Johann Sebastian Bach (1685 -1750) – 3 Sonatas For Viola da gamba and Harpsichord, BWV 1027, 1028 e 1029

Para fazer companhia a esta magnífica versão dos Concertos de Brandemburgo que o mano pqp postou, coloco a disposição outra magnífica gravação de Leonhardt ( com o perdão da redundância, necessária, neste caso) de três sonatas para viola da gamba e cravo. A viola aqui está à cargo de Wieland Kujiken. O que me atrai nesta gravação é a fluência do teclado de Leonhardt, um de meus intérpretes favoritos da obra de papai. Já postamos outras obras aqui no blog interpretadas pelos três irmãos Kujiken, Wieland, Sigiswald e Barthold. Particularmente gosto muito das gravações das sinfonias de Haydn que Sigiswald gravou. Enfim, Wieland é um grande especialista em viola da gamba, tendo gravado com os principais intérpretes do repertório barroco. Maiores detalhes sobre o instrumento podem ser encontrados aqui.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Sonatas para cravo e viola da gamba, BWV 1027, 1028 e 1029

01 – Sonata BWV 1027 – Adagio
02 – Allegro ma non tanto
03 – Andante
04 – Allegro moderato
05 – Sonata BWV 1028 – Adagio
06 – Allegro
07 – Andante
08 – Allegro
09 – Sonata BWV 1029 – Vivace
10 – Adagio
11 – Allegro

Wieland Kuijken – Viola da gamba
Gustav Leonhardt – Cravo

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J. S. Bach (1685-1750) – As Quatro Aberturas (Suítes) Orquestrais

É. Já que publiquei o primeiro disco de música erudita que comprei, aqui vai o segundo. Afinal, o consumo de Bach aqui no PQP beira o alarmante. Claro, logo após a exitosa compra do primeiro LP (álbum duplo), só poderia repetir a dose bem pertinho, adquirindo outro duplo de Bach mais Collegium Aureum. Agora, se enquanto estiverem ouvindo a Ária da Suíte Nro. 3 lhes ocorrer pensar que vou publicar o terceiro disco que comprei, estão redondamente enganados pela simples razão de que não tenho em CD o álbum duplo da DG em que Karl Richter (isso mesmo) interpreta as Goldberg.

Podem baixar tranqüilos. Este é mais um grande CD!

J. S. Bach – As Quatro Aberturas (Suítes) Orquestrais

Overture (Suite) No. 1 in C major, BWV 1066
I. Ouverture 05:51
II. Courante 02:33
III. Gavotte I and II 02:48
IV. Forlane 01:20
V. Menuet I and II 03:27
VI. Bourree I and II 02:11
VII. Passepied I and II 03:10

Overture (Suite) No. 2 in B minor, BWV 1067
I. Ouverture 06:23
II. Rondeau 01:41
III. Sarabande 02:52
IV. Bourree I and II 01:48
V. Polonaise, Double 02:57
VI. Menuet 01:20
VII. Badinerie 01:31

Overture (Suite) No. 3 in D major, BWV 1068
I. Ouverture 06:18
II. Air 04:57
III. Gavotte I and II 04:10
IV. Bourree 01:15
V. Gigue 02:57

Overture (Suite) No. 4 in D major, BWV 1069
I. Ouverture 07:22
II. Bourree I and II 02:45
III. Gavotte 02:03
IV. Menuet I and II 03:57
V. Rejouissance 02:36

Collegium Aureum
Franzjosef Maier (Violinista e Regente)
Hans-Martin Linde (Flauta)

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Antonio Vivaldi (1678-1741) – Gloria, RV 589, Sinfonia al Santo Sepolcro, RV 169, Laetatus Sum (Psalm 122), RV 607, Magnificat, RV 610b, Laudate Dominum omnes gentes (Psalm 117), RV 606, Sonata à 4 al Santo Sepolcro, RV 130, In Exitu Israel (Psalm 114). RV 604

Retorno às postagens de música sacra com um ousado projeto de Andrew Parrott e seu Taverner Consort and Players. Ousado pelo fato de Parrott só ter escolhido vozes femininas para seu coral, além das solistas. O editor da amazon explica:

Vivaldi was well known as, among other things, the music director of the famous all-girl orchestra of the Ospedale della Pietà orphanage in Venice, for which he wrote many of his most famous sacred works, including the Gloria. Andrew Parrott is the first to try recording these works with an all-female cast (well, singers, anyway). He handles the published SATB scoring by simply transposing the tenor and bass parts up an octave–the resulting chords are occasionally surprising but always persuasive. The Magnificat and the short Psalm settings are less familiar but equally convincing. Parrott includes some beautifully sung plainchant; the Taverner Players make the Sonatas (is “sublime” too strong a word for Vivaldi?) exquisite. –Matthew Westphal

Andrew Parrott é um grande especialista no repertório vocal barroco, e esta sua versão para esta obra tão conhecida de Vivaldi se utilizando apenas de coral feminino mostra que ele não teme experimentar, e o cd chega a ter momentos realmente magníficos. Espero que apreciem como eu apreciei e ainda aprecio.

1. Kyrie ‘Cum Jublio’ (Canto Gregoriano)
2. I. Gloria In Excelsis Deo
3. II. Et In Terra Pax
4. III. Laudamus Te
5. IV. Gratias Agimus Tibi
6. V. Propter Magnam Gloriam Tuam
7. VI. Domine Deus
8. VII. Domine Fili Unigenite
9. VIII. Domine Deus, Agnus Dei
10. IX. Qui Tollis Peccata Mundi
11. X. Qui Sedes Ad Desteram Patris
12. XI. Quoniam Tu Solus Sanctus
13. XII. Cum Sancto Spiritu
14. Sinfonia ‘Al Santo Sepolcro’, RV 169
15. Laetatus Sum, RV 607
16. Hymnus, Ave Maris Stella (Canto Gregoriano)
17. I. Magnificat Anima Mea
18. II. Et Exultavit
19. III. Et Misericordia
20. IV. Fecit Potentiam
21. V. Esurientes Implevit Bonis
22. VI. Suscepit Israel
23. VII. Sicut Locutus Est
24. VIII. Gloria Patri
25. Antiphona, Salve Regina (Canto Gregoriano)
26. Laudate Dominum Omnes Gentes, RV 606
27. Sonata ‘Al Santo Sepolcro’, RV 130
28. In Exitu Israel, RV 604

Taverner Consort anda Players
Emily van Evera,Margaret Cable,Nancy Argenta,Alison Place – Solistas
Andrew Parrott – Conductor

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Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764), Gaspard Le Roux (1660-1707), Joseph Nicolas Pancrace Royer (1705-1755), Jacques Duphly (1715 – 1789) – Música Francesa para Cravo

Mais um grande CD vindo dos dedos do holandês Gustav Leonhardt. O nome do trabalho é grandioso: Masterpieces of French Harpsichord Music. Tal título não é perturbado quando ouvimos o CD. Trata-se de composições raras e belas, dignas do cravista que encarnou Bach (sim, como ator!) num filme de 1968, Chronik der Anna Magdalena Bach. Leonhardt é hoje um velhinho de 80 anos e participará de várias gravações que apresentarei a seguir. É uma involuntária homenagem a seu recente aniversário, em 30 de maio. Mais Gustav Leonhardt, aqui, no desNorte.

