Ludwig Van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Nº 13, 14 e 15 (Op. 27/1, 27/2 e 28)

A Fundação Maurizio Pollini, recém fundada por mim, P.Q.P. Bach, e por Lais Vogel dedica-se a divulgar e a defender — se preciso com unhas e dentes, porém com toda a civilidade — a obra do grandioso pianista italiano. A organização não têm fins lucrativos, mas aprecia doações de novos registros de nosso “ídalo”. Posters, fotos e outros gadgets devem ser enviados ao Príncipe Salinas.

Este esplêndida gravação foi tema de uma longa discussão entre os participantes de um jantar em minha casa, no último sábado. O CD foi considerado de primeiríssima linha, mas dois dos participantes do convescote — um deles minha mulher — acusaram Pollini do “pecado de ironia” na interpretação do Allegro de abertura da Sonata Pastorale. Apesar dos dois terem achado maravilhosa a criação da peça, eles imputaram ao excelso Pollini um elegante tom de deboche que não haveria no original. (Havia três pianistas no jantar, dois profissionais, e um deles, ao lado de minha cara-metade, foram os causadores da cizânia.)

Eu não nego a ironia, até a reconheço, mas a coloco na conta da profunda expressividade, habilidade e clareza de um pianista assombroso que resolveu deixar o movimento um real Allegro, retirando-o da semi-consciência a que outros pianistas o relegavam.

Obs.: A presença deste CD no P.Q.P. Bach deve-se ao matrocínio da diretora de nossa Fundação.

Ludwig van Beethoven: Sonaten Opp. 27/1 – 27/2, 28

1. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 1. Andante – Allegro – Tempo I 5:01
2. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 2. Allegro molto e vivace 1:54
3. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 3. Adagio con espressione 2:53
4. Piano Sonata No.13 in E flat, Op.27 No.1 – 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto 5:18
5. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 1. Adagio sostenuto 6:31
6. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 2. Allegretto 2:16
7. Piano Sonata No.14 in C sharp minor, Op.27 No.2 -“Moonlight” – 3. Presto agitato 7:10
8. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 1. Allegro 9:45
9. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 2. Andante 7:21
10. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 3. Scherzo. Allegro vivace 2:09
11. Piano Sonata No.15 in D, Op.28 -“Pastorale” – 4. Rondo. Allegro ma non troppo 4:36

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23 comments / Add your comment below

  1. (risos)

    Digno de nota é o humor polliniano, como não poderia deixar de ser, do PQP.

    Embora não reconheça a suficiente honorabilidade para o desempenho de função deveras relevante, devo dizer ao nosso PQP que o cargo a mim atribuído pela sua generosidade, é para mim motivo de gáudio, por se tratar de uma verdadeira lenda na história pianística internacional.

    Só mais um adendo: Preparem-se que talvez daqui a uma semana, deve estar chegando aqui a aclamada gravação que o italiano fez da Fantasia de Schumann op.17 e da “Wanderer” de Schubert. Coleção “The Originals” da DG.

    PQP, você conhece o registro de Pollini das ultimas Sonatas de Schubert? Recomenda?

  2. Lais, minha amiga.

    Tenho uma fila de posts preparados. Escrevo sempre uns cinco de enfiada. Por isso são tão ruins!

    E se te disser que o próximo ou o seguinte é o álbum duplo das últimas Sonatas de Schubert?

    Hã, hã?

    Beijo.

  3. hmmmmmm…. ótima noticia!! É bom que eu confiro antes de querer adquirir!

    Mas PQP, quem disse que seus post são ruins?? Discordo frontalmente de você, e me perdoe se eu passei essa impressão. Queria eu poder escrever “tão ruim” !

  4. Quanto mais ouço W.Kempff mais deslumbrado fico. Esta coisa de postar o Schubert com Pollini é pura provocação já que nem mesmo Brendel bate Kempff em Schubert e muito menos em Beethoven.
    Recomendo o DVD de Brendel executando tudo de Schubert, para confrontar com Pollini, nem vou ao grande mestre Kempff. Compara Kempff com Pollini é quase a mesma coisa de se comparar Pelé com Falcão. Claro que Falcão foi grande, mas Pelé foi Pelé e o Pelé do piano assina com o nome de Kempff.
    Só uma perguntinha: para entrar para o rol dos ídolos do PQP tem que se fazer inscrição no Partido Comunista? eheheh….Abbado,Pollini…acho que o que atrai é o vermelho da camisa…eheheh…que obviamente seria melhor de tivesse junto o negro e o branco….rsrsr….

