parte. Aria: Fosco Genio, E Nero Duolo Mai Non Vien Per Esser Solo…
5. Prima Parte. Recitativo
6. Prima Parte. Aria: Se La Bellezza Perde Vaghezza…
7. Prima Parte. Recitativo
8. Prima Parte. Aria: Un Schiera Di Piaceri
9. Prima Parte. Recitativo
10. Prima Parte. Aria: Urne Voi, Che Racchiudete Tante Belle…
11. Prima Parte. Recitativo
12. Prima Parte. Duetto: Il Voler Nel Fior Degl’anni…
13. Prima Parte. Recitativo
14. Prima Parte. Aria: Un Pensiero Nemico Di Pace…
15. Prima Parte. Recitativo
16. Prima Parte. Aria: Nasce L’uomo, Ma Nasce Bambino…
17. Prima Parte. Aria: L’uomo Sempre Se Stesso Distrugge…
18. Prima Parte. Recitativo
19. Prima Parte. Son
20. Prima Parte. Aria: Un Leggiadro Giovinetto…
21. Prima Parte. Recitativo
22. Prima Parte. Aria: Venga Il Tempo…
23. Prima Parte. Aria: Crede L’uom Ch’egli Riposi…
24. Prima Parte. Recitativo
25. Prima Parte. Aria: Folle, Dunque Tu Sola Presumi…
26. Prima Parte. Recitativo
27. Prima Parte. Qt: Se Non Sei Piu Ministro Di Pene…

BAIXE AQUI

CD 2

1. Seconda Parte. Recitativo
2. Seconda Parte. Aria: Chiudi, Chiudi I Vaghi Rai…
3. Seconda Parte. Recitativo
4. Seconda Parte. Aria: Io Sperai Trovar Nel Vero…
5. Seconda Parte. Recitativo
6. Seconda Parte. Aria: Tu Giurasti Di Mai Non Lasciarmi…
7. Seconda Parte. Recitativo
8. Seconda Parte. Aria: Io Vorrei Due Cori In Seno…
9. Seconda Parte. Recitativo
10. Seconda Parte. Aria: Piu Non Cura Valle Oscura…
11. Seconda Parte. Recitativo
12. Seconda Parte. Aria: E Ben Folle Quel Nocchier…
13. Seconda Parte. Recitativo
14. Seconda Parte. Qt: Voglio Tempo Per Risolvere…
15. Seconda Parte. Recitativo
16. Seconda Parte. Aria: Lascia La Spina…
17. Seconda Parte. Recitativo
18. Seconda Parte. Aria: Voglio Cangiar Desio…
19. Seconda Parte. Recitativo
20. Seconda Parte. Aria: Chi Gia Fu Del Biondo Crine…
21. Seconda Parte. Recitativo
22. Seconda Parte. Aria: Ricco Pino Nel Cammino…
23. Seconda Parte. Recitativo
24. Seconda Parte. Duetto: Il Bel Pianto Dell’aurora Che S’indora…
25. Seconda Parte. Recitativo
26. Seconda Parte. Aria: Come Nembo Che Fugge Col Vento…
27. Seconda Parte. Recitativo Accompagnato
28. Seconda Parte. Aria: Tu Del Ciel Ministro Eletto…

BAIXE AQUI

Il trionfo del Tempo e del Disinganno, oratorio, HWV 46a
Composé par George Frideric Handel
Joué par Les Musiciens de Louvre
avec Nathalie Stutzmann, Jennifer Smith, John Elwes, Isabelle Poulenard
Dirigé par Marc Minkowski

Franz Liszt (1811-1886) – Os Dois Concertos para Piano

Por FDP Bach: Sviastoslav Richter foi um grande pianista, um dos grandes do século XX. Esta gravação dos concertos de Liszt é histórica, realizada ainda na década de 60, ao lado de outro grande russo, Kiril Kondrashin, que rege a Filarmônica de Londres. Creio que o grande trunfo da dupla Richter/Kondrashin nestas gravações é seu pleno controle da execução, de uma meticulosidade impressionante. Richter não se deixa envolver por demais com a estrutura romântica da obra, a interpreta com racionalidade, diferentemente de outros intérpretes, que resolvem se jogar de corpo e alma na execução. Espero que apreciem.