Masterpieces of French Harpsichord Music – Gustav Leonhardt

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)
01. Les tendres plaintes
02. La Folette
03. L’entretien des Muses
04. Les Tourbillons
05. Menuets
06. Sarabande
07. L’Enharmonique

Gaspard Le Roux (1660-1707)
08. Suite en fa majeur Prelude
09. Allemande
10. Courante
11. Menuet
12. Chaconne

Joseph Nicolas Pancrace Royer (1705-1755)
13. Les tendres sentiments
14. La Majestueuse
15. La Sensible

Jacques Duphly (1715 – 1789)
16. Courante do mineur (La Boucon)
17. Menuet Do mineur
18. La Du Buq
19. Les Colombes, Rondeau
20. La De Vaucanson
21. La Pothouin, Rondeau

Gustav Leonhardt, cravo

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W. A. Mozart (1756-1791) – Sinfonia Nº 40 e L. v. Beethoven (1770-1827) – Sinfonia Nº 1

Não encontrei resquício deste CD na Amazon, mas posso afirmar que ele existe(iu) não somente em CD mas no formato LP (Philips 416 329) e fita cassete… É muito bom, tenho o LP em casa. É da época em que era meio escandaloso utilizar instrumentos originais fora da música estritamente barroca. Hoje, não surpreende mais ninguém. Encontrei esta arquivo por aí. O som é excelente para mp3. O cara utilizou 320 kbps. Por isso, o arquivo é tão grande.

A surpresa causada pelas abordagens do pessoal dos instrumentos originais a Beethoven pode ser medida por este artigo de 16/03/1986, publicado no New York Times: HERE COMES THE ‘AUTHENTIC’ MUSIC OF BEETHOVEN.

Mozart – Symphonie n° 40 – Beethoven – Symphonie n° 1

01. Mozart No. 40, Molto allegro
02. Mozart No. 40, Andante
03. Mozart No. 40, Menuetto (Allegretto)
04. Mozart No. 40, Allegro assai

05. Beethoven No. 1, Adagio molto – Allegro con brio
06. Beethoven No. 1, Andante cantabile con moto
07. Beethoven No. 1, Menuetto (Allegro molto e vivace)
08. Beethoven No. 1, Finale (Adagio – Allegro molto e vivace)

The Orchestra of the Eighteenth Century
Frans BRÜGGEN

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Mais simples e mais grave

Nos últimos dias, não tenho vindo aqui a fim de deletar ou aprovar comentários. Falta de vontade. Agora, li quase todos e aprovei 95%. Tenho (temos) liberdade para aprovar ou não. O blog é nosso. Só não faço editar. O grupo de comentários de hoje era até tranqüilo. Gosto dos comentários e mantenho as postagens por eles e pelo imenso feedback de músicos, alunos, professores e meros ouvintes como eu, que agradecem o acesso àquilo que temos.

Mas é óbvio que fiquei muito irritado com a falta de civilidade de vários deles — nunca com o debate. Posso ter deletado a mais ou a menos, não sou perfeito. Li coisas realmente muito agressivas. Como chamar outra comentarista de vaca, como dar detalhes sobre imaginadas preferências sexuais minhas, etc. É por este motivo que até pensei em me retirar. É muito ruim ser ofendido e não estamos aqui para isso.

Vocês não leram essas coisas, eu sim. Por isso, talvez vocês achem que estou dando uma repercussão exagerada a algo pouco grave. Não é um caso de censura, é de civilidade. Então, nem leio detalhadamente: se não simpatizar de cara, corto. O mesmo pode ser feito por qualquer outro dos 4 membros do PQP.

Por mim, o blog segue pelas 1500 visitas diárias, sempre crescentes, não pelos 4 ou 5 imbecis. Mas depois, outro dia. Postar música dá algum trabalho e ainda estou chateado.

Aos outros, peço desculpas.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Os Concertos para Violino

Mas FDP Bach está novamente postando Mozart? O que aconteceu? Um surto repentino de repertório mozartiano é sempre bem vindo, tenho certeza.

Além disso, fiquei tão empolgado com este cd, que logo quis compartilhar com os senhores. Explico. Por um destes motivos inexplicáveis, até então o blog não havia postado estas obras, ou seja, os concertos para violino. Talvez o mano pqp tenha postado a Sinfonia Concertante, mas não me lembro dos outros concertos. Fiquei me enrolando por um bom tempo, tentando definir qual era a versão escolhida, entre tantas que tinha.. Mutter, Kremer, Oystrakh, Grumiaux, Schlomo Mintz, Viktoria Mullova, e sei lá mais quem, são várias as versões que possuo. Mas esta aqui em especial me chamou a atenção por trazer um mestre do violino barroco, Giuliano Carmignola. Sei que alguns pedirão este ou aquele solista, mas estas gravações de Carmignola são uma das melhores que já tive a oportunidade de ouvir na minha vida.

Eis o comentário da amazon:

Renowned period-instrument violinist Giuliano Carmignola makes his first Mozart recording, and internationally acclaimed maestro Claudio Abbado records Mozart for the first time on period instruments! Abbado and Carmignola are long-standing collaborators and have performed Mozart together for some time; the album was born out of their feeling that it was time to commit their interpretations to disc. In addition to the five violin concertos, Carmignola teams with violist Danusha Waskiewicz on another audience favorite, the Sinfonia concertante. One of five releases celebrating Claudio Abbado’s 75th birthday, this attractively priced two-disc set promises to be one of the most important Mozart recordings of the year.

Gente, este cd está a venda na amazon desde (pasmem) o dia 8 de julho. Já o tinha conseguido há um mês atrás, e estava me enrolando para postar exatamente por ainda não estar a venda.
Alguns irão torcer o nariz por se tratar de Abbado, ainda mais tocando pela primeira vez com uma orquestra com instrumentos de época, mas não se preocupem.. é material de primeiríssima qualidade.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Os Concertos para Violino

CD 1

1 – Concerto for Violin and Orchestra nº 1 in B Flat Major, K. 207 – Allegro moderato
2 – Concerto for Violin and Orchestra nº 1 in B Flat Major, K. 207 – Adagio
3 – Concerto for Violin and Orchestra nº 1 in B Flat Major, K. 207 – Presto
4 – Concerto for violin and Orchestra nº 1 in D Major, K. 211 – Allegro moderato
5 – Concerto for violin and Orchestra nº 2 in D Major, K. 211 – Andante
6 – Concerto for violin and Orchestra nº 2 in D Major, K. 211 – Rondeau – allegro
7 – Concerto for violin and Orchestra nº 3 in G Major, K. 216 – Allegro
8 – Concerto for violin and Orchestra nº 3 in G Major, K. 216 – Adagio
9 – Concerto for violin and Orchestra nº 3 in G Major, K. 216 – Rondeau – Allegro

CD 2

1 – COncerto for violin and orchestra nº 4 in D Major, K. 218 – Allegro
2 – COncerto for violin and orchestra nº 4 in D Major, K. 218 – Andante cantabile
3 – COncerto for violin and orchestra nº 4 in D Major, K. 218 – Rondeau – Andante grazioso
4 – COncerto for violin and orchestra nº 5 in A Major, K. 218 – Allegro aperto
5 – COncerto for violin and orchestra nº 5 in A Major, K. 218 – Adagio
6 – COncerto for violin and orchestra nº 5 in A Major, K. 218 – Rondeau – tempo di minueto
7 – Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 – Allegro maestoso
8 – Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 – Andante
9 – Sinfonia Concertante in E flat major, K. 364 – Presto

Danusha Waskievicz – Viola
Giuliano Carmignola – Violin
Orchestra Mozart
Claudio Abbado

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

Leonard Bernstein Discusses and Conducts XX-Century Music

Leonard Bernstein foi um mestre em quase tudo. Homem de vastíssima cultura musical, músico com repertório extenso e memorável. Mas um dos pontos que merecem destaque foi sua habilidade como divulgador da música clássica. Há uma série famosa feita para televisão nos anos 1960, os concertos para juventude, que são muito prazerosos de ver link. É impressionante contemplar o Carnegie Hall lotado de crianças e Bernstein dando um show como professor, aulas com exemplos brilhantes e cativantes. Nunca caindo na simplificação, ou desmerecendo a inteligência de seus pequenos ouvintes.

