Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nos 1, 2 e 3

A Sinfonia Nº 1 de Shosta é sensacional e é candidata ao prêmio de melhor obra erudita escrita na segunda década da vida de qualquer compositor. Shosta a escreveu aos 19 anos e foi seu trabalho de graduação. Que bonito! Acho que seu maior concorrente púbere é Mendelssohn, hein? Não me venham com Mozart, que foi um menino-prodígio como executante — eu o ouvi em Viena, não esqueçam que sou filho bastardo de J. S. Bach — , mas um compositor que desabrochou aos 22-23 anos. Não hesito em classificar a 1ª Sinfonia como uma das grandes obras de Shosta. É cheia de ideias e silêncios, é estranha e orientalizante, jovem e tesuda.

Por falar em tesão, não tenho o mesmo entusiasmo pela 2ª e 3ª. São complicadas, moderninhas e acabam ambas por um coral cantando alegremente os sucessos de uma jovem revolução que obedeceu à 4ª Lei da Termodinâmica (“Tudo acaba em merda”).

Opus 10: Symphony No. 1 F minor (1924-1925)
Movements:
1. Allegretto – Allegro non troppo 8:18
2. Allegro 5:08
3. Lento – Largo 8:46
4. Lento – Allegro molto – Adagio – Largo – Presto 9:28
Graduation piece.
First performance 12 May 1926 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO under N. Malko.

Opus 14: Symphony No. 2 B major “To October” with chorus (1927)
After Aleksander Bezimensky’s poem “To October”, commissioned for the tenth anniversary of the revolution.
In one movement: Largo – Allegro molto – Meno mosso – Choral Finale 21:07
First performance: 5 November 1927 in Leningrad Philharmony by Leningrad PO and Academic Chorus under N. Malko.

Opus 20: Symphony No. 3 E flat major “The First of May” with chorus (1929)
In one movement: Allegretto 32:49
Text by S. Kirsanov.
First performance: 21 January 1930 in Leningrad by Leningrad PO and State Academic Chorus under A. Gauk.

London Philharmonic Orchestra y Coro.
Bernard Haitink

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PQP

4 comments / Add your comment below

  1. Vissshhh… agora pegaram pesado! Esse box é coisa finíssima. Vocês podem preferir Rostropovich, Rozhdestvensky, Jansons… sem dúvida, incríveis. Mas o holandês Bernard Haitink (além de ser fantástico regendo qualquer coisa!) “é um germânico que compreende muito bem a música russa” – palavras ditas por um amigo meu, maestro brasileiro que morou na Rússia por muitos anos.
    Realmente é uma sinfonia muito especial. Dos “trabalhos de graduação”, gosto bastante dessa Sinfonia 1, mas também aprecio o Concerto 1 de Rachmaninov. A “Messa di Gloria” de Puccini, um pouco menos. Já a Sinfonia de Bizet… bem, o orientador dele não devia ser muito exigente.

  2. É sempre animador ler uma defesa tão entusiasmada de Shosta. Antes dessas duas postagens recentes, o blog ainda não havia feito juz a esse compositor; sem dúvida um dos mais polêmicos do sec XX e aquele q melhor resiste à radicalidade das alturas da crítica do modernismo estético, seja por atingir a autonomia formal tão cara àqueles – ainda que compondo através do próprio seio da experiência social -, seja por configurar uma verdade estética maior do que os limites e a arbitrariedade dos conceitos.
    Shosta foi vítima de mtas “ouvidas” sociológicas e ideológicas (dos dois lados do campo político) e só agora, poeira baixada, temos nossos ouvidos mais limpos.

  3. Esta aqui é pra todos aqui, principalmente PQPBach: o que pensa a humanidade? Que Mozart foi uma criança prodígio e que compunha obras geniais desde os cinco anos de idade. Isso só em parte é verdade.

    E os mais “entendidinhos”? Exatamente isso que PQPBach disse, que ele só desabrochou pelos 22-23 anos. Escutem bem: essa afirmação é uma das MAIORES FALÁCIAS dos críticos musicais.

    Não me tornei fã da música de Mozart antes exatamente por conta deste tremendo equívoco dos críticos. Eu ouvia uma peça com índice Koechel pra lá de K.400 e não gostava, então pensava: poxa, então os outros 399 K’s são piores ainda. Vejam que coisa ridícula.

    Só uma pequena parte da produção de Mozart é realmente genial, mas ele tem obras geniais em TODAS as fases da vida. O exemplo que vou dá é DEFINITIVO, e se trata de uma das maiores obras-primas de sua carreira. E de toda a literatura pianística: A SONATA PARA PIANO K.123A, para 4 mãos, escrita quando ele tinha apenas 16 anos.

    A Sony tem um box com 3 CD’s com toda a obra de Mozart para 2 pianos e a 4 mãos. Yaara Tal & Andreas Groethuysen fazem a melhor de todas as interpretações. Baixem o box em http://avaxhome.ws/music/classical/mozart_piano_duo.html . A sensacional SONATA abre o CD 3. É pra quebrar a cara de todos os críticos.

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