Por PQP Bach: Curta nota sobre a obra pianística de Liszt: Apesar do pouco sucesso de quase todas as suas obras orquestrais e corais, Liszt seguiu com coerência ferrenha, certo de que estava a produzir para o futuro. E ele realizou-se plenamente apenas na música para piano, seu instrumento. Ainda assim é bom não levar em conta grande parte dela. As variações e fantasias sobre melodias de óperas são medonhas, assim como as danças e as valsas da moda. São músicas de virtuosismo vazio, que apenas serviam como suporte para os concertos do super-astro do teclado que foi Liszt durante boa parte de sua vida. Porém, os dois Concertos para Piano, as peças poéticas Années de péerinage e as Harmonies poétiques et religieuses e, principalmente, a incontestabilíssima Sonata para Piano em Si Menor, são outra conversa.

Liszt: The Two Piano Concertos

1. Piano Concerto No. 1 In E flat: 1. Allegro maestoso
2. Piano Concerto No. 1 In E flat: 2. Quasi adagio
3. Piano Concerto No. 1 In E flat: 3. Allegretto vivace – Allegro animato
4. Piano Concerto No. 1 In E flat: 4. Allegro marziale animato

5. Piano Concerto No. 2 In A: Adagio sostenuto assai – Allegro agitato assai
6. Piano Concerto No. 2 In A: Allegro moderato
7. Piano Concerto No. 2 In A: Allegro deciso – Marziale un poco meno allegro
8. Piano Concerto No. 2 In A: Allegro animato

Composed by Franz Liszt
Performed by London Symphony Orchestra with
Sviatoslav Teofilovich Richter
Conducted by Kiril Kondrashin

BAIXE AQUI

Por amor ao contraditório

Tão infindáveis quanto as discussões sobre política ou futebol são as comparações entre interpretações de música erudita. Na opinião deste P.Q.P. Bach, tão bom quanto descobrir uma nova obra é comparar gravações. Àqueles estranhos a este mundo deve parecer curioso falar no “Beethoven de Karajan”, no “Bach de Gould”, no “Bruckner de Jochum” ou no “Mozart de Maria João Pires”. Eles também ignoram que há pessoas dispostas a matar ou roubar para defender Otto Klemperer ou qualquer outro como o maior de todos os maestros interpretando determinada obra… Os amantes da ópera costumam ser piores ainda neste quesito, pois são obrigados a recorrer a incríveis analogias a fim de descrever sua opinião acerca de um agudo de um soprano, por exemplo. Já vi pessoas romperem definitivamente por causa de Maria Callas.

Muitas vezes tais discussões advém realmente de diferenças de concepção deste ou daquele músico ou cantor, porém, outras vezes, alguns registros são defendidos apenas por alguns compassos em que fulano ou sicrano foi, na opinião do ouvinte, sublime.

A fim de este hábito não se perca, P.Q.P. Bach irá contrapor outra gravação ao Op. 25 de Brahms, recentemente disponibilizado por F.D.P. Bach. Deixo aqui para vocês a esplêndida interpretação do Trio Beaux Arts mais o violista Walter Trampler. Não sei se F.D.P. teria a gravação deste conjunto para o Op. 60. Se tivesse, gostaria que ele nos permitisse ouvir, pois… pois… bem, quero fazer uma comparação entre os andantes do Rubinstein e do Beaux Arts, ora.

BAIXE AQUI

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Concerto para Piano, Trompete e Cordas, Op. 35 (1933)

Shostakovich foi excelente pianista. Poderia ter feito carreira como virtuose, mas, para nossa sorte, escolheu compor. Foi o vencedor do internacional Concurso Chopin de 1927 e fazia apresentações regulares executando seus trabalhos. O pequeno número de gravações do próprio compositor como pianista talvez deva-se ao fato de ele ter perdido parcialmente os movimentos de sua mão direita ao final dos anos sessenta.