Creio que muito de nós aqui no Brasil nunca tiveram a chance de encontrar um personagem parecido com o Bernstein na nossa juventude, alguém que apresentasse o vasto mundo musical, sem doutrinação do que é certo ou errado. Gostamos de música clássica (ou Jazz) simplesmente por nossos próprios méritos, e isso é louvável, principalmente num país que preza a mediocridade. No entanto, ainda pagamos um preço alto por isso. Não gostaria de colocar como exemplo, a obra 4´33´´ de Cage. Achar ridícula uma peça é um julgamento que deve caber ao próprio ouvinte mesmo. Devemos realmente conviver com este tipo de diversidade de opinião. Mas é importante, antes de tudo, conhecer a obra em profundidade, ou mesmo ler a respeito antes de ouvi-la, e só depois podemos condená-la ao nosso limbo musical ou, como costumo fazer, dá uma outra oportunidade no futuro.

Como a música que defendo é mesmo de difícil digestão, achei necessário pedir a ajuda do Leonard Bernstein. Esse disco-aula realizado também nos anos 1960, Bernstein se desdobra para divulgar a famigerada música que se fazia em seu tempo. Apresenta exemplos de obras bem importantes e complexas para uma platéia adulta e inquieta (aplausos e vaias no fim de cada obra). Percebemos que aquele registro foi feito num momento decisivo e tenso para história da música, uma crise fascinante tratada com brilhantismo por Bernstein. Comentários muito interessantes sobre o novo espectro que o mundo musical vislumbrava. Mesmo sendo um registro feito há mais de 40 anos atrás, é atualíssimo para o ouvinte brasileiro.

Obras de Xenakis, Boulez e Cage são analisadas por Bernstein antes de cada perfomance, num inglês fácil de entender.

A obra que abre o disco é de Copland e foi feito para uma audiência mais jovem, apenas um pequeno refresco.

Copland – An Outdoor Overture
1. Introduction by Bernstein
2. Perfomance
3. Post- perfomance

Xenakis – Pithoprakta
4. Introduction by Bernstein
5. Perfomance
6. Post- perfomance

Henry Brant – Antiphony One
7. Introduction by Bernstein
8. Perfomance

Boulez – Improvisation sur Mallarmé I
9. Introduction by Bernstein
10. Perfomance

Cage – Atlas Eclipticalis
11. Introduction by Bernstein
12. Perfomance

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BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE

Happy Baby: Mozart for kids

Inteiramente tomado de meiguice, P.Q.P. Bach decide homenagear os comentaristas do post sobre John Cage com este CD que tornará seus dias mais belos. Espero que suas nove faixas não lhes provoquem nada senão bons sentimentos. O conhecido Efeito Mozart, que atua tão bem sobre crianças, vai lhes afetar de forma muito positiva, penso. Em nome de C.D.F. Bach, aquele danadinho que certamente está envergonhado neste momento, pedimos escusas pelas repetidas agressões a suas delicadas sensibilidades.

A seguir, um catálogo dos efeitos que vários compositores podem causar a alguns de nossos ouvintes. Aprendam e cuidem-se.

EFEITO PAGANINI: a criança fala muito rápido e em termos extravagantes, mas nunca diz nada importante.
EFEITO BRUCKNER: a criança fala bem devagar e se repete com freqüência. Adquire reputação de profundidade.
EFEITO WAGNER: a criança se torna megalomaníaca. Há a chance de que se case com sua filha (ou irmã).
EFEITO MAHLER: A criança grita sem parar – a plenos pulmões e por várias horas -, dizendo que vai morrer.
EFEITO SCHOENBERG: A criança nunca repete uma palavra antes de usar todas as outras palavras de seu vocabulário. Às vezes fala de trás para diante. Com o tempo, as pessoas param de lhe prestar atenção. A criança passa a reclamar da burrice dos outros, que são incapazes de entendê-la.
EFEITO BOULEZ: A criança balbucia bobagens o tempo todo. Depois de um tempo, as pessoas param de achar bonitinho. A criança não está nem aí, porque seus colegas acham que ela é o máximo.
EFEITO IVES: A criança desenvolve uma habilidade fenomenal para manter várias conversas diferentes ao mesmo tempo.
EFEITO PHILLIP GLASS: A criança costuma dizer tudo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo de novo.
EFEITO STRAVINSKY: a criança tem uma pronunciada tendência a explosões de temperamento selvagem, estridente e blasfemo, que freqüentemente causam pandemônio na escolinha.
EFEITO BRAHMS: a criança fala com maravilhosa gramática e vocabulário desde que suas frases contenham múltiplos de 3 palavras (3, 6, 9, etc.). No entanto, suas frases de 4 ou 8 palavras são bobas e pouco inspiradas.
E, claro, o EFEITO JOHN CAGE: a criança não fala nada por 4 minutos e 33 segundos. É a criança preferida por 9 entre 10 professores.

E muito cuidado nos comentários, há muito mais…

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Mozart for Kids

1. A fragment for a piano in Fa a major
2. A romance (Small night song)
3. So it is fine… (the Magic flute)
4. Andantino (the Concert for a piano № 20, the second part)
5. A quartet for a flute (the First part, the Theme and variations)
6. A minuet (Small night серенада)
7. Largetto (the Concert for a piano № 26, the second part)
8. Largetto (the Concert for a piano № 27, the second part)
9. An andante graciozo (the Sonata for a piano in And, the first part)

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John Cage (1912 -1992) – 4´33´´

Os homens são mesmos fascinantes e engraçados. Afirmam-se como indivíduos, mas inevitavelmente são destinados a serem peças de encaixe do muro histórico. 4´33´´ é uma obra inevitável, mesmo se Cage não tivesse existido. A música sempre levou a busca dos extremos, e o fim acabaria sendo esse: 4 minutos e 33 segundos nos quais os músicos param. E a música, também pára? Segundo Cage, não. A música criada pelo evento ou constrangimento (sussuros, xingamentos, ruídos, ou o próprio silêncio [parte importante da música]) seria nova a cada apresentação desta obra. Assim como já vinha ocorrendo com suas obras aleatórias, 4´33´´ abre possibilidades interessantes e inesperadas.