  5. Bom,mas tirando as brincadeiras , eu só tenho Pollini, em Beethoven,nas últimas sonatas, e nada dele em Schubert. Quem tem Kempff e Brendel vai querer mais o quê?

  6. (risos) Kaissor, eu não conheço a gravação das sonatas schubertianas, mas a DG colocou o registro de Pollini na coleção “The Originals”, ou seja a coleção considerada pela propria DG das gravações “imortais”; porque deixou de fora Kempff e Brendel??

    (So provocação, claro)

  7. Lá venho eu pertubar a vida dos pollinianos… desculpem. Mas queria deixar minha impressão desta gravação: os dedinhos ágeis do Maurício caíram muito bem no Presto agitato da Op. 27 nr.2, movimento que acabou soado bastante impetuoso. O primeiro movimento, porém, caiu na clássica arrastação “moonlightiana”. Agora, sejamos sinceros: o primeiro movimento da Pastoral, especialmente nos momentos mais doces, está tão expressivo quanto um pastor adormecido. É isso que não entendo no M.P. Por que essa inexpressão gratuita?

    Agora estou curioso pra ouvir o Schubert dele, e garanto que com relação a este único e soberbo compositor serei ainda mais chato, já que essa tem sido minha desagradável e inevitável função.

  8. Só mais uma coisa: por onde andam os grandes pianistas nesse estimadíssimo Blog? Andras Schiff, Stephen Kovacevich, Barenboim… estão fazendo falta!

  9. É… concordo com o Ticiano. É muita “babação de ovo” em cima do Pollini – que é, sem dúvida, um GRANDE pianista – e se esquecem (ou ignoram mesmo e f******) outros GRANDES como Brendel, Kovacevich, Richter, Kempf, Perraria, Gilels, Argerich et alli. Mas como o blog é uma expressão da Vontade Suprema e Absoluta de seu dono, ele posta o que quer, quando, como, com ou sem explicações. Sendo assim, resigno-me a ficar em meu cantinho e baixar aquilo que me interessar.
    Moral da história? Se querem gravações com outros interpretes, façam como eu: vão atrás e adquiram (se possível).

  10. porque deixou de fora Kempff e Brendel??

    Se não me engano, Brendel só gravou com a Phillips, e Kempff, por vender menos que Pollini

    Kaissor, realmente Kempff era brilhante, em Schumann então nem, se fala, mas não era imbatível, imbatível foi Schnabel(em Beethoven, em Schubert, Kempff e Brendel são “parelhos” )

    Pra mim, entre os grandes pianistas, Richter, Brendel, Geza Anda, Schnabel, Michelangeli e Gilels estão fazendo muita falta.

    Abraços

  11. Schnabel ”O Homem que inventou Beethoven” é tão extraordinário que nem falo mais,o que pega um pouco é que a qualidade de suas gravações infelizmente estão prejudicadas, mesmo no selo CDO. A gravação de Kempff está de bom nível. Tirando Kempff e Schnabel,ainda são melhores que Pollini em Beethoven: Kovacevich,Brendel,Sviat.Richter e o atual Barenboim.Pollini fica para ”Fred” Chopin e outras beldades…rsrsr…Grieg,Tchai,Rach,Schumann…em Brahms nos concertos e sonatas com outros instrumentos reina Serkin e nas obras solo, Julius Katchen e Walter Klien, pelo jeito, totalmente esquecidos pelo Blog.
    Será que precisam filiar ao Partidão….rsrsr….

  12. PQP e Lais:

    Já que se trata da defesa intransigente do grande Maurizio Pollini, a familia Bach poderia postar a excelente interpretação dele nos Concertos para Piano de Chopin, especialmente o primeiro.

    Grande artista!!!

  13. Lais.

    É que não imaginas a velocidade com quie posto. Em quinze minutos, faço um post, com selinho da Amazon e tudo. Tenho um modelo pré-formatado.

    O texto sai como saiu. Às vezes, nem sei como. Sei que o blog é bom, mas não me garanto sobre os textos.

    Bj.