Este concerto é realmente espetacular. Era uma boa época para os concertos para piano. O de Ravel aparecera um ano antes, assim como o 5º de Prokofiev. É coincidente que os três sejam alegres, luminosos, divertidos mesmo. Com quatro movimentos, sendo o primeiro muito melodioso e gentil, os dois centrais lentos e o último capaz de provocar gargalhadas, é um grande concerto. A participação de um trompetista meio espalhafatoso é fundamental, assim como de um pianista que possa fazer rapidamente a conversão entre a música de cabaré e a música militar exigidas no último movimento. Uma vez, assistindo a uma apresentação, vi como as pessoas sorriam durante a audição deste movimento. Não há pontos baixos neste maravilhoso concerto, que ainda traz, em seu segundo movimento, um lindíssimo solo para trompete, além de uma cadenza esplêndida, de ecos beethovenianos.

Shostakovich foi o pianista de sua estréia, em 1933, na cidade de Leningrado.

Piano Concerto No. 1 in C minor, Op. 35
Performed by:New Zealand Symphony Orchestra
Conducted by:Christopher Lyndon-Gee
Michael Houstoun, piano

I. Allegretto – Allegro Vivace – Moderato – 06:31
II. Lento – 08:31
III. Moderato 01:42
IV. Allegro con brio 06:54

BAIXE AQUI

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Cantatas BWV 65, 123, 154 e 124

Atendendo a pedidos, disponibilizamos o Vol. 21 das Cantatas Completas de meu pai, por Helmuth Rilling. Dois músicos nos solicitaram Cantatas – a 65 e a 123 – que, por pura coincidência estão presentes no mesmo volume.

01 BWV 65 – 1 [Coro] Sie werden aus Saba alle kommen
02 BWV 65 – 2 [Choral] Die Kön’ge aus Saba kamen dar
03 BWV 65 – 3 [Recitativo Basso] Was dort Jesaias vorhergesehn
04 BWV 65 – 4 [Aria Basso] Gold aus Ophir ist zu schlecht
05 BWV 65 – 5 [Recitativo Tenore] Verschmähe nicht
06 BWV 65 – 6 [Aria Tenore] Nimm mich dir zu eigen hin
07 BWV 65 – 7 [Choral] Ei nun, mein Gott, so fall ich dir
08 BWV 123 – 1 [Coro] Liebster Immanuel, Herzog der Frommen
09 BWV 123 – 2 [Recitativo Alto] Die Himmelssüßigkeit
10 BWV 123 – 3 [Aria Tenore] Auch die harte Kreuzesreise
11 BWV 123 – 4 [Recitativo Basso] Kein Höllenfeind kann mich versc
12 BWV 123 – 5 [Aria Basso] Laß, o Welt, mich aus Verachtung
13 BWV 123 – 6 [Choral] Drum fahrt nur immer hin
14 BWV 154 – 1 [Aria Tenore] Mein liebster Jesus ist verloren
15 BWV 154 – 2 [Recitativo Tenore] Wo treff ich meinen Jesum an
16 BWV 154 – 3 [Choral] Jesu, mein Hort und Erretter
17 BWV 154 – 4 [Aria Alto] Jesus, laß dich finden
18 BWV 154 – 5 [Arioso Basso] Wisset ihr nicht, daß ich sein muß
19 BWV 154 – 6 [Recitativo Tenore] Dies ist die Stimme meines Freun
20 BWV 154 – 7 [Duetto Alto e Tenore] Wohl mir, Jesus ist gefunden
21 BWV 154 – 8 [Choral] Meinen Jesum laß ich nicht
22 BWV 124 – 1 [Coro] Meinen Jesum laß ich nicht
23 BWV 124 – 2 [Recitativo Tenore] Solange sich ein Tropfen Blut
24 BWV 124 – 3 [Aria Tenore] Und wenn der harte Todesschlag
25 BWV 124 – 4 [Recitativo Basso] Doch ach, welch schweres Ungemach
26 BWV 124 – 5 [Duetto Soprano e Alto] Entziehe dich eilends
27 BWV 124 – 6 [Choral] Jesum laß ich nicht von mir

Helen Donath (Sopran), Arleen Augér (Sopran), Helen Watts (Alt), Marga Hoeffgen (Alt), Adalbert Kraus (Tenor), Aldo Baldin (Tenor), Kurt Equiluz (Tenor), Niklaus Tüller (Bass), Wolfgang Schöne (Bass), Philippe Huttenlocher (Bass);
Gächinger Kantorei Stuttgart;
Bach Collegium Stuttgart;
Helmuth Rilling (Leitung).

BAIXE AQUI