Nesta rara gravação podemos ouvir 4´33´´ sendo interpretada por um grupo excelente de percussionistas, que parecem ter gravado numa bela manhã de primavera. É possível ver duas outras versões desta mesma peça no youtube, uma para grande orquestra link e outra para piano link. Outra obra de Cage que merece destaque é Amores, música para piano preparado e percussão. Muito empolgante. Participação do pianista Zoltán Kocsis, cujo piano produz um som realmente estranho e percussivo. O disco termina com o ótimo Third Construction de Cage para 4 percussionistas.

Ah, já ia esquecendo, aqui você encontra uma das melhores interpretações de Ionisation de Varèse.

1. Ionisation, for 13 percussion instruments (Edgard Varese)
2. Toccata for orchestra (Carlos Chavez)
3. 4’33” (John Cage)
4. Double Music for percussion quartet (John Cage, Lou Harrison)
5. Amores, for prepared piano & 3 percussion: I – Solo for Piano
6. II – Trio
7. III – Trio
8. IV – Solo for Piano
9. Third Construction, for 4 percussionists (John Cage)

Amadinda Percussion Group

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Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)- Rosenkranz-Sonaten

Uma obra-prima, um disco estupendo do Musica Antiqua Köln. Biber nasceu em Wartenberg (hoje uma cidade chamada Straz pod Ralskem na Republica Checa).

Além de ser um compositor notável foi também um virtuoso do Violino. Em 1684 tornou-se mestre de capela em Salzburgo onde acabou por falecer 20 anos depois. Sua obra ganhou recentemente alguma popularidade pela originalidade do conjunto de 16 sonatas chamadas The Mystery Sonatas ou Rosenkranz-Sonaten que têm a particularidade de cada uma delas exigir uma afinação do violino diversa da usual. Uma outra peça de referência pela sua grandiosidade é a Missa Salisburgensis (escrita par 53 partes independentes de vozes e instrumentos). É alias uma parte desta missa que escolhemos para ilustrar o trabalho deste compositor composta em 1682.

Informações retiradas daqui.

Quem gosta e quem detesta música barroca deve baixar este CD extraordinário.

Biber – Rosenkranz-Sonaten

1. I. The Annuciation
2. II. The Visitation
3. III. The Nativity
4. IV. The Presentation
5. V. The Finding in the Temple
6. VI. The Agony in the Garden
7. VII. The Scourging of Jesus
8. VIII. The Crowing of Jesus with Thorns
9. IX. Jesus carries His Cross
10. X. The Crucifixion
11. XI. The Resurrection
12. XII. The Ascension
13. XIII. The Descent of the Holy Ghost
14. XIV. The Assumption of our Lady
15. XV. The Crowning of the Blessed Virgin Mary
16. Passacaglia

Musica Antiqua Köln:
Reinhard Goebel – violin
Phoebe Carrai – Violoncello
Konrad Junghanel – Lute
Andreas Spering – Harpsichord & Organ.

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Johann Gottlieb Graun (1703-1771) e Carl Heinrich Graun (1704-1759) – Concertos

Porque eles nunca assinavam seus concertos é difícil, se não impossível, afirmar quem é o autor de cada um desses concertos. São dos Graun Brothers. Pronto! Numa carta para Telemann, J.G. Pisendel reclama que os trabalhos estão simplesmentes assinados: “Graun”. Mas a música é boa e a interpretação do Il Gardellino é excelente.

Graun – Concerti

Graun: Concerto for Viola da gamba, Strings and Basso continuo in A major
* Performers: René Schiffer (Cello); Vittorio Ghielmi (Viola da gamba); Lorenzo Ghielmi (Piano); Shalev Ad-El (Harpsichord); Frank Coppieters (Violone); Sophie Gent (Violin); Mika Ahika (Violin); Mika Ahika (Viola); Stephen Freeman (Violin)
* Ensemble: Il Gardellino Ensemble
* Running Time: 22 min. 59 sec.
1 Allegro non troppo
2 Andantino
3 Allegro

Graun: Concerto for Oboe d’amore, Strings and Basso continuo in D major
* Performers: René Schiffer (Cello); Marcel Ponseele (Oboe); Lorenzo Ghielmi (Piano); Shalev Ad-El (Harpsichord); Frank Coppieters (Violone); Sophie Gent (Violin); Mika Ahika (Violin); Mika Ahika (Viola); Stephen Freeman (Violin)
* Ensemble: Il Gardellino Ensemble
* Running Time: 14 min. 55 sec.
4 Allegro
5 Andante
6 Allegro

Graun: Concerto for Fl, Strings and Basso continuo in E major
* Performers: René Schiffer (Cello); Jan De Winne (Flute); Lorenzo Ghielmi (Piano); Shalev Ad-El (Harpsichord); Frank Coppieters (Violone); Sophie Gent (Violin); Mika Ahika (Violin); Mika Ahika (Viola); Stephen Freeman (Violin)
* Ensemble: Il Gardellino Ensemble
* Running Time: 11 min. 9 sec.
7 Allegro
8 Siciliano
9 Allegro

Graun: Concerto grosso for Flute, Violin, Viola and Cello in G major
* Performers: René Schiffer (Cello); Jan De Winne (Flute); Lorenzo Ghielmi (Piano); Shalev Ad-El (Harpsichord); Frank Coppieters (Violone); Sophie Gent (Violin); Mika Ahika (Violin); Mika Ahika (Viola); Stephen Freeman (Violin); Vittorio Ghielmi (Viola da gamba)
* Ensemble: Il Gardellino Ensemble
* Running Time: 18 min. 45 sec.
10 Allegro non troppo
11 Arioso e largo
12 Allegro


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Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concertos para piano nº 12 e 17

Estou dando um tempinho nas postagens de música sacra para participar deste debate sobre referências pianísticas. Centro o foco mais especificamente em Brendel e Pollini, possibilitando aos senhores a devida comparação. Explico. Estarei postando três cds em seqüência de concertos para piano de Mozart, com estes dois grandes instrumentistas. Sim, eu sei que o mano pqp já postou esta dupla Brendel/Mozart, mas esta gravação que estou disponibilizando é bem recente, de 2006, para ser mais exato, assim como as de Pollini, que estarei postando mais a fente. Em dois casos eles estarão interpretando os mesmos concertos, aí fica a possibilidade dos senhores fazerem as devidas comparações.

Confesso que ainda prefiro as gravações antigas de Brendel, principalmente a do Concerto nº 17, um de meus favoritos. Não sei se a idade é a responsável por esta “puxada” de freio que ele dá, mas sinto uma certa falta do brilho de sua leitura anterior. Soa um tanto burocrático em certos momentos. Mas deixo os comentários à vossos critérios. Meu objetivo aqui é apenas lançar a comparação. À própria Scotisch Chamber Orchestra e ao experiente Sir Charles Mackerras falta um certo vigor que Neville Marrimer conferiu à sua indefectível Academy of Saint-Martin-in-the-Fields. Enfim, questão de opinião. Talvez algum leitor vá discordar e dizer que esta versão soa mais agradável, não um “tour-de-force” virtuosístico como pode parecer a versão anterior (aqui).

Enfim, divirtam-se.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Concertos para piano nº 12 e 17

1. Piano Concerto No.12 in A, K.414 – 1. Allegro
2. Piano Concerto No.12 in A, K.414 – 2. Andante
3. Piano Concerto No.12 in A, K.414 – 3. Rondeau (Allegretto)
4. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 1. Allegro
5. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 2. Andante
6. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 3. Allegretto

Alfred Brendel – Piano

Scottisch Chamber Orchestra

Sir Charles Mackerras – Director

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Franghiz Ali-Zadeh (1947) – Mugam Sayagi

Ah tá, vocês vão querer me dizer que aguardavam a postagem do maior compositor do Azerbaijão no PQP Bach. Sim, agora lembro dos vários pedidos recebidos:

– Pequepêzinho, posta o Borat, quero dizer, o Ali-Zadeh para nós?