  14. Prezado e numeroso Grupo de Resistentes.

    Um dia chegaremos aos “grandes pianistas”. Não pensem que ficaremos livres deles.

    Desde que não me obriguem a postar HORROROWITZ e que ponham RUBINSTEIN, ANDA, ARGERICH e FREIRE na lista, tudo bem. Os acima citados são mesmo gigantes!

    Meus respeitos.

    1. Argerich, pelo amor de Deus… Desde ontem estou loucamente alucinado por esse blog e ainda não a encontrei: amo-a incondicionalmente…

  15. Prezados, reitero o que escreveu o mano pqp acima, os grandes pianistas um dia virão, os senhores só precisam entender que fazemos outras coisas da vida, além de postarmos no blog. Como todos já perceberam, prefiro estabelecer projetos, ao invés de fazer postagens aleatórias, como os outros membros do blog. Por isso, após este festival de música sacra, minha idéia é começar com a música de câmera de Beethoven.
    Ah, virão também os Schubert de Kempff e de Brendel, a grande paixão de nossa colega clara schumann.
    Tambem tenho acompanhado com atenção a discussão entre pollinianos e não pollinianos. Não conheço Pollini tanto quanto gostaria, por isso, não interfiro no debate. Admiro suas gravações para os concertos de Brahms, ainda dos tempos de Karl Bohm, ou Jochum, e confesso serem as minhas favoritas, mais até que as de Nelson Freire.

  16. Caro F.D.P., creio que todos aqui entendem a situação da família Bach, e, de modo algum, COBRAM nada de vocês. Cada postagem é um presente para todos, e somos satisfeitos e gratos por isso. Apenas existe essa querela, como você bem observou, entre pollinianos e não pollinianos. E os desgostosos com o italiano de dedos ágeis demais percebem que existe uma “tendência” a valorizar suas gravações, em detrimento de outros grandes, maiores até. Mas o que dizemos não é em tom de cobrança, mas sim de sugestão. O blog é fantástico, com ou sem Pollini… 🙂

  17. O Ticiano falou muito bem! Essas discussões, quando feitas nesse nível, é sempre produtiva, e servem de enriquecimento, a despeito das avaliações subjetivas que sempre existirão.

    Não poderia ser diferente: Estamos falando de preferências!

    Amigo, FDP, embora eu a gravação dos Concertos para piano de Brahms que eu tenho seja do Nelson Feire, devo dizer que tambem prefiro o registro de Pollini. Poderia até defender a gravação que eu possua, mas o Pollini ressalta detalhes que a mim não parecem enfatizados pelo Freire, que eu admiro, diga-se de passagem.

    Devo tambem ressaltar aos não-pollinianos, que não há nenhum fundamentalismo em nossa postura! Seria estupidez minha descartar os valor de todos os pianistas supracitados, com especial destaque para Rubinstein! Arthur Rubinstein é um dos mais fantásticos pianistas, e em minha forma precaria de avaliação, ele está entre os 3 pianistas maiores do século.

    Gilels, Richter, Kempff, Michelangeli (destaque para ele tambem), me parece que fica claro que não estamos a desvaloriza-los.

    O fato de nós, os polliniamos, considerarmos Maurizio Pollini um pianista mais completo e nosso maior intérprete (especialmente em Beethoven), não significa demérito!

    Mas vou repetir um comentário de um usuario da amazon:

    “Há sempre algo especial nas interpretações de Pollini que me atrai… não sei o que é”

    Gosto sempre de enfatizar que não sou da area, portanto não tenho a formação acadêmica de Ticiano por exemplo.

    Entretanto, quando se trata de avaliação subjetiva: vocês vão concordar comigo, acho que esse peso é relativo.

    Tenho a gravação da Moonlight com Rubinstein, e a pastoral junto com a op.21 n.1 com Annie Fischer, e prefiro pessoalmente esta gravação.

    A Pastoral nunca me pareceu tão detalhada, tão convincente…

    Mas as divergências sempre existirão…

  18. Mais um dos Pollinianos com um pedido: só tá faltandao, das grandes sonatas de Beethoven, voces postarem a Appassionata com ele!!

    Abraço !

    PS – E, pra pôr mais lenha na fogueira, tambem concordo com Richter, Schnabel, Kempff, mas vocês também esqueceram o Gilels !!!

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