Pois peguei vocês! Não é O Franghiz Ali-Zadeh e sim A Franghiz Ali-Zadeh. Sim, a woman! Franghiz Ali-Zadeh (nascida em 1947) é uma compositora e pianista azerbaijana que vive atualmente na Alemanha. Ela é conhecida por combinar a música tradicional do Azerbaijão, o mugam, com técnicas da música ocidental, especialmente de Arnold Schönberg. Seus trabalhos fazem enorme sucesso na região Borat.

O nome deste CD significa “no estilo do mugam”. O mugam é uma incrivelmente sofisticada e emocionada forma de música e poesia. Sons de pingos d`água abrem a maravilhosa Oasis. A compositora toca piano no Quinteto Apsheron, cujo segundo movimento é sensacional. Music for Piano é uma música para piano, dã. Para finalizar, Mugam Sayagi, um quarteto de cordas que incorpora sintetizador e percussões exóticas locais. É uma obra estupenda. Vale várias audições.

Excelente!

Para variar, este CD é um rebento do mais importante quarteto de cordas de nosso tempo, o KRONOS QUARTET. Ótima qualidade de som.

Franghiz Ali-Zadeh (1947) – Mugam Sayagi

1. Oasis (1998) 13:19

2. Apsheron Quintet (2001) I. Tactile Time 11:27
3. Apsheron Quintet (2001) II. Reverse Time 7:23

4. Music for Piano (1989/1997) 7:32

5. Mugam Sayagi (1993) 21:20

Franghiz Ali-Zadeh
Scott Fraser
Kronos Quartet

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Arto Pärt (1935) – Te Deum, Silouans Song, Magnificat e Berliner Messe

Sabem? Eu tento, tento mesmo, mas não consegui ainda desenvolver admiração por Arto Pärt e sua música estática e extática. O problema é justamente a junção destes adjetivos tão parecidos e iguais em som. Pois é a falta de movimento e o êxtase permanente que me enchem o saco. Há que ter céu e estrelas, mas também chão, sangue, vísceras, certo? Pärt parece não ser deste mundo. Li em algum lugar que quem gosta de Górecki, inevitavelmente ama Pärt. OK, sou a exceção, um ET.

Bem, mas os comentaristas dizem que este é o melhor CD com obras do compositor estoniano lançado até hoje. É um CD da ECM de 1993 que é multi, ultra e trans elogiado. Só que não é para mim. Eu acho sem graça. Mas saibam, dizem que são obras-primas!

Pärt – Te Deum, Silouans Song, Magnificat e Berliner Messe

1. Te Deum 28:45

2. Silouans Song 5:46

3. Magnificat 6:44

4. Berliner Messe – Kyrie 3:18
5. Berliner Messe – Gloria 3:43
6. Berliner Messe – Erster Alleluiavers 0:52
7. Berliner Messe – Zweiter Alleluiavers 1:10
8. Berliner Messe – Veni Sancte Spiritus 4:57
9. Berliner Messe – Credo 3:56
10. Berliner Messe – Sanctus 4:04
11. Berliner Messe – Agnus Dei 2:41

Estonian Philharmonic Chamber Choir
Tallinn Chamber Orchestra
Tonu Karljuste

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György Ligeti (1923 – 2006) – Obras orquestrais e para coral

Eu realmente gosto muito de Ligeti. Acho que ele ocupa uma posição que talvez seja só sua e que é a mais revolucionária delas: a de fazer uma música erudita contemporânea mais próxima e acessível ao ouvinte, não obstante a extrema dificuldade de sua escritura. A postagem de hoje, na verdade, é um apanhado de 3 CDs do The Ligeti Project. Infelizmente, é o que possuo destes 3 CDs. Há algumas faixas do CD 1 faltando. Isto faz com que fiquemos sem dois movimentos do Concerto para Piano. Mas acho Ligeti tão bom e interessante que posto do mesmo jeito.

Compositor famoso por ter sido utilizado em dois filmes de Kubrick – um deles 2001 -, tem esplêndida obra, resumida assim na Wikipedia:

As primeiras obras de Ligeti são uma extensão da linguagem musical de seu compatriota Béla Bartók. Por exemplo, suas peças para piano Musica Ricercata (1951 – 53), foram comparadas com as do Mikrokosmos de Bartók . A coleção de Ligeti tem onze peças ao todo, A primeira usa somente uma nota “lá” executada em diversas oitavas. Só no fim da peça é possível escutar a segunda nota – “ré”. A segunda peça emprega três notas diferentes, a terceira emprega quatro, e assim até o fim, de tal forma que a décima-primeira peça usa todas as doze notas da escala cromática.

Nessa primeira parte de sua carreira, Ligeti foi afetado pelo regime comunista da Hungria daquele tempo, que impunha a estética do realismo socialista. A décima peça da Musica Ricercata foi proibida pelas autoridades por considerarem-na “decadente”. Isto se deveu provavelmente ao uso muito livre dos intervalos de segunda menor. Devido à ousadia de suas intenções musicais, é fácil de supor a razão por ter decidido deixar a Hungria.

Uma vez estabelecido em Colônia, começou a compor música electrónica junto a Karlheinz Stockhausen. Entretanto, suas obras para essa linguagem se resumem em três:, dentre as quais Glissandi (1957) e Artikulation (1958), antes de voltar à música instrumental e à vocal. Suas composições, então, apareceram influenciadas por suas experiências eletrônicas e muitos dos efeitos sonoros que criou lembram outras obras eletrônicas. A obra Apparitions (1958-59) foi a primeira a atrair a tenção da crítica, mas foi sua obra seguinte, Atmosphères, a mais conhecida atualmente. Foi usada, junto com fragmentos de Lux aeterna e seu Réquiem como parte de la trilha sonora de 2001: Uma Odisséia no Espaço de Stanley Kubrick – sem a autorização do próprio Ligeti.

Atmosphères (1961) é uma peça para uma grande orquesta sinfônica. É considerada peça-chave na produção de Ligeti e contém muitos dos recursos explorados durante a década de 60. Abandonou o foco na melodia, na harmonia e no ritmo, para se concentrar apenas no timbre dos sons, uma técnica conhecida como “massa de som. Cada nota da escala cromática soa em cinco oitavas. A peça se desenvolve a partir desse acorde, com nuances sempre distintas.

Ligeti cunhou o termo “micropolifonia” à técnica composicional que usou em Atmosphères, Apparitions e outras obras daquela época. Assim a definiu: “a complexa polifonia das partes individuais está fundida num fluxo harmônico-musical, no qual as harmonias não mudam subitamente; em vez disso, mesclam-se umas com as outras. É uma combinação de intervalos claramente reconhecível e que vai se tornando nebulosa. Nesta nebulosidade, pode-se distingüir uma nova combinação de intervalos se formando”.

Da década de 70 em diante, Ligeti se afastou do cromatismo total e começou a se concentrar no ritmo. Interessou-se, particularmente, nos aspectos rítmicos da música africana, em especial na dos pigmeus. Em meados de 1970, escreveu a ópera “Le Grand Macabre”, com base no teatro do absurdo com muitas referências escatológicas. Sua música dos anos 80 e 90 deram ênfase a complexos mecanismos rítmicos, em uma lingagem menos densamente cromática (tendendo a favorecer as tríades maiores e menores deslocadas e estruturas polimodais).

A última obra de Ligeti foi o Concerto de Hamburgo para trompa e orquestra de câmara (1998-99, revisado em 2003).

Ligeti – The Ligeti Project I-II-IV

Piano Concerto
with Pierre-Laurent Aimard, ASKO Ensemble
1. Piano Con: III. Vivace Cantabile – Pierre-Laurent Aimard
2. Piano Con: IV. Allegro Risoluto, Molto Ritmico – Pierre-Laurent Aimard
3. Piano Con: V. Presto Luminoso – Pierre-Laurent Aimard

Mysteries of the Macabre, for soprano & ensemble, or trumpet & piano/ensemble (arr. from “Le Grand Macabre” by E.Howarth)
with Peter Masseurs, ASKO Ensemble
4. Mysteries Of The Macabre – Peter Masseurs

Lontano, for orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
Conducted by Jonathon Nott
5. Lontano

Atmosphères, for large orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
Conducted by Jonathon Nott
6. Atmospheres

Apparitions, for orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
Conducted by Jonathon Nott
7. Apparitions: I. Lento
8. Apparitions: II. Agitato

San Francisco Polyphony, for orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
Conducted by Jonathon Nott
9. San Francisco Polyphony

Concert Românesc, for orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
Conducted by Jonathon Nott
10. Concert Romanesc: I. Andantino
11. Concert Romanesc: II. Allegro Vivace
12. Concert Romanesc: III. Adagio Ma Non Troppo
13. Concert Romanesc: IV. Molto Vivace

Hamburg Concerto, for horn & chamber orchestra with 4 obbligato natural horns
with Ozan Cakar, Sybille Mahni, Thomas Bernstein, Marie-Luise Neunecker, Simon Breyer, ASKO Ensemble
Conducted by Reinbert de Leeuw
14. I. Praeludium
15. II. Singale, Tanz, Choral
16. III. Aria, Aksak, Hoketus
17. IV. Solo, Intermezzo, Mixtur, Kanon
18. V. Spectra
19. VI. Capricco
20. VII. Hymnus

Double Concerto, for flute, oboe & orchestra
with Heinz Holliger, Jacques Zoon, Schoenberg Ensemble, ASKO Ensemble
Conducted by Reinbert de Leeuw
21. I. Calmo, Con Tenerezza – Heniz Holliger
22. II. Allegro Corrente – Heinz Holliger

Ramifications, for 12 strings (or string orchestra)
with Schoenberg Ensemble, ASKO Ensemble
Conducted by Reinbert de Leeuw
23. Ramifications For 12 Solo Strings – Heniz Holliger

Requiem, for soprano, mezzo-soprano, 2 choruses & orchestra
Performed by Berlin Philharmonic Orchestra
with Caroline Stein, Margriet van Reisen
Conducted by Jonathon Nott
24. I. Introitus. Sostenuto – Jonathan Nott
25. II. Kyrie. Molto Espressivo – Jonathan Nott
26. III. De Die Judicii Sequentia. Subito: Agitato Molto – Jonathan Nott
27. IV. Lacrimosa. Molto Lento – Jonathan Nott


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Bach, Beethoven, Carpeaux

A Nova História da Música é criticada com razão por ser uma espécie de “Eu e a Música”, mas Carpeaux freqüentemente escrevia coisas brilhantes. No parágrafo que segue, penso que ele põe em palavras uma opinião que está latente em nós:

A amplitude emocional da obra de Bach em conjunto é imensa: basta lembrar a solenidade majestosa das fugas, o misticismo gótico dos motetos, o sentimento comovido das árias e dos largos, o demoníaco de uma hora de rebeldia como no Concerto para piano em ré menor e a elegância aristocrática das suítes e o humorismo burlesco da Cantata dos camponeses e a inocente alegria paradisíaca como no Concerto para violino em mi maior. Bach resumiu tudo isso e muito mais. Mas não resumiu todas as possibilidades da música. Não encontro entre as obras de Beethoven algo tão perfeito como os Concertos de Brandenburgo. Mas não encontro entre as obras de Bach algo que tão intimamente tocasse o coração como o Concerto para piano n. 4 ou O Trio Arquiduque ou as variações da Sonata opus 111 nem abstrações tão transcendentais como o Quarteto opus 132 e as variações sobre a valsa de Diabelli nem uma despedida tão humana como a última obra, o Quarteto opus 135. Para variar, uma frase de Nietzsche: ‘Beethoven escuta e nota o que toca um músico celeste; Bach é esse músico celeste’. A arte de Beethoven é a mais alta música humana. A arte de Bach é menos humana porque é mais que humana. Os Concertos de Brandenburgo são um reflexo da ordem divina do Universo; uma mensagem do reino das idéias platônicas.

Otto Maria Carpeaux, 1960 – Recebido às 10h em e-mail deste grande escritor e colunista da Rascunho.

Aos navegantes e colaboradores

Upgrade das 10h56 – MIGRAÇÃO CANCELADA!!!

Motivo: Utilizamos PHP 5 no nosso servidor atual. Estamos ou estávamos indo para um que utiliza PHP 4.1 – está em fase de atualização. Teremos que esperar mais um pouco.

Então, todo mundo liberado para mexer nos blogs. Fica a piada e a foto de nosso Amado.

Hoje, a partir das 18h, estaremos fazendo a migração de todo o OPS de um servidor estrangeiro, chato, feio e inconstante para um nacional, bonito, caro e fiel. (Isso é o que todos prometem…). Recebi instruções de não mexer nos blogs desde o horário citado até às 9h da manhã de sexta. Neste ínterim (18h de hoje até 9h de amanhã, repito), os comentaristas podem escrever, mas saibam que suas observações sumirão como palavras ao vento.

Orem por nós. Esperamos retomar nossa programação brega durante o dia de amanhã. Minhas próximas postagens serão Amado Batista, ABBA, Daniel, Leonardo e New Kids on the Block. Enquanto isso, FDP Bach prepara a integral de Lindomar Castilho e Bluedog a do Grupo Dominó. CDF Bach, sempre avant-garde, postará Mara Maravilha e Clara Schumann, Roberto Leal.

Dance Dance Dance

Aguardem!

Johannes Brahms (1833-1897) -“Ein Deutsches Requiem”, OP. 45

Sim, eu sei que já postei este Requiem Alemão aqui, na excelente versão de Gardiner, porém aqui temos outro grande maestro, e outra magnífica versão.

Neste mesmo link tem um breve texto explicativo para esta obra monumental, que sempre me deixa arrepiado por sua força e beleza. Os corais são algo absurdamente maravilhosos, e assim como no caso do Monteverdi Choir, nesta gravação de Herreweghe temos outro excelente coro, o “Collegium Vocale”, e outros dois excelentes solistas, a soprano Christiane Oelze e o barítono Gerald Finley.

Meu mano PQP Bach tem elogiado muito o trabalho de Phillippe Herreweghe, e com razão. Através de sua leitura temos um Brahms renovado, que mostra detalhes da obra até então para mim, ao menos, desconhecidos. Sei que a referência desta obra sempre será a versão de Klemperer e a divina Elizabeth Schwarzkopff, mas de certa forma, apesar de ser excepcional, a considero um tanto quanto pesada, com o grande Klemperer se utilizando de uma massa orquestral um tanto quanto exagerada. Herreweghe, assim como Gardiner, soube dosar e dar o equilíbrio necessário entre o coral e a orquestra, dando uma “suavizada” nos momentos mais densos, como no segundo movimento, “Den Alles Fleisch, es ist wie gras”, meu momento favorito da obra, mas ao mesmo tempo, não deixando escapar por entre os dedos a sobriedade necessária para sua execução. Sugiro a leitura do booklet que estou disponibilizando abaixo. E também não canso de ler esta bela descrição do filósofo Ernst Bloch, retirada da biografia de Brahms escrita por Malcolm McDonald:

“à música do Requiem não falta contenção e o que lhe equivale em Brahms: uma preciosa profundidade que evita a apoteose (…) Esta música nos está dizendo que existe um broto – não mais porém não menos – que poderia florescer em alegria perpétua e que sobreviverá às trevas, que na realidade ele aprisiona dentro de si (…) Nas trevas desta música estão cintilando aqueles tesouros que estão livres da ferrugem e das traças. Referimo-nos àqueles tesouros permanentes em que a vontade e o objetivo, a esperança e sua satisfação, a virtude e a felicidade possam ser unidos, em um mundo sem decepção e de supremo bem – o réquiem circunda a região secreta do supremo bem”.

Mas vamos ao que interessa:

Johannes Brahms (1833-1897) -“Ein Deutsches Requiem”

1 – Chor: Selig sind, die da Lied tragen

2 – Chor: Denn alles Fleisch, es ist wie Grãs

3 – Solo (Bariton) und Chor: Herr, lehre doch mich

4 – Chor: Wie liebich sind Deine Wohnungen

5 – Solo (Sopran) und Chor: Ihr habt nun Traurigkeit

6 – Solo (Bariton) und Chor: Denn wir haben hie keine bleibende Statt

7 – Chor: Selig sind die Toten, die in dem Herrn sterben

Christiane Oelze – Soprano

Gerald Finley – Barítono

La Chappelle Royale – Collegium Vocale

Orchestre des Champs Elysées

Dir. – Phillippe Herreweghe

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BOOKLET – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Franz Schubert (1797-1828) – As Últimas Sonatas

Sei que não somente “aqueles comentaristas habituais” hostilizarão esta gravação colocada entre as melhores da DG (obrigado pela lembrança dos Originals, Lais; minha gravação é pré-Originals), como nossa comparsa Clara Schumann deverá apresentar chiliques em defesa de seu amado Alfred Brendel que, segundo ela, acarinha melhor o compositor que ela mais ama.

(Nunca entendi esta senhora que casa com um, tem Brahms por amante, mas gosta mesmo é de Schubert. A mente masculina é mais simples e burra, graças a Deus, e interessa-se por todas, prova de seu amor à humanidade.)

Schubert é o compositor que mais lamento. Apenas 31 anos! Onde ele chegaria se tivesse vivido, por exemplo, os 57 anos de Beethoven? É difícil de responder, ainda mais ouvindo suas últimas obras, amadurecidas a fórceps pelo sofrimento causado pela doença. Este criador de melodias irresistíveis trabalhava (muito) pela manhã, caminhava à tarde e bebia à noite. O bafômetro o pegaria na volta, certamente. Seria um recordista de multas. Não morreu da sífilis e sim de tifo, após ingerir um vulgar peixe contaminado. Ou seja, uma droga de um peixe podre nos tirou anos de muitas obras, certamente. Espero que, se o inferno existir, este peixe esteja lá queimando. Desgraçado, bicho ruim!

A interpretação de Pollini é completamente despida de exageros ou de virtuosismo. Ele respeita inteiramente Schubert, compositor melodista e destituído de virtuosismo pessoal ao piano, pero… nada de sentimentalismos, meus amigos. Pollini é um realista. E, com efeito, as sonatas finais desfazem o mito do Schubert fofinho, mundano e feliz. Era um indivíduo profundo e o trágico não lhe era estranho.

Minha sonata preferida é a D. 960, com seu imenso e emocionante primeiro movimento. Quando o ouço de surpresa, penso que virão o que não me vêm há anos: lágrimas. O que segue é-lhe digno, com destaque especial para o zombeteiro movimento final. O D. 959 também é extraordinário, principalmente o lindíssimo e nobre Andantino e o lied do Rondó. Também tenho indesmentível amor pela contrastante primeira peça das Drei Klavierstucke.

A Fundação Maurizio Pollini, desta vez patrocinada por PQP Bach, agradece todos os apoios recebidos e declara-se ofendida pela nefasta ironia perpetrada pelo provocador Kaissor (ou foi o Exigente?) ao querer estigmatizar nosso ídalo por ser mais divulgado em razão do perfil marcadamente “comercial” de sua gravadora. Com todo o respeito, respondemos a ele que Pollini é a Verdade e o Absoluto. Dou a Schnabel um lugar no pódio e ele que fique quieto. “O homem que inventou Beethoven”??? Arrã. Acho que foi reinventado… :¬)))

Schubert – As Últimas Sonatas com Maurizio POLLINI (…)

CD 1

1. Piano Sonata No. 19, D.958 – Allegro
2. Piano Sonata No. 19, D.958 – Adagio
3. Piano Sonata No. 19, D.958 – Menuetto: Allegro
4. Piano Sonata No. 19, D.958 – Allegro

5. Piano Sonata No. 20 In A D.959 – Allegro
6. Piano Sonata No. 20, D.959 – Andantino
7. Piano Sonata No. 20, D.959 – Scherzo: Allegro
8. Piano Sonata No. 20, D.959 – Rondo: Allegretto

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CD 2

1. Piano Sonata No. 21, D.960 – Molto Moderato
2. Piano Sonata No. 21, D.960 – Andante Sostenuto
3. Piano Sonata No. 21, D.960 – Scherzo: Allegro
4. Piano Sonata No. 21, D.960 – Allegro Ma Non Troppo

5. Allegretto In C Minor D.915

6. 3 Klavierstucke, D.946 – No. 1 In E Flat Minor – Allegro Assai
7. 3 Klavierstucke, D.946 – No.2 In E Flat – Allegretto
8. 3 Klavierstucke, D.946 – No. 3 In C – Allegro

Maurizio Pollini (Piano)

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Karlheinz Stockhausen (1928-2007) – Helikopter Quartett (1993)

Digamos que no programa de hoje à noite será apresentado, após um dos últimos quartetos de Haydn, o quarteto de cordas de Stockhausen. Não se preocupe com o que vai ocorrer: provavelmente os músicos vão sair do teatro com suas partituras, e cada um deles terá a sua disposição um helicóptero com um piloto. Pois é, eles devem tocar seus instrumentos em pleno vôo. Haverá um operador de som no teatro que deve mixar o som vindo da cabine de cada helicóptero, e tudo deve ser visto através de quatro telões. Os helicópteros devem fazer um vôo circular, cujo raio é de aproximadamente 6 km. Em média, toda a obra ou o vôo leva um pouco mais de meia hora.

Se você acha que é improvável ver esta peça sendo apresentada na sua cidade, saiba que esta belíssima experiência foi registrada num recente DVD da Euroarts. Ótimo vídeo link

Performer: Arcadian Academy, Karlheinz Stockhausen, Arditti String Quartet

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Ludwig Van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Nº 13, 14 e 15 (Op. 27/1, 27/2 e 28)

A Fundação Maurizio Pollini, recém fundada por mim, P.Q.P. Bach, e por Lais Vogel dedica-se a divulgar e a defender — se preciso com unhas e dentes, porém com toda a civilidade — a obra do grandioso pianista italiano. A organização não têm fins lucrativos, mas aprecia doações de novos registros de nosso “ídalo”. Posters, fotos e outros gadgets devem ser enviados ao Príncipe Salinas.

Este esplêndida gravação foi tema de uma longa discussão entre os participantes de um jantar em minha casa, no último sábado. O CD foi considerado de primeiríssima linha, mas dois dos participantes do convescote — um deles minha mulher — acusaram Pollini do “pecado de ironia” na interpretação do Allegro de abertura da Sonata Pastorale. Apesar dos dois terem achado maravilhosa a criação da peça, eles imputaram ao excelso Pollini um elegante tom de deboche que não haveria no original. (Havia três pianistas no jantar, dois profissionais, e um deles, ao lado de minha cara-metade, foram os causadores da cizânia.)

Eu não nego a ironia, até a reconheço, mas a coloco na conta da profunda expressividade, habilidade e clareza de um pianista assombroso que resolveu deixar o movimento um real Allegro, retirando-o da semi-consciência a que outros pianistas o relegavam.

Obs.: A presença deste CD no P.Q.P. Bach deve-se ao matrocínio da diretora de nossa Fundação.

Ludwig van Beethoven: Sonaten Opp. 27/1 – 27/2, 28

1. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 1. Andante – Allegro – Tempo I 5:01
2. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 2. Allegro molto e vivace 1:54
3. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 3. Adagio con espressione 2:53
4. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto 5:18
5. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 1. Adagio sostenuto 6:31
6. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 2. Allegretto 2:16
7. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 3. Presto agitato 7:10
8. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 1. Allegro 9:45
9. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 2. Andante 7:21
10. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 3. Scherzo. Allegro vivace 2:09
11. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 4. Rondo. Allegro ma non troppo 4:36

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Ernest Bloch (1880 -1959): Quartetos de Cordas

Foi através de algumas críticas entusiasmadas sobre este disco que entrei em contato pela primeira vez com a música de Bloch. O que mais me chamou a atenção foi o fato do compositor ter vivido as duas Grandes Guerras e escrito suas impressões através de dois quartetos de cordas: O primeiro quarteto escrito em 1915-16 e o segundo em 1945-46. O Quarteto de Cordas n.1 tem quase uma hora de duração, e às vezes parece atingir aquela linha perigosa, onde as idéias caminham por inércia. Mas a impressão é logo sobrepujada pela honestidade e virtuosismo de sua escrita. Em muitos momentos esse quarteto antecipa a música bélica de Shostakovich. Já o quarteto n.2 é mais conciso e mais bem estruturado; sem, contudo, perder as qualidades do primeiro quarteto: vigor e espontaneidade. Um crítico mais exagerado colocou esta obra ao lado dos últimos quartetos de Beethoven.

Nos quartetos n.3 e n.4 o peso das duas Grandes Guerras não estão mais presentes. As influências judaicas também foram bastante diminuídas (lembro aqui que Ernest Bloch foi um compositor judeu bastante ativo, escreveu peças em prol da causa judaica como a Suíte Hebraica, Baal Shem, e Israel Symphony). Nestes dois quartetos temos música pela música, ou usando aquele termo usual e duvidoso: música absoluta. Uso esporádico do dodecafonismo com elementos bartokianos.

Infelizmente estes quartetos foram pouco gravados e executados, acho que o quarteto n.1 só existe neste registro. A compensação é que o Griller String Quartet interpreta com incrível dedicação e força, deixando quase nada a ser desejado, apenas uma melhor qualidade sonora (gravação feita em 1954). Mesmo assim, nesse disco é possível perceber a importância dessas obras.

Disco: 1
1. String Quartet n.1: Andante moderato
2. 2. Allegro frenetico
3. 3. Andante molto moderato (Pastorale)
4. 4. Finale (Vivace)
5. String Quartet n.3: Allegro deciso
6. 2. Adagio non troppo
7. 3. Allegro molto
8. 4. Allegro

Disco 2:
1. String Quartet n.2: Moderato
2. 2. Presto
3. 3. Andante
4. 4. Allegro molto
5. String Quartet n.4:Tranquillo – Allegro emergico – Tranquillo
6. 2. Andante
7. 3. Presto – Moderato – Presto
8. 4. Calmo – Allegro deciso – Calmo

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BAIXE AQUI (Disco 1 – parte 2) – DOWNLOAD HERE

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Antonio Vivaldi (1678 — 1741) – Transcrições para dois pianos: As 4 Estações e Variações sobre um tema de Bach

As irmãs gêmeas e pianistas turcas Ferzan e Ferhan Önder não são apenas bonitas e reveladoras das belezas e das boas possibilidades matemáticas encontráveis no Bósforo, elas tocam bem mesmo! O repertório não é tudo aquilo, mas é bastante curioso ouvir Vivaldi transcrito para dois pianos… Como sei que Vivaldi é muito querido de nosso público, não poderia deixar de mostrar esta curiosidade saída das delicadas mãos de duas beldades turcas que nunca fizeram mal a um armênio, contrariamente a outras mãos de seu país. A gravação é de ótima qualidade e a bela duplinha já está contradada pela DG, claro. Afinal, hoje a imagem vale muito; principalmente quando há ouvidos tão incompreensivos. As Variações sobre um tema de Bach — creio que são variações sobre um tema de uma das Suítes Francesas, corrijam-me se estiver errado — não é grande obra, mas sempre fico feliz ao ouvir papai. Já As Quatro Estações não é necessário comentar, né?

Vivaldi: Reflections – The Four Seasons for 2 pianos

1. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: I. Allegro
2. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: II. Largo
3. The Four Seasons, Op.8: Con No.1 in e ‘Spring’: III. Allegro
4. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: I. Allegro Non Molto
5. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: II. Adagio
6. The Four Seasons, Op.8: Con No.2 in g ‘Summer’: III. Presto
7. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: I. Allegro
8. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: II. Adagio Molto
9. The Four Seasons, Op.8: Con No.3 in F ‘Autumn’: III. Allegro
10. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: I. Allegro Non Molto
11. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: II. Largo
12. The Four Seasons, Op.8: Con No.4 in f ‘Winter’: III. Allegro

(#8. Victor S., 01/07/2008, 09:04

O compositor das variações foi Gustav Nottebohm (1817-1882)
http://en.wikipedia.org/wiki/Gustav_Nottebohm)

13. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Sarabande. Andantino
14. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var I
15. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var II Allegro
16. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var III Allegretto
17. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var IV Allegretto
18. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var V Allegretto Con Moto
19. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VI Allegro Vivace
20. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VII Allegro Ma Non Troppo
21. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var VIII Andante
22. Vars On A Theme By J.S. Bach in d, Op.17: Var IX

Ferzan e Ferhan Önder, pianos

Obrigado, Victor!

Ferhan Ferzan

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